Ano 15 - No 60 março 2016
R$ 15,00
Uma casa, lá na zona leste
Residência em Vila Matilde, São Paulo, vence premiação internacional. Ela é inteiramente feita com blocos e lajes pré-fabricadas de concreto
nesta edição
60 14
entrevista
O engenheiro e professor-doutor Mounir Kalil El Debs, um dos maiores especialistas brasileiros em pré-moldados de concreto, avalia a situação atual do setor e defende maior interação entre o setor privado e a academia
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pavimento
A Prefeitura de São Paulo implanta projeto-piloto de revitalização de um trecho da rua Sete de Abril, no centro velho paulistano, com blocos prémoldados de concreto de grandes dimensões; o projeto pode ser estendido
revista prisma soluções construtivas com pré-moldados de concreto www.revistaprisma.com.br publicação bimestral março 2016
para toda a região central paulistana
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pavimento permeável
Conjunto residencial do programa Minha Casa, Minha Vida, na zona leste paulistana, recebe pisos permeáveis de blocos pré-fabricados de concreto com o sistema de juntas alargadas
SEÇÕES 6 agenda
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arquitetura
Residência construída para uma diarista com alvenaria estrutural de blocos de concreto, na zona leste de São Paulo, ganha prêmio internacional de arquitetura, o "Archdaily Building of the Year 2016” e também é premiado pelo Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU/BR)
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selo de qualidade
Os fabricantes de pavimentos permeáveis de concreto agora podem ter o Selo de Qualidade da ABCP para os produtos desse setor, que já conta com norma específica desde 2015
8 curtas
12 produtos 30 destaque
EXPEDIENTE Prisma é uma publicação bimestral da Editora Mandarim www.mandarim.com.br ISSN: 1677-2482 DIRETORES
Marcos de Sousa e Silvério Rocha EDITOR RESPONSÁVEL
Silvério Rocha – MTb 15.836-SP EQUIPE TÉCNICA
Abdo Hallack, Cláudio Oliveira, Germán Madrid Mesa (Colômbia), Hugo da Costa Rodrigues, Kátia Zanzotti, Marcio Santos Faria, Paulo Sérgio Grossi, Rodrigo Piernas Andolfato e Ronaldo Vizzoni COLABORADORES
Texto: Marcos de Sousa, Regina Rocha Fotos: Lauro Rocha, Patrícia Belfort PROJETO GRÁFICO
LuaC Designer DIAGRAMAÇÃO/Arte
Vinicius Gomes Rocha - Act Design Gráfico IMPRESSÃO
Van Moorsel Gráfica e Editora REDAÇÃO
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Diretor Comercial: Silvério Rocha silverio@mandarim.com.br Representantação Comercial: Rubens Campo (Act), (11) 99975-6257 - (11) 4411-7819 rubens@act.ppg.br
APOIO INSTITUCIONAL
Na próxima edição Centro Paraolímpico Brasileiro SP Universidade Federal do ABC Edifícios escolares com alvenatria estrutural
editorial Num ano que se iniciou sob o signo da turbulência, política e econômica, a Revista Prisma completa, em 2016, 15 anos de circulação ininterrupta na tarefa de divulgar o que há de melhor e mais importante em projetos, obras, pesquisas e inovações relacionadas com pré-fabricados de concreto. Nesses quinze anos, muita coisa mudou em nosso país e na construção civil brasileira. Os tempos da construção convencional, com fôrmas consumindo madeiras em grande escala para a produção do concreto, com uma produtividade muito baixa, estão cada vez mais distantes. Atualmente, cresce exponencialmente a utilização de métodos racionalizados de construção, especialmente daqueles que ajudam a aumentar a produtividade, diminuindo custos. É assim com a alvenaria estrutural com blocos de concreto, cada vez mais utilizada em edificações dos mais diversos padrões; dos pré-moldados estruturais de concreto e a agilidade que permitem na construção de edificações, especialmente industriais, de logística, entre outras, e em obras-de-arte especiais, como pontes e viadutos, nas cidades e nas rodovias brasileiras. Telhas de concreto ajudam a embelezar as residências, unindo estética à praticidade, durabilidade e resistência do concreto, numa solução que une engenharia e arquitetura de forma prática e econômica. E os tubos de concreto também ganham mercado por oferecer as melhores soluções, normalizadas, com a qualidade e a resistência exigidas em obras de saneamento, em todo o país. E, palavra de ordem cada vez mais acatada pela cadeia produtiva da construção civil, a sustentabilidade é também um ponto forte do setor. Nesta edição, abordamos um ponto importante para fabricantes e consumidores de pavimento permeável de concreto, em suas diversas modalidades oferecidas ao mercado: a criação do Selo de Qualidade do Pavimento Permeável pela ABCP. Criado por solicitação de fabricantes de pavimentos permeáveis de concreto, o Selo de Qualidade da ABCP oferecerá ao mercado a garantia de produtos fabricados com o pleno atendimento às exigências da norma ABNT NBR 16.416, que entrou em vigor em setembro de 2015. Com isso, ganham os fabricantes que fazem questão de produzir com qualidade, e ganha o mercado da construção civil, que terá um instrumento precioso de aferição dessa qualidade. E ganham os consumidores e a sociedade brasileira, ao receber obras sustentáveis, devido à permeabilidade desse tipo de piso, executadas com produtos adequados e duráveis. Boa leitura!
Como produzir vibroprensados 5
agenda 2o Congresso Internacional de Habitação Coletiva Sustentável
Construction Expo 2016 - Feira e Congresso Internacional de Edificações e Infraestrutura
De 18/04 a 20/04, em São Paulo
De 15 a 17/06, em São Paulo
A segunda edição do congresso, realizado na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU/USP), promove um espaço de reflexão para estudantes, profissionais e membros da academia sobre habitação coletiva e suas relações com a cidade contemporânea e histórica. Além da apresentação dos artigos, dentro dos temas Teoria e História, Habitação como Formadora da Cidade, Avaliação dos Critérios de Sustentabilidade e Habitação e Inclusão Social, o evento contará com dois workshops e uma exposição sobre trabalhos relacionados à habitação coletiva. Informações: E-mail: congresoviviendabarcelona@gmail.com, site: www.laboratoriovivienda21.co.
A Construction Expo 2016 integrará, em um único local, gestores públicos e empresas privadas, apresentando casos nacionais e internacionais de projetos de infraestrutura urbana. Para as empresas do segmento representa uma oportunidade de mostrar suas soluções que tragam produtividade, qualidade, redução de custos e agilidade para obras públicas. Para os profissionais de prefeituras e governos estaduais será uma chance de entrar em contato com as melhores soluções em materiais, serviços, equipamentos e tecnologias. A feira e o congresso acontecem no São Paulo Expo Exhibition & Convention Center (Rod. dos Imigrantes, Km 1,5 - Vila Água Funda). Informações: www. constructionexpo.com.br.
