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CONHECIMENTO É TUDO! Com 38 anos de circulação, a Revista Tecnicouro comemora a sua 300ª edição com o fôlego renovado para disseminar o conhecimento técnico e científico entre a cadeia de valor do sistema coureiro-calçadista brasileiro. Tomando cuidado para não perdermos o foco buscamos, cada vez mais, ampliar o nosso público-alvo, trazendo para a discussão assuntos de interesse também da sociedade e dos quais nossos leitores possam valer-se para o seu negócio, a sua profissão ou suas pesquisas, sendo ainda um canal para a divulgação de produtos e serviços oferecidos pelos anunciantes. A matéria desenvolvida em nosso Caderno de Sustentabilidade e Inovação Tecnológica comprova esta preocupação, trazendo à luz um assunto de grande importância para toda a cadeia de valor do sistema coureiro-calçadista e do vestuário, e que afeta também o consumidor final e o meio ambiente. São as substâncias restritivas, que desafiam técnicos, criativos e as respectivas empresas a repensarem os produtos sob a ótica da transparência e responsabilidade socioambiental, adequando os materiais e as coleções às regulamentações internacionais - condição esta que passou a ser fundamental para qualquer negócio se manter ativo no mercado. Além das normativas serem cada vez em maior quantidade, elas se tornaram mais abrangentes quanto ao número de substâncias listadas e controladas e a tendência é que os limites sejam sempre revisados para baixo. Vários países criaram as próprias regulamentações, e essas normativas têm servido, inclusive, como barreiras técnicas para a entrada de produtos nos mercados. Há, ainda, um número crescente de empresas que adotam suas próprias listas e, para deixar a situação ainda mais complexa, as listagens e os limites tolerados apresentam diferenças entre si. Somado a isso, o consumidor está muito mais consciente e exige das marcas que consome uma postura condizente com suas expectativas, reforçando o entendimento de que essa adequação é obrigatória e não uma opção. O Brasil caminha para a criação de uma legislação própria, e algumas normas já foram publicadas pelos respectivos comitês de estudo, com a participação aberta a todas as partes interessadas, o que é encarado como algo positivo pelo mercado, pois é um primeiro passo, não só para obrigar as empresas de fora a adequarem seus produtos para comercializarem no mercado interno, quanto uma ferramenta para a qualificação dos produtos brasileiros. O IBTeC tem auxiliado as empresas com atualização sobre as revisões nas principais e mais abrangentes regulamentações mundiais, avaliação dos produtos e emissão de laudos técnicos.. A Revista Tecnicouro cumpre o seu papel disseminando as informações para o mercado e cabe aos gestores de cada negócio decidir o que fazer para transformarem esse conhecimento em valor percebido pelos clientes e o mercado.
Claudio Chies Presidente do Conselho Deliberativo
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MERCADO Materiais e sistemas para calçados
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EXPEDIENTE
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AGENDA
INSTITUCIONAL MPE recebem treinamento sobre CA
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NOTAS
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REPORTAGEM
TECNOLOGIA Teste em biqueira de EPI
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OPINIÃO
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GUIA
SUSTENTABILIDADE Desafios das substâncias restritivas
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Julho FRANCAL 2, 3, 4 e 5 São Paulo/SP www.feirafrancal.com.br
Setembro SEINCC 12, 13 e 14 São João Batista/SC www.sincasjb.com.br
INSPIRAMAIS 3e4 São Paulo/SP www.inspiramais.com.br
Outubro MAQUINTEX 3, 4, 5 e 6 Fortaleza/CE www.maquintex.com.br
Agosto EXPOPROTEÇÃO 16, 17 e 18 São Paulo/SP www.protecaoeventos.com.br
Novembro ZERO GRAU 12, 13 e 14 Gramado/RS www.feirazerograu.com.br
2018 Janeiro COUROMODA 14, 15, 16 e 17 São Paulo/SP www.couromoda.com INSPIRAMAIS 15 e 16 (data a confirmar) São Paulo/SP www.inspiramais.com.br Março 40 GRAUS 5, 6 e 7 www.feira40graus.com.br
Obs.: o calendário de feiras é elaborado com informações obtidas através dos sites das organizadoras e pode sofrer alterações.
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IMAGEM LUÍS VIEIRA
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MEDIDA CERTA
Boutique online contempla mulheres de pés pequenos
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33e34, boutique online, que é dirigida exclusivamente às mulheres que calçam esta numeração, anunciou a assinatura de contrato com a Dafiti, líder no e-commerce de moda na América Latina, para passar a oferecer no marketplace modelos de sua marca própria. A empresária Tânia Gomes considera a parceria como um grande marco na história da startup para ampliar as vendas de sapatos femininos para mulheres de pés pequenos. “Nossa atuação em um e-commerce de nicho, atendendo mulheres que enfrentam enorme dificuldade para encontrar sapatos 33 e 34, chamou a atenção da Dafiti, que passa agora a ter em seu mix uma coleção com diversos modelos de scarpins, sandálias, botas, pump e oxford nestas numerações”, comemora Tânia, cujas expectativas são de um grande impulso nas vendas. Fundada em 2015, a startup 33e34 já recebeu investimentos que estão próximos de 1 milhão de reais, sendo R$ 300 mil de um grupo de investidores anjo. A Dafiti é líder no e-commerce de moda na América Latina, tem 5 anos de existência. Com operação consolidada em quatro países (Brasil, Argentina, Chile e Colômbia), com mais de 2 mil marcas, 200 mil produtos. No País, são mais de mil marcas e 110 mil produtos em seis categorias: roupas, sapatos, acessórios, beleza, casa/mesa/banho e decoração. Usa plataforma universal mobile - tablets e smartphones - para sistemas operacionais IOS e Android.
Principais vantagens - Produto e processo ecologicamente correto - 100 % biodegradável - Pode ser utilizado no remolho, caleiro e purga - Pode ser aplicado em todos os tipos de peles - Não apresenta substâncias restritas - Promove a extração uniforme de gorduras naturais - Aprovado em couros hidrofugados e automotivos - Menor geração de espuma na estação de tratamento
Marcas evidenciadas em presentes exclusivos
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esign, pesquisa, desenvolvimento de materiais inovadores e conhecimento do mercado são especialidades da G5 para a elaboração e produção de bolsas e acessórios em diversos materiais, como sintético, couro, tecidos, com produção somente para terceiros. Isadora Rocha, do setor de P&D, conta que as bolsas continuam, com bastante veludo e impressão digital. “Será visto muito azul, nude, caramelo e a mistura de materiais, além de aplicações em flores e pets.” Nos metais os acabamentos em grafite ganham espaço em peças pontuais. A agente comercial Juliana Rodrigues lembra que datas comemorativas e eventos são boas oportunidades para deixar marcas em evidência em presentes exclusivos oferecidos a clientes especiais. FOTO LUÍS VIEIRA
utilização de um sistema para remoção e emulsionamento das gorduras naturais das peles nas operações de ribeira é requisito básico para a elaboração de bons artigos. Muitos dos tensoativos tradicionalmente utilizados para este fim têm restrições do ponto de vista ambiental, em função de sua baixa biodegradabilidade, incremento dos valores de DBO e DQO nos efluentes e até mesmo presença de substâncias restritas. Como alternativa aos produtos e processos tradicionais, a MK propõe a utilização da biotecnologia aplicada ao processamento de couros, atendendo aos mais rígidos requisitos e garantindo eficácia e proteção ambiental. Trata-se do Enzipel MK LP, composto de enzimas lipolíticas e produtos ativadores, que atuam no desengraxe e na limpeza das peles.
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para o desengraxe A
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TECNOLOGIA E DESIGN
que agregam valor C
e valor agregado pela tecnologia e processo de fabricação e, por perceber que existem muitas oportunidades neste meio, estamos trabalhando para estreitar ainda mais os laços com as empresas desta cadeia de valor”, contextualiza Simone. FOTOS LUÍS VIEIRA
om história consolidada no segmento têxtil, a Tecnoblu sustenta a sua expertise em métodos próprios de pesquisa para a apresentação de looks focados no comportamento e tendências do mercado. Para isso o setor de arte conta com designers que desenvolvem desenhos específicos, e até exclusivos, a partir do briefing do cliente. Simone Cunha, do marketing, destaca que o design específico é concebido para assinar e distinguir as criações dos clientes através da cultura da marca, expressando as singularidades que conferem maior valor e, por consequência, possibilitem o aumento nas vendas a partir da identificação com o consumidor. “No setor calçadista, por exemplo, a empresa realizou, em 2016, dois projetos virtuosos em etiquetas com inovação
Reuso
O
diretor de desenvolvimento da Vitrine, Fernando Frameshi, comenta que a cada mês a empresa produz em torno de 2,5 milhões de peças nas linhas de emborrachados, promocionais, laser, artigos religiosos, enfeites manuais e licenciados. São etiquetas, pulseiras, tags, chaveiros, bottons, enfeites e outros itens para calçados. Técnicas de impressão e alta frequência dão o acabamento em palmilhas e enfeites manuais, como topes, combinando emborrachados e pedrarias. É para a indústria calçadista que são direcionados 85% dos materiais produzidos. Destes, 60% são para as indústrias de calçados infantis. Os outros 15% são destinados para os segmentos de confecção e promocionais.
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para evitar o lixo
“
Não existe lixo, existe matéria-prima valiosa e mal aproveitada”. A frase é de Maurício Cohab, diretor da Trisoft, que inaugurou o mercado de materiais reciclados e 100% recicláveis para mais de 70 setores da indústria brasileira e que hoje é o maior fabricante de materiais com lã de PET da América Latina para o mercado moveleiro, de decoração, de construção civil, de produtos para bebês, academias de ginásticas e inclusive para o mercado hoteleiro. Maurício conta que o processo de transformar PET em lã não foi fácil. “Tivemos que criar processos e tecnologias que ainda não existiam, mas o fator mais difícil foi a aceitação do mercado. Nossos clientes temiam que o resultado não fosse o mesmo dos produtos já utilizados, como a espuma de PU. Mas a Trisoft provou o contrário, superando produtos tradicionais”, lembra. Aos poucos, provou que o produto não só era equivalente, como ainda mais durável e econômico. “Encontramos uma forma de vender o Petfom, que é nossa alternativa sustentável para a espuma, em placas que evitam o desperdício, por exemplo.” A empresa não só permite, mas incentiva que seus clientes possam aderir à logística reversa. “Nosso objetivo é que não haja mais descarte de colchões, por exemplo, já que nosso produto é reciclado e 100% reciclável, ou seja, permite que toda a peça seja reaproveitada de alguma forma”, enfatiza Cohab. Para que o consumidor final saiba qual produto tem essas características, foi lançado o Selo Trisoft. “Nós acreditamos que é possível e estamos contribuindo para que o lixo deixe de existir”, finaliza o empresário.
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Impressão e alta frequência
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COLUNA EPIs A importância dos trabalhadores utilizarem um calçado com bom grip no solado Me. Ademir Paulo D. de Varga
Coordenador técnico da Unidade de Materiais do Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC)
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entre os produtos utilizados pelo ser humano, o calçado destaca-se pelo uso diário e pela grande importância no auxilio da prevenção de algumas patologias provenientes da resposta que o solo transmite ao sistema musculoesquelético resultante da força/peso. A sola é o componente principal da construção inferior do calçado, sendo que é a única parte que se encontra em contato direto com o solo. Com o avanço do setor coureirocalçadista, principalmente com a possibilidade de desenvolvimento de pesquisa em materiais, os solados podem ser confeccionados em PU, PVC, EVA, TR, couro, borracha e couro reconstituído, e consequentemente isto proporciona diferentes propriedades, como leveza, durabilidade, flexibilidade, aderência ao solo, tração, transpiração, aspectos e cores. Dependendo de alguns fatores, o calçado como é concebido ou produzido pelo fabricante afetará - de forma positiva ou negativa - a saúde e o desempenho do pé e de todo o corpo do usuário. Desta forma, a especificidade do calçado deve atribuir algum detalhe que, além de prevenir lesões, proporcione segurança e conforto. Os casos de acidentes por queda apresentam um aumento significativo, e eles podem ser gerados através de deslizamentos entre o calçado e o solo (isto contabiliza aproximadamente 67% das quedas nas populações de ido-
sos e jovens). Diante disto, visando principalmente à segurança do trabalhador, o IBTeC, através dos seus laboratórios, pode ajudar na caracterização e no desenvolvimento de materiais para que atinjam as propriedades necessárias ao calçado de segurança. Durante a marcha, o calçado é submetido a diferentes situações, dentre as quais podemos citar o deslizamento (grip) que é normalmente mensurado como coeficiente de atrito (COF). Para determinar o COF utiliza-se uma maquina de escorregamento, conforme norma DIN EN ISO 13287/2008. O COF gerado entre as superfícies deve ser suficientemente adequado para que não venha a ocorrer o deslizamento. As propriedades do COF são influenciadas pelas propriedades físicas, como a dureza. O coeficiente de atrito e a superfície do solo aumentam com o tempo de contato, como a resposta de fluência que envolve aumento da rugosidade. O ensaio do COF dinâmico é realizado em duas modalidades: salto para frente e plano. A superfície de caminhar pode ser a de piso de aço e cerâmico, sendo que as condições utilizadas são: contaminação com soluções de detergente solução de lauril sulfato de sódio (SLS) e glicerol (óleo). Segundo a norma, para o ensaio é aplicada sobre o calçado uma força normal de 500 N e um tempo de arraste horizontal de 0,3 ± 0,03m/s.
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ACORDO UNE LÍDERES MUNDIAIS
em químicos para couro A Basf e a Stahl assinaram acordo no último mês de março para unir o negócio de químicos para couro. A transação está sujeita à aprovação de autoridades relevantes e sua conclusão está prevista para acontecer no quarto trimestre de 2017. Com a ação a Basf terá uma participação minoritária de 16% no Grupo Stahl e, além disso, irá fornecer volumes significativos de químicos usados no couro para a Stahl, regido por um compromisso de abastecimento de médio a longo prazo. A operação engloba o negócio global de químicos para couro da Basf, bem como a produção de químicos para couro localizada em L’Hospitalet/Espanha. Cerca de 210
Mais atrativo e com respirabilidade
cargos no mundo todo estão no escopo da operação, sendo que 110 deles estão na Ásia. “A parceria é o passo certo para o sucesso no negócio de químicos para couro da Basf ”, disse Michael Heinz, membro do Conselho Diretivo da Basf SE. “Com seus pontos fortes se complementando, a Basf e o Grupo Stahl criam um líder mundial em químicos para couro, com um forte foco em inovação.” “Nossos clientes irão se beneficiar em conjunto, pois vamos alavancar uma força incomparável na produção, expertise técnica, inovação e sustentabilidade por toda a cadeia de valor do couro”, disse o Dr. Christian Fischer, presidente de Químicos de Performance.
Qualidade
C
riação de desenho e tendências com aplicações e relevo são exemplos das especialidades da Tass Componentes. A gama de produtos é composta, por exemplo, de materiais como sarja, poliéster e algodão, bases planas e tramadas, estamparia, aplicações de foil ou glitter e metalizações diversas. O diretor Wagner Tasso destaca a gáspea com aplicação de glitter que, além do processo de sublimação e corte a laser, recebe ainda dublagem em tela mosqueteiro para garantir a estrutura. “Todo este processo foi projetado em computador, garantindo a padronização apesar do aspecto artesanal. O material ficou com um visual ainda mais interessante e aumenta a capacidade de respirabilidade”, afirma.
e bom gosto
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tilizando a técnica de teares manuais, que é a sua especialidade, a Tati e Arte desenvolve fios de algodão, viscose, botonê, rayon, entre outros, de espessuras variadas, com os quais fabrica mantas para a decoração de interiores, tapetes, sofás, podendo também ser utilizados na confecção de calçados, bolsas e vestuário. O diretor geral Gilberto Martins Rocha considera que o tear manual confere um diferencial ao acabamento. “A produção em teares proporciona aspectos únicos às peças, que podem ser em fio cru ou com tingimento tradicional, sempre em uma mistura criativa de cores e linhas”, destaca.
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CALÇADO QUE CRESCE É CRIADO
em sistema de parceria O s acadêmicos das disciplinas Projeto de Fábrica e Gestão da Produção Aplicada, dos cursos de Engenharia de Produção e Gestão da Produção Industrial da Universidade Feevale, respectivamente, receberam o desafio de desenvolver, em parceria com o Grupo Arezzo, o Calçado que Cresce. O protótipo foi fabricado em uma das unidades da empresa, em Campo Bom/RS, e o projeto será desenvolvido durante o atual semestre, como atividade integrante das disciplinas. No período, os acadêmicos terão a experiência real de projetar o produto e colocá-lo em funcionamento. O projeto conta também com a participação dos professores Eduardo Luis Schneider e Luiz Carlos Robinson, do projeto de pesquisa e desenvolvimento de novos materiais com a reciclagem de resíduos industriais. Eles utilizarão resíduos termoplásticos e têxteis da produção calçadista da própria Arezzo para a fabricação do solado do calçado. As aulas acontecem na Oficina de Design, localizada na sala 104 da Oficina Tecnológica, no Câmpus II, local que possui toda a estrutura de uma fábrica de calçados,
e também dentro da unidade da Arezzo em conjunto com os profissionais da empresa. A proposta do produto é um calçado de baixo custo que se adapta ao tamanho do pé à medida que a criança cresce, variando em até três tamanhos. A iniciativa prevê, ao final das aulas, a entrega dos 200 pares que serão produzidos para crianças em situação de vulnerabilidade social. Os próprios acadêmicos escolherão a entidade beneficiada, após pesquisarem instituições da região. Orientados pelos professores Felipe Menezes e Ariel Peixoto Possebon, os acadêmicos trabalham sob os princípios das metodologias ativas, em que o aluno é o agente da sua própria aprendizagem. Assim, eles precisam aprender sobre o produto escolhido, o processo de fabricação, os custos, a matéria-prima e mão de obra utilizada, o layout da fábrica, o tempo de fabricação, entre todos os aspectos da produção de um artigo viável comercialmente. As aulas acontecem de forma multidisciplinar, agregando as duas disciplinas e a de Engenharia Econômica de Avaliações, integrante dos currículos dos cursos da área de Engenharias e ministrada pelo professor Fábio Piran.
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para promoções instantâneas E
m tempos de consumidores pensando mais antes de gastar, é indispensável implantar na vitrina novidades que possam despertar a atenção da clientela. Para atender a esta demanda, Luqy Tecnologia lançou um sistema que facilita atualizações de campanhas e gerenciamento de imagens, vídeos e promoções em vitrinas digitais, tornando o PDV (ponto de venda) mais atrativo para o público. São duas opções: o Luqy app para instalar em tablet próprio ou no aparelho Luqy TV, que transforma qualquer TV em um display digital. Segundo a empresa, em média, 48% dos clientes que passam em frente a um estabelecimento com vitrina digital entram para conferir. A cada cinco pessoas que observam os displays, uma compra. Além disso, 75% lembram de ter visto mensagens em painel digital. “A solução é oferecida para redes de lojas, franquias, supermercados, farmácias, consultórios e lojas de varejo em geral”, explica Rodolfo Lopes, sócio-diretor da empresa. Outra vantagem é a agilidade para alterar as campanhas, seguindo o timing das vendas: caso tenha um estoque parado e queira fazer uma promoção de última hora, com o uso da tecnologia, isso é possível em um instante. Para não perder tempo salvando a arte em um pen drive e alterando cada display por vez, com essa solução é possível atualizar os conteúdos digitais com apenas um comando para um ou centenas de displays ao mesmo tempo.
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TECNOLOGIA DIGITAL
O sistema exibe vídeos, animações, fotos rotativas ou até projetos completos com o item à venda integrado ao ambiente, por exemplo. “O varejista procura sempre soluções que tragam economia e facilidade na comunicação direcionada ao seu PDV. O uso de displays digitais vem se configurando como uma tendência global para apresentar campanhas publicitárias, produtos e ofertas, economizando tempo e materiais impressos”, afirma o especialista. Todo o sistema é sem fio e a aquisição é por assinatura.
Olympikus lança Campanha fitness
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Olympikus lançou a coleção Fitness, que conta com 13 modelos inéditos para a prática esportiva, além de uma coleção completa de vestuários e acessórios. A campanha apresenta a inovação dos modelos trazendo as novidades da tecnologia EVASense, desenvolvida com sistema de amortecimento que deixa o solado mais leve e confortável; e a tecnologia Hypersox, que traz o cabedal do tênis em formato de meia, oferecendo o ajuste ideal aos movi-
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mentos. “Esses lançamentos são o resultado do constante investimento em pesquisa e tecnologia que temos feito para entregar produtos com máxima leveza, maciez e flexibilidade para os consumidores”, destaca o diretor de marketing da Olympikus, Rafael Gouveia. Para esta ativação, foi produzido um filme, com versões de 15 e 30 segundos, para ser veiculado nos canais SporTV, Multishow, GNT e Megapix.
Além disso, a aposta é na ativação no meio digital, por meio das redes sociais da marca e de influenciadores do Time Olympikus: a atriz Fernanda Souza e o esportista André Martinelli. A marca também investe nos melhores pontos de venda do país, com espaços destacados para os principais modelos. Os produtos da linha Fitness podem ser encontrados na loja online da Olympikus (www.olympikus.com. br) e em multimarcas espalhadas pelo Brasil.
