Filhos que Cuidam

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Filhos e Anjos que

Cuidam Manual prático para familiares e cuidadores de pessoas idosas Fátima Farias

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Filhos e Anjos que

Cuidam Manual prático para familiares e cuidadores de pessoas idosas Fátima Farias

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FÁTIMA FARIAS, Terapeuta Ocupacional, com especialização em Gerontologia e Acupuntura pela Associação Brasileira de Acupuntura (ABA). Autora dos Livros “Datas Comemorativas - Brincando e Aprendendo”, “Exercícios Diários para o Cérebro”, “Olhar Secreto - Arte Terapia” e da Agenda do Cuidador. Trabalha, há mais de 20 anos, na prestação de serviços para pessoas da terceira idade. Atualmente é Administradora da www.casatom.com onde melhor desenvolve as suas atribuições de Terapeuta Ocupacional.


TUDO QUE UM FAMILIAR DE PESSOA IDOSA PRECISA SABER PARA LIDAR COM O SEU ENTE QUERIDO E COM O CUIDADOR. TUDO QUE UMA PESSOA PRECISA SABER PARA SER UM BOM CUIDADOR DE IDOSOS.



Autora Fátima Farias – Terapeuta Ocupacional Projeto Gráfico e Capa Marisa Marques de Melo

Copyright © 2020 by Fátima Farias Direitos desta edição reservados à Casa TOM.


LINGUAGEM SIMPLES E ACESSÍVEL Informações Básicas sobre a profissão de Cuidador Indicações Terapêuticas quanto às principais doenças que mais afetam às pessoas da terceira idade Orientação quanto aos procedimentos essenciais do trabalho do Cuidador O que fazer e como fazer no cotidiano da pessoa da terceira idade Ensinamentos embasados em evidências científicas e na experiência profissional


SUMÁRIO 1- APRESENTAÇÃO..........................................................................18 2- MANUAL PRÁTICO PARA CUIDADORES E FAMILIARES...............22 2.1- Como o manual está subdividido...................................................22 2.2- Observações importantes para o bom uso do Manual.....................23 3- O CUIDADOR...............................................................................26 3.1- O perfil ideal do Cuidador..............................................................26 3.2- Características necessárias.............................................................26 3.3- Quem pode ser considerado Cuidador............................................27 3.4- Funções básicas.............................................................................29 3.5- Cuidadores Informais.....................................................................31 3.6- Maus Cuidadores e maus tratos.....................................................32 4- ORIENTAÇÕES GERAIS AO CUIDADOR........................................35 4.1- Dicas importantes para o Cuidador................................................35 4.2- Dicas para ajudar o cuidador a aliviar o estresse das atividades do dia-a-dia...................................................................37 4.3- Problemas com a organização do trabalho.....................................38 5- RELACIONAMENTO DO CUIDADOR COM A EQUIPE MULDISCIPLINAR DE SAÚDE...........................................................40 5.1- Geriatria........................................................................................40 5.2- Fisioterapia....................................................................................41 5.3- Fonoaudiologia..............................................................................42 5.4- Terapia Ocupacional.......................................................................42


5.5- Psicologia......................................................................................43 5.6- Enfermagem..................................................................................44 6- O CUIDADOR DEVE SER O MESTRE DA PACIÊNCIA.....................46 6.1- Seis segredos para se tornar o mestre da paciência.........................46 7- O PAPEL DA FAMÍLIA..................................................................50 7.1- Importância na orientação ao Cuidador..........................................50 7.2- Como a família deve orientar o Cuidador.......................................50 7.3- Qualidade de vida para o Cuidador................................................51 8- PROVIDÊNCIAS A ADOTAR PELA FAMÍLIA, COM A COOPERAÇÃO DO CUIDADOR, PARA A ADAPTAÇÃO DO AMBIENTE DA PESSOA DA TERCEIRA IDADE..................................54 9- DICAS DE EXERCÍCIOS FÍSICOS PARA O CUIDADOR ..................56 9.1- Exercícios para a colunacervical (pescoço)......................................56 9.2- Exercícios para os ombros..............................................................56 9.3- Exercícios para os braços................................................................57 9.4- Exercícios para o tronco.................................................................57 9.5- Exercícios para as pernas...............................................................58 10- DIREITOS DA PESSOA DA TERCEIRA IDADE..............................60 10.1- Aposentadoria por idade..............................................................60 101.1- Se começou a trabalhar antes da vigência da Reforma da Previdência (13/11/2019)...........................................61 10.1.2- Caso tenha começado a trabalhar antes da Reforma, mas ainda não tenha completado os requisitos necessários para se aposentar até o início dela............................................................61 10.2- Aposentadoria por invalidez.........................................................62 10.2.1- Este benefício é pela vida toda?........................................62


10.3- Benefício Assistencial ao Idoso (BPC) – não é aposentadoria –.....63 10.3.1- Quem tem direito?...........................................................63 10.3.2- Como pedir o benefício?...................................................63 10.3.3- A reforma da Previdência de 2019 mudou o BPC? ...........64 10.4- Legislação...................................................................................64 10.5- Relação Cuidador versus paciente................................................65 10.5.1- A atividade física da pessoa da terceira idade....................65 10.5.2- Como o Cuidador deve preparar o paciente para a atividade física recomendada pelo responsável técnico o paciente deve ser orientado nos seguintes aspectos:.........66 10.6- Orientação sobre a alimentação da pessoa integrante da terceira idade..........................................................................67 10.6.1- O objetivo da terapia nutricional.......................................67 10.7- Alterações na comunicação..........................................................72 10.7.1-Audição............................................................................72 10.7.2-Visão................................................................................73 10.7.3-Voz...................................................................................75 10.8- O engasgo...................................................................................76 10.8.1- Por que as pessoas da terceira idade engasgam com facilidade?................................................................77 10.8.2- Cuidados para prevenir.....................................................77 11- DOENÇAS MAIS COMUNS QUE O CUIDADOR DEVE CONHECER OS SINTOMAS.................................................................................80 11.1- Doenças comuns nas pessoas da terceira idade............................80 11.2- Tipos de câncer que mais afetam pessoas da terceira idade...........83 12- MEDICAMENTOS.......................................................................86


12.1- O que o Cuidador deve saber antes de administrar o medicamento no paciente da terceira idade..................................86 12.2- Como conservar os medicamentos...............................................87 13- LOCOMOÇÃO E TRANSFERÊNCIA DE PESSOAS DEPENDENTES......90 13.1- Posições de decúbito....................................................................90 13.2- Precauções na mobilidade de pessoas dependentes......................93 13.3- Prevenindo lesões por pressão (LPP).............................................93 14- PARADA CARDÍACA..................................................................98 14.1- O que é parada cardíaca..............................................................98 14.2- Sintomas de parada cardíaca.......................................................98 14.3- Como saber se a pessoa está em parada cardíaca.......................99 14.4- Primeiros socorros em caso de parada cardíaca..........................100 14.5- Causas da parada cardíaca........................................................102 15- O ENVELHECIMENTO..............................................................104 15.1- Quando a pessoa é considerada da terceira idade.......................104 15.2- Tipos.........................................................................................105 15.3- Causas......................................................................................105 15.4- As mudanças mais encontradas durante o envelhecimento.........111 15.5- As reações mais comuns de uma pessoa da terceira idade..........112 16- A DEMÊNCIA...........................................................................114 16.1- O que é.....................................................................................114 16.2- Causas......................................................................................115 16.3- Tipos de Demência.....................................................................115 16.4- Sintomas...................................................................................116


17- DOENÇA DE ALZHEIMER.........................................................120 17.1- A que refere o nome Alzheimer..................................................120 17.2- O que é a doença de Alzheimer..................................................120 17.3- Qual é a causa da doença de Alzheimer?....................................121 17.4- Como diagnosticar que uma pessoa está com Alzheimer?...........122 17.5- Quais são os sintomas da doença de Alzheimer?........................122 17.6- Existe tratamento para a doença?..............................................123 17.6.1- Estimulação cognitiva.....................................................125 17.6.2- Estimulação social..........................................................125 17.6.3- Estimulação física...........................................................126 17.6.4- Organização do ambiente...............................................126 17.6.5- Tratamentos específicos para problemas específicos........127 18- DIABETES................................................................................130 18.1- O que é Diabetes? ....................................................................131 18.2- Tipos de Diabetes.......................................................................132 18.2.1- Diabetes tipo 1...............................................................132 18.2.2- Diabetes tipo 2...............................................................132 18.3- Sintomas de Diabetes ...............................................................133 18.3.1- Principais sintomas do diabetes......................................134 19- HIPERTENSÃO ........................................................................136 19.1- O que é Hipertensão?................................................................136 19.2- Tipos de hipertensão..................................................................137 19.3- Fatores de risco..........................................................................138 19.4- Sintomas de Hipertensão...........................................................140 19.5- Diagnóstico de Hipertensão.......................................................140 14

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19.6- Tratamento de Hipertensão........................................................140 19.7- Prevenção..................................................................................141 20- DEPRESSÃO............................................................................144 20.1- O que é Depressão?...................................................................144 20.2- Causas......................................................................................145 20.3- Tratamento e cuidados...............................................................146 21- OSTEOPOROSE........................................................................148 21.1- O que é Osteoporose?...............................................................148 21.2- Causas......................................................................................149 21.3- Sintomas de Osteoporose...........................................................150 21.4- Diagnóstico de Osteoporose.......................................................150 22- CUIDADOS COM A ALIMENTAÇÃO POR SONDA (DIETA ENTERAL)...........................................................................152 23- COMO O CUIDADOR PODE AUXILIAR NO TRATAMENTO DA PESSOA PORTADORA DE DIABETES.........................................154 23.1- A ajuda do Cuidador no tratamento...........................................154 23.2- Especificidades do tratamento....................................................155 24- ORIENTAÇÕES ODONTOLÓGICAS............................................158 24.1- Higiene bucal na terceira idade..................................................158 24.2- Doenças mais comuns em pessoas da terceira idade...................158 25- PROBLEMAS OFTALMOLÓGICOS NA TERCEIRA IDADE...........162 25.1- Principais doenças.....................................................................163 26-PRINCIPAIS MANUAIS CONSULTADOS.....................................166

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1- APRESENTAÇÃO Ao iniciar a elaboração deste Manual era objetivo da autora produzir algo simples e prático para os familiares e para cuidadores de pacientes da terceira idade, atendendo aos inúmeros reclamos destes profissionais, que realmente desejam um instrumento com essas características. Ocorre que no aprofundamento da pesquisa e na seleção dos temas que deveriam conter o manual, logo foi entendido ser tarefa por demais complexa para ser simplificada. Assim, os seguintes fatores estimularam a produzir um verdadeiro Manual do Cuidador: A impossibilidade de tratar os temas de forma simplificada em face dos riscos para o paciente da terceira idade que, frequentemente, têm a maior parte da vida entregue ao Cuidador, indesejável, portanto, ser entregue à uma pessoa leiga e despreparada; A necessidade de discutir as patologias com mais detalhes para corrigir entendimentos equivocados até mesmo dos familiares, que geralmente atribuem ao envelhecimento natural, doenças que são passíveis de prevenção e tratamento, ou mesmo cura. É oportuno referir que, nada foi incluído neste Manual sem antes passar por uma análise cuidadosa que filtrou os temas, traduzindo-os: 18

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Para uma linguagem simples, de mais fácil compreensão dos Cuidadores, excluídos os termos muito técnicos; Para o interesse real e prático do dia-a-dia do familiar e do Cuidador, apresentando sempre o encontro da teoria com o pragmatismo da atividade. O Maual inova e é diferente, porque além da boa base teórica, ele tem um capítulo (volume II) inteiramente reservado aos procedimentos, ou seja, o como fazer, sob a forma de Perguntas e Respostas para os temas mais relevantes tratados nesse Manual. Demais, vale a pena referir que é importante complementar este Manual com a “Agenda do Cuidador”, com o livro “Exercícios Diários para o Cérebro”, de minha autoria, obras recém lançadas no mercado e disponíveis na internet (fatimafarias.com.br) que vão permitir, na prática, maior amplitude na qualidade de vida da pessoa assistida, foco de interesse deste Manual. Tudo isso no objetivo de tornar mais felizes o paciente, o Cuidador e os familiares! A Autora

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2- MANUAL PRÁTICO PARA CUIDADORES E FAMILIARES 2.1- Como o manual está subdividido O Manual é apresentado em dois volumes. No VOLUME I estão contidas orientações gerais sobre os direitos e deveres do Cuidador, as características e o perfil ideal para esse profissional. Na sequência, o Manual apresenta informações relevantes sobre as doenças que geralmente acometem as pessoas da terceira idade, depois de cuidadosa pesquisa para trazer apenas uma síntese, mas suficiente para o bom entendimento do Cuidador e da família do paciente. No volume II há esclarecimentos e respostas objetivas sobre diferentes temas diretamente relacionados ao dia-a-dia dos Cuidadores. As respostas são simples e concisas, mas em todas elas há conteúdos precisos que necessitam ser assimilados e postos em prática.

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2.2- Observações importantes para o bom uso do Manual

O Manual deve ser encarado como uma trilha e não como um trilho.Noutras palavras, os ensinamentos sempre podem merecer outros caminhos e podem ser modificados quando de suas aplicações práticas, de acordo com cada paciente e orientações médicas.

Em todas as situações deve sempre prevalecer a orientação médica e da equipe multiprofissional.

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O Manual deve ser encarado como instrumento facilitador do conhecimento, mas se trata de apenas um pequeno degrau de iniciação. Necessário buscar mais conhecimentos noutras obras científicas.

Sempre que tiver dúvida sobre alguma orientação procure o esclarecimento junto aos profissionais de saúde de sua convivência.

Este Manual não é soberano. Ele apenas facilita o entendimento e abre caminhos para o conhecimento.

