Prisma 57 - Soluções construtivas com produtos pré-fabricados de concreto

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Ano 14 - No 57 junho 2015

R$ 15,00

Cores e padrões na nova escola Edifício escolar em Campinas (SP) tira partido das texturas de blocos de concreto com jogos cromáticos no pátio e nas áreas internas. A obra recebeu certificação Aqua, de sustentabilidade



nesta edição

57 8

entrevista

O engenheiro Luís Alberto Carvalho, professor da Universidade Federal do Ceará e consultor especialista em alvenaria estrutural fala sobre Norma de Desempenho e blocos de concreto, entre outros temas

10

alvenaria estrutural

O edifício Jacarandá, em São José dos Campos-SP, é construído com alvenaria estrutural com blocos de concreto e itens de sustentabilidade

revista prisma soluções construtivas com pré-moldados de concreto www.revistaprisma.com.br publicação bimestral junho 2015

SEÇÕES 6 agenda

7 curtas

30 produtos

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arquitetura

Estrutura pré-fabricada e alvenaria colorida de blocos de concreto fazem edificação escolar da FDE em Campinas-SP, que agrega alguns diferenciais, como a coleta de águas de chuva

20

urbanismo

Ciclovia de 2,3 km na orla da Lagoa da Conceição, em Florianópolis, utiliza pisos intertravados comuns e drenantes

23 caderno técnico O engenheiro e pesquisador Cláudio Oliveira Silva analisa, neste artigo, a Norma de Desempenho em sua parte 4, Vedações Internas e Externas, e os resultados com blocos de concreto



editorial

EXPEDIENTE Prisma é uma publicação bimestral da Editora Mandarim www.mandarim.com.br ISSN: 1677-2482 DIRETORES

Marcos de Sousa e Silvério Rocha EDITOR RESPONSÁVEL

Silvério Rocha – MTb 15.836-SP EQUIPE TÉCNICA

Abdo Hallack, Cláudio Oliveira, Germán Madrid Mesa (Colômbia), Hugo da Costa Rodrigues, Kátia Zanzotti, Marcio Santos Faria, Paulo Sérgio Grossi, Rodrigo Piernas Andolfato e Ronaldo Vizzoni COLABORADORES

Texto: Marcos de Sousa, Regina Rocha Fotos: Lauro Rocha, Patrícia Belfort PROJETO GRÁFICO

LuaC Designer DIAGRAMAÇÃO/Arte

Vinicius Gomes Rocha - Act Design Gráfico IMPRESSÃO

Van Moorsel Gráfica e Editora REDAÇÃO

Editora Mandarim Praça da Sé, 21, cj. 402, São Paulo, CEP 01001-001 - Tel. (11) 3117-4190 SECRETARIA e ASSINATURAS

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Diretor Comercial: Silvério Rocha silverio@mandarim.com.br Representantação Comercial: Rubens Campo (Act), (11) 99975-6257 - 5573-6037 rubens@act.ppg.br APOIO INSTITUCIONAL

Na próxima edição Estradas-parque com intertravados em São Paulo Condomínio Jardins de Monet, em Maringá-SP Edifício Corujas, em São Paulo

Num período marcado por notícias ruins para a economia brasileira em geral, e para a construção civil em particular, a maior expectativa do setor é sobre a possibilidade de o governo federal atender aos pleitos das entidades da construção e do mercado imobiliário para oferecer alternativas de financiamento e de recursos para a continuidade das obras e à sobrevivência das empresas do setor, ameaçadas pelo atraso nos pagamentos de obras já realizadas. Entre elas, incluem-se a solicitações como as de destinar recursos do compulsório da poupança retido em bancos e entidades financiadoras, de ampliar a destinação de recursos do FGTS para esse mesmo fim e, também, de destravar o pagamento das obras já executadas em programas como o Minha Casa, Minha Vida, essencial para dar sobrevida às construtoras, especialmente às de médio e pequeno portes envolvidas no programa. Enquanto a maré continua brava para o setor da construção, fomos à bela Lagoa da Conceição, um dos cartões-postais de Florianópolis, para mostrar a obra da maior ciclovia da cidade, executada às margens da lagoa com pisos intertravados de concreto nos pavimentos da via destinada aos ciclistas e nas calçadas. Entre os motivadores do uso dos pisos intertravados nessa obra, um dos maiores foram os fatores ambientalmente favoráveis dos pisos drenantes ali empregados, que ajudaram a superar as restrições dos órgãos responsáveis pelo meio ambiente devido às suas características de permitir a passagem das águas pluviais ao subsolo. Da mesma forma, os pré-moldados de concreto, estruturais e os blocos, foram empregados numa escola da FDE vizinha ao aeroporto de Viracopos, em Campinas-SP, para conformar espaços dedicados à educação pensados de forma inteligente, unindo o pleno atendimento às exigências escolares a uma bela estética, tornando a edificação referência no bairro de moradores de baixa renda. A utilização inteligente e com belo senso estético dos blocos de concreto e dos pré-moldados permitiu aos arquitetos Helena Ayoub e Cesar Shundi atenderem aos requerimentos-padrão da FDE e conciliar a capacidade de salas de aula e demais dependências para 3.600 alunos e, ao mesmo, tempo manter a edificação com dois pavimentos, essencial para que houvesse a aprovação da Anac-Agência Nacional de Aviação Civil para a escola. Boa leitura! 5


agenda 14o Simpósio Brasileiro de Impermeabilização (SBI) 15 a 17 de junho, em São Paulo

Promovido pelo Instituto Brasileiro de Impermeabilização (IBI), o evento reúne profissionais da indústria da impermeabilização para divulgar as inovações tecnológicas e discutir as tendências do setor, mantendo o foco na preservação do meio ambiente, nas soluções e tecnologias de ponta e qualificação para o atendimento da crescente demanda do mercado. O evento ocorrerá no Espaço Apas (Rua Pio XI, 1200 - Alto da Lapa), em São Paulo. Informações: http://www.ibibrasil.org.br/simposio2015/

52o Congresso Mundial da Federação Internacional de Arquitetos-Paisagistas – Ifla 7 a 15 de junho 2015, em São Petersburgo, Rússia

A Federação Russa está experimentando atualmente um “crescimento real” no desenvolvimento da paisagem e da arquitetura paisagística. A cada ano, os profissionais da arquitetura paisagística oferecem projetos novos e publicam jornais e livros de alto nível nessa área da arquitetura. Em uma economia crescente, a profissão de arquiteto-paisagista vem tornando-se cada vez mais importante. Assim, os elementos científicos, palestras e projetos serão apresentados e discutidos no Congresso, que ocorrerá em São Petersburgo, Rússia. São Petersburgo é uma das cidades mais europeias da Rússia e conta com numerosos monumentos históricos, além de museus internacionalmente reconhecidos, como o Heritage, monumento histórico reconhecido pela Unesco. É a primeira vez que o congresso da Ifla ocorre na Rússia. Este 52o Congresso terá como temas o território da Rússia, com suas paisagens naturais e construídas extensivas. A “história do futuro” servirá para uma discussão em larga escala dos desafios e oportunidades do presente e do futuro para a arquitetura da paisagem e aos arquitetos-paisagistas: 1. Ocidental do Leste: métodos da integração e das inovações na arquitetura moderna da paisagem; 2. Paisagens naturais históricas e do século XXI: conservação, reconstrução e restauração; pesquisa para a integração na paisagem urbana e rural moderna; 3. Infraestrutura Green-blue e desenvolvimento urbano sustentável. Informações: http://ifla2015.com/en/

Concrete Show 2015 26 a 28 de agosto, em São Paulo

A maior e mais completa feira da América Latina que reúne toda a cadeia produtiva do concreto chega à sua 9a edição. Como novidade, este ano o Concrete Show apresentará o Espaço Manutenção e Peças, com tecnologias e soluções completas para a gestão de frotas e manutenção e maquinários de construção. A feira e o Concrete Congress, que ocorre em paralelo, deverão reunir mais de 30 mil profissionais da construção civil no Centro de Exposições Imigrantes, em São Paulo. Mais informações: Tel. (11) 4878-5990 ou pelo site www.concreteshow.com.br.

87o Encontro Nacional da Indústria da Construção (Enic 2015) 23 a 25 de setembro, em Salvador

Já está no ar o site do 87o Encontro Nacional da Indústria da Construção (Enic), que será realizado de 23 a 25 de setembro de 2015, em Salvador. Promovido pela CBIC e realizado pelo Sinduscon-BA e Ademi-BA, o evento terá como tema central “Brasil mais eficiente, País mais justo”. A expectativa é de que participem do encontro cerca de 1.800 pessoas com o objetivo de apresentar soluções e novos entendimentos para um setor em constante evolução. Durante a reunião do Conselho de Administração da CBIC, o vice-presidente Vicente Matos, destacou a importância do apoio das Comissões Técnicas para a definição dos temas para o evento. Informações: www.enic.org.br/

Feicon Batimat Nordeste, 3o Salão Internacional da Construção 21 a 21 de outubro, no Recife

O evento Feicon Batimat é reconhecido como o maior e mais qualificado salão da construção da América Latina. O evento, que acontece no Pavilhão Sul do Centro de Convenções de Pernambuco, reúne as principais empresas e profissionais da cadeia produtiva da construção do Norte e do Nordeste do Brasil. Além da exposição, acontecem dois eventos simultâneos: a Decor Prime Show – Uma mostra diferenciada e surpreendente onde as tendências em arquitetura, decoração e design encontramse para te surpreender. E a, que reúne importantes nomes do setor para debates e apresentações, com a oportunidade de trocas de conhecimento e experiências. Informações: www.feiconne.com.br RECEBA MAIS INFORMAÇÕES pelo boletim PrismaNet. Cadastre-se no site www.portalprisma.com.br


curtas

Congresso de pontes e estruturas: inovações em projetos, materiais e processos construtivos Cerca de 200 participantes (entre profissionais

Seminário SOBRE reciclagem de resíduos

de concreto), Gustavo Pérez (reparo, reforço e

da área de estruturas, pesquisadores e

proteção de estruturas de concreto armado), Suely

estudantes de engenharia) acompanharam,

B. Bueno e Carlos Britez (Museu da Imagem e do

nos dias 21 e 22 de maio de 2015, a extensa

Som – MIS do Rio de Janeiro), Bruno Galvani (OPS:

Centro de Exposições Milenium, do Secovi/

programação do VIII Congresso Brasileiro de

ultrapassando limites na construção de pontes) e

SP, em São Paulo, a 1ª edição do Seminário

Pontes e Estruturas, realizado em São Paulo, pela

Catão Francisco Ribeiro (Ponte Salvador-Itaparica).

