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ANO 1 • NÚMERO 6 R$ 9,90 • € 3,50 Revista dos Vegetarianos
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Como unir
YOGA E VEGETARIANISMO
Yoga e
Vegetarianismo
e atingir a harmonia interior
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SOFISTICADAS RECEITAS DOCES E SALGADAS COM ABÓBORAS
Queijos Saiba quais as opções politicamente corretas EDITORA EUROPA
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Opções de sucos orgânicos
E MAIS 150 RESTAURANTES
CONSUMO CONSCIENTE
RECEITAS DE DOCES COM BANANA
ISSN 1980-0630
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EDITORIAL
Ao leitor
Revista dos
Vegetarianos Diretores: Aydano Roriz e Abílio Cunha
Edição Nº 6 Editor e Diretor Responsável: Aydano Roriz Diretor Operacional: Abílio Cunha Diretor Executivo: Luiz Siqueira Diretor Editorial e jornalista responsável: Roberto Araújo – MTb.10.766: e-mail: araujo@europanet.com.br Diretor Adjunto: Mário Fittipaldi
Redação Editor: Marco Clivati Chefe de Arte: Welby Dantas Editora de Arte: Izabel Donaire Redatora: Samira Menezes Revisão de Texto: Evelise Paulis Colaboraram nesta Edição: Aida Lima, Caroline Bergerot, George Guimarães, Lelington Lobo Franco, Livia Capeli, Maria Glória, Melissa Martin, Priscila Gorzoni, Sílvia Lakatos, Tatiana Cardoso, Tomaz G. Vello, Viviane Pereira e Vó Rosinha Internet: Cássio Narciso (Webmaster) e Rodrigo Mourão (Webdevelopment) Propaganda: Letícia Nunes Publicidade São Paulo E-mail: publicidade@europanet.com.br Gerentes Comerciais Rodrigo Cunha (0xx11) 3038-5097 Mauricio Dias (0xx11) 3038-5093 Executivos de Negócios: Ana Carolina Corrêa, Angela Taddeo, Alessandro Donadio, Claudia Alves, Elisangela Xavier, Flavia Pinheiro, Raphael Gherardi, Rodrigo Sacomani e Carla Ianez. Criação Publicitária: Rodrigo Barros (0xx11) 3038-5097 Tráfego: Marcos Roberto (0xx1) 3038-5211 Publicidade - Outros Estados Rio de Janeiro: (0xx21) 2221-0088 - Triunvirato Comunicação Brasília: (0xx61) 3326-0205 - New Business Paraná: (0xx41) 3023-8238 - GRP Mídia Rio Grande do Sul: (0xx51) 3232-3176 - Semente Associados Santa Catarina: (0xx48) 3223-3968 - MC Representações Publicidade – EUA e Canadá: 00xx 1 (650) 306-0880, Fax: 00xx 1 (650) 306-0890 - Global Media Circulação e Promoção Gerente de produto: João Alexandre Ézio S. Vicente, Marcelo Diniz, João Zanata, Natália Azeredo Desenvolvimento de Pessoal: Tânia Marilia Ribeiro Roriz Atendimento ao Assinante e venda de edições anteriores: Coordenadora: Fabiana Lopes Atendentes: Carla Dantas, Elisangela Tokashiki, Juliana Ribeiro, Paula Hanne, Tamar Biffi e Fernanda Fernandes Rua M.M.D.C. nº 121 - São Paulo, SP - CEP 05510-900 Telefone São Paulo: (0xx11) 3038-5050 Telefone outros estados: 0800-557667 Pela Internet: www.europanet.com.br E-mail: atendimento@europanet.com.br Administração Gerente: Cecília Tomazelli Renata Kurosaki, Luiz Eduardo Soares, Ronaldo Mendes, Gustavo Barbosa, Daniel Ribeiro, Carlos Eli, Ismael Neto, Denis Pinheiro
É
como andar em uma corda bamba. A vida só pode existir no presente, quando o ser está em total equilíbrio e em harmonia com o universo. Nesse momento mágico, você se torna uno com o Todo e um imenso sentimento de completude nasce transformando o viver em pura celebração. O simples permanecer nessa corda não é uma tarefa fácil. Ter um corpo são e transcender a mente tornando-se um observador dos seus pensamentos - são peças fundamentais para que você possa se conectar com a natureza divina e viver esse equilíbrio cósmico. Para experienciar isso, o Yoga é um dos métodos mais poderosos. Muito mais do que uma filosofia, o Yoga é uma verdadeira ciência da alma. Quase como uma matemática, em que um mais um é igual a dois, o resultado da prática dos ásanas (posturas) e pranayamas (exercícios de respiração) é conhecido. A prática dos exercícios do Yoga propiciam um verdadeiro mergulho interior capaz de despertar a consciência do corpo e da sua verdadeira essência. O vegetarianismo é premissa irrefutável para aqueles que querem atingir o equilíbrio do corpo e da mente por meio do Yoga. Se abster do sofrimento de seres sencientes é regra fundamental para o praticante desobstruir seus sentidos mais sutis e viver a vida em total harmonia com tudo aquilo que o cerca. A não violência pregada pelos grandes mestres do Yoga devem se estender não só aos alimentos que escolhemos como para todas as nossas interações com o meio exterior e interior. Com disciplina e respeitando seus limites, o autocontrole do corpo e da mente são alcançados com o Yoga. Só assim você poderá caminhar nessa corda bamba, chamada Vida, com plenitude e em total harmonia com você e com o Todo. Namastê, Marco Clivati marco.clivati@europanet.com.br
A Revista dos Vegetarianos é uma publicação da Editora Europa Ltda. (ISSN). A Editora Europa não se responsabiliza pelo conteúdo dos anúncios de terceiros. Distribuidor Exclusivo para o Brasil Fernando Chignalia Distribuidora S. A. - Rua Teodoro da Silva, 907 CEP 20563-900 - Grajaú - RJ Impressão: Prol Editora Gráfica
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SUMÁRIO
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Cartas Vida em Harmonia Entrevista Capa Artigo: Consumo Consciente Sobremesas: Banana Artigo: Vencer o Preconceito e a Ignorância Vitrine: Sucos Orgânicos Receitas: Abóbora Alimento do Mês: Girassol Sucos Artigo: Omêga-3 na dieta vegetariana Queijos x Coalho Perguntas e Respostas Guia de Restaurantes Onde Encontrar Frase do Mês
40 ABÓBORA Cinco receitas elaboradas com sofisticação e bom gosto, além de muito saborosas
20 YOGA Saiba tudo sobre a aliança entre Yoga e vegetarianismo e o que essa poderosa combinação pode propiciar
QUEIJOS Saiba tudo sobre queijos, coalhos e as opções politicamente corretas feitas sem exploração animal
Selos de Identificação Vegana: Receitas elaboradas sem a utilização de ovos e leites
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Todas as receitas apresentadas nesta edição contam com selos para facilitar a identificação dos componentes utilizados no seu preparo. Ovo-lacto: Receitas que contêm ovo e leite
Lacto: Receitas que incluem leite no preparo
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Nossos Colaboradores
Dr. George Guimarães É nutricionista e consultor em nutrição vegetariana. Dedica-se à pesquisa, conduzindo investigações científicas. George é o consultor de Nutrição desta edição e responsável pela seção de Perguntas e Respostas da página 58.
BANANA A famosa fruta é o ingrediente principal nas três receitas de sobremesas desta edição. Confira essas delícias na página 32
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VITRINE São 8 opções diferentes de sucos orgânicos para quem busca saúde e se preocupa com o meio ambiente
GIRASSOL
Lelington Lobo Franco Pesquisador, químico, fitologista e escritor, Lelington é referência nacional e internacional sobre plantas medicinais e terapias naturais. É considerado um dos maiores experts em frutologia e fitologia do Brasil. Leligton assina nossa seção de sucos da página 48.
Sílvia Lakatos É historiadora, jornalista e vegetariana desde os 13 anos. Há aproximadamente 6 anos tornou-se vegana. Nesta edição, a Silvia escreveu um belo artigo sobre comportamento que você confere na página 36.
Tudo sobre as sementes dessa flor que oferecem muito mais do que sabor e nutrição
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Tatiana Cardoso Formada pela escola de culinária Natural Gourmet Cookery School, em Nova York, a chef Tatiana Cardoso formulou e preparou as cinco lindas receitas com abóbora. Além de encherem os olhos, os pratos são nutritivos e muito saborosos. Confira na página 40.
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CARTAS
Espaço do Leitor VISÃO CRIACIONISTA Depois de ler a sessão Esclarecendo dúvidas freqüentes da edição 5, página 26, em relação à resposta dada à questão: "Se o homem vive há milhões de anos se alimentando de carne, por que achar agora que parar de comer carne pode ser uma boa opção?", gostaria de dar minha contribuição para o enriquecimento, com uma visão criacionista. Visto que a resposta publicada mostra claramente uma visão evolucionista.
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Como cristão, acredito que não só o homem, com o tudo o que o mundo contém, é fruto do poder criativo de um ser inteligente e poderoso (Deus), conforme é relatado nas Sagradas Escrituras no livro de Gênesis. Dessa maneira, creio que o homem e todos os seres viventes na Terra são criados exatamente como são hoje, e não resultado de uma evolução de milhões de anos. Conseqüentemente, o ato de ter a carne como alimento não foi o plano original de Deus, já que em um mundo perfeito, como saiu das mãos do Criador, não haveria morte de nenhuma espécie de criatura. A nossa verdadeira alimentação foi designada da seguinte forma: "E disse Deus ainda: Eis que vos tenho dado todas as ervas que dão semente e se acham na superfície de toda a terra e todas as árvores em que há fruto que dê semente; isso vos será para mantimento. E a todos os animais da terra, e a todas as aves dos céus, e a todos os répteis da terra, em que há fôlego de vida, toda erva verde lhes será para mantimento. E assim se fez. Viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era muito bom. Houve tarde e manhã, o sexto dia." Gênesis 1: 27-31. Podemos notar que nesse relato do Gênesis, mesmo os animais que conhecemos como carnívoros deveriam se alimentar da erva verde. Como acredito que Jesus Cristo retornará a este mundo para restaurar o Éden como ele mesmo prometeu, a forma original de vida voltará a ser
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Esse é o seu espaço! Escreva suas críticas, sugestões, receitas... como é relatada na profecia de Isaías acerca da Nova Terra: "O lobo habitará com o cordeiro, e o leopardo se deitará junto ao cabrito; o bezerro, o leão novo e o animal cevado andarão juntos, e um pequenino os guiará. A vaca e a ursa pastarão juntas, e as suas crias juntas se deitarão; o leão comerá palha com o boi." Isaías 11: 6,7. Espero ter contribuído com outro ponto de vista em prol da alimentação vegetariana. Jonas de Araújo Borges, por e-mail
AGRADECIMENTOS Parabéns pela revista. A cada edição ela fica melhor. Fiquei muito feliz pela reportagem sobre o straight edge, filosofia da qual sou adepto desde 1992, e também pela ótima entrevista com a Lindy Greene da ALF (Animal Liberation Front). Gostaria que publicassem mais matérias sobre veganismo. Abraços e boa sorte. Ivan, pelo Orkut
Fale com nossa equipe Envie suas sugestões, dúvidas, elogios, receitas e críticas para a redação da Revista dos Vegetarianos. Telefone: (11) 3038-5066 E-mail: vegetarianos@europanet.com.br Carta: Rua MMDC, 121 - São Paulo - SP CEP 05510-900 Site: www.revistavegetarianos.com.br
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RECEITA Gostaria de compartilhar com os leitores da Revista dos Vegetarianos uma deliciosa receita de bife de glúten. Richard C. Marin - Belo Horizonte - MG Ingredientes: 1,6 kg de farinha de trigo sem fermento 3 cebolas grandes descascadas e partidas em quatro pedaços 7 dentes de alho grandes e picados 100 ml de molho shoyo ou sakura 400 ml de água filtrada fervente Modo de preparo: Para preparar o glúten, despeje numa tigela 1,3 kg da farinha de trigo e molhe aos poucos até formar uma bola de massa consistente. Acrescente o restante da farinha aos poucos. Após sovar a massa por uns 40 minutos, coloque-a num recipiente e cubra-a totalmente
com água filtrada. Deixe-a descansar por, pelo menos, 20 horas na geladeira. Após o descanso, lave a massa até ficar semelhante a esponja. Bata no liqüidificador as cebolas, o alho, o molho de soja e a água. Em seguida, despeje numa panela de pressão, coloque o glúten e cozinhe em fogo baixo por 40 minutos. Após o cozimento, e já frio, despeje num recipiente de plástico com tampa, e deixe apurando o sabor por 48 horas. Se desejar, corte os pedaços de sua preferência e tempere a gosto com sal e mais molho de soja. Após esse período de apuração de sabor, sirva a vontade. Em bifes à milanesa,bifes assados ou molho de tomates.
Erramos O telefone de contato dos chocolates veganos da Vanessa, publicado na edição 5, página 36, está errado. O telefone correto é (11) 9768-7194
ENQUETE Veja o resultado da enquete publicada no site da Revista dos Vegetarianos que ficou no ar durante o mês de fevereiro.
Qual seção da Revista dos Vegetarianos você gosta mais? Artigos - 24 votos (29.63 %) Receitas - 22 votos (27.16 %) Sucos - 12 votos (14.81 %) Perguntas & Respostas - 8 votos (9.88 %) Vida em Harmonia - 6 votos (7.41 %) Entrevista - 5 votos (6.17 %) Vitrine - 4 votos (4.94 %) Total de votos: 81 Entre no site www.revistavegetarianos.com.br e vote na nova enquete:
Você consome alimentos orgânicos?
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VIDA EM HARMONIA
Pantanal
Fotos: sxc.hu
ECOLOGIA
Plantações de soja, desmatamentos e construção de novas destilarias podem destruir a região até 2050, afirma estudo de organização alemã
Fauna pantaneira : segundo dados da Ecotropica, são mais de 650 espécies de aves
organização alemã Global Nature Fund (GNF) divulgou no dia 1º de fevereiro um estudo sobre o futuro do Pantanal Mato-grossense. De acordo com os ambientalistas, até o ano 2050 a planície terá desaparecido por completo, caso entidades governamentais e a sociedade civil não tomem providências a respeito da degradação
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que vem ocorrendo na região. Segundo o presidente da ONG, Marion Hammerl, problemas como o crescimento da monocultura, que vem desmatando a mata nativa para dar lugar às grandes plantações de soja, e a instalação de usinas de cana de açúcar, autorizada recentemente pelo governo do Estado do Mato Grosso do Sul, são as causas para o alerta. De acordo com Adalberto Eberhard, fundador da ONG brasileira Ecotropica, que vem realizando trabalhos de conscientização ambiental no Brasil, é necessário recorrer dessa decisão do governo. "A recente permissão do governo do Estado para a construção de uma nova usina de etanol vai contribuir significativamente para a degradação do Pantanal." Além da poluição dos rios ao redor, a nova usina demandará por matéria-prima – cana-de-açúcar – que será plantada em grande escala no cerrado da região. Com a crescente demanda por bicombustível na Europa e na América do Norte, o Brasil pretende aumentar a produção de álcool em 9 bilhões de litros por ano até 2010. Atualmente, o País produz 21 bilhões de litros. Outro problema que preocupa os
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ambientalistas é o aumento da produção de soja. Além da semente exportada para produção de farelo para gado, esse grão também serve como biocombustível. De acordo com o relatório da GNF, o Brasil é o segundo maior produtor com 50 milhões de toneladas do óleo por ano, sendo que desse total 3,2 milhões de toneladas foram destinadas ao consumo nacional e 2,2 milhões, para as exportações de 2007. Além disso, os pesticidas e fertilizantes usados nessas plantações contaminam rios e lençóis freáticos; e a experiência mostra que os lavradores não se beneficiam economicamente das plantações de soja e cana-de-açúcar porque a produção é altamente mecanizada e destinada à exportação. Considerado patrimônio natural pela Unesco, o Pantanal é a maior planície alagada das Américas e apresenta a maior concentração de fauna do mundo: são 650 espécies de aves, 80 de mamíferos e 262 de peixes, além de 1.700 plantas catalogadas. Mais informações: www.globalnature.org
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Aquecimento
Global Brasileiros estão entre os povos que mais se preocupam com o planeta m meio a tantas discussões sobre o aquecimento global e suas conseqüências para o meio ambiente, uma pesquisa realizada pela multinacional ACNielsen comprovou que os latinos, principalmente os brasileiros (70%), estão entre os povos que mais se preocupam com a atual situação e acreditam que o problema é causado por ações humanas. Já 12% dos norte americanos entrevistados nunca ouviram falar sobre aquecimento global ou não o consideram um problema grave. Realizada durante os meses de outubro e novembro de 2006, a pesquisa baseou-se nas respostas de 25.408 internautas de 46 países diferentes, entre eles China, Portugal, Rússia e Tailândia, locais onde 98% dos pesquisados se mostraram preocupados com o que vem ocorrendo no mundo. Atualmente, os maiores emissores de gases
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do efeito estufa são os países desenvolvidos, mas as nações em desenvolvimento também contribuem para o aumento da temperatura terrestre. Países como Brasil, México e Indonésia estão queimando suas matas para dar lugar à agricultura e à pecuária. De acordo com Patrick Dood, presidente da ACNielsen, "aqueles que acreditam que o aquecimento global é o resultado de ações humanas são as pessoas mais prováveis a fazer mudanças para salvar o meio ambiente". Além das altas temperaturas, o aquecimento global é responsável por enchentes, ciclones e derretimento de blocos polares. Mais informações: www.acnielsen.com/news
Transgênicos Relatório do Greenpeace alerta para a crescente contaminação de sementes transgênicas Greenpeace, em parceria com a ONG GeneWatch, divulgou no dia 14 de fevereiro um relatório sobre o número de incidentes ocorridos com plantações transgênicas nos últimos 10 anos. Foram 142 casos registrados, sendo que mais da metade envolvia sementes de milho. Segundo a organização, só em 2006 houve 24 casos de contaminação, plantio ilegal e prejuízos para produtores orgânicos devido à má manipulação dos transgênicos. "Os custos de testes e descontaminação são bancados pelo contaminado e não pelo contaminador", informa o relatório.
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Entre os casos citados, estão o do milho Bt10 Syngenta e do arroz da Bayer, que foram cultivados sem terem sido liberados para consumo humano. Mesmo depois de terem sido proibidos, ainda é possível encontrá-los em plantações do mundo inteiro. Para evitar incidentes como esses, as ONGs recomendam que os governos tomem medidas de segurança, como fiscalização sobre as plantações e comercialização das sementes. Mais informações: www.greenpeace.org.br
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PRODUTOS
Cookies integrais diet Totalmente integrais, os novos cookies da Jasmine podem ser consumidos por diabéticos e pessoas que apreciam qualidade
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ameixa preta & coco, castanha de caju e cappuccino & avelã. Os cookies são vendidos em supermercados e lojas naturais de todo o Brasil e, de acordo com o fabricante, além do sabor os novos cookies agradam pelo preço: custam em média R$3.
Fotos: Divulgação
reocupada em promover bem-estar e conhecida por seus produtos integrais, naturais e orgânicos, a Jasmine lança dessa vez cookies diets para diabéticos ou pessoas que pretendem diminuir o consumo de açúcar. Fonte de fibras e proteínas, o produto foi formulado com óleos vegetais e está livre de gordura trans. As embalagens de 150 gramas podem ser encontradas nos sabores damasco,
Mais informações: 0800-7018003 / www.jasminealimentos.com.br
Patê de soja cremoso Cremosidade e sabores bem definidos são o diferencial do novo patê de soja comercializado pela Dip Soy arceria entre o empresário Paulo Lins e a indústria Boa Massa traz aos mercados de São Paulo e do Rio de Janeiro o patê Dip Soy. Livre de gordura trans, colesterol e glúten, o produto é feito à base de extrato de soja e pode ser encontrado em sete versões diferentes, entre elas alho, chili, manjericão e ervas finas. Todas bastante cremosas e com sabor bem característico. De acordo com o fabricante, é ideal para substituir a maionese em sanduíches e canapés, além de incrementar as receitas mais variadas. As embalagens de 180 gramas são hermeticamente fechadas e custam em média R$7.
Foto: Livia Capeli
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Mais informações: (11) 9129-8665 / www.dipsoy.com.br
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Carteira ecológica Além de prática e moderna, é feita com plástico reciclado las são diferentes, modernas e super práticas, e além de tudo isso, feitas com plástico 100% reciclado, o que faz das carteiras Jimi um sucesso nos EUA e em mais de 50 países. No entanto, os brasileiros só podem adquirir pela internet, no site da empresa. Outro diferencial é que 1% do valor é revertido para ONGs de proteção ambiental. A Jimi Wallet custa US$14,95.
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Mais informações: www.thejimi.com
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Linha Viver Carrefour lança no Brasil linha Viver a preço mais acessível. São mais de 80 itens entre produtos orgânicos ou feitos à base de soja grupo francês Carrefour já disponibiliza sua nova linha para aquelas pessoas preocupadas com saúde e bem-estar. São mais de 80 produtos entre orgânicos, alimentos com menos colesterol e menos teor de gordura, além de pães enriquecidos com fibras e bebidas ou chocolates feitos à base de soja, para tornar o dia-a-dia mais
Mais informações: 0800-145678 / www.carrefour.com.br
Fotos: Divulgação
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saudável. Todos eles têm a vantagem de ser de 25 a 35% mais baratos do que o preço de mercado, por pertencerem à própria marca Carrefour.
Achocolatado Batavo lança achocolatado de soja ideal para veganos ou alérgicos à lactose linha Naturis da Batavo conta com alimentos 100% vegetal, livres de colesterol e lactose. Além dos leites de soja light e natural, a empresa lançou recentemente o Naturis Soja Chocolate. A bebida, que deve ser consumida de preferência gelada, não deixa a desejar para quem procura algo doce e com sabor de chocolate, além de ser bastante energética: um copo de 200ml oferece 134 kcal. A embalagem de 750ml custa cerca de R$4,30 e as de 200 ml por volta de R$1,15. A Batavo conta também com iogurte e creme de soja.
Foto: Livia Capeli
A Mais informações: 0800-7281234 / www.batavo.com.br
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SAÚDE
Consumo de studo do Centro de Epidemiologia e Bioestatísticas, da Universidade de Leeds, no Reino Unido, comprovou que o alto consumo de fibras pode reduzir pela metade os riscos de câncer de mama. A pesquisa, divulgada no dia 24 de janeiro, foi comandada pela professora titular Janet Cade. Foram comparadas as dietas e a saúde de 35 mil mulheres, entre 35 e 69 anos, durante sete anos. De acordo com a pesquisa, as mulheres que possuíam uma dieta rica em fibras e vitamina C não desenvolveram câncer de mama durante a pré-menopausa, período em que os estrógenos estão em seus níveis mais
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altos e quando o risco de desenvolver alguma doença cancerígena é mais elevado. Segundo dados do estudo, das 257 pacientes diagnosticadas com o câncer, todas consumiam grandes porcentagens de proteínas. Financiado pela Fundação Mundial de Pesquisa sobre Câncer (WCRF UK), o estudo de Cade sugere que o efeito das fibras na saúde das mulheres pode ser explicado por diversos fatores, como o alto nível de vitaminas, zinco e as propriedades antioxidantes existentes nos alimentos ricos em fibras. Segundo a pesquisadora, as melhores fontes são os pães e cereais integrais, além de frutas, massas, legumes e verduras.
