Ano 14 - No 57 junho 2015
R$ 15,00
Cores e padrões na nova escola Edifício escolar em Campinas (SP) tira partido das texturas de blocos de concreto com jogos cromáticos no pátio e nas áreas internas. A obra recebeu certificação Aqua, de sustentabilidade
nesta edição
57 8
entrevista
O engenheiro Luís Alberto Carvalho, professor da Universidade Federal do Ceará e consultor especialista em alvenaria estrutural fala sobre Norma de Desempenho e blocos de concreto, entre outros temas
10
alvenaria estrutural
O edifício Jacarandá, em São José dos Campos-SP, é construído com alvenaria estrutural com blocos de concreto e itens de sustentabilidade
revista prisma soluções construtivas com pré-moldados de concreto www.revistaprisma.com.br publicação bimestral junho 2015
SEÇÕES 6 agenda
7 curtas
30 produtos
14
arquitetura
Estrutura pré-fabricada e alvenaria colorida de blocos de concreto fazem edificação escolar da FDE em Campinas-SP, que agrega alguns diferenciais, como a coleta de águas de chuva
20
urbanismo
Ciclovia de 2,3 km na orla da Lagoa da Conceição, em Florianópolis, utiliza pisos intertravados comuns e drenantes
23 caderno técnico O engenheiro e pesquisador Cláudio Oliveira Silva analisa, neste artigo, a Norma de Desempenho em sua parte 4, Vedações Internas e Externas, e os resultados com blocos de concreto
editorial
EXPEDIENTE Prisma é uma publicação bimestral da Editora Mandarim www.mandarim.com.br ISSN: 1677-2482 DIRETORES
Marcos de Sousa e Silvério Rocha EDITOR RESPONSÁVEL
Silvério Rocha – MTb 15.836-SP EQUIPE TÉCNICA
Abdo Hallack, Cláudio Oliveira, Germán Madrid Mesa (Colômbia), Hugo da Costa Rodrigues, Kátia Zanzotti, Marcio Santos Faria, Paulo Sérgio Grossi, Rodrigo Piernas Andolfato e Ronaldo Vizzoni COLABORADORES
Texto: Marcos de Sousa, Regina Rocha Fotos: Lauro Rocha, Patrícia Belfort PROJETO GRÁFICO
LuaC Designer DIAGRAMAÇÃO/Arte
Vinicius Gomes Rocha - Act Design Gráfico IMPRESSÃO
Van Moorsel Gráfica e Editora REDAÇÃO
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Na próxima edição Estradas-parque com intertravados em São Paulo Condomínio Jardins de Monet, em Maringá-SP Edifício Corujas, em São Paulo
Num período marcado por notícias ruins para a economia brasileira em geral, e para a construção civil em particular, a maior expectativa do setor é sobre a possibilidade de o governo federal atender aos pleitos das entidades da construção e do mercado imobiliário para oferecer alternativas de financiamento e de recursos para a continuidade das obras e à sobrevivência das empresas do setor, ameaçadas pelo atraso nos pagamentos de obras já realizadas. Entre elas, incluem-se a solicitações como as de destinar recursos do compulsório da poupança retido em bancos e entidades financiadoras, de ampliar a destinação de recursos do FGTS para esse mesmo fim e, também, de destravar o pagamento das obras já executadas em programas como o Minha Casa, Minha Vida, essencial para dar sobrevida às construtoras, especialmente às de médio e pequeno portes envolvidas no programa. Enquanto a maré continua brava para o setor da construção, fomos à bela Lagoa da Conceição, um dos cartões-postais de Florianópolis, para mostrar a obra da maior ciclovia da cidade, executada às margens da lagoa com pisos intertravados de concreto nos pavimentos da via destinada aos ciclistas e nas calçadas. Entre os motivadores do uso dos pisos intertravados nessa obra, um dos maiores foram os fatores ambientalmente favoráveis dos pisos drenantes ali empregados, que ajudaram a superar as restrições dos órgãos responsáveis pelo meio ambiente devido às suas características de permitir a passagem das águas pluviais ao subsolo. Da mesma forma, os pré-moldados de concreto, estruturais e os blocos, foram empregados numa escola da FDE vizinha ao aeroporto de Viracopos, em Campinas-SP, para conformar espaços dedicados à educação pensados de forma inteligente, unindo o pleno atendimento às exigências escolares a uma bela estética, tornando a edificação referência no bairro de moradores de baixa renda. A utilização inteligente e com belo senso estético dos blocos de concreto e dos pré-moldados permitiu aos arquitetos Helena Ayoub e Cesar Shundi atenderem aos requerimentos-padrão da FDE e conciliar a capacidade de salas de aula e demais dependências para 3.600 alunos e, ao mesmo, tempo manter a edificação com dois pavimentos, essencial para que houvesse a aprovação da Anac-Agência Nacional de Aviação Civil para a escola. Boa leitura! 5
agenda 14o Simpósio Brasileiro de Impermeabilização (SBI) 15 a 17 de junho, em São Paulo
Promovido pelo Instituto Brasileiro de Impermeabilização (IBI), o evento reúne profissionais da indústria da impermeabilização para divulgar as inovações tecnológicas e discutir as tendências do setor, mantendo o foco na preservação do meio ambiente, nas soluções e tecnologias de ponta e qualificação para o atendimento da crescente demanda do mercado. O evento ocorrerá no Espaço Apas (Rua Pio XI, 1200 - Alto da Lapa), em São Paulo. Informações: http://www.ibibrasil.org.br/simposio2015/
52o Congresso Mundial da Federação Internacional de Arquitetos-Paisagistas – Ifla 7 a 15 de junho 2015, em São Petersburgo, Rússia
A Federação Russa está experimentando atualmente um “crescimento real” no desenvolvimento da paisagem e da arquitetura paisagística. A cada ano, os profissionais da arquitetura paisagística oferecem projetos novos e publicam jornais e livros de alto nível nessa área da arquitetura. Em uma economia crescente, a profissão de arquiteto-paisagista vem tornando-se cada vez mais importante. Assim, os elementos científicos, palestras e projetos serão apresentados e discutidos no Congresso, que ocorrerá em São Petersburgo, Rússia. São Petersburgo é uma das cidades mais europeias da Rússia e conta com numerosos monumentos históricos, além de museus internacionalmente reconhecidos, como o Heritage, monumento histórico reconhecido pela Unesco. É a primeira vez que o congresso da Ifla ocorre na Rússia. Este 52o Congresso terá como temas o território da Rússia, com suas paisagens naturais e construídas extensivas. A “história do futuro” servirá para uma discussão em larga escala dos desafios e oportunidades do presente e do futuro para a arquitetura da paisagem e aos arquitetos-paisagistas: 1. Ocidental do Leste: métodos da integração e das inovações na arquitetura moderna da paisagem; 2. Paisagens naturais históricas e do século XXI: conservação, reconstrução e restauração; pesquisa para a integração na paisagem urbana e rural moderna; 3. Infraestrutura Green-blue e desenvolvimento urbano sustentável. Informações: http://ifla2015.com/en/
Concrete Show 2015 26 a 28 de agosto, em São Paulo
A maior e mais completa feira da América Latina que reúne toda a cadeia produtiva do concreto chega à sua 9a edição. Como novidade, este ano o Concrete Show apresentará o Espaço Manutenção e Peças, com tecnologias e soluções completas para a gestão de frotas e manutenção e maquinários de construção. A feira e o Concrete Congress, que ocorre em paralelo, deverão reunir mais de 30 mil profissionais da construção civil no Centro de Exposições Imigrantes, em São Paulo. Mais informações: Tel. (11) 4878-5990 ou pelo site www.concreteshow.com.br.
87o Encontro Nacional da Indústria da Construção (Enic 2015) 23 a 25 de setembro, em Salvador
Já está no ar o site do 87o Encontro Nacional da Indústria da Construção (Enic), que será realizado de 23 a 25 de setembro de 2015, em Salvador. Promovido pela CBIC e realizado pelo Sinduscon-BA e Ademi-BA, o evento terá como tema central “Brasil mais eficiente, País mais justo”. A expectativa é de que participem do encontro cerca de 1.800 pessoas com o objetivo de apresentar soluções e novos entendimentos para um setor em constante evolução. Durante a reunião do Conselho de Administração da CBIC, o vice-presidente Vicente Matos, destacou a importância do apoio das Comissões Técnicas para a definição dos temas para o evento. Informações: www.enic.org.br/
Feicon Batimat Nordeste, 3o Salão Internacional da Construção 21 a 21 de outubro, no Recife
O evento Feicon Batimat é reconhecido como o maior e mais qualificado salão da construção da América Latina. O evento, que acontece no Pavilhão Sul do Centro de Convenções de Pernambuco, reúne as principais empresas e profissionais da cadeia produtiva da construção do Norte e do Nordeste do Brasil. Além da exposição, acontecem dois eventos simultâneos: a Decor Prime Show – Uma mostra diferenciada e surpreendente onde as tendências em arquitetura, decoração e design encontramse para te surpreender. E a, que reúne importantes nomes do setor para debates e apresentações, com a oportunidade de trocas de conhecimento e experiências. Informações: www.feiconne.com.br RECEBA MAIS INFORMAÇÕES pelo boletim PrismaNet. Cadastre-se no site www.portalprisma.com.br
curtas
Congresso de pontes e estruturas: inovações em projetos, materiais e processos construtivos Cerca de 200 participantes (entre profissionais
Seminário SOBRE reciclagem de resíduos
de concreto), Gustavo Pérez (reparo, reforço e
da área de estruturas, pesquisadores e
proteção de estruturas de concreto armado), Suely
estudantes de engenharia) acompanharam,
B. Bueno e Carlos Britez (Museu da Imagem e do
nos dias 21 e 22 de maio de 2015, a extensa
Som – MIS do Rio de Janeiro), Bruno Galvani (OPS:
Centro de Exposições Milenium, do Secovi/
programação do VIII Congresso Brasileiro de
ultrapassando limites na construção de pontes) e
SP, em São Paulo, a 1ª edição do Seminário
Pontes e Estruturas, realizado em São Paulo, pela
Catão Francisco Ribeiro (Ponte Salvador-Itaparica).
