Ode Lusitana # 12 - fevereiro 2016

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Número 12 – Fevereiro 2016

Buried Alive

Buried Alive

Cruz de Ferro Breve História do Metal Português - Elision of Animus - Enblood Destroyers of All - Grimlet - Toxikull - Pandora - Pedra de Metal


Editorial

Breves / Notícias

A Ode Lusitana

está de volta depois de uma pequena paragem para acertar agulhas e fazer uma revisão a este primeiro ano de edições que marcaram o panorama nacional, sendo leitura de referência a todos os que se interessam pelo Metal no nosso país. Para começar nada mais do que a alteração do logótipo, em que quero agradecer ao Bruno Rodrigues, pelo excelente trabalho apresentado e que passa a ser o cartão de visita desta publicação. Além desta parte criativa o Bruno tem como principal projecto a sua banda Rotem (death metal / progressive black -­‐ Loures), que editou o ano passado o EP “Nightmare Forever”, sendo entrevistado nesta Ode Lusitana e que este ano apresenta o seu novo projecto Savager (heavy metal / hard rock). O principal objectivo desta publicação continua a ser a divulgação do que se passa no panorama metálico de Portugal, dando atenção às entrevistas efectuadas a todos os que ajudam a espalhar a palavra do Metal por este nosso país. De resto, este trabalho demonstra que a nossa cena nacional está bem viva e começamos a ver finalmente um movimento que tenta levar a palavra o mais longe possível. Neste número temos entrevistas a Jorge Cardoso e que explica a razão dos 25 anos de carreira dos Buried Alive e que apresentaram recentemente o seu terceiro longa-­‐duração “Exploding Ashes”, e a Ricardo Pombo com os seus Cruz de Ferro, que mostram o seu primeiro longa-­‐duração “Morreremos de Pé”. Desfruta deste número e até ao próximo mês! Apoia o metal português! Marco Santos

Para qualquer informação contactem-­‐nos através da nossa página www.facebook.com/Ode-­‐Lusitana no facebook ou através de odelusitana@hotmail.com. Visitem o nosso site em https://odelusitana.com. 2

-­‐ A nova edição

revista e aumentada do livro “Breve História do Metal Português” da auditoria do Dico (Eduardo José Almeida), já se encontra disponível para pré-­‐encomenda. Relembro que o volume incial foi lançado em Fevereiro de 2013 e dava especial importância ao início do heavy metal em Portugal, com predominância para o início da prática de som mais pesado, com especial incidência na década de 80. Esta nova edição terá 320 páginas, contando com uma nova reformulação do livro, desde a capa até à paginação, logótipo, acréscimo de novos textos, discurso de pessoas do underground nacional, ou um guia de resgistos essenciais do Metal nacional. São tudo bons motivos para reservares já o teu através do mail livrobhmp@yahoo.com. Dico é um dos grandes divulgadores do metal português através da escrita. Colaborou nas revistas Riff, Blast! e Versus Magazine, fundou blogues importantes do nosso movimento como o Metal Incandescente e A a Z do Metal Português, tendo sido bateriasta de bandas como Sacred Sin e Dinosaur. -­‐ Mais uma edição da Firecum Records, que participam no relançamento do segundo EP dos Elision Of Animus. Banda de Ílhavo, praticante de death metal progressivo foi fundada inicialmente em Julho de 2011 com o nome Animus, mudando para o actual nome em 2012. Constituída pelo Daniel Pio e Rafael Moreira editaram em 2013 o seu EP "Dementia", sendo este "Contrition" lançado inicialmente em 2015. Edição limitada a 100 cópias!


Breves / Notícias (cont.)

Strikes Black” o seu primeiro-­‐longa duração, lançado em 2015). -­‐ Grimlet, banda da Figueira da Foz, formada em 1999 e praticante de progressive death metal está de volta após um interregno de 6 anos, após o lançamento do seu segundo álbum “Grim Perceptions” de 2010. Durante este mês de Fevereiro

-­‐ Enblood, é uma banda de death metal proveniente de Almada, fundada em 2015 e que lançou em Janeiro de 2016 o seu primeiro single "Oblivious Hate". César Moreira (voz / guitarra), João Miguel (guitarra), Nuno Cruz (baixo) e Daniel Torgal (bateria) são os elementos desta jovem banda a seguir atentamente.

estão a ultimar os preparativos do lançamento do terceiro álbum e que terá o nome de “Theia: Aesthetics of a Life”. Mais notícias em breve.