Fotos: sxc.hu
fibras
Fibras podem reduzir risco de câncer de mama pela metade
Uma das missões da fundação britânica é levar conscientização à população a respeito dos hábitos que podem ajudar no combate à doença. Alimentação saudável e nutritiva somada a atividades físicas e controle do peso são as dicas dos especialistas para reduzir entre 30 e 40% as chances de desenvolver qualquer tipo de câncer. Mais informações: http://news.bbc.co.uk/1/hi/health/6287915.stm http://reporter.leeds.ac.uk/press_releases/current/fibre.htm
Sobre a carne e o leite Pesquisadores afirmam que moléculas presentes no leite e na carne vermelha podem favorecer o aparecimento de tumores
ma substância conhecida como ácido siálico (Neu5Gc), e que não faz parte da fisiologia humana, pode ser uma das causas no aparecimento de tumores, como câncer e outras doenças cardíacas. De acordo com estudo realizado por uma equipe da Universidade da Califórnia, em San Diego (EUA), essa molécula é encontrada somente em células de vacas, porcos e carneiros, por exemplo, e pode ser absorvida pelo
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organismo humano por meio do consumo da carne e leite desses animais. O estudo foi publicado na revista Proceedings, da Academia Nacional de Ciências dos EUA e liderado pelo professor de medicina molecular, Dr. Ajit Varki. O acadêmico disse em nota para agência de notícias Reuters que considera muito cedo recomendar qualquer tipo de dieta, mas acredita que as pessoas não deveriam consumir tanta gordura saturada, como os produtos lácteos e carnes vermelhas. Além disso, afirmou Varki, a molécula Neu5Gc aumenta as chances de uma doença conhecida como auto-imune, em que o corpo ataca, por engano, tecidos saudáveis. "Com respeito a isso, é
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interessante que a dieta vegetariana tenha sido sugerida para melhorar a artrite reumatóide (uma das complicações derivada da auto-imunidade)", afirmou. Como temos nossos próprios anticorpos para reagir à presença da Neu5Gc, a presença da molécula pode iniciar uma resposta inflamatória do sistema imunológico. Para o Dr.Varki "a questão que surge é se a acumulação gradual da Neu5Gc e a presença simultânea de anticorpos possam ter envolvimento com alguma doença no decorrer da vida". Mais informações: http://www.pnas.org
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MEMÓRIA
Foto: Arquivo Pessoal
Hildegard Bromberg Richter Preocupada com a saúde no mundo e a ética na alimentação, Higa deixou muito mais do que publicações e livros traduzidos
equipamentos e novos conhecimentos or meio de palavras e frases, ela para a área da saúde. conseguiu cumprir sua missão na A luz que refletia de seu trabalho era Terra e deixou um legado para tão intensa que chamou a atenção de muitas gerações. Mas apesar do dicionário grandes instituições, como a Organização ser farto, encontrar adjetivos que Mundial de Saúde (OMS), que a convidou descrevam com perfeição quem foi para trabalhar. Higa descobriu então que Hidegard Bromberg Richter, a Dona Higa, poderia ajudar muito mais se promovesse não é uma tarefa simples. Mulher forte e a prevenção de doenças. Com esse à frente de seu tempo, Higa usou sua pensamento em mente, viajou em um Fusca perseverança, espírito aventureiro e, pelo Brasil inteiro para orientar médicos, principalmente, seu conhecimento para pacientes, administradores e diretores fazer o bem a milhares de pessoas. hospitalares. Foi ela quem introduziu no Mãe, avó e bisavó, a gaúcha de Porto País a colher de medida Alegre perdeu a mãe aos do soro caseiro. 5 anos de idade devido à Cada um de nós pode Sempre traduzindo leucemia. Ainda na para o português artigos infância, foi para São contribuir de forma e estudos sobre as mais Paulo e descobriu na decisiva para um recentes descobertas na escola a facilidade em futuro melhor ao medicina preventiva, aprender línguas. Depois Dona Higa abriu em sua de formada, somava voltar a um estilo de casa uma biblioteca – sete idiomas em seu vida consciente e uma a Temas Atuais na vasto currículo. Estudou Promoção da Saúde (TAPS na Europa, mas foi alimentação natural www.taps.org.br) – que obrigada a voltar para o (Hildegard B. Richter ) reunia publicações e livros Brasil por causa da que ela mesma organizou rigidez dos pais, que a sobre saúde, violência, vegetarianismo e queriam casada e com filhos. proteção animal. Questionadora e com forte Do casamento, que durou 10 anos, senso de justiça, acreditava na hipótese de a vieram os três filhos – Edgar, Celina e AIDS ser uma doença não causada pelo Claudia. Da separação, a liberdade para vírus HIV, mas sim por uma vida desregrada. dar início àquilo que segundo ela era seu Vegetariana há mais de meio século e destino: cuidar da saúde das pessoas e adepta do crudivorismo há mais de 30 anos, do bem-estar animal. Formada como Dona Higa apenas cansou de brilhar. Auxiliar de Enfermagem pelo Hospital Faleceu no dia 5 de fevereiro de 2007 aos Samaritano, Higa foi consultora de 81 anos de idade com a certeza de ter planejamento das normas de construção cumprido seu papel. Sempre dizia que cada hospitalar em 1974, ajudou a organizar a um é responsável pela própria saúde, mas Faculdade de Administração Hospitalar nunca deixou de atender ou auxiliar São Camilo e das viagens pela Europa ninguém que procurasse sua ajuda. e Rússia trouxe para o Brasil
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PROTEÇÃO ANIMAL
Protesto Internacional
Anti-Peles Performances : ativsitas enjaulados chamaram a atenção de motoristas e pedestres
o dia 13 de fevereiro, ativistas do mundo inteiro se reuniram em frente ao Consulado Chinês de 37 cidades diferentes, entre elas Washington,Toronto e Istambul, para protestar contra a indústria de pele. No Brasil, a manifestação ocorreu em São Paulo (organizada pela grupo VEDDAS e ONG Pelo Fim do Holocausto Animal, membro da International Anti-Fur Coalition), Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Porto Alegre. Segundo dados fornecidos pelas ONGs, o governo da China mata
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Foto: Marco Clivati
Pelo segundo ano consecutivo, protesto contra a indústria chinesa de pele reúne manifestantes em mais de 30 cidades pelo mundo anualmente 2 milhões de gatos e cães para comercializar suas peles. Em São Paulo, a manifestação contou com a presença de cerca de 100 pessoas, que distribuíram folhetos aos motoristas que passavam pelo cruzamento da Rua Estados Unidos com a Rua Peixoto Gomide, onde se localiza o Consulado da República Popular da China. Além dos panfletos, o protesto contou com a performance de três ativistas que ficaram enjaulados das 10 às 12h. Os manifestantes, que usavam somente roupas íntimas e tiveram seus corpos cobertos com tinta vermelha, chamaram muita atenção. "Acredito que atitudes como essas possam mudar aos poucos a dura realidade desses animais", disse Fábio Luís Conceição, 27 anos, um
dos enjaulados. No Rio de Janeiro, o protesto reuniu 50 pessoas e, assim como na capital paulista, o consulado chinês não recebeu a carta de repúdio à prática do comércio de peles. Destinada ao presidente da China, Hu Jintao, a carta exigia "medidas urgentes para pôr um ponto final nas atrocidades contra os animais de pelagem". Para Shang Deliang, correspondente do governo chinês em Brasília, "todo país tem defeitos, e o Brasil não tem poucos. Acho que vocês (brasileiros) deveriam cuidar primeiro de seus próprios problemas".
Cozinha Vegetariana A paulistana Caroline Bergerot (Serifa) lança esse livro com 670 receitas veganas e 384 páginas que serve de guia tanto para os iniciantes na arte de cozinhar como para os mais experientes. São pães, bolos, massas, entre outras delícias. No prefácio, Caroline dá dicas de como aproveitar melhor temperos e quais utensílios são os mais indicados na preparação dos alimentos. Mais informações: (11) 6166-9000 Preço: R$36
O Milagre dos Alimentos Vivos Em 48 páginas, a médica dinamarquesa Dr.ª Kirstine Nolfi relata a experiência do crudivorismo em sua vida e na de seus pacientes. Nolfi aponta os benefícios de uma dieta baseada apenas em alimentos crus e faz um breve comentário sobre quais doenças conseguiu tratar apenas com alimentação natural. Mais informações: www.taps.org.br É possível baixar uma versão digital do livro pelo site.
Mais informações: www.veddas.org.br / www.holocaustoanimal.org
A Ética da Alimentação Criticado por alguns ativista em prol da libertação animal, o novo livro do filósofo e bem-estarista australiano Peter Singer propõe uma reflexão a respeito da alimentação nos dias atuais e sua procedência. Nas 376 páginas, o autor detalha o dia-a-dia de três famílias norte-americanas e suas opções alimentares, além de descrever o tratamento dispensado aos animais. Mais informações: 0800-265340 Preço: R$64
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Fotos: Livia Capeli
Livros
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Animais e medicina Estudo brasileiro afirma que alunos de medicina não precisam sacrificar animais para aprender sobre composição dos tecidos m estudo realizado pelo Centro Universitário Lusíadas (Unilus), em Santos, confirmou a ineficiência do uso de animais em aulas práticas do curso de medicina. Publicado na Revista Brasileira de Educação Médica, o trabalho teve como objetivo verificar a possibilidade de substituir os animais por métodos alternativos. A então professora titular Renata Diniz e a Dra. Ana Lúcia dos Anjos Duarte acompanharam o nível de aprendizado e as emoções de 128 alunos nas aulas de histologia – disciplina que estuda as funções dos tecidos dos seres vivos – durante o ano letivo de 2005. As pesquisadoras dividiram os estudantes em dois grupos, sendo que 63 jovens sacrificaram camundongos (grupo A) e 65 se utilizaram de células recolhidas da própria saliva (grupo B), pois a intenção da aula era observar as características celulares de um vivo. Ao final, todos os alunos responderam questões referentes ao conteúdo assimilado e aos sentimentos vivenciados durante as aulas. Entre o grupo A, não houve nenhuma resposta que mencionasse o sentimento de felicidade e orgulho, porém o grau de assimilação foi o mesmo em ambos os grupos. Para Renata Diniz, o uso de animais durante as aulas práticas, como fisiologia, histologia e técnica cirúrgica é algo que está ligado à opção de cada professor. "Depende muito de como o professor da disciplina encara a substituição de animais. Posso afirmar que se há boa vontade e conhecimento dos métodos alternativos, eles podem dispensar o animal sim. Por exemplo, as práticas de fisiologia podem ser ministradas com uso de CD-ROM interativo, filmes, simuladores, etc.". No entanto, a divulgação de métodos alternativos, segundo a docente, deve ser feita por pessoas do próprio meio
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Notas
Sítio vegetariano Site pioneiro na divulgação do vegetarianismo comemora 8 anos oi no dia 28 de janeiro que a comunidade vegetariana brasileira comemorou mais uma grande vitória. Idealizado e atualizado por Marly Winckler, o www.vegetarianismo.com.br festejou 8 anos no ar.Transmitindo informação e promovendo o vegetarianismo, o site recebe atualmente 4 mil visitas por dia e ganhou um design moderno e de fácil navegação.
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Prêmio ambiental Ministra Marina da Silva receberá prêmio das Nações Unidas ministra do Meio Ambiente Marina Silva receberá no dia 19 de abril, em Singapura, um prêmio da Nações Unidas (ONU) por seu trabalho em prol da Floresta Amazônica e das comunidades locais. O Champions of the Earth (Campeões da Terra) de 2007 será entregue a outras seis personalidades, entre elas o ex-vice presidente dos EUA, Al Gore, que prestaram alguma contribuição para a proteção do meio ambiente. O prêmio existe desde 2004.
Fotos: sxc.hu
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científico, pois só assim esses profissionais se convencerão de que é possível ensinar uns sem ter que maltratar outros. "Muitas vezes, a divulgação de métodos alternativos é feita por pessoas da sociedade cheias de sentimentalismo, enquanto deveriam ser feitas de maneira mais racional para atingir os profissionais dessa área. Algumas vezes lemos em jornais ou revistas que um grupo de ativistas soltou animais enjaulados de um laboratório. E pergunto: Isso convenceu o responsável de que os animais devem ser substituídos? Eu acredito que não. Agora se alguém da área científica o esclarecesse e fornecesse alternativas, as chances de mudança aumentariam." Mais informações: www.scielo.br
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Floresta na rede Campanha a favor da Amazônica é sucesso na internet cessando o site www.amazoniaparasempre.com.br é possível ajudar na preservação da Floresta Amazônica. A campanha, que foi criada pelos atores Juca de Oliveira e Cristiane Torloni, pretende recolher em um documento assinaturas do mundo inteiro, para então encaminhá-lo ao presidente Luís Inácio Lula da Silva. O objetivo é fazer com que o governo brasileiro tome providências a respeito da preservação da floresta, que a Constituição prevê como patrimônio.
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ENTREVISTA
Vegetarianismo e De passagem pelo Brasil, o historiador nova-iorquino Rynn Berry concedeu esta entrevista para a Revista dos Vegetarianos em que fala sobre os primórdios do vegetarianismo e dá sua previsão para o futuro Por Samira Menezes depto do crudivorismo desde 1995 e membro da Sociedade Vegetariana da América do Norte (NAVS), Rynn Berry se especializou em História da Antiguidade e da Religião pela Universidade de Colúmbia (EUA). Desde então, vem publicando suas análises e estudos sobre o vegetarianismo a partir de uma perspectiva histórica. Autor de livros como Food For the Gods: Vegetarianism and the World´s Religion (Alimento para os Deuses:Vegetarianismo e as Religiões do Mundo) e Famous Vegetarian and their favorite recipes (Vegetarianos Famosos e suas Receitas Favoritas), Berry carrega em sua bagagem viagens para países orientais, como China e Índia, que lhe proporcionaram experiências incríveis e um ponto de vista mais amplo sobre a ética na alimentação. Organizou também um guia com os melhores restaurantes veganos em Nova York – Vegan Guide to New York City – e, atualmente, leciona História do Vegetarianismo na universidade The New School for Social Research, primeira dos EUA a ter aulas nesse sentido.
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Quando e por que você se tornou vegetariano? Me tornei vegetariano aos 19 anos de idade. Foi quando aprendi que criar animais para alimentação causa um enorme sofrimento para eles. Descobri que são criados nas piores condições e, como pressentem a morte, eles liberam muita adrenalina antes de morrer. Até os ovos são obtidos de uma maneira que causa sofrimento, pois eles são roubados das galinhas que, normalmente, fazem de tudo para se esconder na época da choca, pois não querem que os predadores os encontrem. Me abstive de leite porque aprendi que as vacas precisam ser
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artificialmente fecundadas para que possam produzir leite. Após a gravidez, a vaca é presa em uma máquina de sucção até que todo seu leite se esgote. Além disso, o subproduto derivado da vaca artificialmente fecundada é a carne de vitela, que na verdade é a carne do bezerro que é arrancado de sua mãe e confinado em um lugar minúsculo onde não pode se mover. O filhote é então alimentado exclusivamente com leite por alguns meses para que sua carne ganhe uma cor mais branca. Finalmente, ainda bebê, o animal é assassinado para se tornar carne de vitela – uma comida verdadeiramente pervertida. Então, sabendo desses fatos repugnantes, não tive outra escolha a não ser me tornar vegano. Você é adepto do crudivorismo? Predominantemente sim. Há 12 anos me tornei crudívoro. No entanto, de vez em quando como alimentos cozidos, especialmente quando estou em São Paulo. Acho que os paulistanos têm muita sorte de ter um dos melhores restaurantes veganos do mundo na cidade – o Vegethus. Acredito que deveria existir um Vegethus em cada cidade brasileira. Por que você começou suas pesquisas sobre a História do vegetarianismo? Assim que me tornei vegetariano, comecei a coletar informações sobre figuras históricas que optaram por uma dieta baseada em verduras. Isso me levou a escrever o livro Famous Vegetarians, que se tornou um best-seller dentro da pequena mídia norte-americana. Você acredita que suas viagens para países asiáticos, como Índia e RevistaVegetarianos.com.br
China, tiveram influência na sua escolha pela dieta vegetariana? Não muito. Eu viajei para esses países para realizar pesquisas para meu livro Famous Vegetarians, que na verdade é uma história biográfica do vegetarianismo, e para coletar informações para meu outro livro Food For the Gods. Em cada série de pesquisas eu ficava por volta de seis meses em cada lugar. Muitos dos célebres vegetarianos, como Buda e Gandhi, nasceram na Ásia. Além disso, as únicas religiões no mundo que promoveram ativamente a não-violência na alimentação – como o jainismo e o budismo – tiveram suas origens na Ásia. Então, para escrever um livro sobre religiões que pregam o vegetarianismo, era essencial que eu fosse para lá. Mas essas viagens, de alguma maneira, fizeram com que você mudasse ou aperfeiçoasse seu ponto de vista sobre a ética na alimentação? Sim.Ter vivido em culturas basicamente ahimsa (princípio ético-religioso adotado principalmente pelo jainismo; presente no hinduísmo e no budismo) na Índia e na China, me fez ver em primeira mão como seria viver em um ambiente onde a maioria das pessoas vive à base de uma dieta vegetariana que prega a não-violência. Existe alguma teoria a respeito da época em que os seres humanos começaram a comer carne? Até pouco tempo, a grande maioria das pessoas na Terra era vegetariana e isso ainda é uma verdade hoje em dia. A carne animal se tornou tradicionalmente uma dieta da elite aristocrática e do alto clero. O consumo de carne não era
Foto: Bryan Lynde
perspectivas históricas
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democratizado até uns 100 anos atrás, quando produtores de carne começaram a pôr em prática uma linha de produção de massacre animal. A carne começou a ser produzida em larga escala e isso fez com que as pessoas da classe média pudessem comprá-la, pois até então era um alimento de luxo, consumido apenas pela elite. Infelizmente, em culturas que o consumo de carne não é expressamente proibido, como o é em algumas culturas asiáticas, a carne animal se tornou sinal de alto status. As pessoas, sendo socialmente ambiciosas, procuraram crescer na pirâmide social adotando uma dieta onívora. De certa maneira, consumir carne é uma forma de se distinguir dos demais. Ironicamente, agora que um número suficiente de pessoas pode gastar para comer carne, ela está perdendo seu valor social como uma comida de prestígio. Por outro lado, o veganismo e o vegetarianismo estão adquirindo esse valor. Atualmente, é chique ser vegetariano ou vegano em cidades como Londres, Nova York e até em Paris. Em seu próximo livro, Fruits of Tantalus (Frutos de Tantalus), você diz que os humanos se desviaram de sua dieta natural. Como isso aconteceu? Fruits of Tantalus será publicado no outono de 2008. Nesse trabalho, minha tese é de que os humanos são naturalmente vegetarianos como todos os outros primatas e que nós fugimos da dieta à base de verduras e legumes que nos era destinada biologicamente. É verdade que os índios brasileiros não conheciam vacas nem galinhas até os portugueses trazerem esses animais para o País? Sim, é verdade. Na famosa carta que Pero Vaz de Caminha enviou para o rei de Portugal assim que os portugueses tiveram contato com os índios em 1500, ele descreve espantado que os Tupis guaranis não tinham gado, cavalo ou qualquer outro quadrúpede. Ele escreveu:“Eles não aram o solo ou criam animais. Não existe boi, vaca, cabra, ovelha, galinha ou nenhum outro animal doméstico que normalmente vive com os homens. Eles também não comem nada, exceto aquelas mandiocas, sementes e frutas que a terra e as árvores produzem. No entanto, eles são mais fortes e mais bem alimentados do que nós, mesmo com todo o trigo e vegetais que comemos”. Portanto, de acordo com o relato de Caminha, os índios eram veganos. Sua carta foi publicada na Europa e rapidamente se difundiu. Ela influenciou os trabalhos de Sir Thomas More, Erasmo, Jean Jacques Rosseau e, ainda, Karl Marx, que romantizou a generosidade um tanto inocente e o não-materialismo dos índios brasileiros.
Acredito que todos nós deveríamos tentar nos igualar aos Tupis por sua hospitalidade e dieta vegana. Em seu livro Famous Vegetarians, você diz que Jesus e Pitágoras eram vegetarianos. Que documentos justificam essa teoria? No caso de Pitágoras, descobrimos evidências nos escritos deixados por seus biográfos, tais como Diógenes Laertius, Iamblichus e Porphyry, de que Pitágoras seguiu uma dieta sem carne. Através deles, nós também descobrimos que Pitágoras exigia que seus pupilos fossem vegetarianos ou veganos. Já a evidência de que Jesus não comia animais mortos – fato que cito nos livros Food For the Gods e Famous Vegetarians – é circunstancial, porém convincente.
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Acredito que todos nós deveríamos tentar nos igualar aos Tupis por sua hospitalidade e dieta vegana
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Você disse que hoje em dia está na moda ser vegetariano. Acredita que isso tenha relação com o fato de a dieta trazer tantos benefícios para a saúde e para o corpo? Eu gostaria de afirmar que a nova moda associada à dieta vegetariana está associada aos motivos éticos e de consciência das pessoas. Mas, na minha opinião, o vegetarianismo se tornou chique porque o consumo de carne se democratizou. Quando todos têm o mesmo estilo ou comem a mesma comida, então isso não é classificado como chique ou que está na moda. Carne animal não pertence mais à alta classe social e ao alto status na alimentação. Hoje, na América do Norte, carne é mais consumida por pessoas pobres. Por outro lado, muitos atletas famosos, estrelas de cinema e de rock, artistas de sucesso e formadores de opinião estão se tornando vegetarianos por razões éticas e ambientais. Eles constituem uma nova elite social em que o vegetarianismo se tornou sinônimo de alto status. A sociedade pitagoreana foi um modelo para a Academia de Platão, na Grécia Antiga. Quais eram os princípios alimentares dessa sociedade e por que foram excluídos durante a Era Cristã? RevistaVegetarianos.com.br
Os pitagoreanos praticavam o vegetarianismo ético, ou seja, eles rejeitavam o consumo de carne animal por motivos éticos. Os cristãos antigos também eram vegetarianos. Padres católicos como Tertullian, Origen e São Jerônimo eram vegetarianos devotos. Contudo, depois que o Cristianismo se dogmatizou e se fortaleceu como um religião intolerante e ortodoxa, vigoraram os princípios do não-vegetarianismo. É quase impossível encontrar um Papa, um cardeal ou uma autoridade eclesiástica que não tenha sido um carnívoro voraz. Recentemente você publicou o livro Hitler: Nem Vegetariano tampouco Amante dos Animais. Quais foram suas principais descobertas? Como autor do livro Famous Vegetarian, eu vinha sendo constantemente questionado por não-vegetarianos hostis que queriam saber sobre Hitler. Eles me insultavam e perguntavam por que eu não o havia incluído em meu livro. Então, decidi pesquisar sobre o assunto. Durante a pesquisa, descobri cinco fontes primárias e cinco testemunhas que confirmaram que ele não era um vegetariano extremo. Ele tinha uma fraqueza por torta de fígado, presunto defumado e outras carnes curadas. Freqüentemente, porém erroneamente, Hitler era considerado vegetariano. Mas esse fato inconveniente não impede os caluniadores do vegetarianismo de mostrar Hitler como um fantasma ou o bandido desse tipo de dieta. Por que você acha que ainda existe tanta resistência ao vegetarianismo? O renomado dramaturgo inglês, George Bernard Shaw, disse:“É mais fácil mudar a religião de um homem do que mudar sua dieta”. Os hábitos alimentares são os mais difíceis de quebrar. Entretanto, é impressionante como o vegetarianismo se espalhou rapidamente pela América do Norte, Inglaterra e toda a Europa. Você acredita que algum dia o vegetarianismo se tornará a dieta básica dos seres humanos? O vegetarianismo ou uma dieta à base de verduras já é fundamentalmente a dieta dos seres humanos. Só nos resta redescobrir isso. Como os brasileiros podem comprar seus livros? Meus livros ainda não foram traduzidos para o português, mas estão disponíveis no site amazon.com.Também é possível adquiri-los no meu site www.vegsource.com/berry.
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Yoga e Vegeta r
pela harmonia i Por Viviane Pereira udo é uma questão de manter a mente quieta, a espinha ereta e o coração tranqüilo" cantava Walter Franco nos idos dos anos 70. De lá para cá, a busca pelo equilíbrio desses três aspectos tornou-se um desafio para uns, prioridade para outros e mesmo quem nunca tentou equilibrar cabeça, corpo e coração, sabe que a tão almejada paz de espírito e harmonia interior passa por esses pontos. Dentro desse cenário, o Yoga tem se mostrando uma opção interessante para tranqüilizar mente e coração, oferecendo equilíbrio ao praticante. Aliado à execução de ásanas (posturas), pranayamas (controle da respiração) e tantos outros aspectos que envolvem o Yoga, destaca-se o princípio de ahimsa, a prática da não-violência. Não se pode falar em busca de paz e equilíbrio interior sem
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considerar viver a paz em família, com os amigos ou em sociedade. É nesse aspecto, e em tantos outros que formam a base do Yoga, que o vegetarianismo entra como forte aliado. Eliminando a ingestão de toxina e gordura animal, essa dieta alimentar proporciona melhor rendimento físico e limpeza espiritual, deixando a mente e o corpo purificados e sensibilizados. O vegetarianismo reforça os pilares do Yoga evitando o sofrimento animal, contribuindo para diminuir a violência no mundo e tornando real a possibilidade de vivermos em paz com todos os seres sencientes.
UNIDADE DO SER União do homem com seu eu interior, com todos os seres e com a consciência cósmica. União do humano com o
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Existem na Índia três classificações de alimentos para quem faz Yoga: o alimento sattvico (puro), o alimento rajásico (estimulantes artificiais) e o alimento tamásico (que deixa a pessoa com preguiça e inerte). Para o Yoga, os alimentos não só produzem bem-estar como são necessários para a desintoxicação natural, a produção de raciocínio, a velocidade de pensamento, disposição e bom humor. Confira a atuação de cada tipo e exemplos.
Para se ter um estado sattvico (puro) de temperamento, comemos as cevadas, as frutas, os vegetais, os diferentes grãos sem aditivos químicos e com muito sabor. Esses são alimentos sattvicos (puros), que aumentam o vigor, dão alegria sem tomar energia e nem cansar.
É considerado rajásico o estado agitado, irritado, impaciente. Peixes, ovos, carne, açúcar branco e
alimentos químicos são alimentos rajásicos, que causam irritação. Os alimentos amargos, ácidos, fermentados, salgados e quentes em excesso (alterados) produzem doenças e são rajásicos.
Os alimentos tamásicos (inertes) são: alho e cebola (na visão hindu), feijoada e bebidas alcoólicas (tornam a mente dormente), entre outros.
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Classificação dos alimentos
Fonte: Orlando Alves
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absoluto. Esse é o sentido do Yoga, palavra que vem do termo sânscrito yuj, que significa unir. Para unir sua própria natureza com a natureza de todas as coisas, o homem precisa encontrar o estado de equilíbrio vivendo em harmonia com todos os seres. Esse objetivo só pode ser alcançado descartando a agressividade e a violência do seu temperamento, substituindo-as pela paz e convivência pacífica. Esse aspecto do Yoga por si já justifica a importância de uma alimentação vegetariana para os praticantes. "Quando tiramos a carne da dieta, evitamos não só uma fonte abundante de toxidez, mas também de um componente que, na linguagem do Yoga, se chama rajoguna e representa uma fonte de agressividade e até de violência, que são contrárias à conquista dos objetivos mais profundos do Yoga", explica José Hermógenes de Andrade Filho, o professor Hermógenes, 86 anos, praticante há mais de 50 anos e pioneiro no Brasil. "Para quem pratica o Yoga de superfície e quer apenas dar ao corpo uma juventude e uma vida perenes e se contenta em atingir objetivos transitórios, o vegetarianismo é dispensável. Mas não para quem busca o verdadeiro objetivo da vida que é sugerido pela palavra Yoga – união com o eterno, com o sagrado em nós, com o divino em nós. São objetivos muito diferentes", esclarece o autor de mais de 29 livros, e que há 45 anos ensina Hatha Yoga na Academia Hermógenes de Yoga no Rio de Janeiro. A opção pelo vegetarianismo aconteceu na mesma época em que encontrou no Yoga uma saída para aliviar o corpo dos problemas enfrentados com uma grave tuberculose. "No dia em que me
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a rianismo
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Eles estão diretamente ligados e são fontes poderosas para atingir a harmonia e a paz interior. Yoga e vegetarianismo são filosofias que estão muito além de promover a beleza exterior, formando o casamento ideal para aquele que busca a verdadeira beleza do ser
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O Vegetarianismo é parte integrante do currículo do Yôga (*) (Mestre De Rose)
A frase acima não deixa dúvidas de que não tem como separar o vegetarianismo da prática de Yoga. Ela faz parte do livro Alimentação vegetariana: chega de abobrinha, de autoria do Mestre De Rose, codificador mundial do Swásthya Yôga e presidente da Confederação Nacional e União Internacional de Yoga. "Yôga e vegetarianismo sempre estiveram juntos. O vegetarianismo se popularizou no ocidente através do hinduísmo, já que a Índia é um país prioritariamente vegetariano, com seu mais de um bilhão de habitantes num território que equivale a um terço da área ocupada pelo Brasil. O lacto-vegetarianismo é a alimentação de quase todos os hindus e tradicionalmente é o sistema alimentar adotado pelo Yôga há séculos. Tem funcionado muito bem", afirma De Rose. Ele fundou a primeira universidade de Yôga do País, a Uni-Yôga, que hoje
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tornei vegetariano, passei a poupar dois animais: eu e a vítima". Como professor, sugere o vegetarianismo aos alunos e aponta como malefícios da carne o acúmulo de toxinas e a dificuldade de digestão. "Toda nossa condição de saúde melhora quando, em vez de carne, nós nos nutrimos com produtos vegetais. O vegetarianismo ajuda também no enriquecimento de bioenergia (prana)", indica. Em quase meio século ensinando, testemunhou muitos relatos de alunos que falavam principalmente de melhora de enfermidades com a retirada da carne da dieta. Em seu livro Autoperfeição com Hatha Yoga, ensina que a carne "é não só dispensável, mas chega até mesmo a ser nociva porque é rica em colesterol e purinas, causa eczemas, moléstias hepáticas e enfartes do miocárdio... e perturba a vida psíquica". Hermógenes lembra que Yoga é o caminho para a felicidade e é bom que sejamos vegetarianos para alcançar esse objetivo. "Eu digo aos alunos que nós estamos para os animais como os anjos estão para nós. Oramos pedindo aos anjos que nos curem, nos conduzam, nos inspirem. Ficaríamos muito abalados e decepcionados se os anjos fizessem de nós bifes saborosos para comer".