Seminário de Capacitação: Pavimento Permeável
7o Congresso Brasileiro do Cimento (CBCI)
9 de maio, em São Paulo
De 20 a 22/06/2016, em São Paulo
Um evento dedicado inteiramente à capacitação de arquitetos-paisagistas sobre o pavimento permeável, suas características, projeto/especificação e normalização. Esta é a proposta do seminário que acontecerá no próximo dia 9 de maio, das 14h às 18h, no auditório da ABCP, em São Paulo. O seminário é uma realização da BlocoBrasil-Associação Brasileira da Indústria de Blocos de Concreto, com apoio da Abap-Associação Brasileira de Arquitetos Paisagistas, da ABCP-Associação Brasileira de Cimento Portland e do Sinprocim/Sinaprocim, o sindicato das indústrias de artefatos de cimento. O seminário terá duas palestras: a primeira delas, que será ministrada pelo engenheiro Cláudio Oliveira Silva, gerente de Indústria da ABCP, abordará os principais itens da norma 16.416 na palestra intitulada Normatização dos pavimentos permeáveis. Na segunda palestra, a engenheira Liliane L. C. Alves Pinto, da empresa de consultoria L. C. Engenharia, detalhará as questões de hidrologia, permeabilidade dos solos e reuso das águas pluviais em um projeto de pavimento permeável na palestra Pavimento permeável: uma estrutura sustentável. A moderação das palestras será feita pela arquitetapaisagista Maria Cecília (Ciça) Guimarães, ex-presidente da Abap. Haverá ainda demonstração prática da permeabilidade da água pelo pavimento permeável com revestimento de peças de concreto drenante no Laboratório da ABCP. Haverá ainda demonstração prática da permeabilidade da água pelo pavimento permeável com revestimento de peças de concreto drenante no Laboratório da ABCP. Serviço Evento: Seminário de capacitação: pavimento permeável Local: Auditório da ABCP, av. Torres de Oliveira, 76, Jaguaré, São Paulo (estacionamento grátis no local) Inscrição: gratuita (vagas limitadas) e exclusiva para arquitetos-paisagistas associados da Abap, pelo e-mail: abap@abap.org.br Data: 9/5/2016 , horário: 14h às 18h
A Associação Brasileira do Cimento Portland (ABCP) e o Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC) organizam a 7ª edição do encontro. Além de palestras, o evento contará com exposições de alguns dos principais fabricantes da área. Os visitantes têm até o dia 20 de junho para se inscreverem pela web. O evento acontece no hotel Maksoud Plaza, na Alameda Campinas, 150, Bela Vista, em São Paulo. Informações e inscrições: Telefone: (51) 3334-8875, site: www.7cbci.com.br.
9o Congresso Brasileiro de Pontes e Estruturas De 18 a 20/05, no Rio de Janeiro
A Associação Brasileira de Pontes e Estruturas (ABPE) e a Associação Brasileira de Engenharia e Consultoria Estrutural (Abece) organizam o congresso com foco nas intervenções urbanas que visam a preparar o município para a realização da Olimpíada de 2016. Serão duas temáticas principais: projeto, construção, recuperação, reforço e manutenção de pontes, estádios, edifícios, indústrias, transportes metropolitanos, portos, barragens, plataformas offshore, aerogeradores e fundações; e normatização, experimentação, análise e dimensionamento de estruturas de concreto armado e protendido, metálicas, de madeira, de alvenaria e de materiais avançados.Local: Everest Rio Hotel (Rua Prudente de Morais, 1117 – Ipanema), Telefone: (21) 3088-646, e-mail: cbpe@cmeventos.com.br, site: www. cbpe2016.com.br.
10a Bienal Iberoamericana de Arquitetura e Urbanismo (Biau) De 4 a 8/07, em São Paulo
A 10ª edição da Bienal Iberoamericana de Arquitetura e Urbanismo, organizada pelo governo da Espanha, acontece neste ano em São Paulo. O programa inclui apresentação de trabalhos, conferências, palestras e mesas de debate articuladas em torno do tema Deslocamentos. O evento acontece no Auditório Oscar Niemeyer, no Parque do Ibirapuera, em São Paulo. Informações: e-mail: biau@cscae.com, ou pelo site: www. bienalesdearquitectura.es.
7a Greenbuilding Brasil - Conferência Internacional e Expo De 9 a 11/08, em São Paulo
Voltado à geração de negócios no mercado de construção sustentável, o evento reúne anualmente empresas nacionais e internacionais que fornecem tecnologia, equipamentos e serviços para profissionais do setor. O foco da 7a edição da feira, que conta com palestras e sessões educacionais com profissionais de todo o mundo, serão materiais, net zero, resiliência, responsabilidade social, ações e engajamento comunitário e água. Simultaneamente, em uma área de exposição conjunta, acontece a feira High Design – Home & Office Expo. O evento acontece no São Paulo Expo, na Rodovia dos Imigrantes, Km 1,5, Vila Água Funda, São Paulo. Informações: Telefone: (11) 3017-6892, site: www.gbcbrasil.org.br/expo-gbc.php.
Concrete Show South America De 24 a 26/8, em São Paulo
O Concrete Show South America é reconhecido como um dos mais importantes pontos de encontro da construção civil mundial, sendo o maior na América Latina e segundo maior do mundo nesse segmento. O evento apresenta soluções completas que vão desde a terraplanagem, canteiros de obras e projetos estruturais, até tecnologias de ponta para a cadeia produtiva do concreto, serviços e acabamento, visando sempre o aumento da produtividade e a redução de custos na construção. O evento acontece no São Paulo Expo, na Rodovia dos Imigrantes, Km 1,5, Vila Água Funda, São Paulo. Informações: Telefone: (11) 4878 5990, e-mail: contato@concreteshow.com.br, site: http://www.concreteshow.com.br/pt/.
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curtas Pavimento intertravado sem trepidação A Prefeitura Municipal de Sorocaba-SP, a ABCP e uma fabricante local de blocos e pisos intertravados de concreto desenvolveram o primeiro pavimento intertravado “não-trepidante”. O piso foi instalado no Jardim Sensorial de Sorocaba, inaugurado em 11 de dezembro de 2015. O pavimento possui peças no formato 20 x 20 cm, porém diferenciadas por não terem os chanfros das extremidades superiores. A ideia foi bem-aceita e deve ser multiplicada nos programas de acessibilidade das cidades da região. O prefeito de Sorocaba, Antonio Carlos Panunzio, já anunciou que irá adotar a solução também em ciclovias da cidade.
Lançamento livro Alvenaria Estrutural A Editora Pini lançou, em 23 de março último, o livro Alvenaria Estrutural: Cálculo, detalhe e comportamento, de autoria do engenheiro José Luiz Pereira. O livro conta com o patrocínio da BlocoBrasil-Associação Brasileira da Indústria de Blocos de Concreto. O objetivo do autor é que esta publicação esclareça dois importantes efeitos relacionados às paredes de alvenaria estrutural e que devem ser considerados nos cálculos das edificações: o efeito de arco e os esforços resultantes da ação dos ventos. Formado em engenharia civil pela Escola Politécnica da USP, em 1960, José Luiz Pereira abriu seu escritório de cálculo de estruturas e de construções no ano seguinte, contando apenas com a experiência adquirida em três anos de estágio, dos quais um ano e meio tutelado pelos mestres-engenheiros Milton Mautoni e Péricles Brasiliense Fusco, considerados por ele como os principais impulsionadores da sua carreira. No final dos anos 1960, Pereira iniciou nova etapa em sua vida profissional, com o desafio de desvendar a alvenaria estrutural. Hoje, o veterano profissional é reconhecido como um dos principais mestres desse segmento da engenharia de projetos.