-­‐ Toxikull, banda de heavy metal de Cascais teve o seu início no ano de 2011 ainda sob o nome Toxic Room. Neste mês de Fevereiro de 2016 lançam o seu álbum “Black Sheep” através da Non Nobis Production, com 9 temas de “velocidade, força, revolta, insanidade...”. A banda é composta por Lex Costa (voz / guitarra), Sandmaster (guitarra), Antim “The Viking” Batchev (voz / baixo), e The Lorke (bateria). A apresentação do álbum decorrerá no dia 19 de Fevereiro no Oktanas, Agualva, Lisboa, em que participam também os Booze Abuser (alcoholic thrash / punk -­‐ Cascais, fundados em 2012) e Scum Liquor (sewer rock n’ roll – Brandoa, Lisboa que editou em 2014 o seu EP “Vicious Street Scum” e o ano passado a demo “The First Live Vomit!”).

-­‐ Destroyers of All, banda de prog / death metal de Coimbra, fundada em 2011, irá lançar no dia 18 de Março através da Mosher Records, o seu álbum de estreia “Bleak Fragments”. A banda já tinha lançado em 2011 o seu EP de estreia “Into The Fire”, onde sobresaia o tema “Astral Projection”. A festa de lançamento deste CD decorrerá no States Club em Coimbra, contando com a participação de Tales for the Unspoken (groove metal – Coimbra, fundados em 2008, lançaram o ano passado o seu segundo longa duração “CO2”) e Terror Empire (thrash metal – Coimbra, com o início de actividade em 2009, sendo o álbum “The Empire

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Buried Alive é uma banda nascida já nos idos anos de 1991 em Vila Nova de Gaia, ou seja que passados 25 anos ainda mostram a sua perseverança de querer mostrar o seu trabalho e provar que ainda estão activos para mostrar o seu thrash metal.

álbum “Exploding Ashes” no Metalpoint, assim como o concerto já este ano de 2016 no Hard Bar em Bustos. Antes de avançarmos com a entrevista, queria saber o que é que te faz ainda subir a um palco para tocar, quando à semelhança de muita gente podias estar em casa no sofá ou numa esplanada algures por aí? O que te faz mexer e continuar a tocar este estilo de música? Boas, Ode Lusitana! Ainda bem que gostaste, o que me faz subir a um palco para tocar, ao fim de tantos anos, é uma paixão enorme que tenho pela música, comecei a aprender música cedo, com 7 anos e a ouvir Heavy Metal e não só, para aí com 8 ou 9, portanto, imagina, mas não é só tocar é também ir ver concertos de outras bandas. O objectivo inicial da formação da banda em 1991 junto com o José Pereira foi de tocarem a música que gostavam. Como foi que se dá o início de começares a ouvir metal? Juntavam-­‐se em casa de alguém para verem as novidades ou já andavam pelas lojas? Como conheces o José Pereira e dão início aos Buried Alive? A ideia inicial de formar uma banda surgiu ainda antes de 1991, o Pereira era meu vizinho e da mesma idade do meu irmão, que desde muito cedo me iniciou no mundo do Heavy Metal, juntávamo-­‐nos em casa dos meus pais e em casa dos pais do Pereira a ouvir grandes bandas, Iron Maiden, Judas Priest, Van Halen, etc. e a ver vídeos sacados do Headbangers Ball e outros como VH1. Depois como eu andava a aprender música foi só convencer-­‐mos os nossos pais a comprar as guitarras e foi assim que começou.

A sua demo de estreia surge em 1996 com o nome “The Fisrst Burial” a que se segue a promo-­‐tape de 1998 “El Niño”. Após a participação em algumas compilações surge o primeiro longa duração “Spoils of War” em 1999, seguido por “Welcome to Reality” de 2001. Após uma grande paragem surgem em 2015 com o terceiro longa-­‐duração “Exploding Ashes”. E que grande trabalho de regresso tiveram! A banda actualmente é constituía por Jorge Fernando (voz / guitarra), Ricardo Sousa (guitarra), Ricardo Vieira Depois de lançamentos de alguns trabalhos e de (baixo) e Hugo Almeida (bateria). Foi com o Jorge Fernando que ficamos a conhecer uma paragem de 6 anos, regressam em 2009 e até previram o lançamento de um EP. No entanto mais um pouco mais dos Buried Alive. mudanças na banda e para este álbum temos o Viva Jorge! É um prazer ter-­‐te neste número da Ode Ricardo Vieira, o Ricardo Sousa e o Hugo Almeida. São amizades que já vem de longe? Existe muita Lusitana, especialmente porque se trata do diversão e loucura em cima do palco, mas nota-­‐se ressurgimento destas edições, após uma pequena que funcionam perfeitamente a nível musical. O pausa e nada melhor do que iniciar com uma objectivo será sempre o prazer de tocar para as entrevista a Buried Alive. Foi com bastante pessoas? satisfação que assisti ao lançamento do vosso 4