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reúne mais de mil instrutores no Brasil, Argentina, Portugal, Espanha, França, Inglaterra, Alemanha, Itália, Bélgica, Estados Unidos, Havaí, Indonésia, Escócia, Austrália, entre outros países. "Até onde eu sei, nossos instrutores são lacto,
(*) Aqui a palavra Yôga aparece acentuada por ser trecho do livro, respeitando a grafia original, e também nas declarações do Mestre De Rose e de Anahí Flores, pois essa escola entende que a palavra Yôga é acentuada. Mais informações no site do autor – veja mais em serviços.
Perguntas e Respostas Muitas pessoas querem praticar Yoga, mas as dúvidas acabam impedindo que se dê o primeiro passo. Para ajudar a esclarecer algumas questões, seguem abaixo perguntas respondidas pela professora de Ashtanga Yoga Renata Ventura. Há uma idade ideal para começar a praticar Yoga? Não, mas se puder desde criança será ótimo. Crianças podem praticar? Sim, a partir dos 3-4 anos de idade. A Yoga para crianças é igual a de adultos? O fundamento é o mesmo, mas a didática é bem diferente. A prática com crianças é mais lúdica, enfocando aspectos em analogia com a fauna e a flora, com mantras e histórias sempre presentes. Há alguma restrição da prática de Yoga para idosos? É sempre indicado ter uma recomendação médica para saber as limitações de cada um. Em geral, pessoas com problemas cardíacos e pressão alta precisam evitar alguns ásanas. Porém, existe uma pratica adequada
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para todas as fases da vida. Meditar, por exemplo, é sempre recomendável (salvo em casos de depressão). Mulheres grávidas podem fazer Yoga? Sim, com o acompanhamento adequado e somente após o terceiro mês de gravidez. Qual o melhor horário para praticar Yoga? Ao amanhecer e ao entardecer, mas se não for possível, toda hora é hora para praticar. Qual a freqüência ideal? Todos os dias! Quem não tem tempo, pelo menos duas vezes na semana. Onde é melhor praticar Yoga? A melhor opção é em um espaço de Yoga. Mas a prática individual também é fundamental para o auto-estudo e desenvolvimento, por isso, sempre que tiver oportunidade pratique no seu cantinho especial em casa. Yoga é uma religião? Não. Você pode ser ateu e praticar Yoga. O que não é coerente é Yoga sem espiritualidade. Espiritualidade é diferente de religiosidade. De qualquer forma, com exceção do Budismo, todas
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as demais tradições ascéticas da Índia seguem a dieta vegetariana. Hindus, jainistas e parses usam tradicionalmente o vegetarianismo como forma de purificarem seus corpos, mentes e corações. Quais os principais benefícios do Yoga para o corpo? Aumento da concentração, da flexibilidade, da força e resistência, da capacidade cardiovascular e da capacidade respiratória. Diminuição do estresse e aumento do bem-estar físico e mental. A prática atrapalha ou ajuda quem tem outras atividades físicas? Ajuda e muito. Corredores, surfistas, lutadores de artes marciais, entre outros, praticam Yoga. Dois fatores são ótimos na combinação do Yoga com outras atividades físicas: a expansão da capacidade respiratória e o aumento da concentração. Existem vários estilos de Yoga. Cada um é indicado para uma situação? Dentro do Hatha Yoga temos no Ocidente alguns diferentes métodos: Asthanga, Iyengar, Vinyasa flow, Power, Hatha clássico, entre outros. Não existe o melhor Yoga do mundo, existe aquele
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ovo-lacto e veganos. Fora esses, há mais de dez mil instrutores que foram formados por nós nos últimos quarenta anos e que trabalham em "carreira solo", dando aulas em academias, clubes, como personal training etc. Sempre há a possibilidade de algum deles não ter adotado a alimentação preconizada a um instrutor de Swásthya. Contudo, todos os que conheço são vegetarianos por uma questão de princípios. Muitos já o eram antes de nos procurar como candidatos". De Rose defende a idéia de que cada aluno deve ter a responsabilidade e a maturidade de escolher tudo na vida, inclusive um sistema alimentar biológico e inteligente. "Imagine o que sentiria o treinador de um desportista que insistisse em se alimentar de maneira irresponsável, comendo feijoada, fumando e bebendo. O treinador desistiria dele, pois seria perda de tempo tentar conduzi-lo ao pódio". Contudo, faz questão de destacar que Yoga e vegetarianismo são rótulos e por isso podem levar a estereótipos e preconceitos. "Uns interpretarão que Yôga é uma espécie de ginástica esdrúxula. Outros, que Yôga é uma terapia. Outros, que Yôga é uma seita ou algo que o valha. Yôga não é nada disso. Yôga não é uma pessoa praticar umas macaquices dentro da sala de aula e
com o qual você se identifica. Ou seja, não se trata de ser indicado para uma determinada situação, mas indicado para as suas necessidades. Por exemplo, se você for um iniciante na prática de ásanas é mais recomendável praticar o método Iyengar para conquistar o alinhamento correto e as ações internas. Mas se você é um esportista que gostaria de uma prática mais intensa e fluída, talvez a Asthanga ou o Power atendam suas expectativas. Que cuidados deve ter a pessoa que pretende começar a praticar? Procurar um professor que esclareça suas dúvidas e com quem sinta empatia, verificar sua experiência pessoal enquanto praticante e a coerência de seus atos diante da filosofia que este decidiu adotar. Respeitar os seus limites, observando a respiração sempre fluida, consciente e nasal. Não praticar logo após uma refeição. Procure praticar pelo menos uma a duas horas depois de uma refeição completa. Ter o seu mat (tapete usado na prática de Yoga); é mais higiênico e de certa forma ajuda a estabelecer a sua prática pessoal, uma vez que você já tem o tapetinho para praticar.
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Não podemos esquecer que somos o que comemos e depende de nós decidirmos se iremos nos constituir de alimentos que estão no processo de morte ou de vida (Anaí Flores)
depois sair para a vida real sem que nada tivesse mudado na sua atitude. O Yôga é exatamente o que você faz quando sai da sala e vai viver, amar, trabalhar, praticar esportes, relacionar-se com seus familiares, seus amigos, seus clientes, seus funcionários "yogísticamente". É uma filosofia de vida. Da mesma forma, quando você declara a alguém que é vegetariano, o que passa pela cabeça super "bem informada" do interlocutor? Sem dúvida, ele lhe perguntará o que você come e lhe oferecerá uma salada. Ou, pior, oferecerá carne de peixe! Quando você, indignado, recusar, esclarecendo que vegetariano não come carne, nem de peixe nem de bicho algum, ele desfiará toda aquela indefectível lista de coisas que o vegetariano de verdade não come e lhe oferecerá". Vegetariano há quase 50 anos, avô e quase bisavô, De Rose garante estar "mais sarado que muito garotão de vinte" e atribui o fato ao Swásthya e à alimentação biológica. "Nosso organismo não foi projetado para comer carnes. Tanto para o Yôga quanto para o esporte, para trabalhar, para tudo, ter uma alimentação de defuntinhos só prejudica o rendimento. Além disso, professamos o vegetarianismo por uma questão ética, uma questão de consciência. Entendemos que é incoerente praticar o Yôga e compactuar com uma alimentação baseada em crueldade".
VIDA GERA VIDA
Buenos Aires, na Argentina, é vegetariana desde os 10 anos e também defende a idéia de que vegetarianismo e Yôga andam juntos. "Nas nossas escolas, para passar do nível inicial ou pré Yôga para as práticas de Yôga em si é condição já ter assimilado esta forma de alimentação. A razão principal é a compatibilidade das técnicas. Cada atividade tem seu próprio sistema alimentar. Por exemplo, se você é bailarino clássico, tentará se abster de consumir um bolo de chocolate inteiro já que isso atrapalharia no seu desempenho. Se fizer fisiculturismo, irá procurar se encher de proteínas, pois isso facilitará atingir os objetivos desejados. No caso do Yôga, apenas descartamos os cadáveres do cardápio. De resto, um praticante que leve a nossa prática a sério, irá comer de tudo." Ela considera que o consumo de carne não é possível junto com a prática, pois não adianta trabalhar para se aprimorar como ser humano, para melhorar em tantos aspectos, mantendo uma alimentação que não tem a ver com a espécie. "O organismo original do ser humano tem claramente mais semelhanças com os vegetarianos que com os carnívoros. A intoxicação gerada pelo consumo de carnes mortas (e lembremos que quem come carne é carniceiro e não carnívoro – se fosse carnívoro comeria carne
Discípula do Mestre De Rose e praticante do método há 11 anos, Anahí Flores, 29 anos, formou-se na Universidad Internacional de Yôga, em
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(...) para quem busca o verdadeiro objetivo da vida que é sugerido pela palavra Yoga, o vegetarianismo é indispensável
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O Yoga é um dos seis dárshanas (ponto de vista ou escola filosófica) do hinduísmo e como tal segue sua tradição, entre elas a de uma alimentação vegetariana. "Muitas pessoas fingem que não existe uma prescrição com relação ao vegetarianismo no Yoga, e com isso acabam dizendo que não há nada demais em se fazer Yoga sem mudar os hábitos alimentares. Existem sim inúmeras citações na literatura, em muitas delas detalhes minuciosos sobre quais seriam os tipos de pessoas e quais os melhores vegetais; entre eles podemos citar: os Vedas, o Hatha Yoga Pradipika, a Bhagavad Gítá, o Manu Dharma Shastra e uma infinidade de
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Antes da prática, o ideal é um lanche leve, como uma fruta, que seja de fácil digestão. Após a prática, deve-se ingerir bastante líquido para repor as perdas pelo suor, e fazer uma refeição até uma hora depois, contendo fontes de carboidratos e proteínas, para que o organismo consiga se recuperar do esforço; Nas horas que antecedem a prática, não se devem ingerir alimentos pesados, gordurosos e de difícil digestão; Como os carboidratos são as principais fontes de energia do corpo, não podem faltar numa dieta equilibrada. Priorize o
As proteínas são essenciais para a formação e manutenção do tecido muscular. Uma alimentação variada, contendo leguminosas (feijão, lentilha, grão de bico, soja), oleaginosas (castanhas, nozes, amêndoas) e sementes (girassol, gergelim, linhaça), além de cereais integrais, é capaz de suprir as necessidades desse nutriente; Aqueles que preferem se exercitar pela manhã, devem realizar uma refeição leve até uma hora antes – frutas são uma boa opção. Apesar de muitos mestres recomendarem a prática em jejum, isso pode ser perigoso para a saúde,
outros. Devemos lembrar que os hindus não comem carnes e que sua cultura é toda baseada nesse ponto de vista. Segundo o hinduísmo, os animais possuem alma", diz André De Rose, 40 anos, proprietário e professor no Núcleo de Estudos Yoga Natarája, em São Paulo, e vegetariano há 25 anos. O presidente e fundador do I.S.E.S.Y – Instituto Superior de Estudos do Shaivagama Yoga, mestre em filosofia hindu pela Rochville University – USA, Orlando Alves, confirma a força da tradição nessa questão. "No hinduísmo, existe um princípio
Se eu, como professor de Yoga, comesse carnes, teria um atestado de total desconhecedor da filosofia, alguém que simplesmente não entendeu nada... (André De Rose)
consumo de cereais integrais (arroz, aveia, trigo), frutas e hortaliças como o inhame e a batata-doce, evite doces, açúcares em geral e cereais refinados;
causando hipoglicemia e até desmaios, principalmente em modalidades mais intensas, como é o caso da Ashtanga;
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Veja alguns cuidados que devem tomar aqueles que desejam retirar a carne da dieta e ter uma prática de Yoga saudável e eficaz:
As gorduras também devem fazer parte da dieta, mas, atenção para as escolhas corretas: azeite de oliva extra-virgem, óleo de linhaça, oleaginosas e abacate são as melhores opções;
Deve-se evitar a ingestão de refeições volumosas e/ou ricas em gorduras até duas horas antes da prática;
Lembre sempre de se hidratar após a atividade. Água ou água de coco são as melhores opções.
chamado em sânscrito "sanatana dharma" que quer dizer "lei eterna" "lei divina", ou seja, o que é descrito para o bem-estar com Deus. Uma dessas premissas é prescrita como ahimsa – não violência. Isso já é entendido desde tempos imemoriais como o não mau-trato com os animais e nem com os seres viventes. Nunca uma linha espiritual se deu tanto ao luxo de se manter vegetariana em prol de sua base espiritual como a Índia, por milênios".
Fonte: nutricionista Natália Mendes e Chede
SEGUINDO A TRADIÇÃO
Dicas para a alimentação
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viva) simplesmente impede o avanço na senda do Yôga. Porém, é bom lembrar que de nada adianta observar uma alimentação vegetariana se o praticante se intoxicar com emoções pesadas, que com certeza deterioram muito mais o corpo". Na experiência cotidiana com pessoas que deixam de comer carne, Anahí conta que é emocionante ver adultos redescobrindo o olfato, o gosto, a disposição corporal, a forma de dormir e a percepção do mundo em geral pelo simples fato de ter alterado a alimentação. "Eles costumam nos contar as suas experiências com um brilho especial no olhar, aquele brilho de agradecimento por estar descobrindo uma nova realidade. Não podemos esquecer que somos o que comemos e depende de nós decidirmos se iremos nos constituir de alimentos que estão no processo de morte ou de vida. A morte gera morte e a vida gera vida".
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COERÊNCIA André de Rose considera que é uma questão de coerência o praticante adotar o vegetarianismo, já que o Yoga incentiva valores éticos no tratamento com outros seres vivos, como a não agressão. "É uma questão de consciência. Segundo o Swami Dayananda, o vegetarianismo é baseado na prescrição védica de não causar dano (himsam na kuryat), que parte da premissa de que nossa capacidade auto-consciente nos permite a livre escolha sobre o quê, como, quando e de que forma comer. Os animais já não possuem essa capacidade; ela vem impressa nos seus instintos e simplesmente eles reagem da forma à qual foram programados". Além da tradição, ele cita questões nutricionais para ser vegetariano, lembrando que em Yoga o conceito de nutrição é amplo e inclui o alimento denso (sthula) e o sutil (sukshma). "Partindo da premissa de que o corpo é formado pelo que ingerimos e que construímos músculos, ossos, tendões e órgãos com esse material, devemos tomar cuidado com a argamassa básica. Afinal de contas, nosso corpo não é um cemitério", comenta. "Acredita-se que resíduos emocionais energéticos continuem agregados ao alimento após a morte do bicho. A essência dessa vibração cria uma freqüência dissonante com a meditação". Ele destaca que a retirada da carne da alimentação acelera os resultados da prática e lembra que a carne é muito parecida com o açúcar e o álcool, que diminuem a sensibilidade, fazendo o praticante perder boa parte dos fenômenos que ocorrem tanto no seu íntimo quanto ao redor. Para André De Rose, o exemplo é a melhor forma de mostrar aos alunos o benefício dessa opção. No seu dia-a-dia, muitas vezes responde questões sobre o tema. "Se eu, como professor de Yoga, comesse carnes, teria um atestado de total desconhecedor da filosofia, alguém que simplesmente não entendeu nada, pois consciência se estende aos nossos atos; se somos cruéis na nossa alimentação, como poderíamos falar sobre consciência?". Ele acredita que os professores que não conseguem parar de comer carne mas se esforçam e reconhecem a importância do vegetarianismo têm uma atitude cheia de satya (veracidade, espontaneidade). "O que não pode é torcer a verdade, negar a importância para preencher suas dificuldades. Afinal de contas, se você não consegue fazer determinado ásana (posição de Yoga), isso não significa que você não é um bom yogue, mas também não pode dizer que aquela posição não é
necessária ou até que ela não existe só porque você não consegue realizá-la." Na sua experiência como yogue vegetariano, ele estranha as pessoas questionarem sua opção e ficarem espantadas quando ele diz ser vegetariano, já que essas mesmas pessoas conhecem atletas que cumprem dietas muito mais rigorosas e restritas e não questionam essa postura. "Antes de tudo, fazer Yoga é aceitar as limitações de cada um levando em consideração o timming que cada pessoa tem para absorver as técnicas propostas. Para o Yoga, a alimentação é mais um procedimento entre uma constelação de outras atividades. Nós, os vegetarianos que fazemos Yoga, transcendemos o ato de apenas eliminar o consumo de defuntos e procuramos evitar dar dinheiro aos restaurantes e empresas que, apesar de terem opções vegetarianas, também sobrevivem do ato de barbárie da venda da carne alheia. Portanto, nossa opção pela dieta é mais que uma simples consideração pela saúde".
ENERGIA PELA ALIMENTAÇÃO A alimentação é uma das fontes de nossa energia vital e por isso objeto de tantos cuidados pelos praticantes de Yoga, que trabalham diretamente com esse elemento. Orlando Alves explica que o consumo de carne diminui a energia do organismo. "Na Filosofia do Yoga, existem os sentidos grosseiros e sutis. Nos sentidos grosseiros, está incluído o paladar ou o gosto pelas coisas que se comem. Se uma pessoa nem quer refinar o paladar como pode refinar a mente e os pensamentos que são mais sutis? As pessoas sabem que fumar dá câncer e mesmo assim continuam fumando até que, na iminência de morrer, param a duras penas apenas para sobreviver e não para viver bem e desfrutar da vida. Um yogue auto-consciente prevê isso e se cuida, tanto física quanto espiritualmente". Alves ressalta que estudos médicos comprovaram que uma dieta vegetariana apresenta melhor digestão e oferece uma grande variedade de nutrientes, impondo uma carga menor de impurezas para o organismo e garantindo uma saúde melhor. "Na Índia, os yogues que são vegetarianos vivem mais de 100 anos de idade e sem doenças". Sobre a alimentação de uma forma geral, ele afirma que a filosofia do Yoga ensina a comer de forma moderada (veja quadro Classificação dos alimentos). "As RevistaVegetarianos.com.br
Vivendo o momento presente Foto: Arquivo Pessoal
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yoga e o vegetarianismo entraram quase ao mesmo tempo na vida de Clarissa Gazzaneo, 28 anos, praticante de Astanga e Ivengar Yoga. A prática começou há um ano e a opção pelo vegetarianismo, há sete meses. Apesar de sempre ter uma alimentação equilibrada, sentiu diferenças com a nova opção. "Sem a ingestão de carne, meu organismo como um todo funciona de forma mais equilibrada. Sempre sofri com muitas alergias e problemas de má digestão, que simplesmente desapareceram. Além disso, as funções intestinais foram 100% regularizadas. Com isso, a minha pele ganhou mais viço". Clarissa afirma que houve mudanças também em seu eu interior, pois quando comia carne sentia uma agitação interna que dificultava a concentração e o equilíbrio. A opção pelo vegetarianismo a fez sentir ainda alterações na fluidez dos movimentos durante a prática de Yoga. Diz que passou a sentir o corpo mover-se de forma mais harmônica e a fazer mais naturalmente as posições. Com a decisão, veio também a intensificação da prática de Yoga. "Antes eu praticava musculação cinco vezes por semana e complementava Yoga apenas duas vezes. Hoje eu vejo que a musculação era um movimento contrário ao movimento natural do meu corpo. Hoje pratico apenas Yoga três vezes por semana, acompanhada por caminhadas e me sinto muito melhor". Para garantir uma alimentação equilibrada, buscou a orientação de uma nutricionista: aprendeu a montar o próprio cardápio e a fazer uma alimentação adequada. Foi assim, buscando informações, que enfrentou também as dificuldades iniciais, críticas e oposições. "Meus pais ficaram muito assustados, de início, com a minha decisão, preocupados com os riscos de anemia e osteoporose. Isso foi bom, pois cada vez que eu buscava um argumento para eles, acabava aprendendo ainda mais sobre a dieta vegetariana." Para Clarrisa, Yoga e vegetarianismo se complementam, gerando um equilíbrio energético. "É um ciclo virtuoso que nutre o corpo e a alma de forma positiva. Quando fazia Yoga e continuava comendo carne, não percebia nem sentia todos os benefícios da prática como sinto hoje. Agora, para tudo na minha vida procuro fazer três perguntas: Eu devo? Eu posso? Eu quero? Com a alimentação não deve ser diferente. Sinto uma imensa paz em saber que estou fazendo a minha parte para evitar os abusos aos animais. Com o vegetarianismo, aprendi a viver o momento presente."
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pessoas 'vivem pra comer' e não 'comem pra viver' e por isso se excedem". A comida em excesso faz o organismo trabalhar mais com a digestão dos alimentos do que com o seu aproveitamento, roubando energia e deixando a pessoa sem disposição. "Comer menos no Ocidente é chamado dieta, no sânscrito chama-se "mitahara"; no meu Dicionário de Sanskrito e Português eu explico: 'o hábito alimentar do yogue na forma conhecida como dieta: encher o estômago até a metade com alimentos puros, mais um quarto do estômago com água pura, e deixe o restante livre. Mitahara representa um papel importante na vida do yogue para a conservação de uma saúde perfeita".
PURIFICAÇÃO DO CORPO, MENTE E CORAÇÃO "O praticante de Yoga deve adotar o vegetarianismo de acordo com sua consciência, desapego, preparo e motivação. Na minha compreensão, enquanto yogues, devemos adotar uma dieta vegetariana a fim de sermos sinceros com nosso Dharma". Assim Renata Ventura, professora de Hatha Yoga há 9 anos e vegetariana há 7 anos, define a ligação que considera necessária entre Yoga e vegetarianismo, "Não podemos almejar progresso espiritual comendo a energia da carne de um animal morto violentamente". Entre os benefícios da
opção pelo vegetarianismo, ela destaca o aumento da flexibilidade, do bem-estar e da sensibilidade, além do auxílio na purificação do corpo físico denso, a desobstrução dos canais mais sutis (nadis) e o desenvolvimento do amor incondicional. Como a carne tem um tempo maior de digestão, acaba interferindo na prática dos ásanas e obstrui as nadis (canais energéticos responsáveis pela ascensão da energia vital). Renata faz questão de enfatizar também aspectos do vegetarianismo que abrangem a todos, não só os praticantes, como a saúde plena. "Está comprovado que a dieta rica em carnes é responsável por diversas doenças, tais como prisão de ventre, câncer de colo e até enfartes". A questão ambiental também merece destaque na visão da professora de Yoga, onde a opção pelo vegetarianismo ajuda a não contribuir com o desmatamento de florestas nativas para pastagens. "Todos sabemos que a pessoa que come carne está contribuindo diretamente para o abate de animais e com o desmatamento no planeta. É uma questão de coerência. Chega um momento em que o questionamento é inevitável: posso ansiar pela 'liberdade' proporcionada pelo Yoga sem adotar uma dieta vegetariana? Posso atingir a transcendência sem adotar uma dieta vegetariana? A tradição nos mostra que não." Quando fala em tradição, Renata remonta aos textos tradicionais do Yoga, como os Shastras, que recomendam o vegetarianismo; o Yoga Sutra, de Patanjali, que tem esse direcionamento implícito dentro do princípio da não-violência e o Hatha Yoga Pradipika que faz diversas recomendações sobre a alimentação, entre elas, não usar álcool, açúcar branco, sal e carne. Para complementar, ela cita um trecho do conceito de ahimsa presente na Tradição do Yoga, segundo George Feuerstein. "O mais fundamental de todos os preceitos
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morais é o da não-violência. A palavra ahimsa é traduzida muitas vezes por não matar, mas esta tradução não transmite o pleno sentido do termo. Ahimsa, na verdade, é a não-violência em pensamentos e ações. É a raiz de todas as outras normas morais." Aos alunos, ela procura esclarecer o conceito de vegetarianismo e recomenda a dieta, sempre respeitando a opinião de cada um e o processo de transição que acarreta toda mudança de hábito. "Alguns alunos, inspirados com a prática, diminuem naturalmente o consumo de carne. Percebem que seu odor muda, a disposição aumenta, a pele fica mais saudável e seus atos tornam-se mais sutis". Também faz questão de ressaltar que não adianta tornar-se vegetariano e manter uma mente poluída, negativa ou maldosa, estabelecendo julgamentos ou agindo incoerentemente. "A meta do Yoga clama por paz entre todas as entidades vivas. O praticante sincero irá buscar o vegetarianismo a fim de purificar o seu corpo, sua mente e seu coração. Aquele que deseja o desenvolvimento espiritual deve adotar o vegetarianismo. Da mesma maneira, é importante dizer que o fato de se tornar vegetariano não nos faz melhor ou pior que ninguém. Por trás da dieta, devem vir todos os preceitos éticos e morais de conduta yogue".
