Ode Lusitana Número 11 – Novembro 2015
Extreme Unction Metal Pursuit
Wrath Sins
Fernando Reis
X-Mas Beast Feast 2015 - Disaffected - WEB - Evillution Throne of Chaos - Hang the Traitor - Vomit of Torture
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Editorial
Breves / Notícias
Há momentos que nos marcam para sempre e que nos
-‐ O final de ano tem mais encanto com a realização do X-‐ Mas Beast Feast 2015 a decorrer no Almada Bikers Club House, na Cova da Piedade – Almada. Dois dias que não vão deixar ninguém respirar, distribuídos da seguinte maneira: Dia 4 de dezembro, participação de Wall of Death (death metal – Lisboa, formados em 2011, editam em 2014 o seu mais recente trabalho, o EP “Dementia Enhances Understanding”, estando previsto para o próximo ano a edição do seu primeiro longa-‐duração), Neoplasmah (death / black metal – Lisboa / Seixal, um dos quintetos mais fortes em Portugal, depois de alguns anos de inactividade regressa no ano passado com o seu segundo longa-‐duração de nome “Auguring the Dusk of a New Era”), Diabolical Mental State (thrash / groove metal – Lisboa, formados inicialmente em 2011 sob o nome Dimensions é alterado dois anos depois para o actual nome e em 2014 editam o seu único registo, o EP “Basic Social Control”) e Verme ( crust / d-‐beat / metal -‐ Almada). No dia 5 de dezembro temos Bleeding Display (death metal – Lisboa, surgem em 1999 ainda sob o nome Nekruma, assumindo o novo nome no ano 2000, sendo de 2014 o último álbum, que é o segundo longa-‐ duração e tem como nome “Deviance”), Disaffected (progressive / death metal – Mem Martins, Sintra, icónica banda do início dos anos 90, editou em 2012 o seu último trabalho, “Rebirth”), Shadowsphere (melodic death / thrash metal – Seixal, formada em 2000, editou o ano passado o seu quarto longa-‐duração “Darklands 2014”, considerado um dos melhores álbuns do ano) e BurnDamage (death / groove metal – Lisboa, fundados em 2008, tem em 2013 o único trabalho editado, o EP “Reborn”). Não percas esta oportunidade num fim de semana que promete!
ficam no fundo ma memória, mas que por uma razão qualquer surgem novamente à superfície trazendo-‐nos boas lembranças. Foi isso que aconteceu há algumas semanas quando um amigo meu me entrega um envelope que continha as letras “ACB”. Quando abro o envelope vejo que tem os 4 números da Fénix, o Renascimento, mítica fanzine do início da década de 90 do século passado, que tem o pormenor de ter sido uma edição que sempre acompanhei (só fiquei com 2 números) e de ter sido editada perto de onde eu moro. Este envelope teve uma particularidade. Foi-‐me enviado pelo Alex, que depois de um fim de tarde à conversa, em volta de uma garrafa de vinho branco, em casa do seu irmão Mário me tinha dito que me ia fazer chegar uns números. Foi bom relembrar bons tempos, já que foi através deles que conheci muito do metal nacional / mundial. Tudo começou no final dos 80, inícios dos 90, quando religiosamente ouvia dois programas de rádio na Emissora Voz da Bairrada a qual terminou há muitos anos. O primeiro programa era o Império Lusitano dedicado exclusivamente ao que se ia fazendo na música portuguesa percorrendo todos os estilos musicais. Foi aqui que conheci bandas como Mata-‐Ratos, Zé Manuel Suicida, Censurados e muitas mais. Depois destas duas horas, surgia o programa dedicado ao metal: Fénix. Foram horas e horas de audição e sempre que podia gravava em K7 os programas para depois descortinar o nome da banda que tinha passado e tentar arranjar alguma coisa. Foi uma autêntica escola que me levou a percorrer muitos sítios à procura do som desejado e de ser surpreendido. Ao final de uns anos decidem editar a fanzine com o mesmo nome do programa. Foi um trabalho que se demarcou do que se fazia na altura. E um bocado dessa inspiração está aqui na Ode Lusitana! Marco Santos
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por um quarto membro sólido, que nos desse asas para ir mais além, e no final desse ano, através de um anúncio da parte do Márlon, identificamo-‐nos desde logo com as influências, vontade e o todo que teria para nos dar, e mais uma vez foi dar “oportunidade” a uma cara nova. Tinhamos tido algumas experiências para ocupar esse lugar, mas sem dúvida tivemos entre o azar da demora, a sorte de ter acertado e passados estes anos os resultados estão à vista. Acredito que o segredo de uma banda esteja na formação e na capacidade de ligação dos membros, e é sem duvida um ponto a nosso favor, esta coesão. Em 2013 lançam o tema “Hierarchy”, mas em 2014 iniciam a preparação do vosso álbum de estreia “Contempt Over The Stormfall” editado este ano, que como indicado é uma mistura entre o thrash metal e o progressivo, mas com uma personalidade de som bem vincada. Qual é a ideologia e a temática por trás dos Wrath Sins? O que transmitem as vossas letras ou a importância recai mais sobre o vosso som? Muitas datas ao vivo ao longo de cerca 2 anos, com a passagem por a gravação desse tema, deram-‐nos certezas e a experiência necessaria para propositadamente decidirmos passar a fase do EP tradicional, por acharmos que a nossa formação dava garantias para saltar tal etapa e após tal execução, tenho consciência que foi a atitude mais acertada. O álbum é um conjunto de tudo aquilo que nos toca, a ideologia sempre foi criar algo diferente ao nosso gosto, sem quaisquer restrições, estamos cansados ha muito tempo, dos infindaveis catalogos e generos e sub-‐géneros às bandas, e um pouco de bandas que parecem copias umas das outras. Cada um faz o que gosta e isso é o mais importante, ainda por cima neste meio, mas os motivos são sempre os errados. Nós com o “Contempt Over The Stormfall” e desde o dia 1 de Wrath Sins, propus-‐me a marcar pela diferença, obviamente nao reinventamos a roda, mas rodamo-‐lá à nossa maneira. O álbum contém temas compostos com o foco nele próprio, mas também alguns que fizeram parte da nossa história e evolução que quisemos incluir, onde apesar de ter havido todo um processo de aprimoramento dos mesmos, onde esses temas se deixaram absorver no todo que é o “Contempt Over The Stormfall” e em toda a temática que o envolve, nos representaram e apresentavam uma veia que ainda está presente na banda. Independentemente de ser mais que um pequeno registo no tempo, o álbum foi
