Edição nº 303

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MÃOS À OBRA: ÓTIMAS INOVAÇÕES A TODOS A Semana do Calçado 2017, realizada entre os dias 1º e 5 de outubro - e que é um dos temas principais desta edição -, além de nos deixar extremamente felizes e satisfeitos com seu sucesso, nos trouxe “boas” questões e desafios que estarão cada vez mais presentes no nosso dia a dia e serão diferenciais de sucesso para nossas organizações. A realidade mais do que inerente de que processos colaborativos podem dar maior velocidade e dinâmica as nossas decisões é óbvia, mas é um cenário desafiador a todos nós, pois nos obriga muitas vezes a abrirmos mão de nossas convicções, de nossa maneira de trabalhar e pensar. Em várias situações, nos leva a mais que uma evolução de nossas ideias, mas sim a verdadeiros momentos de ruptura definitiva de nossa maneira de pensar e agir. Aliar a experiência adquirida ao longo do tempo por profissionais altamente qualificados e experientes a comportamentos e pensamentos totalmente inovadores e descomprometidos com os processos atuais também não é tarefa fácil, mas ponto-chave para a evolução e a conquista de diferenciais competitivos. Novas tecnologias, novas maneiras de consumir e avaliar os produtos de consumo são uma realidade hoje, e esta mudança tende a tomar uma velocidade cada vez maior, englobando todos os pontos da cadeia produtiva e de consumo. As novas atitudes precisam ser verdadeiras e duradouras, caso contrário não sobreviverão a este novo momento e a esta nova geração, que inevitavelmente estarão cada vez mais sendo os responsáveis pelo propósito final de nossos produtos e serviços. Cabe a cada um de nós encontrarmos caminhos e alternativas, esta página de nossa história está apenas começando a ser escrita e cada um tem a oportunidade única de contribuir e alterar o roteiro que definirá o futuro de nossas organizações. Então, mãos à obra e ótimas inovações a todos!

Claudio Chies Presidente do Conselho Deliberativo

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MERCADO Novos propósitos para o setor

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EXPEDIENTE

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AGENDA

REPORTAGEM Dias de inovação colaborativa

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NOTAS

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CB-11

INSTITUCIONAL Automação cada vez mais necessária

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OPINIÃO

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ARTIGO

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GUIA

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CADERNO

TECNOLOGIA As fases do crescimento do pé infantil

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2018 Janeiro COUROMODA 14, 15, 16 e 17 São Paulo/SP www.couromoda.com

FIMEC 6, 7 e 8 Novo Hamburgo/RS www.fimec.com.br

INSPIRAMAIS 16 e 17 São Paulo/SP www.inspiramais.com.br

Abril SIMPÓSIO BRASILEIRO DE BIOMECÂNICA DO CALÇADO 25 e 26 Novo Hamburgo/RS www.ibtec.org.br

Março 40 GRAUS 5, 6 e 7 Natal/RN www.feira40graus.com.br

Maio SICC 21, 22 e 23 Gramado/RS www.sicc.com.br

Julho FRANCAL 16, 17, 18 e 19 São Paulo/SP www.feirafrancal.com.br INSPIRAMAIS Data a confirmar São Paulo/SP www.inspiramais.com.br Setembro SEMANA DO CALÇADO 23 a 27 Novo Hamburgo/RS www.semanadocalcado.com.br

Obs.: o calendário de feiras é elaborado com informações obtidas através dos sites das organizadoras e pode sofrer alterações.

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IMAGEM ILOVEDURBAN.CO

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CIPATEX É ELEITA EMPRESA

Top Móbile 2017 A Cipatex conquistou pela sexta vez o primeiro lugar no prêmio Top Móbile - Marcas mais lembradas, na categoria Revestimentos Sintéticos. A premiação foi realizada no dia 22 de setembro, no Campus da Indústria da Federação das Indústrias do Estado do Paraná, em Curitiba. Há 12 anos, o evento reconhece as marcas mais lembradas do setor move-

leiro. Com atuação em diversos mercados, a fabricante de laminados sintéticos tem 53 anos de história e fornece ao segmento mobiliário as linhas Corano, Facto, Pevecron e Cipaflex para revestir sofás, cadeiras, pufes, cabeceiras de cama, entre outros estofados. A premiação é idealizada e realizada pela Alternativa Editorial/Revista Móbile. Para se chegar aos vencedores, são

realizados questionários com toda a cadeia do setor moveleiro em todo o Brasil pela Segmento Pesquisas de Marketing. Em sua 12ª edição foram ouvidas 400 indústrias moveleiras de todas as regiões do País. O evento tem como objetivo reconhecer publicamente os esforços que as empresas e gestores realizam para tornar suas marcas mais sólidas.

BR Sports traz os tênis Saucony para o Brasil etentora das marcas Topper e Rainha, a BR Sports amplia o seu portfólio de marcas de artigos esportivos e traz para o Brasil a marca norte-americana Saucony - que está presente em mais de 100 países e é referência mundial pela qualidade e investimento em inovações tecnológicas para praticantes de corrida de alto desempenho. Empenhada em oferecer aos consumidores o que há de mais avançado em tecnologia, durabilidade e amortecimento para a potencialização da performance e superação de desafios, a Saucony destaca o sistema de amortecimento Everun, que proporciona uma corrida dinâmica e resistente, entregando uma experiência energizada a cada passada. “A marca é uma das líderes no mercado americano e existe uma grande oportunidade de expansão também no Brasil, aproveitando o interesse cada vez maior dos brasileiros pela corrida e diversas outras atividades esportivas”, destaca o CEO da BR Sports, Leonardo Chamsin. Ele informa que a meta é que a Saucony se consolide como uma das três mais importantes marcas de calçados de corrida no mercado brasileiro. Inicialmente os modelos de tênis disponíveis são comercializados em lojas de tênis e artigos esportivos em todo o Brasil,

bem como em e-commerce especializado e também na própria loja online da marca (www.usesaucony.com.br). São sete modelos disponíveis em 36 cores em todo o portfólio, abrangendo três categorias: amortecimento, estabilidade e competição. O tênis Freedom ISO é a principal aposta da marca e o Triumph ISO 3 se destaca por ser eleito pela mídia especializada norte-americana como a melhor renovação de calçado. Hurricane ISO 3, Kinvara 8, Ride 9, Guide 10 e Fastwitch 8 também estão entre as novidades no País.

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BIBI É PREMIADA NO TOP 25

do Franchising no Brasil A

Calçados Bibi foi uma das empresas contempladas na 4ª edição do Top 25 Franqueadoras Brasileiras, promovido pelo Grupo Bittencourt, que premia as redes de franquias nacionais que mais se destacaram em relação à aplicação do propósito como forma de engajamento, levando em consideração a essência e a origem da marca aplicadas ao negócio. Os vencedores foram anunciados durante o 8º Fórum Internacional de Gestão de Redes de Franquias de Negócios, que aconteceu em outubro, em São Paulo/SP. Segundo o presidente da Bibi, Marlin Kohlrousch, a principal missão da empresa é contribuir para o desenvolvimento feliz e natural da criança, além de ser reconhecida como uma marca global de desejo. “Para isso, buscamos sempre desenvolver um trabalho focado na

Colorgraf realiza a 7ª Sipat

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Semana Interna de Prevenção a Acidentes de Trabalho (Sipat), da Colorgraf, é promovida pela Comissão Interna de Prevenção de Acidente - Cipa, e este ano teve como tema a Qualidade de vida: Ser feliz é uma questão de decisão. Por isso, a sua programação abrangeu desde dinâmicas divertidas com aulas de ginástica realizadas pelo Sesi-NH até palestras sobre alimentação saudável e planejamento do cardápio. Outros temas em destaque foram a Superação, que teve o apoio da Associação dos Lesados Medulares do RS, Aids/DST, e a Motivação - com destaque para a questão da felicidade no âmbito pessoal e profissional, e a força de vontade para fazer acontecer. O organizador da Sipat e técnico de Segurança do Trabalho, Igor Daniel Ritzel, disse que o objetivo é promover a conscientização dos funcionários à respeito da prevenção de acidentes de trabalho e da qualidade de vida. As atividades contaram, ainda, com sorteios de brindes e confraternização entre os colaboradores da empresa.

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credibilidade e em uma imagem institucional sólida, por meio da prática de atitudes que são coerentes em relação às necessidades do mercado em que estamos inseridos. Toda a produção é nacional e, além disso, somos a única marca brasileira a disponibilizar produtos não tóxicos às crianças”, salienta. Para enfatizar o propósito da marca em criar calçados que respeitam a anatomia e o desenvolvimento natural dos pés, além de proporcionar pernas saudáveis, postura sadia, uma base segura e estímulos que ativam as funções neurológicas e a percepção sensorial, a empresa adotou o slogan Para criança ser criança. “Estamos imensamente honrados em receber este prêmio. Esta é uma das formas de reconhecimento e valorização dos 68 anos de atuação da marca”, ressalta o presidente.

Netshoes e Tryon firmam acordo

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Netshoes e a Tryon - marca esportiva de produtos que une design, conforto, tecnologia e durabilidade - firmaram uma parceria de licenciamento em que toda a linha Tryon passa a ser comercializada exclusivamente pela Netshoes. A varejista online também é responsável pela criação, produção e comercialização de aproximadamente 50 modelos da marca, dentre calçados, vestuário e acessórios. O e-commerce já está atuando nas linhas training e feminina, com a extensão para a linha aventura projetada para os próximos meses. Para Tsai Hsing, diretora de marca-própria da Netshoes, o acordo chega para evidenciar e firmar a área de private label da Netshoes, que conta com mais de 15 parcerias com outras marcas. “É uma frente que cresce e agrega resultados tanto para a empresa, quanto para seus parceiros”, considera a executiva. Contemplando também México e Argentina, países em que a Netshoes tem operação desde 2011, o acordo mantém a presença internacional da marca. “Vamos aproveitar todo esse know-how para a atuação em outros países da América Latina e também para a operação já consolidada da marca no mercado nacional”, completa Felipe Rosa, gerente de marketing da Tryon.

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COLUNA EPIs

Conjuntos: melhor integração entre os EPIs

Marcos Braga de Oliveira

Técnico químico da divisão de EPIs - Luvas e Vestimentas do Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC)

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s batalhas medievais hoje ocupam apenas os espaços das salas de cinema e das tantas séries de televisão que já abordaram o tema. Hoje, a tradicional armadura de ferro, extremamente pesada, deu lugar à outra roupa de proteção usada bem longe dos campos de batalha: os equipamentos de proteção individual (EPIs). Muito se discute sobre a proteção individual e o grande leque de riscos existentes, contudo, essa discussão é geralmente segmentada pelas partes do corpo que o EPI protege. Os próprios fabricantes e importadores se especializam em produtos específicos. Pode-se citar empresas que fabricam luvas, calçados, vestimentas, óculos de proteção, capacetes e protetores auriculares, mas via de regra focam em só um destes produtos, sendo difícil encontrar empresas que forneçam mais de um dos produtos citados. Em acidentes industriais, toda e qualquer área do corpo humano está propensa a ser atingida, logo, os EPIs utilizados devem oferecer a proteção compativel. Apesar de cada peça de EPI possuir um número único de Certificado de Aprovação (CA), isso não impede que se realize a venda de conjuntos de proteção (mais de um CA), dando ênfase a uma proteção completa e uniforme, no qual nenhuma das peças utilizadas prejudica o desempenho de proteção da outra. Esse tipo de venda é mais comum em vestimentas, porém ela pode ser utilizada para qualquer combinação. Conjuntos podem ser a combinação de calçados e perneiras que se encaixam perfeitamente, mangotes e luvas

com conexões para prender um no outro ou até mesmo peças conjugadas (nas quais uma luva ou bota é fixada a um mangote ou calça de forma a não ser possível a sua separação). Por fim, ao se utilizar um conjunto de EPIs, é recomendável, em algumas situações, tomar cuidados específicos em sua colocação: os punhos das luvas devem estar dentro das mangas, bem como as perneiras por baixo da calça, a fim de que, em uma situação de derramamento, o produto em questão possa escorrer livremente, não se acumulando na vestimenta ou atingindo o usuário por alguma abertura; as luvas utilizadas devem ter destreza suficiente para proporcionar a rápida retirada da vestimenta em situações de risco e por último, mas não menos importante, o usuário deve se sentir confortável e sem limitações de movimentos a fim de executar um trabalho de qualidade e em segurança. Quando se planeja todos os aspectos de proteção na forma de um conjunto, a preocupação passa a ser com o todo e não com uma única parte. O trabalho das fabricantes se torna mais complexo, bem como o investimento, mas com isto também o valor do produto cresce, juntamente com a fidelidade do cliente, que começa a adquirir todos os EPIs necessários de um único fornecedor. Esse último pode assim se dedicar cada vez mais as necessidades de seu cliente, criando um mundo cada vez mais livre de acidentes de trabalho.

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TÊNIS DE BASQUETE

em impressão 3D N

Segundo o gerente geral da empresa, Xu Zhihua, o projeto elevou a marca para o status de líder mundial em P&D e aplicação da tecnologia de impressão 3D em calçados esportivos. “Como uma nova tecnologia de criação de protótipos e de processamento, a impressão 3D é de grande significado para as marcas esportivas chinesas e para a estratégia Feito na China para 2025. O próximo passo da marca é aplicar a tecnologia de impressão 3D em mais produtos, fornecendo continuamente artigos inovadores aos consumidores. FOTO DIVULGAÇÃO

o final de agosto, a Peak, uma das marcas esportivas profissionais líderes em todo o mundo, lançou seu primeiro tênis de basquete feito com impressão 3D. “Estes sapatos possuem obviamente maior desempenho do que os tradicionais. Percebi que as solas e as laterais da parte da frente feitas com impressão 3D permitem uma experiência de uso mais confortável”, garantiu o jogador de basquete norte-americano, Dwight Howard, durante o lançamento. A Peak é uma das primeiras marcas em todo o mundo a aplicar a tecnologia de impressão 3D aos sapatos esportivos. Há três anos, a marca esportiva adquiriu o mais avançado equipamento de impressão 3D e lançou produtos baseados neste conceito. No último mês de maio, a marca já havia lançado o tênis de corrida Future I feito também com esta tecnologia. O sapato de basquete Dwight Howard III-3D utiliza uma estrutura reticular 3D no meio do solado, enquanto usa estrutura de TPU feita com impressão 3D para as laterais da parte da frente, ultrapassando os limites existentes da estrutura do desenho e expandindo o espaço no qual os designers puderam ser mais criativos e, por fim, fornecendo aos consumidores o produto esportivo profissional líder, o qual é atraente tanto no visual quanto no alto desempenho.

Flávia Flores, do IQeB, lançou linha de sapatilhas Bioshoes para Outubro Rosa

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Instituto Quimioterapia e Beleza (IQeB), Ong criado a partir da atuação da escritora Flávia Flores, que desde 2012 empodera mulheres com câncer por meio da redescoberta da beleza e autoestima, fechou uma parceria com a Bioshoes, e-commerce de sapatilhas produzidas a partir de materiais ecológicos e desenvolvida com a tecnologia glove system, um sistema de construção que proporciona bem-estar e flexibilidade no caminhar.

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A parceria funciona de duas formas: com linha própria assinada pela Flávia, cujos modelos levam as gatinhas em referência às Cats, como ela carinhosamente chama suas milhares de seguidoras e pacientes em tratamento do câncer; e com parte da venda de toda a coleção Bioshoes revertida para o instituto. Os calçados fazem parte da coleção The Ballet Flat Bioshoes, lançada no Brasil, e produzida em diversos materiais como couro, laminados

sintéticos, lona, materiais reciclados feitos a partir de fios de garrafa pet e retalhos de tecidos descartados pela indústria moveleira e de confecção. “Pacientes em tratamento de câncer precisam se sentir lindas, saber que a vida continua, que podem passar um batom, colocar um lenço lindo, uma peruca e se vestirem bem. As sapatilhas da Bioshoes caem como uma luva nesse quesito”, comemora Flávia Flores. Mais detalhes em www. bioshoes.com.br.

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RHODIA E BASF COM PÉ FIRME

na inovação A

Rhodia, empresa do Grupo Solvay, e a Basf, líder em inovação na indústria química, se uniram para lançar um desenvolvimento que se propõe a ser uma nova tendência no mercado calçadista brasileiro: tênis esportivos com solados de poliuretano. A Rhodia, por meio de sua área de Poliamida e Intermediários, entrou com o ácido adípico, matéria-prima para a fabricação do poliuretano, enquanto a Basf elaborou os sistemas de poliuretano para solados e entressolas - Elastopan S 81030 e SP 8060. Mais usado no exterior, o tênis com solado de poliuretano, segundo as empresas, está praticamente fora das prateleiras no Brasil - principalmente pelo desconhecimento técnico da indústria nacional sobre a alta performance do produto. Dispostas a quebrar paradigmas e mudar esse cenário, as duas organizações decidiram unir forças e somar conhecimentos para desenvolver esse novo sistema de PU. Durante os testes com tênis que incorporam o novo material em seus solados e entressolas para avaliar seu desem-

penho e comparar com outros materiais, os resultados são bastante positivos. O poliuretano proporciona mais leveza, conforto e proteção biomecânica e também se destaca pelo desempenho, pois não deforma nem perde suas propriedades com o uso. “Enxergamos uma ótima oportunidade de mercado para a indústria de calçados com o poliuretano, que oferece excelente desempenho. Ficamos bastante satisfeitos com os resultados dos testes, que mostram que essa realidade está se aproximando de nosso mercado”, diz Rudnei Roberto de Assis, especialista de mercado para Calçados de Materiais de Performance da BASF para América do Sul. Já a Gerente Comercial e Marketing da área de Poliamida e Intermediários para a América Latina do Grupo Solvay, Marlise Margaritelli, salienta que com os diferenciais do poliuretano e custos mais competitivos, o novo material tem tudo para conquistar os fabricantes de tênis, seja adaptando seus modelos atuais, seja incorporando a novidade nos futuros lançamentos.

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RHODIA COMPLETA 40 ANOS DE

produção de sílica no Brasil A sílica precipitada quimicamente, um insumo utilizado por indústrias de diferentes segmentos, desde os pneus (incluindo os ‘pneus verdes’) e artefatos técnicos de borracha até formulação de agroquímicos, nutracêuticos e calçados, passando por produtos de cuidados pessoais e para a alimentação humana, é uma das apostas para o crescimento sustentado dos negócios da Rhodia, empresa do Grupo Solvay, na região da América Latina. Pioneira na região na produção de sílicas precipitadas, a Rhodia tem feito investimentos permanentes em sua unidade industrial instalada em Paulínia/SP, que completa 40 anos de instalação. Por ano, em média, a empresa tem aplicado em torno de 10 milhões de reais em projetos de processos operacionais, na introdução de novas tecnologias e produtos, em logística e aumento de capacidade de produção. Os objetivos dessa área de negócios são aumentar a eficiência da empresa e abastecer adequadamente os clientes em todos os países da região, com os produtos comercializados sob as marcas Zeosil, Zeosil Premium, Efficium e Tixosil, em suas diversas apresentações, de acordo com os segmentos de mercados em que são aplicadas. “Produtividade e competitividade são as palavras-chave do setor e elas estão incorporadas ao nosso modo de trabalhar. Com nossas inovações e a capacidade de atender os diversos mercados em que atuamos, nós estamos bem posicionados para continuar crescendo na região junto com nossos clientes”, afirma o vice-presidente para a América Latina da unidade global de negócios Sílica do Grupo Solvay, François Pontais. A mais recente iniciativa na fábrica de Paulínia foi o início da produção da sílica de alta dispersabilidade (HDS, na sigla em inglês) destinada principalmente à produção dos pneus que economizam energia. Análises realizadas pela

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empresa e de organismos do setor automotivo indicam que o uso dessa sílica HDS permite a redução de até 7% no consumo de combustível do automóvel. Portanto, reduz na mesma proporção as emissões de carbono na atmosfera. A expansão do uso da sílica de alto desempenho na produção dos pneus verdes pode ser um fator importante para que a indústria automobilística alcance mais rapidamente as metas de redução de emissões de carbono previstas nos programas de desenvolvimento do setor. Do mesmo modo, a empresa investe para aumentar o uso de suas sílicas precipitadas em outros segmentos de mercado em que há potencial de crescimento, tais como oral, care, formulações de nutracêuticos e agroquímicos, além de mercados regionais importantes, como calçados e alimentação humana. “Temos em nosso pipeline de inovações, em nossos laboratórios no Brasil e em outras regiões de atuação do Grupo Solvay, uma série de projetos em diferentes etapas de desenvolvimento, que serão colocados à disposição do mercado até 2020”, acrescenta Pontais.

40 anos de pioneirismo Erguida em 1977, sob o signo do pioneirismo, a unidade industrial de Sílica da Rhodia passou ao longo de 40 anos por diversas transformações e modernizações para manter sua competitividade em um cenário econômico regional de muitos desafios. Inicialmente a Rhodia e depois o Grupo Solvay (que adquiriu as operações da Rhodia em 2011) investem permanentemente nessa área de negócios.