Nacional da Reciclagem de Resíduos da

Associação Brasileira de Engenharia e Consultoria

No segundo dia, aconteceram as palestras

Construção Civil e Demolição, promovido pela

Estrutural (Abece) e pela Associação Brasileira de

de José Afonso Pereira Vitório (conservação,

Associação Brasileira para Reciclagem de

Pontes e Estruturas (ABPE).

segurança estrutural e reforço de pontes

Acontece no dia 17 de setembro, no

Resíduos da Construção Civil e Demolição

Sob o tema Inovações em projetos, materiais

rodoviárias de concreto), Francisco Paulo

(Abrecon) – e organizado pela multinacional

e processos construtivos, o evento apresentou

Graziano (BMX – Parque da Cidade) e João

Acqua MCI. O evento será um marco por

grandes obras em execução, bem como trabalhos

Luís Casagrande (Arenas Olímpicas RIO 2016

abordar os temas mais relevantes do

de pesquisa e de aplicação e relevantes na área

– sistemas construtivos do velódromo, arenas

momento e apresentar dados inéditos sobre

de engenharia de estruturas.

cariocas, centro aquático e cobertura do tênis).

o segmento da reciclagem de RCD no

O engenheiro Atorod Azizinamini, professor do

Abrindo a programação da parte da tarde, o

Brasil. Estima-se que, de 2010 a 2014, o

Departamento de Engenharia Civil e Ambiental

presidente da Abece, eng. Augusto G. Pedreira

segmento de reciclagem de RCD – Resíduos

da Florida International University, falou sobre o

de Freitas, coordenou discussão sobre a difícil

de Construção e Demolição – tenha crescido

Sistema Construtivo ABC, os resultados das mais

situação atual do mercado com participantes

aproximadamente 400% no Brasil. De acordo

recentes pesquisas na área e as perspectivas

do evento. As apresentações dos engenheiros

com a Abrecon, há mais de 350 usinas

para o futuro. Ele abordou os diferentes tipos de

Ricardo França e Jairo Fruchtengarten (São

instaladas no país, que geram milhares de

tecnologias aplicadas na construção acelerada de

Paulo Corporate Tower), Ademir Ferreira dos

emprego, contribuindo para amenizar o

pontes, compreendendo os diversos elementos

Santos (evolução dos métodos de análise,

impacto ambiental gerado pela construção

pré-fabricados utilizados em pontes. Palestraram

dimensionamento e detalhamento no projeto

civil e a preservação de recursos naturais. A

também nesse primeiro dia do evento os

de obras de arte especiais) e Fabrício Gustavo

Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS)

engenheiros Mário Franco (análise incremental

Tardivo (Museu do Amanhã – Rio de Janeiro)

e os seus desdobramentos estão promovendo

e deformações ao longo do tempo em edifícios

encerraram o evento.

a gestão correta dos resíduos nos canteiros de obras, além de aumentar de forma expressiva o consumo de agregado reciclado. O seminário será divido em quatro blocos:

Novas regras podem direcionar até R$ 22,5 bilhões o setor imobiliário Em maio, o governo decidiu alterar as regras que tratam dos chamados “depósitos compulsórios” dos

Panorama da reciclagem de resíduos da

bancos, relacionados à caderneta de poupança. Os compulsórios são exigência para que as instituições

construção e demolição no Brasil e Exterior;

financeiras guardem uma parte dos depósitos de seus correntistas numa conta do Banco Central.

Tecnologias e avanços na reciclagem de RCD;

A mudança definiu que essa exigência poderá ser cumprida por parcela maior de novos financiamentos

Os resíduos no canteiro de obras e aplicação

à casa própria. Na prática, os bancos poderão realizar novas operações de crédito imobiliário que podem

do agregado reciclado; O gerador de resíduos

chegar a R$ 22,5 bilhões – e, ao mesmo tempo, cumprir as exigências do “depósito compulsório”.

e as responsabilidades da cadeia. Na

O Conselho Curador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) aprovou ainda a injeção de

oportunidade, será lançado o Mapa Abrecon,

R$ 5 bilhões ao programa Pró-Cotista. Os recursos são para financiamento de casa própria até o valor

sistema de geolocalização de usinas em todo

de R$ 400 mil, de famílias com renda acima dos limites do Programa Minha Casa, Minha Vida. A medida

o Brasil. Informações e inscrições: www.

autoriza o Ministério das Cidades a remanejar recursos do orçamento do FGTS, que este ano chega a

acquacon.com.br/seminariorcd

R$ 63.9 bilhões, para financiamento da construção de imóveis cujo valor supere o teto atual de R$ 190 mil. 7


entrevista REPORTAGEM: Silvério Rocha FOTO: Divulgação

Luís Alberto Carvalho

“A Alvenaria estrutural é o sistema construtivo mais racionalizado do país” O engenheiro civil Luís Alberto Carvalho é professor na Universidade Federal do Ceará (UFC), na disciplina de Alvenaria Estrutural e Estruturas de Concreto e, também, de pós-graduação na Universidade de Fortaleza (Unifor), nas cadeiras de alvenaria estrutural, projeto de lajes de concreto estrutural e de análise matricial de estruturas. Reúne destacada e longa atuação como A Norma de Desempenho deverá afetar a construção civil brasileira em relação ao atendimento às suas exigências? Entendo que a Norma de Desempenho deverá sim afetar a construção civil brasileira, de forma muito positiva. E essa norma deverá ser uma indutora da qualidade, em sua opinião? Acredito que a Norma de Desempenho deverá desempenhar o papel de indutora da melhoria da qualidade na construção civil. Isto porque, em síntese, substitui procedimentos descritivos, que poderíamos chamar, de forma simplificada e para efeito de comparação, de “receitas de bolo”, por outros, relacionados aos resultados de ensaios de sistemas, em seus diversos níveis de abrangência. Com base nos ensaios desenvolvidos por laboratórios credenciados no Inmetro, qual a sua avaliação sobre o atendimento às exigências da Norma de Desempenho pelos blocos de concreto, em relação aos seguintes itens: a. Resistência ao fogo Há consenso no meio técnico-científico que as alvenarias de vedação e estrutural excedem às exigências da ABNT NBR 15575:2013 neste quesito. b. Desempenho térmico Nas zonas bioclimáticas 3 a 8: o sistema construtivo é aprovado pelo método simplificado com critério mínimo; nas zonas 8

prisma

bioclimáticas 1 e 2, requer o método da simulação computacional, segundo o qual, em geral, é aprovado pelo critério Superior de desempenho. c. Desempenho acústico Somente em um número reduzido de situações os blocos de concreto não atendem às exigências da ABNT NBR 15575:2013. Outros requisitos somente são atendidos mediante a substituição do revestimento de gesso com 5 mm de espessura por revestimento argamassado à base de cimento com 15 mm de espessura (ver tabela 1, ao lado). Em relação aos sistemas construtivos existentes no mercado da construção civil brasileira atualmente, como o senhor avalia o desempenho do sistema construtivo paredes com blocos de concreto, no atendimento às exigências da NBR 15575:2013? Avalio que o sistema construtivo de paredes em blocos de concreto tem desempenho, em geral, superior aos demais sistemas construtivos disponíveis no mercado da construção civil brasileira. O sistema de alvenaria estrutural com blocos de concreto constitui o sistema construtivo mais racionalizado do país, devido a diversas características: desde a precisão dimensional dos blocos às soluções de integração entre os subsistemas (instalações, revestimento, pavimentação etc.). No Nordeste, a alvenaria estrutural com blocos de concreto tem sido bastante utilizada?


projetista e consultor de engenharia estrutural em empresas e entidades de renome, especialmente do Nordeste brasileiro. É sócio-fundador de diversas entidades ligadas à engenharia estrutural e coautor do livro “Parâmetros de Projeto de Alvenaria Estrutural com Blocos de Concreto” (EdUDSCar, 2012). Nesta entrevista, o professor e consultor responde questões relacionadas à Norma de Desempenho (ABNT NBR 15.575:2013) e aos sistemas construtivos existentes atualmente no Brasil, em especial aqueles que utilizam blocos de concreto, estruturais e de vedação. Para suas respostas e análises, Luis Alberto utilizou parte dos resultados da publicação do Bloco Brasil “Manual de Desempenho – Alvenaria de Blocos de Concreto, Guia para atendimento à Norma ABNT 15575:2013”, que apresenta os resultados dos ensaios realizados por laboratórios de renomado tais como o Laboratório de Ensaios e Modelos Estruturais (Leme) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), entre outros, para verificar o atendimento às exigências da norma em sua parte 4, que trata dos Sistemas de Vedações Verticais Internas e Externas.