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TRATAMENTO NATURAL DE RESÍDUOS
com baixo custo A
demanda mundial crescente por água limpa tem provocado o desenvolvimento de técnicas de purificação e reuso de recursos hídricos. De acordo com o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (2015), apenas 42% do esgoto gerado é tratado devidamente antes de retornar ao meio ambiente. O mesmo estudo também aponta que 37% das águas tratadas no país são desperdiçadas em vazamentos, rompimentos de tubulações ou ligações clandestinas. “Muitas empresas acreditam que o investimento em uma estação de tratamento é muito alto, mas existem soluções descentralizadas que se tornam muito eficientes”, afirma Avi Meizler, CEO da Atme Eco Solutions, empresa de tecnologia que integra soluções inteligen-
tes e sustentáveis. Um exemplo de solução com a qual a empresa trabalha é o tratamento por zonas de raízes vegetais, tecnologia conhecida como Wetlands Construídos, aplicada com sucesso no Parque Industrial de Xanguai, para purificar e devolver a água ao meio ambiente, removendo até 99% da Demanda Química de Oxigênio (DQO) e da Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO). Os dois índices são parâmetros indispensáveis nos estudos de caracterização de esgotos sanitários e de efluentes industriais. “No Brasil temos condições excelentes para a adoção dessa tecnologia, já que aqui temos um clima mais favorável e uma variedade muito maior de espécies de plantas aquáticas”, afirma Avi Meizler. O sistema de tratamento natural per-
mite, de acordo com a empresa, uma economia de até 90% em relação à instalação de uma estação centralizada de tratamento de efluentes, método tradicional utilizado para o tratamento de resíduos líquidos. Entre outras vantagens deste sistema estão o saneamento descentralizado, ausência de lodo a ser tratado, requisitos energéticos praticamente nulos, independência de produtos químicos, produção de água para reuso, produção de biomassa para reuso, além de adequação à paisagem natural. Além de parques industriais, a tecnologia é considerada um método versátil, já que a estrutura é modular e expansível. Por isso, pode ser utilizada em diferentes tipos de estabelecimento como shoppings, sistemas autônomos de saneamento, hotéis, condomínios, indústrias, entre outros.
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ATENDENDO O MERCADO COM
atualização tecnológica A FOTOS DIVULGAÇÃO
tuando há mais de 30 anos, a Alta Indústria de Trançados se destaca e vem conquistando o mercado nacional, tornando-se conhecida pela diversidade e qualidade de seus produtos, bem como pela forma que atende seus clientes nos setores de calçados, bolsas, cintos, artefatos e confecções em geral. A empresa procura trazer consigo a confiabilidade nos produtos fabricados, acompanhando as transformações e as exigências do mercado, e para isso investe em equipamentos e atualizações com novas técnicas na produção e serviços, garantindo bom atendimento e atenção aos clientes.
Potencial inovador
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ntenada nas tendências de inovação tecnológica aplicada aos negócios, a Colorgraf potencializa resultados com novos produtos. Entre as novidades está um tecido com efeito de bordado, que pode ser utilizado no revestimento de saltos e cabedais. O novo desenvolvimento, segundo a gerente do setor comercial, Uana Gaspar, é uma inovação exclusiva da empresa que, além de se assemelhar muito a um bordado original, proporciona mais rapidez na produção dos calçados.
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Soluções em tpu
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Coim divulga a linha TPU Laripur e Laricol, conhecidas e aprovadas globalmente devido à processabilidade e às características físicas, gerando redução de custos na linha de produção e consequentemente satisfação dos clientes. O executivo do departamento comercial da Coim para a linha TPU, Alexandre Savignani, salienta que, dada a versatilidade desse material, as possibilidades de aplicação são inúmeras, como o uso em calçados esportivos ou de moda. O Laripur é utilizado basicamente nos processos de injeção e extrusão. Uma das principais aplicações no Brasil é no setor calçadista, como em partes de tênis esportivos (estabilizadores e amortecedores) e em solas de chuteiras. Também pode ser aplicado na decoração de tênis esportivos, nas partes de tecidos em poliéster. Na extrusão, pode ser usado em cabos, mangueiras de irrigação e para a retirada de petróleo. Já o Laricol é fortemente utilizado na indústria de calçados como adesivo em solvente para colagem de contrafortes, por exemplo. O produto é aplicado também como filme termo adesivo ativado por alta frequência com excelentes propriedades físicas.
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ENCONTRO PERFEITO
entre tecnologia e conforto C
pecção de novos desenvolvimentos, de acordo com as exigências do mercado. As palmilhas e componentes em espuma Biolátex permanecem com o diferencial da expertise no segmento em que atuam, valorizando as propriedades únicas de beleza, saúde e conforto que todo calçado de qualidade oferece aos seus consumidores.
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omemorando 16 anos de existência a Foamtech fortalece cada vez mais o relacionamento com os seus clientes. Conforme a diretoria, a empresa orgulha-se de propiciar a reinvenção do conceito qualidade/conforto e tecnologia ampliando o seu centro de usinagem com equipamentos de alta performance. Com isso agiliza e inova na pros-
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COMPOSTO INÉDITO
para solados U
tilizar a ciência como ferramenta para desenvolver produtos que supram as necessidades de indústrias dos mais variados segmentos tem sido uma das marcas da FCC, que inovou no setor calçadista com o lançamento do ThermoplasticVinnyl Rubber (TVR), um inédito composto para a fabricação de solados. A borracha termoplástica vinílica é o resultado de mais de dois anos de pesquisa e consiste na junção de duas tecnologias já utilizadas no mercado - o TR, que se destaca pela durabilidade e facilidade de injeção; e o EVA, reconhecido por sua leveza e custo competitivo. O produto final é um componente único, que entrega durabilidade maior e acabamento nobre, sem custar a mais por isso. “É um produto que chega ao mercado com preços competitivos, mas sem deixar de oferecer aquilo que o fabricante de calçados procura em termos de durabilidade e aparência”, explica o diretor comercial para o mercado do calçado, Marcelo Garcia. Ele destaca ainda que o material pode substituir o uso de TR convencional, borracha, PVC e micro PVC.
Comparativos * Em relação ao TR convencional: melhor termo abrasão (menos riscos no chão), resistência ao rasgo e facilidade na injeção; * Em relação à borracha: ciclo produtivo mais rápido, pode fabricar solas bicolores e mais leves. Pode ser reaproveitado por ser um termoplástico; * Em relação ao micro e PVC: o dobro de grip, mais leve, facilidade no processamento e custo competitivo.
Vulcabras Azaleia atinge R$ 59 milhões de Ebitda
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Vulcabras Azaleia, uma das líderes do setor de calçados e artigos esportivos do Brasil, detentora das marcas Olympikus e Azaleia, divulgou em maio o crescimento em todos os seus indicadores, com destaque para o Ebitda, que evoluiu 57,3% em relação ao 1T16, atingindo R$ 59 milhões, o que representa 19,9% sobre a ROL. A empresa ainda registrou lucro líquido de R$ 26 milhões ante R$ 2,1 milhões do primeiro trimestre de 2016. O lucro bruto foi de 36,6%, com crescimento de 4.2 p.p. no mesmo período. As vendas tiveram aumento de 17,7%, alcançando R$ 295,9 milhões, devido à alavancagem do mercado interno, responsável por 85% deste montante. “O crescimento reflete a busca contínua pela máxima eficiência operacional e demonstra a força das nossas marcas no mercado”, disse Pedro Bartelle, presidente da Vulcabras Azaleia. Para ele, os
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resultados obtidos no primeiro trimestre deste ano seguem em linha com o plano estratégico de recuperação das margens traçado pela companhia. “Tivemos um lucro líquido de R$ 26 milhões, o que representa um crescimento muito expressivo em relação ao mesmo período do ano passado. Entre os principais fatores que contribuíram para esse bom desempenho, estão melhorias na cadeia de produção, negociações com fornecedores, processos produtivos mais eficientes, aumento de distribuição e incremento das vendas, principalmente.” Segundo o presidente, o período também foi marcado pela intensificação dos investimentos em modernização do parque industrial, na ordem de R$ 16,1 milhões, 146% a mais do que o mesmo período de 2016. “Com investimentos contínuos em tecnologia e desenvolvimento de produto, austeridade nas despesas e gestão eficaz, acreditamos que a
empresa irá manter sua política de crescimento sustentável, que já vem se mostrando efetiva desde 2016”, finalizou.
Empresa Com 65 anos de atuação no mercado calçadista brasileiro, a Vulcabras Azaleia é uma empresa gestora de marcas líderes e tem como foco a inovação. A organização atua com três divisões de negócios: Esportiva, que compreende as marcas Olympikus e OLK; Feminina, com as marcas Azaleia, Dijean e Opanka; e Botas. São mais de 1.000 modelos desenvolvidos e mais de 13 mil colaboradores distribuídos em cinco unidades no Brasil, sendo três unidades produtivas: Horizonte/CE, Itapetinga/BA e Frei Paulo/SE, um centro de desenvolvimento em Parobé/RS, um centro administrativo em Jundiaí/SP e dois centros de distribuição no Peru e na Colômbia.
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PENALTY ASSUME LIDERANÇA
em calçados de futebol E
specializada em produtos dedicados à prática esportiva, a Penalty alavancou seu desempenho nas vendas de calçados de futebol e conquistou a liderança no Brasil em volume neste segmento, segundo dados da pesquisa Kantar 2016 (a Kantar é líder mundial em análise de dados, insights e consultoria para clientes em 100 países). Na contramão do setor calçadista, que registrou uma queda de mais de 16% nas vendas, a empresa de artigos esportivos obteve 20% de crescimento em 2016, em comparação a 2015. Com bom desempenho nas categorias Calçado Infantil e Calçado para Presentear, a marca alcançou o 2° lugar em valor, crescendo mais de 15% de share segundo o mesmo estudo. O levantamento contabilizou uma amostragem de 11.300 lares, universo que representa 81% da população domiciliar e 90% do potencial de consumo do Brasil.
Chutes precisos
Com o pé direito Ao encerrar 2016 com um crescimento acima do mercado, a expectativa da Penalty para 2017 é otimista. “EsFOTO DIVULGAÇÃO
Para o salto do 3° lugar para a liderança em volume, a marca colocou em prática estratégias precisas. “Investimos em calçados de maior valor agregado, com mais tecnologia, conforto e melhor design”, conta César Ferreira, CEO do
Grupo Cambuci. Mas não foi só o produto que ganhou força, a Penalty ampliou a fábrica, a capacidade de produção e, consequentemente, contratou mais mão de obra. “Nossa produção de calçados é 100% nacional e isso nos permite produzir e entregar com mais rapidez e flexibilidade, oferecendo reposição de produtos em tempo recorde”, afirma o executivo. Segundo Ferreira, essas características são um diferencial competitivo para atender o varejo, que tem reduzido cada vez mais os estoques e prefere realizar os pedidos apenas sob demanda. Seguindo essa estratégia, a empresa investiu, entre maquinário e colaboradores, R$ 3,5 milhões na produção de calçados em 2016, ampliando a capacidade produtiva em 25% e postos de trabalho em 20%. Como força extra, a marca intensificou a presença nos pontos de venda e no circuito esportivo: a Penalty é a patrocinadora oficial da Seleção Brasileira de Futsal e mantém mais de 50 atletas patrocinados.
peramos crescer 20% em volume entre todas as categorias da companhia. Para calçados, nossa meta será mais 15% em volume e alavancar em valor”, avalia Ferreira. Para conquistar mais vitórias, a empresa aposta na renovação completa da linha de calçados, em lançamentos para todas as categorias em que atua e em um reforço no investimento em marketing: a marca irá destinar 57% a mais de verba do que o montante aplicado em 2016. “Somos uma empresa feita por brasileiros e para brasileiros. Nosso DNA está aqui e queremos reforçar presença entre os consumidores”, conclui o executivo.
Sobre a Penalty Especializada em produtos para a prática esportiva, a Penalty foi criada em 1970 pelo Grupo Cambuci, única multinacional de esportes do Brasil. A marca é a maior fabricante nacional de material esportivo e uma das precursoras do segmento no País. Na década de 1990, a Penalty seguiu com projetos de expansão e anunciou a criação de uma filial na Argentina, a primeira fora do território brasileiro, consolidando sua presença na América do Sul e no cenário internacional. A Penalty é pioneira no mercado de bolas, sendo a única fabricante do País com certificação internacional emitida pelas quatro instituições máximas das principais modalidades com bola: FIFA (futebol), FIVB (vôlei), FIBA (basquete) e IHF (handebol).
Marca cresceu 20% no segmento em um ano
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MICROFIBRAS COM ALTO
desempenho P
Por ser produzida no País, a nova linha traz uma série de benefícios para os clientes, como a vantagem da opção de compra por lotes menores e a facilidade de tingimento com diferentes possibilidades de cores, já que não dependende do processo de importação, o que elimina o risco de se ficar com grandes quantidades de cores especiais sem giro no estoque. Além disso, podem ser aplicados como avesso, forro e cabedal de calçados, bolsas, carteiras, cintos, forração de móveis, estofados ou bancos de automóveis. “Com esse novo foco de atuação, a empresa não só amplia o seu portfólio de soluções, mas também está apta a atingir outros nichos de mercado, com produtos de maior valor agregado, que exigem um nível maior de performance e acabamento”, ressalta o gerente da Divisão Shoe Components, Danilo da Costa Paula.
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ara atender a uma demanda específica da indústria de calçados por itens de qualidade superior e melhor acabamento, a Freudenberg Performance Materials, empresa do Grupo Freudenberg apresenta a sua nova linha de microfibras premium, totalmente produzida no Brasil e com características e desempenho mais próximos do couro. Entre os diferenciais dessa nova linha estão a espessura de 1,2mm (que amplia o uso para calçados femininos, infantis e tênis), e mais duas espessuras diferentes de 0,8mm (voltada para avessos) e 1,6mm (usadas em calçados masculinos e de segurança). Os materiais também de destacam pela superfície lisa, o toque suave e atraente, a maior densidade, a facilidade de tingimento e a possibilidade de ser lavado em máquinas, entre outros.
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PU COM VANTAGENS
técnicas C
om uma gama de diferentes formulações que primam pelo conforto, a performance e a proteção do usuário de calçados, a tecnologia Voralast desenvolvida pela Dow com o apoio da Agile busca atender necessidades de diversos nichos, proporcionando vantagens técnicas de acordo com as necessidades do consumidor final. Esportivos - O Voralast Ultralight é um dos destaques desta linha, numa alternativa ao EVA, agregando mais leveza e menor densidade aos solados. O gerente de marketing da área de Consumo e Conforto de Poliuretanos da Dow para América Latina, Marcus Kerekes, explica que o material pode ser injetado em densidades até 35% mais baixas que o PU tradicional, preservando as propriedades mecânicas. A tecnologia proporciona maior produtividade, diminui investimentos em moldes, oferece maior estabilidade dimensional, melhora o acabamento, tem boa receptividade às tintas e menor deformação permanente. Pode ser aplicado às entressolas, diminuindo a absorção de água. EPI - Outra solução é o Voralast GT, indicado principalmente para sapatos masculinos, botas e calçados de segurança (EPI). A tecnologia confere resistência superior à hidrólise, além das resistências tradicionais do poliéster a hidrocarburos e ácidos. Isso resulta em melhor desempenho funcional (aderência, tração em superfícies variadas e durabilidade) além de economia por dispensar o uso de aditivos de alto custo na produção.
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Loja Inteligente Masculinos - O Voralast Soft Touch alia acabamento estético do solado à leveza do poliuretano. Funcionalidade com toque macio e maior qualidade são os principais benefícios desta linha. Segundo Kerekes, a combinação para formulações diferenciadas de polióis e pré-polímeros proporciona toque macio similar ao da borracha, perfeito para calçados sociais masculinos com flexibilidade e conforto. “As propriedades mecânicas garantem memória, elasticidade e baixa abrasão, além de oferecer resistência ao atrito, mesmo em superfícies molhadas”, ressalta. A formulação deste produto é inovadora, com composição à base de éter e livre de ftalatos (compostos nocivos à saúde e de complexa biodegradação). 40% mais leve em comparação a materiais termoplásticos típicos, é também 25% mais leve que outras borrachas. Sustentabilidade - O Voralast R é um sistema híbrido que combina sustentabilidade e alto desempenho, com menor utilização de materiais e redução no consumo de energia e emissão de gases no processo produtivo. Oferece leveza, resistência e conforto para a produção de sandálias, chinelos e sapatos esportivos - como os voltados para montanhismo e trilhas, além de flexibilidade e excelente fluxo durante sua produção - o que permite mais economia no processo de fabricação, mobilidade e liberdade de design para moldes mais complexos. Por ser baseada em polióis de poliéster, que contêm matérias-primas renováveis, a solução emite menos carbono e é menos poluente.
traz tendências e inovações para o varejo
M
oda e tecnologia são dois dos fatores que estão revolucionando o mundo. Mudam comportamentos, formas de relacionamento, gestão de negócios e pessoas. Algumas destas novas tendências podem ser conferidas na M Store - Loja Inteligente, durante o Salão Internacional do Couro e do Calçado (Sicc), que ocorre de 22 a 24 de maio em Gramado/RS). A M Store é um projeto da Merkator Feiras e Eventos, promotora do SICC, em parceria com a Seta Digital, e com o modelo de negócio da Sapati. Localizado na Estação 3, um espaço diferenciado no SICC, o projeto permite aos visitantes conhecer um modelo de compra facilitado. Entre as tecnologias que serão apresentadas estão os caixas de autoatendimento, realidade virtual e aumentada, controle de fluxo, taxa de conversão de vendas e Integrador Omni Channel. “Apresentamos o modelo de negócio Sapati, que pensa a tecnologia e a inovação aplicadas ao varejo. O objetivo é simples: vender mais e melhor, ampliando lucros e garantindo o bem-estar do cliente”, ressalta o diretor da Merkator, Frederico Pletsch.
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Ma Belle
PROJETO NO SICC TEM
novo conceito O projeto tradicionalmente realizado pelo Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC) e a Merkator Feiras e Eventos durante o Salão Internacional do Couro e Calçado (Sicc) em Gramado/RS - que este ano acontece de 22 a 24 de maio - traz uma mudança de conceito nesta edição. Ao contrário de mostrar os processos de fabricação de bolsas, o espaço conta com a participação especial de duas marcas de calçados: enquanto a Ma Belle apresenta pela primeira vez uma coleção na feira, a Klin divulga o exclusivo Sistema de Absorção de Vibrações (SAV). No SICC são lançadas as coleções das principais marcas do País, auxiliando os compradores na definição de suas apostas para as vitrinas da temporada primavera-verão. A feira também promove o encontro entre a indústria nacional e cerca de 200 importadores de diversos países, ampliando as oportunidades de negócios entre a indústria e o varejo de calçados e artefatos. A Ma Belle desenvolve calçados femininos para o dia a dia e, de acordo com o diretor da empresa, Jairo Blauth, a grife foi criada para atender as mulheres de bom gosto, que acompanham tendência de moda, independente da faixa etária. Pensando nesta consumidora - que é dona de casa mas não deixa de acompanhar as no-
vidades do universo fashion - os lançamentos trazem modelos leves, com apelo de moda, porém em versões práticas para o dia a dia. Blauth conta que a Ma Belle é uma empresa jovem, que está se encaminhando para seu terceiro ano de trabalho, e o motivo para estrear a participação na feira através do projeto é por tratar-se de um espaço empreendedor. “Acredito que este projeto tenha uma visão social correta, além de proporcionar um aprendizado para nossa empresa, que está sempre se atualizando. Esta é também uma oportunidade para atingirmos um dos nossos objetivos que é a expansão da carteira de clientes dentro do mercado interno e dando os primeiros passos rumo à exportação”, avalia o empresário. A empresa traz para o Sicc uma coleção com cerca de 13 linhas, totalizando aproximadamente 130 modelos em uma grade que abrange numerações do 34 ao 39, mas projeta expandir até o 43 já no próximo ano. Usando materiais como sintéticos, tecidos e microfibra no cabedal, os calçados recebem solados em PU, PVC, TR ou EVA. Os forros são em PU, cacharel e espuma de PU, enquanto as palmilhas apresentam revestimentos também de PU. Os enfeites são geralmente de reaproveitamento de matéria-prima, além de materiais como ABS injetado e bordados.
Tecnologia SAV A Klin apresenta o Sistema de Absorção de Vibrações (SAV) que minimiza o impacto gerado sobre a estrutura musculoesquelética durante o uso do calçado. A tecnologia foi desenvolvida a partir de um estudo realizado pelo IBTeC no qual foi constatado que a onda de choque causada por repetitivos contatos do pé com o solo provoca grande parte do desgaste e lacerações do sistema musculoesquelético, devido ao efeito cumulativo da carga dinâmica, podendo resultar em processos inflamatórios, calosidades, fissuras no osso e até mesmo fraturas. A atenção deve ser redobrada com as crianças, que estariam mais suscetíveis a estes problemas na medida em que acumulam reflexos do uso de calçados inadequados ao longo do seu desenvolvimento físico e motor. A partir deste entendimento, a Klin investiu no sistema para aperfeiçoar ainda mais os solados usados nos seus calçados e o resultado é demonstrado no projeto instalado na rua 1, corredor K. No estande foram instalados uma esteira ergométrica e um sistema de sensores que mostram aos visitantes como as vibrações acontecem durante a caminhada.
ALÉM DE MOSTRAR PROCESSOS DA MONTAGEM DE CALÇADOS FEMININOS, O ESPAÇO DEMONSTRA TECNOLOGIA PARA AMORTECER O IMPACTO EM CALÇADOS INFANTIS 28
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AS NOVIDADES DO VERÃO
m duas sessões diárias durante toda a Francal - que acontece no Expo Center Norte, em São Paulo/SP de 2 a 5 de julho - os visitantes poderão conferir uma fusão de desfile e mostra, que convida jornalistas de moda, lojistas, estilistas, designers e demais profissionais a lançarem um olhar para a moda em movimento, inserida nas situações do dia a dia. Anualmente a feira é palco de negócios da temporada primaveraverão, considerada a de maior volume de vendas do ano, reunindo as principais marcas do País, além de dezenas de novas que estão despontando neste mercado. Dando continuidade à experiência que mistura negócios e relacionamento com conteúdo amplo e diversificado, a 49ª Francal se apresenta ainda mais inovadora, com novos espaços de exposição, eventos com influenciadores, inclusão da moda infantil nos desfiles, entre outras surpresas. As exportações têm peso significativo para escoamento da produção nacional de calçados. Nos últimos anos, a parcela produzida que foi exportada ficou em 13,1%. Ciente desta realidade, a Francal busca colaborar de forma a incrementar as vendas externas da indústria calçadista. De acordo com os organizadores, a relevância da feira no cenário internacional e a conhecida qualidade do calçado brasileiro atraem compradores dos cinco continentes, que encontram na mostra o ambiente de negócios ideal para atender seus países de origem. Em média, a Francal recebe em cada edição cerca de dois mil importadores de mais de 70 Países. Além da visitação espontânea, nesta edição serão trazidos dezenas de compradores internacionais de mercados-alvo, como países árabes e da América Latina.