Nacional da Reciclagem de Resíduos da
Associação Brasileira de Engenharia e Consultoria
No segundo dia, aconteceram as palestras
Construção Civil e Demolição, promovido pela
Estrutural (Abece) e pela Associação Brasileira de
de José Afonso Pereira Vitório (conservação,
Associação Brasileira para Reciclagem de
Pontes e Estruturas (ABPE).
segurança estrutural e reforço de pontes
Acontece no dia 17 de setembro, no
Resíduos da Construção Civil e Demolição
Sob o tema Inovações em projetos, materiais
rodoviárias de concreto), Francisco Paulo
(Abrecon) – e organizado pela multinacional
e processos construtivos, o evento apresentou
Graziano (BMX – Parque da Cidade) e João
Acqua MCI. O evento será um marco por
grandes obras em execução, bem como trabalhos
Luís Casagrande (Arenas Olímpicas RIO 2016
abordar os temas mais relevantes do
de pesquisa e de aplicação e relevantes na área
– sistemas construtivos do velódromo, arenas
momento e apresentar dados inéditos sobre
de engenharia de estruturas.
cariocas, centro aquático e cobertura do tênis).
o segmento da reciclagem de RCD no
O engenheiro Atorod Azizinamini, professor do
Abrindo a programação da parte da tarde, o
Brasil. Estima-se que, de 2010 a 2014, o
Departamento de Engenharia Civil e Ambiental
presidente da Abece, eng. Augusto G. Pedreira
segmento de reciclagem de RCD – Resíduos
da Florida International University, falou sobre o
de Freitas, coordenou discussão sobre a difícil
de Construção e Demolição – tenha crescido
Sistema Construtivo ABC, os resultados das mais
situação atual do mercado com participantes
aproximadamente 400% no Brasil. De acordo
recentes pesquisas na área e as perspectivas
do evento. As apresentações dos engenheiros
com a Abrecon, há mais de 350 usinas
para o futuro. Ele abordou os diferentes tipos de
Ricardo França e Jairo Fruchtengarten (São
instaladas no país, que geram milhares de
tecnologias aplicadas na construção acelerada de
Paulo Corporate Tower), Ademir Ferreira dos
emprego, contribuindo para amenizar o
pontes, compreendendo os diversos elementos
Santos (evolução dos métodos de análise,
impacto ambiental gerado pela construção
pré-fabricados utilizados em pontes. Palestraram
dimensionamento e detalhamento no projeto
civil e a preservação de recursos naturais. A
também nesse primeiro dia do evento os
de obras de arte especiais) e Fabrício Gustavo
Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS)
engenheiros Mário Franco (análise incremental
Tardivo (Museu do Amanhã – Rio de Janeiro)
e os seus desdobramentos estão promovendo
e deformações ao longo do tempo em edifícios
encerraram o evento.
a gestão correta dos resíduos nos canteiros de obras, além de aumentar de forma expressiva o consumo de agregado reciclado. O seminário será divido em quatro blocos:
Novas regras podem direcionar até R$ 22,5 bilhões o setor imobiliário Em maio, o governo decidiu alterar as regras que tratam dos chamados “depósitos compulsórios” dos
Panorama da reciclagem de resíduos da
bancos, relacionados à caderneta de poupança. Os compulsórios são exigência para que as instituições
construção e demolição no Brasil e Exterior;
financeiras guardem uma parte dos depósitos de seus correntistas numa conta do Banco Central.
Tecnologias e avanços na reciclagem de RCD;
A mudança definiu que essa exigência poderá ser cumprida por parcela maior de novos financiamentos
Os resíduos no canteiro de obras e aplicação
à casa própria. Na prática, os bancos poderão realizar novas operações de crédito imobiliário que podem
do agregado reciclado; O gerador de resíduos
chegar a R$ 22,5 bilhões – e, ao mesmo tempo, cumprir as exigências do “depósito compulsório”.
e as responsabilidades da cadeia. Na
O Conselho Curador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) aprovou ainda a injeção de
oportunidade, será lançado o Mapa Abrecon,
R$ 5 bilhões ao programa Pró-Cotista. Os recursos são para financiamento de casa própria até o valor
sistema de geolocalização de usinas em todo
de R$ 400 mil, de famílias com renda acima dos limites do Programa Minha Casa, Minha Vida. A medida
o Brasil. Informações e inscrições: www.
autoriza o Ministério das Cidades a remanejar recursos do orçamento do FGTS, que este ano chega a
acquacon.com.br/seminariorcd
R$ 63.9 bilhões, para financiamento da construção de imóveis cujo valor supere o teto atual de R$ 190 mil. 7
entrevista REPORTAGEM: Silvério Rocha FOTO: Divulgação
Luís Alberto Carvalho
“A Alvenaria estrutural é o sistema construtivo mais racionalizado do país” O engenheiro civil Luís Alberto Carvalho é professor na Universidade Federal do Ceará (UFC), na disciplina de Alvenaria Estrutural e Estruturas de Concreto e, também, de pós-graduação na Universidade de Fortaleza (Unifor), nas cadeiras de alvenaria estrutural, projeto de lajes de concreto estrutural e de análise matricial de estruturas. Reúne destacada e longa atuação como A Norma de Desempenho deverá afetar a construção civil brasileira em relação ao atendimento às suas exigências? Entendo que a Norma de Desempenho deverá sim afetar a construção civil brasileira, de forma muito positiva. E essa norma deverá ser uma indutora da qualidade, em sua opinião? Acredito que a Norma de Desempenho deverá desempenhar o papel de indutora da melhoria da qualidade na construção civil. Isto porque, em síntese, substitui procedimentos descritivos, que poderíamos chamar, de forma simplificada e para efeito de comparação, de “receitas de bolo”, por outros, relacionados aos resultados de ensaios de sistemas, em seus diversos níveis de abrangência. Com base nos ensaios desenvolvidos por laboratórios credenciados no Inmetro, qual a sua avaliação sobre o atendimento às exigências da Norma de Desempenho pelos blocos de concreto, em relação aos seguintes itens: a. Resistência ao fogo Há consenso no meio técnico-científico que as alvenarias de vedação e estrutural excedem às exigências da ABNT NBR 15575:2013 neste quesito. b. Desempenho térmico Nas zonas bioclimáticas 3 a 8: o sistema construtivo é aprovado pelo método simplificado com critério mínimo; nas zonas 8
prisma
bioclimáticas 1 e 2, requer o método da simulação computacional, segundo o qual, em geral, é aprovado pelo critério Superior de desempenho. c. Desempenho acústico Somente em um número reduzido de situações os blocos de concreto não atendem às exigências da ABNT NBR 15575:2013. Outros requisitos somente são atendidos mediante a substituição do revestimento de gesso com 5 mm de espessura por revestimento argamassado à base de cimento com 15 mm de espessura (ver tabela 1, ao lado). Em relação aos sistemas construtivos existentes no mercado da construção civil brasileira atualmente, como o senhor avalia o desempenho do sistema construtivo paredes com blocos de concreto, no atendimento às exigências da NBR 15575:2013? Avalio que o sistema construtivo de paredes em blocos de concreto tem desempenho, em geral, superior aos demais sistemas construtivos disponíveis no mercado da construção civil brasileira. O sistema de alvenaria estrutural com blocos de concreto constitui o sistema construtivo mais racionalizado do país, devido a diversas características: desde a precisão dimensional dos blocos às soluções de integração entre os subsistemas (instalações, revestimento, pavimentação etc.). No Nordeste, a alvenaria estrutural com blocos de concreto tem sido bastante utilizada?
projetista e consultor de engenharia estrutural em empresas e entidades de renome, especialmente do Nordeste brasileiro. É sócio-fundador de diversas entidades ligadas à engenharia estrutural e coautor do livro “Parâmetros de Projeto de Alvenaria Estrutural com Blocos de Concreto” (EdUDSCar, 2012). Nesta entrevista, o professor e consultor responde questões relacionadas à Norma de Desempenho (ABNT NBR 15.575:2013) e aos sistemas construtivos existentes atualmente no Brasil, em especial aqueles que utilizam blocos de concreto, estruturais e de vedação. Para suas respostas e análises, Luis Alberto utilizou parte dos resultados da publicação do Bloco Brasil “Manual de Desempenho – Alvenaria de Blocos de Concreto, Guia para atendimento à Norma ABNT 15575:2013”, que apresenta os resultados dos ensaios realizados por laboratórios de renomado tais como o Laboratório de Ensaios e Modelos Estruturais (Leme) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), entre outros, para verificar o atendimento às exigências da norma em sua parte 4, que trata dos Sistemas de Vedações Verticais Internas e Externas.
