Festival Diálogo de cinema

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Diálogo na Tela Uma troca de experiências entre distintas cinematografias. Literalmente, dialogar, aproximar e trocar. Entre outros, este é o principal mote do Festival Diálogo de Cinema. A segunda edição, que se inicia hoje e vai até 19 de outubro na Sala P.F. Gastal (Usina do Gasômetro), pretende aproximar ainda mais as produções cinematográficas gaúchas da realizada no Brasil. Produzido pela Avante Filmes e Sofá Verde Filmes, o Diálogo de Cinema apresenta uma seleção de 40 curtas e dois longas-metragens produzidos no Brasil, além de uma mostra internacional de curtas. Ao final de cada sessão, haverá debates a respeito do filme assistido, com a presença de diretores de diversas partes do País neste ano, estarão presentes 14 realizadores de curtas que serão exibidos nestes seis dias. Dois dos idealizadores do evento, Alice Castiel e Richard Tavares, explicam que embora Porto Alegre tenha outros festivais de cinema, são focados em gêneros. Assim, um outro evento poderia agregar ao audiovisual feito na cidade. “Nosso foco é o curtametragem pelo fato de ser um tipo de filme que tem dificuldade de chegar a Porto Alegre”, destaca Alice. De acordo com ela, como curtas ainda têm um certo estigma por serem breves, a ideia é ampliar o diálogo entre as produções nacionais e abrir espaço para filmes que não chegam as grandes salas. O público poderá conferir duas mostras. Diálogo e Cercanias apresentam, respectivamente, 20 curtas-metragens de nove estados brasileiros e nove filmes de produção gaúcha. A curadoria foi realizada coletivamente pelos membros da produção do festival. Já a comissão julgadora conta com pessoas ligadas ao mundo audiovisual e da comunicação. Um dos jurados da Mostra Cercanias vem de Minas Gerais. “É bom ter alguém de fora, que não tenha o ponto de vista de quem vive aqui”, ressalta Tavares. Uma das novidades é Mostra Carta Branca, com uma grade de programação exclusiva de filmes produzidos na Estônia. Apesar de focado nos curtas, é um longa-metragem que abrirá, hoje, o evento: Castanha, do diretor Davi Pretto. A produção gaúcha passou por diversos festivais internacionais, sua estreia foi na mostra Forum do Festival de Berlim e em 2012 foi contemplado com o Prêmio Fumproarte. Fechando a programação, será exibido Ela volta na quinta, do diretor André Novais, que teve estreia internacional na mostra competitiva do festival francês FID Masrseille. Ambos são inéditos nas telas de Porto Alegre.


Os idealizadores afirmam que, para que haja a troca entre os distintos grupos, é imprescindível que o público vá além dos críticos e estudantes de cinema ou produtores audiovisuais e profissionais da comunicação. “Nosso objetivo não é produzir um festival apenas para cinéfilos. Queremos mostrar que o cinema é, além de tudo, uma ferramenta de cunho social. A cultura está disseminada, é preciso haver uma troca. A cultura não deve ser setorizada e direcionada para quem a produz”, salienta Tavares. Ainda neste ano, o Diálogo realizará a Mostra de Formação de Público. A proposta é disseminar o cinema para todos os públicos, principalmente aos jovens. No projeto, o cinema será levado - ou serão levados até o cinema -, alunos de Ensino Médio de escolas públicas. “A sensação que tenho é que as pessoas não vão muito ao cinema aqui, queremos criar este costume nelas”, acrescenta Alice. A mostra está sendo planejada para novembro. O festival também deseja quebrar os paradigmas de que um debate ocorre dentro de uma sala; a conversa pode acontecer em outros lugares, fora do ambiente padrão. “O Diálogo vai da sala de cinema à mesa de bar. Queremos que tudo seja uma só forma de se comunicar”, diz Alice. “O Diálogo é para conversar com outras pessoas, para trazer os idealizadores, para levar na escola e formar um público. Isso é fundamental. Venham trocar e expor suas próprias ideias e ainda propor coisas novas”, finaliza Tavares. A entrada é franca para todas as sessões do Diálogo de Cinema. A cerimônia de abertura, com a exibição de Castanha, acontece a partir das 19h30min de hoje.


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