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3- O CUIDADOR 3.1- O perfil ideal do Cuidador O bom Cuidador é aquele que observa e identifica o que a pessoa pode fazer por si, avalia as condições e ajuda a pessoa a fazer as atividades. Cuidar não é fazer pelo outro, mas ajudar o outro quando ele necessita, estimulando a pessoa cuidada a preservar ou reconquistar sua autonomia, mesmo que seja em pequenas tarefas. Isso requer paciência, tempo e habilidades. Considera-se Cuidador ideal todo ser humano de qualidades especiais, expressas pelo forte traço de amor à humanidade, de solidariedade e de doação ao próximo.

3.2- Características necessárias w O Cuidador deve ser calmo, tranquilo e respeitador, w w w w w 26

para transmitir segurança ao paciente; Nunca deve levar os seus problemas particulares para o paciente; Deve evitar qualquer crítica que deixe o paciente triste ou acuado; Deve reforçar as coisas boas da personalidade do paciente a fim de elevar a sua autoestima; Nunca deve usar de violência verbal ou física com o paciente, ou com outrem ou na frente dele; Deve ser atencioso, gentil e generoso na frente e por trás da família;

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3.3- Quem pode ser considerado Cuidador1   A atividade de Cuidador é classificada como ocupação pelo Ministério do Trabalho e Emprego – MTE, passando a constar na tabela da Classificação Brasileira de Ocupações – CBO, sob o código 5162-10. Embora este enquadramento não represente novos direitos trabalhistas ao cuidador de pessoas idosas, representa grande ganho à categoria, pois é ponto inicial para a regulamentação da atividade. Enquanto não for aprovada legislação própria que garanta direitos específicos aos cuidadores, estes permanecem submetidos às normas gerais, comuns a todos os demais trabalhadores, as quais variam de acordo com a forma com que desempenham suas atividades. Assim, primeiramente deve ser identificado o tipo de contrato de trabalho em que se enquadra o cuidador:  Regido pela CLT como empregado, obedecendo as regras da legislação trabalhista que exige ser o empregado pessoa física, pessoalidade, não eventualidade do trabalho, onerosidade e subordinação. O empregador está obrigado à cumprir todos os direitos previstos na legislação trabalhista, tais como: assinatura da CTPS, recolhimento de FGTS, pagamento de horas-extras, adicional noturno, adicional de periculosidade e insalubridade (de acordo com laudo específico), repouso semanal e em feriados, etc.  Pode o Cuidador ser contratado como empregado doméstico, regendo-se pela legislação específica;  Cuidador autônomo: Trabalho autônomo é aquele em que o trabalhador presta serviço sem subordinação ao seu tomador, ou seja, a direção da prestação do serviço é de responsabilidade do contratado, o qual pode, inclusive, fazer-se substituir por outrem, tendo em vista que o trabalho autônomo não exige necessariamente a pessoalidade. Pode inclusive o trabalhador autônomo constituir pessoa jurídica (microempreendedor individual). Assim sendo, cuidador de pessoas idosas autônomo é toda pessoa física ou jurídica que exerce habitualmente e por conta própria atividade profissional remunerada, prestando a terceiros serviços especializados de cuidador, sem relação de emprego. Seus serviços ocorrem geralmente de forma eventual – ou esporádica. As disposições da legislação trabalhista não são aplicáveis ao autônomo, por faltar em seu contrato o elemento da subordinação acima explicado. Seus contratos não são regidos pela CLT, e sim pelo Código Civil Brasileiro.

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A ocupação de Cuidador integra a Classificação Brasileira de Ocupações – CBO sob o código 5162, que define o Cuidador como alguém que “cuida a partir dos objetivos estabelecidos por instituições especializadas ou responsáveis diretos, zelando pelo bem-estar, saúde, alimentação, higiene pessoal, educação, cultura, recreação e lazer da pessoa assistida”. Geralmente é a pessoa da família ou da comunidade que presta cuidados à outra pessoa de qualquer idade, que esteja necessitando de cuidados por estar acamada, com limitações físicas ou mentais, com ou sem remuneração. Quando a relação de trabalho do Cuidador é regida pela Consolidação da Leis do Trabalho (CLT), o Cuidador é igual ao trabalhador comum e tem todos os direitos aplicados àquele quais sejam: w Carteira de Trabalho e Previdência Social devidamente anotada; w Salário Mínimo de acordo com a Lei; w Feriados civis e religiosos; w Irredutibilidade de salário; w 13º Salário; w Férias de 30 dias; w Férias proporcionais ao término do Contrato de Trabalho; w Estabilidade no emprego em razão da gravidez; w Licença gestação sem prejuízo do emprego e do salário; w Licença paternidade; w Auxílio doença pago pelo INSS; w Vale transporte; w Fundo de Garantia por Tempo de Serviço; w Seguro-desemprego. 28

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3.4- Funções básicas O Cuidador deve estimular os contatos sociais do paciente (visitas, telefonemas, passeios) e ser seu amigo ou amiga, demonstrando ser confiante e compreensível. Deve mais ouvir do que falar, respeitar suas dores e nunca o chamar por apelidos depreciativos. Deve estar sempre de bom humor, rir da vida, rir de piadas, e contar histórias, de modo a proporcionar bem-estar e satisfação para o paciente da terceira idade. De entre as suas funções, destacam-se:

w Manter o paciente diariamente orientado no tempo e no espaço;

w Manter o paciente integrado ao mundo, estimulando-o a ler jornais e revistas e emitir sua opinião sobre assuntos diversos, notícias da TV e fatos familiares;

w Conduzi-lo para banhos de sol; w Estimular para a realização dos trabalhos que a Tera-

peuta Ocupacional (TO) deixar como atividade de casa;

w Atuar como elo entre a pessoa cuidada, a família e a equipe de saúde;

w Escutar, estar atento e ser solidário com a pessoa cuidada; w Ajudar nos cuidados de higiene; w Estimular e ajudar na alimentação; w Ajudar na locomoção e nas atividades físicas; Filhos que Cuidam

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w Estimular atividades de lazer e ocupacionais; w Realizar mudanças de posição na cama e na cadeira, e massagens de conforto;

w Administrar as medicações, conforme a prescrição e orientação médica;

Comunicar à equipe de saúde sobre mudanças no estado de saúde da pessoa cuidada.

ATENÇÃO: É muito importante deixar o paciente realizar as atividades que pode fazer sozinho, interferindo o mínimo, a fim de manter a sua autonomia. Se o paciente estiver incapacitado de andar o Cuidador deve deixá-lo a maior parte do tempo na sala ou em local de maior passagem dos membros da família e amigos, a fim de diminuir os tempos de solidão. Nas reuniões em família o Cuidador deverá levar o paciente para unir-se ao grupo e fazê-lo participar e opinar dentro dos seus limites.

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3.5- Cuidadores Informais São as pessoas que não têm qualificação nem preparação adequada para a o exercício da profissão. Exemplos:

w Familiares não qualificados. w A empregada da casa. w A amiga da amiga. w Afinal, alguém que deseja auferir renda e aceita o desafio de ser Cuidador ou Cuidadora.

Quando não dispõem de conhecimentos adequados estas pessoas podem afetar o bem-estar e a saúde física e mental do paciente e da família, gerando estresse.

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3.6- Maus Cuidadores e maus tratos O mal Cuidador causa aflição e omissão ao paciente, embora, muitas vezes, na frente dos familiares, pode mostrarse fonte inesgotável de paciência e afetividade. O mau Cuidador abusa do paciente física, financeira e psicologicamente. Os maus tratos e abusos às pessoas da terceira idade, na maior parte das vezes, são causados no próprio ambiente familiar e devem ser denunciadas às autoridades pois constituem crime2.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera como maus tratos as seguintes ocorrências:  Abusos físicos (o abuso físico resulta em lesões e traumas que levam à internação hospitalar ou produzem como resultado a morte da pessoa. Outras vezes ele é quase invisível;  Abusos psicológicos (correspondem a todas as formas de menosprezo, de desprezo e de discriminação que provocam sofrimento mental na pessoa);  Abandono (que é uma das maneiras mais perversas de violência contra a pessoa idosa);  Negligências (é outra categoria importante para explicar as várias formas de menosprezo e de abandono a que pode ser submetido, incluindo-se, neste abuso as negligências do sector público, tão comuns e denunciadas atualmente pela mídia;  Abusos financeiros (que se referem, principalmente, às disputas de familiares pela posse dos bens ou a ações criminosas cometidas por órgãos públicos e privados em relação às pensões, aposentadorias e outros bens da pessoa idosa);  Autonegligência (Geralmente, a autonegligência ocorre quando a pessoa idosa está tão desgostosa da vida, que para de comer direito, para de tomar remédio, para de cuidar de sua aparência física, para de se comunicar, manifestando clara ou subliminarmente a vontade de morrer).

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4- ORIENTAÇÕES GERAIS AO CUIDADOR 4.1- Dicas importantes para o Cuidador W Conquiste a confiança do paciente. W Organize o seu dia-a-dia. W A tolerância e o respeito são fundamentais para uma boa convivência.

W Proporcione ambiente agradável para o paciente demonstrando carinho e segurança.

W Ocupe o paciente com atividades durante o dia desde que sejam do seu agrado e dentro de suas possibilidades de realização.

W Evite falar sobre episódios que tragam tristeza ao paciente, principalmente do seu passado.

W A boa comunicação é essencial. Não faça muitas perguntas. Use frases curtas e objetivas.

W Tenha sempre muito cuidado ao conter as situações de

estresse; Fale devagar e olhando em seus olhos com firmeza e carinho.

W Use o bom senso e a firmeza com delicadeza. Nunca grite nem faça críticas.

W Evite frases vulgares, tais como, “você está mentindo”; “você está lelé da cuca”.

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W Trate o paciente com naturalidade, sem exageros in-

fantilizados ou como se estivesse se referindo a um pobre coitado.

W Eleve a autoestima do paciente reforçando o quanto ele é importante para a sua família.

W Coloque um cavalete com um quadro branco para anotar as ocorrências mais importantes do dia (exemplo: dia do mês; dia da semana; aniversariantes do dia; compromissos do dia, etc.).

W No momento da higiene corporal aproveite para fazer a inspeção no corpo do paciente a fim de identificar eventuais problemas (traumas, lesões, vermelhidão, etc.).

W Mantenha a sua Agenda atualizada diariamente com as anotações dos medicamentos e atividades realizadas.

W Evite que o paciente se levante rapidamente ao acordar: esperar alguns minutos antes de sentar e de caminhar.

W Ministrar medicamentos somente com prescrição médica. W Estimule o paciente para a prática de atividades físicas e de coordenação motora dede que recomendadas pela equipe multiprofissional.

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4.2- Dicas para ajudar o cuidador a aliviar o estresse das atividades do dia-a-dia O Cuidador deve contar com a ajuda de outras pessoas e com a ajuda da família, definindo previamente os dias e horários para cada um assumir parte dos cuidados. Essa parceria permite ao Cuidador ter um tempo livre para se cuidar, se distrair e recuperar as energias gastas no ato de cuidar do paciente. Peça ajuda sempre que algo não estiver bem. É fundamental que o Cuidador reserve alguns momentos do seu dia para se cuidar, descansar, relaxar e praticar alguma atividade física e de lazer, tais como: caminhar, fazer ginástica, fazer crochê, tricô, pinturas, desenhos, dançar, etc.

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4.3- Problemas com a organização do trabalho Antes de iniciar o trabalho de prestação dos serviços de cuidador, discuta com os familiares todos os detalhes da relação laboral, a saber:

Relação Laboral • Horário de trabalho e dias de folga; • Remuneração e forma de pagamento; • Como receberá demais benefícios trabalhistas (vale transporte, etc.); • O que terá direito no ambiente familiar; • Local reservado para o descanso do Cuidador; • Definição de quem é ou quem são os responsáveis pela relação de trabalho; • A quem o Cuidador deve se dirigir para relatar problemas do paciente; • Outros assuntos relevantes que mereçam ser discutidos e acertados previamente.

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5- RELACIONAMENTO DO CUIDADOR COM A EQUIPE MULDISCIPLINAR DE SAÚDE Nem sempre o paciente dispõe de equipe muldisciplinar de saúde. Mas ainda que tenha apenas um profissional, o Cuidador deve guiar o seu trabalho nos limites de suas orientações. Os Médicos são os responsáveis pela prescrição de remédios, dos horários e das dosagens com que devam ser ministrados, e pelas diversas modalidades de tratamento. O Cuidador deve ser orientado pela equipe dos profissionais de saúde, cumprindo as suas determinações. São apresentadas a seguir algumas informações sobre as características de cada uma das principais competências das áreas de saúde que geralmente assistem os pacientes da terceira idade:

GERIATRIA

5.1 - A Geriatria é o ramo da medicina que foca o estu-

do, a prevenção e o tratamento de doenças e da incapacidade em idades avançadas. O termo deve ser distinto de gerontologia, que é o estudo do envelhecimento em si. Geriatras são médicos especializados no cuidado com pessoas da terceira idade. 40

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Compete ao Geriatra indicar os profissionais de saúde que vão complementar o tratamento do paciente da terceira idade. Damos abaixo o perfil de cada uma dessas especialidades:

Fisioterapia

5.2 - A Fisioterapia é uma ciência cujo interesse de es-

tudo é o movimento humano nas alterações patológicas e nas repercussões psíquicas e orgânicas. Tem como objetivo prevenir e reabilitar a capacidade física do paciente, retardando o curso da doença e preservando ao máximo possível as funções motoras. Nesse trabalho, incentiva e promove o funcionamento motor e a mobilidade do paciente, mantendo ou recuperando a independência funcional nas actividades de vida diária com ou sem uso de adaptações.

Além destes, tem os seguintes objectivos específicos: W Normalizar o tônus muscular e manter a força muscular; W Desenvolver as capacidades sensório-motoras de lateralidade: direção, imagem corporal e equilíbrio;

W Melhorar a coordenação motora; W Aumentar a resistência física, levando-se em contra a dor e a fadiga;

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W Inibir os padrões anormais de postura e estimular os normais;

W Desenvolver a marcha.