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Já a Projeto Comprador do Programa Brazilian Footwear - promovido pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) prevê a vinda de importadores convidados de mercados como EUA, França, Reino Unido, China, Emirados Árabes e Colômbia.
Conteúdo e informação A Francal apresenta ainda uma programação voltada à oferta de conteúdo profissional a todos aqueles que criam, estudam, produzem e comercializam calçados e acessórios. O conhecimento é transmitido por especialistas e influenciadores de moda, varejo e estilo de vida por meio de fóruns, palestras rápidas e dinâmicas, e desfiles. Uma das principais atrações da feira, já no primeiro dia (2 de julho), das 15h às 16h30, o Fórum Francal traz o consultor do Núcleo de Design da Assintecal, Walter Rodrigues, para falar sobre os conceitos do verão 2018, propostas, materiais, cartela de cores e as apostas que vão eletrizar as vendas do varejo. Além de apresentar as inspirações e referências da temporada, a ideia é proporcionar um bate-papo com os participantes e oferecer uma experiência enriquecedora. Ao longo dos quatro dias da feira acontecem dezenas de palestras curtas e dinâmicas em palcos distribuídos pelo pavilhão. Nestes eventos serão abordados variados temas de interesse do varejo e dos profissionais de moda, como estilos de vida, aspirações de consumo, inovação, redes sociais e outros, apresentadas por influenciadores de moda e comportamento.
Desfiles A Arena Verão Francal vai exibir as coleções do Verão 2018 com desfiles nos dias 3, 4 e 5 de julho, em duas apresentações diárias. Serão apresentadas dezenas de calçados femininos, masculinos e infantis, bolsas e acessórios, que vão antecipar os estilos, cores e surpresas que vão estar nos pés mais antenados da próxima estação.
Prêmio Francal Top de Estilismo Há 22 anos promovendo o estilista brasileiro e revelando novos talentos, o Prêmio Francal Top de Estilismo incentiva a criatividade nacional para a indústria de calçados e acessórios de moda. No primeiro dia da Francal acontecerá a festa de premiação. Todos os premiados ganharão um troféu e prêmio em dinheiro relativo à colocação e, ao final da cerimônia, os vencedores que estiverem presentes concorrem, por sorteio, a uma bolsa de estudos no Curso de Extensão One Year - Creative Course, Shoes & Bags Design and Business oferecida pelo IED - Istituto Europeo di Design.
FOTO LUÍS VIEIRA
desfilam na Francal E
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MERCADO DA MODA CONHECERÁ TENDÊNCIAS
do Verão e do Inverno 2019 N os dias 3 e 4 de julho, o Salão de Design e Inovação de Materiais (Inspiramais) apresentará no Centro de Eventos Pro-Magno, em São Paulo/ SP as principais inspirações para a cadeia produtiva da moda brasileira. Trata-se do momento em que a indústria entrará em contato com os conceitos e os componentes desenvolvidos para o verão 2019, incluindo as novidades em materiais, tecidos, sintéticos, couros, saltos, enfeites, aviamentos e outros itens que estarão disponíveis na próxima temporada. Um dos destaques é o Preview do Couro, que antecipa as novidades em curtumes para o Inverno 2019. Durante o evento, o público conhecerá o resultado final do trabalho de pesquisa do Conexão Inspiramais, orientado para a produção de uma moda com design e identidade brasileiros. E elaborada ao longo de seis meses, a pesquisa foi disseminada por todas as regiões do Brasil por meio dos fóruns, passando
por 28 polos produtivos de calçados e confecções e por um polo varejista. Participando do evento como expositoras, fornecedoras de materiais associadas à Associação Brasileira de Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal), e ao Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB), apresentarão aos visitantes exemplos de produtos desenvolvidos sob a orientação do Núcleo de Design da Assintecal, tendo como referência os conceitos trabalhados para a moda brasileira. O público ainda terá acesso a diversos projetos que exploram diferentes aspectos da produção nacional de calçados, acessórios e vestuário. Além da Assintecal e do CICB, o Inspiramais é realizado pela Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (ABIT) e pelo Footwear Components By Brasil (FCBB)
Setor é beneficiado com novas oportunidades de negócios e relacionamentos
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Congresso Couromoda Digital, a European Shoe Case e a Pré-Coleções Couromoda 2018, que acontecerão de 10 a 12 de novembro no Expo Center Norte, são propostas para conectar fabricantes e lojistas de calçados e artefatos. O lançamento aconteceu na sede da Abicalçados, em Novo Hamburgo/RS, no dia 8 de maio, junto com a apresentação da nova logomarca. O logotipo criado pela agência Z515 se inspirou na letra C para simbolizar com sofisticação e elegância - em uma espécie de círculo virtuoso infinito - o novo momento do Grupo Couromoda. Já os eventos servem como uma plataforma de relacionamento, informações sobre as tendências do mercado, antecipação/ajuste das coleções e realização
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de negócios. “Somos mais do que uma desenvolvedora de feira, buscamos aproximar fabricantes e lojistas através de conteúdo e oportunidades comerciais”, salienta o diretor geral, Jeferson Santos. No Congresso Couromoda Digital, painelistas reconhecidos mundialmente levarão aos parceiros da feira informações sobre inovação e tecnologia da moda. Simultaneamente a esse cenário de discussões sobre o futuro do calçado, acontece o Pré-Coleções Couromoda 2018, permitindo não só a antecipação das coleções, como a apresentação de modelagens para o reforço do alto-verão. Já o European Shoe Case é uma ação conjunta com o Ars Arpel Group/Foto Shoe Group para destacar o que realmente deu certo den-
tre as opções apresentadas nas feiras internacionais. “Não se trata de tendência, mas de realidade de mercado, com informações por categoria sobre faixa de preço, materiais, cores, modelagens”, destaca o cônsul da Couromoda, Airton Santos. O presidente e fundador do Grupo Couromoda, Francisco Santos, finalizou lembrando que o mundo mudou e as organizações precisam se reinventar. “Quem não evoluir a sua maneira de pensar e gerir os negócios vai ficar fora do mercado”, salientou o executivo dizendo que esta ação é uma evolução da própria Couromoda para oportunizar o avanço dos seus parceiros. Para expor no Pré-Coleções é preciso também ser expositor da Couromoda 2018.
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FIMEC REALIZOU UMA DAS MELHORES EDIÇÕES
dos últimos anos A 41ª Fimec, que aconteceu de 14 a 16 de março em Novo Hamburgo/RS, atraiu profissionais e empresários em busca de lançamentos de novas tecnologias e inovações em componentes, couros e químicos para melhorar processos, aumentar a produtividade e tornar a indústria de calçados e artefatos ainda mais sustentável e competitiva. O Projeto Fábrica Conceito, realizado pelo Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC) em conjunto com a Fenac e a Coelho Assessoria Empresarial, foi um dos destaques da feira, que é a maior da América Latina neste segmento.
Fábrica Conceito teve a sua maior edição
Brinde no encerramento Durante o brinde de encerramento do projeto, o técnico Paulo Model ressaltou que foram entrevistadas em torno de 400 pessoas durante o processo de seleção dos profissionais para trabalhar no projeto e que a equipe montada foi perfeita. “Acertamos na escolha dos profissionais. Estamos muito contentes
com os resultados que aconteceram graças ao esforço e dedicação de cada um”, pontuou. O diretor-presidente da Fenac, Márcio Jung, ressaltou a ampla cobertura realizada pela imprensa e a intensa visitação ao projeto. “É um orgulho ter este projeto na feira, realizando um trabalho maravilhoso”, qualificou. O presidente executivo do IBTeC, Paulo Griebeler, salientou que o mais importante no projeto são as pessoas. “Há muita tecnologia de ponta, mas nada disso aconteceria sem a dedicação de cada um dos profissionais e estudantes que atuaram nesta edição. Vocês são os protagonistas”, comentou. O diretor da Coelho Assessoria Empresarial, Luis Coelho, falou sobre o aspecto social. “Muita gente será beneficiada com a doação dos calçados aqui produzidos”, destacou. A Revista Tecnicouro realizou o seu tradicional coquetel anual para confraternizar com os parceiros a edição que circulou na feira repleta de boas informações para o setor calçadista brasileiro. O evento aconteceu no estande institucional do IBTeC em clima de descontração.
FOTOS LUÍS VIEIRA
A Fábrica Conceito foi muito positiva. O IBTeC, a Fenac e a Coelho Assessoria Empresarial não mediram esforços para realizar a maior fábrica da história deste projeto que já está na sua 8ª edição. Com 1.000m², o espaço apresentou números recordes em área de instalação e tecnologias de ponta. A tecnologia como fator de produtividade
na fabricação de calçados foi o tema da edição que montou cinco linhas de produção de calçados masculinos e femininos funcionando em tempo real, envolvendo 70 profissionais, 90 máquinas em exposição, 120 componentes e insumos utilizados, cerca de 70 empresas parceiras. Os modelos femininos são da marca Usaflex, os masculinos da Pegada e o patrocínio Máster foi das empresas Basf e Solvay Rhodia. Outra novidade é que pela primeira vez alunos matriculados no Curso Técnico em Calçado do Senai-NH tiveram a oportunidade de participar do projeto, colocando em prática os ensinamentos que recebem na instituição de ensino profissionalizante.
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1.500 pares serão destinados a entidades de assistência social
Calçados produzidos na Fábrica Conceito foram doados
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o dia 19 de abril aconteceu a doação simbólica dos sapatos produzidos no projeto Fábrica Conceito. No total, em torno de 1.500 pares terão como destino a Secretaria de Desenvolvimento Social de Novo Hamburgo, o Lar da Menina, o Lar do Menino, a Horta Comunitária Joanna de Ângelis e a Associação Beneficente Evangélica Floresta Imperial - ambas do município - e a Liga de Combate ao Câncer de Ivoti, para beneficiar pessoas em atendimento nestas instituições. O diretor-presidente da Fenac, Márcio Jung, destacou que a etapa finaliza um processo iniciado na feira. “É um projeto único no mundo, que além de apresentar a produção de calçados em tempo real agrega o cunho social. Temos grande satisfação em fazer a entrega destes produtos, que foram elaborados com materiais e tecnologia de ponta e poderiam estar em qualquer vitrina”, salientou. O presidente executivo do IBTeC, Paulo Griebler, comentou que este foi o maior e mais desafiador projeto já realizado e este viés social é uma marca do empreendimento. “É muito importante a doação dos calçados para as entidades, pois sinaliza que a classe empresarial, além dos lucros, também visa ao bem-estar das pessoas”, disse. O projeto também tem a preocupação de preencher parte dos postos de trabalho com profissionais em situação de desemprego, para que tenham a oportunidade de mostrar as suas habilidades a empresários que visitam o espaço, aumentando as chances de recolocação no mercado de trabalho. “Neste ano tivemos ainda a presença de alunos
do curso técnico de calçados do Senai, que viveram uma experiência única durante os três dias da feira, o que contribuiu para a sua formação”, considerou. Luis Coelho, da Coelho Assessoria Empresarial, comentou que não consegue mais imaginar a Fimec sem o projeto, que se tornou uma referência para os visitantes. “É um empreendimento ousado e inovador. O único do mundo que mostra verdadeiramente uma linha de produção completa funcionando em tempo real”, pontuou. A prefeita de Novo Hamburgo, Fátima Daudt, e a secretária de Desenvolvimento Social, Flávia Petry, ressaltaram a importância das doações. De acordo com elas, a secretaria trabalha junto às pessoas que buscam atendimento no sentido de ensiná-las a pescar e não dar o peixe, incentivando-as a transformar suas vidas para melhor. Elogiaram as instituições e empresas envolvidas, cujas iniciativas colaboram com este processo. “Só temos a agradecer aos responsáveis por este projeto. Com iniciativas como esta podemos ampliar a ajuda a quem precisa”, falou a prefeita. A gerente de marketing da Usaflex, Bianca Gallas Garniel, o supervisor de métodos e processos da Pegada, João Luiz Outeiro, e Wagner Lourenço, da Rhodia (Intermediários e Poliamida), comentaram sobre o compromisso das respectivas organizações com a sustentabilidade social e ambiental. Representantes de entidades contempladas falaram sobre a importância dos calçados como fonte de recursos para o atendimento e ressocialização das pessoas.
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participaram da APFL A APLF Leather & Materials, que foi encerrada no dia 31 de março, em Hong Kong, teve a participação de 38 empresas brasileiras com o apoio do Brazilian Leather - projeto de incentivo às exportações de couros desenvolvido pelo Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB) em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil). Além da pauta de negócios, os rumos e as tendências do mercado foram os principais pontos destacados pelos expositores brasileiros. “As semanas que antecederam a feira tiveram incertezas para o mercado, mas conseguimos fechar negócios com valores adequados. A visitação foi boa, com pessoas concretamente focadas na compra de couros”, mencionou Rafael Mariño, gerente de exportações do Curtume Coming. Para Diego Nimo, do Curtume Nimo, o alto nível internacional da
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mostra é uma oportunidade relevante para a avaliação da competitividade e do panorama global do setor de couros. “Notamos que a tendência é, cada vez mais, agregar valor ao produto. Trata-se de um processo mais lento de relacionamento e resultado junto ao cliente, mas oportuniza a fidelização”, avalia. Para o Curtume Nimo, houve a sinalização de novos negócios e a confirmação de contatos previamente estabelecidos. Apucarana Leather, cujos principais mercados são os segmentos automotivo, de móveis e artefatos, teve uma visitação expressiva de clientes da China e Coreia do Sul. “Foi uma boa feira, com recepção a clientes já estabelecidos, em sua maioria, mas também novos contatos”, afirma Umberto Bastos Sacchelli Neto, diretor da empresa. A impressão de Sacchelli é compartilhada por Mateus Arantes e Francisco Arantes, do Curtume Cacique. Eles destacam que o relacionamento com clientes conhecidos é sempre um ponto positivo
da feira, assim como a oportunidade de conhecer novos contatos. Evandro Durli, presidente da Durli Leathers, avaliou a feira como positiva, percebendo o mercado mais aquecido e com uma demanda maior do que o panorama observado em 2016. “É preciso, no entanto, fazer um ajuste nos valores para que o couro brasileiro ganhe competitividade no mercado internacional”, destacou.
O Brazilian Leather Projeto setorial de internacionalização do couro brasileiro, o Brazilian Leather é conduzido pelo CICB em parceria com a Apex-Brasil. São várias estratégias de consolidação do produto nacional em mercados estrangeiros - incentivo à participação de curtumes nas principais feiras mundiais ligadas ao ramo e missões empresariais focadas ao estreitamento de relações entre fornecedores brasileiros e compradores de outros países são algumas delas.
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NOTAS SAPATILHA EXCLUSIVA
BEM-VESTIR Famosa por suas peças handmade, a shoemaker Paula Torres e a Capezio icônica marca de artigos para dança - uniram suas expertises para desenvolver um modelo de sapatilha. A peça que antes era um artigo exclusivo do universo do balé ganhou as ruas com versões repaginadas. Pensando em atualizar os modelos clássicos com fitas de cetim que amarram no tornozelo, a peça foi desenvolvida com a textura hit da estação, o veludo molhado, nas cores: preto, marinho e bordô.
COLABORATIVO O mais novo coworking de moda abre as portas em São Paulo. A TexPrima Loja Oficina é um espaço colaborativo de ideias e ponto de encontro de profissionais e criativos da área. Criado pela TexPrima, referência em tecidos de moda no Brasil, traz uma nova experiência para os profissionais e estudantes, com bate-papos, aulas, workshops, biblioteca de modelagem, oficina de costura, espaço para vendas e apresentações de novas marcas e serviços que visam a evolução do novo criador.
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Como faço para me vestir bem? Essa pergunta que todas as mulheres se fazem diariamente pode ser respondida sem rodeios e sem impor o que se pode ou não usar. Alice Ferraz apresenta um livro que derruba mitos e regras, e no lugar deles, propõe autoaceitação, treino, esforço e dedicação para desvendar os caminhos da moda. Também ensina o passo a passo para criar seu próprio moodboard (painel de referências para representar o conceito visual), tão necessário para ativar a criatividade e encontrar a confiança de uma pessoa bem-vestida. Com esses elementos e ilustrações inéditas de Sew Sketchy, a autora mostra que a mulher brasileira tem muito mais poder do que imagina. Aborda o novo luxo, o fast fashion, a moda praia e o principal: como valorizar a diversidade das brasileiras.
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IMAGEM/MONTAGEM LUÍS VIEIRA
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300 MOTIVOS QUE NOS ORGULHAM
de nossa linha editorial
• Luís Vieira
É
com imensa satisfação que a Revista Tecnicouro apresenta a sua 300ª edição impressa. Há 38 anos, a publicação foi criada pelo Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC) com o propósito de disseminar o conhecimento técnico e científico entre a cadeia de valor do sistema coureiro-calçadista brasileiro. Porém, cada vez mais, buscamos ampliar o nosso público-alvo trazendo para a discussão temas que tenham reflexo também na sociedade, tais como a inovação tecnológica e os seus impactos nos produtos, nos sistemas de produção e nas pessoas; a sustentabilidade dos negócios (pilares econômico, social, ambiental e cultural); a necessidade do controle das substâncias restritivas para a saúde das pessoas e a preservação do meio ambiente; os desafios para o design com identidade brasileira; os cuidados necessários para o desenvolvimento e a comercialização dos equipamentos de proteção individual (EPIs); a urgência de se detectar e atender as expectativas do consumidor contemporâneo - que está cada vez mais empoderado pela consolidação das redes sociais como meio de comunicação instantânea, de grande abrangência e longo alcance.
Referência na disseminação do conhecimento A Tecnicouro procura se renovar a cada edição sem perder o seu foco, condição esta que possibilitou ao veículo se tornar referência como fonte de pesquisa para técnicos, estilistas, designers e empresários do setor. Mas
além destes, a revista recebe cada vez mais a atenção de pesquisadores e estudantes universitários com interesse em diferentes áreas como moda, design, segurança no trabalho, engenharia de produtos e biomecânica, além de alunos de cursos técnicos do ensino médio, o que é muito significativo, pois serão eles os profissionais que garantirão a continuidade e o avanço do segmento calçadista no mercado. Ao longo das seis edições anuais, a revista procura, através dos temas abordados em suas matérias e reportagens, também incentivar os empresários a se aproximarem das instituições de ensino, dos centros de pesquisa e das agências de fomento visando a implantar no ambiente fabril a cultura da pesquisa aplicada voltada para o desenvolvimento de produtos inovadores e com alto valor agregado a partir de diferenciais competitivos como o conforto e a saúde dos usuários. Essa dedicação diária tem como propósito ampliar cada vez mais a relevância da publicação como um veículo para a disseminação do conhecimento ao longo da cadeia de valor do couro e calçado. Por tudo isso, cada exemplar que pomos em circulação nos faz acreditar que o nosso esforço vale a pena. Desta forma, aproveitamos esta edição tão significativa para renovar nosso compromisso de sempre trazer novos assuntos dos quais nossos leitores possam tirar proveito para o seu negócio, a sua atividade profissional ou os seus estudos, sendo ainda um canal confiável para a divulgação de produtos e serviços oferecidos pelos anunciantes.
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Edições históricas
A
primeira edição da Revista Tecnicouro circulou no trimestre julho/agosto/setembro de 1979, o IBTeC se chamava Centro Tecnológico do Couro, Calçados e Afins (CTCCA). A Direção Geral era presidida por Roberto Luiz Sieler e havia um Conselho de Administração e um Conselho Fiscal, além de um Grupo Executivo sob a superintendência de Davino Tomazoni. O redator da revista era Everton Leoni e a edição trouxe um artigo falando sobre o sistema internacional Mondopoint, com aprovação ISO, que foi criado para substituir todos os demais métodos de numeração em calçados.
Fleck, e havia 11 conselhos técnicos representando os setores do Couro, Calçados, Componentes, Máquinas, Meio Ambiente, Ensino, Serviços, Recursos Humanos, Moda e Design, Lojistas e Inovação Tecnológica. O superintendente era Gilmar Dalla Roza e havia ainda os conselhos Fiscal, Editorial e Científico. O jornalista Milton Grabin era editor da revista e a matéria principal foi sobre o Projeto Passo a Passo realizado na Francal, que mostrou processos da fabricação de uma chuteira e de dois modelos de tênis, com destaques para sistemas de amortecimento de impactos.
A edição de número 100 chegou ao mercado em janeiro de 1994. A Direção Geral tinha como presidente Marcos Aurélio Macedo e as vice-presidências representavam segmentos do sistema coureiro-calçadista (Couro, Calçados, Componentes, Máquinas, Resíduos Industriais e Moda e Mercado). O superintendente era Luis Coelho e a Tecnicouro tinha como editor Mauro Heitor Klein. Uma matéria tratou sobre oportunidades de exportação para a República Popular da China, que se consolidava como um imenso mercado de produção de calçados, maquinário e bens de consumo.
A 300ª Revista Tecnicouro chega renovada em 2017, com um planejamento gráfico moderno e informações em sintonia com momento desafiador do mercado. O IBTeC passou por uma reformulação no seu estatuto e está estruturado com um Conselho Deliberativo, que tem como presidente Claudio Chies, e um Conselho Fiscal. A gestão foi profissionalizada e Paulo Griebeler é o primeiro presidente executivo da instituição, estando em seu terceiro mandato consecutivo. O jornalista Luís Vieira é o editor da publicação, que nesta edição tem como chamada de capa uma matéria que explica didaticamente a questão das substâncias restritivas, um tema de extrema importância para o sistema coureiro-calçadista, principalmente às empresas exportadoras.
