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ISSN 1980-0630
Revista dos Vegetarianos
www.revistavegetarianos.com.br
ANO 1 • NÚMERO 7 R$ 9,90 • € 3,50
Mito Verdade ou
MITO OU VERDADE
O que você precisa saber para se alimentar bem e não se iludir com falsa ciência
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RECEITAS GOSTOSAS PREPARADAS COM QUINUA REAL
Rótulos Deciframos os ingredientes camuflados nas embalagens EDITORA EUROPA
Reciclagem E MAIS 145 RESTAURANTES
TUDO SOBRE O AÇAÍ
DOCES VEGANOS
Todas as dicas para você começar já a reciclar o seu lixo
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EDITORIAL
Revista dos
Ao leitor
Vegetarianos Edição Nº 7
Diretores: Aydano Roriz e Abílio Cunha
Editor e Diretor Responsável: Aydano Roriz Diretor Operacional: Abílio Cunha Diretor Executivo: Luiz Siqueira Diretor Editorial e jornalista responsável: Roberto Araújo – MTb.10.766: e-mail: araujo@europanet.com.br Diretor Adjunto: Mário Fittipaldi Redação Editor: Marco Clivati Chefe de Arte: Welby Dantas Editora de Arte: Izabel Donaire Redatora: Samira Menezes Revisão de Texto: Evelise Paulis Colaboraram nesta Edição: Aida Lima, Caroline Bergerot, Gabriela Isgrol, George Guimarães, Livia Capeli, Maria Glória, Melissa Martin, Nanci Dainezi, Priscila Gorzoni, Sílvia Lakatos, Tomaz G. Vello, Viviane Pereira e Vó Rosinha Internet: Cássio Narciso (Webmaster) e Rodrigo Mourão (Webdevelopment) Propaganda: Letícia Nunes Publicidade São Paulo E-mail: publicidade@europanet.com.br Gerentes Comerciais Rodrigo Cunha (0xx11) 3038-5097 Mauricio Dias (0xx11) 3038-5093 Executivos de Negócios: Ana Carolina Corrêa, Angela Taddeo, Alessandro Donadio, Carla Ianez, Claudia Alves, Elisangela Xavier, Guilherme Rabelo, Flavia Pinheiro, Raphael Gherardi e Rodrigo Sacomani Criação Publicitária: Rodrigo Barros (0xx11) 3038-5097 Assistente de criação: Ronaldo Mendes Tráfego: Marcos Roberto (0xx1) 3038-5211 Publicidade - Outros Estados Rio de Janeiro: (0xx21) 2221-0088 - Triunvirato Comunicação Brasília: (0xx61) 3326-0205 - New Business Paraná: (0xx41) 3023-8238 - GRP Mídia Rio Grande do Sul: (0xx51) 3232-3176 - Semente Associados Santa Catarina: (0xx48) 3223-3968 - MC Representações Publicidade – EUA e Canadá: 00xx 1 (650) 306-0880, Fax: 00xx 1 (650) 306-0890 - Global Media Circulação e Promoção Gerente de produto: João Alexandre Ézio S. Vicente, Marcelo Diniz, João Zanata, Natália Azeredo Desenvolvimento de Pessoal: Tânia Marilia Ribeiro Roriz Atendimento ao Assinante e venda de edições anteriores: Coordenadora: Fabiana Lopes Atendentes: Carla Dantas, Elisangela Tokashiki, Juliana Ribeiro, Paula Hanne, Tamar Biffi e Fernanda Fernandes Rua M.M.D.C. nº 121 - São Paulo, SP - CEP 05510-900 Telefone São Paulo: (0xx11) 3038-5050 Telefone outros estados: 0800-557667 Pela Internet: www.europanet.com.br E-mail: atendimento@europanet.com.br Administração Gerente: Cecília Tomazelli Renata Kurosaki, Luiz Eduardo Soares, Gustavo Barbosa, Daniel Ribeiro, Carlos Eli, Ismael Neto, Denis Pinheiro A Revista dos Vegetarianos é uma publicação da Editora Europa Ltda. (ISSN). A Editora Europa não se responsabiliza pelo conteúdo dos anúncios de terceiros. Distribuidor Exclusivo para o Brasil Fernando Chignalia Distribuidora S. A. - Rua Teodoro da Silva, 907 CEP 20563-900 - Grajaú - RJ
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s mitos estão por toda parte. No vegetarianismo, não é diferente. Somos rodeados e bombardeados por uma série de falsas verdades. Muitas crenças infundadas a respeito da nutrição vegetariana são bastante comuns – até mesmo entre vegetarianos e profissionais de saúde. Quem resolve adotar uma dieta vegetariana se depara com uma série de dúvidas. Nesse ponto, os mitos se tornam verdadeiros agentes destruidores, capazes até mesmo de privar uma pessoa a adotar a nova opção alimentar. Um exemplo clássico de mito ligado ao vegetarianismo é em relação à proteína. Até hoje, ao saberem que sou vegetariano, as pessoas me perguntam: "E como você substitui a proteína animal? E quanto aos aminoácidos essenciais?" Essa questão não foi diferente quando resolvi me tornar vegetariano. A dúvida em relação à proteína foi a primeira barreira que tive que enfrentar. Somado a isso, as pessoas à minha volta me "incentivavam" dizendo que eu iria ficar anêmico, magrelo e fraco – outro mito presente na mente de muitas pessoas. É por falta de informações corretas que muitos acabam desistindo do vegetarianismo, apesar do constrangimento em retornar à velha e cruel opção alimentar. Para auxiliá-lo na construção e na manutenção de uma dieta vegetariana rica e equilibrada, nesta edição da Revista dos Vegetarianos preparamos uma reportagem especial sobre os mitos e as verdades do vegetarianismo. Com informações de estudos recentes e depoimentos de renomados profissionais de saúde, apresentamos as verdades e derrubamos todas as inverdades que cercam o vegetarianismo. Depois de ler a reportagem, tenho certeza de que todos os mitos, que possivelmente ainda o rodeavam, irão por água abaixo. Guarnecido de informações sérias e atuais, não há como não justificar a opção pelo vegetarianismo. E é justamente esse o nosso objetivo: mostrar que o vegetarianismo é a opção mais saudável para o seu corpo, mente e para o bem-estar do planeta.
Impressão: Prol Editora Gráfica
ANER Somos Filiados à ANER Associação Nacional dos Editores de Revistas
Marco Clivati marco.clivati@europanet.com.br
Se For o Caso, Reclame. Nosso Objetivo é a Excelência!
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CORRESPONDÊNCIA – Rua M.M.D.C., 121 CEP 05510-900 – São Paulo – SP Fax: (0xx11) 3819-0538
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Redação Fone (0xx11) 3038-5069 Fax (0xx11) 3819-0538 e-mail: vegetarianos@europanet.com.br
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SUMÁRIO
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QUINUA Seis nutritivas receitas criadas com o cereal mais cultuado da região andina
CAPA As verdades e os mitos que rondam a alimentação vegetariana revelados aqui
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Selos de Identificação Vegana: Receitas elaboradas sem a utilização de ovos e leites
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Cartas Vida em Harmonia Entrevista Capa Vitrine: Óleos e Azeites Sobremesas Artigo: Obrigada pelo convite, mas... Serviço: Rótulos Receitas: Quinua Alimento do Mês: Açaí Artigo: Vitamina D Como Reciclar Perguntas e Respostas Guia de Restaurantes Onde Encontrar Frase do Mês Todas as receitas apresentadas nesta edição contam com selos para facilitar a identificação dos componentes utilizados no seu preparo. Ovo-lacto: Receitas que contêm ovo e leite
Lacto: Receitas que incluem leite no preparo
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VITRINE
Sofisticadas, as opções de óleos e azeites selecionadas nesta edição vão conquistar seu paladar
SOBREMESAS Elas não são apenas deliciosas, também são muito fáceis de fazer e totalmente veganas
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RÓTULOS Essa matéria vai desvendar o que está por trás das composições dos produtos industrializados
AÇAÍ Se você achava que já sabia tudo sobre essa fruta amazonense, prepare-se para muito mais
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Dr. George Guimarães É nutricionista e consultor em nutrição vegetariana. Dedica-se à pesquisa, conduzindo investigações científicas. George é o consultor de Nutrição desta edição e responsável pela seção de “Perguntas e Respostas” da página 56, além de autor do artigo sobre a Vitamina D da página 48.
Sílvia Lakatos É historiadora, jornalista e vegetariana desde os 13 anos. Há aproximadamente seis anos tornou-se vegana e desde a edição número 1 da Revista dos Vegetarianos, Sílvia colabora com artigos belíssimos. Nesta edição, escreveu um magnífico e instigante artigo sobre comportamento.
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Foto: Luna Garcia
Nossos Colaboradores Augusto Pinto Chef e proprietário do restaurante Gaia, em São Paulo, Augusto elaborou e preparou com todo o carinho as receitas salgadas com quinua desta edição. Especialista em culinária vegetariana, acredita que para preparar um prato mais gostoso, a pessoa precisa estar feliz e deixar os pensamentos negativos de lado.
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CARTAS
Espaço do Leitor AGRADECIMENTOS Primeiramente gostaria de agradecer imensamente a toda equipe desta maravilhosa revista. Sou vegetariano há 6 meses e o conteúdo da revista tem me ajudado muito nesta trajetória fascinante que é o consumo ético e coerente. Já estou com a convicção segura de ser vegetariano até o fim. Seria ótimo se a maior parte da população comprasse essa idéia e se conscientizasse da premente importância que uma dieta vegetariana tem para
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nossa humanidade e, também, para nossas futuras gerações. Meu sonho é que num breve período de tempo, com nossa força de divulgação, com o boca a boca – afinal, por motivos financeiros e políticos, a mídia não ajuda em nada! –, com a circulação da revista e com movimentos e manifestações em diversos pontos do mundo, toda população se importe realmente com essa causa e passe a ver com outros olhos a verdade sobre os impactos que a alimentação onívora causa no planeta e no meio ambiente. Somente assim haveria uma revolução considerável que prejudicaria os produtores de carne e mudaria a visão (fora de foco) das grandes redes de televisão. Quero deixar meus parabéns para esta revista e comunicar-lhes que estou fazendo minha parte: divulgando a revista; explicando os malefícios da alimentação com carne, leite e derivados; e, difundindo o filme A Carne é Fraca (eu copio o DVD e presenteio meus amigos, clientes, colegas de faculdade, etc). Também sou ativista cadastrado dos sites: www.pea.org.br e o ativismo.com. Juntos, vamos pacientemente alterando os rumos de nossa civilização e moldando-a de acordo com o que é realmente necessário para uma vida saudável. Robson Marques Gonçalves - Santos - SP
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Esse é o seu espaço! Escreva suas críticas, sugestões, receitas...
YOGA E VEGETARIANISMO Gostaria de parabenizar a redação pela excelente reportagem sobre Yôga e Vegetarianismo que, como os entrevistados dizem, caminham juntos há séculos. Obrigada a todos por manterem a opinão pública bem informada e esclarecida sobre o tema. É emocionante ver de Paris como o Brasil está tão à frente nesse domínio. Sónia Saraiva – Vice-Presidente da Federação Francesa de SwáSthya Yôga Quero expressar meus agradecimentos pela excelente reportagem publicada sobre Yôga e Vegetarianismo. É muito agradável observar como o tema foi tratado com cuidado especial e clareza. Edgardo Caramella – Presidente da Federação de Profissionais de Yôga de Buenos Aires
Fale com nossa equipe Envie suas sugestões, dúvidas, elogios, receitas e críticas para a redação da Revista dos Vegetarianos. Telefone: (11) 3038-5066 E-mail: vegetarianos@europanet.com.br Carta: Rua MMDC, 121 - São Paulo - SP CEP 05510-900 Site: www.revistavegetarianos.com.br
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ENQUETE
RECEITA Com alguns ingredientes é possível tornar o arroz do dia-a-dia muito mais saboroso e nutritivo. Costumo fazer essa receita bem simples que gostaria de compartilhar com os leitores da Revista dos Vegetarianos. Renata Neves Mendes – Por e-mail Ingredientes: 4 colheres de sopa de óleo de sua preferência 2 dentes de alho picado 1 xícara de arroz integral Sal a gosto 2 xícaras de mussarela de búfala em cubos 2 xícaras de tomate seco picado 10 folhas de manjericão picado Modo de preparo: Fazer o arroz do modo convencional e quando estiver pronto colocar
a mussarela de búfala, o tomate seco e o manjericão. Pronto. Fica uma delícia! Para quem é vegano e não consome queijos e derivados, pode substituir a mussarela de búfala por tofu extra firme, previamente assado e temperado com shoyu.Também fica delicioso!
Erramos Na reportagem Queijos x Coalho, publicada na edição 6, falhamos em não mencionar os créditos referente à pesquisa com as marcas dos queijos que utilizam ou não coalho animal, além de algumas informações referentes aos tipos de coalho. Os créditos desse trabalho são de Renata Octaviani Martins (roctaviani.multiply.com – artigo O Consumo de Queijos). A Revista dos Vegetarianos pede desculpas à Renata pelo erro.
Veja o resultado da enquete publicada no site da Revista dos Vegetarianos que ficou no ar durante o mês de março.
Você consome alimentos orgânicos? Consumo só de vez em quando: 29 votos. (47.54 %) Não consumo porque são caros: 18 votos. (29.51 %) Consumo somente alimentos orgânicos: 9 votos. (14.75 %) Não consumo porque não encontro nos supermercados: 3 votos. (4.92 %) Não consumo porque não acredito que eles sejam melhores: 2 votos. (3.28 %)
Total de votos: 61 Entre no site www.revistavegetarianos.com.br e vote na nova enquete:
O que você faz quando é convidado para um churrasco?
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ECOLOGIA
o dia 8 de março, a capital paulista recebeu a visita do presidente norte-americano George W. Bush, que veio ao Brasil com o intuito de promover a "diplomacia do etanol". O presidente Bush vem tentando alavancar o mercado de biocombustíveis para diminuir a dependência norte-americana em relação ao petróleo, que hoje é exportado pela Venezuela e pelo Oriente Médio. Os EUA pretendem reduzir o consumo de petróleo em 20% e aumentar a produção de biocombustíveis em 130 bilhões de litros até 2017. Para que isso aconteça, o país busca a ajuda de países da América Latina, como o Brasil, que podem ajudar no abastecimento de etanol (álcool feito a partir da cana-de-açúcar ou do milho). Fonte de energia renovável, o álcool brasileiro tem despertado o interesse da comunidade internacional devido ao seu alto grau de aproveitamento. Segundo a assessoria da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), pode-se
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aproveitar inclusive o bagaço para gerar energia elétrica, além de amenizar os efeitos do aquecimento global. "Quanto mais etanol no mundo, melhor. É uma solução energética eficiente na atual situação, pois reduz a emissão de combustíveis fósseis graças à fotossíntese que a cana faz". Porém, para o pesquisador da Embrapa Meio Ambiente, José Maria Ferraz, é preciso cautela ao se afirmar que conseguiremos reduzir os impactos da queima de combustíveis fósseis substituindo o petróleo pelo etanol, pois "tudo o que a cana queima é sim recuperado depois, mas só depois de um ano. E durante sua queima, ela não libera apenas CO2 (um dos gases do efeito estufa), mas também ozônio, nitrogênio e até os agrotóxicos que foram aplicados durante seu plantio". Tanto o pesquisador quanto o Greenpeace alertam para a ameaça à biodiversidade e à segurança alimentar, caso as monoculturas de cana cresçam
José Maria: pesquisador alerta para as possíveis conseqüências ambientais da produção de etanol
Foto: Arquivo Pessoal
Etanol
Defendida por indústrias da cana-de-açúcar, "diplomacia do etanol" promovida pelos EUA põe em risco a biodiversidade e a segurança alimentar brasileira
conforme a demanda que o mercado pede. "Se o Brasil passar a produzir 10% de todo o etanol consumido no mundo, a área plantada deverá passar dos atuais 6 milhões para 30 milhões de hectares", afirmou Ferraz.
Mais informações: www.embrapa.br
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Florestas no mundo Relatório da FAO afirma que 20 mil hectares de área florestal são perdidos diariamente devido a atividades humanas ivulgado no dia 13 de março, durante a abertura da 18ª sessão do Comitê Florestal da FAO (Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação), o relatório anual Situação das Florestas no Mundo alerta para alguns dados preocupantes. De acordo com o levantamento, o mundo perde 20 mil hectares de florestas por dia e 70% dos 5,2 bilhões de hectares usados para a agricultura já estão degradados. Nos países da América Latina e no Caribe, entre 1990 e 2005, as áreas florestais devastadas totalizaram 64 milhões de hectares. Entre os problemas detectados pela organização como causadores da atual situação mundial, estão a desertificação causada por variações climáticas e atividades humanas não sustentáveis, como a devastação, para dar lugar a pastos, e a agricultura excessiva. Até 2020, estima-se que 135 milhões de pessoas corram o risco de ter que sair de suas terras devido à desertificação, que afetará 25% da América Latina. Apesar de políticas ambientais, sociais e econômicas terem conseguido reduzir em 7,3 milhões de hectares a perda da
Mais informações: www.fao.org
Fotos: sxc.hu
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superfície florestal, entre 2000 e 2005, a FAO acredita que as condições climáticas atuais poderão influir nessa estatística, considerada até o momento um progresso. De acordo com uma análise feita pela ITTO, organização internacional que promove a conservação e o manejo sustentável das florestas, muitos hectares continuam a ser perdidos por causa de extrações ilegais de recursos naturais. A ONG recomenda que sejam feitos relatórios sobre como estão sendo feitas a manutenção e proteção dessas terras e sugere que a comunidade internacional disponibilize recursos para assegurar um desenvolvimento sustentável. Em entrevista para a BBC de Londres, Jan Heino, vice-diretor para Florestas, da FAO, disse que o Brasil pode reverter esse quadro. "O país fez um progresso notável e está entre os mais avançados do mundo nas técnicas de plantio de novas florestas para substituir colheitas."
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PRODUTOS
Arroz Preto Rico em fibras e proteína, arroz famoso entre imperadores chineses começa a fazer sucesso entre os brasileiros s chineses dizem que ele é cultivado há mais de 4 mil anos em seu país, onde era considerado afrodisíaco e somente o Imperador poderia consumi-lo. O arroz preto chegou ao Brasil em 1994, quando o Instituto Agronômico de Campinas (IAC) começou a realizar pesquisas com os grãos.
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Segundo a empresa Arroz Preto Ruzene, única a comercializar o arroz em lojas e empórios brasileiros, os grãos possuem 20% a mais de proteína, 30% a mais de fibra, têm menos gordura e menor valor calórico do que o arroz integral, além de prevenir o envelhecimento precoce, a hipertensão arterial e o diabetes. Porém,
todos esses benefícios têm um preço: o quilo do arroz preto, que pode vir embalado a vácuo ou em uma charmosa embalagem arredondada, custa R$ 25. Mais informações: (12) 3648-8327 / www.arrozpreto.com.br
Chá Verde com Soja Prático, saudável e pronto para beber, lançamento da empresa Wow já está à venda em todos os supermercados do País abricante dos sucos Sufresh, a Wow lançou, com exclusividade nos supermercados de todo o País, seu chá verde com soja. Unindo os nutrientes da soja com as propriedades antioxidantes do chá verde, o Feel Good promete acelerar o metabolismo, além de diminuir a taxa do colesterol ruim. Prático, já vem pronto para consumo. Sem adição de açúcar ou de conservantes, o Feel Good pode ser encontrado em embalagens Tetra Pak de 1 litro que custam em média R$ 3,60. Segundo o fabricante, o chá pode ser consumido por crianças e adultos a qualquer hora do dia e de preferência gelado.
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Mais informações: 0800-7726566 / www.sufresh.com.br
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Toddynho Famosa bebida infantil vem agora em versão vegana laborado para as crianças intolerantes à lactose, o novo Toddynho de soja vem conquistando também os adultos graças ao seu sabor. Com 0% de gordura e nenhum ingrediente de origem animal, ele agrada aqueles que procuram saúde e alimentos eticamente corretos. A embalagem de 200 ml custa R$1,89.
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Mais informações: 0800-7225115
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Frutas com Soja Dafruta lança novas opções de suco concentrado. São quatro sabores com soja amosa por seus sucos concentrados, a Dafruta lança no mercado sucos de fruta com soja. São quatro sabores diferentes – caju, uva, maçã e Tropical C (laranja, acerola e caju) – que já vêm pré-adoçados. Ricos em vitamina C, sódio e fibras, as bebidas vêm em embalagens de 500 ml que
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rendem até 3 litros. Além do sabor diferenciado, os sucos Dafruta têm preços acessíveis. As garrafas de vidro custam em média R$3,50. Mais informações: 0800-813022 / www.dafruta.com.br
Cereais orgânicos Fotos: Divulgação
Barras e cereais orgânicos da Nature´s Path prometem conquistar os brasileiros
odos os ingredientes utilizados em seus produtos são orgânicos. Agora no Brasil, a linha de matinais e barras de cereais da empresa norte-americana Nature´s Path promete agradar a paladares e à consciência ecológica. Certificados pela USDA Organic, os cereais ajudam a proteger a biodiversidade mundial, pois 1% de tudo o que é vendido é doado para a ONG Wildlife Trust. É possível escolher entre vários sabores, como framboesa e
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manteiga de amendoim, todos livres de gordura trans e de glúten. As embalagens de 350 gramas custam R$16,76 no Empório em Casa, que faz entregas em domicílio na Grande São Paulo. Mais informações: www.naturespath.com / www.emporioemcasa.com.br
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SAÚDE
Alimentação
brasileira Dieta dos brasileiros, rica em carnes com gordura e com baixa ingestão de frutas e hortaliças, é a causa de doenças crônicas
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54 mil pessoas, acima dos 18 anos, de 26 capitais brasileiras. De acordo com o levantamento, homens com menos escolaridade são os que menos consomem frutas e verduras. Porto Alegre se destacou como a capital onde os hábitos alimentares são mais saudáveis – 38,6% da população afirmou comer frutas e hortaliças em cinco ou mais dias da semana. Já na capital Macapá, esse número caiu para 7,3%. A pesquisa concluiu ainda que o consumo de carnes com excesso de gordura faz parte do cardápio diário de mais da metade da população de Palmas (53,1%), sendo que esse tipo de alimentação é a primeira opção de 68,1% dos homens da cidade. De maneira geral, os homens (51,2%) comem mais carne do
que as mulheres (29%). De acordo com a assessoria do Ministério da Saúde, o objetivo do Vigitel é permitir o planejamento de políticas públicas de prevenção, como a construção de áreas de lazer para atividades físicas. O relatório deverá ser anual e realizado também nas cidades próximas às capitais.