FONOAUDIOLOGIA

5.3 - É a ciência que se ocupa da prevenção, da habili-

tação e reabilitação da voz, da audição, da motricidade oral, da leitura e da escrita. O fonoaudiólogo trata de deficiências de fala, audição, voz, escrita ou leitura. Pode atuar em parceria com outros profissionais, como fisioterapeutas e psicólogos. Com os dentistas, trata de males que podem causar ou agravar problemas ortodônticos.

TERAPIA OCUPACIONAL

5.4 - A A Terapia Ocupacional, segundo a OMS,

é a ciência que estuda a atividade humana e a utiliza como recurso terapêutico para prevenir e tratar dificuldades físicas e/ou psicossociais que interfiram no desenvolvimento e 42

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na independência do paciente em relação às atividades da vida diária, trabalho e lazer. É a arte e a ciência de orientar a participação do indivíduo em atividades selecionadas para restaurar, fortalecer e desenvolver a capacidade, facilitar a aprendizagem daquelas habilidades e funções essenciais para a adaptação e produtividade, diminuir ou corrigir patologias e promover e manter a saúde.

PSICOLOGIA

5.5 - A Psicologia é a disciplina acadêmica e aplicada

que envolve o estudo científico do comportamento e das funções mentais. A psicologia tem como objetivo imediato a compreensão de grupos e indivíduos tanto pelo estabelecimento de princípios universais como pelo estudo de casos específicos, e tem, segundo alguns, como objetivo final, o benefício geral da sociedade. A função dos psicólogos é tentar compreender o papel das funções mentais no comportamento individual e social, estudando também os processos fisiológicos e biológicos que acompanham os comportamentos e funções cognitivas. Psicólogos exploram conceitos como percepção, cognição, atenção, emoção, Inteligência, motivação, funcionamento do cérebro humano, personalidade, comportamento, relacionamentos interpessoais, incluindo resiliência, dentre outras áreas. Filhos que Cuidam

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ENFERMAGEM

5.6 - A enfermagem se dedica a promover, a manter e

a restabelecer a saúde das pessoas, trabalhando em parceria com outros profissionais – médicos, nutricionistas e psicólogos, por exemplo. O enfermeiro atua junto ao paciente nas ações de educação e saúde, objetivando o cuidado que tem como base o conhecimento das doenças associadas ao processo de envelhecimento e ao retorno da capacidade funcional da pessoa da terceira idade.

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6- O CUIDADOR DEVE SER O MESTRE DA PACIÊNCIA Embora já se tenha falado em quase tudo sobre o Cuidador, não se pode deixar de abrir um capítulo para falar exclusivamente da paciência, eis que este atributo é imprescindível para o Cuidador. O Cuidador que não controla esta qualidade dificilmente vai ter sucesso na profissão. Pesquisando na internet encontramos esta pérola sobre a Paciência e trouxemos para este Manual porque se aplica muito bem ao Cuidador. Faça uma reflexão sobre o tema e veja como pode se transformar num mestre da paciência, se ainda não o for.

6.1- Seis segredos para se tornar o mestre da paciência3 PARA SE TORNAR O MESTRE DA PACIÊNCIA: 1. RESPIRE Nos momentos em que você estiver perto de perder o controle esvazie sua mente e foque na sua respiração. Respire lentamente, prestando atenção no seu ritmo de expiração e inspiração. Isso vai ajudá-lo a se manter calmo.  UNI>VERSIA Brasil http://noticias.universia.com.br/destaque/ noticia/2012/03/29/920482/6-segredos-tornar-mestre-da-paciencia.html

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2. CAMINHE Um bom truque para se acalmar e manter a cabeça no lugar é fazer uma caminhada. Não precisa ser uma caminhada longa, o objetivo aqui é apenas tirar do centro de seus pensamentos o que está a te incomodar. Preste atenção ao caminho que está fazendo, dedique-se a encontrar coisas novas em um lugar pelo qual você passa todos os dias.

3. REFLITA Ao final do seu dia sente-se em seu lugar preferido e pense sobre os acontecimentos. Filhos que Cuidam

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Não ligue a TV, o rádio ou qualquer outra coisa que possa distrair os seus pensamentos. Reserve esse tempo para identificar o que te incomodou ao longo do dia e pensar em como esses problemas podem ser resolvidos.

4. ESCUTE Não transforme uma conversa em discussão. Mesmo que você não concorde com o ponto de vista de outras pessoas, não tem o menor motivo para criticá-las por isso. Procure ouvir os argumentos das pessoas e falar os seus de forma calma. Antes de responder considere tudo que a pessoa está dizendo.

5. SORRIA Pode parecer absurdo, mas sorrir faz com que você se sinta melhor consigo mesmo. Existem situações nas quais um sorriso não cabe, mas na maioria delas ele não vai prejudicar.

6. LEMBRE Em momentos de estresse, escolha as suas lembranças favoritas e pense nelas. Voltar a uma época ou situação que nos fez feliz ajuda a restabelecer a calma.

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CAPÍTULO


7- O PAPEL DA FAMÍLIA O papel da família além de ser fundamental, predomina como suporte alternativo ao trabalho do Cuidador. A família deve ter atitude acolhedora, gentil e compreender a vida do seu ente, sendo flexível e tolerante, envolvendo-o em atividades diárias. Deve permitir e acolher as suas opiniões, desenvolvendo estrutura de apoio para a atuação do Cuidador. Deve identificar os problemas imediatos, os de médio e os de longo prazo e as respectivas medidas a adotar em cada uma das situações.

7.1- Importância na orientação ao Cuidador A família e os profissionais de saúde precisam informar e orientar o Cuidador quanto às providências corretas da terapeutica, de forma a evitar o improviso nos tratamentos, às vezes tão prejudiciais ao paciente. É preciso unir todas as forças profissionais para trabalhar em favor da causa, com o objectivo de melhorar as condições de vida do paciente e afastar o estigma de que a pessoa da terceira idade é um problema no seio familiar ou na sociedade.

7.2- Como a família deve orientar o Cuidador A família deve orientar o Cuidador nos seguintes aspectos: W Na boa utilização da Agenda para anotar diariamente todas as reações do paciente assim como a regularidade na sua medicação; 50

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W No diagnóstico do médico sobre o paciente e nas formas de tratamento;

W Sobre as rotinas da casa e da família; W Nas regras da prestação dos serviços, particularmente quanto a horário de trabalho e honorários profissionais.

ATENÇÃO: • O Cuidador deve evitar a utilização de Agenda improvisada pois pode apresentar deficiências capazes de prejudicar o acompanhamento do paciente. • No site fatimafarias.com.br há disponível para venda a “Agenda do Cuidador e da Família”, considerada pelos utilizadores como excelente e indicada para os que lidam com pessoas da terceira idade. • O Cuidador, como parte da negociação com a família sobre a relação do trabalho, pode solicitar o fornecimento da referida Agenda.

7.3- Qualidade de vida para o Cuidador É possível que o Cuidador fique sobrecarregado quando assume sozinho a responsabilidade pelos cuidaFilhos que Cuidam

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dos, somando-se a isso o peso emocional da doença que incapacita e traz sofrimento ao paciente, muitas das vezes uma pessoa querida. Diante dessa situação é comum o Cuidador passar por cansaço físico, depressão, abandono do trabalho, alterações na vida conjugal e familiar. A tensão e o cansaço sentidos pelo Cuidador são prejudiciais não só a ele, mas também à família e à própria pessoa cuidada. Para amenizar esses problemas o Cuidador deve reservar um momento durante o dia para descansar, relaxar e realizar atividades físicas ou de artes. O Cuidador deve manter-se saudável física e emocionalmente para ajudar o paciente em suas rotinas diárias. Quando estiver estressado deve praticar exercícios de relaxamento e alongamento. Neste Manual há indicação de exercícios físicos para estes momentos, mas aqui já adiantamos algumas dicas para aliviar o cansaço e a tensão: Enquanto assiste TV movimente os dedos das mãos e dos pés. Massageie os pés com as próprias mãos ou com bolinhas de tênis. Escute música ou pratique a leitura de livros, revistas ou jornais. Faça uma oração. Participe da vida nas redes sociais.

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CAPÍTULO


8- PROVIDÊNCIAS A ADOTAR PELA FAMÍLIA, COM A

COOPERAÇÃO DO CUIDADOR, PARA A ADAPTAÇÃO DO AMBIENTE DA PESSOA DA TERCEIRA IDADE W Consertar calçadas quebradas; W Pintar os degraus com cores diferentes; W Colocar fita adesiva nos degraus, e no caminho da cama para o banheiro;

W Instalar corrimão em escadas e rampas; W Colocar barras fixas de apoio nas paredes nos lugares críticos;

W Colocar barras no banheiro e próximo da cama; W Instalar iluminação adequada nos cômodos da casa e na calçada;

W Retirar soleiras das portas e evitar trancas; W Retirar tapetes escorregadios; W Evitar pisos derrapantes em áreas como banheiro e cozinha; W Prender ao solo móveis que podem escorregar; W Manter interruptores de luz ou abajures próximos da cama

e portas, para que o paciente não precise andar no escuro em nenhum momento, correndo o risco de tropeçar e cair.

Estas providências são por demais importantes especialmente para prevenir quedas de pacientes portadores de osteoporose, nos quais as consequências podem ter sérias repercussões.

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CAPÍTULO


9- DICAS DE EXERCÍCIOS FÍSICOS PARA O CUIDADOR 9.1- Exercícios para a colunacervical (pescoço) W Flexione a cabeça até encostar o queixo no peito, depois estenda a cabeça para trás como se estivesse olhando para o céu;

W Gire a cabeça primeiro para um lado no sentido horário e depois faça o movimento inverso;

W Incline a cabeça lateralmente, para um lado e para outro, como se fosse tocar a orelha no ombro.

9.2- Exercícios para os ombros Enchendo os pulmões de ar, levante os ombros para próximo das orelhas, solte o ar deixando os ombros caírem rapidamente, depois fazendo movimentos circulares, gire os ombros para frente e para trás.

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9.3- Exercícios para os braços Gire os braços esticados para frente e para trás, fazendo círculos.

9.4- Exercícios para o tronco De pé, apoie uma das mãos no encosto de uma cadeira ou na própria cintura, levante o outro braço passando por cima da cabeça, incline lateralmente o corpo. Repita o mesmo movimento com o outro lado. Filhos que Cuidam

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9.5- Exercícios para as pernas Deitado de barriga para cima, apoie os pés na cama com os joelhos dobrados. Mantendo uma das pernas nessa posição, segure com as mãos a outra perna e traga o joelho para próximo do peito. Fique nesta posição por alguns segundos e volte para a posição inicial. Faça o mesmo exercício com a outra perna.

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CAPÍTULO


10- DIREITOS DA PESSOA DA TERCEIRA IDADE O Cuidador não é obrigado a conhecer detalhes da legislação que protege os integrantes da terceira idade, mas pode, ocasionalmente, informar aos familiares quanto à legislação existente no Brasil que dá o devido apoio às pessoas idosas. Muitas vezes pode também motivar os familiares a buscarem os direitos da pessoa assistida quando eles estiverem ameaçados ou a faltar. OS PRINCIPAIS DIREITOS DAS PESSOAS DA TERCEIRA IDADE SÃO:

10.1- Aposentadoria por idade O segurado urbano deve cumprir dois requisitos para a obter a aposentadoria por Idade. COMO ERA E COMO FICOU A REFORMA APOSENTADORIA POR IDADE URBANA ANTES DA APROVAÇÃO

65 anos para homens 60 anos para mulheres

60

Carência de 15 anos (180 contribuições)

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DEPOIS DA APROVAÇÃO

65 anos para homens 62 anos para mulheres

Carência de Carência de 15 anos 20 anos (180 contribuições) (240 contribuições) para mulheres para homens


101.1- Se começou a trabalhar antes da vigência da Reforma da Previdência (13/11/2019) Neste caso precisa de: 65 ANOS DE IDADE E 180 MESES DE CARÊNCIA, SE HOMEM

60 ANOS DE IDADE E 180 MESES DE CARÊNCIA, SE MULHER

10.1.2- Caso tenha começado a trabalhar antes da Reforma, mas ainda não tenha completado os requisitos necessários para se aposentar até o início dela Para esta situação foi criada uma Regra de Transição:

W 65 anos de idade e 15 anos de tempo de contribuição

mais 6 meses por ano, a partir de 2020, até atingir 20 anos de contribuição, em 2029, se homem; Filhos que Cuidam

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W 60 anos de idade mais 6 meses por ano, a partir de 2020, até atingir 62 anos de idade, em 2023, e 15 anos de tempo de contribuição, se mulher.

Agora se a pessoa começou a trabalhar depois do início da Reforma, precisará cumprir:

W 65 anos de idade e 20 anos de tempo de contribuição, se homem; W 62 anos de idade e 15 anos de tempo de contribuição, se mulher.

10.2- Aposentadoria por invalidez A Aposentadoria por Invalidez é um benefício concedido às pessoas que adoecem e ficam incapacitadas de trabalhar pelo resto da vida, inclusive a impossibilidade de serem reabilitadas em outra profissão.

10.2.1- Este benefício é pela vida toda? Esse benefício é válido enquanto persistir a incapacidade para o trabalho. O INSS pode fazer uma perícia médica a cada 2 anos para atestar se a pessoa ainda continua incapacitada total e permanentemente. 62

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10.3- Benefício Assistencial ao Idoso (BPC) – não é aposentadoria – W garante um salário mínimo mensal ao idoso que com-

prove não possuir meios de prover a própria manutenção ou de tê-la provida por sua família. W quem nunca contribuiu para a Previdência Social não poderá se aposentar aos 65 anos de idade, mas poderá receber esse benefício assistencial, garantido pela Constituição.

10.3.1- Quem tem direito?

W Idosos com 65 anos ou mais; W Pessoa com deficiência.

Também é preciso que a renda por pessoa da família seja menor do que um quarto do salário mínimo vigente. O BPC não pode ser acumulado com outro benefício da Seguridade Social, como aposentadorias, pensões e seguro-desemprego.