O uso da alvenaria estrutural com blocos de concreto é um sucesso sem precedentes, graças ao magnífico trabalho da Regional Norte/Nordeste da ABCP, do qual tenho o privilégio de participar desde o primeiro momento. Tabela 1 bloco de concreto + revestimentos interno e externo de gesso com espessura de 5 mm classe de ruído

I II II

parede cega entre UH (parede de geminação - exceto dormitório) parede cega entre UH (parede de geminação – dormitório) parede cega de dormitórios entre uma unidade habitacional e áreas comuns de trânsito eventual Parede cega de salas e cozinhas entre uma UH e áreas comuns de permanência de pessoas, atividades de lazer e atividades esportivas parede cega entre uma UH e áreas comuns de permanência de pessoas, atividades de lazer e atividades esportivas conjunto de paredes e portas de unidades distintas separadas pelo hall

exigência

90 mm

115 mm

140 mm

190 mm

≥25 ≥30 ≥35

S S I

S S I

S S I

S S S

≥45

S

S

S

S

≥50

NA (1) NA (1) NA (1) NA (1)

≥45

NA (1)

M(2)

M(2)

M

≥35

I

I

I

S

≥50

NA (1) NA (1) NA (1)

≥45

NA(1)

M(2)

M(2)

NA(1)

M

Adaptado de: Silva, Cláudio Oliveira, Manual de Desempenho, ABCP-Bloco Brasil. São Paulo, 2014. S: critério Superior; I: critério Intermediário; M: critério Mínimo (1) Não Atende; (2) Emprega revestimento argamassado à base de cimento com 15 mm de espessura em vez de revestimento de gesso com 5 mm de espessura.

Avalio que o sistema construtivo de paredes em blocos de concreto tem desempenho, em geral, superior aos demais sistemas construtivos disponíveis no mercado da construção civil brasileira O sistema construtivo com paredes de concreto moldadas no local tem sido muito usado em conjuntos habitacionais populares. Qual a sua opinião a respeito desse sistema construtivo (paredes de concreto moldadas no local), especialmente no atendimento às exigências da Norma de Desempenho? Vou deter-me no quesito do desempenho térmico. De domínio geral, o concreto estrutural convencional (de densidade normal) é um péssimo isolante térmico, obviamente, tanto para o calor quanto para o frio (zonas bioclimáticas 1 a 5). Por outro lado, os critérios da NBR 15575:2013 são excessivamente tolerantes, tanto no verão – critério mínimo Ti, max ≤Te, max, quanto no inverno – critério Mínimo Ti,max≥ Te,max +3oC! Em geral, após medidas atenuantes (isolamento térmico da laje de coberta, ventilação cruzada sob o telhado, pintura de cor clara de paredes e telhados etc.), as paredes de concreto moldadas no local atendem ao critério mínimo através de Simulação computacional. E em nenhuma situação obtêm aprovação pelo método simplificado! 9


alvenaria estrutural

Construtora ergue edifício com alvenaria estrutural com blocos de concreto e outros itens racionalizadores da obra em região de elevado padrão de São José dos Campos-SP. O prédio conta com elementos de sustentabilidade em seu projeto

REPORTAGEM: Silvério Rocha IMAGENS: Divulgação

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prisma

Solidez e sustentabilidade O bairro Urbanova, situado na região Oeste de São José dos Campos-SP e próximo à Universidade do Vale do Paraíba (Univap), é fortemente horizontalizado e constituído por residências de padrão elevado. Foi nesse bairro que a construtora e incorporadora Ecolares decidiu construir o edif ício Jacarandá, de padrão médio e voltado para um público-alvo de classe média. O objetivo de oferecer apartamentos com preços acessíveis – entre R$ 220 mil a R$ 230 mil – foi atingido com a adoção da alvenaria estrutural com blocos de concreto e

outros itens de racionalização da obra. A construtora, sediada na cidade valeparaibana, existe há cinco anos e desenvolve suas obras basicamente com alvenaria. Por isso, seus mestres-de-obra e operários têm bastante conhecimento do sistema construtivo, segundo o engenheiro Leandro Pelogia, responsável pelos serviços na obra do edif ício Jacarandá. “Mesmo assim, fizemos questão de ministrar um treinamento específico sobre o sistema construtivo para eles, ministrado pelo engenheiro da obra” , diz Pelogia.


“O edif ício Jacarandá foi construído com tecnologias, práticas e atitudes sustentáveis em todas as etapas, como a alvenaria estrutural modular com blocos de concreto, que otimiza os processos, torna a logística mais prática e aumenta a produtividade na obra, além, claro, de gerar poucos resíduos e evitar muitas ações prejudiciais ao meio ambiente durante as fases de fabricação” , avalia o engenheiro da Ecolares. Segundo Pelogia, o maior desafio da obra foi equacionar a sua logística. “Devido ao tamanho do terreno, tivemos

que alterar duas vezes o layout do canteiro para conseguirmos acomodar os nossos estoques de materiais e a central de argamassa. ” A concepção estrutural do prédio seguiu o comumente utilizado em obras com alvenaria estrutural: os primeiros pavimentos receberam blocos de maior resistência, de 14 MPa, resistência essa que foi diminuindo a cada dois pavimentos. O edif ício Jacarandá tem 15 pavimentos e conta com seis apartamentos por andar, de 54 m2 e 60 m2, ambos com dois dormitórios, um deles suíte, com sacada.

a alvenaria estrutural modular com blocos de concreto otimiza os processos, torna a logística mais prática e aumenta a produtividade na obra, além, claro, de gerar poucos resíduos e evitar muitas ações prejudiciais ao meio ambiente

O passo a passo do sistema construtivo

Nas fotos acima, as diferentes etapas do sistema construtivo: a execução da alvenaria estrutural, içamento e colocação das lajes pré-fabricadas e a grua utilizada, todos elementos racionalizadores da obra 11


alvenaria estrutural

Diferenciais Sustentáveis das obras da Ecolares Peças Pré-moldadas Geram menos desperdício de material e mão de obra, pois as tubulações já vêm prontas dentro da laje pré-moldada, que é industrializada com um alto padrão de precisão e qualidade. Bloco Estrutural Em vez de pilares e vigas, são utilizados blocos estruturais que possibilitam economia de aço, revestimentos e madeira, além de gerar menos resíduos. Sistema Elétrico Busway Além de ser mais seguro, esse sistema ocupa menos espaço, permitindo a expansão de rede e gera um impacto ambiental menor por não utilizar materiais derivados de petróleo. Pavimento Permeável Reduz o acúmulo de água em até 100% e permite que a água escoe aos poucos até a terra. A base áspera também filtra a água da chuva reduzindo a contaminação. Sistema de Captação de Água da Chuva Esse sistema garante uma grande economia, armazenando a água da chuva em um reservatório para reaproveitar para irrigação do jardim, por exemplo. Torneiras com sensor e vasos com descargas duplas A torneira de área comum, com sensor proporciona até 70% de economia de água. A descarga dupla permite o acionamento parcial ou total e estimula o consumo consciente, gerando até 30% de economia em relação aos outros modelos. Sistema de água pex Garante mais pressão para o fluxo de água e, por não possuir conexões intermediárias, gera menos problemas com vazamentos e menor desperdício de material. Sistema de medidores individuais Com essa solução é possível controlar melhor o consumo de água, além de reduzir os custos do condomínio. Fonte: www.ecolares.com.br

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prisma

Apartamento tipo 1

Área Serv.

Cozinha

Apartamento tipo 2 Jantar

WC1

WC2

Jantar Cozinha Estar Dormitório 1

Varanda

Dormitório 2

Área Serv.

Estar Varanda


OBRA RACIONALIZADA O uso de artefatos pré-fabricados de concreto, entre eles os blocos estruturais da alvenaria e as lajes pré-moldadas de concreto, permitiu um projeto todo racionalizado, com menor geração de resíduos e menos agressivo ao meio ambiente. Os blocos, que contavam com o Selo de Qualidade da ABCP, eram paletizados e descarregados por grua – outro elemento de racionalização, que também servia para içar as lajes pré-moldadas de concreto –, e armazenados de acordo com a sua classe de resistência. Os outros materiais eram armazenados de acordo com as prescrições da norma ISO 9001, certificação que a construtora detém desde 2008, assim como a qualificação no Nível A do PBQP-H (Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade no Hábitat, do Ministério das Cidades. No total, a Ecolares empregou 20 funcionários nessa obra, entre enge-

Dormitório 2 Dormitório 1

WC1

WC2

nheiro, pedreiros e ajudantes de pedreiro, eletricista e ajudante, encanador e ajudante e pintores. “A utilização do sistema de lajes içadas (100% pré-moldadas) permitiu que tivéssemos uma redução do número de operários e, com isso, também conseguimos eliminar da obra todo o processo de concretagem, o que a deixou bem mais limpa e organizada” , avalia Pelogia. Além disso, a utilização de alvenaria estrutural e de lajes pré-fabricadas permitiu à construtora concluir o edif ício nos 24 meses previstos contratualmente.