A Tecnicouro de número 200 foi impressa em 2004. A diretoria do CTCCA tinha como presidente Martinho
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C
om quatro unidades fabris e há 27 anos atuando com paixão na produção de calçados para o público infantil, a Kidy é um exemplo de reconhecimento da relevância que a Tecnicouro tem para o dia a dia das organizações. O gerente industrial Adriano Laercio Pires, que trabalha há 33 anos no setor e atuou profissionalmente em indústrias de diversos estados como RS, BA, SE, PB e SP e hoje é gestor industrial na Kidy Calçados na cidade de Birigui/SP, conta que pelo menos 12 gestores da organização têm compromisso de ler cada edição da Tecnicouro. De acordo com ele, assim que a publicação chega, é feito um cronograma com o nome de profissionais estratégicos, sendo estipulado a data, a hora e o local em que cada um vai receber a publicação para realizar a leitura. Todos têm o compromisso de destacar por escrito o seu parecer sobre algum artigo e anexar o mesmo à revista, para que ao final se tenha praticamente um resumo com a visão da Kidy sobre os conteúdos publicados. A diretoria, de posse deste material, pode, por exemplo, avaliar o nível de entendi-
mento que a equipe teve das matérias a partir dos comentários. “Vivemos nestes anos todos os mais variados desafios de mercado, e cada vez mais as empresas - especialmente as lideranças - precisam estar preparadas e atualizadas para que, através do conhecimento, possam ser competitivas na busca de alternativas. A Kidy trabalha isto internamente de maneira muito forte, e uma das ferramentas que usamos é, sem dúvida, a Revista Tecnicouro. Em uma mesma edição, por exemplo, o gerente do setor de corte destacou o conteúdo sobre os sistemas de produção enquanto o gerente de solados explicou o seu entendimento sobre quais são os atributos buscados no calçado. Enfim, usamos a revista de maneira sistemática na Kidy como forma de atualização, aprendizado e disciplina da leitura para cada vez mais ter um time bem preparado para os desafios que o setor nos impõe”, contextualiza. A Kidy tem capacidade produtiva para fabricar mais de 23 mil pares/dia e hoje exporta para mais de 30 países. São mais de 50 milhões de pezinhos em todo o mundo que usam calçados
FOTOS DIVULGAÇÃO
Um exemplo de uso pragmático da publicação no dia a dia da indústria
Adriano Laercio Pires
da marca, que é uma referência em conforto e inovação tecnológica. Este tipo de depoimento prestado por uma empresa de tamanha importância para o mercado nos proporciona muita satisfação e também aumenta a nossa responsabilidade de estarmos sempre buscando novos assuntos que possam ser de alguma maneira útil ao leitor. Vale lembrar que em uma pesquisa de campo realizada em 2011 por uma empresa independente foi constatado que 71% dos leitores da Tecnicouro possuem graduação superior, mestrado ou doutorado, 28% têm formação técnica e 1% são alunos do ensino médio, os quais avaliaram os artigos científicos e técnicos, além das reportagens, como os principais assuntos de interesse.
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Lideranças reforçam a importância da Tecnicouro para o desenvolvimento do sistema coureiro-calçadista brasileiro
Heitor Klein
“A Revista Tecnicouro, editada pelo IBTeC, em seus 38 anos de circulação tem sido um veículo de informação extremamente importante para a cadeia produtiva do couro, calçados e artefatos. No caso especifico de artefatos de couro e artigos de viagem, o conteúdo técnico-cientifico da publicação bimestral contribui de forma decisiva para o desenvolvimento dos processos, produtos e serviços do segmento. Além do aspecto tecnológico, a revista leva às empresas representadas pela Abiacav informações relevantes, através de reportagens especiais, tendências de mercado, cases de sucesso, dedicados diretamente ao nosso setor. A Abiacav parabeniza o IBTeC, e sua equipe de colaboradores, pela relevante marca alcançada de 300 edições da Revista Tecnicouro. Desejamos que continue sendo bem-sucedida e que nossa parceria se mantenha profícua ao longo das próximas décadas.” Vidal Veicer Presidente da Abiacav (Associação Brasileira das Indústrias de Artefatos de Couro e Artigos de Viagem)
Marcone Tavares
“A Revista Tecnicouro tem um papel muito importante de prestar informação de qualidade e com credibilidade para a cadeia coureiro-calçadista brasileira. Posso dizer que temos a sorte de poder contar com uma publicação de tamanha abrangência para assuntos relativos ao segmento, especialmente na parte técnica de produção. Gostaria de, em nome dos calçadistas brasileiros, parabenizar a revista pelo seu número 300 e ainda desejar um êxito que proporcione a publicação de muitas edições mais,
Vidal Veicer
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brindando o setor com informação de qualidade.” Heitor Klein Presidente executivo da Abicalçados (Associação Brasileira das Indústrias de Calçados)
“Tal como outros segmentos, o varejo de calçados vive dias de transformação, em que a informação tem papel relevante para a qualificação das atividades diárias e, principalmente, o atendimento dos novos hábitos de consumo. A Revista Tecnicouro é o veículo que oportuniza às lojas o acesso a conhecimentos técnicos sobre produtos, processos e materiais calçadistas, que se somam às informações sobre mercado, moda, gestão e outras áreas disponibilizadas por outras fontes da imprensa. Assim, ao completar 38 anos de atividades e 300 edições publicadas, destacamos a notável contribuição da revista ao desenvolvimento do comércio brasileiro de calçados. Desejamos que esta trajetória tenha continuidade e, desta forma, nós, dirigentes de lojas, possamos continuar nos valendo de seu conteúdo especializado para potencializar a gestão de nossos negócios.” Marcone Tavares Presidente da Ablac (Associação Brasileira de Lojistas de Artefatos e Calçados)
“O setor do couro e calçado brasileiro se destaca como um dos principais fornecedores mundiais, desde a matéria-prima até o produto final, graças à capacidade da indústria brasileira em constantemente estar desenvolvendo
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Marlos Schmidt
conhecimento e novidades. Esta condição é resultado de uma soma de fatores, sendo um dos pontos importantes a existência de espaços de desenvolvimento e de transmissão de conhecimento. O setor de máquinas agradece e valoriza a Revista Tecnicouro, que completa 300 edições, sempre disponibilizando e se destacando junto a nossas empresas e clientes, gerando informações muito relevantes para que cada vez mais o setor se consolide em seus mercados e conquiste novos espaços.” Marlos Schmidt Presidente da Abrameq (Associação Brasileira das Indústrias de Máquinas e Equipamentos para os Setores do Couro, Calçados e Afins)
“A Tecnicouro representa o que de melhor temos no setor coureiro-calçadista. Sua relevância de conteúdo técnico diferenciado e dinâmico ajuda toda a cadeia a entender e se atualizar sobre o setor. Além de jornalistas premiados e respeitados que assinam o conteúdo e garantem credibilidade jornalística ao veículo, tem a relevância do IBTeC - um dos mais respeitados institutos de pesquisa e tecnologia do País. Por tudo isso a Revista Tecnicouro é respeitada dentro das empresas. Que venham mais 300 edições.” Ilse Guimarães Superintendente da Assintecal (Associação Brasileira de Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos)
“A indústria coureira tradicionalmente se direciona para regiões em que existe maior disponibilidade de matéria-prima. No Brasil, produção bovina se transferiu principalmente para o Centro-Oeste, perdendo espaço no Rio Grande do Sul. Mesmo assim, nós, gaúchos, seguimos como o referencial tecnológico e de design na produção brasileira de couro. Isto se deve à expertise concentrada em nosso Estado. A Revista Tecnicouro, que chega a sua edição 300, tem sido de grande relevância como espaço que trata dos temas que formam o conhecimento necessário para que estejamos tecnologicamente no nível mais elevado da produção mundial de couro.” Moacir Berger Presidente executivo da Aicsul (Associação das Indústrias de Curtume do Rio Grande do Sul)
“Com uma pauta equilibrada, conjugando assuntos técnicos e o panorama de atividades do setor com tendências da indústria e do mercado, a Revista Tecnicouro é uma leitura de grande relevância para quem trabalha e está inserido nos segmentos do couro, químicos, componentes e calçados. Seus anunciantes, igualmente, expressam as novidades e orientações em produtos e serviços, em uma legitima vitrine de credibilidade dentro do setor. Por tudo isso, a Tecnicouro é um recurso indispensável para informação, qualificação e atualização que o CICB parabeniza, não somente nesta edição significativa, mas também em toda a sua história pregressa e futura.” José Fernando Bello Presidente executivo do CICB (Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil)
Moacir Berger
Ilse Guimarães
José Fernando Bello
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Jeferson Santos
Márcio Jung
Abdala Jamil Abdala
“A marca de 300 edições, ao longo de 38 anos, por si só já demonstra a relevância da Revista Tecnicouro para o setor calçadista. Esta longevidade é o atestado definitivo do padrão de excelência da revista, que aborda temas e assuntos sempre pertinentes e atualizados. Mesclando informações técnicas altamente especializadas com opiniões de importantes protagonistas do setor, a publicação contribui de forma definitiva para o progresso do cluster, fazendo análise de cenários e projetando o futuro da cadeia produtiva. A Couromoda parabeniza os dirigentes e os profissionais que fazem esta importante revista.” Jeferson Santos Diretor geral da Couromoda
“É de extrema importância para todo o setor que tenhamos veículos segmentados e preocupados em produzir conteúdo técnico sobre o mercado coureiro-calçadista, tecnologias e inovações. É através desta mídia que a indústria pode tanto mostrar o seu trabalho, quanto coletar informações que podem fazer a diferença em suas produções. Para a Fimec, especificamente, a Tecnicouro é essencial, pois nos ajuda a levar adiante o que está dentro de nossos pavilhões durante três dias. Parabenizo a revista por estas 300 edições em 38 anos de circulação e desejo ainda mais tempo no mercado, auxiliando o cluster a crescer através de informação de qualidade e relevância.” Márcio Jung Diretor-presidente da Fenac
“A 300ª edição da Tecnicouro não é um marco apenas para o IBTeC e a
equipe que faz a revista, mas para toda a cadeia do couro e do calçado. O alto nível técnico das matérias e artigos fornecem orientações essenciais aos profissionais ligados diretamente com desenvolvimento e fabricação dos produtos, ao mesmo tempo em que brinda os demais públicos com uma leitura agradável e instrutiva. Sua relevância vai além desses aspectos ao realçar os casos de sucesso da indústria e provocar o debate sobre obstáculos que precisam ser vencidos para o amplo desenvolvimento do setor. Parabéns, Tecnicouro. Vida longa e próspera!” Abdala Jamil Abdala Presidente da Francal Feiras
“O IBTeC nasceu para oferecer ao setor um referencial de estudo e de pesquisa, a fim de equipar nossos produtos com alta tecnologia para que as nossas indústrias possam oferecer qualidade e conforto aos nossos consumidores sejam eles do mercado doméstico ou internacional. Acredito que ao longo deste período, a instituição desenvolveu mecanismos que instrumentalizou o nosso segmento, tornando-o mais competitivo e mais eficiente. Nestes últimos tempos, toda a estrutura do IBTeC tem se tornado cada vez mais necessária, visto as diversas opções tecnológicas que estão à disposição da indústria. É preciso um centro que possa irradiar este conhecimento. Vejo o IBTeC dentro deste prisma. E neste contexto a Revista Tecnicouro tem um papel fundamental. Parabéns pela edição de número 300.” Frederico Pletsch Dretor da Merkator Feiras e Eventos
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RETILOX APRESENTA NOVO CONCEITO PARA A PRODUÇÃO
de solas de borracha O primeiro Happy Hour com Tecnologia de 2017 realizado pelo IBTeC aconteceu no dia 22 de março com a palestra Nova tecnologia e conceito na produção de solas de borracha curada efetuada pelo diretor técnico comercial da Retilox Química, Anthonio D’Angelo. O profissional garante que a novidade se trata de uma revolução no mercado de solas de borracha vulcanizadas e prensadas, assim como solas e viras em autoclave, que na sua avaliação conta hoje com um sistema de produção muito complexo, com diversos processos e fases, bem como o excesso de ingredientes utilizados. A tecnologia proposta possibilita o uso de menos itens de compras e de logística, fórmulas menos complexas e de menor custo - a produção do composto é mais simples e a aceleração ocorre em uma só etapa, pois é realizada diretamente no bambury, eliminando-se a segunda etapa de mistura (aceleração) que se utiliza atualmente no sistema convencional via enxofre e aceleradores. “O novo método é por compressão e envolve principalmente a troca do sistema de cura - via enxofre e aceleradores e seus ativadores e retardador - pelo sistema base peróxido especial, já com patente requerida, que elimina todos esses ingredientes, operando à baixa temperatura de 150 a 165°C”, explica. No sistema hoje usado pelas empresas, a aceleração é adicionada
após descanso da massa por 24h, em cilindro aberto, para evitar que aconteça a pré cura, com tempos de cura longos, com baixa produtividade e maior consumo de energia elétrica. Ainda há riscos de pré cura e perda da massa, além dos problemas de descoloração. No quesito sustentabilidade, existe uma maior dificuldade na reutilização de rebarbas e reciclagem.
Vantagens Com o sistema apresentado, a massa acelerada e depois de pronta tem um tempo de descanso menor, entre uma e oito horas. Agilizando os tempos de cura, as indústrias ganham produtividade, menor custo de energia e melhor aproveitamento da mão de obra. O desenvolvimento ainda proporciona propriedades físico-químicas superiores, e processo de reciclagem mais eficiente, com melhor aproveitamento na reutilização de rebarbas ou outra perdas. As cores ficam mais vivas e o branco com maior alvura (sem amarelar pela exposição à luz solar). É possível ainda potencializar a ação dos corantes resultando em cores mais vivas e brancos com até 50% de redução da pigmentação, além de produtos translúcidos, contribuindo para a diminuição da densidade dos compostos e a redução de preço fórmula. Para exemplificar as vantagens asseguradas, o palestrante citou o caso de uma empresa que operava com um custo de R$ 13,36 por quilo em
sistema à base de enxofre e diminuiu para R$ 13,27 quando passou a usar o peróxido, o que significou uma redução de 9 centavos de real por quilo em materiais. “Tem muitas empresas perdendo dinheiro por não adotar esta tecnologia. O grande erro estratégico é delegar a decisão ao setor de compras que, sob pressão, só considera o custo dos materiais, deixando de levar em conta os benefícios proporcionados por diferentes tecnologias e sistemas. Sem dúvida, a resistência ao peróxido acontece pela tendência de se trabalhar na zona de conforto e pela falta de conhecimento técnico”, lamenta.
Mais novidades D’Angelo ainda falou sobre duas outras novidades - a tecnologia para a vulcanização contínua de viras, que possibilita a produção de 350 a 400 metros por hora, aumentando a produtividade, e a tecnologia Pró EVA Revolution, que consiste em um sistema de cura, expansão e emborrachamento para EVA que proporciona um produto acabado com melhor aspecto visual, que copia melhor o desenho do molde dando um toque mais emborrachado, pois substituiu com vantagens parte do EVA, proporciona menor encolhimento e potencializa as cores utilizando menos pigmento. A consequência é qualidade superior com excelentes propriedades, maior produtividade e sem brilho no artefato final.
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CRESCIMENTO SERÁ LENTO E EM CENÁRIO
de incertezas e desinflação N o dia 18 de abril, a economista Patrícia Palermo apresentou a sua análise de mercado para 2017. Inicialmente, falou sobre aspectos da macroeconomia e no final da apresentação deu dicas sobre como as empresas podem se proteger nesse cenário que, segundo ela, será marcado por incertezas políticas no Brasil e exterior, crescimento fraco e lento da economia interna e desinflação no País.
Incertezas à vista A especialista comentou que entre as certezas que pairavam no mundo, especialmente entre os países desenvolvidos, uma era a ideia de que a globalização não só tornava as nações mais ricas como contribuía para a paz, pois a tendência é não fazer guerra com quem se relaciona comercialmente. Este conceito era bem quisto até que nos últimos tempos a linha de raciocínio vigente começou ter novas interpretações, que podem impactar profundamente as relações internacionais. “Vários países desenvolvidos se sentem hoje prejudicados com
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Previsão foi apresentada por economista durante evento setorial, que citou o conforto como diferencial competitivo
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o livre comércio a quem julgam ser um fator preponderante para o que chamam de exportação de empregos e, a partir dessa visão, adotam medidas para se fechar. Dois exemplos recentes são o referendo que sinalizou para a saída do Reino Unido da União Europeia (UE), movimento que ficou conhecido como Brexit, e a postura do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, que assumiu o comando do país com um discurso populista nacionalista e de protecionismo”, ilustrou. O dirigente norte-americano dá sinais de que pretende acentuar a economia de pleno emprego. Isso pode levar ao aumento do consumo, da inflação e dos juros nos EUA e, consequentemente, causar fuga de capitais que serão investidos em países emergentes, o que pode beneficiar o Brasil. Na política interna, a grande incerteza é sobre os resultados concretos da Operação Lava Jato. “Esse processo todo que está acontecendo é bom a médio e longo prazo para a imagem do País, mas também cobra um alto preço a curto prazo. O presidente empossado, Michel Temer, não tem apoio popular mas é bem articulado no Congresso. Porém os políticos estão atuando em mecanismo de autodefesa e com isso se perdem no seu real papel para com a sociedade, o que pode atrasar reformas importantes que dariam maior segurança para investidores. Se por um lado a economia mundial está crescendo, por outro o Brasil caminha a passos lentos devido a problemas exclusivamente nossos e não por falta de oportunidades”, contextualizou.
A tendência é de crescimento Ela salientou que a previsão é o Brasil crescer em torno de 0,4% em 2017 e disse que, apesar de parecer pouco, não se pode esquecer que este pequeno aumento está revertendo uma sequência de quedas. O aumento da safra de grãos e a liberação das contas inativas do FGTS foram apontados como fatores que contribuem para o aquecimento da economia. “As ameaças vêm do ambiente político. Para avançarmos precisamos fazer reformas mostrando ao mundo que temos condições de retomar o crescimento”, reafirmou Patrícia, destacando como as reformas mais urgentes a da Previdência, a Trabalhista e a Tributária, que, se realizadas, formarão a base para um crescimento sustentável a médio prazo.
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Processo de desinflação A economista ilustrou que, além da queda no IPCA, há um menor índice de difusão dos aumentos dos preços e, também, menos itens tendo seus preços aumentados. Tudo isso vai proporcionar reajustes reais para os trabalhadores, injetando mais dinheiro na economia, aumentando o consumo. “A expectativa para 2017 é encerrar com 4% de IPCA, número que deve se manter estável em 2018. O fato abrirá espaço para a aceleração da redução dos juros, o que deve ajudar na recuperação econômica”, projetou.
O que as empresas podem fazer na crise Patrícia também deu algumas dicas para as empresas neste momento desafiador. Investir na qualificação de produto e atendimento estavam entre as listadas. A palestrante destacou que a taxa de demissão tem sido menor que a taxa da desaceleração da produção. Isso significa que há muita ociosidade ainda nas empresas, o que leva a crer que a retomada do emprego não vai ser rápida quando a roda da economia começar a girar novamente. “Se por um lado as empresas demitiram menos nos últimos meses, por outro elas não readmitiram e isso freou a rotina de alta rotatividade da empregabilidade. A tendência é que ao longo deste ano as demissões ainda continuem a acontecer, mas sem a geração de novos postos de trabalho”, comentou ela, lembrando que, apesar disso, as pessoas empregadas, na medida que economia começa a melhorar, tendem a perder o medo e voltam a consumir. Também lembrou que a população brasileira nos últimos anos foi
estimulada a consumir e de repente se viu freada. Isso gerou uma demanda reprimida e essas pessoas estão ávidas para voltarem a comprar. “De dezembro de 2014 a dezembro de 2015, a inflação aumentou para 10%. Isso mudou o hábito de consumo das pessoas em itens muito importantes, como a luz elétrica e a alimentação, entre outros. Com a diminuição do consumo os preços caíram, a inflação acompanhou esta queda e com isso o pessimismo também diminuiu, embora ainda não estejamos otimistas”, contextualizou.
Estratégias No cenário de incertezas, a concorrência entre as empresas fica acirrada e as organizações crescem no terreno das outras, assegurou Patrícia, lembrando a necessidade de se identificar entre as perdas aquelas relacionadas à crise e aquelas relacionadas a erros de estratégia.
Conforto “Há pouco tempo, as mulheres aceitavam calçar qualquer sapato para ficarem bonitas, mas hoje querem ficar bonitas e também se sentirem confortáveis. Quem não atender a esta expectativa vai perder vendas. Isso tem mais a ver com o comportamento das pessoas do que com a crise em si”, comentou ela destacando que ter 40 anos de história não garante o futuro. “Quando a conjuntura ao redor muda não se pode continuar a fazer as mesmas coisas, tem que arriscar, principalmente em momentos como este quando a economia começa a melhorar, e vai arrancar na frente quem estiver mais preparado”, ponderou. As pessoas estão cada vez mais tomando decisões conectadas e isso aumenta a importância do investi-
mento na qualificação das equipes e nas tecnologias digitais. “Até 2030, 47,5% do mercado consumidor terá entre 15 e 30 anos e essas pessoas serão todas conectadas. Portanto, é preciso evoluir para estar em sintonia com esse público”, afirmou. Ela ainda lembrou que a equipe é a cara da empresa e as organizações precisam ter políticas adequadas de remuneração, bom ambiente, condições para a realização do trabalho e mostrar reconhecimento - tanto sobre o que está certo quanto o que está errado, dando o feedback ao trabalhador, ao qual devem ser lançados desafios condizentes com a sua capacidade de realização. “Isso leva a uma reflexão: será que temos as pessoas certas nos lugares certos para chegarmos aos resultados pretendidos?”, questionou a economista, que terminou a sua apresentação salientando que não se pode prometer ao cliente o impossível de ser realizado, mas sempre que possível fazer mais do que o prometido. “Todos somos um pouco responsáveis pela recuperação do Brasil. O processo está apenas começando, mas corram nas empresas de vocês e façam o melhor”, instigou. O evento Análise de Cenários é realizado pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) em parceria com a Associação Brasileira de Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal) e Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB). São apoiadores a Associação Brasileira das Indústrias de Artefatos de Couro e Artigos de Viagem (Abiacav), a Associação Brasileira das Indústrias de Máquinas e Equipamentos para os Setores do Couro, Calçados e Afins (Abrameq) e o Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC).