10.3.2- Como pedir o benefício? Recomenda-se procurar um Cras (Centro de Referência da Assistência Social) de sua cidade ou uma Agência do INSS para receber orientação.

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10.3.3- A reforma da Previdência de 2019 mudou o BPC? Não. Mudaram as regras de aposentadoria, mas não alterou o BPC.

10.4- Legislação O Estatuto do Idoso, como é conhecida a Lei Federal, de nº 10.741, de 1º de outubro de 2003, é o principal instrumento legal de apoio às pessoas com idade superior a 60 anos. Os 18 artigos do Estatuto lhes dão ampla proteção jurídica para usufruir direitos sem depender de favores e/ou amargurar humilhações, permitindo-lhes viver com dignidade. No Estatuto são tratadas questões fundamentais, desde as garantias prioritárias aos idosos, até os aspectos relativos à transporte, passando pelos direitos à liberdade, à respeitabilidade e à vida, além de especificar as funções das entidades de atendimento à categoria. A família, a sociedade e o poder público, devem garantir ao idoso acesso aos bens culturais, participação e integração na comunidade. O Idoso tem direito de viver preferencialmente junto à família, em liberdade, com autonomia e proteção contra a discriminação e violência.

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A legislação, enfim, visa a efetivação dos seguintes direitos:

W W W W W W W

à vida; à alimentação; à cultura; ao lazer; à cidadania; à dignidade; à convivência familiar e comunitária.

W W W W W W

à saúde; à educação; ao esporte; ao trabalho; à liberdade; ao respeito;

10.5- Relação Cuidador versus paciente 10.5.1- A atividade física da pessoa da terceira idade A atividade física traz benefícios para a saúde e para a mente dos integrantes da terceira idade, melhorando a autoestima e aliviando o estresse. É MUITO IMPORTANTE QUE O CUIDADOR SAIBA QUE O EXERCÍCIO FÍSICO:

W Contribui para a manutenção e aumento da densidade óssea, diminuindo a velocidade da osteoporose;

W Auxilia no controle do diabetes, da artrite, das doenças

cardíacas e dos problemas com colesterol alto, da obesidade e da hipertensão;

W Reduz a ocorrência de acidentes, pois os reflexos ao andar ficam mais firmes.

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10.5.2- Como o Cuidador deve preparar o paciente para a atividade física recomendada pelo responsável técnico O PACIENTE DEVE SER ORIENTADO NOS SEGUINTES ASPECTOS:

W Somente realizar exercícios quando houver bem-estar físico;

W Evitar os exercícios à exaustão; W Usar roupas adequadas à atividade; W Não se exercitar em jejum, devendo antes alimentar-se moderadamente;

W Iniciar a atividade lentamente e ir progredindo aos poucos. 66

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10.6- Orientação sobre a alimentação da pessoa integrante da terceira idade 10.6.1- O objetivo da terapia nutricional O objetivo da terapia nutricional é prevenir agravos na saúde e corrigir déficits nutricionais já existentes. Também serve para o auxílio no tratamento de doenças, para modificar os tabus e maus hábitos alimentares, orientando a conduta mais adequada. Tudo isso para proporcionar vida com qualidade à pessoa assistida, mediante o estímulo à ingestão de leite, frutas e legumes e desestímulo a ingestão de calorias em excesso como frituras, doces, pães, massas, etc.

Alimentação saudável

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ATENÇÃO

• Toda e qualquer atividade física somente pode ser realizada mediante prévia autorização médica. Em alguns casos há necessidade de realizar testes cardíacos para avaliação da função cardiovascular. • Os exercícios têm mais eficácia quando realizados com regularidade e continuidade. • Recomenda-se exercitar pelo menos 3 vezes por semana, devendo as sessões ter curta duração (de 20 a 60 minutos), de acordo com a saúde e a disposição da pessoa assistida. • Solicite orientação do Fisioterapeuta ou do professor de educação física para obter um programa personalizado para o paciente. • A atividade física exagerada é sempre prejudicial.

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10.6.2- De acordo com a orientação do Ministério da Saúde, seguindo os dez passos seguintes, tanto o paciente quanto a sua família podem passar a ter uma vida muito mais saudável:

1º Passo: Aumente e varie o consumo de frutas, legumes e verduras. Coma-os 5 vezes por dia. As frutas e verduras são ricas em vitaminas, minerais e fibras. 2º Passo: Coma feijão pelo menos 1 vez por dia, no mínimo 4 vezes por semana. O feijão é um alimento rico em ferro. Na hora das refeições, coloque 1 concha de feijão no seu prato, assim você estará evitando a anemia. 3º Passo: Reduza o consumo de alimentos gordurosos, como carne com gordura aparente, salsicha, mortadela, frituras e salgadinhos. Retire antes do cozimento a pele do frango, a gordura visível da carne e o couro do peixe. Apesar do óleo vegetal ser um tipo de gordura mais saudável, tudo em excesso faz mal! Prefira os alimentos cozidos ou assados e evite cozinhar com margarina, gordura vegetal ou manteiga. 4º Passo: Reduza o consumo de sal. Tire o saleiro da mesa. O sal da cozinha é a maior fonte de sódio da nossa alimentação. Filhos que Cuidam

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O sódio é essencial para o funcionamento do nosso corpo, mas o excesso pode levar ao aumento da pressão do sangue, que chamamos de hipertensão. Evite temperos prontos, alimentos enlatados, carnes salgadas e embutidos como mortadela, presunto, linguiça, etc. Todos têm muito sal. 5º Passo: Faça pelo menos 3 refeições e 1 lanche por dia. Não pule as refeições. Para lanche e sobremesa prefira frutas. Fazendo todas as refeições, você evita que o estômago fique vazio por muito tempo, diminuindo o risco de ter gastrite e de exagerar na quantidade quando for comer. 6º Passo: Reduza o consumo de doces, bolos, biscoitos e outros alimentos ricos em açúcar, para no máximo 2 vezes por semana. 7º Passo: Reduza o consumo de álcool e refrigerantes. Evite o consumo diário. A melhor bebida é a água. 8º Passo: Aprecie a sua refeição. Coma devagar. Faça das refeições um ponto de encontro da família.

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9º Passo: Mantenha o seu peso dentro de limites saudáveis – veja no serviço de saúde se o seu IMC está entre 18,5 e 24,9 kg/m2. O IMC (índice de massa corporal) mostra se o seu peso está adequado para sua altura. É calculado dividindo-se o peso, em kg, pela altura, em metros, elevado ao quadrado. 10º Passo: Seja ativo. Acumule 30 minutos de atividade física todos os dias. Caminhe pelo seu bairro. Suba escadas. Não passe muitas horas assistindo TV.

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10.7- Alterações na comunicação

AUDIÇÃO

10.7.1- A audição é importante porque possibilita a

participação social (conversar, dançar, assistir TV, etc.). Ajuda também na proteção ao ouvir buzinas, alarmes, batimentos de portas e roncos de automóveis. O Cuidador pode perceber se o paciente está perdendo a audição ficando atento aos seguintes detalhes:

W Se ele está aumentando excessivamente o volume da TV e do rádio;

W Se pede para repetir várias vezes o que se fala; W Se apresenta distração em reuniões e se isola por isso; W Se é vítima de acidentes com mais frequência nos afazeres domésticos.

Nestes casos, informe à família, sugerindo a consulta a um otorrinolaringologista, que avaliará e encaminhará, se for necessário, ao fonoaudiólogo.

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VISÃO

10.7.2- Especialistas alertam para o mito de que a

idade necessariamente traz deterioração da capacidade de enxergar e informa sobre a prevenção da degeneração macular relacionada à idade. A idade costuma ser associada a uma degeneração total do organismo. De fato, ela traz consequências, mas elas não implicam necessariamente em doenças ou na piora da qualidade de vida. Isso se aplica, inclusive, à visão. Muitas pessoas ainda acreditam que ficar com a visão embaçada ou ver imagens distorcidas faz parte da velhice. “Hoje, o oftalmologista trabalha para desmistificar a ideia de que ‘enxergar mal’ é algo inerente ao processo de envelhecimento”, diz o oftalmologista Virgílio Centurion, diretor do IMO, Instituto de Moléstias Oculares. Enquanto alguns males, como a catarata, já são prevenidos e detectados no começo, outros ainda permanecem sem a devida atenção. O especialista alerta para a degeneração macular relacionada à idade (DMRI). “Os que sofrem com a doença pensam que a velhice retira mesmo a nitidez da visão”, afirma o médico. Filhos que Cuidam

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Com o envelhecimento da população, a incidência desta doença tende a aumentar. A degeneração macular relacionada à idade atinge especialmente pessoas com mais de 60 anos e pode levar à cegueira se não for tratada. De acordo com o Conselho Brasileiro de Oftalmologia, 2,9 milhões de pessoas com mais de 65 anos sofrem com o problema no Brasil. A doença atinge a mácula, área central da retina, responsável por enxergarmos os detalhes e as cores. Com o envelhecimento, a região recebe menos oxigênio e, para compensar essa deficiência, os vasos sanguíneos começam a se reproduzir descontroladamente. “Eles se rompem e causam uma mancha que prejudica a visão”, explica o Dr. Virgílio Centurion. Esta é a chamada forma úmida da doença. Na forma seca, a mácula também sofre falta de oxigênio, mas o local não recebe aumento de irrigação e nele se forma uma cicatriz, que causa perda da visão central. Atualmente, existem tratamentos somente para a forma úmida, que atinge a menor parcela dos pacientes, cerca de 10% dos que têm a mácula degenerada. «A forma seca interfere menos na acuidade visual e ocorre mais lentamente, mas, por não ter cura, deve ser diagnosticada o quanto antes», alerta o médico.

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VOZ

10.7.3- Para o paciente manter uma boa fala o Cui-

dador deve evitar o seu isolamento, estimulando-o a ler em voz alta, comentar artigos de jornais, revistas e noticiários. Com o consentimento e apoio da família, conduza-o a eventos sociais, aniversários, celebrações religiosas e encontros diversionais. Com relação a voz siga ainda as seguintes orientações:

W Oriente o paciente a não pigarrear pois isto irrita as pregas vocais;

W Ofereça frutas cítricas para melhorar o pigarro; W Não lhe dê chocolate e leite em excesso; W Ofereça-lhe bastante água para beber, de preferência sem gelo;

W Estimule-o a fazer exercícios de bocejo; W Dê-lhe maçã para comer nas refeições intermediárias, pois ela promove a limpeza da parte interna da boca;

W Não dê pastilhas ou soluções caseiras para aliviar o pigarro;

W Proteja o paciente de ambientes em que o exponham a variações bruscas de temperatura.

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ATENÇÃO Existem remédios usados para controlar a pressão arterial que provocam pigarro e tosse seca. É recomendável lembrar à família para a necessidade de levar o paciente ao médico caso a rouquidão persista por mais de 15 dia.

10.8- O engasgo O engasgo ocorre quando um alimento sólido ou líquido entra nas vias respiratórias, podendo desencadear: Aspiração – quando líquidos ou pedaços muito pequenos de alimentos chegam aos pulmões, o que pode provocar pneumonia por aspiração. Sufocamento – ocorre quando pedaços maiores de alimentos ou objetos param na garganta (traqueia) e impedem a passagem do ar. O Cuidador, ao perceber que a pessoa cuidada está engasgada, deve tentar em primeiro lugar retirar com o dedo o pedaço de alimento que está provocando o engasgo. Caso não consiga, deve colocar a pessoa em pé, abraçando-a em seguida pelas costas, apertando com seus braços a “boca” do estômago da pessoa. 76

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MANOBRA DE HEIMLICH4 Não é recomendável dar líquidos e/ou alimentos à pessoa que estiver engasgada. Na internet há diversos vídeos e orientações esclarecedoras de como bem realizar esta manobra.

10.8.1- Por que as pessoas da terceira idade engasgam com facilidade? 10.8.2- Cuidados para prevenir O Cuidador, ao alimentar a pessoa acamada, deve colocá-la na posição mais sentada possível, com a ajuda de almofadas e travesseiros.

A Manobra de Heimlich é o melhor método pré-hospitalar de desobstrução das vias aéreas superiores por corpo estranho. Essa manobra foi descrita pela primeira vez pelo médico estadunidense Henry Heimlich em 1974 e induz uma tosse artificial, que deve expelir o objeto da traqueia da vítima. Resumidamente, uma pessoa fazendo a manobra usa as mãos para fazer pressão sobre o final do músculo diafragma. Isso comprimirá os pulmões e fará pressão sobre qualquer objeto estranho na traqueia. 4

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CAPÍTULO


11- DOENÇAS MAIS COMUNS QUE O CUIDADOR DEVE CONHECER OS SINTOMAS Geralmente, os problemas de saúde mais comuns entre as pessoas da terceira idade podem ser bem controlados e muitas vezes podem ser prevenidos através de uma melhoria no estilo de vida. O paciente não está condenado a ficar doente apenas por ter mais idade.

11.1- Doenças comuns nas pessoas da terceira idade

De acordo com o Manual para Cuidadores de Idosos do Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual (IAMSPE) do Estado de São Paulo, são as seguintes as doenças mais comuns que o Cuidador deve conhecer os sintomas: 80

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DOENÇAS MAIS COMUNS QUE O CUIDADOR DEVE SABER DOENÇAS

FATORES

Diabetes (altos níveis de açúcar no Obesidade, sedentarismo, casos na sangue) - é doença que aumenta família com a idade Osteoporose (enfraquecimento Fumo, sedentarismo, dieta pobre dos ossos, com maior facilidade em cálcio. Na mulher o risco é sete para quebrar, e mais difícil de “colar” vezes maior (recuperar-se de fraturas) Osteoartrose (desgaste das articulações) é um desgaste das articulações, que acomete 70% dos idosos; pode acometer a coluna, joelhos, quadril e mãos, e a manifestação principal é dor crônica

Obesidade, traumatismo, casos na família. Não tem cura mas as complicações podem ser prevenidas com ginásticas de alongamento, fortalecimento dos músculos e orientação de postura (como andar, dormir, pegar pesos).

