Mariana Galli Goiânia- GO 2022
Mariana Galli Figueiredo (1981, Rio de Janeiro) Vive e trabalha em Goiânia desde 2020. Artista visual, professora de artes e pesquisadora dedicacada a investigação e criação em performace, fotografia e vídeos . Interessada na escrita crítica, poética
nos entrelaçamentos dos campos, linguagens e ténicas na arte
contemporanêa e seus processos de criação. Têm como temas noteradores de suas ações as reflexões sobre os sentidos de corpo, morte e sexualidades. A morte pensada não em seu aspecto pontual ou particular, mas como elemento arrebatador de poder, ou ainda a morte como metáfora do corpo do artista, tanto em seus esgotamentos enquanto produção de linguagens quanto em suas relações com o sistema das artes, suas instâncias e instituições. As fotoperformances organizadas e apresentadas em séries, trazem elementos da cultura popular e das religiosidades afro-brasileiras. Considerando seus processos de violências e mestiçagens. Procuro reelaborar simbologias e mitologias, saberes e fazeres que atravessam as gerações, através da criação de rituais como formas de “re-existências” possíveis. Ao dispor meu corpo e ativar um ambiente específico através dos rituais proponho um lugar entre o material e o espiritual, entre o lá e o aqui, nos cruzamentos do real do ficcional, nos ruídos da memoria pessoal e zonas de indeterminações entre arte e vida.
da memória coletiva, compondo
A fotoperformance Visitante Imaginária nasce do tênue limiar de memórias silenciadas, ou ainda inventadas, matéria própria da poesia e do sonho, do delírio e da imaginação, procuro interligar,
compor,
rearranjar corpos e objetos simbólicos, de modo que o improvável e o imaginado
possam
ser
acontecimento
e
interligar-se
de
forma
simultânea, através da performance orientada para a fotografia. O ponto de partida para a elaboração da performance orientada para a fotografia teve como elemento disparador a história do corpo de uma jovem que se suicidou em 1901, cujo corpo chegou ao Instituto Médico Legal
de Paris e a quem os franceses se referem
como a “Desconhecida do Sena”, uma espécie de mito criado em torno Mariana Galli Visitante Imaginária (2013) Políptico/Fotoperformance Participante: Thiago Souza Cadeira, tecido, salto vermelho, peixe e perólas Dimensões variáveis Curitiba – PR Acervo Pessoal
do suícidio de uma mulher com uma inquietante expressão de gozo no rosto e cujo busto feito em gesso, transformou-se em modelo para a confeção dos bonecos usados em treinamentos de socorristas e paramédicos,
no
mundo
todo.
“No teu azul anoiteço” une fragmentos de uma poesia sonhada e rabiscada ao longo dos anos, com a
ação de
banhar-se. Lavar, molhar, banhar o corpo e busca de um contato ainda que efêmero e metafórico com o mar. Penso que no mar é onde jazem os corpos daqueles que não conheci, daqueles que não chegaram até aqui, desse modo o banhar-se foi pensado e preparado como um ritual e uma homenagem aos meus mortos. Realizo uma sequência de ações pré-determinadas no alto de um prédio em uma pequena piscina de plástico. Carregar os baldes pelas escadas, entrar na dimensão desse lugar tão alto no meio da cidade e diante de todos e ao mesmo tempo saber que talvez, não haja ninguém vendo, de fato sinto o tempo em Mariana Galli
cada passo, por entre os dedos do pé. O mar matéria
No teu azul eu anoiteço (2014)
fundadoura da vida é também lugar de tormenta e morte na
Série (sete fotografias digitais) Dimensões variáveis Fotoperformance Piscina de plático azul, cortina de renda branca e água. Curitiba- PR
qual reecontro meus antepassados e descanso meus anseios, minhas fragilidades e meus fracassos, lugar onde reuposam as dores e as perdas de algo que é anterior a minha
própria
existência.
Do
poema
disperso
em
fragmentos anotados em cadernos dispersos, recorto e colo as palavras encontradas afim de que delas possam eclodir novas
imagens
e
sentidos.
”
No teu azul anoiteço (fragmento de poesia Mariana Galli) Não sei de que cor são os barcos quando naufrago no profundo azul dos teus braços Seu corpo é mar incontido e incontável Sei que é vivo e imaterial Sei que transbordas as geografias imaginárias que nos separam em tolas memórias vãs Há um corpo nunca encontrado Sinto a ilha perfumada das tuas pernas o teu ventre de conchas e corais a gruta onde me esperas com teus lábios de espuma Entre a grande equação do vento e da viagem onde o acaso floresce com seus espelhos Há uma hora de fogo para o azul a hora em que te encontro e não te encontro há um ângulo ao contrário uma geometria mágica onde tudo pode ser possível
Mariana Galli Mar à dentro (2014) Fotoperformance Participante: Lara Lima Tapete da vó, peixe e lenço branco. Dimensões variáveis.
