Ano 16 - No 63 Maio 2017
R$ 20,00
Casas para uma vida melhor
Conjunto habitacional do Minha Casa, Minha Vida constrรณi 4,1 mil unidades em Campina Grande-PB, com alvenaria estrutural
nesta edição
63 12
entrevista
O presidente da Cbic, José Carlos Martins, fala sobre a atual situação econômica do país e as perspectivas, mais otimistas, para o setor da construção neste ano
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araçatuba
Edifício The Place, empreendimento da construtora Tecnobens, de
revista prisma soluções construtivas com pré-moldados de concreto www.revistaprisma.com.br publicação trimestral maio 2017
Araçatuba-SP, tem 15 pavimentos e usou alvenaria estrutural para obter produtividade e economia
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campina grande
Um dos maiores empreendimentos do programa Minha Casa, Minha Vida em construção no Brasil, o conjunto habitacional Aluizio Campos utilizou a alvenaria estrutural com blocos de concreto para erguer 4.100 unidades
26
fórum
O 1º Fórum Técnico Alvenaria com Blocos de Concreto, realizado em março, teve grande presença de profissionais da cadeia produtiva da construção
29
urbanismo
SEÇÕES 6 agenda
7 curtas
habitantes, situado em São Gonçalo do Amarante-RN, e que emprega
8 produtos
piso intertravado de concreto
30 destaque
A Smart City Laguna é um empreendimento sustentável para 25 mil
EXPEDIENTE Prisma é uma publicação trimestral da Editora Mandarim www.mandarim.com.br ISSN: 1677-2482 DIRETORES
Marcos de Sousa e Silvério Rocha EDITOR RESPONSÁVEL
Silvério Rocha – MTb 15.836-SP EQUIPE TÉCNICA
Abdo Hallack, Cláudio Oliveira, Germán Madrid Mesa (Colômbia), Hugo da Costa Rodrigues, Kátia Zanzotti, Marcio Santos Faria, Paulo Sérgio Grossi, Rodrigo Piernas Andolfato e Ronaldo Vizzoni COLABORADORES
Texto: Marcos de Sousa, Regina Rocha Fotos: Patrícia Belfort PROJETO GRÁFICO
LuaC Designer DIAGRAMAÇÃO/Arte
Vinicius Gomes Rocha - Act Design Gráfico IMPRESSÃO
Pauligrafi REDAÇÃO
Editora Mandarim Estrada do Capuava, 2530, Cotia-SP CEP 06715-685, Tel. (11) 2690-4500 SECRETARIA e ASSINATURAS
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Diretor Comercial: Silvério Rocha silverio@mandarim.com.br Representação Comercial: Rubens Campo (Act), (11) 99975-6257 - (11) 4411-7819 rubens@act.ppg.br
APOIO INSTITUCIONAL
Na próxima edição Parque com pavimento intertravado, Embu das Artes-SP Edifício comercial com pré-moldados, Recife-PE Pavimento intertravado com conforto de rolamento
editorial O emprego da alvenaria estrutural com blocos de concreto vem crescendo todas as regiões do país, mesmo naquelas em que esse sistema construtivo não era tão difundido, como a Norte e Nordeste, por exemplo. Esse crescimento não acontece por acaso: o sistema oferece vantagens técnico-econômicas respeitáveis, como o fato de ser até 30% mais econômica do que o sistema convencional na construção de prédios de até dez pavimentos, sendo mais vantajoso também na construção de edif ícios até vinte andares. A alvenaria estrutural com blocos de concreto oferece outras vantagens. Tem ampla e atualizada normalização, atendendo às exigências da Norma de Desempenho, conforme os resultados obtidos pelos ensaios realizados pelo IPT, por iniciativa da Associação Brasileira da Indústria de Blocos de Concreto (BlocoBrasil). As melhores empresas do setor não por acaso são também associadas à BlocoBrasil, detentoras do Selo de Qualidade da ABCP e, em sua maior parte, são qualificadas pelo PSQ de Blocos vazados de concreto, sob a gestão do Sinaprocim/Sinprocim. E há mão de obra treinada e habituada a trabalhar com esse sistema na maioria dos estados brasileiros. Além disso, a alvenaria estrutural com blocos de concreto proporciona ganhos ambientais, por não utilizar fôrmas de madeira para a execução de pilares e vigas, e auxilia enormemente o planejamento econômico-financeiro das obras por não exigir a aquisição dos blocos de uma só vez, ao contrário de outros sistemas, que exigem forte desembolso na aquisição de equipamentos no início da obra. Uma vantagem que se torna ainda mais atraente nestes tempos de crise econômica e dificuldades financeiras que assolam grande parte das construtoras brasileiras, de todos os portes. A somatória dessas vantagens técnico-econômicas e ambientais fez com que a construtora Rocha Cavalcante optasse pela alvenaria estrutural com blocos de concreto na execução do conjunto habitacional Aluízio Campos – localizado em Campina Grande-PB e enquadrado na Faixa 1 do programa Minha Casa, Minha Vida. Esse conjunto entregará, em janeiro de 2018,rá 4.100 unidades – casas e apartamentos – aos habitantes da segunda maior cidade paraibana, o equivalente a mais de um terço do déficit habitacional estimado do município. Assim, a trajetória da alvenaria estrutural com blocos de concreto tende a ser ainda mais bem-sucedida! Boa leitura!
Pigmentos em pavers 5
agenda 89o ENIC – Encontro Nacional da Indústria da Construção (2017) 24 a 26 de maio de 2017, em Brasília
O 89o ENIC vai reunir, de 24 a 26 de maio de 2017, em Brasília, autoridades, empresários, técnicos e agentes financeiros para trocar experiências, debater diversos assuntos e criar novas formas de transpor os desafios do mercado e da economia, trazendo como tema “Superação é nossa maior obra”. Serão palestras e debates que visam reunir toda a cadeia produtiva de representantes do setor para discutir e evoluir no desafio constante que é a construção civil. Programação • 24 de maio (quarta-feira/noite) – Abertura Local: NET Live Brasília (SHTN Trecho 2, Quadra 5 Bloco A) • 25 de maio (quinta-feira/dia) Local: Centro de Eventos e Convenções Brasil 21 (SHS Quadra 06) • 25 de maio (quinta-feira/noite) Local: Confraternização no espaço Athos Bulcão (Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha) • 26 de maio (sexta-feira/dia) Local: Centro de Eventos e Convenções Brasil 21 (SHS Quadra 06) • 26 de maio (sexta-feira/noite) – Enceramento Local: NET Live Brasília (SHTN Trecho 2, Quadra 5 Bloco A)
Congresso Internacional sobre Patologia e Reabilitação de Estruturas (Cinpar) 7 a 9 de junho de 2017
O Cinpar 2017 tem por objetivo geral promover a divulgação de novos conhecimentos sobre as manifestações patológicas das estruturas, suas causas e efeitos, assim como os mais modernos procedimentos e materiais utilizados na recuperação das estruturas. O congresso ocorrerá no Centro de convenções de Crato-CE. Informações: e-mail: cinpar.cariri@gmail.com ou no site cinpar2017.com
Construction Expo 2017 7 a 9 de junho de 2017, em São Paulo