fantásticos porque houve uma cumplicidade muito grande entre as duas bandas, talvez pelo amor que todos temos pela música, por andarmos cá à tantos anos, não sei, o que me interessa é o bom ambiente que tivemos nesses concertos…venham mais. Buried Alive fez este ano 25 anos de carreira. Imagino que não estarias à espera desta longevidade? Como olhas para a passagem destes anos todos? Que achas do grande número de bandas que a cena nacional actualmente possui? Sinceramente, não mas, olhando para trás no tempo, a paixão pela música, enquanto durar e como já disse, o corpo deixar eu vou cá andar, seja com esta ou outra banda, com este pessoal ou outro, o que interessa é a diversão, nossa e do público que vai aos nossos concertos. Acho que por um lado é bom termos tantas bandas no activo, algumas novas, alguns regressos, mas como em tudo, isso gera também muita competitividade entre as bandas, mas desde que seja saudável, é na boa. Estamos cá é para tocar e como eu costumo dizer, eu só estou bem é em cima do palco.

As paragens que temos tido até hoje têm sido sempre por motivos profissionais, e como nenhum de nós vive da música, à excepção do Hugo, que é dono do Metalpoint, quando o trabalho interfere com a banda, infelizmente é necessário tomar decisões. O Pereira, juntamente comigo era elemento fundador, mas por questões de trabalho teve de abandonar e com ele o nosso baixista da altura, o Filipe Raimundo. O Ricardo Vieira já tinha gravado a nossa 2ª maquete “El Niño” e gravou o nosso 1º álbum, “Spoils of War”, por isso já era conhecido, o Ricardo Sousa, apesar de nunca ter tocado connosco já era conhecido da banda e a química entre todos resultou muito bem, e não é só a nível musical mas também a nível pessoal, que para mim é muito importante, ale de quatro membros de buried alive somos também quatro amigos e enquanto continuar assim iremos tocar até não dar mais, até o corpo não deixar. Ao fim de 14 anos sem edições apresentam este novo álbum. Como surgiu a hipótese da edição ser feita pela Firecum Records? O Pedro Junqueiro além de pertencer à esta editora também é vocalista nos Booby Trap, tendo actuado com vocês. Qual a sensação de teres passado em palcos em que te reencontras com este pessoal que também anda a longos anos pela estrada e que continua a tocar por gosto? Muita troca de histórias entre vocês? A ideia era gravarmos um EP, mas o incêndio no estúdio do Bruno Silva, fez-­‐nos perder as gravações, por isso continuamos a compor e fizemos músicas para um álbum. Entretanto o Pereira e o Filipe saíram e tive que ensinar as músicas todas aos Ricardos e voltar a treinar a minha voz. A edição ia ser feita por nós, uma edição de autor ou disponibilizar de borla on line, mas através de um amigo comum, o Pedro Branco da Bunker Store, entramos em contacto com o Pedro Junqueiro e chegamos a acordo para a edição do álbum e cá está ele, ao fim de tanto tempo. Os concertos que demos juntos foram

Ora bem, álbum lançado e acredito que o que vocês querem será vir para a estrada tocar! Mesmo assim, deixo aqui este espaço para as tuas últimas palavras nesta entrevista e agradecer a tua disponibilidade e ajuda. Muito obrigado! Sim, agora queremos é tocar, e tocar, e tocar…… É uma honra estar a ser entrevistado por vós e quem tem de agradecer sou eu e a banda por ainda haver pessoas como vocês com este tipo de iniciativas. Obrigado também aos fãs e todas aquelas pessoas que vão aos concertos, nossos e de outras bandas. Obrigado por tudo e continuem assim. Apoiem o Metal Nacional. \m/ Abraço