Infecção urinária

Retenção urinária no homem. Na mulher, incontinência urinária

Pneumonia

Gripe, enfisema e bronquite anteriores. Alcoolismo e imobilização na cama

Enfisema e bronquite crônica

Fumo, casos na família, poluição ambiental excessiva

Infarto, angina, insuficiência cardíaca

Pouca atividade física (sedentarismo), fumo, diabetes, alta taxa de gordura no sangue (colesterol) e obesidade (gordura) Filhos que Cuidam

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Pressão alta (hipertensão) Obesidade, sedentarismo e excesso a pressão sanguínea não deve de estresse aumentar com a idade, mas é uma doença comum da terceira idade e deve ser tratada Derrames

Pressão alta, fumo, sedentarismo, obesidade e colesterol elevado.

Acidente vascular cerebral – Manifesta-se frequentemente pela também conhecido como derrame perda de força muscular (paralisia) cerebral, é uma obstrução súbita da de metade do corpo. circulação do cérebro. A prevenção inclui o tratamento da hipertensão arterial, do diabetes e do excesso de colesterol

Demência – popularmente conhecida como esclerose, inclui doenças como a Demência de Alzheimer e a Demência Vascular. Afeta a capacidade de memória, fala, escrita.

Catarata – doença na vista, que prejudica a visão, facilmente tratada com cirurgia.

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A demência de Alzheimer ainda não tem prevenção. A demência vascular é causada por áreas de ausência de circulação no cérebro, e pode ser prevenida com o bom controle da pressão, do diabetes, do colesterol, dos excessos de fumo e bebidas alcoólicas.


11.2- Tipos de câncer que mais afetam pessoas da terceira idade

ATENÇÃO:

• Nem sempre é fácil distinguir entre alterações normais do envelhecimento e doenças da terceira idade. • Por isso é necessário muito cuidado para não atribuir erroneamente ao envelhecimento natural, doenças que são passíveis de prevenção e tratamento, ou mesmo cura.

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CÂNCER DE MAMA:

45% dos casos diagnosticados são em mulheres com mais de 65 anos; por isso são importantes os exames preventivos (como o auto-exame e a mamografia) na terceira idade. CÂNCER DE PRÓSTATA:

é doença comum na terceira idade.

CÂNCER DE CÓLON E RETO (INTESTINO):

são doenças comuns na terceira idade, principalmente nas pessoas com constipação crônica (intestino preso), consumidores de alimentos pobres em fibras e fumantes. CÂNCER DE PELE:

muito comum nas pessoas da terceira idade, principalmente naquelas de pele clara e que foi muito exposta ao sol durante a vida; geralmente é de fácil tratamento, se diagnosticado precocemente. 84

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CAPÍTULO


12- MEDICAMENTOS 12.1- O que o Cuidador deve saber antes de administrar o medicamento no paciente da terceira idade O uso correto da medicação é fundamental para a recuperação da saúde e para isso são necessários alguns cuidados. Peça ajuda à equipe de saúde para organizar a medicação.

REMÉDIO REMÉDIO

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REMÉDIO


12.2- Como conservar os medicamentos Mantenha os medicamentos nas embalagens originais, assim fica fácil controlar a data de validade e evita que se misturem; Há no mercado caixinhas porta-medicação que auxiliam as pessoas a tomar corretamente os medicamentos. Essas caixinhas são divididas por períodos do dia (manhã, almoço, jantar, ao deitar) e ainda podem ser separadas por dia da semana, ou seja, uma caixinha por dia da semana; Os materiais e medicações de curativos, tais como: pomada, gaze, luva, tesoura, faixa, esparadrapo, soro fisiológico e outros devem ser guardados em uma caixa com tampa, separados dos outros medicamentos; O material e a medicação utilizados para nebulização devem ser guardados secos em uma caixa de plástico com tampa. Caixa de madeira e papelão não são indicadas pois podem favorecer à formação de fungos; Peça orientação à equipe de saúde sobre o planejamento dos horários de medicação. Sempre que possível é bom evitar ministrar medicação nos horários em que a pessoa dorme, pois isso interfere na qualidade do sono; Mantenha os medicamentos em local seco, arejado, longe do sol e principalmente onde as crianças não possam mexer; Filhos que Cuidam

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Evite guardar medicamentos em armários de banheiro e ao lado de filtro de água, pois a umidade pode estragar a medicação; Mantenha a última receita junto à caixa de medicamentos, pois isso facilita consultá-la em caso de dúvidas ou apresentá-la ao profissional de saúde quando solicitada; Não acrescente, diminua, substitua ou retire medicação sem o conhecimento da equipe de saúde; Se após tomar um medicamento a pessoa cuidada apresentar reação estranha, avise imediatamente à família e à equipe de saúde; Produtos naturais, como os chás de plantas medicinais, são considerados medicamentos e alguns deles podem alterar a ação da medicação que a pessoa estiver usando. Se a pessoa cuidada usar algum desses produtos avise à equipe de saúde; Acenda a luz sempre que for preparar ou ministrar medicação para evitar troca de medicamentos; Sempre leia o nome do medicamento antes do preparo e de dar à pessoa, pois medicamentos diferentes podem ter a mesma cor e tamanho, e também um mesmo medicamento pode variar de cor e formato dependendo do fabricante; Não use medicamentos que foram receitados para outra pessoa, ainda que os sintomas sejam os mesmos.

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CAPÍTULO


13- LOCOMOÇÃO E TRANSFERÊNCIA DE PESSOAS DEPENDENTES 13.1- Posições de decúbito Decúbito é um termo técnico que se refere à posição da pessoa que está deitada, não necessariamente dormindo. Pode ser usado em hospitais ou na residência do paciente, relacionando-o à posição em que o paciente se encontra, visto que a mesma deve ser mudada (casos de incapacidade motora) a cada 2 horas, para evitar o aparecimento de lesões por pressão (escaras) ocasionadas pela diminuição do fluxosanguíneo e má oxigenação na pele e tecidos.

OS TIPOS DE DECÚBITO MAIS COMUNS SÃO: DECÚBITO DORSAL OU SUPINA (pessoa que deita com a barriga para cima) – esta posição é muito utilizada para exames físicos;

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DECÚBITO VENTRAL OU PRONA (pessoa que deita de bruços) – esta posição é muito indicada para exames de coluna vertebral e região cervical;

DECÚBITO LATERAL (esquerdo ou direito) – esta posição é utilizada para repouso;

POSIÇÃO DE TRENDELEMBURG (variável da supina, onde a parte superior do dorso é abaixada e os pés são elevados numa angulação de 10° a 15°) – é indicada para facilitar a drenagem de secreções brônquicas e para melhorar o retorno venoso;

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POSIÇÃO DE FOWLER (variável da supina, porém a cabeceira é elevada a um angulo de 45° a 60° e os joelhos são ligeiramente elevados) – posição indicada para descanso em pessoas com dificuldades respiratórias;

POSIÇÃO DE SIMS (similar a posição lateral, mas o peso do paciente é colocado no ilíaco anterior, úmero e clavícula);

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13.2- Precauções na mobilidade de pessoas dependentes A mobilidade e a transferência do paciente dependente exigem ações, técnicas especiais e muita atenção e habilidade do Cuidador. Mover o paciente na cama e providenciar a sua locomoção para a cadeira de rodas ou para a poltrona, e vice-versa, na maioria das vezes requer a aplicação das técnicas já desenvolvidas pelos profissionais da saúde. Recomenda-se antes de adotar qualquer procedimento fazer a avaliação do paciente para o movimento que vai realizar e comunicá-lo da ação a que vai submetê-lo. Na sequência, prepare antecipadamente todos os equipamentos que vão ser utilizados e os novos espaços que vão ser ocupados, evitando os improvisos. No guia de procedimentos deste Manual há a indicação de vários vídeos do youtube com orientação específica para cada uma das situações especiais de mobilidade e de transferência do dependente.

13.3- Prevenindo lesões por pressão (LPP) Pessoas que não conseguem se movimentar e ficam acamadas ou sentadas por muito tempo na mesma posição podem apresentar feridas conhecidas por LPP. Estas lesões podem ocorrer em qualquer parte do corpo onde tenha saliência óssea, mas são mais comuns nas nádegas, calcanhares e nas regiões laterais da coxa. Filhos que Cuidam

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Importante! Para tratamento da Lesão por pressão (LPP) é preciso uma avaliação e orientação do PROFISSIONAL DE SAÚDE. NÃO deixe a pessoa deitada ou sentada em cima da ferida. 94

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MEDIDAS QUE PODEM SER USADAS PELO CUIDADOR PARA DIMINUIR O PROBLEMA: A pele deverá estar sempre limpa, seca e hidratada. Evite água quente e use um sabão suave para não causar irritação ou ressecamento da pele. A pele seca deve ser tratada com cremes hidratantes de uso comum; Evite massagens nas regiões de proeminências ósseas se observar avermelhidão, manchas roxas ou bolhas pois isto indica o início da lesão e a massagem irá causar mais danos; A mudança de posição ou decúbito deve ser feita pelo menos a cada duas horas se não houver contraindicações relacionadas às condições gerais do paciente. O horário das mudanças deverá estar pronto e sinalizado próximo ao leito do paciente. Travesseiros ou almofadas de espuma devem ser usados para manter as proeminências ósseas (como os joelhos) longe de contato direto um com o outro. Os calcanhares devem ser mantidos levantados da cama usando um travesseiro debaixo da panturrilha ou barriga da perna;

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Se a pessoa estiver em cadeira de rodas ou poltrona use uma almofada de ar, água ou gel, mas nunca use aquelas almofadas que tem um orifício no meio (roda d´água) pois elas favorecem o aumento da pressão. Use aparelhos como o trapézio, ou o forro da cama para movimentar o paciente ao invés de puxa-lo ou arrasta-lo. Evite que a pessoa fique sentada ininterruptamente em qualquer cadeira. Os indivíduos que são capazes, devem ser estimulados a levantar o seu peso a cada quinze minutos. Diariamente o cuidador deve examinar a pele do paciente. Se apresentar sinais de LPP, o Cuidador deve comunicar imediatamente à família e ao profissional de saúde.

A lesão em todos os casos, deve ser lavada somente com soro fisiológico ou água. Não use sabão, sabonete, álcool, mertiolate, mercúrio cromo, iodo (povidine), etc.

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CAPÍTULO


14- PARADA CARDÍACA 14.1- O que é parada cardíaca Dra. Ana Luiza Lima (Cardiologista) no site http://www. tuasaude.com/parada-cardiaca/ traz informações elucidativas sobre este importante assunto e assim a define: “Parada cardíaca é uma situação de emergência que pode levar à morte em poucos minutos, se não for tratada rapidamente. Nesta situação, o coração está gravemente comprometido e deixa de bater ou passa a bater muito lentamente, de forma insuficiente.”

14.2- Sintomas de parada cardíaca Segundo a Drª Luiza, antes da pessoa apresentar uma parada cardíaca, ela pode sentir: Dor forte no peito, abdômen e nas costas; Dor forte de cabeça; Falta de ar ou dificuldade em respirar; Fortes palpitações. Dor irradiada para o braço Sudurese

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14.3- Como saber se a pessoa está em parada cardíaca O Cuidador pode levantar esta suspeita quando o paciente se encontrar nas seguintes situações: É encontrado desacordado (tenta acordá-lo com movimentos lentos e/ou estímulos dolorosos); Não responde quando chamado (chame-o em voz alta para ver se ela responde); Não respira (verifique se ele respira; coloque o seu ouvido bem próximo da sua boca; observe o seu abdômen); Verifique a sua pulsação; Pesquise se o coração está batendo, colocando os dedos anelar e indicador na artéria carótida (na base da mandíbula, próxima à garganta).

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14.4- Primeiros socorros em caso de parada cardíaca Em primeiro lugar o Cuidador deve chamar uma ambulância ligando para o número 192 ou 193, e comunicar a família. Em seguida, iniciar o mais rápido possível a massagem cardíaca, descrita em detalhes abaixo: 1. Deite a vítima no chão de barriga para cima; 2. Posicione o queixo da vítima mais para cima, para facilitar a respiração; 3. Abra a boca da vítima, para facilitar a entrada de ar; 4. Posicione suas mãos no meio do tórax do paciente, como mostram as imagens; 5. Empurre as suas mãos com força e rapidamente sobre o coração, na velocidade de mais de 100 compressões por 2 minutos.

A cada 2 minutos, observe se o paciente respira ou responde. Caso contrário, continue as massagens até a chegada do socorro. 100

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O que está descrito acima pode ser visualizado com mais detalhes, inclusive com a respiração boca a boca, nos vídeos abaixo, disponíveis no youtube: www.youtube.com/watch?v=dRDSFK_PHMo www.youtube.com/watch?v=y5OTUN64ISs www.youtube.br/3MDp48717h4

ATENÇÃO • O Cuidador deve ter sempre em lugar visível e de fácil acesso os números dos telefones para os casos de emergência médica: Da ambulância; Dos serviços de atendimento emergenciais em casos de problemas cardíacos; Da equipe de saúde, em primeiro lugar do cardiologista; Das pessoas da família de maior poder de iniciativa;

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14.5- Causas da parada cardíaca As causas da parada cardíaca podem ser: Choque elétrico; Envenenamento; Doença cardíaca (infarto, arritmia, dissecção de aorta, tamponamento cardíaco, insuficiência cardíaca); Acidente vascular cerebral; Insuficiência respiratória; Afogamento; A parada cardíaca acontece, mais frequentemente, em indivíduos com problemas cardíacos, doenças pulmonares crônicas, fumantes, diabéticos, obesos, colesterol alto, triglicerídeos elevados ou em pessoas com hábitos de vida pouco saudáveis e alimentação inadequada.

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CAPÍTULO


15- O ENVELHECIMENTO O envelhecimento é um processo na diminuição progressiva das áreas motora, sensitiva e cognitiva. Na verdade, começamos a envelhecer desde a nossa concepção.