Sustentabilidade No item sustentabilidade, o edif ício Jacarandá conta com lâmpadas de baixo consumo, serviço de coleta seletiva de lixo, iluminação natural, coleta de óleo de cozinha, sensores de presença, redutores de vazão de descarga nos banheiros e maior taxa de permeabilidade do solo, com o uso de piso intertravado de concreto nos subsolos e de piso drenante nas vagas de veículos que ficam no térreo e ao ar livre do condomínio. “Tudo isso com controle muito cuidadoso, para garantir empreendimentos de alta qualidade e com entregas seguras, que respeitaram os prazos combinados e prezaram pela excelência na qualidade” , assegura Fabio Sene, supervisor comercial da Ecolares.

FICHA TÉCNICA Obra: Edifício Jacarandá Localização: bairro Urbanova, São José dos Campos-SP Projeto estrutural: André Wendler Arquitetura: Pass Arquitetura Paisagismo: Felipe Mascarenhas Projeto estrutural: Placalculo Engenharia/ André Wendler Projeto de instalações elétrica e hidráulica: R & M Engenharia Construção e incorporação: Ecolares Empreendimentos Data do Projeto: 5/2011 Data de início/finalização da obra: setembro de 2011 a outubro de 2013 Fornecedores: Arevale Artefatos de Concreto (pré-moldados, blocos e pisos de concreto), Esquadrias Ebel (esquadrias), Tinta Suvinil (tinta), Sectron Elevadores (elevadores), Portobello (azulejos e cerâmica), Fechaduras Stan (fechaduras), Impermeabilizações Caiman (impermeabilização), Mármores e Granitos Ouro Brasil (mármores e granitos), Docol (metais sanitários) Construção e incorporação: Ecolares

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arquitetura

Estrutura préfabricada e alvenaria colorida de blocos de concreto fazem edificação escolar que agrega alguns diferenciais, como a coleta de águas de chuva, uso racional de água e energia, além de um sistema de resfriamento de ar por geotermia

REPORTAGEM: Marcos de Sousa FOTOS: Lauro Rocha

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prisma

Para ensinar a sus  De fora, o novo edif ício da E. E. Jardim Marisa assemelha-se a um edif ício industrial quase inteiramente branco. À noite, porém, surge como uma lanterna iluminada, revelando cores fortes em seu interior. Não por acaso, o prédio escolar é hoje a principal referência do bairro ainda precário, vizinho ao aeroporto de Viracopos, em Campinas-SP. São mais de 3.600 m2 de construção, incluindo salas de aula, quadra, laboratórios, biblioteca, cozinha e dependências para professores, tudo para atender a quase 700 alunos por período. Atendendo às especificações da Fundação para o Desenvolvimento Escolar (FDE), os arquitetos Helena Ayoub e Cesar Shundi encaixaram todas as depen-

dências em apenas dois pavimentos, com gabarito máximo de seis metros, por exigência das autoridades que controlam o tráfego aéreo. O prédio obedece rigorosamente à cesta de materiais-padrão adotados pela FDE: estrutura pré-fabricada de concreto, vedações com alvenaria de blocos de concreto, pisos de concreto e porcelanato, além da cobertura metálica. Toda a estrutura foi concebida com peças pré-fabricadas de concreto, das fundações às lajes, numa obra rápida e racional, com desperdício zero. As vedações também foram precisamente moduladas em blocos de concreto, tudo para atender aos requisitos da certificação ambiental Aqua-HQE Internatio-


Corredores: paredes de alvenaria pintada, aberturas com peças pré-moldadas de concreto e piso de porcelanato

Salas de aula: forro acústico, caixilhos estanques e brise externo com telhas metálicas perfuradas

tentabilidade nal, hoje obrigatória nas obras da FDE. É exatamente a alvenaria com blocos de concreto a “pedra de toque” que rompe a aparente frieza da envoltória externa, uma tela perfurada de aço. Lá dentro, uma cuidadosa programação de cores – verde, vermelho, marrom, rosa, azul e amarelo – surpreende os olhos dos novos alunos e seus pais. No pátio, destaca-se o alegre mosaico amarelo formado por elementos de concreto vedados com vidro, recurso também usado em todos os ambientes sociais da escola. Funcionam como “vigias” , que permitem a visão externa, mas bloqueiam a entrada dos ruídos, fator crítico em um prédio escolar. O estudo de cores e da composição

dessas pequenas aberturas foi elaborado pela artista Mirella Marino, que soube usar (e colorir) os blocos de concreto para quebrar o peso visual das linhas horizontais predominantes na construção. Essa horizontalidade do prédio, justifica César Shundi, foi imposta por duas condicionantes: de um lado, havia a restrição de gabarito (6 m de altura) dada pela proximidade com o aeroporto e, por outro, a generosidade do terreno (4.600 m2) destinado à obra. “Na verdade, o projeto ficou paralisado durante algum tempo por causa da negativa da Anac-Agência Nacional de Aviação Civil em aceitá-lo, já que toda aquela região deveria estar livre de qualquer construção. Mas, como os bairros ao redor já estavam consolidados, com mi15


arquitetura

CORTE DD 0

5

10

15

20

CORTE KK

0

5

10

D D

23

22 21

1 2 3

4

27

28 5

K

20

6

10

9

7

18 17 15 16

13

8 11

11

12

14

K

K

K 30

19

25

30

25 26

D

D

PLANTA NÍVEL 1

lhares de famílias vivendo lá, a Anac acabou cedendo” , lembra o arquiteto. São apenas dois pavimentos e o programa adotado permite o acesso dos alunos por rampas e escadas às 18 salas de aulas no pavimento superior, sem a necessidade de elevadores. No térreo estão as salas da diretoria e de professores, salas de apoio, cozinha, biblioteca, com16

prisma

15

20

1 Refeitório 2 Cozinha 3 Dispensa 4 Utensílios 5 DML 6 Sanitário Feminino 7 Sanitário Masculino 8 Cantina 9 Vestiário 10 DMD 11 Reforço 12 Sala dos Professores 13 DME 14 Diretor 15 Vice-diretor 16 Coordenador Pedagógico 17 Sanitários 18 Almoxarifado 19 Secretaria 20 Grêmio 21 Informática 22 Centro de Leitura 23 Quadra Poliesportiva 24 Galpão 25 Reservatório de Água 26 Estacionamento 27 Entrada dos Alunos 28 Sala de Aula 29 Pátio Descoberto 30 Casa de Máquinas 31 Depósito 32 Banheiro de Deficiente

PLANTA NÍVEL 3

putadores e uma sala multiuso, além das áreas de lazer e esporte.

Praça amarela O pátio central é o grande espaço público do edif ício. Foi concebido como uma praça, já que em breve a escola será integrada ao projeto estatal “Escola da Família” , que abre os edif ícios escolares


É exatamente a alvenaria com blocos de concreto a “pedra de toque” que rompe a aparente frieza da envoltória externa, uma tela perfurada de aço

FICHA TÉCNICA E.E. Jardim Marisa Local: Campinas-SP Concepção: FDE- Fundação para o Desenvolvimento da Educação Terreno: 4.690,09m² Área construída: 3.634,22m² Data do projeto: 2009/2011 Conclusão da obra: 2013/2015

Pátio: área de recreio e de reuniões da comunidade

para as famílias dos alunos nos finais de semana e propõe maior integração entre a escola e a comunidade. Contíguos e integrados, o galpão e a quadra coberta completam as áreas de recreação do conjunto. A quadra foi ligeiramente rebaixada (cerca de um metro), de forma a adequar o limite de gabarito da cobertura às praticas com bola. Sua cobertura foi dotada de um lanternim, que tanto ajuda na iluminação do espaço como na ventilação cruzada, condição importante para o conforto dos jovens alunos.

Ar é água A presença de aeronaves e seu inevitável ruído exigiu também alguns itens para garantir o conforto acústico e térmico, como os caixilhos, com uma vedação quase estanque. Para compensar a falta de ventilação

natural, o projeto incluiu um sistema de aeração e resfriamento natural do ar, por meio da técnica de geotermia: no subsolo, a cerca de 1,5 m de profundidade, a temperatura é sempre constante, em qualquer estação do ano. A escola foi dotada de uma bateria de insufladores que puxam o ar externo e o encaminham a uma serpentina de tubos subterrâneos. Ali o ar é resfriado e levado por uma rede de dutos para o interior das salas, expulsando o ar aquecido. Essa solução, mais a captação e uso das águas da chuva e uma série de recursos para reduzir o consumo de água e energia no prédio contaram pontos para a certificação ambiental da obra. Ocupada há cerca de seis meses, antes mesmo de ficar inteiramente pronta, a escola atende a mais de 2 mil alunos e se tornou a principal referência do bairro humilde ao redor.