Wrath Sins, banda nascida em Vila Nova de Gaia em 2011 e que tem como seu principal objectivo a “mistura de diferentes estilos desde o thrash ao progressivo, sem fronteiras e criar a sua própria identidade”. Esta é a definição que temos da banda e vemos que não foge nada à realidade! Para verificar esta informação temos o seu trabalho de estreia “Contempt Over the Stormfall” editado em Setembro. A banda é constituída por Miguel Silva (voz / guitarra), Rui Coutinho (guitarra), Ricardo Nora (baixo) e Diogo Marlón (bateria). Foi com o Miguel Silva, música fundador, que estivemos à conversa e que nos mostra por palavras a razão de Wrath Sins ser uma banda para estarmos muito atrentos. Viva Miguel! Desde já o muito obrigado por teres aceite este convite e vamos iniciar esta entrevista com as origens dos Wrath Sins. Corria o ano de 2011 quando concebes o conceito da banda, ao qual entram na formação o Rui Coutinho e o Ricardo Nora. Como surgiu esse contacto entre vocês? Já se conheciam de longa data? O Diogo Marlón entra para a banda posteriormente para o lugar de bateria. Houve dificuldade em arranjar alguém para este lugar? Boas Marco, obrigado nós pelo convite. Wrath Sins surgiu através de muita vontade em tentar fazer algo diferente. Houve um processo longo até conseguirmos uma formação sólida e só no final desse mesmo ano, atingimos tal solidez, que felizmente se mantêm até hoje, sendo exactamente isso que nos permitiu a criação do nosso debut. Tanto o Rui como o Nora, eram meus amigos de há uns anos e o convite surgiu por aí, querer formar algo a partir do zero, com zero experiência ou quase, em termos de background, 4 caras novas, com uma identidade própria. Muitos ensaios, muita composição, muita procura
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arquitectado ao pormenor na primeira metade de 2014, de forma a que a ligação entre as novas e as não tão novas músicas se interligassem e formassem o conceito do álbum, que tem um cariz conceptual, retratando um acto de libertação constante a que a sociedade nos sujeita, onde tentamos manter a nossa identidade e fugir dos dogmas que nos prendem e se deparam sobre a vida, tudo no contexto metafórico, onde a linha entre o real e o “menos real” é tenue. Onde os medos são apresentados em formas menos convencionais. O “desdenho pela tempestade” representa em ligação com o nome da banda, um acto de fúria para com tais controlos/pecados, onde para lá do que é falado, musicalmente representa-‐ nos em singular como um acto diferente sem ceder a pressões daquilo que nos rodeia ou é melhor aceite pelas massas, onde mesmo o artwork foi pensado ao detalhe para acompanhar metafóricamente toda essa envolvência. O Augusto Peixoto (Irondoom Design) fez em parceria convosco todo o artwork deste álbum. Como foi o processo de criação deste conceito “Wrath Sins”? O conceito foi criado na sua totalidade por mim, como disse anteriormente arquitectado de forma a que a sua ligação à temática do album fosse única. Eu próprio desenhei os rascunhos e toda a linhagem do mesmo, tendo a escolha recaído sobre o Augusto, por conselho do nosso produtor André Matos, que ja havia trabalhado com ele em projectos anteriores, para aprimorar e dar o seu toque mais artistico, emprestando um pouco da sua visão.
etc, é um produtor/manager fantástico, com uma visão muito acima da média, auspicioso e muito profissional. Tendo dito isto, a ligação com a mesma, deve-‐se a esses mesmos pontos, já que nos revemos neles. Nós somos uma banda com objectivos, queremos ir mais além e apresentando algo diferente, o André viu em nós isso mesmo. Partilhamos a mesma visão, “fazemos acontecer”, não somos de estar à espera que as coisas nos caiam do céu, e acreditamos que as coisas só surgem com muito trabalho e trabalhando juntos, ambos vimos esta parceria desenrolar ao longo do tempo em completo crescendo, que culminou na nossa inclusão do roster da Raising Legends. E este foi o ponto chave, que originou todo o nosso “agora”. O ambiente, a amizade o bem estar, fez com que tudo fosse melhor e sentimos que foi reflectido no álbum. Sentindo-‐nos bem, as coisas fluem melhor. Quanto as participações, optamos por estes nomes para la da amizade, pelo contributo que iriam dar, através da simples composição, os nomes vieram-‐nos a cabeça, como que os vissemos/ouvissemos antecipadamente. Todos aceitaram de sorriso estampado convite e a contribuição esta a vista/escuta. Agora temos a parte intensiva dos concertos que estão a surgir. Eu sou da opinião que são os concertos a parte final de todos os esforços feitos pelas pessoas, desde bandas a promotores, distribuidores e que conjuntamente com o público provocam um sentido de dever cumprido e de alegria. Qual a tua opinião acerca destes concertos e como os vês de cima do palco? Estás sempre atento às outras bandas e ao ambiente? Sou da mesma opinião, é a transiçao do “lugar de conforto” ou que se tornou, para o que era e deixou de ser por momentos. É a prova dos 9, onde realmente apesar de tudo consegues melhor mostrar o teu trabalho. As pessoas hoje em dia tem um poder de escolha tão grande e variado, tudo de mão “beijada” através da internet, com tanta proposta, que ha muita coisa que fica esquecida ou despercebida. E tocando ao vivo, ainda acredito que seja a melhor forma de chegar ao mais próximo. O “passa a palavra”. É um esforço final, é um esforço essencial e que pessoalmente se trata da melhor sensação como músico, estando em cima de um palco e ver a frente pessoas a desfrutar do teu trabalho. E em termos gerais sei que grande parte sofre deste “mal”. Atento é a palavra certo, sou um consumidor de música, de concertos, e estando no seio underground tenho o dever/obrigação/prazer de atentar as restantes bandas e dar o meu “contributo” as mesmas seja como ouvinte, apoiante, ou dar oportunidade a algumas através de Wrath Sins ou da Bulldozer On Stage.