O uso da alvenaria estrutural com blocos de concreto é um sucesso sem precedentes, graças ao magnífico trabalho da Regional Norte/Nordeste da ABCP, do qual tenho o privilégio de participar desde o primeiro momento. Tabela 1 bloco de concreto + revestimentos interno e externo de gesso com espessura de 5 mm classe de ruído
I II II
parede cega entre UH (parede de geminação - exceto dormitório) parede cega entre UH (parede de geminação – dormitório) parede cega de dormitórios entre uma unidade habitacional e áreas comuns de trânsito eventual Parede cega de salas e cozinhas entre uma UH e áreas comuns de permanência de pessoas, atividades de lazer e atividades esportivas parede cega entre uma UH e áreas comuns de permanência de pessoas, atividades de lazer e atividades esportivas conjunto de paredes e portas de unidades distintas separadas pelo hall
exigência
90 mm
115 mm
140 mm
190 mm
≥25 ≥30 ≥35
S S I
S S I
S S I
S S S
≥45
S
S
S
S
≥50
NA (1) NA (1) NA (1) NA (1)
≥45
NA (1)
M(2)
M(2)
M
≥35
I
I
I
S
≥50
NA (1) NA (1) NA (1)
≥45
NA(1)
M(2)
M(2)
NA(1)
M
Adaptado de: Silva, Cláudio Oliveira, Manual de Desempenho, ABCP-Bloco Brasil. São Paulo, 2014. S: critério Superior; I: critério Intermediário; M: critério Mínimo (1) Não Atende; (2) Emprega revestimento argamassado à base de cimento com 15 mm de espessura em vez de revestimento de gesso com 5 mm de espessura.
Avalio que o sistema construtivo de paredes em blocos de concreto tem desempenho, em geral, superior aos demais sistemas construtivos disponíveis no mercado da construção civil brasileira O sistema construtivo com paredes de concreto moldadas no local tem sido muito usado em conjuntos habitacionais populares. Qual a sua opinião a respeito desse sistema construtivo (paredes de concreto moldadas no local), especialmente no atendimento às exigências da Norma de Desempenho? Vou deter-me no quesito do desempenho térmico. De domínio geral, o concreto estrutural convencional (de densidade normal) é um péssimo isolante térmico, obviamente, tanto para o calor quanto para o frio (zonas bioclimáticas 1 a 5). Por outro lado, os critérios da NBR 15575:2013 são excessivamente tolerantes, tanto no verão – critério mínimo Ti, max ≤Te, max, quanto no inverno – critério Mínimo Ti,max≥ Te,max +3oC! Em geral, após medidas atenuantes (isolamento térmico da laje de coberta, ventilação cruzada sob o telhado, pintura de cor clara de paredes e telhados etc.), as paredes de concreto moldadas no local atendem ao critério mínimo através de Simulação computacional. E em nenhuma situação obtêm aprovação pelo método simplificado! 9
alvenaria estrutural
Construtora ergue edifício com alvenaria estrutural com blocos de concreto e outros itens racionalizadores da obra em região de elevado padrão de São José dos Campos-SP. O prédio conta com elementos de sustentabilidade em seu projeto
REPORTAGEM: Silvério Rocha IMAGENS: Divulgação
10
prisma
Solidez e sustentabilidade O bairro Urbanova, situado na região Oeste de São José dos Campos-SP e próximo à Universidade do Vale do Paraíba (Univap), é fortemente horizontalizado e constituído por residências de padrão elevado. Foi nesse bairro que a construtora e incorporadora Ecolares decidiu construir o edif ício Jacarandá, de padrão médio e voltado para um público-alvo de classe média. O objetivo de oferecer apartamentos com preços acessíveis – entre R$ 220 mil a R$ 230 mil – foi atingido com a adoção da alvenaria estrutural com blocos de concreto e
outros itens de racionalização da obra. A construtora, sediada na cidade valeparaibana, existe há cinco anos e desenvolve suas obras basicamente com alvenaria. Por isso, seus mestres-de-obra e operários têm bastante conhecimento do sistema construtivo, segundo o engenheiro Leandro Pelogia, responsável pelos serviços na obra do edif ício Jacarandá. “Mesmo assim, fizemos questão de ministrar um treinamento específico sobre o sistema construtivo para eles, ministrado pelo engenheiro da obra” , diz Pelogia.
“O edif ício Jacarandá foi construído com tecnologias, práticas e atitudes sustentáveis em todas as etapas, como a alvenaria estrutural modular com blocos de concreto, que otimiza os processos, torna a logística mais prática e aumenta a produtividade na obra, além, claro, de gerar poucos resíduos e evitar muitas ações prejudiciais ao meio ambiente durante as fases de fabricação” , avalia o engenheiro da Ecolares. Segundo Pelogia, o maior desafio da obra foi equacionar a sua logística. “Devido ao tamanho do terreno, tivemos
que alterar duas vezes o layout do canteiro para conseguirmos acomodar os nossos estoques de materiais e a central de argamassa. ” A concepção estrutural do prédio seguiu o comumente utilizado em obras com alvenaria estrutural: os primeiros pavimentos receberam blocos de maior resistência, de 14 MPa, resistência essa que foi diminuindo a cada dois pavimentos. O edif ício Jacarandá tem 15 pavimentos e conta com seis apartamentos por andar, de 54 m2 e 60 m2, ambos com dois dormitórios, um deles suíte, com sacada.
a alvenaria estrutural modular com blocos de concreto otimiza os processos, torna a logística mais prática e aumenta a produtividade na obra, além, claro, de gerar poucos resíduos e evitar muitas ações prejudiciais ao meio ambiente
O passo a passo do sistema construtivo
Nas fotos acima, as diferentes etapas do sistema construtivo: a execução da alvenaria estrutural, içamento e colocação das lajes pré-fabricadas e a grua utilizada, todos elementos racionalizadores da obra 11
alvenaria estrutural
Diferenciais Sustentáveis das obras da Ecolares Peças Pré-moldadas Geram menos desperdício de material e mão de obra, pois as tubulações já vêm prontas dentro da laje pré-moldada, que é industrializada com um alto padrão de precisão e qualidade. Bloco Estrutural Em vez de pilares e vigas, são utilizados blocos estruturais que possibilitam economia de aço, revestimentos e madeira, além de gerar menos resíduos. Sistema Elétrico Busway Além de ser mais seguro, esse sistema ocupa menos espaço, permitindo a expansão de rede e gera um impacto ambiental menor por não utilizar materiais derivados de petróleo. Pavimento Permeável Reduz o acúmulo de água em até 100% e permite que a água escoe aos poucos até a terra. A base áspera também filtra a água da chuva reduzindo a contaminação. Sistema de Captação de Água da Chuva Esse sistema garante uma grande economia, armazenando a água da chuva em um reservatório para reaproveitar para irrigação do jardim, por exemplo. Torneiras com sensor e vasos com descargas duplas A torneira de área comum, com sensor proporciona até 70% de economia de água. A descarga dupla permite o acionamento parcial ou total e estimula o consumo consciente, gerando até 30% de economia em relação aos outros modelos. Sistema de água pex Garante mais pressão para o fluxo de água e, por não possuir conexões intermediárias, gera menos problemas com vazamentos e menor desperdício de material. Sistema de medidores individuais Com essa solução é possível controlar melhor o consumo de água, além de reduzir os custos do condomínio. Fonte: www.ecolares.com.br
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prisma
Apartamento tipo 1
Área Serv.
Cozinha
Apartamento tipo 2 Jantar
WC1
WC2
Jantar Cozinha Estar Dormitório 1
Varanda
Dormitório 2
Área Serv.
Estar Varanda
OBRA RACIONALIZADA O uso de artefatos pré-fabricados de concreto, entre eles os blocos estruturais da alvenaria e as lajes pré-moldadas de concreto, permitiu um projeto todo racionalizado, com menor geração de resíduos e menos agressivo ao meio ambiente. Os blocos, que contavam com o Selo de Qualidade da ABCP, eram paletizados e descarregados por grua – outro elemento de racionalização, que também servia para içar as lajes pré-moldadas de concreto –, e armazenados de acordo com a sua classe de resistência. Os outros materiais eram armazenados de acordo com as prescrições da norma ISO 9001, certificação que a construtora detém desde 2008, assim como a qualificação no Nível A do PBQP-H (Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade no Hábitat, do Ministério das Cidades. No total, a Ecolares empregou 20 funcionários nessa obra, entre enge-
Dormitório 2 Dormitório 1
WC1
WC2
nheiro, pedreiros e ajudantes de pedreiro, eletricista e ajudante, encanador e ajudante e pintores. “A utilização do sistema de lajes içadas (100% pré-moldadas) permitiu que tivéssemos uma redução do número de operários e, com isso, também conseguimos eliminar da obra todo o processo de concretagem, o que a deixou bem mais limpa e organizada” , avalia Pelogia. Além disso, a utilização de alvenaria estrutural e de lajes pré-fabricadas permitiu à construtora concluir o edif ício nos 24 meses previstos contratualmente.
Sustentabilidade No item sustentabilidade, o edif ício Jacarandá conta com lâmpadas de baixo consumo, serviço de coleta seletiva de lixo, iluminação natural, coleta de óleo de cozinha, sensores de presença, redutores de vazão de descarga nos banheiros e maior taxa de permeabilidade do solo, com o uso de piso intertravado de concreto nos subsolos e de piso drenante nas vagas de veículos que ficam no térreo e ao ar livre do condomínio. “Tudo isso com controle muito cuidadoso, para garantir empreendimentos de alta qualidade e com entregas seguras, que respeitaram os prazos combinados e prezaram pela excelência na qualidade” , assegura Fabio Sene, supervisor comercial da Ecolares.