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NANOTECNOLOGIA CADA VEZ MAIS

presente nos têxteis O s tecidos inteligentes já são uma realidade. A cada estudo, os cientistas, aliados a designers têxteis, conseguem criar novas categoria de tecidos. Segundo o colombiano Juan Hinestroza - referência no estudo de nanotecnologia aplicado ao têxtil -, o principal obstáculo para os criadores é ter acesso aos materiais que podem expressar sua imaginação. “Ao invés de usar um tecido existente, os designers, juntamente com os cientistas, podem criar o próprio material. É um esforço difícil, pois cada um tem um conjunto de habilidades que, à primeira vista, parecem incompatíveis, mas provamos nos últimos 13 anos que essa combinação é possível”, salienta o pesquisador. Hinestroza ressalta que o valor investido nas novas matérias-primas é muito menor do que os benefícios proporcionados. “A beleza dos nanomateriais é que, na maioria dos casos, não são necessárias mudanças nas instalações de fabricação existentes. A química em que trabalhamos é a base de água e pequenas quantidades de solventes são necessárias. Em alguns casos, trabalhamos com nanomateriais de plantas e produtos naturais. Ainda vamos usar 99,5% de materiais têxteis e apenas adicionar 0,5% ou menos dos novos nanomateriais. O truque é onde usar essas soluções para alcançar o valor

máximo”, destaca. O especialista sinaliza que projetar seus próprios materiais pode dar novos graus de liberdade às mentes criativas, tanto na ciência, quanto na moda. Para ele, a moda precisa abordar a amplitude de roupas funcionais, da mesma forma que os fabricantes de joias e relógios estão se adaptando para que tais acessórios façam mais do que servir como estética. A utilização destes insumos na fabricação de materiais têxteis pode, inclusive, ser empregada como um diferencial competitivo por marcas nacionais frente à concorrência, aproveitando a criatividade e a flexibilidade dos brasileiros que, aliás, é vista como outra vantagem destacada por Hinestroza como uma importante capacidade de improvisar e inovar. “É algo em nossa cultura de caos e desordem que permite pensar dessa maneira e isso está se tornando um ativo. Os latino-americanos podem prosperar em ambientes cheios de incerteza e podem criar no meio do caos. A fusão da tecnologia e da moda é caótica e incerta e, com certeza, os brasileiros talentosos terão sucesso”, acredita o especialista, que foi um dos palestrantes da 33ª Conferência da IAF, maior conferência de moda mundial, que aconteceu pela primeira vez no Brasil, no dia 18 de outubro no Rio de Janeiro.

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DOWDUPONT CONCLUI FUSÃO

com sucesso A

DowDuPont concluiu com sucesso a fusão de iguais entre The Dow Chemical Company e E.I. du Pont de Nemours & Company. Desde 31 de agosto último, a organização combinada opera como uma holding e com três divisões: Agricultura, Ciência dos Materiais e Produtos Especializados. As ações da DuPont e da Dow tiveram suas negociações encerradas na Bolsa de Valores de Nova Iorque (NYSE), que começou a negociar sob o símbolo DWDP. “Estamos muito felizes por concluir essa fusão e avançar rumo à criação de três empresas independentes e líderes em seus mercados de atuação. Embora o patrimônio e a força conjunta das duas empresas sejam impressionantes, o verdadeiro valor dessa fusão reside na pretendida criação de três empresas poderosas que influenciarão mercados e impulsionarão o crescimento para o benefício de todos os seus públicos. Nossas equipes estão trabalhando há mais de um

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ano no plano de integração e, a partir de hoje, iniciaremos a execução desses planos com a intenção de completar as separações o mais rápido possível”, disse o presidente executivo da DowDuPont, Andrew Liveris. Já o CEO da organização, Ed Breen, considerou que para os acionistas, clientes e funcionários, a fusão representa um passo definitivo rumo à geração de mais valor e maiores oportunidades por meio de um futuro construído em crescimento sustentável e inovação. “A DowDuPont é uma plataforma para o lançamento das três empresas pretendidas e fortes, que estarão muito bem posicionadas para investir em ciência e inovação, ajudar nossos clientes na solução de importantes desafios e gerar retornos de longo prazo para os nossos acionistas”, explicou. Com a conclusão da fusão, o foco está em finalizar as estruturas organizacionais que serão os alicerces das três empresas pretendidas e capturar as sinergias para gerar valor.

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CALÇADOS

tamanho grande O s irmãos e sócios Marcio e Antonio Figueiredo pesquisaram o mercado de sapatos acima do tamanho 44 e perceberam diversas lacunas para o consumidor. Com foco em preencher esses espaços, decidiram abrir o e-commerce de calçados masculinos Sapato Grande. “A principal queixa dos homens que calçam tamanhos maiores é a falta de variedade de modelos”, diz Marcio Figueiredo. “Outra reclamação é que lojas virtuais de sapatos grandes focam mais no público feminino, restando aos homens as lojas físicas, o que nem sempre é prático”, ressalta o sócio. A loja virtual, promete uma ótima experiência de compra e trabalha com grande variedade de marcas e estilos, com calçados entre os tamanhos 44 e 48, de marcas reconhecidas no mercado, como Converse, Havaianas, Free Way, Bull Terrier, Anatomic Gel, Scatamacchia, Ferricelli, entre outras. “Percebemos que o cliente de sapatos tamanhos grandes gasta o dobro do tempo pesquisando produtos em sites especializados do que clientes que usa numeração comum. Quando

o cliente de numeração grande encontra uma variedade razoável, a taxa de conversão é o dobro”, explica Marcio.

Entregas em todo Brasil

Na grande São Paulo o prazo é de até dois dias úteis e o cliente também tem a opção de comprar pelo site e retirar na loja física no centro de São Paulo. Os preços estão em competitividade com os principais concorrentes. “Pretendemos chegar a 500 pedidos por mês até o final de 2017 e o dobro disto até a metade de 2018”, conta Marcio. Certos de que a necessidade por numeração acima do 44 mexe com a autoestima do consumidor, a empresa quer oferecer a melhor experiência de compra possível. “Desde o design do site até a variedade de modelos e toda a logística de entrega foram pensados para facilitar e melhorar o dia a dia de quem usa tamanho grande”, explica Marcio. Pensando nessa comodidade, o site também oferece acessórios como meias e até preservativos tamanho grande.

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FENAC APRESENTA NOVIDADES

para Fimec 2018 N

o dia 17 de outubro, a Fenac recebeu em Novo Hamburgo/RS mais de 100 empresários, em sua maioria fabricantes calçadistas, para apresentar as novidades da Fimec 2018, e sediar as palestras do projeto Juntos em Novos Mercados, ancorado por HubSales, Netshoes e Mercado Livre. Segundo o diretor-presidente da Fenac, Márcio Jung, a união entre Fenac e a Hubsales atraiu para o evento vários fabricantes que entendem a importância da atualização frequente frente às novidades do mercado calçadista. “Pensando nisso, apresentamos nossas novas ações para a Fimec que são focadas em tecnologia e geração de conhecimento. Entendemos que a única feira no mundo que tem tudo do cluster coureiro-calçadista, também deve se preocupar em criar momentos de capacitação ao nosso visitante”, afirmou. Para a 42ª Fimec, que acontece entre os dias 6 e 8 de março, o Salão de Logística, novo espaço da já tradicional Fábrica Conceito e o Fórum Fimec são as novidades. O Fórum Fimec: Moda e Negócios, que foi pensado especialmente para fornecer informação e capacitação de qualidade ao setor coureirocalçadista, acontecerá em paralelo à Fimec, no contra turno, e contará com palestras ministradas por profissionais nacionais e internacionais do setor calçadista.

Em dois dias, os profissionais ligados à moda e à área de negócios, contarão suas experiências profissionais e darão conta de temas relevantes para os profissionais desse segmento. O Salão de Logística tem como objetivo apresentar aos visitantes um espaço dedicado a soluções e novidades em logística. Aliado ao projeto Sola (Sistema de Operações Logísticas Automatizadas), esse espaço mostrará processos que reduzem os custos, integram ações, permitem rastreabilidade, possibilidade de crossdocking e reposição automática, controles e organização para gestão dos negócios e inventário em tempo real. Indo muito além do transporte, a logística é indispensável para administrar os recursos da empresa, fazendo desde a gestão de compra, planejamento, armazenamento, transporte, bem como a distribuição dos produtos e o monitoramento. Já a Fábrica Conceito ganhará novo espaço dentro da Fimec, com uma área ainda mais ampla, a ação deve ganhar destaque extra na edição de 2018 exibindo a produção de calçados em tempo real como numa indústria calçadista. Sendo a única feira no mundo a exibir um processo industrial desse porte, a Fimec coloca em funcionamento o maquinário e a matéria-prima de seus expositores apresentando todo o processo de fabricação do calçado.

Palestras

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FOTO TALENTTARE

Foram duas palestras, uma da Netshoes e outra do Mercado Livre, dois grandes players do mercado de e-commerce. A Hubsales, empresa que faz a conexão entre as marcas e estes marketplaces, fez a sua apresentação destacando números do comércio eletrônico atual. “Estamos com este projeto, que passará por diversos polos calçadistas porque queremos levar o fabricante a conhecer o e-commerce através dos market placas. São portas de entrada no mundo de venda online que potencializam o faturamento e fazem um conexão direta com o consumidor final”, destacou o representante da Hubsales, Guilherme Artiles. Ambas as palestras trataram de apresentar conceitos de marketplace ao público. “A rotina do consumidor mudou e as empresas precisam se dar conta disso. Cerca de 13% do faturamento total da Netshoes e Zattini hoje vem do calçado. O que significa que há espaço para isso no comércio eletrônico. E é essa semente que queremos plantar no fabricante”, declarou Mauro Lopez , representante da Netshoes. Fernando Jacobucci falou em nome do Mercado Livre sobre a importância de começar pelos marketplaces para acessar o mundo de venda digital. “O motor do crescimento do comércio eletrônico são os marketplaces”, declarou.

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ZERO GRAU COM EXPECTATIVA

de crescimento O

s indicativos que apontam para o crescimento gradual da economia brasileira, ainda que seja modesto, repercutem positivamente na procura por espaços na próxima edição da Zero Grau - Feira de Calçados e Acessórios que acontece de 20 a 22 de novembro, em Gramado/RS. De acordo com a Merkator Feiras e Eventos, organizadora da mostra, a perspectiva é de crescimento na ordem de 7% nos espaços comercializados, num comparativo com a edição de 2016. “Estamos otimistas em termos uma feira ainda maior do que a realizada no ano passado, que já foi um marco para lançamentos de outono/inverno. O crescimento na metragem comercializada até o momento é um dos primeiros reflexos da recuperação econômica no setor de calçados e acessórios”, explica o diretor da organizadora, Frederico Pletsch.

Relacionamento com a indústria Uma das bandeiras da Merkator é compreender as necessidades do mercado e trabalhar para atender a essas expectativas. Neste sentido, os organizadores visitaram os principais polos brasileiros de produção de calçados, para entender o que a indústria espera dessa edição e, a partir do feedback, aprimorar a mostra. Responsável por antecipar as coleções desenvolvidas para o outono e inverno de 2018, a Zero Grau traz consigo todos os ingredientes que fizeram o sucesso da última edição do Salão Internacional do Couro e do Calçado (Sicc), que também é realizado pela Merkator em Gramado/ RS e apresentou em maio as coleções da primavera e verão, que hoje estão nas vitrinas de todo o País. “A comercialização de espaços está praticamente fechada, mas é importante saber as necessidades pontuais da indústria. Isso nos ajuda a fazer uma feira ainda mais completa”, explica Frederico Pletsch.

Recorde de lojistas Segundo a mais recente atualização da promotora, a edição desse ano cresceu 7% no volume de lojistas, em relação à realizada em 2016 - sem considerar os mais de 300 na lista de espera de hospedagem na serra. O número de compradores de diferentes regiões do Brasil e de várias partes do mundo ressalta o acerto da estratégia de unir negócios com turismo. A vocação turística de Gramado já é conhecida há bastante tempo. Nas últimas duas décadas, porém, o potencial da cidade como local para a realização de negócios vem crescendo. “Nossas feiras na cidade nasceram da união dos negócios com o turismo, uma proposta inovadora nos setores em que atuamos. Com o tempo percebemos a importância de unir esses dois itens à informação, fazendo com que as feiras sejam um momento de troca entre todos os elos do setor de calçados e de acessórios”, explica o diretor Frederico Pletsch.

FOTO LUÍS VIEIRA

40 Graus em espaço renovado

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Logo após o término da feira, as atenções da Merkator estarão todas voltadas para a feira 40 Graus, que acontecerá em Natal/RN de 5 a 7 de março de 2018 e, conforme a organizadora, deverá ter sua maior edição. Isso será possível devido ao avanço das obras da reforma do Centro de Convenções de Natal, onde a feira vem sendo realizada. A feira mobiliza também o varejo das regiões Norte e Nordeste. “Esse é um mercado de extremo interesse para a indústria. Juntas, as duas regiões representam populações superiores a da maioria dos países da América Latina, por isso a importância de uma mobilização especial dos fabricantes para estar mais perto dos clientes e entender cada vez melhor a cultura regional”, diz Pletsch.

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MAQUINTEX, SIGNS NORDESTE E FEMICC

expõem 500 marcas

FOTOS DIVULGAÇÃO

Barudan

T

erminaram no dia 6 de outubro, no Centro de Eventos do Ceará, em Fortaleza, as feiras bienais e simultâneas Maquintex, Signs Nordeste e Femicc, que juntas reuniram cerca de 500 marcas que apresentaram lançamentos em produtos, serviços e informação para as indústrias têxtil, coureiro-calçadista e de impressão digital, comunicação visual, sinalização e serigrafia em um único local. Os eventos são realizados pelo Fcem|Febratex Group.

A fabricante japonesa Barudan apresentou na Maquintex sua linha de máquinas de bordar automáticas de um a 56 cabeçotes, além de seus equipamentos mais direcionados à indústria automotiva, calçadista e boneleira. Com o objetivo de atender à demanda por equipamentos com áreas de bordados maiores que as convencionais, aumentando o leque de possibilidade de escolha de seus clientes.

A ECNC Máquinas de Corte a Laser mostrou dois modelos que são sucesso de vendas: L-1210 e L-1060 de corte a laser para não metal. Os visitantes conheceram também o lançamento da linha de máquinas Router e máquinas de gravação a laser de alta velocidade, com uma linha completa de máquinas CNC para corte de metal de grande porte, gravação em linha de produção, corte de material não metálico e máquinas para comunicação visual.

ECNC

A Silmaq, uma das maiores fornecedoras de equipamentos para a indústria têxtil da América Latina, enfatizou dois lançamentos inovadores: o Detoner - um equipamento destinado à produção de puídos e rasgados em jeans e tecidos prontos para tingir de forma excepcional - e o projeto Wizard, desenvolvido para garantir os melhores processos de beneficiamento de jeans e malhas, englobando equipamentos, produtos e técnicas para submeter malhas e jeans a processos de encolhimento, amaciamento, resinagem e odorização, com eficiência e responsabilidade ambiental. Silmaq

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Especializada na produção e comercialização de fitas elásticas e rendas, a Elastan destacou elásticos especiais para o segmento esportivo/fitness, rendas de algodão com e sem elastano, elásticos com transparência para cintura de calcinhas e sutiã, nova alça para lingerie, rendas largas tingidas e sublimadas fabricação própria e importadas. Além desses lançamentos a empresa produz diversos tipos de fitas elásticas entre elas: elásticos bordados e sublimados, rendas, alças, bicos, viés, elásticos largos para modeladores, jeans, fitness, uma cartela de cores e tingimentos especiais, calçados entre outros.

A Sun Special marcou presença com o lançamento exclusivo do Motor Direct Drive para Máquinas de Costura SS-DD, que transforma uma máquina de costura convencional em uma máquina semieletrônica, com novo motor compatível com diversos modelos e marcas disponíveis no mercado e que garante mais produtividade, economia, baixo ruído e baixa vibração. A empresa destacou também suas impressoras de grande formato e tintas digitais e a máquina de Costura Industrial Reta Eletrônica com MP3 e Motor Direct Drive.

Única fabricante 100% brasileira no mercado de equipamentos de impressão digital, a Ampla Impressoras Digitais realizou na Signs Nordeste 2017 o pré-lançamento de sua nova máquina de impressão digital para sublimação: a impressora TX-MAX, disponível na largura de 1,90m e que conta com duas cabeças DX5. Com produção de até 32m²/h no modo de produção quatro passes, entrega em uma resolução de 1440 DPI e já vem com o RIP Photoprint incluso. Sun Special

A VP Máquinas - fabricante de máquinas para transformação de acrílicos e demais termoplásticos, destacou a Dobradeira DVP 600 1/6 que garante economia e versatilidade: medindo apenas 60cm, funciona com 1 ou 6 fios, utilizando um único transformador; a Mega1000 - mesa gabarito para colagem perfeita - que permite ao operador a colagem de placas acrílicas em ângulo e de topo de forma prática e segura, garantindo a qualidade do produto final, além de sua padronização e maior agilidade de produção. Já a Meta1000 - mesa para tupiar e usinar acrílicos e demais termoplásticos - permite ao operador a usinagem em diferentes ângulos, chanfros e alturas, através de uma tupia manual instalada na própria mesa que permite diferentes regulagens do ângulo e altura da fresa. Conta também com espaço para aspirador de pó, chaves liga/desliga, botão de emergência e oferta de fresas especiais opcionais. Outro destaque é a Politriz Universal que realiza polimento de aço, ferro ou alumínio com uma velocidade específica do giro do motor para cada material. O equipamento conta com sinalizador de excesso de esforço do motor com parada automática e botão de parada de emergência.

Ampla

Há mais de seis décadas, a Agabê desenvolve produtos para a indústria de serigrafia, oferecendo uma ampla linha de opções para todas as etapas dos processos de produção. Na Maquintex, lançou novas emulsões para atender às tendências do mercado e produtos para a preparação e limpeza de matrizes com enfoque na sustentabilidade. Agabê

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NOTAS MONOGRAMA Para esse verão, a Arezzo traz uma releitura da linha Monograma. A fim de fortalecer seu DNA, a marca apresenta novos modelos de bolsas que carregam seu monograma emblemático, junto com bordados de aves e flores, e traz o aspecto vintage da linha com um pegada fun e descomplicada.

TELAS E TRANÇADOS Para essa temporada, a marca Cris Barros explora a essência do Brasil, incorporando seus valores culturais, históricos e estéticos. A pesquisa se estende por todas as regiões do Brasil e mergulha também no trabalho de artistas como Lucio Costa, Rino Levi, Paulo Mendes da Rocha e outros respeitados profissionais.

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ÍCONES A Timberland lança uma linha com ícones da fauna e da flora brasileiras que acabam de chegar às lojas da marca. Com o intuito de se adaptar ainda mais ao gosto dos brasileiros, a marca resolveu criar uma coleção totalmente desenvolvida no País. A maranta, planta típica muito conhecida no Brasil, o carcará e o lobo-guará se transformaram em estampas de camisetas e bermudas em tecidos leves, além de chinelos e tênis masculinos que garantem looks despojados para o dia a dia.

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IMAGEM LUÍS VIEIRA

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SEMANA DO CALÇADO • Luís Vieira

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iniciou com maratona de desafios tecnológicos para absorver novas ideias. Sintam-se estimulados não só pelo prêmio oferecido, mas, principalmente, pela oportunidade de poderem ajudar as empresas a inovarem nos seus produtos e processos”, comentou Griebeler, que também agradeceu à participação das universidades Feevale e Unisinos, por além de ajudar na orientação dos grupos quanto aos quesitos e metodologias aplicáveis, ofereceram um período de incubação para projetos de interesse em seus respectivos parques tecnológicos. O presidente observou ainda que a experiência também serve aos participantes como um canal para contratos futuros, sempre que surgirem novas ideias para beneficiar as empresas setoriais, principalmente com relação à inovação tecnológica e ao aumento da competitividade. Participaram do desafio 13 equipes, somando 36 profissionais. A comissão avaliadora selecionou seis projetos para concorrer a dois prêmios e os finalistas fizeram novas apresentações dos projetos no dia 5 de outubro, data em que foram divulgadas as equipes vencedoras, na abertura oficial do 3º Fórum IBTeC de Inovação, evento que encerrou a Semana do Calçado 2017. FOTOS LUÍS VIEIRA

Semana do Calçado 2017, que aconteceu de 1º a 5 de outubro, em Novo Hamburgo/RS, iniciou com o IBTeCHDAY - maratona de desafios tecnológicos voltados para o setor calçadista. Realizado pelo Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC), o evento buscou potencializar a geração de produtos, processos e serviços inovadores, com a integração de startups - empresas de base tecnológica incubadas em parques tecnológicos -, programas de pós-graduação, escolas técnicas e institutos de pesquisa. Os desafiadores foram organizações interessadas em investir em projetos inovadores a partir de desafios tecnológicos previamente elencados. Já os solucionadores formaram grupos especialmente para desenvolver soluções aplicáveis aos desafios apresentados. O presidente executivo do IBTeC, Paulo Griebeler, elogiou a atitude proativa dos participantes que, em pleno domingo, dedicaram o seu tempo e criatividade para criar soluções a partir da soma de seus conhecimentos. “Este é um setor sólido, com alta relevância para a economia do Rio Grande do Sul, e que busca se renovar, criando com isso muitas oportunidades

Em primeiro lugar ficou o projeto Indústria 4.0 - Informação em tempo real, desenvolvido por Alexandre Schumacher, Douglas Cunha, Leonardo Souza e Luis Ricardo Oliv. O grupo, que desenvolveu um sistema de serialização do calçado e controle de estoques sustentado por uma plataforma big data, recebeu como prêmio passagens ao Vale do Silício com visitas às sedes do Facebook, do Google e da Apple.

O projeto Forrest Run, de Luiz Henrique Simon, Leonardo Alves, Shoichi Kakuta e Roberto Gaspar, foi classificado em segundo lugar. O grupo desenvolveu um sistema que auxilia o usuário a identificar o momento de trocar um calçado de performance, o que pode ajudar a prevenir lesões, e recebeu como prêmio passagens e inscrições para o Campus Party 2018, maior maratona tecnológica do Brasil.

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Tendências no varejo e na indústria e novidades sobre o Preview Couromoda

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FOTOS MAURO MORAES

o dia 2 de outubro, aconteceu o Seminário Comercial. Realizado pelo Grupo Couromoda e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-RS), o evento tratou sobre o futuro do varejo e da indústria. O arquiteto Júlio Takano e o professor da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM São Paulo), Gil Giardeli, foram os palestrantes, mas antes a direção da Couromoda apresentou a jornalistas as novidades sobre o Preview 2018, que ocorre em novembro, marcando assim o início das comemorações dos 45 anos da feira, que serão celebrados a partir de janeiro do próximo ano.

