Revista Aprendiz 6

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APRENDI Z Revista

Ano 6 Número 6 Dezembro/2020

APRENDIZAGEM PROFISSIONAL ESPECIAL COVID-19: CRIATIVIDADE, TECNOLOGIA E AGILIDADE Os desafios em período de pandemia EXPERIÊNCIAS Pedagógicas, Empresariais e Projetos

ISSN 2526-8317

ETERNO APRENDIZ ATUALIDADES E AVANÇOS


Expediente

Ano 6 - Nº 6 - Dezembro de 2020 A Revista Aprendiz é um dos veículos oficiais de comunicação da Aprendizagem Profissional no Rio Grande do Sul, representada pelo Fórum Gaúcho de Aprendizagem Profissional - FOGAP, vinculado ao Ministério da Economia. Tiragem de 500 exemplares. Periodicidade anual ISSN 2526-8317 Superintendência Regional do Trabalho do Rio Grande do Sul Getúlio de Figueiredo Silva Júnior Coordenação da Aprendizagem no Rio Grande do Sul AFT Denise Natalina Brambilla González FOGAP Coordenação AFT Denise Natalina Brambilla González Secretaria João da Luz e Livia Menna Barreto Comissão de Comunicação João da Luz Livia Menna Barreto Lucas Costa Roxo Geraldo Antônio Both Silvana Martins Denise Natalina B.González Silvia Regina dos Santos Vanessa Schneider Leonardo Cardoso Mayer

Conselho Editorial João da Luz Livia Menna Barreto Simone Ledesma de Quadros Joseane Cajal Reichel Silvia Regina dos Santos

Jornalista Responsável Leonardo Cardoso Mayer - Jornalista MTB/RS n°18.494 Projeto gráfico e editoração Evandro Marcon - marcon.brasil Comunicação Direta contato@marconbrasil.com.br Impressão Evangraf Publicação da SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL DO TRABALHO DO RS Av. Mauá,1013 - 4 andar - sala 407 - Centro Histórico 90010-110 - Porto Alegre - RS Contato FOGAP www.forumgauchoap.com.br Os artigos são de responsabilidade dos seus respetivos autores.

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2 Informações da publicação

Editorial

4 Denise Brambilla González, Geraldo Antonio Both

Em foco

6 Primeiro Seminário

Virtual abordou os novos cenários e a aprendizagem profissional

Entrevista

7 Panos e balas 8 Trabalho infantil, uma realidade que poucos conseguem ver

9 Rompendo o

silêncio dos bons

FOGAP

10 Entidades integrantes

do Fórum Gaúcho de Aprendizagem Profissional

Atualidade e avanços

19 A Atuação do MPT no Combate à Exploração do Trabalho da Criança e do Adolescente: Uma Abordagem Interinstitucional

21 “Diálogos sobre

projeto de vida”: a extensão universitária como instrumento de discussão sobre trabalho infantil, aprendizagem profissional e direitos de crianças e adolescentes

22 Aprendizagem

Profissional: mais um direito fundamental de adolescentes e jovens sob ameaça

23 A inserção de

aprendizes durante a pandemia

24 A pandemia da COVID e a aprendizagem

26 Aprendizagem: desafios em tempos de COVID-19

Artigos

27 Na trilha do amanhã 28 Programa Soldado Aprendiz: inserção dos jovens no mercado de trabalho após o serviço militar

29 Maior articulação e

novas experiências são resultados do Fórum de Aprendizagem Profissional da Serra Gaúcha

30 A experiência

do CEDICA/RS com Processos Circulares em tempos de pandemia

32 Uma experiência de

articulação de políticas públicas na aprendizagem

33 Do presencial ao

domiciliar: redescobrir, reinventar e ressignificar

34 O Projeto Pescar e

o Tribunal Regional do Trabalho da 4a Região: uma história de sucesso

36 Aprendizes um

convite 19 para 2020

37 Saúde mental e

aprendizagem profissional

38 Os desafios em

momento de pandemia no Programa Jovem Aprendiz

39 SENAI RS e o

desenvolvimento de capacidades cognitivas em tempo de pandemia

40 Covid-19 e a economia 41 Novos jeitos de aprender: influências da Covid-19

42 Florescer Iniciação

Profissional: mais de 700 vidas transformadas pela aprendizagem

43 O vazio de uma instituição gerado pela pandemia

44 Programa Jovem Aprendiz LEFAN e Consolação

Experiências pedagógicas

46 A experiência

do Polo Marista de Formação Tecnológica

Experiências de Projetos

52 Novas possibilidades de promover as potencialidades dos aprendizes

53 Os desafios do ensino à distância em tempos de pandemia pela COVID-19

54 Dos desafios às

potencialidades de manter um programa de aprendizagem em meio uma pandemia

55 Desafios e aprendizados na busca por equidade nas atividades no período de pandemia

Experiências Empresariais

56 Programa Jovem

Aprendiz no GHC: uma experiência de cuidado em saúde pública

47 Em tempos de

57 Oferecer apoio físico

48 ACM Restinga:

58 As adaptações

COVID-19: novos caminhos da aprendizagem profissional transformando vidas através da qualificação

49 Desenvolvimento

humano e solidariedade em meio à pandemia: esforço conjunto pelo bem-estar da comunidade

e psicológico durante a pandemia foi o caminho da Unidade Projeto Pescar Unimed Porto Alegre dos aprendizes da Renapsi e Tumelero em meio à pandemia

Eterno Aprendiz

50 Projeto avança:

59 Busca constante 60 Valorização do

51 A Inclusão de pessoas

60 Uma experiência

experiência pedagógica inovadora com deficiência em tempos de pandemia

Índice

Expediente

Aprendizado

para a vida toda!

61 Emprego Apoiado:

promovendo a inclusão

Registro

62 Atividades do FOGAP

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Editorial

Denise Brambilla González, Geraldo Antonio Both

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a ideia desse ano na Revista Aprendiz Especial COVID 19, ao rever as dificuldades que a Aprendizagem Profissional viveu nesse ano de 2020, em razão da Pandemia, nas a ideia de transformar esse momento em relatos de experiências novas que cada entidade teve que se adaptar ao longo desse ano. O próprio FOGAP viveu a angústia de ter membros que contraíram o CORONAVÍRUS, entre eles a Coordenadora da Aprendizagem Profissional, Drª Denise Brambilla González, que disse que nesse novo cenário a Aprendizagem do Rio Grande do Sul está diante de uma sobrevivente individual e familiar do COVID 19. Diante das dificuldades o Seminário que sempre ocorria no dia 12 de junho teve que ser adiado e em julho começaram as reuniões virtuais para a realização entre os dias 1,2e 3 de dezembro, sendo que no meio do caminho a Drª Denise, em razão do COVID 19 no ambiente familiar, que levou para um grande período de UTI para o seu esposo Renato, teve que se afastar, mas mesmo assim o Grupo da Coordenação teve muita habilidade em dar seguimento a esse importante projeto, onde ao longo desse ano foi possível agradecer em todos os momentos o dom da Vida.

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Mesmo ausente a Drª Denise acompanhou todo o trabalho

que foi sendo desenvolvido e ressaltou o grau de competência de todos que fazem parte do Fórum Gaúcho de Aprendizagem Profissional, entre eles a elaboração dessa importante Revista que trata de modo especial sobre as dificuldades e os avanços diante da Pandemia. Ao longo dos onze anos do FOGAP foram muitas as ações que foram realizadas através das reuniões mensais, seminários, Revistas, Feiras e os Livros contendo o resultado dos concursos de Prosa, Verso e Imagem dos Aprendizes. A Aprendizagem Profissional é um sonho antigo. Começou em 1943 com a promulgação das Leis Trabalhistas pelo Presidente Getúlio Vargas, que sem dúvida nenhuma foi e ainda é uma ferramenta eficaz para a inserção dos jovens no mundo do trabalho e o poder de inserção que existe para as pessoas com deficiência.

aos seus membros, capacitando-os para fomentar ideais dos jovens na realização e conquistas de seus mais lindos sonhos. Em 1943 o objetivo principal do Presidente da República era de conseguir, com a Aprendizagem Profissional, sair da fase de país essencialmente agropecuário para um país de trabalhadores com o conhecimento industrial. E o município de Caxias do Sul serve como exemplo, tendo inaugurado a terceira escola do SENAI no Brasil, fez do município que era composto quase que toda sua totalidade por imigrantes italianos, de pequenos proprietários de terras rurais, com a vocação da cultura de videiras e produção de vinho, passou a ser o segundo Polo Metal Mecânico Nacional. Conseguiu através da garra dos imigrantes, mas somado a isto também a capacitação ditada pela Aprendizagem Profissional que deu impulso necessário à indústria forte e competitiva.

Os jovens aprendizes atuais, com toda certeza, serão a força motriz que ajudarão o Brasil a responder positivamente aos desafios de uma nova sociedade que se inicia, pois, as consequências dessa crise acompanharão os jovens nos próximos anos.

A revista traz muitos depoimentos que serão de grande importância para a história da Aprendizagem e os exemplos positivos alcançados em meio a Pandemia podem servir como um novo sinal para o futuro da Aprendizagem Profissional e que

E será na orientação dessa importante luta que o FOGAP e o FEPETI terão um papel fundamental, gerando fé e confiança

não sejamos indiferentes aos inúmeros exemplos de sucessos registrados.


É preciso se adequar a Aprendizagem Profissional aos novos tempos e usar dos Fóruns para discutir o que é possível flexibilizar e acrescentar, ampliando e instrumentalizando as entidades formadoras e os cursos já formatados. É preciso planejamento dinâmico e rápido para vencer a crise. Que o Seminário virtual que o FOGAP realizou possa servir de embrião a um grande Seminário Nacional de Aprendizagem Profissional, para 2021. O FOGAP tem a convicção de que muitos e outros frutos e solidificação da Aprendizagem Profissional estarão clamando por mais e melhores cursos destinados a filhos de empregados ou não; para os jovens vulneráveis ou não; para os jovens em conflito com a lei ou não; para os jovens urbanos ou do campo; para as pessoas com deficiência ou não, pois existe um longo percurso a percorrer na Aprendizagem Profissional.

Denise Brambilla González Auditora Fiscal do Trabalho Coordenadora da Aprendizagem no Rio Grande do Sul

É preciso de ações efetivas, mas os membros do FOGAP\FEPETI são fortes e aguerridos como é a história de nosso povo. Teremos muitas conquistas ainda nesse sentido. É só nos mantermos unidos na luta para o bem, como vem acontecendo ao longo desses onze anos.

Geraldo Antonio Both Jornalista. DRT n° 16095

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Em foco 6

1º Seminário Virtual abordou os novos cenários e a aprendizagem profissional A Superintendência Regional do Trabalho no Rio Grande do Sul juntamente com o FOGAP (Fórum Gaúcho da Aprendizagem Profissional), FEPETI (Fórum Estadual de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil e Proteção ao Trabalhador Adolescente) e as instituições formadoras promoveram o 1º Seminário Virtual com o tema “Os Novos Cenários e a Aprendizagem Profissional”, que ocorreu nos dias 1º, 2 e 3 de dezembro, com transmissão pelo canal do Youtube pela plataforma do FOGAP RS. Ao longo dos três dias o evento contou com a apresentação de cases de sucesso da inserção de jovens em empresas, palestras de profissionais falando sobre os novos cenários de aprendizagem profissional para a inclusão dos jovens no mercado de trabalho, depoimentos de jovens aprendizes, além do pré lançamento da Revista Aprendiz e foi coroado de sucesso.


A Covid-19 não mudou as pessoas, muito menos a sociedade

Entrevista

Panos e balas

Manoel Soares Foto Lutiana Mott

Jornalista

Panos e balas vendidas por crianças vendem mais matam mais a fome Enquanto a Covid-19 matou mais de 100 mil vidas outras milhares de pessoas estão vivendo os impactos dessa realidade caótica que a doença trouxe. Uma das consequências mais tristes é a volta de uma prática que estava praticamente controlada no Brasil e no Rio Grande do Sul: trabalho infantil. Cada vez mais é comum andarmos nas ruas e ver circulando entre os carros crianças vendendo balas ou panos de prato. Cientes das necessidades que cada família vive os motoristas e as vezes pedestres se veem em uma escolha dolorosa. Se ceder ao aperto do coração e comprar, pode estar alimentando uma prática que fere o estatuto da criança e adolescente, se não comprar pode estar deixando de ajudar uma família a ter seu alimento daquele dia. Muitos sustentam sua negativa alegando a si mesmo que essas crianças são na verdade escravas de outros adultos que as colocam nessa condição, mas quem conhece os bastidores da fome e da dor, sabe que isso não é regra. Entre o que nossas leis definem e o que podemos cumprir existem alguns filtros que a pandemia trouxe a luz, entre eles estão: solidariedade, reponsabilidade, bom senso, humanidade, empatia e altruísmo. Reconhecer que ainda vivemos em uma lógica de valoração da vida a partir das estruturas

de poder é fundamental. Uma criança sendo exposta ao trabalho não é uma realidade protagonizada somente por ela e sua família, mas por toda uma estrutura social que se vale da exclusão daquela família. A mesma sociedade que depois vem com hipocrisia exigir que aleijados corram. A verdade é que a pandemia retirou de muitas famílias a possibilidade de gerar sustento é bem estar social para essas crianças. A Covid-19 não mudou as pessoas, muito menos a sociedade, somente revelou o que estava debaixo de algumas camadas de discursos e ideais customizados de acordo com nossas conveniências. Se queremos as crianças em segurança, temos que de fato fortalecer fundos de amparo aos pais dessas crianças e dos seus filhos, somente assim vamos avançar diante de uma mudança seria. Os pais das crianças que vendem pano e bala no sinal são também filhos de um estado irresponsável que relega seus filhos ao relento, são irmãos mais novos de um sistema de indústria, comercio e serviço que escraviza seus semelhantes como se fossem uma espécie de inferior de seres humanos. Nossa capacidade de amar,de sentir está sendo colocada em cheque todos os dias e condenar quem no sinal tenta estender a mão, mas por outro lado não fazer um

esforço real para mover as placas tectônicas de apatia que nos prendem a morbidez do cenário da exclusão social é como dizer que a frigideira é pior que o fogo. Cada vez mais o amor ao próximo e a solidariedade precisa estar presente em nossa vida para que possamos ajudar os que mais precisam, nossas ações impactam realidades que não imaginamos. Acreditar que esses pais e mães são irresponsáveis é irresponsabilidade, reconhecer que em nosso privilégio tem a honra de um de um homem que está envergonhado ao ver sua família passando fome é um passo importante agora. Panos e balas vendidas por crianças vendem mais, levam mais dinheiro para casa e matam mais a fome, assim como fotos de crianças africanas magras arrecadam mais doações para organizações internacionais, esses pais e mães estão seguindo a mesma cartilha que eu e você seguimos a vida toda, só que eles não tem como envernizar suas vergonhas com tantas camadas como eu e você.

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Entrevista

Trabalho infantil, uma realidade que poucos conseguem ver

Carlos Silva Presidente do SINAIT. Auditor-Fiscal do Trabalho desde 2006, Economista, curso de Direito em andamento

Tema volta ao foco da campanha institucional do SINAIT diante do Ano Internacional para a eliminação do problema e de dificuldades administrativas

Depois de alguns anos, o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho – SINAIT volta ao tema do combate ao trabalho infantil em sua campanha institucional – Trabalho infantil, uma realidade que poucos conseguem ver. Pauta permanente de discussão da entidade e de atuação da Fiscalização do Trabalho como projeto obrigatório, a exploração de crianças e adolescentes pelo trabalho ganha novos contornos em razão das consequências imediatas e futuras da pandemia de Covid-19. E também pelo fato de que 2021 foi eleito pela Assembleia das Nações Unidas como o Ano Internacional para a Eliminação do Trabalho Infantil, com a Organização Internacional do Trabalho – OIT assumindo a liderança de sua implementação. Segundo a OIT, em 2016 havia, no mundo, 152 milhões de crianças com idades entre 5 e 17 anos exploradas pelo trabalho infantil. Cerca de 73 milhões exerciam algum tipo de trabalho perigoso.

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No Brasil, em 2016, último ano em que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE divulgou esta informação, o número era de 2 milhões e 360 mil crianças e adolescentes em trabalho irregular. A Fiscalização do Trabalho muito contribuiu para mudar o panorama em alguns setores, como o

canavieiro, mas a prática continua a ser um desafio em outras atividades. O SINAIT sentiu a urgência de dar visibilidade ao tema diante do ano de 2021 que se avizinha e deverá demandar reflexões, atividades e ações de preparação e estruturação para alcançar a meta da erradicação do trabalho infantil até 2025. Foi motivado também por circunstâncias administrativas que, ao invés de fortalecer a fiscalização neste segmento, sinalizam o desmantelamento da estrutura dedicada ao combate ao trabalho infantil, unificando áreas e reduzindo drasticamente o número de Auditores-Fiscais na coordenação das ações em todo o País. O retrocesso também ronda o campo da Aprendizagem. Iniciativas que partem da Administração estão propondo revisões que irão diminuir drasticamente a oferta de vagas para jovens a partir dos 14 anos. Esta é, comprovadamente, uma porta de entrada de jovens que não teriam outra oportunidade para ingressar no mercado de trabalho. É uma chance de aprendizado, qualificação e grande aliada no combate ao trabalho infantil, uma vez que são assegurados todos os direitos trabalhistas. Os Auditores-Fiscais integram uma que ataca o problema multidisciplinarmente, com a consciência de que eliminar essa prática até 2025 não é apenas uma questão de fiscalização, mas de cultura, educação e economia. Portanto, todos

os elos devem estar fortalecidos e bem articulados entre si. A Fiscalização do Trabalho deve se preparar para desempenhar seu papel de forma ainda mais incisiva, com o protagonismo em seu campo de atuação. O escopo da campanha desenhada pelo SINAIT propõe reflexões e ações concretas, chamando a atenção para uma realidade que poucas pessoas enxergam de fato, pois o trabalho infantil é, muitas vezes, culturalmente tolerado e até justificado. Traz embutido situações para as quais a sociedade, convenientemente, fecha os olhos. A menina trazida do interior para ser empregada doméstica que é estuprada; a criança que ocupa o lugar de um adulto como mão de obra barata; as crianças que quebram a castanha no sertão nordestino – produto de exportação que carrega a digital dos pequenos; os carregadores em feiras livres e mercados; os lavadores de carros nas ruas; pedintes, ambulantes e mambembes nos sinais... situações cotidianas com as quais as pessoas se esbarram e toleram como coisa normal. Mas ceifam sonhos e o futuro. É preciso, com muita sensibilidade e perspicácia, jogar luz sobre esse “normal” desmitificando as justificativas usadas para que se perpetue. Uma grande transformação se faz necessária, sem tolerância para qualquer tipo de trabalho infantil. Não é tarefa fácil


Rompendo o silêncio dos bons

Thiago Solon Gonçalves Albeche Delegado de Polícia. Diretor do Departamento de Proteção a Grupos Vulneráveis em uma sociedade que não venceu arraigados preconceitos, que ainda tem escravos e cultiva o forte racismo. A Fiscalização do Trabalho é parte da estrutura que pode modificar essa realidade, transpondo obstáculos e se reinventando diante deles. Passa por momento delicado, com pequeno quadro de Auditores-Fiscais do Trabalho e poucos recursos. O que mantém o protagonismo da fiscalização é a dedicação e o compromisso dos Auditores-Fiscais, que não desistem de sua convicção de que trabalho infantil não pode existir. Contam com a parceria de diversos órgãos que agem após a fiscalização e a partir de onde os Auditores-Fiscais não podem mais agir. É preciso sair de uma realidade que poucos veem para uma situação que todos veem, se importam e não toleram. O que move o SINAIT e os Auditores-Fiscais do Trabalho é um senso de justiça e de dignidade para garantir um futuro melhor para a toda a nação. Trabalho infantil é desesperança. Combatê-lo é urgente. Fortalecer a fiscalização é imprescindível. Não há tempo a perder, 2025 está logo ali, num abrir e fechar de olhos.

O que me preocupa não é o grito dos maus. É o silêncio dos bons. Martin Luther King Jr. Os grupos vulneráveis, do qual fazem parte crianças e adolescentes, vivem uma dualidade constante. Enquanto no plano formal ocorrem regulares incrementos legislativos para o reconhecimento de direitos ou o aperfeiçoamento de outros já existentes, no plano material relacionado às políticas públicas, há uma dificuldade persistente em se atender as demandas originadas pelo sistema legal. A visibilidade da temática que também permeia os discursos públicos convive com a impotência de dignificar, de modo concreto, existências durante a infância e a adolescência. A pandemia da COVID-19 pode ter a força de paralisar muitas de nossas atividades cotidianas, mas não tem o poder de neutralizar aspectos da personalidade humana que, infelizmente, também se revelam por meio da violência. As relações verticais, que se utilizam de alguma forma de supremacia física ou psicológica costumam ocorrer em espaços habitados pelo silêncio e por certa invisibilidade. Hoje, esses espaços estão preenchidos por crianças, adolescentes e adultos, mais ou menos reclusos, a depender da rea-

lidade socioeconômica de cada família, refletindo em diferentes intensidades de convívio na morada comum. De outro lado, os pontos de contato com o mundo externo estão mais restritos, o que pode contribuir para a diminuição do conhecimento sobre a existência de violências contra a criança e o adolescente. Portanto, a solidariedade humana e a empatia que tanto estão sendo reivindicadas no atual momento de distanciamento social para fomentar a proteção do outro, também devem ser exercitadas para a proteção da infância e juventude. Por isso, é crucial romper o silêncio e denunciar as violências intrafamiliares utilizando os canais de denúncia durante a vigência deste estado de anormalidade trazido pela pandemia. Devemos ter o compromisso de estar atentos e de denunciar quaisquer espécies de abusos contra crianças e adolescentes, especialmente os de cunho sexual, evitando que seja identificada, no futuro, uma geração de violados no período de COVID-19, com todos os efeitos nefastos que decorrem este tipo especial e desumano de violência.

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FOGAP

Entidades integrantes do Fórum Gaúcho de Aprendizagem Profissional

Getúlio de Figueiredo Silva Júnior, advogado, Superintendente Regional do Trabalho do Ministério da Economia e membro dos Conselhos Regionais do SESI e do SENAI no Rio Grande do Sul, entende que a atividade de conscientização, exercida pela Fiscalização do Trabalho, acerca da importância de atendimento às diretrizes legais da aprendizagem, é condição sine qua non para o crescimento do País. Durante anos o trabalho infantil esteve arraigado na cultura familiar. Com a evolução do meios de produção, assim como o processo natural de revisão dos valores exercidos por diversas áreas das ciências, o Estado buscou positivar critérios que colaborassem com a formação sadia e humanitária do jovem, autorizando, observados determinados critérios, o

Educar para o trabalho é o compromisso do Senac-RS, há 74 anos. Anualmente, mais de 10 mil estudantes são inseridos no mercado profissional por meio do Programa Jovem Aprendiz, importante instrumento para a qualificação formal do jovem gaúcho. Este ano, em função da Covid-19, os aprendizes e empresas parceiras foram constantemente orientados de acordo com as determinações legais e amparados em suas diferentes situações. Assim, garantimos a qualidade do ensino e a continuidade da formação profissional dos jovens. Mesmo em meio à pandemia, continuamos cumprindo nosso compromisso de mudar vidas. Por isso, lançamos o Portal "Perto de Vc". A plataforma, gratuita, conta com mais de 500 conteúdos entre cursos, videoaulas, webpalestras, lives e e-books, entre outros serviços que já beneficiaram mais de 400 mil pessoas.

exercício do trabalho por menores a partir de 14 anos. Neste sentido, estabelecendo diretrizes à contratação de aprendizes, a Lei 10.097/2000 tornou obrigatória a contratação de aprendizes pelas empresas de médio e grande porte, concedendo ao empregador a contrapartida de redução de alíquotas, e perfectibilizando a importância do trabalho na formação social dos cidadãos. Com efeito, o papel da Superintendência Regional do Trabalho, bem como sua Seção de Fiscalização, vai muito além de fiscalizar e autuar. Na verdade, avoca para si a responsabilidade de agente multiplicador de boas práticas, conscientizando as empresas da importância do corporativo na construção de uma sociedade melhor.