Alimentação Sem Carne O médico Eric Slywitch elaborou um guia prático para quem quer montar uma dieta vegetariana com segurança e diversidade. Em 105 páginas, é possível obter informações sobre os nutrientes que geram mais dúvidas para quem decide parar de comer carne e em quais alimentos encontrá-los. Mais informações: www.alimentacaosemcarne.com.br Preço: R$48
Vegetarianismo – Sustentando a Vida Há 26 anos dentro da prática vegetariana, Maria Laura Garcia Packer lançou recentemente um guia de orientação e inspiração para uma vida sustentável. Nas 152 páginas, a autora disserta sobre a maneira como o vegetarianismo pode contribuir para o equilíbrio espiritual, além de fornecer 108 receitas veganas. Mais informações: www.casadeyogashantiom.com.br Preço: R$47
Foto: sxc.hu
rimeiro mapeamento sobre os hábitos alimentares no País, realizado pelo Ministério da Saúde, afirma que os brasileiros comem pouca verdura e muita carne com gordura. Divulgado no dia 14 de março pelo ministro Agenor Álvares, o Vigitel (Sistema de Monitoramento de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas) concluiu que a má alimentação é uma das causas de doenças crônicas não-transmitíveis (DCT), como diabetes, problemas cardíacos e obsesidade. Entre 2002 e 2004, ocorreram 1.858.370 óbitos decorrentes das DCTs, diz o relatório. Realizado durante o ano de 2006, o Vigitel levou em consideração hábitos diários como atividades físicas, tabagismo, consumo de álcool e a alimentação de
Mais informações: http://portal.saude.gov.br
Dieta Vegetariana de Baixo Carboidrato São 150 páginas de dicas e receitas vegetarianas ou veganas com muita proteína e pouco carboidrato para perder peso, mas sem perder o humor e a saúde. A dieta elaborada pela britânica Rose Elliot, especialista em culinária vegetariana, apresenta pratos para todas as refeições do dia, incluindo as sobremesas. Mais informações: www.publifolha.com.br Preço: R$34
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Livros
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Proteína X bem-estar Pouca proteína, exercícios físicos e alimentação balanceada podem contribuir para a prevenção de câncer, confirma estudo americano
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uma alimentação com baixas calorias e com pouca proteína (0,73 grama de proteína por quilo de peso corporal). O grupo B era formado por esportistas com uma dieta hiperprotéica (1,6 grama de proteína por quilo de peso) e o grupo C recebeu a típica dieta ocidental com muitas calorias associadas à ingestão de muita proteína, que neste caso ficou em torno de 1,23 grama. Segundo a nutricionista norte-americana Reed Mangels, o consumo ideal de proteína por dia gira em torno de 0,8 grama por peso corpóreo. O resultado da pesquisa mostrou que dos três grupos, o primeiro foi quem apresentou o menor nível do hormônio IGF-1 na corrente sangüínea. Produzido no fígado, o IGF-1 estimula o crescimento em diversos tecidos. Mais informações: www.ajcn.org
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limentação balanceada e exercícios físicos já são receitas antigas para quem procura uma vida mais saudável. Recentemente, uma pesquisa da Universidade de Washington (EUA) veio para complementar essa fórmula. Divulgado em dezembro de 2006 no periódico American Journal of Clinical Nutrition, o trabalho dos pesquisadores Luigi Fontana, Samuel Klein e John O. Holloszy alerta para os riscos do excesso de proteína na alimentação. Segundo os autores, uma dieta hiperprotéica pode contribuir para o aumento do nível de hormônios como o IGF-I, ligado ao desenvolvimento de câncer, especialmente de mama, próstata e cólon. A pesquisa contou com a participação de 63 pessoas divididas em três grupos diferentes. O grupo A era formado por pessoas sedentárias, mas que receberam
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PROTEÇÃO ANIMAL
Saúde
Deputado petista cria centros veterinários para atender animais das pessoas de baixa renda, mas projeto ainda não saiu do papel da população carente", disse. Para justificar a criação da possível lei, o deputado apontou algumas estatísticas divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que alertam para a quantidade de animais domésticos no País. O Brasil é o segundo maior país em população de animais domésticos, com 27,9 milhões de cães, 12 milhões de gatos e 4 milhões de outros pets, números que ainda estão crescendo. Para o petista, diante desses dados, é necessário criar políticas públicas para controlar a população, principalmente de caninos. "O Centro de Controle Zoonoses de São Paulo recolhe mais de 24 mil animais abandonados por ano e desses, somente 1.500 são adotados", afirma em seu relatório. Se for aprovada, a lei determina que os Centros funcionem 24 horas e fiquem à disposição de ONGs de proteção animal e de protetores independentes que estiverem cadastrados no local. Os custos e a localidade desses verdadeiros hospitais veterinários cabe ao Governo do Estado de
São Paulo regulamentar. Apesar da iniciativa, o projeto ainda está em tramitação. "Infelizmente, boa parte dos projetos têm sido vetados pelo Poder Executivo e essa demora só confirma o descompasso que existe entre os poderes Legislativo e Executivo. Acredito que a pressão da sociedade civil organizada é muito importante para que essa lei seja aprovada logo", disse o parlamentar. Segundo a assessoria da Assembléia Legislativa de São Paulo, "tudo depende do interesse dos deputados em agilizar esse processo".
Nova Clínica Veterinária Popular SVB/RP Local: Sede da Sociedade Vegetariana Brasileira - Ribeirão Preto / R. Amazonas, 265 Informações: (16) 3911-2025 ou 3911-4110 www.svbribeirao.org
Mostra de Animações sobre vegetarianismo e ambientalismo Data: 29/04 das 14 às 18h Local: Espaço Impróprio / R. Dona Antônia de Queiróz, 40 Consolação - São Paulo Informações: rangovegano@gmail.com
Data: todo primeiro e terceiro sábado de cada mês, das 11 às 14h Local: R. Cardeal Arcoverde, 1.838 Pinheiros - São Paulo - SP Entrada: gratuita Informações: vanywicca@yahoo.com.br
Programa Lateshow Data: todos os domingos às 16h45, no canal de televisão Rede TV
Reiki para animais Aplicação de Reiki em animais com problemas físicos ou emocionais.
Programa "Nossos Irmãos Animais" Rádio Boa Nova - AM 1450 Data: toda quarta-feira, das 13 às 14h
ublicado em junho de 2006, o projeto de lei número 337 autoriza o Poder Executivo a criar o Centro de Saúde do Animal. Redigida pelo deputado estadual Ítalo Cardoso (PT), a proposta tem como objetivo atender gratuitamente os animais de estimação das pessoas comprovadamente de baixa renda, inclusive mendigos. Segundo Cardoso, existe uma diferença muito grande entre o tratamento dispensado aos animais de pessoas ricas e pobres. "Minha intenção é dar acesso aos animais
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Deputado Ítalo Cardoso (PT): o intuito é dar acesso aos animais da população carente
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Farra do pesar de a lei federal número 9.605/98 estabelecer detenção e multa por maus tratos a animais, no dia 20 de março, a Câmara Municipal de Governador Celso Ramos, município localizado a cerca de 50 km de Florianópolis, autorizou a prática da Farra do Boi na cidade. O vereador Anderson Ajair Santos deu parecer favorável ao projeto que os parlamentares chamaram de "Brincadeira do Boi", para lembrar a tradição dos imigrantes açorianos que colonizaram o litoral catarinense no século XVIII. Segundo o assessor parlamentar, Hugo Alti, o projeto pode entrar em vigor no ano que vem, pois essa votação da Câmara foi um primeiro pedido dos vereadores. "Ainda dependemos de uma regulamentação do Poder Executivo". Para marcar o repúdio à prática e ao projeto, a SVB Florianópolis e ONGs, como WSPA e Instituto é o Bicho, realizaram no dia 21 de março uma manifestação em frente ao Terminal Central de Ônibus de Florianópolis (TICEN). Durante duas horas, ativistas mascarados de bois distribuíram
Festival Vegano
Boi Foto: Divulgação
Vereadores de cidade catarinense descumprem lei federal e autorizam projeto para realização da farra do boi na Páscoa
Notas
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Encontro realizado em hotel vegetariano terá muitas atividades erá realizado na Índia, na cidade de Murdeshwar, entre os dias 30 de setembro e 6 de outubro, o 11º Festival Vegano Internacional. Exibição de filmes e prática de yoga, serão algumas das atividades do evento, que contará com toda a infra-estrutura do hotel três estrelas RNS Residency. A inscrição custa US$ 82. Já o Festival do ano que vem deverá ser realizado no Rio de Janeiro. Segundo Marly Winckler, presidente da SVB, o intuito é celebrar o estilo de vida vegano. Mais informações no site www.vegetarianismo.com.br
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Lei italiana panfletos aos pedestres, Manifestação: cantaram músicas e SVB de Florianópolis recitaram poemas de realiza protesto protesto. Para o para condenar coordenador da SVB Farra do Boi Florianópolis, Rodrigo Espinosa Cabral, 32 anos, o País já vive uma fase muito violenta e a sociedade precisa dar outros exemplos para a geração futura. "Chamar a Farra do Boi de Brincadeira, como querem os farristas, torna a Farra algo ainda mais cruel e hediondo, porque, além do sofrimento dos bois, há o risco de nossas crianças crescerem com uma idéia distorcida e perigosa do que é brincar". A Farra do Boi consiste em soltar o animal pelas ruas para que os farristas o persigam atirando pedras, paus, facas e dando-lhe diversas chicotadas. De acordo com a tradição, o boi representa Judas ou o Diabo e o ato de maltratá-lo é uma maneira de se livrar dos pecados. Segundo o assessor Alti, a própria comunidade faz uma contribuição voluntária para comprar os animais, que custam em média R$1.500. A Prefeitura de Governador Celso Ramos realizou em seu site uma enquete para saber a opinião pública sobre a Farra: 96% dos que votaram condenam o evento. RevistaVegetarianos.com.br
Italianos que maltratarem animais poderão ser presos ou pagar multa roposto pela ONG italiana LAV (www.lav.it), em novembro de 2006, o projeto de lei que proibia a criação de animais para extração de pele foi aprovado na Itália. A partir de 1º de janeiro de 2008, os criadores que burlarem a nova emenda institucional receberão punição administrativa e suspensão do exercício, além de poderem ser presos por maltratarem animais. A organização é uma das principais defensora dos animais no país.
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Macacos em perigo Hábitos alimentares colocam espécies em ameaça de extinção studo realizado pelas ONGs Care for the Wild (www.careforthewild.org) e Pro Wildlife (www.prowildlife.de) afirma que 5,4 milhões de macacos são mortos e consumidos anualmente na Amazônia. De acordo com o relatório, o hábito alimentar da população somado à lenta reprodução desses animais contribuem para a ameaça de espécies como o guariba, por exemplo.
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Por um mundo melhor Confira a entrevista com o holandês Niko Koffeman, o criador do Partido pelos Animais (PvdD) e do primeiro plano de saúde exclusivo para vegetarianos
Por Samira Menezes economista holandês Niko Koffeman, 48 anos, sempre se preocupou com o equilíbrio entre homens e animais. Adepto do vegetarianismo desde criança, tinha em mente que precisaria mudar de alguma maneira a forma como a sociedade lida com os direitos dos animais e o meio ambiente. Com a ajuda de uma amiga, a advogada Marianne Thieme, Niko conseguiu, em 2002, tirar do papel a idéia de um partido político que se preocupasse em elaborar e colocar em prática leis em prol dos animais. Eles criaram o PvdD – Partij voor de Dieren (Partido pelos Animais) – único no mundo a tratar exclusivamente do assunto e que nas últimas eleições conseguiu angariar duas cadeiras no
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Parlamento holandês com 200 mil votos. Mesmo assim, Niko sentia que poderia fazer algo a mais pelo planeta e, em dezembro de 2006, criou o Vegapolis – primeiro plano de saúde para vegetarianos e não-fumantes. A idéia deu tão certo que, em pouco mais de três meses, conquistou mil clientes e espera crescer cada vez mais ao longo de 2007. Por que você teve a idéia de criar um plano de saúde para vegetarianos e não-fumantes? Eu pensava sobre planos de saúde desse tipo desde criança, pois meus pais me diziam que poderíamos ter um estilo de vida muito mais saudável sendo vegetarianos do que onívoros. Sou muito orgulhoso de ser vegetariano e, como marqueteiro, sempre estou pensando em projetos especiais para envolver as pessoas em um estilo de vida mais
Em prol dos animais: O holandês Niko Koffeman criou o Partido pelos Animais e o primeiro plano de saúde exclusivo para vegetarianos do mundo
Que tipo de doenças o seguro cobre? O plano cobre todos os tipos de doenças. Na verdade, pensamos que não devemos segurar doenças e sim saúde. Damos um desconto para os vegetarianos em seus gastos com saúde e eles recebem um cartão de crédito que compensa suas emissões de gás carbônico durante toda a vida. Eles recebem um reembolso de 25 euros da companhia de seguro pelos produtos de soja que consumirem. Isso tem feito com que essas companhias e muitas pessoas se interessem por essa proposta. O Vegapolis já tem mil vegetarianos segurados e esse número vai crescer significamente este ano. Você acredita que a razão pela qual as pessoas procuram o Vegapolis é o fato de ele reembolsar as despesas médicas ou porque elas estão realmente preocupadas com a qualidade de vida? As pessoas realmente se importam com os efeitos que uma dieta vegetariana proporciona à saúde, mas também pensam na recompensa em dinheiro que vão ter por levar uma vida mais saudável. É como se elas fossem gratificadas pela vida mais saudável que levam. Você criou o Partido pelos Animais por uma razão em particular? O Partido pelos Animais (PvdD) é um partido político holandês que tem como objetivo melhorar a situação dos animais na nossa sociedade.Tive essa idéia em 1992, mas só em outubro de 2002 ela se tornou realidade, graças à Marianne Thieme e outros advogados que defendiam os
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saudável. Por exemplo, na Igreja Adventista do Sétimo Dia, onde fui criado, mais de 40% dos membros são vegetarianos e os adventistas são conhecidos como a população com maior expectativa de vida, de 7 a 11 anos a mais do que o normal.
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direitos dos animais e que conseguiram estabelecer oficialmente o partido. Minha intenção era promover consciência na maneira como cada ser humano trata os animais e enfatizar as mudanças necessárias – não apenas pelos interesses dos próprios animais, mas também pelos seres humanos e pelo meio em que todos nós vivemos. Acreditamos que animais e homens são criaturas vivas com emoções e consciência, e todos os animais têm o direito de serem tratados com respeito pelos humanos. Isso significa que, tanto os animais selvagens como os domesticados, deveriam viver de acordo com sua própria natureza. O partido acredita que a extensão de uma sociedade civilizada pode ser medida pela maneira como seus membros tratam outras criaturas vivas e seu ambiente natural. Você disse que PvdD acredita que os animais deveriam viver de acordo com sua natureza. Qual sua opinião a respeito dos animais de estimação, como cães e gatos? Eles são domesticados, vivem junto com o homem como companheiros. Isso é totalmente diferente de ser abatido apenas para satisfazer por cinco minutos o paladar do homem. Como a Holanda lida com os direitos dos animais? Existem leis eficientes nesse sentido? A Holanda é o segundo maior exportador de carne e de leite do mundo. Esse é um problema para um país pequeno que usa mais da metade de suas terras para plantar grãos que servirão de comida para animais em outros países, muitas vezes mais pobres do que a Holanda. Culturalmente, o Brasil é famoso por seu churrasco. Como é o consumo de carne na Holanda? Os holandeses não são grandes comedores de carne e o consumo está decaindo depois que foram descobertas várias doenças relacionadas à carne animal nos últimos anos. Milhões de animais foram sacrificados apenas para tentar erradicar essas doenças. O PvdD foi fundado em 2002. Antes dele, havia algum partido preocupado com o meio ambiente e o direito dos animais? Existem diferentes "partidos verdes" que reivindicam o bem aos animais e ao meio ambiente. Na verdade, esses assuntos foram tratados como acompanhamentos numa política muito centrada no ser humano. De que adianta tanto dinheiro se o Pólo Norte está derretendo? Quanto dinheiro ainda teremos que ganhar para nos conscientizar de que estamos
prejudicando os animais e a natureza? Então, decidi criar um novo partido político que desse ânimo novo na corrida pelos "votos verdes". Depois que o PvdD foi criado, você acredita que as pessoas passaram a pensar mais sobre como os animais são tratados? Houve uma grande mudança, pois todo mundo nos Países Baixos (incluindo outros partidos políticos) está falando sobre direito dos animais.
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Minha intenção é promover consciência na maneira como cada ser humano trata os animais e enfatizar as mudanças necessárias
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Apenas os partidos políticos com cadeira no Parlamento podem propor alguma lei na Holanda? Quantas cadeiras são necessárias para que um partido consiga propor uma lei? Sim, como um partido parlamentar, nós podemos propor novas leis. Existem 150 membros no Parlamento e nós precisamos de 76 votos a favor para que uma lei entre em vigor. Acredito que as leis propostas pelo PvdD vão receber cada vez mais votos a favor porque os outros partidos e seus representantes têm medo da força de nosso eleitorado. Em novembro de 2006, o PvdD conseguiu duas cadeiras no Parlamento. Quantos votos isso representa? Quase 200 mil votos, ou seja, 2% do eleitorado. Por muito pouco não conseguimos três cadeiras! No mês passado, conseguimos mais uma cadeira no Senado e nove em Estados provinciais. Tudo isso pela primeira vez no mundo! Quais são suas principais propostas para 2007? Pretendemos passar de 6 mil para 10 mil membros e fazer com que outros partidos tomem consciência de que eles precisam apoiar nossas propostas para criar leis favoráveis aos animais. Desde que criou o PvdD, o número de eleitores aumentou significativamente. Em sua opinião, por que isso aconteceu? As pessoas estão conscientes de que somos um grande partido baseado na compaixão e na sustentabilidade, e não viemos aqui para ficar apenas um dia. RevistaVegetarianos.com.br
O que mudou na campanha do PvdD comparado com as penúltimas eleições, na qual o Partido não conseguiu o número de votos suficientes para entrar no Parlamento? Tivemos o apoio de quinze holandeses famosos, entre escritores, intelectuais, artistas de televisão, estrelas de cinema etc. É possível ganhar ou perder mais cadeiras no Parlamento a cada nova eleição? As Novas Eleições para o Parlamento Europeu serão em 2009 e para o Novo Parlamento, em 2011. A cada nova eleição podemos ganhar ou perder todas as nossas cadeiras. Vocês conseguiram introduzir alguma lei desde que o PvdD foi criado? É difícil falar sobre as propostas de lei criadas pelo PvdD, pois a criação de novas leis leva alguns anos na Holanda. Demora pelo menos três anos e nós estamos a apenas alguns meses dentro do Parlamento. Mas já exigimos melhores leis para o bem-estar animal e o ministro da agricultura disse abertamente para os jornais que ele consideraria nossas propostas, adequando-as dentro das leis atuais. Dessa maneira, ele possivelmente poderia parar com nosso crescimento entre os eleitores. Mas nós ainda estamos crescendo e rapidamente. Somos o partido político que mais cresceu em 2006! As novas leis a favor dos animais ainda não são eficientes, mas isso vai acontecer dentro de meses. Desde que estamos no Parlamento, de 60 a 80% do tempo dos debates sobre agricultura é dedicado ao bem-estar e direitos dos animais. Já conseguimos dobrar a verba para métodos alternativos em testes de laboratórios, os direitos dos animais estarão garantidos na Constituição, haverá um telefone disponível para a população denunciar maus tratos aos animais e pessoas que tratarem mal qualquer animal poderão receber sérias punições. Acredita que algum dia as pessoas se conscientizarão do despropósito que é a crueldade praticada contra os animais? Com certeza. Mahatma Gandhi disse que "primeiro eles o ignoram, depois riem de você, depois lutam contra você e então, você ganha". Quando você criou o PvdD, encontrou algum tipo de resistência? Encontrei muita resistência e muitas ofensas também. Mas nós não somos um partido de nove para dez pessoas, somos a vanguarda. Um pequeno movimento, mas de ação rápida. Algumas pessoas podem dizer que somos um bando de sonhadores, mas nós não estamos sozinhos.
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Derrubando
e revendo verd a Por Viviane Pereira
A Revista dos Vegetarianos conversou com especialistas e mostra aqui como você pode optar pelo vegetarianismo com total segurança sem se iludir com a falsa ciência ministro da propaganda nazista, Joseph Goebbels, responsável por propagar as idéias repudiáveis da teoria racista de Hitler que levou à morte milhões de judeus na Segunda Guerra Mundial, tinha uma frase que ficou famosa sobre verdades e mentiras: "Uma mentira repetida mil vezes se converte em verdade". Um dos perigos desse conceito é saber que ele pode levar justamente a formas variadas de preconceitos injustificados baseados em falsas realidades. Nesse caso, vítimas inocentes são dizimadas porque não se enquadram no desenho da verdade criada e imposta.
Fonte: informações fornecidas pelo médico Eric Slywitch
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Foi assim com os judeus, foi assim com os negros, é assim com os animais. Quando o assunto é vegetarianismo, verdades e mentiras se esbarram criando uma linha tênue entre esses dois opostos nas questões polêmicas e dúvidas cotidianas. O que é somente um mito dentro das crenças que a cultura social nos impõe? E quais as verdades relevantes que devemos considerar quando escolhemos ser vegetarianos? Em qualquer situação, há os que preferem crer nas mentiras repetidas e deixar a ilusão prevalecer sobre a realidade. Mas há também os que optam por procurar a verdade, ainda que ela leve a decisões importantes e mudanças nem
Como fixar melhor o cálcio Ter contato com o Sol é muito importante para a vitamina D, que ajuda na fixação do cálcio (veja mais no artigo da página 48). Usar alimentos integrais – pelo fato de terem hormônios vegetais, os fitoestrogênios – facilita a fixação do cálcio no osso. Além disso, ter uma flora intestinal funcionando corretamente é fundamental para a produção da vitamina
K, que é importante na formação dos ossos. O ômega 3 também ajuda na manutenção dos ossos (veja informações no tópico específico de ômega 3). Reduzir a ingestão de sal. O organismo perde cálcio pela urina se a pessoa come muito sal. Ter uma ingestão adequada de proteína: nem mais nem menos. Esse é
outro ponto polêmico, pois alguns estudos mostraram que proteína em excesso causa perda de cálcio pela urina. Estudos mais recentes comprovam que comendo bastante proteína ocorre maior absorção de cálcio. Para não cair nem para mais nem para menos, o indicado é ficar na média recomendada de ingestão de proteína.
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sempre tão fáceis de serem executadas. Para esses, o melhor é buscar a verdadeira natureza da coisa, derrubando mitos e preconceitos, se for preciso, fugindo da mentira aceita como verdade só porque repetida milhares de vezes. Esses são os que escolhem colocar paredes de vidro em abatedouros, encarando de frente a realidade e questionando a verdade tão repetida de que sem carne não é possível viver. Somente com informação verdadeira pode-se exercer o direito de escolha. Mesmo quem escolhe viver sob o poder do mito, por certo uma hora terá que enfrentar a realidade. Afinal, como disse o admirado ex-presidente americano, Abraham Lincoln, que era vegetariano: "Pode-se enganar todas as pessoas por algum tempo e algumas pessoas durante todo o tempo. Mas não se pode enganar todo o mundo por todo o tempo".
NUTRIÇÃO As dúvidas que envolvem a área nutricional são as que costumam provocar as maiores polêmicas sobre a validade de uma dieta vegetariana, misturando mitos e verdades e deixando incertezas prejudiciais. Perguntas sobre nutrientes, ingredientes e a relação da alimentação com uma vida saudável são as que mais provocam falsas crenças. É importante que todas as dúvidas sejam esclarecidas para tornar possível uma escolha consciente e a manutenção de uma vida saudável, com força, equilíbrio e disposição. Para esclarecer mitos, confirmar algumas verdades e demonstrar como a dieta vegetariana é viável em qualquer fase da vida, seguem explicações e desmitificações de temas polêmicos.
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opção pela retirada da carne do cardápio aconteceu naturalmente para Rafael Bán Jacobsen, 25 anos, físico e coordenador da Sociedade Vegetariana em Porto Alegre. Há 10 anos, em um almoço, olhou para o pedaço de frango na sua frente e teve um mal-estar súbito e um sentimento de culpa terrível. "Logo entendi o porquê. Durante minha infância, sempre ajudei minha mãe a recolher e tratar animais de rua, ficava revoltado com parentes que iam pescar, tinha terror ao ver cavalos mal-tratados pela cidade, mas não estendia essa compaixão e, mais do que isso, esse respeito aos animais que me serviam de alimento". Como a opção aconteceu assim, da noite para o dia, sem muito tempo para refletir sobre as conseqüências, Jacobsen não precisou enfrentar questionamentos e dúvidas internas, mas teve que lidar com as idéias equivocadas das outras pessoas. "Quando eu tirei a carne do cardápio, os familiares tinham certeza de que logo eu iria definhar até a morte. O exame diário que minha avó fazia na coloração das mucosas das minhas pálpebras era a evidência mais sutil desse fato". Enquanto a família convivia com esse temor, Jacbosen receava enfrentar dificuldades com amigos e colegas e acabar sendo excluído das festas e confraternizações em geral. "Isso também não ocorreu. Sempre compareço, levando meu prato vegetariano para compartilhar e aproveitando a oportunidade para esclarecer as mil dúvidas que as pessoas manifestam quando o assunto vem à tona – e sempre vem". O temor de perder amigos transformou-se na certeza de ampliar seu círculo social, permitindo que ele descobrisse, além de uma escolha alimentar, um caminho de aprendizado. "Com a internet e tantas listas de discussão e sites de relacionamento, conhecer outras pessoas que compartilhem da nossa filosofia é muito fácil. Essas ferramentas também ajudam a buscar informações para se "defender" do preconceito reinante; um vegetariano tem que saber sobre nutrição, biologia, filosofia, engenharia de alimentos, culinária, entre tantos ramos díspares do conhecimento. Dá trabalho, mas é uma empreitada fascinante".