A Construction Expo 2017 é considerada a feira do profissional da construção, uma vez que apresentará os lançamentos em serviços, materiais, sistemas e equipamentos que atendam as demandas do setor. O evento é direcionado para engenheiros, arquitetos, projetistas, arquitetos-urbanistas, acadêmicos, gestores públicos, profissionais do setor da construção e da infraestrutura, e conta com o apoio das principais entidades setoriais do Brasil e do exterior. O evento acontece no São Paulo Expo Exhibition & Convention Center, rodovia dos Imigrantes, km 1,5, Água Funda, São Paulo. Informações: www.constructionexpo.com.br
Concrete Show South America
Feira e Congresso de Tecnologia e Gestão de Equipamentos para Construção e Mineração 7 a 9 de junho de 2017, em São Paulo
Para apresentar as mais recentes soluções tecnológicas para monitoramento “online” e “off-line” de frotas, a Sobratema está preparando a terceira edição da feira, já que um dos principais avanços no setor de equipamentos foi a introdução de sistemas de monitoramento à distância, que permitiu ao usuário obter, em tempo real, todas as informações importantes para o gerenciamento da frota, otimizando processos de operação e de manutenção e atendendo de forma mais eficiente às demandas de cada obra. O evento acontece no São Paulo Expo Exhibition & Convention Center. Informações: www.mtps.org.br
Cursos ABCP – 2017 MAIO 9/05 - Aprofundamento Tecnológico na Produção de Artefatos de Concreto São Paulo/SP, 8h às 17h 23 a 24/05 - Tecnologia de Pavimento de Concreto São Paulo/SP, 8h às 17h 30 a 31/05 - Fabricação de Artefatos de Cimento: Diretrizes, Processos e Qualidade do Produto Final São Paulo/SP, 8h às 17h JULHO 4/07 - Laboratorista de Artefatos de Cimento São Paulo/SP, 8h às 17h
De 24 a 26/8, em São Paulo
O Concrete Show South America é reconhecido como um dos mais importantes pontos de encontro da construção civil mundial, sendo o maior na América Latina e segundo maior do mundo nesse segmento. O evento apresenta soluções completas que vão desde a terraplanagem, canteiros de obras e projetos estruturais, até tecnologias de ponta para a cadeia produtiva do concreto, serviços e acabamento, visando sempre o aumento da produtividade e a redução de custos na construção. O evento acontece no São Paulo Expo Convention Center, na Rodovia dos Imigrantes, Km 1,5, Vila Água Funda, São Paulo. Informações: Telefone: (11)4878-5990, e-mail contato@concreteshow.com.br/pt Site: www.concreteshow.com.br/pt
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18 a 20/07 - Intensivo de Tecnologia Básica do Concreto São Paulo/SP, 16h às 22h Informações e inscrições: www.abcp.org.br/cms/cursos
curtas aquisição de imóveis com recursos do Fundo de Arrendamento Residencial (FAR) foi o ponto da pauta que despertou maior interesse dos empresários. A Portaria 267 incluiu alguns itens e alterou outros que estavam contemplados na normativa anterior. Foram mantidos, porém, os limites de renda familiar, de aquisição de imóveis novos e provenientes de operações de requalificação de imóveis. O novo texto retirou a obrigatoriedade de quantidade mínima de unidades adaptáveis. A exigência agora será de acordo com legislação específica. As instituições financeiras ficam também obrigadas a enviar informações aos correios sobre localização de empreendimentos em conclusão; comunicação aos entes públicos e concessionárias de serviços públicos sobre a contratação de empreendimentos e providências junto às concessionárias de energia elétrica, água e esgoto, para alteração de titularidade do
Agentes financeiros operadores do programa Minha Casa, Minha Vida estão aptos a receber propostas do mercado imobiliário Durante a reunião periódica de acompanhamento do Programa, realizada
Faixa 1,5 do que para a Faixa 2 e Faixa 3”. Nessa reunião, foram detalhadas as principais
condomínio. Nos casos em que houver atrasos na legalização e isso implicar a não entrega dos empreendimentos ficam o município e o Distrito Federal responsáveis pela guarda dos imóveis.
no início de abril, empresários esclareceram
alterações estabelecidas na Portaria 267,
Pela nova regra de aquisição de imóveis com
questões operacionais do PMCMV com
do Ministério das Cidades. Ela dispõe sobre
recursos do FAR, não há mais a meta física
representantes do Banco do Brasil (BB)e da Caixa
aquisição de imóveis com recursos do Fundo de
(quantidade de unidades), mas definida apenas
Econômica Federal (CEF). As novas condições das
Arrendamento Residencial (FAR), no âmbito do
em valores, pela Lei Orçamentária Anual e Lei de
linhas de crédito para aquisição de imóveis com
Programa Minha Casa, Minha Vida (PMCMV).
Diretrizes Orçamentárias. A distribuição dessa
recursos do Fundo de Arrendamento Residencial
Essa Portaria, publicada no dia 22/03, alterou
meta será por regiões geográficas, não mais por
(FAR), no âmbito do PMCMV Faixa 1, foi o ponto
a Portaria 158, de maio de 2016. A reunião de
Unidade Federativa. As contratações em áreas
da pauta que concentrou as atenções dos
acompanhamento do PMCMV acontece após
urbanas estarão limitadas a 30% do déficit
participantes.
a edição dos normativos de regulamentação
habitacional. Empreendimentos em municípios
sobre as mudanças nas regras do Programa. A
que tenham obras paralisadas, ou com unidades
Lúcio Bertoni, informou que há expectativas
reunião foi presidida por Carlos Henrique Passos,
legalizadas há mais de 60 dias (antes eram 90
na contratação das operações no âmbito do
presidente do Sinduscon-BA e líder do projeto
dias), com ociosidade superior a 5%, no âmbito
Programa Minha Casa, Minha Vida a partir
Melhorias para o Mercado Imobiliário, no âmbito
do FAR, não poderão ser contratados. Ficou
de agosto. “Estamos aprimorando os nossos
do PMCMV realizado pela Comissão da Indústria
estabelecido prazo de 180 dias para contratação
processos para continuar atendendo às
Imobiliária (CII) da CBIC, com a correalização do
do empreendimento, a partir da publicação da
necessidades do setor. 2017 é o ano para
Senai Nacional. O Programa, pelas novas regras,
portaria de seleção, podendo ser prorrogado
plantar e iniciar o ano de 2018 de forma plena
agora passará a atender a todas as cidades
por mais 180 dias. Durante a reunião foram
de contratação.” Segundo o executivo, o BB
brasileiras, inclusive àquelas com população
discutidos também os impedimentos para a
está pronto para receber as propostas sob as
abaixo de 50 mil habitantes, com prioridade
migração das condições de financiamento
mudanças estabelecidas pelo Ministério das
nas localidades de maior proximidade das áreas
de empreendimentos prontos enquadrados
Cidades. “Abre-se um mercado a ser explorado
centrais, de forma a promover inserção urbana
na Faixa 2 para a Faixa 1,5 do Programa.
e de forma muito melhor de atendimento de
com empreendimentos proporcionais ao porte da
Os empresários alegam que não estão tendo
uma faixa que não estava sendo atendida
cidade e critérios com maior foco nas famílias
acesso ao acompanhamento da evolução dos
anteriormente. O enquadramento está mais
beneficiadas.