Criado em 1942, com o objetivo de formar recursos humanos e promover o desenvolvimento e aprimoramento da indústria nacional, o SENAI é o maior complexo de Educação Profissional da América Latina. Promove a capacitação de profissionais e o aperfeiçoamento de produtos e processos industriais. Desde a sua criação, o SENAI capacitou milhões de jovens aprendizes em todo o território nacional. Alinhado às diretrizes nacionais e aos conceitos da Indústria 4.0, através das suas Tecnologias Habilitadoras, o SENAI-RS atua em todas as áreas da indústria do Rio Grande do Sul e por sua vez, já capacitou mais de 700 mil aprendizes desde 1942 e atualmente, atende mais de 30 mil jovens por ano, sendo que aproximadamente 20 mil na aprendizagem industrial.

www.senacrs.com.br

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Diretor Regional do Senac-RS, José Paulo da Rosa

Diretor Regional, Carlos Trein


O Sescoop/RS é uma entidade civil de direito privado, sem fins lucrativos, constituído sob o estatuto do serviço nacional autônomo. É integrante do Sistema Cooperativista Nacional e suas responsabilidades sociais evidenciam-se na ênfase conferida as atividades capazes de produzir efeitos socioeconômicos condizentes com os objetivos do Sistema Cooperativista. Entre as funções do Sescoop/RS destacam-se organizar, administrar e executar o ensino de formação profissional para as cooperativas; fomentar o desenvolvimento e promoção dos trabalhadores e dos associados das cooperativas; operacionalizar o monitoramento, a supervisão, a auditoria e o controle das cooperativas; programas voltados à capacitação para gestão cooperativa e promover a cultura e a educação cooperativa. www.sescooprs.coop.br/programas/aprendiz-cooperativo/ Presidente, Vergilio Perius

A Escola Técnica Mesquita possui 57 anos de existência. Tem como instituição mantenedora o Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de Porto Alegre e Região Metropolitana, portanto, uma instituição concebida e construída pelas mãos e sonhos de trabalhadores. Atua em três Eixos: Educação Profissional (Cursos Técnicos em Eletrônica, Mecânica, Automação Industrial, Informática, Sistemas de Energia Renovável) e os cursos de Qualificação Profissional, Programas e Projetos de Inclusão Social e Economia Solidária. Temos habilitação necessária para desenvolver os seguintes cursos de Aprendizagem Profissional: Atendente de Nutrição, Assistente Administrativo, Auxiliar de Manutenção em Elétrica e Eletrônica, Auxiliar de Manutenção de Máquinas em Geral. Desde 2006 a instituição já realizou a formação de aproximadamente 2.340 jovens. Diretora, Claudete Souza Oliveira.

Aprendizagem Profissional para o SENAR-RS é o futuro! Futuro da mão de obra rural, da geração de postos de trabalho, do alimento saudável que chega as nossas mesas. O SENAR-RS, desde 2004, vem qualificando jovens na aprendizagem, objetivando sua inserção na sociedade como cidadão e oportunizando lhes conhecimento em uma área que tem campo fértil no mercado de trabalho. Não medimos esforços, em devolver aos produtores rurais, pessoal qualificado que produzirá alimentos saudáveis aos consumidores. Neste ano, estamos qualificando cerca de 530 aprendizes, focando na qualificação em Pecuária de Corte, Fruticultura e Administração Rural. Compreendemos que o desenvolvimento da sociedade passa pela atenção que ela dá ao atendimento de suas necessidades básicas, sejam elas de se vestir, locomover ou de se alimentar. www.senar-rs.com.br Superintendente, Eduardo Condorelli

Para o Colégio Sinodal Progresso, o ano de 2017 é um ano de importantes conquistas. Marca os 141 anos dedicados à educação e formação de milhares de pessoas da Educação Infantil aos Cursos Técnicos. São mais de 900 técnicos formados, contribuindo para o desenvolvimento cultural, econômico e social de Montenegro e região. Neste contexto, em 2017, cadastra-se ao Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) para oferta de Cursos em Programas de Aprendizagem, através de parcerias com empresas públicas e privadas. A Educação é o único caminho para o desenvolvimento de um lugar. Assim, através dos Programas de Aprendizagem ampliamos a conexão do colégio com a comunidade e o mundo do trabalho. Acreditamos que a educação e o conhecimento são agentes de transformação e promoção de uma sociedade sustentável. www.sinodal.com.br Diretor, Lorio José Schrammel

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FOGAP Comprometida com a educação e a produção do conhecimento, a Setrem busca a promoção dos valores humanos, da postura ética e do espírito cristão. Atua da Educação Infantil à Pós-graduação. No Ensino Profissionalizante, oferece atualmente os cursos de Agropecuária, Comunicação Visual, Enfermagem e Informática. “A Setrem é uma instituição acolhedora, organizada e empreendedora. A educação de qualidade, conectada às transformações sociais, culturais, científicas e tecnológicas, mostra excelentes resultados. Os resultados, tanto os subjetivos – por meio de relatos de nossos egressos, quanto os obtidos por meio de avaliações de entidades como o INEP e o MEC, têm sido amplamente positivos. O Ensino Médio entre os melhores do RS, a Faculdade Três de Maio como a melhor do Noroeste do Estado, segundo IGC, por 6 anos consecutivos, além da alta empregabilidade alcançada no Ensino Profissionalizante, as importantes parcerias com empresas e as muitas oportunidades concedidas à comunidade pelo Programa Aprendizagem Setrem mostram que estamos no caminho certo”. Diretor-geral, Sandro Ergang

Motivados pelo Ano Internacional das Pessoas com Deficiência (ONU/1981), pessoas com deficiência, fundaram em 20/05/84 a Associação Canoense de Deficientes Físicos. A partir de suas ações no Movimento de Defesa de Direitos das Pessoas com Deficiência, ganhou referência política e notoriedade nacional, tendo como missão: “Desenvolver, capacitar e ocupar o potencial da pessoa com deficiência, na perspectiva da inclusão, da cidadania e qualidade de vida”. A ACADEF hoje, é uma OSC de Assistência Social, filantrópica que tem uma estrutura física de 4.000 m² de área construída totalmente acessível. Está localizada no município de Canoas e atende também a região do Vale dos Sinos, articula e realiza projetos e ações de assistência social, inclusão social e saúde. Em outubro de 2019 passou a ser um Centro Especializado de Reabilitação Física, Auditiva e Intelectual (CERIII).

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Presidente, Rosângela de Oliveira

2017 traz a marca de 65 anos dedicados à educação e formação de crianças e jovens. Atuando na Educação Básica, Turno Integral, Cursos Técnicos em Agropecuária, Informática, Administração, Serviços Jurídicos, Eletrotécnica e Eletromecânica, com mais de 1750 técnicos formados, para além de atividades esportivas e culturais, no ano de 2012 a instituição passou a oferecer Programas de Aprendizagem com as cooperativas e empresas locais. Capacitaram-se, até o momento, 572 aprendizes. Mais do que números, o programa transforma realidades. A correlação entre Colégio, estudantes e mundo do trabalho considera a relevante importância do ser e conhecer para fazer. Determinados seguimos atuantes, como instituição formadora, na promoção da vida a partir da conhecimento.

Diretor, Jonas Rückert

A Associação Cristã de Moços do Rio Grande do Sul (ACM-RS) é uma organização global, sem fins lucrativos, com atuação em 119 países do mundo. No Brasil, atuam nas áreas de esporte, educação e desenvolvimento social. A ACM Vila Restinga Olímpica é uma unidade que integra a Área de Desenvolvimento Social da ACM-RS, que atua desde 2001 na Restinga. Tendo como missão institucional ser agente de transformação da sociedade, no ano de 2018, o Programa de Aprendizagem Profissional surge, como nova oportunidade de qualificação profissional. Cursos: Assistente Administrativo e Gastronomia. Interessados terão que atender os critérios de 14 anos completos até 23 anos e escolaridade mínima o 8º ano do Ensino Fundamental. Coordenadora Técnica- ACM VRO, Roberta Gomes Motta


A Ação Comunitária Paroquial - ACOMPAR é uma instituição de caráter filantrópico, situada na Vila Santa Rosa, na Zona Norte de Porto Alegre, fundada em 05/05/1967 pelo Pároco Luiz Conte. Nossa missão é desenvolver um trabalho com as famílias em situação de vulnerabilidade social através dos serviços e projetos oferecidos pela instituição. Atendemos um número aproximado de 914 crianças/adolescentes e jovens/adultos em seis núcleos de atendimento. O trabalho com adolescentes/jovens é realizado no Núcleo quatro, com 34 adolescentes no SCFV II: nas modalidades de Serigrafia e Embelezamento Pessoal; 78 adolescentes no Programa Adolescente Aprendiz, nos cursos de Serviços Administrativos e Bancários; 120 jovens/adultos, no curso de Mercado de Varejo, Logística e Empreendedorismo.

A Rede Calábria é responsável pela gestão, das atividades socioassistenciais e educacionais do Calábria, CPIJ, ABENSA e Escolas Infantis, sendo elo de ligação, diálogo, aprendizado, colaboração e comunhão institucional entre as atividades, profissionais e sociedade. São 21 unidades atuando em 13 bairros da capital gaúcha que impactam anualmente a vida de mais de 30 mil crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos. A Rede Calábria tem o propósito de manter viva a causa estratégica de “Acolher promovendo vidas”, suscitando mais fraternidade, autoconhecimento, aprendizado, convivência e colaboração em prol de um mundo melhor, mais justo e solidário. Em 2019, o Calábria atendeu mais de 500 jovens nos cursos de qualificação profissional, que está presente desde 1967, sendo seis modalidades associadas a Lei da Aprendizagem, que colaboram com a inserção de jovens ao mundo do trabalho. Diretor geral, Pe. Gustavo Bonassi

O Centro de Integração Empresa Escola do RS – CIEE RS, é uma instituição da assistência social, privada, sem fins lucrativos, autossustentável, que promove através de iniciativas socioeducativas a integração de jovens no mundo do trabalho, há 51 anos. Entre outras ações, o CIEE RS, juntamente com a Fundação Roberto Marinho, desenvolve o Aprendiz Legal, que é um programa de aprendizagem profissional voltado para a preparação e inserção de jovens no mundo do trabalho. Os cursos ofertados são: Ocupações Administrativas, Comércio e Varejo, Logística, Telesserviços, Práticas Bancárias, Telemática, Auxiliar em Alimentação e Auxiliar de Produção. www.cieers.org.br Presidente do CIEE RS, Marivaldo Antonio Tumelero

O Centro de Promoção da Criança e do Adolescente é uma instituição de finalidade pública, filantrópica, comunitária, de assistência social, cultural e de garantia dos direitos fundamentais de crianças, adolescentes, jovens e suas famílias. Mantido pelo Instituto Cultural São Francisco de Assis, tendo como diretor geral o Frei Luciano Bruxel, atua na promoção da pessoa, através da garantia de acesso aos direitos e a proteção social, de maneira emancipatória, inovadora. A instituição possui parcerias com diferentes órgãos públicos que auxiliam na sustentabilidade das ações que desenvolve, sendo o Programa de Oportunidade e Direitos (POD) uma destas ações, através do Termo de Colaboração nº2241/2019, estabelecido entre o Estado do Rio Grande do Sul e o Instituto Cultural São Francisco de Assis. O Programa de aprendizagem, que é executado através do POD Centro da Juventude, oferece os cursos de Auxiliar Administrativo, Gastronomia, Manicure e Help Desk.

Diretor-Geral, Frei Luciano Elias Bruxel

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FOGAP Fundado em 23 de abril de 2015, o Instituto Crescer Legal surgiu por iniciativa do Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco) e suas empresas associadas e tomou forma com o apoio e adesão de pessoas e entidades envolvidas com a educação e com os direitos da criança e do adolescente. O Instituto tem o objetivo de combater o trabalho infantil tendo como ferramenta a oferta de oportunidades aos adolescentes para o desenvolvimento das suas habilidades e potencialidades, com geração de renda e subsídios para que o jovem vislumbre projetos de vida a partir do meio rural. A principal ação do Instituto é o Programa de Aprendizagem Profissional Rural, que proporciona formação teórica e prática em gestão rural, empreendedorismo e cidadania a adolescentes filhos de produtores e trabalhadores na agricultura.

A Escola Família Agrícola da Serra Gaúcha – EFASERRA, é uma instituição de ensino que oferece à comunidade Curso Técnico em Agropecuária concomitante ao Ensino Médio. Desde 2017, apoiamos a formação de jovens aprendizes do campo. O principal objetivo da escola é contribuir na formação de filhos (as) de agricultores para que sigam no campo com melhores condições e mais qualidade de vida, contribuindo para o desenvolvimento do meio onde estão inseridos. Desde 2015, a EFASERRA funciona na 3ª Légua, em Caxias do Sul/RS. Suas origens, datam de 2013, em Garibaldi/RS. Atende média de 120 alunos de 21 municípios da região. O ensino e a aprendizagem da instituição têm como base a Pedagogia da Alternância, que alia a teoria à prática na agricultura. www.facebook.com/efaserra

www.crescerlegal.com.br Diretor, Israel Matté Diretor Presidente, Iro Schünke

Espro – Ensino Social Profissionalizante – uma associação de direito privado, sem fins lucrativos, de assistência social, pioneira no país a realizar o Programa de Socioaprendizagem. Com 40 anos de atuação, trabalha com objetivo de promover inclusão social e inserir adolescentes e jovens, em situação de vulnerabilidade social, no mundo do trabalho. Oferece também, de forma gratuita, o curso de Formação para o Mundo do Trabalho e desenvolve projetos sociais, como as oficinas de geração de renda, nas comunidades onde atua. A instituição está presente em 16 estados e 54 municípios do Brasil. Contabiliza a marca de mais de 600 mil atendimentos sociais e inserção de cerca de 105 mil aprendizes no mundo do trabalho. Atualmente conta com mais de 2.700 empresas parceiras comprometidas com nosso lema de educar, transformar e incluir.

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A Fundação Bradesco, fundada em 1956 por Amador Aguiar, é uma instituição de ensino que tem como objetivo proporcionar educação e profissionalização às crianças, jovens e adultos. Atualmente, com 40 escolas em todos os estados brasileiros e no Distrito Federal, oferece aos alunos Cursos Técnicos e de Qualificação Profissional, além da Educação Básica de nível Fundamental e Médio. O Colégio Fundação Bradesco de Gravataí conta com Cursos Técnicos de Administração e Eletrônica, ambos vinculados ao Programa Nacional de Jovem Aprendiz. Desde 2012, os Aprendizes atuam nas Agências do Banco Bradesco e em empresas parceiras da região, contribuindo com a economia local e facilitando sua inserção no mercado de trabalho.

www.espro.org.br

“Cremos na educação como fator decisivo do desenvolvimento e instrumento indispensável à realização pessoal do ser humano.” Amador Aguiar

Superintendente Executivo, Alessandro Saade

Diretora de Ensino, Adriana Mazzaferro Companhoni


A INTEGRAR/RS – ASSOCIAÇÃO DE INTEGRAÇÃO EMPRESA ESCOLA, é uma associação sem fins lucrativos, de caráter não governamental, autossustentável e apolítica que teve suas atividades iniciadas em 2006, hoje situa-se na Rua dos Andradas, 1276 - 4º, 6º e 9º andares - Centro Histórico - Porto Alegre, RS. A INTEGRAR/RS empenha-se na inserção de Jovens Aprendizes no mercado de trabalho, ofertando o Curso de Auxiliar Administrativo. Acreditamos que a aprendizagem profissional deve incentivar novos conhecimentos num processo contínuo, aprender a conhecer-se, na crença de que através de práticas e vivências, promove-se à concretização do desenvolvimento das competências pessoais e sociais, entendendo a educação como única possibilidade efetiva de mudar o amanhã.

Instituto Brasileiro PróEducação, Trabalho e Desenvolvimento - ISBET foi criado em 02 de agosto de 1971, por um grupo de educadores, preocupados em implantar a LDB 5692. Com o lema “Educação para o Trabalho” e a missão de promover o bem-estar social, o ISBET, ao longo destes 43 anos, já capacitou e inseriu no mercado de trabalho mais de cinco milhões de jovens em situação de vulnerabilidade social através de estágios e do programa Jovem Aprendiz. Hoje o ISBET encontra-se com mais de 20 unidades, em nove estados e no Distrito Federal. Sabemos que precisamos crescer muito, e contamos com a ajuda de nossos parceiros: Empresas e Entidades, que como nós, acreditam que plasmar a juventude dentro dos padrões de cidadania e autoestima elevada, é a forma para construir um país melhor e mais justo.

www.integrar-rs.com.br

Presidente, Luciano da Silva Teixeira

A Legião Franciscana de Assistência aos Necessitados (LEFAN), projeto social da Associação Literária São Boaventura, dos Freis Capuchinhos do Rio Grande do Sul, existe há mais de 60 anos e sempre atenta às demandas sociais, possui o Programa de Aprendizagem Profissional Jovem Aprendiz LEFAN. O programa tem como proposta, oportunizar aos jovens, em situação de vulnerabilidade social, formação e inserção profissional, aliando o conteúdo teórico com a vivência profissional. Para estes jovens, participar deste programa é uma oportunidade de construir novos projetos de vida. Site: capuchinhos.org.br/lefan Presidente, Claudelino Antonio Brustolin

Superintendente Executivo, Luiz Guimarães Mesquita

O Movimento pelos Direitos da Criança e do Adolescente - MDCA tem sede na Avenida Antonio Carvalho, 535, Porto Alegre/RS. A prioridade é dada para usuários em situação de vulnerabilidade pessoal e/ou social. Os programas vigentes são: Apoio Pedagógico, executado em parceria com escolas estaduais; Serviço Comunitário e Fortalecimento de Vínculos; Programa de Aprendizagem Profissional e Programa de Fortalecimento de Vínculos às Famílias da comunidade. O Programa Adolescente Aprendiz conta com 125 integrantes de 15 a 18 anos incompletos. Os cursos são de práticas bancárias e serviços administrativos que acontecem simultaneamente no MDCA e nas entidades parceiras. O MDCA realiza atendimento sócio-familiar, acompanhamento escolar, bem como visitas periódicas aos locais de prática dos aprendizes.

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FOGAP Transformar é ação que coloca em movimento o dia a dia das 16 Unidades Sociais da Rede Marista. O Polo Marista de Formação Tecnológica é uma delas! A nossa atuação conjunta é dedicada a mais de 6 mil crianças, adolescentes, jovens e adultos em situação de vulnerabilidade social. Localizado dentro do Centro Social Marista de Porto Alegre (Cesmar), o Polo atende diariamente mais de 300 educandos vinculados ao Programa Jovem Aprendiz. São jovens das regiões Norte, Nordeste e Ilhas – territórios de Porto Alegre com alto índice de vulnerabilidade social. Para transformar essa realidade, preparamos o educando para o mundo do trabalho de forma técnica e humana, em áreas como Tecnologia da Informação, Administração e Turismo. Acreditando nos jovens acima de tudo, colaboramos para que a transformação ocorra na vida de cada um e nas comunidades onde estamos inseridos. E isso nos completa! https://social.redemarista.org.br/centro/polo-cesmar/sobre

www.mococa-rs.org.br

Gerente Social dos Colégios e Unidades Sociais da Rede Marista, Luciano Barrachini

Presidente, Cláudio Sérgio Vidal Petrucci

O Centro Profissional para a Cidadania, localizado à Rua Moreira César, 1853, Bairro Pio X, Cidade de Caxias do Sul, mantido pela Associação Murialdinas de São José, oferece o curso de Aprendizagem Profissional, na área têxtil. O curso é totalmente gratuito, com carga horária de 800 horas. A Associação Murialdinas de São José atua, há 20 anos, no município de Caxias do Sul, como uma Entidade Formadora na área da Aprendizagem Profissional. Tem como objetivo profissionalizar, na área da costura e confecção de peças do vestuário, 60 adolescentes e jovens, por ano. Além da profissionalização, o curso vislumbra a inserção no mundo do trabalho, possibilitando o reconhecimento do trabalho e da educação como direito de cidadania. Coordenadora do Centro Profissional para a Cidadania, Jéssica labatut

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Aos 51 anos, o Movimento Comunitário Cachoeirense é uma instituição não governamental, sem fins lucrativos, filantrópica e de utilidade pública. Nossa finalidade é o desenvolvimento de atividades voltadas a Assistência Social, especialmente no que diz respeito à promoção da integração no mercado de trabalho. Visamos ainda o incentivo de atividades artísticas, culturais e esportivas, o desenvolvimento de ações de ensino visando o incentivo ao empreendedorismo, o desenvolvimento e igualdade social, especialmente voltado aos jovens e pessoas em vulnerabilidade social. O MOCOCA atua na qualificação profissional desde o ano de 2008 e atualmente conta com 185 adolescentes que participam do Programa Adolescente Aprendiz onde desenvolvem o curso de setor bancário. Já concluíram o curso de aprendizagem cerca de 1.000 adolescentes e jovens neste período.

O Instituto Leonardo Murialdo é uma sociedade civil, beneficente, educativa, cultural e de assistência social, com sede em Caxias do Sul. Dentre os Programas e Serviços destacamos o Programa Jovem Aprendiz com cursos de formação profissional que visam o desenvolvimento de adolescentes e jovens com ética e cidadania. Em virtude do cenário pandêmico, a Instituição adaptou-se ao uso de salas de aula virtuais como aliada, proporcionando a continuidade do aprendizado, sempre mantendo as relações humanas em primeiro lugar garantindo o acesso aos aprendizes. A Rede de Ação Social Murialdo prima por inovar nos atendimentos. “Acredito que com o engajamento e solidariedade dos nossos parceiros, garantiremos o acesso de muitos adolescentes e jovens ao mundo do trabalho, através da ética e transparência profissional”, diz o Diretor. www.murialdosocial.com.br Padre Joacir Della Giustina


Com a missão de educar, promover, amar e evangelizar, com competência, preferencialmente as crianças, adolescentes e jovens em situação de vulnerabilidade social, valorizando a família e vislumbrando o Sistema Preventivo de São João Bosco, surge, em 1957, a Associação de Recuperação do Menor, em Viamão/RS. O Novo Lar atua no combate das desigualdades sociais, auxiliando crianças, adolescentes, jovens e famílias na promoção humana e na qualificação profissional, em um ambiente educativo de formação integral e permanente, fundamentado nos ensinamentos de Dom Bosco. Com o Programa Jovem Aprendiz já forma e encaminha para o mercado de trabalho, desde 2010, mais de 400 jovens, capacitados a responder com responsabilidade e criatividade as exigências profissionais. Diretor, Padre Tarcízio Odelli

A Fundação O Pão dos Pobres de Santo Antônio, criada em 1895, em Porto Alegre, atende mais de 1400 crianças, jovens e adolescentes em situação de pobreza absoluta e alto risco social. Entre eles, 642 jovens são aprendizes dos cursos do Centro de Educação Profissional (CEP). Cerca de 70% dos egressos dos cursos são direcionados para vagas no mercado de trabalho. A missão da instituição é potencializar o desenvolvimento integral, numa perspectiva solidária, construída por meio de práticas socioeducativas. Desde o seu início, a Fundação mantém seu trabalho com arrecadação financeira oriunda prioritariamente de empresas, convênios públicos e sociedade civil. Além do CEP, outros dois projetos são desenvolvidos na instituição: o Centro de Atendimento Integral (CATI) e o Acolhimento Institucional. www.paodospobres.org.br Diretor Geral, Ir. Albano Thiele

A Pequena Casa da Criança, fundada em 1956, na Vila Maria da Conceição em Porto Alegre/Partenon, desenvolve desde o início, programas de ensino e aprendizagem, que favoreça a população mais necessitada do entorno e proximidades. Seus programas e projetos, visam atender a população em situação de vulnerabilidade social. O Programa, direcionado para adolescentes e jovens, reforça o objetivo da Instituição, de colaborar na promoção do pleno desenvolvimento dos mesmos e suas famílias. Temos a grata satisfação de dizer que, desde o início do programa, milhares de adolescentes passaram pela Instituição, onde a maioria soube aproveitar a dádiva recebida e prosseguiram com largos passos de progresso em suas vidas. Vale crer nos jovens que mais precisam, oferecer-lhes oportunidades, com apoio, e confiança. É um investimento que vale a pena! www.pequenacasa.org.br

Presidente, Ir. Pierina Lorenzoni

A Fundação Projeto Pescar une pessoas, empresas e organizações em uma ação colaborativa e ensina uma profissão a jovens em situação de vulnerabilidade social. Em 2019, participaram dos cursos socioprofissionalizantes gratuitos, para a inclusão no mundo do trabalho, cerca de 1,8 mil adolescentes de 16 a 19 anos. É desenvolvido em 74 Unidades, espalhadas em nove estados brasileiros. Já formou mais de 33 mil adolescentes e, somente em 2019, foram mais de 67 mil horas de cursos, com 98,58% de frequência. Os resultados exitosos vêm chamando a atenção de outros países e hoje o programa é replicado na Argentina, Paraguai e Angola. www.projetopescar.org.br Presidente Voluntário, Paulo Centeno

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FOGAP A Associação Pestalozzi de Canoas é uma instituição sem fins lucrativos, fundada em 26 de outubro de 1926. É a primeira organização no Brasil a trabalhar em prol da garantia e defesa dos direitos da pessoa com deficiência intelectual, na perspectiva da sua inclusão, participação, protagonismo, autonomia e qualidade de vida. Atua nas áreas de educação, saúde, assistência social, trabalho, esporte, lazer e cultura na cidade de Canoas, Rio Grande do Sul. Por meio de uma equipe técnica inter e multidisciplinar, oferece aos seus atendidos, familiares e cuidadores educação fundamental especial, atendimento educacional especializado, aprendizado profissionalizante, oficinas de culinária e padaria, dança inclusiva, horta, jardinagem, práticas culturais, artes e artesanato, futebol, atletismo de rendimento, consciência corporal, canto coral e mundo do trabalho.