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Proteína – Mito De todas as questões que cercam o vegetarianismo, o mito da proteína costuma ser o que mais causa dúvidas e polêmicas. Mas, ao contrário do que a maioria acredita, um vegetariano não precisa se preocupar mais do que os não vegetarianos com esse nutriente. Para entender a origem desse questionamento, o médico Eric Slywitch, responsável pelo departamento de medicina e nutrição da Sociedade Vegetariana Brasileira, explica que os estudos mais antigos para avaliação da necessidade de ingestão de proteína foram feitos com animais. "Esses parâmetros não servem para os seres humanos. Esse é um conceito antigo que proliferou e até hoje é usado por alguns nutricionistas". Slywitch afirma que há novos estudos, feitos com seres humanos, que demonstram que o índice de necessidade protéica não é tão alto e pode ser facilmente alcançado com uma dieta vegetariana. O nutricionista George Guimarães,
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Vegetariano da noite para o dia
Nós devemos admitir que a carne é uma fonte rica em ferro, mas isso não significa que os vegetais não são capazes de suprir nossa necessidade
diretor da Nutriveg, empresa de consultoria em nutrição vegetariana, acredita que esse mito vem da idéia de que proteína é sinônimo de carne. "Ter proteína não é uma exclusividade da carne. É errado acreditar que só a carne tem muita proteína e o resto dos alimentos não tem". Segundo Guimarães, se considerarmos a porcentagem de proteína por caloria, os vegetais terão índice maior do que a carne. "Por exemplo, 1.000 calorias de brócolis têm mais proteína do que 1.000 calorias de carne. Claro que o volume dos alimentos será bastante diferente". Para uma alimentação balanceada com boa ingestão de proteínas, o nutricionista recomenda incluir no cardápio leguminosas, castanhas, sementes e feijões. Guimarães diz que, no meio da polêmica sobre proteína, estão as dúvidas que envolvem os aminoácidos essenciais. "As pessoas questionam que
Mitos A dieta vegetariana provoca deficiência alimentar Qualquer dieta desbalanceada, vegetariana ou não, pode provocar deficiência alimentar. Por isso, independente da opção alimentar, o ideal é fazer um balanço, de preferência com ajuda profissional, para acertar a dieta. Não é possível ter uma boa alimentação sendo vegetariano Essa afirmação cai por terra quando observamos estudos científicos comprovando que a ingestão de nutrientes dos vegetarianos costuma ser melhor do que dos não-vegetarianos. As pesquisas demonstram que os vegetarianos que ingerem vitaminas em boa quantidade não têm problemas de absorção. Vegetariano é fraco Um vegetariano só vai ser fraco se não estiver se alimentando bem – mas o mesmo acontece com um não-vegetariano. Os estudos mostram justamente o oposto, que
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vegetarianos têm maior resistência física. A melhor forma de comprovar é observando o exemplo de esportistas como Carl Lewis, um dos maiores atletas de todos os tempos, considerado um dos mais rápidos do mundo; ou como Dave Scott, reconhecido como o melhor triatleta do mundo, vencedor do Triatlon Ironman no Hawaii quatro vezes, que inclui provas seguidas de natação por 3,8 km no oceano, corrida de bicicleta por 180 km e uma maratona de 42 km; ou ainda como Piero Venturato, que foi duas vezes campeão mundial de fisiculturismo. Temos também o exemplo brasileiro do pugilista Éder Jofre, que conquistou inúmeros títulos mundiais de peso galo e peso pena. Criança necessita comer carne porque está em fase de crescimento Esse é outro mito muito difundido que pode ser derrubado com a história de pessoas que são vegetarianas desde o nascimento e também famílias vegetarianas há mais de uma geração. O fato é que quando há uma dieta balanceada, a criança não terá qualquer problema de
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os vegetais não têm todos os aminoácidos essenciais, que são oito. Essa afirmação é verdadeira em parte, porque você pode não encontrar os oito aminoácidos em um único vegetal, mas vai conseguir completar todos facilmente combinando vegetais diferentes", destaca. "O feijão não tem todos os aminoácidos, o arroz também não; mas juntando os dois você terá o grupo completo, porque o que falta em um tem no outro".
desenvolvimento. Respeitando as necessidades alimentares, é importante estar atento à proteína, ao cálcio, ao zinco e à vitamina B12. Especialmente nessa fase, o acompanhamento de um profissional é fundamental. Mulher grávida que não come carne prejudica o bebê Com exceção da vitamina B12, que é melhor fazer suplementação, a gestante consegue suprir todas as suas necessidades com uma dieta vegetariana. Vegetariano é magro Estatisticamente os vegetarianos tendem a ser mais magros, porque costumam ter uma alimentação mais saudável e ingerem mais fibras e alimentos com mais volume e menos caloria. Mas ser gordo ou magro depende menos da opção vegetariana e mais das escolhas alimentares que a pessoa faz. Atualmente é possível ver vegetarianos acima do peso ou obesos, com dietas mais calóricas e ricas em alimentos refinados.
Ferro – Mito Junto com a proteína, o mito do ferro nasce da idéia de que como a carne é uma boa fonte desse nutriente, quem não come carne não ingere ferro suficiente. Essa afirmação desconsidera o fato de que os vegetais possuem ferro suficiente para oferecer a quantidade mínima necessária. "Nós devemos admitir que a carne é uma fonte rica em ferro, mas isso não significa que os vegetais não são capazes de suprir nossa necessidade", afirma Guimarães. "Em uma dieta convencional, muito rica em produtos refinados e pobre em castanhas, pode acontecer de a pessoa não consumir boas fontes de ferro além da carne. Assim, algumas pessoas se tornam vegetarianas, simplesmente tiram a carne e aí podem desenvolver anemia". Ele lembra que é preciso considerar que dieta vegetariana não é tão somente uma dieta sem carne, mas uma dieta acrescida de outros alimentos. Em seu livro Alimentação sem Carne, Slywitch apresenta os índices da necessidade diária de ingestão de ferro, apontando 8 mg para homens onívoros acima de 19 anos e 14 mg para homens vegetarianos nessa faixa etária. As mulheres são divididas em dois grupos: de 19 a 50 anos, onívoras precisam de 18 mg diária e vegetarianas de 32 mg. A partir dos 50 anos, esses índices passam para 8 mg e 14 mg, respectivamente. "As mulheres são consideradas grupo de risco para anemia porque perdem sangue todo mês. É difícil encontrar um homem adulto com anemia. Às vezes acontece, em caso de tumor ou infecção, quando ocorre perda ou menor absorção do ferro. Mas é mais raro", esclarece o médico. "Os valores de ingestão de ferro preconizados para vegetarianos são superestimados. É determinado que o vegetariano precisa de uma alimentação com 80% mais de ferro; isso é variável porque não depende somente do quanto se ingere, mas da absorção e perda do ferro". Slywitch explica que parte desse mito tem origem no fato de a carne ter ferro heme e os vegetais terem apenas ferro não heme. "O ferro heme sofre menos influência na absorção. O ferro não heme tem influência de vários fatores, como ingestão associada de vitamina C. Se a pessoa ingere vitamina C junto com o alimento com ferro, a absorção será maior. Já o ferro heme é absorvido de qualquer forma". Apesar desse fator, o médico destaca que as pessoas esquecem que o ferro da carne RevistaVegetarianos.com.br
A prova de que vegetariano não é magro
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ansado de ouvir que vegetariano é magro, Eduardo Fraccarolli Buriola, 22 anos, estudante de nutrição, resolveu fazer uma dieta de engorda. Vegetariano há quatro anos e vegano há quase três, preparou um cardápio especial. "Atualmente a grande maioria dos onívoros apresenta sobrepeso e obesidade enquanto a maior parte dos vegetarianos tem um peso adequado e saudável. Com esse fato criou-se o mito de que vegetarianos, principalmente veganos, são excessivamente magros", diz. "Como estudante de nutrição, utilizei meu corpo como meu próprio laboratório. Atualmente eu tenho uma dieta rica em carboidratos e adequada em proteínas e lipídios." A experiência está atingindo o resultado desejado, pois em seis meses ele ganhou nove quilos – pesava 60 e hoje pesa 69 quilos. "Meu objetivo é chegar em 72", avisa. Fraccarolli conta que a diferença é bastante perceptível, provocando novos comentários. "Antes muitas pessoas diziam que eu era magro porque sou vegetariano. Agora todos dizem 'nossa, você engordou. Só pode estar comendo carne, porque mato não engorda'", diverte-se comentando. Para quem quer engordar com uma alimentação equilibrada, o estudante de nutrição dá uma dica importante: sempre consumir as hortaliças cruas e cozidas depois do prato principal, pois, para a maioria das pessoas, consumi-las antes reduz um pouco o apetite. Abaixo um exemplo de um dia alimentar de Fraccarolli:
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Café da manhã 1 xícara de café com leite de soja; 3 bananas nanica; 4 colheres de sopa de aveia; 1 colher de sopa de melado de cana; 1 colher de sopa de castanha de caju moída; 2 fatias de pão integral e 2 colheres de tahine Lanche da manhã 1 suco de fruta e 40g de amendoim japonês Almoço 10 colheres de sopa de arroz; 3 conchas de alguma leguminosa; 200 gramas de tofu assado; 2 colheres de sopa de castanha; 5 colheres de alguns legumes cozidos e refogados; 1 copo de suco de fruta e 1 prato de salada de folhas verdes escuras temperada com óleo de soja e limão Lanche da tarde 3 frutas Jantar 4 fatias de pão integral; 4 fatias de pão branco; 200 gramas de patê de tofu e 1 copo de suco de frutas secas.
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ilippe Barreto Leite Arosa, 24 anos, vegetariano há sete anos e vegano há seis, demorou um pouco para tomar a decisão de parar de comer carne porque acreditava que ia morrer. "Eu me deixava levar pela concepção que divulgam por aí de que os alimentos de origem animal são indispensáveis. Mas cheguei a um ponto em que, mesmo sem muita informação, não agüentava mais ter que comer 'melecas'. Fui parando de comer carne ao mesmo tempo em que fui me informando." Arosa tirou primeiro a carne, depois de um ano cortou ovos e leite do cardápio. "No começo eu achava que faltariam proteínas. Depois fui me informar melhor sobre a combinação de aminoácidos". No início, as principais dúvidas eram sobre a substituição de ingredientes, especialmente na questão dos leites e ovos. Ele se perguntava se seria possível continuar comendo bolo e pizza, por exemplo. Hoje ele lamenta que algumas pessoas tenham uma dependência do leite por desconhecimento ou por acreditar, erroneamente, que terá que abrir mão de muitos pratos saborosos. "Há pessoas que querem parar com os derivados, mas como os produtos substitutos ainda são raros no mercado e de difícil acesso, acabam deixando essa iniciativa de lado. Eu já achei leite condensado e creme de leite à base de soja, fiz pão de chocolate que parecia bolo, enfim, há diversas opções". Arosa desfez vários mitos ao longo dos seus sete anos de vegetarianismo. No início acreditava, como muitos crêem, que a comida vegetariana é mais cara. Com o tempo percebeu que verduras e legumes todos comem, vegetarianos ou não, e que a carne não é tão barata assim. "Proteína de soja, feijão, lentinha, arroz, macarrão, todos esses ingredientes são fáceis de achar. É o que basta para conseguir ferro e proteína, por exemplo". A alimentação do seu cachorro também o preocupava, porque não queria dar ração com carne, mas essa foi mais uma questão que conseguiu resolver aderindo à ração vegetariana. De todos os mitos, talvez o maior e mais difícil de quebrar seja a estranheza das pessoas do seu convívio. "Há um mito recorrente que é o das pessoas dizendo que ser vegetariano é estranho. Até hoje minha avó acha que eu não como comida".
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não é todo heme. "A carne tem 40% de ferro heme e 60% de ferro não heme. Contudo, considerando que a carne é congelada e aquecida, boa parte desse ferro heme também se torna ferro não heme e dependerá de outros fatores para ser absorvido". Para garantir uma boa absorção, o ideal é tomar um copo de suco de fruta rica em vitamina C, como laranja ou acerola, um pouco antes, durante ou logo após a refeição. Ácido Fólico – Mito Como a carne é rica em ácido fólico, acaba surgindo o mito de que vegetarianos terão problema com esse item. Sobre esse aspecto, Guimarães avisa: "uma dieta vegetariana rica em folhas também será rica em ácido fólico. Fólico vem da palavra folha. Uma dieta rica em vegetais – que é o que se espera de uma dieta vegetariana – não terá qualquer problema com ácido fólico". Colágeno – Mito Há quem diga que quem não come carne fica com a pele flácida, porque não come colágeno, proteína que não é encontrada nos alimentos de origem vegetal. "Isso não significa que, se não comermos colágeno, não vamos produzir o nosso colágeno. Os animais não comem colágeno", afirma Guimarães. "Nós produzimos colágeno a partir dos aminoácidos. Se a pessoa estiver com a pele flácida, pode até ser por falta de proteína; mas ninguém que consuma proteína em quantidade suficiente terá problemas de flacidez por não ingerir colágeno". Cálcio – Nem verdade nem mito: uma incógnita Há ainda muitas lacunas nos estudos científicos sobre esse mineral tão importante em nossa constituição óssea. Slywitch afirma que não se sabe a real necessidade do cálcio e que a indicação de 1.000 mg por adulto é um valor superestimado, não real, uma medida de precaução. "Entre ingerir o cálcio e ele ser fixado nos ossos há muitos passos no meio. Por isso criou-se uma recomendação de cálcio que possa garantir que a pessoa atinja quantidade suficiente para ter uma massa óssea satisfatória". Não há qualquer recomendação especial para os vegetarianos sobre o consumo de cálcio. Sobre esse nutriente, sofre mais preconceito quem opta por uma dieta vegana. Guimarães exemplifica por que isso acontece. RevistaVegetarianos.com.br
"As pessoas entendem que cálcio é leite. Não sabem que ele está presente também nos vegetais escuros, nas frutas secas, castanhas e leguminosas. Incluindo esses alimentos, a pessoa consegue suprir perfeitamente a necessidade de cálcio". Ômega 3 – Mito que pode virar verdade Assim como a proteína e o ferro, o fato de o alimento animal ser uma boa fonte de ômega 3 provoca por vezes a idéia de que vegetal não é fonte desse nutriente. "Nós temos fontes até melhores de ômega 3, como o óleo de linhaça, que é mais rico do que óleo de peixe. O salmão criado em cativeiro, por exemplo, não vai ser rico em ômega 3 e, como é acinzentado, ainda recebe corante para ficar rosado", avalia Guimarães. "É um mito dizer que vegetarianos não têm boa fonte de ômega 3. O que ocorre na prática é que a grande maioria consome poucos alimentos com esse nutriente, então o que é mito acaba virando verdade por falta de prudência". O nutricionista deixa algumas dicas para reforçar esse item, como substituir o óleo de milho e girassol pelo de canola e linhaça. Para facilitar o entendimento de como balancear o ômega 3 para que fique em quantidade adequada, Slywitch fala do funcionamento do organismo referente a esse aspecto. "O ômega 3 sozinho não faz nada; quando ingerimos os alimentos, o ômega 3 precisa ser transformado em um composto ativo – EPA e DHA" O médico ressalta que essa conversão costuma ser menos eficiente em vegetarianos; um dos motivos para essa dificuldade é o fato de vegetarianos e principalmente veganos comerem mais alimentos com ômega 6, o que dificulta a conversão. Para resolver a diferença, ou a pessoa passa a ingerir mais ômega 3 ou reduz a quantidade de ômega 6. Pode comer linhaça, óleo de canola e evitar óleo de girassol. "Outro motivo que explica a facilidade maior dos onívoros em fazer esse equilíbrio é por eles consumirem algumas fontes diretas de EPA e DHA, no peixe, por exemplo, dispensando a conversão", conclui Slywitch. Vitamina B12 – Verdade O cuidado com a vitamina B12 é uma necessidade real, nem tanto para os ovo-lacto vegetarianos, mas sobretudo para os veganos. Sem ingestão de
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qualquer alimento de origem animal, veganos vão precisar fazer suplementação dessa vitamina. Crianças e mulheres grávidas, mesmo que ovo-lacto vegetarianas, precisarão ter um cuidado e acompanhamento especiais para não sofrer com deficiência dessa vitamina (ver tópicos específicos sobre crianças e gestantes).
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Entre ingerir o cálcio e ele ser fixado nos ossos há muitos passos no meio Eric Slywitch
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procede ou não. Como essas são questões delicadas, que envolvem um assunto tão importante em nossa vida, a saúde, geralmente causam insegurança e desconforto, sobretudo em quem está deixando de comer carne ou pensa em tomar essa iniciativa e busca informações. Para não ficar com dúvidas ou ter inverdades como respostas, o melhor a fazer é se informar em fontes confiáveis: artigos médicos, estudos científicos e profissionais conhecedores da área.
DÚVIDAS QUE PROVOCAM INSEGURANÇA Quem pára de comer carne fica anêmico, fraco, sem força, vive doente... Não são poucos os argumentos que as pessoas usam para colocar empecilhos ao vegetarianismo, sem se preocupar em conferir a informação para saber se ela
Quem pesquisar vai perceber que, ao contrário do que as pessoas geralmente afirmam, o vegetarianismo costuma ser uma opção saudável, com menos gordura saturada, colesterol e menor risco de doenças cardiovasculares, principalmente se vier reforçado com alimentos vegetais, frutas, verduras e alimentos integrais.
n = 6951 2196 46,9 16 31,9 10,7 5,21 18,7 740 1,69 2,3 24,7 2,26 7,25 329 119 3,39 11,8 1057 366 3965 13,4 9,78
n = 1500 2129 49,8 13,9 31,1 9,36 5,64 22,1 337 1,8 2,2 21,7 2,07 5,01 358 130 2,9 13 1081 396 3940 14 8,59
n = 770 1916 54,9 12,9 28,2 4,99 7,53 27,7 74,2 2,29 2,26 23,9 2,23 0,41 431 155 0,88 16,1 610 440 4029 15,3 7,99
Energia ingerida (kcal) % como carboidrato % como proteína % como lipídios % com gordura saturada % como gordura poliinsaturada Fibras (g) Retinol (mcg) Vitamina B1 (mg) Vitamina B2 (mg) Vitamina B3 (mg) Vitamina B6 (mg) Vitamina B12 (mcg) Folato (mcg) Vitamina C (mg) Vitamina D (mcg) Vitamina E (mg) Cálcio (mg) Magnésio (mg) Potássio (mg) Ferro (mg) Zinco (mg)
n = 22962 1918 48,3 17,3 31,5 10,4 5,19 18,9 654 1,62 2,19 23,2 2,17 6,98 321 138 3,32 10,7 989 341 3839 12,6 9,16
nas Ovo veg -lacto etar iana s Veg ana s
Se vegmietar ia
Onív oras
Ov vego-lacto etar iano s Veg ano s
n = 3748 2100 51,2 13,1 31,1 9,37 5,67 22,7 306 1,9 2,23 20,8 2,03 2,57 367 123 1,56 13,7 1087 396 3867 13,9 8,44
Mulheres
n = 6931 1854 51,2 14,9 30,7 9,33 5,43 21,6 308 1,72 2,11 19,5 1,99 4,93 346 147 2,78 11,4 1021 358 3759 12,8 7,94
n = 12347 1818 52,9 13,8 30,4 9,33 5,29 21,8 277 1,77 2,1 18,3 1,91 2,51 350 147 1,51 11,6 1012 352 3656 12,6 7,67
n = 1342 1667 56,1 13,5 27,8 5,11 7,2 26,4 76,6 2,14 2,13 21,1 2,08 0,49 412 169 0,88 14 582 391 3817 14,1 7,22
Fonte: informações fornecidas pelo médico Eric Slywitch
Energia ingerida (kcal) % como carboidrato % como proteína % como lipídios % com gordura saturada % como gordura poliinsaturada Fibras (g) Retinol (mcg) Vitamina B1 (mg) Vitamina B2 (mg) Vitamina B3 (mg) Vitamina B6 (mg) Vitamina B12 (mcg) Folato (mcg) Vitamina C (mg) Vitamina D (mcg) Vitamina E (mg) Cálcio (mg) Magnésio (mg) Potássio (mg) Ferro (mg) Zinco (mg)
Se vegmietar ia
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Onív oros
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Tabela demonstra equilíbrio na ingestão de nutrientes
(*) European Prospective Investigation into Cancer and Nutrition: estudo feito pela EPIC-Oxford, no Reino Unido,com pessoas entre 20 e 97 anos. Utilizando o método de coleta das informações por recordatório alimentar de 7 dias, os dados foram expostos sem somar o uso de suplementos e apresentam os valores médios (omitidos os desvios padrões).
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Marly Winckler
Para quem pensa que virar vegetariano é buscar algo para substituir a carne, o médico adianta: "Se a pessoa tem uma dieta adequada e resolveu parar de comer carne, não terá problema porque a carne era em excesso". Os detalhes sobre cada nutriente, que parecem uma barreira no início, acabam se incorporando ao cotidiano e logo fará parte da rotina conferir a ingestão básica de nutrientes, talvez se tornando um novo hábito. Outro mito que precisa ser bem esclarecido é a necessidade, quase obrigatoriedade, de ingerir soja. "Isso é desnecessário", afirma Slywitch.
Foto: sxc.hu
oi por razões espirituais, entre outros motivos, que a professora de Yoga Maria Laura Garcia Packer, 47 anos, parou de comer carne há 26 anos. "Quando ouvi pela primeira vez sobre vegetarianismo, decidi ser vegetariana". Ela recorda que na época o mito da proteína era muito forte e por isso sempre se preocupou em manter a combinação alimentar correta para evitar problemas de saúde. "Com isso percebi que o vegetariano come muito melhor que o onívoro, porque estamos mais atentos ao que consumimos, com qualidade nutricional e valor do campo energético do alimento. A princípio, a idéia que temos é de que o vegetariano só come mato. Com a prática da vida vegetariana, surge um universo de alimentos a serem saboreados e descobertos que prova o quanto podemos viver felizes e saudáveis com uma alimentação livre de crueldade". Assim que decidiu parar de comer carne, Laura foi estudar sobre o tema, reforçando sua convicção. "Ao estudar, me inspirei em grandes homens da humanidade que eram vegetarianos e mostravam o seu poder e saúde completa: muitos deles eram atletas". Com uma transição tranqüila, sem muitas dúvidas, Bárbara percebe mais a influência dos mitos sobre o vegetarianismo no convívio social. "A princípio, as pessoas relacionam a prática vegetariana como um tratamento de saúde; porém, com o tempo conseguem ver que o vegetarianismo não se restringe à uma dieta, mas a uma forma de ver e viver a vida". Chegou a enfrentar preconceito na convivência social mas essa fase foi superada com o aumento da convivência com vegetarianos. "Hoje, 90% dos meus amigos são vegetarianos. Freqüentar festas como churrascos eu sempre achei difícil e ainda acho, porque o ambiente é fruto de uma vibração muito pesada, com magnetismo de sofrimento. Então não compareço a esses encontros. Temos hoje um grande número de pessoas vegetarianas, médicos, nutricionistas, excelentes restaurantes, revistas e livros, além de uma Sociedade Vegetariana Brasileira. Tudo isso fortalece um viver tranqüilo sem ser excluído do contexto social." O conhecimento adquirido ao longo de 26 anos de vegetarianismo, Laura apresenta agora em um livro que acaba de lançar, intitulado Vegetarianismo –Sustentando a vida.
Muitas vezes os costumes e antigos hábitos nos impedem de experimentar, buscar novas respostas para velhas questões. Esse aspecto costuma ser bastante forte no vegetarianismo e acaba interferindo, mesmo quando já foi superado o medo em relação a possíveis problemas de saúde. O novo assusta e o que poderia ser resolvido de forma simples acaba se transformando em um obstáculo quase intransponível. Para superar a paralisação, a melhor saída é experimentar, tentar, para então tirar a própria conclusão se é tão difícil, como dizem, tirar a carne do cardápio. Uma insegurança que o médico Eric Slywitch encontra cotidianamente nos pacientes em seu consultório é sobre a dificuldade em acertar o cardápio, calculando exatamente as necessidades diárias de cada ingrediente. Pensando em facilitar a vida dos novos vegetarianos, ele lançou ano passado o livro Alimentação sem Carne, que aponta tópico a tópico os cuidados que o novo vegetariano deve ter.
Verdades Quem gosta dos animais deveria ser vegetariano A grande maioria dos vegetarianos gosta de animais e evidentemente quem gosta de animais deveria ser vegetariano. É aquele velho chavão: quem ama não mata. Vegetarianismo ajuda o meio ambiente Com certeza, em vários sentidos. O principal fator de desmatamento das florestas é a derrubada para criação de bovinos – já há mais bois do que gente no Brasil. O gado ocupa muito espaço, consome e contamina as águas. A camada de ozônio é fortemente afetada pelas flatulências e arrotos desses animais de grande porte. Além disso, a enorme quantidade de soja que hoje é produzida não é direcionada para a alimentação de seres humanos, mas serve de
ração para os animais, devolvendo, a cada sete ou nove quilos consumidos, no caso do bovino, um quilo de carne. É um enorme desperdício eticamente indefensável. Os dejetos produzidos pelos animais constituem um grave problema, pois a quantidade extraordinária jogada nos córregos e lençóis freáticos contamina a água doce disponível. Aquele que compra um quilo de carne deveria levar para casa um balde com 9 litros de dejetos para pagar sua cota de impacto ambiental. Se plantarmos cereais e verduras em um pedaço de terra, podermos alimentar cerca de 40 pessoas a mais do que se criarmos gado. Hoje em dia, há comida para todos; o problema da fome é mais de distribuição. Mas num mundo futuro, com previsão de 10 a 12 bilhões de pessoas, este padrão alimentar vigente nas sociedades ocidentais,
baseado na carne, não poderá ser estendido para todos. Não é possível defender um modelo que não beneficie a todos. O organismo humano não é próprio para digerir carne Alguns grandes estudiosos de fisiologia, como Curvier e outros, afirmam que, pelas características anatômicas e fisiológicas do homem, ele seria um animal basicamente frugívoro. Na verdade, não importa se ele é ou não é, foi ou não foi; o que importa é que não dá mais para ser carnívoro se quiser se intitular civilizado. Hoje em dia não se justifica mais comer carne por diversas razões importantíssimas, entre as quais a própria sobrevivência do planeta. Vegetarianos convivem bem com não vegetarianos Certamente. Há inclusive casais em que um é vegetariano e o outro não.