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MPE DO SETOR DE EPI
recebem treinamento N
grande quantidade de regulamentos que precisam ser seguidos à risca. Essa, na avaliação de Mônica, é uma das principais dificuldades encontradas pelos fabricantes, pois o entendimento pleno dos documentos é dificultado pelo volume de informações e até mesmo pela maneira como as orientações são dispostas. A profissional explicou que a Portaria 451, por exemplo, faz a discriminação de toda a documentação a ser encaminhada ao MTE para a obtenção do Certificado de Aprovação. Já a Portaria 452 trata das marcações necessárias nos equipamentos de proteção, do manual de instruções e do memorial descritivo, os quais indicam as características, o nível de segurança e proteção proporcionado e até mesmo o prazo de validade do EPI. A Portaria 453, por sua vez, foca no trabalho realizado pelos laboratórios, como os ensaios e relatórios, que determinam se o produto testado atende minimamente os requisitos de segurança necessários de acordo com as atividades de trabalho a que eles são destinados. “É um trabalho muito complexo e minucioso, que demanda um tempo considerável para entender cada item que compõe esse universo de produtos. O laboratório tem o conhecimento necessário e trabalha com toda a seriedade para que o cliente não perca tempo tentando desvendar esse emaranhado de questões burocráticas, mas se concentre em apresentar um produto adequado e que esteja acompanhado de toda a documentação comprobatória. É por isso que somos tão minuciosos e até mesmo rigorosos com relação à checagem dos documentos e produtos, afinal de contas não se trata apenas de agrupar informações, o propósito é garantir a integridade física e a saúde do profissional que vai usar o equipamento durante a realização do trabalho”, contextualizou. FOTO LUÍS VIEIRA
o dia 26 de abril, aconteceu na sede do Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC) o workshop Clínica Tecnológica, que faz parte de um convênio do instituto com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Na oportunidade, representantes de 21 MPEs de equipamentos de segurança e proteção ao trabalhador participaram de uma consultoria realizada por técnicos e consultores do IBTeC. As orientações repassadas abrangeram aspectos legais, técnicos e burocráticos relacionados aos testes laboratoriais e à obtenção ou renovação de Certificados de Aprovação (CA) junto ao Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). O consultor Paulo Model apresentou os demais especialistas e explicou que o IBTeC, mais do que emitir laudos, se preocupa em orientar os seus clientes para que possam melhorar os seus produtos de forma a adequá-los às diretrizes do MTE, que é quem fiscaliza esse mercado. “Somos um intermediário entre o Ministério e as empresas”, resumiu. A consultora Mônica Mombach, que focou sua palestra na parte de documentos e legislação, salientou que os empresários precisam resolver muitas situações no cotidiano dos seus negócios, o que dificulta um envolvimento maior com as questões burocráticas que envolvem todo o processo de obtenção, renovação ou inclusão/alteração do CA. “Frequentemente os fabricantes não entendem os motivos que levam o laboratório a fazer tanta cobrança com relação à documentação sobre os EPIs em teste. Mas todas as solicitações têm como motivo garantir a total transparência do processo de acordo com as determinações do Ministério”, comentou. Um dos assuntos foi a norma NR6, que trata da definição de EPI. A diretriz é composta por várias portarias com uma
Consultoria foi realizada numa parceria entre o IBTeC e o Sebrae
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Marcações Obrigatórias Uma das principais dúvidas entre os participantes foram as marcações obrigatórias no EPI: - Identificação da empresa: nome da empresa detentora do CA e não a marca do cliente; - Número do CA; - Especificação do Lote: para facilitar a rastreabilidade; - Data de fabricação; - Referência: nome como o EPI é conhecido no mercado; - Pictogramas: simbologias apropriadas com o tipo de proteção oferecida durante a realização do trabalho. As normas estão sujeitas a alterações periódicas e isso às vezes implica, inclusive, em mudanças nas marcações e pictogramas. O MTE é muito exigente quanto a estas marcações, portanto é fundamental se manter sempre atualizado. “Quando o EPI entra no laboratório ele precisa estar acompanhado do seu memorial descritivo, explicando o nível de desempenho/proteção oferecido, as atividades para as quais ele é indicado, e também os materiais usados nas diferentes partes. É necessário, ainda, enviar amostras em quantidades suficientes - e com as marcações obrigatórias para que se iniciem os ensaios”, explicou ela, complementando que o manual de instruções também é quesito obrigatório, juntamente com o memorial. “O laboratório faz a checagem das informações e arquiva os documentos pelo prazo de 10 anos, conforme orientação do MTE”, explicou. A consultora comentou ainda que o sistema de controle é baseado em documentos físicos, o que gera muito retrabalho e eleva os
custos. “Está se iniciando um sistema para o envio de laudos técnicos no formato digital, porém, como o sistema do MTE é instável, os laudos ainda podem ser enviados tanto no formato digital quanto em papel. Mas quando tudo estiver funcionando vai ter um prazo de carência para a adaptação e depois só serão aceitos laudos digitais. Esperamos que algum dia todo o processo seja informatizado”, considerou.
Estatísticas O coordenador técnico da Unidade de Negócios de Materiais, Ademir de Varga, ressaltou que para o IBTeC o prazo de entrega é uma prioridade, assim como os procedimentos éticos em todos os processos. Ele apresentou dados estatísticos sobre o mercado de EPIs no Brasil e, segundo o profissional, os calçados de segurança correspondem a 33,1% deste mercado, enquanto as luvas 27,3% e as vestimentas 20,1%, o que significa que estes correspondem a mais de 80% do mercado de equipamentos de proteção. Com relação aos acidentes, as partes que mais são atingidas durante o trabalho são os dedos (19%), os pés (6%) e as mãos (5,8%). Já entre as atividades com mais acidentes despontam situações de atendimento hospitalar (7,9%); comércio varejista (3,2%); atividades da administração (3,1%); construção de edifícios (3,0%); transporte rodoviário e carga (2,5%), que somados correspondem a 20% dos acidentes.
Metodologias O engenheiro químico, Marcelo Lauxen, começou a sua apresen-
tação lembrando a evolução do processo de certificação dentro do Ministério do Trabalho e Emprego. Segundo ele, até 2009, 50% dos laudos eram emitidos tendo como base termos de responsabilidade e a outra metade eram laudos técnicos, mas a partir de 2009 não foram mais aceitos os termos de responsabilidade e apenas laudos técnicos passaram a ser reconhecidos. Hoje, 80% do volume de solicitações se baseia em laudos de ensaios e 20% são laudos via sistema estipulado pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) - com o testes realizados em amostras na linha de produção das empresas ou em produtos já disponibilizados para o mercado. Há uma nova metodologia em estudo para o segmento de calçados e vestimentas, que é parecida com o sistema do Inmetro, mas o instituto é substituído por um organismo certificador independente. Quando houver a renovação do CA a empresa não vai apresentar uma amostra. O organismo certificador pode selecionar algum produto que esteja na linha de produção ou até já no mercado pronto para ser comercializado, mas toda a análise será baseada em cima das mesmas normas já existentes e que regem os procedimentos dos laboratórios e os requisitos obrigatórios nos produtos. Por isso, é fundamental que os produtos sejam fiéis àqueles testados inicialmente no laboratório, e que receberam o CA. Qualquer não conformidade, como a substituição de uma matéria-prima ou a mudança de densidade ou espessura de um componente, não é tolerado, o que significa a reprovação do equipamento e consequentemente o indeferimento do CA.
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EMENDA VISA A MANTER
desoneração da folha D urante palestra-almoço, promovida no dia 5 de maio, em Novo Hamburgo/RS, entidades do setor calçadista receberam da senadora Ana Amélia Lemos (PP/RS) a notícia de que encaminhou emenda à MP 774, para que seja mantida a desoneração da folha de pagamento para os setores de têxteis, de móveis e calçadista, que, desde 2012, em virtude de medida no escopo do Plano Brasil Maior, pagavam parte do faturamento bruto em substituição à alíquota de 20% sobre a folha de pagamento. Segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), a medida trouxe mais competitividade para o setor calçadista, que hoje paga uma alíquota de 1,5% sobre o faturamento - a MP do Governo Federal, publicada no final de março, acabaria com a desoneração a partir de 30 de junho. “O momento em que o Governo Federal encaminhou a MP 774 foi inoportuno. Com 14 milhões de desempregados, não podemos aumentar esse contingente onerando setores intensivos em mão de obra, caso dos inclusos na emenda”, explicou Ana Amélia, ressaltando que a “reoneração” prejudicaria a competitividade no mercado doméstico e também além-fronteiras, em função do aumento dos preços.
Medidas
A senadora gaúcha também destacou que o Governo Federal busca trazer maior segurança a investidores e trabalhadores, por meio da regulamentação da terceirização e a modernização da legislação trabalhista. “As configurações de trabalho mudaram e é preciso que a legislação seja adaptada aos novos tempos. A Reforma não tira direitos básicos dos trabalhadores, está na Constituição, direitos como férias, 13º salário, seguro-desemprego, entre outros, seguem inegociáveis. Nós não podemos conceber que, em tempos atuais, patrões e empregados não possam sentar em uma mesa e conversar”, comentou Ana Amélia. O evento foi uma realização conjunta daAbicalçados, Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB), Associação Brasileira de Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal), Associação Brasileira das Indústrias de Máquinas e Equipamentos para os Setores do Couro, Calçados e Afins (Abrameq), Associação das Indústrias de Curtumes do Rio Grande do Sul (AICSul) e Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Novo Hamburgo, Campo Bom e Estância Velha (ACI NH/CB/EV).
Repasses de novos editais da Fapergs somam R$ 18,5 milhões
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o dia 4 de maio, Paulo Griebeler e o Dr. Valdir Soldi, respectivamente presidente executivo e vice-presidente executivo do Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC), participaram do lançamento dos editais de fomento à pesquisa da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (Fapergs), vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia (SDECT). A solenidade aconteceu no Palácio Piratini - sede do governo gaúcho, em Porto Alegre/RS. A pesquisa, o desenvolvimento tecnológico e a inovação receberão apoio do Governo gaúcho que autorizou re-
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passe de R$ 18,5 milhões a três editais lançados - Programa Pesquisador Gaúcho (PqG), Programa de Pesquisa para o SUS (PPSUS) e Programa de Auxílio ao Recém-Doutor (ARD). O governador José Ivo Sartori falou que os editais são uma proposta com visão para o futuro e feitos com planejamento. “Estamos expressando nossa disposição e vontade, enquanto poder público, para investir na pesquisa, no desenvolvimento tecnológico e apostar nos jovens pesquisadores”, afirmou. Sartori também disse que “a pesquisa científica é uma riqueza que orgulha o Rio Grande do Sul” e gera desenvolvimento para o Estado. Os editais têm
data para as inscrições e todas as informações necessárias estão no site www. fapergs.rs.gov.br. O gerente de projetos do IBTeC, Tetsuo Kakuta, destaca que os editais PqG e ARD são ótimas oportunidades para que pesquisadores desenvolvam novas tecnologias convergindo pesquisas básicas em inovações tecnológicas, e também para desenvolver novas pesquisas. “Como forma de promover o desenvolvimento tecnológico para o setor, o IBTeC coloca à disposição dos pesquisadores interessados a equipe técnica do Núcleo de Inovação Tecnológica, seus doutores pesquisadores e toda sua infraestrutura laboratorial”, salienta.
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ABICALÇADOS RECONHECE
referências do setor E
m noite de festa para o setor calçadista nacional, a Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) reconheceu as melhores práticas do segmento nas categorias Gestão Industrial, Marketing, Design, Sustentabilidade e Internacionalização. A quinta edição do Prêmio Direções foi entregue no dia 27 de abril, em Novo Hamburgo/RS. Além das premiações, a cerimônia fez referência às comemorações de 34 anos da Abicalçados, completados no último dia 20 de abril. O presidente do Conselho Deliberativo da entidade, Rosnei da Silva, ressaltou a importância do reconhecimento das melhores práticas do segmento. “Estamos muito satisfeitos com as práticas aqui reconhecidas, o que demonstra que estamos conseguindo cumprir, com excelência, o papel de estimular o setor calçadista por meio dessas referências”, disse. A premiação reconheceu um total de nove cases, com premiações por porte da empresa, além da melhor matéria sobre o setor escrita ao longo de 2016. Na oportunidade, os ganhadores receberam Troféu 5º Prêmio Direções e permissão para uso do selo da respectiva edição. Terão ainda divulgação nos canais de comunicação da entidade, como hotsite específico do prêmio; e promoção em universidades e escolas durante congressos e seminários realizados pela associação ao longo do ano.
Blitzes cumprem Lei do Couro
A
s Blitzes Lei do Couro realizadas no mês de abril nos bairros do Bom Retiro e Brás, em São Paulo/ SP, oportunizaram à equipe do Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB), que lidera a ação, uma boa avaliação sobre os resultados obtidos pela conscientização da lei que proíbe o uso de expressões como “couro sintético”, “couro ecológico” ou “couro vegano”. Há dois anos, a blitz foi realizada na mesma região e, de acordo com o coordenador da ação, Ricardo Michaelsen, os reflexos positivos são percebidos. “A maioria das infrações é cometida pelos vendedores diretos, pois há mais rotatividade nestas equipes. Entre os gerentes o conhecimento sobre a lei é muito maior, pois já tiveram contato com a Blitz em 2015”, relata Michaelsen. A Lei 4.888/65 destaca que somente produtos oriundos de pele animal podem receber a denominação “couro”. O formato da Blitz Lei do Couro contempla visitas a comerciantes, alertando erros e
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esclarecendo os detalhes da legislação e suas penas. Alguns lojistas visitados guardam ainda folders e cartazes sobre a legislação entregues na primeira edição da blitz, além de normativas e instruções próprias registradas para o treinamento de colaboradores. Esta é a sétima etapa da Blitz Lei do Couro, que já passou por estados como Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Cataria, Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais, além da Grande São Paulo, capital e região do ABC. Em sua história iniciada em 2013, a ação já visitou mais de 16 mil estabelecimentos e se mostrou um dos importantes recursos para a divulgação da Lei do Couro, com alcance em mídia e grandes redes de varejo, concessionárias automotivas e comércio popular. Paralelamente à blitz, o CICB desenvolve outras ações para o cumprimento da legislação, com monitoramento diário de sites jornalísticos e de e-commerce e envio de notificações.
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PANORAMA INTERNACIONAL
dos calçados esportivos D urante o Happy Hour com Tecnologia que aconteceu no dia 19 de abril na sede Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC), o especialista Luís Maia traçou um panorama internacional sobre o mercado de calçados esportivos. O evento foi realizado pelo Núcleo de Inovação Tecnológica (Nit) do instituto, com apoio do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Maia lembrou que foi somente a partir da década de 1990, com a abertura do mercado, que a população brasileira começou a ter acesso às marcas internacionais de tênis esportivos. “Isso significou para a indústria brasileira um atraso de 20 anos com relação às tecnologias que começaram a surgir no exterior desde a década de 1970, a exemplo dos sistemas de estabilidade”, contextualizou o painelista.
Muitas variantes a serem atendidas O profissional salientou que existem diferentes tipos de arqueamento dos pés, os quais podem ser planos, neutros ou cavos. As pisadas também têm características distintas variando entre neutra, supinada ou pronada e, além disso, os perfis são outro ponto importante de diferenciação, pois algumas pessoas têm pés delgados, outras robustos ou ainda normais. “Todas estas variantes devem ser levadas em conta na hora do calce, o que aumenta o grau de dificuldade para encontrar o calçado mais apro-
Disrupturas do mercado Ele citou ainda algumas recentes quebras de paradigmas que aconteceram no segmento, como o caso da tendência minimalista para a prática de corrida, iniciada a partir de um desenvolvimento que na verdade foi feito para esportes aquáticos, mas que acabou influenciando mudanças estruturais muito importantes alte-
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priado. A vantagem é que praticamente não há tênis ruim no mercado”, considerou Maia, que indicou a compra de diferentes tipos de calçados e a alternância no uso dos mesmos para induzir o pé a fazer movimentos com pequenas variações de ângulo, garantindo com isso que a pisada não seja sempre realizada de forma igual, o que, na sua visão, pode causar lesões ou stress pelo excesso de repetição dos movimentos dos pés durante uma rotina de corridas. Enfatizando que nem sempre o que o corpo necessita é o mesmo que o usuário busca no ponto de venda, ele listou uma série de calçados com diferentes propriedades de performance oferecidas no mercado. “Nos EUA o cliente tem acesso a muito mais informações sobre os calçados de performance e as marcas fazem questão de demonstrar as características dos diferentes modelos oferecidos e para isso contam com lojas e publicações especializadas que são muito respeitadas perante a opinião pública”, ressaltou. O palestrante também comentou que no exterior as marcas oferecem diferentes perfis para cada numeração, o que não é costume no mercado brasileiro. Considerando que os tênis para running são para o segmento calçadista o que a Fórmula 1 representa para o setor automotivo em termos de lançamentos de novas tecnologias, ele destacou que o setor evoluiu muito na percepção de si mesmo, mas em alguns casos o valor investido é desproporcional aos benefícios reais dos produtos. “O valor aparente muitas vezes não corresponde ao valor intrínseco”, explicou.
rando, inclusive, a característica da pisada de corredores adeptos à nova tecnologia. Agora, a tendência são solados mais robustos feitos com materiais espandidos, que conferem menor peso sem perda das propriedades de performance. Tudo começou com um desenvolvimento patenteado pela Basf - o primeiro poliuretano termoplástico expandido do mundo
(E-TPU). “O mercado está buscando outras alternativas para fazer frente a esta novidade e isso representa uma grande oportunidade para os fornecedores”, enfatizou. Outra aposta destacada pelo palestrante são os modelos com visual retrô revisitado, com aparência que remete ao passado, mas ao mesmo tempo apresentam alta tecnologia nos materiais utilizados.
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CB-11 PARTICIPE DAS REUNIÕES
do CB-11 M
ensalmente o CB-11 tem realizado reuniões no IBTeC, em março e abril já se realizaram em torno de 20 reuniões, contando com atualizações de normas brasileiras do couro e calçado e ideias para novos projetos. Entre em contato com cb11@ibtec.org. br, tire suas dúvidas e atualize-se com os trabalhos realizados pelo Comitê. Na primeira semana de cada mês a secretaria do CB-11 envia por e-mail o calendário mensal de reuniões com as pautas, datas e horários. CE de Adesivos - Coordenador Rafael Gallas
CE de Adesivos - Coordenador Rafael Gallas
CE de Calçado - Coordenadora Morgana Vatte
CE de Ensaios Físicos e Químicos em Couro - Coordenadora Manuela Almada
CE Construção Inferior do Calçado - Coordenador Marcelo Lauxen
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CE de Calçado - Coordenadora Morgana Vatte
CE de Ensaios Físicos e Químicos em Couro - Coordenadora Manuela Almada
CE de Insumos - Coordenadora Janete Schneider
Ce de Construção Inferior do Calçado - Coordenador Marcelo Lauxen
CE de Construção Inferior do Calçado - Coordenador Marcelo Lauxen
CE de Resíduos - Coordenadora Janete Schneider
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OPINIÃO Colunista Supremo Tribunal Federal: o protagonismo autofágico
É
quase uma redundância fa“foro” privilegiado de várias autorilar que se vive tempos de dades públicas (ministros, senadores, crise, nos quais parece que o deputados entre outros) e a escala amanhã não surge e, tal qual o pergeométrica dos crimes a muitos desonagem central do filme Feitiço do les atribuídos, o Supremo corre o risTempo, vive-se o eterno hoje, em que co de tornar-se um tribunal, quase todos os dias novos escândalos (iguais que exclusivamente, penal e, mesmo aos de ontem) repetem-se indefiniassim, não conseguir dar conta de damente; acordamos a cada manhã julgar, no prazo prescricional, esta despertados pela fúria que consome incrível avalanche da criminalidade. a racionalidade e faz do nosso cotiParalelamente a isso, há de se ter diano um interminável “dia da marpresente que a quantidade de normota” (igual ao sensacional filme). Dr. Marciano Buffon mas constitucionais (especialmente doutor em Direito, Nestes tempos tão angustian- professor da Unisinos em matéria tributária) torna a própria tes, parece ser uma tarefa quase marciano@buffonefurlan.com.br constituição vítima de sua hipertroingênua o debate de ideias e a refia. Basta verificar que há mais de 300 flexão sobre os rumos que precasos já reconhecidos na sistemática tendemos perseguir nos dias que irão compor o que de Repercussão Geral, sobrestando milhares de processos se denomina futuro. Se não conseguimos suplantar as em todo o Brasil, sendo que alguns estão nesta condição amarras que nos impedem de romper com o presente, há muitos anos (só em matéria tributária são mais de 100). como é possível falar da construção de novos tempos? Se uma questão é importante e tem repercussão Não obstante, isso não nos autoriza, de uma forma em todo país o STF assim declara, suspende os julgaleve, superficial e infantil, a desincumbir-nos da tarefa mentos e não julga! Por todos os exemplos, veja-se a de pensar, criticar e propor caminhos que sejam aptos a questão da não-cumulatividade do PIS/COFINS que, romper com a desesperança que se apossou das nossas após mais de quatorze anos da norma que a introdumentes e do caos que se instaurou na realidade brasileira. ziu (MP 66/2002), as empresas ainda não sabem se esEntre todos, não há como deixar de se pensar num as- tão recolhendo correta ou incorretamente tais tribupecto crucial da vida republicana brasileira: qual é o pa- tos, pois quem assim deveria decidir, ainda não decidiu. pel de uma Corte Constitucional? O Supremo Tribunal Não fosse suficiente, o STF vem assumindo um ineFederal está cumprindo com o que se deveria esperar quívoco protagonismo no campo político, seja através dele? De uma forma singela, pode-se afirmar que a tarefa de manifestações midiáticas acerca de temas que não primordial de uma Corte Constitucional é a de preservar são de sua competência, seja mediante decisões de dua força normativa da norma fundamental, em todos seus vidosa sustentação constitucional na esfera dos outros aspectos, o que num Estado Democrático de Direito im- poderes, desconsiderando o fato de que, bem ou mal, plica apreciar a constitucionalidade das normas jurídicas entre todos os poderes é aquele com menor legitimieditadas e garantir - mesmo contramajoritariamente - di- dade democrática, na medida que é o único não eleito. reitos fundamentais de cidadania. Com isso, a Corte consCom tudo isso, parece que, infelizmente, a Suprema titui elemento essencial da própria ideia de democracia. Corte está a trilhar um caminho, quase que paradoxal, de Infelizmente, não é o que se pode constatar atualmente protagonista da República e, paulatinamente, de ir perdenna realidade nacional. Entre várias razões, a ampla compe- do, de uma forma autofágica, os elementos intrínsecos a tência conferida pelo art. 102 da Constituição, bem como sua própria condição de sustentação. Logo a Suprema Corsua própria extensão, são causas mediatas do verdadeiro te que deveria ser, em última análise, o refúgio principal dacolapso do Supremo Tribunal Federal. Com o denominado queles que não detém o poder e são suas principais vítimas!