Pela primeira vez na nossa história recente, enfrentamos uma situação que exige distanciamento físico e proximidade virtual. A Renapsi – Rede Nacional de Aprendizagem, Promoção Social e Integração aposta na tecnologia para integrar jovens, educadores e parceiros. É preciso investir em ferramentas que facilitem uma integração das nossas atividades ao mundo digital. Através da Plataforma de Formação Conectada e do EduJob, a formação dos jovens teve continuidade na pandemia e o acompanhamento do seu desenvolvimento também. Criamos ainda mecanismos de assistência como o apoio psicossocial para jovens e familiares através do Chat Online. Todas as inovações implantadas se mostraram essenciais para esse momento e para o futuro da aprendizagem.

www.pestalozzi.com.br

Presidente, Edna Alegro

A Associação Reviver, localizada em Canoas, é uma instituição sem fins econômicos com objetivo de promover a inclusão social de jovens em situação de vulnerabilidade pessoal e/ou social através de cursos de aprendizagem profissional. Desenvolve o Programa Jovem Aprendiz desde 2005. Alguns dos cursos disponíveis: Assistente Administrativo, Auxiliar de Cozinha, Cobrador, Música, Operador de Caixa. Coordenadora Geral, Maria Helena Riquinho dos Santos

Presidente, Lucas Vieira da Silva Meira

A Fundação Universidade de Caxias do Sul (UCS), por intermédio do Centro Tecnológico Universidade de Caxias do Sul (CETEC), desenvolve cursos de Aprendizagem para o comércio, indústria e serviços, elaborados para atender as expectativas empresariais por profissionais, com formação técnica e aprimoramento comportamental, adequados às particularidades do seu ramo de atividade econômica. Na UCS os cursos de Aprendizagem utilizam os mesmos recursos tecnológicos disponibilizados aos demais alunos da graduação e pós-graduação e são realizados nos Campus Universitários localizados nas cidades de Caxias do Sul, Bento Gonçalves, Canela, Farroupilha, Guaporé, Nova Prata, São Sebastião do Caí e Vacaria e em outros municípios, mediante estudo de viabilidade. Site: www.ucs.br Reitor da UCS, Prof.Dr. Evaldo Antonio Kuiava

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Vitória Raskin Assistente Social. Chefe da Assessoria de Planejamento e Gestão Estratégica da PRT 4ª Região

O projeto Resgate a Infância ­concebido e ­operacionalizado pela Coordinfâcia (Coordenadoria Nacional de Combate à Exploração do Trabalho da Criança e do Adolescente), a partir dos eixos Políticas Públicas, Educação e Profissionalização, pretende atingir o maior número possível de municípios, buscando oportunizar uma ampla sensibilização da sociedade civil, instituições governamentais e gestões municipais sobre a importância da implementação de medidas que garantam a crianças e adolescentes socialmente vulneráveis proteção e educação que colaborem para o afastamento do trabalho infantil e suas nefastas consequências. Fomenta, especialmente, no eixo Profissionalização a Aprendizagem Profissional, reconhecendo tratar-se de única e importante alternativa ao trabalho irregular. Aquilo que conhecemos

como a conjunção de fatores pelos quais a pobreza, uma vez iniciada, permanece até que seja interrompida por uma intervenção externa, o ciclo da miséria, ou da pobreza, tem sido o maior responsável pela perpetuação de práticas nocivas ao desenvolvimento seguro de crianças e adolescentes. A partir da atuação promocional, o MPT se insere neste processo, não somente como órgão coibidor, mas como agente de intervenção externa. Para além de combater a prática do trabalho infantil, o Projeto se apresenta como um esteio para educadores, pais, alunos e técnicos de diversas áreas da rede assistencial dos municípios. Abre

espaço para a discussão de temas delicados, muitas vezes reprimidos na memória daqueles que foram vítimas de abuso em situação de trabalho infantil ou adolescente irregular no passado. A participação em fóruns, comissões e grupos de trabalho, forças-tarefa em conjunto e celebração de acordos de cooperação com instituições parceiras reforçam a prática ministerial, que por si só, não teria braços para enfrentar a vulnerabilidade de forma a contemplar o maior número de vítimas. A experiência do trabalho de campo tem demonstrado que grande parte das pessoas envolvidas ou capacitadas, técnicos de di-

versas áreas (educação, saúde e assistência), familiares e até gestores, referem histórico de trabalho infantil ou adolescente irregular. Observa-se, ainda, que além da necessidade de contribuição para a subsistência dos grupos familiares, fatores culturais também se colocam como barreiras a serem enfrentadas. O ciclo da pobreza, e do consequente sofrimento, só poderá ser interrompido a partir da compreensão de que apenas com uma vivência e visão de mundo diferentes, serão obtidos resultados diversos daqueles já conhecidos. O combate ao trabalho infantil não poderá acontecer apenas pela restrição legal ou aplicação de multa a infratores. Sensibilizar, abrir portas para a discussão, fomentar vagas de aprendizagem, propiciar a interface entre jovens e empresas, acolher vítimas e pessoas mal informadas é tarefa necessária, porém das mais difíceis para um

Atualidade e avanços

Atualidade e avanços

A Atuação do MPT no Combate à Exploração do Trabalho da Criança e do Adolescente: Uma Abordagem Interinstitucional

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Atualidade e avanços

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e­ nfrentamento efetivo da vulnerabilidade. A atuação interinstitucional apresenta-se como potente ferramenta na consecução destes objetivos, mais especialmente em momentos de exceção, como o que vivemos atualmente, em consequência da pandemia por corona vírus, que veio agravar significativamente essa triste realidade. Membros e servidores do MPT, envolvidos com o combate ao trabalho infantil têm podido, a partir da proposta de atuação institucional, testemunhar a eficiência de suas ações, contribuindo para a transformação da vida de muitas famílias, bem como, compreender que o trabalho realizado, mesmo que não traga soluções imediatas, germinará como semente, produzindo resultados a serem colhidos no futuro.

Projeto ViraVida, do Serviço Social da Indústria (SESI), em 29 de outubro de 2018

Projeto Gente Grande (PGG), da Associação O Pequeno Nazareno, em 30 de março de 2019.

Abrigo de imigrantes venezuelanos, em 19 de dezembro de 2019


“Diálogos sobre projeto de vida”: a extensão universitária como instrumento de discussão sobre trabalho infantil, aprendizagem profissional e direitos de crianças e adolescentes Emerson Victor Hugo Costa de Sá Auditor Fiscal do Trabalho. Professor. Doutorando em Direito na UFPA. Coordenador do FEPETI/AM.

Dentro de um contexto de rompimento de ciclo de marginalização, pobreza e trabalho infantil, e primeira pessoa da família a acessar o ensino superior em uma instituição pública, que possibilitou o acesso à carreira da Auditoria Fiscal do Trabalho e à docência de ensino superior, busco orientar a prática profissional e acadêmica aos direitos sociais de crianças, adolescentes e jovens, no contexto do mercado de trabalho. Nesse sentido, surgiu o projeto de extensão intitulado “Oficina sobre projeto de vida: diálogos sobre a mudança de vida a partir da educação e da inserção qualitativa no mercado de trabalho”, desenvolvido no âmbito da Universidade do Estado do Amazonas, que compreendeu ações voltadas aos aprendizes de diferentes entidades formadoras, bem como às crianças e adolescentes de escolas

da rede pública e de instituições da sociedade civil, especialmente em localidades periféricas. Foram aplicadas oficinas sobre trabalho infantil, aprendizagem profissional, protagonismo juvenil e projeto de vida; sobre direitos constantes no Estatuto da Criança e Adolescente, na abordagem de forma lúdica, por meio de interação e brincadeiras; e sobre direitos sexuais e reprodutivos, maternidade precoce, abuso e violência sexual, por meio de rodas de conversas e dinâmicas. Os resultados foram positivos e o impacto acadêmico e comunitário são inegáveis, conforme os relatos dos discentes. Laís Barcelos destaca a extensão como uma chance de “fazer algo que realmente parecia com aquilo que eu queria quando decidi cursar Direito”. Gizelle identifica como uma forma de fazer com que “o acadêmico de direito saia do

âmbito teórico e consiga enxergar a realidade prática do direito aplicado". Laís Rachel expressa que aprendeu a “entender uma realidade que não faz parte da minha”. Elize concluiu que “poder somar na vida de alguém foi marcante”. Fabiana expressa a importância de “conhecermos efetivamente uma parte da realidade dessas crianças e jovens”. Paula considera relevante “o modo como a pauta principal - combate ao trabalho infantil - sempre acabava se aliando a outras questões, como gravidez na adolescência, crise migratória”. Estefane ressalta a importância de “ver as relações de trabalho de uma outra perspectiva”. Por fim, Laura destaca a relevância de apresentar perspectiva de vida a “universos tão opostos dos meus”. A pandemia de COVID-19 demandou o investimento temporário na interação virtual, en-

quanto não há meios seguros de realização de atividades em grupo. Inegável, porém, a importância da aproximação viabilizada pelas atividades presenciais para conhecer melhor o lugar do outro, especialmente para acadêmicos que desconhecem a realidade do público a quem potencialmente servirão no desempenho das atividades profissionais. Ao lado do ensino e da pesquisa, a extensão universitária deve ser fortalecida, pois contribui para a qualidade na formação não apenas nos âmbitos teóricos e técnicos, mas no aspecto humano. Esse fator mostra-se particularmente relevante quando voltado às crianças e adolescentes como público prioritário no desenvolvimento de políticas públicas, que, antes de serem o futuro da nação, precisam ser valorizadas no presente.

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Aprendizagem Profissional: mais um direito fundamental de adolescentes e jovens sob ameaça Atualidade e avanços

Ana Maria Villa Real F. Ramos Procuradora do Trabalho

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A aprendizagem profissional remonta à década de 40, quando houve a criação de algumas entidades do Sistema S. A sua configuração atual sobreveio com a vigência da Lei 10.097/2000, cujo objetivo foi essencialmente permitir que pessoas com idade entre 14 e 16 anos fossem inseridos de forma protegida no mercado laboral, já que a elevação da idade mínima para admissão no emprego para 16 anos havia basicamente extinguido as oportunidades de trabalho para adolescentes. Na exposição de motivos da proposta do anteprojeto de lei, de 09/02/2000, constou como justificativa para a criação da aprendizagem a necessidade de se formar mão de obra qualificada para o mercado de trabalho, impondo-se como prioridades a profissionalização e a escolarização. No cerne do referido anteprojeto estavam, portanto, os adolescentes, sobretudo aqueles com faixa etária entre 14 e 16 anos. No documento, restou consignada a profissionalização como um direito fundamental e uma alternativa possível para adolescentes

de baixa renda que precisavam trabalhar para garantir a sua subsistência, bem como a de suas famílias. Com a aprovação da Lei 10.097/2000, surgiu a aprendizagem como ação afirmativa que reúne educação, emprego e qualificação e com o escopo de concretizar o princípio da igualdade como promotor da igualdade de oportunidades. Passados quase 20 anos da vigência da Lei 10.097/2000, a situação socioeconômica do nosso País, embora tenha melhorado consideravelmente – agravada agora com a crise trazida pela pandemia do Corona vírus e respectivas medidas de enfrentamento -, ainda não permite que os nossos adolescentes exerçam o seu direito ao não trabalho e ao desenvolvimento integral

pleno, tal como garantido pelo ordenamento jurídico interno e por diversos documentos internacionais dos quais o Brasil é signatário. Nesse interregno, o trabalho infantil sofreu drástica redução e a aprendizagem profissional amadureceu e se consolidou como a única política pública de profissionalização para adolescentes e jovens de baixa renda hábil a prevenir e erradicar o trabalho infantil, bem como a evitar e interromper a trajetória infracional. Tratase de política pública que precisa ser estimulada e fortalecida, sobretudo em momentos de crise, como o que ora enfrentamos, quando as vulnerabilidades econômicas colocam crianças e adolescentes em grave situação de risco social.

Infelizmente, na contramão de que tudo que foi construído, há forte movimentação de setores do próprio governo, apesar de constitucionalmente responsável por assegurar os direitos fundamentais de adolescentes e jovens, no sentido de esvaziar e enfraquecer a aprendizagem profissional, para atender a interesses de uma pauta econômica distanciada do trabalho digno e decente e do direito à proteção especial, tal como garantido no art. 227 da Constituição Federal. Avizinha-se um quadro de precarização do trabalho do adolescente e de desvalorização do seu direito à dignidade e ao desenvolvimento pleno destruidor de um projeto de nação idealizado e inaugurado com a constitucionalização da doutrina da proteção integral. É quando se chega à constatação de que o Estado é o maior violador dos direitos fundamentais de crianças, adolescentes e jovens e, portanto, criador e fomentador do enorme abismo que há entre o que está prescrito na legislação e o efetivamente por eles vivenciado.


A inserção de aprendizes durante a pandemia Rômulo Machado e Silva Auditor-Fiscal do Trabalho Subsecretário de Inspeção do Trabalho Secretaria de Trabalho / Ministério da Economia

O cenário é desafiador mas existem caminhos para a profissionalização de jovens Para o cumprimento satisfatório da missão institucional da auditoria fiscal do trabalho é preciso agir de modo a garantir que os direitos trabalhistas estampados em nossa Carta Maior e demais legislações sejam observados, incluindo a possibilidade de profissionalização dos jovens e o ingresso e permanência destes no mercado de trabalho, principalmente em momentos sociais históricos tão desafiadores quanto este que atravessamos. Em razão do novo cenário mundial, decorrente da pandemia causada pela COVID-19, que ensejou a decretação do estado de calamidade pública no país, por meio do Decreto Legislativo n.º 6 de 2020, medidas de caráter geral precisaram ser implementadas, a fim de minimizar os efeitos trazidos pela disseminação do coronavírus. Paralelamente, a legislação trabalhista também precisou ser adequada, no intuito de proteger ainda mais a população

mais vulnerável no ambiente de trabalho, como os jovens aprendizes. Entre as medidas adotadas pelo governo, cita-se a MP 936, de 1º de abril de 2020 (convertida na Lei 14020 de 06 de julho de 2020), que instituiu o Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda, possibilitando aplicar aos contratos de aprendizagem a suspensão do contrato ou a redução proporcional de jornada e salário. No bojo deste normativo está prevista a garantia provisória do emprego como contrapartida ao benefício solicitado, para o qual celebrar-se-á termo aditivo, prorrogando o prazo de vigência do contrato para integralizar a carga horária prática e a teórica, no caso de descontinuidade dos cursos no período pandêmico. Reconhecendo a importância da manutenção da prática de aprendizagem

profissional neste cenário adverso, foi editada, ainda, a Portaria n.º 18.775, de 07 de agosto de 2020, que autoriza a execução das atividades teóricas e práticas dos programas de aprendizagem profissional na modalidade à distância durante o estado de calamidade pública. Ressalte-se que a manutenção dos aprendizes em seus postos de trabalho deverá ser efetuada respeitando as medidas de prevenção e mitigação dos riscos advindos da COVID-19 previstas na Portaria Conjunta n.º 20 de 2020, que contempla itens de higiene pessoal e de ambiente, distanciamento social, ações de identificação precoce, entre outras medidas. Sendo assim, as empresas têm a seu dispor a possibilidade de adoção de medidas que, além de permitirem a continuidade da prestação dos ser-

viços, são capazes de resguardar a renda e a saúde dos jovens aprendizes, como a manutenção do aprendiz em atividade remota. Fica evidente, portanto, a necessidade de valorizar e promover cada vez mais a aprendizagem profissional, inclusive como suporte para a erradicação do trabalho infantil. Tal necessidade reflete o compromisso internacional assumido pelo Brasil de erradicar todas as formas de trabalho infantil até 2025; trata-se da meta 8.7 dos objetivos de desenvolvimento sustentável da ONU. Por fim, orientações gerais a respeito de cuidados sobre a COVID-19 podem ser encontradas no site da Escola Nacional da Inspeção do Trabalho (https://enit.trabalho.gov.br/) em que constam consultas e informações sobre as medidas a serem adotadas no âmbito das relações e ambientes de trabalho durante a pandemia.

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A pandemia da COVID e a aprendizagem

Atualidade e avanços

João Paulo Ferreira Machado Auditor-Fiscal do Trabalho Coordenador-Geral de Governo Digital Trabalhista

A pandemia da COVID-19 trouxe muitos impactos às relações de trabalho. E no âmbito da aprendizagem não poderia ser diferente. Especialmente por ter grande quantidade de menores de 18 anos, os contratos dessa modalidade de emprego tiveram ainda mais impactos que em outras. Com vistas a trazer às relações de trabalho condições de continuidade durante a pandemia, em especial para os casos em que os ambientes laborais tiveram que ser fechados e/ou as atividades econômicas reduzidas ao ponto de que as empresas não puderam continuar trabalhando, foram editadas duas medidas provisórias com regramentos especiais. A MP 927 e a MP 936, de março e abril de 2020, respectivamente. A primeira trouxe regras que facilitavam a compensação de jornada; a concessão e até antecipação de férias com aviso quase que imediato ao trabalhador; a troca/antecipação de feriados; a suspensão de realização duran-

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te a pandemia de alguns exames e treinamentos obrigatórios, bem como dos processos eleitorais da CIPA e o diferimento do FGTS vencido em março, abril e maio. A MP 927/2020 teve vigência até 19/07, quando perdeu a validade por não ter sido votada no Congresso Nacional. Mas o foco deste artigo é a MP 936/2020, que foi convertida na Lei 14020/2020 e trouxe ao ordenamento nacional o benefício emergencial de preservação do emprego e da renda – BEm. Esta norma permite que empregador e trabalhador pactuem a suspensão do contrato de trabalho ou a redução da jornada e dos salários enquanto durar a calamidade pública nacional. Passados cinco meses do início do programa já foram pagos mais de 23 bi-

lhões de reais em benefícios para mais de 10 milhões de trabalhadores em mais de 18 milhões de acordos. Cifras realmente impactantes e que demonstram que sem o benefício emergencial teria sido ainda mais difícil para as empresas continuarem em atividade e para os trabalhadores manterem seus empregos, diante dos efeitos da pandemia mundial. O BEm não garante ao empregado o mesmo salário que ele recebia trabalhando normalmente, mas um valor calculado com base no que ele receberia se estivesse em seguro desemprego. Contudo, mesmo em valor inferior ao da atividade, se mostrou fundamental para garantir a renda do trabalhador nesta fase da crise pandêmica mundial, evitando milhões de demissões.

Do mesmo modo, o BEm foi fundamental para garantir a continuidade dos contratos de aprendizagem, afinal a maioria das aulas teóricas precisaram ser suspensas, ainda que temporariamente, e as aulas práticas para os menores também estiveram com muitas restrições ou até impedimentos nesta fase. Afastados do trabalho, se não fosse a opção de suspensão dos contratos, muitos aprendizes seriam desligados, pois a crise econômica também impacta seriamente o caixa das empresas neste momento. Vale aqui ressaltar um fato curioso, como os aprendizes possuem muitas vezes jornadas reduzidas e salários proporcionais a estas jornadas e, portanto, inferiores ao mínimo nacional, tiveram o benefício calculado e pago com valor superior aos seus salários mensais, visto que o benefício emergencial tem como base de cálculo mínima o salário mínimo nacional. Mas isso não é motivo


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de comemoração, afinal, a continuidade do aprendizado fica impedida no momento do afastamento, além de que alguns benefícios não são pagos. Por outro lado, passamos a se utilizar de mecanismos de trabalho e acompanhamento à distância, que, aparentemente, vêm para ficar. Diante disso, o que podemos concluir é que o ano de 2020 está sendo muito diferente do que toda a nossa geração já viveu e se utilizar de novas ferramentas e processos de trabalho, muitas vezes remotos, é um aprendizado trazido pela pandemia. Que saibamos aproveitar também para aprendermos a ser mais humanos e compreendermos que embora a doença tenha demonstrado a falibilidade humana de forma acentuada, também demonstrou que juntos e cooperando uns com os outros podemos vencer até mesmo situações desesperadoras e complexas como as vividas neste ano peculiar.

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Aprendizagem: desafios em tempos de COVID-19 Atualidade e avanços

Marcelo Guimarães Ferreira Auditor-fiscal do Trabalho

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É justamente em um momento de crise como o presente que o investimento na Juventude, pela via da aprendizagem, se faz mais necessário. A formação técnico-profissional metódica que decorre dos contratos de trabalho de aprendizagem e a formação escolar básica enfrentam ainda mais desafios atualmente, ímpares em 2020, e sem uma perspectiva concreta de solução em curto prazo:

da Constituição Federal, garantindo-lhes, com absoluta prioridade, o direito à educação e à profissionalização e, ao mesmo tempo, à vida e à saúde, colocados a salvo de toda forma de negligência e de discriminação por parte da família, da sociedade e do Estado, pelo que as poa) o estado de calamidalíticas públicas de enside pública, com situação no e de aprendizagem dede emergência em saúde pública de importância in- vem ser executadas, porternacional, em decorrên- que parte dessa diretriz, mas sem expor os tutelacia da pandemia do novo dos, pessoas em desenvolCoronavírus, que ocasionada a doença COVID-19, vimento, a riscos de contaminação de uma doença cujo enfrentamento tem, por exemplo, determinado grave e ainda sem cura ou imunização garantidas; exigências compulsórias de isolamento e de quac) a situação de crise ecorentena, bem como de res- nômica ampliada pela atutrição de atividades públi- al pandemia, do crescicas e privadas presenciais, mento dos índices de depor meio de decretos dos semprego e da redução da Poderes Executivos da receita familiar, de forma Federação, também caso que o contrato de aprendas atividades de ensino dizagem, em que pese ter básico e de formação do caráter pedagógico preaprendiz; ponderante sobre o caráb) o atendimento de dire- ter produtivo, consolida-se como um instrumento triz da doutrina da proteora ainda mais relevante ção integral da criança e de distribuição de renda e do adolescente, emanada

de preservação do adolescente no estudo e na profissionalização, frente a ditames familiares de busca de recursos para fins alimentares, essenciais e imediatos. Dentre as dificuldades para o enfrentamento desses desafios, estas podem ser lembradas: a) a insuficiente inclusão digital da população escolar, o que inviabiliza propostas hoje necessárias de substituição de aulas presenciais, inclusive da aprendizagem, pelas modalidades de ensino à distância, sintoma da segregação social e econômica que vivemos; b) a transmissão do vírus também pela sua suspensão no ar, principalmente em ambientes fechados, pelo que são riscos inaceitáveis de contágio aos adolescentes a movimentação pelos meios públicos de transporte coletivo e a assistência a aulas em reuniões presenciais, contrapondo o direito do adolescente ao trabalho

protegido; c) a ainda incipiente conscientização, em âmbito geral, do patronato, ocupado com a gestão da crise decorrente da COVID-19, quanto à aplicação da doutrina da proteção integral ao adolescente e quanto aos objetivos da política pública de aprendizagem, do que decorre, para além de qualquer analogia legal, o reconhecimento de que, na situação excepcional vivida, o afastamento temporário do aprendiz de aulas teóricas que não possam ser remotas deve também estar acompanhado da garantida à percepção da remuneração contratual. De sua parte, a auditoria-fiscal do trabalho segue exigindo o cumprimento de cotas de aprendizes, mesmo no atual contexto pandêmico, pois é justamente em um momento de crise como o presente que o investimento na Juventude, pela via da aprendizagem, se faz mais necessário.


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André Costantin* Quando ligamos a câmera e nos colocamos a mirar as experiências de um jovem aprendiz, logo ficamos conectados, fascinados: temos diante de nós um personagem pulsante, uma história “quente”. O brilho nos olhos de um jovem aprendiz comove para além da narrativa. Cena 1 / Prédio histórico Pão dos Pobres / Porto Alegre: músicos afinam os instrumentos; são crianças tornando-se adolescentes, jovens; negros, brancos. Eles têm

A aprendizagem é pop! E cada jovem aprendiz é o roteiro de um filme emocionante.

diante de si um jovem regente que, assim como eles, aprendeu ali, nesse lugar. Um maestro adulto, experiente, orienta a dinâmica. A Orquestra Jovem do Rio Grande do Sul começa a tocar – O Guarani, de Carlos Gomes, enche os salões, vai pelas janelas aos ares da cidade. Nossa câmera viaja por outras realidades. Então, vemos que essa luz vital dos olhos aprendizes vai se tornando fraca, opaca, na expressão de tantas crianças e tantos adolescentes que vivem a dura realidade do trabalho precoce, indigno: o trabalho infantil, tolerado culturalmente – como um aprender avesJovem trabalha na cultura do fumo, no Vale do Sol, RS so da vida. (Documentário Ser Criança-2017/Transe Lab) Cena 2 / Vale do Sol / Região de Santa Cruz do Sul: o acaso nos apresenta, à margem de uma estrada, um galpão de madeira com grandes fardos de fumo. Um jovem está imerso naquele ambiente. Arqueado, enquanto seleciona as folhas, ele nos conta a sua história. Voz baixa, olhar introspectivo. Aquele Jovens em ensaio no Projeto Orquestra Jovem do Rio Grande do Sul (Documentário Caminhos da é o seu viver desde criança; Aprendizagem-2019/Transe Lab) pouco deseja, ou vê, além. Tais cenas, marcadas de luz e de sombras existenciais, nos mostram o quanto os universos do trabalho e da aprendizagem são definidores do destino e dos sonhos da juventude – e, portanto, do horizonte

Equipe em registros de campo com família de viticultores em Nova Roma do Sul, RS (Projeto Na Trilha do Amanhã / acervo Transe Lab)

de todos nós. A aprendizagem gera histórias coletivas; o trabalho infantil vem, quase sempre, de solidões e afastamentos. As linguagens do audiovisual, suas possibilidades de criação e universalização em redes, são potentes meios para iluminar tais temas aos olhos insensíveis da sociedade brasileira – agora ainda mais turvados pelos distanciamentos da nova ordem da Covid-19. É urgente dar ampla visibilidade social não só ao trauma histórico do trabalho infantil, mas em igual medida aos projetos de aprendizagem profissional articulados pelas instituições. Meus olhos abriram-se para esses temas quando, como roteirista e diretor, junto a uma equipe criativa de realizadores, mergulhamos no desafio de fazer um filme sobre o trabalho infantil no Brasil, a partir da realidade do Rio Grande do Sul – em iniciativa do MPT/Coordinfância. Fomos a campo, pesquisamos, nos tornamos aprendizes. Nascia o filme-documentário Ser Criança (26min./2017). Uma história puxa outra. Veio um segundo projeto audiovisual, dedicado à aprendizagem, tema que logo mostrou-se fascinante aos nossos olhos – e do público: Caminhos da Aprendizagem (26min./2019). Ambos filmes foram levados a todo Brasil pelo Canal Futura (disponíveis também em www.futuraplay.org). Nossos olhares ampliaram-se. Lançamos as bases de um projeto de múltiplos conteúdos de envergadura nacional, inédito, intitulado Série Na Trilha do Amanhã, para investigar e documentar as realidades do trabalho infantil e da aprendizagem em todo o Brasil. O projeto – e o sonho – estão no ar, na estrada, em busca de novas instituições parceiras e meios de realização. É preciso contar essas histórias, transpassar as sombras; que os jovens possam ser narradores deles próprios, luzes e trilhas do amanhã.