Este álbum também teve as participações do Miguel Inglês (Equaleft), Fernando Martins (WEB), Tó Pica e o Ricardo Monteiro, onde as gravações estiveram a cargo do André Matos. Mesmo existindo uma grande amizade com todos eles, foram momentos bem passados em estúdio. É importante este ambiente alegre para libertar um pouco a tensão das gravações? É isto que facilita o trabalho desenvolvido? Já são amizades de há longos anos? Mais que importante,acho mesmo essencial. No que toca ao André de ha uns tempos para cá, tornou-‐se um nome a ter em conta no panorama nacional, por tudo o que tem feito, seja em trabalho de estúdio, eventos, promoção,
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Também fazes parte da promotora “Bulldozer On Stage”. Como surgiu esta tua ligação e como funciona o vosso trabalho? Qual a tua opinião acerca do meio underground nacional? Já estão criadas mais condições para promotoras, bandas, público, mas achas que ainda falta mais alguma coisa? A Bulldozer On Stage surgiu em 2012, por iniciativa do também membro de Wrath Sins, Ricardo Nora, começou por ser algo diferente do que é actualmente, tendo agora adornado contornos completamente organizacionais de eventos. O nosso trabalho ao longo destes 3 anos tem sido em constante subida, começamos com pequenos eventos, que foram crescendo culminando na organização do extra sucesso que foi a ediçao de 2015 do Canecas Fest. Pegamos e damos oportunidades a bandas, pequenas, menos pequenas, e tentamos criar contextos em que estas se insiram e comecem a desbravar caminho. Criamos algo que gostavamos de ter tido no inicio. Há falta de organizações de eventos, há falta de oportunidades a bandas mais pequenas, vivemos num pais de circuito fechado ou semi fechado, onde ha os X’s e os Y’s, em que para se chegar ao X, é muito difícil. O meu achar sobre o meio, passa por alguma saturação e repetição de nomes e falta de oportunidades a outros. Faltam casas que dêem condições e abram as portas sem restrições, falta mais entre-‐ajuda, falta mais o dar a mão ao próximo. Às vezes parece que neste meio tudo não passa de um “round” a ver quem sobe mais. As mentalidades sao difíceis de mudar, mas acredito que estejamos a caminhar na direcção certa. E que mais e novas condições surjam para essa mudança, mas acredito que para haver mudança, cada um tem de fazer por isso mesmo. Esta tua paixão pelo metal começou há muitos anos atrás. Quais foram as bandas/álbuns que te cativaram? Não ouves apenas thrash metal / progressivo, mas deves ter muitos mais interesses. És bastante mente aberta nas audições e sentes curiosidade em procurar novas bandas? Como surge o teu interesse por aprenderes guitarra? O metal entrou na minha vida com cerca de 12, 13 anos. Já posso dizer que está presente em pelo menos metade dela. Havendo muita dificuldade na altura de acesso e expansão de horizontes, começou pela rádio (Hypertensão) e canais de música como (MTV, Sol Música) a chegar a mim essa sonoridade. Metallica, Megadeth, Limp Bizkit, Spliknot e entre outros, tornaram-‐se numa constante, bandas com maior nome actual na altura, no meio comercial, chegavam e alertavam-‐me para saber mais. Seguiram-‐se revistas, programas mais nocturnos com outro tipo de sonoridades, e tudo foi evoluindo. Eu sou fã de musica não de uma vertente, não sou um “metaleiro”, oiço de tudo desde o mais clássico ate passagens ao extremo. Acho que cada coisa tem o seu lugar e algo a dizer. Se for bom, eu irei ouvir. E isso fez
com que conhecesse números incalculáveis de bandas, de todos os estilos, e ainda continuo a procurar novos nomes e sonoridades. Sem duvida que o metal é o nº1, mas até as minhas preferências sao distintas, como Dream Theater, Sylosis, Trivium, Foo Fighters, Metallica, Pink Floyd, cada uma igual a si mesma, e cada uma com tanto para dizer. E todas elas contribuiram para que o desejo pela música crescesse e a vontade de criar algo seguiu-‐se. Criar é uma palavra que sempre me atraiu e haver algo “único “ nosso é um sentimento que musica transmite. A guitarra foi a extensão que encontrei para tal, e desde os 18 anos, embora com algumas paragens infelizmente pelo meio, tem sido uma amiga indispensável no dia a dia, e algo que não me vejo sem. E assim terminamos esta entrevista. Muito obrigado por tudo e estas últimas linhas são tuas para libertares o que te vai na alma! Muito obrigado mais uma vez pelo convite e tempo de “antena”, são oportunidades e iniciativas destas que continuam a aparecer que ajudam e incentivam os músicos nacionais a acreditar no que fazem. Para todos os seguidores da Ode Lusitana, o meu, nosso (Wrath Sins / Bulldozer On Stage) muito obrigado, e continuem a apoiar o que se faz por cá, não deixem as coisas acabar, para depois notarem que sentiram falta. Obrigado e até já! www.facebook.com/Wrathsins Breves / Notícias (cont.)
-‐ Disaffected, vão re-‐editar o seu primeiro longa-‐duração, datado de 1995 “Vast”, originalmente lançado pela Skyfall Records. O lançamento estará a cargo da Chaosphere Recordings e será lançado no dia 20 de novembro no RCA Club, onte partilham o palco com Extreme Unction e Speedemon. O álbum foi remisturado pelo Fernando Matias no The Pentagon Audio Manufacturers Studios. Neste lançamento além do álbum “Vast”, inclui o tema “Seasons In the Abyss” dos Slayer (lançado na compilação tributo de 1996 “Slatanic Slayer II”, assim como os temas da demo “Halloween Rehearsal” de 1994.