Nova regra do Minha Casa preocupa o setor Para dar continuidade ao programa Minha
espaço que reunirá a lista dos interessados
do faixa 2 e sobraram 450 mil unidades para
Casa Minha Vida o governo federal anunciou
em adquirir as unidades habitacionais, para
os próximos três anos. Isso é muito pouco”,
algumas mudanças: redução no número de
distribuição das moradias pelas regiões
acrescenta Cury, do SindusconSP. Em quatro
imóveis entregues e um sistema de sorteio
do País e sorteio dos beneficiários nas
anos, a meta estipulada pelo governo federal
para os interessados em comprar o imóvel
faixas 1 e 1,5.
será de contratação de 2 milhões de moradias,
pelo projeto. As novas regras, no entanto, não
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Poucas unidades para os próximos três
sendo 480 mil em 2016.
foram bem aceitas pelo mercado que teme
anos - A redução das metas da faixa 2 (de
mais burocracia e morosidade na hora de
315 mil para 180 mil unidades) e da faixa 3
anos serão investidos cerca de R$ 210,6
finalizar os negócios. “Se o sorteio demorar,
(de 98 mil para 70 mil) para 2016 também
bilhões, segundo o governo federal, sendo que
a análise de crédito perderá a validade.
recebeu críticas do mercado. E o MCMV3
apenas R$ 41,2 bilhões são do Orçamento
Além disso, o mercado não esperava essas
criou a faixa 1,5, destinada para famílias
Geral da União - R$ 39,7 bilhões serão de
reduções de unidades, pois vinha obtendo
que ganham até R$ 2.350,00, faixa que
subsídios do FGTS e R$ 129,7 bilhões de
resultados satisfatórios justamente nas faixas
terá 500 mil unidades. E, ainda, são 500 mil
financiamentos do FGTS. Segundo Cury, o
2 e 3”, argumentou o vice-presidente de
unidades para a primeira faixa do programa,
Sinduscon-SP participou das conversações
Habitação Popular do SindusCon-SP, Ronaldo
800 mil unidades para a faixa 2 e 200 mil
que antecederam a definição das principais
Cury. A mudança na regra consiste na criação
unidades para a faixa 3. “O que preocupa é
diretrizes desta nova fase, no entanto, algumas
do Sistema Nacional de Cadastro Habitacional,
que já foram consumidas 350 mil unidades
decisões forma tomadas à revelia do mercado.
Números do MCMV - Nos próximos dois
curtas
Seminário de Capacitação: Pavimento Permeável regulamentou os requisitos e procedimentos
permeável, permitindo até o reaproveitamento
capacitação de arquitetos-paisagistas sobre
Um evento dedicado inteiramente à
para pavimentos permeáveis de concreto”,
das águas pluviais, algo fundamental nesses
o pavimento permeável, suas características,
explica Ramon Barral, presidente da BlocoBrasil.
tempos de crise hídrica”, afirma Cláudio Oliveira.
projeto/especificação e normalização. Esta é
Para a arquiteta-paisagista Francine Sakata,
Na segunda palestra, a engenheira Liliane L. C.
a proposta do seminário que acontecerá no
diretora da Abap/SP, “os arquitetos têm tido
Alves Pinto, consultura de hidrologia da empresa
próximo dia 9 de maio, das 14h às 18h, no
muitas dúvidas para especificar pavimentos
de consultoria L. C. Engenharia, detalhará
auditório da ABCP, em São Paulo. O seminário
permeáveis. Por isso, a BlocoBrasil e a Abap
as questões de hidrologia, permeabilidade
é uma realização da BlocoBrasil-Associação
conceberam este seminário exclusivo, que
dos solos e reuso das águas pluviais em
Brasileira da Indústria de Blocos de Concreto,
visa a esclarecer os profissionais sobre como
um projeto de pavimento permeável na
com apoio da Abap-Associação Brasileira de
lidar com as características do solo em cada
palestra Pavimento permeável: uma estrutura
Arquitetos Paisagistas, da ABCP - Associação
local, como compor a sub-base drenante e o
sustentável. A moderação das palestras será
Brasileira de Cimento Portland e do Sinprocim/
que esperar de eficiência e de sustentabilidade
feita pela arquiteta-paisagista Maria Cecília
Sinaprocim, o sindicato das indústrias de
deste conjunto”.
(Ciça) Guimarães, ex-presidente da Abap.
produtos de cimento. “O objetivo da BlocoBrasil e das entidades
Haverá demonstração prática da permeabilidade Palestras - O seminário foi estruturado em
da água pelo pavimento permeável com
parceiras com esse seminário é o de fornecer
duas palestras: a primeira delas, que será
revestimento de peças de concreto drenante no
aos arquitetos-paisagistas informações técnicas
ministrada pelo engenheiro Cláudio Oliveira
Laboratório da ABCP.
rigorosas e confiáveis sobre as características
Silva, gerente de Indústria da ABCP, abordará os
dos diversos tipos de pavimentos permeáveis,
principais itens da norma 16.416 na palestra
precisam ser obrigatoriamente associados à
as exigências para um bom projeto paisagístico
intitulada Normatização dos pavimentos
Abap, receberão um exemplar com a íntegra da
com esse tipo de pavimento e as prescrições
permeáveis. “A norma estabelece as diretrizes
norma ABNT NBR 16.416/2015.
constantes da norma ABNT 16.416/2015, que
para a correta utilização do pavimento
Ao final do evento, os participantes, que
Serviço Evento: Seminário de capacitação: pavimento permeável Local: Auditório da ABCP, av. Torres de Oliveira, 76, Jaguaré, São Paulo (estacionamento grátis no local) Inscrição: gratuita (vagas limitadas) e exclusiva para arquitetos-paisagistas associados da Abap, pelo e-mail: abap@abap.org.br Data: 9/5/2016 - Horário: 14h às 18h 10
curtas Poli-USP construirá edifício sustentável O espaço deve abrigar laboratórios, escritórios, salas de reunião e espaço multiuso. “O edifício em si é a pesquisa, uma vitrine de diferentes tecnologias inovadoras sendo estudadas e testadas simultaneamente por uma equipe multidisciplinar”, explicou a arquiteta Diana Csillag, pesquisadora da Poli-USP e encarregada pela gestão do CICS. A comissão coordenadora do projeto é composta pelos professores Vanderley John, Vahan Agopyan, Francisco Cardoso e Orestes Gonçalves, todos do Departamento de
substituir o antigo prédio da Poli, no campus
Poli buscará soluções avançadas para água,
Engenharia de Construção Civil da Poli-USP.
da USP no Butantã. O seu orçamento inicial
energia limpa, condicionamento ambiental -
O projeto arquitetônico original do edifício foi
é de R$ 15 milhões. Também está sendo
questões hidrotérmicas, visuais, acústicas e da
elaborado pelo escritório Aflalo/Gasperini, e a sua
desenvolvido, no Laboratório de Microestrutura
qualidade do ar interno e externo -, iluminação,
construção deve começar no segundo semestre
e Ecoeficiência da Poli, um concreto eficiente,
sistemas construtivos, uso de novos materiais,
do ano. Ele foi concebido de forma a permitir
com baixo teor de ligante - solução de baixo
monitoramento, soluções construtivas e geração
a flexibilidade para mudanças e substituições
custo para reduzir a emissão de gás carbônico
descentralizada de energia. Serão estudados
de suas partes e sistemas, como fachadas,
da indústria de cimento. Esse material deve
conceitos de soluções multifuncionais, sistemas
coberturas, revestimentos e iluminação.
ser utilizado no prédio do CICS como um
adaptáveis ou ativos, internet das coisas,
teste-piloto. “Outras tecnologias também serão
planejamento da vida útil e zero-net energy,
laboratório, como geração e consumo de
testadas em condições reais de uso”, afirmou
conceito no qual o consumo e a produção de
energia e temperatura. O novo edifício deve
o professou Vanderley John. O novo projeto da
energia se equiparam.
estiver preparado vai sair na frente, quando
necessidades de soluções para os seus principais
com investimento de cerca de R$ 500 mil. “Tudo
acontecer a retomada econômica do país.”
problemas, ele certamente será fundamental para
isso para oferecermos cada vez mais aos nossos
aprimorarmos nossos processos e tecnologias”,
clientes a possibilidade de transformar a sua ideia
Brasformas, Cano cita a contratação do engenheiro
diz o sócio-diretor da Brasformas. Além disso,
no melhor molde, na melhor forma do mercado”,
Paulo Grossi, que possui experiência de mais de
reforçando a intenção de investir em tecnologia
conclui Roberto Galvão Cano.