*Roteirista e diretor cinematográfico.

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Na trilha do amanhã

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Programa Soldado Aprendiz: inserção dos jovens no mercado de trabalho após o serviço militar Sandra Liana Sabo de Oliveira* O 3º Grupo de Artilharia Antiaérea, unidade do Exército Brasileiro, situada na Cidade de Caxias do Sul, desenvolveu, no ano de 2019, o “Programa Soldado Aprendiz”. Uma inciativa pioneira que certificou a formação profissional dos jovens no âmbito do programa de aprendizagem profissional. Em síntese, houve a validação de qualificações militares similares ao meio civil já ofertadas durante a prestação do serviço militar que passaram a ser reconhecidas como cursos de formação técnico-profissional metódica, objetivando ampliar as oportunidades de ingresso dos jovens no mercado de trabalho após o licenciamento. O cadastro provisório da referida organização militar como entidade formadora de aprendizagem profissional possibilitou ao Comando realizar cinco cursos de capacitação aos jovens incorporados, sendo eles: mo-

O Programa Soldado Aprendiz soma- se ao grande esforço de se promover a inclusão laboral em condições dignas à juventude brasileira. torista, auxiliar mecânico auto, auxiliar mecânico elétrico, garçom e cozinheiro. Os alunos que concluíram os cursos com êxito foram concedidos certificados da qualificação realizada, com detalhamento das disciplinas e respectivas cargas horárias. Também permitiu que cabos e soldados após o término do serviço militar tenham a possibilidade de comprovar em seus currículos os treinamentos realizados, as habilidades desenvolvidas, enfim, a qualificação profissional e o aprendizado obtidos dentro do Exército. As atividades teóricas e práticas tota-

Qualificação mecânico

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Qualificação cozinheiro

lizaram 851 horas, desenvolvidas na própria estrutura física do Quartel, em horário de expediente, por instrutores militares capacitados na área de atuação e de alguns voluntários civis, sem gastos orçamentários extras. Além do aproveitamento das matérias constantes nos Programas Padrão de Instrução Militar do Exército Brasileiro para fins de aprendizagem profissional foi acrescido no cronograma dos cursos o módulo de segurança e saúde no trabalho, com 40 horas, proporcionando aos jovens militares a cultura prevencionista dos sinistros laborais e a relevância do ambiente de trabalho seguro e saudável. Em termos de resultados, o Programa Soldado Aprendiz formou, em sua primeira turma, 39 jovens. Desse total de formados, 23 retornaram a vida civil. Em um levantamento sumário, muitos deles conseguiram acesso ao primeiro emprego, inclusive na sua área de qualificação, em que pese os graves transtornos causados pela pandemia do COVID-19. Sabe-se que as consequências socioeconômicas do surto desse vírus afetarão fortemente aos trabalhadores jovens, dificultando ainda mais a obtenção de uma vaga de emprego com carteira assinada, o que reforça a importância de ações de capacitação e oportunidades de experiência profissional ao segmento juvenil. O Programa Soldado Aprendiz somase ao grande esforço de se promover a inclusão laboral em condições dignas à juventude brasileira. A inciativa, portanto, simboliza mais uma manifestação da mão amiga do Exército Brasileiro que conciliou formação profissional com a prestação do serviço militar, contribuindo na construção da trajetória ocupacional dos jovens. *Mestre em Direito Fundamentais e Relações de Trabalho pela Universidade de Caxias do Sul e Doutoranda em Direito Público na Universidade de Coimbra. Advogada. Idealizadora do Programa Soldado Aprendiz.


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Maior articulação e novas experiências são resultados do Fórum de Aprendizagem Profissional da Serra Gaúcha Lucas Guarnieri* Criado há quatro anos, buscando estimular a contratação formal e qualificada de jovens pelas empresas de uma região de abrangência de cerca de 43 municípios, o Fórum de Aprendizagem Profissional da Serra Gaúcha vem colhendo importantes conquistas. Novas modalidades de cursos, maior intercâmbio entre as instituições e o fortalecimento da construção coletiva de mais oportunidades para a juventude, são algumas das metas alcançadas nesse período. Fruto do desejo das instituições da região, inicialmente em particular às ligadas ao sistema socioeducativo em conjunto com a Gerência Regional do Trabalho, que buscavam alternativas para aumentar a inserção profissional de adolescentes e jovens, o colegiado foi protagonista de atividades que valorizaram a temática na região. Foram promovidos ao menos três encontros de articulação entre empresas contratantes e formadores de aprendizes para a garantia das vagas previstas em lei. Por meio dessa articulação, foi criado um Mural de Vagas da Aprendizagem Profissional, nas redes sociais, para divulgação das oportunidades em cursos oferecidos em Caxias do Sul. A região ainda viu nascer nesse período novas articulações entre as instituições formadoras e empresas, e também uma experiência inédita no país, com a habilitação da unidade do Exército Brasileiro na cidade para oferecer formação como jovem aprendiz aos soldados recrutados pelo alistamento para o Serviço Militar. O Fórum, juntamente com a Prefeitura de Caxias do Sul, disponibilizou para a rede educacional e

Fotos: fotógrafo Marcos Cardoso/ Prefeitura de Caxias do Sul

Desde 2016 colegiado ­regional já promoveu encontros de articulação, Feira e Concurso Literário e de Imagens socioassistencial da cidade cartazes com informações sobre as entidades qualificadoras, em uma tiragem de cerca de 700 exemplares. E em 2019, também desenvolveu a primeira edição do Concurso Literário e de Imagens dos Aprendizes da Serra Gaúcha. A publicação contou com a inscrição de 73 obras de jovens e foi financiado pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) com apoio da prefeitura na seleção e avaliação dos trabalhos. Um símbolo desse movimento coletivo foi a realização da primeira edição da Feira da Aprendizagem Profissional da Serra Gaúcha. O evento reuniu, por dois dias, em novembro de 2019, mais de três mil participantes no Centro de Eventos dos Pavilhões da Festa da Uva. Um momento especial de celebração, reflexão e divulgação, potencializando os programas de contratação de jovens aprendizes presentes na região. Ao lon-

go da programação, os jovens apresentaram seus trabalhos e suas experiências. As entidades formadoras e apoiadoras também puderam ampliar contatos e conexões. O evento marcou o fechamento de um ano de muitas conquistas, e deixou marcas importantes de cooperação e articulação, que auxiliam todas as instituições participantes a enfrentar o período de pandemia em 2020. O Fórum de Aprendizagem Profissional da Serra Gaúcha é composto por 14 instituições formadoras, por órgãos públicos das esferas federal, estadual e municipal, além de instituições representantes dos empregadores, de organizações sociais relacionadas ao tema, e alguns voluntários.

*Jornalista, voluntário de comunicação do Fórum de Aprendizagem Profissional da Serra Gaúcha

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A experiência do CEDICA/RS com Processos Circulares em tempos de pandemia O Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente – CEDICA/RS, é órgão público normativo, deliberativo e controlador das políticas e das ações do estado voltadas para a infância e adolescência. É composto por vinte e dois membros efetivos e seus respectivos suplentes, de forma paritária, de Órgãos Públicos e Organizações da Sociedade Civil. A sua estrutura operacional está organizada com uma secretaria-executiva, seis comissões técnico-operacionais em caráter permanente, a Comissão de Gestores, o Comitê de Participação de Adolescentes do RS – CPA/RS e a Presidência. Na sua forma de funcionamento, além das reuniões das Comissões, há sessão Ordinária, uma vez por mês e Extraordinária a qualquer tempo. O CEDICA emitiu Resolução n° 220/2020, que trata do funcionamento Conselho durante o período de calamidade pública decorrente da pandemia do novo Coronavírus no RS. As reuniões das Comissões e as Plenárias passaram a ocorrer por meio virtual, utilizando a Plataforma TEAMS visando manter o distanciamento social. A pandemia, conforme assistimos nos noticiários diariamente, acarretou forte crise nas áreas da saúde, economia e política. Exigiu de todos uma rápida adaptação e a melhor resposta possível a complexa demanda enfrentada. Entre as diferentes atribuições, compete ao CEDICA/RS, formular, acompanhar e controlar a política estadual de atendimento aos direitos da criança e do adolescente. Definir prioridades, editando normas gerais e fiscalizando as ações de execução. A partir desses pressupostos de ações e da observação da realidade, foi necessário realizar alguns enfrentamentos, discussões de temas caros aos defensores de direitos como educação, saúde, violência doméstica e a invisibilidade de crianças e adolescentes quilombolas, indígenas, refugiados ou em situação de rua. Todas estas questões somadas as dificuldades pessoais enfrentadas pelos conselheiros, a perda de amigos e de entes queridos pela COVID-19,

Foi preciso nos desacomodarmos, contar com outras estratégias no conselho, para pensarmos a realidade complexa, tolerar o não sabido, o que nos escapa geraram mal-estar, estresse, dificuldade de comunicação entre conselheiros e demora na tomada de decisões urgentes. Havia mais do que nunca, a necessidade de dialogar e articular com outros conselhos de direitos e de políticas básicas, de fomentar a intersetorialidade das Secretarias de Estado para podermos dialogar e efetivamente proteger as crianças e adolescentes. A PROPOSTA DE FAZERMOS CÍRCULOS DE DIÁLOGO E DE APOIO

A presidente do CEDICA/RS, Lúcia Flesch, como estratégia para mobilizar o engajamento dos conselheiros, facilitar o planejamento e avaliação das ações, solicitou a duas conselheiras Marta Gomes e Elisandra Moreira, com formação em processos circulares - Justiça Restaurativa e Círculos de Construção de Paz, para oferecerem encontros virtuais utilizando a metodologia dos Círculos de Diálogo e de Apoio Os Círculos de Diálogos visam estimular a expressão de ideias sobre determinado tema, de forma respeitosa, considerando os diferentes pontos de vista. O que pode levar a reflexões e ampliar a compreensão dos integrantes do círculo. Já os Círculos de Apoio e Cuidado, como próprio nome diz, visam criar um espaço para conexão, empoderamento, escuta empática, autoconhecimento, construção de unidade dos integrantes por meio da contação de história. Ainda, é meio de compartilhar sentimentos, emoções, promover melhoria nas relações, além de possibilitar novas narrativas. Os círculos foram percebidos como uma estratégia para fortalecer os conselheiros e adolescentes neste momento de incertezas e temores.

Marta Nileni Alves Gomes* Elisandra Nunes Moreira** O CEDICA/RS ofereceu a possibilidade de participação nos Círculos de Apoio para todas as comissões técnico-operacionais. Ofertou diferentes datas, horários para realização dos encontros. Apenas, duas comissões operacionais, por dificuldades estruturais não conseguirem se integrar à proposta. Mas as demais usufruíram da conectividade dos Círculos. Na sequência, se proporcionou Círculo de Diálogo: Protagonismo Juvenil em Tempos de Pandemia. Foram convidados para participar deste encontro virtual, os representantes do Comitê de Participação de Adolescentes - CPA, os delegados eleitos na X Conferência Estadual dos Direitos Humanos da Criança e do Adolescente, representantes da Socioeducação e do Acolhimento institucional. O objetivo era o fortalecimento de vínculos e propor melhoria no processo de trabalho do Conselho. Ainda, visava celebrar os 30 anos do Estatuto da Criança e do Adolescente. Houve manifestação dos adolescentes quanto a preocupação, insegurança referente a previsão de retorno as aulas presenciais até o mês de setembro. Também, manifestaram a angústia de estarem com muitas tarefas escolares, com prazos apertados de entrega e como precisam auxiliar nas atividades de cuidados com a casa, cuidado dos irmãos menores fica difícil. Sentem-se sobrecarregados e inseguros. Ainda deram o retorno de que foi importante, positivo a possibilidade de expressarem seus sentimentos e necessidades, em relação ao período de distanciamento social, no encontro. Outra experiência de prática circular realizada, foi a proposta da Comissão de Políticas Públicas executar Círculo de Diálogo: Educação em Tempos de Pandemia, na data de 05 de agosto de 2020. Foram convidados oficialmente pelo conselho, para participarem do círculo as seguintes representações: Conselheiros/ Conselheiras do CEDICA/RS, representantes da SJCDH, Secretário da Educação, repre-


sentante da Saúde, representante Associação do Círculos de Pais e Mestres, representante CPA/Delegados Conferência, representante Conselho de Desenvolvimento e Participação da Comunidade Negra do RS CODENE, representante Assistência Social, representante da Federação das Associações de Municípios do RS- FAMURS, representante da Política das Mulheres, Departamento da Juventude, representante da Associação dos Conselheiros e Ex- Conselheiros TutelaresACONTURS , da Defensoria Pública-DP e Centro dos Professores do Estado do RIO Grande do Sul- Sindicato dos Trabalhadores em Educação- CPERS. Participaram do Círculo de Diálogo as representações da FAMURS, de Associação do Círculos de Pais e Mestres, CODENE, Conselho Estadual da Saúde, Defensoria Pública, Comitê de Participação de Adolescentes - CPA, Conselheiros Gestores das Comissões Operacionais do CEDICA, conselheira da SEDUC e da Comissão de Políticas Públicas, que fizeram diferentes manifestações a respeito do tema. Foram apresentadas propostas de encaminhamentos a partir do Círculo de Diálogo. A REALIZAÇÃO DE CÍRCULOS VIRTUAIS

Os Círculos foram realizados na Plataforma Virtual TEAMS da Microsoft, como recurso tecnológico na realização dos encontros. Foi um desafio para as conselheiras a elaboração dos círculos de forma virtual, pois é algo novo para todos. Ainda faltam estudos mais aprofundados sobre está forma de ofertar círculos. Deste modo, a pergunta que nos fazíamos era sobre quais os limites de um Círculo Virtual ?. Qual o número máximo de pessoas?... Quanto tempo as pessoas conseguem participar de forma virtual? … Como lidar com os problemas de conexão de Internet? Os possíveis ruídos, interferências nos ambientes?… O que fazer se alguém des-

conectar-se, sair do Círculo ou as próprias facilitadoras ficarem sem Internet? Com a prática percebemos que é possível! O roteiro do círculo seguiu a mesma proposta de um círculo presencial. Foram feitas a Abertura Oficial, com as boas-vindas, explicado o objetivo do encontro, lembrando os princípios de horizontalidade – voluntariedade e corresponsabilidade. Falamos dos Pressupostos Básicos e elencamos um da instrutora e facilitadora de Círculos de Construção de Paz, Kay Pranis (O QUE NÓS ACREDITAMOS SER VERDADE: tudo que Precisamos para fazer Mudanças Positivas já Está Aqui). Realizamos a Cerimônia de Abertura, o CHECK-IN- perguntamos: Como você está chegando no Círculo de Diálogo? Qual seu SENTIMENTO? Ainda, tínhamos o cuidado de colocar a pergunta por escrito no CHAT. Fizemos uma rodada de Valores - Qual valor gostaria oferecer ao grupo neste momento? Da mesma forma, colocamos a pergunta no CHAT e conforme eram mencionados os valores, íamos registrando-os por escrito, de forma que fossem visualizados por todos. Na rodada de diretrizes do círculo, inicialmente, fizemos a leitura prévia de algumas combinações, como o não julgamento; o respeitar à ordem de fala; usar a linguagem do “Eu”; manter os microfones desligados enquanto não estiver falando; manter o vídeo aberto se possível para que todos possam ver uns aos outros; observar o tempo de fala para que todos tenham a oportunidade; ficou combinado que o encontro ficaria gravado para registro do CEDICA/RS, assim como tirarmos fotos no final. Ainda se solicitou que os integrantes registrassem no CHAT (nome, instituição). Além desses combinados, ainda perguntamos se existia algo mais para acrescentar nas diretrizes. Na sequência, conforme o propósito dos círculos, eram feitas rodadas a partir das questões norteadoras. Ainda se fez o CHECKOUT, com o questionamento: Como está sain-

do do Círculo? Diga uma palavra que expresse seu SENTIMENTO e terminamos com a CERIMÔNIA DE ENCERRAMENTO. Foram usados poemas como o CURAR de Kathleen O'Meara, O Tempo de Mário Quintana e diferentes vídeos. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Percebemos a importância dos Círculos de Diálogo e de Apoio durante a pandemia, notá-los como práticas de cuidado entre nós conselheiros e adolescentes. Foi preciso nos desacomodarmos, contar com outras estratégias no conselho, para pensarmos a realidade complexa, tolerar o não sabido, o que nos escapa. Com os círculos foi possível permitir a todos contarem suas histórias e tomarem decisões de forma inclusiva e integradora. Foi possível fomentar o protagonismo dos adolescentes, possibilitar a construção de um “ambiente” mais harmonioso, respeitoso, integrador, propício ao diálogo e a proposição de diretrizes e questionamentos para as Políticas Públicas O objeto da palavra foi o próprio microfone. Não tivemos a construção do centro do círculo com os símbolos e valores e não sentamos de frente uns para os outros, mas consideramos que os círculos ofertados foram sentidos pelos participantes como um espaço seguro para compartilhar o diálogo e de escuta empática. REFERÊNCIAS

BOYES Watson, Carolyn; PRANIS, Kay. No coração da esperança: guia de práticas circulares: o uso de círculos de construção da paz para desenvolver a inteligência emocional, promover a cura e construir relacionamentos saudáveis / Carolyn Boyes-Watson, Kay Pranis; tradução: Fátima De Bastiani. – [Porto Alegre: Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, Departamento de Artes Gráficas], c2011. PRANIS, Kay. Processos Circulares: teoria e prática. Tradução: Tônia Van Acker. São Paulo: Palas Athena, 2010.

*Psicóloga. Especialista em Políticas Públicas e Socioeducação, Especialista em Gestão Pública. Analista da Assessoria de Informação e Gestão-AIG da Fundação de Atendimento Socioeducativo FASE RS, Conselheira do Conselho Estadual de Direitos da Criança e do Adolescente CEDICA/RS – Gestora da Comissão de Políticas Públicas. Facilitadora de Círculos de Construção de Paz e Justiça Restaurativa pela AJURIS Escola da Magistratura. **Pedagoga. Especialista em Direito da Criança e do Adolescente. Chefe do Núcleo Qualificação Profissional na Fundação de Proteção Especial do RS. Conselheira do Conselho Estadual de Direitos da Criança e do Adolescente CEDICA/RS – Comissão de Políticas Públicas. Facilitadora Judicial de Círculos de Construção de Paz e Justiça Restaurativa do Poder Judiciário do RS.

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Uma experiência de articulação de políticas públicas na aprendizagem Equipe da Escola Mesquita* Equipe da CGTEE** Através do relato da experiência de execução e desenvolvimento do Programa Jovem Aprendiz, envolvendo três municípios do RS, Candiota, Hulha Negra e Bagé, resultado da parceria entre a Companhia de Geração Térmica de Energia Elétrica - CGTEE1, Escola Técnica José César de Mesquita e as Prefeituras locais, pretende-se mostrar como esta legislação pode ser estratégia eficaz para potencializar os objetivos das políticas públicas -PP2 - voltadas às juventudes3. Entre 2012 e 2016 foram atendidos(as) 240 jovens cotistas pela Escola Técnica

O Programa de Aprendizagem torna-se mais potente à medida que são fortalecidas as relações intra e interinstitucionais, tendo melhores e maiores resultados.

Mesquita, CGTEE e Prefeituras, visando potencializar a execução do Programa Jovem Aprendiz, enquanto construção de PP. A partir disso e assumidos os papéis específicos para as instituições, definiu-se estratégias e metodologias a serem adotadas no processo tendo como eixo estruturador das ações a “Articulação do trabalho e saberes das respectivas instituições e equipes, visando o fortalecimento de mecanismos de inclusão social”. Os espaços de prática supervisionada ocorriam na Unidade Termelétrica em Candiota - UTE/CGTEE. O processo de inscrição, seleção e acompanhamento técnico pedagógico dos jovens foi desenvolviAcolhimento aos jovens pelo Diretor da UTE, em Candiota e do em parceria com o setor social da Aulas Prática de Manutenção Mecânica II CGTEE, com operadores das PP do trabalho, educação e assistência social das prefeituras e Coordenadoria Regional de Educação. A seleção ocorreu a partir de cadastros nos Centros de Referência de Assistência Social dos respectivos municípios (CRAS e CREAS), as entrevistas foram feitas conjuntamente e as vagas destinadas aos Aulas de Segurança no Trabalho na UTE, em Candiota e, abaixo que se encontravam vinculados(as) à esquerda, visita à sede da Escola Mesquita em Porto Alegre as Políticas de Assistência Social dos municípios. Especial atenção foi dada à presença equilibrada entre os gêneros, afrodescendentes, mães ou pais.

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Jovens Aprendizes do Curso de Manutenção Mecânica de Máquinas em Geral, turma de 2015, em frente a UTE em Candiota (1)

Ocorreram visitas domiciliares, feitas pelas equipes das três instituições envolvidas, objetivando fortalecer o vínculo dos jovens com o Programa, bem como reuniões com jovens e familiares, como parte do processo avaliativo, onde devolutivas e correção de rumos eram pactuadas. O processo pedagógico e de articulação com as políticas sociais dos municípios, somado ao envolvimento institucional dos trabalhadores da UTE, resultou numa evasão inferior a 3% do total de jovens atendidos(as). O diferencial desta experiência foi a intensidade com que todas as instituições envolvidas moveram-se em busca de um trabalho articulado em todas as fases do processo, a partir da convicção conceitual dos gestores em construir uma política pública, do empoderamento construído pelas equipes de trabalho e capacidade de compreensão e “apaixonamento” de cada pessoa envolvida no processo. O Programa de Aprendizagem torna-se mais potente à medida que são fortalecidas as relações intra e interinstitucionais, tendo melhores e maiores resultados, além de despertar nos jovens a importância de construir suas próprias redes sociais como uma estratégia necessária. NOTAS

Empresa pública vinculada ao sistema Eletrobrás. 1

Políticas públicas é associada a um conjunto de ações articuladas com recursos próprios e capacidade de impacto. 2

Juventudes, no plural, considera os recortes de diferenças sociais - classe, gênero, orientação sexual e etnia, etc. 3

*Claudete Souza (Mestra em Educação), Cristiane Leivas (Bióloga); Marcelo Nalério (Gestor Público); Rodimar Acosta (Técnico em Mecânica); Wagner Moura (Psicólogo). **Graça Santos (Assistente Social); Stéfanie Galante (Técnica em Administração).