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palavras contigo e dar a conhecer um pouco mais a Cruz de Ferro. Não assisti ao concerto de lançamento do vosso CD “Morreremos de Pé”, mas pelas imagens divulgadas foi festa autêntica. Em compensação, adquiri o vosso trabalho e tem rodado alto e bom som aqui por casa. Já gostava bastante do vosso som no lançamento do EP, sendo o meu tema favorito o “Glória ao Rey”, mas com este primeira longa-­‐duração mostram que são uma das bandas que marcam a diferença no panorama nacional. Como foi essa festa de lançamento do álbum? Como tem sido a resposta dada pelas pessoas a este trabalho? Que tem achado das boas críticas que tem vindo de outros países, mesmo cantando na nossa língua portuguesa? Bom dia, primeiro de tudo Cruz de Ferro é uma das bandas únicas no nosso quero agradecer panorama musical nacional e que nos tem mostrado a oportunidade que é possível utilizar a língua portuguesa com um desta entrevista acompanhamento rítmico feroz, onde as guitarras a Ode Lusitana, ganham vida neste heavy metal proveniente de uma fanzine da Torres Novas, constituídos por Ricardo Pombo (voz / qual eu próprio guitarra), Rui Jorge (guitarra), João Pereira (baixo) e costumo seguir e Bruno Guilherme (bateria). por isso a honra Formados em setembro de 2009, editam em é toda minha. Dezembro de 2012 o seu EP de apresentação No que diz “Guerreiros do Metal”. Desde o início mostraram respeito ao que vinham para marcar a diferença e as letras concerto de provam isso mesmo (“Guerreiros do Metal / somos lançamento em nós e tu vais ver / incendiamos palcos / tudo o que Lisboa, correu vier”). muito bem, O primeiro longa-­‐duração é lançado no final de tivemos o RCA 2015, com 10 temas cantados em português muito bem composto e duas grandes bandas a tocar “Morreremos de Pé” mostra a razão de prestar connosco, os Shivan (Ed.: heavy metal -­‐ Loures) e os muita atenção à Cruz de Ferro. Ricardo Pombo, Leather Synn (Ed.: heavy metal -­‐ Lisboa). Foi uma músico fundador, fala desta excelente banda. noite memorável! Em relação ao álbum, estamos a ter excelentes reviews e tenho inclusive muita gente a falar comigo pessoalmente a dar-­‐me os parabéns pelo trabalho realizado, o que me deixa muito feliz. O álbum deu muito trabalho e demorou cerca de dois anos a ser composto, por isso ouvir boas criticas leva-­‐ me a querer que esse tempo não foi um desperdício. Em relação as criticas de outros países, tem surgido muito da América do sul e também do Brasil, temos também algumas criticas de países da Europa e parece que afinal de contas a língua não tem sido uma barreira. Essa particularidade da língua foi bem definida por ti desde o início da formação da banda e à qual eu Viva Ricardo! Muito bem-­‐vindo a estas páginas da dou o total apoio. Foi uma questão de facilidade de Ode Lusitana e para mim é uma honra trocar estas transmissão da mensagem ou também és da 6


opinião que a nossa língua tem bastante musicalidade? Podes contar-­‐nos como surgiu a tua amizade com o Eurico Gomes Dias e como ele se torna um dos principais escritores das letras deste vosso trabalho? Em relação a língua teve mesmo a ver com o tentar preencher uma lacuna que havia, e ainda hoje há no nosso underground, heavy metal cantado em português. A nossa língua torna a composição das musicas mais difícil, mas acaba por nos dar um outro alento e energia. O facto de estarmos a fazer algo que mais nenhuma banda arrisca fazer, faz do nosso trabalho único, por isso será sempre algo que vai fazer parte do ADN da banda, orgulhosamente cantar em Português! Também acho que nos conseguimos expressar melhor na nossa língua. O Eurico é meu amigo de infância, fomos criados na mesma aldeia, perto de Torres Novas, e para alem de ser um grande escritor e historiador é um grande amigo e metálico também.