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membros que gravaram o “In limine Mortis” e todos aceitamos gravar o que seria ou será o último disco da banda 20 anos depois do primeiro e único hahahaha. O Bruno esta em NYC ele disse que gravava as baterias lá e enviava, mas isso demorou muito tempo e ao fim de uns meses ja tinhamos o disco composto e gravado e nada de respostas, decidimos falar com o P.Tosher para gravar as baterias, ele ouviu as músicas parece que curtiu e aceitou o disco ficou como queriamos, um som fodido, muito rock. O objectivo é manter a sonoridade anterior de Extreme Unction ou irem por caminhos diferentes? A gravação foi muito expontânea, inventava riffs, curtíamos, gravávamos, o Sérgio inventava a guitarra dele por cima do meu riff ate gostarmos todos e gravávamos... saiu o que saiu. Eu só componho para Extreme Unction, em todas as outras bandas nunca compus, fiz umas letras mas musicalmente nunca fiz nada, a não ser inventar os solos que por acaso são todos improvisados hahaha. Por isso os Extreme Unction têm muito do passado. Em termos de composição nóss sabemos o que falta e o que não falta numa musica de Extreme Unction, mas como todos fomos ouvindo outras músicas ao longo de 20 anos isso aparece no disco... Eu puxei pelos Thin Lizzy e Rainbow, o Sérgio pelos noruegueses o Koja pelos putrefactos que por ai andam... tem doom, heavy, death... Todos vocês são já conhecidos de há longa data, mas como foi estarem todos na mesma sala a ensaiarem? Para mim que não estou habituado a ensaiar foi fixe estar ali com o pessoal a curtir a tentar tocar as músicas todos juntos porque foi a primeira vez que tocamos todos juntos, nao suou bem mas foi um momento muito bom pegar nas guitarras e abanar as gadelhas Com vários anos de experiência e em várias bandas o que pretendem transmitir com este regresso e o que esperam quando voltarem aos palcos sob o nome de Extreme Unction? Não queremos transmitir nada de transcendental, apeteceu-‐nos fazer musica nova e ja que faziam 20 anos da edição do “In Limine Mortis” era giro conseguir editar músicas novas, falamos com algumas editoras e o Luis Lamelas da Chaosphere decidiu apostar no novo disco, em relação aos palcos, se quiserem ver Extreme Unction mandem mail para extremeunctionpt@gmail.com eu vou lá para abanar a gadelha e siga, eu curto de certeza hahaha. Como surgiu a oportunidade de ingressares na banda em 1994? Epá a ver se me lembro, eles só tinham um guitarrista o Mantus de Moonspell e andavam a procura de outro guitarrista mais melódico...acho, aprendi as músicas em casa do Koja e lá demos um concerto que correu bem.
O nome Extreme Unction está ligado à nossa história da música mais pesada, sendo uma das bandas que marcou o movimento underground no início da década de 90 do século passado. A banda é formada em 1987 com o nome Guilhotina, sendo Koja o único membro que se mantêm desta fase. Em 1990 a banda muda o nome para Extreme Unction, em que conta com Pedrada nas vozes e que ainda se mantêm na formação. Em 1992 lançam a demo com o tema “Insane Procreation” e depois de vários lançamentos editam em 1995 o álbum “In Limine Mortis” através da Monasterium. Em 2008 lançam a sua última gravação, com um tema de nome “Cold Breeze of Winter”. Passados estes anos voltam a mostrar a sua sonoridade death / doom metal através do álbum “The Last Sacrament”. Actualmente a banda é constituída por Pedro Gonçalves “Pedrada” (voz), Koja Mutilator (baixo), Marco Marouco (guitarra), Sérgio Marcelino (guitarra) e Pedro Almeida “Tosher” (bateria). Estivemos à conversa com o Marco Marouco que nos levo ao universo dos Extreme Unction, mas também que nos apresentou um pouco dele e que é um grande apaixonado pelas sonoridades mais extremas.
Viva Marco! Primeiro do que tudo queria agradecer-‐te pela tua disponibilidade para responder a estas perguntas, especialmente quando estás no meio da preparação do álbum “The Last Sacrament”, que marca o regresso dos Extreme Unction. Como surgiu a ideia de se voltarem a reunir e preparar este álbum? Boas Marco!!! Hahahaha. A ideia do “The Last Sacrament” surgiu quando estávamos a gravar Festering em minha casa, tenho aqui um estúdio montado, então foi fácil, eu tinha uns riffs o Koja também, decidimos falar com os
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Já conhecias alguns elementos da banda? Com o Mantus estudei um ano no liceu e outro no conservatório de musica, o Koja e o Pedrada conhecia-‐os da escola de trocar discos, coisas que se faziam antes.. Antes da tua entrada ocorre a situação do Koja deixar o baixo para ser guitarra ritmo , devido à necessidade da banda, passando Pedrada para o baixo e voz, mas como não consegue fazer tudo ao mesmo tempo decidem convidar a Cláudia para a voz! Era sempre comum estas alterações ao longo dos anos? Sim, isso era muito comum. O pessoal que tocava era pouco, éramos chavalos e não tínhamos muita experiência, então nem sempre os músicos se aguentavam muito tempo. Havia quem não tivesse grande talento para a música, outros sem disponibilidade e grande vontade para continuar. No início é muito fixe tocar numa banda, depois começas a ensaiar e a seres obrigado a dedicar algum tempo a isto, e aí é que as cenas começam a complicar. Até achares um line-‐up estável era lixado. Depois uns curtiam tocar umas cenas, outros preferiam outras e nem sempre se conseguia conciliar os gostos musicais de cada um. Pelos Extreme Unction, passou muito pessoal que foram para outras bandas: Moonspell, Ravensire, Sacred Sin, Gritos Oleosos, Desire… olha o meu caso, que toquei e toco em várias bandas e projetos. Só aí dá para se ter uma ideia do que já se passou durante estes anos. Como consideras esses primeiros anos dos Extreme Unction, que tem o ponto alto o lançamento do único longa duração “In Limine Mortis” de 1995? Foram anos de muitas mexidas, entradas e saídas. Devido a isso as cenas da banda terem demorado a sair e tão espaçadas umas das outras. Se os Extreme Unction tivessem mantido uma formação mais ou menos estável, de certeza que a coisa podia ter dado mais frutos e não tivesse ficado só por estes lançamentos. Mas a banda mesmo sem músicos fixos, ia tocando ao vivo, com músicos emprestados, ex-‐membros que faziam uma perninha… ou seja, a banda mantinha-‐se viva e activa, mas precisava de mais estabilidade para mandar cá para fora mais material, fazer mais lançamentos. No início deste século, decides rumar aos Sabatan, banda madrilena de heavy metal, da qual participas inicialmente como baixista, gravando o álbum “Fire Angel” em 2006 e também fazes parte da icônica banda