Indústria 4.0 e casos de inovações O Professor da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), Gian Giardelli, afirmou que o movimento denominado Indústria 4.0 coloca no centro dos debates questões como os prazos para entrega ao mercado, que se reduziram e continuarão a se reduzir drasticamente, e a customização cada vez maior e mais aprimorada. “Estamos em um tempo em que se faz necessária a destruição criativa. Se você não fizer, alguém fará”, revelou, lembrando que estudos mostram que cerca de 430 pessoas no mundo

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Preview Couromoda O Preview Couromoda contará com a presença de 120 indústrias calçadistas brasileiras convidadas pela promotora para o pré-lançamento de suas coleções outono-inverno em Espaços Premiuns no Expo Center Norte, São Paulo. Também estarão presentes 1.500 dos mais importantes lojistas do País. O Preview 2018 faz parte do Connections & Collections, que ainda conta com o Congresso Couromoda Digital e o European Shoe.

têm a mesma ideia ao mesmo tempo. A diferença está em executar o projeto. O futuro da indústria, na explanação de Giardelli, será volátil, incerto, complexo e ambíguo; e as empresas precisam estar preparadas para esta realidade. Infelizmente, prossegue o especialista, o Brasil está na 79ª posição no ranking da inovação mundial, que engloba 127 empresas. “E isso exige maior agilidade nas mudanças futuras”, ponderou. Entre as tendências, alguns exemplos apresentados chamaram a atenção do público como o crescimento exponencial previsto para o uso das impressoras 3D e a tendência das novas gerações pelo não consumo de carne, aspectos que precisam ser avaliados para quem trabalha em qualquer setor, em especial na indústria. “Nos próximos anos, 70% das manafaturas serão

feitas em casa, em impressoras em 3D. Hoje, um em cada três jovens se diz vegetariano e outro pretende ser em breve. Ou seja, o futuro tem que ser pensado prevendo estas e outras macrotendências”, alertou. No final da apresentação, o professor levou um robô que interage com os seres humanos e mostra de forma objetiva com será o futuro: integração entre a tecnologia e às demandas pessoais e humanas. Giardelli encerrou a palestra com uma mensagem de otimismo. “Apesar de todas as dificuldades atuais, eu digo: não tenham medo da inovação, do futuro e da tecnologia. A cada emprego que será fechado pelos avanços, outros 2,6 serão abertos. E o futuro trará mais fartura em vez de escassez e mais liberdade que restrições”, concluiu.

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O novo perfil do PDV

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palestrante Júlio Takano, especialista em formatação de conceitos para o varejo, apresentou detalhes dos fenômenos que estão mudando o jeito de expor e vender calçados nos EUA e na Europa e começam a ter reflexos também no Brasil. Uma das principais consequências das mudanças em curso é que a loja está se tornando cada vez mais ponto de experiências e de momentos marcantes para o consumidor. “Mais do que comprar produtos, o consumidor moderno busca novos valores no ponto de venda, como beleza, bem-estar, prazer, espiritualidade, responsabilidade social e sustentabilidade”, afirmou Takano. Nesse cenário, o desafio é criar experiências sensoriais que simulem “10 mi-

nutos de férias por dia” ao consumidor, ou seja, uma forma de auto-compensação pelo esforço na rotina do dia a dia, para se desconectar, recuperar as forças e restaurar a alma. Conforme o especialista, lojas que oferecerem soluções com elevado nível aspiracional são mais desejadas, pois a vontade de cuidar melhor de si mesmo é a tendência de comportamento mais poderosa das últimas décadas. “Experiências cristalizam indulgências e geram desejo, fidelização e incremento de vendas, bem como soluções para a construção de um branding icônico, capaz de atrair o consumidor, satisfazer seus anseios de consumo e ainda assegurar uma relação duradoura com ele”, complementou.

Metodologias Conforme Takano, da idealização à operação do PDV ou ponto de experiências do consumidor, é preciso ter em mente a necessidade de ofertar 200 pontos de contato da marca com o consumidor. Isso, ressaltou, torna-se mais fácil com a verticalização do processo de projetos e a integração de áreas. No novo modelo de negócios, branding, planejamento estratégico, plano diretor integrado, pesquisa qualitativa e quantitativa e estratégia de varejo são essenciais para um posicionamento correto e a uma proposta de valor que efetivamente seja relevante para o consumidor, onde ele pode fazer compras e vivenciar momentos marcantes, como conversar com amigos, acessar as redes sociais, tomar um café ou se alimentar. “Na atualidade, o consumidor faz a demanda, a loja recebe e processa e a indústria produz”, disse ele, destacando que isso muda o perfil do PDV, a comunicação visual e o papel dos profissionais, que cada vez mais exercem a função de informar, orientar e educar o consumidor, utilizando processos, tecnologias, conceitos e produtos integrados.

Júlio Takano

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Rodadas de negócios com fornecedores de marketing digital

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vo macro do programa é desenvolver uma nova indústria do setor coureiro-calçadista, por meio de novos modelos de negócios, novos processos e produtos inovadores, e a tecnologia tem relação com isso”, comentou. As rodadas de negócios acontecem no modelo encontro rápido, pelo qual as empresas têm cinco minutos para apresentarem os seus serviços para os potenciais clientes. “É um modelo que deu certo, pois é dinâmico e cria um vínculo importante entre os players do setor”, acrescentou Patrícia. Para Bruna Stalla, coordenadora de marketing digital e e-commerce da Bischoff Group, o formato dinâmico otimiza, acima de tudo, o tempo para contato com diversos tipos de fornecedores de serviços. “Em menos de duas horas tivemos contato com 16 empresas. Quanto tempo eu levaria para fazer isso da forma convencio-

FOTO LUÍS VIEIRA

o dia 3, foi a vez da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), a Associação Brasileira das Indústrias de Máquinas e Equipamentos para os Setores do Couro, Calçados e Afins (Abrameq), a Associação Brasileira de Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal) e o Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB) realizarem o FF Exchange. A rodada de negócios envolveu 11 empresas âncoras e 16 fornecedores de web design, e-commerce e branding/comunicação digital e aconteceu na sede do Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC), em Novo Hamburgo/RS. A analista de Inovação da Abicalçados, Patrícia Ott, ressaltou que a iniciativa faz parte do escopo do programa Future Footwear, lançado em agosto do ano passado. “O objeti-

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nal?”, questionou ela, comentando que selecionou cartões de empresas de mídia digital e produção de fotos e vídeos com as quais pretende manter novos encontros. O gerente comercial da Máquinas Sazi, Edson Borsoi, que pela primeira vez participou da iniciativa, saiu satisfeito. “Estamos com planos de avançar na venda e marketing digital e estar aqui foi muito oportuno”, contou, ressaltando que a empresa ainda não conta com parceiros na área e que, certamente, fechará parcerias por meio do evento. Segundo Borsoi, a expectativa da Sazi para o evento era tão grande que a empresa criou um sistema de pontuação para avaliar os fornecedores com os quais se relacionaram nas rodadas. “Gastamos 40 horas planejando essa participação, criando um sistema para avaliação”, disse o gerente, enquanto analisava e pontuava cartões recebidos.

Visão dos prestadores O diretor de Negócios da Agência Due, Thiago Costa, ficou satisfeito. “A rodada nesse formato dinâmico e essa aproximação das agências com potenciais clientes é muito importante. Nós, do ramo da comunicação, muitas vezes temos dificuldades de acessar as empresas, falar com o mercado. O evento serviu, sobretudo, para entender as demandas dos calçadistas”, avaliou Costa, ressaltando que o encontro foi uma “porta de entrada” para a atuação no segmento. Já a agência Alright, destacou a participação de empresas fornecedoras de indústrias calçadistas. “As empresas produtoras de calçados, geralmente, têm uma área de marketing digital mais estruturado. O que nos chamou a atenção foi o interesse dos fornecedores delas, do setor de máquinas e curtumes”, ressaltou a “Agente Secreta” da empresa, Jéssica Homem, acrescentando que a empresa já trabalha com plataformas digitais para algumas indústrias calçadistas.

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FOTO DIEGO ROSINHA

Economista ressalta recuperação econômica e risco político para 2018

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urante a Análise de Cenários que aconteceu no dia 3, numa realização da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), da Associação Brasileira de Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal) e do Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB), a doutora em economia aplicada, Patrícia Palermo, ressaltou que a economia brasileira dá sinais de melhoras, porém é preciso ficar atento ao ambiente político. Segundo a economista, existiu um temor do mercado após a primeira denúncia contra o presidente Michel Temer, que foi desfeita ao ser rejeitada no Congresso Nacional. “O governo se manteve, o câmbio voltou a cair e o mercado entendeu, não por gostar da pessoa do Temer, mas pelo fato de que a agenda econômica proposta pelo governo é importante para que o País se desenvolva”, comentou. Patrícia ressaltou, ainda, que o crescimento frágil e lento, previsto no início do ano, mesmo abalado pela crise política, acabou se confirmando. “Sabíamos que o crescimento seria lento, especialmente porque o Brasil sempre teve crises de curta duração, mas a anterior foi prolongada por oito quedas trimestrais consecutivas, o que acabou

atingindo empresas sólidas e retardando o período de recuperação da economia, especialmente pela desorganização interna e dificuldade para o acesso ao crédito”, destacou. Para a palestrante, a economia passou de fato a mostrar sinais de recuperação nos dois últimos trimestres, quando interrompeu as quedas consecutivas. “Crescemos 1% no primeiro e 0,2% no segundo trimestre. No primeiro momento, o aumento foi puxado, sobretudo, pela agricultura, já no segundo foi mais difundido, apontando para um ritmo real de retomada”, acrescentou. “Não é razoável que um paciente que ficou tanto tempo em coma saia correndo da cama. Ele vai cair”, brincou a economista, explicando a necessidade do crescimento gradual, sólido e consolidado.

Mercado de trabalho Patrícia acrescentou que o mercado de trabalho, neste primeiro momento, tem reagido, especialmente, no ramo informal, com mais trabalhadores sem carteira assinada ou autônomos ocupados. “As empresas ainda vão esperar um desfecho melhor dos fatos e a volta do crescimento para passar a contratar como antes”, comentou. Ressaltou ain-

da que o País segue liquidando empregos, mas em ritmo muito menor do que nos anos de 2015 e 2016, quando foram subtraídos 2,8 milhões de postos de trabalho. “Ainda existe uma ociosidade muito grande nas empresas. Não temos uma consolidação da recuperação econômica, mas existe, sim, um quadro de despiora do cenário”, frisou.

Consumo Para ela, um dos motores da recuperação gradual da economia nacional é o aumento do consumo das famílias, impulsionado pela liberação das contas inativas do FGTS, que injetou mais de R$ 40 bilhões no mercado, o acesso maior ao crédito e a retomada da confiança. “O consumo das famílias responde por mais de 60% do PIB brasileiro, então é um fato de extrema relevância”, destacou. O chamado processo de desinflação da economia, notado nos últimos meses, também tem gerado ganhos reais para o consumidor. Patrícia exemplificou com seu próprio caso, que teve dissídio de 6% no início do ano, inflação acumulada dos 12 meses anteriores, e agora convive com uma inflação de 2,4%. “Essa margem foi ganho real e estimulou o consumo”, explicou.

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FOTO LUÍS VIEIRA

Patrícia Palermo

A especialista acrescentou que o processo de desinflação também abriu espaço para a diminuição dos juros. “Devemos fechar 2017 com uma taxa Selic entre 7,25% e 7%”, adiantou, acrescentando que em janeiro de 2015 a taxa era de 14,25%, o que inibia a tomada de crédito e, consequentemente, o desenvolvimento da economia. Por fim, citou o incremento econômico gerado pelo aumento das exportações ao longo de 2017. “O mundo está crescendo, não como no passado, mas está estimulando as exportações de um modo geral”, destacou. Para 2017, a média de crescimento do PIB mundial deve ser de 3,5%, passando para 3,6% em 2018.

E o Brasil? Sobre o próximo ano brasileiro, Patrícia é otimista, apesar de prever “mais uma temporada de House of Cards”, numa referência à série norte-americana que mostra a corrupção institucionalizada no seio do poder. Segundo ela, com a política não atrapalhando mais o andamento das reformas profundas e relevantes para a retomada econômica, o País deve consolidar o crescimento ao longo de 2018. “A maior dúvida é focada na nossa própria trajetória. Temos uma

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agenda de reformas em andamento, que traz a PEC dos gastos, o novo marco regulatório do pré-sal, as concessões e privatizações, as parcerias com a iniciativa privada e a Reforma Trabalhista”, comentou. Por outro lado, a crise política, se agravada, pode trazer dificuldade em aprovações importantes, como a Reforma da Previdência e a Reforma Tributária, temas controversos e necessários, mas que em tempo de eleições podem ficar engavetados. “Sem uma Reforma da Previdência a PEC dos gastos, por exemplo, perde o sentido, pois não temos mais como conviver com o atual modelo de gastos previdenciários”, apontou. Embora o cenário traçado seja nebuloso, Patrícia projetou um crescimento de 2,3% no PIB já em 2018 e de 2,5% em 2019. Para o ano corrente, a previsão é mais modesta, mas não menos importante, de 0,7%. “Levando em consideração que perdermos 3,8%, em 2015, e 3,6%, em 2016, esse crescimento não aponta uma recuperação total, mas já é um ótimo sinal”, frisou. O próximo ano, segundo ela, deve ser de inflação controlada, na casa de 4%, uma Selic estável na casa de 7% e um leve alívio fiscal ocasionado pela retomada no consumo.

Eleições Segundo Patrícia, nas eleições de 2018, o Brasil passará por um pleito muito semelhante ao vivido em 1989, quando a corrida contou com 22 candidatos e foi extremamente polarizada. “Existem cenários possíveis, que dependem muito mais de fatores internos do que externos. O câmbio deve sofrer alterações, com a liquidez global desvalorizando o dólar, mas que deve ter um impulso com a possibilidade de aumento de juros do banco central norte-americano (FED)”, explicou. No campo doméstico, porém, o que pode balizar a volatilidade do câmbio é o comportamento do mercado frente às eleições de outubro. “São muitas incertezas. Há candidatos com agendas liberalizantes, que tendem a dar sequência na agenda de reformas iniciadas, e outros que tendem a acabar com elas”, disse, porém admitindo que “ainda não temos um quadro de concorrentes definidos”. “O certo é que não podemos deixar que a figura do Salvador da Pátria ganhe força, até porque ele não existe. As pessoas precisam saber que o presidente governa com o Congresso. Mas acredito que, hoje, as chances sejam maiores para um governo que mantenha a agenda de reformas atual”, concluiu.

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Indústria 4.0 é tema de encontro da cadeia coureiro-calçadista

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chave, segundo Cristina, é flexibilidade. “O objetivo principal da Indústria 4.0 é que possamos produzir lotes únicos ou até individualizados com os mesmos custos da moda massificada. Agora, como fazer isso?”, questionou. Para a especialista é preciso investimento em tecnologia, sobretudo em automação. Segundo ela, a Indústria 4.0, nos desdobramentos de robótica e automação, especialmente impressão 3D quando se fala no setor calçadista, já é uma realidade em países mais desenvolvidos. “A questão é que, como a evolução é exponencial, essa realidade não deve demorar muito para chegar no Brasil e a cadeia precisa estar preparada”, acrescentou. Ela destacou que os principais pontos do conceito aplicado da Indústria 4.0 são: as estruturas modulares, pelas quais o acoplamento seja simples e flexível, mas com grande coesão interna; os cyber physical systems, ou seja, a integração total do físico e digital; e a chamada Internet das Coisas (IoT), um meio de conectividade fundamental para o avanço da manufatura. A questão levantada é como inserir esses conceitos em uma indústria tradicional e que utiliza alto grau de mão de obra como a da cadeia coureiro-calçadista. O primeiro passo, segundo a pesquisadora, é a digitaliza-

ção total, ou seja, colocar tudo o que é físico no digital e poder adaptar a qualquer momento o processo produtivo, também criando uma “transparência preditiva” aos problemas. “Aqui entra o grande papel do Analytics. Até hoje a indústria ou realizou manutenção preventiva ou fez manutenção de máquinas quando já estavam com problemas”. disse. O segundo ponto, é gerar uma cultura de adaptação, com auto-configuração auxiliada pelos processos de inteligência artificial. Para fugir apenas da conceitualização, Cristina citou exemplos como o da Adidas, que na Alemanha já produz calçados com impressão 3D, inclusive com palmilhas especiais e customizadas de acordo com a necessidade de cada usuário. Para começar os trabalhos da aplicação dos conceitos da manufatura avançada na indústria brasileira de calçados, a pesquisadora aconselha, além da discussão sobre o tema, visando a criação de uma “cultura 4.0” no segmento, o desenvolvimento de fábricas modelos, para testes. “O laboratório é fundamental para evoluir no conceito e ter menos desperdícios de esforços e recursos”, concluiu Cristina. Após a palestra, os participantes foram convidados a uma visita guiada às dependências do instituto.

FOTO LUÍS VIEIRA

programa Future Footwear uma realização conjunta entre a Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), a Associação Brasileira das Indústrias de Máquinas e Equipamentos para os Setores do Couro, Calçados e Afins (Abrameq) a Associação Brasileira de Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal) e o Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB) - promoveu no dia 4 o FF Meeting. O encontro, que aconteceu na sede do Instituto Senai de Inovação e em Soluções Integradas em Metalmecânica, em São Leopoldo/RS, contou com uma palestra sobre a Indústria 4.0, proferida pela professora Cristina Orsolin. A pesquisadora ressaltou a importância da união das entidades da cadeia coureiro-calçadista nacional para solucionar o problema antes que ele aconteça. Segundo ela, a Indústria 4.0 já é uma realidade no mundo mais desenvolvido e a adaptação é necessária como uma questão de sobrevivência competitiva. “Estamos passando de um período de troca da moda por demanda, massificada, para uma moda mais individualizada, por isso é importante que a indústria possa desenvolver produtos em lotes únicos, para atender nichos cada vez mais específicos”, comentou. O ponto-

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Metodologia da Pirâmide

Confirmações do Inverno 2018 e inspirações para o Verão 2019

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produtos que contenham elementos únicos e ao mesmo tempo globais, visando à torna-las mais competitivas no mercado. Walter Rodrigues lembrou que este é um projeto com mais de 10 anos de durabilidade e que está em constante renovação, buscando antecipar as tendências da moda, que evoluiu muito no Brasil durante este período. “Quando iniciamos este projeto, eu tinha a impressão de que ou andávamos nus e de sapato ou estávamos vestidos e descalços, tamanha a falta de sintonia entre as referências da moda para o vestuário e para os calçados. Mas hoje, cada vez que eu entro em uma loja e olho para o mix de produtos oferecidos, percebo que passamos a comunicar moda por inteiro, e isso acaba por influenciar o comportamento do consumidor, que é nada menos que a razão de todo esse trabalho de pesquisa que resulta da nossa percepção sobre como podemos nos apropriar das informações que circulam mundo afora transformando essas informações em valor através da assertividade nas coleções”, contextualizou.

FOTO LUÍS VIEIRA

Conexão Inspiramais aconteceu na noite do dia 4 no Cinespaço do Bourbon Shopping com a apresentação das inspirações e referências para as próximas estações. A ação foi promovida pela Associação Brasileira de Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal), Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) e Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB) em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-RS). O coordenador do Núcleo de Design da Assintecal, Walter Rodrigues, lembrou que o projeto é um ciclo de palestras que tem início com uma pesquisa, cuja finalidade é promover o desenvolvimento de materiais inovadores que tenham a capacidade de transmitir valores essenciais e verdadeiros ao consumidor. A cada edição uma equipe de profissionais realiza uma série de consultorias para as empresas participantes desenvolverem

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Ele lembrou ainda que a figura da pirâmide reforça a metodologia de trabalho e representa 100% do mercado da moda. No cume estão os 10% que tratam de criações autorais onde a experimentação e a inovação são evidenciadas. O tema Resistência norteou esta pesquisa, que teve como palavrachave o teatral, expresso em muita cor, referências artesanais e volumes nos materiais. “É aí que está o novo, o marketing e os artigos mais ousados do catálogo. No caso de um estilista, seria o seu desfile, instigando as pessoas a olharem para a sua empresa e o seu produto”, sintetizou. A Leveza, por sua vez, impera nos 30%, que ocupam a parte do meio da pirâmide e congregam produtos extremamente estratégicos a partir do momento em que, apesar de ainda serem uma aposta, conduzem a ideia de produto que vai entrar em uma escala de maior produção. “É um processo que requer muita reflexão e estudo”, considerou. O inflável, o fluído, a esqueletização, o ar e a tenacidade são conceitos bastante evidenciados neste nicho, onde a tecnologia e a engenharia também se fazem muito presentes. Na base da pirâmide estão os 60%, que refletem o DNA da empresa e também toda a sua história. “Na verdade, é aí que mora o dinheiro, e construir uma base sólida nos 60% é se permitir a chance de trabalhar a inovação o tempo todo”, pontuou. A ideia da Apropriação é refletida nos componentes, onde a deformação ganha um novo sentido originando novas soluções nada tradicionais, tendo como norte o irônico e o inacabado. Os materiais desenvolvidos com as empresas participantes serão lançados no próximo Inspiramais - Salão de Design e Inovação de Materiais, que ocorrerá nos dias 16 e 17 de janeiro, em São Paulo/SP. Depois, parte do acervo será exposto em materiotecas nos principais polos de vestuário e calçados e também no formato digital.