15.1- Quando a pessoa é considerada da terceira idade A classificação dos integrantes da terceira idade varia conforme a cultura e o desenvolvimento da sociedade em que vive. A Organização Mundial da Saúde (OMS) classifica cronologicamente como sendo da terceira idade as pessoas com mais de 65 anos de idade em países desenvolvidos, e com mais de 60 anos, em países em desenvolvimento. Para a geriatria, o ramo da medicina que foca o estudo, a prevenção e o tratamento de doenças e da incapacidade em idades avançadas, a pessoa só é considerada de terceira idade após completar 75 anos. Com a chegada da terceira idade, alguns problemas de saúde passam a se tornar mais comuns, como por exemplo, a osteoporose e o mal de Alzheimer. Nessa fase as pessoas apresentam mudanças físicas e emocionais, e suas habilidades regenerativas acabam ficando limitadas, que os expõem à perigos, por isso nessa fase torna-se tão importante a assistência de um Cuidador.

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15.2- Tipos Há dois processos de envelhecimento do ser humano: Envelhecimento verdadeiro intrínseco: esperado (previsível inevitável e progressivo). Pode ser retardado, mas nunca parado; Envelhecimento extrínseco ou foto envelhecimento: por exposição continuada, abusiva aos raios solares. A pele apresenta, precocemente, alterações comuns à pele senil. O primeiro tipo representa aquele comum aos órgãos e o segundo mais intenso e evidente, é o que ocorre devido aos danos causados pela radiação ultravioleta. O envelhecimento causado pela idade é mais suave, lento e gradual, causando danos estéticos muito pequenos. Já o foto envelhecimento é mais danoso e agressivo à superfície da pele, sendo responsável por modificações como rugas, engrossamento, manchas e o próprio câncer de pele.

15.3- Causas Para o médico americano Dr. Mike Moreno envelhecer é natural, no entanto, é possível atrasar o “relógio interno” e exibir uma idade biológica menor do que a verdadeira. Existem meios simples para retardar o processo de envelhecimento, afirma o especialista. Filhos que Cuidam

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No livro “O Plano dos 17 Dias Para Manter-se Jovem” (Ed. Fontanar) o especialista enumera e explica cinco processos que prejudicam o funcionamento normal do organismo e favorecem o envelhecimento. Segundo o Dr. Moreno, todos esses processos podem ser atenuados com boa alimentação, consumo correto de vitaminas e a prática regular de exercícios físicos.

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SÃO OS SEGUINTES OS FATORES QUE FAZEM O CORPO ENVELHECER:

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1 – INFLAMAÇÃO De acordo com o especialista, a inflamação é um processo normal dentro do organismo, que ajuda o corpo a combater infecções e a reparar tecidos danificados. O problema é quando ela fica fora de controle e não desaparece naturalmente. “Quando isso acontece em lugares perigosos, como artérias ou articulações, células são danificadas, e você pode ficar bastante doente e enfraquecido”, escreve Dr. Moreno, que é membro da Academia Americana de Médicos da Família. Não se sabe exatamente o que é que pode causar a inflamação crônica, mas é sabido que o cigarro é uma das principais causas de inflamação no corpo. A obesidade, o sedentarismo e o estresse também contribuem. Como prevenir: Dr. Moreno sugere manter o peso ideal, fugir do sedentarismo, entender quais são as gorduras boas e ruins, comer carboidratos bons e moderar o consumo de bebidas alcoólicas – moderação, para Dr. Moreno, significa 1 dose diária. 2 – ESTRESSE OXIDATIVO – QUANDO O CORPO ‘ENFERRUJA’ O livro explica que o processo de oxidação no organismo pode ser comparado à ferrugem, e que há limites para a oxidação natural do corpo. Quando fica excessiva, acontece o chamado estresse oxidativo, em que as células vão, pouco a pouco, sendo danificadas. E os vilões são os radicais livres. Com o tempo, os radicais livres podem se acumular no corpo e levar a problemas sérios de saúde, como câncer, diabetes, aterosclerose e artrite reumatoide”, explica. Para prevenir: Ingerir antioxidantes como vitaminam A, C, E, betacaroteno, selênio, bioflavonóides e as plantas ginkgo 108

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biloba e ginseng. Alimentos coloridos são ricos em antioxidantes. Moreno também recomenda praticar exercício físico com moderação – nada de exageros. Um sinal para saber se a intensidade do exercício foi correta é a ausência de dores e cansaço após 48 horas. 3 – GLICOSILAÇÃO É um nome complicado para um processo que acontece quando moléculas de açúcar se unem com proteínas dos alimentos. O resultado dessa mistura não é nada bom. “E essa massa dura e emaranhada de tecidos, como você pode imaginar, faz um estrago na flexibilidade dos seus órgãos, levando-os a enrijecer. Esse enrijecimento no seu coração, por exemplo, pode afetar drasticamente a sua capacidade de bombear sangue”, explica o médico no livro. Para prevenir: O médico indica evitar a ingestão de xarope de milho rico em frutose, que está presente em muitos alimentos industrializados e comer também frutas ricas em anti-inflamatórios chamados cianinas. Eles ajudam a evitar a glicosilação e fazem a pele parecer mais jovem. 4- METILAÇÃO Dr. Moreno explica que a metilação é um processo vital das células do corpo. É ela quem determina se a pessoa vai absorver com sucesso vitaminas, enzimas ou outros compostos químicos ingeridos com a alimentação. Segundo Dr. Moreno, se o organismo não estiver realizando essa função adequadamente, é possível tratar a causa do problema, que geralmente se deve a uma deficiência na ingestão de ácido fólico, uma vitamina do complexo B. Filhos que Cuidam

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Comer ovos e sementes, por exemplo, ajudam, pois são alimentos ricos nessa vitamina. Para prevenir: Comer gema de ovo (é rica em vitamina B12), investigar se não está tomando medicamentos que interferem na absorção dessa vitamina e comer sementes de girassol, que são muito nutritivas. Mastigue algumas como lanche, ou espalhe uma colherada delas na salada ou na sopa. O mesmo vale para sementes de abóbora, de chia e de gergelim. Mas cuidado com o sódio; prefira o tipo sem sal. E elas são mais calóricas do que você imagina, portanto, não exagere, aconselha o médico no livro. 5 – BAIXA IMUNIDADE A imunidade também é um fator importante para a prevenção de doenças. Com o passar dos anos, segundo descreve o Dr. Moreno, o sistema imunológico vai ficando mais debilitado, algo que pode ser melhorado com uma alimentação adequada e hábitos de higiene. Vale a pena mencionar que todos os cinco fatores do envelhecimento estão inter-relacionados de alguma forma; portanto, as mudanças de estilo de vida e comportamento que você faz para um fator afetam os outros quatro. Para prevenir: Lavar as mãos frequentemente, tomar todas as vacinas necessárias, assegurar que a ingestão de vitaminas seja satisfatória, não fumar e só usar antibióticos quando recomendado pelo médico, orienta o Dr. Moreno.” É importante ressaltar que todos os cinco fatores do envelhecimento estão interligados de alguma forma. As mudanças de estilo de vida e comportamento, portanto, que você faz por um fator afetam positivamente os outros quadros. 110

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15.4- As mudanças mais encontradas durante o envelhecimento As alterações no envelhecimento do nosso corpo são:

w Visão; w Sistema nervoso; w Coração; w Vasos; w Pulmões; w Rins;

w Bexiga; w Intestino; w Estômago; w Músculos; w Ossos; e w Pele.

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15.5- As reações mais comuns de uma pessoa da terceira idade

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As reações mais comuns são:

w

Irritabilidade ou agressividade verbal ou física por não aceitar a doença e a situação de dependência;

w

Ciúme e inveja por não aceitar que as pessoas ao seu redor se divirtam ou trabalhem;

w

Supervalorização de sua doença para chamar a atenção da família e do cuidador;

w

Comportamento de mimo e resistência ao tratamento e às atividades sugeridas;

w

Incômodo por estar dando trabalho aos familiares, demonstrando sentimento de culpa.

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CAPÍTULO


16- A DEMÊNCIA 16.1- O que é

A demência faz parte de um grupo de sinais e sintomas comuns a várias doenças que chamamos de síndrome, neste caso, síndrome demencial. A pessoa com demência vai perdendo a capacidade e as habilidades de fazer coisas simples. A demência provoca perda de memória, confusão, comportamentos estranhos e mudanças na personalidade. Ainda não existe cura para a demência, no entanto há tratamentos que aliviam os sinais e sintomas da doença. O Cuidador, ao perceber sinais de demência na pessoa cuidada, deve informar à família e à equipe de saúde. O diagnóstico médico é um aspecto importante no tratamento, pois a demência pode apresentar os mesmos sinais e sintomas de outras doenças. 114

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16.2- Causas A demência é uma doença de causa desconhecida, caracterizada pela morte rápida de muitas células do cérebro. Geralmente começa com esquecimentos leves que vão evoluindo pouco a pouco.

16.3- Tipos de Demência Dentre as várias doenças que fazem parte da síndrome demencial, a de ALZHEIMER é a mais comum e responde por 60% dos casos.

ALÉM DESTA EXISTEM OUTROS TIPOS DE DEMÊNCIA: Demência com corpos de Lewy, cujos sintomas são similares aos do Alzheimer e cuja incidência é a segunda maior entre as demências (perdendo apenas para o próprio Alzheimer); Filhos que Cuidam

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Demência vascular, resultante de uma série de pequenos acidentes vasculares cerebrais (AVC); Demência frontotemporal, que é uma degeneração que ocorre no lóbulo frontal do cérebro e que pode se espalhar para o lóbulo temporal.

16.4- Sintomas A medida em que a demência avança os sintomas se tornam mais visíveis pois as dificuldades em algumas áreas mentais são mais evidentes. São as seguintes as áreas mais afetadas: linguagem, memória, percepção, capacidade cognitiva, comportamento emocional e capacidade de julgamento. Quando estas áreas estão muito comprometidas outros sintomas aparecem e a pessoa com demência pode apresentar os seguintes sinais e sintomas:

W Perda de objetos dentro da própria casa; W Esquece detalhes, eventos e conversas recentes; W Sofre alterações no sono (dorme demais ou não dorme); W Apresenta maior dificuldade para ler e escrever; W Emite frases confusas e demonstra raciocínio lento; W Há dependência total ou parcial nas AVDs; W Perda total ou parcial da noção do tempo e do espaço; 116

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W Falha na memória, a pessoa se lembra perfeitamente de fatos ocorridos há muitos anos, mas esquece o que acabou de acontecer;

W Desorientação, como dificuldade de se situar quanto à hora, dia e local e perder-se em lugares conhecidos;

W Dificuldade em falar ou esquecer o nome das coisas.

Para superar essa falha, descreve o objeto pela sua função, ao não conseguir dizer caneta, diz: “Aquele negócio que escreve”;

W Dificuldade em registrar na memória fatos novos, por isso repete as mesmas coisas várias vezes;

W Alterações de humor e de comportamento: choro, an-

siedade, depressão, fica facilmente zangada, chateada ou agressiva, desinibição sexual, repetição de movimentos como abrir e fechar gavetas várias vezes;

W Dificuldade de compreender o que lhe dizem, de executar tarefas domésticas e fazer sua higiene pessoal;

W Comportar-se de maneira inadequada fugindo às regras sociais como sair vestido de pijama, andar despido, etc.;

W Esconder ou perder coisas e depois acusar as pessoas de tê-las furtado;

W Ter alucinações, ver imagens, ouvir vozes e ruídos que não existem. À medida que a doença progride, os sinais e os sintomas se tornam mais marcantes e incapacitantes.

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O Cuidador, ao perceber sinais de demência na pessoa cuidada, deve informar à família do paciente e à equipe de saúde. Quando a demência é severa o paciente não consegue reconhecer os familiares e os amigos e sequer compreende a linguagem. O diagnóstico médico é um aspecto importante no tratamento, pois a demência pode apresentar os mesmos sinais e sintomas de outras doenças.

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CAPÍTULO


17- DOENÇA DE ALZHEIMER 17.1- A que refere o nome Alzheimer Seu nome oficial refere-se ao médico Alois Alzheimer, o primeiro a descrever a doença, em 1906. Ele estudou e publicou o caso da sua paciente Auguste Deter, uma mulher saudável que, aos 51 anos, desenvolveu um quadro de perda progressiva de memória, desorientação e distúrbio de linguagem (com dificuldade para compreender e se expressar), tornando-se incapaz de cuidar de si. Após o falecimento de Auguste, aos 55 anos, o Dr. Alzheimer examinou seu cérebro e descreveu as alterações que hoje são conhecidas como características da doença.

17.2- O que é a doença de Alzheimer É uma doença do cérebro (morte das células cerebrais e consequente atrofia do cérebro), progressiva, irreversível e com causas e tratamento ainda desconhecidos. Evolui progressivamente até atingir outras funções mentais, acabando por determinar a total ausência de autonomia dos doentes. Com a evolução da doença as pessoas tornam-se incapazes de realizar a mais pequena tarefa, deixam de reconhecer os familiares, ficam incontinentes e acabam, quase sempre, em cadeira de rodas ou acamados. É uma doença relacionada com a idade, afetando as pessoas com mais de 50 anos. 120

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A doença se apresenta como demência, ou perda de funções cognitivas (memória, orientação, atenção e linguagem), causada pela morte de células cerebrais. Quando diagnosticada no início, é possível retardar o seu avanço e ter mais controle sobre os sintomas, garantindo melhor qualidade de vida ao paciente e à família.

17.3- Qual é a causa da doença de Alzheimer? A causa da doença de Alzheimer ainda é desconhecida. A comunidade científica entende que é uma doença geneticamente determinada, embora não seja necessariamente hereditária. Isto é, não implica que se transmita entre familiares, nomeadamente de pais para filhos.

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17.4- Como diagnosticar que uma pessoa está com Alzheimer? Não há exame capaz de diagnosticar cem por cento a doença. O diagnóstico geralmente é feito pela exclusão de outras causas de demência, pela análise do histórico do paciente, por análises ao sangue, tomografia ou ressonância, de entre outros exames.