de thrash metal madrilena Omission aqui sim, como guitarrista e do qual participas entre outros lançamentos, no “Thrash Metal is Violence” de 2009 e “Merciless Jaws from Hell” de 2011. Como surgiu esta oportunidade por terras espanholas? Fui para Madrid por motivos profissionais. Fui saindo na noite madrilena e conhecendo o pessoal, ao princípio era complicado falar com eles mas com o passar dos tempos já me fazia entender hahaha. Como foi o teu contacto inicial com Sabatan e mais tarde com Omission? Foi muito fixe, os Sabatan conheci-‐os pelos bares em que tocavam, ia ver ensaios e no fim dos ensaios tocava guitarra. Com o baterista gravámos uma demo, um EP e um disco nos quais participei com algumas letras. Os Omission ensaiavam ao lado e precisavam de um guitarrista, como ja lá andava o baterista de Sabatan a fazer uma perninha ele convidou-‐me para ir tocar guitarra, e lá fui eu. Que achas da cena underground espanhola e quais os seus pontos fortes? A cena underground espanhola está muito bem de saúde apesar das queixas, há bandas aos pontapés e muito boas, desde o hardrock dos Tequilla Sunrise ao heavy dos Ciclón, Leo, Frenzy, Wild ao thrash Omission, Hellraisers, Agresiva, Angelus Apatrida, death metal e grind aos pontapés com Haemorrage, Gloom, Embloodyment, black metal tambem há... têm sitios onde ensaiar, apesar de caros eles existem, muitas salas para concertos e uma associação que junta isso tudo, a Pounding Metal Union de Madrid depois cada cidade tem uma coisa do género, Metalcova em Barcelona, em Múrcia também há algo do género, Pais Basco, Badajoz... e ainda têm os festivais grandes para levar algumas bandas novas, o ponto forte sao as associações de Metal que existem em cada província...e os bares!!!!! De regresso a Portugal e em parceria com o Rick e o Paulão, preparam um dos melhores álbuns de thrash metal nacional de 2014, o grande “Thermonuclear Epiphany” de Perpetratör. Houve uma necessidade tua
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de procurar uma banda em que pudesses transmitir a tua energia, ou o contacto foi feito por eles? O Rick já me andava a chatear há uns anos para gravar essa porra mas faltavam as músicas, quando o Paulão nos apresentou as músicas ficamos um bocado baralhados com tanta qualidade, só com bateria e guitarras o que nos deu muita pica para continuar o caminho, os solos para variar foram inventados na hora, gravei uns 8 solos por música e o Paulão depois escolhia, depois o Rick gravou o baixo e a voz e a coisa funcionou, ficámos muito contentes com o resultado final.
Sim mas não é a principal, eu sou mais do Heavy, aprendi muito com os guitarristas de thrash mas gosto mais dos do Heavy, Dave Murray, John Sykes e o grande Van Halen. Agora sim, terminamos a entrevista e ficamos a aguardar “The Last Sacrament”, um dos retornos mais esperados dos últimos tempos. Muito obrigado por tudo Marco e as últimas palavras são tuas. Obrigado pela entrevista e pela oportunidade de dar a conhecer os Extreme Unction comprem o disco na Chaosphere Recordings / Glam-‐o-‐rama e mandem mails a convidar o pessoal para tocar. DOOMED WE LIVE...IN DEATH WE TRUST www.facebook.com/ExtremeUnctionPt
-‐ Com organização da Chaosphere Recordings e Notredame Productions decorre no próximo dia 20 de Novembro um concerto memorável no RCA Club em Lisboa. No palco teremos Extreme Unction (lançamento do novo álbum “The Last Sacrament”), Disaffected (reedição do álbum “Vast”) e como convidados especiais a actuação de Speedemon (speed / thrash metal – Vila Franca de Xira que editaram este ano o EP “First Blood”) -‐ Os thrashers portuenses WEB preparam já a sua segunda parte da Everything Ends Tour, com datas já confirmadas para o início do próximo ano. Formados em 1986 tem levado ao seu som por todo o pais, editando 3 álbuns, sendo o último de 2015 com o nome “Everything Ends”. Fernando Martins (voz / baixo), Victor Matos (guitarra), Filipe Ferreira (guitarras) e Pedro Soares (bateria) são os elementos da banda.
Um dos teus grandes prazeres é estares acima de um palco e desde o ano passado também participas ao vivo nos concertos de Filii Nigrantium Infernalium. Qual o conselho que darias aos músicos das novas bandas que ainda não tem muita rodagem em cima do palco? Não se metam nisto hahahahaha... se for para curtir, siga, é ir para o palco e principalmente curtir o momento, esse já fica para ti, mesmo que depois tentem não pagar o cachet hahaha. E não fiquem paradinhos a mostrar que sabem tocar, quem é que curte paradinho??? Se derem pregos, azar! Para a proxima sai melhor. Antes de acabarmos, como foi a tua iniciação na audição deste som eterno? O meu irmão passou-‐me uma tape com o “Piece of Mind” de um lado e o “The Number of the Beast” do outro... foi o verão todo a partir brita... depois vieram os Venom, Twisted Sister, Motörhead, Celtic Frost e a thrashalhada toda tanto alemã como Bay Area como brasileira. Ainda te lembras dos primeiros álbuns? Sim... o primerio disco que tive foi subtraido numas eleições para a associação de estudantes na escola... Foi o “Peace Sells”... depois comprei uma colectânea dos Motörhead em cd... A partir dai foi sempre a comprar vinil tudo o que era da Noise Records... tive que vender tudo para ir para Madrid hahahaha...pobres. O thrash metal tem uma grande influência na tua formação ao longo dos anos?