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Não podemos almejar progresso espiritual comendo a energia da carne de um animal morto violentamente
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AMPLIAÇÃO DA CONSCIÊNCIA Professor de Power Yoga e há 27 anos vegetariano, Anderson Allegro, 43 anos, acredita que o vegetarianismo para os praticantes de Yoga é fundamental porque, além da tradição, o uso da carne altera muito o sentido da percepção. "Como no Yoga a gente trabalha com essa tentativa de melhorar para um estado de consciência elevado, o uso da carne atrapalha porque diminui essa sensibilidade. O Yoga, na maneira como a gente entende, como filosofia de vida, busca ampliação da consciência e isso depende do vegetarianismo". Para Anderson Allegro, além da melhora na saúde, o vegetarianismo permite um aumento na consciência, deixando a pessoa energeticamente mais refinada e sensível. Ele acredita que ocorrem mudanças também na prática dos ásanas porque o corpo fica mais leve. "Claro que não é só o vegetarianismo, pois existem muitas outras coisas importantes. Melhorar a qualidade da alimentação como um todo faz uma grande diferença. O vegetarianismo é o começo, o ponto central dessa mudança de hábito". Esses benefícios que a retirada da carne da alimentação traz, Allegro comprovou pessoalmente tanto observando alunos quanto em experiência própria. Nos praticantes que acompanha, ele percebe que mesmo a diminuição do uso da carne faz diferença na meditação e muda a prática de ásanas. Mas o peso no corpo provocado pela ingestão da carne ele pôde comprovar inadvertidamente, quando era vegetariano há uns seis anos e comeu carne sem saber, em um salgadinho de festa. "No dia seguinte, tinha uma sensação incrível, como se tivesse uma carapaça, uma camada densa em volta do corpo. Minha sensibilidade estava completamente diferente e sentia o corpo pesado". Ele alerta para outro efeito do consumo de carne nos praticantes de Yoga, que é a obstrução dos canais de energia que percorrem o corpo. "A energia deixa de fluir de maneira apropriada e a gente tem a sensação de que perdeu a sensibilidade. Não só as carnes, mas também as drogas, remédios fortes tipo antidepressivos e pensamentos negativos criam obstruções nesses canais".
BOM PARA AS CRIANÇAS Se unir Yoga e vegetarianismo é bom para os adultos, pode ser ainda melhor para crianças. Abertas às novidades, dispostas a aprender e descobrindo o mundo, elas conseguem grandes conquistas com essa filosofia de vida. "Creio que unir Yoga e vegetarianismo no organismo de uma criança é a melhor coisa que pode ser feita, sempre respeitando a formação e o desenvolvimento de cada um", opina Selma Borghesi Muro, 56 anos, praticante de Yoga há 8 anos, vegetariana há 6 anos, presidente da AYESP (Associação de Yoga do Estado de São Paulo) e tradutora do livro Yoga para Crianças. "Do ponto de vista yóguico, o alimento contém prana (energia vital) e o objetivo da alimentação é absorver essa força vital contida no alimento. Isso se torna ainda mais forte quando tomamos conhecimento da forma e das condições ambientais em
que os animais são criados e abatidos. Que energia terá então esse tipo de alimento, considerando todo o sofrimento pelo qual o animal passa? Como esperar conseguir um equilíbrio do corpo, mente e espírito, consumindo alimentos dessa natureza?" Ela conta que um dos primeiros benefícios que a criança adquire com a prática de Yoga é um espírito equilibrado e integrador, que vai influenciar seu aproveitamento escolar, pois permite desenvolver a atenção e a concentração. "Ocorre também o aprimoramento das relações com as outras crianças, com os professores e com a sociedade em geral, fatores que certamente fornecerão elementos para uma vida adulta mais saudável e equilibrada". Um fator importante para os pais e parentes de crianças que se tornam vegetarianas é ficar atentos à alimentação para evitar problemas de desenvolvimento durante a fase de crescimento. "Não basta considerarmos saudável o consumo de frutas, legumes e verduras ao invés de carne. É extremamente importante que
Todos os rios levam ao mar Filosofia antiga que nasceu na Índia há mais de 5 mil anos, o Yoga tem em sua base o auto-conhecimento e desenvolvimento. No Ocidente, ele ganhou várias ramificações e se apresenta em diferentes estilos, sofrendo algumas variações, mas tendo por base a mesma idéia original, da união com o divino em todos os seres. Veja abaixo alguns estilos.
Hatha Yoga: chamada Yoga tradicional, tem como destaque a prática de ásanas (posturas) e pranayamas (exercícios respiratórios). Trabalha flexibilidade e equilíbrio.
Ashtanga Vinyasa Yoga:
Jnana Yoga: utiliza o conhecimento na busca do caminho da sabedoria e da verdade.
com movimentos intensos, exige mais condição física do praticante, com mudanças constantes e ágeis de uma posição para outra, sincronizadas com a respiração. Dela se originou a Power Yoga.
Bhakti Yoga: Yoga voltada à devoção a Deus e ao amor universal.
Haja Yoga: focada na meditação mais profunda.
Integral Yoga: procura integrar os aspectos do corpo e da mente reunindo posturas, respiração, relaxamento e meditação.
Ivengar Yoga: a postura e o alinhamento corporal são os pontos fortes desse estilo, que dá atenção especial aos detalhes dos ásanas.
Karma Yoga: Yoga voltada para a humanidade, prevê a ação desinteressada, que ajuda sem esperar retorno. Kundalini Yoga: visa desenvolver a energia sutil através do despertar, com respiração e mantras.
Mantra Yoga: a ênfase dessa prática é a recitação de mantras.
Power Yoga: esta é uma versão americana do Ashtanga Vinyasa, com movimentos
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bastante intensos e vigorosos combinados com respiração; mais focada na parte física.
Raja Yoga: voltado para a reflexão e meditação, focado principalmente dos fenômenos mentais. Swásthya Yôga: sistematização do Yôga pré-clássico, tem a prática de ásanas de forma coreográfica, sincronizada e harmoniosa. Sivananda Yoga: um dos primeiros estilos difundidos no Ocidente, reúne diversas linhas do Yoga tradicional, exigindo prática constante e rigorosa dedicação. Tantra Yoga: visão do homem como energia que busca a realização plena do ser e o retorno à origem, à Mãe. Viniyoga: adaptar o Yoga às necessidades de cada aluno é o foco desse estilo, que considera principalmente as necessidades individuais por cada pessoa ser única e especial.
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Citações dos mestres essa alimentação seja muito bem planejada e adequada à criança, com bom senso e orientação nutricional". Selma esclarece que a prática de Yoga costuma ser recomendada a partir dos sete anos, quando a criança tem capacidade de executar movimentos mais dinâmicos sem comprometer ou sobrecarregar sua flexibilidade, força muscular ou sistema ósseo. Mas o Yoga como um todo pode começar com os bebês, com os pais aplicando a shantala (massagem especial) e promovendo um desenvolvimento sadio, equilibrado e feliz. "Grande parte do esforço da AYESP tem sido no intuito de introduzir o Yoga nas escolas, como parte da grade curricular tanto nas escolas normais quanto nas escolas para crianças e adolescentes com deficiência mental. Temos um trabalho muito interessante e gratificante, desenvolvido na APAE de São Paulo pela professora Samira Francisco, que demonstra como o Yoga ajuda na criatividade, amadurecimento, integração, concentração e memorização", revela Selma. "Os yamas e nyamas são a base do Yoga, que trata dos valores éticos e morais válidos para toda a sociedade humana. Então, se você der esse alicerce para a criança, com certeza construirá cidadãos diferenciados, responsáveis e conscientes. Além dos benefícios físicos, do bem-estar mental e da formação de caráter nas crianças, muitos estudiosos e profissionais de Yoga acreditam que com essa prática milenar é possível transformar os sentimentos negativos das crianças em formas positivas de energia". Selma cita como exemplo de bom resultado na aplicação com crianças o RYE (Research on Yoga Education). Sediado na França, tem o objetivo de harmonizar e equilibrar as emoções, as necessidades físicas e os desejos profundos das crianças.
"Os Vedas me dizem: não cause dano. Meu bom senso me diz que não deveria fazer de 'alguém' meu jantar, uma vez que não quero ser o jantar de 'alguém'." Trecho do livro O Valor dos Valores de Swami Dayananda Saraswati
arroz, cevada, leite, ghee (manteiga clarificada), açúcar cristal, manteiga, mel, gengibre seco, pepino, hortaliças, feijões em forma de rim, e água". Hatha Yoga Pradipika, um dos mais consagrados textos de Yoga de todos os tempos
"... alguns alimentos não são adequados ao yogue, como: alimentos ácidos ou amargos demais, muito apimentados, muito salgados ou que aumentem a temperatura do corpo, assim como carnes, evite comida requentada, fermentada e indigesta. Recomenda-se ingerir trigo,
Diz Krishna: "Se alguém Me oferecer com amor e devoção uma folha, uma flor, frutas ou água, Eu as aceitarei". Recomendações da Bhagavad Gítá "A comida com carne extingue a visão da grande compaixão" Mahaparinirvana
DESCOBERTA Não são somente os pequenos que descobrem novos mundos vivenciando o Yoga e parando de comer carne. Selma pede aos alunos que estejam atentos à forma como os alimentos influenciam sua vida e observa feliz os resultados das experiências pessoais, que registram mudanças substanciais tanto no físico quanto no comportamento social. "É como se descobrissem novos mundos. Alguns dos casos mais recentes dessa união do Yoga com o vegetarianismo incluem uma aluna de 35 anos que teve grande alívio das dores de cabeça; um aluno de 56 anos que consegue lidar melhor com situações de estresse e conflito de sua vida profissional; outro que já consegue movimentar seu corpo sem as fortes dores nas articulações, além do florescimento do brilho, da tranqüilidade e da beleza interior que a gente consegue notar em cada um deles."
EQUILÍBRIO NO PRATO Retirar a carne do cardápio é uma parte da atitude necessária que deve tomar o praticante de Yoga que busca mais do que benefícios físicos. É preciso aprender a conhecer e ouvir o próprio corpo, entendendo suas necessidades e carências, observando suas reações. "Não são os alimentos isolados, mas um equilíbrio na alimentação que vai ajudar o praticante de Yoga tanto a obter melhor desempenho RevistaVegetarianos.com.br
"A piedade quando existente em todas as criaturas viventes é chamado de Sagrado" Dhammapada "Por não matar nenhum ser vivente, isso se torna o ponto de sua salvação." Citação do livro das leis hindu Manusmriti "Você não usa o seu corpo que é dado por Deus para matar criaturas viventes, isso não é um ato humano, mas de um animal ou outra coisa qualquer." Citação do livro sagrado dos Vedas Yajur Veda
físico, quanto mental e espiritual. Uma alimentação equilibrada, além de ser um dos alicerces de uma vida saudável, pode contribuir para o bem-estar mental e a diminuição do estresse e da ansiedade, tão comuns hoje em dia", explica a nutricionista Natália Mendes e Chede, consultora do Núcleo de Yoga Nirvana, no Rio de Janeiro. Como o Yoga pode ser uma atividade física bastante intensa, dependendo da modalidade, é importante cuidar da alimentação para poder usufruir de todos os benefícios que a prática oferece. "Uma dieta vegetariana bem planejada é excelente para a prática de atividades físicas em geral, pelo seu alto teor de carboidratos, que é a principal fonte de energia durante o exercício." Segundo Natália, as vantagens proporcionadas pela alimentação vão depender principalmente da dieta adotada, mas com a retirada da carne normalmente o corpo fica mais leve e flexível, porque está livre de toxinas e gordura animal saturada. "Eu acredito que os principais benefícios não sejam os físicos. A prática de Yoga, antes de ser uma atividade física, é uma prática de auto-conhecimento, concentração e desenvolvimento espiritual. Não consumir carne está intimamente relacionado aos processos de purificação e de sensibilização do corpo e da mente". Anahí Flores - www.anahiflores.org Anderson Alegro - www.yogasite.com.br André DeRose - www.yoganataraja.com.br Hermógenes - www.profhermogenes.com.br Mestre De Rose - www.Uni-Yoga.org Natália Mendes e Chede - nataliachede@yahoo.com.br Orlando Alves - www.institutoshaivaYoga.com.br Renata Ventura - www.renata-yoga.com.br/radha Selma Borghesi Muro - www.ayesp.com.br
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Consumo co m Por Melissa Martin om o intuito de preservar o meio ambiente, você só precisava seguir três regras muito simples: reduzir, reusar e reciclar. Agora, existe algo a mais: comprar. Pode até parecer que estamos indo no sentido contrário ao nosso objetivo. Porém, quando utilizado com a intenção de ajudar, e não prejudicar, nosso poder de consumidor pode se tornar uma coisa muito boa e eficiente.Todo produto está social, político e ambientalmente ligado a um sistema mundial de mercado. Conseqüentemente, se tornar um consumidor consciente pode ser uma poderosa arma na luta por mudanças.
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Produtos de limpeza: livres de derivados de petróleo e de cloro
A convicção atual dita uma hierarquia de privilégios, em que o capricho de uma minoria deve ser satisfeito às custas da maioria. Esse tipo de mentalidade deve ser desafiado. Primeiro, precisamos entender que estamos todos entrelaçados e abandonar de vez pensamentos e ações que apoiam as distribuições desiguais de recursos. Quando um grupo acredita que tem o direito de enriquecer às custas do sacrifício de outro, nós, como uma sociedade global, pagamos o preço. Algumas pessoas defendem um estilo de vida mais simples e sugerem que o meio para se chegar a isso é não participar do consumismo dos dias modernos. Não só esse estilo de vida é difícil e irreal para a maioria, como também nos isola da sociedade, que nós ativistas
estamos tentando ajudar e curar. Não devemos mais sentir como se devêssemos correr para as montanhas, morar em uma caverna e comer grama para adotar um estilo de vida consciente. Para modificar a sociedade, precisamos mudar primeiro nossos próprios pensamentos e firmar nossas intenções para o bem de todos. Já foi previsto que um dos grandes desafios que iremos encarar no futuro é a disparidade entre o rico e o pobre. Certamente, o materialismo, o consumismo e o capitalismo dos "que têm" estão geralmente relacionados às custas dos "que não têm". No entanto, isso não precisa ser assim. Um número crescente de pessoas insatisfeitas com a atual situação ética/moral, política, social e ambiental quer ver uma mudança.
Cosméticos: shampoos, condicionadores, cremes e maquiagens não testados em animais; todos feitos à base de produtos naturais
Papéis: lenço e papel higiênico feitos a partir de papel reciclado
Vestuário: jaquetas, calças jeans e camisetas de algodão orgânicas compradas em brechó
Alimentação: frutas, legumes e verduras orgânicas, além de produtos veganos Transporte: carros híbridos, ônibus e trens elétricos
Calçados: é possivel encontrar sapatos de couro sintético ou vegetal
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o m Consciência para conduzir o mercado. Como vegetarianos, podemos usar os anos de prática em repartir o pão para unificar nossa comunidade. Em vez de nos segregar como radicais ou um grupo exclusivo, vamos todos nos beneficiar se mais pessoas reduzirem o consumo de carne. Enquanto as indústrias estiverem vendendo, elas irão seguir as tendências por causa da competição do mercado e isso é algo bom para nós, pois resulta em produtos mais acessíveis, saborosos e fáceis de encontrar. Embora frutas frescas, vegetais, grãos e sementes devessem ser a base de uma dieta vegetariana saudável, é importante apoiar as empresas que forneçam opções industrializadas para assim ajudar o mercado vegetariano a crescer.
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(...) se tornar um consumidor consciente pode ser uma poderosa arma na luta por mudanças
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Mas será que uma única pessoa pode fazer a diferença? Sim! Nosso poder de consumidor pode fazer a diferença porque tudo o que é vendido no mundo dos negócios conta. É aí que o poder do consumidor entra. Uma nova geração de consumidores, ciente dos problemas mundiais, já começou a criar uma tendência no mercado. Novas empresas que estão crescendo nesse nicho do mercado oferecem produtos destinados não apenas às pessoas preocupadas com a saúde, mas também para aqueles que se preocupam com questões sociais, éticas e morais. Há um sinal de aumento na procura por produtos orgânicos, não transgênicos e não testados em animais, cultivados através de práticas agrícolas sustentáveis, ecologicamente corretas e baseados nas leis do comércio justo e livre. Muitas empresas têm estabelecido missões para educar os consumidores sobre problemas locais e mundiais, além de usarem seus lucros para promover mudanças positivas. As indústrias já estabelecidas no mercado, que são parte do problema e não a solução, percebem que estão perdendo espaço e, por isso, estão sendo forçadas a diversificar para manter a demanda. Na hora de ir às compras, vale a pena seguir alguns passos práticos e mais corretos que podem fazer a diferença: Em vez de se abster de todas as corporações, precisamos mostrar nosso apoio quando essas empresas realizam mudanças em direção ao caminho certo. Nos EUA, por exemplo, a Burger King lançou um hambúrguer de soja. Alguns vegetarianos e ativistas não quiseram ir ao restaurante porque lá era servido carne. Porém, se não apoiarmos essas empresas em seus esforços, elas não irão oferecer diferentes opções e muito menos parar de vender pratos à base de carne. Seja para fazer um elogio ou uma reclamação, a maioria das empresas dispõe de serviço de atendimento ao consumidor (SAC). Se você gosta ou não do que uma empresa está fazendo, escreva um e-mail ou uma carta dizendo o porquê. Exija mudanças e lembre-os de que você quer continuar usando os produtos dessa marca. Essa é uma ferramenta poderosa
Quando for convidado para um almoço ou jantar na casa de uma família ou de um amigo não vegetariano, em vez de se acomodar e esperar ser servido de acordo com sua dieta, faça da refeição um momento de aprendizado com troca de comida, experiência e idéias. Lembre-se de que a atitude e o ponto de vista são tão importantes quanto a mensagem; focar naquilo que você "está para" em vez do que "está contra" fornece uma plataforma para entendimento mútuo. Comparar alimentos feitos à base de produtos animais e vegetais e dar às pessoas uma lista de opções disponíveis são uma necessidade e uma ferramenta útil para ajudar a esboçar os benefícios de uma dieta vegetariana. Produtos industrializados têm uma etiqueta que fornece informação nutricional e pode ser indicada como um gráfico de similaridade nutricional (veja mais no site RevistaVegetarianos.com.br
www.vegetariansolutions.org/nutrition.php, por exemplo). Mostrar as equivalências vegetarianas em relação às carnes e produtos lácteos aumenta as chances de uma pessoa não vegetariana começar a considerar suas escolhas. Se levar sua própria comida em reuniões entre familiares e amigos, você não apenas irá assegurar que terá alguma coisa vegetariana para comer, como também dará menos trabalho ao seu anfitrião. Quando rodeado por não vegetarianos, tente focar em termos como, "sem colesterol", "mais fibra" e "pouca gordura", em vez de "vegetariano". Isso porque o objetivo é tentar fazer com que a pessoa prove, goste e considere a opção como uma mudança no estilo de vida. Comida não é a única consideração: podemos fazer a diferença em vários aspectos de nossas vidas. O que usamos, onde e como vivemos, quais cosméticos ou produtos de limpeza compramos, em quais mobílias ou materiais de construção investimos, que tipo de transporte usamos... Todas essas são escolhas importantes! E toda vez que escolhemos adquirir um produto em vez de outro é como se fizéssemos uma declaração de nossos valores. Estabelecer um propósito pode ser um passo a frente de um plano muito maior. Em nível coletivo, esse novo tipo de consumismo pode se tornar parte de mudanças sociais e ambientais. Mahatma Gandhi disse: "Precisamos ser a mudança que nós queremos ver no mundo". Se tornar um consumidor consciente significa viver de forma condizente com suas crenças e dar exemplos positivos para que outras pessoas façam o mesmo. Em uma sociedade guiada pelos lucros, usar essas preocupações quando formos às compras do dia-a-dia, ajuda-nos a investir no desenvolvimento de um mundo melhor.
Melissa Martin melissa@vegetariansolutions.org É diretora-executiva e co-fundadora da ONG Vegetarian Solutions, com sede em Atlanta, nos Estados Unidos (www.vegetarinsolutions.org).
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Banana Fotos: Tomaz G. Vello Produção: Aida Lima
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anica, prata, ouro, da terra, entre outras. As variedades são muitas, mas o sabor da banana é único e sempre delicioso. A Revista dos Vegetarianos retirou três receitas do livro Banana, de Caroline Bergerot, para provar que é possível aliar praticidade e bom gosto na hora de preparar sobremesas totalmente veganas, com essa fruta que é abundante em todo o Brasil.
Banana recheada com nozes Ingredientes: 4 bananas-da-terra bem maduras 1 copo de nozes frescas descascadas 2 colheres de sopa de aveia 1 colher de sopa de germe de trigo 2 colheres de sopa de açúcar mascavo 1 colher de sobremesa de óleo de gergelim ½ barra de chocolate meio amargo sem leite Modo de preparo: Descasque e fure as bananas em uma das pontas, fazendo uma abertura de comprido
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e bem ao centro. Para isso, utilize o aparelho de tirar caroços de maçã ou uma faca comprida e fina. Bata as nozes no liqüidificador seco, a fim de fazer uma espécie de farinha. Coloque-as em uma tigela e misture com a aveia, o germe de trigo, o açúcar mascavo e o óleo de gergelim. Recheie todas as bananas e arrume-as em um pirex. Cubra-o com papel-alumínio e leve ao forno médio por 30 minutos. Derreta o chocolate em banho-maria e regue as bananas no momento de servi-las. Serve: 4 pessoas
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Docinho de banana e coco Ingredientes: 8 bananas nanicas maduras 2 copos de coco ralado 4 colheres de sopa de caldo de limão 2 copos de açúcar mascavo Modo de preparo: Coloque o coco ralado em uma assadeira e leve ao forno para torrar. Mexa de vez em quando para não queimar. Será mais rápido se usar coco ralado de saquinho. Quando já estiver dourado, retire-o do forno e reserve.
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Coloque as bananas picadas em uma panela e tampe-a. Leve ao fogo por 15 minutos e, em seguida, adicione o açúcar e o caldo de limão. Mexa com uma colher de pau e mantenha em fogo alto por mais 20 minutos, até aparecer o fundo da panela. Espalhe o doce em uma travessa e espere esfriar completamente. Faça bolinhas com o doce e envolva-as no coco torrado. Leve à geladeira para manter o coco crocante. Serve: 8 pessoas
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Bolo de banana fofo Ingredientes: 4 bananas nanicas amassadas ½ copo de farinha de trigo ½ copo de farinha de rosca ½ copo de açúcar mascavo 5 colheres de maisena 1 colher de sopa de fermento químico em pó 1 vidro de leite de coco ½ copo de óleo
trigo uma fôrma redonda alta. Coloque a massa e leve ao forno pré-aquecido. Asse em forno com temperatura de 180Cº por 45 minutos ou até começar a dourar. Caso o bolo seja assado em fôrma retangular, o tempo no forno será menor. Serve: 8 pessoas
Acessórios usados nesta reportagem: Pepper, tel.: (11) 3073-0333
Modo de preparo: Misture os ingredientes secos em uma tigela e, em seguida, adicione a banana amassada, o leite de coco e o óleo. Mexa tudo vigorosamente com uma colher de pau até que se torne uma massa cremosa. Unte com óleo e farinha de
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Vencer o pre c e a ignorância “
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O maior problema com a comunicação é a ilusão de que ela foi alcançada
(George Bernard Shaw, dramaturgo irlandês, vencedor do Prêmio Nobel de Literatura)
azia tempo que eu não participava de um programa de TV. Na verdade, eu detesto aparecer no vídeo, porque sou muito branquela e um pouco dentuça. Mas, em nome da causa, topei participar de um debate ao vivo, na companhia de meu amigo George Guimarães e de mais uma nutricionista. Os temas do programa eram os alimentos funcionais (área em que a nutricionista convidada era craque) e a ética na alimentação. Foi para tratar deste último item que me chamaram. À medida que o programa avançava e a entrevistadora me dirigia perguntas, fui ficando cada vez mais abestalhada com o total desconhecimento que ainda existe em relação à dieta vegetariana. Tudo bem, é compreensível que pessoas com menor acesso à informação ou que vivam em condições precárias nem saibam que existe um estilo de vida que prescinde do uso de animais. Mas é desolador quando pessoas de nível social mais privilegiado, bem informadas e – o mais importante – formadoras de opinião, ainda não entendam que vegetariano não come carne de nenhuma cor (por falar nisso, alguém sabe quem inventou o mito da carne "branca"?), e que o vegano ou vegetariano estrito é um cara que não consome nenhum derivado animal – o que inclui
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Por Silvia Lakatos (silvialakatos@gmail.com)
e conceito “
O vegetarianismo precisa ser compreendido como um caminho ético, tranqüilo e viável rumo à construção de uma sociedade menos violenta
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ovos, leite, mel e gelatina. A insistência da apresentadora em nos fazer admitir que a carne é um alimento "permitido" só foi suplantada pela arrogância do diretor, que no momento do intervalo tentou nos convencer de que estávamos falando de coisas muito "difíceis" – e ficou batendo na tecla da pretensa "inviabilidade" do veganismo: "Mas você não come bolo? Não toma sorvete? Não come pastel? E panqueca...?". O episódio foi muito elucidativo para mim. Percebi várias coisas. A primeira lição, e talvez a mais importante, foi a de que ainda precisamos divulgar muita informação acerca do que é vegetarianismo. Isso significa esclarecer, por exemplo, que não comer carne não implica em "abrir mão" de alguma coisa. Não se trata de sacrifício, renúncia, mania ou esquisitice. A opção pelo não consumo de animais é, primordialmente, uma escolha positiva, um ganho, uma conquista. É fundamental mostrar que as implicações da dieta vegetariana são bastante amplas. Num nível mais subjetivo, ela beneficia a pele, o corpo, a mente, e sobretudo, a consciência (pelo menos no meu caso, saber que não contribuo para a morte e a exploração de animais deixa a alma mais leve). Num nível menos subjetivo, o vegetarianismo precisa ser compreendido como um caminho ético, tranqüilo e viável rumo à construção de uma sociedade menos violenta. Enquanto nos julgarmos no direito de usar e matar seres inocentes com o propósito único de satisfazer desejos mesquinhos, estaremos contribuindo, queiramos ou não, para o agravamento das patologias sociais. Um episódio mais ou menos recente, de um criador de porcos dos Estados Unidos que foi preso pelo assassinato de pelo menos 26 mulheres (ele esquartejava as vítimas num aparelho próprio para o processamento de resíduos dos suínos),
é ilustrativo do quanto a vulgarização da violência no dia-a-dia pode reforçar traços psicóticos da personalidade e desencadear comportamentos perigosos. Falsos argumentos e velhas piadas Outro aspecto ligado intrinsecamente ao vegetarianismo, e que as pessoas em geral têm muita dificuldade para assimilar, é sua relação com o equilíbrio ambiental e com a questão da fome no planeta. Ora, não é preciso ser nenhum gênio para perceber que o uso dos alimentos seria altamente otimizado se, em vez de usar os vegetais para dar de comer aos animais para, depois de um tempo, transformá-los em alimentos, simplesmente passássemos a usar os vegetais diretamente na dieta humana. Fácil, não? A quantidade de água gasta na manutenção dos animais e na higienização dos locais de criação e abate também chega a ser indecente, nestes tempos de parcos recursos naturais. Porém, mesmo com tantos argumentos racionais, que deveriam ser mais do que suficientes para o vegetarianismo ser visto não como um exotismo, e sim como uma escolha lógica e racional, esbarramos no preconceito e na mistificação. Somos tratados como membros de uma seita, ou X-Men
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dotados de organismos diferenciados. E dá-lhe agüentar piadinhas sobre a ignorada agonia da alface e sobre a feijoada que "estamos perdendo" (bleargh!). Ou, pior ainda, temos que aturar os pseudoargumentos dos antropólogos de boteco, que vêm falar da importância da carne na formação do cérebro ou dos "milhares de anos de consumo de carne pelo ser humano". O fato é que muito tempo e muitas transformações nos separam dos nossos antepassados que se beneficiaram com o consumo de animais. Num mundo onde as pessoas estão cada vez mais gordas, hipertensas e acometidas por doenças associadas ao consumo de calorias em excesso, além de sedentárias, me parece meio forçado querer provar que devemos cultivar hábitos de quando tínhamos que correr quilômetros atrás de comida. Hoje, as pessoas consomem um monte de comida industrializada e não precisam fazer esforço físico nenhum para alcançar o pacote de baconzitos que repousa perto da TV. Além disso, é muito rasa essa defesa dos "hábitos arraigados". Estuprar as mulheres em tempos de guerra ou matar por vingança também são "costumes" tão antigos como a humanidade, mas nem por isso se configuram menos repulsivos ou criminosos. Por que deveria ser diferente com a questão alimentar ou com outras práticas que implicam na utilização de animais não-humanos? E por que queremos discutir as questões ambientais mais complexas, como o fenômeno do aquecimento global, mas teimamos em não abrir mão do carro, do consumo desenfreado e de tantas outras benesses do mundo moderno? O planeta está mudando, e todas as pessoas, vegetarianas ou não, precisam se mobilizar para garantir um amanhã minimamente tolerável. Repensar hábitos, crenças e convicções é fundamental para a sobrevivência dessa Terra tão sofrida.