17.5- Quais são os sintomas da doença de Alzheimer? No Capítulo deste livro referente à Demência há inúmeros sintomas que afetam as pessoas dementes, também aplicáveis à Doença de Alzheimer. Vale lembrar ao Cuidador que a Doença de Alzheimer é a forma mais comum de Demência, constituindo cerca de 50% a 70% de todos os casos. Normalmente as pessoas acometidas da doença começam a apresentar pequenos esquecimentos, perda de memória e que se vão agravando paulatinamente. Os pacientes tornam-se confusos e, por vezes, agressivos, passando a apresentar alterações da personalidade e distúrbios de conduta. Com o agravamento da doença acabam por não reconhecer os próprios familiares e até a si mesmos quando colocados frente a um espelho.

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À medida que a doença evolui, tornam-se cada vez mais dependentes de terceiros, principalmente quando iniciam as dificuldades de locomoção e de comunicação. Em determinado momento a família não mais dá conta de uma adequada assistência ao portador da doença, fazendo-se necessário a contratação de cuidador profissional, com um mínimo de conhecimentos técnicos de como tratar o doente, principalmente nas suas atividades elementares do quotidiano, como alimentação, higiene, vestuário, etc.

17.6- Existe tratamento para a doença? De acordo com a Associação Brasileira de Alzheimer, no site http://abraz.org.br/sobre-alzheimer/tratamento, “até o momento, não existe cura para a Doença de Alzheimer. Os avanços da medicina têm permitido que os pacientes tenham uma sobrevida maior e uma qualidade de vida melhor, mesmo na fase grave da doença. As pesquisas têm progredido na compreensão dos mecanismos que causam a doença e no desenvolvimento das drogas para o tratamento. Os objetivos dos tratamentos são aliviar os sintomas existentes, estabilizando-os ou, ao menos, permitindo que boa parte dos pacientes tenha uma progressão mais lenta da doença, conseguindo manter-se independentes nas atividades da vida diária por mais tempo. Os tratamentos indicados podem ser divididos em farmacológico e não farmacológico.

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Quanto ao tratamento farmacológico o Cuidador não tem qualquer intervenção, a não ser contribuir para a aplicação da recomendação médica. No tratamento não farmacológico, segundo a Associação Brasileira de Alzheimer “há evidências científicas que indicam que atividades de estimulação cognitiva, social e física, beneficiam a manutenção de habilidades preservadas e favorecem à funcionalidade. Com o intuíto de auxiliar os pacientes, algumas famílias ou cuidadores tendem a sobrecarregá-los, contudo, com atividades que julgam poder ajudar no tratamento, desfavorecendo resultados e correndo o risco de criar resistência ou de tornar o ambiente tenso. A qualidade e a quantidade de estímulos devem ser monitoradas e avaliadas a partir da resposta dos pacientes. Não é objetivo dos tratamentos não farmacológicos fazer com que a pessoa com demência volte a funcionar como antes da instalação da doença, mas que funcione o melhor possível a partir de novos e evolutivos parâmetros. Quando estimulados e submetidos a atividades que conseguem realizar, os pacientes apresentam ganho de autoestima e iniciativa, e assim tendem a otimizar o uso das funções ainda preservadas. As intervenções oferecidas podem ser de áreas diversas. Quando combinadas, podem obter melhores resultados. Embora sejam importantes, sugere-se cautela na oferta de tratamento, com intervalo entre atividades. Os tratamentos a seguir, embora envolvam o trabalho do Cuidador, devem ser planejados pela equipe de saúde. ”

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17.6.1- Estimulação cognitiva Consiste em atividades ou programas de intervenção que visam a potencializar as habilidades cognitivas mediante a estimulação sistemática e continuada em situações práticas que requerem o uso de pensamento, raciocínio lógico, atenção, memória, linguagem e planejamento. O objetivo geral desse tipo de estimulação é minimizar as dificuldades dos pacientes a partir de estratégias compensatórias, para que possam fazer uso de recursos intelectuais presentes de maneira consistente. Durante as atividades são utilizadas técnicas que resgatam memória antiga e exploram alternativas de aprendizado. A estimulação cognitiva pode ser praticada em tarefas variadas como jogos, desafios mentais, treinos específicos, resgate de histórias e uso de materiais que compensem dificuldades específicas (por exemplo, calendário para problemas de orientação temporal). No livro “Exercícios Diários para o Cérebro”, de autoria de Fátima Farias, há dezenas de exercícios, dos mais simples aos mais complexos que foram elaborados especialmente para melhorar as relações neuronais dos pacientes da terceira idade.

17.6.2- Estimulação social São iniciativas que priorizam o contato social dos pacientes estimulando as habilidades de comunicação, convivência e afeto, promovendo integração e evitando a apatia e a inatividade diante de dificuldades. Filhos que Cuidam

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Para a pessoa da terceira idade, o contato com a família tende a ser a principal fonte de convívio e satisfação. Há muitas maneiras de relacionamento de qualidade com alcance mútuo de satisfação: resgatar histórias antigas, especialmente envolvendo lembranças agradáveis e que tenham relevância familiar, contato físico e afetuoso bem como acompanhamento de rotina e atividades diárias. São esses os tipos de tarefas que o paciente tende a ficar mais à vontade e aproveitar melhor o momento de encontro com familiares.

17.6.3- Estimulação física A prática de atividade física e de fisioterapia oferece benefícios neurológicos e melhora na coordenação, força muscular, equilíbrio e flexibilidade. Contribui para o ganho de independência, favorece a percepção sensorial, além de retardar o declínio funcional nas atividades de vida diária. Alguns estudos mostram que atividades regulares estão associadas a evolução mais lenta da Doença de Alzheimer. Além de alongamentos, podem ser indicados exercícios para fortalecimento muscular e exercícios aeróbicos moderados, sob orientação e com acompanhamento dirigido.

17.6.4- Organização do ambiente O ambiente da pessoa com Doença de Alzheimer influencia seu humor, sua relação com as pessoas e até sua capacidade cognitiva. Diante de situações agitadas ou 126

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desorganizadas, pode haver uma tendência à confusão mental que prejudica o funcionamento de modo geral. Por isso, oferecer ambiente adequado pode ser uma forma de minimizar sintomas, bem como favorecer a qualidade de vida.

17.6.5- Tratamentos específicos para problemas específicos Em fases mais avançadas da doença, alguns pacientes podem precisar de monitoramento constante, para evitar exposição a situações de risco. Neste momento é imprescindível a presença de cuidadores profissionais e, dependendo de alguns casos, de equipe multidisciplinar de saúde. Além do auxílio dos cuidadores, pode ser necessário tratamento específico, envolvendo a busca pela minimização de dificuldades que passam interferir nas atividades diárias. Os tratamentos mais frequentes são os que requerem estímulo à locomoção e motricidade, deglutição, comunicação e nutrição.

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ATENÇÃO São muitos os profissionais que cuidam de pessoas com Doença de Alzheimer. Além de médicos (geralmente neurologistas, geriatras, psiquiatras ou clínicos gerais), há a atuação de outros profissionais de saúde: psicólogos, enfermeiros, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, nutricionistas, educadores físicos, assistentes sociais, dentistas, etc. Os cuidadores devem interagir com todos estes profissionais a fim de compreender o quadro geral do paciente e poder colaborar com as suas orientações especializadas.

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18- DIABETES As informações a seguir foram retiradas e resumidas no site MINHA VIDA (http://www.minhavida.com.br/saude/ temas/diabetes) e têm o objetivo de complementar os conhecimentos do Cuidador sobre esta doença cada vez mais comum nos brasileiros, cujo número de portadores já atinge mais 11 milhões de pessoas.

Ademais, vale referir que 3 milhões e duzentas mil pessoas tem diabetes e não sabem, pois compreendem o grande universo dos casos não diagnosticados.

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18.1- O que é Diabetes? O diabetes é uma síndrome metabólica de origem múltipla, decorrente da falta de insulina e/ou da incapacidade de a insulina exercer adequadamente seus efeitos, causando um aumento da glicose (açúcar) no sangue. O diabetes acontece porque o pâncreas não é capaz de produzir o hormônio insulina em quantidade suficiente para suprir as necessidades do organismo, ou porque este hormônio não é capaz de agir de maneira adequada (resistência à insulina).

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18.2- Tipos de Diabetes 18.2.1- Diabetes tipo 1 No diabetes tipo 1, o pâncreas perde a capacidade de produzir insulina em decorrência de um defeito do sistema imunológico, fazendo com que nossos anticorpos ataquem as células que produzem esse hormônio. O diabetes tipo 1 ocorre em cerca de 5 a 10% dos pacientes.

18.2.2- Diabetes tipo 2 No diabetes tipo 2, existe uma combinação de dois fatores - a diminuição da secreção de insulina e um defeito na sua ação, conhecido como resistência à insulina. Geralmente, o diabetes tipo 2 pode ser tratado com medicamentos orais ou injetáveis, contudo, com o passar do tempo, pode ocorrer o agravamento da doença. O diabetes tipo 2 ocorre em cerca de 90% dos pacientes. 132

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18.3- Sintomas de Diabetes

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18.3.1- Principais sintomas do diabetes Vontade de urinar com frequência Fome e sede constantes Perda de peso Fraqueza Fadiga Nervosismo Mudanças de humor Alteração visual (visão embaçada) Dificuldade na cicatrização de feridas Formigamento Infecções na pele e na unhas

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CAPÍTULO


19- HIPERTENSÃO A hipertensão é considerada atualmente a principal causa de morte no mundo, pois pode favorecer uma série de outras doenças.

19.1- O que é Hipertensão5? A hipertensão arterial ou pressão alta é uma doença caracterizada pela elevação dos níveis tensionais no sangue. Cerca de 20% da população brasileira é portadora de hipertensão, sendo que 50% são obesos.   MINHA VIDA – http://www.minhavida.com.br/saude/temas/hipertensao

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19.2- Tipos de hipertensão Quando o coração bate, contrai e bombeia sangue pelas artérias para o resto do corpo. Esta força cria uma pressão sobre as artérias. Isso é chamado de pressão arterial sistólica, cujo valor normal é inferior a 130 mmHg (milímetro de mercúrio). A pressão arterial sistólica de 140 ou mais é considerada hipertensão.

Há também a pressão arterial diastólica, que indica a pressão nas artérias quando o coração está em repouso, entre uma batida e outra. Filhos que Cuidam

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Um número normal de pressão arterial diastólica é inferior a 80, sendo que igual ou superior a 90 é considerada hipertensão. A hipertensão pode ser dividida em três estágios, definidos pelos níveis de pressão arterial. Esses números, somados às condições relacionadas que o paciente venha a ter, como diabetes ou histórico de AVC, determinam se o risco de morte cardiovascular do paciente é leve, moderado, alto ou muito alto. Além disso, quanto mais alta a pressão arterial, maior a chance de o paciente necessitar de medicamentos. ESTÁGIO I: hipertensão acima de 140 por 90 e abaixo que 160 por 100 ESTÁGIO II: hipertensão acima de 160 por 100 e abaixo de 180 por 110 ESTÁGIO III: hipertensão acima de 180 por 110.

19.3- Fatores de risco A hipertensão é herdada dos pais em 90% dos casos. Em uma minoria, a hipertensão pode ser causada por uma doença relacionada, como distúrbios da tireoide ou em glândulas endocrinológicas, como a suprarrenal. 138

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Entretanto, há vários outros fatores que influenciam os níveis de pressão arterial, entre eles:

Fumo

Consumo de bebidas alcoólicas

Obesidade

Estresse

Grande consumo de sal

Níveis altos de colesterol

Falta de atividade física

Diabetes

Sono inadequado

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19.4- Sintomas de Hipertensão Os sintomas da hipertensão costumam aparecer somente quando a pressão sobe muito: podem ocorrer dores no peito, dor de cabeça, tonturas, zumbido no ouvido, fraqueza, visão embaçada e sangramento nasal.

19.5- Diagnóstico de Hipertensão O diagnóstico de hipertensão é feito pela medida da pressão. A forma mais comum é a medida casual, feita no consultório com aparelhos manuais ou automáticos.

19.6- Tratamento de Hipertensão A hipertensão não tem cura, mas tem tratamento para ser controlada. Somente o médico poderá determinar o melhor método para cada paciente. É importante ressaltar que o tratamento para hipertensão nem sempre significa o uso de medicamentos, sendo considerados essenciais os seguintes: Manter o peso adequado, se necessário, mudando hábitos alimentares; Não abusar do sal, utilizando outros temperos que ressaltam o sabor dos alimentos; Praticar atividade física regular; 140

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Abandonar o fumo; Moderar o consumo de álcool; Evitar alimentos gordurosos; Controlar o diabetes.

19.7- Prevenção Caminhe mais, suba escadas em vez de usar o elevador; Diminua ou abandone o consumo de bebidas alcoólicas; Mantenha o peso ideal: procure um profissional de saúde e peça orientação quanto à sua alimentação; Tenha uma alimentação saudável; Diminua o sal da comida; Diminua o estresse.