nada de politico na nossa ideologia, já fomos erradamente conectados como nacionalistas só porque gostamos de contar historias de bravura do nosso povo. Mas entretanto as pessoas aperceberam-­‐se que não temos nada a ver com esses ideais e já não nos chateiam, sabem que o que queremos mesmo é heavy metal e cerveja!!! Uma figura com o qual eu gostaria de conversar seria sem duvida com D. Duarte de Almeida, o decepado, que nós metemos na capa do álbum! O acto de bravura dele foi mesmo único, e acabou por infelizmente morrer na miséria. Em entrevistas anteriores falas que não tens tido muita curiosidade pelo lançamento de novos trabalhos, sendo um fã das antigas sonoridades como Saxon, WASP, Judas Priest e Iron Maiden. Como nasce essa tua paixão pelo metal quando eras uma criança? Quais os 5 álbuns de metal que considerarias levar se tivesses que ir para um sítio isolado? Nessa entrevista talvez não tenha sido muito bem interpretado, obviamente que ainda tenho muita curiosidade e consumo bastante novos trabalhos, mas mais dentro de outros géneros como death metal e thrash metal. O que disse em algumas entrevistas foi que existe muita banda nova apenas a fazer o que os antigos fizeram e com uma qualidade inferior, mas de vez em quando lá vão aparecendo bandas novas com excelentes trabalhos de heavy metal mais old-­‐school. A minha paixão pelo Metal surge com 10 anos, quando comprei um vinil de Iron Portugal tem uma história riquíssima a todos os Maiden, o “Piece of Mind”! Tenho um irmão mais níveis, sendo motivo de orgulho de todos os velho que já me tinha mostrado estas sonoridades portugueses. Mesmo assim, não temos a tendência mais pesadas. Desde que comprei esse vinil, nunca para conhecermos mais essa mesma história e os nossos vários símbolos. Por vezemos vivemos ainda mais fui o mesmo! Bem, 5 álbuns de metal para levar sob a nuvem do Estado Novo, em que palavras como para um sitio isolado será sem duvida a questão mais ‘Nação’ e ‘Pátria’ foram “apropriadas pela ditadura difícil que já me fizeram, mas olha, talvez levasse o “Painkiller” de Judas Priest; o “Animal House” de e demonizadas pela revolução (do 25 de abril)”. U.D.O.; o “Keeper of the Seven Keys Part II” de Salazar sempre teve interesse em elevar os valores nacionais a todos os níveis e talvez seja por isso que Helloween, o “Killers” de Iron Maiden e o “Port Royal” de Running Wild. Mas Fico com a sensação não queremos ver esses valores. Qual a tua opinião que faltam muitos… acerca desta situação da nossa história não ter a divulgação merecida? Ou achas que ela existe, mas Quando frequentavas concertos com os teus não é divulgada? Com quais figuras proeminentes amigos, o que é que te atraia mais? Foi aí que da nossa história gostavas de ter uma conversa? começou o teu interesse por ser músico, ou como é Acho que acima de tudo todos damos valor a nossa que apareceu? história, fico um pouco triste quando me apercebo O meu interesse em ser músico surge muito antes de que a palavra pátria e nação hoje em dia são muito ver o meu primeiro concerto, como sou de Torres associadas a certos extremismos (Nacionalismo; Xenofobia, etc), os próprios Cruz de Ferro já tiveram a Novas acabei por ver o meu primeiro concerto já com 16 ou 17 anos, e na altura já tinha uma banda. certo ponto da carreira de mostrar que não existe Sempre tive a paixão pela composição e quando era 7


ainda puto (Com 12 ou 13 anos) em vez de brincar com carrinhos ou bonecos, brincava com um teclado a compor musicas e dar nomes fictícios a bandas para cada musica que compunha. Entretanto comecei a aprender a tocar guitarra e surgiu também a paixão pelo instrumento em si, não me gosto de ver como guitarrista, prefiro que me vejam como compositor, mas a guitarra foi uma paixão que levou anos e acabei por meter a composição de lado para andar a tocar como freelancer. Mas hoje em dia apenas vejo a guitarra como uma ferramenta para as minhas composições. Finalmente estou em paz comigo mesmo.

dispendido, mas em compensação existe mais editoras e mais publico para ver o nosso trabalho. Eu ainda sou do tempo em que andava um ano a ensaiar e não se gravava nada nem se tocava ao vivo, e quando se tocava não havia grandes condições. Hoje em dia tudo mudou, temos condições, estúdios, etc. Mas como disse, será sempre preciso trabalhar mais e melhor para nos mantermos `a superfície. Em relação a divulgação está mais digitalizada, já não existe tanto em formatos físicos, mas a coisa tende a mudar porque as pessoas apercebem-­‐se que nada chega ao papel. Eu pessoalmente não gosto de estar muito tempo a ler no computador ou no telefone, cansa-­‐me muito mais a vista. Talvez seja da idade… E assim terminamos a entrevista. Quero-­‐te agradecer pela tua disponibilidade! Finalmente, podes dizer as últimas palavras e terminar então esta entrevista. Muito obrigado! Eu agradeço todo o apoio, terei sempre em consideração todos aqueles que apoiam o nosso underground. Os Cruz de Ferro vão estar na estrada com o nosso espectáculo a partir de Março, por isso vão ficando atentos as datas e cidades onde vamos estar! Oiçam o nosso álbum e acima de tudo apoiem o metal nacional. Para alguma informação podem contactar-­‐nos através do mail: Cruzdeferro666@gmail.com CHEERS