Fonte: informações fornecidas por Marly Winckler
Foto: Arquivo Pessoal
26 anos sem carne
Vegetariano só é radical no sentido de ir às raízes no que se refere a alimentar-se sem carne
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Acreditar que a dieta vegetariana é sem sabor é uma prova total do desconhecimento da diversidade de alimentos existentes e disponíveis para a alimentação humana sem implicar na morte ou sofrimento de animais. Essa idéia é ainda reforçada com a tendência de mercado que oferece novos produtos, linhas vegetarianas que facilitam o dia-a-dia de quem não come carne e prefere pratos prontos.
QUESTÕES SOCIAIS A dificuldade do convívio no ambiente social é uma das questões que preocupam principalmente os novos vegetarianos e pessoas que querem parar de comer carne, mas ainda têm dúvidas. Outro ponto polêmico é um argumento errôneo de que a dieta vegetariana causa grande impacto ambiental. Para desfazer alguns desses mitos, a socióloga Marly Winckler, presidente da Sociedade Vegetariana Brasileira, oferece explicações que ajudam a esclarecer certas polêmicas e aproveita também para reforçar alguns conceitos muitas vezes desconhecidos: Vegetariano come carne branca (peixes e frango) – O vegetariano por definição exclui de sua alimentação tudo o que implica na morte de um animal. Portanto, aquele que come carne branca – peixe e frango – não pode ser chamado de vegetariano. Vegetariano vive meditando o dia todo – O vegetarianismo nada tem a ver com qualquer tipo de prática de meditação ou coisa que o valha. Mas muitos que utilizam essa técnica são vegetarianos porque esse tipo de alimentação é favorável ao estado mental de harmonia e paz buscado pelos que praticam a meditação. Vegetariano só come salada – Esse é um mito muito difundido, mas o fato é que vegetariano não come só salada. Pelo
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contrário, o vegetariano aumenta e muito a variedade de sua alimentação, além de se abrir para outras culinárias – as étnicas (indiana, árabe, japonesa, chinesa, vietnamita, tailandesa), a mediterrânica, a crudívora etc. Não se pode convidar vegetariano para jantar junto com onívoros – É perfeitamente possível, pois os onívoros podem comer tudo o que o vegetariano come – e muito bem – sem que para isso se sintam perdendo alguma coisa. Não é possível marcar encontro com vegetarianos em restaurante porque não tem nada para eles comerem – A maioria dos restaurantes – sobretudo, hoje em dia, os restaurantes a quilo – tem uma ampla variedade de pratos que o vegetariano pode comer. Além disso, com pequenas modificações e uma conversa amigável com o garçom, é possível preparar uma excelente refeição vegetariana. Vegetariano é radical – Vegetariano só é radical no sentido de ir às raízes no que se refere a alimentar-se sem carne. Realmente, em virtude dos enormes benefícios advindos de sua opção alimentar, o vegetariano não quer mais comer carne e vai fundo nisso. A pessoa pára de comer carne por problemas de saúde – Algumas pessoas sim, porque o vegetarianismo traz muitos benefícios para a saúde. A alimentação centrada na carne está ligada às principais doenças que levam ao óbito nas civilizações ocidentais. Mas o vegetariano também adota a alimentação sem carne por vários outros motivos: éticos, econômicos, espirituais etc. A alimentação vegetariana é mais cara - Absolutamente não; pelo contrário, a alimentação vegetariana pode ser muito barata.Tudo depende dos alimentos escolhidos para compor a refeição, da mesma maneira que o onívoro. Se o onívoro utilizar ingredientes sofisticados, de difícil obtenção, vindos de outras regiões etc., sua alimentação será bem cara; se ele optar por alimentos frescos, produzidos na própria região onde mora, de fácil obtenção, certamente sua refeição não será dispendiosa. O mesmo acontece com o vegetariano. Quem só come carne branca é semi-vegetariano - Para efeitos de pesquisa, aqueles que comem carne esporadicamente – sejam brancas ou vermelhas – são classificados como semi-vegetarianos. Mas essa é uma contradição de termos. Na verdade não é possível existir um semi-vegetariano, assim como não existem semi-grávidas. Ou ele é vegetariano ou não é. RevistaVegetarianos.com.br
Menos dúvidas e mais saúde no dia-a-dia
Foto: Arquivo Pessoal
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a cabeça e no coração de Bárbara Bandeira Benevento, 30 anos, psicóloga, havia um conflito. Por um lado ela acreditava que se parasse de comer carne seu organismo sentiria falta de proteínas, ela ficaria doente, anêmica, e teria sua opção de escolha de alimentos limitada. Por outro lado, algo dizia que os animais não estão nesse mundo para nos servir e merecem ser livres e ter uma vida digna. Esse conflito foi resolvido há dois anos e meio, quando ela pesquisou e descobriu que poderia continuar tendo uma vida normal mesmo sem comer carne. Para tirar suas dúvidas, pesquisou na internet, assistiu a palestras, foi ao congresso vegetariano e comprou livros. "Eu descobri que era dominada por meu paladar, hábito difícil de abandonar. Não é fácil mudar algo que é gostoso e já se faz automaticamente, sem pensar sobre aquilo, sobre o que se come". A variedade da alimentação vegetariana foi uma feliz descoberta para Bárbara. "Eu gosto de diversificar e tinha medo que isso não fosse possível. Não sabia que havia tantas comidinhas gostosas e variadas". Entre muitas dúvidas que foram se desfazendo com a experiência, ela destaca a idéia de que precisaria substituir a carne e que a comida vegetariana seria mais cara e mais trabalhosa. Contudo, apesar das alterações alimentares, para ela a maior surpresa foi a mudança que o vegetarianismo operou em sua vida. "Eu nunca pensei que parar de comer carne fosse mudar tanto a minha vida. Comecei a ver os animais não humanos de uma outra forma, a respeitar mais do que já respeitava; minha saúde física e mental melhorou consideravelmente e vi que todos aqueles mitos sobre a falta de proteína, de ferro caíram por terra". Ela comemora o fato de aprender receitas novas, conhecer bons restaurantes, fazer amigos vegetarianos e ter mergulhado no ativismo em defesa dos animais. "Eu só ganhei com essa opção: minha saúde melhorou em vez de piorar, pude conhecer uma alimentação rica e variada, conheci pessoas e fiquei em paz. Desde que me tornei vegetariana, tenho mais amigos, mais saúde, conhecimento e respeito por todas as formas de vida. A única coisa que lamento é não ter tido essa consciência antes".
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Óleos e Azeites
Saborosos, fontes de saúde e cheios de história, os óleos e azeites podem ser usados nos mais diferentes pratos, desde saladas e pratos quentes, até sobremesas
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A L´Olivier
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Fotos: Divulgação
Foto: Tomaz G. Vello
Desde 1822 a francesa A L´Olivier produz azeites biológicos que podem ser usados inclusive em doces, como o Citrouille (semente de abóbora), o Carthame (açafrão) ou o Sésame (gergelim). Segundo a Azaït, que comercializa garrafas de 250 ml no Brasil, eles podem ser usados com qualquer tipo de salada ou sobremesa, só depende do paladar e da criatividade de cada um. Preço sugerido: R$ 52 (Citrouille), R$ 49 (Carthame) e R$ 29 (Sésame) Onde encontrar: www.alolivier.com / www.azait.com.br
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Oliviers & CO
Os azeites de Antonio Cano e Hijos são produzidos por meio da agricultura ecológica. Comercializado pela Oliviers & Co, o produto espanhol vem armazenado em lata para preservar melhor seu aroma e cor. A dica é utilizá-lo entre 4 e 6 meses, depois de aberto, e armazená-lo em lugar arejado e sem luz. Preço sugerido: R$ 79 (1 litro). Onde encontrar: www.oliviers-co.com.br
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na medicina ou simplesmente para tornar os banhos mais perfumados. O semeio de oliveiras e outras plantas frutíferas se aprimorou, atravessou o tempo e chega ao século XXI esbanjando sofisticação. A Revista dos Vegetarianos selecionou algumas opções que vão dar um toque todo especial aos pratos mais variados. Confira.
Foto: Tomaz G. Vello
uas matérias-primas são as azeitonas ou as sementes oleaginosas. Atualmente, muitos são obtidos através da agricultura livre de agroquímicos, mas a verdade é que os óleos e azeites fazem parte da cultura da humanidade há séculos. Desde a Grécia Antiga, esses líquidos aromáticos eram utilizados diariamente na alimentação,
Colavita
A Colavita produz azeites orgânicos ou extra virgens, sempre se preocupando com a qualidade do solo onde as oliveiras são plantadas. Com representantes nos quatro continentes, a empresa italiana vê na agricultura biológica uma maneira de preservar o meio ambiente e fornecer produtos de qualidade. Preço sugerido: R$ 45 (500 ml) e R$25 (250 ml) Onde encontrar: www.colavita.com.br
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A L´Olivier Ousia ± Produzido em Creta, o Ousia é feito a partir de azeitonas orgânicas. São dois tipos de variedades – Koroneiki e Tsounati – usadas para se obter um produto de alta qualidade com sabor suave e frutificado, característico do azeite cretense. Preço sugerido: R$ 33 (500 ml) Onde encontrar: www.alolivier.com / www.azait.com.br
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Vital Âtman
Foto: Tomaz G. Vello
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Os óleos integrais da Vital Âtman são extraídos a frio e os componentes químicos ficam longe de sua composição. Os sabores são os mais diversificados, como Macadâmia e Castanha-do-Pará, e os lançamentos Noz- Pecã e Semente de Abóbora, que atuam como antioxidante. Preço sugerido: R$ 65 (Noz- pecã de 185 ml) e R$ 63 (Semente de abóbora de 185ml) Onde encontrar: www.vitalatman.com.br ou 0800-7743361
Porto a Porto
Ele passa por um processo laboratorial conhecido como Programa de Controle da Pureza dos Azeites. Por isso, o português Porto a Porto é reconhecido por sua essência pura. Produzido com matérias-primas de primeira qualidade, o extra virgem tem preço bem acessível e garrafas de 250 ou 500 ml. Preço sugerido: R$ 11,50 (500 ml) e R$ 6,30 (250 ml) Onde encontrar: www.portoaporto.com.br / www.casaflora.com.br
± Foto: Tomaz G. Vello
Alfandagh
Em 1999, o extra-virgem português Alfandagh ganhou o 1º Prêmio Europeu para Azeite de Agricultura Orgânica. A partir de então, virou referência para quem procura um produto de qualidade, produzido de forma sustentável. Considerado um dos cinco melhores azeites do mundo, o Alfandagh é certificado pela Ecocert e pode ser encontrado em diversas lojas de produtos naturais e supermercados. Preço sugerido: R$32,89 (500 ml) Onde encontrar: www.casaragao.com.br / www.emporioemcasa.com.br
Manuel da Silva Torrado ± O português Manuel da Silva Torrado começou produzindo seus azeites em 1878. Hoje, a empresa se destaca nos mercados brasileiro e norte-americano. O extra virgem Triunfo agrada tanto pelo preço quanto pelo aroma e sabor característicos dos azeites portugueses. Preço sugerido: R$21,60 (500 ml) e R$11,80 (250 ml) Onde encontrar: ww.emstorrado.pt / www.korin.com.br
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Doces Fotos: Tomaz G. Vello Produção: Aida Lima Assistente: Gabriela Isgroi
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ivinas! Assim são as receitas doces retiradas do livro Lar Vegetariano*, de autoria dos proprietários do restaurante que leva o mesmo nome e um dos poucos totalmente veganos de São Paulo. São três opções para se deliciar, sendo difícil escolher a mais saborosa. Simples e rápidas de serem preparadas, essas sobremesas podem ser feitas por principiantes ou experts na arte da culinária. Confira!
* Lar Vegetariano, de Ivonete do Amaral Diaz Nakashima, Aparecida Alves Freire Teixeira e Paulo César Alves Nakashima. Editora Cultrix
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Pavê de chocolate Ingredientes: 1 pacote de bolacha de maisena 100% vegetal 1 litro de leite de soja 2 colheres de cacau em pó 1 e ½ xícara de açúcar demerara 5 colheres de sopa de maisena 250 ml de suco de sua preferência 1 xícara de chocolate meio amargo sem leite
Modo de preparo: Reserve ½ xícara de leite para dissolver a maisena e o cacau. Em uma panela, coloque o restante do leite e adicione o chocolate, o açúcar, a maisena e o cacau nessa ordem. Em fogo baixo, mexa até
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obter uma consistência cremosa e espere esfriar. Em uma forma refratária, vá alternando camadas de creme e de bolachas molhadas no suco. Serve: 10 pessoas
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Acessórios usados nesta reportagem: Suxxar Cook, tel.: (11) 3032-0188
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Bolo de Cenoura Ingredientes: 2 cenouras grandes trituradas no liquidificador 4 xícaras de farinha de trigo 2 xícaras de açúcar demerara 1 xícara de óleo vegetal 2 xícaras de leite de soja ou água 2 colheres de sobremesa de fermento químico
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Modo de preparo: Peneire todos os ingredientes em pó numa tigela, com exceção do fermento. Adicione os ingredientes líquidos, a cenoura batida e o óleo. Bata na batedeira até obter uma consistência cremosa. Adicione o fermento e misture até incorporar. Coloque no forno pré-aquecido em temperatura baixa e asse por 35 minutos. Serve: 10 pessoas
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Docinho de manga Ingredientes: 3 mangas maduras 180 ml de leite condensado de soja 300 gramas de açúcar demerara 1 coco pequeno ralado
ingredientes e vá mexendo até aparecer o fundo da panela. Tire do fogo e bata com uma colher de pau por cinco minutos. Deixe esfriar e faça bolinhas com as mãos untadas. Serve: 12 pessoas
Modo de preparo: Corte as mangas em fatias e bata-as no liquidificador. Em uma panela, junte as mangas a todos os outros
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ARTIGO
Obrigada pelo c o “
É somente pelo amaciamento e disfarce da carne morta através do preparo culinário, que ela é tornada suscetível de mastigação ou digestão e que a visão de seus sucos sangrentos e horror puro não criam um desgosto e abominação intoleráveis
e dezembro de 2006 até agora, recusei pelo menos 10 convites para churrascos. É engraçado observar como as pessoas são obcecadas por esse tipo de celebração. Não sei se é por resquício de um tempo em que a carne era muito cara, e portanto só fazia parte do cardápio em dias especiais, o churrasco é associado a momentos de alegria, festividade, comemoração. Mas talvez seja só falta de criatividade mesmo. Como meus amigos e familiares estão carecas de saber que sou vegana, sempre que me convidam para uma dessas festas "carnivorentas" (acabei de inventar essa palavra, que associa carnívora + nojenta), eles enfatizam que vai ter "um monte de salada". Mas o meu problema com as tais "churrascadas" não é a eventual falta de comida que me agrade. O que me incomoda é o contexto todo: ver aqueles pedaços de animais mortos sendo cremados, a fumaça saindo, as pessoas mascando aquela coisa toda. Eu me sinto como se estivesse comemorando o aniversário de um no velório do outro. É esquisito. Quando a gente é vegetariano recente, chega a ser prazeroso explicar para os outros todas as implicações éticas e filosóficas que nos fazem não querer estar num churrasco. Mas, depois de 20 anos repetindo as mesmas coisas, os mesmos argumentos, eu cansei um pouco. Será que o povo ainda não entendeu que eu não gosto de estar
Fotos: stockxpert
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Percy Bysshe Shelley, 1792-1822, poeta inglês
num lugar onde o prato principal é feito dos cadáveres de seres que eu respeito, e cujas vidas foram roubadas de forma cruel e mesquinha? Houve um tempo em que eu aceitava esses convites bizarros e levava pratos vegetarianos, bem gostosos, para mostrar como é perfeitamente possível saborear coisas deliciosas sem que isso implique no consumo de animais. E eu ficava orgulhosa em constatar que as tortas e outras guloseimas que eu preparava eram as primeiras a sumir na mesa. Porém, muitas vezes, as pessoas misturavam tudo no prato: meu bolo salgado de tofu com alho poró, perfumado e chiquérrimo, dividia espaço com a maionese da tia Pafúncia e o churrascão do Zé Pedrão. Assim, minhas ilusões pedagógico-culinárias logo se dissolveram, solapadas pela vulgaridade dos amantes da carne morta e assada. Assim, sem medo de ser chata – porém feliz! –, comecei a me permitir o direito de simplesmente recusar os convites. Por que vou estar num lugar onde me sinto incomodada, em que minha sensibilidade é ferida? Apenas pelo receio de não ser simpática? Para mostrar que o vegetarianismo não me tornou anti-social? Não como carne há duas décadas, e tenho uma vida social intensa e movimentada. Só que eu acho que já está na hora de as pessoas que gostam de mim repensarem suas atitudes também, ou pelo menos compreenderem meu modo de ser, de sentir e de pensar.
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Por Silvia Lakatos (silvialakatos@gmail.com)
c onvite, mas... são acometidas por um stress intenso, que as leva a adotar comportamentos atípicos – por exemplo, a prática de canibalismo e a automutilação. Visando coibir esses problemas, os granjeiros procedem à debicagem, que é o corte do bico das aves quando elas ainda são muito jovens. Tudo feito a sangue-frio, é claro! Sem os bicos, as coitadas não conseguem nem selecionar o que comem. As galinhas de granja também costumam ser acometidas por fraqueza muscular e osteoporose, entre outras doenças.
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Por que vou estar num lugar onde me sinto incomodada, em que minha sensibilidade é ferida? Apenas pelo receio de não ser simpática?
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O dever de informar Outra situação constrangedora é quando tentam forçar a barra para que eu aceite um "pedacinho só" de alguma coisa que contém leite, ovo, queijo etc. Se já é difícil fazer o povo compreender a rejeição à carne, a tarefa se torna quase inglória na hora de explicar o veganismo. "Come só um pouquinho, não vai fazer mal!", ou, "a vaca não morre para que tirem o leite dela". E dá-lhe explicar que a questão não é a vaca em si, nem o ovo propriamente dito, mas toda a estrutura cruel que se sustenta a partir da indústria do leite e da existência das granjas. Só que eu acho até bacana incorporar a professora paciente e esclarecer que a produção intensiva do leite é responsável direta pela existência da indústria da vitela. Explico que os bezerros machos do gado leiteiro têm pouco valor comercial, mas algumas mentes pérfidas descobriram que, se eles fossem confinados em ambientes escuros e impedidos de se movimentar, poderiam ser abatidos com 20 dias de vida, produzindo um tipo de carne magra e macia. Já contei essa história umas mil vezes, mas as pessoas ainda se surpreendem quando falo que uma vaca leiteira deixa de ser produtiva por volta dos 5 ou 6 anos de idade, sendo então encaminhada para o abate, para o aproveitamento de seu couro, de sua carne e de seus ossos, que possivelmente serão utilizados pela indústria de ração. Também acho importante informar as pessoas sobre os danos que o uso intensivo de hormônios vem causando a esses animais: em 1940, uma vaca leiteira produzia em média 2,3 toneladas de leite ao ano; hoje, graças ao uso de hormônios, esse patamar saltou para 30 toneladas/ano. Com as mamas hiperdilatadas, as vacas sofrem com mastites, danos nos ligamentos mamários, além de fraqueza e outros distúrbios metabólicos. Sobre os ovos, acho fundamental esclarecer que, nas granjas comerciais, seis galinhas ocupam uma gaiola de 17 cm2. Impedidas de se locomover, elas
E mesmo as granjas "ecologicamente corretas", que criam aves soltas, não são sinônimos de respeito à vida animal. Ou alguém acha que, passada a juventude altamente produtiva das galinhas, estas serão enviadas para alguma colônia de férias? Enfim, a opção pelo vegetarianismo envolve muito mais do que uma simples mudança de dieta. Trata-se de uma transformação no modo de ver o mundo, de lidar com as relações humanas e interespécies. O desafio do vegetariano/vegano, sobretudo quando ele abraça o ativismo, é passar por cima do tédio e da impaciência e demonstrar boa vontade e disposição sempre que precisar explicar seu estilo de vida aos outros. Afinal, transmitir informação vale a pena sempre! Não é fácil. Mas a construção de um mundo melhor depende da disseminação de informações importantes.
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SERVIÇO
Por dentro
dos rótulos Com nomes quilométricos e símbolos esquisitos, os ingredientes de alguns produtos nos confundem e não deixam claro se sua origem é animal ou vegetal Por Silvia Lakatos ocê chega ao supermercado, pronto pra fazer umas comprinhas, e começa a checar os rótulos dos produtos para ver se não tem nenhum ingrediente de origem animal: afinal, você é vegano ou vegetariano e não quer contribuir com a indústria da crueldade. Então, você escolhe um pão para o café da manhã e começa a ler os ingredientes: farinha, farinha de trigo integral, flocos de centeio, grãos de quinoa, gergelim, óleo de linhaça... Mas aí começa a confusão: o inocente pãozinho tem também um tal de emulsificante estearoil-2-lactil lactato de cálcio e polissorbato 80! Socorro!!! Que raios são essas coisas?! Bem, elas são os tais dos aditivos, usados para melhorar a cor, realçar o sabor ou simplesmente aumentar o tempo de durabilidade dos alimentos. Os primeiros aditivos de que se tem conhecimento são as especiarias, usadas desde tempos muito remotos. Segundo os historiadores, nos tempos das grandes navegações, os aventureiros que se arriscavam a cruzar os mares em busca de riquezas e novas terras enchiam as carnes de pimentas e outros temperos e as guardavam em grandes tonéis, para que ficassem "curtindo". É que, naquele tempo, não existia geladeira, e depois de algumas semanas em alto-mar as refeições ficavam bem podres. Os tempos mudaram, e hoje é bem mais fácil conseguir alimentos fresquinhos na quitanda, na feira ou no supermercado mais próximo. Mas o ser humano insiste em deixar as coisas enlatadas e empacotadas durante semanas, meses, anos.
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Só que, em vez dos singelos tonéis cheios de pimentas, começamos a usar um monte de corantes, acidulantes, flavorizantes e outros "antes" com nomes bizarros, que muitas vezes comemos sem nem saber de onde vieram. Para ajudar você a decifrar melhor esses mistérios dos rótulos de alimentos, a Revista dos Vegetarianos fez uma pesquisa sobre esses aditivos de nomes
esquisitos e apresenta todos eles na tabela abaixo. Muitos deles são, ou podem ser, de origem animal. Uma boa dica é levar a revista ao supermercado, nas suas próximas compras, para checar neste glossário superprático se alguma das coisas com nome esquisito que colocaram na bolacha, no pão, no macarrão ou em qualquer outra comida é ou não um ingrediente de origem
animal. Pelo menos você não vai mais correr o risco de comprar gato por lebre, certo? Ops, esta não é uma força de expressão veganamente correta... Mas você entendeu o que a gente quis dizer!