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OPINIÃO
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Será que a sua empresa tem mesmo um RH?
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Atuação em gestão de pessoas Claudia Santos
especialista em gestão estratégica de pessoas, coach executiva e diretora da Emovere You
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urante visitas a diversas empresas, tenho notado que muitas delas - sejam de pequeno e médio porte ou grandes multinacionais - têm enfrentado uma séria dificuldade para identificar a real função da área de Recursos Humanos. É extremamente comum as organizações acreditarem ter um setor de RH em franca atividade, com uma pessoa designada como gerente, enquanto, na verdade, têm apenas um Departamento Pessoal - que também é importante, mas não é RH. Esse equívoco ocorre porque as companhias não enxergam que atividades como cuidar do processo burocrático de admissão e demissão, ficar de olho no Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), nos exames médicos periódicos e no período aquisitivo de férias, fazer a folha de pagamento e repassar aos empregados os benefícios, planos de saúde e odontológico devem ser realizadas pelo Departamento Pessoal. Já a área de Recursos Humanos vai muito além disso: deve ter uma atuação mais específica em gestão de pessoas. O RH funcional e operacional tem dentro de suas atribuições básicas cinco pontos de atenção e atuação - reforço que essas são atribuições de um RH funcional, que pode e deve evoluir para um RH estratégico ao olhar para todos na organização de forma sistêmica, profunda e evolutiva: 1 - Definir as pessoas que irão fazer parte da empresa: por meio de uma pesquisa de mercado sobre atividades inerentes ao cargo, competências técnicas, comportamentais necessárias, salário médio praticado, deve partir para o recrutamento (captação) e a seleção das pessoas que podem ocupar a função; 2 - Desenhar cada cargo dentro da organização: o desenho de um programa de cargos e salários visa a mensurar o quão aderente a pessoa está em relação ao cargo, definir os papéis e as responsabilidades, dar a base para um plano de treinamento e desenvolvimento e avaliar o quanto cada colaborador pode evoluir. Esse escopo deve conter a descrição detalhada da abrangência da função e suas peculiaridades; 3 - Garantir que o combinado está sendo feito: ou seja, ficar atento se os salários praticados na organização estão compatíveis com o mercado; se o contrato de trabalho está sendo cumprido com o pagamento correto e em dia dos salários; se os benefícios sociais estão sendo cumpridos e se há algo mais que a empresa pode fazer para melhorar; se há segurança para o trabalhador exercer suas funções; se o ambiente está adequado e se a atmosfera da organização está favorável à produtividade; 4 - Trabalhar ativamente para que todas as pessoas da organização tenham o incentivo e direcionamento que precisam para evoluir: os colaboradores precisam se desenvolver não apenas tecnicamente, mas também no comportamento e nas respostas às demandas do dia a dia organizacional. Nesse quesito, o RH tem a missão de se esquivar do atacado e tratar individualmente a evolução de seu pessoal; 5 - Traçar um mapa: mapear demograficamente a organização e proporcionar uma visualização ampla e detalhada de seus atores.
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IMAGEM LUÍS VIEIRA
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A MENTE E A IMAGINAÇÃO COMO GERADORAS DE INÉDITOS ESPAÇOS DE SATISFAÇÃO PLENA
DOS MERCADOS E DOS CONSUMIDORES
CAPÍTULO 1/6: ENTENDENDO A MENTE DOS ENVOLVIDOS: OS GESTORES, OS OPERADORES E OS CONSUMIDORES EFETIVOS E POTENCIAIS
MS Eng. Fernando Oscar Geib
1 - A habilidade essencial da Nova Fábrica de Calçados (NFC): entender as mentes de todos envolvidos em suas ações O que impulsiona o ineditismo de produtos e serviços oferecidos pelas organizações aos seus mercados atuais e potenciais e aos consumidores? A resposta a este questionamento, por ser complexa, abriga uma verdade, na maioria das vezes esquecida, desconsiderada e não percebida: a ação das mentes. Sim, as mentes das pessoas que atuam nas organizações fornecedoras de produtos e serviços, como são na Nova Fábrica de Calçados (NFC), bem como as mentes dos recebedores de seus produtos e serviços, os mercados atuais e potenciais. Olhando para dentro da nossa organização em descrição, são as mentes de seus membros as responsáveis por guiar as tarefas organizacionais, sejam elas convencionais ou desafiadoras e impulsionadoras das estratégias da sustentabilidade organizacional. Avançando mais nestas considerações, são as pessoas preparadas, dotadas de habilidades e focadas, as responsáveis em conduzir suas mentes, orientando-as como se estas as estivessem pilotando. A metáfora da pilotagem, seja ela de um avião ou de um carro da Fórmula 1, é muito apropriada, pois pequenos equívocos podem causar grandes perdas para as organizações. Portanto, o carro pilotado pelos gestores são as empresas, entre as quais está a fabricante de calçados acima referida, a qual vem sendo descrita por suas estruturas organizacional e operacional, por esta longa série de capítulos. Esta organização é geradora de produtos e serviços agregados, diferenciadas das usuais produtoras de calçados, pois ela opera pelo fundamento da Simultaneidade Operacional em todos os seus processos tanto de produção, quanto os organizacionais. Esta condição lhe confere um comportamento e um modo de ser, sob o ponto de vista organizacional, significativamente exclu-
sivo dentre as atuais geradoras de calçados que operam pelo princípio/fundamento da sequencialidade linear dos seus processos. As mentes dos seus gestores e operadores estão fixadas em manter sob controle o fundamento da simultaneidade de todas as suas operações. Sem esta condição de rígida disciplina mental, este princípio essencial tornase frágil e descontinuado, gerando sérias dificuldades para permanecer presente em seus mercados atuais ou potenciais. A perda de mercados gera passivos organizacionais de alto risco para a sobrevivência das organizações. Pode-se colocar ainda que mentes focadas na superação de desafios e simultaneidade organizacional e operacional são irmãs siameses, inseparáveis, portanto. A Nova Fábrica de Calçados (NFC) é, na verdade, um “estado mental de disciplinar” de todos os seus operadores e gestores. Existe uma frase lapidar colocada pelo Dr. Lair Ribeiro em sua obra O poder da Imaginação que nos diz: “Se o passado cria o futuro, é hora de dizer-se, por conclusão, que o presente cria o passado”. Esta expressão, no seu todo, configura um paradoxo. Não nos devemos esquecer que o fundamento basilar da Nova Fábrica de Calçados (NFC) é a simultaneidade, e esta “abraça” estas duas afirmações deste prestigiado e reconhecido profissional. Só existe imaginação se as mentes das pessoas se abrirem para ela! I - O passado cria o futuro Os sistemas de produção lineares-sequenciais desenvolvidos e aplicados por Henri Ford na sua fábrica montadora de automóveis não resistiram aos avanços da manufatura, em termos de qualidade, de produtividade e principalmente de competitividade pelos custos. Os custos inerentes a este modelo de manufatura tornaramse significativamente, e porque não dizer, totalmente inviáveis. As fábricas de calçados que insistem neste fundamento operacional de produção continuam a perder
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competitividade, por não avançarem adequadamente no aperfeiçoamento de fatores essenciais: custos do produto disponibilizado aos mercados, qualidade de produto, pontualidade nos prazos de entrega e tempo de resposta às necessidades dos mercados e o mais importante, flexibilidade de atendimento dos múltiplos desejos dos mercados e dos consumidores. O princípio de que o passado cria o futuro não está acontecendo no setor calçadista, porque o passado de sistemas de produção linear sequencial não cede espaço para o futuro da manufatura, representado pelos sistemas de produção simultânea. O passado ainda não achou o caminho para criar o futuro da simultaneidade operacional sistêmica, em toda a fábrica. A abordagem do tema e seus conteúdos desenvolvidos e apresentados anteriormente, identificados pelo título A Ciência da Fábrica e a Inovação demonstraram com absolutas evidências ser o modelo fordiano de manufatura de bens - fundamentado na sequencialidade linear das operações de produção - absolutamente não sustentável sob os pontos de vista da competitividade e da viabilidade econômica e tecnológica. O passado representado pela produção sequencial linear inviabilizadora da sustentabilidade econômica, tecnológica e social das fábricas de calçados está criando o futuro, os sistemas de produção baseados no fundamento operacional da simultaneidade plena, onde este princípio essencial age e se difunde, envolvendo as cinco dimensões da sustentabilidade plena: a política, a econômica, a social, a tecnológica e a ambiental, simultaneamente. O passado de não sustentabilidade dos sistemas produtivos lineares e sequenciais está cedendo lugar rapidamente, criando o futuro representado pelos sistemas de produção simultânea. No Brasil, o tempo anda mais devagar do que em outros países, mas o fundamento de que o passado cria o futuro será amplamente operacionalizado e tornado verdadeiro. A Nova Fábrica de Calçados (NFC) é o caminho para a sustentabilidade plena, consolidando o princípio de que o passado com certeza cria o futuro! II - O presente cria o passado Esta expressão não é um paradoxo, mas sim, uma realidade. A Nova Fábrica de Calçados (NFC), no momento em que um par de calçados por ela produzido é colocado nos pés de um consumidor, em uma loja, o “presente” que o comprador está vivendo neste ato de calçar, passa a ser automaticamente um passado, pois o desejo da aquisição começa a gerar um passado de uso dos calçados, ou seja, os níveis de satisfação pelo uso, sempre se referenciarão a um passado/momento de calçar e de usar os calçados. Esta condição é gerada pelo princípio da Entrega Já! criada pelo fundamento da simultaneidade, que se estende dos processos produtivos para a logística de entrega dos
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calçados nos pés dos compradores. Quanto maior a simultaneidade entre a disposição dos calçados nas lojas e pontos de venda e a sua aquisição, mais fortemente o presente cria um passado de uso dos calçados. O mais importante e significativo é o fato e a condição do consumidor raciocinar que o seu calçado já está sendo tratado como um passado, pois este já lhe proporcionou o uso. O fundamento da Entrega Já! impulsionado pela simultaneidade da produção da Nova Fábrica de Calçados (NFC) cria um tempo presente muito mais perceptível, pois as demandas dos mercados e dos consumidores são atendidas com maior rapidez, o que gera uma percepção de que o presente anda mais rapidamente para acelerar a criação do passado. De igual modo, todas as vezes que um modelo de calçado for recomendado por um consumidor a outro, esta recomendação de aquisição e uso - uma ação no presente passa a gerar um passado, que é representado pelo uso do calçado. A pessoa que recebeu a recomendação de aquisição do calçado provavelmente se manifestará da seguinte forma: “O sapato que me recomendaste na semana passada só encontrei ontem em uma loja no centro da cidade”. É o presente da recomendação de compra criando um passado quando este par de calçados foi adquirido. Podemos também colocar que ao gerarmos inovações reais e tangíveis - é o presente atuando - geramos um passado, ou seja, o estado da arte atual e do presente, torna-se passado, que certamente cairá no esquecimento. O presente é extremamente móvel, pois tudo o que passa diante dos nossos olhos é o presente. Uma vez que este evento passou pelos nossos olhos, este evento torna-se passado.
2 - O poder da Imaginação As considerações e o desenvolvimento do tema que envolve a matéria-prima denominada tempo procuram chamar a atenção da sua importância essencial para competir vantajosamente nos mercados. Para ter o tempo sob controle e a favor da Nova Fábrica de Calçados (NFC), esta organização, além de sua atividade básica que é a de disponibilizar calçados desejados pelos mercados de consumo, deve necessariamente desenvolver em todos os seus membros a capacidade de imaginar as mais diferentes situações que poderá enfrentar. Imaginar é uma tarefa importantíssima, por sempre criar caminhos mais vantajosos para a Nova Fábrica de Calçados (NFC). Imaginar é preciso, pois a imaginação é uma fonte inesgotável de soluções para os desafios da consolidação da simultaneidade como fundamento operacional essencial da Nova Fábrica de Calçados (NFC), que exige mentes abertas e audaciosas para conviver com o que aparentemente é impossível.
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ARTIGO Científi
o
PROJETO E DESENVOLVIMENTO DE UM SISTEMA DE MEDIÇÃO DE TEMPO DE QUEDA PARA CÁLCULO DE ENERGIA ABSORVIDA DURANTE ENSAIOS DE RESISTÊNCIA AO IMPACTO DE BIQUEIRAS DE CALÇADOS DE PROTEÇÃO E SEGURANÇA ALMEIDA, Luis Fellipe1; BENEDETTI, Alef1; ZARO, Milton 1, 2; RODRIGUES, Vinicius1; PONTIN, Gregorio1 e PALHANO, Rudnei1 1 - Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC) 2 - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
Resumo A norma inglesa BS EM 12568:2010 regulamenta os requisitos e a metodologia de ensaios necessários para biqueiras e palmilhas resistentes à penetração mecânica (impacto); os calçados descritos em EM ISO 20345, EM ISO 20346 e EM ISO 20347 devem resistir a um impacto que transfira a energia igual a (100±2)J e (200±4)J respectivamente, se o calçado for de proteção ou segurança. A máquina de teste deve ser periodicamente calibrada de modo que a energia transferida esteja dentro do intervalo de confiança prescri-
Palavras-chave:
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to pela norma. Para obter a energia cinética aplicada pela massa de impacto, resolveu-se utilizar duas metodologias: a) uma baseada na acelerometria e b) outra baseada na medida de intervalo de tempo. Os dois métodos foram comparados e a acelerometria mostrou resultados compatíveis com o modelo físico-matemático. O sistema ótico obteve medidas de tempo que resultaram numa energia cerca de 40% menor e precisa ser aprimorado, uma vez que se trata de um sistema mais barato e simples.
biomecânica, ensaio de impacto em biqueiras, sensores óticos, acelerômetros
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Introdução Calçados destinados à proteção e à segurança devem ser testados segundo a norma britânica BS EM 12568:2010, que regulamenta os requisitos e métodos de ensaio para biqueiras e palmilhas resistentes à penetração mecânica. As biqueiras dos calçados de proteção devem suportar um impacto de (100±2) J e as biqueiras dos calçados de segurança (200±4) J. O equipamento de teste de impacto para biqueiras e palmilhas incorpora um batedor de aço de massa (20,0±0,2) kg, adaptado para cair livremente entre guias verticais a partir de uma altura pré-determinada (figura 1) de modo a produzir a energia de impacto sugerida pela norma.
Figura 1 - Máquina de ensaio para biqueiras
A máquina de teste precisa ser calibrada com uma periodicidade pequena, devido a problemas com atrito, lubrificação e excentricidade; até recentemente este equipamento vinha sendo calibrado com um sistema de câmeras rápidas (1.000 quadros por segundo). Entretanto, esse equipamento é de custo elevado, ocupa um espaço considerável (difícil de adaptar dentro de um laboratório convencional com muitos equipamentos), e o processamento dos dados é relativamente trabalhoso e demorado. Utilizando esta técnica, pode-se determinar o tempo de queda e a partir das equações da queda livre determinar a velocidade final e consequentemente a energia cinética. vo=o Ep = mgh Ec
=
0
Ec =
y"
d
m
V2
Fig. 2 - Inicialmente a massa m está parada e, portanto, a velocidade inicial vo=0. Logo, somente possui energia potencial Ep= mgh. A energia cinética é zero. No instante que toca o solo a energia potencial é zero e a cinética máxima. Ou seja, a energia potencial transforma-se em cinética.
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ARTIGO A figura 2 mostra uma massa m em queda livre e duas equações básicas que podem ser escritas para o movimento, além das duas de energia, desprezando o atrito com o ar e o fato de que o objeto em queda não é puntiforme, pode-se usar o modelo simples físico-matemático: Ec = m v2 , energia cinética, Joules (J) (1) Ep = mgh, energia potencial, Joules (J) (2) dt = g t2 , distância (m) (3) v2 = 2gd, velocidade final ao quadrado, m2s-2 (4) vt = vo + at, velocidade no tempo t (ou final), m.s-1 (5) vm = d = velocidade média, m.s-1 (6) 2
2
t
onde, vo = velocidade inicial, m/s vt = velocidade no tempo t (ou final), m/s m = massa, kg Duas possibilidades experimentais: (a) utilizar sensores que medem o tempo de queda e utilizar a equação (3), já que a distância d de queda é conhecida, e a partir desta equação pode-se determinar a aceleração real e com a equação (4) determinar a velocidade final; (b) utilizar acelerômetros para obter diretamente o valor da aceleração e utilizar o valor real na equação (4), determinar a velocidade final e, consequentemente, a energia cinética. A equação (5) pode ser pensada como a própria definição de aceleração, explicitada em função das velocidades inicial e final. Acelerômetros wireless possuem vantagens em alguns aspectos, principalmente eliminando fios e ruídos, além de diminuir o peso que o sistema acrescenta à massa de impacto; porém necessitam de uma bateria, uma antena e um circuito de condicionamento e envio de sinal, fatores extras que aumentam significativamente a massa do “batedor” (massa de impacto). Sabe-se que fatores como lubrificação e folgas nos componentes mecânicos da máquina resultam em variações significativas no atrito do sistema, acarretando imprecisão no valor da energia cinética esperado. O próprio sistema de liberação do “batedor” contribui para essas diferenças. O valor da incerteza máxima permitido pela norma é de 2% da energia cinética do momento do impacto; o sistema de medição deve levar em conta os fatores que acarretam incertezas e sua propagação. Assim, as faixas admitidas são de 196 a 204 Joules e 98 a 102 Joules, respectivamente.
Materiais e metodologia Materiais e equipamento - 2 sistemas Arduino UNO - 2 sensores de velocidade encoder (composto de chave ótica e o circuito comparador LM 293) - 1 shield RTC + cartão de memória para Arduino UNO - 1 display LCD 16x2 - 1 cartão de memória - Portas lógicas CD4071 - Cabos metálicos - Suporte metálico - 1 notebook para coleta e processamento de dados com softwares Inertia Link, - Matlab2013 e Arduino 1.6.10 - Parafusos - Trena - Osciloscópio MINIPA MO2061 - 1 máquina de ensaios de impacto EQ029 - Acelerômetro (giroscópio) 3DM GX2
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Metodologia Acelerometria A possibilidade de usar os modelos matemáticos mostrados nas equações (1) a (5) passa pela demonstração da linearidade (constante) durante o tempo de queda do batedor. O comportamento da aceleração no tempo pode ser visualizado na figura 3. Pode-se verificar que existe um certo delay (atraso) que a aceleração sofre para atingir o valor máximo, mas o intervalo de tempo em que isso ocorre é muito pequeno e, para efeitos dos modelos matemáticos utilizados, foi desprezado. Portanto, assume-se que a aceleração teve valor constante ao longo do teste. Todas as curvas da figura 3 (cada curva representa um ensaio) estão coerentes temporalmente com o momento do impacto (no gráfico representado aproximadamente aos 0,6s). A diferença na inclinação das diferentes curvas no momento do impacto se deve à acomodação das diversas camadas de material polimérico utilizadas, promovendo uma lenta absorção da energia e evitando danos ao giroscópio (que suporta impactos de até 50g em operação). AceLerac;ao
verticaL
maquina
de
impactc - EQ029
l =::::::
~=:::,::: 1
,.c-__
""70,~'------OO.~~---o'------,O,~;=====Tempo(s)
Figura 3 - Aceleração versus tempo; nota-se que após um breve intervalo de tempo a aceleração torna-se constante
Sistema ótico O projeto mecânico foi desenvolvido visando a permitir diferentes ajustes. O primeiro está atrelado às diferentes alturas de biqueiras testadas (ajuste de altura do tubo metálico do sistema de monitoramento ou ajuste grosso da figura 4). O segundo está associado à altura de liberação do batedor (um ajuste na altura do último sensor óptico, ou ajuste fino), visando a acertar a altura necessária para que o batedor chegue à amostra com a energia requerida.
ajuste fino
ajuste grosso
Figura 4 - Posicionamento do sistema eletrônico de contagem do tempo de queda
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ARTIGO A montagem eletrônica é composta por dois botões de contato (push-buttons), duas chaves liga e desliga, um Arduino Uno, com shield RTC+SD, resistores de 220 Ohms, sete chaves ópticas e fios diversos. As chaves ópticas foram dispostas no suporte de ferro lateral, tendo alturas fixas entre si, mas ajustáveis em relação à base para compensar as diferenças nas biqueiras dos calçados de segurança. As chaves estão ligadas a um Circuito Integrado do tipo OU Exclusivo, cuja saída está conectada aos pinos dois e três do Arduino, responsáveis pela interrupção externa. O projeto foi pensado para que pudessem ser realizados tanto os testes de 100J quanto os testes de 200J, utilizando as mesmas chaves ópticas, mudando o tipo de ensaio por uma chave liga-desliga ao lado dos botões. Além dos botões e das chaves, a interface homem máquina também é composta por um display LCD que sinaliza em tempo real a altura do primeiro sensor na configuração e o tipo de ensaio que vai ser realizado e, depois do teste iniciado, sinaliza a energia calculada. O código foi desenvolvido e estruturado de forma a minimizar-se o tempo de resposta, aumentando a precisão das medidas das chaves ópticas. Para isso, utilizou-se um mecanismo presente no Arduino (e em microprocessadores em geral) chamado interrupções. A principal função das interrupções é fazer com que o processador monitore e responda rapidamente a estímulos externos. Funciona da seguinte forma: cada vez que um determinado tipo de sinal é detectado, o microprocessador interrompe a execução normal do programa e executa um trecho de código específico para responder aquele determinado estímulo, depois retornando ao programa no ponto em que estava anteriormente. No projeto, a interrupção aciona uma função que grava o tempo em que corpo de prova acionou o sensor e ativa um contador de quantas vezes foi acionada a interrupção naquele ensaio. Após o teste ser completado, o Arduino faz o cálculo da energia baseado nos tempos adquiridos cada vez que o corpo de prova passou por um sensor e trava um novo acionamento dos sensores, para impedir que ocorram erros nas medidas.