financiamentos e que estão sem condições de
O gerente Executivo do Banco do Brasil,
favorável em função do grande subsídio para a
As novas condições das linhas de crédito para
manter a programação das atividades em dia. 7
curtas Governo estuda criação de fundo para garantir pagamento de obras de infraestrutura Em meio a um quadro de restrição fiscal e a maior necessidade de criar as condições que estimulem a viabilidade econômica dos projetos de infraestrutura, o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão propõe a criação de um fundo privado para garantir o pagamento, em caso de dificuldades para honrar compromissos, dos projetos de parceria público-privada assumidos pelos pequenos municípios. A proposta foi colocada pelo secretário Executivo do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, Esteves Pedro Colnago Junior, em 12 de abril, na primeira edição do CBIC Debate Infraestrutura, com o tema: “Novos mercados, manutenção de rodovias e concessões municipais”, de iniciativa da Câmara Brasileira
Licitação de PPP para 13 mil moradias em SP A Secretaria Estadual de Habitação de São Paulo lançou, no início de abril, o edital de concorrência da
da Indústria da Construção (CBIC), com a correalização do Senai Nacional. Colnago explicou
primeira Parceria Público-Privada (PPP) da região metropolitana de São Paulo. A Cidade Albor, que inclui
como funcionaria o fundo: “Teremos a Agência
os municípios de Guarulhos, Arujá e Itaquaquecetuba, terá 13,1 mil moradias. O déficit habitacional no
Brasileira Gestora de Fundos Garantidores e
Estado de São Paulo é de 1,05 milhão – desses, cerca de 350 mil estão na região metropolitana. Com
Garantias (ABGF), empresa ligada ao Ministério
a Cidade Albor, o saldo habitacional negativo do Estado será abatido em 1,2%. Segundo o secretário
do Planejamento e que está construindo um
estadual da Habitação, Rodrigo Garcia, a “PPP vem para diminuir esse déficit”.
contrato com esse fundo de como é que ela
Caso se concretize o prazo previsto pelo governo para assinatura do contrato – fixado em dezembro
pode auxiliar, como se fosse um seguro. Quando
de 2017–, os primeiros moradores vão habitar o terreno em 2020. O concessionário terá até sete
existir um problema de fluxo de pagamento, em
anos para a conclusão das obras. O tempo mínimo para entrega da primeira unidade é de três anos.
que o município deve, a ABGF entra fazendo
A proposta promete urbanizar 1,7 milhão de m² para 39 mil moradores. Segundo Garcia, o governo
os pagamentos por um certo período, tipo três
estadual deu prioridade à PPP da Cidade Albor, que já atraiu propostas de quatro empresas. Além desta,
meses e, em tese, o município, deveria voltar
o governo estadual tem outras três PPPs de habitação na lista: Metrô e Tiquatira (ambos na zona leste)
a pagar”. O secretário acrescentou que ainda
e Luz (centro da capital - ilustração). O secretário diz que a Albor “saiu na frente” e o próximo passo
não está definida a composição do fundo. Mas
será se debruçar sobre a PPP do Metrô. O edital deve ser publicado até o fim de 2017. Até agora,
antecipou que ele não terá recursos públicos.
foram realizadas a consulta e a audiência públicas. Viabilizada com base na nova Lei de Zoneamento, a
“Está se discutindo como é que vai compor (o
proposta prevê a construção de 7 mil moradias em cima e no entorno das Estações de Metrô Bresser,
fundo), o tipo de aporte que o município terá que
Belém e Brás, todas na Linha 3-vermelha.
fazer, e se vai receber imóvel.
Lanxess aumenta produção de pigmentos A Lanxess, empresa de especialidades químicas, está expandindo a capacidade de sua rede de produção global, a fim de garantir o abastecimento a longo prazo de seus clientes. Em KrefeldUerdingen, onde se localiza a maior unidade produtora de pigmentos de óxido de ferro sintético do mundo, a capacidade de produção de pigmentos vermelhos e pretos aumentará gradualmente em cerca de 23 mil toneladas até 2019, além das atuais 280 mil toneladas. Além disso, através da modernização dos processos, a Lanxess também expandirá sua capacidade de produção de pigmentos amarelos em mais 2 mil toneladas por ano, na unidade em Porto Feliz - SP. Recentemente, a empresa expandiu sua rede global de produção ao iniciar as operações de sua instalação em Ningbo, na China. Essa instalação de produção de síntese, que iniciou suas operações no primeiro trimestre de 2016, é projetada para uma capacidade anual de 25 mil toneladas de pigmentos vermelhos. 8
Empresas associadas à BlocoBrasil doam blocos para reforma e construção de casas na comunidade de Heliópolis, em São Paulo A reforma de duas casas e a construção de uma terceira na comunidade de Heliópolis, em São Paulo, é uma ação social que será desenvolvida pelo Projeto Habitat para a Humanidade e contará com a doação de blocos de concreto para esses trabalhos. O Projeto Habitat para a Humanidade, que atua no Brasil desde os anos 1990 e em O ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, durante solenidade do IV EMDS
MINISTRO DO PLANEJAMENTO ANUNCIA INVESTIMENTO DE R$ 10 BILHÕES NO DESENVOLVIMENTO DA INFRAESTRUTURA URBANA NOS MUNICÍPIOS Após articulação conjunta da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) e da Frente Nacional dos Prefeitos (FNP), os municípios vão receber, ainda este ano, R$ 10 bilhões de investimento em infraestrutura urbana por parte do governo federal. O anúncio foi feito pelos ministros Dyogo Oliveira, do Planejamento, Orçamento e Gestão, (MPOG) e Bruno Araújo, das Cidades, em 25/4, durante a Solenidade Oficial do IV Encontro dos Municípios com o Desenvolvimento Sustentável (EMDS). Os investimentos em infraestrutura serão destinados primeiramente à iluminação, gestão de resíduos sólidos, mobilidade urbana e saneamento. Segundo Oliveira, a ideia é que, a partir dos diagnósticos de restrições fiscais e das demandas por desenvolvimento em infraestrutura urbana, “uma saída viável e adequada é ampliar a participação do setor privado”. Para a mobilidade urbana, o ministro Bruno Araújo, anunciou um financiamento de R$ 6 bilhões de recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). “A portaria de acesso deve ser publicada nas próximas semanas”, disse. “A Caixa e o Banco do Brasil também estão disponibilizando linhas de crédito com total de R$ 4 bilhões para financiar os investimentos nessas infraestruturas”, afirmou o ministro Dyogo Oliveira. O Ministro do Planejamento adiantou que a portaria está em fase final de detalhamentos e citou a parceria da CBIC na estruturação do Programa de Concessões e Parcerias Público-Privadas (PPPs) no desenvolvimento de infraestrutura dos municípios. “Contamos com a colaboração da CBIC para a produção de todos os documentos necessários como a padronização dos editais, dos contratos, das regras que serão aplicadas aos projetos de concessões do programa”, disse.
descarte de materiais utilizados em obras.
consultoria em soluções sustentáveis e outra
Um procedimento incorreto pode trazer riscos
de tecnologia, surgiu a Netresíduos, startup
como multas fiscais e prejuízos financeiros
que lançou o software que registra e auxilia
às empresas. Para facilitar esse trabalho, a
o monitoramento de resíduos na construção
plataforma foi criada e pode ser manuseada
civil. A spin off belo-horizontina integra o
por meio de celular, computador ou tablet por
programa de aceleração Fiemg Lab e foi
qualquer funcionário da obra ou da empresa.
colocada entre as 12 melhores startups do
Entre os benefícios do sistema estão: tornar o
país pelo programa nacional Inovativa Brasil.
registro de controle prático, fácil e confiável;
O trabalho dos sócios da Netresíduos é focado
possibilitar que os dados sejam utilizados em
no direcionamento de resíduos na construção
análises estratégicas de materiais e custos nas
civil, setor que apresenta dificuldades
obras; e atender à legislação.
na hora de registrar todo o processo de
de aproximadamente 450 famílias no Brasil. No início de abril, dez voluntários do Habitat para a Humanidade receberam treinamento para assentamento de blocos de concreto e alvenaria estrutural na ABCP. “Esse treinamento é importante por mostrar como funciona e as vantagens da alvenaria estrutural com blocos de concreto em obras de habitação popular e autoconstrução”, afirma o arquiteto Carlos Alberto Tauil, consultor técnico da BlocoBrasil. As empresas que doaram os blocos foram: Glasser, Oterprem, Quitauna e Tinari.