Nome
Composição
Origem
Nome
E120
Cochonilha, ácido Carmínico, Carmim, vermelho natural 4
Corante de origem animal
E472e
Ésteres monoacetiltartáricos e diacetiltartáricos de mono e diglicéridos de ácidos gordos
Emulsionante de possível origem animal
E160a
Alpha caroteno, Beta caroteno, caroteno Gma
Corante geralmente de origem vegetal, mas pode ser de origem animal também
E472f
Emulsionante de possível origem animal
E161g
Cantaxantina
Corante de possível origem animal
Ésteres mistos acéticos e tartáricos de mono e diglicéridos de ácidos gordos
E252
Nitrato de Potássio (Salitre)
Conservante de possível origem animal
E473
Ésteres de sacarose de ácidos gordos
Emulsionante de possível origem animal
E270
Ácido Láctico conservante
Antioxidante de possível origem animal
E474
Sacaridoglicéridos
Emulsionante de possível origem animal
E322
Lecticina
Emulsionante de possível origem animal
E475
Ésteres de poliglicerol de ácidos gordos
Emulsionante de possível origem animal
E325
Lactato de sódio
Antioxidante de possível origem animal
E476
Polirricinoleato de poliglicerol
Emulsionante de possível origem animal
E326
Lactato de potássio
Antioxidante e regulador de acidez, de possível origem animal
E477
Ésteres de 1, 2 propanodiol de ácidos gordos
Emulsionante de possível origem animal
Emulsionante / adoçante de possível origem animal
E478
Ésteres de glicerol e lactilato de propano-1 de ácidos gordos
Emulsionante de possível origem animal
Emulsionante / estabilizador, de possível origem animal
E479b Produto da reação de óleo de
E422 E430
Glicerol Estearato de Polioxietileno(8)
E431
Estearato de Polioxietileno (40)
Emulsionante de possível origem animal
E432
Monolaurato de polioxietileno (20)
Emulsionante de possível origem animal
E433
Monooleato de polioxietileno sorbitano, polissorbato 80
Emulsionante de possível origem animal
E434
Monopalmitato de polioxietileno sorbitano, polissorbato 40
Emulsionante de possível origem animal
E435
Monoestearato de polioxietileno sorbitano, polissorbato 60
Emulsionante de possível origem animal
E436
Triestrearato de polioxietileno sorbitano polissorbato 65
Emulsionante de possível origem animal
E441
Gelatina
Emulsionante e agente gelificante de origem animal
Composição
Fotos: sxc.hu
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Origem
Emulsionante de possível origem animal
soja oxidado por via térmica, fundido com mono e diglicéridos de ácidos gordos
E481
Oleostearilo-2-lactilato de sódio
Emulsionante de possível origem animal
E482
Oleostearilo-2-lactilato de cálcio
Emulsionante de possível origem animal
E483
Tartarato de estearilo
Emulsionante de possível origem animal
E491
Monoestreato de sorbitano
Emulsionante de possível origem animal
E492
Triestreato de sorbitano
Emulsionante de possível origem animal
E493
Monolaurato de sorbitano
Emulsionante de possível origem animal
E494
Monooleato de sorbitano
Emulsionante de possível origem animal
E495
Monopalmitato de sorbitano
Emulsionante de possível origem animal
E442
Fosfatidatos de amônio
Emulsionante de possível origem animal
E542
Fosfato de cálcio
Estabilizante de origem animal
E470a
Sais de sódio de potássio, cálcio e de ácidos gordos
Emulsionantes / estabilizantes de possível origem animal
E570
Ácidos gordos
Estabilizante de possível origem animal
E470b
E572 Sais de magnésio de ácidos gordos
Emulsionantes / estabilizantes de possível origem animal
Estearato de magnésio, estearato de cálcio
Emulsionante / estabilizante de possível origem animal
E585
Lactato ferroso
Corante de possível origem animal
E471
Mono e diglicéridos de ácidos gordos
Emulsionantes de origem animal
E631
Inosinato dissódico
E472a
Ésteres de ácido acético de mono e diglicéridos de ácidos gordos
Emulsionante de possível origem animal
Intensificador de sabor de possível origem animal
E635
5'Ribonucleótidos dissódico
E472b
Ésteres lácticos de mono e diglicéridos de ácidos gordos
Emulsionante de possível origem animal
Intensificador de sabor de possível origem animal
E640
Glicina e respectivo sal de sódio
E472c
Ésteres cítricos de mono e diglicéridos de ácidos gordos
Emulsionante de possível origem animal
Intensificador de sabor de possível origem animal
E910
L-cisteína
Aditivo de origem animal
E472d
Ésteres tartáricos de mono e diglicéridos de ácidos gordos
Emulsionante de possível origem animal
E966
Lactitol
Adoçante de origem animal
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RECEITAS
Quinua Fotos: Tomaz G. Vello Produção: Aida Lima Assistente: Gabriela Isgroi ão seis maravilhosas receitas elaboradas pelo chef Augusto Pinto, do restaurante Gaia*. O ingrediente principal: a quinua. O resultado: pratos para lá de nutritivos. Por seu alto teor de ferro, cálcio e fósforo, o famoso cereal andino enriquece nutricionalmente os pratos em que é utilizado. Além disso, pesquisas afirmam que a quinua é capaz de liberar serotonina, substância que dá sensação de alegria nos seres humanos. Estudos à parte, Augusto acredita que bom humor e felicidade são essenciais para obter bons resultados na hora de preparar qualquer receita. "Filtre seus pensamentos, pois pensamento bom é igual a comida boa".
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Abobrinhas Recheadas com Geléia de Tomate Ingredientes da Abobrinha Recheada: ½ xícara de flocos de quinua 6 abobrinhas médias 4 dentes de alho amassados 1 cenoura pequena 1 berinjela pequena 1 tomate maduro com pele 1 cebola pequena ½ xícara de salsinha ½ xícara de cebolinha 1 xícara de água Sal Azeite de oliva 1 pitada de louro em pó
em cubos a abobrinha que foi retirada, a cenoura, a berinjela, o tomate, a cebola e reserve-os. Em uma panela, aqueça um fio de azeite e doure o alho e a cebola. Depois, acrescente os legumes em cubos, a salsa, a cebolinha, os flocos de quinua, sal a gosto e 1 xícara de água, deixando cozinhar por 10 minutos em fogo baixo. Espere esfriar um pouco e recheie as abobrinhas ocas com os legumes cozidos. Unte uma assadeira com azeite, coloque as abobrinhas recheadas, cubra com papel alumínio e leve ao forno pré-aquecido por 15 minutos a 150º C.
Modo de Preparo do Recheio: Corte as abobrinhas no sentido horizontal, retire parte de seu interior para dar espaço ao recheio e reserve. (Tire uma fatia bem fina da parte de baixo da abobrinha para que ela não vire na hora de assar). Corte
Ingredientes da Geléia de Tomate: 6 tomates maduros sem pele e sem semente ½ cebola pequena 2 dentes de alho 1 bouquet de ervas
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1 xícara de água 30 ml de aceto balsâmico Uma pitada de açúcar Uma pitada de pimenta do reino moída Sal a gosto Azeite de oliva Modo de Preparo da Geléia de Tomate: Corte os tomates sem pele e sem semente em cubinhos e reserve. Em uma panela, aqueça o azeite e doure o alho e a cebola. Acrescente o tomate picado e, depois, o aceto balsâmico, a pimenta do reino, o açúcar, o sal e o bouquet de ervas. Adicione 1 xícara de água e deixe cozinhando em fogo baixo, com a panela destampada até reduzir a 1/3. Retire o bouquet de ervas e sirva. Serve: 6 pessoas
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* Gaia Gourmet Vegetariano Rua Cônego Eugênio Leite, 1.152 Pinheiros - São Paulo - SP Mais informações: (11) 3031-0680 ou www.gaiavegetariano.com.br
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RECEITAS
Quinua Cozida ao Alho e Shimeji Ingredientes: 2 xícaras de quinua em grãos 5 xícaras de água 1 xícara de alho-poró picado 4 dentes de alho 2 xícaras de shimeji branco ou preto Shoyu Sal a gosto Azeite de Oliva
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Modo de preparo: Em uma panela, ponha um fio de azeite e aqueça. Coloque o alho e deixe dourar. Depois, coloque o alho-poró e a quinua. Dê uma leve refogada e acrescente a água, deixando cozinhar com a panela tampada e em fogo baixo por aproximadamente 10 minutos ou até que a quinua atinja a consistência desejada (igual a do arroz). Enquanto isso, unte uma forma com azeite, coloque os cogumelos com um fio de shoyu, cubra com papel alumínio e leve ao forno pré-aquecido a 150º C por 10 minutos. Misture os cogumelos com a quinua cozida e sirva como acompanhamento. Você pode utililizar uma forminha para melhorar a apresentação. Serve: 4 pessoas
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Torta de Palmito em Massa Integral de Quinua Ingredientes da Massa: 1 xícara de farinha de quinua 1 xícara de farinha branca 1 xícara de farinha integral 100 ml de água quente 2 colheres óleo vegetal 1 pitada de sal 1 pitada de açúcar Ingredientes para o Recheio: 1 xícara de palmito de pupunha picado 1 tomate sem pele e sem semente 1 cebola média picada
100 g de tofu cortado em cubos 1 xícara de ervilhas 10 azeitonas pretas sem caroço Um punhado de salsinha 100 ml de vinho branco seco Modo de preparo: Em um recipiente, misture todos os ingredientes até a massa desgrudar da mão. Espalhe um pouco de farinha branca em uma base para trabalhar a massa. Com um rolo, abra a massa. Para fazer o recheio, em uma panela, aqueça um fio de azeite de oliva e acrescente a RevistaVegetarianos.com.br
cebola até dourar. Coloque o palmito, o tomate, o tofu, as ervilhas, as azeitonas, a salsinha e o vinho branco. Tampe a panela, deixe cozinhar por 10 minutos em fogo brando e deixe esfriar. Para montar a torta, unte uma assadeira e forre-a toda a com a massa. Acrescente o recheio e cubra com outra camada de massa (se quiser a torta fechada). Acenda o forno na hora em que colocar a massa para assar. Asse por aproximadamente 55 minutos a 150º C. Serve: 6 pessoas
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RECEITAS
Mini Rigatone de Quinua com Manga Picante
Ingredientes da massa: 1 pacote de mini rigatone de quinua 4 dentes de alho 1 pimenta dedo de moça 1 manga pequena (não muito madura) fatiada em tiras 10 azeitonas pretas sem caroço 1 punhado de salsinha picada Shoyu Sal a gosto Azeite de Oliva Modo de preparo: Ferva um recipiente com água e coloque a massa para cozinhar por aproximadamente 11 minutos, mexendo sempre para a massa não grudar. Em uma frigideira anti-aderente, doure o alho em azeite de oliva e depois acrescente a pimenta cortada em rodelas bem finas (se tirar as sementes, fica menos picante), as azeitonas pretas picadas, metade da manga e um fio de shoyu. Acrescente a massa quando o molho estiver seco com mais um pouco de azeite, frite um pouquinho e por último acrescente a salsinha. Sirva utilizando a outra metade da manga para enfeitar. Serve: 6 pessoas
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Bolinhos de Quinua e Soja Ingredientes da massa: 1 xícara de quinua em grãos crua, hidratada em água por um dia 1 xícara de proteína texturizada de soja fina hidratada 1 cebola pequena 1 xícara de purê de mandioca cozida (opcional) ½ xícara de farinha de rosca 4 dentes de alho 1 pouco de salsinha 1 pitada de pimenta do reino
1 pitada de noz moscada moída Sal a gosto Manteiga ghee* para a fritura Modo de preparo: Coloque em um processador a cebola, o alho, a cebolinha, a salsinha, a pimenta do reino, a noz moscada e bata tudo até virar uma pasta de temperos uniforme. Misture essa pasta de temperos com a farinha de rosca, o purê de mandioca, a soja e a quinua
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* Ghee é um tipo de manteiga semi-líquida na qual a água e os elementos sólidos do leite são removidos. É muito utilizado na Índia, onde é considerado um remédio popular. Pode ser encontrada em lojas de produtos naturais.
hidratada. Utilizando uma colher de sopa, divida em porções iguais ou bolinhos. Aqueça uma quantidade generosa de ghee* ou óleo vegetal (na opção vegana) e frite os bolinhos até atingirem uma cor marrom clara. Escorra o óleo e sirva com um molho de sua preferência (chutney de frutas, molho tártaro, catchup, etc). É um ótimo petisco vegetariano. Serve: 6 pessoas
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RECEITAS
Pão de Abóbora com Quinua Ingredientes: 200 g de farinha de quinua 100 g de grãos de quinua hidratados em água fria de um dia para o outro 250 g de farinha branca 200 g de farinha integral 200 g de abóbora cozida 15 g de fermento biológico 100 ml de água quente (do cozimento de abóbora) 2 colheres de óleo vegetal 1 pitada de sal 1 pitada de açúcar
pouco de farinha branca em uma base para trabalhar a massa. Divida a massa em pequenas bolinhas de 50 gramas cada e, com uma faca, faça uma cruz na parte de cima de cada bolinha. Unte uma forma e coloque os pãezinhos para assar no forno a 150º C. Asse por aroximadamente 55 minutos. Serve: 10 porções
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Acessórios usados nesta reportagem: Suxxar Cook, tel.: (11) 3032-0188
Modo de preparo: Em um recipiente, misture todos os ingredientes (farinhas, abóbora, óleo, fermento, açúcar, sal e, por último, a água). Misture tudo até a massa desgrudar da mão. Deixe-a descansando por 30 minutos para ela crescer. Espalhe um
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ALIMENTO DO MÊS
Açaí Talvez não exista fruta mais brasileira do que essa. Nativo da Amazônia, o açaí carrega em seu nome lendas indígenas e, em sua polpa, diversas propriedades. Rico em fibra e proteína, já foi tema de teses e estudos estrangeiros. Popularizado no País e no mundo, o açaí está para os caboclos assim como o chimarrão está para os gaúchos, o pão de queijo para os mineiros... Nome Ïwasa´i é como os tupis chamam o açaí, que na linguagem indígena significa fruto que chora. Popularmente, é conhecido como açaizeiro, piná, uaçai, açaí-do-pará ou juçara. Em inglês se chama acai palm. Em espanhol, asaí. Em alemão, kohlpalm e em italiano, açaí. O nome científico é Euterpe oleraceae.
Origem Parecido com uma jabuticaba, o açaí é o fruto de uma palmeira típica da Amazônia e que chega a quase 30 metros de altura. Ela cresce nas margens de rios e pode ser encontrada também na Guiana e na Venezuela pela proximidade geográfica desses países. A dispersão das sementes é feita principalmente por pássaros, como o tucano e o papagaio, que comem a fruta e dispensam os caroços, que correspondem a 87% de todo açaí. Uma única palmácea produz de 10 a 15 kg de frutos durante um ano e 90% de toda a produção nacional vêm de Belém do Pará, onde são consumidos cerca de 250 mil quilos da polpa de açaí por dia.
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Propriedades Medicinais As raízes combatem hemorragia e verminoses. Os pigmentos naturais da fruta, conhecidos como antocianinas, agem como antioxidantes e melhoram a circulação sangüínea. Graças a essa propriedade, o extrato da fruta conseguiu destruir células cancerosas, segundo uma pesquisa publicada no Journal of Agricultural and Food Chemistry. De acordo com o professor que coordenou o trabalho, Stephen Talcott, do Instituto de Ciências Alimentícias e Agrícolas da Universidade da Flórida, a fruta amazonense estimulou a diminuição de leucemia em até 86% das células testadas. No Brasil, a empresa Produtos Regionais do Brasil Ltda descobriu que a farinha resultante da torrefação do caroço do açaí pode ser acrescida ao café para diminuir o teor de cafeína e aumentar o nível de inulina – um açúcar rico em fibras e que não é absorvido pelo organismo – sem sequer alterar seu sabor. A bebida é comercializada na região Norte com o nome de A4 Bebida Sabor Café. Mas segundo o fabricante, a farinha A4, como é chamada, pode ser utilizada para enriquecer outras farinhas, como a de trigo. RevistaVegetarianos.com.br
Utilidades Pode-se aproveitar praticamente tudo o que a palmeira do açaí oferece. Da fruta obtém-se o vinho do açaí, muito consumido pelos nortistas, e também a polpa, usada para fazer sucos, sorvetes, picolés e o açaí de tigela. O caroço pode servir como adubo orgânico e matéria-prima para o artesanato regional. Já o palmito de sua árvore é muito utilizado em saladas, recheios e cremes, além de servir como alimento para os animais. A população ribeirinha aproveita as folhas para cobrir suas casas e as fibras daquelas para produzir chapéus e esteiras. A madeira é utilizada em construções rústicas e os cachos são usados para fazer vassoura e adubo orgânico.
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Receita
Sabor do Pará * Para o Creme de Açaí: 250 gramas de polpa de açaí 50 ml de xarope de guaraná Bata no liqüidificador até formar um creme. Reserve no freezer. Para o creme de Cupuaçu: 200 gramas de polpa de cupuaçu 80 gramas de açúcar orgânico Bata no liqüidificador até formar um creme. Reserve no freezer. Modo de Preparo: Misture os dois cremes no liqüidificador e bata com a ajuda de uma espátula até ficar com uma consistência de sorvete. Sirva em uma tigela grande de porcelana e salpique um pouco de marapuama (encontrada em lojas de produtos naturais). Se preferir, bata a marapuama junto com o creme. Serve: 1 pessoa * Receita fornecida pelo chef Alexandre Saboya do restaurante natural Pé no Parque – (11) 5051-3376
Acessórios usados nesta reportagem: Art Mix, tel.: (11) 3661-1769
A ai.qxp
Curiosidades
Propriedades Nutricionais Quando associado com a vitamina C, o açaí fornece quantidades suficientes de fósforo para ativar as funções cerebrais, além de ser excelente fonte de proteínas e fibras. Segundo o químico belga e professor da Universidade Federal do Pará, Herve Rogez, a composição química da polpa da fruta pode ser comparada com o leite da vaca, porém, com propriedades nutricionais superiores. Por ser rico em vitamina E e polifenóis, age como um antioxidante natural e combate os radicais livres. Já as 3 gramas de fibra encontradas em 100 ml ajudam a melhorar as funções intestinais. E as 58 kcal a cada 100 ml dão ao açaí uma de suas qualidades mais conhecidas – seu poder energético. Rogez acredita que mesmo as pessoas que estão fazendo dieta não deveriam eliminar a fruta de seu cardápio, pois ela ajuda no transporte de oxigênio para as células. E toda essa energia contribui para diminuir o estresse físico e mental. RevistaVegetarianos.com.br
Diz a lenda que, onde hoje se localiza a cidade de Belém, havia uma tribo indígena. Para resolver o problema da falta de comida, o cacique decidiu proibir a gravidez entre seu povo. No entanto, sua filha Iaça ficou grávida e, convicto de sua decisão, o avô mandou matar a criança após o nascimento. Deprimida, Iaça ouviu certa noite o choro de seu filho vindo da direção de uma árvore carregada com frutas roxas. Na manhã seguinte, a índia foi encontrada morta, abraçada a essa árvore. O cacique resolveu então fazer um suco daquelas frutas para alimentar sua tribo. Em homenagem à Iaça, a árvore foi batizada de açaí – o nome da índia ao contrário. O açaí faz parte do dia-a-dia do caboclo (população que vive às margens dos rios amazonenses) desde a infância. Logo após o período de amamentação, as mães dão açaí às crianças em substituição ao alimento materno. Muito raramente o leite de vaca entra no cardápio dessas pessoas, que consomem a polpa do açaí puro com farinha de mandioca ou arroz. Assim como o leite, pode-se encontrar açaís do tipo A (mais grosso e puro de todos), B (de viscosidade média) e C (misturado com água). Segundo Rogez, o açaí que chega a São Paulo e Rio de Janeiro é do tipo D, conhecido como "água de açaí" pelos paraenses.
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ARTIGO
Por: Dr. George Guimarães nutricionista especializado em dietas vegetarianas e diretor da nutriVeg www.nutriveg.com.br
Vitamina D:
uma questão natural
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Felizmente, no Brasil, não temos dificuldade em encontrar sol intenso o ano todo.Mas não basta o sol estar brilhando lá fora, é preciso ir ao encontro dele.Eu costumo recomendar aos meus pacientes que levem o seu animal de estimação para passear diariamente, mesmo que eles não tenham um animal de estimação... Para uma pessoa de pele clara, uma exposição diária de 20 minutos, de mãos e rosto, é suficiente para realizar a síntese da vitamina D em quantidade adequada.Para peles mais escuras (que são mais resistentes à radiação solar), recomenda-se até uma hora de exposição diária para que se produza o estímulo desejado.
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... exposição diária de 20 minutos, de mãos e rosto, é suficiente para realizar a síntese da vitamina D
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vitamina D tem demonstrado ter um papel importante na prevenção do diabetes tipo I e do câncer de mama e de próstata.Ela também tem sido apontada como um fator importante no alívio dos sintomas da TPM e na prevenção da síndrome do ovário policístico.Mas a sua função mais importante e conhecida é o seu papel em favor da boa saúde óssea. Uma questão freqüente é se a dieta vegetariana seria deficiente em vitamina D. A resposta é sim, a dieta vegetariana é pobre em vitamina D.Mas isso não significa dizer que os vegetarianos estejam condenados a ter uma deficiência da vitamina e nem tampouco é indicativo de que a dieta vegetariana não seja natural à espécie humana. É importante entendermos que a vitamina D pode ser obtida naturalmente por duas vias: a dietética (especialmente nos produtos de origem animal ou suplementos) ou pela exposição da pele à luz solar, o que estimula o organismo a sintetizá-la.Para os vegetarianos e veganos, a segunda alternativa é a que prevalece, tendo como segunda opção os suplementos alimentares.Sendo assim, desde que a pessoa tenha uma exposição adequada ao sol, o argumento de que a dieta vegetariana é deficiente em vitamina D, apesar de verdadeiro, não tem grande importância prática,visto que ela pode ser sintetizada pelo organismo. À medida que expandíamos a nossa presença no planeta, a espécie humana foi distanciando-se das regiões tropicais, onde tivemos nossa origem.Essa migração para ambientes menos naturais à nossa espécie coloca em risco alguns aspectos da saúde. A modernização da dieta e dos nossos hábitos de vida impõem uma importante restrição na obtenção da vitamina B12, por exemplo, a qual os nossos ancestrais obtinham pela ingestão de alimentos contaminados por bactérias. A vitamina D é mais um desses nutrientes que têm a sua disponibilidade comprometida à medida que os nossos hábitos distanciam-se das nossas origens. No entanto, no caso da vitamina D, o principal impedimento não está em uma questão dietética, mas na redução do tempo a que estamos expostos à luz solar.
Mas qualquer que seja a cor da pele, vale observar o horário de exposição: quanto mais distante do meio-dia, melhor.Isso é muito importante para evitar uma exposição que possa causar queimaduras ou favorecer o desenvolvimento de um câncer de pele. No entanto, apesar de ser muito recomendável que se evite a exposição ao sol quando ele está mais alto no céu, deve-se considerar que para produzir um estímulo eficiente, o sol não pode estar abaixo dos 40 graus da linha do horizonte, altura na qual seus raios são bloqueados pela atmosfera de maneira significativa.O horário mínimo para que ele esteja suficientemente elevado varia de região para região.Nas regiões tropicais e subtropicais, o sol passa a maior parte do dia acima dos 40 graus de elevação, o que não é verdadeiro para alguns países europeus, por exemplo, onde ele passa a maior parte do inverno bastante baixo, mais próximo à linha do horizonte.Para medir se o sol está alto o suficiente para proporcionar a síntese da vitamina D, observe o tamanho da sua sombra: quando o sol está acima de 40 graus, a sombra do seu corpo é sempre mais curta do que a sua própria altura. Para aqueles que por algum motivo não RevistaVegetarianos.com.br
podem expor-se ao sol de maneira satisfatória, ou ainda aqueles que vivem em regiões onde o sol pouco se eleva, a solução é o uso de um suplemento de vitamina D. São duas as formas empregadas na formulação de suplementos alimentares ou na fortificação de alimentos.A mais comum é a vitamina D3 (colecalciferol), obtida a partir da exposição de peles de animais (mortos) à ação da radiação ultravioleta.Ela pode também ser sintetizada a partir do colesterol. Em ambos os casos, a vitamina D3 é sempre de origem animal.A alternativa para os vegetarianos está na vitamina D2 (ergocalciferol), que é obtida a partir de fontes vegetais.No entanto, ela é mais difícil de ser encontrada. A exposição das mãos e do rosto ao sol, por 20 minutos, estimula o corpo a produzir em torno de 5 a 10 microgramas da vitamina D3.Quando se considera o uso de um suplemento, a dose segura para um adulto é de (justamente) 5 a 10 microgramas por dia da vitamina D3.Como a vitamina D2 tem apenas a metade da eficiência da vitamina D3, sempre que se ajustar uma fórmula para a forma vegetal da vitamina, a dose deverá ser dobrada.Nesse caso, o uso de 10 a 20 microgramas por dia da vitamina D2 é recomendado para adultos que estejam incapacitados de se exporem ao sol de maneira satisfatória.Gestantes, idosos, crianças e recém-nascidos têm necessidades especiais para a vitamina D.Nesses casos, a atenção deve ser dobrada. É importante ressaltar que o uso exagerado da vitamina D na forma de suplementos pode trazer graves prejuízos à saúde.Em qualquer idade, o uso de suplementos de vitamina D deve ser feito apenas sob orientação individualizada, supervisionada por um nutricionista ou médico capacitado.Mesmo diante da possibilidade de uma alternativa farmacêutica produzida a partir de matériasprimas vegetais, a fonte mais segura da vitamina D continua sendo a exposição diária da pele à luz solar, permitindo que o organismo faça a sua própria síntese.Nesse caso, ela nunca é produzida em excesso. Além de ser mais seguro do que os suplementos, esse hábito traz ainda outros benefícios à saúde do corpo e da mente.Sem contar que contribui para a alegria do seu animal de estimação!