Do presencial ao domiciliar: redescobrir, reinventar e ressignificar Vanessa Andréia Schneider* Gládis Gresele Koscrevic* Eduardo Erthal* O calendário escolar de 2020 já estava elaborado, o planejamento letivo de aulas muito bem organizados e as atividades e dinâmicas para integração e apresentação ao longo das aulas estavam sendo definidas. Típico início do ano escolar, professores e alunos vivendo a rotina normalmente. Inesperadamente, fomos atingidos por uma onda devastadora: a Covid-19. A pandemia do novo coronavírus surpreendeu a todos e atingiu em cheio o modelo educacional que estávamos acostumados. Devido a rápida disseminação e contágio do vírus, as aulas em todo estado do Rio Grande do Sul foram suspensas. Em alguns dias tudo mudou, foi necessário reinventar a escola e os meios de comunicação entre estudantes e professores. Tudo isso em tempo recorde. A Setrem suspendeu as aulas presenciais ainda nas primeiras semanas do calendário escolar e de maneira síncrona iniciaram as aulas domiciliares através de videoconferência e acesso ao portal educacional, inclusive no Programa Aprendizagem. A partir deste momento a educação tornou-se dependente da tecnologia e precisávamos integrá-la o mais breve possível ao cotidiano escolar. Foram implementadas novas ferramentas virtuais, no entanto, também foi preciso pensar nas ferramentas existentes no cotidiano

Esse período atípico e inovador trouxe consigo inúmeros ensinamentos para os jovens, entre eles também a importância da qualificação profissional, da atualização permanente e da habilidade de adaptação às adversidades. dos educandos, para assegurar um ensino paritário aos envolvidos. Alcançar aqueles sem acesso à tecnologia desafiou os educadores, mas para um professor engajado esse desafio foi apenas um impulso, e dessa forma, os conteúdos chegarem para todos os estudantes. O novo modelo de ensino domiciliar passou pelas fases de negação, adaptação e aos poucos foi naturalizado ao cotidiano e à necessidade de distanciamento social. Mesmo sem o contato físico, o uso das mídias sociais somado à disposição e esforço contínuo de educadores e educandos possibilitaram a continuidade do ano escolar e, principalmente, a manutenção da qualidade do ensino. Além da tecnologia, talvez mais importante que a mesma, para o sucesso do ensino domiciliar foi necessária muita dedicação dos educadores e educandos, adaptações, concessões e disponibilidade. Tudo precisou ser adequado para o momento. Para a aprendiz Camilla Luisa Rustick

Fanzlau, nesta nova realidade imposta a única alternativa foi a adaptação. “Nosso quarto passou a ser nossa sala de aula, uma experiência muito diferente do que estávamos acostumados. Mesmo com tudo isso, nossos professores sempre fizeram de tudo para que conseguíssemos nos adaptar e nos ajudaram muito neste momento, não deixaram que a pandemia atrapalhasse nosso aprendizado. Com toda certeza, 2020 ficará na história, um ano com muitas mudanças e perdas. Mas as mudanças nos ajudam a evoluir, e essa nos tornou melhores como humanidade, mudando a forma de vermos o mundo, a valorizar todos os momentos e, principalmente, da importância que um abraço apertado tem”. Sendo assim, esse período atípico e inovador trouxe consigo inúmeros ensinamentos para os jovens, entre eles também a importância da qualificação profissional, da atualização permanente e da habilidade de adaptação às adversidades. Mostrou que não é possível prever o futuro, mas é possível preparar-se. A incerteza de 2021 é carregada de esperança e com muita dedicação seguimos redescobrindo, reinventando e ressignificando os caminhos, as escolas e a vida de muitos adolescentes e jovens que passam por nossa instituição. *Professores

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Artigos

O Projeto Pescar e o Tribunal Regional do Trabalho da 4a Região: uma história de sucesso Carmen Izabel Centena Gonzalez* A desigualdade social é uma chaga que marca nosso país. Como já escrito, “é um processo existente dentro das relações da sociedade, presente em todos os países do mundo. Faz parte das relações sociais, pois determina um lugar aos desiguais, seja por questões econômicas, de gênero, de cor, de crença, de círculo ou grupo social. Essa forma de desigualdade prejudica e limita o status social dessas pessoas, além de seu acesso a direitos básicos, como: acesso à educação e saúde de qualidade, direito à propriedade, direito ao trabalho, direito à moradia, ter boas condições de transporte e locomoção, entre outros”. 1 Um estudo apresentado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que a concentração de renda aumentou em 2018 no país. Os dados mostram que o rendimento mensal dos 1% mais ricos do país é quase 34 vezes maior do que o rendimento da metade mais pobre da população. Ainda, o estudo mostrou que a renda dos 5% mais pobres caiu em 3%, enquanto a renda dos 1% mais ricos aumentou em 8%. 2 A falta de oportunidades das camadas mais carentes é, de certa forma, compensada com iniciativas como a do Projeto Pescar, que iniciou em 1976, por uma iniciativa do empresário Geraldo Linck. A ideia surgiu quando ele presenciou um menino furtando a carteira de um homem. O empresário, conforme revelou a sua esposa em entrevista, queria trazer os jovens provenientes de famílias de baixa renda para dentro da Linck, onde aprenderiam mecânica de máquinas – o assunto que era especialidade dentro da empresa3. Foram, inicialmente, selecionados 15 meninos que tinham de 12 a 15 anos. Esta primeira turma formou-se no final de 1976 e, a partir desta primeira experiência,

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A sociedade desigual é cruel. As chances de ascensão econômica e social para os menos abastados são restritas. Todo o sistema está preparado para a manutenção do status quo e se, nada de extraordinário for feito, os jovens em estado de vulnerabilidade social poucas chances terão. o projeto foi se aperfeiçoando cada vez mais. Hoje, a gerência do projeto está a cargo da Fundação Projeto Pescar, criada em 1995 para expandir e consolidar um programa pioneiro de formação socioprofissionalizante voltado para o desenvolvimento de jovens. Mais de 31 mil jovens já se beneficiaram do programa desenvolvido em parceria com empresas e organizações e norteado por princípios comunitários. O TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 4A REGIÃO E O PROJETO PESCAR

O Projeto Pescar, atualmente, oferece formação a jovens com idade entre 16 e 19 anos em situação de vulnerabilidade social e que estejam cursando, ao menos, o 7º ano do Ensino Fundamental. Mais da metade da carga horária (60%) se refere a conteúdos de desenvolvimento pessoal e cidadania: ética, família, saúde, sustentabilidade, empreendedorismo, relações humanas, educação financeira, comunicação e tecnologias. O restante (40%) contempla o desenvolvimento de conhecimentos técnicos, de acordo com a área de atuação da instituição que irá implantar a unidade do Projeto. O convênio de parceria com o Tribunal Regional do Trabalho da 4a Região (TRT4)

foi firmado em 01 de agosto de 2016, na gestão da Presidente Beatriz Renck e busca a "iniciação profissional em serviços administrativos", o que inclui disciplinas como administração, direito e processo judicial eletrônico. A primeira turma iniciou as atividades em janeiro de 2017 e foi viabilizada graças a uma parceria entre o Tribunal Regional do Trabalho da Quarta Região, o Ministério Público do Trabalho da Quarta Região, a Ordem dos Advogados do Brasil, Seção Rio Grande do Sul (OAB/RS), a Caixa de Assistência aos Advogados do RS, a Fundação Projeto Pescar e, desde 2018, a Escola Superior de Advocacia da OAB/RS, formalizada por convênio, que possibilitou a divisão das obrigações relacionadas a implantação da unidade, em razão dos custos envolvendo a manutenção da turma. A unidade Comunidade JurídicoTrabalhista tem os custos da contratação dos Educadores Sociais absorvidos pela Caixa de Assistência aos Advogados, os relativos à manutenção do jovem na unidade (seguro, lanche e almoço) são suportados por meio de verbas oriundas de Termos de Ajustamento de Conduta celebrados pelo Ministério Público do Trabalho. A disponibilização de espaço físico (inclusive de laboratório de informática), uniformes e materiais de higiene e escritório é de responsabilidade do Tribunal signatário, além da indicação dos voluntários para ministrarem as aulas. Vale ressaltar que os inúmeros magistrados (cerca de 30) e servidores (em torno de 80) que atuaram como palestrantes o fizeram de forma humanitária, sem receber qualquer contraprestação. Agiram somente em nome do ideal de garantir uma sociedade melhor e mais inclusiva.


A OAB/RS auxilia nos encaminhamentos dos jovens para a contração por escritórios de advocacia e pela própria Ordem e a Fundação Projeto Pescar é quem fornece toda metodologia de trabalho, a organização do currículo, a capacitação dos educadores e articuladores, além de outras obrigações. Destaco, ainda, que a partir da segunda turma da Comunidade Jurídico-Trabalhista, em 2018, os jovens passaram a ser contratados como aprendizes de empresas parceiras da Fundação Projeto Pescar, o que possibilitou a todos eles a assinatura da carteira de trabalho e o recebimento de salário, impactando positivamente a renda familiar e colaborando para estimular a aprendizagem profissional, tão necessária para o desenvolvimento profissional e acesso ao mercado de trabalho após a formação. No decorrer dos 3 anos de vigência do Convênio foram formados 55 (cinquenta e cinco) jovens e, até o final do ano de 2020, outros 29 (vinte e nove) concluirão o curso. Assim, em um curto espaço de tempo, 84 adolescentes tiveram a chance de modificarem suas vidas. Não apenas pelo conteúdo das aulas ministradas, mas pela experiência vivenciada. No decorrer da formação, além do conteúdo teórico, os alunos também praticam as vivências nas dependências do TRT e dos demais parceiros, que são uma primeira experiência prática com o ambiente de trabalho. Durante algumas semanas, os jovens conheceram a rotina de trabalho dos setores e unidades que se dispuseram a recebê-los.

Realizaram atividades supervisionados por voluntários, responsáveis por ensinar e acompanhar seu desenvolvimento. Trazer esses jovens para dentro do Poder Judiciário garantiu a eles o contato com uma realidade muito distinta daquela até então experimentada. Há que registrar, também, que os alunos que se formaram no ano de 2018 publicaram um livro de crônicas intitulado “Já parou para ver? Crônicas sobre olhares ao entorno da Justiça do Trabalho”, no qual abordaram suas experiências com o cotidiano da comunidade na qual está inserida o TRT4. A turma de 2019 criou uma pequena “empresa” para produzir e comercializar difusores de aroma e assim os jovens puderam vivenciar a prática empreendedora, contando com a mentoria de diversos voluntários. A experiência com as turmas do Projeto Pescar mostra a potencialidade de jovens com oportunidades. Acompanhar os aprendizes em suas primeiras conquistas profissionais e seu ingresso na universidade é motivo de grande satisfação. É o Projeto criando novos sonhos, abrindo perspectivas de vida. Uma verdadeira revolução. CONCLUSÃO

A sociedade desigual é cruel. As chances de ascensão econômica e social para os menos abastados são restritas. Todo o sistema está preparado para a manutenção do status quo e se, nada de extraordinário for feito, os jovens em estado de vulnerabilidade social

*Presidente do TRT4

poucas chances terão. A educação, nesse cenário, mostra-se como uma das poucas alternativas para quebrar o ciclo de pobreza e desigualdade. Talvez a política mais inclusiva e poderosa para mudar a realidade e garantir um futuro melhor, especialmente para os mais necessitados. Nessa linha, a aprendizagem se revela interessante alternativa, pois outorga conhecimentos técnicos e práticos aos seus destinatários. Porém, o Projeto Pescar Comunidade Jurídico-Trabalhista ultrapassa esse conceito. Ele garante oportunidade real de mudança de vida e de inclusão social. A eleição de jovens em estado de vulnerabilidade não é desprovida de sentido. Somente melhorando o nível de educação da juventude se alcançará um país melhor. A revolução na vida pessoal desses jovens já começou. Espero, sinceramente, que alguns deles optem pela advocacia ou pela magistratura. A história cada um escreverá. Isso é garantir cidadania e primar por uma sociedade mais justa, fraterna e solidária. NOTAS

1

https://politize.com.br.

2

Idem.

Entrevista de Rose Link em https://dana. com.br/social/entrevistas/rose-linck/ 3

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Artigos

Aprendizes um convite 19 para 2020 Lucas Sciapina Baldisserotto* O mundo está vivendo um período bastante conturbado durante a Pandemia e com severas restrições, que afetam os segmentos da sociedade civil, economia, relacionamentos, logística, interações e tantas outras atividades que estão sofrendo transformações. No Brasil não é diferente, com o agravante de termos uma estrutura deficitária no atendimento a nossa população e posições políticas antagônicas relativas a Pandemia. É neste contexto que a Aprendizagem Profissional precisa conviver e sobreviver. Até o final do ano de 2019, tínhamos no Brasil em torno de 400.000 aprendizes, um crescimento constante relativo aos anos anteriores. No início de 2020, estávamos observando uma continuidade no crescimento do número de vagas para aprendizagem, até o final do primeiro trimestre, quando iniciou no Brasil o período da Pandemia do Covid19 com todas suas consequências sociais e econômicas. As restrições causadas pela Pandemia, afetaram diretamente as oportunidades que, até então, estavam sendo oferecidas aos jovens brasileiros nos programas de aprendizagem, que em curto espaço de tempo, viram as vagas minguarem e as portas do tão sonhado

A Pandemia irá passar, o conhecimento fica. mercado de trabalho se fecharem. As empresas neste novo e incerto cenário econômico decidiram aguardar, no primeiro momento, parando toda e qualquer nova contratação para seus quadros de colaboradores, com raras exceções, para no segundo momento iniciarem uma onda de demissões em função dos efeitos nefastos da crise gerada pela pandemia do Covid. A diminuição de empregos afeta diretamente a aprendizagem profissional, visto que há uma relação direta entre a cota de aprendizes e número de colaboradores de cada empresa contratante. Felizmente, em meio a tudo isto, existe um número de empresas com uma visão bastante peculiar e inovadora, as quais enxergam nos jovens e em sua qualificação profissional, uma oportunidade de renovação e visão de novo mundo, pois claramente as formas de relações desta nova geração são bastante diferentes das do século passado. Seja pelas ferramentas tecnológicas hoje existentes ou pelas restrições impostas nos contatos pessoais, não apenas pela pandemia, mas pela própria segurança pública deficitária. Estas em-

presas estão incentivando a formação de seus jovens aprendizes e mantendo os mesmos em seus quadros de colaboradores. A experiência que estamos tendo com a formação dos aprendizes pelas plataformas de ensino a distância, estão sendo um aprendizado fantástico para todos envolvidos, com resultados positivos muito além do esperado. Prova disto, é uma pesquisa realizada pelo CIEE-RS (junho 2020) junto a mais de 5.000 jovens que neste momento estão realizando suas aulas teóricas em rede e ao serem questionados sobre a metodologia e forma de ensino, 76% deles se sentem plenamente atendidos e estão satisfeitos com a nova forma de aprendizado. Muitos inclusive, comentando que se sentem mais à vontade desta maneira e com desempenho superior a forma anterior. Neste momento, estamos todos aprendendo com a atual situação. O certo é que devemos aproveitar as lições desse momento e mantermos as formas e metodologias de trabalho, as quais estão respondendo de maneira surpreendentemente positivas em nossa nova rotina profissional e social. A Pandemia irá passar, o conhecimento fica.

*Bacharel em Administração de Empresas (UCS). Mestre em Managemnet e Marketing Estratégico (UCESArgentina). Doutorando Administração (UDE)

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Saúde mental e aprendizagem profissional Michele Almeida* Raquel Amaral** Simone Quadros*** Thaniê Xavier**** Atualmente, a aprendizagem profissional se constitui como um dos mais importantes e eficientes programas de inclusão social de adolescentes e jovens no mundo do trabalho e acontece justamente em uma das fases mais desafiadoras do desenvolvimento humano. Com idades entre 14 e 24 anos, o período de ingresso nos cursos transcorre junto com a caminhada para o mundo adulto com todas as responsabilidades e requisitos que dele advém. Tão importante quanto estes requisitos, para que o aprendiz se mantenha no programa é a sua condição de saúde mental. Aqui compreendida como um estado de bem-estar, no qual o indivíduo reconhece seu potencial e é capaz de lidar com o estresse, trabalhar e contribuir com a comunidade.1 Os adolescentes precisam estar fortalecidos para trilhar um caminho que necessita resistência e muita persistência diante de todas as etapas até a conquista da vaga. Desde a inscrição, entrevista com técnico da psicologia para análise de perfil socioeconômico

Durante as atividades teóricas e práticas, é possível identificar elementos que podem indicar que a saúde mental do aprendiz pode estar comprometida. até a divulgação do resultado. Durante esse processo já é possível identificar características de personalidade, bem como, ter uma ideia geral do seu comportamento e como elas poderão interferir no processo de aprendizado. Já nos primeiros contatos é possível observar que jovens em situação de vulnerabilidade, passaram ou ainda passam por inúmeras privações de direito e dificuldades que, não raras vezes, impactam na saúde mental. Sobretudo jovens pertencentes ao grupo considerado de alta complexidade, conforme decreto 9579/182. Alguns inclusive têm transtornos não identificados/tratados. Durante as atividades teóricas e práticas, é possível identificar elementos que podem indicar que a saúde mental do aprendiz pode estar comprometida. Atrasos frequentes, faltas, baixa autoestima, dificuldade em realizar as atividades, isolamento, semblante triste demonstram que algo está o prejudicando em seu desenvolvimento. O instrutor utiliza diversas formas de

aproximação, conversas, atividades interativas, diálogos individualizados para que, desta forma, os laços de confiança possam ser construídos e com isso, quase sempre é o primeiro a identificar tais sinais, muitas vezes antes mesmo da própria família. Identificada a demanda, o instrutor realiza o encaminhamento para o profissional da psicologia que fará o atendimento e providenciará o encaminhamento a Rede de Saúde, conforme necessidade. Somente em 2019 foram realizados mais de 250 atendimentos. Como parceiros para este suporte contamos com os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), clínicas escola, clínicas parceiras que realizam atendimento na instituição e profissionais autônomos que acolhem estes aprendizes para tratamento. Importante destacar que o jovem segue sendo acompanhado, de forma sistemática, mesmo após inserido na Rede. Estar atento às emoções, ao comportamento, encaminhar para tratamento quando necessário, informar, orientar e prestar cuidados preventivos são ações que impactarão tanto a vida do jovem quanto dos familiares e da própria comunidade. Ações que certamente contribuirão para o seu desenvolvimento, ingresso e permanência no mundo do trabalho. NOTAS

WHO. Mental health: a state of well-being: <http://origin.who.int/features/factfiles/ mental_health/en/>. 1

2 Art. 65, §5° do Decreto nº 9.579, de 22/11/18: < http://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Decreto/ D9579.

*Instrutora **Psicóloga ***Coordenadora ****Instrutora

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Artigos

Os desafios em momento de pandemia no Programa Jovem Aprendiz Andrielly Bassôa* Bianca Machado** Kelly Cunha*** Luciane Dartora**** Pioneira há mais de 60 anos no atendimento às crianças, adolescentes e suas famílias, a Instituição Pequena Casa da Criança tem como um de seus projetos o Programa Jovem Aprendiz. Com o objetivo de inserir os jovens em situação de vulnerabilidade social no mundo do trabalho, a entidade conta com ações de qualificação teórica constantemente atualizadas, de acordo com as necessidades dos grupos e aliada a sua proposta pedagógica, para que assim, o jovem tenha excelência em seu desempenho no ambiente das empresas em que realiza a prática. O momento atual em que o planeta encontra-se é peculiar, a força de uma pandemia fez com que a sociedade se isolasse, com que os serviços se reinventassem, adaptações e flexibilizações dos processos de trabalho fizeram-se necessárias e, desde então, o Setor de Aprendizagem Profissional da Pequena Casa da Criança também buscou adequações em seu formato de atuação, adotando a educação à distância como estratégia de manter

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Um dos desafios é conseguir alcançar esse jovem para além dos encontros teóricos, desenvolvendo atitudes que são necessárias ao longo da vida, tanto a nível pessoal como profissional. os estudos teóricos para mais de 60 jovens aprendizes. Os jovens têm encarado esse momento como um desafio, pois esse modelo de aprendizagem à distância não era rotineiro, visto que, nunca haviam experienciado o ensino remoto, foi preciso orientação e sensibilização para que compreendessem que a mudança era fundamental. Outro desafio foi com relação ao acesso à internet e/ou aos dispositivos móveis, que facilitassem a entrada no ambiente virtual de sala de aula criado, pois foram muitas as particularidades dos jovens, o que possibilitou um olhar singular para cada situação, bem como, diferentes estratégias para a participação ativa de todos. Devido a essas situações, flexibilizou-se os prazos de entrega das atividades. Nesse processo de mudanças e de incertezas, foi possível preservar a evolução dos Módulos de Ensino que compõem o curso de Assistente Administrativo.

A maleabilidade do planejamento pedagógico, tem como objetivo garantir a aprendizagem com qualidade, possibilitando que todos perpassem pelo conhecimento, através dos blocos de conteúdo, alinhando o saber e a sequência lógica do ensino, sempre que possível. A frequência dos Aprendizes nas aulas teóricas online estão sendo acompanhadas por mecanismos de planilhas, monitorada pela Educadora, onde cada caso é individualizado, no sentido de ser mais versátil as datas de entrega das atividades propostas, tendo cada um, o compromisso de atualizar sua situação sempre ao final de cada mês, outros que não possuem dificuldades de acesso, atualizam semanalmente, como o padrão pactuado. Um dos desafios do Programa é conseguir alcançar esse jovem para além dos encontros teóricos que englobam a aprendizagem profissional, desenvolvendo atitudes que são necessárias ao longo da vida, tanto a nível pessoal como profissional. Para isso, é necessário estimular um sentimento de resiliência humana, com foco em competências e habilidades que afloram no decorrer do processo de ensino e aprendizagem. O crescimento dos aprendizes se dá não apenas pela excelência de boas práticas pedagógicas, mas também pela disponibilidade de cada um em querer vencer os obstáculos diários, enfrentar os desafios de modo criativo, reinventando a lógica da vida em favorecimento do bem estar e da certeza de dias melhores.

*Assistente Administrativo **Pedagoga. Educadora Social ***Pedagoga. Coordenadora de Aprendizagem ****Pedagoga. Analista Pedagógica


SENAI RS e o desenvolvimento de capacidades cognitivas em tempo de pandemia Claiton Costa* A Metodologia utilizada em todas as atividades educacionais do SENAI RS é a Metodologia SENAI de Educação Profissional, que preconiza, entre outros princípios norteadores, o desenvolvimento de capacidades por meio da Mediação da Aprendizagem, da Aprendizagem Significativa, da Contextualização e do Incentivo ao Uso de Tecnologias Educacionais. Nesta perspectiva, tem-se o entendimento de que, cada vez mais, as diferenças entre educação presencial e à distância vão diminuir. A educação presencial, com todas as tecnologias à disposição, fica cada vez mais virtual... e a Educação dita à distância, por meio destas mesmas tecnologias, fica cada vez mais interativa. Em outras palavras, os conceitos de presença e de distância assumem outros contornos. Desta forma, o Ambiente Virtual SAPIEN, desenvolvido em 2016 pela equipe da Gerência de Desenvolvimento Educacional do SENAI-RS, tem sido largamente utilizado como uma ferramenta diária de trabalho de alunos e docentes de cursos à distância, semi-presenciais e presenciais. É por meio deste ambiente, integrado também a outras plataformas educacionais do SENAI, que docentes planejam e realizam suas atividades, elaboram e compartilham recursos didáticos, criam questões, mini-aulas, geram relatórios, criam comunidades, fazem chats, fóruns, web conferences, entre outros recursos. Nesta situação de exceção gerada pela

No período, o SAPIEN teve mais de 1 milhão de acessos. pandemia Covid-19, o SAPIEN apresentou-se como uma grande ferramenta para que as equipes de gestão da Educação orientassem e dessem o suporte a todos os docentes no desafio que foi propor atividades não presenciais a alunos das diversas modalidades e em todo o Rio Grande do Sul. Estamos falando de uma equipe de Educação que envolve gestores, coordenadores pedagógicos, analistas técnicos e quase 500 docentes em aproximadamente 60 Unidades Operacionais de todas as regiões do estado. Nos três primeiros dias de aulas presenciais suspensas por conta da Pandemia, com os alunos do SENAI em casa, este ambiente teve aproximadamente 120 mil acessos. A partir das orientações de um Guia de Elaboração de Desafios Industriais, os docentes, mesmo em home office, com o apoio dos Coordenadores Pedagógicos, puderam estruturar atividades diárias e semanais focadas no desenvolvimento de capacidades cognitivas, considerando que estávamos impedidos de realizar atividades práticas em oficinas ou laboratórios das escolas. Eles propunham aos alunos atividades síncronas e assíncronas, de acordo com a especificidade das capacidades a serem desenvolvidas. Tendo suas turmas estruturadas no SAPIEN, os docentes elaboraram suas Situações de Aprendizagem a partir do Banco de Recursos Didáticos, propuseram atividades, fizeram web conferences, conduziram chats e fóruns, conduziram a realização de pesquisas, entre outras estratégias de ensino. Houve algumas instabilidades nos primeiros dias, em função de uma sobrecarga gerada pelo aumento repentino do número de usuários simultâneos, mas esta dificuldade foi sanada. No período de 19 de março a 4 de maio o SAPIEN teve mais de 1 milhão de acessos.

Foto: Aprendizagem EAD - SENAI

Em geral, os alunos aderiram bem às atividades, pois uma preocupação constante do docente é a contextualização, a mediação do significado e a correlação com a prática de cada uma das situações de aprendizagem propostas. Os relatos a seguir exemplificam esta percepção: – Relato de aluno do CFP SENAI Jorge Barbieux, Passo Fundo, compartilhado pela Coordenadora Pedagógica em 15/04/2020: “Já faz um tempo que a gente entrou em quarentena e é claro que estar em sala de aula faz falta, mas está sendo um período de muito aprendizado, mesmo sem ter aula presencial os métodos seguem os mesmos, as regras seguem as mesmas e a responsabilidade também. Quanto ao SAPIEN, ter uma plataforma auxiliar, torna mais fácil a comunicação entre professor e aluno, além do grupo de WhatsApp...” Vaneli do Carmo Dornelles, Coordenadora Pedagógica do CFP SENAI Jorge Barbieux. – Relato de Coordenador Pedagógico, enviado em 30/04/2020: “Nesta semana, mesmo após o anúncio da suspensão das aulas por 30 dias, os alunos se mantiveram empolgados e a equipe de instrutores também. Tivemos em 4 dias, 26 aulas ao vivo (a semana com mais aulas ao vivo) com 678 alunos. OBRIGADO POR PODER FAZER PARTE DESTA HISTÓRIA. Boa noite! Bom descanso e bom feriado!” Cesar Bresolin Salvaro, CFP SENAI Waldemar Strassburger. Assim, acreditamos que, se soubermos aproveitar bem esta experiência que todos estamos tendo, retornaremos às nossas atividades presenciais de uma forma mais madura e produtiva, incrementando sempre a utilização do potencial de estratégias pedagógicas inovadoras e eficazes para o desenvolvimento de profissionais sintonizados às demandas do mundo do trabalho.