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também quem ache que as cartas são demasiado fininhas e que se devia ter impresso num cartão mais grosso e plastificado. Aqui a escolha foi consciente: privilegiámos o conteúdo e não podíamos, numa altura de lançamento do conceito, ter um preço demasiado alto. Por outras palavras, poderíamos ter o mesmo preço e apenas umas 150-‐170 cartas, mas optámos conscientemente por fazer uma coisa mais robusta em termos de conteúdo, que dê para jogar mais tempo sem se estarem a repetir questões demasiadas vezes. Também poderíamos ter impresso a 300 cartas em cartão de maior gramagem e plastificado, mas depois duvido que algumas pessoas dessem 25 ou 30 Metal Pursuit é o jogo que fazia falta para reunir as Euros por um jogo apenas das cartas, que ainda não hostes metaleiras e que testa os nossos conhecimentos conheciam. Foi uma solução de compromisso. Em termos da cultura musical deste som que tanto aprecíamos. de conteúdo, há quem não esteja tão à vontade com o Os temas são seis: metal português, bandas clássicas, hard rock – como tu – mas também quem veja o black metal em geral, thrash, hard rock e black metal metal escandinavo como um bicho de sete cabeças. São, escandinavo. “O jogo de cultura metaleira para reconheço, as duas categorias que podem dar mais “luta”, verdadeiros headbanhgers”. Ou seja, muitas horas de mas ambas têm algumas questões fechadas, de modo a diversão à vista! que, mesmo quem não perceba nada do género, tenha O mentor deste trabalho é o Fernando Reis, que nos hipótese de acertar uma de vez em quando :) conta todo o trabalho envolvido neste Metal Pursuit, assim como nos dá uma ideia dos projectos em que se Afirmas que o aparecimento do Metal Pursuit tinha 3 encontra envolvido. Fiquem também atentos à objectivos que eram divertir, criar curiosidade e newsletter “Discos do Dia”, com a informaçãoo do que perpetuar os vários factos e histórias que há no heavy se passa no mundo à volta do Metal. metal e derivados. Pelas respostas que tens tido consideras que os objectivos Viva Fernando! Muito bem-‐vindo foram alcançados? Comentas que à Ode Lusitana e obrigado por esta ideia te surgiu numa altura teres aceite este convite para bastante criativa para ti, mas responderes a algumas como foi o processo de passares perguntas. O Metal Pursuit já da ideia à prática? Existiram mais entrou na linguagem da pessoas envolvidas neste comunidade metaleira nacional e trabalho ou foste o idealizador e a provar isso temos tido a boa o mentor? aceitação por parte do público. Sim, pelas experiências que tenho Sem ser só as felicitações que tido e pelo feedback que tenho tens recebido por esta iniciativa recolhido os três objectivos estão qual é a opinião que tens tido das a ser plenamente cumpridos. Há pessoas? Falando por mim tenho sempre os clássicos “Não sabia” e algumas dificuldades no Hard “Ah sim?” durante os jogos e, Rock (e como é óbvio em outras como tu próprio disseste, a questões!), mas ao mesmo curiosidade leva posteriormente a tempo o jogo cria a curiosidade alguma pesquisa de mais para procurar mais informação informação, partilha de música e acerca do conteúdo da pergunta. As pessoas conseguiram conversa. A parte lúdica é sempre relativa mas, mesmo surpreender-‐te com estas reacções? tendo em conta que as pessoas que falam comigo possam Olá, Marco. Obrigado pelo apoio e interesse em sempre exagerar um pouco por estarem precisamente a divulgarem o Metal Pursuit. Parabéns por ajudares a falar com o autor da ideia, um dos objectivos primordiais – manter a cena viva através da Ode Lusitana, que é um projecto digno de louvor e que merece todo o suporte que que era divertir-‐me a mim próprio – já foi plenamente cumprido. Quanto ao processo executivo, deu mais lhe possa ser dado. Até agora as reacções têm sido trabalho do que a ideia inicial fazia prever, com todo o excelentes e não posso dizer que exista muita coisa que lado de monotonia e sistematização que isso implica. Mas me tenha surpreendido. Apesar da comunicação feita, foi, na sua maior parte, um processo leve e fácil de fazer, algumas pessoas, continuam a achar que o jogo inclui o no qual contei com a ajuda de duas pessoas tabuleiro e peças e dados e essas coisas todas, ficando depois surpreendidas quando vêm que se trata apenas de importantíssimas para que o resultado final fosse aquilo que é: o Pedro Daniel, da Phobos Anomally, que é o uma caixa com 300 cartas de questões e respostas. Existe
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responsável por toda a parte gráfica do jogo, e o Miguel Cipriano, que me ajudou nos textos de promoção e marketing, assim como nas regras e mecânica do jogo.