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Reciclagem para o
bem do planeta Por Nanci Dainezi que o vegetarianismo tem em comum com a reciclagem? À primeira vista, nada. Entretanto, ao analisar a questão um pouco mais profundamente, um dos princípios básicos que regem tanto o vegetarianismo quanto a reciclagem é a conscientização de que é preciso mudar velhos hábitos, ser mais inteligente e salvar os animais, as plantas e a nós mesmos.
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Reciclar nada mais é do que colocar no ciclo novamente. Na escola, é ensinado que todo ser vivo nasce, cresce, reproduz e morre. A natureza é sábia: o mesmo organismo que pisou no solo da Terra, comeu de seus frutos, morre e vira alimento para outros tantos seres que entrarão nesse mesmo ciclo transformador. Nessa mesma Terra está o homem, que pela curiosidade e capacidade pega uma matéria-prima, inventa e faz utensílios para uso próprio, embalagens para colocar esses utensílios, casas para guardar seus entes queridos e seus objetos e, finalmente, após não precisar de mais nada que usou, joga tudo fora, fazendo lixo, muito lixo. E é justamente esse o grande problema da sociedade humana. Todos os materiais descartados também entram num ciclo transformador, entretanto alguns deles demoram anos e até séculos para se decompor. O PET, por exemplo, usado para fazer garrafas plásticas para refrigerantes, sucos, entre outros produtos, leva mais de 100 anos para ser absorvido pela terra. "O mais espantoso é saber que o primeiro PET foi inventado por volta de 1945 e ainda está entre nós, em algum lugar do planeta, poluindo o meio ambiente", diz Elaine Silva, vegetariana, ambientalista e responsável pelo setor de Projetos do Instituto Recicle de São Paulo. Estima-se que 88% do total dos 5.559 municípios brasileiros jogam seus resíduos de maneira inadequada, a céu aberto, ou em aterros, provocando situações de impacto social e de degradação ambiental, contaminação dos lençóis freáticos pelo chorume e de solos agricultáveis, além de poluição do ar pela liberação de gases tóxicos. Não é mais segredo para ninguém que o planeta pede socorro. O ser humano conseguiu transformar mais do que precisava e poluir com os resíduos o ar, o solo e a água. O século XX foi o mais arrasador para o planeta. Ao mesmo tempo em que os homens deram um salto em tecnologia, inventando algo diferente a cada dia, a Terra está ficando sem recursos naturais, como a água, a qual é utilizada indiscriminadamente na criação de animais para corte, nas indústrias de todos os tipos e em outras inúmeras situações. Poucas pessoas têm idéia de quanta água consomem na própria casa. Vários órgãos que medem o consumo doméstico de água apontam a média de 200 litros diários gastos por pessoa, só com o banho, na cozinha, na
descarga sanitária e na limpeza diária. Somando a água gasta em todo o processo de manufatura de alimentos, não é nenhum exagero situar em 4 mil litros a cota diária por pessoa. Você sabia que para se obter 200 gramas de carne bovina, são utilizados nada
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O mais espantoso é saber que o primeiro PET foi inventado por volta de 1945 e ainda está entre nós, em algum lugar do planeta, poluindo o meio ambiente Elaine Silva
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menos que 3 mil litros de água? É dever de um bom vegetariano espalhar essa notícia! Também não é nenhuma novidade que o ser humano precisa de ar para respirar. É o princípio da vida! Quem recicla o ar são as árvores e as algas. "Se matamos as árvores para fazer papel, utilizamos para diversos fins e jogamos fora, sem reciclar, matamos duas vezes: as árvores e o ar! Isso não faz sentido! Temos de olhar tudo como um ciclo, não apenas ver as coisas como
produtos, que usamos, descartamos e pronto!", alerta Elaine. Sem água, com ar poluído, aquecimento global, daqui a bem pouco tempo, com toda nossa inteligência e inventividade, estaremos desaparecendo do planeta que ajudamos a destruir. Por tudo isso é preciso mudar, é preciso reaprender, ajudando a minimizar o impacto ambiental e reciclar tudo, inclusive os próprios conceitos. Elaine diz que as pessoas ainda acreditam que assim que o lixo que produzem desaparece de suas frentes, levados "magicamente" pelos lixeiros, o problema passa a não ser mais delas. Ledo engano! "Nós quase já não temos mais espaço para guardar lixo, pois praticamente quase todos os locais estão ocupados por seres humanos. Antes, colocávamos o lixo longe da cidade, ninguém via ou sabia, mas hoje já não dá mais para fazer isso. Somos nós ou o lixo!" Sendo assim, temos que arregaçar as mangas individualmente ou em grupo e começar a agir.
Dicas do Instituto Recicle para você ajudar o planeta Perguntar-se: realmente
Doe, venda, ou promova
necessito disso? Vou ficar mais feliz com isso? Separar resíduos orgânicos de materiais recicláveis como: papel, vidro, metal e plástico; Consumir conscientemente, investigando a empresa que produz cada item; Lavar latas, garrafas, vidros antes de descartá-los para não contaminar o meio ambiente; Verificar se o coletor prefere pegar os itens separados ou não. Se preferir, separe em sacolas diferentes os resíduos de papel, vidro, metal e plástico. Se não, utilize apenas uma sacola para todos os resíduos;
bazares de roupas, CDs, DVDs, móveis, entre outros objetos que não são mais usados; Pilhas e baterias: verifique se os fabricantes recebem seus produtos sem carga de volta, ou procure alguma ONG ou posto de coleta. Aqui na matéria você encontra dois exemplos: Instituto Triângulo no ABC e São Paulo e Superbanca em Santos. Armazene o óleo de cozinha usado em garrafas e doe para fabricantes de sabão orgânico (veja o exemplo do Instituto Triângulo na matéria). Ou faça você mesmo seu sabão; Se não houver coleta
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seletiva em sua cidade, procure cooperativas de catadores ou doe para um catador de rua. Existem muitos no Brasil e a maioria precisa muito dos recicláveis para sobreviver; Pressione a Prefeitura de sua cidade. Recolha assinaturas para que esse serviço passe a ser feito na localidade onde vive; Multiplique suas ações: fale com seus vizinhos, parentes e amigos sobre a importância da reciclagem; Sempre que for fazer compras, prefira colocar as mercadorias em caixas de papelão ou leve uma sacola de casa.
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ECOLOGIA
CONSUMO CONSCIENTE
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* Fonte: Instituto Akatu (www.akatu.org.br)
Papel – Separe para reciclagem: papéis de escritório, papelão, caixas em geral, jornais, revistas, livros, listas telefônicas, cadernos, papel cartão, cartolinas e embalagens longa-vida. Não é reciclável: papel carbono, celofane, papel vegetal, termofax, papéis encerados ou plastificados, papel higiênico, lenços de papel, guardanapos, fotografias, fitas ou etiquetas adesivas. Plástico – Separe para reciclagem, retirando antes o excesso de sujeira: sacos, CDs,
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disquetes, embalagens de produtos de limpeza, PET (como garrafas de refrigerante), canos e tubos, plásticos em geral. Não é reciclável: plásticos termofixos (usados na indústria eletro-eletrônica e na produção de alguns computadores, telefones e eletrodomésticos), embalagens plásticas metalizadas (como as de salgadinhos) e isopor. Vidros – Separe para reciclagem, retirando antes o excesso de sujeira: garrafas de bebida, frascos em geral, potes de produtos alimentícios, copos. Não é reciclável: espelhos,
O consumidor tem poder! Ele pode enriquecer ou falir uma empresa se quiser Elaine Silva
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O Instituto Recicle trabalha com a questão dos 3 "R", que são: reduzir, reutilizar e reciclar. Reduzir o desperdício, o consumismo e as compras não adequadas. Usar todo o conteúdo dos produtos comprados, como xampus, pasta dental, manteigas, entre outros produtos. Reutilizar embalagens, como potes plásticos para guardar parafusos, pregos, ou latas de tinta para plantar árvores, etc. E finalmente, reciclar, primeiramente separando os resíduos orgânicos e destinando os recicláveis para coleta seletiva. Elaine esclarece que quem recicla é a indústria e não o cidadão comum, porque o conceito da reciclagem é a transformação da estrutura física daquele material em outro produto e não apenas sua separação. "O primeiro passo do processo da reciclagem começa na escolha dos produtos que se compra. Nós efetivamos o impacto ambiental no momento da compra! Se escolhermos produtos que contenham muitas embalagens descartáveis, que são feitos por empresas que não respeitam os animais, que não dão á mínima para o meio ambiente, que utilizam trabalho infantil, que poluem e provocam grande impacto ambiental, então, estamos dando aval a essas empresas para que continuem fazendo sempre a mesma coisa. O consumidor tem poder! Ele pode enriquecer ou falir uma empresa se quiser. Pode também, e deve, usar o SAC dos produtores, para reclamar ou esclarecer dúvidas", conclui Elaine. Feito isso, reserve duas lixeiras em casa e comece a separar os restos orgânicos dos plásticos, metais, vidros e papéis.Você não precisa necessariamente
Como reciclar
ter cinco lixeiras em casa. Duas bastam, a não ser que você tenha espaço suficiente e a empresa ou cooperativa que recolhe os recicláveis prefira a separação por itens. Inicialmente pode ser complicado saber o quê e como reciclar, mas com a prática diária isso torna-se muito fácil e, acredite, irreversível. É importante lavar os materiais destinados à reciclagem. Muitas pessoas
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cristais, vidros de janelas, vidros de automóveis, lâmpadas, ampolas de medicamentos, cerâmicas, porcelanas e tubos de TV e de computadores. Metais – Separe para reciclagem, retirando antes o excesso de sujeira: latas de alumínio (refrigerante, cerveja, suco), latas de produtos alimentícios (óleo, leite em pó, conservas), tampas de garrafa, embalagens metálicas de congelados, folha-de-flandres. Não é reciclável: clips, grampos, esponjas de aço, tachinhas, pregos e canos.
perguntam se ao lavar não estão jogando fora a água, um de nossos bens mais preciosos, mas, na verdade não é preciso deixar tudo brilhando. Uma leve passada de água reutilizada da louça nas garrafas PET, por exemplo, e uma esfregada de esponja nos materiais com produtos grudentos e gordurosos já serve para que os recicláveis cheguem com boa qualidade a seus destinos. Elaine diz que deve-se parar a contaminação dos materiais logo no início do processo. "Uma lata de óleo com restos, por exemplo, pode vazar e estragar todos os outros itens que estão num mesmo pacote, por isso o melhor a fazer é eliminar esses restinhos". De acordo com dados do Compromisso Empresarial para a Reciclagem, (CEMPRE), uma parcela mínima dos municípios destina seus resíduos para reciclagem: cerca de apenas 135 municípios contam com sistemas de coleta seletiva em todo o País. Em algumas regiões do município de São Paulo, o caminhão de coleta seletiva passa uma vez por semana recolhendo os recicláveis. Entretanto, pouquíssimas pessoas colaboram separando seus lixos. Existem também ações de prefeituras em outros Estados e municípios do Brasil, além de ONGs, cooperativas de catadores, sucateiros, catadores autônomos e associações de moradores. É importante informar-se sobre esse serviço, pois é um grande facilitador e aliado da reciclagem. O Cempre mantém um bom site de pesquisa, é o www.cempre.org.br.
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EXEMPLOS A SEREM SEGUIDOS O óleo que vira sabão Em São Paulo, na região do ABC, uma ONG de nome Instituto Triângulo (www.triangulo.org.br) faz um trabalho bastante diferente com óleo de cozinha. O óleo que sobrou das frituras é recolhido de casas e restaurantes da região, passa por um processo de reciclagem e é transformado em sabão ecológico. Existem diversos pontos fixos de entrega voluntária de óleo espalhados por todo ABC e na capital. De acordo com Felipe Alan Rifa, vegetariano e jornalista do Instituto Triângulo, esse produto é vendido nas casas e empresas que colaboram com a entidade, garantindo a sustentabilidade das equipes e da usina. Hoje em dia, eles coletam o óleo de 60 mil residências mensalmente, mas pretendem expandir suas ações. "Atualmente, além de ir porta em porta, estamos indo em empresas, escolas, condomínios e lugares de grande circulação para sensibilizarmos as pessoas sobre a importância da reciclagem. Não existe a possibilidade de chegarmos em todo o Brasil, mas gostaríamos que houvesse uma Ação Triângulo em cada esquina", diz Rifa. Além do óleo, a ONG também coleta pilhas, baterias, roupas e calçados. As pilhas e baterias são separadas e encaminhadas a uma reaproveitadora e as roupas e calçados são revertidos à população carente por intermédio de bazares beneficentes. Rifa entende que a reciclagem é um dos
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Se pretendemos deixar alguma coisa para os nossos filhos no dia de amanhã, devemos começar a preservar hoje (Felipe Alan Rifa)
caminhos para contribuirmos com o planeta e declara: "se pretendemos deixar alguma coisa para os nossos filhos no dia de amanhã, devemos começar a preservar hoje". Banca ecologicamente correta Cesar Alves Malaco, proprietário da Superbanca em Santos, São Paulo, conta que em 1994 sensibilizou-se ao ver que o antigo proprietário da banca reutilizava folhas de papel para rascunho. Ele, então, não só aderiu à reciclagem, como a ampliou para outros materiais, fazendo da sua banca um posto de coleta. Hoje ele faz parcerias com entidades não governamentais, escolas, estabelecimentos comerciais, veículos de comunicação e órgãos municipais e separa papel e pilhas diariamente. Os papéis são destinados a catadores, e as pilhas a uma rede de drogaria. Na Superbanca, Malaco já organizou duas grandes campanhas de reciclagem. A primeira aconteceu em setembro de 2004 em parceria com o Colégio Afonso Pena. Com o título de "Reciclando Cidadania", envolveu moradores do bairro, alunos, pais
* Fonte: Instituto Recicle / TetraPak
Curiosidades O norte-americano produz uma média de 2 quilos de lixo doméstico por dia. Se os sacos de lixo de uma família média americana, de quatro pessoas, fossem empilhados, em uma semana atingiriam uma altura de três metros.
Apenas 2% do lixo de todo o Brasil é reciclado! Isso acontece porque reciclar é 15 vezes mais caro do que simplesmente jogar o lixo em aterros. A título de comparação, o percentual de lixo urbano reciclado na Europa e nos EUA é de 40%.
Só o Brasil produz 240 mil toneladas de lixo por dia. O aumento excessivo da quantidade de lixo se deve ao aumento do poder aquisitivo e ao perfil de consumo.
A cada dois dias, os resíduos coletados somente no município de São Paulo lotam até a boca um espaço similar ao do Estádio do Morumbi.
Cerca 88% do lixo doméstico brasileiro vai para o aterro sanitário. A fermentação gera dois produtos: o chorume e o gás metano.
Dados da Associação Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa) mostram que o Brasil consumiu 3,4 milhões de toneladas de papéis recicláveis em 2005. A taxa de recuperação
desses materiais correspondeu a 46,9% do consumo de papel.
O País atingiu em 2005 o índice de 96,2% de reciclagem de latas de alumínio, de acordo com a Associação Brasileira do Alumínio (Abal). Com esse resultado, o Brasil continua na liderança mundial. Trata-se do material reciclável mais valioso, com preço girando em torno R$ 3 mil a tonelada.
O Brasil é líder absoluto nas Américas em volume de embalagens longa vida recicladas. No ranking mundial, perde apenas para Alemanha e Espanha que reciclam 65% e 40%, respectivamente.
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Conheça os significados das cores na reciclagem As cores dos contêineres apropriados para a coleta seletiva de lixo:
Azul: papel e papelão Amarelo: metais Vermelho: plásticos Verde: vidros Preto: madeiras e professores da escola. Em apenas 15 dias, foram arrecadados 500 kg de papel, destinados a uma entidade assistencial. A outra, de dimensões bem maiores, foi a Campanha "Lixo Solidário" que aconteceu de 19 de março a 4 de julho de 2005 . Com o apoio da imprensa e o envolvimento de pessoas de diversos bairros da cidade, foram arrecadados: 1.032 garrafas PET, 458 garrafas de vidro, 485 kg de papel, 332 revistas para leitura e 8 garrafas de 1.250 ml e duas de 2 litros, com pilhas usadas, beneficiando quatro entidades assistenciais. Além das campanhas, já foram realizados também projetos culturais, sociais e ambientais. Malaco diz que age individualmente. "Nossas atitudes diárias influenciam no resto do mundo. Nos sensibilizamos com desgraças como tsunamis, secas ou enchentes, mas muitas vezes nos descuidamos em atitudes simples do dia-a-dia, como escovar os dentes com a torneira aberta e jogar lixo na rua. É comum colocarmos toda a responsabilidade dos danos ambientais para as indústrias e os governos, mas basta nos observarmos e veremos que nós também temos nossa parcela de culpa. Como já disse Gandhi, "seja você a mudança que você quer para o mundo", e não importa qual a sua profissão e nem a sua classe social para tomar uma atitude positiva em relação ao meio ambiente." Condomínios em sintonia com a reciclagem Audrey Ponzoni, gerente de Projetos da Itambé Planejamento e Administração Imobiliária, conta que o projeto de reciclagem da Itambé surgiu
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* Fonte: www.cempre.org.br
Coleta seletiva em condomínios
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Mobilize o maior número possível de moradores, demonstrando a importância da iniciativa e informando-lhes como participar; defina os tipos de materiais recicláveis que serão coletados (jornais, papéis, papelão, vidro, plástico, alumínio, etc), tendo sempre em vista a demanda de mercado existente nas proximidades, pois essa preocupação viabilizará um fluxo constante de saída (venda), evitando o acúmulo excessivo dos materiais coletados por falta de "escoamento"; defina a estrutura operacional do sistema, sempre considerando 3 fases, ou seja, coleta, estocagem e venda (ou doação).
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Enquanto não houver mobilização social, não haverá solução para as questões ambientais, mesmo as mais simples seus clientes, em função de nossa filosofia de divulgar conceitos de ecoeficiência, bem como em função da recente obrigatoriedade da adoção de tal prática em condomínios com mais de 50 unidades, após aprovação da Lei Estadual n.º 12.528, de 2 de janeiro de 2007. Desde dezembro de 2006, a Itambé passou a utilizar apenas papéis reciclados em todos os documentos da empresa. Ponzoni acredita que hoje em dia há maior conscientização das pessoas para a necessidade de garantirmos um futuro adequado às futuras gerações e finaliza dizendo que cabe a cada um de nós fazer nossa parte e não somente exigir retorno dos governos. "Enquanto não houver mobilização social, não haverá solução para as questões ambientais, mesmo as mais simples". Educação ambiental para crianças As preocupações de Júlio César de Moraes com o meio ambiente começaram em 1996 quando ele terminava o curso de Relações Públicas, na PUC de Campinas, e teve de escrever seu projeto experimental. Mal sabia ele que estava traçando seu próprio destino ao desenvolver um projeto que envolvia a educação ambiental para crianças. Ele criou um gibi com o personagem Recicladinho, o interlocutor da campanha que ser tornou realidade nas escolas de Hortolândia, interior de São Paulo. Moraes vai às escolas falar sobre o meio ambiente, dá palestras sobre reciclagem e realiza muitas ações como: plantio de mudas (cerca de 1.227 árvores já foram plantadas); a campanha "o luxo do lixo", que ensina as pessoas a separarem seus lixo; cinema nas escolas, onde é exibido o desenho do Recicladinho e sua turma; entre outras. Em parceria com várias empresas, Moraes traça planos de expandir suas ações para outras cidades a partir de abril. Ele pretende também lançar ainda este ano um livro sério e inovador sobre reciclagem. "O slogan que uso sempre nas campanhas e em minha vida é 'educação ambiental, é dever, é legal'. Faça a sua parte", recomenda. RevistaVegetarianos.com.br
Quantos anos a natureza leva para decompor? Papel: 3 meses Madeira: 6 meses Restos orgânicos: 6 a 12 meses Cigarro: 1 a 2 anos Chiclete: 5 anos Latas de aço: 10 anos Plástico: + de 100 anos Vidro: 4.000 anos Latas de alumínio: não se decompõem Isopor: 150 anos
Fotos: arquivo pessoal
Audrey Ponzoni
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por volta do ano 2000, em função da preocupação com a sustentabilidade das ações humanas em nosso planeta. "Percebemos que as atividades condominiais têm forte impacto no meio ambiente e que o lixo gerado tem grande contribuição nesse impacto. Resolvemos então formatar parceria com empresas especializadas para incentivar a implantação de programas de coleta seletiva em nossos clientes e nossa sede, além de campanhas de educação ambiental.Temos parceria com diversas construtoras, sendo que realizamos análises dos projetos de novos empreendimentos, antes de seu lançamento no mercado, de forma a otimizar sua operação. Nesse processo, procuramos incentivar a adoção de práticas ecoeficientes nos condomínios, como reuso de água, captação de água de chuva, medição individual de consumos de água e gás e, claro, adaptação do projeto para receber o programa de coleta seletiva de lixo". Hoje, a Itambé administra cerca de 400 condomínios residenciais, comerciais, loteamentos e resorts e tem parceria exclusiva com o Instituto Recicle. Ponzoni diz que a Itambé tem um programa em sua sede, em que o maior volume gerado é de papéis (cerca de 1 tonelada por mês). "Também selecionamos copos plásticos e metais gerados em nossa cafeteria e copas. Nos clientes, o programa segue a metodologia de separação entre materiais recicláveis e não recicláveis, sendo depois segregado por tipo na empresa de coleta e disposição final". A Itambé também mantém uma campanha interna, em sua sede, e atualmente está retomando o projeto de implantação de programas de coleta em
Cidadãos do bem Daniela Morenghi e Leonardo Jales, vegetarianos e moradores da cidade de São Paulo, foram viajar para Recife e ensinaram aos empregados da casa dos pais de Leonardo como separar lixo orgânico de reciclado. A receptividade foi imediata, conta Daniela. "Todos queriam ajudar e acharam ótimo separar tudo. O grande problema, entretanto, é que em Recife não existe a coleta seletiva de porta em porta, como em São Paulo, e isso dificulta bastante, pois as pessoas, querendo se livrar logo do lixo, acabam colocando tudo junto e descartando". Ao voltar de Recife, Leonardo, que já tem o costume de separar seu lixo diariamente, percebeu que, com toda a facilidade que os moradores de São Paulo têm, muitos não reciclam. Resolveu, então, redigir um texto e colocar no elevador de seu prédio, avisando seus vizinhos do dia da coleta e os alertando sobre a importância da reciclagem. "O ser humano é mesmo engraçado. Uns, como as pessoas de Recife, querem ajudar na reciclagem, mas não recebem ajuda nem atenção adequada. Outros, como aqui em São Paulo, têm o mecanismo correto de coleta seletiva, mas por questões que não entendo, não separam seus lixos e nem se esforçam minimamente para mudar seus conceitos". Instituto Triângulo: www.triangulo.org.br Itambé Planejamento e Administração Imobiliária: www.itambe.net Recicladinho: www.recicladinho.net
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DÚVIDAS
Perguntas & Respostas Tire aqui suas dúvidas sobre nutrição com o Dr. George Guimarães
Há vinte anos optei pela alimentação ovo-lacto vegetariana e nesse período nunca comi frutos do mar ou aves de espécie alguma. Raramente faço uso de ovos e laticínios e tenho conhecimento que a vitamina B12 somente é encontrada no reino animal. Nas farmácias, encontrei somente o complexo de vitaminas B, mas não a vitamina isoladamente. Algumas marcas de leite de soja contêm a vitamina B12, mas não na quantidade diária recomendada. Qual é a orientação? Há um nome específico que facilite na hora da compra? Roberto Ferreira dos Santos - Vitória - ES
No Brasil, dentre todos os produtos de grandes laboratórios, não é possível encontrar a vitamina B12 isolada para venda nas prateleiras das farmácias. O que se deve fazer é aviar uma prescrição de vitamina B12 em uma farmácia de manipulação. A prescrição deve ser feita por um nutricionista ou médico. O nome correto para a vitamina B12 é cianocobalamina. Com relação à vitamina B12, vocês afirmam que ela não existe no reino vegetal. No entanto, alguns autores, como Celso Batello e Sonia Hirsch, mencionam sua presença na levedura de cerveja, no missô, no broto de alfafa e outros que não lembro no momento. Afinal, em quem devo acreditar? Esses autores não merecem crédito? De onde os animais vegetarianos retiram essa vitamina? Sônia Bentes - Por e-mail
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A vitamina B12 é encontrada apenas em alimentos de origem animal. Alguns alimentos vegetais, como a alga chlorella, continuam sendo alvo de investigações científicas,
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Vitamina B12 isolada: só pode ser obtida em farmácias de manipulação
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Levedura de Cerveja: não é fonte de vitamina B12
mas ainda não há uma comprovação clara de que sejam uma fonte confiável da vitamina. Alguns autores citam fontes vegetais como sendo fontes da vitamina B12, geralmente leveduras ou produtos fermentados. Essas informações são baseadas em hipóteses antigas que, por repetidas vezes, já se provaram incorretas. Modelos antiquados de estudo mostravam a presença da vitamina em tais alimentos. No entanto, estudos mais modernos e mais sensíveis já demonstraram que essas constatações se referiam a análogos (substâncias que se parecem com a vitamina, mas não são capazes de desempenhar a mesma função) presentes nesses alimentos. Os animais vegetarianos obtêm a vitamina B12 das bactérias
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que consomem e que são abundantes em uma dieta não-processada e não-higienizada. Os animais humanos ancestrais também já contaram com essa fonte da vitamina, mas a modernização dos nossos hábitos alimentares e o distanciamento do ambiente natural, entre outros fatores, hoje nos privam de obter a vitamina através do consumo ocasional de bactérias que já foram outrora abundantes nos alimentos que eram consumidos pela nossa espécie. Para o homem moderno, a solução para a ingestão da vitamina B12 é uma solução também moderna, que para os vegetarianos e veganos traduz-se na suplementação desta vitamina na sua forma farmacêutica. Infelizmente, para a maioria dos humanos modernos, a outra alternativa para a obtenção da vitamina B12 é uma que implica no sofrimento de animais inocentes. Li recentemente num livro sobre nutrição ortomolecular que o ferro das fontes vegetais é pouco aproveitável e o das fontes animais, de muito boa absorção orgânica. Como o ferro que consumo só vem de fontes vegetais, gostaria de obter mais informações. M. Ramiltes - Bragança Paulista - SP Há dois tipos de ferro: o ferro heme (que tem maior biodisponibilidade) e o ferro não-heme (que tem uma biodisponibilidade inferior). O ferro presente nos vegetais é composto em sua totalidade pelo ferro não-heme. Já o ferro presente nas carnes tem um 1/3 da sua composição na forma do ferro heme, sendo os 2/3 restantes compostos pelo mesmo ferro não-heme encontrado nos vegetais. Note, portanto, que apenas 1/3 do ferro presente nas carnes é do tipo que é melhor absorvido. No entanto, apesar do ferro não-heme ser menos disponível para absorção, não é correto dizer que ele seja pouco aproveitável. Na verdade, ao estudarmos a sua taxa de absorção,
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podemos entender que ele é absorvido na medida certa. O ferro heme tem uma absorção constante, que não varia muito de acordo com a necessidade orgânica de cada indivíduo. Já o ferro não-heme tem a sua absorção ajustada de acordo com a necessidade de cada um num dado momento. Isso significa que uma absorção menos eficiente pode ser justamente a absorção desejada, enquanto uma absorção que não permite ao organismo a possibilidade de escolha pode resultar em uma absorção exagerada, e o excesso de ferro no organismo traz riscos à saúde, especialmente no que diz respeito ao aumento na produção de radicais livres, diretamente ligados ao dano celular e envelhecimento. Meu tio comprou no supermercado uma água que possui várias vitaminas, mas o que me chamou a atenção foi a vitamina PP, que eu desconheço, e a B12, que eu não imaginei ser componente de uma substância como a água. Gostaria de saber sobre essa vitamina PP e esclarecer sobre a vitamina B12, que eu pensei somente ser encontrada em produtos de origem animal. Paula Soares - São Paulo - SP A sigla PP significa Pelagra Preventive e é outro nome para a vitamina B3 (niacina), cuja deficiência é a causa de uma doença chamada pelagra. Boas fontes vegetais dessa
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Oleaginosas: vitamina são as são boas leguminosas (feijões, fontes de vitamina B3 ervilha) e oleaginosas (nozes, amendoim). A água não é fonte da vitamina B3 e nem tampouco da vitamina B12. Essa água a que você teve acesso trata-se certamente de uma dessas águas especiais fortificadas com nutrientes, o que significa dizer que os nutrientes foram adicionados a ela, não fazendo parte de sua composição natural.