*Gerente de Desenvolvimento Educacional do SENAI-RS, graduado na área de Educação e pós graduado em Intervenção Cognitiva e Mediação Para Adultos, Educação Para Adultos e Gestão da Qualidade.

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Artigos

Covid-19 e a economia Eduardo Condorelli* O Covid-19 começou a circular em nosso meio e precisamos nos adaptar ao que chamamos de novo normal. Trabalhar e estudar de casa, nenhuma festa, cinema, shopping; até mesmo consultas médicas - sem urgência - foram suspensas, ou dentistas remarcados. Passamos, posteriormente, para um novo cotidiano, em que a máscara, o álcool em gel e o distanciamento social imperam cada vez mais. O Governo emitiu normativas que objetivam a restrição da circulação das pessoas para garantir o atendimento, pelo sistema de saúde, de todos aqueles que necessitam. Também propiciou a manutenção dos empregos, da economia daqueles que foram afetados pela circulação do vírus, não refutando esforços a fim de manter a economia nacional em ordem. Mas, o vírus está aí. Muitos serviços e atividades foram altamente impactados. O que dizer do pipoqueiro da praça, dos trabalhadores de grandes centros comerciais, dos artistas, restaurantes, hotéis. Enfim, todos nós fomos afetados pelo Covid-19 e certamente ficaram ou ainda estão vivendo somente em suas residências. Dela, saem apenas para ir ao mercado comprar o básico para sobrevivência humana. Vamos refletir sobre o que é o básico da sobrevivência humana e qual a relação com o meio rural, com a produção rural. Iniciamos o dia na cama, colchão, lençol e cobertor vem do algodão, da lã dos ovinos. Aos nos lavar usamos o sabonete, elaborados por óleos e es-

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Essa pandemia nos deixa uma grande lição, somos dependentes do agronegócio. O único setor da economia mundial que não foi impactado diretamente pela pandemia foi a produção de alimentos. sências que são produzidos no campo. O café da manhã tem pão, vindo do trigo. Leite, iogurte ou manteiga subprodutos da produção leiteira. Frutas ou sucos, vindos do fruticultor. A roupa que utilizamos vem novamente do algodão e da lã ovina. A proteína no almoço, depende da pecuária bovina, ovina, suína ou do piscicultor. O feijão, arroz e a massa, são resultados do trabalho do agricultor, assim como as verduras e saladas. A sobremesa tem açúcar, produzido a partir da cana-de-açúcar, geralmente tem o ovo que vem das granjas avícolas. O chimarrão do entardecer só existe graças ao ervateiro. Ao jantar, novamente temos os produtos do agro nas nossas mesas que são produzidas pelas reflorestadoras, que o próprio nome já manifesta o zelo que possuem pelas florestas. Pois, reflorestam áreas, ou seja, colhem uma árvore e já plantam outra. As lives de artistas, tão assistidas atualmente, tem violão, gaita, bateria cuja matéria prima vem do agro. Enfim, essa pandemia nos deixa uma grande lição, somos dependentes do agronegócio. O único setor da economia mundial que não foi impactado diretamente pela pandemia foi a produção de alimentos. Aos jovens que

estão pensando no mercado de trabalho, saibam que o rural é sólido, enfrenta muitas dificuldades, entretanto sobrevive a uma pandemia como a que enfrentamos. O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural do Rio Grande do Sul tem a missão de qualificar, gerar mão de obra qualificada para o meio rural, amparada em valores éticos, de sustentabilidade, respeito a natureza, maximização da produção agrícola e uso de técnicas que levam aos seres humanos alimentos sadios e saborosos para enfrentarmos o Covid-19. Desta forma, no ano de 2019, entregamos ao RS mais de 500 jovens aprendizes, qualificados em administração rural, fruticultura ou pecuária de corte, jovens que terão pela frente o dever de produzir alimentos para futuras gerações. Respeite o agro, valorize o agro, pois o agro não para!

*Zootecnista e Superintendente do Senar-RS


Novos jeitos de aprender: influências da Covid-19 Rosa Ana Bisinella* Vania Marta Espeiorin* Um novo jeito de ser docente, um novo jeito de ser estudante... A pandemia causada pelo coronavírus fez a população mudar seu comportamento, ampliando, principalmente, as normas de higiene e evitando o contato social. Na área da educação, levou muitos professores e estudantes a uma adaptação emergencial: aprender a se adequar e a adequar as aulas presenciais ao modelo a distância. As aulas online existem há um bom tempo. Porém, até poucos dias, a adesão dependia da escolha do aluno. Agora, não. Isso porque, para evitar contágio, as escolas estão fechadas. E, para que educandos não percam o ano devido à possibilidade de contágio pela Covid-19, estão sendo oferecidas aulas utilizando a internet. Detalhe: há professores e alunos se reinventado, para dar conta de tantas atividades. Educadores reavaliam e refletem ainda mais sobre suas próprias práticas, tendo de alterar ou adotar outras, rapidamente. Pois, “na formação permanente dos professores, o momento fundamental é o da reflexão crítica sobre a prática. É pensando criticamente a prática de hoje ou de ontem que se pode melhorar a próxima prática”, ensina Paulo Freire (1996, p. 22). Antes, porém, essa reflexão e as melhorias vinham com maior maturação. Hoje, o docente precisa tomar decisões com mais agilidade, o que tem um lado positivo, mas, paradoxalmente, acaba exigindo mais tempo e atenção de sua parte, o que tem gerado preocupação. São tantas as situações e sentimentos

Que possamos aproveitar este momento da história para nos conhecer realmente, fazermos mais pelos outros, conviver mesmo de longe e para sermos na coletividade. que a pandemia vem provocando... Alguns novos, outros repaginados... Como sinaliza Freire, precisamos passar da consciência ingênua para a consciência crítica mais do que nunca. Eis o grande passo para a fundamentação dos pensamentos, rumo à Ciência. Nesse contexto, a curiosidade acaba sendo um dos principais combustíveis. É ela que nos faz levantar da cadeira, vasculhar teorias, planejar ações e não parar por causa da pandemia. A curiosidade é “parte integrante do fenômeno vital” (1996, p. 18), percebe Freire. Ela pode nos mobilizar, mesmo enclausurados em casa, e nos conduzir a novos e necessários saberes. Assim como precisam de nós para acontecerem, nós precisamos dos saberes para mover o mundo, romper obstáculos e buscar saídas. Talvez, seja o instante de enfatizarmos a ludicidade e a cooperação tão necessárias nos ambientes físicos ou virtuais de ensino e aprendizagem, em quaisquer das etapas educacionais. A respeito da ludicidade, a pesquisadora Ângela Cristina Munhoz Maluf (2004) é quem ilumina o horizonte. Segundo ela, torna-se “relevante resgatar 'o lúdico' no contexto escolar, de modo que esse processo trabalhe com a diversidade cultural e desperte

a vontade para o aprender” (MALUF, 2004, p. 12). Seja no contexto escolar real ou digital, é uma ideia que vai ao encontro dos pilares da educação para o século XXI: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a conviver (viver juntos) e aprender a ser. São verbos que convergem com a essência cooperativa, cuja base é a união e marca presença na pedagogia da alternância adotada pela Escola Família Agrícola da Serra Gaúcha (EFASERRA). Diante de um vírus que chega de surpresa e modifica nosso cotidiano e nosso universo escolar, nada mais oportuno que nos unirmos para enfrentá-lo. Esse talvez seja o jeito mais propício de agirmos enquanto docentes, alunos ou comunidade. Que possamos aproveitar este momento da história para nos conhecer realmente, fazermos mais pelos outros, conviver mesmo de longe e para sermos na coletividade. Afinal, a pandemia vai passar e esperamos que a humanidade aprenda a ser melhor depois dela.

*Jornalistas e monitoras na EFASERRA

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Artigos

Florescer Iniciação Profissional: mais de 700 vidas transformadas pela aprendizagem Cristina Paula Fadanelli* Atuar para fornecer ferramentas de conhecimento e aprendizado, como uma ponte que conecte as vivências de formação pessoal e social com oportunidades de transformação. Com esse intuito, desde 2004 desenvolvemos o Florescer Iniciação Profissional, qualificando adolescentes de 15 e 16 anos para o mundo do trabalho. O programa tem parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), para formação técnico-profissional e humanística, na área de Assistente Administrativo. Grande parte dos jovens matriculados atua como aprendiz nas Empresas Randon. Ao longo dos anos, colhemos resultados muito positivos, com a transformação de mais de 700 vidas, e alcançamos indicadores importantes, como uma elevada média de aprovação escolar de nossos aprendizes. Em 2019, por exemplo, os jovens do Florescer Iniciação Profissional alcançaram a aprovação média de 93%, o que nos enche de orgulho e mostra que estamos trilhando o caminho certo para atingir os objetivos do programa e também dos próprios adolescentes. As atividades teóricas e práticas polivalentes que oferecemos para nossos jovens, aliam o conhecimento de rotinas administrativas para os mais variados segmentos profissionais da indústria, do comércio e dos serviços, com atividades complementares, que esti-

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Contribuir para a construção de projetos de vida de centenas de jovens por meio da aprendizagem profissional é mais do que uma obrigação do setor empresarial. mulam o desenvolvimento cultural e social do aprendiz. Em 2020, o cenário desafiador com que nos deparamos, exigiu uma ampla reorganização das ações que permitissem manter os protocolos de saúde, segurança e distanciamento social, sem perder de vista a qualidade da formação oferecida. Aprimoramos o atendimento que já era oferecido, com um acompanhamento ainda mais presente dos nossos profissionais de assistência social e educacional. Ainda adaptamos a forma de transmitir os conteúdos, utilizando ferramentas digitais das plataformas disponibilizadas pelo Senai para os 78 jovens inscritos nas turmas deste ano. Transformar a vida desses jovens é um norteador para todos os trabalhos que desenvolvemos. Como um percurso contínuo, nos preocupamos desde a formação inicial, com acompanhamento que oferecemos para centenas de crianças e adolescentes de 06 a 15 anos participantes do Programa Florescer. São 18 anos atendendo público em situação de vulnerabilidade social, e oferecendo, diariamente, no contraturno escolar, atividades

como inglês, informática, canto coral, música instrumental, educação corporal, educação ambiental, educação para vida, atendimento diário das tarefas escolares, reforço pedagógico e robótica. Após essa etapa inicial, os adolescentes passam a fazer parte do Florescer Iniciação Profissional. E depois dessa fase de introdução ao mundo do trabalho, os jovens têm a oportunidade de seguir as suas trajetórias profissionais ingressando no Qualificar, programa de seleção e formação técnica das Empresas Randon, que abrange aqueles que tem entre 16 e 18 anos. Para essa faixa, são ofertados cursos como o de Aprendizagem Industrial Básica de Operador de Processos de Fabricação de Autopeças, Veículos e Implementos Rodoviários e Ferroviários (1.600 horas), com duração de dois anos e que é realizado nas dependências da empresa. Nossa experiência nos mostra que contribuir para a construção de projetos de vida de centenas de jovens por meio da aprendizagem profissional é mais do que uma obrigação do setor empresarial, é a compreensão do relevante papel social que temos e do compromisso com as comunidades onde estamos inseridos. *Coordenadora do Programa Florescer no Instituto Elisabetha Randon


O vazio de uma instituição gerado pela pandemia Jéssica Labatut* Fomos pegos de surpresa por essa doença, isso é um fato mundial. Mas mais surpresos ficamos ao nos depararmos com uma instituição que a 21 anos estava sempre repleta de rostos felizes, ficar atônica. O vazio nos assusta, tanto quanto as incertezas do futuro. Nós que atuamos no mercado da profissionalização lidamos com sonhos diariamente, com a magia que os jovens carregam em seus corações, de um futuro brilhante, essa energia gerada pelos aprendizes contagia. Diante da anunciação de uma paralização total sem previsão de retorno, ficamos todos num vazio existencial, onde não tivemos que aprender a lidar apenas com a ausência da presença física, mas também a ausência dessa vibração gerada pela oportunidade de um primeiro emprego, de uma colocação profissional e mais do que isso, a ausência das trocas geradas no contato físico dia a dia da aprendizagem. O processo de aprendizagem envolve diversas etapas, esse ano mais do que nunca estamos todos aprendendo a lidar com as incertezas, com os medos, com a paciência, a esperança, não deixa de ser o que todo o ser humano lida diariamente com ou sem a pandemia. Porém o que nota-se é que o ser humano se fortalece na coletividade, ou seja, como estamos todos enfrentando os mesmos sentimentos, já dizia a música: “a vida é um rio, estamos no mesmo barco, remaremos juntos, pra onde vai esse rio vai ainda não sabemos....” Mas, passando juntos por situações similares, sentimos maior empatia e resiliência para enfrentar algo tão adverso como essa realidade atual. Percebe-se também que nesse novo jeito do mundo funcionar quem mais tem facilidade de se adaptar são as crianças e os jovens, pois é nessa fase da vida que surgem os maiores desafio e os processos de aprendiza-

É através da interação social que os jovens aprendem a lidar com os problemas, a compreender métodos e processos, a desenvolver habilidade, conhecimentos e atitudes.

gem mais significativos, então quanto fazemos uma leitura do comportamento das pessoas, pudemos observar que os ditos “adultos” estão aprendendo com a juventude e a infância a como levar adiante suas vidas sem se deixar abater ou paralisar-se, encontrando novos meios de funcionamento. Nossa rotina mudou nossa forma de cuidado também, percebemos em questão de pouco tempo o quanto éramos “livres” e agora estamos “presos” a esse vazio, vazio esse não

de amor nem de reciprocidade, mas um vazio da presença, o vazio da interação. Percebemos que aquilo que parecia banal era essencial – o contato. Sabe-se que hoje em dia a tecnologia auxilia muito nas diversas formas de contato, mas há um que é insubstituível, o contato físico, esse traz consigo muitas outras formas de vida. Sentimos que a aprendizagem profissional necessita desse contato, pois é através da interação social que os jovens aprendem a lidar com os problemas, a compreender métodos e processos, a desenvolver habilidade, conhecimentos e atitudes necessárias para um ambiente de trabalho e também para se desenvolver enquanto profissional. Fazendo essa leitura do nossa realidade, desse passageiro vazio, da compreensão dos jovens pode-se constatar o quanto estamos ainda nos adaptando com todas essas novas necessidades e também o quanto evoluímos enquanto sujeitos e o quanto necessitamos suprir esse vazio pela presença necessária um do outro. Presença essa que nos permite fortalecer e aprimorar a demanda da aprendizagem profissional.

*Psicóloga, Especialista em Terapia Cognitivo Comportamental. Coordenadora do Centro Profissional para a Cidadania – Associação Murialdinas de São José.

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Artigos

Programa Jovem Aprendiz LEFAN e Consolação Frei Claudelino Antonio Brustolin* O presente artigo esboça um esforço abrangente em situar e contextualizar o trabalho de Organizações Não Governamentais e do papel das empresas e organizações na formação profissional de jovens e adolescentes que, ao mesmo tempo em que frequentam a escola formal, buscam sua inserção no mercado de trabalho. A iniciativa é fruto da Lei 10.097/00 da Aprendizagem. Trata-se de um espaço que as empresas e organizações dispõem aos jovens, que ao serem matriculados em Programas que as Organizações oferecem, permitem que as empresas ou pessoas jurídicas abram espaços em ambientes organizacionais para que tenham acesso as rotinas de trabalho. Em conjunto com empresas parceiras, a Associação Literária São Boaventura, atua na execução do Programa de Aprendizagem com o intuito de desenvolver habilidades e competências em jovens que estão matriculados no ensino fundamental e médio, visando desenvolver habilidades e competências que permitam ter boa leitura e escrita, visão crí-

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A aprendizagem cria oportunidades tanto para o aprendiz quanto para as empresas, pois prepara o jovem para desempenhar atividades profissionais e ter capacidade de discernimento para lidar com diferentes situações no mundo do trabalho e, ao mesmo tempo, permite às empresas formarem mão-de-obra qualificada, cada vez mais necessária em um cenário econômico em permanente evolução tecnológica. tica, assertividade, comunicação, equilíbrio emocional e autoconhecimento. A Associação Literária São Boaventura é uma instituição sem fins lucrativos, mantenedora das atividades de educação e assistência social da Província Sagrado Coração de Jesus dos Freis Capuchinhos do Rio Grande

do Sul. A entidade foi oficialmente criada em 25 de junho de 1909, em Caxias do Sul, RS, com a missão de promover a vida e a paz, buscando resgatar a dignidade humana e os valores seguidos por São Francisco de Assis. Desde a sua criação, a Associação Literária São Boaventura segue a filosofia de contribuir para a construção da história da comunidade, dos seres humanos, cultivando o espírito franciscano e promovendo o ideal de Paz e Bem. Em 07 de setembro de 1965, foi criada a Legião Franciscana de Assistência aos Necessitados – LEFAN, setor da Organização, que iria atuar exclusivamente na área social, atendendo famílias em situação de vulnerabilidade social, oferecendo curso de corte e costura, e outros atendimentos. Desde o nascedouro da Lefan, muitas foram às ações que a Organização fomentou em universos relacionais aos jovens e adolescentes com vistas a direcioná-los ao mundo adulto. Especificamente, em 2009, a entidade registrou o Curso de aprendiz em ser-

Voluntários: Rita Bertuzzi - Assessora Jurídica CDL Caxias e Dagoberto Machado dos Santos - Coordenador Do Procon de Caxias do Sul – Ministraram o conteúdo sobre o Sistema de Proteção de Crédito.


viços bancários e fez parceria com o Banco do Brasil, no município de Bagé, RS, projeto que ficou vigente até 2012. Na época, muitas parcerias foram realizadas com voluntários e funcionários do Banco do Brasil, onde as atividades teóricas eram ministradas no espaço da Organização, e a prática desenvolvida diretamente nas agências bancárias do Banco do Brasil. No decorrer dos anos, algumas adequações foram realizadas na Organização. Atualmente, a operacionalização recai ao curso de aprendizagem em vendas e atendimento ao cliente, com base na Lei do Aprendiz nº 10.097/00. A grade curricular contempla um total de 440 horas de aulas teóricas e 400 horas de atividades práticas. A carga horária estabelecida objetiva a formação técnica profissional e metódica dos adolescentes e jovens, dentro dos princípios da proteção do Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA, alicerçada na busca da inserção no mercado de trabalho e geração de renda. A Organização mantenedora possui, há algum tempo, o Programa Jovem Aprendiz LEFAN e o Projeto Jovem Aprendiz Consolação. O primeiro atende 75 adolescentes e jovens, em imóvel próprio, localizado na Rua General Sampaio 161, esquina com a Rua General Mallet, Bairro Branco, Caxias do Sul, RS. O segundo atende 25 adolescentes e jovens e tem sua sede à Rua Dr. Zerbini, 2749, Bairro Consolação, Caxias do Sul, RS. Soma-se, no total, 100 adolescentes e jovens que estão tendo oportunidades de aprendizagem específica e a possibilidade de ter a ex-

periência no mercado de trabalho. Estas atividades acontecem ao mesmo tempo em que estes jovens e adolescentes frequentem a escola formal, pois este é um dos pré-requisitos para participar do Jovem Aprendiz. Dada à respeitabilidade que a LEFAN possui na cidade e região, as parcerias empresariais que são realizadas permitem oferecer, aos jovens aprendizes, a excelência e qualidade na aprendizagem. Atualmente, o financiamento do Programa Jovem Aprendiz LEFAN é feito com parcerias com o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de Caxias do Sul – COMDICA, Editora São Miguel, Rádio São Francisco AM e Mais Nova FM, e doações das empresas cotizadoras. Para o financiamento do Projeto Consolação, a empresa AJAPAR Participações assumiu todos os custos do curso. No Programa Jovem Aprendiz LEFAN a participação empresarial financia parte do pagamento dos educadores e profissionais necessários para administrar o programa na sede, além de despesas com manutenção do espaço e equipamentos, da alimentação e outros recursos necessários para o andamento do Curso. As parcerias empresariais e organizacionais estabelecidas permitem, não somente estimular o papel do voluntário junto aos parceiros, mas agregar valores importantíssimos à organização promotora, pois ao mostrar que os instrutores são profissionais voluntários, os alunos do Programa Jovem aprendiz aprendem o quanto é enriquecedor o processo de

*Presidente da Associação Literária São Boaventura

se doar a uma causa, pois o voluntariado enriquece a sociedade, que recebe em troca cidadãos mais conscientes e com valores internos mais verdadeiros e solidificados. Além disso, a aprendizagem cria oportunidades tanto para o aprendiz quanto para as empresas, pois prepara o jovem para desempenhar atividades profissionais e ter capacidade de discernimento para lidar com diferentes situações no mundo do trabalho e, ao mesmo tempo, permite às empresas formarem mão-de-obra qualificada, cada vez mais necessária em um cenário econômico em permanente evolução tecnológica. Através do Programa Jovem Aprendiz, com o acompanhamento psicopedagógico de profissionais qualificados, os jovens recebem capacitações e treinamentos, além de um desenvolvimento que permitem a construção de uma boa carreira profissional, agregando em seus currículos, a oportunidade que tiveram de vivenciar as qualidades técnicas de um profissional, ganhar experiência e ainda se conhecer mediante ao despertar de interesses por uma ou outra área. É importante destacar a relação estabelecida entre a escola de aprendizagem (LEFAN), o aprendiz (Aluno) e a empresa (Parceiros), pois esta tríade se constitui o principal diferencial e propulsor da carreira profissional destes jovens. Quando a iniciação no mercado de trabalho acontece sem qualquer orientação ou apoio, o trabalhador corre riscos de criar vícios de comportamento que lhe são prejudiciais sem ao menos perceber.

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Experiências pedagógicas 46

TCCA Eletrônica 2019

TCCA - Assistente Administrativo 2019

Os jovens são instigados a observar, descobrir problemas, inventar e experimentar novas soluções, mostrar possibilidades e, principalmente, refletir criticamente sobre o tema escolhido.

A experiência do Polo Marista de Formação Tecnológica

Desde 2016 instituiu-se no Polo Marista de Formação Tecnológica o projeto Trabalho de Conclusão de Curso da Aprendizagem (TCCA), que ocorre ao final do período do jovem aprendiz em nossa instituição, cujo objetivo geral é proporcionar aos jovens aprendizes a ampliação de conhecimentos de forma educativa e envolvente, a fim de incentivá-los na busca profissional dentro e fora da empresa e a vislumbrar possibilidades no mercado de trabalho. De tímidas apresentações na sala de reuniões do Polo, hoje as mostras tornaram-se eventos, que constam inclusive no calendário institucional. Realizam-se em local amplo e organizado, com visitação aberta a convidados, aos familiares e às empresas contratantes. Além do educador social do curso, uma equipe composta por diferentes colaboradores envolve-se nos projetos, fornecendo apoio e orientação nas diversas demandas que as etapas de construção exigem. A primeira etapa consiste na apresentação do cronograma, na formação dos grupos e na realização de “chuva de ideias”, a fim de auxiliá-los na escolha dos temas. Os trabalhos são realizados de acordo com as características de cada curso, possibilitando a construção de protótipos e de maquetes, por exemplo. Independentemente da natureza do projeto, há a produção de registro escrito, que é corrigido e orientado pela equipe por módu-

los, permitindo o acompanhamento durante todas as fases de criação. Tal registro tem a função de auxiliá-los na organização do conteúdo e de manter todos os projetos arquivados na instituição. A segunda etapa é voltada para a materialização das ideias dos grupos. Criação de protótipos e de programas, formulação de manuais, elaboração de plano de negócios, estruturação de iniciativas: tudo o que foi idealizado torna-se concreto. Na terceira e última etapa, os grupos recebem orientação quanto à organização da apresentação e realizam ensaios, nos quais recebem feedback para aprimoramento de pontos específicos. Essa última etapa culmina em um ensaio geral, já no local da mostra, e na apresentação dos projetos aos visitantes e a uma banca avaliadora, composta por representantes das empresas contratantes e por educadores de áreas afins à

Fernanda Salles Kavaliunas*

Thainá dos Santos Boeira

temática apresentada. Os jovens são instigados a observar, descobrir problemas, inventar e experimentar novas soluções, mostrar possibilidades e, principalmente, refletir criticamente sobre o tema escolhido. Dessa forma, procuramos desenvolver a capacidade de planejamento, de disciplina e de autonomia, com foco em inovação e melhoria contínua de processos. O TCCA também proporciona o desenvolvimento de habilidades como convivência em grupo, resolução de conflitos, comunicação e falar em público. A jovem aprendiz do curso Assistente Administrativo, Thainá dos Santos Boeira, 18 anos, relatou-nos sua experiência, a qual sintetiza nosso relato: “O TCCA foi de extrema de importância na minha formação pessoal e profissional, pois tive a oportunidade de construir algo totalmente original conforme minhas experiências no programa, valorizando e inserindo em cada etapa da pesquisa, a convivência em grupo, a relação interpessoal e o conteúdo do curso. Pude agregar também o aprendizado da formação humana e o cuidado com o próximo, extremamente necessários para construí-lo”. *Fonoaudióloga e Mestra em Ciências da Reabilitação pela UFCSPA. Fonoaudióloga do Polo Marista de Formação Tecnológica.