30 anos em fábricas de blocos e pisos e na ABCP.
de produção de ponta, a empresa está finalizando
“Pelo conhecimento aprofundado que o Paulo tem
a compra de mais um centro de usinagem do
de fábricas de blocos e pisos de concreto, de suas
tipo CNC (comando numérico computadorizado),
Serão monitorados diversos aspectos do
Brasformas: uma empresa na contramão da crise Na contramão da crise, uma empresa fabricante de fôrmas para blocos e pisos de concreto, a Brasformas, de Campinas-SP, resolveu agir e investir na melhoria tecnológica e de gestão da companhia, criada há quase 20 anos. “Atualmente, atendemos bem, com qualidade e pontualidade na entrega de nossos produtos aos principais fabricantes de blocos do Brasil. Nosso objetivo, porém, é melhorar cada vez mais a qualidade e a tecnologia que oferecemos com nossos produtos e, assim, estar preparados e ampliar nossa fatia de mercado, quando a atual crise econômica for superada”, explica Roberto Galvão Cano, sócio-diretor da Brasformas. “Quem
Entre os investimentos em desenvolvimento pela
Mais informações: www.brasformas.com.br ou pelo tel. (19) 3216-6553, 3246-1899. 11
produtos
BANDEJAS PARA BLOCOS DE CONCRETO: a Caribea, empresa de São Manuel-SP, é especializada em bandejas com diversos diferenciais. São feitas em compensado naval à prova de água, por prensagem com alta pressão e temperatura. As medidas são adequadas a qualquer tipo de máquina. As bandejas são fornecidas em três opções: sem impermeabilização, com impermeabilização de topo e com proteção metálica de topo (exclusividade da Caribea). O reforço é de perfil metálico galvanizado. Mais informações: tel: (14) 3841-3589 www.caribea.com.br
MOLDES DE BLOCOS ESTRUTURAIS: a Icon Estampos e Moldes, com sede em Santa Catarina e filiais em SP, Paraíba e Argentina, tem grande tradição e experiência na confecção de moldes para a construção. Recentemente, lançou linhas de moldes para concreto, obtendo forte aceitação no mercado. Além da linha Paver 100x200 (padrão, drenante e unistone), a Icon oferece o molde 14x19x39 para blocos estruturais de concreto, que visa a produção de peças de alto padrão. Mais informações: tel: (48) 3431-1800 www.icon-sa.com.br
MÁQUINA PARA PRODUZIR BLOCOS E PISOS: MBHD 6A da Permaq é destinada a alta produção (até 11.500 blocos/8h). Totalmente automática e com potência de 35 CV, tem silo com fechamento de tampa por cilindro hidráulico e vibradores pulsativos que trabalham por réguas, o que proporciona o enchimento uniforme dos moldes. Gaveta suspensa, agitador de massa temporizado e quatro colunas retificadas e cromadas são alguns dos destaques. A Permaq atua há 32 anos na fabricação de máquinas para blocos e pisos de concreto. Mais informações: tel: (11) 2918-9925 www.permaq.com.br
ADITIVO PARA CONCRETO: o Viafix Chapisco é promotor de aderência, resistência e plasticidade dos chapiscos e argamassas. Reduz o potencial de retração e a formação de fissuras, aumenta resistências ao desgaste e impacto e reduz a permeabilidade. Tem consistência líquida e cor branca. Sediada em Caçapava-SP, a Viapol oferece mais de 900 itens direcionados a proteção, conservação e valorização de obras. Mais informações: tel: (11) 2107-3400 ou (71) 3507-9900 www.viapol.com.br 12
PALETEIRA PARA PEQUENAS CARGAS: a Equipaobra, com 21 anos de atividade, oferece linhas de equipamentos desenvolvidas para eliminar desperdícios, aumentar a produtividade e oferecer posturas ergonômicas aos trabalhadores. Um exemplo é a paleteira hidráulica pneumática CH 120, com capacidade de carga de 1.200 kg. O equipamento mede 1,64 x 1,67 x 1,3 m, pesa 220 kg e transporta paletes de até 1,2 x 1,2 m. Mais informações: tel: (11) 3322-7177 www.equipaobra.com.br
VIBROPRENSA : a Vibrafort produz ampla linha de vibroprensas. Entre elas, a VFVPP 750, Pneumática Semiautomática, que é ideal para regiões com poucos recursos ou para instalação diretamente no canteiro de obras. Fabrica blocos com ou sem função estrutural e pavimentos intertravados, todos conforme normas ABNT. Possui alto poder de vibração e compactação, gerando produto bem-acabado e com economia de cimento. Opera de 3 a 4 ciclos por minuto e produz 10 mil peças de piso intertravado 20 x 10 cm ao dia. Mais informações: Tel. (11) 2910-7373 www.vibrafort.com.br
GARRA PARA BLOCOS DE CONCRETO: projetada para efetuar com agilidade e segurança o manuseio de blocos de concreto, dá rapidez e produtividade ao processo. Sua capacidade vai de 1.500 kg a 5.000 kg, com abertura entre 220 e 1.860 mm. O revestimento dos braços é de aço, borracha e poliuretano. A Saur, de Panambi-RS, tem soluções diversas para a mecanização da construção, como máquinas pavimentadoras, dispositivos de garfos tipo C e réguas niveladoras. Mais informações: tel: (19) 3518-7200 ou (55) 3376-9300 www.saur.com.br
FABRICAÇÃO DE BLOCOS: a Quadra America, filial da matriz francesa sediada em Taubaté-SP, oferece um conjunto de soluções para fabricação de artefatos de concreto (blocos, pavers etc.). Com quatro fábricas de clientes já instaladas no Brasil, a empresa tem resposta adequada para cada tamanho de fabricante. Suas máquinas podem produzir de 10.000 a 47.000 blocos de concreto em 8 horas. O dispositivo automático de troca de fôrma na prensa é um dos destaques, pois permite rapidez na operação e facilita alternar a fabricação de mais de um produto. Mais informações: (24) 3371-6167 www.quadra-america.com
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entrevista REPORTAGEM: Silvério Rocha FOTO: Divulgação
Mounir Khalil El Debs
“É preciso melhorar a interação entre a academia e o setor privado” O professor Mounir Khalil El Debs é um dos maiores especialistas brasileiros em pré-moldados de concreto. El Debs é engenheiro civil pela Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo (EESC/USP, 1972), mestre em Engenharia de Estruturas (1976) e doutor em Engenharia – Área de Estruturas (1984) pela EESC/USP, livre-docente (1991) e professor-titular (2006 até 2014) no Departamento de Engenharia de Estruturas da EESC/USP. Aposentado, atualmente é professor Sênior (professor-colaborador) da EESC-USP. Realizou estágio de pós-doutorado no Civil and Environmental Department da University of Michigan, na condição de bolsista da Fapesp (1994-1995), no qual realizou estudos nas áreas de concreto pré-moldado e de concreto com fibras. É também autor ou coautor de aproximadamente 180 trabalhos técnicos completos publicados em anais de congressos e revistas e autor do livro Concreto pré-moldado: fundamentos e aplicações, publicado pela EESC/USP, em 2000. Nesta entrevista, fala sobre a situação atual do concreto pré-moldado no Brasil. Como o senhor avalia o estágio atual do setor de pré-moldados de concreto em relação ao desenvolvimento tecnológico, das indústrias e do setor de projetos no Brasil, comparado ao que existe no exterior? Em relação ao setor produtivo (das indústrias): de forma geral, as instalações industriais no Brasil estão relativamente próximas às de países mais desenvolvidos. Mas existe defasagem em certas áreas: por exemplo, na fabricação de painéis pré-moldados para construção habitacional com estrutura de paredes portantes. Em geral, as fábricas no Brasil não possuem instalações para produção com alto grau de mecanização como as que existem na Europa. Já os projetos têm sido feitos com softwares que existem no exterior ou com equivalentes nacionais. Os programas com ferramentas de BIM (Building Information Modeling), que trazem importantes benef ícios para o setor de concreto pré-moldado, têm sido incorporados na prática de projetos aqui no Brasil. No entanto, um melhor detalhamento das ligações poderia melhorar a qualidade dos projetos. Como a atual crise econômica vivida pelo Brasil impactará nas indústrias de pré-moldados de concreto? 14
prisma