Projeto de arquitetura: SIAA - Shundi Iwamizu Arquitetos Associados e HAASA - Helena Ayoub e Arquitetos Associados: Cesar Shundi Iwamizu, Helena Ayoub, Marina Colonelli, Julio Checchini e Moracy Amaral. Colaboradores: Anita Freire, Francesco Perrota e Bruno Salvador Estudo de cores: Mirella Martini Estudo de geotermia: Alberto Hernandez Neto Estudo de acústica: Acústica e Sônica Estrutura: Steng Instalações: Sandretec Certificação Aqua-HQE International: Green Consulting Construtora: Fermopar Construções

17




urbanismo

Obra em Florianópolis vai permitir a circulação segura de pedestres e ciclistas pela área turística

REPORTAGEM: Marcos de Sousa IMAGENS: Divulgação

20

prisma

Pedalar e caminhar ao longo da Lagoa Cidade turística que recebe milhares de visitantes a cada final de semana, Florianópolis está construindo uma ampla rede de ciclovias, tanto na ilha como na parte continental do município. O trecho mais recente ocupa a orla da Lagoa da Conceição, às margens da av. Vereador Osni Ortiga, nas proximidades da av. das Rendeiras, um dos pontos mais badalados da capital catarinense. São cerca de 2,3 km numa obra que envolve a implantação de muro de arrimo e pavimentos para calçada e ciclovia. O engenheiro Luiz Américo Medeiros, da Secretaria Municipal de Obras, explica que os planos da Prefeitura prevêem a construção de mais de 100 km de ciclovias, sempre em sintonia com outras

intervenções urbanas da municipalidade. Hoje são 40 km, com muitos trechos ainda não interligados, mas a rede irá se formando à medida que novas obras sejam realizadas. O primeiro projeto para a Osni Ortiga data de 1997, mas limitações de ordem ambiental foram adiando sucessivamente o início dos trabalhos, explicou Medeiros. É exatamente essa fragilidade do ambiente que levou a prefeitura a escolher o sistema de blocos intertravados para pavimentar calçada e ciclovia. “A região da Lagoa é área de preservação ambiental e para manter a paisagem e o equilíbrio da ecologia local, preferimos esse tipo de piso, que tem uma característica drenante e propicia uma paginação colorida,


1 - Situação antes da obra

2 - Fundações com tubos cheios de concreto. Construção de novo muro com pedra argamassada. Aterro e enchimento com pó de pedra

3 - Muro antigo e construção do novo muro de arrimo

4 - Construção de novo muro e aterro

5 - Construção da calçada para pedestres

6 - Acabamento superior do muro e colocação dos pavers. Assentamento sobre pó de pedra

adequada ao caráter do lugar. Mas vai ser a nossa primeira experiência de uma ciclovia de grande extensão com piso intertravado” , explicou. A obra está sendo realizada pela construtora Pavicon, que já conhecia bem o sistema de pavimentação com intertravados. O engenheiro Pablo Zimmer, diretor da empresa e responsável pela obra, explica que a primeira etapa dos trabalhos exigiu um aterro para nivelamento e a implantação de drenagem superficial. Para isso foi construído um muro de arrimo com pedras argamassadas, assentado sobre uma linha de estacas de concreto. “Essa fundação foi feita com tubos de concreto de 40 cm de diâmetro fincados lado a lado, preenchidos com concreto e conectados por vigotas pré-fabricadas de concreto com 60 cm” , lembra Zimmer. O muro era uma exigência do projeto, para reduzir o efeito de erosão gerado pelas águas da lagoa. “Nesta parte da orla não temos o problema das dunas, mas a movimentação das ondas da lagoa

N 500 m

poderia desestruturar o pavimento” , avalia o engenheiro Medeiros. Concluído o muro, era necessário compactar a areia e revestir a superf ície com pó de pedra, material usado para o assentamento dos blocos, já que a areia local é muito fina, com comportamento “líquido” , sem capacidade para travar o pavimento, na avaliação do autor do projeto. Tanto na calçada como na ciclovia fo-

Mapa mostra a implantação da ciclovia com 2,3 km de extensão, na orla da Lagoa da Conceição, em Florianópolis

21


urbanismo

Detalhamento do projeto

MURO A CONSTRUIR PAVIMENTO A EXECUTAR CICLOVIA DECK ÁREA VERDE MURO EXISTENTE DRENAGEM PROJETADA CANAFLEX P/ILUMINAÇÃO DRENAGEM EXISTENTE SISTEMA DE ILUMINAÇÃO BOCA DE LOBO - PLUVIAL CAIXA CAPTAÇÃO - PLUVIAL CAIXA CAPTAÇÃO - EXISTENTE

FICHA TÉCNICA Obra: Ciclovia e calçada da avenida Osni Ortiga Localização: Florianópolis Ano do projeto: 2009-2010 Início das obras: 2014 Área de pavimentação: 11.500 m2 Projeto e realização: Prefeitura Municipal de Florianópolis Autor do projeto: eng. Luiz Américo Medeiros (Secretaria Municipal de Obras) Obra: Pavicon - Construtora e Pavimentadora Blocos, tubos e pré-moldados: Saneamento Pré-moldados

ram utilizados blocos de concreto com resistência de 35 Mpa (350 kg/cm2), capazes de suportar com folga o tráfego normal de pedestres e bicicletas, além da circulação eventual de caminhões e outros veículos de serviço. A paginação foi elaborada com pisos de três cores: são 2,40 m de pavimento vermelho para a ciclovia, 2 m de pavimento cinza para a calçada, e baias na cor amarela para as paradas de ônibus. A obra inclui também canteiros com 60 cm e uma viga pré-moldada de proteção completada por lajes que funcionam 22

prisma

como bancos. Em dois pontos foram previstos deques de madeira para o descanso e contemplação da paisagem. Até o mês de maio, cerca de 70% dos 2.300 metros já estavam prontos e em uso, com ótima aceitação pelo público, que antes se esgueirava por trilhas estreitas à margem do asfalto. E apesar das ressalvas de skatistas e patinadores – por motivos óbvios–, a prefeitura de Florianópolis espera ter ciclovia e calçada prontas em agosto, bem antes da temporada de férias de verão.


Sistemas Industrializados de Concreto Visão Resumida Norma de Desempenho Alvenaria com blocos de concreto Neste artigo, são abordados os requisitos da Norma de Desempenho (ABNT NBR 15575/2013) quanto à sua Parte 4: Requisitos para os sistemas de vedações verticais internas e externas. Este artigo trata dos Sistemas de Vedações Verticais Internas e Externas (SVVIE) que, quando construidos com blocos, também são chamados de alvenaria. A alvenaria com blocos de concreto pode ser construida com e sem função estrutural, devendo atender aos requisitos da Norma de Desempenho ABNT NBR 15575-4.

Caderno Técnico Sistemas Industrializados de Concreto - CT29

CT  29

Artigos Técnicos podem ser encaminhados para análise e eventual publicação para alvenaria@revistaprisma.com.br

Palavras-chave: Norma de Desempenho, Sistemas de Vedações Verticais Internas e Externas, Alvenaria, Alvenaria com blocos de concreto

Cláudio Oliveira Silva

EXPEDIENTE O Caderno Técnico Sistemas Industrializados de Concreto é um suplemento da revista Prisma, publicado pela Editora Mandarim Ltda. ISSN 1809-4708 Artigos para publicação devem ser enviados para o e-mail alvenaria@revistaprisma.com.br Conselho Editorial: Prof. Dr. Jefferson Sidney Camacho (coordenador); Prof. Dr. Guilherme Aris Parsekian (secretário); Eng. Davidson Figueiredo Deana; Prof. Dr. Antonio Carlos dos Santos; Prof. Dr. Emil de Souza Sanchez Filho; Prof. Dr. Flávio Barboza de Lima; Eng. Dr. Rodrigo Piernas Andolfato; Prof. Dr. João Bento de Hanai; Prof. Dr. João Dirceu Nogueira Carvalho; Prof. Dr. Luis Alberto Carvalho; Prof. Dr. Luiz Fernando Loureiro Ribeiro; Prof. Dr. Luiz Roberto Prudêncio Júnior; Prof. Dr. Luiz Sérgio Franco; Prof. Dr. Márcio Antonio Ramalho; Prof. Dr. Márcio Correa; Prof. Dr. Mauro Augusto Demarzo; Prof. Dr. Odilon Pancaro Cavalheiro; Prof. Dr. Paulo Sérgio dos Santos Bastos; Prof. Dr. Valentim Capuzzo Neto; Profa. Dra. Fabiana Lopes de Oliveira; Profa. Dra. Henriette Lebre La Rovere; Profa. Dra. Neusa Maria Bezerra Mota; Profa. Dra. Rita de Cássia Silva Sant´Anna Alvarenga. Editor: jorn. Silvério Rocha (editor@revistaprisma.com.br) - tel. (11) 3337-5633

23


Caderno Técnico Sistemas Industrializados de Concreto - CT29

Visão Resumida Norma de Desempenho Alvenaria com blocos de concreto 1. INTRODUÇÃO

Tabela 1 apresenta os principais requisitos e

O comportamento em uso da edificação e seus sistemas pode ser entendido como de-

seus respectivos critérios especificados nes-

3. SEGURANÇA ESTRUTURAL A alvenaria deve resistir à ruína e manter a estabilidade de suas partes, resistindo aos

ta norma.

sempenho da edificação. O desempenho deve

esforços de impactos, choques, vibrações e outras solicitações decorrentes da utiliza-

rios, traduzido em requisitos e quantificado

2. EXIGÊNCIAS DOS USUÁRIOS E NÍVEIS DE DESEMPENHO

em critérios, estabelecendo-se parâmetros

Considera-se como exigências dos usuá-

fi­ssuração da vedação e dos acabamentos,

rios o conjunto de necessidades a serem sa-

não devem prejudicar a segurança e a mano-

A norma editada pela ABNT – Associação

tisfeitas pela edificação e seus sistemas, de

bra normal de partes móveis, como portas

Brasileira de Normas Técnicas, conhecida

modo a cumprir com suas funções. O desem-

e janelas.

como Norma de Desempenho, recebeu a nu-

penho é avaliado através de requisitos que

Para o atendimento destes e de outros

meração ABNT NBR 15575 e está dividida em

são estabelecidos com o objetivo de atender

requisitos de segurança estrutural, deve-se

seis partes: Parte 1: Requisitos gerais; Parte

às necessidades básicas dos usuários.

atender às especificações da norma ABNT

atender ao conjunto de exigências dos usuá­

objetivos de avaliação.