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Inovação colaborativa e indústria 4.0 foram debatidas 3º Fórum IBTeC de Inovação fechou a Semana do Calçado 2017 trazendo palestras sobre a inovação colaborativa e a indústria 4.0 e um debate organizado pelo Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC) e o Grupo Editorial Sinos. Para Felipe Scherer, diretor da Innoscience Consultoria, na economia altamente interligada as empresas não são mais reconhecidas individualmente por sua qualidade de inovadora, mas sim por estarem inseridas em uma cadeia de valor inovadora e colaborativa. Ele apresentou casos bem sucedidos a partir dessa experiência. Na Alphaville Urbanismo, por exemplo, a inovação teve a participação dos fornecedores, resultando em novidades relacionadas tanto a tecnologias quanto a materiais para a construção. Em outro exemplo, a cooperativa de funcionários do Banrisul (Banricoop) usa a colaboração com startups para apoiar seus associados. O palestrante citou ainda o exemplo da Braskem Labs, também com colaboração de startups, e o projeto da Coca-Cola, que, a partir da colaboração dos consumidores finais, implantou seu projeto de embalagem sustentável com o uso de garrafas retornáveis. De acordo com a sua avaliação, os principais desafios são a falta de clareza sobre o que realmente se pretende, e também situações em que a empresa incubadora tenta interferir na startup para que esta passe a trabalhar como ela própria já está acostumada. “O que se busca é justamente o contrário, para que se encontre novas soluções explorando caminhos diferentes”, esclareceu. Scherer considerou que as empresas deveriam estar mais preocupadas em como incorporar as tecnologias disponíveis no seu negócio para promover o desenvolvimento de forma autônoma. “Para qualquer problema que se imagine, em algum lugar alguém já está tentando desenvolver uma solução. Portanto é preciso estar atento e buscar o parceiro para implantar as inovações de que necessitamos”, alertou. Ele defende que é preciso deixar de pensar em empresa incubadora e sim voltar o foco para a cadeia de valor inovadora, e citou como exemplo a maratona de desafio tecnológi-

co lançada pelo IBTeC no primeiro dia da Semana do Calçado, quando 36 participantes formaram 13 equipes para, em poucas horas, desenvolverem soluções a demandas apresentadas. “Buscar parceiros amplia a capacidade de encontrar soluções. Agindo sozinhos, podemos levar até dois anos ou mais para encontrarmos as respostas desejadas, o problema é que nesse período novas demandas surgem. Então o mais lógico é mesmo formar parcerias com quem já têm o conhecimento necessário”, considerou. Independentemente do resultado obtido, a troca de conhecimento entre as empresas que se interligam em prol da inovação provoca uma verdadeira mudança cultural levando essas organizações a procurar novas maneiras de produzir cada vez mais, melhor e mais barato. O palestrante ainda comentou sobre projetos desenvolvidos pela Innoscience para o Polo de São João Batista/SC, com 12 empresas fornecedoras trabalhando de forma colaborativa para o desenvolvimento de componentes como enfeites impressos na tecnologia 3D, solados e palmilhas para a montagem de um calçado. FOTOS LUÍS VIEIRA

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Felipe Felipe Ost Scherer

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Carlos Alberto Fadul

A indústria 4.0

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a segunda palestra, o diretor executivo do Centro de Inovação em Processos Produtivos da Fundação Certi, Carlos Alberto Fadul, falou sobre a forma como a Fundação Certi trabalha a inovação colaborativa em diferentes setores da economia e apresentou projetos de sucesso. Segundo ele, a fundação solucionou a questão da implantação de projetos de indústria 4.0 montando um laboratório próprio para rodar os pilotos antes de aplicar os projetos dentro das indústrias, aumentando as possibilidades de sucesso das inovações. Segundo o palestrante, é preciso ser competitivo globalmente e não procurar ser melhor do que o vizinho. “O objetivo é mais que manter, e sim ampliar sistematicamente o grau de competitividade”, considerou. A indústria 4.0, pontuou Fadul, trabalha a partir da digitalização de todas as informações da organização e visa à melhoria contínua da competitividade. Essa fábrica se caracteriza pela combinação de várias tecnologias e a completa integração da cadeia produtiva, se valendo de

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máquinas inteligentes que conversam entre si e também com os produtos. “As máquinas recebem informações sobre o artigo que está em produção e se autoprogramam para darem sequência ao processo. Todas as informações são repassadas para uma central que controla em tempo real cada um dos setores e tem autonomia para realizar os ajustes necessários garantindo a melhoria do fluxo, otimizando o tempo e demais recursos inerentes”, contextualizou. Dentre os casos citados está o desenvolvido para uma empresa do ramo têxtil, que busca ser tão competitiva quanto as concorrentes chinesas. Para isso foram estudadas várias tecnologias e técnicas, como costura 3D e impressão digital. Um grande desafio é que muitas empresas não conseguem identificar quais são as suas reais necessidades, e acabam por investir em ideias que não geram resultados práticos. “É necessário que se olhe para fora, tendo como objetivo trazer experiências de outras empresas, inclusive de setores diferentes do que se atua. Mas isso apenas não basta. Cada vez mais aumenta a necessidade de se

pensar não sobre a ótica do produto e sim sobre a solução que o cliente ou o mercado deseja. Para ilustrar, ele citou que criar um drone que corta a grama pode ser visualmente impactante, mas talvez não seja a melhor solução para quem busca apenas ter um gramado baixo. Talvez, neste caso, fosse mais assertivo pensar em uma semente que gere uma grama que não cresça muito. Ao final da palestra, Fadul foi questionado sobre o quanto custa inovar e respondeu: “inovar visando à indústria 4.0 é dispendioso, e por isto no Brasil ainda se encontra resistência para o aporte de investimentos na área, mas o maior custo, sem dúvida alguma, é optar por não inovar”, determinou ele, citando o caso da capital catarinense Florianópolis, cuja administração transformou o perfil de arrecadação do município que, após uma mudança de mentalidade do poder público e do setor privado, passou a obter mais recursos com a implantação de um sistema de fomento à tecnologia e inovação, cujos resultados já superam até mesmo os gerados pelo setor de turismo.

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Inovação na prática

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painel Exclusivo Debates teve a participação da Dra. Alessandra Mascarello, coordenadora de Inovação Radical do Aché Laboratórios, do presidente da Calçados Bibi, Marlin Kohlrausch, do gerente da Regional Vale do Sinos, Caí e Paranhana do Sebrae/RS, Marco Copetti; e do presidente-executivo do IBTeC, Paulo Griebeler. A mediação foi realizada pela jornalista Editora do Jornal Exclusivo, Roberta Pischichholz. Alessandra lembrou que a indústria farmacêutica tem um processo de inovação extremamente demorado, com prazos que podem chegar a 15 anos desde o momento em que a indústria cria uma nova tecnologia até ela chegar como um novo produto ao mercado consumidor. Afirmou ainda que o Grupo Aché destina 10% de sua receita liquida para sua área de inovação e enfatizou a importância da colaboração na inovação da empresa, que busca apoios para seus desenvolvimentos nas universidades e em colaboração com laboratórios de pesquisa do mundo inteiro. Para manter acesa a chama da inovação, foi criada a Academia Aché de Inovação, incentivando os colaboradores a participarem. Em 2016, primeiro ano de funcionamento do projeto, foram apresentadas 419 ideias. Em 2017, até setembro, já

foram 700 sugestões dos colaboradores internos. Marlin Kohlrausch falou sobre a experiência da Bibi, que tem o propósito de transformar a sua marca em objeto de desejo global e hoje exporta para 70 países de cinco continentes. No mercado interno, a indústria decidiu recentemente apostar em lojas próprias, através de franquias - a expectativa é fechar 2017 com 110 lojas abertas. Gerando 1.500 empregos diretos, a empresa aposta em um consumidor que se dispõe a pagar mais por calçados construídos a partir de premissas de preservação da saúde e conforto dos seus usuários, que são crianças de zero a nove anos. Por isto, a indústria vem promovendo colaboração com institutos de pesquisa e inovação como o IBTeC, por exemplo, com o qual desenvolveu um calçado que só usa componentes livres de substâncias químicas nocivas à saúde e ao meio ambiente. Para o desenvolvimento de calçados com diferenciais de alto impacto junto ao consumidor, a Bibi mantém canais permanentes de discussão com seus fornecedores, com os lojistas e com os consumidores finais, além de incentivar internamente a mentalidade da inovação entre os colaboradores, com programas que premiam boas ideias, em qualquer área da empresa.

Dra. Alessandra Mascarello

Marlin Kohlrausch

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A indústria 4.0

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gerente da Regional Sinos, Caí e Paranhana do Sebrae-RS, Marco Aurélio Copetti, falou sobre a realidade das micro e pequenas empresas, que pela falta de recursos têm mais dificuldades em inovar, e mencionou uma série de programas de apoio, como o Sebraetec, e também ferramentas de estímulo para as empresas buscarem recursos através de editais. Neste sentido, há oportunidades com subsídios de até 70% em projetos para as empresas que buscam implantar a inovação tecnológica no seu negócio - seja em melhoria de processo, design do produto, layout, aumento da produtividade, atualização tecnológica e que visem a aumentar a competitividade. De acordo com Copetti, 76% das micro e pequenas empresas no Brasil não inovam, mas o Sebrae trabalha cada vez mais para que tenham acesso a recursos e apoios para garantir o sucesso de suas inovações. Apenas 8% das indústrias de base inovam no Brasil e, além disso, 62% do empresariado brasileiro é extremamente conservador e avesso às novas tecnologias e isso é um problema a ser resolvido no nosso País. Ele enfatizou que o Sebrae, ciente dessa realidade, atua permanentemente no sentido de criar condições para que as

Marco Copetti

Paulo Griebeler

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MPE melhorem o seu perfil tecnológico. Paulo Griebeler, presidente executivo do IBTeC, mencionou os 45 anos do instituto, que foram completados no dia 7 de outubro e são comemorados ao longo deste ano, e falou da estrutura da instituição, que com 85 colaboradores atende 800 empresas brasileiras e 15 internacionais por ano, com cinco laboratórios acreditados nacional e internacionalmente. Griebeler também lembrou instituições com as quais o IBTeC tem projetos de colaboração, como Sebrae, Badesul, universidades e parques tecnológicos, por exemplo. O executivo também fez o lançamento oficial da Plataforma SGI, desenvolvida pelo Núcleo de Inovação Tecnológica do IBTeC para o gerenciamento dos projetos de inovação desenvolvidos pela instituição. Na plataforma, que já tem 23 projetos em andamento envolvendo 200 empresas e 3.000 pessoas, as empresas podem acompanhar em tempo real todo o andamento do seu trabalho, de qualquer dispositivo - smartphone, computador ou tablet. Griebeler concluiu divulgando a data de realização da Semana do Calçado 2018, que está agendada para acontecer de 23 a 24 de setembro de 2018, com possibilidades desse período ainda ser ampliado.

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IMAGEM GALIADIGITAL.CO

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TOP QUALIDADE 2017 DEBATE A INOVAÇÃO

em noite de reconhecimentos N Menezes. Já o diretor da Exitus Gestão de Projetos e Processos, Leandro Vignochi, falou sobre projetos para reduzir o desperdício. “Temos de nos preocupar não com o esforço de executar determinada função, mas com o esforço de refazer. Os projetos de redução de desperdícios trazem consigo o objetivo de fazermos tudo para não errar”, ressaltou o palestrante. O tema Pessoas com qualidade superam a crise foi abordado por Rafa Muller, empresário e especialista em mudança comportamental. Durante a sua apresentação, ele demonstrou como o fator humano pode fazer a diferença em momentos desafiadores. “A forma como você enxerga a crise

define como e o quanto ela impactará na sua vida. A forma como você encara as coisas definirá se você vai passar por mais ou menos crises na sua vida”, resumiu. O presidente executivo do IBTeC, Paulo Griebeler, salientou que o instituto está cada vez mais voltado à gestão da qualidade através da melhoria contínua, sendo reconhecido por este diferencial competitivo. “Este ano, por exemplo, buscamos a recertificação ISO 9001, agora na versão 2015, e para isso investimos na formação de 20 auditores internos que, através da qualificação recebida, colaboram com a consolidação da cultura da melhoria continuada no ambiente do trabalho”, pontuou.

O IBTeC foi uma das organizações destacadas pela prática da gestão voltada ao aperfeiçoamento da qualidade FOTO FABIO WINTER/LU FREITAS

a noite de 11 de setembro, o Comitê Regional Qualidade RS - Vale do Sinos, ligado à Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Novo Hamburgo, Campo Bom e Estância Velha, realizou o Top Qualidade com reflexões sobre a inovação com qualidade e reconhecimentos às organizações que promovem a qualidade no Vale do Sinos. Representando o presidente do Comitê, Gilberto Muller, David Paludo lembrou os 20 anos de trabalho pela qualidade realizados pela ACI. “Nesse período, tivemos mais de 120 integrantes que passaram pelo Comitê, trabalhando para promover a competitividade das nossas empresas, e, em última instância, para melhorar efetivamente a vida das pessoas”, lembrou o empresário. Durante o encontro, que aconteceu em Campo Bom/RS, foram certificadas as empresas que finalizaram o ciclo de avaliações em 2016. Foram também reconhecidas as empresas que se destacaram nas categorias Auto Avaliação, Avaliação Externa, Medalha de Bronze Prêmio Qualidade RS 2017, Exemplaridade e Mantenedores do Comitê. A Era das Inovações Exponenciais foi apresentada pelo professor da Universidade Feevale, Felipe Menezes, ao enfatizar que num mundo cada vez mais digital, emerge a Indústria 4.0. “É a Era da Internet das Coisas. Tudo está conectado e sincronizado. É a quarta revolução industrial que traz consigo uma tecnologia que faz parte da nossa vida diária, ocasionando uma mudança de Era. São tecnologias que crescem não linear, mas exponencial. Nesse contexto, precisamos aprender a aprender e reaprender”, explicou

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FORNECEDORES DA USAFLEX RECEBEM TREINAMENTO

sobre substâncias restritivas N

FOTO LUÍS VIEIRA

o dia 18 de outubro, foi realizada a entrega do Manual de Adequação e Orientações Técnicas sobre substâncias restritivas aos fornecedores de tecidos, laminados sintéticos e não tecidos da Usaflex. A ação deu início ao processo de capacitação para as empresas de base ajustarem, ao longo dos próximos três meses, os seus materiais de acordo com as normas internacionais impostas por diferentes agências reguladoras de diversos países. Antes de receberem o material impresso, os participantes assistiram a uma palestra, através da qual foram orientados sobre a importância de toda a cadeia de base estar alinhada a nesta questão, que é cada vez mais prioritária para as empresas, especialmente as que exportam. O vice-presidente do IBTeC, Dr. Valdir Soldi, falou sobre algumas das principais substâncias controladas que estão presentes nos calçados e seus materiais componentes, bem como os riscos que elas oferecem para a saúde das pessoas e ao meio ambiente. Também explicou que além das várias legislações criadas pelos

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países - que inclusive utilizam-se desses documentos para criarem barreiras técnicas para a entrada de produtos estrangeiros - há ainda marcas globais que criam as suas próprias listagens. Essas normas, além de divergirem entre si - tanto na lista quanto nas quantidades permitidas - são constantemente atualizadas, o que cria mais dificuldades para a adequação dos materiais e, consequentemente, dos produtos acabados. “O IBTeC está em permanente atualização sobre este assunto para poder ajudar as empresas a adotarem um sistema de gestão, tendo a segurança de que vão atender as legislações mais importantes. Desta forma, o manual que será entregue hoje traz o que há de mais atual neste assunto no mundo”, esclareceu o palestrante. As substâncias são divididas em cinco diferentes classes, de acordo com o risco que oferecem ao meio ambiente e às pessoas, sendo que figuram na classe 1 aquelas consideradas as mais perigosas e sobre as quais estão comprovados efeitos nocivos.

O Dr. Soldi destacou que o manual aborda de uma forma especial aquelas configuradas na Classe 1, como arsênio, cádmio, chumbo, mercúrio, organoestanhos, corantes azoicos e ftalatos, que podem estar presentes em muitos substratos utilizados ao longo da cadeia produtiva. Dentre todas as regulamentações hoje existentes, o Reach, da União Europeia, é o mais abrangente. Na mais recente atualização constam 18.084 substâncias listadas, sendo que destas 174 exigem preocupação elevada, 93 são tóxicas para a reprodução, 73 carcinogênicas e 20 mutagênicas. “Temos um padrão a ser seguido, o ideal é que todas as regulamentações caminhem para uma convergência. O Brasil ainda não tem uma legislação específica para o tema, mas estamos criando as normas que servirão de base para a regulamentação nacional”, comentou. O consultor Paulo Model salientou que ao longo do ano surgem nos laboratórios do IBTeC calçados para serem analisados após terem sido rejeitados pelo importador devido à falta de adequação à normas do país de destino. “Há casos de devolução de cargas inteiras com cerca de 50 mil pares, e isso cria um grande estrago na imagem da marca e prejuízos financeiros para o fabricante. O trabalho que estamos fazendo é preventivo para evitar que os problemas aconteçam também nos produtos da Usaflex”, explicou o profissional, reforçando que, devido à seriedade, este assunto não pode ser negligenciado. “Depois de instalado o problema, não há solução”, enfatizou ele, complementando que as empresas que passam pelo treinamento geralmente não encontram maiores dificuldades para implantar a gestão dos seus materiais.

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LABORATÓRIO DO IBTEC CONQUISTA NOVAS

acreditações internacionais O Laboratório da Unidade de Materiais do Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC), com sede em Novo Hamburgo/ RS, conquistou três novas acreditações de ensaios junto à agência de importação CPSC dos Estados Unidos. São três novos ensaios que entram no escopo para testar a flamabilidade em artigos infantis (têxteis, vestimentas e pijamas). De acordo com o coordenador do laboratório, Ademir de Vargas, os testes primeiro obtiveram a acreditação junto à Coordenação Geral de Acreditação (CGCRE) do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), para então serem aprovados pelo organismo internacional, que fiscaliza os produtos infantis comercializados no mercado norte americano. A Norma fornece métodos para testar a resistência à queima de materiais

destinados para vestuário, estabelecendo três classes de flamabilidade, bem como os requisitos para a classificação de têxteis, além de proibir o uso de tecidos têxteis de uma ou várias camadas que apresentem características de queima que os tornam inadequados para o vestuário. “O objetivo é reduzir o perigo de lesões e perdas de vidas, através de métodos de ensaio normatizados, proibindo a utilização de quaisquer têxteis de vestuário perigosamente flamáveis”, explica Vargas. Além da agência de importação CPSC, o IBTeC é acreditado internacionalmente pelo instituto inglês Satra e em âmbito nacional pelo Inmetro. É reconhecido mundialmente pela rede americana Sears e nacionalmente pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTe), contando ainda com as certificações BSI (ISO 9001:2008) e Rede Metrológica RS.

Métodos acreditados CPSC 16 CFR PART 1615/2011 Determinação da Flamabilidade de Pijamas Infantis - Tamanho 0 a 6. CPSC 16 CFR PART 1616/2011 Determinação da Flamabilidade de Pijamas Infantis - Tamanho 7 a 14. CPSC 16 CFR PART 1610/2011 Determinação da Flamabilidade de Vestuários Têxteis.

A qualidade do couro do campo até o curtume

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economia brasileira tem perdas anuais de R$ 3,5 bilhões em função da qualidade da matéria-prima (peles, o chamado couro verde) que chega aos curtumes do País. Problemas que começam no campo, como parasitas que atingem o gado, riscos de cerca e marcações de propriedade sobre o animal (marca de fogo), estão na origem deste prejuízo, apurado pelo Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB. O seminário Carrapato em Debate, ocorrido recentemente em Bagé/RS, abriu a discussão sobre essa questão que envolve toda a cadeia produtiva da carne. “A qualidade da pele que chega ao curtume precisa ser uma preocupação de todas as indústrias da cadeia, não apenas dos curtidores. Se o couro perde mercado para materiais alternativos ou se o seu valor cai em consequência da qualidade, todos os agentes saem perdendo”, disse o presidente executivo do CICB,

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José Fernando Bello, em sua palestra durante o seminário. O gestor pontuou que o couro, como subproduto da carne, seria um passivo industrial muito grande à produção rural e aos frigoríficos se não fosse aproveitado integralmente pelos curtumes. A ideia é que se organize no País um programa com mecanismos que permitam aprimorar a qualidade do couro, com a possibilidade de tipificar peles por sexo do animal ou mesmo grupo de peso - recursos amplamente utilizados por países que concorrem com o couro brasileiro no mercado internacional. O Brasil tem o maior rebanho comercial do mundo e produzi cerca de 43 milhões de peles por ano; é um país com tradição e reconhecido no mercado internacional do couro, mas tem potencial de ampliação de clientes e agregação de valor com cuidados sobre a matéria-prima.

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A INOVAÇÃO

na prática A

FOTO DIEGO ROSINHA/ABICALÇADOS

Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) promoveu, no dia 18 de outubro, o Workshop Inovação na Prática, que trouxe os especialistas professor universitário Felipe Menezes, o consultor de projetos Alexandre Peteffi e os analistas da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) para falarem sobre a inovação na prática. Felipe Menezes apresentou os conceitos de inovação e as relações dos mesmos com a chamada Indústria 4.0, na qual a evolução deixa de ser linear e passa a ter uma velocidade exponencial. Segundo ele, a Indústria 4.0 tem como fundamental para o seu funcionamento os sistemas cyber físicos, onde o digital mistura-se com o material, o intangível com o tangível. “Com a internet e uma impressora 3D, por exemplo, se pode ter qualquer produto, passando por casas e brinquedos”, exemplificou ele que, ainda durante a sua apresentação, imprimiu brinquedos baixados de sites da internet utilizando uma impressora 3D construída por ele e dois alunos a um custo de R$ 2.200. “Hoje as criações são mais importantes do que os produtos físicos. A era digital tem como característica não ser linear, ser altamente conectada, multidisciplinar e assume um caráter exponencial im-

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previsível, algo totalmente diferente do que vivíamos até a terceira revolução industrial”, salientou. O professor citou ainda a proliferação das fábricas digitalizadas que tem na cocriação um dos seus fundamentos principais. “Cabe a nós, empresários e criativos, sabermos identificar as oportunidades nessa mudança de era. Eu trouxe tudo isso para vocês para mostrar que estamos numa esteira, não tem volta, e se pararmos podemos cair”, concluiu. Os analistas Paganotti e Polli explicaram quais os projetos realmente inovadores são passíveis de financiamento do órgão ligado ao Governo Federal. No primeiro momento, Paganotti desenvolveu o tema inovação, os conceitos de produtos inovadores, essenciais para a aquisição do apoio da Finep. “Importante ficar claro que apoiamos produtos e não infraestrutura, ou seja, o meio para se chegar ao produto inovador. Para que um projeto tenha sucesso, ele precisa ser de um produto pioneiro, além de ser muito bem descrito pela empresa”, destacou, acrescentando que é preciso “partir do fim para o início, contextualizando a criação dentro das diretrizes da Finep e da Lei do Bem - que concede incentivos tributários para produtos diferenciados e inovadores. Detalhou, ainda, a construção do Plano Estratégico de Inovação (PEI), com destaque para o pioneirismo da criação, o impacto interno e externo, a competitividade, entre outros pontos. A exposição

da Finep encerrou com a apresentação de Polli sobre a Lei do Bem e as suas diretrizes. A Lei, criada em 2005, dispõe sobre incentivos fiscais para inovação. “Para buscar esses incentivos é fundamental um departamento de contabilidade e também uma assessoria jurídica, pois traz instruções burocráticas da Receita Federal do Brasil, instituídas a partir de 2011”, explicou. Segundo ele, as empresas enquadráveis na Lei do Bem devem adotar o regime de Lucro Real, apresentarem lucro fiscal no ano, serem regularizadas com o Fisco e terem investimentos comprovados em pesquisa e desenvolvimento. “Basicamente, por toda a estrutura necessária, é uma lei para empresas de grande porte”, acrescentou. Entre os incentivos previstos, estão: dedução de despesas operacionais em pesquisa e desenvolvimento no IR ou CSLL; redução de 50% no IPI para compra de equipamentos destinados à pesquisa e desenvolvimento; depreciação imediata dos equipamentos comprados para pesquisa e desenvolvimento; entre outros. O evento teve ainda a apresentação do consultor Alexandre Peteffi, da SudPartners, que ressaltou as principais linhas de apoio para inovação, órgãos que fazem subvenção ou financiamento de projetos. Para a construção de projetos, Peteffi concedeu dicas importantes: ler atentamente os formulários; ter clareza e objetividade na redação; demonstrar conhecimento do mercado de atuação; apontar a viabilidade técnica do produto; apontar os diferenciais perante os demais produtos; criar metas atingíveis; e a utilização de indicadores reais.