FICHA TÉCNICA Obra: Edifício Jacarandá Localização: bairro Urbanova, São José dos Campos-SP Projeto estrutural: André Wendler Arquitetura: Pass Arquitetura Paisagismo: Felipe Mascarenhas Projeto estrutural: Placalculo Engenharia/ André Wendler Projeto de instalações elétrica e hidráulica: R & M Engenharia Construção e incorporação: Ecolares Empreendimentos Data do Projeto: 5/2011 Data de início/finalização da obra: setembro de 2011 a outubro de 2013 Fornecedores: Arevale Artefatos de Concreto (pré-moldados, blocos e pisos de concreto), Esquadrias Ebel (esquadrias), Tinta Suvinil (tinta), Sectron Elevadores (elevadores), Portobello (azulejos e cerâmica), Fechaduras Stan (fechaduras), Impermeabilizações Caiman (impermeabilização), Mármores e Granitos Ouro Brasil (mármores e granitos), Docol (metais sanitários) Construção e incorporação: Ecolares
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arquitetura
Estrutura préfabricada e alvenaria colorida de blocos de concreto fazem edificação escolar que agrega alguns diferenciais, como a coleta de águas de chuva, uso racional de água e energia, além de um sistema de resfriamento de ar por geotermia
REPORTAGEM: Marcos de Sousa FOTOS: Lauro Rocha
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prisma
Para ensinar a sus De fora, o novo edif ício da E. E. Jardim Marisa assemelha-se a um edif ício industrial quase inteiramente branco. À noite, porém, surge como uma lanterna iluminada, revelando cores fortes em seu interior. Não por acaso, o prédio escolar é hoje a principal referência do bairro ainda precário, vizinho ao aeroporto de Viracopos, em Campinas-SP. São mais de 3.600 m2 de construção, incluindo salas de aula, quadra, laboratórios, biblioteca, cozinha e dependências para professores, tudo para atender a quase 700 alunos por período. Atendendo às especificações da Fundação para o Desenvolvimento Escolar (FDE), os arquitetos Helena Ayoub e Cesar Shundi encaixaram todas as depen-
dências em apenas dois pavimentos, com gabarito máximo de seis metros, por exigência das autoridades que controlam o tráfego aéreo. O prédio obedece rigorosamente à cesta de materiais-padrão adotados pela FDE: estrutura pré-fabricada de concreto, vedações com alvenaria de blocos de concreto, pisos de concreto e porcelanato, além da cobertura metálica. Toda a estrutura foi concebida com peças pré-fabricadas de concreto, das fundações às lajes, numa obra rápida e racional, com desperdício zero. As vedações também foram precisamente moduladas em blocos de concreto, tudo para atender aos requisitos da certificação ambiental Aqua-HQE Internatio-
Corredores: paredes de alvenaria pintada, aberturas com peças pré-moldadas de concreto e piso de porcelanato
Salas de aula: forro acústico, caixilhos estanques e brise externo com telhas metálicas perfuradas
tentabilidade nal, hoje obrigatória nas obras da FDE. É exatamente a alvenaria com blocos de concreto a “pedra de toque” que rompe a aparente frieza da envoltória externa, uma tela perfurada de aço. Lá dentro, uma cuidadosa programação de cores – verde, vermelho, marrom, rosa, azul e amarelo – surpreende os olhos dos novos alunos e seus pais. No pátio, destaca-se o alegre mosaico amarelo formado por elementos de concreto vedados com vidro, recurso também usado em todos os ambientes sociais da escola. Funcionam como “vigias” , que permitem a visão externa, mas bloqueiam a entrada dos ruídos, fator crítico em um prédio escolar. O estudo de cores e da composição
dessas pequenas aberturas foi elaborado pela artista Mirella Marino, que soube usar (e colorir) os blocos de concreto para quebrar o peso visual das linhas horizontais predominantes na construção. Essa horizontalidade do prédio, justifica César Shundi, foi imposta por duas condicionantes: de um lado, havia a restrição de gabarito (6 m de altura) dada pela proximidade com o aeroporto e, por outro, a generosidade do terreno (4.600 m2) destinado à obra. “Na verdade, o projeto ficou paralisado durante algum tempo por causa da negativa da Anac-Agência Nacional de Aviação Civil em aceitá-lo, já que toda aquela região deveria estar livre de qualquer construção. Mas, como os bairros ao redor já estavam consolidados, com mi15
arquitetura
CORTE DD 0
5
10
15
20
CORTE KK
0
5
10
D D
23
22 21
1 2 3
4
27
28 5
K
20
6
10
9
7
18 17 15 16
13
8 11
11
12
14
K
K
K 30
19
25
30
25 26
D
D
PLANTA NÍVEL 1
lhares de famílias vivendo lá, a Anac acabou cedendo” , lembra o arquiteto. São apenas dois pavimentos e o programa adotado permite o acesso dos alunos por rampas e escadas às 18 salas de aulas no pavimento superior, sem a necessidade de elevadores. No térreo estão as salas da diretoria e de professores, salas de apoio, cozinha, biblioteca, com16
prisma
15
20
1 Refeitório 2 Cozinha 3 Dispensa 4 Utensílios 5 DML 6 Sanitário Feminino 7 Sanitário Masculino 8 Cantina 9 Vestiário 10 DMD 11 Reforço 12 Sala dos Professores 13 DME 14 Diretor 15 Vice-diretor 16 Coordenador Pedagógico 17 Sanitários 18 Almoxarifado 19 Secretaria 20 Grêmio 21 Informática 22 Centro de Leitura 23 Quadra Poliesportiva 24 Galpão 25 Reservatório de Água 26 Estacionamento 27 Entrada dos Alunos 28 Sala de Aula 29 Pátio Descoberto 30 Casa de Máquinas 31 Depósito 32 Banheiro de Deficiente
PLANTA NÍVEL 3
putadores e uma sala multiuso, além das áreas de lazer e esporte.
Praça amarela O pátio central é o grande espaço público do edif ício. Foi concebido como uma praça, já que em breve a escola será integrada ao projeto estatal “Escola da Família” , que abre os edif ícios escolares
É exatamente a alvenaria com blocos de concreto a “pedra de toque” que rompe a aparente frieza da envoltória externa, uma tela perfurada de aço
FICHA TÉCNICA E.E. Jardim Marisa Local: Campinas-SP Concepção: FDE- Fundação para o Desenvolvimento da Educação Terreno: 4.690,09m² Área construída: 3.634,22m² Data do projeto: 2009/2011 Conclusão da obra: 2013/2015
Pátio: área de recreio e de reuniões da comunidade
para as famílias dos alunos nos finais de semana e propõe maior integração entre a escola e a comunidade. Contíguos e integrados, o galpão e a quadra coberta completam as áreas de recreação do conjunto. A quadra foi ligeiramente rebaixada (cerca de um metro), de forma a adequar o limite de gabarito da cobertura às praticas com bola. Sua cobertura foi dotada de um lanternim, que tanto ajuda na iluminação do espaço como na ventilação cruzada, condição importante para o conforto dos jovens alunos.
Ar é água A presença de aeronaves e seu inevitável ruído exigiu também alguns itens para garantir o conforto acústico e térmico, como os caixilhos, com uma vedação quase estanque. Para compensar a falta de ventilação
natural, o projeto incluiu um sistema de aeração e resfriamento natural do ar, por meio da técnica de geotermia: no subsolo, a cerca de 1,5 m de profundidade, a temperatura é sempre constante, em qualquer estação do ano. A escola foi dotada de uma bateria de insufladores que puxam o ar externo e o encaminham a uma serpentina de tubos subterrâneos. Ali o ar é resfriado e levado por uma rede de dutos para o interior das salas, expulsando o ar aquecido. Essa solução, mais a captação e uso das águas da chuva e uma série de recursos para reduzir o consumo de água e energia no prédio contaram pontos para a certificação ambiental da obra. Ocupada há cerca de seis meses, antes mesmo de ficar inteiramente pronta, a escola atende a mais de 2 mil alunos e se tornou a principal referência do bairro humilde ao redor.