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Sucos
São 8 opções diferentes de sucos feitos com ingredientes não transgênicos, livres de agrotóxicos e sem conservantes
Orgânicos A
Agriculture Movements (IFOAM) ou pela Associação de Agricultura Orgânica (AAO). Esse conjunto de ações resulta em uma bebida saudável e refrescante, além de promover uma agricultura auto-sustentável. A Revista dos Vegetarianos selecionou 8 opções de diferentes produtores e empresas, que se preocupam com saúde, bem-estar e meio ambiente.
Foto: Tomaz G. Vello
cada dia se torna mais fácil encontrá-los. Seja na prateleira de uma loja natural, em um supermercado ou até mesmo no exterior. Os sucos orgânicos brasileiros estão fazendo sucesso inclusive nos EUA, Europa e Japão. A matéria-prima são as frutas cultivadas sem conservantes ou agroquímicos, certificadas pelo Instituto Biodinâmico (IBD), Ecocert Brasil, pela International Federation of Organic
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Feito somente com tangerinas ou laranjas orgânicas, o suco integral da empresa gaúcha Novo Citrus é 100% integral, sem adição de água e açúcar. Rico em vitamina C e refrescante, é ideal para os dias de calor. O produto é certificado pela Ecocert Brasil. Preço sugerido: R$8,50 (1 litro) e R$4,50 (500ml) Onde encontrar: (51) 3501-3971
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Novo Citrus
Econatura
Sem adição de açúcar e conservantes, o suco da Econatura é feito com uvas de cultivo agroecológico e certificado pela Ecocert Brasil. Agrada pelo sabor semelhante ao do vinho, mas sem o álcool. Segundo o produtor, o suco de uva tem efeito antioxidante e é capaz de inibir a oxidação do LDL, o colesterol ruim. Preço sugerido: R$12,90 (870ml) Onde encontrar: www.econatura.com.br
Tribal Açaí
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A polpa orgânica Tribal Açaí é cultivada por meio do Programa de Açaí Sustentável, com sede no Amapá. A Sambazon, empresa norte-americana responsável pela fabricação da polpa, também comercializa sucos da fruta amazonense em todo os EUA, onde o açaí tem feito enorme sucesso. Preço sugerido: R$4,80 (cada) Onde encontrar: (21) 2512-2365
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Maraú
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Famosa por sua groselha, a empresa paulista Milani oferece sucos orgânicos produzidos a partir de frutas selecionadas, colhidas em pomares certificados. Saborosos, densos e prontos para consumo, os sucos Maraú podem ser encontrados em cinco versões e dois tamanhos diferentes. Preço sugerido: R$ 7,50 (1litro) e R$ 2,80 (300ml) Onde encontrar: www.milani.com.br
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Aécia
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Foto: Tomaz G. Vello
A Associação dos Ecologistas de Ipê e Antônio Prado (Aécia) oferece 12 opções de sucos orgânicos, além de geléias, molhos e conservas. Tudo produzido por pequenos e jovens agricultores que acreditam no associativismo e na proteção ambiental. Preço sugerido: R$5,50 (1 litro) Onde encontrar: www.aecia.com.br
Vale do Thithamá
Foto: Tomaz G. Vello
O Vale do Thithamá produz desde 1987 sucos terapêuticos à base de clorofila que beneficiam a circulação sanguínea e previnem doenças cardiovasculares, além de combater o estresse e o cansaço físico. O de clorofila puro contém folhas de napier (espécie de capim), couve, trigo, aveia, alfafa e tanchagem (erva medicinal). Preço sugerido: R$15 (bisnagas de 40ml) Onde encontrar: (11) 6107-1995
Native ± Entre achocolatados, cafés e açúcar, a Native, propriedade da Usina São Francisco, oferece também suco de laranja orgânico em embalagens tetrapak de 200ml, ideal para a merenda das crianças, ou de 1 litro para acompanhar as refeições ou o lanche da tarde. Preço sugerido: R$1,49 (200ml) e R$5,99 (1 litro) Onde encontrar: 0800-555689
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Desenvolvidos para fornecer energia, além de serem nutritivos, os sucos da Betamix são oferecidos em nove sabores diferentes. Banana, morango e vegetais (alface, agrião, berinjela, beterraba, cenoura e espinafre) é uma opção, além de trigo germinado com abacaxi e hortelã. Preço sugerido: R$ 3,80 (360ml) e R$ 7,80 (1 litro) Onde encontrar: www.betamix.net RevistaVegetarianos.com.br
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Betamix
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Abóbora Fotos: Rodrigo Bari Produção: Aida Lima
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la era muito consumida por civilizações antigas, como os Incas e os Astecas. Rica em ferro, vitamina A e outros minerais, a abóbora serviu de base para cinco maravilhosas receitas, entre prato principal e sobremesa, formuladas pela chef Tatiana Cardoso, do restaurante Moinho de Pedra*, em São Paulo. Formada pela escola de culinária Natural Gourmet Cookery School de Nova York,Tatiana prepara seus pratos com a certeza de que uma culinária, além de agradar a alma e o corpo, não deve abrir mão do sabor e da beleza. Confira!
Espaguete Integral com molho Betacaroteno Ingredientes: 500g de espaguete integral grano duro 2 xícaras de abóbora japonesa picada 1 xícara de cenoura picada 1 xícara de beterraba picada 4 tomates inteiros sem pele picados Manjericão 2 dentes de alho Sal marinho Azeite de oliva Caldo de legumes Para as azeitonas marinadas: 100g de azeitonas chilenas picadas ao meio sem caroço
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2 colheres de sopa de azeite extra-virgem 1 colher de café de páprica picante 1 colher de café de mel Misturar tudo e separar Modo de preparo: Leve para a panela de pressão a abóbora, a cenoura e a beterraba com caldo de legumes suficiente para cobrir os ingredientes e uma colher de chá de sal. Cozinhe por 20 minutos ou até que estejam macios. Desligue e separe. Em uma panela, coloque um fio de azeite de oliva, o alho laminado e
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algumas folhas de manjericão. Doure levemente o alho e acrescente os tomates picados. Deixe cozinhar em fogo brando para reduzir sua própria água. Bata no liqüidificador os ingredientes da panela de pressão, ajuste o sal e acrescente aos tomates salteados. Coloque a cebolinha picada, o manjericão e as azeitonas marinadas e sirva com a massa quente, regando fartamente o prato com o azeite de oliva. Serve: 4 pessoas
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* Moinho de Pedra Rua Francisco de Moraes, 227 Mais informaçþes: (11) 5181-0581
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Canelone Integral com abóbora e espinafre Ingredientes: 500g de massa integral com linhaça para canelone 500g de abóbora japonesa picada com casca 1 maço de espinafre lavado e separado dos talos Manjericão Cebolinha francesa Azeite de oliva extra-virgem Para os tomates marinados: 1 bandeja de tomates cerejas orgânicos 3 colheres de sopa de azeite de oliva extra-virgem 1 colher de chá de shoyo Cebolinha francesa Manjericão 1 colher de chá de gengibre picado
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Misture todos os ingredientes e mantenha na geladeira até o momento de servir Para o azeite de coentro: ½ maço pequeno de coentro lavado e seco 200ml de azeite extra-virgem Escaldar o coentro em água fervente e imediatamente esfriá-lo em água fria. Leve ao liqüidificador com o azeite e bata até que fique homogêneo. Modo de preparo: Cozinhe a abóbora picada em cubos no vapor, até que fique bem macia ao garfo (aproximadamente 25 minutos em fogo médio). Leve o espinafre para saltear em uma frigideira com um fio de azeite e um RevistaVegetarianos.com.br
dente de alho picado. Desligue o fogo e coloque em uma peneira, pressionando para livrar toda a água contida no espinafre. Amasse a abóbora com um garfo até que vire um purê grosseiro, tempere com sal e azeite e cebolinha picada. Abra a massa do canelone e acrescente o purê e um pouco de espinafre. Feche a massa e repita o processo até terminar o recheio. Leve ao forno com caldo de legumes suficiente para cozinhar os canelones e não grudar no fundo da assadeira. Asse por 15 minutos em fogo alto coberto com papel de alumínio. Sirva quente com os tomates marinados e um fio de azeite de coentro. Serve: 4 pessoas
Acessórios usados nesta reportagem: Suxxar Cook, tel.: (11) 3032-0188
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Quibe de abóbora assado Ingredientes: 2 xícaras de trigo para quibe 1 kg de abóbora japonesa ½ xícara de cebolinha picada 1 colher de chá de pimenta rosa 1 colher de chá de sal marinho Recheio: 500g de tofu firme ½ xícara de cebolinha ½ xícara de hortelã 1 colher de chá de noz moscada Processar o tofu com o sal e a noz moscada. Misture com as ervas e azeite de oliva a gosto.
Modo de preparo: Deixe o trigo de molho com o mesmo volume de água por 20 minutos. Enquanto isso, asse a abóbora em forno quente com papel de alumínio por 25 minutos. Depois de bem assada, processe ou bata no liqüidificador. Misture o purê da abóbora ao trigo e tempere com o sal, pimenta rosa e azeite a gosto. Coloque metade dessa mistura em uma assadeira e recheie com o tofu temperado. Cubra com o restante da abóbora e asse em forno quente por 30 minutos. Sirva com nozes tostadas e azeite de salsa. Serve: 6 pessoas
Para o azeite de salsa: ½ maço pequeno de salsa lavada e seca 200ml de azeite extra-virgem Escalde a salsa em água fervente e imediatamente esfrie-a em água fria. Leve ao liqüidificador com o azeite e bata até que fique homogêneo.
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Bolo de abóbora Ingredientes da massa: 1 xícara de farinha de trigo integral 1 xícara de farinha de trigo branca ¾ de colher de chá de fermento ½ colher de chá de bicarbonato de sódio 1 colher de sopa de canela em pó ¼ de colher de chá de sal ½ xícara de purê de abóbora japonesa 1/3 de xícara de óleo de canola ¾ de xícara de mel ½ xícara cheia de leite de soja 3 colheres de sopa de gengibre 1 e ½ colher de chá de extrato de baunilha ¼ de colher de chá de suco de limão ou vinagre de maçã
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Para a compota de frutas secas: 1 xícara de uva passa branca 1 xícara de uva passa preta 1 xícara de damasco turco partido em 4 1 xícara de vinho doce Massala 1 xícara e meia de água ¼ de xícara de mel 1 canela em pau Raspas de laranja Raspas de limão Leve tudo ao fogo baixo e deixe cozinhar devagar. Deixe esfriar e separe. Para o Chantilli de tofu: 1 tofu firme (500g)
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½ xícara de mel (ou melado de cana) 2 colheres de chá de baunilha Uma pitada de sal marinho Modo de preparo: Pré aqueça o forno a 190 graus. Numa bacia, misture os ingredientes secos peneirados. Bata no liquidificador os molhados até ficar homogêneo. Misture ambos e leve em forma untada com óleo e farinha por 55 a 65 minutos. Desenforme e sirva quente com a compota de frutas secas e o chantili de tofu. Serve: 8 pessoas
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Salada Verde com lâminas de abóbora Ingredientes: 1 prato de folhas mistas 1 abobrinha italiana ralada apenas na área externa (descarte o interior) 1 pedaço pequeno de abóbora japonesa laminada Molho: 200ml de azeite extra-virgem 50ml de vinagre champagne ½ colher de sopa de mostarda Dijon 1 colher de chá de mel de laranjeira (ou melado de cana) ½ colher de chá de sal marinho Bata vigorosamente com um batedor tipo arame ou no liqüidificador até que fique homogêneo e cremoso.
Misture e leve ao forno quente por 7 minutos. Retire do forno e deixe esfriar. Guarde em um pote com tampa e utilize em saladas, sopas ou arroz integral. Modo de preparo: Leve ao forno quente as lâminas de abóbora com um fio de azeite por 10 minutos ou até que fique estaladiço. Deixe esfriar. Monte a salada com as folhas e as abobrinhas raladas. Disponha as lâminas de abóbora, salpique levemente com o mix de sementes e tempere com o molho. Serve: 1 pessoa
Para o mix de sementes e aveia: 1 colher de sopa de linhaça 1 colher de sopa de gergelim 1 colher de sopa de semente de girassol sem casca 1 colher de sopa de aveia prensada
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ALIMENTO DO MĂŠS
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Onde encontrar: A MĂŁe Terra Produtos Naturais comercializa as sementes em supermercados e lojas de produtos naturais de todo o Brasil. A embalagem de 200g custa cerca de R$6,40.
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Os campos onde ela é plantada são reconhecidos à distância devido ao amarelo vivo de sua flor. Mas não é só pela beleza que o girassol se tornou importante. Sua semente é rica em nutrientes e oferece bem-estar e saúde Nome O nome científico é Helianthus annuus, sendo que helianthus significa “flor do sol” e annuus, ano – já que o girassol é uma planta anual e seu replantio deve ser feito a cada 12 meses. Em inglês, ela é conhecida como sunflower. Já os habitantes dos Países Baixos chamam essa flor de solsikke. Em francês, é a tournesol que encanta pelo seu amarelo vivo. Em alemão, die sonnenblume. Em italiano, girasole. Em indonésio, bunga matahari e em espanhol, girasol...Com um “s” só.
Propriedades Medicinais Na medicina natural, suas flores e folhas são usadas para acelerar o processo de cicatrização de feridas e machucados, além de combater doenças da garganta e pulmonares. As sementes, ricas em ômega6 (veja mais no artigo da página 50), previnem problemas cardíacos e são recomendadas para o tratamento de esclerose múltipla. Já o óleo do girassol é a base de uma terapia que promete aliviar dores de cabeça, bronquite, tromboses, artroses, eczemas, úlcera de estômago, problemas intestinais, cardíacos e renais. Segundo o fitoterapeuta Luiz Carlos Costa Sequeira, que mantém um site a respeito de terapias alternativas (ahau.org), a terapia do óleo de girassol foi elaborada por um médico bacteriologista ucraniano, Dr. Karach, e divulgada em 1991. A técnica consiste em realizar bochechos, de 15 a 20 minutos, com o óleo vegetal obtido por meio de compressão a frio.“Ao colocarmos o óleo na boca ele é grosso, mas conforme vamos bochechando-o, ele vai se tornando cada vez mais fluído e branco. É nesse momento então, que devemos cuspi-lo”, informa Sequeira, que recomenda o uso de no mínimo uma colher de chá e no máximo, uma colher de sopa, de preferência antes do café-da-manhã.
Propriedades Nutricionais O óleo de girassol refinado vem ganhando a preferência dos consumidores graças aos baixos índices de gordura saturada, grande vilã das doenças cardíacas. Sem ser refinado, ele é utilizado na fabricação de sabonetes e velas. A semente contém gordura poliinsaturada (gordura de boa qualidade) vitaminas do complexo B, E, minerais, como fósforo, potássio, ferro, zinco e magnésio. Em 100 gramas são encontrados 30 gramas de fibras, 20 de proteína e 120mg de cálcio. Porém, além de muito nutritiva, a semente também é calórica: uma porção de 10 gramas contêm 60 kcal.
Curiosidades Pertencente à família das Compostas (Asteráceas), o girassol possui 920 gêneros e mais de 19.000 espécies. Nos EUA, a flor é símbolo oficial do Kansas onde ela cobre grande parte das planícies do Estado. Entre os incas, representava o terreno do sol e seu formato servia de modelo para as jóias de ouro confeccionadas por esse povo. Hoje, mais de 90% de sua produção mundial destinam-se à produção de óleo, somente 10% é utilizado como alimento.
Origem Arqueólogos afirmam que seu cultivo teve início no ano de 3.000 a.C, onde hoje se localizam os Estados do Arizona e do Novo México (EUA). No dia-a-dia, os indígenas da região aproveitavam praticamente todas as partes dessa flor. Das sementes, eles obtinham uma farinha rica em fibras e proteína e um óleo para tratar os cabelos, o caule fornecia fibras têxteis, as folhas eram utilizadas como alimento para os animais e de suas flores eles extraíam um tipo de corante. Acredita-se que o girassol chegou na Europa no século XIV, levado pelos espanhóis para servir como planta ornamentária. Mas foi na Rússia, no século XVIII, que se popularizou devido à adaptabilidade e resistência ao clima temperado das estepes do leste europeu. A partir de 1830, o país começou a produzir o óleo de girassol em larga escala e hoje é o maior produtor mundial, à frente da Argentina e dos EUA. Suas plantações ocupam cerca de 20 milhões de hectares ao redor do mundo e suas flores ficam mais bonitas sob temperaturas entre 18 e 30ºC.
Receita
Abobrinha recheada* Ingredientes 2 colheres de sopa de semente de girassol torrada, salgada e triturada 1 colher de sopa de gergelim integral branco 1 colher de sopa de shoyo 1 xícara de chá de arroz integral cozido 1 colher de sopa de cebola ralada 1 ramo de manjericão picado ½ xícara de chá de tofu em cubos 2 colheres de sopa de salsinha e cebolinha picadas
2 tomates 3 colheres (sopa) de azeite de oliva 4 abobrinhas italianas médias Modo de Preparo: Lave a abobrinha, retire a polpa e reserve. Cozinhe as canoas do legume por 3 minutos em água fervente, passe pela água fria e reserve. Doure a cebola em uma colher (sopa) de azeite, acrescente a polpa da abobrinha, o shoyu, o sal, o gergelim, a salsinha e
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a cebolinha, o arroz, o tofu, as sementes de girassol e reserve. Triture os tomates e leve-os ao fogo com o restante do azeite. Mexa bem até homogeneizar, acrescente o refogado e deixe cozinhar por 3 minutos. Preencha as canoas e decore com manjericão ou azeitonas. Serve: 2 pessoas
*Receita fornecida pela Mãe Terra Produtos Naturais www.maeterra.com.br
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Foto: Tomaz G. Vello Produção: Aida Lima
Sucos
Sucos Por Lelington Lobo Franco (lelington50@yahoo.com.br)
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Além de refrescantes, os sucos podem ajudar a combater o cansaço e outros males do dia-a-dia. Confira nas três receitas
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Suco diário para emagrecer
Suco Hidratante Suco e Desintoxicante Energético
Ingredientes: 1 e ½ xícara de mamão picado 1 e ½ xícara de abacaxi picadinho 2 litros de água 8 gramas do pó de ágar-ágar
Ingredientes: 1 fatia média de melancia, sem casca e sem sementes 2 raminhos de hortelã fresca Pedras de gelo
Modo de preparo: Bater muito bem no liqüidificador. Tomar um copo a cada hora, durante o dia todo, evitando no dia qualquer outra espécie de alimento. Usar esse suco duas vezes por semana.
Modo de preparo: Bata tudo no liqüidificador e tome logo em seguida.
Modo de preparo: Junte todos os ingredientes e bata-os no liqüidificador. Acrescente gelo. Propriedades: O gengibre, além de quebrar o doce das frutas, dá um gosto levemente picante e refrescante. Ele é um energético eficaz e regula o funcionamento do intestino, além de ser diurético. A água de coco contém mais de dez minerais, é refrescante e evita a desidratação. O guaraná traz diversos benefícios ao sistema cardiovascular, circulatório, nervoso central, ossos e músculos. Já a polpa do açaí é um alimento energético que contém carboidratos e potássio, para produção de energia essencial; proteínas, para o desenvolvimento do músculo; fibras, para as funções intestinais; antocianos, para o controle do colesterol; ferro, para a oxigenação do sangue; e cálcio.
* Os sucos não substituem medicamentos nem orientações médicas.
Propriedades: O abacaxi é diurético e contém muitas fibras, o que controla o peristaltismo intestinal evitando a prisão de ventre. O mamão contém papaína, uma substância importante para o bom funcionamento do aparelho digestivo. É uma fruta com propriedades laxativas e calmantes, sendo indicado às pessoas que têm estômago delicado, ótimo para quem esteja fazendo regime de emagrecimento ou que deseje manter o peso. A gelatina vegetal de ágarágar é mais saudável que a tradicional e é rica em sais minerais.
Propriedades: A melancia apresenta baixa caloria. Uma fatia média tem apenas 50 kcal. Com grande quantidade de líquido, ela hidrata e é diurética, eliminando líquidos e toxinas do organismo. Sua polpa vermelha é rica em licopeno, poderoso antioxidante que está rendendo à fruta a fama de rejuvenescedora. Portanto, use e abuse da melancia em fatia ou suco. Já a hortelã auxilia na digestão, na eliminação de gases e de secreções do pulmão. É, também, indicada para combater estresse e insônia.
Ingredientes: 10g de guaraná em pó 50g de polpa de açaí 500ml de água de coco 1 colher (sobremesa) de gengibre fresco picado
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Por: Dr. George Guimarães
ARTIGO
nutricionista especializado em dietas vegetarianas e diretor da nutriVeg www.nutriveg.com.br
A importância do ômega-3
na dieta vegetariana
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primeiros, o destaque fica para os óleos de girassol, milho e gergelim. Já para o w3, encontramos boas fontes nos óleos de linhaça, nozes e canola. O nutriente em risco de deficiência é o w-3 e é ele que merece a nossa atenção no planejamento da dieta vegetariana. No entanto, para um bom aproveitamento do w-3, é necessário observar também a ingestão do w-6. Acontece que a dieta vegetariana tende a ser deficiente em w-3 ao mesmo tempo em que excede em w-6. Apesar do w-6 também ser um nutriente essencial, se a relação de w-6 para w-3 (w6:w-3) estiver muito alta, isto prejudica a utilização do w-3, pois ambos competem pelas mesmas enzimas no metabolismo.
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(...) a ingestão de ômega-6 deve ser 4 vezes superior à ingestão de ômega-3 (4:1), mas é comum observarmos na dieta vegetariana uma relação extremamente elevada de 16:1(...)