Resultados Acelerometria A tabela 1 apresenta os resultados da média e do desvio padrão da aceleração no regime linear (de 0,2s até 0,55s na figura 3, sendo o ensaio iniciado de 0,12s a 0,17s após o começo da coleta de dados). A constância do atrito é muito alta. Partindo do maior valor obtido (ensaio 20 com 0,992g) e do menor valor obtido (ensaio 6 com 0,974g) pode-se calcular que a diferença entre as acelerações médias medidas é de 1,8%. De posse destes resultados fica evidente que é possível aplicar a teoria do movimento uniformemente variado para a maior parte do tempo de queda. A média dos valores de aceleração fica em torno de 0,992g, sendo g a aceleração da gravidade, ou seja, um valor muito próximo a 1g.
Ensaio
Media (g)
Desvio (g)
Ensaio
Media (g)
Desvio
1
0,992
0,016
12
0,996
0,025
2
0,996
0,028
13
0,985
0,038
3
0,994
0,012
14
0,991
0,032
4
0,995
0,020
15
0,996
0,026
5
0,989
0,027
16
0,986
0,036
6
0,987
0,036
17
0,986
0,032
7
0,994
0,012
18
0,989
0,028
8
0,989
0,032
19
0,989
0,032
9
0,993
0,016
20
0,997
0,Ql5
10
0,994
0,Ql8
21
0,999
0,019
11
0,995
0,016
22
0,995
0,019
Tabela 1 - Aceleração obtida para 11 ensaios diferentes
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Assumindo o valor médio para a = 0,983g = 0,983x9,816 m.s-2, a energia cinética pode ser determinada, uma vez que a velocidade é obtida da equação (4). Logo, v2 = 2gd = 2.0,983.1,02 v Ec = m 2 = 20,1 2.0,992.1,02 = 201,3 J + 0,4% 2
2
Sistema ótico Com os materiais e o método utilizado, as medidas de tempo estão sujeitas a uma incerteza na ordem de 0,01ms (o tempo total de queda fica em torno de 500ms, desprezível frente à incerteza da massa); a incerteza no tempo está associada ao microprocessador e sua programação em linguagem C, resultando numa incerteza em tempo da ordem de 10µs = 0,01ms. Sabe-se que o Arduino UNO utilizado possui um clock de 16MHz, algo suficiente para proporcionar a resolução temporal requerida, de 1ms. Contudo, esta resolução é diretamente afetada pela forma como o software é programado (uma vez que há diversos dispositivos em comunicação simultânea). Visando a comprovar a resolução temporal do sistema eletrônico, efetuou-se um experimento de substituição das chaves ópticas por um sinal digital simulado na forma de uma onda quadrada. Da forma como foi descrito anteriormente, o hardware possui portas lógicas que interligam todas as chaves ópticas em duas interrupções do microprocessador. O sinal digital foi medido com o osciloscópio para aferir que a forma de onda liberada é precisa e poderia ser utilizada para representar as interrupções das chaves ópticas. Diminuindo o período do sinal (intervalo de tempo de repetição entre o sinal “alto” e “baixo”), pode-se atingir o limiar de resolução temporal do microprocessador. Foi utilizado um sinal com período de 10 microssegundos, ou seja, 100 vezes menor do que o período garantido no cálculo da incerteza (de 1 milissegundo). Ao invés de posicionar os sensores óticos no início e fim da altura total 1,02m, uma vez que a aceleração não é medida neste processo, fica mais interessante posicionar os sensores no fim do curso a uma distância de 12mm, e obter o intervalo de tempo de passagem apenas nessa distância e considerar a velocidade média neste intervalo como sendo a velocidade final da massa de impacto. Esse valor pode ser usado diretamente na equação da energia cinética; o intervalo de tempo obtido foi de 3,18ms; assim o valor de velocidade obtido é de 3,45m.s-1, o que resulta numa energia cinética de 122 J. Logo, existe um problema com a medida de tempo, uma vez que a determinação da energia pelo método da acelerometria mostrou um ótimo resultado.
Conclusões O sistema de acelerometria é mais confiável, encontrando valores compatíveis com o modelo físicomatemático. A discrepância dos valores encontrados é grande demais, cerca de 40%, e o segundo método, que mede tempo, precisa ser aprimorado, uma vez que representa um custo muito menor de equipamento e facilidade de operação.
Bibliografia 1. Vibrações mecânicas, B. Balachandran, Ed. Cencage, 2011. 2. Física I, A. Chaves, Ed.Reichmann e Afonso, 2001. 3. Notas técnicas IBTeC, 2017 4. Experimental methods for engineers, J.P. Holman, Ed. Mc Graw-Hill, 1994.
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A ABNT 11 3017.3638 www.abnt.org.br pág. 61 ADERE 0800.701.2903 www.adere.com pág. 29 ALTA TRANÇADOS 11 2618.2203 www.altatrancados.com.br pág. 19 AMPLA DIGITAL 41 3525.9300 www.ampladigital.com.br pág. 21 B BIBI 51 3512.3344 www.bibi.com.br pág. 87 BRASEG 11 5585.4355 www.braseg.tmp.br pág. 57 C CIFA FIOS E LINHAS 19 3808.7777 www.cifafioselinhas.com.br pág. 98 CIPATEX 15 3284.9000 www.cipatex.com.br pág. 98 COLORGRAF 51 3587.3700 www.colorgraf.com.br pág. 33 COMELZ 51 3587.9747 www.comelz.com pág. 05 COMERCIAL INJETADOS 51 99248.2723 injetadosts@gmail.com pág. 75 CONTÊINERES 51 3553.1000 www.ibtec.org.br pág. 67 COUROARTE 54 3321.5933 www.couroarte.com.br pág. 77 COVESTRO 11 2526.3137 www.covestro.com pág. 02 D D`LUNA INJETADOS 51 3547.1433 dluna@calcadosdluna.com.br pág. 76 DÜRKOPP 11 3042.4508 www.durkoppadler.com pág. 31 E ENDUTEX 51 3546.2000 www.endutex.com.br pág. 98 ENSAIOS DE EPIS 51 3553.1000 www.ibtec.org.br pág. 69 EXPOPROTEÇÃO 11 3129.4580 www.protecaoeventos.com.br pág. 59 F FIMEC 51 3584.7200 www.fimec.com.br pág. 49 FOAMTECH 19 3869.4127 www.foamtech.com.br pág. 100 FRANCAL 11 2226.3100 www.francal.com.br pág. 40 G GLOBAL HOUSE 81 3093.3317 reginaldo@cestasglobal.com.br pág. 77 GLOBAL PEÇAS 51 3545.2584 vendasglobalpecas@gmail.com pág. 78 GUIA ASSOCIADOS 51 3553.1000 www.ibtec.org.br pág. 75 I ISA TECNOLOGIA 51 3595.4586 www.isatecnologia.com pág. 23
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ITM 54 3261.0700 www.itmtextil.com.br pág. 07 IVOMAQ 16 3707.1700 ivomaq@ivomaq.com.br pág. 78 J J. MARSEG 11 2028.1001 www.jmarseg.com.br pág. 77 K KILLING 51 3586.8100 www.killing.com.br pág. 98 L LAB. BIOMECÂNICA 51 3553.1000 www.ibtec.org.br pág. 70 LAB. SUBST. RESTRITIVAS 51 3553.1000 www.ibtec.org.br pág. 99 M MÁQUINAS MORBACH 51 3066.5666 www.morbach.com.br pág. 27 MÁQUINAS SEROTOM 51 3587.4185 www.serotom.com.br pág. 79 MARLUVAS 32 3693.4096 www.marluvas.com.br pág. 15 METAL COAT 54 3215.1849 www.metalcoat.com.br pág. 09 N NEXUS EPIS 16 3945.5572 daniela@nexusepi.com.br pág. 78 O ORISOL 51 3036.4774 www.orisol.com.br pág. 17 P PAULINHO PILATTI 51 3581.5343 pilatti.nh@terra.com.br pág. 25 PRÊMIO TOP DE ESTILISMO 11 2226.3122 www.francaltopdeestilismo.com.br pág. 62 PROAMB 54 3085.8700 www.proamb.com.br pág. 36 R RETILOX 11 4705.9460 www.retilox.com.br pág. 17 RING DO BRASIL 51 3524.4250 ring.brasil@terra.com.br pág. 98 RR COMPONENTES 51 3546.3705 www.rrcomponentes.com.br pág. 58 S SEINCC 48 3265.2529 www.sincasjb.com.br pág. 39 SICC 51 3593.7889 www.sicc.com.br pág. 37 SINTTEC 51 3596.1271 sinttec@sinttec.ind.br pág. 98 SM IMPORT. EXPORT. sandro@smartgroup.net.br pág. 77 STICK FRAN 16 3712.0450 www.stickfran.com.br pág. 10 T TECMATER 41 3204.3700 www.tecmater.com.br pág. 78 TNS NANOTECNOLOGIA 48 3236.5734 www.tnsolution.com.br pág. 79
ENTIDADES DO SETOR ABEST (11) 3256.1655 ABIACAV (11) 3739.3608 ABICALÇADOS (51) 3594.7011 ABINT (11) 3032.3015 ABLAC (11) 4702.7336 ABQTIC (51) 3561.2761 ABRAMEQ (51) 3594.2232 ABRAVEST (11) 2901.4333 AICSUL (51) 3273.9100 ANIMASEG (11) 5058.5556 ASSINTECAL (51) 3584.5200 CICB (61) 3224.1867 IBTeC (51) 3553.1000 FEIRAS DO SETOR BRASEG (11) 5585.4355 COUROMODA (11) 3897.6100 EXPO EMERGÊNCIA (11) 3129.4580 EXPO PROTEÇÃO (11) 3129.4580 FEBRAC (37) 3226.2625 FEIPLAR (11) 3779.0270 FEMICC (85) 3181.6002 FENOVA (37) 3228.8500 FIMEC (51) 3584.7200 FISP (11) 5585.4355 FRANCAL (11) 2226.3100 GIRA CALÇADOS (83) 2101.5476 HOSPITALAR (11) 3897.6199 INSPIRAMAIS (51) 3584.5200 PREVENSUL (51) 2131.0400 40 GRAUS (51) 3593.7889 QUÍMICA (11) 3060.5000 SEINCC (48) 3265.0393 SICC (51) 3593.7889 ZERO GRAU (51) 3593.7889
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111111 h de Isadora dos Santos Santana, Desen 0 cedora do 2 anos, yen ho Eco Concurso Meu Desen
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SUBSTÂNCIAS RESTRITIVAS:
um desafio a ser encarado O da cadeia produtiva - compreendendo a rede de suprimentos até os fabricantes de produtos acabados - que por um lado precisam investir recursos para oferecer aos mercados compradores garantias de que cumprem as exigências, e por outro querem evitar o aumento do preço final dos seus artigos, pois com isso perderiam em competitividade. Diante deste dilema, os gestores são provocados a ampliar o campo de visão para assimilar esse comportamento do mercado e transformar tais exigências em valor percebido pelos clientes. Cada negócio tem uma maneira própria de responder às mudanças, mas a busca pela atualização é o mecanismo mais adequado para o enfrentamento dos desafios. Na tentativa de desmitificar este tema que é de extrema importância e urgência para o desenvolvimento do sistema coureiro-calçadista brasileiro, a redação da Tecnicouro traça um panorama sobre como a questão é tratada no País e em nível global. Apresentamos também o ponto de vista das lideranças setoriais e casos de empresas que largaram na frente para adequar os seus produtos.
Exemplos de regulamentações internacionais - Reach - Registro, Avaliação, Autorização e Restrição de Substâncias Químicas da União Europeia, gerenciada pela Agência Europeia de Substâncias Químicas (Echa); - Proposição 65, da California/EUA; - CPSC - United States Consumer Product Safety Commission/EUA; - CMP - Chemicals Management Plan, do Canadá; - AAFA - American Apparel & Footwear Association, dos EUA.
Marcas globais com regulações próprias Adidas, Aldo, Asics, Avon, Benetton, C&A, Esprit, G-Star Raw, Gap, H&M, Inditex, Jack Wolfskin, Levi Strauss, Limited Brands, Li-Ning, M&S, New Balance, Nike, Puma, PVH, Sears e Tory Burch.
FOTO: ELECTRONICPRODUCTS.COM/DIVULGAÇÃO
setor calçadista passa por um novo momento desafiador, e as organizações precisam se reinventar para superar as barreiras e aproveitar as oportunidades do mercado. Esse processo requer a definição de estratégias para a obtenção das respostas desejadas; porém, o caminho que leva aos resultados está cada vez mais vinculado a ações coletivas, envolvendo vários agentes da cadeia de valor, e menos a atitudes isoladas. Esse é o caso do controle das substâncias restritivas - um assunto que entrou na pauta do segmento há mais de 10 anos - cuja importância cresce na mesma medida que novas regulamentações são criadas mundo afora, aumentando a listagem dos elementos controlados e diminuindo os limites permitidos. Na última década, não apenas os países, mas também as empresas passaram a estabelecer listas próprias e cada uma delas é diferente das outras, tanto no rol das substâncias quanto nos limites autorizados, o que torna o monitoramento ainda mais complexo. Essa situação tem causado preocupação entre empresários
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União Europeia foi pioneira A identificação e registro das substâncias é obrigatória
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riado pela União Europeia (UE) em 2007 para substituir um conjunto de 40 diretivas e regulamentos comunitários, o Reach - Registro, Avaliação, Autorização e Restrição de Substâncias Químicas - é o mais abrangente instrumento legislativo neste assunto, com mais de 45 mil substâncias registradas na sua base de dados, sendo que mais de 9 mil tiveram a avaliação concluída. Essa listagem deve ser finalizada em 2018. A resolução é aplicada a todas as substâncias químicas, incluindo, além das utilizadas na indústria, as presentes no cotidiano das pessoas - produtos de limpeza, tintas, vestuário, calçados, mobiliário, eletroeletrônicos, brinquedos etc. A exigência é que os produtores e importadores europeus de substâncias químicas, produtos ou artigos que contenham substâncias químicas cumpram as determinações com relação à segurança, meio ambiente e saúde. Como nem sempre há o contato da substância com a pele, uma grande preocupação é como os produtos químicos podem se acumular na natureza, principalmente na água e no solo, e depois - de uma forma indireta - afetar o ser humano, pelo consumo de água ou alimentos. Esta avaliação é feita por institutos de competência comprovada, baseados em testes laboratoriais e pesquisas científicas. Quando detectado algum dano às pessoas, os organismos internacionais listam o elemento, determinando
as concentrações máximas toleradas. Em relação ao Reach, um dos pré-requisitos é a correta identificação e registro das substâncias químicas, em sua forma isolada ou em componentes e artigos manufaturados, com amplo acesso às informações. Desta forma, o regulamento impacta em todas as partes da cadeia de abastecimento dos países membros da UE (fabricantes, importadores, distribuidores, varejistas e até os usuários). Consequentemente, os países que, assim como o Brasil, exportam para membros da UE também são afetados.
Conceitos Substâncias: elementos químicos e seus componentes no estado natural ou obtidos por processo de fabricação, incluindo aditivos para preservar sua estabilidade e impurezas derivadas do processo utilizado - excluindo qualquer solvente que possa ser separado sem afetar a estabilidade das substâncias ou modificar sua composição; Substâncias restritivas: substâncias químicas controladas pela legislação de algum país ou empresa, com efeitos adversos à saúde humana e ao meio ambiente comprovados; Preparações ou misturas: misturas ou soluções compostas de duas ou mais substâncias; Artigos: produtos fabricados que tenham uma forma final relacionada ao uso (ex. calçado).
Panorama atual do Reach (janeiro/2017) 45.373 substâncias registradas; 9.472 com a avaliação concluída; 173 consideradas de preocupação muito elevada; 93 tóxicas para a reprodução; 73 carcinogênicas; 20 mutagênicas; 19 muito persistentes e muito biocumulativas; 18 persistentes, biocumulativas e tóxicas; 9 provocam sérios efeitos à saúde humana; 7 provocam sérios efeitos ao meio ambiente.
Classificação das substâncias químicas Classe I - com efeitos perigosos comprovados Classe II - com efeitos perigosos Classe III - com impacto ambiental Classe IV - altamente suspeitas de ter um efeito sobre o usuário Classe V - suspeitas de ter um efeito sobre o usuário
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Regulamentação brasileira
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objetivo central destas diretrizes é estabelecer limites ou proibições para o uso de substâncias perigosas preservando a saúde da população e o meio ambiente. Porém, as legislações também servem como uma espécie de barreira técnica para a entrada de produtos nos mercados. Por não ter ainda uma lei específica sobre este assunto, o Brasil permite que produtos potencialmente nocivos às pessoas e à natureza
As Comissões do CB-11 estudam normas internacionais, os membros discutem a formulação da norma brasileira, o texto é submetido à Consulta Nacional e somente após a aprovação a norma é publicada. Este é um trabalho voluntário e está aberto à participação de todos os interessados. As normas da ABNT têm caráter voluntário em sua utilização, o que não obriga as empresas a utilizarem. Essa situação pode mudar caso o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) adote uma resolução, determinando o caráter obrigatório. Entretanto, mesmo sem a obrigatoriedade, em casos de acidentes ou danos, a justiça poderá se basear nas normas regulamentadoras já publicadas para tomar suas decisões. Na primeira reunião do grupo responsável pela normatização das substâncias restritivas em 2017, realizada no último mês de abril, os participantes determinaram o estudo de mais duas normas (Azo corantes e Organoestanhos) baseadas em Satras e ISO. Até final de 2017 está previsto a publicação de mais quatro normas - a Tabela Orientativa/Norma Geral e a norma para o uso de Ftalatos, além dessas duas já em estudo.
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entrem livremente pelas nossas fronteiras e concorram com produtos nacionais no mercado interno, o que significa prejuízos para empresas que investem na adequação dos seus produtos. Independente desta situação é importante salientar que a preocupação com o controle das substâncias não deve ser uma exclusividade para quem importa ou exporta. Esta é uma responsabilidade também para as empresas brasileiras que desenvolvem produtos para o
mercado interno. O sistema coureiro-calçadista foi pioneiro, iniciando em julho de 2013 os primeiros estudos para a criação de uma legislação para as substâncias químicas restritivas no País. Até o fechamento desta edição, o Comitê Brasileiro de Couro, Calçados e Artefatos de Couro (CB-11), da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), já havia publicado 10 normas relacionadas a substâncias de uso restrito utilizadas no setor.
Lista de normas publicadas - ABNT NBR 16268:2014 Determinação de cádmio - Método decomposição úmida; - ABNT NBR ISO 17075:2014 Couro - Ensaios químicos Determinação do teor de cromo VI; - ABNT NBR ISO 13365:2014 Couro - Testes químicos Determinação do teor de conservantes (TCMTB, PCMC, OPP, OIT) em couro por cromatografia líquida; - ABNT NBR ISO 17070:2014 Couro - Testes Químicos Determinação do teor de pentaclorofenol; - ABNT NBR ISO 17234-1:2014 Couro - Testes químicos para determinação de certos azo corantes em couros tingidos Parte 1: Determinação de certas aminas aromáticas derivadas de azo corantes; - ABNT NBR ISO 17072-1:2015 Couro - Determinação química do teor de metais Parte 1: Metais extraíveis17226-1; - ABNT NBR ISO 17226-1:2014 Couro - Determinação química do teor de formaldeído Parte 1: Método de cromatografia líquida de alta performance (HPLC); - ABNT NBR ISO 17072-2:2015 Couro - Determinação química do teor de metais Parte 2: Teor total do metal; - ABNT NBR ISO 14184-1:2014 Têxteis - Determinação de formaldeído Parte 1: Formaldeído livre e hidrolisado (método de extração em água); - ABNT ISO/TS 16186:2016 Calçados - Substâncias críticas potencialmente presentes em calçados e componentes para calçados - Método de ensaio para determinação quantitativa do dimetilfumarato (DMFU) em materiais de calçado.
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Sintonia com o mercado
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aumento da consciência dos consumidores sobre os impactos gerados pelos produtos por eles adquiridos exige das empresas uma conduta ética e transparente, em que a sustentabilidade social e ambiental assume alta relevância. Desta forma, a necessidade de intensificar as pesquisas e o aprimoramento técnico relacionados ao manuseio e à aplicação de substâncias restritas em artigos de vestuário, calçado e acessórios é ainda maior. Principalmente se tais elementos entram em contato direto com a pele humana. Apesar de estarem mais bem informadas, as pessoas não conseguem detectar se em um artigo contém ou não alguma substância que possa oferecer riscos à sua saúde ou ao meio ambiente, e muito menos se ela se apresenta em uma concentração segura. Este controle cabe à indústria, que pode testar não só os produtos por ela desenvolvidos, mas também os insumos e os materiais usados ao longo do processo fabril. E, mais ainda, tem a oportunidade de comprovar, inclusive com laudos técnicos reconhecidos internacionalmente, que a preocupação com a saúde do cliente e a qualidade do ambiente natural não é discurso para obter vantagem comercial, mas uma realidade.
Por outro lado, a falta desta adequação expõe a empresa ao risco de perder negócios e ainda ser responsabilizada, caso o uso do seu produto seja associado a problemas para a saúde do usuário ou à natureza, o que pode abalar a imagem junto ao mercado e ao consumidor.