Mariana Galli Povo das águas (2015) Fotoperformance Participante: Kadu Cardoso Lenço colorido, roupas azuis, piscina de plático e cap de marinheiro. Dimensões variáveis 20
Curitiba-PR
Mariana Galli Rompe- Mato (2017) (entidade da linha de cablocos e ogum) Autorretrato/Tríptico Espada de são sorge e tinta vermelha. Dimensões: 30x40 cm
Mariana Galli (2017) Ogó (instrumento de poder que remete ao falo) Veludo azul, tinta vermelha e espada de São Jorge. Fotoperformance Dimensões Variáveis
Mariana Galli (2017) Efún (preparado de ervas) Peixe, tinta vermelha, água com ervas diversas, banheira de porcelana. Foperformance Dimensões: 30x40 cm
Mariana Galli Rio das almas (2017) Tinta vermelha e dois espelhos redondos Fotoperformance Dimensões Variáveis Goiás-Go
“Rio das almas é um lugar, de onde dizem que aquele que ali entrar, sempre terá que voltar. Rio das almas nasce desse banhar, nele águas, espelho e tinta se misturam e se perdem”. (Texto- Mariana Galli 2018)
Mariana Galli Pé-vermelho (2018) Participante: Lisa Storti Tinta vermelha, terra, folhas secas e linha do trem. Fotoperformance Dimensões Variaveis
Mariana Galli Patacori (2021) (saudação em yorubá à Ogum) Terreno baldio, Tinta vermelha, fação e mato. Fotoperformance Dimensões Variaveis
Mariana Galli Lá e Cá (série 2021-2022) Intervenção sobre fotografia digital Dimensões Variáveis 2021
Mariana Galli Elã (da série Entre Lá e Cá) Intervenção sobre fotografia digital Dimensões Variaveis
O Vermelho é meu “corpo de trabalho”, proponho a cor enquanto ação-ritual através da fotografia e da performance, criação e experimentação tanto sensível, quanto estética e política. Uma espécie estreita entre interiores e exteriores, entre passado e presente. O vermelho é vestígio do tempo, marca do corpo, emblema, disputa, símbolo, artefato, cor da terra, do fogo e do ferro, capaz de promover desarranjos, movimentar sensações e percepções de mundo. O Vermelho é ainda coisa em si, e também latência e carne das coisas, é tinta sobre pele e pêlos. (Devaneios sobre o fragmentos Mariana Galli)
vermelho-
Mariana Galli Amarrações (2022) Casa demolida, paredes de barro, papel dourado, tinta vermelha, guias de santo, roupa preta. Fotoperformance Dimensões: 60x80 cm
Mini- Bio
Possui graduação em Artes Visuais (FAP- UNESPAR), especialização em Artes Híbridas pela UTFPR na área de concentração em teoria e crítica da arte pelo Departamento de Design e Artes (2019). Ministra oficinas de Artes para crianças e jovens. Em 2021, participou do edital nacional de Laboratório de Crítica pelo Plano das artes BSB-(DF), no mesmo ano foi selecionada para a residência artística pelo edital nacional Mulheres em Residência, pela galeria Ponto de Fuga em Curitiba, com apoio da Lei Aldir Blanc. Participou de Grupos de Estudos Laboratório de Imaginário Radical pela UFPR ministrado por Fabricia Jordão ,participou do Grupo de estudos em Fotografia pela Embap (PR), dentre outros eventos relacionados aos processo de criação e crítica em arte contemporanêa. Em 2017 foi selecionada para o Núcleo de Artes Visuais do Sesi-PR, com orientação de Ricardo Basbaum, Ana Rocha e Beatriz Lemos, experiência de leitura de portifólio e debates sobre a profionalização em Artes Visuais, considerando seus circuitos e redes. No mesmo ano foi aprovada com portfolio e série fotográfica para o evento nacional “Mulheres na Fotografia no Museu da Fotografia – Curitiba PR, com orientação de Anuscka Lemos. Participa de exposições coletivas e eventos de arte contemporânea desde 2013 teve suas séries de fotografias expostas pelo Circuito Universitário de Curitiba pela Bienal Internacional de Curitiba em 2013 e 2015 com trabalhos em performance, vídeo e fotografia. galllimari@hotmail.com https://www.instagram.com/marianagaleli393/
EXPOSIÇÕES: 2021- Exposição coletiva “Mulheres de olhos grandes”- projeto ”Frestas”l- Chapecó-RS. Intervenção sobre fotografia analógica “Eu pedra, ela chão” 2021- Lugar da arte contemporânea – exposição virtual coletiva série de fotografia “Patuá de ogum”. Rio de Janeiro-RJ 2021- Mulheres em Residência- exposição virtual coletiva fotoperformance“Patacori”- residência artística. Galeria Ponto de Fuga Curitba- PR 2020- Residência na Residência- exposição virtual coletiva fotoperformance“Entrega”. São Paulo-SP 2018- Mostra de alunos da pós-graduação da UTFPR- fotoperformance “Desagouros”. 2018- Museu da Gravura Sola do Barão- instalação “O Muro” trabalho de conclusão da disciplina de especialização Projetos em Artes Híbridas UTFPR- CuritibaPR 2017- SESC Paço da Liberdade- Mostra do Clube da Colagem- vídeo colagem “SexLoop”. Curitiba- PR 2017 - Feiras de Impressos Sem Censura- Galeria Ponto de Fuga – tríptico de fotografias “Mar de dentro: mar de fora” em parceria com o Coletivo de dois. Curitiba-PR 2017- Mulheres na Fotografia- Seleção de Portfólio e Projeção - Museus da Fotografia- Curitiba- PR 2017 -Feira de Impressos Solar do Barão- cartões postais e pôster de fotografias- autoria compartilhada Coletivo de dois. Curitiba-PR 2017- Mostra Internacional de Mulheres Artistas – Rizomáticas- Pelotas- RS. Fotografia “Mar á dentro” 2016- Interarte- Arte e Tecnologia Museu Metropolitano de Arte de Curitiba – MUMA com video colagem “SexLoop” 2015- Circuito Universitário da Bienal Internacional de Curitiba- Série de Fotoperformance “Entre o céu de agora e o de sempre”- Deartes (UFPR) Curitiba -PR 2013- Circuito Universitário da Bienal Internacional de Curitiba- Série de Fotoperformance Visitante – Imaginária- Prédio Dom Pedro I (UFPR)- Curitiba – PR 2012- Mostra Cineclubista – vídeo colagem “Imaginary Girl”- Centro Acadêmico de Filosofia- UEM- Maringá