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á houve um tempo em que a dieta vegetariana era questionada com relação à sua adequação de proteínas, assim como era sobre o ferro. Atualmente, já é bem conhecido o fato de que os erros nesses aspectos da dieta vegetariana são muitíssimo raros, dando espaço para questionamentos mais legítimos. Mais recentemente, com o advento do veganismo, o cálcio ainda goza do seu momento de atenção e, ao mesmo tempo em que sabemos que uma dieta vegana é perfeitamente viável, sabemos que é necessário algum planejamento para garantir a ingestão adequada desse mineral. Por último, a questão acerca da nutrição vegetariana que tem recebido com legitimidade a maior atenção nos últimos cinco anos é a da vitamina B-12. Mas pouco se fala sobre o papel que os ácidos graxos essenciais desempenham na dieta vegetariana. Existem dois ácidos graxos em especial que merecem a nossa atenção: os ácidos graxos ômega-3 (w-3) e ômega-6 (w-6). Esses são ácidos graxos essenciais, o que significa que eles não podem ser sintetizados pelo organismo humano, devendo assim ser obtidos através da dieta. Sua função é importante para todos os tecidos do nosso organismo, inclusive o cérebro, e sua deficiência pode causar alterações nos rins, fígado, retina e sangue, reduzir as taxas de desenvolvimento infantil e afetar negativamente a função imunológica. Uma ingestão adequada, por outro lado, previne contra doenças circulatórias, artrite, depressão e retardo no desenvolvimento, entre outros. Na dieta vegetariana, os ácidos graxos essenciais têm como principal fonte os óleos extraídos de alimentos vegetais (o termo graxo significa gordura). Mais precisamente, o w-3 e o w-6 são gorduras poliinsaturadas. Portanto, os óleos ricos em gordura saturada (coco, dendê, palma) não são boas fontes e nem tampouco são os óleos ricos em gordura monoinsaturada (azeite de oliva). Em se tratando dos óleos ricos em gorduras poliinsaturadas, devemos diferenciar quais são mais concentrados em w-6 e quais são melhores fontes de w-3. Para os
Em outras palavras, se houver w-6 demais, o w-3 sai prejudicado. Para cuidar da ingestão do w-3, faz-se necessária não apenas a inclusão de boas fontes de w-3, mas também uma redução nas fontes de w-6. Idealmente, a ingestão de w-6 deve ser 4 vezes superior à ingestão de w-3 (4:1), mas é comum observarmos na dieta vegetariana uma relação extremamente elevada de 16:1, chegando a até 32:1. Na dieta onívora, o w-3 é geralmente fornecido por peixes oriundos de águas frias e o w-6 é fornecido pelos alimentos vegetais e seus óleos. Com a presença de uma boa fonte animal de w-3, uma dieta onívora típica permite um bom equilíbrio entre esses dois ácidos graxos essenciais. Já na dieta vegetariana, a ingestão de w-6 tende a ser muito superior à ingestão de w-3 e é por esse motivo que as fontes de w-3 devem ser enfatizadas. Uma boa estratégia a ser adotada por vegetarianos é incluir na dieta uma boa fonte daquilo que desejamos ao mesmo tempo em que RevistaVegetarianos.com.br
reduzimos as fontes daquilo que é excedente. Isso pode ser realizado com a adição de uma colher (de chá) do óleo de linhaça (prensado a frio e adicionado ao alimento depois de pronto) à dieta diária. Soma-se a esta estratégia a substituição dos óleos ricos em w-6 pelos óleos ricos em w-3 (escolha o óleo de canola no lugar do óleo de girassol ou milho). A adoção dessas duas estratégias bastante simples proporciona uma melhora (redução) significativa na relação w-6:w3, trazendo-a mais próxima da relação ideal de 4:1. Alguns céticos insistem que o w-3 presente nos alimentos vegetais não é tão bem aproveitado quanto o w-3 oriundo dos alimentos de origem animal. Este argumento parte do fato de que os w-3 presentes nos alimentos de origem animal apresentam-se na forma de cadeias mais longas, que são uma forma mais refinada do ácido graxo. Esses resultam da ação de enzimas peculiares ao metabolismo animal e o organismo humano é tão capaz de transformar as formas mais brutas do w-3 nas formas de ácidos graxos de cadeia mais longa quanto os outros animais. Com isso, é correto dizer que os alimentos vegetais não fornecem (com raras exceções) EPA e DHA, que são essas formas do w-3 de cadeia mais longa, mas uma vez que o organismo humano converte o ácido alfa-linolênico (w-3 vegetal) em EPA e DHA (w-3 animal), o fato de a dieta vegetariana ser deficiente em EPA e DHA se torna irrelevante. A questão da ineficiência na conversão do w-3 torna-se uma questão legítima apenas quando a relação w-6:w-3 está muito elevada, pois nesse caso as enzimas envolvidas no seu processamento não serão capazes de desempenhar a sua função apropriadamente. Mas como vimos no parágrafo anterior, as estratégias para sanar esse problema são conhecidas e são tão simples de serem aplicadas quanto são eficientes. O cuidado para garantir a ingestão de quantidades suficientes de w-3 e reduzir a ingestão de w-6 deve ser redobrado durante a gestação, lactação e infância, pois um desequilíbrio na ingestão desses ácidos graxos pode afetar severamente o desenvolvimento da criança e do feto.
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Queijos X Coalho Ilustração: Izabel Donaire
Entenda como são produzidos os queijos e veja quais as opções que não levam coalho de origem animal em sua composição
Por Priscila Gorzoni queijo é um dos mais antigos alimentos preparados pela humanidade. Atualmente, apesar de a maioria deles conter a quimosina (extraída do estômago do bezerro), que faz o leite coagular, desde 1991 existem no Brasil os queijos feitos com coalhos genéticos ou de microorganismos modificados. Estima-se que o coalho de origem animal seja utilizado em 80% dos queijos fabricados no Brasil. Os coalhos microbianos, que não usam elementos animais por sua vez, são utilizados apenas em uma pequena parcela (20%) da fabricação de queijos. "Porém, não existe indicação na maioria dos rótulos do uso dos coalhos genéticos", explica Alda Lerayer, diretora executiva do CIB (Conselho de informações sobre Biotecnologia). A única forma de descobrir qual queijo tem coalho genético é consultando o SAC da fabricante ou tendo a sorte de encontrar essa informação nos ingredientes.
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UM POUCO DE HISTÓRIA A arte da fabricação de queijos tem seu início há mais de 12 mil anos antes do nascimento de Cristo. Em épocas pré-históricas, Kanana, um legendário mercador viajante da Arábia, atravessava o agreste da Ásia quando, já cansado, depois de uma áspera subida sob o Sol, fez uma pausa para restaurar as forças e se alimentar. Tinha trazido como alimento tâmaras secas e, dentro de um cantil feito de estômago seco de carneiro, leite de cabra. "Curioso, o viajante cortou o cantil e viu, para sua surpresa, que o leite tinha se transformado em uma coalhada branca. O coalho existente no estômago parcialmente seco do carneiro havia coagulado o leite", relata Ariene Gimenes Fernandes Van Dender, pesquisadora científica da Tecnolat e ITAL (Instituto de Tecnologia de Alimentos). Isso se passou há milhares de anos e ainda hoje faz-se o queijo coagulando o leite com coalho animal ou vegetal. A técnica da queijaria modernizou-se no decorrer do tempo. Utilizam-se, em alguns queijos, esporos de fungos n' água e adicionados ao leite. Os egípcios foram os primeiros a cuidar do gado e tiveram no leite e no queijo, fonte importante de sua alimentação. Entretanto, os romanos elevaram o nível do queijo, transformando-o de simples alimento para uma iguaria indispensável nas refeições e banquetes imperiais. "Embora muito reconhecido o uso de sacos feitos com estômago de animais para armazenar o leite, os romanos já utilizavam coagulantes de origem
Etapas da Fabricação Apesar de toda a evolução, o queijo continua sendo a velha mistura. "Um derivado do leite concentrado através da coagulação e da eliminação da parte líquida (soro). Esses processos de coagulação e de eliminação do soro se convertem em todas as variedades de queijos", diz Fernanda Pisciolaro, Nutricionista. 1. Processamento do leite: nesta etapa é feita a escolha do leite e a verificação da sua qualidade. O leite é levado ao pasteurizador, que elimina as bactérias nocivas. 2. Separação do coalho: depois de pasteurizado, o leite
é tratado de modo a formar uma substância esponjosa, com a consistência de pudim, chamado coalho. Para se obter o coalho, aquece-se o leite a uma temperatura de 30 a 36°C e mistura-se a ele o fermento lático, cuja ação torna o leite azedo. Depois, acrescenta-se a quimosina (extraída do estômago do bezerro), que faz o leite coagular. Uma vez formado o coalho, elimina-se a parte líquida (o soro) por escoamento. O coalho fica, então, em repouso até formar uma massa sólida: o queijo, que é então dividido em pedaços e salgado. É armazenado em barris ou formas de metal, vedados por
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uma espécie de gaze, e pressionado por uma prensa por várias horas. O queijo é retirado e seco por três ou quatro dias. 3. Maturação: também chamada cura, permite ao queijo adquirir seu sabor e consistência particular. Em geral, o queijo é envelhecido em locais com umidade e temperatura controladas. O período de envelhecimento varia de acordo com cada tipo de produto. 4. Embalagem: depois de curado durante o tempo necessário, o queijo é embalado em formas e tamanhos diversos.
Os coalhos microbianos, que não usam elementos animais por sua vez, são utilizados apenas em uma pequena parcela (20%) da fabricação de queijos (Alda Lerayer)
vegetal (da figueira e do cardo)", lembra Maricê Nogueira de Oliveira, professora do departamento de tecnologia Bioquimico-Farmacêutica da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo. A partir da Idade Média, a fabricação de queijos finos ficaria restrita aos mosteiros católicos, tanto que o
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nome “queijo” deriva do termo medieval formatium, ou "queijo colocado na forma". No século XIX, aconteceu o grande boom no consumo do queijo e sua produção passou a ser industrial e pasteurizada. O queijo concentra a parte mais nutritiva do leite: proteínas, gorduras, vitaminas A e D, sais minerais, como potássio, zinco, selênio, fósforo e cobre. "A composição varia de acordo com o tipo de leite empregado para a fabricação mas, geralmente, 100g de queijo contêm 30g de proteínas (que representam 40% da necessidade diária de um adulto), 31g de gorduras (30% da necessidade diária), 0,6g de fósforo (50% da necessidade diária), e mais de 1g de cálcio (quase a necessidade diária de um adulto)", relata Ariene. Há queijos especiais com pouca gordura, indicados para redução de peso, portadores de doenças cardíacas, na prevenção de osteoporose e perda óssea na menopausa.
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ALIMENTAÇÃO
Tipos de Queijo
Brie: De origem francesa, o queijo Brie é fabricado no Brasil, com a mesma tecnologia do queijo Camembert. É um queijo de massa macia e quebradiça, maturado externamente por Penicillium Candidun, que lhe confere sua característica casca branca aveludada. Em geral, produzidos em processos manuais, a partir de pequenas quantidades de leite. Camembert: Também de origem francesa, o Camembert é um queijo de presença crescente no Brasil. Apresenta casca aveludada, fabricado com leite de vaca, sabor intenso e levemente picante. Cheddar: O queijo Cheddar é originário da Inglaterra. No Brasil, é mais encontrado sob a forma de queijo processado fundido. O tradicional é duro, prensado, tem formato de tambor, com cerca de 28 kg e é amarrado com uma bandagem para garantir casca boa e dura, de cor marrom acinzentada. Seu interior é amarelo-ouro, que escurece de acordo com o envelhecimento do queijo. Quando envelhece, o sabor de nozes fica mais forte e ganha uma picante acidez. Feito de leite de vaca, contém cerca de 48% de gordura. Cottage: O queijo Cottage é um queijo muito popular nos Estados Unidos e recentemente sua oferta e consumo vêm aumentando no Brasil. Consiste basicamente em grãos da coalhada, imersos em uma mistura de creme e sal. Edam: Trata-se de um queijo de massa semidura, produzido a partir de leite de vaca gordo ou semidesnatado, com formato esférico (forma de uma bola). A casca é pouco percebida, coberta com uma cera vermelha. O sabor adocicado e suave lembra nozes. O Edam revestido com cera preta significa que foi maturado por pelo menos 17 semanas. Emental: Produzido com leite de vaca, tem pasta cozida e prensada, sabor suave, levemente adocicado, massa com buracos, casca escovada e dura. Pertence ao grupo que, no Brasil, genericamente chamamos de queijos suíços. É um queijo semi-duro, de longa maturação, de sabor ligeiramente adocicado e um pouco frutado.
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Estepe: Com sabor que fica entre o suave e o picante, este queijo macio e "esburacado" apresenta uma textura semi-dura e massa semicozida, de cor amarelo-palha, com sabor frutado ligeiramente doce. Originário das estepes russas, este queijo é fabricado a partir do leite de vaca. Gorgonzola: O queijo Gorgonzola é de origem italiana e caracteriza-se por maturação com Penicillium roqueforti, que confere aos queijos seus veios azulados. Apresentam massa úmida com veios azuis esverdeados, textura macia, um pouco pastosa e quebradiça. Têm sabor pronunciado e característico, ligeiramente salgado. Seu ponto ideal de maturação é ao redor de 45 dias após a fabricação. Gouda: Massa firme e prensada, textura lisa com pequenos buracos, sabor de avelã. O queijo Gouda, conhecido mundialmente, é de origem holandesa. No Brasil, é um queijo produzido de forma similar ao queijo prato, mas tem características típicas como massa mais untuosa, sabor suave ligeiramente adocicado, textura macia e casca fina. Mussarela: Originário das províncias de Salermo e Castela (Itália), a Mussarela antigamente só era fabricada a partir de leite de búfala. Hoje, dada a sua grande aplicação culinária, é fabricada a partir de leite de vaca. Há várias tecnologias para sua produção, por isso são encontradas em diferentes variações. Parmesão: Sua textura é firme e o sabor forte. Na Itália, o queijo é conhecido como Grana, Parmegiano-Reggiano ou Grana Padano e é maturado de 1 a 3 anos, quando se torna macio e quebradiço. No período da maturação, os queijos devem ser virados a cada 3 dias nas primeiras semanas e a cada 7 dias durante o resto da cura. Em geral são maturados apenas por 6 meses embora, hoje, já se fabrique, no Brasil, queijo tipo grana, com 12 meses de maturação. Prato: O queijo Prato é um dos mais consumidos no Brasil. Foi introduzido no sul de Minas Gerais por dinamarqueses. É um queijo de massa macia, de cor amarelo clara e sabor suave.
Minas Frescal tem alto teor de umidade, massa branca, consistência mole, textura fechada com algumas olhaduras irregulares, sabor suave a levemente ácido. É obtido da simples coagulação do leite com ácido láctico ou fermento. Queijo Padrão: Trata-se provavelmente de um dos queijos brasileiros mais antigos. Apresenta um sabor pronunciado, ligeiramente ácido com algumas olhaduras irregulares. Existem outros queijos de características similares porém feitos a partir de leite cru, conhecidos como queijo do Serro, da Canastra e queijo de coalho. Requeijão: O Requeijão é um queijo tipicamente brasileiro. À massa da coalhada são acrescentados creme de leite, água e sais fundentes. Pode se apresentar cremoso ou para corte. São envasados ainda quentes. Ricota: A ricota, que é de origem italiana, é obtida a partir da acidificação do soro do leite, rico em albumina e lactoglobulina que se precipitam e formam a massa. Nas ricotas para fins culinários, pode-se acrescentar creme de leite à massa. Sua textura é leve e granulosa e tem alta digestibilidade. Pode ser encontrada defumada ou condimentada. Roquefort: É produzido com leite de ovelha nãopasteurizado ao qual é adicionado o mofo Penicillium Roqueforti. A umidade e a quantidade de ar no local de maturação, necessárias para que o mofo se desenvolva no queijo, são rigorosamente controladas. Tofu: O tofu é fabricado reduzindo a purê os grãos de soja que foram reidratados em água durante 24 horas. Esse purê, acrescido de água, é cozido em fogo lento e depois coado. O tofu é feito a partir da coagulação desse leite de soja. Usa-se um coagulante natural, o cloreto de magnésio, obtido da água do mar e facilmente encontrado em farmácias. Nesse estado, ele pode ser prensado e originar o tofu duro (momen), ou ser deixado nessas condições, o que resulta em um tofu de textura cremosa (kinu). Para cozinhar é recomendado o duro, que é mais fácil de trabalhar.
Provolone: O queijo Provolone originou-se na Itália, onde é encontrado em diversos tamanhos com sabor variando do picante ao doce. Os queijos provolone são amarrados com cordas ou redes sintéticas e secam pendurados. Depois são defumados até se obter a cor desejada da casca. Queijo-de-minas: É um dos queijos mais populares do Brasil. O queijo
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Há milhares de tipos de queijos fabricados ao redor do mundo. "Só na França existem mais de 400 tipos. No Brasil, os queijos preferidos pelos consumidores são do tipo mussarela, requeijão, prato, minas frescal, minas padrão, provolone e parmesão", indica Fernanda. "Os tipos de queijo diferem em alguns pontos: na matéria-prima (tipo de leite), se após a coagulação sofrem cozimento, se é adicionado algum tipo de corante, tipo de maturação e outros aspectos", exemplifica Maricê.
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O VILÃO A coagulação do leite é uma das partes mais importantes na produção de queijo. "O coalho é constituído por duas enzimas, a quimosina (80%) e a pepsina (20%). Além da propriedade coagulante, o coalho possui ainda propriedades proteolíticas, desdobrando a caseína e, por conseqüência, atuando sobre a maturação do queijo", ensina Maricê. Existem vários tipos de coalho para a fabricação de queijos. O mais utilizado é o de origem animal (enzimas digestivas de vitelo, cabrito ou cordeiro), e os queijos mais famosos e os importados são feitos a partir deste coalho. Apenas alguns produtores optam pelo coagulante de origem vegetal (Cardo - Cynara cardunculus L.). No mercado, ainda encontram-se coalhos de origem microbiana e os genéticos. "As características destes coalhos comerciais são definidas pela sua pureza bacteriológica, conhecimento exato da sua força, e respectivo poder de conservação", enfatiza Maricê. Animal: nele, a enzima quimosina é retirada do estômago de bezerros recém nascidos. "Atualmente, devido à alta demanda, passou a ser extraída de estômagos de animais adultos. Dessa forma, esse coalho não é puro, contém 15% de pepsina, além da quimosina, o que pode causar irregularidades na qualidade dos queijos", exemplifica Alda. Esses coalhos incluem também pepsinas bovinas, suínas e de frango. "A pepsina bovina é utilizada com coalho de vitela em misturas na confecção de queijos
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A pepsina bovina é utilizada com coalho de vitela em misturas na confecção de queijos Dutch, Cheddar e Swiss
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(Maricê Nogueira de Oliveira)
Dutch, Cheddar e Swiss. A pepsina suína, quando utilizada na produção de queijo Cheddar, origina um sabor amargo no queijo curado. Na produção de queijos Cheddar, quando usada com coalho de vitela, obtêm-se características organolépticas semelhantes aos queijos produzidos somente com coalho de vitela", exemplifica Maricê. Infelizmente, essa prática está atrelada à indústria da Vitela, das mais combatidas não só entre os vegetarianos mas também pela comunidade ambientalista. Muitas empresas utilizam os coalhos animais (informações confirmadas via SAC):Teixeira,Tirolez, Crioulo,Vigor, Latco/Crioulo e Keijobon. A Polenghi, como trabalha com matéria-prima de outras fábricas para os queijos fundidos, não garante a origem em todos os produtos, mas em alguns não se usa coalho ou o coalho é genético. Muitas marcas que trabalham com exportação utilizam o coalho animal pois, existe um padrão internacional que considera somente queijos ditos finos os com
Como guardar De maneira geral, guarde o queijo em ambientes que não estejam sujeitos a correntes fortes ou excesso de luminosidade. Somente os queijos brancos e frescos (de massa mole), como a ricota, queijode-minas e etc, devem ser guardados na geladeira. Eles devem ser embrulhados em papel-alumínio e colocados distantes de congelados. Como o queijo é um alimento "vivo", que sofre
constantemente a ação dos microorganismos, aqueles de massa muito delicada, como o Camembert ou o Roquefort, não podem ser guardados na geladeira, pois o frio retarda a ação dos microorganismos, tornando-os sem sabor. Os queijos de massa meio dura e seca não têm problemas de conservação e podem ser guardados em locais arejados e frescos. Os de massa muito seca devem ser conservados em
local escuro, fresco e embrulhados em tecido umedecido com água ligeiramente salgada. Em geral, a melhor forma de guardar queijos é colocá-los em queijeiras bem arejadas e sem tampa. O mofo que se forma na casca do queijo é natural, e este deve ser removido com um pano embebido em salmoura. Nunca congele queijos, pois afetará seu sabor e textura.
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Dicas para não consumir coalho animal Ler os rótulos Utilizar o Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC) das empresas
Eleger uma marca de confiança Fazer verificações periódicas e ter certeza do que se está colocando à mesa
Ao comer na rua ou comprar congelados que levem queijo, cuidado redobrado
Pergunte no estabelecimento que marca é utilizada ou evite o consumo fora de casa de queijos com coalho Em pizzarias, escolha coberturas 100% vegetais ou troque a mussarela por ricota ou catupiry.
ingredientes animais, mesmo esses dotados de crueldade. Genético/Microbiano: os queijos produzidos com esse coalho são os únicos aceitos pela União Vegetariana Internacional (IVU). A aprovação desse coalho levou 10 anos porque, antes que de ser colocado no mercado, foram feitos testes intensivos de biossegurança alimentar e ambiental. "Essa clonagem foi feita no início dos anos 80 pela Pfizer (e depois pela CHr. Hansen e Danisco – na verdade um dos produtos hoje pertence à Danisco, mas não foi feito por ela) e aprovada para uso pelo FDA e outras agências de segurança alimentar no final da década de 90", elucida Lerayer. Esse coalho nasceu de pesquisas de manipulação genética que introduziram o DNA para produção de quimosina em alguns microorganismos (Kluyveromyces lactis, Aspergillus niger var awamori e uma variante da bactéria Escherichia coli). "São os microrganismos comumente utilizados na alimentação que receberam uma cópia do gene bovino. Dessa forma, a quimosina
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ALIMENTAÇÃO
Vegetal: raro em processos industriais, tem origem em plantas como as folhas de figo, o melão, alguns tipos de semente, flores e até mesmo limão. Algumas opções feitas com esse tipo de coalho são os importados portugueses das regiões de Serra da Estrela, de Serpa, de Évora e de Castelo Branco (queijo de leite de ovelha, coalhado pela flor da Cinara cardunculus L.). Esses queijos vêm de tempos que remontam à ocupação da Península Ibérica pelos Romanos, havendo portanto uma tradição nacional sobre a utilização desse coalho de origem vegetal. "As propriedades tecnológicas do cardo não se afastam das de outros coagulantes vegetais e pode dizer-se que na fabricação do queijo Serra da Estrela, assim como de outros queijos de ovelha, é o coagulante preferencial", diz Maricê.
Não são poucos os motivos para você que consome queijos optar em deixar de fazê-lo. As indústrias de queijos que produzem o alimento usando coalhos animais fazem verdadeiras crueldades com os animais. Então, pense bem antes de comprar o queijo que irá consumir. Atualmente uma vaca produz dez vezes mais leite do que a sua natureza permitiria. São tratadas como máquinas: não tomam sol, não amamentam seus filhotes, recebem doses de hormônios, sofrem dor e algumas até infecções. Depois, quando já estão exaustas, são abatidas. A vitela, muitas vezes
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usada no coalho animal, é um alimento que vem de muito sofrimento do bezerro macho, que desde o primeiro dia de vida, é afastado da mãe e trancado num compartimento sem espaço para se movimentar. O mercado de vitelas nasceu como subproduto da indústria de laticínios que não aproveitava grande parte dos bezerros nascidos das vacas leiteiras. Outros azarados são os porcos, também usados nos coalhos animais. Eles não têm espaço nem para deitar confortavelmente. São confinados do nascimento ao abate. As gestantes são forçadas a parir atadas a uma fivela, apertadas na baia. O
Alguns tipos de queijo podem ser produzidos sem o uso do coalho, como o requeijão, Catupiry, ricota, cotagge, chancliche (...)
Sem coalho: Alguns tipos de queijo podem ser produzidos sem o uso do coalho, como o requeijão, Catupiry, ricota, cotagge, chancliche, cream cheese, panir, a maioria dos requeijões de copo, queijos caseiros produzidos a partir do iogurte, o queijo mascarpone e alguns tipos de queijos fundidos. Até mesmo os queijos obtidos por fermentação láctica podem
abate é parecido com o de bovinos, com a diferença que o atordoamento é feito com um choque elétrico na cabeça e que o animal é jogado num tanque de água fervendo após o sangramento, para facilitar a retirada da pele. Ao invés de prevenir a osteoporose (como se acredita), o leite e seus derivados podem, na verdade, contribuir para causá-la, já que sua carga excessiva de proteínas contribui para a perda da massa óssea. Em todo o mundo, os países que mais consomem leite e derivados são os países em que se observa maior incidência de osteoporose.
ser acrescidos de pequenas quantidades de enzimas coagulantes, como é o caso do queijo tipo quark. A Associação Brasileira das Indústrias de Queijo (ABIQ) faz um trabalho de fortalecimento do setor e divulgação de informações sobre as propriedades nutricionais e a qualidade dos queijos fabricados no Brasil. A ABIQ publicou o folheto "Queijo todo dia é vida mais sadia", contendo as principais informações sobre os valores nutritivos do produto, benefícios para a saúde, respostas às dúvidas sobre seu consumo e ainda tabela sobre os teores médios de gorduras totais e saturadas e de colesterol dos queijos e de outros alimentos. O queijo Minas, por exemplo, pode ser fabricado com coalho animal, microbiano ou genético ou ainda, a coagulação, do leite pode ser obtida com uso de acido láctico. A escolha do tipo de coalho depende da fábrica onde o queijo é produzido e da matéria-prima utilizada. Assim, a orientação é ler sempre o rótulo.
Outro alimento que engana A gelatina encontrada em sobremesas, geléias de frutas, doces gelatinosos, alguns iogurtes, certos sorvetes e artigos de confeitaria é feita de ligamentos, tendões e ossos de animais. Em vez deles, escolha produtos
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preparados com goma guar ou, se fizer sua gelatina, opte pela substância alternativa chamada agar-agar, derivada de algas. Vende-se agar-agar em fios semelhantes a macarrão, em pó ou em barras compridas, e sua cor
geralmente é esbranquiçada. Algumas gelatinas casher são feitas de agar-agar, mas a maioria não é.
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Cozinha Light: Receitas fáceis e práticas TOFU,Yukiko Moriyama, Editora Japan Brazil Communication. Aprenda a fazer queijos: um guia de autosuficiência, Editora Três. Pequeno dicionário da gula, Márcia Algranti, Editora Record. Comida vegetariana para crianças, Sara Lewis, Editora Madras. A ética da alimentação, Peter Singer, editora Campus. Cozinha vegetariana e com fibras, Michael Smith, Editora Girassol.