A recolha de informação foi um reviver de vários momentos ligados à música e essa transmissão de interesses aos jogadores. Mas a isso tudo tens a colaboração de vários músicos nacionais na personalização do jogo através de um certificado de autenticidade. Como decorreram os contactos e os momentos em que efetuaram as parcerias? Como consideras este interesse dos músicos e do público metaleiro em geral no interesse por esta história musical associada às perguntas? A ideia foi de última hora, até já depois de as cartas estarem na gráfica. Para além disso, foi em Agosto. Por isso, foi um misto de espontaneidade, maluquice, trabalho de última hora e fazer o que era possível. Houve alguns músicos convidados que acabaram por não assinar o certificado, alguns deles devido às férias. Os que assinaram, no entanto, foram todos escolhas conscientes e ponderadas e todos eles aceitaram participar com entusiasmo, motivação e interesse genuíno no projecto. Acho que o heavy metal é, enquanto estilo musical, um fenómeno sociológico interessante, porque congrega gente que partilha consideravelmente mais do que um mero gosto artístico. A prova está precisamente no facto de episódios icónicos se manterem “vivos”, contados de geração em geração, mesmo aqueles que não estão assim tão bem documentados. Basta, aliás, pensarmos no fundo de catálogo do género; é comum vermos um disco “clássico” de Slayer numa Fnac. Já não é assim tão comum vermos um disco “clássico” da Madonna, como o «Like A Virgin», ou do Michael Jackson, como o «Bad». O heavy metal conhece a sua história, respeita-‐a e perpetua-‐a. O Metal Pursuit é apenas mais um meio de fazê-‐lo. Ainda te lembras de como surgiu a tua paixão pelo metal e de como começas a ouvir? Quais os álbuns que ficaram para sempre como os teus favoritos? Pelo tipo de letra do logotipo do Metal Pursuit, tens alguma relação profunda com o som dos Iron Maiden? Comecei por ouvir, no início dos anos 90, bandas de hard rock que, na altura, tinham uma exposição maior: AC/DC,
Deep Purple, Whitesnake, etc. Daí para Dio, Motörhead e Judas Priest foi um pequeno salto e, com ajuda de programas de rádio como o Lança-‐Chamas e o Hipertensão, quando reparei estava a ouvir Iron Maiden, Kreator, Skyclad e Rage. Nunca mais parei. Os Iron Maiden foram uma banda que me marcou, sim, precisamente porque os descobri nesses anos “formativos” do meu gosto musical. Mas o logotipo do jogo foi mais uma escolha de lettering que identificasse imediatamente o produto perante o seu público-‐alvo do que propriamente um reflexo de gostos pessoais meus. Posto isso, obviamente que o «The Number Of The Beast» e o «Fear Of The Dark» me marcaram, assim como o «Reign In Blood» dos Slayer, o «Prince Of The Poverty Line» dos Skyclad, o «In The Nightside Eclipse» dos Emperor, o «The Crimson Idol» dos W.A.S.P., o «Storm Of The Light's Bane» dos Dissection, o «Black In Mind» dos Rage, o «Coma Of Souls» dos Kreator, o «Paranoid» e o «Dehumanizer» dos Black Sabbath, o «Wolfheart» dos Moonspell, o «Lock Up The Wolves» de Dio... A lista é infindável.
Muitas foram as participações nos certificados de autenticidade do Metal Pursuit. Neste caso com Victor Matos (WEB).
Como surge a tua paixão pela escrita ligada à música e quais os trabalhos em que já participaste? O interesse pela escrita ainda está dentro de ti e para o provar lanças no início de Novembro a newsletter oficial do Trivial Pursuit, com o nome “Discos do Dia”, que se dedica à divulgação do que se passa no metal mundial. É uma publicação excelente, bem escrita e que cumpre perfeitamente o objectivo. Como nasceu esta ideia e que ideias tens para este lançamento? Obrigado pelas palavras elogiosas. Na década de 90, à medida que aprofundava o meu gosto e conhecimentos dentro do metal, comecei a imergir-‐me cada vez mais no underground e a perceber que podia juntar duas das minhas grandes paixões: o heavy metal e a comunicação. Comecei então a editar fanzines, newsletter, suplementos de jornais e tudo aquilo que tivesse oportunidade para divulgar, escrever, manter-‐me em contacto com as bandas e com as editoras. Para além das publicações por mim editadas – Tenser, Odiosious Larvae, Metal Soup, Feedback – passei pela Riff e pela Loud! como redactor e, no último caso, como secretário de redacção também. Depois fundei a webzine Misantropia Extrema e, neste momento, sou colaborador da Ultraje Magazine. Em relação à newsletter
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“Discos do Dia”, é apenas um humilde contributo para a divulgação de notícias do meio e alguns projectos interessantes que podem passar ao lado das pessoas, numa altura em que os lançamentos são mais que muitos. É uma pequena publicação em PDF que se destina a ler em poucos minutos (enquanto se toma um café, por exemplo), em que uma pessoa se pode actualizar sobre o estado geral do metal, os novos lançamentos, os concertos que acontecem em Portugal e algumas novas propostas. Como conhecedor que és do que se passa dentro do panorama nacional e mundial, como explicas que em Portugal exista uma grande quantidade de bandas e pessoas ligadas ao meio, mas a parte escrita de divulgação esteja menos bem? Ao contrário dos outros países porque não temos um maior número de fanzines, newsletters ou até mesmo revistas? A cena nacional está viva e respira saúde, mas como podíamos melhorar ainda mais? É uma questão interessante, com uma resposta complexa. Em parte, explica-‐se porque o “mercado” do heavy metal em Portugal está algo desequilibrado. Não há massa crítica, em termos de consumidores, para a quantidade de bandas de qualidade que temos. O mesmo se passa no circuito de concertos e, inevitavelmente, nas vendas de revistas e visualizações de publicações online. Ou seja, andamos todos a tocar, a vender discos e a escrever para um público muito pequenino que, todo junto, não consome o suficiente para “sustentar” várias revistas impressas ou publicações online. E, quando não há sustentabilidade, dificilmente há longevidade e se podem atrair contribuições de qualidade e colaboradores que acrescentem uma verdadeira mais valia. Não é a nossa newsletter, que tem poucas dezenas de visualizações, que vai atrair alguém que procura uma plataforma de visibilidade para a sua escrita (já que não recebe qualquer remuneração financeira para fazê-‐lo). E, sem outros colaboradores, a newsletter fica “presa” à disponibilidade de um único editor, à sua escrita e à sua motivação singular. É uma pescadinha de rabo na boca, multiplicada por não sei quantos pequenos órgãos de comunicação social metaleiros portugueses e de que muito poucos tentam – e menos ainda conseguem – verdadeiramente sair. Honra a publicações que tentam e conseguem fazê-‐lo, como a Ultraje e a Loud!, mas também a quem assume a sua independência e estatuto underground, nunca desistindo, como são os casos da Ode Lusitana, Metal Horde, Sound Zone e outras mais. E assim terminamos esta entrevista. Queria agradecer-‐te pela tua disponibilidade. Da minha parte aconselho os leitores a adquirirem o Metal Pursuit e não deixem de visitar a newsletter “Discos do Dia” no blog do Metal Pursuit. Sendo assim, as últimas palavras desta entrevista são tuas para deixares umas palavras aos nossos leitores. Obrigado pela entrevista e oportunidade, Marco. Obrigado também a todos os que já experimentaram o Metal Pursuit
ou têm interesse em fazê-‐lo. O entusiasmo das pessoas tem sido contagiante e um combustível essencial para a motivação de continuar. Em breve haverá novidades sobre o jogo. www.facebook.com/metalpursuit metalpursuit.wordpress.com
Breves / Notícias (cont.)