ção normal da edificação. A deformação e a

2: Requisitos para os sistemas estruturais;

Para a avaliação desses requisitos, são

NBR 15961-1 e 2, relativas, respectivamen-

Parte 3: Requisitos para os sistemas de pisos;

estabelecidos métodos de avaliação e crité-

te, ao projeto e à execução da alvenaria es-

Parte 4: Requisitos para os sistemas de ve-

rios de desempenho. Os critérios são espe-

trutural com blocos de concreto. No caso

dações verticais internas e externas; Parte 5:

cificações quantitativas dos requisitos de de-

de alvenaria de vedação, deve-se atender às

Requisitos para os sistemas de coberturas e

sempenho. Na norma de desempenho, para

normas pertinentes aos sistemas construti-

Parte 6: Sistemas Hidrossanitários.

cada critério são estabelecidos três níveis de

vos utilizados.

Este artigo trata dos Sistemas de Veda-

atendimento de desempenho:

Para as alvenarias estruturais cobertas por

ções Verticais Internas e Externas (SVVIE),

M = mínimo (obrigatório)

Normas Brasileiras prescritivas de projeto e

que, quando construidos com blocos, tam-

I = Intermediário

execução, não é necessária a verificação dos

bém são chamados de alvenaria. A alvenaria

S = Superior

requisitos de impactos de corpo mole e de

com blocos de concreto pode ser construida

corpo duro. Já as solicitações devidas às car-

com e sem função estrutural, devendo aten-

O atendimento do nível de desempenho

gas de peças suspensas devem ser verifica-

der aos requisitos da Norma de Desempenho

mínimo (M) é obrigatório para todos os re-

das conforme metodologia ilustrada na Figura

ABNT NBR 15575-4.

quisitos especificados. Quanto maior o nível

1. Neste caso a parede ensaiada deve atender

de desempenho, maior será a satisfação do

aos critérios apresentados na Tabela 2.

Embora exerçam uma avaliação sistêmica, as normas de desempenho devem ser con-

usuário em ter suas exigências atendidas.

4. SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO

sideradas como complementares às normas

A norma ABNT NBR 15575-1 estabele-

prescritivas já existentes para cada sistema da

ce uma lista de exigências dos usuários e

Em relação à segurança contra incêndio,

edificação. Deste modo, os blocos de concre-

as relaciona com os requisitos de desem-

a edificação deve possibilitar a saída dos

to, sendo parte essencial do sistema de ve-

penho. Nesse artigo estão destacados ape-

ocupantes em condições de segurança e

dação, devem primeiramente atender às es-

nas os requisitos relacionados às vedações

garantir condições razoáveis para o empre-

pecificações da norma ABNT NBR 6136. A

verticais.

go de socorro, envolvendo o salvamento e

Tabela 1 - Parâmetros para blocos de concreto (ABNT NBR 6136) Classificação

Com função estrutural Com ou sem função estrutural

24

Classe

Resistência característica à compressão axial (MPa)

Absorção de água (%) Agregado normal Individual

Média

A

fbk ≥ 8,0

≤ 8,0

≤ 6,0

B

4,0 ≤ fbk < 8,0

≤ 10,0

≤ 8,0

C

fbk ≥ 3,0

≤ 12,0

≤ 10,0

Agregado leve Individual

Média

≤ 16,0

≤ 13,0

Retração por secagem (%)

≤ 0,065


Carga de ensaio aplicada Carga de ensaio em cada ponto (kN) aplicada na peça (kN)

Critérios de desempenho

Nível de desempenho

0,4

0,8

Ocorrência de fissuras toleráveis Limitação dos deslocamentos horizontais: dh < h/500 dhr < h/2500

M

0,5

1,0

Não ocorrência de fissuras ou destacamentos Limitação dos deslocamentos horizontais: dh < h/500 dhr < h/2500

I

0,6

1,2

Não ocorrência de fissuras ou destacamentos Limitação dos deslocamentos horizontais: dh < h/500 dhr < h/2500

S

h é altura do elemento parede; dh é o deslocamento horizontal; dhr é o deslocamento residual.

Figura 1 - Esquema de mão-francesa para ensaios de peças suspensas (ABNT NBR 15575-4).

30 minutos, assegurando neste período

se a instalação de avisos em locais de fácil

condições de estabilidade, estanqueidade

visibilidade e de grande circulação de usuá­

e isolação térmica.

rios, informando que o edifíco em questão

combate a incêndio. Os danos à própria edi-

• No caso de unidade habitacional unifami-

foi construído com paredes estruturais e que

ficação devem ser minimizados ou evitados,

liar, isolada, até dois pavimentos, exige-se

qualquer tipo de intervenção poderá compro-

assim como às edificações adjacentes, à in-

TRRF mínimo de 30 minutos para as pa-

meter a segurança de toda a edificação.

fraestrutura pública e ao meio ambiente.

redes da cozinha e ambiente fechado que

O sistema construtivo ou elemento deve

abrigue equipamento de gás.

6. ESTANQUEIDADE

dificultar a ocorrência da inflamação gene-

• Nas demais edificações, deve-se consi-

A exposição à água de chuva, à umida-

ralizada no ambiente de origem do incêndio

derar a altura, ocupação/uso e carga de

de proveniente do solo e àquelas provenien-

e não gerar fumaça excessiva capaz de im-

incêndio da edificação, podendo o TRRF

tes do uso da edificação habitacional devem

pedir a fuga dos ocupantes em situações de

variar de 30 min a 120 min.

ser consideradas em projeto, pois a umidade acelera os mecanismos de deterioração e

incêndio (ABNT NBR 15575-4, 2013). Em outro requisito, estabelece que os elementos

Para a avaliação das paredes deve-se uti-

acarreta a perda das condições de habitabi-

e materiais utilizados na parede externa não

lizar a norma ABNT NBR 5628 (alvenaria es-

lidade e de higiene da edificação (ABNT NBR

devem facilitar a propagação do fogo.

trutural) ou ABNT NBR 10636 (alvenaria de

15575-1, 2013).

As alvenarias com blocos de concreto

vedação).

estão isentas de comprovação deste requisito por se tratarem de materiais incombus-

A estanqueidade das paredes deve ser verificada considerando-se as regiões de expo-

executadas sem revestimento ou revestidas com gesso ou argamassa à base de cimento

5. SEGURANÇA NO USO E NA OPERAÇÃO

sição ao vento indicadas na Figura 2 e também as condições de ensaios indicadas na

A segurança durante o uso e operação

Tabela 3. O equipamento utilizado no ensaio

das alvenarias deve ser considerada em pro-

de estanqueidade à água está apresentado

Os elementos e materiais utilizados na pa-

jeto, devendo-se prever possíveis alterações

na Figura 3.

rede externa não devem facilitar a propaga-

por parte dos usuários no layout, nas insta-

Os critérios de estanqueidade à água es-

ção do fogo e ainda devem manter a esta-

lações prediais, instalações de cargas sus-

tabelecem que as paredes de fachada devem

bilidade estrutural da edificação, devendo-se

pensas nas paredes, entre outras mudanças

permanecer estanques e não apresentar infil-

atender às seguintes especificações da nor-

que possam comprometer a segurança da

trações que proporcionem borrifamentos, es-

ma ABNT NBR 14432.

edificação.

corrimentos ou formação de gotas de água

tíveis.

Caderno Técnico Sistemas Industrializados de Concreto - CT29

Tabela 2 - Cargas de ensaio e critérios para peças suspensas fixadas por mão-francesa padrão (ABNT NBR 15575-4)

• As paredes estruturais de geminação de

Embora não seja estabelecido nenhum re-

aderentes na face interna, podendo ocorrer pe-

casas térreas ou sobrados, paredes entre

quisito específico para as vedações verticais,

quenas manchas de umidade, com áreas limi-

unidades habitacionais e de divisa com as

o usuário da edificação deve ser alertado em

tadas aos valores apresentados na Tabela 4.

áreas comuns nos edifícios multifamilia-

relação às condições necessárias para ma-

A penetração de água nas alvenarias se

res, devem apresentar tempo requerido de

nutenção da segurança. No caso de edifica-

dá principalmente através das juntas de as-

resistência ao fogo (TRRF) de no mínimo

ções com paredes estruturais, recomenda-

sentamento, podendo ocorrer penetração 25


Caderno Técnico Sistemas Industrializados de Concreto - CT29

através da argamassa ou na interface entre o

Tabela 3 - Condições de ensaio de estanqueidade à água, fachadas (ABNT NBR 15575-4)

bloco e a argamassa. Por este motivo, o revestimento ou tratamento executado na face externa será o responsável por manter a es-

Condições de ensaio de paredes

Região do Brasil

tanqueidade à água.