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O SETOR CAMINHA

para a automação

60 pessoas entre industriais e profissionais de produção participaram do evento em que foram apresentados exemplos de tecnologias que conversam com a indústria 4.0

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FOTO LUÍS VIEIRA

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o dia 18 de outubro, o Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC) e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-RS) realizaram o workshop Caminhos para otimizar os processos produtivos da indústria calçadista. O evento foi aberto pelo diretor executivo da Kunden Systems, Taironi Fensterseifer, que abordou o tema Acelere de semanas para dias o desenvolvimento de seus calçados. Ele demonstrou como indústrias de diferentes regiões do planeta estão adiantadas na digitalização do processo de produção de calçados, em todas as fases, e esclareceu que a Kunden oferece plataforma digital para o desenvolvimento de calçados integrando desde o desenvolvimento de formas, passando pelo design, prototipagem, compras, almoxarifado, até o sistema de gestão da empresa, agilizando os processos de controle. “Com a digitalização de todas as etapas da produção é possível reduzir perdas e otimizar o uso de mão de obra na área de desenvolvimento”, assegurou. Mas o mais importante, segundo o palestrante, é o ganho de tempo, que pode ser diminuído para minutos entre o momento em que o designer cria um modelo e pode vê-lo pronto, em dezenas de combinações de cores e materiais. Normalmente são necessários dias entre a criação de um modelo e o seu protótipo. Outro ganho importante é a rapidez na tomada de decisões sobre mudanças nos modelos antes deles irem ao ponto de distribuição. O técnico operacional em máquinas de corte da Comelz, William

Souza, falou sobre A tecnologia no setor de corte e a evolução de seu produto. Ele apresentou o sistema de corte digitalizado, lembrando que o mundo mudou, a moda mudou e com isto os prazos também. Enfatizou ainda o ganho de tempo e a redução de custos como os principais benefícios da tecnologia, que tem um componente adicional que é a redução da necessidade de mão de obra no setor de corte. Deixando claro que os números não são absolutos, pois cada empresa é um caso à parte, afirmou “a automação do corte pode resultar em ganhos que vão de 3% a 7% no uso de matéria-prima couro, e em níveis que vão de 9% a 16% no corte de materiais têxteis e sintéticos. Sem contar a possibilidade de correções imediatas na produção, o que resulta em ganho de tempo”, destacou. André da Rocha, diretor da Orisol, tratou sobre Tecnologias e automação para alavancar a indústria calçadista. Lamentando o fato de a indústria cal-

çadista brasileira ter evoluído pouco nos últimos 50 anos, enquanto o avanço tecnológico deu um salto muito grande, Rocha divulgou que no Brasil o prazo entre o momento em que um calçado entra no corte e sai na expedição hoje é de oito dias, enquanto que nos EUA, onde as linhas de produção estão totalmente automatizadas, o prazo é de duas horas. Também alertou que, hoje, 1/3 do tempo usado na produção de calçados se perde em operações de transporte e manuseio, que não têm valor agregado. “Esta realidade tem que mudar, automatizar processos não é apenas um questão de custos, mas também uma forma de agregar valor aos produtos finais.”, disse. Ele ainda apresentou o sistema de costura programada da Orisol e lembrou que, além de agilizar o processo e uniformizar a qualidade do trabalho, o sistema também impacta sobre custos, na medida em que não há exigência de especialização em costura para operar as máquinas.

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VAREJO TERÁ O MELHOR NATAL

egundo divulgação da Associação Brasileira dos Lojista de Artefatos e Calçados (Ablac), após dois anos de recessão e queda nas vendas do comércio, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) espera para o Natal de 2017 um crescimento de 4,3% nas vendas, prevendo o melhor desempenho em quatro anos no período. Outro motivo para expectativas positivas é a melhora do mercado de trabalho. Após o contingente de desempregados ter atingido quase 14% da população ativa, no auge da recessão, o aumento das contratações - a princípio, em regime informal, e, mais recentemente, também com carteira assinada - reforçam a perspectiva de incremento nas vendas. A expectativa de maior movimento nas lojas, por sua vez, terá peso fundamental para a geração de vagas temporárias no comércio, que devem crescer 9,6%

Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) espera crescimento de 4,3% nas vendas para o período

em relação ao ano passado. Para o próximo Natal, a CNC projeta a geração líquida de 73,1 mil vagas temporárias. Somente o segmento de vestuários e calçados deve responder por 66,9% desses postos de trabalho, prevê o chefe interino da Divisão Econômica da CNC, Fábio Bentes. Os ramos de artigos de uso pessoal e de móveis e eletrodomésticos vão oferecer 16,4% desses empregos. “O crédito mais barato e a inflação menor favorecem os gastos das famílias com a compra de bens semiduráveis e duráveis. Do ponto de vista de recursos para o consumo, teremos certamente um Natal com melhores perspectivas”, prevê o economista. Outro fator que leva Bentes a apostar em boas vendas no fim de ano é a injeção de R$ 15,9 bilhões na economia, a partir deste mês, com os saques das contas do PIS/Pasep. A medida, autorizada pelo governo, deve favo-

recer cerca de 8 milhões de consumidores. Embora o valor e o número de beneficiários sejam menores que os envolvidos no resgate das contas inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), no primeiro semestre, é um montante equivalente a 0,2% do Produto Interno Bruto (PIB), que, certamente, contribuirá com um fluxo extra de recursos para o consumo. As expectativas para o Natal são positivas não apenas por um benefício exclusivo e temporário do varejo. A previsão de melhora das vendas é um sinal de que o consumo das famílias, que responde por cerca de 60% do PIB, está dando sinais de retomada, ainda que lentamente. E a perspectiva de empregos temporários reforça a confiança dos empresários, que tendem a elevar os investimentos a médio prazo. São sinais macroeconômicos fundamentais para garantir um crescimento sustentado da economia.

FOTO LSSSOURABH.COM

dos últimos anos S

Natal X Vendas 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017

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6,6% 9,4% 7,6% 8,1% 5,0% 1,8% -5,0% -4,9% 4,3%

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CB-11

ETIQUETA DE

Composição para Calçados H

á muitos anos, o setor de confecção e produtos têxteis resolveu a questão de identificação da composição dos seus produtos para levar informações claras ao consumidor, melhorando as relações de consumo. A exigência de identificação da origem e dos materiais que compõem os produtos, também, coíbe possíveis abusos no mercado de consumo quanto à concorrência desleal, tanto ao evitar enganar o consumidor quanto ao material de fabricação, incluindo publicidade enganosa, como no cumprimento das obrigações legais dos estabelecimentos. Os mecanismos que visam a criar um ambiente de concorrência leal e respeito ao consumidor são muito bem recebidos pela cadeia produtiva e o varejo, e são diretrizes de entidades de classe na defesa dos interesses do setor. Por isso, por iniciativa da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), em abril deste ano, reuniu-se um quórum na Comissão de Estudo do Calçado do Comitê Brasileiro de Couro, Calçados e Artefatos de Couro (ABNT CB-11), para elaborar um Projeto de Norma ABNT para a aplicação de regras para solucionar um antigo problema no

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setor calçadista: a falta de padrão para a etiqueta de composição sobre os materiais utilizados na confecção do calçado, sua origem legal e país de fabricação. Diversos países já aplicam regulamentações, como Argentina, Peru e Colômbia, na América Latina. A Europa, via diretiva na União Europeia, superou a questão no início da década de 90. No Brasil, o assunto se arrasta. De um lado, o varejo solicita especificações variadas para tentar atender o código de defesa do consumidor. De outro, a indústria atende às exigências para a manutenção da relação comercial e não consegue aplicar um padrão que permita viabilidade técnica e escala de produção. Pela falta de regulamentação no Brasil para calçados, ainda, não é incomum acontecer casos de ocorrência policial em lojas de calçados, uma problemática que precisa de solução prática para evitar investigações subjetivas. Assim, um grupo de empresas, junto com a Abicalçados, a Associação Brasileira de Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal), a Associação pela Indústria e Comércio Esportivo (Ápice) e o Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Ar-

tefato (IBTeC), reuniram-se em busca de uma solução para padronizar a aplicação de etiquetas. Além das Entidades, participam da comissão empresas como Via Marte, Piccadilly, Converse, Nike, Oakely, Adidas, Renner e Under Armour. Depois de muito analisar os impactos causados pela falta de uma normativa, foi criado o projeto Calçados - Etiqueta de Composição. Neste projeto, englobam-se todas as exigências e as informações necessárias ao mercado de forma simples e explicativa. O projeto traz as definições para a identificação do fabricante e os materiais que compõem as partes do calçado. Com a norma em vigor, os problemas enfrentados até o momento diminuirão significativamente. Buscou-se, também, harmonizar as exigências legais do Brasil com as definições regulamentadas por outros países, em vista de atender da melhor maneira possível as empresas exportadoras. A expectativa é de que até o final deste ano a normalização esteja publicada. O CB-11 oportunizou mais essa contribuição ao setor calçadista, além de, constantemente, atualizar e elaborar novas normas para a melhoria contínua no controle de qualidade em calçados e afins.

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OPINIÃO Colunista Às favas com a constituição:

como o arbítrio tributário vem sendo paulatinamente implementado no Brasil

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ta-se que, grande parte das conquistas orria o ano da graça de 1968. da Carta, permanece num plano meEstávamos na antevéspera ramente utópico. Especialmente no do fatídico 13 de dezembro campo tributário, é inconcebível que, em que foi promulgado o Ato Institudepois de tanto tempo, a Constituição cional nº 5, cujo preâmbulo autorizava brasileira permaneça na mera condio Presidente da República a “decretar ção de “carta de boas intenções”! De a intervenção nos estados e municíum lado, tributa-se em descompasso pios, sem as limitações previstas na com a efetiva capacidade contributiva Constituição, suspender os direitos do cidadão e, por outro lado, desrespeipolíticos de quaisquer cidadãos pelo ta-se normas que sequer são ainda obprazo de 10 anos e cassar mandatos jeto de quaisquer discussões no meio eletivos federais, estaduais e municiacadêmico. Seria possível aqui quase pais”. Começava, naquele momento, escrever um livro, sem que todos os o período mais violento da ditadura Dr. Marciano Buffon doutor em Direito, exemplos fossem esgotados...Vamos brasileira, cujo fim apenas viria vin- professor da Unisinos marciano@buffonefurlan.com.br nos ater apenas a dois casos recentes, te anos depois de sua implantação. os quais não são, infelizmente, isolados. Não é, todavia, sobre esta históRelativamente às contribuições sociais (PIS/COFINS), ria que se pretende aqui discorrer, mas sim sobre um aspecto deste momento que ficou marcantemente gravado. está posto que, qualquer majoração de alíquotas, há de Trata-se da reunião na qual foi definida a edição do AI5. ser feita mediante lei e que esta lei somente poderá proAlguém, e há dúvidas de quem, em meio a tal evento le- duzir efeitos noventa dias após sua publicação (art. 195 § vanta a questão relativa a eventuais “escrúpulos de consci- 6º). Diante disso, como admitir que o Presidente da Repúência” com a implantação de tal norma, que entre outras, blica tenha editado o Decreto nº 9.101/2017, que entrou em fechava o Congresso Nacional. Em resposta a tal ques- vigor na data de sua publicação, resultando uma exprestionamento, o então ministro do Trabalho e da Previdên- siva e imediata majoração dos preços dos combustíveis? Ainda nesta toada, relativamente à tormentosa quescia Social - Jarbas Passarinho - entrou para história ao dizer “Às favas, senhor presidente, neste momento, todos tão do fim da desoneração da folha de salários (Medida os escrúpulos de consciência” (muito embora na ata te- Provisória 774/2017). Como explicar que, apenas três honha tal expressão sido substituída pela palavra “ignoro”). ras antes de perder sua validade (em 09/08/2017), em Embora, por vezes, olvide-se do significado e das face da não conversão em lei pelo Congresso Nacional, consequências de se viver em uma ditadura, há cer- tenha sido editada uma Medida Provisória que a revogou to consenso daqueles que viveram este período ou que (794/2017), sendo que, tudo leva a crer, que o presidente veem na história uma fonte insuperável de aprendi- da República tenha visado, com isso, frustrar os efeitos zado que “Ditadura nunca mais”, lembrando aqui, por constitucionalmente previstos da rejeição de uma Medianalogia, a excepcional obra coordenada pelo saudo- da Provisória (perda da validade desde a publicação) e, so arcebispo de São Paulo - Dom Paulo Evaristo Arns. por conseguinte, submeter as empresas ao recolhimento Depois disso, tivemos a redemocratização e sua melhor da contribuição patronal sobre a folha de salários no mês “criatura”: a Constituição brasileira de 1988. A verdadeira de julho de 2017. Presume-se, pois, que na reunião na qual Carta de Cidadania, a qual institui um Estado Democráti- isso foi decidido, alguém tenha levantando a questão da co de Direito, neste “paraíso dos trópicos”. Um modelo que indiscutível inconstitucionalidade das normas editadas. rejeita o arbítrio estatal em todos os sentidos, que determi- Nesse momento, alguém - claro que é a imaginação que na a construção de uma sociedade livre, justa e solidária, nos autoriza a pensar - tenha dito: ÀS FAVAS A CONSTIpautada pelo desenvolvimento nacional e a erradicação da TUIÇÃO. Tudo isso ocorre sob o reinado de um Presidente pobreza e das desigualdades sociais. Porém, passados qua- que se diz constitucionalista, foi professor de direito consse trinta anos daquele “esperançoso 5 de outubro”, consta- titucional e, inclusive tem livro publicado sobre o assunto.

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A moda na era da inovação

O velho sistema entra em colapso Christina Rangel

consultora de moda do Senai Cetiqt

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indústria da moda caminhou durante um longo período sem implantar novas ideias em seus sistemas. Para criar as novas coleções, as apostas se baseavam em análise da venda de coleções anteriores, com algumas pitadas de intuição sobre o que seriam os best-sellers para a próxima temporada. Em alguns casos, esperava-se a análise dos pedidos emitidos pós-lançamento para iniciar a etapa de produção. Nos casos de venda por meio de pronta-entrega, a produção era iniciada com maior antecedência para poder preencher as prateleiras. Até bem pouco tempo, esta era a fórmula que melhor garantia os resultados. Havia muitas falhas, já que essa organização poderia gerar sobras de matéria-prima, produtos encalhados nos estoques e insatisfação do consumidor. No entanto, o velho sistema começou a entrar em colapso em razão de mudanças revolucionárias e irreversíveis. Tais transformações têm provocado uma revisão nos antigos processos de planejamento e desenvolvimento de coleções e favorecido uma verdadeira renovação no setor. São elas: 1- Renovação rápida de produtos (fast-fashion), com inserção de produtos novos a cada 6-8 semanas, garantindo o retorno do cliente às lojas com uma quase precisão de um relógio. 2 - Atualmente, vivemos no império da instantaneidade. A impaciência tornou-se um modo de vida, um hábito, e é inegável que a indústria da moda foi completamente transformada pelas redes sociais e pelo surgimento de novas plataformas B2B e B2C. Os consumidores de agora estão treinados para acreditar que podem ter o que querem e imediatamente. - Novos meios de comunicação: redes sociais, transmissões ao vivo e equipes de marketing inteiras dedicadas a multiplicar os canais de contato com o consumidor. - Propriedade intelectual dos designers e a vulnerabilidade ao fast fashion - em um mundo conectado, as coleções lançadas com muita antecedência estão totalmente suscetíveis à cópia. - Crescimento do e-commerce e do m-commerce (por meio de celular) permitindo que os consumidores comprem com um simples clique e recebam seus produtos em prazos cada vez mais curtos. Nas lojas online os custos de operação são mais baixos em termos de armazenamento, logística, aluguel. Neste novo contexto, as indústrias de confecção, independentemente de seus modelos de negócio ou porte, enfrentam novos desafios. Por isso, buscam implantar, ainda na fase de planejamento e desenvolvimento de produto/coleções, estratégias que permitam incrementar ou ajustar a entrega de valor para o consumidor. Embora não exista um só caminho, já que devemos considerar caso a caso para construir soluções customizadas, ressaltam-se algumas práticas que têm norteado a adequação dos processos na importante etapa anterior à produção: 1- A informação, atualmente, é o maior patrimônio de um negócio, depois de seus clientes, é claro. Sem informação eficiente não há como entender o que os consumidores querem. O melhor caminho é adotar um sistema de gestão de informação abrangente e eficiente permitindo acesso a uma base consolidada de dados de vendas, de mercado e de tendências; 2 - Adoção de um modelo de criação de produtos mais flexível, ágil, criativo e, principalmente, de forma integrada e mais próxima do consumidor, para responder às novas necessidades com maior valor e rapidez. 3- Aplicação do conceito lean - implantar uma abordagem mais eficiente, enxugando o desperdício e os custos invisíveis de projeto ao longo de todas as etapas de planejamento e desenvolvimento da coleção. 4- Estabelecer aproximação e integração com o consumidor por meio da melhoria e diversificação dos canais de comunicação, físicos e virtuais, e desta forma criar produtos, serviços e experiências de consumo mais eficientes e assertivas. Em tempos de tantas mudanças, entender e implantar novas abordagens e novos métodos não só ajudam a diminuir incertezas como também é uma forma de renovar os negócios de moda a fim de atender às novas e futuras demandas de consumo.

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IMAGEM LUÍS VIEIRA

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A MENTE E A IMAGINAÇÃO COMO GERADORAS DE INÉDITOS ESPAÇOS DE SATISFAÇÃO PLENA

DOS MERCADOS E DOS CONSUMIDORES CAPÍTULO 4/6 - ATITUDES PROMOTORAS DE AVANÇOS ORGANIZACIONAIS SÃO ESSENCIAIS PARA A COMPETITIVIDADE DA NOVA FÁBRICA DE CALÇADOS (NFC) MS Eng. Fernando Oscar Geib

1 - Estratégias altamente competitivas resultam de atitudes proativas A Nova Fábrica de Calçados (NFC) exige dos seus gestores e operadores uma mente aberta para o ditado: “O problema não é ser derrubado, o problema é não conseguir se levantar após a queda”. Os mercados continuamente mutantes desafiam permanentemente as organizações no seu caminhar em busca da sua sustentabilidade plena. A fábrica de calçados em descrição nesta série de capítulos não é uma exceção. A pergunta que aflora então é: o que diferencia esta organização sapateira em descrição das demais congêneres? A resposta é a sua atitude de continuamente se desenvolver e manter em elevados níveis de efetividade o fundamento da Simultaneidade em tudo o que ela faz, e com isto elevar a sua competitividade a níveis inigualáveis nos seus mercados consumidores. Esta atitude organizacional deve ser percebida e adotada de modo claro e tangível pelos seus gestores e colaboradores possibilitando o desenvolvimento de atitudes pessoais alinhadas com as estratégias da organização. Mas não ficam por aqui as demonstrações de suas atitudes - os mercados devem também perceber com clareza o dinamismo das atitudes desta sapateira, ao proporcionar-lhes igualmente as oportunidades de aquisição de calçados rigorosamente de acordo com os ditames da moda e dos mercados, e simulta-

neamente com conforto e saúde para os pés a preços altamente acessíveis aos compradores. O fundamento organizacional “Atitudes” permite criar um quadro de classificação deste fator essencial para orientar o comportamento estratégico desta fábrica em descrição em seus mercados. As atitudes da fábrica em descrição, desenvolvidas no seu dia a dia operacional, precisam ser avaliadas de acordo com esta escala métrica de avaliação, para orientar e aperfeiçoar este fator em todas as ações desenvolvidas por esta fábrica em descrição. As suas atitudes são percebidas claramente pelos compradores dos calçados, sejam eles os lojistas ou os consumidores finais. Frente a tais colocações, não podem ser esquecidos os fornecedores desta organização sapateira. Este fator organizacional, na sua condição mais elevada, como mostra a figura:

Fig. 1: O quadro de classificação das atitudes e dos resultados auferidos

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Aplica-se também a estas organizações, pois elas fazem parte da cadeia de fornecimentos de insumos e devem, portanto, ter atitudes rigorosamente alinhadas com as da fábrica de calçados em descrição. São também necessárias atitudes organizacionais uniformes e alinhadas em toda a cadeia geradora dos calçados de uma fábrica. Cada organização forma e operacionaliza uma rede de fornecimento de insumos e as atitudes de cada fornecedor devem ser uniformes. Pode parecer estranho as organizações terem “atitudes”, como se fossem seres humanos. Mas na realidade toda empresa se comporta como um ente vivo, pois ela pensa, se organiza, opera a partir de suas atitudes, procurando a sua sobrevivência e o seu sucesso continuado. A Nova Fábrica de Calçados (NFC) não foge a esta condição essencial: ela realmente tem vida manifestada através de suas atitudes voltadas à busca de avanços de sua capacidade competitiva e, por consequência, de sobrevivência a partir do fundamento da Simultaneidade. Pode-se, então, afirmar que organizações vencedoras fazem as coisas acontecer por suas atitudes, enquanto as perdedoras deixam que as coisas aconteçam, pois lhes faltam atitudes proativas. A Nova Fábrica de Calçados (NFC) é uma organização vencedora por fazer as coisas acontecerem. Esta capacidade para alcançar o sucesso se baseia na condução estratégica de suas atitudes de adoção integral do fundamento operacional da Simultaneidade. Há um velho ditado que afirma “O sucesso é uma jornada, não é um destino”, o qual aponta para a realidade dos desafios da fábrica de calçados em descrição, ou seja, a sua operacionalidade simultanear deve ser continuamente planejada, gerenciada e adequada à medida das mudanças dos comportamentos dos mercados. O fundamento da simultaneidade deve ser sem descanso, renovado e reorganizado. Somente com atitudes proativas acontecerá o sucesso competitivo e de resultados sustentadores. Diante de tais exigências tecnológicas, aflora então a pergunta: quais são as atitudes dos gestores e operadores, para sustentar a estabilidade da simultaneidade operacional da fábrica em descrição?