SindusCon-SP anuncia apoio ao fim da contribuição sindical A diretoria do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP) aprovou em 20 de abril apoio ao dispositivo do parecer do relator da reforma trabalhista, deputado Rogério Marinho (PSDB-RN), que extingue a contribuição
StaRtup mineira lança software de controle de resíduos Da união de duas empresas, uma de
Heliópolis desde 2013, já reformou as casas
Mais informações: www.netresiduos.com.br
sindical obrigatória. “A reforma acertadamente propõe a prevalência do negociado sobre o legislado nas relações de trabalho. As negociações serão legítimas se conduzidas por sindicatos efetivamente representativos de suas categorias. Para tanto, a extinção da contribuição sindical obrigatória é condição necessária, dando liberdade a empregadores e trabalhadores de se associarem aos sindicatos que de fato os representem”, afirma o presidente do SindusCon-SP, José Romeu Ferraz Neto. Em 24 de abril, a diretoria da Fiesp aprovou por unanimidade apoio ao fim da contribuição sindical, com o voto favorável do SindusCon-SP. 9
produtos
MÁQUINA PARA ARTEFATOS DE CONCRETO: fundada ADITIVOS: a Camargo Química atua nacionalmente com
em 1985, a chinesa Honcha produz até 500 máquinas por
diversas soluções para o mercado de construção civil.
ano. São equipamentos capazes de produzir pavers, blocos
Está presente tanto em grandes obras de infraestrutura
estruturais, blocos de vedação, blocos aparentes, meio fio
como em realizações de porte modesto, pois tem equipe
e pisos drenantes, entre outros. O modelo Hercules (em
técnica para realizar atendimento personalizado com foco nas
versões S, M e L) promete grande capacidade de produção,
particularidades de cada cliente e seus processos. A ampla linha
longa vida útil, baixo desvio padrão de produção e facilidade
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de operação. A máquina é inteiramente montada com
inclui aceleradores, desmoldantes base água, hidrofugantes,
porcas e parafusos, sem solda. São menos de 5 minutos
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para troca de fôrma, que recebe ação de mesa vibratória
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TURBOMISTURADORES: a Teka Brasil oferece o Turbomisturador THZ, que combina simplicidade, robustez
PARA TRANSPORTES MANUAIS: a Fortmax, de
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alimentação, de 250 a 6.000 litros. Em todos os tamanhos, a
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Proteção contra desgaste Aço endurecido e temperado Superfície sensor (em alumina)
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Conexão elétrica
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entrevista
REPORTAGEM: Silvério Rocha FOTO: Guilherme Kardel/divulgação Cbic
José Carlos Martins Nesta entrevista, o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic), José Carlos Martins, fala sobre a atual situação econômica do país e as perspectivas para a construção civil brasileira em 2017 e nos próximos anos.
“O Brasil vive um novo momento” Com a divulgação do PIB de 2016, mostrando retração de 3,6%, no pior resultado da história, quais são as perspectivas de retomada para a economia brasileira em 2017? A construção civil é um dos setores que mais sofreu impacto da crise econômica, acumulando prejuízos e perdendo uma parte significativa de seus trabalhadores. Eu costumo dizer que quando o Brasil vai bem, a construção civil vai bem e já podemos perceber um movimento de recuperação da confiança do empresário brasileiro. A deterioração da nossa economia foi estancada, o país parou de piorar, e vivemos um momento de inversão de sinais que já tem impacto sobre os negócios. A aprovação de medidas estruturantes como o controle do gasto público e a redução continuada das taxas de juros aponta para um cenário econômico diferente em 2017. Estamos acompanhando isso e estimulando nossos associados a se preparar para esse novo ambiente, de juros mais baixos e economia reaquecida. O mercado imobiliário brasileiro sofreu grande perda com a crise econômica e vem acumulando prejuízos desde 2014. Esse foi um período de forte retração no crédito, tanto para o empreendedor quanto para o consumidor, o que levou a uma redução expressiva no volume de lançamentos e de vendas. Nesse momento, com as medidas anunciadas pelo governo federal e a mudança de humor, o mercado dá sinais de reação e nossa expectativa é que haja reaquecimento já no segundo semestre. O Brasil já vive um novo momento.
flação, a redução das taxas de juros e a aprovação das reformas e medidas microeconômicas serão muito importantes, permitindo que o país recupere sua credibilidade. O resgate da confiança é essencial para destravar e alavancar novos investimentos, tanto por empreendedores nacionais quanto estrangeiros. Outros fatores importantes são a segurança jurídica e o acesso ao crédito, fatores de grande relevância para a execução dos empreendimentos.
Quais seriam as medidas necessárias para reativar o setor ainda neste ano de 2017? Nosso setor é um termômetro fiel das condições da economia e sempre um dos primeiros a registrar o impacto de ciclos negativos. Assim, a estabilidade econômica é fator determinante para o bom desempenho da indústria da construção. A queda e controle da in-
O Congresso Nacional está discutindo o PLS 559, que trata da revisão da Lei de Licitações (8.666/93) que foi aprovado em dezembro pelo Plenário do Senado e enviado à Câmara dos Deputados para discussão e posterior votação. Qual a visão do setor da construção sobre o texto aprovado? Penso que o Senado perdeu a oportunidade de aprovar uma
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prisma
Para as empresas do setor da construção, as recentes medidas visando à retomada do Programa Minha Casa, Minha Vida, prevendo a contratação de 550 mil novas unidades em 2017, atendem às necessidades? Quais são os principais problemas desse programa, para o setor? Na nossa avaliação, essa foi uma das melhores medidas anunciadas pelo novo governo; ela terá impacto positivo sobre a construção civil e, consequentemente, sobre a economia brasileira. O aumento no teto dos imóveis trará mais famílias para o mercado, que antes não podiam conquistar o sonho da moradia digna. Essa medida terá impacto positivo também no subsídio aos compradores de mais baixa renda, garantindo que esse segmento continue sendo atendido pelo programa. O setor está preparado para atender e buscar a meta apontada pelo governo. O Minha Casa, Minha Vida é hoje um programa maduro, bem-executado e que deve manter-se perene pelos anos adiante. Os problemas que registramos, de falta de recursos, têm sido contornados pelo governo federal.
