Gaiteiros do mundo

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Daqui para o mundo Maria Eugenia Bofill Universalmente, acordeon; no Nordeste, sanfona; no Rio Grande do Sul, gaita. Um instrumento com a mesma sonoridade, porém com diversos nomes e diferentes pronúncias. A partir das 20h30min de hoje, o Araújo Vianna (Osvaldo Aranha, 685), recebe a primeira edição do projeto Gaiteiros do mundo. Nesta noite, a sonoridade do instrumento gaúcho será posto em plano, serão apresentados os estilos regionais e folclóricos, passando pelo popular e chegando até mesmo no erudito. O gaiteiro e idealizador do espetáculo, Luiz Carlos Borges, explica que, desde o início de sua trajetória como músico, observou que o acordeon acabou se popularizando no Brasil como sanfona, mas a maioria dos acordeonistas brasileiros não são nordestinos, mas sim, gaúchos. Apesar de o Estado ter nomes expressivos e pioneiros da área, não há um grande reconhecimento como gaiteiros. “Nosso objetivo é colocar a sonoridade da gaita gaúcha no mesmo plano em que todos os instrumentistas internacionais colocaram o acordeon”, ressalta. Segundo ele, outra intenção é tornar o instrumento um símbolo do Estado, assim como o churrasco e o chimarrão. Projetar a gaita gaúcha sempre foi prioridade para Borges. Em 2011, participando de festivais similares na Bélgica e na França, foi inspirado e motivado pelo francês Richard Galliano, a produzir Gaiteiros do mundo. O projeto irá reunir quinze artistas, entre nacionais e internacionais, gaiteiros e acordeonistas. O intuito é apresentar as diversas formas de expressão do instrumento. A trajetória, a obra e, principalmente, a representatividade dos gaiteiros foram os quesitos para escolher as atrações. Entre os nacionais, estão Bebê Kramer, Samuca do Acordeon, Luciano Maia, Paulinho Cardoso, Jonatan Dalmonte, Guilherme Goulart, Renato Borghetti, Edson Dutra, William Hengen e Daniel Hack (Os Serranos), Chico Brasil e Varguinhas (Os Monarcas). De fora do País, participam os italianos Riccardo Taddei e Vince Abbracciante, além de Galliano - patrono desta pioneira edição. Ainda haverá homenagens a grandes nomes da gaita do Rio Grande do Sul e do País, Adelar Bertussi, Albino Manique e Chiquinho do Acordeon, ainda em atividade, e os já falecidos Pedro Raimundo e Dominguinhos. “Queremos apresentar os diferentes jeitos, fazer com que se destaquem a gaita e também o cancioneiro”, salienta Borges. Com o apoio da Secretaria Municipal da Cultura, a ideia é realizar uma mostra itinerante. “O projeto nasce na Capital, mas a ideia é que, a partir daqui, desloque-se para outros locais, realizando intercâmbios culturais”, comenta o idealizador. A partir desta primeira edição, o evento entra na agenda cultural da cidade, acontecendo anualmente. Parte da programação do evento, na tarde de hoje, também no Araújo Vianna, haverá um workshop para músicos, com as fábricas italianas de acordeon Borsini, Ballone Burini e Settimio Soprani. No primeiro momento, o assunto será a construção e a fabricação do instrumento, e então um masterclass com os músicos italianos. As inscrições, com vagas limitadas, são exclusivas para músicos, fabricantes e relacionados com o instrumento. Elas devem ser feitas pelo e-mail lcbprodutora@gmail.com. O espetáculo terá cerca de duas horas e meia de duração. A abertura contará com seis instrumentistas. Após, haverá shows individuais, duos ou em trios. “Vai gaitaço, baile, vanerão e erudito. Vão ter muitas formas de tocar a gaita, diversas sonoridades. Apesar de não haver uma banda ou orquestra, vai ser um espetáculo de muita variedade, para todos os gostos”, finaliza Borges.


Os ingressos custam entre R$ 40,00 e R$ 60,00. Podem ser adquiridos nas bilheterias do Teatro do Bourbon Country (Túlio de Rose, 80) e do Auditório Araújo Vianna, no site www.ingressorapido.com.br e no call center 4003-1212. Publicado no Jornal do Comércio em 17/11/2014


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