Pressão estática (Pa)

I

10

II

20

O desempenho térmico deve necessaria-

III

30

mente estar relacionado ao contexto de pro-

IV

40

V

50

7. DESEMPENHO TÉRMICO

jeto, devendo-se considerar todas as variáveis relacionadas à edificação e ao local de implantação (condições ambientais, topografia, orientação da fachada, ventilação, di-

Figura 2 - Condições de exposição ao vento conforme as regiões brasileiras (ABNT NBR 15575-4)

Vazão de água L / m2 min

3

Edificações térreas com beirais ≥ 0,50 m de projeção: reduzir 10 Pa da pressão estática do ensaio em qualquer das regiões.

mensões dos ambientes etc). A avaliação isolada das propriedades térmicas dos blocos, como componentes da alvenaria, não deve ter prioridade ao contexto

Estrutura (cantoneira 30 cm)

Globo naval para proteção da lâmpada

Vedação com guarnição esponjosa

global do projeto quando se deseja estimar o desempenho térmico, devendo-se considerar também a zona bioclimática onde a edificação se encontra. A norma ABNT NBR 15220-3 estabelece a divisão do território brasileiro em oito zonas

Injeção de água Injeção de ar

Visor de plástico transparente

bioclimáticas. Esta divisão considerou regiões

Grampos de fixação

geográficas relativamente homogêneas quanCorpo de prova

to aos elementos climáticos que interferem nas relações entre ambiente construído e conforto humano. As zonas bioclimáticas brasileiras estão apresentadas na Figura 4. São estabelecidos dois procedimentos normativos para a avaliação do desempenho térmico:

Sifão para saída de água Viga metálica ou de concreto

Procedimento simplificado

Base de apoio

O procedimento simplificado utiliza apenas os valores de transmitância térmica e capacidade térmica do componente da vedação para determinar o desempenho térmico. O uso deste procedimento não deve ser

Figura 3 - Esquema de montagem do corpo-de-prova para ensaio (ABNT NBR 15575-4)

tomado como determinante na avaliação do desempenho térmico do sistema de vedação

Edificação

Simulação Computacional

Térrea

7

Com mais de um pavimento

7

Reconhecido como um procedimento mais completo, a simulação do desempenho 26

Tabela 4 - Estanqueidade à água, fachadas (ABNT NBR 15575-4)

externa, devido à limitação do mesmo.

Tempo de ensaio (h)

Percentual máximo da soma das áreas das manchas de umidade

Nível de desempenho

10%

M

Sem manchas

U; S

5%

M

Sem manchas

I; S


Condições de verão Nível de desempenho

Condições de inverno Zonas bioclimáticas

1a7

8

1a5

6a8

M

Ti,max ≤ Te,max

Ti,max ≤ Te,max

Ti,min ≥ (Te,min + 3°C)

I

Ti,max ≤ (Te,max – 2°C)

Ti,max ≤ (Te,max – 1°C)

Ti,min ≥ (Te,min + 5°C)

Ti,max ≤ (Te,max – 2°C) e S Ti,max ≤ (Te,max – 4°C) Ti,min ≤ (Te,min + 1°C) Ti - valor diário da temperatura do ar no interior da edificação, em oC Te - valor diário da temperatura do ar exterior à edificação, em oC

Ti, min ≥ (Te,min + 7°C)

Não verificado

Tabela 6 - Valores mínimos do índice de redução sonora ponderado, Rw, de fachadas (ABNT NBR 15575-4) Classe de ruído

Localização da habitação

Rw (dB)

Figura 4 - Zoneamento bioclimático brasileiro (ABNT NBR 15220-3)

I

Habitação localizada distante de fontes de ruído intenso de quaisquer naturezas.

térmico especificada na norma ABNT NBR

II

Habitação localizada em áreas sujeitas a situações de ruído não enquadráveis nas classes I e III

III

Habitação sujeita a ruído intenso de meios de transporte e de outras naturezas, desde que conforme a legislação.

15575-1, considera variáveis do projeto, como condições de ventilação e sombrea­ mento e variáveis do local de implantação como orientação da edificação e condições climáticas, entre outros fatores. Na avaliação completa, a edificação, no verão, deve apresentar condições térmicas no interior do edifício melhores ou iguais às do ambiente externo, à sombra, para o dia tí-

Tabela 7 - Valores mínimos do índice de redução sonora ponderado, Rw, de paredes entre ambientes (ABNT NBR 15575-4) Elemento

Rw (dB) 45 a 49

Parede entre unidades habitacionais autônomas (parede de geminação), nas situações onde não haja ambiente dormitório.

pico de verão. No inverno, a edificação deve apresentar condições térmicas no interior do edifício melhores que do ambiente externo, no dia típico de inverno. A Tabela 5 apresenta os critérios de avaliação de desempenho térmico conforme especificado na norma ABNT NBR 15575-1.

8. DESEMPENHO ACÚSTICO A edificação habitacional deve apresentar isolamento acústico adequado das vedações externas, no que se refere aos ruídos aéreos provenientes do exterior da edificação habita-

≥25 ≥30 ≥35 ≥30 ≥35 ≥40 ≥35 ≥40 ≥45

Nível de desempenho M I S M I S M I S

Parede entre unidades habitacionais autônomas (parede de geminação), caso pelo menos um dos ambientes seja dormitório.

Parede cega de dormitórios entre uma unidade habitacional e áreas comuns de trânsito eventual, como corredores e escadaria nos pavimentos. Parede cega de salas e cozinhas entre uma unidade habitacional e áreas comuns de trânsito eventual como corredores e escadaria dos pavimentos. Parede cega entre uma unidade habitacional e áreas comuns de permanência de pessoas, atividades de lazer e atividades esportivas, como home theater, salas de ginástica, salão de festas, salão de jogos, banheiros e vestiários coletivos, cozinhas e lavanderias coletivas.

Conjunto de paredes e portas de unidades distintas separadas pelo hall

cional, e isolamento acústico adequado entre

Nível de desempenho M

50 a 54

I

≥55

S

50 a 54

M

55 a 59

I

≥60

S

45 a 49

M

50 a 54

I

≥55

S

35 a 39

M

40 a 44

I

≥5

S

50 a 54

M

55 a 59

I

≥ 60

S

45 a 49

M

50 a 54

I

≥55

S

Caderno Técnico Sistemas Industrializados de Concreto - CT29

Tabela 5 - Critérios de Avaliação do Desempenho Térmico (ABNT NBR 15575-1)

áreas comuns e privativas. Podem ser adotados os seguintes métodos de verificação: Método de precisão realizado em laboratório Método de engenharia realizado em campo Método simplificado de campo

Níveis de ruído admitidos na habitação No método de precisão realizado em laboratório é determinada a isolação sonora

especificações dos métodos de campo também são inferiores aos valores especificados para o método de laboratório.

da parede, sendo fornecidos valores de refe-

As paredes ensaiadas em laboratório

rência para uso em projetos. Os valores ob-

devem atender às especificações mínimas

tidos em campo, tipicamente são inferiores

conforme estabelecido na norma ABNT NBR

aos obtidos em laboratório e, deste modo, as

15575-4 e apresentado na Tabela 6. 27


sempenho deixa de atender às exigências do

também devem ser avaliadas quanto ao ín-

usuário é denominado vida útil (ABNT NBR

dice de redução ponderado, Rw, em labora-

15575-1, 2013).

superior a h/300, onde h é a altura do corpo de prova; • ocorrência de falhas como fissuras, des-

tório. A Tabela 7 apresenta os valores e as

Para as vedações externas, devem ser li-

tacamentos, empolamentos, descolora-

respectivas classificações de desempenho

mitados os deslocamentos, fissurações e fa-

mentos e outros danos que possam com-

conforme a norma ABNT NBR 15575-4.

lhas, incluindo seus revestimentos, em função

prometer a utilização da alvenaria.

de ciclos de exposição ao calor e resfriamento

9. DURABILIDADE E MANUTENIBILIDADE

que ocorrem durante a vida útil do edifício.

Vida Útil de Projeto das Paredes

A durabilidade é a capacidade da edifica-

Em laboratório, paredes externas devem

A vida útil é uma medida temporal da du-

ção ou de seus sistemas de desempenhar

ser submetidas a dez ciclos sucessivos de

rabilidade de um edifício ou de suas partes. A

suas funções ao longo do tempo, sob con-

exposição ao calor e resfriamento por meio

Vida Útil de Projeto – VUP é definida pelo in-

dições de uso e manutenção. A durabilidade

de jato de água, conforme método ilustrado

corporador e/ou proprietário e projetista, de-

é uma exigência econômica do usuário, pois

na Figura 5.

vendo ser expressa previamente (ABNT NBR

está diretamente associada ao custo global

Como critério deste requisito as paredes

15575-1). A vedação vertical deve manter a

do bem imóvel. O período de tempo compre-

não devem apresentar:

capacidade funcional e suas características

endido entre o início de operação ou uso de

• deslocamento horizontal instantâneo, no

estéticas, ambas compatíveis com o enve-

um produto e o momento em que o seu de-

plano perpendicular ao corpo-de-prova,

lhecimento natural dos materiais durante a VUP, de acordo com as especificações da ABNT NBR 15575-1 e que estão resumidas

h/2

h/2

40 cm

20 cm

30 cm

20 cm

Fixação do corpo-de-prova

na Tabela 8.

Manutenibilidade das Vedações A manutenibilidade da vedação vertical, Corpo-de-prova

se refere ao grau de facilidade de mantê-la ou recolocá-la no estado de funcionalida-

Defletômetro

Suporte para defletômetro

40 cm

h/2

30 cm

h/2

Caderno Técnico Sistemas Industrializados de Concreto - CT29

As alvenarias utilizadas entre ambientes,

de requerida, sob condições de uso e manutenção específicas. As vedações devem manter sua capacidade funcional durante a vida útil de projeto. Para tanto, devem ser realizadas as manutenções preventivas e corretivas. Essas condições devem ser estabelecidas no manual de uso, operação e

Figura 5 - Esquema de montagem e instrumentação do corpo-de-prova (ABNT NBR 15575-4).

manutenção.