Dr. George Guimarães é nutricionista especializado em dietas vegetarianas e diretor da nutriVeg Consultoria em Nutrição Vegetariana. Mais informações: www.nutriveg.com.br nutriveg@terra.com.br (11) 5585-3475
Como enviar suas dúvidas Envie suas perguntas para o e-mail vegetarianos@europanet.com.br, para o endereço Rua MMDC, 121, Butantã, São Paulo, SP, CEP 05510-900, ou para o fax (11) 3819-0538. Não se esqueça de mencionar a referência Perguntas e Respostas – Revista dos Vegetarianos no item "assunto" do e-mail, carta ou fax.
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Cachoeira Tropical Cachoeira Tropical, localizado no charmoso bairro do Itaim, é um dos restaurantes vegetarianos mais tradicionais de São Paulo. Aberto de segunda a segunda, das 11h às 15h, o Cachoeira se destaca pelo seu rico bufê de saladas, pratos quentes e sobremesas, que agradam ovo-lacto vegetarianos, veganos e até não vegetarianos. Todos os dias são servidos 15 pratos quentes, 18 tipos de saladas, 12 sobremesas e 2 tipos de sucos. Você come à vontade e paga um preço extremamente justo: R$ 12, de segunda a sexta; e R$ 13, aos sábados, domingos e feriados. Destaque para os mini hambúrgueres de soja, a feijoada vegetariana e os pastéis assados, que sempre figuram entre o bufê do Cachoeira. Apesar de os doces não serem veganos, há muitas opções de frutas, sempre fresquinhas. Na saída, não deixe de comprar o pãozinho integral feito pelo próprio restaurante. É uma delícia!
O
Endereço: Rua João Cachoeira, 275 - Itaim Bibi Horário: Segunda a sexta das 11h às 15 h Sábado e domingo das 11h30 às 16h Mais informações: (11) 3167-5211 ou www.cachoeiratropical.com.br
Bufê caprichado: variedade agrada ovo-lacto vegetarianos e veganos Foto: Marco Clivati
São Paulo Alcaparra Av. Pompéia, 2.544 - Pompéia • Segunda a sexta das 11h30 às 15h30 • Sábado e domingo das 12h às 16h • Bufê ovo-lacto vegetariano • (11) 3672-7674
Alfredo Largo do Café, 14 - Centro • Segunda a sexta das 11h às 15h • Bufê ovo-lacto vegetariano • (11) 3104-9970 Alternativa Casa do Natural Rua Fradique Coutinho, 910 - Vila Madalena • Segunda a sábado das 11h30 às 16h • Bufê ovo-lacto vegetariano • (11) 3816-0706 Banana Verde Rua Harmonia, 278 - Vila Madalena • Segunda a domingo das 12h às 15h30 •Terça a domingo das 18h às 22h • À la carte ovo-lacto vegetariano • (11) 3814-4828 Bio Alternativa – Higienópolis Rua Maranhão, 812 - Higienópolis • Segunda a sexta das 12h às 15h30 • Sábado e domingo das 12h às 16h • Bufê ovo-lacto vegetariano • (11) 3825-8499 Bio Alternativa – Jardins Alameda Santos, 2.214 - Cerqueira César • Segunda a sexta das 12h às
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15h • Sábado e domingo das 12h às 16h • Bufê ovo-lacto vegetariano • (11) 3825-8499 Bioqualitá Rua Cardoso de Almeida, 1.457 Perdizes • Segunda a sábado das 11h45 às 15h • Bufê ovo-lacto vegetariano • (11) 3801-4406 Bio Saúde R. Tobias Barreto, 809 - Mooca • Segunda a sexta 11h30 às 15h • Domingo das 11h30 às 15h • Bufê ovolacto vegetariano • (11) 6605-6452
Céu Natural Rua Hideo Sugyama, 70 - Jabaquara • Segunda a sexta das 11h30 às 14h30 • Bufê ovo-lacto vegetariano • (11) 5034-3719 Cheiro Verde Rua Peixoto Gomide, 1078 - Jardim Paulista • Segunda a sexta das 11h30 às 15h • Sábado e domingo das 12h às 17h • À la carte ovolacto vegetariano • (11) 3289-6853
Cachoeira Tropical Rua João Cachoeira, 275 - Itaim Bibi • Segunda a sexta das 11h às 15h • Sábado e domingo das 11h30 às 16h • Bufê ovo-lacto vegetariano • (11) 3167-5211
Delhi Palace Av. Juscelino Kubitschek, 1.132 Itaim Bibi • Segunda a sexta das 11h30 às 15h • Terça a sexta das 18h30 às 23h • Sábado das 12h às 16h e das 19h às 00h • À la carte com opções lacto-vegetarianas • (11) 3073-1209
Campo Verde Av. Jabaquara, 1.126 - Saúde • Segunda a sábado 11h30 às 15h • Bufê ovo-lacto vegetariano • (11) 55873785
Delícia Natural Rua Albion, 193 - Lapa • Segunda a quinta das 11h às 15h • Sexta das 11h às 16h • Bufê vegetariano • (11) 3831-8860
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Demether Cozinha Vegetariana Rua Verbo Divino, 1.519 - Santo Amaro • Segunda a sexta das 11h30 às 15h • Bufê ovo-lacto vegetariano • (11) 51829118
Gouranga Prasadam Rua Dr. Bacelar, 96 - Vila Clementino • Segunda a segunda das 11h30 às 15h • Bufê lacto-vegetariano • (11) 50837844
Éden Av. Jabaquara, 1469 - Loja 46 - Saúde • Segunda a sábado das 12h às 15h • Prato feito ovo-lacto vegetariano • (11) 2578-4981
Grão de Soja Rua Girassol, 602 - Vila Madalena • Segunda a sábado das 12h às 18h • À la carte ovo-lacto vegetariano • (11) 3813-2166
Espaço Natural Avenida Cotovia, 912 - Moema • Segunda a segunda das 11h30 às 16h • Bufê ovo-lacto vegetariano e natural • (11) 5535-2736
Integrão Cozinha Natural Rua Joaquim Antunes, 377 - Pinheiros • Segunda a sexta das 11h30 às 19h30 • Sábado das 11h30 às 16h30 • À la carte com opções ovo-lacto e vegana • (11) 3088-3335
Frazão Vegetariano R. Chafic Maluf , 193 - Brooklin • Segunda a sexta das 11h30 às 15h30 • Bufê ovo-lacto vegetariano e vegano • (11) 5181-3193
Lá na Quitanda Rua Rodésia, 128 - Vila Madalena • Segunda a segunda das 12h às 16h30 e das 19h às 23h (aos domingos não abre à noite) • Bufê ovo-lacto vegetariano • (11) 3097-0410 Lagoa Tropical R. Borges da Lagoa, 406 • Segunda a sexta das 11h30 às 15h • Domingo das 11h30 às 16h • Bufê ovo-lacto vegetariano • (11) 5579-9228 Lótus Rua Brigadeiro Tobias, 420 - Luz • Segunda a sábado das 11h30 às 15h • Bufê por quilo ovo-lacto vegetariano • (11) 3229-5696 Madhurya Rua Mourato Coelho, 981 - Vila Madalena • Segunda a sexta das 11h30 às 15h • Prato do dia lactovegetariana (indiana) • (11) 30370489 / 3814-9309 Maha Mantra Rua Fradique Coutinho, 766 - Vila Madalena • Segunda a sexta das 11h30 às 15h • Sábado e domingo das 12h às 16h • Bufê lacto-vegetariano • (11) 3032-2560 Mercado Alternativo Fulô R. Haddock Lobo, 899 • Segunda a sábado das 11h às 23h30 • Domingo das 12h às 19h • À la carte ovo-lacto e vegano • (11) 3081-7769 Milagro Natural Rua Áurea, 313 - Vila Mariana • Segunda a sábado das 11h30 às 15h30 • A la carte com opção ovo-lacto vegetariano • (11) 5083-1734 Moinho de Pedra Rua Francisco de Moraes, 227 - Santo Amaro • Segunda a sexta das 12h às
15h30 • Sábado das 12h às 17h • À la carte ovo-lacto vegetariano • (11) 5181-0581 Mosteiro Devakan Praça General Gentil Falcão, 86 Brooklin • Segunda a sábado das 11h45 às 16h • À la carte com opções ovo-lacto vegetarianas • (11) 55063875 Nutrisom Viaduto 9 de julho, 160 - Centro • Segunda a sexta das 11h às 15h15 • Domingo das 11h30 às 16h30 • Bufê ovo-lacto vegetariano • (11) 3255-4263 Nutrivida Rua Fernão Tavares, 132 - Brás • Segunda a sexta das 11h30 às 14h30 • Domingo das 12h às 15h • Bufê por quilo ovo-lacto vegetariano • (11) 6197-5571 O Germinal Rua Treze de Maio, 367 - Bixiga • Quarta a sábado das 12h às 0h • À la carte vegano • (11) 3105-7264 Orange Rua Batatais, 388 - Jardim Paulista • Segunda a sexta das 11h30 às 15h • Bufê ovo-lacto vegetariano • (11) 3885-3384
Recanto Vegetariano Rua Arandu, 407 - Brooklin • Segunda a sexta das 11h30 às 15h • Domingo, 12h às 16h • Bufê ovo-lacto vegetariano • (11) 5506-8944 Recanto Verde Rua Guaranésia, 1.276 - Vila Maria • Segunda a sexta das 11h30 às 15h • Sábado das 12h às 16h • Bufê com opções ovo-lacto vegetarianas • (11) 6636-1129 Satori Praça Carlos Gomes, 60 / 1º andar Liberdade • Segunda a sexta das 11h30 às 14h e das 18h às 20h • Sábado das 11h às 13h • Prato do dia ovo-lacto vegetariano • (11) 3242-9738 Soja Brasil Rua da Mooca, 3.048 - Mooca • Segunda a sábado das 9h às 18h • Bufê por quilo ovo-lacto vegetariano • (11) 6886-4226 Sol do Oriente Rua Azevedo Soares, 679 - Tatuapé • Segunda a sexta das 11h30 às 15h • Sábado e domingo das12h às 16h • Bufê com opções ovo-lacto vegetarianas • (11) 6886-4226
Pizzaria e Rest. Lar Vegetariano Rua Domingos Rodrigues, 423 - Lapa • Segunda a sexta das 11h30 às 15h30 • Sábado das 19h às 23h • Bufê vegano e Pizzaria • (11) 3835-2490
• Sala de ioga e relax • Aceita cartões de crédito e tíquetes Endereço: Rua Diogo Moreira, 312 - Pinheiros Horário: Segunda a sexta das 11h30 às 15h Sábado das 11h30 às 15h30 Tipo: Bufê lacto-vegetariano Mais informações: (11) 38151448 ou casaprema@uol.com.br
Prema Yoga Rua Maria Figueiredo, 189 - Bela Vista • Segunda a sexta das 12h às 15h30 e das 17h às 20h • Bufê ovo-lacto vegetariano • (11) 3285-3464
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Vegethus Rua Padre Machado, 51 - Vila Mariana • Segunda a sexta das 11h30 às 15h • Sábado e domingo das 11h30 às 16h • Bufê vegano • (11) 5539-3635 Vegacy Rua Augusta, 2.077 / Loja 03 - Jardim Paulista • Segunda a sábado das 12h às 15h30 • Bufê vegano • (11) 3062-9989 VegeTao Rua Doutor Diogo de Faria, 568 - Vila
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Clementino • Segunda a sexta das 11h30 às 15h • Sábado das 11h30 às 15h30 • À la carte ovo-lacto vegetariano • (11) 5574-6875
Natural Up Rua do Catete, 228 - loja 116 - Catete • Segunda a sábado das 11h às 15h • À la carte vegetariano • (21) 2556-6681
Leblon • Segunda a sábado das 12h às 24h • Domingo das 12h às 18h • Bufê no almoço e à la carte no jantar (vegetariano) • (21) 2294-5200
Vie Verte Rua Bianchi Bertoldi, 128 - Pinheiros • Segunda a sexta das 11h30 às 15h • À la carte ovo-lacto vegetariano • (11) 38124331
Natuwal Estrada dos Bandeirantes 22.774 • Quarta a domingo das 9h às 18h • À la carte ovo-lacto vegetariano • (21) 3411-2870
Brasília Amor à Natureza SCLN 310, bloco A, loja 42-50 - Asa Norte • Segunda a sábado das 11h às 15h • Bufê por quilo lacto vegetariano • (61) 3272-2055
Vila Manjerona Rua Ministro Jesuíno Cardoso, 411 - V. Olímpia Segunda a sexta das12h às 15h • Bufê ovo-lacto vegetariano • (11) 38450726
Oficina da Semente Rua Joaquim Silva, 137 - Lapa • Segunda a sexta das 12h às 15h • Vegetariano (crudívoro) • (21) 25093316
Zen Rua Domingos de Moraes, 237 - Vila Mariana • Segunda a sábado das 11h30 às 14h30 • Bufê ovo-lacto vegetariano • (11) 5084-6751
Panela de Barro Rua Marques de Abrantes, 26 - loja H • Segunda a sexta das 9h às 21h • Sábado das 10h às 16h • À la carte com opções ovo-lacto vegetarianas • (21) 2557-8600
ZYM Rua Tonelero, 1.248 - Lapa • Segunda a sábado das 12h às 15h • Prato lacto vegetariano • (11) 3021-5637
Rio de Janeiro Beterraba Rua da Alfândega, 25A - Centro • Segunda a sexta das 11h15 às 15h40 • Bufê por quilo vegetariano • (21) 22537460 Caminho do Mar Estrada do Pontal, 3.091 - Ponta do Recreio • Domingo a domingo das 12h às 20h • Prato do dia vegano • (21) 34116280 Green Rua do Carmo, 38 / Sobreloja - Centro • Segunda a quinta das 11h às 15h30 • Sexta das 11h às 15h • Bufê ovo-lacto vegetariano • (21) 2252-5356 Health's – Centro Rua Senador Dantas, 84 - Centro • Segunda a sexta das 11h às 15h30 • Bufê ovo-lacto vegetariano • (21) 2240-5388 Metamorfose Rua Santa Luzia, 405, sobreloja 20 Centro • Segunda a sábado das 12h às 16h • À la carte com opções vegetarianas • (21) 2262-6306 Natural do Recreio Av. Ailton Henrique da Costa 459 Recreio • Terça a sexta das 11h30 às 17h • Sábado e domigo das 12 às 18h • Bufê ovo-lacto vegetariano • (21) 2486-8158
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Bardana SCLN 405, bloco A, loja 22 - Asa Sul • Segunda a segunda das 11h30 às 15h30 • Bufê por quilo vegetariano • (61) 3242-3532 Girassol SCLS 409, bloco B, lojas 15 e 16 - Asa Sul • Segunda a sábado das 11h30 às 15h • Segunda a sexta das 16h30 às 20h • Bufê por quilo ovo-lacto • (61) 32421542
Refeitório Orgânico Rua 19 de Fevereiro, 120 - Casa 2 Botafogo • Segunda a sábado das 11h às 16h • Bufê ou à la carte vegetariano • (21) 2537-0750
Flor de Lótus CLN 102, bloco A, loja 48 - Asa Norte • Segunda a sábado das 11h às 15h • Bufê por quilo vegetariano • (61) 3326-9763
Reino Vegetal Rua Luiz de Camões, 98 / Sobrado Centro • Segunda a sexta das 11h às 15h30 • Bufê por quilo vegetariano • (21) 2221-7416
Naturama SCLS 102, Bloco B - Loja 9 - Asa Sul • Segunda a sexta das 11h30 às 15h • Domingo das 12h às 15h30 • Bufê por quilo ovo-lacto vegetariano • (61) 32233648
Rio Vegetariano Rua Voluntários da Pátria, 448 - loja 83/84 Cobal - Botafogo • Segunda a sábado das 11h30 às 16h • Prato pronto ovo-lacto vegetariano • (21) 2527-7558
Verdilha Rua Deputado Antônio Edu Vieira, 1.760 - Pantanal • Segunda a sexta das 11h15 às 16h e das 19h às 22h30 • Bufê com opções ovo-lacto vegetariano • (48)3233-2128
Curitiba All Natura Rua João Negrão, 150 - Centro • Segunda a sexta das 11h às 15h • Domingo das 11h30 às 15h • Bufê ovolacto vegetariano • (41) 3233-0664 Formosa Restaurante Vegetariano Rua Trajano Reis, 170 - São Francisco • Terça a domingo das 11h30 às 14h30 • À la carte lacto vegetariano • (41) 3039-6818 Green Land Rua XV de Novembro, 548 - Centro • Segunda a segunda das 11h às 14h30 • À la carte com opções ovo-lacto • (41) 3322-2132
Jagannatha Rua Paulo Gomes, 123 - Centro • Terça à domingo das 12h às 14h • Bufê por quilo lacto-vegetariano • (41) 30295225
Universo Orgânico Rua Conde de Bernadote, 26 - Lojas 105 - Leblon • Segunda das 8h às 19h • Terça a sábado das 8h às 21h30 • Domingo das 11h às 20h • À la carte vegano e crudívoro • (21) 2232-8007
Vegetariano Social Clube Rua Conde de Bernadote, 26 - Loja L -
Florianópolis Vida Rua Visconde de Ouro Preto, 298 Centro • Segunda a sexta das 11h30 às 15h30 • Bufê lacto vegetariano • (48) 3223-4507
Greenlife Rua Dr. Carlos de Carvalho, 271 Centro • Segunda a segunda das 11h às 15h • Bufê ovo-lacto vegetariano • (41) 3223-8490
Tempeh Rua 1º de Março, 24 / Sobreloja Centro • Segunda a sábado das 11h às 16h • Bufê vegetariano • (21) 22328007
Vegan Vegan Rua Voluntários da Pátria, 402B Botafogo • Segunda a sábado das 11h30 às 16h • Refeição do dia vegana • (21) 2286-7078
Sabor Vital CLN 316, Bloco A - Lj 59 - Asa Norte • Segunda a sexta das 11h30 às 14h30 • Sábado das 12h às 15h • Bufê lacto vegetariano • (61) 3349-2171
Maha Prasada Rua Duque de Caxias, 76 - Centro • Domingo a sexta das 11h30 às 14h • Bufê por quilo lacto-vegetariano • (41) 3015-5106 Restaurante Natural CLN 202, Bloco D - Subsolo - Asa Norte • Segunda a sábado 11h30 às 15h e das 17h30 às 20h • Bufê por quilo ovo-lacto vegetariano • (61) 3034-5853
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Mikado Rua São Francisco, 126 - Centro • Segunda a sábado das 11h às 14h30 • Bufê ovo-lacto vegetariano e natural • (41) 3323-6709
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Pin Chan Rua Floriano Essenfelder, 475 - Bairro Alto • Segunda a sábado das 11h30 às 14h30 • Oriental vegetariano • (41)3253-4969 Restaurante Ecológico Clorofila Rua Saldanha Marinho, 1.110 - Centro • Segunda a sábado das 11h30 às 14h • Bufê com opções ovo-lacto vegetariano • (41) 3322-9597 Sorela – Bigorrilho Rua Júlia da Costa, 1735 - Bigorrilho • Domingo a sexta das 11h às 14h30 • Bufê ovo-lacto vegetariano • (41) 3335-3216 Sorela – Centro Cívico Rua Marechal Hermes, 728 - Centro Cívico • Segunda a sexta das 11h30 às 15h30 • Segunda a quinta das 18h às 23h30 • Domingo das 11h30 às 15h30 • Bufê ovo-lacto vegetariano • (41) 3026-5794
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Segunda a sexta das 11h30 às 15h30 e das 17h às 19h30 • Sábado das 11h30 às 15h • Bufê a quilo com opções ovo-lacto vegetariano • (71) 3328-2157
• Empório de Produtos Naturais • Lanchonete • Restaurante Endereço: Rua Direita da Piedade, 17 - Piedade Horário: Segunda a sábado das 11h às 15h (Loja abeta de segunda a sexta das 9h às 19h e sábado 9h às 15h e lanchonete de segunda a sexta das 7h30 às 19h30 e sábado das 7h30 às 15h Tipo: Bufê lacto vegetariano e vegano (preço único com suco e sobremesa tudo à vontade) Mais informações: (71) 3329-2176
Super Dog Rua Manoel Pedro, esquina com a Rua Munhoz da Rocha - Cabral • Segunda a sábado das 18h às 00h • Lacto vegetariano e vegano • (41) 99297172
Manjericão Rua Fonte do Boi, 3B - Rio Vermelho • Segunda a sábado das 12h às 15h • Bufê ovo-lacto vegetariano e natural • (71) 3335-5641
Super Vegetariano Rua Presidente Faria, 121 - Centro • Segunda a sexta das 11h às 15h e das 17h30 às 20h30 • Bufê ovo-lacto vegetariano • (41) 3223-6277
Saúde Total Av. Joana Angélica, 148 - Nazaré • Segunda a sexta das 11h20 às 15h • Bufê a quilo ovo-lacto • (71) 3322-4583
Viva Mais Rua México, 231 - Bacacheri • Domingo a sexta 11h às 15h • Bufê ovo-lacto vegetariano • (41) 3256-8952
Ramma Rua Lord Cochrane, 76 - Barra Avenida • Sexta a domingo das 11h30 às 15h30 • Bufê ovo-lacto vegetariano e natural • (71) 3264-0044
Salvador Saúde na Panela Rua das Hortênsias, 752 - Pituba • Segunda a sexta das 11h30 às 15h30 e das 17h30 às 21h • Sábado das 11h30 às 16h30 • Bufê lacto vegetariano • (71) 3353-6788
Vida e Saúde Avenida Estados Unidos, 18 - sala 414 - Comércio • Segunda a sexta das 11h às 15h • Bufê ovo-lacto vegetariano e natural • (71) 3242-8891
Brisa Rua Sargento Astrolábio, 150 - Pituba • Domingo a sexta das 11h30 às 15h • Bufê a quilo vegetariano • (71) 32483400
Porto Alegre Casa Oriental Rua Felipe Camarão, 61 • Segunda a sábado das 11h30 às 15h30 • À la carte ovo-lacto vegetariano • (51) 3312-8773
Gergelim Rua Minas Gerais, 703 - Pituba • Segunda a sábado das 11h30 às 15h • Bufê a quilo ovo-lacto vegetariano e natural • (71) 3240-6792
Flor de Maçã Av. Independência, 891 Independência • Segunda a sábado das 11h30 às 15h30 • Bufê ovo-lacto vegetariano • (51) 3311-7275
Grão de Arroz Rua Professor França, 88 - Barris •
Fonte do Sul Av. José Bonifácio, 593 - Bom Fim •