Apoio tecnológico O Brasil possui uma rede de laboratórios capacitados para a realização de grande parte desses testes, como o Centro Tecnológico do Couro Senai, o Grupo Falcão Bauer, o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) e o SGS Group. O Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC) é também uma das principais referências e, ciente do grande desafio que essas normatizações representam para a indústria do setor coureiro-calçadista - que ao longo da cadeia de produção utiliza-se de uma gama muito ampla de produtos químicos, se atualiza constantemente sobre as revisões nas principais e mais abrangentes regulamentações mundiais, e que influenciam as demais normatizações, para manter o mercado bem informado através da realização de palestras, treinamentos e workshops sobre o assunto. O instituto equipou um labo-
ratório especialmente para realizar análises de substâncias restritivas, auxiliando a empresas com a caracterização dos produtos e a emissão de laudos técnicos que comprovam a existência ou não de uma série de substâncias, bem como se as quantidades detectadas estão dentro dos limites estabelecidos. Hoje, 133 diferentes ensaios são realizados neste espaço, todos em equipamentos de alta tecnologia, e os procedimentos são acreditados e reconhecidos pelos mais importantes órgãos em níveis nacional e global.
Acreditações O IBTeC é acreditado internacionalmente pelo instituto inglês Satra e pela comissão norte-americana de segurança de produtos de consumo CPSC, além de ter o reconhecimento junto a rede americana Sears. Prestando anualmente em torno de 30 mil atendimentos entre os testes laboratoriais e as consultorias externas, é ainda acreditado pela Coordenação Geral de Acreditação (CGCR) do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) e conta com as certificações BSI (ISO 9001/2008) e Rede Metrológica RS, bem como o reconhecimento junto ao Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
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Fabricantes ajustam a cadeia de fornecedores
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exemplo de organizações globais como Adidas, Nike, Asics e Puma, que têm determinações próprias a serem cumpridas pelos seus fornecedores, algumas empresas nacionais também iniciaram o ajuste da sua rede de suprimento, tendo como base as diretrizes internacionais adotadas pelos respectivos mercados compradores. A Bibi é exemplo de avaliação completa dos materiais usados nos calçados. Com essa atitude preserva não apenas a saúde dos consumidores, mas também dos colaboradores internos, que manuseiam os materiais durante os processos de fabricação. Tudo começou a partir de uma estratégia da marca para reforçar as exportações, mas como o sucesso dependia do cumprimento das rigorosas barreiras técnicas de mercados como Europa, EUA, Coreia, Canadá e Turquia, buscou apoio junto ao IBTeC para a formatação do programa. Em seguida foram produzidos manuais técnicos e realizados treinamentos específicos para os fornecedores de cada tipo de matéria-prima. Além desse trabalho, também foi feita a capacitação da própria equipe de P&D para escolher materiais que, acima do apelo de moda, sejam elaborados com o controle das substâncias. O processo levou um ano e o resultado é percebido desde a coleção de 2015. “Mais do que aparência, o foco é o conforto e a saúde das crianças e também dos nossos colaboradores”, observa o gerente de suprimentos da empresa, Ismael Fischer, salientando que a qualidade é a mesma nos produtos distribuídos no Brasil ou no mercado externo. A Alpargatas, empresa do Grupo JBS, e a Arezzo também iniciaram o processo para aprimorar os materiais por elas utilizados através da qualificação dos respectivos parceiros. Os projetos abrangeram a formatação de manuais específicos para atender as necessidades das marcas correspondentes, com a adequação das ind~ústrias de base.
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Apoio do Sebrae facilita a conformação O IBTeC estabeleceu uma parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-RS), o que facilita este alinhamento entre os fornecedores, devido ao subsídio de parte dos custos. A Beira Rio foi a primeira grande empresa a utilizar este recurso para a gestão de substâncias restritivas em toda a sua rede de suprimentos (em torno de 400 empresas). Com prazo de execução até dezembro de 2017, o projeto abrange sensibilização sobre a importância desta conformidade, entrega de manuais personalizados para os diferentes grupos de componentes, consultorias e auditorias para a adequação dos fornecedores. A Usaflex é a mais nova empresa a iniciar a adequação nesta modalidade, firmando contrato no último dia 3 de maio. O IBTeC desenvolverá a capacitação de aproximadamente 150 empresas, trabalhando a preparação e o treinamento dos fabricantes de componentes, a validação dos produtos, além de desenvolver um manual com orientações técnica para processos operacionais de aquisição e gestão de materiais. O trabalho do Sebrae é apoiar os fornecedores que se enquadram como MPE. O gerente regional do Sebrae, Marco Copetti, comenta que o setor calçadista passa por um processo de melhoria de toda a cadeia produtiva. “Nenhuma cadeia de valor vai se desenvolver sem o fortalecimento de todos os elos. É muito importante que as empresas âncoras proporcionem oportunidades como esta aos seus parceiros para trazermos tecnologia e conhecimento ao setor, pois o mercado vai excluir aqueles que, independentemente do seu tamanho, não se alinharem para suprir essa necessidade”, considera.
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A questão das substâncias restritivas sob o ponto de vista das entidades setoriais
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lém de apoiar a iniciativa, a Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) considera que a evolução no diálogo e adequação sobre o impacto de substâncias restritivas é um caminho natural. Pois, além das legislações internacionais, o consumidor está mais consciente quanto à necessidade de se agregar processos produtivos ambientalmente sustentáveis ao produto. “As empresas que trabalham no mercado internacional estão mais adaptadas, mas como o Brasil não tem legislação nesse sentido, no mercado doméstico a questão é mais moderada devido ao impacto econômico na cadeia. Entretanto, a questão tem avançado gradualmente, em ciclo virtuoso: o consumidor demanda ao fabricante, que busca no fornecedor a adequação para os materiais”, considera o assessor executivo da entidade, Igor Hoelscher. Ele comenta que os impactos acontecem especialmente por ainda não se ter escala significativa nem tecnologia suficiente para adequar os insumos na totalidade. Prevê, ainda, que operações como a Carne Fraca também podem impactar no setor pelo enfraquecimento no abastecimento da cadeia do couro e o aumento do rigor na fiscalização em países destinatários das exportações brasileiras. “As empresas devem estar atentas à necessidade de produzir de forma cada vez mais sustentável não somente do ponto de vista econômico, mas também ambiental”,
salienta. O gerente de inovação e assuntos regulatórios da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), Fernando Tibau, afirma que a indústria química mundial apoia a iniciativa. No entanto, destaca a necessidade de uma abordagem baseada em risco. “Deve ser levado em conta o perigo intrínseco das substâncias em conjunto com a exposição das mesmas e, além disso, considerar os aspectos socioeconômicos”, explica. Ele lembra que Abiquim coordena o programa Atuação Responsável (AR) que torna transparente o compromisso voluntário das empresas com a melhoria contínua de desempenho em saúde, segurança e meio ambiente, e todas as associadas são obrigadas a implantá-lo. No entanto, a maior preocupação é com o impacto sobre as MPE, que muitas vezes não têm recursos humanos nem financeiros para investir. Participando das discussões para a criação da legislação de substâncias químicas no Brasil, defende uma lei moderna e eficiente, com a ressalva de não haver impacto negativo na competitividade das empresas. “Não termos ainda uma legislação de substâncias químicas é desvantagem, pois permitimos a entrada no País de substâncias que possivelmente não entrariam em outras nações, mas por outro lado temos a vantagem de identificar as boas práticas regulatórias já adotadas e adaptá-las ao nosso contexto”, finaliza. Destacando que as principais
marcas esportivas já impõem regras rígidas aos fornecedores, a superintendente da Associação Brasileira de Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal), Ilse Guimarães, afirma que para as empresas exportadoras essas exigências não são novidade, e com a retomada das exportações de calçados, tem se verificado uma preocupação maior com a saúde do consumidor e dos trabalhadores que manipulam os materiais. “Hoje os embarques são em lotes menores e distribuídos para um número maior de países, sendo que nem todos seguem o mesmo padrão de exigência. As maiores dificuldades, portanto, são a falta de um modelo que sirva de base para todos os mercados e também cada empresa adotar a sua própria listagem, o que gera custos desnecessários e perda de competitividade para os fornecedores”, opina. Considerando que o consumidor compra valor, não custos, Ilse comenta que o grande desafio é não originar ônus para as empresas. “Precisamos estar atentos aos regulamentos internacionais, mas também questionar o porquê de determinadas solicitações e quais benefícios serão gerados, para podermos buscar soluções viabilizadoras e não somente generalizar e criar mais obrigações”, reivindica. Ela afirma ainda que nenhuma empresa gostaria de ter seu público afetado pelo uso de seus produtos, e por isso deve existir conscientização e realismo na abordagem.
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O presidente do Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB), José Fernando Bello, destaca que esta é uma tendência mundial sem volta, em que os controles e informações sobre substâncias restritas e certificações serão base fundamental para sobrevida dos produtos no mercado. Como os curtumes brasileiros exportam cerca de 70% de sua produção, a adaptação é inevitável e a resposta das empresas brasileiras tem sido positiva e em conformidade. “A Certificação de Sustentabilidade do Couro Brasileiro (CSCB) é reconhecida internacionalmente e compreende em sua dimensão ambiental o controle de substâncias restritas, o que é muito positivo para os curtumes inseridos no programa”, sublinha. Na avaliação de Bello, como se trata de um novo perfil de produção e produto para toda a indústria mundial, a competitividade do País não deve ser afetada. “O couro brasileiro está à frente de muitos de seus concorrentes em função das boas práticas industriais”, assegura. Ele lembra que essa disposição está ligada a demandas do consumidor sustentabilidade e transparência. “O novo consumidor é mais consciente. Ao comprar um calçado, por exemplo, exige um produto alinhado ao seu pensamento; isso sim é o mais importante e não o preço do artigo”,
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sugere. O tema substâncias restritivas tem sido foco de permanente discussão na Comissão de Estudo em Substâncias Restritivas em Couro, Calçados, Componentes e Artefatos no âmbito do CB-11. O coordenador do comitê e vice-presidente executivo do IBTeC, Dr. Valdir Soldi, ratifica que a situação é favorável para o Brasil construir uma legislação específica para o controle de substâncias químicas em produtos e componentes do setor coureiro-calçadista brasileiro. “Neste primeiro momento, o papel da comissão tem sido a elaboração das normas técnicas em consonância com a ISO e outros organismos internacionais, com a clareza de que vivemos em um mercado globalizado e que as questões relacionadas com a saúde humana e o meio ambiente são um compromisso de todos”, descreve. Ele acrescenta, que para a legislação ser efetivamente criada e aplicada em nível nacional, é fundamental a participação e a representatividade de todas as entidades e empresas do setor. “Está mais que na hora do Brasil também se proteger quanto à entrada de produtos inadequados e que não atendam aos requisitos mínimos internacionais de segurança”, ressalta. O presidente executivo do Instituto Brasileiro de Tecnologia do
Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC), Paulo Griebeler, lembra que a conformação é particularmente exigida das empresas que exportam para diferentes mercados em nível mundial, mas as indústrias que estão adequando os seus produtos incluem também aqueles distribuídos para o consumo interno e isso é muito positivo. “Os diferentes graus de exigência dos importadores, seja em relação ao país ou ao importador, dificulta, em parte, o atendimento dos requisitos mínimos para um determinado produto, resultando, inclusive, em aumento de custos que nem sempre podem ser incorporados no valor final. Entendemos, portanto, ser oportuno promover uma ampla discussão sobre a padronização de procedimentos e o nível de exigência envolvendo entidades e empresas do setor”, reconhece Griebeler, destacando que estas discussões acontecem no âmbito do CB11 com a participação aberta a todos os interessados. O Dr. Soldi lembra que, neste contexto, é possível observar que grandes empresas globais (inclusive do setor esportivo) se movimentam no sentido de padronizar o nível de exigência, o que é positivo para as empresas voltadas a este segmento. “Um exemplo é o denominado Afirm Group - Apparel and Footwear International RSL Management
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Group, que tem como missão a redução do uso e impacto de substâncias perigosas em consonância com o Reach e que congrega grandes marcas como Adidas, Nike, Asics, Puma e New Balance”, conclui. A Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) participa, com a Abiquim e demais interessados, do grupo de estudos ABNT/CB-17, que discute a criação das normas de substâncias restritivas brasileiras para a cadeia setorial. O coordenador do Comitê de Química Têxtil da entidade, Lourival Flor, lembra que as normas internacionais que regulam a segurança química nos produtos usados no segmento expõem divergências, porém há também coincidências de substâncias, cujo somatório dentre as controladas não passa de 30. “O comitê escolheu inicialmente 10 substâncias comuns às normativas internacionais, que fossem as mais relevantes para os artigos beneficiados pelo setor. Após quase dois anos de trabalhos, as normas estão praticamente finalizadas, adotando os limites menos rigorosos nas normas de outros países. O objetivo é elencar mais substâncias para constituir a norma brasileira”, contextualiza. Ele conta que a Abit não percebe um impacto tão imediato no merca-
do, pois as condições comerciais entre fornecedor e cliente têm sido mais fortes do que as normativas. “Imagine uma marca global ter na roupa vendida em qualquer país a presença dessas substâncias. Sua imagem seria muito prejudicada. Então as companhias de alto volume de compras, independente das normas de cada país, constroem suas próprias listas de produtos controladas com bastante abrangência”, destaca o coordenador, complementando que existem substâncias ainda sem substitutos, e o mercado as aceita por falta de alternativas. Há outros casos em que as opções são mais caras, mas também exemplos em que os preços são equiparados. Sobre as normas técnicas serem usadas como barreiras não tarifárias, a entidade e a indústria nacional buscam, no mínimo, que se tenha as mesmas exigências no Brasil. “Um aspecto importante dessas normas seria proporcionar uma equidade no mercado, controlando os artigos fabricados no Brasil e também os importados. Se o Inmetro adotar as normativas, as roupas e artigos devem ser controlados, o que seria benéfico para o produtor local”, vislumbra. Outro aspecto elencado pelo coordenador é que dentro das sugestões do grupo de estudo está previsto a ado-
ção de Carta de Conformidade, garantindo que nos produtos fornecidos as substâncias controladas não estão presentes, evitando assim o custo das análises. Dentre todas as entidades ouvidas pela redação, houve quase uma unanimidade na interpretação de que as normatizações são necessárias. Os executivos destacaram que esta é uma tendência mundial e o Brasil deve acompanhar este processo, pois as regulamentações levam à qualificação dos produtos e ao fortalecimento das empresas e das cadeias de valor pela transparência e respeito à saúde humana e ao meio ambiente. Também destacaram que tais solicitações representam um grande desafio devido à falta de padronização dos parâmetros, o que pode levar a custos adicionais pela quantidade de laudos necessários para atender a diferentes solicitações, o que é motivo para tentar unificar as normas dos países e das empresas. Apenas uma entidade teve uma interpretação diferente. É a Associação Brasileira do Vestuário (Abravest), cujo presidente, Roberto Chadad, respondeu, de forma sucinta que “ninguém sabe bem como deve ser traçado o caminho da indústria”, e recomendou bastante cautela até que se tenha mais definições sobre o tema.
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Casos de fornecedores
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Trabalhar com ética e transparência é uma atitude mais do que necessária por parte das empresas, sempre sob o ponto de vista técnico, não se deixando influenciar por flexibilizações ou empecilhos em demasia.” A opinião é do gerente de Negócio da Artecola Química, Sérgio Luís Smidt. Ele salienta que a empresa atende a clientes de vários países e, embora sejam de um mesmo segmento, cada fabricante estabelece sua própria lista de substâncias restritas e com limites diferentes, o que exige investimentos e um grande esforço em P&D. “É preciso atender cada um com as melhores soluções, e há um conjunto de atributos a serem preenchidos - atender a norma dentro dos níveis exigidos, oferecer performance de alto nível e ser competitivo”, destaca. Dentro dessa premissa, a Artecola criou um sistema de colagem base água para calçados esportivos vulcanizados, que atende a exigências também de outros nichos. A saída foi partir do zero, aplicando somente substâncias permitidas, o que gerou um novo produto. “Deixamos de utilizar, por exemplo, formaldeídos, plastificantes a base
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de ftalatos, compostos orgânicos voláteis (VOCs), enfim, substâncias restritas que geram bom desempenho no adesivo, mas não são aceitas no mercado esportivo”, conta. O processo de aperfeiçoamento levou em torno de um ano, desde o desenvolvimento, a implantação do sistema piloto até a consolidação. “A fase mais difícil é sempre a etapa inicial, pois o cliente está acostumado com a performance de um produto e precisa se adaptar a outras características”, comenta. A colagem com adesivo base água tem aspectos diferentes da feita em base solvente e o tempo de secagem é um deles. Como a mudança envolve alterações nos processos do cliente, é oferecido consultoria técnica para se extrair o melhor resultado da tecnologia. Após estudar as adequações propostas e identificar fornecedores que atendam tais exigências e, além disso, auxiliam no desenvolvimento de novas formulações, a Caimi & Liaison testa amostras dos produtos e, quando o resultado é positivo, parte para uma amostragem maior. O produto obtido é enviado para análise em laboratórios onde são atestadas as características de
performance. “A maior dificuldade é atender as especificidades de cada cliente, porém esta é uma adequação necessária, onde se busca substituir as substâncias restritivas. Outra dificuldade está relacionada a alguns ensaios específicos que são realizados por poucos laboratórios, têm custo mais alto e o tempo do ensaio é mais demorado”, aponta o responsável pelo suporte técnico ao cliente, Luiz Carlos Robinson. O gerente de produção, Paulo Silva, garante que todos os produtos desenvolvidos pela empresa são conformados com as diretivas internacionais, e cita como exemplo o New Indiana desenvolvido para uso casual em cabedais de calçados, bolsas e acessórios. “É feito em base coagulada de PU com tecido de poliéster, recoberto com uma mistura de resinas de PU, aditivos, solventes e pigmentos isentos de substâncias restritas, eliminando metais pesados como chumbo e cádmio. “O processo levou cerca de seis meses e os produtos não sofreram alteração nas propriedades, porém com as reformulações houve a mudança do pigmento e tivemos que desenvolver novamente as cores, o que demandou mais avaliações por cor”, salienta Silva.
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A Cipatex também se adequa buscando cooperação com os fornecedores. O gerente de pesquisa e tecnologia, Fernando Brandão, analisa que um fator complicador são as listagens com diferenças nas substâncias e nos níveis de tolerância, o que às vezes leva a um controle pelo limite mais baixo exigido. Para isso a empresa busca de forma sistemática informações junto aos seus fornecedores e órgãos regulatórios. Na linha Coverline para calçados, a empresa tem duas divisões em PVC - o Coverline, que utiliza o ftalato DINP em formulações permitidas pelo Reach e é isento de metais pesados, e o Coverline SF, que é isento de ftalatos e de metais pesados. Outro desenvolvimento é o PU Unic, também livre de ftalatos e metais pesados. Os laminados Coverline SF atendem ao mercado de calçados casual, feminino e infantil, enquanto o Unic se destina para linhas esportivas e femininas. Entre os metais pesados substituídos se salientam o chumbo e o cádmio. “Não houve diminuição da concentração e sim eliminação. No caso das medidas do plastificante ftálico, a concentração passou de em torno de 30% para menos de 0,1% (1000 ppm). Nos metais pesados, as medidas ficaram abaixo de 0,01% (100 ppm)”, destaca Brandão, salientando que as substituições não alteraram as propriedades finais e funcionalidade dos materiais. “O tempo necessário para a
definição de substâncias foi de aproximadamente três meses. Após esse período, mais um ano de testes com acompanhamento técnico. Mas o processo é dinâmico, pois as listas se atualizam constantemente”, conta o gerente. A busca de novos fornecedores, a reformulação de cores e material foram as fases mais difíceis, sendo necessário o desenvolvimento de novos processos de controle fabril. “O Centro de Inovação e Tecnologia da Cipatex (CIT) teve um papel importante neste trabalho”, destaca o profissional, lembrando que as análises laboratoriais externas atestam o rígido controle de matéria-prima e de produção realizado pela empresa. “Seguindo as legislações temos uma base científica para fazer uma gestão correta, sem nos perdermos em caminhos onde as restrições muitas vezes são exageradas ou distorcidas. Além disso, somos proativos em questões onde se pode avançar”, termina. O gerente técnico da QuinTex, Evandro Sommer, destaca que, em razão da empresa fornecer seus componentes para organizações distribuídas em mais de 60 países, e muitos com regulamentações, a empresa conta com uma rede de parceiros mundiais muito importantes e respeitados no mundo, tendo nos respectivos portfólios produtos alinhados com as regras de substâncias restritas. “A preocupação maior é com o bem-estar do usuário. E, em razão de nos basearmos nas
normas para calçados infantis, onde a tolerância é menor do que em produtos consumidos por adultos, a formulação dos produtos em todas as linhas do portfólio da Quin Tex atendem plenamente as normativas internacionais, mesmo que cada empresa tenha lista própria”, garante Sommer. Para ilustrar esta preocupação, o profissional destaca a linha de produtos Bravo, na qual foram feitas alterações à formulação do termoplástico usado no contraforte, para reduzir a concentração de nonilfenóis. A mudança aconteceu no tipo de emulsionante para a polimerização de resinas de estireno (substituição de um éter-sulfatos alquilfenol por um sulfato de éter de álcool gordo). “Reduzimos o nonilfenol conteúdo 700-800 ppm de 25-30 ppm, embora a maioria dos nossos clientes exijam até 100 ppm”, esclarece. A transição, segundo o técnico, não implicou em perda ou alteração nas características do produto, pois a liberação do materiais por parte do controle de qualidade só acontece após os laudos garantirem que a performance do material não teve perda em relação a formulação original. “Acreditamos que com produtos 100% controlados estamos ajudando na melhoria do calçado brasileiro e mundial”, contextualiza Sommer, comentando que a empresa disponibiliza laudos anuais junto a laboratórios autorizados dos quais é parceira ou aqueles indicados pelos clientes.
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