2 - Atitudes para a operacionalização da Nova Fábrica de Calçados (NFC) com sustentabilidade plena I - Desenvolver atitudes de busca da compreensão da operacionalidade simultânea na Nova Fábrica de Calçados (NFC) leva os seus operadores a uma das mais importantes perguntas: Por que faço o que faço? O domínio efetivo e a compreensão deste questionamento identifica uma mente aberta e alinhada com os

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propósitos desta empresa sapateira, cujos resultados são atitudes organizacionais proativas no sentido de promover significativos avanços na sua competitividade. II - Desenvolver atitudes de implantação do fundamento da simultaneidade da fábrica gera questionamentos tais como: Qual o grau de comprometimento dos operadores, para que esta sapateira desenvolva-se e mantenha-se estável, competitiva e sob controle? Tal questionamento deve ser contínuo e aperfeiçoado na sua efetividade. Igualmente deve gerar ações cujos resultados são na Sala de Gestão. III - Desenvolver atitudes sólidas e consistentes com a definição de metas, com o foco nos propósitos operacionais atuais e de futuro. O termo “desistir de propósitos” voltados ao aperfeiçoamento de curto e de longo prazo da fábrica em descrição, como a manifestação de uma gestão estratégica, deve ser eliminado no horizonte desta organização em descrição. O grau de comprometimento de todos os membros da Nova Fábrica de Calçados (NFC) deve ser total, contínuo e imutável. A atitude de aprendizado com os desafios de manter o fundamento da simultaneidade - frente aos desafios atuais e futuros dos mercados e dos desejos dos consumidores - deve ser entendido como um aprendizado ininterrupto e necessário. A fábrica em descrição deve ser entendida como uma organização de atitudes de aprendizado estratégico. Portanto, ela precisa implantar: A) Atitudes proativas dos membros da fábrica para consolidar a sua Sustentabilidade Plena As atitudes dos membros da fábrica em descrição são como uma ferramenta operacional determinadora do sucesso desta fábrica, ou seja, se sua vida vai ser longa e proveitosa ou será de curta duração. A superficialidade das organizações e de seus membros está diretamente ligada às atitudes de operacionalidade escolhidas. Se os processos organizacionais obedecem ao princípio da linearidade sequencial ou os seus processos são orientados e estruturados em redes perseguidoras do fundamento da Simultaneidade operacional. As atitudes dos operadores/gestores dos processos produtivos fundamentados na sequencialidade linear são totalmente diferentes das atitudes dos operadores de sistemas de produção baseadas na simultaneidade, ou seja: - Sistemas lineares e sequenciais desenvolvem atitudes individualistas e de descomprometido com o todo produtivo. - Sistemas de produção simultânea desenvolvem atitudes de compromisso e de relacionamento operacional, pois se estruturam em redes, as quais desenvolvem

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atitudes de compromissos entre os elos das redes de produção. Esta característica operacional é a porta que se abre à simultaneidade das operações. As atitudes de compromisso com o cumprimento dos tempos das operações geram atitudes proativas para assegurar o fundamento da simultaneidade de toda a rede de produção. A simultaneidade operacional só é possível e viável onde as atitudes dos operadores convergem para uma disciplina e uma efetividade operacional da fábrica em descrição. B) Atitudes de comprometimento, como geradoras e consolidadoras da excelência da fábrica em descrição A operacionalidade da produção dos calçados baseada na simultaneidade operacional é o caminho para o desenvolvimento da excelência dos sistemas produtivos. A simultaneidade tem a característica de promover atitudes de aprendizado entre os operadores, que por sua vez passa a ter atitudes de comprometimento, aperfeiçoando ainda mais o fundamento da Simultaneidade até atingir o estágio mais avançado deste sistema produtivo, que é a excelência em simultaneidade com o domínio total deste fundamento pelos operadores da fábrica em descrição. C) Atitudes perseguidoras da competitividade da fábrica em seus mercados atuais e futuros Estas atitudes orientam-se pela diretriz: “Faça o que fizer, faça-o bem e no tempo certo”, que é voltada para gerar valor nos mercados e aos consumidores pela atualidade dos calçados oferecidos. A Simultaneidade operacional é também uma barreira para os defeitos, ou seja, se esta regra não for totalmente adotada e compreendida, a Simultaneidade do sistema produtivo da Nova Fábrica de Calçados (NFC) será impossível de se consolidar. Os operadores podem ter uma visão tecnológica da simultaneidade perfeita, porém se as suas atitudes não se alinharem com estes fundamentos a simultaneidade operacional será um fracasso. Tais considerações sobre a Excelência dão o correto significado do que são as atitudes que estão por traz da excelência. D) Atitudes de consolidação dos fundamentos da simultaneidade operacional da fábrica A denominação desta atitude explica-se por si só. Ela é essencial para a Simultaneidade operacional da fábrica de calçados - foco destas considerações que vem sendo apresentadas. Se esta natureza de atitudes não se manifestar, a Nova Fábrica de Calçados (NFC) não se consolidará como uma proposta original e inovadora, de gerar

bens e serviços. Os operadores dessa fábrica são agentes permanentes de estruturação do sistema produtivo. Portanto, atitudes de consolidação do que foi planejado e implantado são necessárias e até mesmo obrigatórias para o desempenho de excelência desta fábrica em descrição por longo tempo. E) Atitudes de busca de manifestação de satisfação geral A satisfação é um requisito organizacional essencial e sistêmico. Não são somente os mercados e os consumidores atuais, mas também as partes interessadas a serem atendidas, com atitudes de excelência, em suas necessidades potenciais e atuais. As atitudes da fábrica devem evoluir para avaliar mercados potenciais e, nestas buscas, desenvolver atitudes para a sua conquista. Ações de busca da satisfação nos relacionamentos com os fornecedores atuais e potenciais são também atitudes altamente relevantes da fábrica em descrição, mas não acabam aqui. Também é fundamental olhar para fora da fábrica. As autoridades e os poderes constituídos também fazem parte do sistema de produzir calçados e, portanto, a Nova Fábrica de Calçados (NFC) deve desenvolver atitudes de manter relacionamentos proativos com as instituições oficiais. F) Atitudes de autodefesa Parece estranho que sacrifícios fazem parte da vida de uma Organização. Mas a realidade é esta: os mercados nem sempre estão em franco crescimento. Dificuldades e crises econômicas gerais e locais sempre existiram e continuarão a acontecer, impondo sacrifícios para as organizações, e a Nova Fábrica de Calçados (NFC) não é uma exceção neste cenário. O diferencial é que, diante dos desafios, ela implanta atitudes de autodefesa para minimizar danos organizacionais e econômicos. G) Atitudes de compreensão Compreender os cenários político, econômico, social, tecnológico e ambiental onde esta fábrica atua, para poder implantar ações proativas e positivas, é uma atitude absolutamente natural para esta fábrica em descrição. A Nova Fábrica de Calçados (NFC), por sua visão sistêmica, está preparada para desenvolver continuamente atitudes proativas para agir em seus ambientes de atuação, sejam eles de oportunidades ou adversidades. Porque se não existirem atitudes organizacionais construtivas, não haverá a tão necessária sustentabilidade plena desta organização em descrição. Atitudes organizacionais, portanto, são essenciais.

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SENSOR ACOPLADO AO CELULAR DETECTA PRESENÇA

de açúcar no algodão P esquisadores e bolsistas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em parceria com o Instituto Mato-grossense do Algodão (IMAmt), desenvolveram uma alternativa para detectar a presença dos principais açúcares causadores da pegajosidade em pluma de algodão, conhecida como algodão-doce ou caramelizado e que causa grandes prejuízos aos produtores e à indústria têxtil. O método utiliza imagens da pluma captadas por um sensor portátil de imagens que funciona no espectro infravermelho médio, invisível ao olho humano. Esse sensor pode ser acoplado a um celular e a imagem é mais bem definida com filtros especiais para revelar a presença dos contaminantes. Causada principalmente pelo ataque de pragas como o pulgão e a mosca-branca, a pegajosidade da pluma é um dos maiores contaminantes na fiação e pode causar sérios prejuízos, como o mau funcionamento das máquinas de fiação, com reflexos no preço da pluma que prejudicam o produtor. Detectar o problema com eficácia traz mais segurança para toda a cadeia produtiva. “Captamos uma imagem equivalente a um mapa de temperatura da amostra de algodão, e a imagem é processada por algoritmos matemáticos que desenvolvemos para detectar os pontos onde há açúcar”, explica o pesquisador da Embrapa Algodão, Everaldo Medeiros. Segun-

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do ele, o algoritmo também foi testado com sucesso na detecção de pegajosidade do algodão utilizandose apenas a câmera de um celular específico que possui sensibilidade ao infravermelho próximo. “As principais vantagens do método são o baixo custo e a rapidez na realização do teste, já que ele é simples, rápido e barato como tirar uma foto.” Como se trata de método não destrutivo é possível fazer várias amostragens de um mesmo fardo. “O método convencional utiliza uma amostra de 20 gramas de pluma para ser representativa de um fardo de 200 quilos, e a pegajosidade pode estar em outro ponto do fardo”, alerta. O próximo passo da pesquisa será desenvolver um aplicativo para que o usuário possa chegar ao resultado das análises de maneira descomplicada. A previsão é que este novo método esteja disponível no mercado em até dois anos. Medeiros conta que, atualmente, para detectar a presença de pegajosidade as algodoeiras usam o método químico, que tem o inconveniente de ser destrutivo, e a detecção térmica, em que se descobre pontos de caramelização. “Mas esses métodos ainda apresentam um nível de incerteza, pois só funcionam para açúcares simples como a glucose e frutose. Açúcares entomológicos, excretados pelos insetos, são mais difíceis de detectar”, observa. “Com essa nova técnica, esperamos possi-

bilitar que todos os envolvidos com a comercialização de algodão disponham de uma ferramenta confiável para detectar a presença de açúcar na fibra, o que dá mais segurança para produtores, algodoeiras e indústria têxtil”, acrescenta.

Método ainda mais rápido Outra técnica que vem sendo testada pela Embrapa para detectar a presença de açúcar no algodão é a utilização de imagens hiperespectrais, equipamento capaz de capturar imagens em escala micrométrica para auxiliar pesquisas em agricultura de precisão com conceitos de química analítica aplicada. A câmera hiperespectral é usada para identificar, medir e mapear as propriedades físicas, químicas e biológicas dos objetos escaneados. A vantagem dessa tecnologia é permitir analisar toda a amostra, e o processamento matemático das imagens é mínimo. Para pegajosidade em pluma, já se detectam regiões com presença de açúcares automaticamente na superfície da pluma. “A técnica de imagens hiperespectrais permite realizar a inspeção com mínimo de preparo da amostra, de forma rápida (dez segundos) e baixo custo para altas demandas de amostras. Além disso, o sistema possui viabilidade de poder ser explorado de maneira automática em nível de indústria”, afirma Medeiros.

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FOTO ALEXANDRE OLIVEIRA

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açúcar entomológico é uma das contaminações da fibra de algodão mais prejudiciais para a indústria têxtil no mundo. De acordo com a pesquisa divulgada no ano passado pela Federação Internacional de Fabricantes de Têxteis (ITMF, sigla em inglês), sediada em Zurique, na Suíça, o Brasil foi o país com maior percentual de ocorrência de pegajosidade nas amostras analisadas (em 39% de 23 amostras analisadas). “Embora a qualidade do algodão brasileiro venha melhorando cada vez mais, a presença de pegajosidade ainda é um problema que causa prejuízos milionários todos os anos aos cotonicultores e à indústria têxtil”, diz o pesquisador. Os açúcares que causam maior prejuízo à pegajosidade são excretados por insetos-praga como o pulgão, mosca-branca e cochonilha nas folhas e caule da planta. Quando os capulhos se abrem, a fibra se contamina por entrar em contato com essas estruturas impregnadas com o açúcar. O açúcar contaminante permanece aderido à fibra ao longo de vários processos, mas só é detectado

Um problema milionário como um problema na indústria têxtil e geralmente depois de já ter contaminado diversas máquinas e dutos da indústria, o que causa grande prejuízo. Se a concentração desse açúcar for elevada, pode causar sérios problemas na fiação. “O algodão pegajoso adere ao maquinário e gera problemas para o funcionamento das fiações, gera prejuízo pela paralisação para limpar maquinário, o tecido perde qualidade com a formação de neps (pontos irregulares nos fios), e o produtor perde porque a indústria vai cobrar deságio”, destaca Medeiros. O gerente de processos têxteis do Grupo Coteminas, José Edilson Oliveira de Andrade, conta que a empresa avalia uma média de 50 mil fardos por ano e confirma: “A pegajosidade é um dos piores problemas do momento na indústria têxtil, seguida do nep da casca de semente. Mas todo defeito depende da intensidade; nos últimos dois anos não temos tido sérios problemas com a pegajosidade. O campo está fazendo um bom controle agrícola”, finaliza.

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ARTIGO Técnico ESTUDO DA SOBRECARGA TÉRMICA EM TENDAS PARA CONSTRUÇÃO CIVIL Marcelo Lauxen - Engenheiro Ind. Químico IBTeC Ms. Rogério Bueno de Paiva - Mestre em Engenharia de Produção com ênfase em Ergonomia

Resumo O presente estudo tem como objetivo avaliar e verificar a eficiência térmica em tendas com e sem capa térmica utilizadas em canteiro de obras através de avaliações quantitativas e comparativas, a fim de verificar as condições térmicas de permanência humana no interior deste tipo de “edificação”. Com os resultados obtidos pode-se verificar a eficiência das tendas térmicas, que além de manter as condições de trabalho dentro dos limites de tolerância para o calor, no trabalho a céu aberto possibilitam ao empregador maior produtividade e pontualidade na entrega das obras.

Introdução Diversos fatores influenciam no rendimento de cada individuo em seu ambiente de trabalho e o conforto térmico é um dos mais representativos, ao afetar diretamente a saúde do trabalhador em um ambiente não adequado termicamente à atividade desenvolvida no mesmo. O conforto térmico é essencial no ambiente de trabalho, e a realização das atividades pode ser afetada no seu resultado final, pois o ambiente aquecido pode influenciar na concentração do trabalhador ao realizar sua tarefa, podendo aumentar a probabilidade de erros e retrabalhos ocasionando acidentes. Um Estudo da NASA concluiu que quando a temperatura ambiente está acima de 35°C por um período de tempo longo, o individuo pode cometer até 60 erros por hora sem que perceba. A busca pelo bem-estar físico, fisiológico e psicológico humano vem de longa data, porém apenas nas últimas décadas têm se intensificado os estudos dos efeitos do conforto térmico sobre as pessoas em ambientes internos (LAMBERTS, 2011). Em condições de calor extremo, evitando o stress térmico, o atendimento a NR 15 traz, dependendo do Índice de Bulbo Úmido Termômetro de Globo (IBUTG) medido, tempos de descanso em regimes de trabalho intermitentes que podem chegar a 15 minutos de trabalho e 45 de descanso ou não realização do trabalho em uma hora, podendo levar a interdição das obras para as empresas que não atenderem estas exigências. Estas condições levam uma obra a atrasos no seu cronograma, além de prejuízos financeiros as construtoras e aos trabalhadores, que muitas vezes recebem por produtividade e não por hora de trabalho. Neste sentido, este artigo faz um estudo de eficiência térmica em tendas com e sem capa térmica utilizadas em canteiro de obras através de avaliações quantitativas e comparativas, a fim de verificar as condições térmicas de permanência humana no seu interior. Referencial teórico Segundo Saliba (2014) o calor é um agente presente em vários ambientes de trabalho, tais como siderúrgicas, indústrias de vidro e em certas atividades a céu aberto, como na construção civil. Ao contrário de outros agentes ambientais, na avaliação do calor há diversos eventos e fatores envolvidos que devem ser analisados,

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através de índices de avaliação de calor correlacionados. O ambiente de trabalho, na maioria das vezes, é composto por situações que podem causar o desconforto ao ser humano. É um lugar onde se emprega a mão de obra na execução de tarefas garantindo a sobrevivência da família (WASEN, 2015). Portanto deveria ser um local adequado para proporcionar boa qualidade de vida ao trabalhador. Conforme Chiavenato (2002) as condições ambientais de trabalho com calor causam desconforto, aumentam o risco de acidentes e podem provocar danos consideráveis à saúde dos trabalhadores. Segundo Chande (2009) o controle da temperatura corporal é realizado por um sistema chamado termorregulador que comanda, por meio da vasodilatação e vasoconstrição, à quantidade de sangue que circula na superfície do corpo, possibilitando, respectivamente, maior ou menor troca de calor com o meio. Saliba (2014) diz que quanto mais intensa for a atividade física exercida pelo indivíduo, maior será o calor produzido pelo metabolismo, constituindo, portanto, parte do calor total ganho pelo organismo. Segundo Jackliotsch, et.al (2016) a exposição ao calor extremo pode resultar em doenças ocupacionais causadas por estresse térmico, incluindo acidente vascular cerebral, exaustão, cãibras, erupções e até a morte. O calor também pode aumentar o risco de lesões dos trabalhadores, devido ao suor das mãos, embassamento dos óculos de segurança, tonturas, pode reduzir a função do cérebro responsável pela capacidade de raciocínio, criando riscos adicionais. A norma reguladora do Ministério do Trabalho e Emprego NR 15 trata das atividades e operações insalubres e no seu anexo 3 traz os limites e tolerâncias para exposição ao calor passível de causar uma sobrecarga térmica. De acordo com a norma, dependendo da temperatura IBUTG medida e do tipo de atividade, o trabalhador deve ter um tempo de descanso. O quadro 1 traz os limites de tolerância para exposição em regime de trabalho intermitente com os períodos de descanso.

Quadro 1 - Limites de tolerância para exposição em regime de trabalho intermitente com os períodos de descanso Fonte: NR 15, anexo 3

O tipo de atividade mencionado no quadro 1, leve, moderado e pesado é determinado de acordo com as taxas de metabolismo de cada atividade e pode ser verificado no quadro 2.

Quadro 2: taxas de metabolismo por tipo de atividade Fonte: NR 15, anexo 3

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ARTIGO No ambiente de trabalho, existem diversos fatores que influenciam nas trocas térmicas e consequentemente no conforto térmico e que podem ser considerados na quantificação da sobrecarga térmica. Saliba (2014) cita como sendo os principais: temperatura do ar, umidade relativa do ar, velocidade do ar, calor radiante e o tipo de atividade. A umidade relativa do ar influi na troca térmica entre o organismo e o ambiente pelo mecanismo de evaporação. A velocidade do ar pode alterar as trocas, tanto na condução e convecção quanto na evaporação. Quanto mais intensa for a atividade física exercida pelo indivíduo, maior será o calor produzido pelo metabolismo, constituindo, portanto, parte do calor total ganho pelo organismo (SALIBA, 2014). O conforto térmico é expresso em IBTUG que é o efeito combinado da radiação térmica, da temperatura de bulbo seco, da umidade e da velocidade do ar (COUTINHO, 1998). Conforme a NR 15, o IBUTG é calculado para ambientes internos ou externos sem carga solar como segue na equação 1, bem como para ambientes externos com carga solar, como segue na equação 2. IBUTG = 0,7 tbn + 0,3 tg (equação 1) IBUTG = 0,7 tbn + 0,1 tbs + 0,2 tg (equação 2) Onde: tbn = temperatura de bulbo úmido natural; tg = temperatura de globo; tbs = temperatura de bulbo seco. Para empresas que não possuem equipamento para realizar as medidas do índice IBUTG, a Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho (Fundacentro) disponibiliza em seu site um programa que pode ser utilizado para avaliação do índice por região com as respectivas medidas de controle.

Metodologia e resultados O estudo de caso foi realizado nas tendas de vivência produzidas pela empresa Terezinha Rambo EPP. A capa térmica utilizada na tenda, cuja estrutura está patenteada, é composta em multicamadas: externamente em tecido de poliamida revestido de PVC, laminado sintético aluminizado, camada de polietileno expandido, outra camada de laminado sintético aluminizado e internamente recebe outra camada em tecido de poliamida revestida de PVC. As tendas foram montadas com esta capa térmica e para comparação foram também montadas com a manta sem proteção térmica, que é composta somente de uma camada externa em tecido de poliamida revestida de PVC. As tendas possuem dimensões de 3 metros de largura, 5 metros de comprimento e 4 metros de altura central, como ilustrado na Figura 1.