Quarta a segunda das 11h30 às 14h30 • Bufê ovo-lacto vegetariano • (51) 33312331 Govinda Av. José Bonifácio, 605 - Bom Fim • Terça a sexta das 11h10 às 14h30 • Sábado e domingo das 11h10 às 15h • Bufê ovo-lacto vegetariano • (51) 33321704 Ilha Natural Rua General Vitorino, 35 - Centro • Segunda a sexta das 11h às 15h • Bufê ovo-lacto vegetariano • (51) 3224-1543 Mantra Rua Santo Antônio, 372 - Independência Segunda a sexta das 12h às 14h30 • Bufê ovo-lacto vegetariano com opções veganas • (51) 9947-1089 Natureza Rua dos Andradas, 1.444 - Cj. 12 Centro • Segunda a sexta das 11h às 14h30 • Bufê ovo-lacto vegetariano • (51) 3228-3642 Nova Vida Rua Demétrio Ribeiro, 1182 - Centro • Segunda a sexta das 8h às 19h • Sábado das 8h às 15h • Bufê ovo-lacto vegetariano • (51) 3226-8876 Ocidente Av. Osvaldo Aranha, 960 - 1º and - Bom Fim • Segunda a sábado das 11h45 às 14h30 • Domingo das 12h às 15h30 • À la carte ovo-lacto vegetariano • (51) 3312.1371
Telúrico Mercado Público 2º andar - lj. 50 Centro • Segunda a sábado das 11h30 às 14h30 • Bufê ovo-lacto vegetariano • (51) 3029-3823 Vida e Saúde Rua General Câmara, 60 • Segunda a sábado das 12h às 15h • Bufê ovo-lacto vegetariano (51) 3012-5841 Zhong Guo Wei Rua Ramiro Barcelos, 2.099 - Bom Fim • Terça a domingo das 11h30 às 14h30 • Bufê ovo-lacto vegetariano • (51) 3331-7915
Recife Casa do Naturista Rua 24 de Maio, 90 - São José • Segunda a sexta das 11h30 às 15h • Bufê por quilo vegetariano • (81) 32242941 Céu e Terra Rua do Riachuelo, 641 - Boa Vista • Segunda a sexta das 11h30 às 15h e das 17h às 19h • Sábado das 11h30 às 14h30 • À la carte vegetariano • (81) 3222-0606 Green Rua Gervásio Pires, 577 - Boa Vista • Segunda a sexta das 11h às 15h • Bufê ovo-lacto vegetariano • (81) 3223-1701 O Vegetariano Rua Dom Pedro Henrique, 153A - Boa Vista • Segunda a sexta das 11h30 às 14h • Sábado das 12h às 15h • Bufê lacto vegetariano • (81) 3423-3638
Prato Verde Rua Santa Teresinha, 42 - Bom Fim • Segunda a sexta das 11h15 às 14h15 • Sábados e feriados das 11h30 às 14h30 • Domingo das 11h30 às 15h30 • Bufê ovo-lacto vegetariano • (51) 3388-6659
Govinda Rua Bernardo Guimarães, 114 - Boa Vista • Segunda a sexta das 11h40 às 21h • Sábado das 11h40 às 15h • Bufê lacto vegetariano • (81) 3221-4202
Suprem Rua Santo Antônio, 877 • Segunda a sábado das 12h às 15h • À la carte ovolacto vegetariano com opções veganas • (51) 3312-2731
Nutribem – Santo Amaro Rua Idelfonso Lopes, 70 - Santo Amaro • Segunda a sexta das 11h30 às 14h • Bufê lacto vegetariano • (81) 32312625
São Jorge & o Dragão Rua Sofia Veloso, 61 • Segunda a sexta das 11h30 às 14h30 • Sábado das 12h às 15h • Bufê ovo-lacto vegetariano • (51) 3061-1233
Nutribem – Boa Vista Av. Conde da Boa Vista, 1.130 - Boa Vista • Segunda a sexta das 12h às 15h • Bufê por quilo lacto vegetariano • (81) 3221-1201
Século Av. Osvaldo Aranha, 394 - Bom Fim • Segunda a sábado das 11h30 às 14h30 • Bufê ovo-lacto vegetariano • (51) 30283901
Semear Alimentação Natural Rua 24 de Junho, 166 - Encruzilhada • Segunda a sexta das 11h30 às 15h • Bufê por quilo ovo-lacto vegetariano e natural • (81) 3241-0972
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Guia Restaurantes.qxp
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GUIA DE RESTAURANTES
Outras Cidades Aracaju - SE Empório Naturista Rua Pacatuba, 281 - Centro • Segunda a sexta das 11h às 14h30 • Sábado das 11h às 14h • Bufê com opções ovolacto vegetariano e vegana • (79) 3211-8289 Araraquara - SP Vivace Rua Voluntários da Pátria, 1.872 Centro • Segunda a Sábado das 11h as 14h30 • Bufê ovo-lacto vegetariano • (16) 3331-8438 Belo Horizonte – MG Bio Natural Rua Curvelo, 72 - Floresta • Segunda a sexta das 8h às 19h40 • Sábado das 8h às 15h30 • Domingo das 11h às 15h • Bufê com opções ovo-lacto vegetarianas • (31) 3213-3089 Casa Nascente do Sol Rua Paraguai, 86 - Sion • Segunda a sexta das 8h às 19h • Sábado das 8h às 17h • A la carte ovo-lacto vegetariano • (31) 3227-3781 San Ro Rua Professor Moraes, 651 • Segunda a sábado das 11h às 15h • Bufê ou a la carte ovo-lacto vegetariano e vegano • (31) 3264-9236 Campinas – SP Lótus Rua Benedito Alves Aranha, 153 Barão Geraldo • Segunda a sábado das 11h30 às 14h30 • Bufê por quilo ovolacto vegetariano • (19) 3289-9821 Nutrir Rua Dr Quirino, 1.620 - Centro •
Domingo a sexta das 11h às 15h30 • Bufê lacto vegetariano • (19) 32333056 Cuiabá – MT Ki-Nutre Rua Cândido Mariano, 533 - Centro Norte • Domingo a sexta das 11h às 14h • Bufê por quilo lacto vegetariano • (65) 3321-3540 Campo Grande – MS Café Lírio Rua Maracaju, 400 - Centro • Segunda a sexta das 7h às 18h • Sábado das 7h às 13h • Prato feito ovo-lacto vegetariano ou vegano • (67) 30284388 Maceio – AL Natureza Viva - Farol Av. Fernandes Lima, 879 - Farol • Segunda a sexta das 11h às 15h • Bufê ovo-lacto e vegano • (82) 3358-4003 Natureza Viva - Ponta Verde Rua Machado Lemos, 226 - Ponta Verde • Segunda a sexta das 11h às 15h • Bufê ovo-lacto e vegano • (82) 3357-8001
Verdejante Estrada São Sebastião • Sábado e domingo das 13h às 16h • À la carte ovo-lacto vegetariano • (21) 30212677 Porto Velho - RO Vida Natural Rua Dom Pedro II, 1.251 • Segunda a sexta das 11h30 às 14h30 • Bufê ovolacto vegetariano • (69) 3224-3718 Ribeirão Preto - SP Éden Rua Campos Salles, 542 • Segunda a sexta das 12h às 15h • Bufê oriental ovo-lacto vegetariano • (16) 36322720 Santos – SP Gostoso Rua Frei Gaspar, 71 - Centro • Segunda a sexta das 11h às 15h • Bufê ovolacto vegetariano • (13) 3219-2105 Maria Farinha Rua Alexandre Herculano, 168 Gonzaga • Segunda a sábado das 11h30 às 15h30 • Terça a domingo 19h às 24h • À la carte lacto vegetariano • (13) 3224-2829
Restaurando Mente & Corpo Av. Professor Vital Barbosa, 568 Ponta Verde • Segunda a sábado das 11h às 15h • À la carte com opções veganas • (82) 3034-0002
São Lourenço – MG Raio de Luz Rua Batista Luzardo, 127 - Centro • Segunda a sexta das 11h45 às 14h30 • À la carte ovo-lacto vegetariano • (35) 3332-2325
Niterói – RJ Alecrim Rua Presidente Backer, 190 - Icaraí • Segunda a sábado das 11h às 15h30 • Bufê com opções ovo-lacto vegetariano • (21) 2610-0658
S. J. do Rio Preto – SP Cia da Saúde Rua Rubião Júnior, 2.930 - Centro • Segunda a sábado das 11h às 15h • À la carte ovo-lacto vegetariano • (17) 3222-5745
Socorro – SP Sabor da Terra Rua 15 de novembro, 84 - Centro • Segunda a sábado das 8h às 21h • Prato feito ovo-lacto vegetariano • (19) 3895-2720
Sorocaba – SP Good Day Rua da Penha, 1.141 - Centro • Segunda a sexta das 9h às 19h • Sábado das 9h às 15h • Opção ovolacto vegetariano e vegana • (15) 3231-6228 Fruto Amarelo Rua Senador Vergueiro, 46 - Vergueiro • Segunda a sexta das 9h às 19h • Sábados das 10h as 15h • À la carte ovo-lacto vegetariano • (15) 32123704 Suzano - SP Lótus Av. Antonio Marques Figueira, 1.515 • Segunda a sábado das 12h às 15h • Bufê ovo-lacto vegetariano • (11) 4746-1462
Vitória – ES Cio da Terra Rua Maria Eleonora Pereira, 940 Jardim da Penha • Segunda a sábado das 11h às14h • À la carte vegetariano • (27) 3314-1124 Sol da Terra Rua Barão de Monjardim, 171 - Centro • Segunda a sábado das 11h às 14h30 • Bufê por quilo vegetariano • (27) 3223-1205
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ONDE ENCONTRAR
Mundo Verde - Nilópolis Estr. Getúlio Vargas, 1.377 • (21) 2791-1060
Produtos Naturais e Vegetarianos
Mundo Verde - Nova Iguaçu Rua Otávio Tarquínio, 165 • (21) 2797-3455
qui você vai encontrar o endereço de 100 lojas onde poderá encontrar produtos naturais como proteína de soja, tofu, leite condensado de soja, entre outros. São dezenas de lojas de diversos locais do Brasil. Além disso, poderá consultar uma relação de empresas e pessoas que comercializam congelados vegetarianos.
A
Mundo Verde - Piabetá Av. Santos Dumont, 177 - loja 02 (21) 3655-9422 Mundo Verde - S. José de Meriti Rua da Matriz, 56 (21) 2756-3844 Mundo Verde - Shopping Grande Rio Estr. Municipal São João de Meriti,111 Loja 139 • (21) 2752-9197
Congelados Ana Maria (11) 5579-2314 ou www.colchaderetalhos.net CIBO Alimento Natural (61) 9613-6969 ou www.ciboalimentos.com.br Especiarias Light (11) 3045-2416 ou www.especiariaslight.com.br Grano Alimentações Vegetarianas (11) 3885-6510 Iracema Jorge M. Ferreira (61) 9206-5093 - ocfjdf@gmail.com Quituts Vegan (31) 3461-5841 ou todosabor@hotmail.com Sattva (11) 3083-6237 Silvia Amaral (16) 3904-8108 / 3610-2282
Mundo Verde Petrópolis Rua do Imperador, 864 - Centro (24) 2242-7788
Mundo Verde - Barra Av. Olegário Maciel, 519 - Loja F (21) 2492-1469
Minas Gerais Belo Horizonte Fito Av. Contorno, 6.975 - Santo Antônio (31) 3344-9505 / 3296-1924
Mundo Verde Itaipava Estrada União Indústria, 10.067 • (24) 2222-3242
Mundo Verde - Barra (Ipiranga) Av. das Américas, 7.000 - Loja 5 (21) 2431-1993
Rio de Janeiro Aipo Verde Leblon R. Ataufo de Paiva, 135 • (21) 2529-2380
Mundo Verde - Recreio Av. das Américas, 16.285 - Loja H • (21) 2487-1111
Integração Saúde Rua Leopoldina 113 - Sto. Antônio (31) 3296-4635 Juiz de Fora Mundo Verde Rua Santa Rita, 526 - Centro • (32) 3216-2831 Nova Lima Mundo Verde Av. Toronto, 508 Lj. 13 • (31) 3541-6220
Soja Vegan (16) 3917-2797
Santa Catarina Florianópolis Vida Rua Visconde de Ouro Preto, 298 • (48) 3223-4507
Super Bom (11) 6842-1830 ou www.superbom.com.br
Casarão de Alimentos Orgânicos Rua Pequeno Príncipe, 1.257 • (48) 3237-3077
Lojas
Espaço Mais Saúde Rua Capitão Romualdo de Barros, 916 Carvoeiras • (48) 3234-2837
Bahia Salvador Health Valley Brasil Rua Direita da Piedade, 17 - Piedade (71) 3329-2176 Mundo Verde (Center Lapa) Rua Portão da Piedade, 155 - Loja 229 (71) 3328-1308 Mundo Verde (Centro Mercês) Av. Sete de Setembro, 147 (71) 3329-4671 Mundo Verde (Shopping Iguatemi) Av. Tancredo Neves, 148 - Loja 22 QDP (71) 3460-3293 Mundo Verde (Shopping Barra) Av. Centenário, 2992 - Loja 340/1 (71) 3264-2883
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Mundo Verde (Max Center) Av. Antônio Carlos Magalhães, 846 Lojas 1 e 2 Ed. Max Center • (71) 3359-0976
Sabor da Terra Rua João Pio Duarte Silva, 1.124 Córrego Grande • (48) 3234-6714 Blumenau Mundo Verde R. 7 de Setembro, 1.213 - loja 63 • (47) 3222-3142 Rio de Janeiro Nova Friburgo Mundo Verde Friburgo Av. Alberto Braune, 94 - Loja A - Centro (22) 2523-1684 Petrópolis Mundo Verde Shopping Pedro II Rua do Imperador, 288 - Loja 10 (24) 2237-0021
Casa Vitana Rua Paissandu, 111 - Loja D - Flamengo (21) 2205-6798 Carioca Zen Rua Humaita, 154 - Humaita (21) 2286-4786 Cortando Calorias Av. Alfredo Baltazar da Silveira, 580 loja 116-B - Barra World Shopping (21) 2487-9394 Fontes Rua Visconde de Pirajá, 605 Loja D - Ipanema • (21) 2512-5900 Gávea Integral Rua Marquês de São Vicente, 75 Loja 105 - Gávea • (21) 2512-2283 Grão Integral Rua das Laranjeiras, 43 - Loja 13 (21) 2285-6739 e (21) 2225-4720 Irmão Sol Rua Barata Ribeiro, 370 - loja 103 Copacabana • (21) 2235-5997 ISEO Alimentos Rua Carlos de Vasconcelos, 125 Loja Q - Tijuca • (21) 2264-5707 Mundo Verde - Belford Roxo Rua João Fernandes Neto, 1.260 (21) 2662-0909 Mundo Verde - Duque de Caxias Praça do Pacificador, 15 (21) 2652-2562
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Mundo Verde - Map Barra Av. das Américas,10.200 - Box 10 (21) 3150-4709 Mundo Verde - Novo Leblon Av. das Américas, 7607 - Loja 153 (21) 2438-9085 Mundo Verde - Pão de Açúcar Av. das Américas, 2000 - Box 27 • (21) 2439-1879 Mundo Verde - Shopping Downtown Av. das Américas, 500 Bl. 22 - Loja 109 (21) 3153-7682 Mundo Verde - Via Parque Av. Ayrton Senna, 3000 - Loja 1007 (21) 2421-9272 Prana Av. das Américas, 4.666 - Loja 141 (21) 2431-9047 Verdevida Rua Lauro Muller, 116 - 4º Piso - D59 (21) 2295-1542 Vitana Av. das Américas, 500 - Bl 8 - Lj.109 (21) 3139-4171 Teresópolis Mundo Verde Teresópolis Praça Baltazar da Silveira, 60 - Várzea (21) 2742-3036 São Paulo Indaiatuba Alcaparra Rua Pedro Gonçalves, 1041 - Centro (19) 3894-1430
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Ribeirão Preto - SP Silvia Amaral - Produtos Naturais Rua Floriano Peixoto, 441 - Centro (16) 3019-0885 / (16) 3610-2282 Santo André Mundo Verde Av Portugal, 1.600 (11) 4432-0375 Veg Armazém Rua das Monções 478 - Bairro Jardim (11) 4437 2893 São Paulo Alcaparra Av. Pompéia, 2.544 - Pompéia (11) 3672-7674 Alternativa Casa do Natural Rua Fradique Coutinho, 910 Vila Madalena • (11) 3814-0607 Banana Verde Rua Harmonia, 278 - Vila Madalena (11) 3814-4828
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Empório Siriuba Al. Franca, 1.590 - Jardins (11) 3081-4303 Espaço Livre (Orgânicos) R. Maria Carlota, 900 - Penha • (11) 6091-7423 Mercato Naturale Rua Tuiuti, 2.900 - Tatuapé (11) 6671-5188 e (11) 6671-8963 Mundo Verde - Alameda Santos Alameda Santos, 2223 (11) 3064-2015 Mundo Verde - Itaim Rua João Cachoeira, 554 • (11) 3071-1069 Mundo Verde - Shopping Jd. Sul Av. Giovanni Gronchi, 5.819 - lojas 186/ 187 (11) 3739-2435 Mundo Verde - Moema Av. Cotovia, 890 • (11) 5096-3810 Mundo Verde - Perdizes R. Cardoso de Almeida, 1.538 • (11) 3875-6103 Mundo Verde - Pinheiros Avenida Pedroso de Moraes, 983 (11) 8323-0700 Mundo Verde - Santana Rua Doutor César, 237 • (11) 6950-9630 Mundo Verde - Tatuapé Rua Apucarana, 642 • (11) 6225-3171 Mundo Verde - Vila Nova Conceição Rua Afonso Braz, 462 • (11) 3842-9440 No Murder - Extreme Noise R. 7 de Abril, 154 - loja 26 - 1º andar Naturais e Orgânicos Rua Dr. Cesar, 530 - Conj. 808 - Santana (11) 6971-8858
Bio Alternativa Rua Maranhão, 812 - Higienópolis (11) 3825-4759 Bruxinha Produtos Naturais R. Icanhema, 235 - Cidade Dutra Av. Ângelo Cristianini, 127 - Jd. Mirian (11) 5665-8558 / (11) 5624-8644 Cerealista Helena Rua Santa Rosa, 141 e 149 - Brás (11) 3227-6767 Cereal Brasil Rua Rodésia, 242 - Vila Madalena (11) 3814-3401 Éden Produtos Naturais Av. Jabaquara, 1469 - Loja 46 (11) 2578-4981
Ponto Verde R. do Estilo Barroco, 442 - Sto. Antônio (11) 5182-5161 Positiva Praça das Canárias, s/n - Box 19 - Vila Formosa (11) 6676.2553 Sabor Natural Av. Leoncio de Magalhães, 1.297 Jardim São Paulo • (11) 6978-7369 Seipar Produtos Naturais Rua Paracuê, 340 - Sumarezinho (11) 3672-9691 Vida Leve Rua João Cachoeira, 213 - Itaim (11) 3078-0198 Viva Orgânico Rua Martinho Claro, 412 - Inocop (11) 3721-7130
Santos Mundo Verde Av. Ana Costa, 549 - loja 59A • (13) 3284-4578 Sorocaba Fruto Amarelo Armazém Natural Rua Senador Vergueiro, 46 • (15) 3212-3704 Outras Cidades Brasília - DF Empório Verde SCRN 714 e 715 - Bloco G - Loja 34 (61) 3347-7725 Mundo Verde SDNCNB - Conj. Nacional - Loja C 01-A (61) 326-1313 Nutribem SHLN BL M QD 515 • (61) 3347-9940 Pão do Céu Produtos Naturais QSA3 - Lote 1 - Loja 5 - Centro (61) 3562-2698 Curitiba - PR Armazém Alternativo Galeria Júlio Moreira - Loja 04 - Centro (41) 3233-6928 Paiol da Soja Rua Chile, 970 • (41) 3332-3258 Fortaleza - CE Mundo Verde - Cid. dos Funcionários Av. Oliveira Paiva, 2797 - Loja 18 (85) 271-2770 Mundo Verde - Papicu Av. Eng.Santana Jr., 2277 - Ljs - 1,2 e 3 (85) 249-3631 Mundo Verde - Aldeota Av. Santos Dumont, 3000 - Loja 20 (85) 264-3987 Mundo Verde - Shopping Iguatemi Av. Washington Soares, 85 - loja 415 (85) 241-4088 Maceio - AL Natureza Viva - Farol Av. Fernandes Lima, 879 - Farol (82) 3358-4003 Natureza Viva - Ponta Verde Rua Machado Lemos, 226 - Ponta Verde (82) 3357-8001 Natal - RN Mundo Verde - Tirol Av. Afonso Pena, 813 (84) 201-2804 Mundo Verde - Shopping Midway Av. Engenheiro Roberto Freire, 2920 - Loja 62 (84) 3646-3323 Paranaguá - PR Cereais e Cia. Av. Dr. Roque Vernalha, 1.710 (41) 3422-7325
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Pelotas - RS Mundo Verde Rua Quinze de Novembro, 667 - loja 17 (53) 3028-7858 Porto Alegre - RS Aloe Vita Produtos Naturais Rua Felipe Camarão 622 - Bairro Rio Branco (51) 30193383 / 30292048 Mundo Verde Av. João Walling, 1.800 - loja 2218 Chácara das Pedras - Shopping Iguatemi (51) 3381-3465 Recife - PE Mundo Verde - Tacaruna Av. Agamenon Magalhães, 153 - Lj 253 (81) 3223-8371 Mundo Verde - Shopping Plaza Rua Dr. João Santos Filho, 255 - Lj 9 (81) 3267-7369 Mundo Verde - Shopping Recife Rua Padre Carapuceiro, 777 - Loja BV90 (81) 3326-0166 São José - SC Dunati Produtos Naturais Integrais Rua Coronel Américo, 1.835 (48) 3035-4519 Vila Velha - ES Mundo Verde Av. Carioca, 353 - Loja 201C - 3PV - 1PS (27) 3320-6320 Vitória - ES Mundo Verde Av. Américo Buaiz, 200 - Lojas 238 (27) 3335-1238
Lojas On-Line Essenciais do Brasil www.essenciais.com.br Mercado Vegan mercadovegan.com Shopping Natural www.shoppingnatural.com.br Rama Orgânica www.ramaorganica.com.br Emporio em Casa www.emporioemcasa.com.br Delivery Orgânicos www.deliveryorganicos.com.br
Divulgue sua loja aqui Se você é proprietário ou conhece alguma loja de produtos naturais que não consta nesta lista, entre em contato com a redação pelo telefone (11) 3038-5066 ou pelo e-mail: vegetarianos@europanet.com.br
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FRASE DO MÊS
Thomas Alva Edison
Reprodução
(1847 – 1931)
“
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A não-violência nos conduz aos mais altos conceitos de ética, que é o objetivo de toda a evolução. Até pararmos de prejudicar todos os outros seres do planeta, nós continuaremos selvagens
* Considerado o homem mais importante do milênio segundo a revista Life, o norte-americano Thomas Edison – inventor da lâmpada, do gramofone, do cinetoscópio e do microfone – adotou uma dieta vegetariana, por volta do ano de 1908.
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29/1/2007
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CLÁSSICO
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