Um dos álbuns que dou muito valor é o “Kingdom of Lusitania” dos Tarantula e lembro-­‐me que quando o comecei a ouvir em programas de rádio e depois quando comecei a ler as letras me ter trazido uma satisfação enorme. A temática deste álbum é muito semelhante à Cruz de Ferro. Também é um álbum do qual tens interesse? Que achas da evolução do metal nacional ao longo dos anos a todos os níveis? Actualmente temos uma grande quantidade de bandas e até de sítios para tocar, mas em relação à divulgação, desde programas de rádio até às fanzines o número de elementos de divulgação tem diminuído bastante. Consegues perceber qual a razão? Na altura em que saiu o “Kingdom of Lusitania” comprei-­‐o logo, e lembro-­‐me de andar de casa em casa a mostrar o álbum a todos os meus amigos. Foi sem duvida um álbum que me marcou muito também. Não só pela temática mas também pela sua musicalidade. Hoje em dia já tive a honra de privar com eles e para alem de serem uma grande banda são todos pessoas cinco estrelas. Em relação ao metal nacional, hoje está com muita qualidade e muitas bandas, felizmente. Com o boom da internet as bandas hoje têm que estar sempre a fazer algo, têm que gravar com alguma regularidade, têm que ter vídeos, etc. E isso requer muito mais tempo

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Breves / Notícias (cont.) -­‐ Pedra de Metal, está de regresso desde o final do ano passado e continua a divulgar o que se vai passando no panorama metálico mundial, dando grande atenção à cena nacional, com entrevistas, críticas a álbuns, notícias e muita informação. Com página no facebook, assim como o blogue, é um trabalho excelente e onde podem acompanhar as novidades. Apoia este trabalho!

-­‐ Pandora, banda de death metal melódico do Porto, formada em 2010, é constituída por Diogo Ribeiro (voz / guitarra), Filipe Barbosa (guitarra), Nuno Gonçalves (baixo) e Daniel Teixeira (bateria), tem preparado para o dia 26 de Fevereiro o lançamento do seu álbum de estreia “Release Your Demons”. O concerto decorrerá no Metalpoint e tem como convidados para esta festa Buried Alive (thrash metal -­‐ Vila Nova de Gaia), Motim (hardcore / metalcore -­‐ Aveiro) e Elitium (melodic death metal -­‐ Braga). -­‐ Dico não tem parado na divulgação ao nosso Metal nacional e depois da nova edição revista e aumentada do seu livro temos agora o lançamento gratuito da 9

compilação “Breve História do Metal Português – Banda Sonora Infernal”, com a participação de Neoplasmah, Eyes for the Blind, Emerging Chaos, Cheers Leaders, Finding Sanity, Temple of the Fallen, Through The Silence, Booby Trap, Ricardo Gordo, Time Out, Anomally, Embraced by Fall, Smash Skulls, Serrabulho, Laughbanging, Frost Legion e Culto Macabro. O logótipo é da autoria de Luís Pinto (Logotomy Designs), capa do Pedro Sena Lordigan e masteriazação dos temas por Guilhermino Martins (Blind & Lost Studios). -­‐ Festa grande a ser preparada no próximo sábado 20 de Fevereiro na Cave 45, para a celebração dos 10 anos de carreira dos Alcoholocaust. Originários da Covilhã e nascidos em 1995 tocam sem complexos o seu som que o definem como satanic thrash alcoholic metal! Com várias demos editadas a última data de 2012 e tem o nome “Bêbados de Merda” de 2012. Em palco apresentam nesta noite os convidados Martelo Negro, banda lisboeta formada em 2006 ainda son o nome Black Hammer. Praticantes de N.W.O.P.P.B.S.T.M. (New Wave of Portuguese Proudly Obsolete Black Speed Thrash Metal) como os próprios afirmam, tem em “Equinócio Espectral” de 2014 o seu último longa duração. Ou seja, uma noite que não é para fracos, em que a animação e o som rasgadinho vão ser a tónica dominante!