Projeto de arquitetura: SIAA - Shundi Iwamizu Arquitetos Associados e HAASA - Helena Ayoub e Arquitetos Associados: Cesar Shundi Iwamizu, Helena Ayoub, Marina Colonelli, Julio Checchini e Moracy Amaral. Colaboradores: Anita Freire, Francesco Perrota e Bruno Salvador Estudo de cores: Mirella Martini Estudo de geotermia: Alberto Hernandez Neto Estudo de acústica: Acústica e Sônica Estrutura: Steng Instalações: Sandretec Certificação Aqua-HQE International: Green Consulting Construtora: Fermopar Construções
17
urbanismo
Obra em Florianópolis vai permitir a circulação segura de pedestres e ciclistas pela área turística
REPORTAGEM: Marcos de Sousa IMAGENS: Divulgação
20
prisma
Pedalar e caminhar ao longo da Lagoa Cidade turística que recebe milhares de visitantes a cada final de semana, Florianópolis está construindo uma ampla rede de ciclovias, tanto na ilha como na parte continental do município. O trecho mais recente ocupa a orla da Lagoa da Conceição, às margens da av. Vereador Osni Ortiga, nas proximidades da av. das Rendeiras, um dos pontos mais badalados da capital catarinense. São cerca de 2,3 km numa obra que envolve a implantação de muro de arrimo e pavimentos para calçada e ciclovia. O engenheiro Luiz Américo Medeiros, da Secretaria Municipal de Obras, explica que os planos da Prefeitura prevêem a construção de mais de 100 km de ciclovias, sempre em sintonia com outras
intervenções urbanas da municipalidade. Hoje são 40 km, com muitos trechos ainda não interligados, mas a rede irá se formando à medida que novas obras sejam realizadas. O primeiro projeto para a Osni Ortiga data de 1997, mas limitações de ordem ambiental foram adiando sucessivamente o início dos trabalhos, explicou Medeiros. É exatamente essa fragilidade do ambiente que levou a prefeitura a escolher o sistema de blocos intertravados para pavimentar calçada e ciclovia. “A região da Lagoa é área de preservação ambiental e para manter a paisagem e o equilíbrio da ecologia local, preferimos esse tipo de piso, que tem uma característica drenante e propicia uma paginação colorida,
1 - Situação antes da obra
2 - Fundações com tubos cheios de concreto. Construção de novo muro com pedra argamassada. Aterro e enchimento com pó de pedra
3 - Muro antigo e construção do novo muro de arrimo
4 - Construção de novo muro e aterro
5 - Construção da calçada para pedestres
6 - Acabamento superior do muro e colocação dos pavers. Assentamento sobre pó de pedra
adequada ao caráter do lugar. Mas vai ser a nossa primeira experiência de uma ciclovia de grande extensão com piso intertravado” , explicou. A obra está sendo realizada pela construtora Pavicon, que já conhecia bem o sistema de pavimentação com intertravados. O engenheiro Pablo Zimmer, diretor da empresa e responsável pela obra, explica que a primeira etapa dos trabalhos exigiu um aterro para nivelamento e a implantação de drenagem superficial. Para isso foi construído um muro de arrimo com pedras argamassadas, assentado sobre uma linha de estacas de concreto. “Essa fundação foi feita com tubos de concreto de 40 cm de diâmetro fincados lado a lado, preenchidos com concreto e conectados por vigotas pré-fabricadas de concreto com 60 cm” , lembra Zimmer. O muro era uma exigência do projeto, para reduzir o efeito de erosão gerado pelas águas da lagoa. “Nesta parte da orla não temos o problema das dunas, mas a movimentação das ondas da lagoa
N 500 m
poderia desestruturar o pavimento” , avalia o engenheiro Medeiros. Concluído o muro, era necessário compactar a areia e revestir a superf ície com pó de pedra, material usado para o assentamento dos blocos, já que a areia local é muito fina, com comportamento “líquido” , sem capacidade para travar o pavimento, na avaliação do autor do projeto. Tanto na calçada como na ciclovia fo-
Mapa mostra a implantação da ciclovia com 2,3 km de extensão, na orla da Lagoa da Conceição, em Florianópolis
21
urbanismo
Detalhamento do projeto
MURO A CONSTRUIR PAVIMENTO A EXECUTAR CICLOVIA DECK ÁREA VERDE MURO EXISTENTE DRENAGEM PROJETADA CANAFLEX P/ILUMINAÇÃO DRENAGEM EXISTENTE SISTEMA DE ILUMINAÇÃO BOCA DE LOBO - PLUVIAL CAIXA CAPTAÇÃO - PLUVIAL CAIXA CAPTAÇÃO - EXISTENTE
FICHA TÉCNICA Obra: Ciclovia e calçada da avenida Osni Ortiga Localização: Florianópolis Ano do projeto: 2009-2010 Início das obras: 2014 Área de pavimentação: 11.500 m2 Projeto e realização: Prefeitura Municipal de Florianópolis Autor do projeto: eng. Luiz Américo Medeiros (Secretaria Municipal de Obras) Obra: Pavicon - Construtora e Pavimentadora Blocos, tubos e pré-moldados: Saneamento Pré-moldados
ram utilizados blocos de concreto com resistência de 35 Mpa (350 kg/cm2), capazes de suportar com folga o tráfego normal de pedestres e bicicletas, além da circulação eventual de caminhões e outros veículos de serviço. A paginação foi elaborada com pisos de três cores: são 2,40 m de pavimento vermelho para a ciclovia, 2 m de pavimento cinza para a calçada, e baias na cor amarela para as paradas de ônibus. A obra inclui também canteiros com 60 cm e uma viga pré-moldada de proteção completada por lajes que funcionam 22
prisma
como bancos. Em dois pontos foram previstos deques de madeira para o descanso e contemplação da paisagem. Até o mês de maio, cerca de 70% dos 2.300 metros já estavam prontos e em uso, com ótima aceitação pelo público, que antes se esgueirava por trilhas estreitas à margem do asfalto. E apesar das ressalvas de skatistas e patinadores – por motivos óbvios–, a prefeitura de Florianópolis espera ter ciclovia e calçada prontas em agosto, bem antes da temporada de férias de verão.
Sistemas Industrializados de Concreto Visão Resumida Norma de Desempenho Alvenaria com blocos de concreto Neste artigo, são abordados os requisitos da Norma de Desempenho (ABNT NBR 15575/2013) quanto à sua Parte 4: Requisitos para os sistemas de vedações verticais internas e externas. Este artigo trata dos Sistemas de Vedações Verticais Internas e Externas (SVVIE) que, quando construidos com blocos, também são chamados de alvenaria. A alvenaria com blocos de concreto pode ser construida com e sem função estrutural, devendo atender aos requisitos da Norma de Desempenho ABNT NBR 15575-4.
Caderno Técnico Sistemas Industrializados de Concreto - CT29
CT 29
Artigos Técnicos podem ser encaminhados para análise e eventual publicação para alvenaria@revistaprisma.com.br
Palavras-chave: Norma de Desempenho, Sistemas de Vedações Verticais Internas e Externas, Alvenaria, Alvenaria com blocos de concreto
Cláudio Oliveira Silva
EXPEDIENTE O Caderno Técnico Sistemas Industrializados de Concreto é um suplemento da revista Prisma, publicado pela Editora Mandarim Ltda. ISSN 1809-4708 Artigos para publicação devem ser enviados para o e-mail alvenaria@revistaprisma.com.br Conselho Editorial: Prof. Dr. Jefferson Sidney Camacho (coordenador); Prof. Dr. Guilherme Aris Parsekian (secretário); Eng. Davidson Figueiredo Deana; Prof. Dr. Antonio Carlos dos Santos; Prof. Dr. Emil de Souza Sanchez Filho; Prof. Dr. Flávio Barboza de Lima; Eng. Dr. Rodrigo Piernas Andolfato; Prof. Dr. João Bento de Hanai; Prof. Dr. João Dirceu Nogueira Carvalho; Prof. Dr. Luis Alberto Carvalho; Prof. Dr. Luiz Fernando Loureiro Ribeiro; Prof. Dr. Luiz Roberto Prudêncio Júnior; Prof. Dr. Luiz Sérgio Franco; Prof. Dr. Márcio Antonio Ramalho; Prof. Dr. Márcio Correa; Prof. Dr. Mauro Augusto Demarzo; Prof. Dr. Odilon Pancaro Cavalheiro; Prof. Dr. Paulo Sérgio dos Santos Bastos; Prof. Dr. Valentim Capuzzo Neto; Profa. Dra. Fabiana Lopes de Oliveira; Profa. Dra. Henriette Lebre La Rovere; Profa. Dra. Neusa Maria Bezerra Mota; Profa. Dra. Rita de Cássia Silva Sant´Anna Alvarenga. Editor: jorn. Silvério Rocha (editor@revistaprisma.com.br) - tel. (11) 3337-5633
23
Caderno Técnico Sistemas Industrializados de Concreto - CT29
Visão Resumida Norma de Desempenho Alvenaria com blocos de concreto 1. INTRODUÇÃO
Tabela 1 apresenta os principais requisitos e
O comportamento em uso da edificação e seus sistemas pode ser entendido como de-
seus respectivos critérios especificados nes-
3. SEGURANÇA ESTRUTURAL A alvenaria deve resistir à ruína e manter a estabilidade de suas partes, resistindo aos
ta norma.
sempenho da edificação. O desempenho deve
esforços de impactos, choques, vibrações e outras solicitações decorrentes da utiliza-
rios, traduzido em requisitos e quantificado
2. EXIGÊNCIAS DOS USUÁRIOS E NÍVEIS DE DESEMPENHO
em critérios, estabelecendo-se parâmetros
Considera-se como exigências dos usuá-
fissuração da vedação e dos acabamentos,
rios o conjunto de necessidades a serem sa-
não devem prejudicar a segurança e a mano-
A norma editada pela ABNT – Associação
tisfeitas pela edificação e seus sistemas, de
bra normal de partes móveis, como portas
Brasileira de Normas Técnicas, conhecida
modo a cumprir com suas funções. O desem-
e janelas.
como Norma de Desempenho, recebeu a nu-
penho é avaliado através de requisitos que
Para o atendimento destes e de outros
meração ABNT NBR 15575 e está dividida em
são estabelecidos com o objetivo de atender
requisitos de segurança estrutural, deve-se
seis partes: Parte 1: Requisitos gerais; Parte
às necessidades básicas dos usuários.
atender às especificações da norma ABNT
atender ao conjunto de exigências dos usuá
objetivos de avaliação.