Acho dif ícil que o setor consiga atravessar a crise sem prejuízo significativo. Existe o perigo de ocorrer concorrência predatória, para manter as empresas funcionando e o setor ficaria prejudicado. Já a construção tradicional, que tende a se beneficiar da maior oferta de mão-de-obra devido ao desemprego, pode criar mais dificuldades para o setor de pré-moldados. A situação atual lembra a recessão no país que se iniciou no final dos anos 1970. O Brasil tinha uma experiência muito grande em barragem e grande parte dos recursos humanos se perdeu. Foi a época em que “o engenheiro virou suco” . Hoje, eu já li em algum lugar, que o engenheiro vai virar motorista da Uber. No entanto, dizem que é na crise que aparecem novas oportunidades. O Brasil precisa melhorar a sua infraestrutura e o concreto pré-moldado ainda é pouco empregado no país. Em relação à normalização do setor, qual a sua avaliação do cenário hoje - ela está atualizada ou faltam novas normas – se sim, quais? A norma mais desatualizada do setor, acredito, é a NBR 9062 - Projeto e Execução de Estruturas de Concreto Pré-Moldado, que é de 2006. No entanto, a revisão desta norma foi concluída
no início de 2015, mas ainda não entrou em processo de votação pública. Parece que há falta de agilidade entre a finalização dos trabalhos pela comissão que elaborou a revisão e a conclusão do processo para que a norma entre em vigor. Há laboratórios capacitados para realizar ensaios dos elementos prémoldados em todo o país ou o parque laboratorial brasileiro ainda é insuficiente nessa área? Acredito que, na maior parte do país, existem condições de se fazer ensaios. Embora estejam concentrados nas regiões SulSudeste, os laboratórios existentes são, em maior ou menor grau, capacitados para realizar ensaios em elementos pré-moldados e em ligações. Há anos, alguns dos maiores obstáculos à utilização mais intensiva dos pré-moldados de concreto são a tributação, que penaliza o uso desse sistema construtivo, e o desconhecimento das características e vantagens dos pré-moldados por parte dos agentes da construção civil brasileira. Esses obstáculos persistem ainda hoje? Como superá-los? Acredito que os pré-moldados ainda são penalizados. Uma forma de superar esses obstáculos seria mostrando para a sociedade os benef ícios das características do concreto pré-moldado em relação à sustentabilidade, tais como a redução de consumo de materiais (com o emprego de seções transversais ou formas estruturais mais eficientes ou ainda emprego de materiais de alto desempenho), a redução de desperdícios, na fábrica e na construção, a possibilidade de reciclagem dos materiais na fabricação dos componentes, as possibilidades de reuso de partes da construção mediante projetos com previsão de desmontagem. Pode-se ressaltar que a rapidez da construção proporcionada pelo concreto pré-moldado é também característica importante na minimização da perturbação ao meio ambiente no entorno da construção, como barulho e tráfego. No caso de construção de infraestrutura urbana e de estradas, a rapidez da construção assume papel mais importante. No caso de construção de pontes, o menor tempo reduz os inconvenientes e riscos de obras de desvios. Com isto, deve-se procurar sensibilizar a sociedade, e consequentemente os políticos, de que penalizar o concreto pré-moldado em relação à construção tradicional não é razoável. Como ex-chefe do Departamento de Engenharia de Estruturas e excoordenador do Laboratório de Estruturas da EESC-USP e professor e pesquisador dessa área há algumas décadas, como o senhor avalia a relação entre a universidade brasileira e o setor privado? Esta questão é de fundamental importância. Eu procurei aumentar esta interação com a coordenação dos eventos “Encontro Nacional Pesquisa-Projeto-Produção em Concreto pré-moldado”,
artigos técnicos devem propiciar a difusão dos conhecimentos gerados, principalmente no meio acadêmico, para o setor produtivo realizados em 2005, 2009 e 2013, na Escola de Engenharia de São Carlos da USP, apelidados de PPP do concreto pré-moldado. Esses encontros tiveram como objetivo a promoção da integração do setor acadêmico com o setor produtivo. O setor acadêmico foi representado pelos pesquisadores das Instituições de ensino superior do país, incluindo professores, alunos de pós-graduação e estudantes de graduação. O setor produtivo, pelos projetistas de estruturas, por fabricantes de equipamentos e produtos empregados em concreto pré-moldado e pelas empresas de produção de estruturas de concreto pré-moldado. Em minha opinião, a interação é muito importante para os dois setores. Assim, o setor produtivo toma conhecimento das pesquisas em desenvolvimento pelo setor acadêmico. E o setor acadêmico sabe das necessidades de estudos que o setor produtivo precisa. Assim, as pesquisas geradas pelo setor acadêmico estariam em melhores condições de ser transferidas para o setor produtivo, com um grande benef ício para a indústria nacional ou regional, conforme o caso. Todo o material produzido nestes encontros está disponível no site: http://www.set.eesc.usp.br/3enpppcpm/. Acredito que estes encontros melhoram a interação, mas gostaria que ela fosse bem maior, para o bem dos dois lados. O Caderno Técnico da Revista Prisma, antes dedicado apenas à alvenaria estrutural com blocos de concreto, recentemente passou por reformulação, abrangendo todos os sistemas construtivos industrializados de concreto. Como senhor, que é um dos coordenadores desse caderno, avalia a importância da difusão de artigos técnicos, mais especificamente na área de pré-moldados? Vejo como importante iniciativa para o desenvolvimento do concreto pré-moldado no país. É também uma forma de promover a interação do meio acadêmico com o setor produtivo. Estes artigos técnicos devem propiciar a difusão dos conhecimentos gerados, principalmente no meio acadêmico, para o setor produtivo. Como o setor acadêmico é financiado principalmente pelo poder público, se o conhecimento gerado for repassado, de forma mais acessível que as dissertações e teses, para o setor produtivo, o dinheiro investido pela sociedade estaria sendo mais bem-utilizado. 15
pavimento
Blocos pré-moldados de concreto foram desenvolvidos especialmente para
Novo piso, mais for o centro de São Pa
a pavimentação dos calçadões, na região central da capital paulista. Material recebeu adição fotocatalítica, que absorve sujidades e neutraliza poluentes
REPORTAGEM: Marcos de Sousa IMAGENS: Marcos de Sousa/Divulgação
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Quarenta anos se passaram desde a inauguração dos calçadões no centro de São Paulo. A inovação foi uma importante conquista para os milhões de pedestres que circulam diariamente por essa área da cidade. No entanto, desde o início dos anos 2000 essa infraestrutura já mostrava sinais de fadiga. São centenas de falhas no pavimento, com buracos, pedras soltas e muitas cicatrizes herdadas de obras subterrâneas ao longo de seus quase 60 mil m2. E novas fraturas surgem todos os dias sob as rodas de caminhões pesados ou caçambas de aço. Como resposta a essa degradação do pavimento, a prefeitura de São Paulo está realizando uma obra-piloto na rua Sete de Abril, agora utilizando blocos pré-fa-
bricados de concreto, com grandes dimensões, alta densidade e capazes de suportar os traumas cotidianos. O projeto foi desenvolvido sob a coor denação do arquiteto Luís Eduardo Surian Brettas, superintendente do Desenho da Paisagem da SPUrbs, empresa municipal de planejamento. A proposta envolveu ampla pesquisa de materiais e soluções para resolver os problemas de microdrenagem, pavimentação e de interferências das instalações subterrâneas. Os novos blocos de pavimentação são maciços e têm grandes dimensões: 40 cm x 20 cm x 16 cm, peso de 30 kg, e dotados de ranhuras que propiciam o encaixe justo, sob um leito de areia prénivelado. “Os blocos e a sub-base são
Mesas para estar
Iluminação
Espaço de estar
Microdrenagem
Papeleira
Lixeira enterrada Piso tátil
Fach. ativa área privada
Pedestres
Área compartilhada
Piso tátil
Mobiliário
Microdrenagem
Pedestres
Fach. ativa área privada
rte, para aulo calculados para suportar trens de rodas com sobrecargas de 20 toneladas e trabalham de forma completamente diferente da dos pisos intertravados. Elaboramos a solução em conjunto com a ABCP - Associação Brasileira de Cimento Portland, que nos ajudou a encontrar a melhor alternativa, com o melhor dimensionamento. A ideia é que o pavimento suporte o tráfego pesado eventual, que mantenha suas características de acabamento superficial e que, no caso de alguma obra, seja possível remover as peças e recolocá-las sem grandes danos e sem cicatrizes no pavimento. A ABCP fez algumas propostas e nós fomos dirigindo a pesquisa até chegar à alternativa que desejávamos” , explica Brettas.