Álbuns / Fanzines

ou às nobres causas guerreira e não só da nossa história nacional. “O Decepado”, “Nova Aljubarrota”, “Santiago”, “Quinto Império”, são alguns dos temas Buried Alive – “Exploding Ashes” CD 2015 (Firecum que nos demonstram esta ideia. Resumindo, um bom Records) álbum para ouvir e gritar bem alto as letras! Passados 14 anos desde a edição do seu último registo, ficamos absorvidos com o lançamento deste Metal Horde # 18 – Setembro 2015 trabalho dos Buried Alive. Com a sua sonoridade vincadamente thrash, mantêm as influências sonoras A melhor fanzine portuguesa, com um excelente trabalho dedicado ao underground mundial e muito do género da década de 90, com guitarras bem bem elaborada balanceadas, acompanhadas por uma secção rítmica pelo Nuno que parece uma Oliveira e Inês autêntica ‘Misha’. 64 trituradora. As páginas A5, em guitarras não se inglês, limitam a entrevistas a descarregar Karbonsoul, riffs, mas Edenkaiser, combinam para Horrified, criar ambiências Gammacide, agressivas e Hypothermia e pesadas, que muitas mais, nos influenciam além das para ter atenção críticas a CD, ao trabalho que está a ser feito. As gravações, vinis, demos, misturas e masterizações foram feitas no Metalpoint fanzines, pelo Hugo Almeida, baterista da banda, sendo o festivais s ão t udo m otivos p ara e ntrares em contacto trabalho de produção da banda toda. Um som final com eles e adquirir os vários números da Metal muito bem conseguido! Para os apreciadores de Horde! E já agora pergunta pelo número 19! thrash metal é um álbum a ter em atenção e para os curiosos e interessados também. Subtle Death # 50 – Janeiro 2016 Omar Vega é o responsável por esta revista digital de Cruz de Ferro – “Morreremos de Pé” CD 2015 (Non descarga gratuita e que difunde o que se vai Nobis Productions) passando na Primeiro lançamento de Cruz de Ferro, depois da cena musical excelente estreia com o EP de 2012 “Guerreiros do cubana, assim Metal”. Sim, há uma primeira coisa que salta à vista e como mundial. que é as letras serem em português, o que torna o Há algum resultado final tempo que em algo estou em bastante contacto com interessante! ele e está aqui Apresentam um um trabalho heavy metal sem excelente. compromissos Neste número onde as entrevistas a guitarras Sex By indicam a Manipulation, direção seguida Likaon, Anoxia, durante a Padre Nuestro, música, com vários solos que unem as músicas. Malas Notícias e muita mais informação, inclusive de Sobresai a voz do Ricardo Pombo que no seu tom ‘guerreiro’ vai dando voz aos nossos heróis nacionais, bandas portuguesas. Envia mail para subtledeath666@gmail.com e recebe este trabalho! 10


Concertos

trabalho e que grande som! Muito concentrados no que fazem, desfilam (literalmente) os temas deste trabalho, mostrando que tanto ao vivo como em Wrath Sins / Debunker / Humanphobic (Hard Bar, álbum a banda liderada pelo Miguel Silva é uma das Bustos, Oliveira do Bairro, 15/01/16) bandas mais interessantes de assistir ao vivo. Após o início do ano que é sempre agitado devido Buried Alive / Booby Trap / The Last Of Them (Hard ao excelente Mangualde Hard Metal Fest, nada Bar, Bustos, Oliveira do Bairro, 23/01/16) melhor do que ir assistir a este concerto para descomprimir um pouco e que tinha a Mais uma noite bem frequentada, em que The Last particularidade de apresentar um cartaz Of Them deram o tiro de partida. Estando neste interessante. momento a preparar o próximo álbum esta banda de O Hard Bar já se tornou ponto de referência na zona Norte/Centro para concertos, em que apresenta Anadia, mostra que dão tudo por tudo quando estão um espaço muito agradável e que completa a lacuna em palco, sendo o vocaslista Zé Luis um bom exemplo deste empenho. Grove, metalcore, thrash da falta de salas na cidade de Aveiro. Também a sua metal na sua potência máxima. hambuergueria é um ponto a favor destes famintos Booby Trap, foi metaleiros. A noite começa com Humanphobic, banda de death a banda seguinte metal de Braga, que realiza este concerto após alguns a subir ao palco. Banda meses parados. Muito trabalho ainda se apresenta proveniente de pela frente para esta banda, já que o som além de Aveiro com a sua por vezes não estar definido, apresentavam uma formação em grande variedade de alterações musicais durante as 1993 é um dos músicas. Vontade não lhes falta, por isso, há casos nacionais curiosidade em saber onde esta banda poderá ir. que transporta a bandeira do crossover, com laivos Debunker, banda do Porto, de thrash metal. Este era o último concerto antes de entrarem em estúdio para começar a gravar o foi uma sucessor de “Survival”. Muita animação em palco excelente com Pedro Junqueiro (voz) a não parar quieto um surpresa! Uma minuto, o Pedro Azevedo a mostrar porque é um dos sessão rítmica melhores nas 6 cordas e uma forte secção rítmica bem oleada, com o Carlos Ferreira (baixo) e o Hugo Lemos com o Joaquim (bateria). Ficamos a aguardar o próximo álbum. Teixeira (baixo) A noite acaba e Ricardo Teixeira (bateria), acompanhados por dois veteranos da melhor maneira com a guitarristas destas andanças, o Miguel Vaquero e subida ao palco Carlos Barros, e com o Paulo Rodrigues a gritar bem dos Buried Alive. alto, mostram que estão aqui para se divertirem e Com origens em não podemos negar essa vontade. Muito bons Vila Nova de mesmo! Estão a divulgar o seu EP do ano passado Gaia, durante o “The Invisible Disorder”. ano 1991 não A noite acaba com Wrath Sins, mostram nenhum receio na hora de debitar as suas malhas banda de Vila thrash metal. Em tour de divulgação do álbum de Nova de Gaia 2015 “Exploding Ashes”, não facilitam na hora de formada em mostrare o seu trabalho. A quem os vir num cartaz de 2011, que tem vindo a divulgar qualquer concerto não hesitem em ir vê-­‐los e perceber que afinal o thrash metal bem tocado nos o seu álbum de causa sensações brutais e um sorriso de orelha a estreia orelha! “Contempt Over the Stormfall”. Mas que grande 11