ção normal da edificação. A deformação e a
2: Requisitos para os sistemas estruturais;
Para a avaliação desses requisitos, são
NBR 15961-1 e 2, relativas, respectivamen-
Parte 3: Requisitos para os sistemas de pisos;
estabelecidos métodos de avaliação e crité-
te, ao projeto e à execução da alvenaria es-
Parte 4: Requisitos para os sistemas de ve-
rios de desempenho. Os critérios são espe-
trutural com blocos de concreto. No caso
dações verticais internas e externas; Parte 5:
cificações quantitativas dos requisitos de de-
de alvenaria de vedação, deve-se atender às
Requisitos para os sistemas de coberturas e
sempenho. Na norma de desempenho, para
normas pertinentes aos sistemas construti-
Parte 6: Sistemas Hidrossanitários.
cada critério são estabelecidos três níveis de
vos utilizados.
Este artigo trata dos Sistemas de Veda-
atendimento de desempenho:
Para as alvenarias estruturais cobertas por
ções Verticais Internas e Externas (SVVIE),
M = mínimo (obrigatório)
Normas Brasileiras prescritivas de projeto e
que, quando construidos com blocos, tam-
I = Intermediário
execução, não é necessária a verificação dos
bém são chamados de alvenaria. A alvenaria
S = Superior
requisitos de impactos de corpo mole e de
com blocos de concreto pode ser construida
corpo duro. Já as solicitações devidas às car-
com e sem função estrutural, devendo aten-
O atendimento do nível de desempenho
gas de peças suspensas devem ser verifica-
der aos requisitos da Norma de Desempenho
mínimo (M) é obrigatório para todos os re-
das conforme metodologia ilustrada na Figura
ABNT NBR 15575-4.
quisitos especificados. Quanto maior o nível
1. Neste caso a parede ensaiada deve atender
de desempenho, maior será a satisfação do
aos critérios apresentados na Tabela 2.
Embora exerçam uma avaliação sistêmica, as normas de desempenho devem ser con-
usuário em ter suas exigências atendidas.
4. SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO
sideradas como complementares às normas
A norma ABNT NBR 15575-1 estabele-
prescritivas já existentes para cada sistema da
ce uma lista de exigências dos usuários e
Em relação à segurança contra incêndio,
edificação. Deste modo, os blocos de concre-
as relaciona com os requisitos de desem-
a edificação deve possibilitar a saída dos
to, sendo parte essencial do sistema de ve-
penho. Nesse artigo estão destacados ape-
ocupantes em condições de segurança e
dação, devem primeiramente atender às es-
nas os requisitos relacionados às vedações
garantir condições razoáveis para o empre-
pecificações da norma ABNT NBR 6136. A
verticais.
go de socorro, envolvendo o salvamento e
Tabela 1 - Parâmetros para blocos de concreto (ABNT NBR 6136) Classificação
Com função estrutural Com ou sem função estrutural
24
Classe
Resistência característica à compressão axial (MPa)
Absorção de água (%) Agregado normal Individual
Média
A
fbk ≥ 8,0
≤ 8,0
≤ 6,0
B
4,0 ≤ fbk < 8,0
≤ 10,0
≤ 8,0
C
fbk ≥ 3,0
≤ 12,0
≤ 10,0
Agregado leve Individual
Média
≤ 16,0
≤ 13,0
Retração por secagem (%)
≤ 0,065
Carga de ensaio aplicada Carga de ensaio em cada ponto (kN) aplicada na peça (kN)
Critérios de desempenho
Nível de desempenho
0,4
0,8
Ocorrência de fissuras toleráveis Limitação dos deslocamentos horizontais: dh < h/500 dhr < h/2500
M
0,5
1,0
Não ocorrência de fissuras ou destacamentos Limitação dos deslocamentos horizontais: dh < h/500 dhr < h/2500
I
0,6
1,2
Não ocorrência de fissuras ou destacamentos Limitação dos deslocamentos horizontais: dh < h/500 dhr < h/2500
S
h é altura do elemento parede; dh é o deslocamento horizontal; dhr é o deslocamento residual.
Figura 1 - Esquema de mão-francesa para ensaios de peças suspensas (ABNT NBR 15575-4).
30 minutos, assegurando neste período
se a instalação de avisos em locais de fácil
condições de estabilidade, estanqueidade
visibilidade e de grande circulação de usuá
e isolação térmica.
rios, informando que o edifíco em questão
combate a incêndio. Os danos à própria edi-
• No caso de unidade habitacional unifami-
foi construído com paredes estruturais e que
ficação devem ser minimizados ou evitados,
liar, isolada, até dois pavimentos, exige-se
qualquer tipo de intervenção poderá compro-
assim como às edificações adjacentes, à in-
TRRF mínimo de 30 minutos para as pa-
meter a segurança de toda a edificação.
fraestrutura pública e ao meio ambiente.
redes da cozinha e ambiente fechado que
O sistema construtivo ou elemento deve
abrigue equipamento de gás.
6. ESTANQUEIDADE
dificultar a ocorrência da inflamação gene-
• Nas demais edificações, deve-se consi-
A exposição à água de chuva, à umida-
ralizada no ambiente de origem do incêndio
derar a altura, ocupação/uso e carga de
de proveniente do solo e àquelas provenien-
e não gerar fumaça excessiva capaz de im-
incêndio da edificação, podendo o TRRF
tes do uso da edificação habitacional devem
pedir a fuga dos ocupantes em situações de
variar de 30 min a 120 min.
ser consideradas em projeto, pois a umidade acelera os mecanismos de deterioração e
incêndio (ABNT NBR 15575-4, 2013). Em outro requisito, estabelece que os elementos
Para a avaliação das paredes deve-se uti-
acarreta a perda das condições de habitabi-
e materiais utilizados na parede externa não
lizar a norma ABNT NBR 5628 (alvenaria es-
lidade e de higiene da edificação (ABNT NBR
devem facilitar a propagação do fogo.
trutural) ou ABNT NBR 10636 (alvenaria de
15575-1, 2013).
As alvenarias com blocos de concreto
vedação).
estão isentas de comprovação deste requisito por se tratarem de materiais incombus-
A estanqueidade das paredes deve ser verificada considerando-se as regiões de expo-
executadas sem revestimento ou revestidas com gesso ou argamassa à base de cimento
5. SEGURANÇA NO USO E NA OPERAÇÃO
sição ao vento indicadas na Figura 2 e também as condições de ensaios indicadas na
A segurança durante o uso e operação
Tabela 3. O equipamento utilizado no ensaio
das alvenarias deve ser considerada em pro-
de estanqueidade à água está apresentado
Os elementos e materiais utilizados na pa-
jeto, devendo-se prever possíveis alterações
na Figura 3.
rede externa não devem facilitar a propaga-
por parte dos usuários no layout, nas insta-
Os critérios de estanqueidade à água es-
ção do fogo e ainda devem manter a esta-
lações prediais, instalações de cargas sus-
tabelecem que as paredes de fachada devem
bilidade estrutural da edificação, devendo-se
pensas nas paredes, entre outras mudanças
permanecer estanques e não apresentar infil-
atender às seguintes especificações da nor-
que possam comprometer a segurança da
trações que proporcionem borrifamentos, es-
ma ABNT NBR 14432.
edificação.
corrimentos ou formação de gotas de água
tíveis.
Caderno Técnico Sistemas Industrializados de Concreto - CT29
Tabela 2 - Cargas de ensaio e critérios para peças suspensas fixadas por mão-francesa padrão (ABNT NBR 15575-4)
• As paredes estruturais de geminação de
Embora não seja estabelecido nenhum re-
aderentes na face interna, podendo ocorrer pe-
casas térreas ou sobrados, paredes entre
quisito específico para as vedações verticais,
quenas manchas de umidade, com áreas limi-
unidades habitacionais e de divisa com as
o usuário da edificação deve ser alertado em
tadas aos valores apresentados na Tabela 4.
áreas comuns nos edifícios multifamilia-
relação às condições necessárias para ma-
A penetração de água nas alvenarias se
res, devem apresentar tempo requerido de
nutenção da segurança. No caso de edifica-
dá principalmente através das juntas de as-
resistência ao fogo (TRRF) de no mínimo
ções com paredes estruturais, recomenda-
sentamento, podendo ocorrer penetração 25
Caderno Técnico Sistemas Industrializados de Concreto - CT29
através da argamassa ou na interface entre o
Tabela 3 - Condições de ensaio de estanqueidade à água, fachadas (ABNT NBR 15575-4)
bloco e a argamassa. Por este motivo, o revestimento ou tratamento executado na face externa será o responsável por manter a es-
Condições de ensaio de paredes
Região do Brasil
tanqueidade à água.