* Fontes: Instituto Nina Rosa, PETA e VEDDAS
Alguns motivos para não comer queijos
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produzida é 100% pura, eliminando os problemas de proteólise acentuada e o sabor amargo da enzima produzida por microrganismos ou extraída de estômagos de bovinos adultos", diz Alda. Há também outras substâncias coagulantes, diferentes da quimosina, obtidas do fungo Mucor miehei e da bactéria Bacillus subtilis ou Bacillus prodigiosum. Esse é o tipo de coalho mais utilizado por seu fácil controle laboratorial mas, até o momento, somente é confirmada a sua presença nas marcas Yema (queijos parmesão e provolone, que não são adequados para ovo-lacto vegetarianos pois levam como coadjuvantes a pepsina bovina e a lipase de carneiro). A marca Polenghi confirmou através de seu SAC que os seguintes queijos ou não levam coalho ou utilizam o de origem microbiana: Reino, Frescatino, Camembert, Brie, Cream Chesse, Allouete (todos), Gorgonzola (Skandia, Campo Limpo, Polenghi Selection ou Crem A'zur). "Entre os coalhos de origem microbiana, os mais utilizados são os de M.miehei e M.pusillus, tendo sido obtidos resultados satisfatórios na produção de queijos tipo Cheddar, Gouda e Edam", ressalta Maricê.
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DÚVIDAS
Perguntas & Respostas Tire aqui suas dúvidas sobre nutrição com o Dr. George Guimarães
A freqüência tolerada para o consumo do extrato de soja e de outros derivados da
Extrato de Soja: sua ingestão ideal varia de acordo com muitos fatores individuais
leguminosa varia de acordo com muitos fatores individuais (como genética e idade) e de processamento do produto. Sobretudo, se o extrato de soja pode ou não ser consumido diariamente, depende do restante dos alimentos derivados da soja que você está consumindo ao longo do dia. Não é possível determinar se um alimento é excessivo ou não sem antes saber o que mais está sendo consumido. Em geral, uma porção de 100 gramas de tofu acompanhada de um copo de extrato (“leite”) de soja é uma quantidade muito bem tolerada pela maioria das pessoas. Com relação ao processamento, quase sempre há perda nutricional e a soja não é exceção. São raros os casos onde haja ganho nutricional em face do processamento. O licopeno, fitoquímico presente em alimentos vermelhos (tomate, goiaba vermelha, melancia), é um exemplo de ganho (aumento da quantidade) quando o alimento é submetido ao calor. Mas este não é o caso da soja. Dentre os seus derivados, o tofu é o alimento que tem o seu valor nutricional melhor preservado. Não é à toa que ele é também o derivado da soja que apresenta menor vida de prateleira. Assisti a um programa na TV sobre alimentação vegetariana,
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Tofu: é o derivado da soja com melhor valor nutricional
onde você estava explicando sobre a substituição de alimentos de origem animal (carnes, leite, ovos, queijos, gelatinas) por alimentos à base de soja. Eu preparo proteína de soja e leite de soja. Isso está adequado? Anderson Santos, Sorocaba, SP A substituição das carnes pela proteína texturizada de soja (PTS) e do leite de vaca pelo extrato (ou "leite") de soja deve ser vista como uma substituição culinária, e não nutricional. O leite de vaca é fonte de cálcio, enquanto o extrato de soja não é. Já o último é fonte de ferro, o que o primeiro não é. Como a PTS é uma boa fonte de proteínas, esta não deve ser consumida com freqüência superior a três ou quatro vezes na semana. Como foi o tema do artigo de nutrição da edição número 4 da Revista Vegetarianos, a
Fotos: Val[erio Romahn
As opiniões que ouço a respeito do extrato de soja (leite de soja) são muito diversas e me deixam confuso. Alguns alegam que o extrato de soja pode ser consumido diariamente sem nenhuma contra-indicação. Por outro lado, alegam que a acidez da soja é inviável ao nosso organismo caso consumida todos os dias, ou que ela perde muito de seu fator nutricional em detrimento dos processo que ela enfrenta até ser empacotada e comercializada. Andrey Bernardes, por e-mail
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noção da substituição de um alimento animal por outro alimento vegetal não é uma abordagem eficiente. Para a adequação da dieta, faz-se necessária uma revisão global do cardápio, pois não há substitutos entre os reinos que equivalham exatamente pelo outro. Há quase dois meses parei de consumir carne de frango, pois era única carne que consumia. Estou com dúvidas, pois não sei como proceder para ser uma vegetariana. Tenho comido soja, mas não sei se estou ingerindo a quantidade necessária de proteína para meu organismo. Eu estou abaixo do meu peso ideal e gostaria de saber se emagrecerei ainda mais? Daniella Freitas, por e-mail Para adotar uma dieta vegetariana equilibrada é necessário muito mais do que incluir a soja na alimentação. Outras fontes de proteína são as outras leguminosas, como o grão-de-bico, a lentilha, a ervilha e os feijões. As castanhas e as sementes completam as boas fontes de proteína, especialmente para quem está abaixo do peso, pois junto com elas são fornecidas calorias concentradas em uma gordura de boa qualidade. A quantidade adequada de proteínas irá variar de acordo com o seu peso, idade e atividade física. O mais importante é variar as fontes ao máximo no dia e PTS: não deve ser consumida com freqüência superior a 3 ou 4 vezes na semana
também ao longo da semana. A dieta vegetariana tende a levar ao controle de peso, visto que os vegetais são menos densos em calorias se comparados aos alimentos de origem animal. Ainda assim, mesmo para aqueles que se encontram abaixo do seu peso ideal, é possível normalizá-lo com uma dieta vegetariana. O que determinará isto são as escolhas diárias. Para frutas, banana ou carambola, abacate ou mamão? Para proteínas, castanhas ou tofu? Massa integral ao molho pesto ou flocos de milho com extrato de soja? Note que dentro do mesmo grupo alimentar, há diferentes possibilidades no que diz respeito ao conteúdo calórico destes e de outros alimentos. Li uma reportagem onde uma nutricionista dizia que existe um conceito de que a soja seja um substituto da proteína animal, mas que com o tempo alguns estudiosos foram observando que a soja não contém todos os aminoácidos essenciais como acontece com uma proteína animal. A Revista dos Vegetarianos (número 2), publicou uma matéria onde, na página 23, afirma-se que a soja é um grão que apresenta todos os aminoácidos essenciais para o corpo humano. George, estimado amigo, poderia, por gentileza, esclarecer? Charles de Freitas Lima, Duque de Caxias, RJ
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Soja: seus derivados apresentam propriedades nutricionais distintas
De fato, a soja contém todos os aminoácidos essenciais, o que muda é a proporção em que estes aminoácidos são apresentados dependendo da forma de processamento. O tofu, por exemplo, apresenta-os em uma forma bastante próxima do ideal. Já a PTS, nem tanto. Portanto, a afirmação citada na edição 2 da Revista dos Vegetarianos pode variar de acordo com o derivado da soja que esteja sendo considerado.
Dr. George Guimarães é nutricionista especializado em dietas vegetarianas e diretor da nutriVeg Consultoria em Nutrição Vegetariana. Mais informações: www.nutriveg.com.br nutriveg@terra.com.br (11) 5585-3475
Como enviar suas dúvidas Envie suas perguntas para o e-mail vegetarianos@europanet.com.br, para o endereço Rua MMDC, 121, Butantã, São Paulo, SP, CEP 05510-900, ou para o fax (11) 3819-0538. Não se esqueça de mencionar a referência Perguntas e Respostas – Revista dos Vegetarianos no item "assunto" do e-mail, carta ou fax.
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GUIA DE RESTAURANTES
Vegetariano Social Clube lém do nome criativo e de uma decoração moderna, o restaurante carioca Vegetariano Social Clube chama a atenção pela qualidade dos pratos oferecidos: todos são preparados com produtos orgânicos. A idéia surgiu em 2001 quando um grupo de dez amigos vegetarianos (quase um clube) decidiu abrir um local onde alimentação balanceada e saudável fosse a meta principal. Único no Rio de Janeiro a ficar aberto até as 24h de segunda a sábado, o Vegetariano Social Clube funciona todos os dias da semana e promove festas nas mais diversas épocas do ano, como o ano novo hindu e a queda da Bastilha, que em julho do ano passado contou com a presença de um chef francês na elaboração dos pratos. Comandado pela chef Thina Izidoro, o restaurante se destaca pela feijoada que serve aos domingos. Os almoços funcionam no sistema bufê e os jantares, à la carte. Com preços acessíveis, que variam entre R$15 e R$19, o Vegetariano Social Clube também entrega em domicílio.
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Endereço: Rua Conde de Bernadote, 26 - Loja L - Leblon Horário: Segunda a sábado das 12h às 24h o Domingo das 12h às 18h Mais informações: (21) 2294-5200 ou www.vegetarianosocialclube.com.br
Destaque: Famosa feijoada vegetariana é servida aos domingos Foto: Marco Clivati
São Paulo Alcaparra Av. Pompéia, 2.544 - Pompéia • Segunda a sexta das 11h30 às 15h30 • Sábado e domingo das 12h às 16h • Bufê ovo-lacto vegetariano • (11) 3672-7674
das 11h às 15h • Bufê ovo-lacto vegetariano • (11) 3104-9970 Alternativa Casa do Natural Rua Fradique Coutinho, 910 - Vila Madalena • Segunda a sábado das 11h30 às 16h • Bufê ovo-lacto vegetariano • (11) 3816-0706 Banana Verde Rua Harmonia, 278 - Vila Madalena • Segunda a domingo das 12h às 15h30 • Terça a domingo das 18h às 22h • À la carte ovo-lacto vegetariano • (11) 3814-4828 Bio Alternativa – Higienópolis Rua Maranhão, 812 - Higienópolis • Segunda a sexta das 12h às 15h30 • Sábado e domingo das 12h às 16h • Bufê ovo-lacto vegetariano • (11) 3825-8499 Bio Alternativa – Jardins Alameda Santos, 2.214 - Cerqueira César • Segunda a sexta das 12h às 15h • Sábado e domingo das 12h às 16h • Bufê ovo-lacto vegetariano • (11) 3825-8499
Alfredo Largo do Café, 14 - Centro • Segunda a sexta
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Bioqualitá Rua Cardoso de Almeida, 1.457 - Perdizes • Segunda a sábado das 11h45 às 15h • Bufê ovo-lacto vegetariano • (11) 3801-4406
Bio Saúde R. Tobias Barreto, 809 - Mooca • Segunda a sexta 11h30 às 15h • Domingo das 11h30 às 15h • Bufê ovo-lacto vegetariano • (11) 6605-6452 Cachoeira Tropical Rua João Cachoeira, 275 - Itaim Bibi • Segunda a sexta das 11h às 15h • Sábado e domingo das 11h30 às 16h • Bufê ovo-lacto vegetariano • (11) 3167-5211 Campo Verde Av. Jabaquara, 1.126 - Saúde • Segunda a sábado 11h30 às 15h • Bufê ovo-lacto vegetariano • (11) 5587-3785 Céu Natural Rua Hideo Sugyama, 70 - Jabaquara • Segunda a sexta das 11h30 às 14h30 • Bufê ovo-lacto vegetariano • (11) 5034-3719 Cheiro Verde Rua Peixoto Gomide, 1078 - Jardim Paulista • Segunda a sexta das 11h30 às 15h • Sábado e domingo das 12h às 17h • À la carte ovo-lacto vegetariano • (11) 3289-6853 Delhi Palace Av. Juscelino Kubitschek, 1.132 - Itaim Bibi • Segunda a sexta das 11h30 às 15h • Terça a
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sexta das 18h30 às 23h • Sábado das 12h às 16h e das 19h às 00h • À la carte com opções lacto-vegetarianas • (11) 3073-1209 Delícia Natural Rua Albion, 193 - Lapa • Segunda a quinta das 11h às 15h • Sexta das 11h às 16h • Bufê vegetariano • (11) 3831-8860 Demether Cozinha Vegetariana Rua Verbo Divino, 1.519 - Santo Amaro • Segunda a sexta das 11h30 às 15h • Bufê ovo-lacto vegetariano • (11) 5182-9118 Éden Av. Jabaquara, 1469 - Loja 46 - Saúde • Segunda a sábado das 12h às 15h • Prato feito ovo-lacto vegetariano • (11) 2578-4981 Espaço Natural Avenida Cotovia, 912 - Moema • Segunda a segunda das 11h30 às 16h • Bufê ovo-lacto vegetariano e natural • (11) 5535-2736 Frazão Vegetariano R. Chafic Maluf , 193 - Brooklin • Segunda a sexta das 11h30 às 15h30 • Bufê ovo-lacto vegetariano e vegano • (11) 5181-3193 Gopala Prasada
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R. Antônio Carlos, 413 / 429 • Segunda a sexta das 11h30 às 15h • Sábado das 12h às 15h • À la carte lacto-vegetariano • (11) 3289-1911
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Milagro Natural Rua Áurea, 313 - Vila Mariana • Segunda a sábado das 11h30 às 15h30 • A la carte com opção ovo-lacto vegetariano • (11) 5083-1734 Moinho de Pedra Rua Francisco de Moraes, 227 - Santo Amaro • Segunda a sexta das 12h às 15h30 • Sábado das 12h às 17h • À la carte ovo-lacto vegetariano • (11) 5181-0581 Mosteiro Devakan Praça General Gentil Falcão, 86 - Brooklin • Segunda a sábado das 11h45 às 16h • À la carte com opções ovo-lacto vegetarianas • (11) 5506-3875 Nutrisom Viaduto 9 de julho, 160 - Centro • Segunda a sexta das 11h às 15h15 • Domingo das 11h30 às 16h30 • Bufê ovo-lacto vegetariano • (11) 3255-4263
Gouranga Prasadam Rua Dr. Bacelar, 96 - Vila Clementino • Segunda a segunda das 11h30 às 15h • Bufê lactovegetariano • (11) 5083-7844 Grão de Soja Rua Girassol, 602 - Vila Madalena • Segunda a sábado das 12h às 18h • À la carte ovo-lacto vegetariano • (11) 3813-2166 Integrão Cozinha Natural Rua Joaquim Antunes, 377 - Pinheiros • Segunda a sexta das 11h30 às 19h30 • Sábado das 11h30 às 16h30 • À la carte com opções ovo-lacto e vegana • (11) 3088-3335 Lá na Quitanda Rua Rodésia, 128 - Vila Madalena • Segunda a segunda das 12h às 16h30 e das 19h às 23h (aos domingos não abre à noite) • Bufê ovo-lacto vegetariano • (11) 3097-0410
Maha Mantra Rua Fradique Coutinho, 766 - Vila Madalena • Segunda a sexta das 11h30 às 15h • Sábado e domingo das 12h às 16h • Bufê lactovegetariano • (11) 3032-2560 Mercado Alternativo Fulô R. Haddock Lobo, 899 • Segunda a sábado das 11h às 23h30 • Domingo das 12h às 19h • À la carte ovo-lacto e vegano • (11) 3081-7769
Recanto Vegetariano Rua Arandu, 407 - Brooklin • Segunda a sexta das 11h30 às 15h • Domingo, 12h às 16h • Bufê ovo-lacto vegetariano • (11) 5506-8944 Recanto Verde Rua Guaranésia, 1.276 - Vila Maria • Segunda a sexta das 11h30 às 15h • Sábado das 12h às 16h • Bufê com opções ovo-lacto vegetarianas • (11) 6636-1129 Satori Praça Carlos Gomes, 60 / 1º andar - Liberdade • Segunda a sexta das 11h30 às 14h e das 18h às 20h • Sábado das 11h às 13h • Prato do dia ovo-lacto vegetariano • (11) 3242-9738
às 15h • Sábado das 11h30 às 15h30 • À la carte ovo-lacto vegetariano • (11) 5574-6875 Vie Verte Rua Bianchi Bertoldi, 128 - Pinheiros • Segunda a sexta das 11h30 às 15h • À la carte ovo-lacto vegetariano • (11) 3812-4331 Vila Manjerona Rua Ministro Jesuíno Cardoso, 411 - V. Olímpia Segunda a sexta das12h às 15h • Bufê ovo-lacto vegetariano • (11) 3845-0726 Zen Rua Domingos de Moraes, 237 - Vila Mariana • Segunda a sábado das 11h30 às 14h30 • Bufê ovo-lacto vegetariano • (11) 5084-6751 ZYM Rua Tonelero, 1.248 - Lapa • Segunda a sábado das 12h às 15h • Prato lacto vegetariano • (11) 3021-5637
Nutrivida Rua Fernão Tavares, 132 - Brás • Segunda a sexta das 11h30 às 14h30 • Domingo das 12h às 15h • Bufê por quilo ovo-lacto vegetariano • (11) 6197-5571
Rio de Janeiro Beterraba Rua da Alfândega, 25A - Centro • Segunda a sexta das 11h15 às 15h40 • Bufê por quilo vegetariano • (21) 2253-7460
O Germinal Rua Treze de Maio, 367 - Bixiga • Quarta a sábado das 12h às 0h • À la carte vegano • (11) 3105-7264
Caminho do Mar Estrada do Pontal, 3.091 - Ponta do Recreio • Domingo a domingo das 12h às 20h • Prato do dia vegano • (21) 3411-6280
Orange Rua Batatais, 388 - Jardim Paulista • Segunda a sexta das 11h30 às 15h • Bufê ovo-lacto vegetariano • (11) 3885-3384
Green Rua do Carmo, 38 / Sobreloja - Centro • Segunda a quinta das 11h às 15h30 • Sexta das 11h às 15h • Bufê ovo-lacto vegetariano • (21) 2252-5356
Pizzaria e Rest. Lar Vegetariano Rua Domingos Rodrigues, 423 - Lapa • Segunda a sexta das 11h30 às 15h30 • Sábado das 19h às 23h • Bufê vegano e Pizzaria • (11) 3835-2490
Health's – Centro Rua Senador Dantas, 84 - Centro • Segunda a sexta das 11h às 15h30 • Bufê ovo-lacto vegetariano • (21) 2240-5388
Lagoa Tropical R. Borges da Lagoa, 406 • Segunda a sexta das 11h30 às 15h • Domingo das 11h30 às 16h • Bufê ovo-lacto vegetariano • (11) 5579-9228 Lótus Rua Brigadeiro Tobias, 420 - Luz • Segunda a sábado das 11h30 às 15h • Bufê por quilo ovolacto vegetariano • (11) 3229-5696
Segunda a sexta das 12h às 15h30 e das 17h às 20h • Bufê ovo-lacto vegetariano • (11) 3285-3464
Soja Brasil Rua da Mooca, 3.048 - Mooca • Segunda a sábado das 9h às 18h • Bufê por quilo ovo-lacto vegetariano • (11) 6886-4226 Sol do Oriente Rua Azevedo Soares, 679 - Tatuapé • Segunda a sexta das 11h30 às 15h • Sábado e domingo das12h às 16h • Bufê com opções ovo-lacto vegetarianas • (11) 6886-4226
• Sala de ioga e relax • Aceita cartões de crédito e tíquetes Endereço: Rua Diogo Moreira, 312 - Pinheiros Horário: Segunda a sexta das 11h30 às 15h Sábado das 11h30 às 15h30 Tipo: Bufê lacto-vegetariano Mais informações: (11) 38151448 ou casaprema@uol.com.br Prema Yoga Rua Maria Figueiredo, 189 - Bela Vista •
Vegethus Rua Padre Machado, 51 - Vila Mariana • Segunda a sexta das 11h30 às 15h • Sábado e domingo das 11h30 às 16h • Bufê vegano • (11) 5539-3635 Vegacy Rua Augusta, 2.077 / Loja 03 - Jardim Paulista • Segunda a sábado das 12h às 15h30 • Bufê vegano • (11) 3062-9989 VegeTao Rua Doutor Diogo de Faria, 568 - Vila Clementino • Segunda a sexta das 11h30
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Metamorfose Rua Santa Luzia, 405, sobreloja 20 - Centro • Segunda a sábado das 12h às 16h • À la carte com opções vegetarianas • (21) 2262-6306 Natural do Recreio Av. Ailton Henrique da Costa 459 - Recreio • Terça a sexta das 11h30 às 17h • Sábado e domigo das 12 às 18h • Bufê ovo-lacto vegetariano • (21) 2486-8158 Natural Up Rua do Catete, 228 - loja 116 - Catete • Segunda a sábado das 11h às 15h • À la carte vegetariano • (21) 2556-6681 Natuwal Estrada dos Bandeirantes 22.774 • Quarta a domingo das 9h às 18h • À la carte ovo-lacto vegetariano • (21) 3411-2870 Oficina da Semente
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GUIA DE RESTAURANTES
Rua Joaquim Silva, 137 - Lapa • Segunda a sexta das 12h às 15h • Vegetariano (crudívoro) • (21) 2509-3316 Panela de Barro Rua Marques de Abrantes, 26 - loja H • Segunda a sexta das 9h às 21h • Sábado das 10h às 16h • À la carte com opções ovo-lacto vegetarianas • (21) 2557-8600 Refeitório Orgânico Rua 19 de Fevereiro, 120 - Casa 2 - Botafogo • Segunda a sábado das 11h às 16h • Bufê ou à la carte vegetariano • (21) 2537-0750 Reino Vegetal Rua Luiz de Camões, 98 / Sobrado - Centro • Segunda a sexta das 11h às 15h30 • Bufê por quilo vegetariano • (21) 2221-7416 Rio Vegetariano Rua Voluntários da Pátria, 448 - loja 83/84 Cobal - Botafogo • Segunda a sábado das 11h30 às 16h • Prato pronto ovo-lacto vegetariano • (21) 2527-7558 Tempeh Rua 1º de Março, 24 / Sobreloja - Centro • Segunda a sábado das 11h às 16h • Bufê vegetariano • (21) 2232-8007 Universo Orgânico Rua Conde de Bernadote, 26 - Lojas 105 - Leblon • Segunda das 8h às 19h • Terça a sábado das 8h às 21h30 • Domingo das 11h às 20h • À la carte vegano e crudívoro • (21) 2232-8007
Naturetto – Asa Norte SCLN 405, bloco C, loja 55- Asa Norte • Segunda a segunda das 11h30 às 15h e das 18h às 23h • Sábado e domingo da 11h30 às 16h • Bufê ovo-lacto vegetariano • (61) 3201-6223 Naturetto SASF Quadra 3 - Bloco A - Anexo 4 - Subsolo Sala 28 - Asa Sul • Segunda a sexta das 11h às 18h30 • Bufê por quilo ovo-lacto vegetariano • (61) 3216-9895 Flor de Lótus CLN 102, bloco A, loja 48 - Asa Norte • Segunda a sábado das 11h às 15h • Bufê por quilo vegetariano • (61) 3326-9763 Naturama SCLS 102, Bloco B - Loja 9 - Asa Sul • Segunda a sexta das 11h30 às 15h • Domingo das 12h às 15h30 • Bufê por quilo ovo-lacto vegetariano • (61) 3223-3648 Restaurante Natural CLN 202, Bloco D - Subsolo - Asa Norte • Segunda a sábado 11h30 às 15h e das 17h30 às 20h • Bufê por quilo ovo-lacto vegetariano • (61) 3034-5853 Sabor Vital CLN 316, Bloco A - Lj 59 - Asa Norte • Segunda a sexta das 11h30 às 14h30 • Sábado das 12h às 15h • Bufê lacto vegetariano • (61) 3349-2171
Greenlife Rua Dr. Carlos de Carvalho, 271 - Centro • Segunda a segunda das 11h às 15h • Bufê ovolacto vegetariano • (41) 3223-8490
Brisa Rua Sargento Astrolábio, 150 - Pituba • Domingo a sexta das 11h30 às 15h • Bufê a quilo vegetariano • (71) 3248-3400
Jagannatha Rua Paulo Gomes, 123 - Centro • Terça à domingo das 12h às 14h • Bufê por quilo lactovegetariano • (41) 3029-5225
Gergelim Rua Minas Gerais, 703 - Pituba • Segunda a sábado das 11h30 às 15h • Bufê a quilo ovo-lacto vegetariano e natural • (71) 32406792
Maha Prasada Rua Duque de Caxias, 76 - Centro • Domingo a sexta das 11h30 às 14h • Bufê por quilo lactovegetariano • (41) 3015-5106 Mikado Rua São Francisco, 126 - Centro • Segunda a sábado das 11h às 14h30 • Bufê ovo-lacto vegetariano e natural • (41) 3323-6709 Pin Chan Rua Floriano Essenfelder, 475 - Bairro Alto • Segunda a sábado das 11h30 às 14h30 • Oriental vegetariano • (41)3253-4969 Restaurante Ecológico Clorofila Rua Saldanha Marinho, 1.110 - Centro • Segunda a sábado das 11h30 às 14h • Bufê com opções ovo-lacto vegetariano • (41) 3322-9597 Sorela – Bigorrilho Rua Júlia da Costa, 1735 - Bigorrilho • Domingo a sexta das 11h às 14h30 • Bufê ovo-lacto vegetariano • (41) 3335-3216