Figura 1: Disposição dos termômetros nas tendas com e sem proteção Fonte: do autor

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Foram realizadas medições tanto diretamente no sol quanto embaixo das tendas. Estas foram realizadas entre os dias 25/02/16 a 07/03/16. Entre estes dias houve períodos de calor típicos do verão da região, bem como ondas de calor extremo. Para avaliação do conforto térmico foram utilizados medidores de stress térmico modelo Protemp da marca Criffer, com escala de -50 a 300°C (precisão de ±0,5°C) e umidade de 0 a 85% UR, sendo que um dos termômetros estava disposto na região interna das tendas e outro na região externa (sol). Para a coleta de dados, foram utilizados os termômetros sincronizados e com aquisição de 01 amostragem/10 minutos. No dia 25/02/2016 a aquisição dos dados foi realizada no período das 13:40 as 16:10h. Os resultados obtidos são apresentados na tabela 01.

Tabela 1 Fonte: do autor

Nas medições verificou-se que a média da temperatura no termômetro externo (sol) foi de 32,7 °C (±1,8 °C), sendo que a temperatura máxima registrada foi de 34,8 °C e a mínima de 29,3 °C. Já para o termômetro disposto na tenda com proteção, observou-se temperatura média de 28,9 °C (± 1,0 °C) sendo que a temperatura máxima registrada foi de 30,1 °C e a mínima de 26,3 °C. De acordo com os dados da tabela 1, observa-se que a tenda com proteção apresenta menor sensação térmica quando comparado com o sol. Na comparação entre as médias é possível afirmar que neste período a tenda com proteção apresentou redução de 11,6 % (-3,8°C). Nos picos de temperatura observou-se redução máxima de 13,5% (-4,7°C). Já para a segunda aquisição, ou seja, para o dia 29/02/2016 os dados foram adquiridos no período entre 08:10 –17:30h, conforme dados apresentados na tabela 2.

Tabela 2 Fonte: do autor

Já para esta aquisição, observou-se que a média da temperatura no termômetro externo (sol) foi de 25,4 °C (± 1,0 °C), sendo que a temperatura máxima registrada foi de 29,0 °C e a mínima de 23,6 °C. Já para o termômetro disposto na tenda com proteção, observou-se temperatura média de 22,2 °C (± 1,2 °C) sendo que a temperatura máxima registrada foi de 24,0 °C e a mínima de 18,4 °C. De acordo com os dados da tabela 2, medidos em um dia de temperaturas mais típicas, observa-se que a tenda com proteção também apresenta menor sensação térmica quando comparado com o sol. Na comparação entre as médias é possível afirmar que neste período a tenda com proteção apresentou redução de 12,6% (-3,2°C). Nos picos de temperatura observou-se redução máxima de 17,2% (-5,0 °C). Para a terceira aquisição, ou seja, para o dia 01/03/2016 foi verificada a variação de temperatura entre o sol e a tenda normal. Os dados foram adquiridos no período entre 08:02–15:22h, conforme dados apresentados na tabela 3.

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Tabela 3 Fonte: do autor

Para a terceira aquisição, ou seja, para o dia 01/03/2016 foi verificada a variação de temperatura entre o sol e a tenda normal. Nesta aquisição, observou-se que a média da temperatura no termômetro externo (sol) foi de 23,5 °C (± 1,5 °C), sendo que a temperatura máxima registrada foi de 25,5 °C e a mínima de 19,9 °C. Já para o termômetro disposto na tenda sem proteção, observou-se temperatura média de 22,3 °C (± 1,5 °C) sendo que a temperatura máxima registrada foi de 23,9 °C e a mínima de 17,9 °C. De acordo com os dados da tabela 3, medidos em um dia de temperaturas mais típicas, observa-se que a tenda sem proteção também apresenta menor sensação térmica quando comparado com o sol. Na comparação entre as médias é possível afirmar que no período a tenda sem proteção apresentou redução de 5,1 % (-1,2 °C). Nos picos de temperatura observou-se redução máxima de 6,3 % (-1,6 °C). Para a última aquisição, ou seja, para o dia 07/03/2016 foi verificada a variação de temperatura entre o sol, a tenda com proteção e a tenda normal. Os dados foram adquiridos no período entre 10:20 – 17:20h, conforme dados apresentados na tabela 4.

Tabela 4 Fonte: do autor

Para esta última aquisição foi verificada a variação de temperatura entre o sol, a tenda com proteção e a tenda normal. Observou-se que, a média da temperatura no termômetro externo (sol) foi de 27,2 °C (± 1,2 °C), sendo que a temperatura máxima registrada foi de 29,7°C e a mínima de 24,2 °C. Já para o termômetro disposto na tenda sem proteção, observou-se temperatura média de 25,1 °C (± 0,6 °C) sendo que a temperatura máxima registrada foi de 26,8 °C e a mínima de 23,7 °C. Foram encontradas temperaturas menores para a tenda com proteção, ou seja, a temperatura média foi de 23,4 °C (±1,6 °C), a máxima temperatura encontrada para o dia foi de 24,6 °C e a mínima foi de 21,9 °C. Conforme dados da tabela 4, é possível observar que novamente a tenda com proteção apresenta menor sensação térmica no que se refere à média da aquisição durante o dia. Na comparação entre as temperaturas médias das tendas, observa-se uma sensação térmica menor de aproximadamente 14% (-3,8 °C) para a tenda com a proteção. Nos picos de temperatura observou-se redução máxima de 17,2% (-5,1 °C). Quanto as variáveis do IBUTG, imagina-se, avaliando sua equação, que a maior influência é a temperatura de bulbo úmido por representar 70% da equação. Porém verificando-se os gráficos 1, 2 e 3 pode-se concluir que a temperatura de globo, ou seja, a radiação solar é o fator que possui maior influencia na variação do IBUTG.

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Gráfico 1 Fonte: do autor

Gráfico 2 Fonte: do autor

Gráfico 3 Fonte: do autor

Em relação à produtividade do trabalhador, com os dados obtidos verificou-se que há um grande ganho, uma vez que se considerando o quadro 1 do anexo 3 da NR 15, em muitos dias do verão nem se poderia trabalhar ou em alguns horários. A cada hora de trabalho, o profissional poderia trabalhar 15 min e descansar 45 min devido ao stress térmico. Devido ao percentual de redução do stress térmico, aumentaria o tempo de trabalho e diminuiria o tempo de descanso.

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ARTIGO Mesmo para os serviços que não podem ser realizados embaixo das tendas, a mesma pode ser instalada próxima ao posto de trabalho permitindo o uso como ponto de repouso, exigido pela legislação em dias de temperaturas elevadas. Isso reduziria o tempo de deslocamento devido à facilidade de acesso dos profissionais. Diante dos resultados obtidos, foi evidenciado que houve redução significativa na sensação térmica da tenda com proteção térmica em relação ao sol, chegando a uma redução de 17,2%, permitindo em muitos casos um aumento do tempo de trabalho/exposição do indivíduo. Também comparando-se a tenda com proteção em relação á tenda sem a proteção, pode se verificar uma redução máxima de 2,2 ºC, ou seja, uma redução de aproximadamente 9%.

Conclusão A metodologia empregada permitiu mensurar a eficiência da capa térmica para tendas utilizadas em canteiros de obra através de valores de IBUTG (índice de bulbo úmido termômetro de globo) para avaliação da sobrecarga térmica. Vale salientar que em relação à temperatura na tenda sem a capa há uma redução na temperatura, porém muito inferior à tenda com proteção, havendo uma melhora na sensação térmica. Com estes resultados, verifica-se um melhor aproveitamento no tempo de execução da obra, uma vez que permite o trabalho por tempos mais prolongados, diminuindo os tempos de descanso em dias de calor ou eliminando-os, além da possibilidade de se executar as tarefas também em dias de chuva, principalmente nas etapas iniciais das obras. De acordo com os dados obtidos, é possível comprovar a eficiência da capa térmica quando utilizada em tendas para trabalhos a céu aberto.

Referências BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. NR 15: Atividades e Operações Insalubres. Brasília, 1978. Disponível em: < http://trabalho.gov.br/seguranca-e-saude-no-trabalho/normatizacao/normas-regulamentadoras/ norma-regulamentadora-n-15-atividades-e-operacoes-insalubres>. Acesso em: 29 out. 2016. CHANDE, Adnildo Abdul Remane. Risco de Stress Térmico em Ambiente Fabril. Análise comparativa entre a indústria papeleira e vidreira. Dissertação de mestrado - Faculdade de ciências tecnológicas da universidade de Coimbra. Coimbra, 2009. CHIAVENATO, Idalberto. Recursos humanos. 7ª ed., São Paulo: Atlas, 2002. COUTINHO, Antonio Souto. Conforto e Insalubridade Térmica em Ambientes de Trabalho. João Pessoa: Edições PPGEP, 1998. JACKLITSCH, Brenda, et, al. Criteria for a Recommended Standard, Occupational Exposure to Heat and Hot Environments. NIOSH, 2016. LAMBERTS, Roberto. Conforto e Stress Térmico. Dissertação de mestrado - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Santa Catarina, 2011. SALIBA, Tuffi Messias. Manual prático de avaliação e controle de calor. PPRA. 6ª ed., São Paulo, LTr, 2014. WASEN, Lucas Adolfo. Estudo das condições térmicas do setor de peletização de uma unidade industrial produtora de plásticos. Trabalho de Conclusão de Curso – Universidade do Vale do Rio dos Sinos - UNISINOS. São Leopoldo. 2015.

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ARTIGO Científico

CARACTERÍSTICAS DO CALÇADO INFANTIL SEGUNDO AS FASES DO DESENVOLVIMENTO MOTOR DA LOCOMOÇÃO HUMANA DA CRIANÇA - Parte 1 AVILA, Aluisio O. V1; ZARO, Milton A.1,; PALHANO, Rudnei1 e WUST, Eduardo1 1 - Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC)

Resumo Neste estudo foram criadas quatro fases de desenvolvimento da criança para relacionar com os calçados. Em cada fase estão des-

Palavras-chave:

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tacados os parâmetros funcionais mais importantes na fabricação dos calçados infantis.

biomecânica da locomoção humana, fases da caminhada da criança, calçados infantis

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O Centre Technique Cuir Chaussures Maroquinerie (CTCCM) de Lyon, França, publicou recentemente um estudo sobre o calçado infantil dedicado à adequação do calçado aos pés em desenvolvimento, para crianças até sete anos de idade. Eles consideraram três aspectos sobre os calçados das crianças. O primeiro foi que deve ser esteticamente agradável, o segundo que deve oferecer suporte adequado pelo calce e tamanho e o terceiro que deva atender aos aspectos morfológicos e ao pé individual. Também sabemos que crianças são submetidas a uma grande quantidade de eventos repetitivos durante suas atividades recreativas, escolares e esportivas, o que pode trazer como consequência diversos tipos de lesões. Essas lesões normalmente se localizam nas articulações, cartilagens e ossos. Santos (2001) analisou a força de reação do solo da fase do salto para o bloqueio no voleibol. Os atletas das categorias mirins apresentaram picos equivalentes a 3,4 vezes o peso corporal e os atletas da categoria pré-mirim de 3,6 vezes. Fantini & Menzel (2001) compararam a influência da experiência de atletas de diferentes modalidades esportivas nos impactos de aterrissagem de um salto. Os resultados demonstraram que 40% dos atletas profissionais e 50% dos atletas amadores e dos não atletas apresentaram um impacto médio acima de 5 vezes o seu peso, concluindo que o risco de lesões relacionado ao impacto pode ser minimizado através do uso de técnicas adequadas. Na condição em que se avaliou os picos de aceleração tibial foram encontradas diferenças significativas entre as velocidades 4km/h (3,49g), 7km/h (5,38g) e 9km/h (6,76g). É possível observar-se que quanto maior é a velocidade também ocorre aumento no impacto, ou seja, se aumentar a velocidade, maior será o impacto transmitido para o sistema musculoesquelético. No estudo realizado por Wüst e colaboradores (2009), a média dos picos de aceleração tibial na situação descalça em um único sujeito do gênero feminino na velocidade 4 km/h foi de 2,4g. Em função de todos estes aspectos acima citados, torna-se de grande importância a medição de parâmetros como impacto, distribuição da pressão plantar, da curva da componente vertical da força de reação do solo, durante as atividades do caminhar, correr e saltar. Podemos avaliar, por exemplo, o desempenho dos calçados e comparar modelos e materiais, classificando-os de acordo com normas de conforto. Em 1993, um dos nomes da Biomecânica mundial, o prof. Hennig (Alemanha, Universidade de Essen) já dizia que a aceleração tibial pode ser usada para descrever as propriedades de amortecimento dos calçados. (Henning et al. 1993).

As diferentes fases do período de desenvolvimento dos pés Para facilitar a compreensão da relação do calçado infantil com seus parâmetros funcionais, dividimos o período de desenvolvimento da criança em quatro fases, como descrevemos a seguir. 1ª fase A primeira fase, que vai normalmente de zero a 24 meses, período este, em que a criança aprende a rolar lateralmente, levar os pés a boca, sentar, gatinhar, equilibrar-se na posição bi-podal e do início dos primeiros passos. As crianças em geral começam a caminhar até os doze (12) meses. O primeiro ano de vida da criança é o ano mais importante para o seu desenvolvimento. Para atender as necessidades do crescimento e desenvolvimento dos pés infantis, até os 16 meses de idade, as crianças devem trocar os calçados a cada três ou quatro meses. A partir desta idade devem trocar a cada seis meses. Nesta fase o calçado tem a função de manter os pés levemente aquecidos. Não deve possuir nenhuma estrutura rígida. Devem ser extremamente macios, flexíveis, com boa transpiração, e totalmente isentos de substâncias toxicas, pois nesta fase a criança costuma levar os pés à boca. Os calçados não devem restringir o crescimento e o desenvolvimento dos pés. 2ª fase A segunda fase vai normalmente dos sete aos 30 meses, período este em que a criança aprende a caminhar. O calçado tem a função de contribuir para o duplo apoio (calcâneo e região dos metatarsos) favorecendo o desenvolvimento do arco plantar. O material do solado deverá possuir níveis satisfatórios de atrito com as superfícies de apoio. Os calçados não devem restringir o crescimento e o desenvolvimento dos pés. Para isso, é necessário que a criança troque de calçado de seis em seis meses, pois os pés das crianças crescem em média 12mm ao ano, e o intervalo entre a numeração dos calçados é de 6,66mm.

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ARTIGO 3ª fase A terceira fase vai dos dois aos sete anos de idade, período em que ocorre a maturação da marcha, quando a criança desenvolve a função plena do caminhar, correr, saltar e equilibrar-se, entre outras habilidades motoras. Neste período o calçado deve ser bem estruturado. Deve auxiliar no equilíbrio, oferecendo firmeza durante o caminhar (suporte rígido no arco plantar). Calçados devem ser construídos com cabedais flexíveis, de materiais com boa transpiração, solados extremamente flexíveis na região da cabeça dos metatarsos, com estabilizadores do arco plantar, e sistemas de absorção de impacto e vibrações. Os solados deverão possuir geometria que ofereça anti pronção e estabilidade nos movimentos da marcha. 4ª fase A quarta fase é o período em que os pés atingem sua idade adulta. É a fase de estabilização do caminhar, quando os pés atingem seu crescimento máximo, em média até os 14 anos de idade. É nesta fase que fica evidenciado as diferenças entre os pés dos meninos e das meninas, reforçando a necessidade de termos calçados específicos para cada sexo. Nesta fase é muito importante que o caminhar atinja a estabilidade induzida pelo calçado. A pouca capacidade de deformação apresentada pelo calçado duro provoca um aumento no braço de alavanca da articulação subtalar. Desta forma, o tempo e a trajetória de desaceleração são alterados, causando aumento na velocidade de pronação, que é em média de 7rad/s, para o calçado macio e 25rad/s para o calçado mais duro - Radiano por segundo (abreviadamente rad/s) é a unidade de medida padrão para medida da velocidade angular. Equivale ao deslocamento angular de 1 radiano efetuado em 1 segundo. É utilizada para medição da frequência em movimentos circulares e periódicos. Nesta fase é importantíssima a avaliação de todos os parâmetros funcionais dos calçados, tais como: acelerometria tibial, taxa de aceitação do peso, pronação, picos de pressão plantar e microclima dos calçados. Sabemos que pouquíssimas crianças nascem com defeitos nos pés, no entanto, menos de 40% dos adultos tem pés sadios. Isso acontece principalmente pelo uso inadequado de caçados durante a infância. Para que os calçados não prejudiquem o crescimento e o desenvolvimento dos pés, é importante deixar um espaço livre no bico do calçado de até 10mm. A liberdade de movimento dos dedos, dentro do calçado, é de fundamental importância para o conforto e o desenvolvimento sadio dos pés.

Bibliografia 1. FANTINI, Cynthia e MENZEL, Hans-Joachim. Análise de impactos em aterrissagens após saltos máximos em diferentes grupos de atletas e não-atletas. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE BIOMECÂNICA, 9. Gramado. Anais...Sociedade Brasileira de Biomecânica Escola de Educação Física da UFRGS. Gramado. p. 89-93. 2001. 2. WÜST E.; ROBINSON, C. C.; PALHANO, R.; ZARO, M. A.; BRUXEL, Y. NABINGER, E.; ANDRADE, M. C. Repetibilidade dos picos de aceleração através da acelerometria tibial para calçado feminino de salto alto e calçado masculino de segurança. Revista Tecnicouro, 2009. 3. HENNIG, E. M. The evolution and biomechanics of the human foot – applied research for footwear. Revista Brasileira de Biomecânica. São Paulo, ano 4, n 1, p.7-13, 2003. Agradecimentos - Este estudo foi financiado pela empresa KLIN Produtos Infantis Ltda.

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A ABNT 11 3017.3638 www.abnt.org.br pág. 59 ADERE 0800.701.2903 www.adere.com pág. 07 ALTA TRANÇADOS 11 2618.2203 www.altatrancados.com.br pág. 19 B BADESUL 51 3284.5800 www.badesul.com.br pág. 21 BIBI 51 3512.3344 www.bibi.com.br pág. 91 C CIPATEX 19 3284.9000 www.cipatex.com.br pág. 02 COLORGRAF 51 3587.3700 www.colorgraf.com.br pág. 57 COMELZ 51 3587.9747 www.comelz.com pág. 05 CONTÊINERES 51 3553.1000 www.ibtec.org.br pág. 89 COUROMODA 11 3897.6100 www.couromoda.com pág. 32 D DÜRKOPP 11 3042.4508 www.durkoppadler.com pág. 25 F FIMEC 51 3584.7200 www.fimec.com.br pág. 51 FISP 11 5585.4355 www.fispvirtual.com.br pág. 55 FOAMTECH 19 3869.4127 www.foamtech.com.br pág. 100 FRANCAL 11 2226.3100 www.francal.com.br pág. 22 G GUIA ASSOCIADOS 51 3553.1000 www.ibtec.org.br pág. 65

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I ISA TECNOLOGIA 51 3595.4586 www.isatecnologia.com pág. 09 ITM 54 3261.0700 www.itmtextil.com.br pág. 99 L LAB. BIOMECÂNICA 51 3553.1000 www.ibtec.org.br pág. 76 LAB. EPI 51 3553.1000 www.ibtec.org.br pág. 85 LAB. MICROBIOLOGIA 51 3553.1000 www.ibtec.org.br pág. 63 LAB. SUBST. RESTRITIVAS 51 3553.1000 www.ibtec.org.br pág. 61 M MÁQUINAS MORBACH 51 3066.5666 www.morbach.com.br pág. 27 MARLUVAS 32 3693.4096 www.marluvas.com.br pág. 15 METAL COAT 54 3215.1849 www.metalcoat.com.br pág. 31 O ORISOL 51 3036.4774 www.orisol.com.br pág. 13 P PROAMB 54 3085.8700 www.proamb.com.br pág. 18 R RETILOX 11 4705.9460 www.retilox.com.br pág. 17 RR COMPONENTES 51 3069.1570 www.rrcomponentes.com.br pág. 20 S STICK FRAN 16 3712.0450 www.stickfran.com.br pág. 10 Z ZERO GRAU 51 3593.7889 www.feirazerograu.com.br pág. 47

ENTIDADES DO SETOR ABEST (11) 3256.1655 ABIACAV (11) 3739.3608 ABICALÇADOS (51) 3594.7011 ABINT (11) 3032.3015 ABLAC (11) 4702.7336 ABQTIC (51) 3561.2761 ABRAMEQ (51) 3594.2232 ABRAVEST (11) 2901.4333 AICSUL (51) 3273.9100 ANIMASEG (11) 5058.5556 ASSINTECAL (51) 3584.5200 CICB (61) 3224.1867 IBTeC (51) 3553.1000 FEIRAS DO SETOR BRASEG (11) 5585.4355 COUROMODA (11) 3897.6100 EXPO EMERGÊNCIA (11) 3129.4580 EXPO PROTEÇÃO (11) 3129.4580 FEBRAC (37) 3226.2625 FEIPLAR (11) 3779.0270 FEMICC (85) 3181.6002 FENOVA (37) 3228.8500 FIMEC (51) 3584.7200 FISP (11) 5585.4355 FRANCAL (11) 2226.3100 GIRA CALÇADOS (83) 2101.5476 HOSPITALAR (11) 3897.6199 INSPIRAMAIS (51) 3584.5200 PREVENSUL (51) 2131.0400 40 GRAUS (51) 3593.7889 QUÍMICA (11) 3060.5000 SEINCC (48) 3265.0393 SICC (51) 3593.7889 ZERO GRAU (51) 3593.7889

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IBTEC ENTREGA PRÊMIO

a estudantes na Mostratec D

Título: LifeCare: Dispositivo de Monitoramento dos Sinais Vitais para Idosos Autoras: Isadora Becker Mello e Isadora Zanchetta Orientadores: Diego Ramos Moreira Instituição: Fundação Escola Técnica Liberato Salzano Vieira da Cunha

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Isadora Becker Mello e Isadora Zanchetta, receberam do presidente executivo do instituto, Paulo Griebeler, passagens para participarem da 16ª Feira Brasileira de Ciências e Engenharia, que vai acontecer em São Paulo/SP de 12 a 16 de março de 2018. FOTO RAQUEL GUIMARÃES

e 24 a 26 de outubro, aconteceu, em Novo Hamburgo/RS, a maior feira de ciência e tecnologia jovem da América Latina, a Mostratec - Mostra Brasileira de Ciência e Tecnologia/Mostra Internacional de Ciência e Tecnologia. Realizada pela Fundação Escola Técnica Liberato Salzano Vieira da Cunha, a 32ª edição apresentou mais de 700 projetos de pesquisa em diversas áreas do conhecimento humano, realizados por jovens cientistas do ensino médio e da educação profissional técnica de várias partes do Brasil e do mundo, além de trabalhos em nível infantil e fundamental. Segundo a coordenação, foi a maior edição já realizada - tanto em qualidade quanto em quantidade de trabalhos. Pela segunda vez consecutiva o Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC) participou da mostra como instituição premiadora. Foram 12 projetos selecionados pelo instituto, dos quais um foi contemplado, a partir da avaliação técnica baseada em critérios internos relacionados a quesitos como viabilidade e aplicabilidade no segmento calçadista. O projeto vencedor foi o LifeCare: Dispositivo de Monitoramento dos Sinais Vitais para Idosos, que poderia ter uma versão aplicada no calçado. As autoras da pesquisa,

Autoras de um dos projetos de pesquisa receberam do presidente executivo do instituto passagens para feira de ciências em São Paulo

Resumo: A população idosa é a que mais cresce anualmente no Brasil, também há um aumento significativo no número de idosos que optam por morar sozinhos e, com isso, crescem riscos, dessa forma, a pessoa demanda em torno de 3,2 vezes mais atenção à saúde que os demais. Frente a essa adversidade, o objetivo principal da pesquisa é desenvolver um dispositivo que seja capaz de alertar o responsável ou familiar do idoso quando o mesmo estiver em uma situação de emergência, ou seja, uma alteração no estado basal dos sinais vitais da pessoa. Para alcançar esse propósito, utilizou-se um bracelete para o monitoramento diário dos sinais vitais do idoso, integrado por sensores e microcontroladores trabalhando em conjunto. Os valores físicos detectados pelos sensores serão comparados com uma faixa de alerta, contendo informações numéricas de valores padrões de temperatura corporal, frequência cardíaca e oxigenação sanguínea do usuário. Quando encontrados valores considerados anormais, o dispositivo contata um responsável, para agilizar o atendimento. A partir dos testes aplicados com o protótipo foi possível comprovar a viabilidade da pesquisa, auxiliando no monitoramento da saúde do idoso e no rápido atendimento em caso de emergências.