lei atual, equilibrada e justa, capaz de reduzir os custos de transação e de bloquear diversos dispositivos indutores de corrupção. Nossa expectativa é reabrir o diálogo na Câmara, em diversos aspectos da proposta como o chamado diálogo competitivo, em que a administração pública realiza conversas prévias com empresas selecionadas visando a elaborar as regras do edital a ser lançado, que representa, na nossa avaliação. uma janela para a prática de desvios; e o licenciamento ambiental, por exemplo. A CBIC continuará acompanhando esse assunto e participando do debate, de forma que haja aperfeiçoamento da lei. A cadeia produtiva da construção civil brasileira vem discutindo a Norma de Desempenho (NBR 15.575/2013) desde a sua entrada em vigor. Qual a sua visão sobre a capacidade de o setor atender às exigências dessa NBR e quais são os principais problemas ainda existentes para que isso seja possível? Quanto à capacidade de atender às exigências da norma, estamos falando de maior consciência de todas as partes interessadas, como citado, por exemplo, ao mapeamento das responsabilidades que inclui o período de pós-entrega do empreendimento, ressaltando que o proprietário da edificação contribui verdadeiramente com a qualidade desta ao longo de sua vida útil. Em relação ao empresário, se este contrata e constrói bem a obra, aplicando as normas técnicas anteriormente existentes, ele vai conseguir atender a grande parte da norma de desempenho sem grandes alterações em seus processos. Em relação aos desdobramentos, um ponto importante que cabe destacarmos é que o número de normas referenciadas na norma de desempenho é grande, mais de 180, e parte delas, entraram ou entrarão em revisão, processos que têm demorado em média dois anos para conclusão. Quanto à indústria, acho que o maior desafio é o fato de a construção civil ter muitos fornecedores. As empresas maiores têm divulgado importantes ações referentes à norma, como por exemplo, detalhadas especificações de seus produtos. O maior desafio é a norma chegar a 100% da cadeia produtiva da construção. A CBIC, em parceria com o Senai Nacional, tem ações importantes de disseminação da norma, como a elaboração do Guia Orientativo; a criação de um grupo de trabalho permanente de acompanhamento das normas técnicas do setor, e recentemente, a pesquisa sobre a implementação da norma, e temos trazido o assunto aos Encontros Nacionais da Construção (Enic’s). Para mudança sistêmica, penso que a dificuldade maior é mesmo o gigantismo do setor, somado ao fato de ser muito pulverizado. Temos consciência de que a indústria está no caminho correto, e que se tem muito caminho pela frente. Em relação ao mercado imobiliário, com a tendência de diminuição da taxa Selic deverá haver melhora nos custos de financiamento dos imó-
Esse novo ambiente, certamente, terá impacto positivo sobre o mercado imobiliário e na atividade das construtoras e incorporadoras veis, favorecendo a melhoria no índice de velocidade de vendas (IVV)? No nosso entendimento, é possível que o Brasil feche 2017 com uma taxa Selic de 9%. Se for mesmo assim, estaremos vivendo em um novo Brasil, possivelmente em um cenário de recuperação da economia. Esse novo ambiente, certamente, terá impacto positivo sobre o mercado imobiliário e na atividade das construtoras e incorporadoras. Nossa expectativa é registrar reação já no segundo semestre, com o aumento nas vendas de imóveis. Qual é a sua avaliação sobre o sistema construtivo de alvenaria estrutural com blocos de concreto e quais melhorias poderia ser efetuada para obter um desempenho ainda melhor? A industrialização dos sistemas construtivos tem uma demanda crescente perante as necessidades do aumento de produtividade, por outro lado, a alvenaria estrutural com blocos de concreto é um sistema democratizado. Em relação à melhoria de desempenho do sistema, os fabricantes precisam não só investir no seu componente, mas também ser um multiplicador das boas práticas. Os fabricantes visitam todas as obras e eles conseguem fazer com que a informação chegue a todos. Hoje alguns fabricantes, por exemplo, deixaram de ser apenas vendedores de componentes, e agora são vendedores de sistemas. Nós da CBIC temos o desafio de informar a todos, mas não conseguimos fazer em 100% das empresas e quem faz alvenaria estrutural precisa necessariamente passar pelo fabricante. Outros comentários, ao seu critério. A construção civil brasileira passa por um momento importante de renovação e modernização. Nós, construtores e incorporadores, temos trabalhado arduamente para sobreviver nesse cenário de recessão, mas também temos enfrentado uma agenda estratégica, voltada para o futuro. A CBIC tem atuado em diversas frentes, com o objetivo de criar novas oportunidades de negócios para o setor; garantir a participação de um número cada vez maior de empresas nos projetos, especialmente aqueles executados pelo poder público; e estimular a modernização de processos, disseminando ferramentas como o Building Information Modelling, o BIM, e documentos de orientação sobre o compliance. O país está mudando e o setor está fazendo sua parte para integrar esse novo ambiente de negócios. 13
alvenaria estrutural
REPORTAGEM: Silvério Rocha IMAGENS: Divulgação
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Unidades têm espaço para escritório
produtividade elevada e baixO custo O The Place é um edif ício de padrão médio, localizado na zona leste de Araçatuba, cidade de 193 mil habitantes (IBGE, 2016), situada na região Noroeste do estado de São Paulo (522 km da capital), próxima ao rio Tietê, e que tem no agronegócio o maior impulsionador de sua economia. A alvenaria estrutural com blocos de concreto foi adotada pela Tecnobens Construções e Incorporações para erguer os 15 pavimentos desse prédio, devido às vantagens técnico -econômicas desse sistema construtivo, empregado em todos os seus empreendimentos.
Feito em casa De acordo com o engenheiro Rodrigo Andolfato, presidente da Tecnobens, a empresa utiliza a alvenaria estrutural com blocos de concreto devido ao conhecimento aprofundado sobre o sistema. Andolfato graduou-se em engenharia civil pela Unesp de Ilha Solteira-SP,
com mestrado e doutorado pela mesma universidade, na qual foi criado o Núcleo de Ensino e Pesquisa da Alvenaria Estrutural (Nepae), sob a liderança do professor-doutor Jefferson Camacho. “Todo o meu aprendizado foi direcionado para a alvenaria estrutural, em especial a alvenaria com blocos de concreto”, relata o presidente da construtora e incorporadora. O The Place é um edif ício de 14 andares, com quatro apartamentos por andar, totalizando 56 unidades, sendo 52 apartamentos-tipo e quatro coberturas dúplex. Os apartamentos-tipo têm 116 m2 de área privativa, três dormitórios, dos quais uma suíte, banheiro, home-office, sala para até três ambientes, lavabo, varanda gourmet, cozinha, lavanderia e área técnica. O edif ício tem vestiários no térreo e áreas de convivência. Todos os apartamentos, incluindo as coberturas, terão duas vagas de garagem. Os projetos de arquitetura e estrutu-
Construtora de Araçatuba-SP usa alvenaria estrutural com blocos de concreto para erguer edifício de 15 pavimentos, conseguindo produtividade e economia
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alvenaria estrutural
Planta do apartamento-tipo, com três dormitórios
Alvenaria estrutural com blocos de concreto foi executada com mão de obra própria e sistema de transporte vertical 16
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ral foram inteiramente desenvolvidos pela equipe própria da Tecnobens, buscando empregar conhecimentos e tecnologias de relativa simplicidade, mas que oferecem grande produtividade, segundo Andolfato. Ele explica que a estrutura definiu a arquitetura do edif ício, revelando a importância de o sistema construtivo já ter sido definido desde o início. “Antes fazíamos prédios de até oito pavimentos. Este é o segundo edif ício com 15 pavimentos que construímos e a nossa experiência mostrou que a logística é o item que mais interfere na execução; por isso, o projeto já é pensado para obter a melhor logística na execução.” A equipe da Tecnobens responsável pelo desenvolvimento do projeto utiliza até programas em 3D para obter melhor visualização. Assim, o projeto especificou a fundação rasa tipo radier como sistema, “porque se mostra mais eficiente para distribuir e dissipar as tensões pelo solo” . E o projeto estrutural especificou blocos com 10 MPa de resistência do térreo ao terceiro andar, resistência essa que foi diminuindo sucessivamente para 8, 6 e 4,5 MPa a cada três pavimentos. Outra “sacada” construtiva, visando à segurança dos trabalhadores e a aumentar a produtividade da obra, foi a logística adotada ali ou, melhor dizendo, o sistema de transporte vertical de materiais e pessoal empregado no The Place. A adoção de um sistema que utiliza duas gruas, movidas por polia, com içamento pelo poço do elevador. “Esse sistema é muito barato e funciona perfeitamente, com grande produtividade” , afirma Andolfato. Ele diz que, com esse sistema e o uso de mão de obra própria, com mestres e operários treinados há anos na empresa, conseguiram obter produtividade média de 15 m2/dia na execução da alvenaria. A equipe responsável pela execução da alvenaria era
O sistema construtivo em alvenaria estrutural com blocos de concreto, com mão de obra treinada e sistema de transporte vertical, deu produtividade e economia à obra
composta por quatro técnicos, seis pedreiros, seis serventes de pedreiro, um encanador e um “guincheiro” (responsável pela operação dos dois guinchos de transporte vertical).