Grão de Arroz Rua Professor França, 88 - Barris • Segunda a sexta das 11h30 às 15h30 e das 17h às 19h30 • Sábado das 11h30 às 15h • Bufê a quilo com opções ovo-lacto vegetariano • (71) 3328-2157
• Empório de Produtos Naturais • Lanchonete • Restaurante Endereço: Rua Direita da Piedade, 17 - Piedade Horário: Segunda a sábado das 11h às 15h (Loja abeta de segunda a sexta das 9h às 19h e sábado 9h às 15h e lanchonete de segunda a sexta das 7h30 às 19h30 e sábado das 7h30 às 15h Tipo: Bufê lacto vegetariano e vegano (preço único com suco e sobremesa tudo à vontade) Mais informações: (71) 3329-2176
Vegan Vegan Rua Voluntários da Pátria, 402B - Botafogo • Segunda a sábado das 11h30 às 16h • Refeição do dia vegana • (21) 2286-7078
Florianópolis Vida Rua Visconde de Ouro Preto, 298 - Centro • Segunda a sexta das 11h30 às 15h30 • Bufê lacto vegetariano • (48) 3223-4507
Sorela – Centro Cívico Rua Marechal Hermes, 728 - Centro Cívico • Segunda a sexta das 11h30 às 15h30 • Segunda a quinta das 18h às 23h30 • Domingo das 11h30 às 15h30 • Bufê ovo-lacto vegetariano • (41) 3026-5794
Vegetariano Social Clube Rua Conde de Bernadote, 26 - Loja L - Leblon • Segunda a sábado das 12h às 24h • Domingo das 12h às 18h • Bufê no almoço e à la carte no jantar (vegetariano) • (21) 2294-5200
Verdilha Rua Deputado Antônio Edu Vieira, 1.760 Pantanal • Segunda a sexta das 11h15 às 16h e das 19h às 22h30 • Bufê com opções ovo-lacto vegetariano • (48)3233-2128
Super Dog Rua Manoel Pedro, esquina com a Rua Munhoz da Rocha - Cabral • Segunda a sábado das 18h às 00h • Lacto vegetariano e vegano • (41) 9929-7172
Saúde Total Av. Joana Angélica, 148 - Nazaré • Segunda a sexta das 11h20 às 15h • Bufê a quilo ovo-lacto • (71) 3322-4583
Brasília Amor à Natureza SCLN 310, bloco A, loja 42-50 - Asa Norte • Segunda a sábado das 11h às 15h • Bufê por quilo lacto vegetariano • (61) 3272-2055
Curitiba All Natura Rua João Negrão, 150 - Centro • Segunda a sexta das 11h às 15h • Domingo das 11h30 às 15h • Bufê ovo-lacto vegetariano • (41) 3233-0664
Super Vegetariano Rua Presidente Faria, 121 - Centro • Segunda a sexta das 11h às 15h e das 17h30 às 20h30 • Bufê ovo-lacto vegetariano • (41) 3223-6277
Ramma Rua Lord Cochrane, 76 - Barra Avenida • Sexta a domingo das 11h30 às 15h30 • Bufê ovolacto vegetariano e natural • (71) 3264-0044
Viva Mais Rua México, 231 - Bacacheri • Domingo a sexta 11h às 15h • Bufê ovo-lacto vegetariano • (41) 3256-8952
Vida e Saúde Avenida Estados Unidos, 18 - sala 414 Comércio • Segunda a sexta das 11h às 15h • Bufê ovo-lacto vegetariano e natural • (71) 3242-8891
Bardana SCLN 405, bloco A, loja 22 - Asa Sul • Segunda a segunda das 11h30 às 15h30 • Bufê por quilo vegetariano • (61) 3242-3532 Girassol SCLS 409, bloco B, lojas 15 e 16 - Asa Sul • Segunda a sábado das 11h30 às 15h • Segunda a sexta das 16h30 às 20h • Bufê por quilo ovolacto • (61) 3242-1542
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Formosa Restaurante Vegetariano Rua Trajano Reis, 170 - São Francisco • Terça a domingo das 11h30 às 14h30 • À la carte lacto vegetariano • (41) 3039-6818 Green Land Rua XV de Novembro, 548 - Centro • Segunda a segunda das 11h às 14h30 • À la carte com opções ovo-lacto • (41) 3322-2132
Salvador Saúde na Panela Rua das Hortênsias, 752 - Pituba • Segunda a sexta das 11h30 às 15h30 e das 17h30 às 21h • Sábado das 11h30 às 16h30 • Bufê lacto vegetariano • (71) 3353-6788
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Manjericão Rua Fonte do Boi, 3B - Rio Vermelho • Segunda a sábado das 12h às 15h • Bufê ovolacto vegetariano e natural • (71) 3335-5641
Porto Alegre Casa Oriental Rua Felipe Camarão, 61 • Segunda a sábado das 11h30 às 15h30 • À la carte ovo-lacto vegetariano • (51) 3312-8773
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Flor de Maçã Av. Independência, 891 - Independência • Segunda a sábado das 11h30 às 15h30 • Bufê ovo-lacto vegetariano • (51) 3311-7275
Telúrico Mercado Público 2º andar - lj. 50 - Centro • Segunda a sábado das 11h30 às 14h30 • Bufê ovo-lacto vegetariano • (51) 3029-3823
Fonte do Sul Av. José Bonifácio, 593 - Bom Fim • Quarta a segunda das 11h30 às 14h30 • Bufê ovo-lacto vegetariano • (51) 3331-2331
Vida e Saúde Rua General Câmara, 60 • Segunda a sábado das 12h às 15h • Bufê ovo-lacto vegetariano (51) 3012-5841
Govinda Av. José Bonifácio, 605 - Bom Fim • Terça a sexta das 11h10 às 14h30 • Sábado e domingo das 11h10 às 15h • Bufê ovo-lacto vegetariano • (51) 3332-1704
Zhong Guo Wei Rua Ramiro Barcelos, 2.099 - Bom Fim • Terça a domingo das 11h30 às 14h30 • Bufê ovo-lacto vegetariano • (51) 3331-7915
Ilha Natural Rua General Vitorino, 35 - Centro • Segunda a sexta das 11h às 15h • Bufê ovo-lacto vegetariano • (51) 3224-1543
Recife Casa do Naturista Rua 24 de Maio, 90 - São José • Segunda a sexta das 11h30 às 15h • Bufê por quilo vegetariano • (81) 3224-2941
Mantra Rua Santo Antônio, 372 - Independência Segunda a sexta das 12h às 14h30 • Bufê ovo-lacto vegetariano com opções veganas • (51) 9947-1089
Céu e Terra Rua do Riachuelo, 641 - Boa Vista • Segunda a sexta das 11h30 às 15h e das 17h às 19h • Sábado das 11h30 às 14h30 • À la carte vegetariano • (81) 3222-0606
Natureza Rua dos Andradas, 1.444 - Cj. 12 - Centro • Segunda a sexta das 11h às 14h30 • Bufê ovo-lacto vegetariano • (51) 3228-3642
Green Rua Gervásio Pires, 577 - Boa Vista • Segunda a sexta das 11h às 15h • Bufê ovo-lacto vegetariano • (81) 3223-1701
Nova Vida Rua Demétrio Ribeiro, 1182 - Centro • Segunda a sexta das 8h às 19h • Sábado das 8h às 15h • Bufê ovo-lacto vegetariano • (51) 3226-8876
O Vegetariano Rua Dom Pedro Henrique, 153A - Boa Vista • Segunda a sexta das 11h30 às 14h • Sábado das 12h às 15h • Bufê lacto vegetariano • (81) 3423-3638
Ocidente Av. Osvaldo Aranha, 960 - 1º and - Bom Fim • Segunda a sábado das 11h45 às 14h30 • Domingo das 12h às 15h30 • À la carte ovo-lacto vegetariano • (51) 3312.1371
Govinda Rua Bernardo Guimarães, 114 - Boa Vista • Segunda a sexta das 11h40 às 21h • Sábado das 11h40 às 15h • Bufê lacto vegetariano • (81) 3221-4202
Prato Verde Rua Santa Teresinha, 42 - Bom Fim • Segunda a sexta das 11h15 às 14h15 • Sábados e feriados das 11h30 às 14h30 • Domingo das 11h30 às 15h30 • Bufê ovo-lacto vegetariano • (51) 3388-6659
Nutribem – Santo Amaro Rua Idelfonso Lopes, 70 - Santo Amaro • Segunda a sexta das 11h30 às 14h • Bufê lacto vegetariano • (81) 3231-2625
Suprem Rua Santo Antônio, 877 • Segunda a sábado das 12h às 15h • À la carte ovo-lacto vegetariano com opções veganas • (51) 33122731 São Jorge & o Dragão Rua Sofia Veloso, 61 • Segunda a sexta das 11h30 às 14h30 • Sábado das 12h às 15h • Bufê ovo-lacto vegetariano • (51) 3061-1233 Século Av. Osvaldo Aranha, 394 - Bom Fim • Segunda a sábado das 11h30 às 14h30 • Bufê ovo-lacto vegetariano • (51) 3028-3901
Nutribem – Boa Vista Av. Conde da Boa Vista, 1.130 - Boa Vista • Segunda a sexta das 12h às 15h • Bufê por quilo lacto vegetariano • (81) 3221-1201 Semear Alimentação Natural Rua 24 de Junho, 166 - Encruzilhada • Segunda a sexta das 11h30 às 15h • Bufê por quilo ovo-lacto vegetariano e natural • (81) 3241-0972 Outras Cidades Aracaju - SE Empório Naturista Rua Pacatuba, 281 - Centro • Segunda a sexta das 11h às 14h30 • Sábado das 11h às 14h • À la carte com opções ovo-lacto vegetariano e vegana • (79) 3211-8289
Belo Horizonte – MG Bio Natural Rua Curvelo, 72 - Floresta • Segunda a sexta das 8h às 19h40 • Sábado das 8h às 15h30 • Domingo das 11h às 15h • Bufê com opções ovo-lacto vegetarianas • (31) 3213-3089 Casa Nascente do Sol Rua Paraguai, 86 - Sion • Segunda a sexta das 8h às 19h • Sábado das 8h às 17h • A la carte ovo-lacto vegetariano • (31) 3227-3781
Porto Velho - RO Vida Natural Rua Dom Pedro II, 1.251 • Segunda a sexta das 11h30 às 14h30 • Bufê ovo-lacto vegetariano • (69) 3224-3718 Ribeirão Preto - SP Éden Rua Campos Salles, 542 • Segunda a sexta das 12h às 15h • Bufê oriental ovo-lacto vegetariano • (16) 3632-2720
San Ro Rua Professor Moraes, 651 • Segunda a sábado das 11h às 15h • Bufê ou a la carte ovo-lacto vegetariano e vegano • (31) 3264-9236
Santos – SP Gostoso Rua Frei Gaspar, 71 - Centro • Segunda a sexta das 11h às 15h • Bufê ovo-lacto vegetariano • (13) 3219-2105
Campinas – SP Lótus Rua Benedito Alves Aranha, 153 - Barão Geraldo • Segunda a sábado das 11h30 às 14h30 • Bufê por quilo ovo-lacto vegetariano • (19) 3289-9821
Maria Farinha Rua Alexandre Herculano, 168 - Gonzaga • Segunda a sábado das 11h30 às 15h30 • Terça a domingo 19h às 24h • À la carte lacto vegetariano • (13) 3224-2829
Cuiabá – MT Ki-Nutre Rua Cândido Mariano, 533 - Centro Norte • Domingo a sexta das 11h às 14h • Bufê por quilo lacto vegetariano • (65) 3321-3540 Campo Grande – MS Café Lírio Rua Maracaju, 400 - Centro • Segunda a sexta das 7h às 18h • Sábado das 7h às 13h • Prato feito ovo-lacto vegetariano ou vegano • (67) 3028-4388
Maceio – AL Natureza Viva - Farol Av. Fernandes Lima, 879 - Farol • Segunda a sexta das 11h às 15h • Bufê ovo-lacto e vegano • (82) 3358-4003 Natureza Viva - Ponta Verde Rua Machado Lemos, 226 - Ponta Verde • Segunda a sexta das 11h às 15h • Bufê ovolacto e vegano • (82) 3357-8001
São Lourenço – MG Raio de Luz Rua Batista Luzardo, 127 - Centro • Segunda a sexta das 11h45 às 14h30 • À la carte ovo-lacto vegetariano • (35) 3332-2325
S. J. do Rio Preto – SP Cia da Saúde Rua Rubião Júnior, 2.930 - Centro • Segunda a sábado das 11h às 15h • À la carte ovo-lacto vegetariano • (17) 3222-5745 Socorro – SP Sabor da Terra Rua 15 de novembro, 84 - Centro • Segunda a sábado das 8h às 21h • Prato feito ovo-lacto vegetariano • (19) 3895-2720 Sorocaba – SP Cia da Saúde Rua da Penha, 1.141 - Centro • Segunda a sexta das 9h às 19h • Sábado das 9h às 15h • Opção ovo-lacto vegetariano e vegana • (15)3231-6228
Restaurando Mente & Corpo Av. Professor Vital Barbosa, 568 - Ponta Verde • Segunda a sábado das 11h às 15h • À la carte com opções veganas • (82) 3034-0002
Fruto Amarelo Rua Senador Vergueiro, 46 - Vergueiro • Segunda a sexta das 9h às 19h • Sábados das 10h as 15h • À la carte ovo-lacto vegetariano • (15) 3212-3704
Niterói – RJ Alecrim Rua Presidente Backer, 190 - Icaraí • Segunda a sábado das 11h às 15h30 • Bufê com opções ovo-lacto vegetariano • (21) 2610-0658
Vitória – ES Cio da Terra Rua Maria Eleonora Pereira, 940 - Jardim da Penha • Segunda a sábado das 11h às14h • À la carte vegetariano • (27) 3314-1124
Verdejante Estrada São Sebastião • Sábado e domingo das 13h às 16h • À la carte ovo-lacto vegetariano • (21) 3021-2677
Sol da Terra Rua Barão de Monjardim, 171 - Centro • Segunda a sábado das 11h às 14h30 • Bufê por quilo vegetariano • (27) 3223-1205
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ONDE ENCONTRAR
Produtos Naturais e Vegetarianos qui você vai encontrar o endereço de 100 lojas onde poderá encontrar produtos naturais como proteína de soja, tofu, leite condensado de soja, entre outros. São dezenas de lojas de diversos locais do Brasil. Além disso, poderá consultar uma relação de empresas e pessoas que comercializam congelados vegetarianos.
A
CIBO Alimento Natural (61) 9613-6969 www.ciboalimentos.com.br Especiarias Light (11) 3045-2416 www.especiariaslight.com.br Grano Alimentações Vegetarianas (11) 3885-6510 Quituts Vegan (31) 3461-5841 todosabor@hotmail.com Sattva (11) 3083-6237 Silvia Amaral (16) 3904-8108 / 3610-2282 Soja Vegan (16) 3917-2797 Super Bom (11) 6842-1830 www.superbom.com.br Lojas Bahia Salvador Health Valley Brasil Rua Direita da Piedade, 17 - Piedade (71) 3329-2176 Mundo Verde (Center Lapa) Rua Portão da Piedade, 155 - Loja 229 (71) 3328-1308 Mundo Verde (Centro Mercês) Av. Sete de Setembro, 147 (71) 3329-4671 Mundo Verde (Shopping Iguatemi) Av. Tancredo Neves, 148 - Loja 22 QDP (71) 3460-3293
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Mundo Verde - Nilópolis Estr. Getúlio Vargas, 1.377 (21) 2791-1060 Mundo Verde - Nova Iguaçu Rua Otávio Tarquínio, 165 • (21) 2797-3455 Mundo Verde - Piabetá Av. Santos Dumont, 177 - loja 02 (21) 3655-9422 Mundo Verde - S. José de Meriti Rua da Matriz, 56 (21) 2756-3844
Congelados Ana Maria (11) 5579-2314 www.colchaderetalhos.net
Mundo Verde - Duque de Caxias Praça do Pacificador, 15 (21) 2652-2562
Mundo Verde (Shopping Barra) Av. Centenário, 2992 - Loja 340/1 (71) 3264-2883 Mundo Verde (Max Center) Av. Antônio Carlos Magalhães, 846 Lojas 1 e 2 Ed. Max Center • (71) 3359-0976 Minas Gerais Belo Horizonte Fito Av. Contorno, 6.975 - Santo Antônio (31) 3344-9505 / 3296-1924 Integração Saúde Rua Leopoldina 113 - Sto. Antônio (31) 3296-4635 Juiz de Fora Mundo Verde Rua Santa Rita, 526 - Centro • (32) 3216-2831 Nova Lima Mundo Verde Av. Toronto, 508 Lj. 13 • (31) 3541-6220 Santa Catarina Florianópolis Vida Rua Visconde de Ouro Preto, 298 - Centro (48) 3223-4507 Casarão de Alimentos Orgânicos Rua Pequeno Príncipe, 1.257 • (48) 3237-3077 Espaço Mais Saúde Rua Capitão Romualdo de Barros, 916 Carvoeiras • (48) 3234-2837 Sabor da Terra Rua João Pio Duarte Silva, 1.124 Córrego Grande • (48) 3234-6714 Blumenau Mundo Verde R. 7 de Setembro, 1.213 - loja 63 • (47) 3222-3142 Rio de Janeiro Nova Friburgo Mundo Verde Friburgo Av. Alberto Braune, 94 - Loja A - Centro (22) 2523-1684
Petrópolis Mundo Verde Shopping Pedro II Rua do Imperador, 288 - Loja 10 (24) 2237-0021
Mundo Verde - Shopping Grande Rio Estr. Municipal São João de Meriti,111 Loja 139 • (21) 2752-9197
Mundo Verde Petrópolis Rua do Imperador, 864 - Centro (24) 2242-7788
Mundo Verde - Barra Av. Olegário Maciel, 519 - Loja F (21) 2492-1469
Mundo Verde Itaipava Estrada União Indústria, 10.067 • (24) 2222-3242
Mundo Verde - Barra (Ipiranga) Av. das Américas, 7.000 - Loja 5 (21) 2431-1993
Rio de Janeiro Aipo Verde Leblon R. Ataufo de Paiva, 135 • (21) 2529-2380 Casa Vitana Rua Paissandu, 111 - Loja D - Flamengo (21) 2205-6798 Carioca Zen Rua Humaita, 154 - Humaita (21) 2286-4786 Cortando Calorias Av. Alfredo Baltazar da Silveira, 580 loja 116-B - Barra World Shopping (21) 2487-9394 Fontes Rua Visconde de Pirajá, 605 Loja D - Ipanema • (21) 2512-5900 Gávea Integral Rua Marquês de São Vicente, 75 Loja 105 - Gávea • (21) 2512-2283 Grão Integral Rua das Laranjeiras, 43 - Loja 13 (21) 2285-6739 e (21) 2225-4720 Irmão Sol Rua Barata Ribeiro, 370 - loja 103 Copacabana • (21) 2235-5997 ISEO Alimentos Rua Carlos de Vasconcelos, 125 Loja Q - Tijuca • (21) 2264-5707 Mundo Verde - Belford Roxo Rua João Fernandes Neto, 1.260 (21) 2662-0909
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Mundo Verde - Recreio Av. das Américas, 16.285 - Loja H (21) 2487-1111 Mundo Verde - Map Barra Av. das Américas,10.200 - Box 10 (21) 3150-4709 Mundo Verde - Novo Leblon Av. das Américas, 7607 - Loja 153 (21) 2438-9085 Mundo Verde - Pão de Açúcar Av. das Américas, 2000 - Box 27 • (21) 2439-1879 Mundo Verde - Shopping Downtown Av. das Américas, 500 Bl. 22 - Loja 109 (21) 3153-7682 Mundo Verde - Via Parque Av. Ayrton Senna, 3000 - Loja 1007 (21) 2421-9272 Prana Av. das Américas, 4.666 - Loja 141 (21) 2431-9047 Verdevida Rua Lauro Muller, 116 - 4º Piso - D59 (21) 2295-1542 Vitana Av. das Américas, 500 - Bl 8 - Lj.109 (21) 3139-4171 Teresópolis Mundo Verde Teresópolis Praça Baltazar da Silveira, 60 - Várzea (21) 2742-3036
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São Paulo Indaiatuba Alcaparra Rua Pedro Gonçalves, 1041 - Centro (19) 3894-1430 Ribeirão Preto - SP Silvia Amaral - Produtos Naturais Rua Floriano Peixoto, 441 - Centro (16) 3904-8108
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Mundo Verde - Shopping Jd. Sul Av. Giovanni Gronchi, 5.819 - lojas 186/ 187 (11) 3739-2435 Mundo Verde - Moema Av. Cotovia, 890 (11) 5096-3810
Nutribem SHLN BL M QD 515 • (61) 3347-9940 Pão do Céu Produtos Naturais QSA3 - Lote 1 - Loja 5 - Centro (61) 3562-2698
Mundo Verde - Perdizes Rua Cardoso de Almeida, 1.538 (11) 3875-6103
Curitiba - PR Armazém Alternativo Galeria Júlio Moreira - Loja 04 - Centro (41) 3233-6928
Mundo Verde - Pinheiros Avenida Pedroso de Moraes, 983 (11) 8323-0700
Paiol da Soja Rua Chile, 970 • (41) 3332-3258
São Paulo Alcaparra Av. Pompéia, 2.544 - Pompéia (11) 3672-7674
Mundo Verde - Santana Rua Doutor César, 237 (11) 6950-9630
Alternativa Casa do Natural Rua Fradique Coutinho, 910 Vila Madalena • (11) 3814-0607
Mundo Verde - Tatuapé Rua Apucarana, 642 (11) 6225-3171
Fortaleza - CE Mundo Verde - Cid. dos Funcionários Av. Oliveira Paiva, 2797 - Loja 18 (85) 271-2770
Banana Verde Rua Harmonia, 278 - Vila Madalena (11) 3814-4828
Mundo Verde - Vila Nova Conceição Rua Afonso Braz, 462 (11) 3842-9440
Best Food Rua Trajano, 157 - Lapa (11) 3875-6503
Naturais e Orgânicos Rua Dr. Cesar, 530 - Conj. 808 - Santana (11) 6971-8858
Bio Alternativa Rua Maranhão, 812 - Higienópolis (11) 3825-4759
Ponto Verde R. do Estilo Barroco, 442 - Sto. Antônio (11) 5182-5161
Bruxinha Produtos Naturais R. Icanhema, 235 - Cidade Dutra Av. Ângelo Cristianini, 127 - Jd. Mirian (11) 5665-8558 / (11) 5624-8644
Positiva Praça das Canárias, s/n - Box 19 - Vila Formosa (11) 6676.2553
Santo André Mundo Verde Av Portugal, 1.600 (11) 4432-0375
Cerealista Helena Rua Santa Rosa, 141 e 149 - Brás (11) 3227-6767 Cereal Brasil Rua Rodésia, 242 - Vila Madalena (11) 3814-3401 Éden Produtos Naturais Av. Jabaquara, 1469 - Loja 46 (11) 2578-4981 Empório Siriuba Al. Franca, 1.590 - Jardins (11) 3081-4303 Espaço Livre (Orgânicos) R. Maria Carlota, 900 - Penha • (11) 6091-0653 Mercato Naturale Rua Tuiuti, 2.900 - Tatuapé (11) 6671-5188 e (11) 6671-8963 Mundo Verde - Alameda Santos Alameda Santos, 2223 (11) 3064-2015 Mundo Verde - Itaim Rua João Cachoeira, 554 • (11) 3071-1069
Sabor Natural Av. Leoncio de Magalhães, 1.297 Jardim São Paulo • (11) 6978-7369 Seipar Produtos Naturais Rua Paracuê, 340 - Sumarezinho (11) 3672-9691 Vida Leve Rua João Cachoeira, 213 - Itaim (11) 3078-0198
Mundo Verde - Papicu Av. Eng.Santana Jr., 2277 - Ljs - 1,2 e 3 (85) 249-3631 Mundo Verde - Aldeota Av. Santos Dumont, 3000 - Loja 20 (85) 264-3987 Mundo Verde - Shopping Iguatemi Av. Washington Soares, 85 - loja 415 (85) 241-4088 Maceio - AL Natureza Viva - Farol Av. Fernandes Lima, 879 - Farol (82) 3358-4003 Natureza Viva - Ponta Verde Rua Machado Lemos, 226 - Ponta Verde (82) 3357-8001 Natal - RN Mundo Verde - Tirol Av. Afonso Pena, 813 (84) 201-2804 Mundo Verde - Shopping Midway Av. Engenheiro Roberto Freire, 2920 - Loja 62 (84) 3646-3323
Recife - PE Mundo Verde - Tacaruna Av. Agamenon Magalhães, 153 - Lj 253 (81) 3223-8371 Mundo Verde - Shopping Plaza Rua Dr. João Santos Filho, 255 - Lj 9 (81) 3267-7369 Mundo Verde - Shopping Recife Rua Padre Carapuceiro, 777 - Loja BV90 (81) 3326-0166 São José - SC Dunati Produtos Naturais Integrais Rua Coronel Américo, 1.835 (48) 3035-4519 Vila Velha - ES Mundo Verde Av. Carioca, 353 - Loja 201C - 3PV - 1PS (27) 3320-6320 Vitória - ES Mundo Verde Av. Américo Buaiz, 200 - Lojas 238 (27) 3335-1238
Lojas On-Line Essenciais do Brasil www.essenciais.com.br Mercado Vegan mercadovegan.com Shopping Natural www.shoppingnatural.com.br Rama Orgânica www.ramaorganica.com.br Emporio em Casa www.emporioemcasa.com.br Delivery Orgânicos www.deliveryorganicos.com.br
Viva Orgânico Rua Martinho Claro, 412 - Inocop (11) 3721-7130
Paranaguá - PR Cereais e Cia. Av. Dr. Roque Vernalha, 1.710 (41) 3422-7325
Divulgue sua loja aqui
Santos Mundo Verde Av. Ana Costa, 549 - loja 59A (13) 3284-4578
Pelotas - RS Mundo Verde Rua Quinze de Novembro, 667 - loja 17 (53) 3028-7858
Outras Cidades Brasília - DF Empório Verde SCRN 714 e 715 - Bloco G - Loja 34 (61) 3347-7725
Porto Alegre - RS Aloe Vita Produtos Naturais Rua Felipe Camarão 622 - Bairro Rio Branco (51) 30193383 / 30292048
Se você é proprietário ou conhece alguma loja de produtos naturais que não consta nesta lista, entre em contato com a redação pelo telefone (11) 3038-5066 ou pelo e-mail: vegetarianos@europanet.com.br
Mundo Verde SDNCNB - Conj. Nacional - Loja C 01-A (61) 326-1313
Mundo Verde Av. João Walling, 1.800 - loja 2218 Chácara das Pedras - Shopping Iguatemi (51) 3381-3465
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FRASE DO MÊS
George Bernard Shaw Reprodução
(1856 – 1950)
“
“
Enquanto formos os túmulos vivos de bestas assassinadas, como poderemos esperar qualquer condição ideal na Terra?
Escritor irlandês vencedor do Prêmio Nobel de Literatura de 1925
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CLÁSSICO
CURSO PARA FORMAÇÃO DE PROFESSORES Início de novas turmas – Inscrições abertas PENSANDO SÉRIO NO FUTURO JÁ! O Instituto de Yóga Clássico de São Paulo, a Comissão Panamericana de Yóga - PACY e a Associação de Yóga do Estado de São Paulo - AYESP, promoverão novas turmas a partir de 2007 dirigidas pelo Prof. Claudio Duarte e equipe. Curso composto por seis módulos, compreendendo: Módulo 1 > Teoria do Yóga Módulo 2 > Filosofia de Yóga Módulo 3 > Práticas do Yóga
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