Pressão estática (Pa)
I
10
II
20
O desempenho térmico deve necessaria-
III
30
mente estar relacionado ao contexto de pro-
IV
40
V
50
7. DESEMPENHO TÉRMICO
jeto, devendo-se considerar todas as variáveis relacionadas à edificação e ao local de implantação (condições ambientais, topografia, orientação da fachada, ventilação, di-
Figura 2 - Condições de exposição ao vento conforme as regiões brasileiras (ABNT NBR 15575-4)
Vazão de água L / m2 min
3
Edificações térreas com beirais ≥ 0,50 m de projeção: reduzir 10 Pa da pressão estática do ensaio em qualquer das regiões.
mensões dos ambientes etc). A avaliação isolada das propriedades térmicas dos blocos, como componentes da alvenaria, não deve ter prioridade ao contexto
Estrutura (cantoneira 30 cm)
Globo naval para proteção da lâmpada
Vedação com guarnição esponjosa
global do projeto quando se deseja estimar o desempenho térmico, devendo-se considerar também a zona bioclimática onde a edificação se encontra. A norma ABNT NBR 15220-3 estabelece a divisão do território brasileiro em oito zonas
Injeção de água Injeção de ar
Visor de plástico transparente
bioclimáticas. Esta divisão considerou regiões
Grampos de fixação
geográficas relativamente homogêneas quanCorpo de prova
to aos elementos climáticos que interferem nas relações entre ambiente construído e conforto humano. As zonas bioclimáticas brasileiras estão apresentadas na Figura 4. São estabelecidos dois procedimentos normativos para a avaliação do desempenho térmico:
Sifão para saída de água Viga metálica ou de concreto
Procedimento simplificado
Base de apoio
O procedimento simplificado utiliza apenas os valores de transmitância térmica e capacidade térmica do componente da vedação para determinar o desempenho térmico. O uso deste procedimento não deve ser
Figura 3 - Esquema de montagem do corpo-de-prova para ensaio (ABNT NBR 15575-4)
tomado como determinante na avaliação do desempenho térmico do sistema de vedação
Edificação
Simulação Computacional
Térrea
7
Com mais de um pavimento
7
Reconhecido como um procedimento mais completo, a simulação do desempenho 26
Tabela 4 - Estanqueidade à água, fachadas (ABNT NBR 15575-4)
externa, devido à limitação do mesmo.
Tempo de ensaio (h)
Percentual máximo da soma das áreas das manchas de umidade
Nível de desempenho
10%
M
Sem manchas
U; S
5%
M
Sem manchas
I; S
Condições de verão Nível de desempenho
Condições de inverno Zonas bioclimáticas
1a7
8
1a5
6a8
M
Ti,max ≤ Te,max
Ti,max ≤ Te,max
Ti,min ≥ (Te,min + 3°C)
I
Ti,max ≤ (Te,max – 2°C)
Ti,max ≤ (Te,max – 1°C)
Ti,min ≥ (Te,min + 5°C)
Ti,max ≤ (Te,max – 2°C) e S Ti,max ≤ (Te,max – 4°C) Ti,min ≤ (Te,min + 1°C) Ti - valor diário da temperatura do ar no interior da edificação, em oC Te - valor diário da temperatura do ar exterior à edificação, em oC
Ti, min ≥ (Te,min + 7°C)
Não verificado
Tabela 6 - Valores mínimos do índice de redução sonora ponderado, Rw, de fachadas (ABNT NBR 15575-4) Classe de ruído
Localização da habitação
Rw (dB)
Figura 4 - Zoneamento bioclimático brasileiro (ABNT NBR 15220-3)
I
Habitação localizada distante de fontes de ruído intenso de quaisquer naturezas.
térmico especificada na norma ABNT NBR
II
Habitação localizada em áreas sujeitas a situações de ruído não enquadráveis nas classes I e III
III
Habitação sujeita a ruído intenso de meios de transporte e de outras naturezas, desde que conforme a legislação.
15575-1, considera variáveis do projeto, como condições de ventilação e sombrea mento e variáveis do local de implantação como orientação da edificação e condições climáticas, entre outros fatores. Na avaliação completa, a edificação, no verão, deve apresentar condições térmicas no interior do edifício melhores ou iguais às do ambiente externo, à sombra, para o dia tí-
Tabela 7 - Valores mínimos do índice de redução sonora ponderado, Rw, de paredes entre ambientes (ABNT NBR 15575-4) Elemento
Rw (dB) 45 a 49
Parede entre unidades habitacionais autônomas (parede de geminação), nas situações onde não haja ambiente dormitório.
pico de verão. No inverno, a edificação deve apresentar condições térmicas no interior do edifício melhores que do ambiente externo, no dia típico de inverno. A Tabela 5 apresenta os critérios de avaliação de desempenho térmico conforme especificado na norma ABNT NBR 15575-1.
8. DESEMPENHO ACÚSTICO A edificação habitacional deve apresentar isolamento acústico adequado das vedações externas, no que se refere aos ruídos aéreos provenientes do exterior da edificação habita-
≥25 ≥30 ≥35 ≥30 ≥35 ≥40 ≥35 ≥40 ≥45
Nível de desempenho M I S M I S M I S
Parede entre unidades habitacionais autônomas (parede de geminação), caso pelo menos um dos ambientes seja dormitório.
Parede cega de dormitórios entre uma unidade habitacional e áreas comuns de trânsito eventual, como corredores e escadaria nos pavimentos. Parede cega de salas e cozinhas entre uma unidade habitacional e áreas comuns de trânsito eventual como corredores e escadaria dos pavimentos. Parede cega entre uma unidade habitacional e áreas comuns de permanência de pessoas, atividades de lazer e atividades esportivas, como home theater, salas de ginástica, salão de festas, salão de jogos, banheiros e vestiários coletivos, cozinhas e lavanderias coletivas.
Conjunto de paredes e portas de unidades distintas separadas pelo hall
cional, e isolamento acústico adequado entre
Nível de desempenho M
50 a 54
I
≥55
S
50 a 54
M
55 a 59
I
≥60
S
45 a 49
M
50 a 54
I
≥55
S
35 a 39
M
40 a 44
I
≥5
S
50 a 54
M
55 a 59
I
≥ 60
S
45 a 49
M
50 a 54
I
≥55
S
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Tabela 5 - Critérios de Avaliação do Desempenho Térmico (ABNT NBR 15575-1)
áreas comuns e privativas. Podem ser adotados os seguintes métodos de verificação: Método de precisão realizado em laboratório Método de engenharia realizado em campo Método simplificado de campo
Níveis de ruído admitidos na habitação No método de precisão realizado em laboratório é determinada a isolação sonora
especificações dos métodos de campo também são inferiores aos valores especificados para o método de laboratório.
da parede, sendo fornecidos valores de refe-
As paredes ensaiadas em laboratório
rência para uso em projetos. Os valores ob-
devem atender às especificações mínimas
tidos em campo, tipicamente são inferiores
conforme estabelecido na norma ABNT NBR
aos obtidos em laboratório e, deste modo, as
15575-4 e apresentado na Tabela 6. 27
sempenho deixa de atender às exigências do
também devem ser avaliadas quanto ao ín-
usuário é denominado vida útil (ABNT NBR
dice de redução ponderado, Rw, em labora-
15575-1, 2013).
superior a h/300, onde h é a altura do corpo de prova; • ocorrência de falhas como fissuras, des-
tório. A Tabela 7 apresenta os valores e as
Para as vedações externas, devem ser li-
tacamentos, empolamentos, descolora-
respectivas classificações de desempenho
mitados os deslocamentos, fissurações e fa-
mentos e outros danos que possam com-
conforme a norma ABNT NBR 15575-4.
lhas, incluindo seus revestimentos, em função
prometer a utilização da alvenaria.
de ciclos de exposição ao calor e resfriamento
9. DURABILIDADE E MANUTENIBILIDADE
que ocorrem durante a vida útil do edifício.
Vida Útil de Projeto das Paredes
A durabilidade é a capacidade da edifica-
Em laboratório, paredes externas devem
A vida útil é uma medida temporal da du-
ção ou de seus sistemas de desempenhar
ser submetidas a dez ciclos sucessivos de
rabilidade de um edifício ou de suas partes. A
suas funções ao longo do tempo, sob con-
exposição ao calor e resfriamento por meio
Vida Útil de Projeto – VUP é definida pelo in-
dições de uso e manutenção. A durabilidade
de jato de água, conforme método ilustrado
corporador e/ou proprietário e projetista, de-
é uma exigência econômica do usuário, pois
na Figura 5.
vendo ser expressa previamente (ABNT NBR
está diretamente associada ao custo global
Como critério deste requisito as paredes
15575-1). A vedação vertical deve manter a
do bem imóvel. O período de tempo compre-
não devem apresentar:
capacidade funcional e suas características
endido entre o início de operação ou uso de
• deslocamento horizontal instantâneo, no
estéticas, ambas compatíveis com o enve-
um produto e o momento em que o seu de-
plano perpendicular ao corpo-de-prova,
lhecimento natural dos materiais durante a VUP, de acordo com as especificações da ABNT NBR 15575-1 e que estão resumidas
h/2
h/2
40 cm
20 cm
30 cm
20 cm
Fixação do corpo-de-prova
na Tabela 8.
Manutenibilidade das Vedações A manutenibilidade da vedação vertical, Corpo-de-prova
se refere ao grau de facilidade de mantê-la ou recolocá-la no estado de funcionalida-
Defletômetro
Suporte para defletômetro
40 cm
h/2
30 cm
h/2
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As alvenarias utilizadas entre ambientes,
de requerida, sob condições de uso e manutenção específicas. As vedações devem manter sua capacidade funcional durante a vida útil de projeto. Para tanto, devem ser realizadas as manutenções preventivas e corretivas. Essas condições devem ser estabelecidas no manual de uso, operação e
Figura 5 - Esquema de montagem e instrumentação do corpo-de-prova (ABNT NBR 15575-4).
manutenção.