Traço específico O know-how adquirido na experiência prática nas obras também permitiu a Andolfato desenvolver um concreto com relação água/cimento elevada – “maior do que a que se aprende na faculdade”-, que dispensa a necessidade de impermeabilização nas lajes, executadas com concreto autoadensado. O elevado consumo de cimento, de 400 kg por metro cúbico, é compensado pela diminuição de custo pela dispensa de impermeabilização e pela produtividade obtida sem essa etapa, avalia o engenheiro. “Gastamos um pouco mais no cimento, mas obtemos um concreto autoadensado com alta estanqueidade, sem o uso de aditivos” , compara. O revestimento externo da alvenaria é feito com monocapa, como já é usual
na maioria das obras que utilizam esse sistema pelas vantagens que oferece. “Utilizamos uma monocapa que dá um aspecto de travertino, com ótimo desempenho e estanqueidade excelente” , revela. Segundo Andolfato, todos esses itens de execução que barateiam a obra e aumentam a produtividade permitiram que o preço inicial de venda das unidades-tipo ficasse em R$ 250 mil – todas as unidades estavam 100% vendidas dez meses após o lançamento no mercado, no final de 2014. O edif ício está atualmente na fase de acabamento, com previsão de entrega para este mês de maio de 2017.
FICHA TÉCNICA Obra: Edifício residencial The Place Localização: Avenida Antonio Cavasana, 520, Concordia III, Araçatuba-SP Área do terreno: 3.000,00 m² (12 terrenos de 250 m²) Área construída total: 7.590,94 m² Edifício: Térreo + 14 pavimentos +1 cobertura dúplex (todos em Alvenaria Estrutural) Projeto de arquitetura e estrutural: Tecnobens Construções e Incorporações Ltda. Instalações: Tecnobens Construções e Incorporações Ltda. Construção: Tecnobens Construções e Incorporações Ltda. Data de início da obra: maio/2015 Data prevista para conclusão: maio/2017
Pavimento intertravado permeável O The Place conta com pavimento intertravado permeável nas áreas de garagem, a fim de permitir maior infiltração da água, um item de sustentabilidade do projeto. O edif ício tem ainda sala de jogos, academia completa, brinquedoteca e sauna e vestiários feminino e masculino. 17
alvenaria estrutural
Alvenaria estrutura e produtividade em c O conjunto habitacional Aluízio Campos, localizado em Campina Grande-PB, é um dos maiores empreendimentos habitacionais em construção no Brasil e entregará 4.100 unidades em 2018, entre apartamentos e casas térreas, todas erguidas com alvenaria estrutural com blocos de concreto
REPORTAGEM: Silvério Rocha IMAGENS: Divulgação/ Prefeitura de Campina Grande
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Campina Grande, o segundo maior município da Paraíba, com 407.754 habitantes (IBGE 2016), tem um déficit habitacional estimado de 16 mil residências. Esse déficit será reduzido em mais de um terço com a inauguração, prevista para janeiro de 2018, do conjunto habitacional Aluízio Campos, que terá no total 4.100 unidades – 3.088 apartamentos e 1.012 casas, todas elas situadas na faixa 1 do Programa Minha Casa, Minha Vida. O empreendimento, um dos maiores do Brasil nessa faixa do programa federal e que terá uma população superior a de muitos municípios brasileiros, está em sua etapa final e teve todas as suas unidades construídas com alvenaria estrutural com blocos de concreto. A Prefeitura de Campina Grande
entrou com o megaterreno de 117 hectares (1.170.000 m2), como é usual em empreendimentos nessa faixa do Minha Casa, Minha Vida, e responsabilizou-se também pela construção dos equipamentos sociais e comunitários. “O projeto prevê a construção, pela Prefeitura, de dez praças, três creches, três escolas, duas Unidades Básicas de Saú-
O secretário de Planejamento de Campina Grande-PB, André Agra
al oferece economia conjunto do MCMV de e demais equipamentos de proteção social” , explica o secretário de Planejamento da Prefeitura de Campina Grande, André Agra. O secretário informa que se inscreveram 15.200 pessoas para o sorteio das 4,1 mil residências, que terá unidades especialmente projetadas para idosos e pessoas com deficiência. “As casas destinadas a deficientes e idosos foram projetadas com conceitos de acessibilidade. ”
Alvenaria estrutural A obra havia sido inicialmente projetada para o sistema convencional de construção, sistema esse que foi alterado para o de alvenaria estrutural com blocos de concreto, para os edif ícios e às casas. Na mira, o desempenho técni-
co e a economia que a alvenaria estrutural com blocos de concreto proporciona, revela Renato Rocha, diretor de Planejamento da Construtora Rocha Cavalcante, empresa familiar sediada em Campina Grande e já com 38 anos de atuação no mercado, com obras em diversas áreas: habitacional, rodoviárias, mercado imobiliário, entre outros. “Nosso critério para adotar a alvenaria estrutural com blocos de concreto foi eminentemente técnico e econômico, pois queríamos experimentar esse sistema que já se revelou como muito eficiente em inúmeras obras habitacionais” , avalia Rocha. Para superar o desafio de construir um empreendimento com 4.100 unidades, numa escala superlativa e que foi desenvolvida num período – teve início
Nosso critério para adotar a alvenaria estrutural com blocos de concreto foi eminentemente técnico e econômico
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alvenaria estrutural
Complexo Aluízio Campos Quadro de áreas geral Lotes residenciais (Unid. Habitacionais) Equipamentos comunitários
Áreas (m2)
%
6652
596.859,53
7,28
2
100.006,09
1,22
306
1.342.714,73
16,39
Lotes comércio / serviço
5
79.571,65
0,97
Praças
8
37.234,36
0,45
PMCG
-
1.704.524,73
20,80
Jardim botânico
-
506.405,71
6,18
Áreas verdes
-
1.018.680,95
12,43
Condomínio Industrial, Comercial e de Serviços
Tecnópolis
-
985.383,18
12,03
Condomínio Logístico
Faixas de domínio
-
224.882,35
2,74
Tecnópolis
Sistema viário
-
1.597.662,72
19,50
Poligonal
-
8.193.926,00
100
Área remanescente
-
60.930,84
-
Área líquida vendável
-
4.709.053,82
0,57
Lotes Indústria
Área Residencial
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Unidades
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no final de 2014 - em que a economia brasileira, em paralelo com a crise política, começou a patinar fortemente, o planejamento foi fundamental, assegura o diretor da Rocha Cavalcante. “Fizemos um planejamento no qual a logística do canteiro foi essencial, com a definição em planta dos locais de entrega dos materiais, adquiridos pelo critério de qualidade, mesmo que, muitas vezes, o custo fosse um pouco superior” , relata. Entre outros detalhes, o planejamento estipulou cores para cada local de entrega nas plantas do empreendimento, favorecendo o controle interno e a eficiência na entrega.