-‐ É com enorme prazer que vos damos conta do lançamento do número 2 da fanzine Throne of Chaos. De realçar a passagem de mais de 20 anos (!!) após o lançamento do número anterior e de seguida o pormenos de ser uma fanzine impressa. São 48 páginas em formato A5, dedicada às bandas portuguesas de black metal, como Filii Nigrantium Infernalium, Decayed, Peste, Eadem, Humanart, Satanize, Vaee Solis, The Sorcerer, assim como uma entrevista com Dayal Patterson (com vários livros dedicados ao black metal mundial) e muito mais. A direcção deste trabalho é do Paulo Grave. O preço é de 3 € e podes encomendar pelo mail pgrave73@gmail.com. -‐ Evillution, banda de thrash / death metal de Felgueiras com o início em 2011 apresenta no próximo dia 19 de dezembro no Espaço A em Freamunde o seu EP de estreia “Attack to Kill”. -‐ Hang the Traitor, praticantes lisboetas de death / thrash metal disponibilizam no bandcamp o seu último trabalho, o EP “Ódio”, lançado no final de Outubro. -‐ Vomit of Torture, banda de brutal detah metal de Leiria formada em 2012 apresenta através da editora chilena Rotten Cemetery Records, o seu álbum de estreia “Hungry for Meat”. Uma banda a seguir atentamente!
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Agenda Novembro
20 –
Disaffected / Extreme Unction / Speedemon – RCA Club, Lisboa 20 – Lyfordeath / BaXtards (Esp) / Venial Sin – Chaves Underground 2015 – Centro Cultural de Chaves 20 – Wicked / Analepsy / Brutal Brain Damage – Chaves Underground 2015 – Centro Cultural de Chaves 21 – Hell Dogs / Waterland -‐ Metalpoint, Porto 21 – Trinta & Um / Mordaça – ASDREQ – Quintela de Orgens, Viseu 21 – 11th Dimension / Legacy of Cynthia / Monolith Moon – Casa da Árvore – Salamandra Dourada, Azinhaga da Cidade, Ameixoeira, Lisboa 25 – Tremonti (EUA) / The Raven Age (EUA) / The Temple – Coliseu de Lisboa 27 – Carcass (Ing) / Obituary (EUA) / Napalm Death (Ing) / Voivod (Can) – Deathcrusher Tour 2015 – Cine Teatro Corroios GCC, Corroios 27 – Ghost (Sué) / Dead Soul (Sué) – Hard Club, Porto 28 – Ghost (Sué) / Dead Soul (Sué) – Paradise Garage, Lisboa 28 – Bosque / Névoa / Agonia / Carma – Labyrinth Doom Fest II – Metalpoint, Porto 28 – WEB / Head:Stoned / Stucker – Cave 45, Porto
Dezembro
4 / 5 – Quinteto Explosivo / Tó Pica / Midnight Priest / Low Torque / Borderlands / Terror Empire / The Medusa Smile / Forgotten Suns / Burned Blood /
Blame Zeus / Wrath Sins / Venial Sin / Hate in Flesh / Mass Disorder / Karuniiru / New Mecanica / Old Fucking God / Earthquake55 / Life or Decay – Hell in Sintra Winter Fest – Rockline Tribe Edition ‘15 – Bar Oktanas, Cacém 4 – Konad / Speedemon / Taberna / Baktheria – ADL Massacre Fest – São João dos Montes, Lisboa 4 – Wall of Death / Neoplasmah / Diabolical Mental State /Verme – X-‐ Mas Beast Fest 2015 – Almada Bikers Club House, Cova da Piedade, Setúbal 5 – Bleeding Display / Disaffected / Shadowsphere / BurnDamage – X-‐Mas Beast Fest 2015 – Almada Bikers Club House, Cova da Piedade, Setúbal 11 – Vizir / Baktheria / Siege – XVI Butchery At Christmas Time – Centro Cívico de Vila do Carvalho, Covilhã 12 – Squash Bowels (Pol/Bél) / Cerebral Effusion (Esp) / Kaasschaaf (Hol) / Dead Meat / Bokluk (Esp) / Lapidated (Esp) / Atentado – XVI Butchery At Christmas Time – Centro Cívico de Vila do Carvalho, Covilhã 18 – Switchtense / For the Glory / Terror Empire / Sarna – RCA Club, Lisboa 18 – Blame Zeus / The Fines / Sacapelástica / Projecto Sem Nome – Raising Legends XMAS Special – Hard Club, Porto 18 – Equaleft / Gates of Hell / Tales for the Unspoken / Wrath Sins – Raising Legends XMAS Special – Hard Club, Porto 19 – Evillution – Espaço A, Freamunde 19 – Corpus Christii / Decayed / Morte Incandescente / Irae – Cerco da Noite I – Le Baron Rouge – Rock Hangar, Barcarena, Oeiras 26 – Nethergod / Waterland / Rotten Rights / Machine Gun Joe / Godark – Milagre Metaleiro – Pindelo dos Milagres, São Pedro do Sul, Viseu
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