10. IMPACTO AMBIENTAL
Tabela 8 – Vida Útil de Projeto para Paredes (ABNT NBR 15575-1) Exemplos
Mínimo
Superior
humanas que mais geram impacto ambiental
Vedação vertical externa
Paredes de vedação externas, painéis de fachada, fachadas-cortina
≥ 40
≥ 60
no planeta. Por isso a norma de desempenho
Vedação vertical interna
Paredes e divisórias leves internas, escadas internas, guarda-corpos
≥ 20
≥ 30
Revestimento interno aderido
Revestimento de piso, parede e teto: de argamassa, de gesso, cerâmicos, pétreos, de tacos e assoalhos e sintéticos
≥ 13
≥ 20
Revestimento de fachada aderido e não aderido
Revestimento, molduras, componentes decorativos e cobre-muros
≥ 30
≥ 20
Pinturas internas e papel de parede
≥3
≥ 4
Pinturas de fachada, pinturas e revestimentos sintéticos texturizados
≥8
≥ 12
Pintura
28
A construção civil é uma das atividades
VUP (anos)
Sistema
ABNT NBR 15575-1 estabelece que os empreendimentos e sua infraestrutura (arrua mento, drenagem, rede de água, gás, esgoto, telefonia, energia) devem ser projetados, construídos e mantidos de forma a minimizar as alterações e impactos no ambiente. Para atingir este objetivo, os especificadores devem adotar procedimentos para seleção de
cos de concreto os indicadores individuais
a seguir:
obtidos pela ACV-M efetuada na unidade de fabricação escolhida pelo comprador. Deste
Seleção e consumo de materiais A seleção de materiais e sistemas construtivos pode ser feita através dos resultados
modo, garante-se que os indicadores se referem exatamente ao produto que está sendo adquirido.
de inventários de ciclo de vida dos produtos selecionados. Os parâmetros para a realização de uma Avaliação de Ciclo de Vida - ACV estão estabelecidos na norma ISO 14040.
Reciclagem Os Blocos de concreto têm como principais características a elevada resistência me-
Embora a ACV seja a melhor ferramenta
cânica, dimensões modulares, vazados na
para mensurar e comparar os impactos am-
posição vertical e precisão dimensional. Es-
bientais ao longo do ciclo de vida de produ-
tas características minimizam as perdas por
tos e serviços, sua complexidade e custos
quebras, a necessidade de cortes para mo-
de implementação tornam seu uso bastan-
dulação e passagem de instalações elétricas
te limitado, principalmente para pequenas e
e minimizam o uso de argamassa de assen-
médias empresas (JOHN et al, 2013).
tamento e de revestimento, reduzindo o con-
Com o objetivo de viabilizar o uso da ACV
sumo de materiais e a geração de resíduos.
em um número maior de empresas, atra-
Além disso, os resíduos eventualmente
vés da redução de custos e prazos de im-
gerados pelos blocos de concreto e revesti-
plantação, o CBCS – Conselho Brasileiro da
mentos à base de cimento são 100% reciclá-
Construção Sustentável apresentou na con-
veis e podem ser reutilizados como agrega-
ferência Rio+20 uma proposta de desen-
dos reciclados.
volvimento de ACV com características que respeitam as especificações da ISO 14040
11. CONSIDERAÇÕES FINAIS
e ao mesmo tempo possibilitam o acesso de
As alvenarias com blocos de concreto
empresas de menor porte de diferentes seto-
têm potencial para o atendimento de todos
res industriais.
os requisitos da norma de desempenho, de-
A metodologia proposta pelo CBCS inti-
vendo-se estabelecer em projeto os parâme-
tulada de ACV-modular (ACV-M), consiste
tros necessários para tal, considerando-se
em determinar os cinco fluxos principais de
entre outros fatores, as dimensões dos blo-
um determinado processo produtivo. Para os
cos, classe de resistência, tipo de revesti-
materiais de construção civil, os cinco fluxos
mento, aspectos estruturais etc.
inicialmente escolhidos são:
Mais informações a respeito do desem-
• Pegada de CO2;
penho de alvenarias com blocos de concreto
• Consumo de energia
podem ser obtidas no Manual de Desempe-
• Pegada de água
nho (SILVA, 2014) disponível em: www.blo-
• Pegada de resíduos
cobrasil.com.br
• Intensidade de uso de matéria-prima
Agradecimentos à Inês L. S. Battagin, Ar-
No caso da alvenaria, recomenda-se que
naldo F. Battagin, Ramon O. Barral e Carlos
o especificador solicite ao fabricante de blo-
A. Tauil, pelo apoio e incentivo a este artigo.
AUTOR Cláudio Oliveira Silva é mestre em Engenharia nas áreas de materiais de construção e pós-graduado em Administração Industrial na Escola Politécnica da USP. Engenheiro Civil pela Universidade de Guarulhos, com especialização em Marketing pela ESPM. É gerente da Área de Inovação e Sustentabilidade da ABCP e representante da ABCP no CBCS – Conselho Brasileiro da Construção Sustentável – no comitê de materiais. E-mail: claudio.silva@abcp.org.br
Referências BIBLIOGRÁFICAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. Componentes construtivos estruturais – Determinação da resistência ao fogo. ABNT NBR 5628. Rio de Janeiro. 2001. ____. Blocos vazados de concreto simples para alvenaria – Requisitos. ABNT NBR 6136. Rio de Janeiro. 2014. ____. Paredes divisórias sem função estrutural - Determinação da resistência ao fogo - Método de ensaio. ABNT NBR 10636. Rio de Janeiro.1989. ____. Exigências de resistência ao fogo de elementos construtivos de edificações – Procedimento. ABNT NBR 14432. Rio de Janeiro. 2001. ____. Desempenho térmico de edificações – Parte 3: Zoneamento bioclimático brasileiro e diretrizes construtivas para habitações unifamiliares de interesse social. ABNT NBR 15220-3. Rio de Janeiro. 2005. ____. Edificações Habitacionais — Desempenho Parte 1: Requisitos gerais. ABNT NBR 15575-1. Rio de Janeiro. 2013. ____. Edificações Habitacionais — Desempenho Parte 2: Requisitos para os sistemas estruturais. ABNT NBR 15575-2. Rio de Janeiro. 2013.
Caderno Técnico Sistemas Industrializados de Concreto - CT29
materiais e sistemas construtivos conforme
____. Edificações Habitacionais — Desempenho Parte 4: Requisitos para os sistemas de vedações verticais internas e externas. ABNT NBR 15575-4. Rio de Janeiro. 2013. INTERNATIONAL STANDARDIZATION ORGANIZATION – ISO. Environmental Management life Cycle Assessment Principles and Framework. ISO 14040. Brussels. 2001. JOHN, V. M.; PACCA, S. A.; ANGULO, S. C.; CAMPOS, E. F. C; Strategies to escalate the use of LCA based decision making in the world-wide industry. CBCS. 2013. SILVA, C. O.; Manual de desempenho – Alvenaria com blocos de concreto. ABCP; BLOCOBRASIL. São Paulo, 2014.
29
produtos Vibroprensa VPH 7000: A Vibrafort produz ampla linha de vibroprensas para fabricação de blocos e pisos intertravados de concreto, entre elas a VPH 7000, máquina reforçada, projetada para alta produtividade e grande resistência nos artefatos. Seu desempenho na vibração e compactação permite atender às especificações de blocos, estruturais ou de fechamento,
Máquina para romper blocos:
conforme a norma ABNT NBR 6136
A Menegotti oferece sua máquina
e 12118, bem como às especificações de pisos
para romper blocos tipo “stone”,
intertravados de concreto (normas ABNT NBR 9780 e 9781). A cada ciclo de oito
com sistema hidráulico e
horas, o equipamento produz até 16.800 blocos de 9x19x39 cm ou 28.800 peças
capacidade até
de piso intertravado 20x10 cm. Mais informações: www.vibrafort.com.br,
12 toneladas de
tel. (11) 2910-7373 ou pelo e-mail: vibrafort@vibrafort.com.br.
compressão. Utiliza dois blocos por vez. Ao partir essas
Misturador biplanetário: A Cibi,
peças em duas
que completou 50 anos de atividades em
partes, faz
2014, destaca seu Misturador biplanetário
com que
P 2000. O fabricante
uma das faces
implantou melhorias que
do bloco fique
garantem homogeneidade
com acabamento
na mistura, ganho de
rústico, semelhante
tempo na produção e
à da superfície de pedra.
na descarga. O número
O processo é uma excelente opção
reduzido de ciclos permite mais rapidez no processo e economia de energia elétrica. Outra vantagem é o recurso da velocidade variável das pás, que permite, por exemplo, iniciar com velocidade reduzida em casos de misturas que requeiram grande esforço inicial da máquina. Outro exemplo é a adição de aditivos, em que muitas vezes compensa usar velocidade acelerada até a homogeneização da mistura. A linha completa de misturadores de concreto e de usinas misturadoras / dosadoras e silos pode ser
para produzir peças de acabamento rústico e diferenciado em concreto, para projetos de design de ambientes internos e externos. Informações: www.menegotti.net/produtos, tel. (47) 2107-2100.
consultada no site da Cibi. Informações: www.cibi.com.br, tel. (12) 3627-4000.
Plataforma para descarga de grua : A Equipaobra, tradicional fabricante de equipamentos para racionalização de obras, oferece plataforma para descarga de grua com capacidade de carga para 2 toneladas e com plataforma de trabalho medindo 2 x 2 metros. Este equipamento facilita o recebimento de materiais levados a um determinado andar por meio de grua. A plataforma é fornecida com quatro escoras metálicas para pé-direito de até 3,15 m, guarda-corpos nas laterais e frontal removível. Informações: www.equipaobra.com.br, comercial@equipaobra.com.br, tel. (11) 3322-7177. 30
prisma