Dutos e drenagem Sob o pavimento estão sendo instalados bancos de dutos de grande diâmetro programados para receber futuras instalações de cabos de dados, telefonia e energia. A SPUrbs espera que as concessionárias acessem os dutos somente através de caixas de inspeção devidamente identificadas. O objetivo é evitar a quebra do novo pavimento. Caso necessário, os blocos poderão ser removidos com danos mínimos: “Talvez seja necessário quebrar um bloco para destravar o conjunto, mas vamos treinar as concessionárias para que seus operários saibam trabalhar com o novo pavimento”, diz Brettas. Uma das frentes do projeto envolve a Eletropaulo, concessionária local de 17
pavimento
A ideia é que o pavimento suporte o tráfego pesado eventual e que, no caso de alguma obra, seja possível remover as peças e recolocá-las sem grandes danos e sem cicatrizes no pavimento
FICHA TÉCNICA Requalificação de trecho na rua Sete de Abril, São Paulo Contratante: Prefeitura Municipal de São Paulo Data de início da obra: setembro de 2015 Previsão de término da obra: abril de 2016 Projeto: Equipe da SPUrbs Construção: Construtora Almeida Sapata Valor da obra: R$ 2.185.898,25 18
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energia elétrica, que está desenvolvendo padrões construtivos de tampas adequados ao novo piso, já que a meta do projeto é ter todas as caixas de inspeção perfeitamente niveladas ao pavimento. Também no subsolo são instaladas canaletas de plástico industrial para drenagem pluvial. Sobre essa linha de canaletas, uma fina abertura, revestida superficialmente com lâminas metálicas, receberá as águas graças à leve declividade do piso.
Piso autolimpante Diferencial importante das peças de concreto foi a adição de dióxido de titânio (TiO2) na face exposta do piso, material semicondutor que tem a capacidade de reagir e degradar materiais orgânicos e poluentes da atmosfera. Com essa técnica, a prefeitura espera ter um pavimento que seja capaz de eliminar manchas de óleos e de resíduos orgânicos, como o chorume dos sacos de lixo, por exemplo. Além disso, o novo piso poderá também capturar gases gerados pela circulação de veículos automotores na região. O princípio de funcionamento do processo de fotodegradação de poluentes atmosféricos é baseado nas propriedades do semicondutor TiO2. Com a incidência da radiação solar UV-A na superf ície, o pavimento libera radicais hidroxila (OH–) capazes de degradar os óxidos
de nitrogênio (NOx) por meio de reações químicas de oxirredução. O produto da reação são íons de nitrato (NO3–) fixados na superf ície do pavimento. Estes sais (NO3–) depositados na superf ície da pavimentação são removidos (solubilizados) pela ação da água da chuva e podem ser absorvidos pelas plantas como nutrientes do crescimento.
Mobiliário e lixo Além do piso, a Sete de Abril terá lixeiras subterrâneas e uma série de novos itens de mobiliário urbano. “Em lugar dos tradicionais bancos, estamos desenhando peças inspiradas nos parklets, solução que foi muito bem acolhida pela cidade” , explica Luís Brettas. Para controlar o trânsito, a prefeitura instalará bloqueadores pneumáticos, que somente liberarão a passagem aos veículos autorizados. “Ainda não sabemos como os dispositivos serão acionados, mas provavelmente os carros de serviço - coletores de lixo, transporte de valores, bombeiros, polícia e outras emergências - terão tags eletrônicas identificáveis automaticamente” , explicou Brettas. A intervenção responde à meta de requalificar vias e praças relevantes do centro da cidade, de forma a estimular a presença das pessoas nos espaços públicos. Na mira da administração, logo após a obra da Sete de Abril, estão os calçadões do centro, o Vale do Anhangabaú, e a av. Santo Amaro, via muito prejudicada pela construção de um corredor de ônibus, ainda nos anos 1980.
pavimentação
Condomínio residencial popular adota pavimento com juntas alargadas A habitação destinada às classes de baixa renda no Brasil raramente apresentava soluções sustentáveis em projeto. Numa cada vez mais comum e bem-vinda mudança de postura de construtores e incorporadores, e também por pressão dos poderes públicos, essas soluções que buscam a sustentabilidade começam a ser incorporadas aos conjuntos residenciais destinados à baixa renda. O conjunto residencial Morata Parque do Carmo, que está inserido no Programa Minha Casa, Minha Vida e localiza-se no bairro de São Mateus, na zona leste paulistana, por exemplo, empregou o pavimento intertravado permeável com blocos de concreto com uma característica sustentável, rara em empreen-
dimentos do gênero: as juntas alargadas, que permitem a passagem das águas pluviais para o terreno. Essa solução, explica o engenheiro e gerente de Indústria da ABCP, Cláudio Oliveira, aumenta a área permeável dos empreendimentos, favorecendo assim a recuperação dos lençóis freáticos e auxiliando também na mitigação de enchentes, por diminuir as águas que se destinam às ruas e córregos em chuvas fortes. O Parque Morata do Carmo tem nove torres, das quais cinco têm 11 andares e quatro delas nove andares. Todas foram erguidas pela construtora paulistana Augusto Velloso com alvenaria estrutural com blocos de concreto. O Parque Morata do Carmo tem cerca
O conjunto residencial Morata Parque do Carmo, na zona leste paulistana, inserido no Programa Minha Casa, Minha Vida, adota o pavimento intertravado com juntas alargadas, numa solução sustentável e inovadora para o segmento
REPORTAGEM: Silvério Rocha IMAGENS: Divulgação/Oterprem
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pavimentação
Uma indústria movida a competência, inovação e dedicação Atuando no mercado de pavimentação e alvenaria há mais de 15 anos, a Oterprem Premoldados de Concreto tem como meta a qualidade dos seus produtos, investindo na constante inovação tecnológica, visando sempre a um melhor atendimento das necessidades de seus clientes. Para isso, conta com várias linhas de produção automatizadas, câmaras de cura a vapor, laboratório interno e um rigoroso acompanhamento da qualidade dos produtos nas suas duas fábricas: a pioneira e maior, em Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo, e a de Ribeirão Preto-SP. A Oterprem possui o Selo de Qualidade fornecido pela ABCP (Associação Brasileira de Cimento Portland) e participa também do Programa Setorial da Qualidade (PSQ) para blocos de alvenaria de vedação e estrutural com resistências de até 20 MPA, pisos intertravados de concreto com resistência de 35 e 50 MPA e, também, toda uma linha de pisos permeáveis drenantes. “Devido a essa competência e dedicação, a Oterprem virou referência e uma empresa-líder nos mercados em que atua”, afirma Marcos Barral, gerente Comercial da empresa.