Agenda

Fevereiro 12 – Primordial (Irl) / Painted Black / Foscor (Esp) / Nevoa / Eterna Saudade – Under The Doom 2016 -­‐ RCA Club, Lisboa 13 – Esoteric (Ing) / Orthodox (Esp) / Mourning Dawn (Fra) / Carma / Shatterd Hope (Gré) / My Master the Sun – Under The Doom 2016 -­‐ RCA Club, Lisboa 13 – Gates of Hell / Lyfordeath / Motim / The Gravediggers – Hard Bar, Bustos, Oliveira do Bairro 13 – Bizarra Locomotiva / Plus Ultra – Hard Club, Porto 13 – Skinning / Bleeding Display / Cape Torment / Evillution / Humanphobic – Mass Execution III – Ultimatum, Guimarães 19 – Toxikull / Booze Abuser / Scum Liquor – Oktanas, Agualva, Lisboa 20 – Midnight Priest / Speedemon / Scum Liquor / Corman – Espaço Disgraça, Lisboa 20 – The Temple / Besta / Ash Is A Robot / Low Torque – RCA Club, Lisboa 20 – Alcoholocaust / Martelo Negro – Cave 45, Porto 20 – Nihility / Desolate (Esp) / Infrahumano – Metalpoint, Porto 21 – Gama Bomb (Irl Nor) / Lethalvice (Esp)

/ Toxik Attack – RCA Club, Lisboa 21 – Pandora / Buried Alive / Motim / Elitium – Metalpoint, Porto 26 – Martelo Negro / Ibéria / Atentado / My Enchantment / Sombra – Camarro Fest (Barreiro Metal Music Festival – SIRB Os Penicheiros, Barreiro 27 – Serrabulho / Switchense / Besta / Hang the Traitor / Scum Liquor – Camarro Fest (Barreiro Metal Music Festival – SIRB Os Penicheiros, Barreiro 28 – Symphony X (E.U.A.) / Myrath (Tun) / Melted Space (Fra) – Paradise Garage, Lisboa

Março

2 – Deströyer 666 (Austrália) / Neoplasmah / Ordem Satânica – RCA Club, Lisboa 4 – Necros Christos (Ale) / Lux Ferre / Infra – Side B, Benavente 4 – Deafheaven (E.U.A.) / Myrkur (E.U.A) – RCA Club, Lisboa 4 / 5 – Mata Ratos / Revolution Within / Midnight Priest / Serrabulho / Terror Empire / Dollar Llama / Alchemist / Mindtaker / Vaee Solis / Redemptus / Derrame / Backflip / Scum Liquor / Since Today / 11th Dimension / Emerging Chaos / Voyance – Évora Metal Fest 2016 – Piscinas Municipais de Évora, Évora 5 – Deafheaven (E.U.A.) / Myrkur (E.U.A) – Hard Club, Porto 5 – Miss Lava / Phantom Vision / Grog / Brain Pyramid (Fra)/ Motorcycle Rockers / Cuzo (Esp) / Sarna / Speedemon – 3º Aniversário Fora de Rebanho (Associação Cultural) – ASDREQ – Quintela de Orgens, Viseu 6 – Baroness (E.U.A.)/ Correia – Paradise Garage, Lisboa 11 – Ironsword / Dawnrider / Dragon’s Kiss – Lusitanian Metal Battle II – RCA Club, Lisboa 18 / 19 – Ironsword / Ered (Esp) / Battalion (Bél) / Bones (Bél) / Butcher (Bél) / Xérion (Esp) / Swamp (Gré) – XIII Extreme Metal Attack – Nirvana Studios, Barcarena, Oeiras 19 – Destroyers of All / Tales for the Unspoken / Terror Empire – States Club, Coimbra 26 – Heavenwood / Blame Zeus – Hard Club, Porto 12


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