Produtividade e sustentabilidade O projeto estrutural dos 68 edif ícios de quatro pavimentos – cada um deles com quatro apartamentos de dois dormitórios por andar, de 48 m2 e 52 m2 cada - e das residências térreas de dois dormitórios e 43 m2 pode ser considerado simples, de acordo com o responsável pela sua elaboração, o engenheiro calculista e professor Joel Araújo do Nascimento Neto. A fundação dos edif ícios foi feita em radier de concreto armado com 15 cm de espessura, técnica permitida
pelo tipo de solo – argiloso ou arenoso, em alguns locais - predominante na Paraíba e no Rio Grande do Norte. Para erguer as paredes estruturais foi utilizado o bloco estrutural de 14x19x29 cm, com 4 MPa de resistência. “Apenas nas paredes que ficam na divisa entre dois apartamentos foram utilizados blocos de 20x19x39 cm, para atender às exigências de desempenho acústico da NBR 15.575/2013, a Norma de Desempenho”, detalha Nascimento Neto. Segundo o calculista estrutural, a construtora optou por utilizar a laje pré-moldada treliçada com preenchimento de EPS, em vez da pré-laje, por ser o componente com o qual estavam acostumados a trabalhar. Nas casas, todas térreas, utilizaram o bloco estrutural da linha M10, de 3 MPa, com uma parede alta, de 4,5 m de altura, no encontro das unidades geminadas duas a duas, “com as duas paredes fazendo o travamento mútuo” . A construtora desenvolveu seu sistema de escala de produção baseado em serviços sequenciais, para atender ao cronograma estipulado, diz o engenheiro Rogério Agra, da Rocha Cavalcante e responsável pelas obras do Aluízio Campos. No início da obra, em outubro
A ALVENARIA ESTRUTURAL COM BLOCOS DE CONCRETO MOSTROU QUE TEM PRODUTIVIDADE BEM SUPERIOR AO SISTEMA CONVENCIONAL
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alvenaria estrutural
O CONJUNTO ALUIZIO CAMPOS É UMA DAS MAIORES OBRAS DO PROGRAMA MINHA CASA, MINHA VIDA EM CONSTRUÇÃO NO BRASIL
Campina Grande – Polo tecnológico e industrial Campina Grande é também um dos maiores polos tecnológicos e industriais do Nordeste. Sua região metropolitana abrange 19 municípios, com um total de 985 mil habitantes. Tem também um índice de desenvolvimento humano alto (0,720 – PNUD 2010) e déficit habitacional estimado em 16 mil residências.
Construtora Rocha Cavalcante Fundada há 38 anos, em Campina Grande, a construtora Rocha Cavalcante tem a qualificação no nível A do PBQP-H e também certificada pela ISO 9001.
Interblock conta com o Selo de Qualidade A Interblock, com fábrica estrategicamente situada em Alhambra-PB, próxima portanto de João Pessoa, Recife e Natal, é uma indústria de artefatos de cimento concebida sob o desafio de ser uma das mais modernas e produtivas do Nordeste. Fornece préfabricados como pisos intertravados, meio-fio e as mais variadas famílias de blocos estruturais e de vedação. A Interblock utiliza as mais modernas técnicas produtivas disponíveis no mercado e possui máquinas automatizadas, ideais para produção em larga escala de artefatos de cimento. A empresa possui sistema de entrega paletizada com cubos de blocos embalados em filme de polietileno, seguindo a exigência do Inmetro. A Interblock é associada à BlocoBrasil (Associação Brasileira da Indústria de Blocos de Concreto) e possui o Selo de Qualidade da ABCP, garantia de produção em conformidade com as Normas da ABNT. 24
prisma
FICHA TÉCNICA Obra: Conjunta Habitacional Aluízio Campos – Programa Minha Casa, Minha Vida – Faixa 1 Localização: Campina Grande-PB Contratantes: FAR –Fundo de Arrendamento Residencial / Ministério das Cidades / Banco do Brasil Contrapartida: Prefeitura de Campina Grande/PB
de 2014, foi desenvolvido um treinamento pela unidade do Senai de Campina Grande, “com resultado muito bom de produtividade” , segundo o engenheiro Agra. A escolha da alvenaria estrutural com blocos de concreto de 14x19x29 empregado na maior parte da obra dos edif ícios deu ganhos de produtividade e diminuição dos acidentes de trabalho. A parceria com o Senai permitiu a capacitação de duas turmas de assentadores de blocos, formando 30% dos cerca de 1.100 operários que ali atuaram no pico dos trabalhos. “No pico, foram duas duplas com 50 assentadores cada, reduzidas, posteriormente, para duas duplas de 35 assentadores cada” , afirma Rocha. Cada dupla de assentadores teve produtividade média capaz de erguer 12 casas por mês, com desperdício pequeno de blocos – de 3%, segundo ele. O diretor da Rocha Cavalcante relata que a construtora executou, há três anos, outro conjunto habitacional com 3.048 unidades com sistema convencional, que exigiu 1.500 funcionários, no pico. A obra do Aluízio Campos, em alvenaria estrutural com blocos de concreto e com 4.100 unidades, exigiu 1.100 funcionários no pico, para ser concluída no mesmo prazo, compara.
O principal desafio enfrentado nessa obra, na opinião de Rogério Agra, foi a enorme dimensão do terreno, acidentado e que exigiu grande movimentação de terra para atender às exigências de acessibilidade e, assim, evitar a necessidade de escadas. Todos os blocos foram entregues paletizados, “para facilitar a movimentação na obra” , que contou também com equipamentos de transporte vertical e andaimes. A execução dos serviços correu mais lentamente em 2015, devido às dificuldades econômicas que afetaram o pagamento pelo governo federal das medições, pagamentos estes que começaram a se normalizar no segundo semestre de 2015 e adquiram regularidade em 2016 e 2017. As ruas do condomínio foram pavimentadas com asfalto e as calçadas com pisos intertravados de concreto. As casas foram executadas com itens como acessibilidade, com portas dimensionadas para passagem de cadeiras de rodas e banheiros adaptáveis, e todas equipadas com aquecimento por energia solar fotovoltaica, um componente de sustentabilidade e de economia para as famílias, acrescenta e o secretário de Planejamento de Campina Grande, Rogério Agra.