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de 8.400 m2 de área de piso totalmente pavimentada com o piso intertravado permeável com juntas alargadas. “Utilizamos o sistema de pavimento permeável com juntas alargadas para atender à exigência da legislação por um percentual mínimo de áreas permeáveis no piso. Com esse sistema, 20% do total do piso são contabilizados como área permeável, atendendo assim às exigências da legislação” , explica o engenheiro Felipe de Paula Luz, da Augusto Velloso. Ao mesmo tempo, o sistema de pavimento permeável com juntas alargadas compõe um empreendimento popular que auxilia no combate às enchentes e melhoria dos lençóis freáticos, algo importante nestes tempos de crise hídrica. Pelo projeto inicial, seria utilizado asfalto para pavimentar as ruas e áreas do
conjunto, segundo o engenheiro Luz. A opção pelo pavimento intertravado de concreto permeável com juntas alargadas surgiu naturalmente como a melhor solução para atender à legislação. O Parque Morata do Carmo está em fase de finalização de sua quarta e última etapa e o empreendimento contará ainda com diversos equipamentos de lazer e comunitários, como piscinas para adultos e crianças, praça de jogos, redário, caminho das flores, Espaço Convivência – Festas, salão de Festas, piscina de Areia, playground, churrasqueira, Espaço Jovem, quadra esportiva, Espaço Bons Tempos, Praça de Leitura, Salão de Jogos, espaço Fitness, Praça do Bebê, Salão de Festas Infantil, Salão de Festas Adulto e Brinquedoteca.
Pelo projeto inicial, seria usado asfalto na pavimentação. A opção pelo pavimento intertravado de concreto com juntas alargadas surgiu como a melhor solução para atender à legislação
FICHA TÉCNICA Parque Morata do Carmo Localização: bairro de São Mateus, São Paulo Área do terreno: 40.181,36 m2 Construção: construtora Augusto Velloso Ano do projeto: 2012 Início da construção: 2012 Previsão de término: 2016 Fornecedor: Oterprem (pisos intertravados de concreto) 21
arquitetura
Acesso na rua: construção recuada para garantir privacidade
Residência construída para uma diarista em Vila Matilde, São Paulo, vence o prêmio internacional
A nova casa de Dalva
“Archdaily Building of the Year 2016”. A arquitetura é do escritório Terra e Tuma, que utilizou blocos e lajes pré-fabricadas de concreto
REPORTAGEM: Marcos de Sousa IMAGENS: Pedro Kok
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Um encontro entre um grupo de jovens arquitetos e uma senhora que precisava reconstruir sua casa deu origem a um caso de extremo sucesso para a arquitetura brasileira e internacional. Em setembro de 2015, a casa da família de Dona Dalva, uma diarista residente na zona leste de São Paulo, começava a dar sinais de ruína. Em situação emergencial, um de seus filhos procurou o apoio do escritório de arquitetura Terra e Tuma, que sugeriu a demolição da construção antiga e a concepção de uma casa nova. A condição era realizar tudo - projeto e obra - com apenas R$ 150 mil e em prazo máximo de um ano. “O maior desafio foi a fase inicial da obra. Foram quatro meses demolindo cuidadosamente a casa antiga, ao mesmo tempo em que se executavam as funda-
ções e arrimos que escoravam as casas vizinhas, apoiadas em seus muros de divisa. Seis meses depois de iniciadas as alvenarias a casa pôde ser concluída”, explica o texto de apresentação dos próprios arquitetos. A casa antiga estava implantada em um lote com testada de 4,8 metros e 25 metros de profundidade. Para atender à demanda e em função da idade avançada da moradora, os arquitetos Danilo Terra, Pedro Tuma e Fernanda Sakano optaram por uma planta quase térrea, com apenas um aposento - para visitas no nível superior.
Sistema construtivo Tomando como base experiências anteriores em outras obras (ver Casa Maracanã em Prisma 47), a equipe adotou a
Sala de estar: iluminação e ventilação garantidas pelo jardim interno
Cozinha e área de serviço ocupam área contígua ao jardim interno 23
arquitetura
a equipe adotou a alvenaria estrutural de blocos de concreto com blocos aparentes, solução econômica e de rápida construção
Acima, a entrada: arrimos e paredes com blocos de concreto. Nas coberturas, apenas lajes pré-moldadas de concreto Ao lado, vista da laje de cobertura: uma hortajardim e o pátio interno
alvenaria estrutural de blocos de concreto com blocos aparentes, solução econômica e de rápida construção. Para a cobertura e lajes foram adotados painéis alveolares de concreto, com dimensões que seguem a modulação da alvenaria. Resultado: perdas mínimas de materiais. São 95 m2 no total, incluindo sala, lavabo, cozinha, área de serviço e uma suíte, tudo muito despojado, com instalações aparentes e pisos cimentícios. O “pulo do gato” do projeto, porém, é o pátio-jardim interno, que liga a sala aos 24
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quartos e propicia a ventilação e iluminação que faltavam na casa anterior. Lavabo, cozinha e lavanderia também foram estrategicamente alocadas no volume longitudinal, ao longo desse pátio de luz e ar. A área de cobertura da sala foi aproveitada como espaço para horta e, no futuro, poderá ser coberta, caso necessário.
Premiações Em fevereiro de 2016, a premiação ArchDaily Building of the Year 2016 elegeu a Casa de Vila Matilde entre milha-
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res de projetos de casas em várias partes do mundo. O prêmio é baseado na votação do público, cerca de 55.000 eleitores, a maioria arquitetos e estudantes da área. Ainda antes da premiação internacional, em novembro de 2015, a casa havia sido escolhida pelo Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU/BR) como um exemplo do que a arquitetura pode fazer para melhorar os ambientes urbanos. O presidente do CAU/SP, Gilberto Belleza, explica que a entidade estava procurando em todo o Brasil alguns trabalhos que pudessem demonstrar para
a sociedade os vários aspectos positivos que a arquitetura pode proporcionar, em especial a de que não é uma atividade elitista. “Escolhemos a casa de Dona Dalva para marcar o Dia do Arquiteto (15 de dezembro) porque ela foi construída para uma cliente de baixa renda, em um terreno dif ícil, com um orçamento muito limitado, porém com um projeto de boa arquitetura e com um resultado surpreendente” , explica Belleza. “Para mim, é um palácio” , arremata Dona Dalva, que anda feliz da vida.