Em tempos de COVID-19: novos caminhos da aprendizagem profissional Sabrine de Jesus Ferraz Faller* Quem imaginou que o ano de 2020 seria tão desafiador? Recém-saídos das resoluções de ano novo, não sabíamos o quanto este ano se tornaria ímpar, tampouco imaginamos os novos desafios que surgiriam em todos os âmbitos de nossas vidas. E com a aprendizagem profissional não foi diferente... Nos meses de janeiro e fevereiro, já com anúncios de uma doença que estava se espalhando pelo mundo – COVID-19 –, a ACADEF preparava-se para receber nova turma de aprendizagem profissional com formação em auxiliar administrativo para pessoas com deficiência. O curso, conforme programado, teve seu início em 16 de março de 2020. E naquela mesma semana, a administração municipal de Canoas preparava seu decreto de combate a pandemia, determinando o distanciamento social.

Com a determinação do afastamento presencial da turma, surgiram muitos tantos questionamentos relacionados não só a continuidade do programa, mas no impacto que isso causaria: como ficariam nossos aprendizes? Quais dificuldades essas famílias teriam? Como ficaria o vínculo em relação ao curso, pois tiveram somente uma semana de aula? Como se daria andamento nas atividades, e o acesso aos recursos tecnológicos? Uma das primeiras ações realizadas, por ser instituição de Assistência Social com foco na pessoa com deficiência, foi a verificação da situação familiar destes aprendizes, para suporte necessário conforme as demandas constatadas. Após esse primeiro movimento, a equipe responsável pelo Programa Aprendiz deu início ao replanejamento da formatação das aulas para dar continuidade, de forma virtual, nas atividades teóricas relativas ao curso. Definidas as estratégias e com planejamento finalizado, os aprendizes e responsáveis foram contatados para exposição da proposta das aulas ministradas virtualmente e confirmação da possibilidade de acesso à internet. Tendo tudo ajustado Apresentação virtual de trabalhos

Elaboração de tarefa de forma remota

Vídeo aula - aprendizagem virtual

Não há receitas de práticas pedagógicas, mas sim uma reinvenção das mesmas. (forma, equipamento e internet), foram gravadas e enviadas vídeo aulas, sendo que dúvidas poderiam ser sanadas via contato telefônico, por mensagens ou e-mails. Para conclusão de cada módulo os aprendizes apresentaram, através de vídeo chamada ou vídeo, trabalhos sobre as temáticas propostas. A receptividade e a interação do grupo foram muito maiores do que o esperado, a entrega dos trabalhos aconteceu tranquilamente, sendo desnecessária cobrança da realização das tarefas, o que é ilustrado no depoimento de um aprendiz: “na minha opinião eu trabalho bem assim, pois faço os trabalhos na minha hora, anoto todos os trabalhos pendentes e faço um cronograma de estudos e entrega para me organizar, como se estivesse trabalhando normal (sic), só que em casa”. Um ponto forte da interação virtual foi conseguir o estabelecimento e o fortalecimento do vínculo entre todos participantes do curso. No decorrer deste período pandêmico, pode-se perceber que não há receitas de práticas pedagógicas, mas sim uma reinvenção das mesmas. Aprendizes e equipe pedagógica também reinventaram (e ainda reinventam) seus papéis como atores efetivos para que as estratégias aplicadas, durante esta situação que vivenciamos, consigam vencer o distanciamento físico e oportunizem um novo olhar e novos caminhos para o processo de aprendizagem profissional.

*Graduada em Dança, pósgraduada em Educação de Surdos, pós-graduanda em Administração, Supervisão e Orientação Escolar, pósgraduanda em Antropologia Brasileira e Mestre em Educação. Atua no Serviço Social – ACADEF.

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Experiências pedagógicas

ACM Restinga: transformando vidas através da qualificação Roseli Demartini*

Foi necessário nos adaptarmos com as orientações governamentais e Decretos vigentes, começamos então a ministrar aula na modalidade EAD. A ACM é uma instituição ecumênica, filantrópica, de assistência social e de atividades educacionais, sem fins lucrativos, que congrega pessoas sem distinção de raça, posição social, crença religiosa, política ou de qualquer natureza. ACM-RS possui uma Área de Desenvolvimento Social que abrange três unidades uma delas é a ACM Vila Restinga Olímpica, localizada no bairro Restinga em Porto Alegre atende diariamente cerca de 540 crianças e adolescentes em situação de risco e vulnerabilidade social, no contra turno escolar. Visando à qualificação profissional dos adolescentes e jovens e a inserção destes no mercado formal de trabalho a ACM VRO em 2018 implementou o Programa de Aprendizagem Profissional, por acreditar ser mais uma ferramenta de inclusão social e de oportunidade de geração de renda para os adolescentes e jovens da Restinga.

Os participantes do Programa de Aprendizagem ofertados pela ACM VRO são jovens que convivem com situações de violência, drogadição, abusos, desempregos, oriundos de famílias com baixa renda e com defasagem escolar. Os cursos ofertados são na área Administrativa abordando assuntos específicos da área de Gestão, Logística, Departamento de Pessoal, Financeiro, Contábil e Marketing, além dos conteúdos como cidadania, legislação, ortografia e gramática, comunicação e expressão, postura, raciocínio lógico e outros. Nas aulas teóricas consideramos de extrema importância o “olhar” para o Aprendiz e conhecer e respeitar suas histórias e da melhor forma possível acolher, orientar e motivar. Assim, adotamos como base para nossa prática educativa termos da Educação Holística atuando em uma perspectiva de ensino não fragmentada atenta aos aspectos sociais, psicológico, emocional e intelectual do aprendiz, despertando neles o interesse e a curiosidade por aprender levando em consideração situações reais da natureza e as ações do homem na vida cotidiana. Os aprendizes tem a possibilidade ainda de realizar saídas pedagógicas visitando empresas, participando de palestras, feiras e eventos sempre acompanhados do educador. O envolvimento da família é considerado fundamental e

participam junto de todo o processo formativo do jovem iniciando na entrevista de seleção, matrícula e durante o curso recebem feedback do desenvolvimento do aprendiz. A equipe técnica realiza acompanhamento das atividades práticas na empresa contratante dialogando com o responsável direto pelo Aprendiz e juntos são criadas estratégias para melhor desenvolver as habilidades e competências. Em março de 2020 fomos surpreendidos com a pandemia COVID19 (Corona Vírus) e foi necessário nos adaptarmos com as orientações governamentais e Decretos vigentes, começamos então a ministrar aula na modalidade EAD, ofertando o material didático impresso, por e-mail, por WhatsApp e Online através das ferramentas do Google Drive. Nosso grupo de aprendizes é pequeno, então conseguimos fazer o acompanhamento e interação com todos sem obtendo bons resultados, ainda assim, refletimos muito sobre os medos e desafios para juntos superarmos este momento sempre acreditando que em breve tudo irá passar e poderemos nos encontrar novamente. *Pedagoga - Graduada em Pedagogia Multimeios Informática Educativa, Especialista em Gestão Supervisão e Orientação e Escolar e em Educação a Distância.

Dinâmica de Grupo - Aula teórica

Aula teórica Aprendiz Bruna Petry

Apresentação de trabalho

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Aula teórica - Dinâmica de Grupo

Aula teórica - Aprendizes Luan dos Santos e Ingrid da Rocha

Aula de Informática


Desenvolvimento humano e solidariedade em meio à pandemia: esforço conjunto pelo bem-estar da comunidade Débora Nunes* Carla Zanett** A pandemia por conta da COVID-19 exigiu uma adaptação rápida e criativa em nossas rotinas para que pudéssemos continuar prestando um atendimento de qualidade para os aprendizes. Agora, mais do que nunca, precisamos do acolhimento e da parceria das empresas não apenas para vencer a pandemia, mas para refletir, renovar e reafirmar o compromisso em ajudar o próximo. Localizada na Zona Norte de Porto Alegre, a Ação Comunitária Participativa (Acompar) desenvolve um trabalho focado na família, educando a comunidade. Assim, buscamos parcerias com empresas que conheçam a realidade dos aprendizes, oportunizando uma perspectiva de futuro melhor. O Grupo TMSA-Tecnologia em Movimentação, uma das maiores empresas do segmento de equipamentos para terminais e movimentação de granéis sólidos do Mercosul, é uma delas. A empresa luta junto a Acompar para criar oportunidades que contribuam com o desenvolvimento profissional dos jovens, promovendo palestras e oficinas com temas voltado ao mercado de trabalho. Oportunidade não só para os aprendizes da TMSA, mas para todos os aprendizes atendidos pela Acompar, estimulando o conhecimento e desenvolvendo a sua trajetória laboral.

Muitos jovens que iniciam como aprendizes acabam permanecendo na empresa como estagiários e, sempre que possível, são efetivados. Tal resultado reflete o empenho de todas as partes envolvidas, motivando os jovens, pois veem o reconhecimento de todo seu esforço e dedicação. Neste momento de pandemia, os adolescentes sofrem com isolamento e falta da rotina entre escola e empresa. Tivemos que inovar e buscar alternativas que fossem de encontro as necessidades destes jovens. Atividades estão sendo realizadas no modelo EAD–Ensino a distância, mantendo o contato com os adolescentes e famílias. A empresa mantém os aprendizes afastados de suas atividades presenciais, mas com seus contratos ativos sem qualquer redução salarial. Além disso, preocupou-se em apoiar a instituição em seus projetos sociais, doando 278 cestas básicas que contemplaram os aprendizes, famílias dos outros programas da Acompar e a comunidade em geral. Outro projeto que a TMSA continua apoiando é o Tampinha Legal, arrecadando tampas plásticas com seus colaboradores. A venda das tampinhas é revertida em recursos para manutenção e melhorias voltadas ao atendimento das crianças e adoles-

Acreditamos que quando tudo isso passar teremos uma sociedade mais humana, com mais empatia. centes da Acompar. Mathias Elter, CEO da TMSA, ressalta a importância dessa parceria. "A TMSA entende que a solidariedade é um ato de respeito a todos que necessitam, e há 15 anos nascia a nossa parceria, TMSA e Acompar", destaca. Sabemos das dificuldades que precisam ser dribladas pelos jovens e, em razão da pandemia, as adversidades enfrentadas por eles e suas famílias aumentaram. Com o apoio da TMSA, conseguimos manter firme nosso quadro de aprendizes, pois o jovem quando valorizado renova sua autoestima, vontade de viver e ir em busca de seus sonhos. A Acompar orgulha-se em manter parcerias com o olhar social, auxiliando estes jovens a terem uma perspectiva de um futuro melhor. Acreditamos que quando tudo isso passar teremos uma sociedade mais humana, com mais empatia, e nós estaremos aqui buscando dia após dia estratégias e soluções que minimizam o impacto do momento atual na vida desses jovens.

*Pedagoga pela FAPA. Coordenadora do Programa de Aprendizagem da Acompar. **Jornalista pela Ulbra. Voluntária da Acompar.

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Experiências pedagógicas

Projeto avança: experiência pedagógica inovadora O Projeto é composto por sete atividades e objetivos específicos, desenvolvidos ao longo do programa, que conduzem a revisão e formação de competências profissionais. O ESPRO – ENSINO SOCIAL PROFISSIONALIZANTE em 2019, ao implementar a Portaria 634 nos Cursos de Socioaprendizagem, inova com o intuito de divulgar a excelência e qualidade dos adolescentes e jovens aprendizes formados no Espro, a equipe de Educação e Aprendizagem da Matriz desenhou o projeto Avança que consiste em um conjunto de atividades a ser desenvolvidas na Etapa Final dos cursos. O Projeto avança é composto de guia orientador, tanto para o instrutor quanto para o jovem. O papel do instrutor é mediar o processo educativo, ser agente ativo que envolve o professor, o aluno e os conceitos, competências e ou conhecimentos produzidos, visa além do seu objetivo principal, possibilitar ao jovem aprendiz a revisão do seu processo de aprendizagem no curso, revisitando os aspectos teóricos e práticos vividos e aprendidos, realizando uma releitura desta trajetória. Esta ferramenta é um aliado às metodologias da Etapa Final do Curso, momento em que o jovem retorna para Filial Espro Porto Alegre, para concluir sua etapa de for-

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Kiara Sousa Moreira* Nara dos Anjos** mação em carga horária específica, no papel de mediador o instrutor orienta o jovem apresentando o Guia e como o jovem deve realizar seu trabalho de conclusão, sendo o principal agente de construção do seu itinerário O Projeto Avança é composto por sete atividades e objetivos específicos, desenvolvidos ao longo do programa, que conduzem a revisão e formação de competências profissionais: Percepção do eu e no reconhecimento da identidade pessoal, desenvolvimento de competências como criatividade, cultura digital, empatia e autonomia, Identidade pessoal, como agente transformador, Expectativa e a realidade, refletir sobre sua evolução ao longo do curso, Cotidiano na Empresa perceber a significância dos conteúdos que aprendeu durante o curso, Processos na Empresa avaliarem a rotina de trabalho na sua Empresa, Valorização pessoal, avaliar seu processo de crescimento e mudança pessoal e Construindo meu futuro. Na execução o jovem deve utilizar e aplicar as competências que foram aprendidas no Curso para reconhecer seu desenvolvimento, criatividade, senso estético, comunicação e expressão, cultural digital, uso da tecnologia, empatia, autonomia, argumentação e organização, por meio de diversas formas de apresentação utilizando o laboratório de informática, ou recursos como cartazes, mapa conceitual, storytelling e vídeos.

Na suspensão das aulas por conta da pandemia do coronavírus (COVID-19) ficamos preocupados em relação ao futuro dos nossos jovens, em relação aos prejuízos de aprendizagem. O Espro logo se adequou ao atendimento com aulas EAD onde o Projeto Avança facilitou a adequação imediata, a metodologia online e a distância. Ao término do projeto, após apresentação e avaliação do instrutor da turma, o jovem encaminha seu trabalho de conclusão para o Gestor da sua Empresa e Supervisão Educacional, que sempre retornam com ­feedback de todos os trabalhos. Neste momento reconhecemos a aplicação e reconhecimentos das competências desenvolvidas durante o curso, tais como: o pensamento analítico e crítico, disciplina, em que se espera que o jovem demonstre respeito às pessoas e à instituição como um todo, conheça e cumpra com as normas estabelecidas, apresente frequência, assiduidade, pontualidade e criatividade.

*Instrutora de ensino profissionalizante (Equipe Educacional – filial Espro Porto Alegre). **Supervisora de acompanhamento educacional (Equipe Educacional – filial Espro Porto Alegre).


A Inclusão de pessoas com deficiência em tempos de pandemia Evelise Kerkhowe* Em tempos de pandemia, a educação teve que se reinventar, e conseqüentemente a Aprendizagem anda de carona no uso das tecnologias e também se refaz, em meio às adversidades, tais tecnologias foram “descobertas” e utilizadas com uma freqüência reversa. Todos os jovens enfrentam seus “monstros pessoais” como dificuldades de acesso, famílias desempregadas, auxílio no cuidado de irmãos menores, entre outras questões importantes que inviabilizam muitas vezes a entrega total para uma formação de qualidade. Nesse

contexto, a inclusão, já tão negada e adverA inclusão, já tão negada e sa, precisou reforçar suas propostas, a fim adversa, precisou reforçar suas de reafirmar a possibilidade de formação propostas, a fim de reafirmar a profissional, independente da deficiência, possibilidade de formação profispresencialmente ou online. sional, independente da deficiênA Aprendizagem Profissional é dicia, presencialmente ou online. reito de todas as pessoas com deficiência ou não, independente de códigos ou idade (no caso das pessoas com deficiência), porém dentre os vários desafios en- da língua ou pelo distanciamento e falta do frentados, destaca-se as adaptações neces- contato pessoal com o orientador de ensino, sárias aos contextos vividos por cada indi- pensando em acolher esses Aprendizes da forvíduo, fazendo-se primordial ma ao qual têm direito, sendo ela digna, justa não acentuar as desigualdades e em paridade de oportunidades. Para isto conofertando todas as oportunida- tamos com empresas parceiras, que ao ofertar des para uma formação integral a prática para Aprendizes com deficiência, não do Aprendiz. Nesse cenário, é demandam barreiras discriminatórias. importante que haja uma coneDessa forma, as chamadas de vídeo dexão entre Entidade Formadora, vem ser tornar companhias constantes, como Empresa e Aprendizes, enten- forma de nenhuma informação ser perdida e o dendo suas necessidades especí- acompanhamento das aulas teóricas serem em ficas com respeito, ampliando as- sua integralidade aproveitados. A importânsim as possibilidades de alcance cia de pensarmos e repensarmos nas questões das ferramentas digitais utiliza- de sala de aula reverte à sermos seres imperdas, garantindo a acessibilidade manentes e à obrigação da educação, seja ela profissionalizante ou não em respeitar semà todos, sem distinção. A INTEGRAR/RS, pre- pre as diversidades e inconstâncias cotidianas ocupada em formar com quali- sem julgamentos, porém mostrando as possidade todos os seus jovens, criou bilidades de cada momento vivenciado, nesum grupo de trabalho para aten- te tempo tão adverso que se chama presente. dimento aos jovens com defici- Só assim poderemos auxiliar verdadeiramenência que necessitam de um aten- te nos processos de aprendizagem vertentes dimento mais individualizado e e fazer da inclusão nossa prática de sucesso. os frutos têm sido colhidos com ênfase. As tecnologias empregadas, estão somando muito nesse momento, um exemplo disso, são os jovens surdos que são aprendizes, eles tem, além da orientadora de ensino que se comunica em Libras, uma intérprete para atender todas as dúvidas e acompanhar suas atividades, jun*Pedagoga, Psicopedagoga, Coord. to com a equipe pedagógica, para Pedagógica da INTEGRAR/RS, que seu desenvolvimento proSupervisora Educacional E.M.E.F. fissional seja pleno e contínuo. Emília de Oliveira, Especialista em Diuturnamente atendemos as dúInclusão de Pessoas com Deficiência Jovens surdos em momento de esclarecimento de dúvidas das vidas, sejam elas pelas diferenças no Mercado de Trabalho e Escolas. atividades online, junto à intérprete e à orientadora de ensino.

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Experiências de Projetos 52

Novas possibilidades de promover as potencialidades dos aprendizes O Senac-RS acredita que a educação profissional muda a vida das pessoas e, por isso, atua com o objetivo de oferecer as melhores soluções educacionais para o público gaúcho. A pandemia da Covid-19 exigiu diligência, atenção e agilidade para enfrentar os diversos obstáculos que surgiram diante desse novo cenário. O Sistema Fecomércio-RS, em apoio à sociedade neste momento, criou o Portal Perto de Você, com diversos cursos, oficinas e conteúdos gratuitos on-line que foram acessados por mais de 400 mil pessoas até o mês de julho. Além disso, realizou inúmeras ações solidárias, como produção e doação de máscaras e roupas hospitalares, arrecadação de alimentos, entre outras ações voluntárias pelo estado. Na Aprendizagem Profissional Comercial, os aprendizes e empresas parceiras foram constantemente orientados de acordo com as determinações legais e amparados em suas diferentes situações. As aulas foram retomadas de forma remota, sempre que possível, compreendendo as condições de cada aluno e empresa. Na Aprendizagem do Senac são desenvolvidas Marcas Formativas, ou seja, características a serem evidenciadas pelos alunos ao longo do processo de formação, a saber: domínio técnico-científico em seu campo profissional, visão crítica sobre a realidade e atitudes, postura empreendedora, sustentável e colaborativa, além de atuação com foco em resultados. Especificamente na aprendizagem profissional, o Senac desenvolve, ainda, o protagonismo juvenil, social e econômico e a atitude saudável. Os aprendizes do Senac-RS contam com soluções de tecnologia que contribuem para o processo de aprendizado, mediado por docentes qualificados que utilizam diversas estratégias, recursos e ferramentas, fazendo interações ao vivo que desenvolvem as competências e marcas formativas dos alunos com excelência. O Jovem Aprendiz Senac assume posição ativa, crítica, responsável e atuante em relação ao seu processo de aprendizagem. O Senac Ijuí, que teve a primeira turma que iniciou de forma on-line, relata que a

marca formativa Visão Crítica fomentou a reflexão sobre a sociedade atual e a necessidade de adaptação da mesma a este momento. Para a pedagoga da Escola, Franciele Agnoletto, através de debates sobre os principais assuntos sociais, os jovens são instigados a argumentar seus pontos de vista, bem como refletir e compreender informações que levam a um amadurecimento de opinião com base crítica e construtiva no contexto em que convivem. No Senac Comunidade, em Porto Alegre, a marca formativa Atitude Colaborativa está presente em uma turma de aprendizes com deficiência. Esta marca formativa evidencia a necessidade de se efetivar relações interpessoais construtivas e o trabalho em equipe, que para a pedagoga da Escola, Caroline Borba, está acontecendo mesmo no ambiente virtual. A pedagoga destaca que os aprendizes sentem que seus saberes são valorizados e que tem espaço para compartilhar com seus colegas os aprendizados e desafios do mercado de trabalho. O momento que estamos vivendo evidenciou a relevância das marcas formativas no processo de formação integral do ser humano e na promoção de suas potencialidades. Nossos esforços para a melhor experiência dos estudantes na modalidade remota reflete o compromisso do Senac com pleno desenvolvimento das pessoas, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. Gerente de Educação e Planejamento do Senac-RS

Ariel Fernando Berti*

O momento que estamos vivendo evidenciou a relevância das marcas formativas no processo de formação integral do ser humano e na promoção de suas potencialidades.


Os desafios do ensino à distância em tempos de pandemia pela COVID-19

É extremamente gratificante ver a dedicação, o poder de superação e o empenho na realização das tarefas.

José Leoni Maciel* O planejamento e demais projetos previstos para o decorrer deste ano letivo nos cursos de qualificação profissional da Rede Calábria foram abruptamente interrompidos pela pandemia global da Covid-19, mudando de forma emergencial e radical a relação de aprendizado entre educador e aluno. Se antes os desafios aos educadores eram restritos ao convívio em sala de aula, buscou-se na tecnologia, uma forma de aproximar o aluno das atividades e conteúdos propostos, procurando causar o menor impacto possível no aprendizado. Foi preciso desafiar-se, buscar meios de fazer chegar ao aluno a proposta da atividade da maneira mais clara, simples e objetiva. Nesse contexto utilizamos os mais variados recursos como Google Sala de Aula, grupos de WhatsApp para estreitar o contato, esclarecer dúvidas e informações, vídeo-aulas produzidas pelo smartfone ou incluídas na plataforma do Youtube, documentos em formato de apresentação com imagens ilustrativas, vídeos e filmes auxiliares entre tantos outros recursos. As semanas seguintes a implementação do ensino a distância apresentou novos desafios. Alguns alunos passaram a relatar dificuldade no acesso a plataforma de estudo por falta de recursos de internet (término do pacote de dados), a dificuldade de absorver o conteúdo ou até mesmo alegando não

Aluna fazendo atividade a distancia

ser possível conciliar as atividades propostas com suas tarefas diárias e escolares. Neste ponto, foi trabalhado caso a caso individualmente, procurando conciliar na busca de solução alternativa, para que o educando não tivesse prejuízo no aprendizado. Foi ofertado material impresso para retirada na instituição e, em alguns casos, este material foi entregue no endereço residencial do aluno que não tinha condições de buscá-lo. Além disso, também foi disponibilizado o uso de computadores e todos os recursos necessários na própria instituição para quem assim preferir. Isso antes de termos a bandeira vermelha na Capital. Essa nova rotina educacional nos leva a um constante aprendizado diário, nos oportuniza vivências, nos traz novos desafios e deixa em aberto a questão de como será daqui pra frente? Como será no retorno às atividades ditas “normais”. Todo esse novo processo de ensino à distância em que estamos inseridos nos mostra cada vez mais o poder de resiliência do aluno. É extremamente gratificante ver a dedicação, o poder de superação e o empenho na realização das tarefas. Esse cenário também nos faz refletir e ir em busca de novos projetos e parcerias, novas metodologias de trabalho novas organizações em nossos espaços, sempre em busca do

Aluna em atividade EAD

melhor e em prol dos nossos alunos. Sabendo que sempre teremos que nos adaptar, estamos aptos para realizar as mudanças que sejam necessárias para seguir a nossa obra. O futuro a Deus pertence e sempre contaremos com a Divina Providência para nos auxiliar, como sempre previu nosso fundador. Esperamos em breve estarmos todos juntos novamente em sala de aula para refletir o momento atual e buscar soluções para o futuro. Esse período difícil de pandemia mudou completamente o cenário e traz muitas reflexões sobre quebra de paradigmas.

*Educador. Curso de Assistente Administrativo. Centro de Educação Profissional São João Calábria.