Área do terreno: 1.170.000 m2 (117 hectares) Área construída total: 200.285,94 m2 Edifícios: 68, térreo + 3 pavimentos, 4 apartamentos por andar, total de 1.088 apartamentos de 48 e 52 m2, com 2 dormitórios / 1 WC social / 1 cozinha / sala 2 ambientes Casas: 3.012 casas térreas, de 43,34 m2, com 2 dormitórios / 1 WC social / 1 cozinha / sala 2 ambientes Projeto de arquitetura: Arquiteta Caroline Maria Gomes Carneiro Projeto estrutural: Empresa: Progescon – Projeto, Gestão e Consultoria em Engenharia Ltda. Instalações: Marcelino Andrade de Lima Infraestrutura: Empresa: Arco – Projetos e Construções Ltda. Construção: Construtora Rocha Cavalcante Ltda. Investimento: R$ 300 milhões Financiador: Banco do Brasil S.A. Data de início da obra: 10/10/2014 Data prevista para conclusão: 31/01/2018 Principais fornecedores: Interblock (blocos e pisos intertravados de concreto), instalações hidrossanitárias (Tigre, Deca, Docol), cimento (Lafarge/ Holcim Brasil), tintas (Ibratin Nordeste), perfis metálicos (Milatec), cabos e fios elétricos (Fios Cordeiro)
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evento
Entidades integrantes do Sistema Unificado da Qualidade, BlocoBrasil, ABCP e Sinaprocim realizam o primeiro encontro do fórum técnico dedicado à alvenaria estrutural com blocos de concreto
REPORTAGEM: Silvério Rocha FOTOS: Divulgação/BlocoBrasil
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prisma
1o Fórum Técnico Alvenaria com Blocos de Concreto tem ampla participação de profissionais da cadeia produtiva O 1o Fórum Técnico Alvenaria com Blocos de Concreto, com a criação do Grupo de Trabalho Alvenaria com Blocos de Concreto, ocorreu em 8 de março último, com a participação de cerca de 70 profissionais da cadeia produtiva da construção, entre eles, representantes de construtoras, projetistas de estruturas, consultores, engenheiros, fabricantes de blocos de concreto, de empresas forne-
cedoras e das entidades promotoras, integrantes do Sistema Unificado da Qualidade – ABCP, BlocoBrasil e Sinaprocim/ Sinprocim. Na abertura do fórum, Valter Frigieri, gerente nacional de Desenvolvimento de Mercado da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP), explicou aos presentes os 11 principais objetivos iniciais desse projeto, que incluem o de-
senvolvimento do sistema construtivo, o atendimento aos requisitos legais da construção, a melhoria do desempenho e da produtividade, a formação de profissionais, a integração com outros sistemas, a discussão de detalhes técnicos, a prevenção de patologias, a ampliação da oferta local de blocos de concreto, a discussão da normalização setorial e a melhoria da sustentabilidade do sistema construtivo. “Podemos dizer que este projeto busca envolver toda a cadeia produtiva interveniente, partindo do projeto, aos materiais, equipamentos, mão de obra e construtores, fechando o ciclo e aperfeiçoando o sistema construtivo de alvenaria estrutural com blocos de concreto” , finalizou Frigieri. Já o arquiteto Carlos Alberto Tauil, consultor técnico da BlocoBrasil e falando também pelo Sistema Unificado de Qualidade, apresentou um histórico da evolução setorial, desde a busca pela normalização que marcou os anos 19701970, a procura pela qualificação, entre os anos 1990 a 2010, a instituição do PSQ de blocos vazados e pisos intertravados de concreto, sob a gestão do Sinapro-
cim/Sinprocim, em 2010, a entrada em vigor da Norma de Desempenho (NBR 15.575) em junho de 2013, “que mudou o paradigma até então adotado pela construção civil” , o início, pela BlocoBrasil, em 2014, do programa de ensaios de blocos de concreto, e o começo da compilação de soluções que atendam à Norma de Desempenho, pelo Ministério das Cidades, para os programas habitacionais do governo federal. “Todas essas iniciativas e, em especial, a Norma de Desempenho, marcaram o setor de blocos de concreto e a cadeia produtiva da construção. 27
evento
Grupos de Trabalho 1) Desempenho 2) Subsistemas 3) Projeto 4) Execução Para participar dos grupos de trabalho e obter informações, envie e-mail para: glecia.vieira@abcp.org.br
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Este fórum busca reunir a cadeia produtiva setorial para aperfeiçoar o que já existe, colocando a alvenaria com blocos de concreto num patamar mais elevado e mais eficiente, para atender aos requisitos da NBR 15.575, com vantagens técnicas e econômicas.”
Formação dos grupos de trabalho O projetista estrutural Arnoldo Wendler realizou a apresentação e a coordenação dos trabalhos. Após explicar, entre outras coisas, que o foco desse fórum está no elemento fundamental da cadeia produtiva, a construtora, “porque ela é a responsável pela montagem da edificação, no final” , Wendler detalhou a dinâmica de trabalho desse fórum. Nela, foram levantados os principais gargalos e melhorias a serem obtidas pelo sistema, a serem debatidos em quatro grupos: 1) de Projeto/ controle de qualidade, 2) de Desempenho, 3) de Subsistemas, e 4) de Execução/produtividade. Após a escolha dos temas, foram definidos os líderes, responsáveis pela coordenação de cada grupo.
Na sequência, a engenheira Glecia Vieira, gerente de Edificações da ABCP, detalhou os passos a serem seguidos pelo fórum nos próximos 12 meses. Durante os dias 21, 22 e 23 ocorreram as primeiras reuniões dos GTs Desempenho, Subsistemas e Projeto/Controle. A reunião de líderes, para discussão dos projetos dos grupos, estava prevista para acontecer em 26 de abril; e a reunião gerencial, da qual todos participam, em 10 de maio próximo. “Este é o primeiro passo de um processo que se poderá se estender por muitos anos – e que estará sempre aberto à participação de novos interessados – e gerará ativos, como pesquisas de mercado, seminários itinerantes, manuais e cartilhas, entre outros” , detalhou Wendler. Os interessados em participar do Grupo Técnico Alvenaria com Blocos de Concreto podem obter mais informações com a engenheira Glecia Vieira, da ABCP, pelo telefone (11) 3760-5366 ou pelo e-mail glecia.vieira@abcp.org.br.
urbanismo
Cidade inteligente e sustentável A Smart City Laguna é uma cidade inteligente e sustentável, empreendimento da SG Desenvolvimento situado em São Gonçalo do Amarante (RN), e que terá habitações sociais para 25 mil moradores. Inserido no Programa Minha Casa, Minha Vida, o empreendimento tem como prioridade a racionalização dos processos a fim de diminuir ao máximo o impacto ambiental. A começar pela pavimentação com pisos intertravados de concreto, que conta com
procedimentos automatizados e produção não-poluente, conforme os empreendedores. O empreendimento está em sua primeira das cinco fases previstas até a sua conclusão. Entre os itens de sustentabilidade do projeto, incluem-se: – Projeto urbanístico pensado para atender as necessidades dos habitantes relacionadas a acessibilidade, mobilidade e segurança. – Iluminação pública com lâmpadas de LED em postes com painéis fotovoltaicos. – Estação de abastecimento de carros híbridos e medidores inteligentes para as moradias. – Planejamento urbano que leva em conta a distribuição das áreas verdes por todo o empreendimento. – Destinação de 70% da drenagem de águas pluviais para a lagoa da cidade. - Implantação de uma usina geradora de energia elétrica solar por meio de placas fotovoltaicas.
Smart City Laguna, localizada no distrito de Croatá, em São Gonçalo do Amarante (RN), terá unidades e pavimentação com pisos intertravados de concreto
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Rua Completa, acessível e sustentável A Rua Completa, via de 130 m2 que foi construída no IV Encontro dos Municípios com o Desenvolvimento Sustentável, que aconteceu no estádio Mané Garrincha, em Brasília, de 24 a 28 de abril último, é fruto da parceria do Sinaenco, da WRI Cidades Sustentáveis e a Sobratema. Por esse conceito, a rua que foi construída no evento IV EMDS tinha as faixas para calçadas em pavimento intertravado permeável, leito carroçável e ciclovia no mesmo nível. A separação entre elas acontecia pelas cores e pelo material utilizado: a faixa destinada aos ônibus foi executada em concreto armado, enquanto as calçadas e a faixa de uso misto (para ciclistas e automóveis) pavimentadas com piso intertravado
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de concreto permeável, unindo tráfego calmo – com velocidade máxima de 30 km/h – e sustentabilidade oferecida por esse tipo de pavimento. A Rua Completa contou com ampla sinalização e outros elementos de projeto, como a iluminação, com foco nas calçadas e nos pedestres e piso podotátil, para orientação aos deficientes visuais. A drenagem dessa rua foi feita por biovaletas, também chamadas de Jardim de Chuvas, um canteiro que permite a passagem das águas pluviais. Nas laterais, fachadas cenográficas simularão lojas e espaços comerciais, todos com grande transparência e visibilidade, propiciando assim maior segurança mútua – aos pedestres e aos lojistas e à clientela.