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Título: EcoPU: Produção de poliuretano a partir de resíduos de PET Autores: Vinícius Gabriel Borba Arnhold e Cassiano Moehlecke Orientadores: Schana Andréia da Silva e Carlos Leonardo Pandolfo Carone Instituição: Fundação Escola Técnica Liberato Salzano Vieira da Cunha Resumo: As questões ambientais estão cada vez mais presentes no cotidiano. Uma destas questões é o manejo de resíduos plásticos - segundo a ONU, desde 2014, temos um prejuízo anual de 75 bilhões de dólares devido ao mau manejo. Acredita-se que 35% desse valor sejam decorrentes de plásticos utilizados na indústria alimentícia, principalmente o PET que, apesar de ser reciclável, nem toda a quantidade produzida é de fato reciclada. A pesquisa baseou-se no desenvolvimento de um sistema de reciclagem química (feita através de uma despolimerização parcial da cadeia polimérica do material, utilizando-se uma reação de glicólise). Como resultado, se obteve um produto que, através de diferentes análises, foi caracterizado como um poliol oligomérico, que foi então utilizado na produção de poliuretano (que é considerado o 6° plástico mais comercializado no mundo devido a sua vasta gama de aplicações, tanto na forma de espumas rígidas e flexíveis quanto na produção de tintas, elastômeros e adesivos). Ainda não é possível comprovar o efeito deste poliol no material final, visto que é necessária a realização de mais testes físicos e análises das demais aplicações do material. Até então, a reciclagem produziu um poliol que, comparado com o disponível no mercado para a produção de espumas, apresenta um custo inferior a este, causando uma redução do custo de produção da espuma.

Título: Utilização de plantas medicinais para a inibição das bactérias Staphylococcus aureus e Staphylococcus epidermidis Autoras: Natália Jung Keller, Ana Julia Kleinkauf e Nathália Daniela Rosa da Silva Orientadora: Maria Angélica Thiele Fracassi Instituição: Fundação Escola Técnica Liberato Salzano Vieira da Cunha Resumo: As plantas medicinais são amplamente utilizadas na elaboração de medicamentos devido aos seus princípios ativos e os mínimos efeitos colaterais que estas causam. As plantas Cinnamomum zeylanicum (canela) e Achyrocline satureioides (macela) possuem propriedades bactericidas. No trabalho avaliou-se a ação antimicrobiana dos extratos das plantas citadas contra as bactérias Staphylococcus aureus e Staphylococcus epidermidis, as quais são as principais causadores de infecções hospitalares e comunitárias. Através da análise dos resultados observou-se que os extratos brutos da planta macela foram os que apresentaram os melhores resultados em todos os testes. Para a obtenção de um resultado mais preciso e confirmatória serão realizados estudos a fim de identificar quais as estruturas químicas das plantas são responsáveis pela capacidade de inibição do crescimento das bactérias S. aureus e S. epidermidis. Além disso, será realizado um teste de adesão microbiana em superfícies metálicas de aço inoxidável.

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Título: Biodegradação do polietileno de baixa densidade (PEBD) através de um concentrado polimérico Autoras: Mariana Weber Marques e Emanuella Lara Tarzo de Medina Coeli Orientadora: Schana Andréia da Silva Instituição: Fundação Escola Técnica Liberato Salzano Vieira da Cunha Resumo: Este projeto aborda o desenvolvimento de um concentrado polimérico que seja capaz de aumentar a biodegradabilidade do polietileno de baixa densidade (PEBD), já que ele acaba causando diversos problemas para o meio ambiente devido a sua difícil degradação. O objetivo é adicionar esse concentrado polimérico no processo de produção do PEBD, que tem atualmente uma perspectiva de tempo de degradação muito elevado. O projeto foi desenvolvido em três etapas principais: elaboração dos corpos de prova, submete-los ao teste de biodegradação e realizar testes comparativos entre os mesmos. A partir do resultado dos testes pode-se comprovar que ocorreu a biodegradação do material que contém 10% de pectina 88,2% de PEBD e 1,8% de compatibilizante, visto que após 90 dias apresentou a diminuição percentual da massa dos corpos de prova. Ocorreram mudanças na coloração do material sendo essa para mais escura, apresentando o surgimento de bolhas e a erosão da camada superficial como pode ser comprovado na análise do estereomicroscópio. Aconteceu também a diminuição das propriedades mecânicas nos testes de resistência à tração e alongamento, o aumento de duas unidades de dureza e o crescimento de fungos e bactérias na análise de microrganismos, indicando a partir dos resultados a viabilidade na produção de um concentrado polimérico que torne o PEBD biodegradável.

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Título: Biotêxtil - Tingimento com água do mar Autoras: Amanda Miranda de Souza e Camila Maurer Orientadores: Schana Andréia da Silva e Lucas Welter Donelli Instituição: Fundação Escola Técnica Liberato Salzano Vieira da Cunha Resumo: O trabalho é uma pesquisa sobre o uso de água do mar no processo de tingimento da indústria têxtil, encontrando assim uma alternativa ecológica para um processo que utiliza grande quantidade de água potencialmente potável. Para isso foram realizados alguns tingimentos, seguindo tanto o método industrial quanto o método artesanal. Desta forma, testou-se o tingimento das fibras de poliacrilonitrila com os corantes Amarelo básico 28, Azul básico 159 e Vermelho básico 46 em duas baterias, uma com corantes concentrados e outra com corantes diluídos; e ainda um tecido de algodão cru foi tingido com o corante próprio para tingimento de algodão, rayon-viscose, rami, linho, sisal e mesclas, na cor vermelha. O procedimento teve o intuito de comprovar a eficiência do método, então este processo foi feito com uma amostra de água padrão e uma amostra de água do mar tratada. Com base nos resultados obtidos e na análise das circunstâncias em que o projeto foi realizado, o grupo conclui que o principal objetivo deste trabalho se cumpriu e se mostrou satisfatório. Algumas alterações no método devem ser trabalhadas, mas em âmbito geral é possível tingir fibras de acrílico com o processo industrial substituindo a água doce utilizada atualmente no processo por água do mar sem alterar os aspectos visuais da fibra.

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Título: Sistema automático para testes de trincas e fissuras em peças injetadas Autores: Vitor Gomes da Silva e Jonatas de Jesus Macieira Orientadores: William Roger Carvalho Gomes, Léo Junior Dotta Asquidamini e Anderson André da Rosa Souto Instituição: Instituto Senai de Inovação Soluções Integradas em Metalmecânica

Título: Incorporação do EVA na construção civil Autoras: Julia Boll e Vitória Pacini Orientador: Marcelo Machado Instituição: Colégio Santa Catarina Resumo: O tema deste trabalho é propor a incorporação do resíduo de EVA na construção civil. O objetivo foi construir um bloco de cimento que auxilie a proporcionar um destino correto para os resíduos, reutilizando esses de uma forma sustentável. No mundo, os descartes de EVA de forma incorreta crescem cada vez mais, gerando problemas ambientais. Este trabalho foi direcionado a resíduos de palmilhas, a qual é composta basicamente por EVA. Foi proposta uma alternativa que auxiliasse tanto às empresas que geram esses resíduos, quanto ao meio ambiente, que vem sendo prejudicado diariamente. Realizou-se uma pesquisa de dados, conhecimento e iniciação ao desenvolvimento do bloco, auxiliada pelo professor orientador. Foram pesquisados assuntos diversos da área, como onde o resíduo se encontra mais abundante, o cimento correto a ser utilizado e, principalmente, o tipo de bloco que foi construído. O trabalho ficou, portanto, conclusivo, porém, não totalmente satisfatório, devido ao fato de que os testes foram reproduzidos somente uma vez, abrindo oportunidades para melhorias futuras no projeto. Deste modo, o grupo conseguiu concluir o objetivo proposto, proporcionando uma sugestão para diminuição de problemas ambientais.

Resumo: O projeto é destinado a uma empresa do Vale do Sinos que trabalha com equipamentos movidos por motores à combustão e destina-se ao desenvolvimento de um sistema automático para realizar testes, através do qual será possível visualizar trincas e fissuras em peças injetadas. O foco principal da inovação está na solução de um problema que se identifica especialmente com a falta de uniformidade de cada colaborador a fazer os testes, mesmo havendo uma Norma de Operação Padrão (NOP) para a execução do processo. Com este sistema haverá redução no consumo de água e de luz. Os operadores terão maior disponibilidade para fazer outras rotinas de qualidade enquanto o processo de teste está em andamento. O projeto visa a entregar um equipamento automatizado para teste liquido penetrante, no qual conterá quatro cubas. Na primeira cuba fica o liquido penetrante, na segunda cuba a água para tirar o excesso de líquido penetrante, na terceira cuba as resistências que vão fazer a secagem das peças e na quarta cuba o liquido revelador. O processo começará na primeira cuba e o transporte que ocorrerá entre as cubas será feita por um fuso. O equipamento terá ainda um painel no qual o operador poderá controlar o processo caso necessite fazer algo. Os estágios do processo serão controlados por CLP. A resistência que será usada para secar as peças será controlada por um termopar. O modelamento do equipamento será construído utilizando os recursos do software de CAD SolidWorks, e para uma real simulação e testes do processo, um protótipo será produzido.

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Título: Estudo da fungitoxicidade de plantas medicinais para a inibição do fungo causador da candidíase Autores: Ana Carolina Lima e Ana Carolina Decker da Silva Orientadora: Maria Angélica Thiele Fracassi Instituição: Fundação Escola Técnica Liberato Salzano Vieira da Cunha Resumo: A pesquisa tem como objetivo avaliar a fungitoxicidade dos extratos brutos de Olea europaea L. e de Echinacea purpúrea (L.) Moench, sobre a levedura Candida albicans, por meio da técnica de disco difusão em ágar, de perfuração em ágar e de microdiluição em placa. A fim de evitar o uso de medicamentos sintéticos, muitas pessoas optam pelo uso de plantas medicinais. Durante leitura informal em blogs e sites se pode perceber a grande quantidade de receitas de medicamentos caseiros para a candidíase vulvovaginal, doença causada por fungos do gênero Candida, sendo a C. albicans o agente etiológico mais frequente. Apesar de existirem medicamentos antifúngicos que tem sua eficiência comprovada, busca-se meios alternativos de tratamento baseados em crenças populares, porém tais tratamentos podem, por vezes, agravar os sintomas, causar irritabilidade, queimaduras ou alergias. Para atingir os objetivos propostos foi necessário extrair os extratos da Olea europaea L., popularmente conhecida como oliveira e da Echinacea purpúrea (L.) Moench, também conhecida como equinácea para a avaliação da atividade antimicrobiana desses extratos. Após a realização da técnica de perfuração em ágar e da técnica de microdiluição em placa foi possível observar que tais plantas, comumente utilizadas na medicina popular, sugerem uma ação antifúngica contra a levedura C. albicans, sendo assim poderiam ser utilizadas em um tratamento alternativo para a candidíase.

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Título: Utilização da Insulina no Retardo da Morte Celular Autores: Victória de Castro Bönmann e Daniel Kerber Orientador: Carla Kereski Ruschel Instituição: Carla Kereski Ruschel Resumo: A pesquisa buscou um método de retardar a morte celular em células expostas a estresse. Em estudos relativos às consequências do estresse à célula, percebeu-se que o principal fator envolvido é a depleção de ATP, gerando a interrupção de diversos sistemas e processos essenciais à vida celular. Na tentativa de suprir a falta, a célula utiliza uma via anaeróbica de produção de ATP, que necessita de grandes quantidades de glicose. A hipótese era que, havendo maior fornecimento de insulina, ela se manteria metabolicamente viável por mais tempo. Outros efeitos desta via secundária também foram observados: a calcificação causada pela falha da bomba de cálcio, que foi controlada pelo EDTA, e a acidose celular, que foi impedida pela solução tampão HEPES. Através de testes in vitro com células CRIB, testou-se a reação de células previamente estressadas com peróxido de hidrogênio em presença de insulina, EDTA e HEPES isolados e em conjunto, analisando a viabilidade celular final através de teste MTT. As células que sofreram apenas estresse apresentaram viabilidade celular em torno 70,53% em relação ao controle celular após 24 horas, enquanto as células que sofreram alguma forma de tratamento chegaram até 78,48%. Aplicando-se o DoE para analisar a influência dos fatores na resposta dos tratamentos, percebeu-se que o resultado derivado de maior influência dos tratamentos desenvolvidos estava no tratamento que reunia os três reagentes propostos, trazendo influências de 4,39% após 24 horas e 7,83% após 48h. Tendo este tratamento mostrado uma diferença de viabilidade de 6,62%, 1,75% e 15,06% após 24, 48 e 72 horas, respectivamente, conclui-se que foi o tratamento de maior eficiência na recuperação das células estressadas. Aplicando-se os testes estatísticos Anova e Tukey, os valores obtidos apresentaram significativa diferença estatística. Desta forma, pode-se concluir que a hipótese foi confirmada. Após mais alguns testes, espera-se propor um tratamento para reduzir o número de necroses e amputações devido à morte celular.

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Título: Biobat - Geração de energia com o uso de microrganismos vivos Autoras: Maria Eduarda Schaab e Bibiana Rocha Pechina Orientador: Marco Aurélio Weschenfelder e Bruno Diniz Rocha Pechina Instituição: Fundação Escola Técnica Liberato Salzano Vieira da Cunha Título: Avaliação in vitro de citotoxicidade e genotoxicidade de um líquido iônico com atividade antifúngica Autoras: Laura Cavalheiro Brizola e Andrea Auler Orientadoras: Carla Kereski Ruschel e Ana Luiza Ziulkoski Instituição: Fundação Escola Técnica Liberato Salzano Vieira da Cunha Resumo: Nas últimas décadas, a frequência de infecções fúngicas sistêmicas tem crescido drasticamente e, a cada ano, milhões de pessoas sofrem com infecções fúngicas graves, que ameaçam suas vidas. Entretanto, o número de antifúngicos atualmente é limitado, o que torna o estudo sobre novas soluções imprescindível. Este trabalho teve como objetivo avaliar a citotoxicidade e a genotoxicidade do líquido iônico 1-metil-3-hexadecilimidazol (C16MImCl), que apresenta atividade antifúngica, frente a uma linhagem celular fibroblástica. As células V79 foram expostas a diferentes concentrações de C16MImCl e foram realizados os ensaios de redução de MTT, o ensaio de incorporação do corante Vermelho Neutro, o ensaio de absorção do corante Azul de Tripan e o Teste Cometa. A partir dos resultados obtidos, verificou-se que o composto C16MImCl apresenta citotoxicidade às células V79 nas maiores concentrações testadas; entretanto, não causa danos genéticos à linhagem celular, o que o configura como forte candidato a antifúngico. “Às vezes, o que difere um veneno do remédio é a dose.” É a partir desta máxima que este estudo segue a investigar o mecanismo de ação desse grupo de compostos de extensa aplicabilidade biológica.

Resumo: Nesta pesquisa, pretende-se comprovar a possibilidade de geração de energia utilizando microrganismos vivos. Para isso foi criada uma célula biocombustível microbiana, ou seja, uma bateria composta por microrganismos vivos responsáveis por gerar biocombustível e assim, um potencial elétrico através de uma reação química. A produção de biocombustíveis a partir do uso de microrganismos apresenta uma forma mais econômica de produção de energia, por se tratar do uso de um recurso natural, bactérias facilmente encontradas no meio ambiente, além de ser um método não poluente, pois não gera gases tóxicos. Visando à sustentabilidade na produção de energia e a não poluição, o projeto foi desenvolvido a partir do uso de dois tipos de microrganismos: Bacillus cereus e Pseudomonas aeruginosa. A bateria montada é composta de uma solução oxidante separada por uma membrana dos microrganismos, que ficam em meio de um caldo nutritivo. Após a montagem das baterias em laboratório, foram efetuadas as medições de tensão e corrente geradas pelas mesmas, com a utilização de dois multímetros. Também foi inserida uma resistência ao circuito para obter uma curva de carga de geração. Ambos os experimentos apresentaram resultados positivos de geração de energia. A partir dos resultados, foram efetuados cálculos de potência máxima gerada, resistência interna da bateria e a equação do gerador. Além da criação de gráficos para demonstração da curva de geração, podem ser feitas comparações deste método de produção de energia com outros existentes mostrando seus benefícios em frente aos outros métodos.

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Título: Estudo preliminar da absorção de cromo pela acácia mimosa através do plantio em substrato enriquecido com lodo de curtume Autoras: Izaine Letícia Haag e Ketlin Letícia Rodrigues Petter Orientador: Filipe Bühler Santarini Instituição: Escola de Educação Profissional Senai Curtimento Resumo: Uma das características da indústria do couro é a geração de resíduos com potencial poluidor elevado, em função da presença de metais pesados, entre eles merece destaque o Cromo. Uma alternativa é a utilização de curtentes vegetais, produzidos a partir de taninos extraídos de plantas, sendo uma delas a acácia mimosa. Este projeto visa à aplicação de lodo de curtume na cultura de acácia mimosa com vistas à absorção de cromo pela planta e posterior extração do tanino. Foram efetuadas diferentes misturas de lodo de curtume e solo em proporções que variam da ordem de 0% a 25% de lodo de curtume em 100% a 75% de solo. Mudas de acácia foram selecionadas e plantadas nestes substratos e cultivadas durante um período de cerca de cinco meses, sendo verificado o desenvolvimento e a presença, ou não, de efeitos fitotóxicos nas mudas. Após este período, as mudas e os substratos foram encaminhados para análises químicas, com o objetivo de verificar as taxas de cromo absorvido pelas plantas. Após avaliação dos resultados obtidos nas análises químicas e através da observação do comportamento das mudas, evidenciou-se que a proporção mais adequada ao desenvolvimento das plantas e à absorção de cromo situa-se na faixa de 5 a 15% de lodo incorporado ao solo. Sendo assim, comprova-se que houve absorção de cromo e o projeto segue para a fase de aplicação, que necessitará de um período maior de implementação.

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Título: Projeto Alice - Estrutura Assistiva para o Auxílio da Marcha de Crianças com Paralisia Cerebral Autoras: Rita Nicole Dias Bianchin e Eduarda Alves de Abreu Orientadores: Fábio Ricardo de Oliveira de Souza e Fernanda Mariany Vieira Instituição: Fundação Escola Técnica Liberato Salzano Vieira da Cunha Resumo: O projeto envolve o estudo sobre como auxiliar nos exercícios de fisioterapia de marcha dos membros inferiores, de crianças com paralisia cerebral, que tenham os movimentos das pernas comprometidos por alguma restrição muscular não tratada ou não incentivada, deixando-os restringidos. Um dos problemas dos equipamentos disponíveis no mercado é que estes não contemplam a fase inicial do movimento, quando a criança não dispõe de força suficiente para carregar a estrutura sozinha durante muito tempo. Para superar tal situação o projeto propõe o desenvolvimento de um equipamento para o auxílio de fisioterapia com esforço variável. A estrutura foi planejada e dimensionada a partir do andador Transfer. O dispositivo proposto fortalece e alinha o movimento dos membros inferiores da criança. O projeto foi concebido com o objetivo de treinar a marcha da criança, buscando conforto para a mesma e ajudando-a a progredir automaticamente em relação ao seu desempenho. Foram realizados desenhos e simulações estruturais para a validação do conceito do equipamento proposto, considerando as forças atuantes na estrutura. Por fim, foi feita uma análise dos resultados para concluir sobre a viabilidade de projeção da estrutura. Os próximos passos envolvem fabricação de um protótipo e testes práticos.

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