Educador dando aula em EAD

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Experiências de Projetos

Dos desafios às potencialidades de manter um programa de aprendizagem em meio uma pandemia O Programa de Oportunidades e Direitos (POD), instituído em nível estadual pela Lei 14.227/2013, através do Centro da Juventude Lomba do Pinheiro (CJ) desenvolve ações orientadas a reduzir a exposição dos jovens a circunstâncias e comportamentos de risco, gerando alternativas de desenvolvimento humano e de inclusão social e produtiva. O Centro de Promoção da Criança e Adolescente executa a aprendizagem profissional através do CJ, oferecendo cursos que vão da área da beleza, até a área administrativa. Atualmente com 120 aprendizes vinculados ao programa, contratados em 22 empresas parceiras, os cursos oferecidos são estratégias fundamentais na inserção de jovens no mundo do trabalho, bem como diretriz para o protagonismo juvenil. São comuns os relatos de famílias que não possuem renda fixa, ou vínculo formal de trabalho, fato que gera angústia e insegurança nos jovens, de que a inserção no programa faz com que os jovens modifiquem suas trajetórias de vida, bem como do contexto familiar, além de minimizar os impactos das vulnerabilidades sociais às quais estão expostos.

No CJ, os aprendizes recebem acompanhamento técnico social, através do Plano de Individual de Realização (PIR) que busca traçar junto com os jovens objetivos no seu projeto de vida, refletindo e planejando com os mesmos aspectos importantes como escolarização, e inserção no mundo do trabalho, respeitando as especificidades e singularidades. Acompanhar essas histórias de vida tem sido uma experiência essencial que proporciona a identificação de habilidades e potencialidades de cada aprendiz. Contudo, os eventos que aconteceram no ano de 2020 trouxeram os desafios para a manutenção do programa em meio uma pandemia. Tínhamos um cenário preocupante em decorrência da crise econômica e reforma trabalhista, e o COVID – 19 trouxe mais incertezas e preocupações. Nos deparamos com a necessidade de novas estratégias, dentre elas o Programa Emergencial de Emprego e Renda para a manutenção das cotas, prevenção dos jovens para a contaminação por covid-19, segurança alimentar e saúde mental. Disponibilizar o acompanhamento técnico, de forma remota, foi um dos gran-

Michelle Pimentel* Monique Muniz** Paula Moura***

Melhor que encaminhar os jovens, é estar com, é acompanhar. des desafios a ser pensado e enfrentado pela equipe, uma vez que a necessidade de garantir o suporte aos aprendizes e as empresas era imprescindível. O resultado dessa experiência é satisfatório, já que não tivemos desligamentos por conta da pandemia, e nenhum jovem testou positivo para o COVID-19. Dessa forma, ainda que com cenário de incertezas, foi possível identificar que o modelo que estrutura o programa de aprendizagem no CJ, é fundamental para além da garantia de direitos dos aprendizes, mas para um acompanhamento que possibilite reduzir os impactos sociais e econômicos na vida destes sujeitos. Seguimos em constantes adaptações visando manter o programa de aprendizagem com a qualidade que este exige, buscando novas parcerias e acesso do jovem no mundo do trabalho, e sempre com a convicção que melhor que encaminhar os jovens, é estar com, é acompanhar.

*Bacharela em Direito, Técnica Social da aprendizagem profissional, CPCA. **Bacharela em Serviço Social, Técnica Social do PIR, POD Centro Juventude Lomba do Pinheiro. ***Bacharela em Serviço Social. Coordenação Geral, POD Centro da Juventude Lomba do Pinheiro.

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Foto AP 2020


Desafios e aprendizados na busca por equidade nas atividades no período de pandemia

Cristiana Rehbein* Eloisa Klein* Nádia Fengler Solf*

A busca constante de estratégias para viabilizar a aprendizagem aos nossos adolescentes, embora desafiadora, nos torna cada vez mais fortes e inovadores.

A pandemia de Covid-19 colocou a humanidade frente a desafios inéditos. Nesse momento totalmente atípico, o objetivo do Instituto Crescer Legal foi estabelecer um caminho viável para a aprendizagem rural, o que exige responsabilidade, flexibilidade e inovação. A discussão de estratégias de ação voltadas às turmas do Programa de Aprendizagem Profissional Rural não parou. Apesar da necessidade de suspensão das atividades presenciais das turmas de 2020, as empresas parceiras mantiveram os contratos e a equipe do Instituto Crescer Legal construiu alternativas para continuar presente na vida dos seus 141 aprendizes espalhados por diferentes territórios rurais em sete municípios gaúchos. As competências socioemocionais, o vínculo, a reflexão e a troca constante que ocorria presencialmente, em círculo, passaram a ser construídas de outras formas. E a comunicação vem sendo ainda mais essencial nessa construção. Uma das primeiras ações da instituição foi realizar um levantamento junto aos aprendizes sobre o acesso a tecnologias, como equipamentos e conectividade. Quanto ao celular, 98% dos aprendizes possuem esse equipamento, porém somente 51% têm sinal telefônico em suas residências. Já o acesso à Internet é possível para quase 90% dos aprendizes, porém muitas vezes demanda deslocamentos a outros pontos das comunidades, o que não é condizente com a necessidade de distanciamento social. Estes dados demonstram as dificuldades que são realidade no meio rural e impediriam que grande parte dos aprendizes tivesse acesso aos conteúdos de maneira virtual. Embora seja um momento desafiador,

há, por outro lado, um movimento de fortalecimento entre os todos envolvidos. Os educadores sociais em conjunto com a coordenação pedagógica seguiram planejando e reestruturando as atividades. Foi preciso se reinventar, e a opção encontrada foi reorganizar o modo de compartilhar os conteúdos, o que resultou na produção de um material físico chamado de Planos de Estudos, entregue Plantio de sementes para acompanhar o seu desenvolvimento nas fases da lua mensalmente com tes. Habilidades como autonomia e autogestodas as medidas de prevenção. Os Planos de Estudos contem- tão podem ser visualizadas nas produções dos plam a carga horária prevista e são estrutura- jovens, demonstrando que estamos atendendos a partir dos conteúdos do curso de gestão do nosso objetivo de contribuir com o seu derural e empreendedorismo. Como primamos senvolvimento. Analisando todo o processo constanpela equidade no atendimento, todas as ativitemente, avaliamos que estamos aprendendo dades precisaram ser construídas de forma a com a singularidade da situação, sendo fundaviabilizar a sua realização pelos aprendizes. Assim, o material descritivo e auto explica- mental a capacidade de adaptação da equipe e tivo contém um embasamento teórico ainda dos aprendizes. A busca constante de estratémaior, trazendo questões conceituais e ativi- gias para viabilizar a aprendizagem aos nossos dades de pesquisa que possibilitam a realiza- adolescentes, embora desafiadora, nos torna ção de forma remota, em casa e com partici- cada vez mais fortes e inovadores. pação da família, estreitando laços e valorizando seus conhecimentos. O acompanhamento da equipe do Instituto e a interação com aprendizes e famílias pelos meios disponíveis têm sido intensificado, pois além de manter o vínculo permite *Gestoras do Instituto Crescer Legal acompanhar a aprendizagem dos adolescen-

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Experiências Empresariais

Programa Jovem Aprendiz no GHC: uma experiência de cuidado em saúde pública Os 14 anos de existência do Programa são traduzidos em histórias de superação e aprendizados para todos os envolvidos. O GHC - Grupo Hospitalar Conceição GHC1, vinculado ao Ministério da Saúde, é o maior complexo hospitalar da região sul do país com atendimento 100% SUS, sendo considerado referência em saúde pública à população de todo o estado do Rio Grande do Sul. Sua estrutura de atendimento é composta por 4 Unidades Hospitalares, 12 Unidades de Atenção Básica, 1 Consultório na Rua, 3 Unidades de Atenção Psicossocial (CAPS), 1 Unidade de Pronto Atendimento (UPA), 1 Centro de Educação Tecnológico e Pesquisa em Saúde. A importância deste conjunto de equipamentos para a saúde pública é comprovada pelo Relatório da instituição do ano de 2019, p. 57: 1.475.137 consultas, 733.044 procedimentos, 32.485 cirurgias, 6.325 partos, 54.829 internações, entre outras ações. Tudo isto, realizado por um corpo funcional composto por mais de 9.414 trabalhadoras(es), onde 73% são do gênero feminino, conforme consta na página 75 do Relatório Integrado de 2019. A missão institucional do GHC está definida como: “Oferecer atenção integral à saú-

Equipe do Programa Jovem Aprendiz da Escola Técnica Mesquita* Equipe da Gerência de Apoio do GHC** de pela excelência no ensino e pesquisa, eficiência da gestão [...] e responsabilidade social” (GRUPO HOSPITALAR CONCEIÇÃO 2019, p. 7). O conceito de saúde é compreendido institucionalmente como: “resultante das condições de alimentação, habitação, educação, renda, meio ambiente, trabalho, transporte, emprego, lazer, liberdade, acesso e posse da terra e acesso a serviços de saúde.” (BRASIL, 1986, p. 4). Assim, compreende-se saúde como um processo resultante da qualidade de vida da população, no âmbito individual e na vida coletiva. Em relação a missão institucional, importante citar o conceito de responsabilidade social que orienta as ações do GHC, isto insere a instituição em “[...] políticas afirmativas de inclusão social no estabelecimento de parcerias com instituições públicas e da sociedade civil organizada, com ênfase em saúde pública [...]” (GRUPO HOSPITALAR CONCEIÇÃO, 2019, p. 80). Articulando o conceito de saúde e responsabilidade social, o GHC desenvolve o Programa Jovem Aprendiz desde 2006 e, somente com a Escola Técnica José César de Mesquita, já cotizou mais de 2.000 jovens em situação de vulnerabilidade social - baixa ren-

da, defasagem idade/série no ensino básico, mães/pais, regiões com maiores índices de violências, afrodescendentes, encaminhados pela Rede de Proteção Social e de Saúde e da rede de medidas socioeducativas, entre outros. Os 14 anos de existência do Programa são traduzidos em histórias de superação e aprendizados para todos os envolvidos: jovens, educadores, trabalhadores e gestores das instituições e famílias dos jovens. O Programa encontra-se incorporado institucionalmente como uma ação de inclusão social e de educação para o mundo do trabalho, onde muito mais do que o cumprimento da legislação federal da Aprendizagem, expressa o que o GHC compreende como cuidado e promoção em saúde. NOTA

Em 2003, o GHC passa a atender exclusivamente usuários do Sistema Único de Saúde. 1

REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Saúde. VIII Conferência Nacional De Saúde. 1986. GRUPO HOSPITALAR CONCEIÇÃO. Relatório Integrado do GHC, Rio Grande do Sul, 2019.

*Claudete Oliveira (Mestra em Educação). Wagner Moura (Psicólogo) **Élcio dos Santos Carvalho (Gerente). Vera Beatriz Soares da Cruz. Paulo César Machado de Jesus. Prática supervisionada

Escola Mesquita

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Sarau pedagógico e último dia da teoria

Turmas 2019 Auxiliar de Manutenção Elétrica e Atendente de Nutrição


Oferecer apoio físico e psicológico durante a pandemia foi o caminho da Unidade Projeto Pescar Unimed Porto Alegre A pandemia não exigiu apenas uma adaptação da metodologia do projeto, mas uma reinvenção da maneira de exercer o voluntariado A Unimed Porto Alegre, desde o início da pandemia, tem trabalhado para esclarecer, orientar e apoiar clientes, colaboradores, cooperados e sociedade. Para enfrentar os desafios deste período, criou-se o Plano de Enfrentamento ao Covid-19, com ações de apoio voltadas para todas as frentes da cooperativa. Realizamos adaptações e oferecemos suporte para que todos se sentissem amparados. Entre as ações, estão as que envolvem os jovens do Projeto Pescar, no qual trabalhamos para dar seguimento ao projeto dentro da cooperativa. A sexta turma da Unidade Projeto Pescar Unimed Porto Alegre, que conta com acompanhamento da educadora social Juliana Pires, tem buscado diferentes maneiras de manter a interação do grupo e utilizar o espaço como forma de atualização e aprendizado. Para organizar a nova rotina e criar estratégias para a realização das atividades, foi elaborado um cronograma, que proporciona

Andressa Giongo* um plano personalizado de acompanhamento para cada jovem e auxilia a turma no preparo aos estudos. Entre os recursos estão as plataformas de cursos gratuitos online. Além disso, nossas propostas de atividades contam com a colaboração dos familiares, realizadas fora da internet, visando melhorias no convívio familiar e incluindo os jovens que, por alguma razão, não conseguem se conectar virtualmente. Mesmo com os desafios apresentados, buscamos recursos para que os jovens não ficassem desamparados neste momento de incertezas. Eles são de comunidades vulneráveis, com acesso básico restrito e, compreendendo o momento e suas necessidades, disponibilizamos equipamentos para que fosse possível a permanência no projeto. Distribuímos tablets com acesso a internet, adaptamos a grade de desenvolvimento e mantemos o apoio dos voluntários, que disponibilizam o seu tempo e mantém o plano das aulas, com encontros virtuais diários. Seguimos ainda com o nosso plano de mentoria social, realizado todos os anos, e que ganhou momentos virtuais, com os profissionais

e os jovens encontrando-se de forma online, devido o cenário atual. Oferecemos também atendimento psicológico, proporcionando assistência ao bem-estar psíquico da turma. O apoio financeiro também foi mantido, a partir da bolsa-auxílio e do vale-refeição, benefícios de direito dos jovens que integram o projeto. Além disso, como muitas famílias tiveram a sua renda impactada de forma direta pela pandemia, como forma de complemento e amparo, buscamos recursos para que as famílias dos jovens pudessem receber também um vale-alimentação, para a manutenção das necessidades básicas. A Unimed Porto Alegre preza pela garantia do cuidado e assistência individual aos jovens, e reforçamos a importância de que todos permaneçam em casa e, sobretudo, que nesse momento desafiador, sigam sendo os protagonistas de suas vidas.

**Superintendência de Recursos Humanos da Unimed Porto Alegre. Psicóloga. MBA em Gestão Empresarial; Especialização em Human Resources Management; Mestrado Profissional em Economia Empresarial.

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Experiências Empresariais

As adaptações dos aprendizes da Renapsi e Tumelero em meio à pandemia Em meio a uma das maiores crises de saúde global da humanidade, a Renapsi e a Tumelero acreditam, mais do que nunca, no crescimento do jovem. Afinal, o futuro do país depende de grandes iniciativas para colher grandes resultados. Prestes a completar 28 anos de atividades, a Renapsi (Rede Nacional de Aprendizagem, Promoção Social e Integração) atende milhares de jovens no Brasil e, devido à pandemia da Covid-19, tiveram, juntamente com as empresas contratantes, que se adaptar à nova realidade, redescobrindo funções da tecnologia na palma da mão. Ainda em março, a entidade e seus parceiros trataram logo de se ajustar ao diferente cenário apresentado, realizando diversas ações para dar continuidade ao desenvolvimento do jovem e não prejudicá-lo em sua formação. A entidade possui a Plataforma de Formação Conectada, ambiente desenvolvido e customizado para a execução da formação teórica técnico-profissional de adolescentes e jovens, com conteúdos de alta qualidade elaborados por uma equipe multidisciplinar. Nela, há interação do aprendiz com seus colegas e tutor durante toda aula, ou seja, trocas de conhecimento tão qualificadas quanto uma aula presencial. De maneira rápida e eficaz, a Renapsi remanejou todos os mais de 20 mil

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Andrea Brzeski* aprendizes ativos no país, visando sempre a saúde e o bem-estar dos mesmos. Outra ação da entidade que está sendo realizada são os atendimentos psicossociais através de um canal de escuta humanizada. A ferramenta tem sido eficiente no acolhimento dos jovens e suas famílias impactadas de diversas formas durante a pandemia. Além disso, o espaço monitora o estado de saúde dos jovens e familiares que possam apresentar sintomas ou até mesmo casos positivos do novo coronavírus. MÓDULO SUPERAÇÃO: UMA MEDIDA QUE INSPIROU PARCEIROS

Com o isolamento social e, consequentemente, o fechamento das atividades presenciais nos estabelecimentos, a Renapsi não perdeu tempo e criou o “SuperAção”, módulo que é uma alternativa da formação teórica para minimizar os efeitos da pandemia. A medida oferece uma antecipação de carga horária, na qual o jovem realiza as atividades teóricas de segunda a sexta-feira. A atitude possibilitou a Tumelero, pertencente ao Grupo Saint-Gobain, aderir ao módulo, que vem sendo uma ótima alternativa até então. Vale lembrar que desde os primeiros casos registrados da doença, nossa parceira tomou todas as medidas de segurança visando a saúde e o desenvolvimento pro-

Aprendizes em lives semanais

fissional dos jovens. Mesmo antes dos decretos municipais, a Tumelero também liberou todos os jovens das atividades práticas, sem qualquer prejuízo na remuneração dos aprendizes. Demissões nunca foram uma opção para a empresa, que respeita e acredita na Lei da Aprendizagem, assim como entende seu papel perante a sociedade. Por isso, cestas básicas mensais foram distribuídas a todos os jovens, pois a mesma tem ciência das condições econômicas que o país vem enfrentando e o quanto as famílias mais vulneráveis estão sendo atingidas. A empresa acredita que o Programa Jovem Aprendiz é caracterizado por uma força de trabalho de jovens talentos, que visa a inclusão, desenvolvimento e sentido de pertencimento. O programa conta com uma Trilha de Desenvolvimento, adaptada para o online, na qual aborda temas como futuro profissional, etiqueta corporativa, postura comportamental, entre outros diversos assuntos importantes para o crescimento e desenvolvimento. Em meio a uma das maiores crises de saúde global da humanidade, a Renapsi e a Tumelero acreditam, mais do que nunca, no crescimento do jovem. Afinal, o futuro do país depende de grandes iniciativas para colher grandes resultados. * Gerente da Renapsi RS

Aprendiz Kauã dos Santos realizando o módulo Superação


Eterno Aprendiz Eterno Aprendiz

Busca constante

Kelly Keller, 25 anos - Aprendiz, Técnica em Agropecuária e Administradora

“O Aprendiz realizado em 2012 me oportunizou muito conhecimento, pois foi o começo da minha caminhada profissional. Logo após o término do contrato de aprendizagem não fui efetivada em função da minha idade, mas foi decisivo na escolha pela minha continuidade na busca de novos conhecimentos e, principalmente, pela área de atuação. Conhecendo os cursos do Colégio Teutônia, me identifiquei com o Técnico em Agropecuária, que iniciei em 2013 e, retornei à Cooperativa em que fui aprendiz para realizar meu estágio curricular, sendo, posteriormente, efetivada no setor de suínos na unidade produtora de leitões. Atualmente sou técnica em agropecuária e atuo no setor de Agro Insumos da mesma. Mas sempre em busca de crescimento pessoal e profissional busquei uma formação superior e desde 2019 sou administradora.”

Juliana Moellmann, 22 anos - Aprendiz, Técnica em Administração e estudante de Ciências Contábeis “Em 2014 comecei minha jornada profissional como Aprendiz na Cooperativa Languiru, na qual eu, além de conhecimentos teóricos, aprendi principalmente como me portar e me relacionar em um ambiente de trabalho, pois as práticas foram no setor de RH. Após o término do contrato de aprendizagem, em outubro de 2016, fui efetivada para trabalhar no setor de controle de qualidade do Frigorífico de Aves da Cooperativa. Ainda durante o aprendiz, em janeiro de 2016, comecei meu Técnico em Administração no Colégio Teutônia. Ao término do Técnico comecei a fazer a graduação de Ciências Contábeis. Desde março de 2019, estou trabalhando em uma Cooperativa de Crédito como atendente, operadora de caixa e tesouraria”.

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Eterno Aprendiz

Valorização do Aprendizado

Iago Marques Santanna - Colaborador Rede de Saúde Divina Providência

O Programa Jovem Aprendiz do Instituto Leonardo Murialdo oferece cursos de aprendizagem profissional para adolescentes e jovens entre 14 até 24 anos, conforme a Lei nº 10.097/2000. Durante o período de aprendizagem o jovem tem a oportunidade de vivência do dia-a-dia dentro da empresa com a formação prática e a formação teórica no Instituto Murialdo. Desta combinação, prática e teoria, o aprendiz é capacitado a aprimorar habilidades na área em que está realizando um dos cursos oferecidos pela Instituição: Aux. Administrativo Bancário, Aux. Administrativo Hospitalar, Aux. Administrativo Empresarial e Aux. de Alimentação. Dentre os muitos sucessos, destacamos o jovem Iago Marques Santana, que hoje é colaborador do Hospital Independência. Iago relata que o Programa foi um passaporte para a inserção no mundo do trabalho e oportunizou o primeiro emprego com carteira assinada. Após a conclusão do curso de Aux Administrativo Hospitalar, Iago foi efetivado pelo Hospital que faz parte da Rede de Saúde Divina Providência e hoje desenvolve seu trabalho no setor de RH. O jovem deixa como dica aos aprendizes para fazerem sempre o melhor, seja grato, humilde, valorize os profissionais da Instituição, proativo e ouça com atenção os mais experientes. Iago destaca ainda para lembrarem que seremos eternos aprendizes e que a todo instante estamos diante de novos conhecimentos. Os desafios são diários e por tudo isso tem muito orgulho de ser um “filho” do Programa Jovem Aprendiz do Instituto Murialdo e em constante aprendizado.

Uma experiência para a vida toda!

Lucyellen Renata, 20 anos - Aprendiz bancária de 2016 até 2018 A oportunidade oferecida pela aprendizagem profissional vai além do período de contrato dos jovens. É um tempo de muitos significados e descobertas. Profissionalmente pode ser decisiva para o futuro profissional dos aprendizes. Meu nome é lucyellen Renata, tenho 20 anos e fui aprendiz bancária de 2016 até 2018. Fui aprendiz no Banco do Brasil na cidade de Canoas. Essa experiência me proporcionou grandes momentos na vida. Logo que comecei, não conseguia falar em público sem ficar com vergonha. Muitas vezes, anulava certos momentos por causa da timidez, que não era pouca. Cresci muito como pessoa, e sou grata a todos que fizeram parte desse período. O MDCA (Movimento pelos Direitos da Criança e Adolescente) foi a base de tudo. Fazem um trabalho incrível com cada jovem, desenvolvendo principalmente a nossa comunicação. Nessa fase passei por problemas familiares e conflitos comigo mesma, mas todas as quintas feiras (dia de atividade teórica no MDCA) tudo isso passava. E no banco, me abraçaram tive uma grande família no Banco do Brasil, levo cada um comigo hoje em dia, assim como a equipe MDCA. Sou grata por terem me ensinado muitas coisas enquanto fui jovem aprendiz.

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Atualmente realizo meu grande sonho, conclui em novembro de 2019 o curso de auxiliar em odontologia e atualmente, faço o curso técnico em odontologia, já atuando na área. Logo quero fazer minha graduação em odontologia. E tudo que conquistei profissionalmente, agradeço ao Banco do Brasil, pela oportunidade da experiência e também ao MDCA, que foi a base para que tudo fosse possível.


Emprego Apoiado: promovendo a inclusão Patrícia Faleiro – Licenciatura em Biologia, Educadora Social, Pós-graduada em Educação Especial e Inclusiva

O Emprego Apoiado é uma metodologia que tem como objetivo a inclusão de pessoas com deficiência e pessoas em situação de vulnerabilidade social no mercado de trabalho formal. A Associação Pestalozzi de Canoas, visando à permanência e desenvolvimento das pessoas com deficiência intelectual e múltipla no mercado de trabalho, iniciou o projeto Emprego Apoiado em 2019. O projeto pretende auxiliar ex-aprendizes – hoje funcionários de empresas – a se manterem empregados, lidando com situações cotidianas do ambiente de trabalho, de forma responsável e profissional. "Sou a educadora social do grupo de aprendizes e vejo com muita alegria o Projeto Emprego Apoiado, porque o projeto consiste em continuar dando apoio ao nosso ex-aprendiz que foi efetivado em uma empresa. Durante nossos encontros, que neste momento de pandemia, são virtuais, tenho o acompanhamento da psicóloga Andrieli Rodrigues e os assuntos que nos trazem são questões do dia a dia de quem está iniciando uma carreira profissional, eles trocam ideias, esclarecem dúvidas, além de vivenciarem momentos de descontração e socialização. Atualmente contamos com sete ex-aprendizes formados muitos desafios, a busca por saúde mental depende ainda pela Pestalozzi de Canoas, que estão no mercado de traba- mais de cada sujeito e, percebendo isso, a psicóloga realilho como funcionários efetivos." za no grupo orientações profissionais, promove também a melhora de vida dos jovens. Para a psicóloga, que é pós-graduada em Transtorno do Espectro Autista (TEA), o ano de 2020 está sendo de

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Registro 62

Em meio a tanta insegurança e medo decorrente da pandemia do novo coronavírus, estamos enfrentando dias de luta e superação, mas sempre existe uma luz no fim do túnel. É difícil enxergá-la quando estamos passando pela situação, mas ela sempre está lá. É possível enfrentar a doença em diferentes vertentes, com persistência, esperança, conhecimento e informação. Dessa forma, o Fórum Gaúcho de Aprendizagem Profissional do RS – FOGAP e o Ministério Publico do Trabalho da quarta região do RS-MPT/RS, realizaram e concretizaram em parceria, mais um projeto desta natureza, a Revista Aprendiz, número 6 do ano de

2020. Este projeto se deve a todos os autores que escreveram seus artigos em prol da Aprendizagem Profissional e ao Combate ao Trabalho Infantil em meio à pandemia. Seguimos em frente promovendo a aperfeiçoando ações que possam multiplicar e fomentar a importância de que a aprendizagem profissional é fundamental no crescimento e desenvolvimento na vida de milhares adolescentes e jovens em todo Brasil. Coordenação do Fórum Gaúcho de Aprendizagem Profissional João da Luz


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