FICHA TÉCNICA Casa em Vila Matilde, São Paulo - SP Arquitetura: Terra e Tuma Arquitetos (Danilo Terra, Pedro Tuma e Fernanda Sakano, Bruna Hashimoto, Giulia Sofia Galante, Jéssica Zanini, Lucas Miilher, Zeno Muica) Paisagismo: Gabriella Ornaghi Arquitetura da Paisagem Estrutura: Megalos Engenharia Construção: Valdionor Andrade de Carvalho e equipe Ano do projeto: 2015 Construção: 2015/2016 Área do terreno: 120 m2 Área construída: 95 m2
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qualidade
Pavimento permeável ganha Selo de Qualidade Após a edição da norma ABNT NBR 16.416/2015, fabricantes solicitaram e ABCP criou o Selo de Qualidade para pavimento permeável. O processo para conquista do Selo já está disponível na associação
REPORTAGEM: Silvério Rocha IMAGENS: Divulgação/arquivo Revista Prisma
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prisma
Com a entrada em vigor, em setembro de 2015, da norma ABNT NBR 16.416 - Pavimentos permeáveis de concreto - Requisitos e procedimentos, elaborada pelo Comitê Brasileiro de Cimento, Concreto e Agregados (ABNT/CB-18), diversos fabricantes de blocos e pisos intertravados de concreto entraram em contato com a Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP), solicitando a implantação de um Selo de Qualidade para o pavimento permeável. “Até por uma questão de demanda de sustentabilidade que esse tipo de pavimento proporciona, os fabricantes solicitaram e, por meio de uma parceria entre a ABCP, BlocoBrasil e Sinaprocim, criamos os procedimentos e métodos para o Selo de Qualidade para o pavimento permeável” , explica o engenheiro Fernando Dalbon, coordenador do Programa Selo de Qualidade da ABCP. A associação técnica da indústria do cimento brasileira, além de responsá-
vel pelo programa Selo de Qualidade de blocos e peças de concreto para pavimentação, é a gestora técnica do Programa Setorial da Qualidade (PSQ) de blocos de concreto e peças de concreto para pavimentação, cuja entidade mantenedora é o Sindicato Nacional da Indústria de Produtos de Cimento (Sinaprocim – Sinprocim/SP).
Selo de Qualidade O principal objetivo da instituição do Selo de Qualidade para o pavimento
O engenheiro Fernando Dalbon, coordenador do Programa Selo de Qualidade da ABCP
permeável é, como o próprio nome diz, oferecer produtos com garantia de qualidade ao mercado da construção civil brasileira, confirma Dalbon. . A metodologia e os procedimentos para a aquisição do Selo de Qualidade para o pavimento permeável são os mesmos para os produtos originalmente certificados pelo programa, os blocos e peças de concreto para pavimentação. O primeiro passo é o fabricante interessado em conquistar o Selo de Qualidade para os pavimentos permeáveis que fabrica – que podem ser peças permeáveis de concreto para pavimentação, pavers para utilização em pavimento permeável com juntas alargadas ou placas permeáveis de concreto, entre os produtos pré-fabricados – entrar em contato com a ABCP, pelo e-mail fernando.dalbon@abcp.org.br. Após a solicitação, a equipe do programa Selo de Qualidade avaliará a documentação da empresa e procederá a uma auditoria, pela qual auditores qualificados da ABCP vão às unidades fabris e fazem um check-list de verificação dos processos produtivos, com a finalidade de obter produtos com qualidade final adequada. Além disso, são coletados produtos para ser ensaiados no Laboratório de Ensaios da ABCP. Nesses ensaios, será verificada a conformidade dos produtos às exigências da NBR 16.416, como a conformidade dimensional, ou seja, as peças devem ter as dimensões de acordo com a norma; o coeficiente de permeabilidade de no mínimo 10-3m/s para o pavimento recém-construído. Também são realizados ensaios destinados a verificar a resistência mecânica das peças, exigência que varia de acordo com o tipo de pavimento permeável. Para peças utilizadas em pavimentos permeáveis com juntas alargadas, a resistência mecânica (resistência
à compressão) é de no mínimo 35 MPa. Já para as peça de concreto permeável – peças drenantes, porosas – a resistência mínima à compressão exigida é de 20 MPa. Para a placa de concreto permeá vel, o exigido é de no mínimo 2 MPa de resistência à tração de flexão, porque a placa, por ter maior comprimento e características distintas da dos pavers, sofre maior esforço na flexão. O paver é mais exigido na compressão.
Ensaios Segundo Dalbon, auditorias e ensaios realizados e o fabricante tendo atendido às exigências da norma, é concedida a qualificação pelo Selo de Qualidade, processo que deverá consumir cerca de dois meses, no total. “O Selo é concedido por produto, ou seja, o fabricante que produz peças porosas, peças para uso em sistema de juntas alargadas e placa drenante de concreto precisará obter o Selo de Qualidade para cada um desses produtos” , detalha o coordenador do programa da ABCP. Recém-lançado, o Selo de Qualidade para produtos utilizados em pavimentos permeáveis ainda não conta com nenhuma empresa qualificada. “Mas já temos diversos fabricantes solicitando informações e certamente em breve teremos produtos permeáveis de concreto com o Selo de Qualidade no mercado” , avalia Dalbon. A adesão ao programa Selo de Qualidade é voluntária, “mas o mercado da construção civil logo passará a exigir essa qualificação dos fabricantes para ter a garantia de qualidade desses produtos tão importantes para a permeabilidade e, portanto, à sustentabilidade dos pavimentos de obras públicas e privadas. O Selo de Qualidade será também um fator de competitividade para os fabricantes de pisos permeáveis de concreto” , avalia Ramon Otero Barral, presidente da BlocoBrasil.
Ensaio de peça de concreto poroso, drenante, no Laboratório da ABCP
Interface com o PSQ O próximo passo para os fabricantes de peças pré-fabricadas de concreto para uso em pavimento permeável (peças para o sistema permeável com juntas alargadas, peças drenantes e placas drenantes, porosas, de concreto), após a obtenção do Selo de Qualidade, é a qualificação pelo PSQ de blocos e peças de concreto para pavimentação. “Assim que tivermos empresas com o Selo de Qualidade da ABCP, incluiremos os produtos de concreto para pavimentos permeáveis em nosso escopo do PSQ e passaremos a fazer a sua qualificação pelo programa”, afirma o engenheiro Anderson Oliveira, gerente do PSQ de Blocos de Concreto e Peças de Concreto para Pavimentação e coordenador técnico do Sinaprocim. A inclusão desse novo escopo para o PSQ de blocos e pisos de concreto já existente será facilitada pelo fato de que, assim como no Selo de Qualidade da ABCP, toda a estrutura para isso já está montada e operando, diz Oliveira. Os fabricantes que conquistarem a qualificação pelo futuro PSQ de pavimentos permeáveis de concreto terão a vantagem de poder vender seus produtos por intermédio do cartão BNDES.
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Fotos e texto: Marcos de Sousa
Intertravados para pedalar Blocos intertravados compõem a pavimentação de uma nova ciclovia que está sendo construída em São Paulo, na av. Otto Baumgart, via que dá acesso ao shopping Center Norte, um dos mais antigos e maiores da capital paulista. A obra integra o plano cicloviário da cidade, cuja meta é alcançar 400 km até o final de 2016, mas está sendo realizada pela empresa que mantém o complexo de shoppings e centros de feiras na zona norte da cidade. São cerca de 800 m, com duas pistas e área aproximada de 1.500 m2 de piso, na cor vermelha. Além do pavimento, a obra inclui sinalização e implantação de novos bicicletários na área. Todo o projeto e construção são coordenados pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), responsável pela infraestrutura cicloviária em São Paulo. O mesmo pavimento foi aplicado em trechos de ciclovias na região da av. Paulista, especialmente em algumas curvas, para evitar quedas em dias chuvosos.