10. IMPACTO AMBIENTAL

Tabela 8 – Vida Útil de Projeto para Paredes (ABNT NBR 15575-1) Exemplos

Mínimo

Superior

humanas que mais geram impacto ambiental

Vedação vertical externa

Paredes de vedação externas, painéis de fachada, fachadas-cortina

≥ 40

≥ 60

no planeta. Por isso a norma de desempenho

Vedação vertical interna

Paredes e divisórias leves internas, escadas internas, guarda-corpos

≥ 20

≥ 30

Revestimento interno aderido

Revestimento de piso, parede e teto: de argamassa, de gesso, cerâmicos, pétreos, de tacos e assoalhos e sintéticos

≥ 13

≥ 20

Revestimento de fachada aderido e não aderido

Revestimento, molduras, componentes decorativos e cobre-muros

≥ 30

≥ 20

Pinturas internas e papel de parede

≥3

≥ 4

Pinturas de fachada, pinturas e revestimentos sintéticos texturizados

≥8

≥ 12

Pintura

28

A construção civil é uma das atividades

VUP (anos)

Sistema

ABNT NBR 15575-1 estabelece que os empreendimentos e sua infraestrutura (arrua­ mento, drenagem, rede de água, gás, esgoto, telefonia, energia) devem ser projetados, construídos e mantidos de forma a minimizar as alterações e impactos no ambiente. Para atingir este objetivo, os especificadores devem adotar procedimentos para seleção de


cos de concreto os indicadores individuais

a seguir:

obtidos pela ACV-M efetuada na unidade de fabricação escolhida pelo comprador. Deste

Seleção e consumo de materiais A seleção de materiais e sistemas construtivos pode ser feita através dos resultados

modo, garante-se que os indicadores se referem exatamente ao produto que está sendo adquirido.

de inventários de ciclo de vida dos produtos selecionados. Os parâmetros para a realização de uma Avaliação de Ciclo de Vida - ACV estão estabelecidos na norma ISO 14040.

Reciclagem Os Blocos de concreto têm como principais características a elevada resistência me-

Embora a ACV seja a melhor ferramenta

cânica, dimensões modulares, vazados na

para mensurar e comparar os impactos am-

posição vertical e precisão dimensional. Es-

bientais ao longo do ciclo de vida de produ-

tas características minimizam as perdas por

tos e serviços, sua complexidade e custos

quebras, a necessidade de cortes para mo-

de implementação tornam seu uso bastan-

dulação e passagem de instalações elétricas

te limitado, principalmente para pequenas e

e minimizam o uso de argamassa de assen-

médias empresas (JOHN et al, 2013).

tamento e de revestimento, reduzindo o con-

Com o objetivo de viabilizar o uso da ACV

sumo de materiais e a geração de resíduos.

em um número maior de empresas, atra-

Além disso, os resíduos eventualmente

vés da redução de custos e prazos de im-

gerados pelos blocos de concreto e revesti-

plantação, o CBCS – Conselho Brasileiro da

mentos à base de cimento são 100% reciclá-

Construção Sustentável apresentou na con-

veis e podem ser reutilizados como agrega-

ferência Rio+20 uma proposta de desen-

dos reciclados.

volvimento de ACV com características que respeitam as especificações da ISO 14040

11. CONSIDERAÇÕES FINAIS

e ao mesmo tempo possibilitam o acesso de

As alvenarias com blocos de concreto

empresas de menor porte de diferentes seto-

têm potencial para o atendimento de todos

res industriais.

os requisitos da norma de desempenho, de-

A metodologia proposta pelo CBCS inti-

vendo-se estabelecer em projeto os parâme-

tulada de ACV-modular (ACV-M), consiste

tros necessários para tal, considerando-se

em determinar os cinco fluxos principais de

entre outros fatores, as dimensões dos blo-

um determinado processo produtivo. Para os

cos, classe de resistência, tipo de revesti-

materiais de construção civil, os cinco fluxos

mento, aspectos estruturais etc.

inicialmente escolhidos são:

Mais informações a respeito do desem-

• Pegada de CO2;

penho de alvenarias com blocos de concreto

• Consumo de energia

podem ser obtidas no Manual de Desempe-

• Pegada de água

nho (SILVA, 2014) disponível em: www.blo-

• Pegada de resíduos

cobrasil.com.br

• Intensidade de uso de matéria-prima

Agradecimentos à Inês L. S. Battagin, Ar-

No caso da alvenaria, recomenda-se que

naldo F. Battagin, Ramon O. Barral e Carlos

o especificador solicite ao fabricante de blo-

A. Tauil, pelo apoio e incentivo a este artigo.

AUTOR Cláudio Oliveira Silva é mestre em Engenharia nas áreas de materiais de construção e pós-graduado em Administração Industrial na Escola Politécnica da USP. Engenheiro Civil pela Universidade de Guarulhos, com especialização em Marketing pela ESPM. É gerente da Área de Inovação e Sustentabilidade da ABCP e representante da ABCP no CBCS – Conselho Brasileiro da Construção Sustentável – no comitê de materiais. E-mail: claudio.silva@abcp.org.br

Referências BIBLIOGRÁFICAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. Componentes construtivos estruturais – Determinação da resistência ao fogo. ABNT NBR 5628. Rio de Janeiro. 2001. ____. Blocos vazados de concreto simples para alvenaria – Requisitos. ABNT NBR 6136. Rio de Janeiro. 2014. ____. Paredes divisórias sem função estrutural - Determinação da resistência ao fogo - Método de ensaio. ABNT NBR 10636. Rio de Janeiro.1989. ____. Exigências de resistência ao fogo de elementos construtivos de edificações – Procedimento. ABNT NBR 14432. Rio de Janeiro. 2001. ____. Desempenho térmico de edificações – Parte 3: Zoneamento bioclimático brasileiro e diretrizes construtivas para habitações unifamiliares de interesse social. ABNT NBR 15220-3. Rio de Janeiro. 2005. ____. Edificações Habitacionais — Desempenho Parte 1: Requisitos gerais. ABNT NBR 15575-1. Rio de Janeiro. 2013. ____. Edificações Habitacionais — Desempenho Parte 2: Requisitos para os sistemas estruturais. ABNT NBR 15575-2. Rio de Janeiro. 2013.

Caderno Técnico Sistemas Industrializados de Concreto - CT29

materiais e sistemas construtivos conforme

____. Edificações Habitacionais — Desempenho Parte 4: Requisitos para os sistemas de vedações verticais internas e externas. ABNT NBR 15575-4. Rio de Janeiro. 2013. INTERNATIONAL STANDARDIZATION ORGANIZATION – ISO. Environmental Management life Cycle Assessment Principles and Framework. ISO 14040. Brussels. 2001. JOHN, V. M.; PACCA, S. A.; ANGULO, S. C.; CAMPOS, E. F. C; Strategies to escalate the use of LCA based decision making in the world-wide industry. CBCS. 2013. SILVA, C. O.; Manual de desempenho – Alvenaria com blocos de concreto. ABCP; BLOCOBRASIL. São Paulo, 2014.

29


produtos Vibroprensa VPH 7000: A Vibrafort produz ampla linha de vibroprensas para fabricação de blocos e pisos intertravados de concreto, entre elas a VPH 7000, máquina reforçada, projetada para alta produtividade e grande resistência nos artefatos. Seu desempenho na vibração e compactação permite atender às especificações de blocos, estruturais ou de fechamento,

Máquina para romper blocos:

conforme a norma ABNT NBR 6136

A Menegotti oferece sua máquina

e 12118, bem como às especificações de pisos

para romper blocos tipo “stone”,

intertravados de concreto (normas ABNT NBR 9780 e 9781). A cada ciclo de oito

com sistema hidráulico e

horas, o equipamento produz até 16.800 blocos de 9x19x39 cm ou 28.800 peças

capacidade até

de piso intertravado 20x10 cm. Mais informações: www.vibrafort.com.br,

12 toneladas de

tel. (11) 2910-7373 ou pelo e-mail: vibrafort@vibrafort.com.br.

compressão. Utiliza dois blocos por vez. Ao partir essas

Misturador biplanetário: A Cibi,

peças em duas

que completou 50 anos de atividades em

partes, faz

2014, destaca seu Misturador biplanetário

com que

P 2000. O fabricante

uma das faces

implantou melhorias que

do bloco fique

garantem homogeneidade

com acabamento

na mistura, ganho de

rústico, semelhante

tempo na produção e

à da superfície de pedra.

na descarga. O número

O processo é uma excelente opção

reduzido de ciclos permite mais rapidez no processo e economia de energia elétrica. Outra vantagem é o recurso da velocidade variável das pás, que permite, por exemplo, iniciar com velocidade reduzida em casos de misturas que requeiram grande esforço inicial da máquina. Outro exemplo é a adição de aditivos, em que muitas vezes compensa usar velocidade acelerada até a homogeneização da mistura. A linha completa de misturadores de concreto e de usinas misturadoras / dosadoras e silos pode ser

para produzir peças de acabamento rústico e diferenciado em concreto, para projetos de design de ambientes internos e externos. Informações: www.menegotti.net/produtos, tel. (47) 2107-2100.

consultada no site da Cibi. Informações: www.cibi.com.br, tel. (12) 3627-4000.

Plataforma para descarga de grua : A Equipaobra, tradicional fabricante de equipamentos para racionalização de obras, oferece plataforma para descarga de grua com capacidade de carga para 2 toneladas e com plataforma de trabalho medindo 2 x 2 metros. Este equipamento facilita o recebimento de materiais levados a um determinado andar por meio de grua. A plataforma é fornecida com quatro escoras metálicas para pé-direito de até 3,15 m, guarda-corpos nas laterais e frontal removível. Informações: www.equipaobra.com.br, comercial@equipaobra.com.br, tel. (11) 3322-7177. 30

prisma




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