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• ALÉM DESSES FATORES DE RISCO, SABE-SE QUE A INCIDÊNCIA DA HIPERTENSÃO AUMENTA COM A IDADE. ISSO PORQUE, COM O PASSAR DO TEMPO, NOSSAS ARTÉRIAS COMEÇAM A FICAR ENVELHECIDAS, CALCIFICADAS, PERDENDO A CAPACIDADE DE DILATAÇÃO. • COM OS VASOS MENOS COMPLACENTES (RELAXADO) CERCA DE 70% DOS ADULTOS ACIMA DOS 50 OU 60 ANOS POSSUEM A DOENÇA. 142

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20- DEPRESSÃO6 20.1- O que é Depressão? A depressão é uma doença que atinge 19% da população mundial, o que significa que aproximadamente uma em cada cinco pessoas no mundo apresenta o problema em algum momento da vida. No sentido patológico, há presença de tristeza, pessimismo, e baixa autoestima, que aparecem com frequência e podem combinar entre si. É necessário acompanhamento do psiquiatra tanto para o diagnóstico quanto para o tratamento adequado.

http://www.minhavida.com.br/saude/temas/depressao

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20.2- Causas Ao contrário do que normalmente se pensa, os fatores psicológicos e sociais, muitas vezes, são consequência e não causa da depressão. Vale ressaltar que o estresse pode precipitar a depressão em pessoas com predisposição, que provavelmente é genética. SÃO SINTOMAS DE DEPRESSÃO:

W Mau humor, ansiedade e angústia; W Choro fácil; W Desânimo; W Diminuição ou incapacidade de sentir alegria e prazer nas atividades de lazer;

W Apatia; W Insegurança e vazio; W Pessimismo, baixa autoestima, sensação de falta de sentido na vida;

W Sentimento de morte ou tentaiva de suicídio; W Dificuldade de concentração e raciocínio mais lento; W Diminuição do desempenho sexual; W Perda ou aumento do apetite e do peso; W Insônia ou aumento do sono (dorme demais e mesmo assim fica com sono a maior parte do tempo).

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20.3- Tratamento e cuidados O tratamento da depressão é essencialmente medicamentoso. Existem mais de 30 antidepressivos disponíveis. Ao contrário do que alguns temem, essas medicações não são como drogas, que deixam a pessoa eufórica e provocam vício. A terapia é simples e, de modo geral, não incapacita ou entorpece o paciente.

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CAPÍTULO


21- OSTEOPOROSE Como qualquer outro tecido do nosso corpo, o osso é uma estrutura viva que precisa se manter saudável.

21.1- O que é Osteoporose? A osteoporose é uma doença que ocorre quando o corpo deixa de formar material ósseo novo suficiente, ou quando muito material dos ossos antigos é reabsorvido pelo corpo - em alguns casos, pode ocorrer as duas coisas. Se os ossos não estão se renovando como deveriam, ficam cada vez mais fracos e finos, sujeitos a fraturas.

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Praticar exercícios físicos é essencial. Neste caso, os exercícios devem ter impacto mínimo. Caminhada é a atividade mais recomendada.

21.2- Causas Alguns problemas podem interferir na formação dos ossos: Deficiência de cálcio; Envelhecimento e menopausa. Cerda de 80% dos pacientes com osteoporose a tem associada ao envelhecimento ou menopausa; No caso do envelhecimento, é necessário entender que os ossos crescem somente até os 20 anos, e sua densidade aumenta até os 35 anos, começando a perder-se progressivamente a partir disso. Filhos que Cuidam

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21.3- Sintomas de Osteoporose A osteoporose é uma doença silenciosa, que dificilmente dá qualquer tipo de sintoma e se expressa por fraturas com pouco ou nenhum trauma, mais frequentemente no punho, fêmur, colo de fêmur e coluna. Outros sintomas que podem surgir com o avanço da doença são: Dor ou sensibilidade óssea; Dor na coluna vertebral; Postura encurvada.

21.4- Diagnóstico de Osteoporose Em geral, a perda óssea ocorre gradualmente com o passar dos anos. Na maioria das vezes, a pessoa irá sofrer uma fratura antes de se dar conta da presença da osteoporose. Quando isso ocorre, a doença já se encontra em um estado avançado, e o dano é grave. Por isso é recomendável a todas as pessoas da terceira idade fazerem os exames preventivos.

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CAPÍTULO


22- CUIDADOS COM A ALIMENTAÇÃO POR SONDA (DIETA ENTERAL) A dieta enteral se dá na forma líquida por meio de uma sonda que colocada no nariz ou na boca do paciente vai até ao estômago. Em alguns casos a alimentação pode ser mista, parte por via oral e o complemento através de sonda. A nutrição enteral pode ser preparada em casa ou industrializada. O Cuidador somente pode interferir neste processo se devidamente orientado pelo nutricionista ou pessoa habilitada. A fração externa da sonda pode ser trocada pelo Cuidador, com muita atenção para não deslocar a sonda. Caso a sonda saia do local, da narina por exemplo, o Cuidador deve chamar a equipe de saúde para recolocá-la.

ATENÇÃO • Sempre que for ser administrada a dieta ou medicamentos o paciente deve estar sentado ou com a cabeça elevada do leito. • Posicione o frasco da dieta enteral em posição elevada para que o seu conteúdo desça mais levemente. • É necessário lavar a sonda sempre que tiver terminada a administração do alimento.

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CAPÍTULO


23- COMO O CUIDADOR PODE AUXILIAR NO TRATAMENTO DA PESSOA PORTADORA DE DIABETES Quando analisado sob a ótica da medicina, na realidade, o diabetes não tem cura. O que pode acontecer é que a pessoa passe a apresentar, durante ou depois de um tratamento, níveis controlados de açúcar no sangue - que podem até ser níveis normais. Uma vez diagnosticada com diabetes, a pessoa será sempre diabética, ainda que bem controlada, pois os cuidados e o monitoramento regulares ainda devem ser adotados.

23.1- A ajuda do Cuidador no tratamento O Cuidador pode ser fundamental no tratamento do diabético, pois, conforme veremos a seguir, a maior parte do tratamento depende de decisões do próprio paciente, para cuja efetivação é muito importante contar com a ajuda do Cuidador. Nas dietas, nos exercícios físicos e demais procedimentos do tratamento, deve o Cuidador, porém, cumprir as recomendações da equipe de saúde. 154

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23.2- Especificidades do tratamento O tratamento correto do diabetes significa manter uma vida saudável e o controle da glicemia, a fim de evitar possíveis complicações da doença. Os principais cuidados para tratar o diabetes incluem: EXERCÍCIOS FÍSICOS A atividade física é essencial no tratamento do diabetes para manter os níveis de açúcar no sangue controlados e afastar os riscos de ganho de peso. CONTROLE DA DIETA Pessoas com diabetes devem evitar os açúcares presentes nos doces e carboidratos simples, como massas e pães, pois eles possuem um índice glicêmico muito alto. VERIFICAR A GLICEMIA O que pode ser efeito através de exames e com orientação médica. REDUZIR O CONSUMO DE BEBIDAS ALCOÓLICAS O consumo de álcool não é proibido, mas deve ser moderado e sempre acompanhado de um alimento, pois o consumo isolado pode causar hipoglicemia. EVITAR SAUNAS O diabetes afeta a microcirculação, lesionando as pequenas artérias (arteríolas) que nutrem os tecidos, que atingem

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especialmente as pernas e os pés. Em função desta alteração circulatória, os riscos de exposição às altas temperaturas e aos choques térmicos podem agravar ou desencadear quadros de angiopatias e outros problemas cardíacos. AUMENTAR OS CUIDADOS COM OS OLHOS As células da córnea do paciente com diabetes não têm a aderência que se encontra na maioria daqueles que não têm diabetes. Essa fragilidade é a porta de entrada para uma série de infeções oportunistas e doenças como catarata e glaucoma. CONTROLAR O ESTRESSE Pessoas com diabetes têm maiores chances de ter ansiedade e depressão. Os pacientes podem sentir uma sensação de ansiedade em relação ao controle da hipoglicemia, da aplicação de insulina, ou com o ganho de peso. CORTAR O CIGARRO Diabetes e cigarro multiplicam em até cinco vezes o risco de infarto. As substâncias presentes no cigarro ajudam a criar acúmulos de gordura nas artérias, bloqueando a circulação. CUIDAR DA SAÚDE BUCAL É fundamental a higiene bucal após cada refeição para o paciente com diabetes, porque o sangue dos portadores de diabetes, com alta concentração de glicose, é mais propício ao desenvolvimento de bactérias.

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24- ORIENTAÇÕES ODONTOLÓGICAS 24.1- Higiene bucal na terceira idade7 Os anos passam, mas os cuidados com os dentes devem ficar! Sendo assim, as pessoas da terceira idade precisam de cuidados e orientações específicas quanto à higiene bucal.

24.2- Doenças mais comuns em pessoas da terceira idade OS PROBLEMAS MAIS COMUNS SÃO: XEROSTOMIA (BOCA SECA): a xerostomia, que é a diminuição da quantidade de saliva, é comum em quem toma muitos medicamentos, a exemplo dos pacientes da terceira idade. No caso daqueles que sofreram radioterapia anticancerígena de cabeça e pescoço, uma diminuição do fluxo salivar ainda maior é observada e pode criar as cáries de radiação, com uma exposição muito grande na região da raiz do dente. Por isto é importante a participação dos dentistas antes dos tratamentos oncológicos se iniciarem;

Fonte: http://br.mulher.yahoo.com/blogs/sala-espera/higiene-bucal-na-terceira-idade-154856571.html

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CÁRIES DE RAIZ: com o envelhecimento, há chances de que a gengiva comece a retrair e isso faz com que os dentes pareçam mais longos. Esse processo irá começar a expor a raiz do dente, podendo causar um maior risco de cáries, a chamada “cárie de raiz”, e pode causar uma hipersensibilidade da dentina. Neste caso, a realização de uma higiene bucal diária perfeita, incluindo escovação e uso de fio dental, mais os tratamentos regulares com flúor, podem ajudar o paciente a ter dentes mais resistentes à cárie e podem auxiliá-lo a aliviar a dor associada aos dentes sensíveis. Os pacientes independentes devem ser orientados pelo Cuidador a observar maiores cuidados com dentaduras e pontes móveis quanto à sua limpeza. A periodicidade dessa prática deve ser realizada após cada refeição, antes de dormir e ao acordar, pois placas bacterianas também se formam sobre as próteses. À noite, antes de se recolher e após promover a limpeza da prótese, o paciente deve colocá-la em um recipiente fechado com água. É importante que ele não durma com a prótese para proporcionar um relaxamento dos tecidos de suporte. Se o paciente usar dentadura, mas também tiver dentes, deve-se usar uma escova para dentadura e outra escova macia ou extra macia para os dentes naturais. Já os pacientes que não têm dentes devem promover a limpeza das mucosas e gengivas utilizando-se de solução de digluconato de clorexidina a 0,12% sem álcool, aplicada numa gaze. Se o paciente tiver algum tipo de doença como artrite, artrose e gota, devido às alterações nas articulações que levam a movimentos dolorosos e limitados, deve-se fazer adaptações, como, por exemplo, com a escova através de um Filhos que Cuidam

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cabo engrossado com resina acrílica ou com escova elétrica, para facilitar os movimentos durante a higienização. Já os pacientes parcialmente e totalmente dependentes necessitam dos trabalhos do Cuidador ou Cuidadora para auxiliá-los em sua rotina diária. O Cuidador deve receber orientações sobre a importância da manutenção da saúde bucal, como, por exemplo, os cuidados com as próteses e a maneira correta de higienização bucal. Nestes casos, o cuidador é quem irá realizar a higiene bucal do paciente sob a orientação do dentista. Quando o paciente está acamado, o cuidador pode se utilizar de abridores de boca para a realização da higienização e, desta forma, escovar os seus dentes com maior facilidade. E para o enxague da boca, poderá se utilizar de uma seringa descartável com água. A cabeça do paciente é direcionada para o lado e para a frente de uma vasilha na qual a água será depositada aos poucos.


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CAPÍTULO


25- PROBLEMAS OFTALMOLÓGICOS NA TERCEIRA IDADE8 As pessoas que enxergam bem, normalmente, só procuram um médico oftalmologista quando a visão começa a falhar. Os cuidados com a saúde ocular e o atendimento rotineiro por um médico oftalmologista são formas saudáveis de proteger a visão em todas as fases da vida, especialmente na terceira idade.

UNIVISION – Centro de Excelência em Oftalmologia http://univision.med.br/ problemas-oftalmologicos-na-terceira-idade/

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25.1- Principais doenças Dentre os principais problemas de visão com grande incidência entre pessoas com mais idade, destacam-se:

visão Normal

visão com Glaucoma

visão com DMRI

visão com Catarata

Retinopatia Diabética

CATARATA SENIL: a catarata é definida como qualquer opacificação do cristalino que acarrete a diminuição da visão. As alterações podem levar desde a pequenas distorções visuais até à cegueira. Aproximadamente 85% das cataratas são classificadas como senis (maior incidência na população acima de 50 anos). A correção cirúrgica é a única opção para a recuperação da capacidade visual do portador de catarata; GLAUCOMA: doença ocular que provoca lesão no nervo óptico e deterioração de campo visual, podendo levar à cegueira. Na maioria dos casos vem acompanhada de pressão intraocular elevada, mas pode ocorrer glaucoma de ‘‘baixa pressão’’. RETINOPATIA DIABÉTICA: o diabetes é uma doença progressiva que afeta, entre outras áreas do corpo, os vasos sanguíneos do olho. As pessoas que têm diabetes apresentam um risco 25 vezes maior de perder a visão do que as demais. Filhos que Cuidam

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De acordo com a Organização Mundial de Saúde, a retinopatia diabética atinge mais de 75% das pessoas que têm diabetes há mais de 20 anos. O controle cuidadoso do diabetes, com uma dieta adequada e acompanhamento médico, é a principal forma de evitar o desenvolvimento da retinopatia diabética. Para manter a visão, diabéticos devem passar rotineiramente por uma consulta oftalmológica. DEGENERAÇÃO MACULAR RELACIONADA À IDADE (DMRI): ocorre geralmente depois dos 60 anos de idade e afeta a área central da retina (mácula). A DMRI causa baixa visão central (mancha central) trazendo enorme comprometimento da qualidade de vida. Os danos à visão central são irreversíveis, mas a detecção precoce e os cuidados podem ajudar a controlar alguns efeitos da doença.

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26- PRINCIPAIS MANUAIS CONSULTADOS GUIA PRÁTICO DO CUIDADOR - MINISTÉRIO DA SAÚDE - Secretaria de Atenção à Saúde - Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde. http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_ pratico_cuidador.pdf

CUIDAR MELHOR E EVITAR A VIOLÊNCIA - Presidência da República - Secretaria Especial dos Direitos Humanos - Subsecretaria de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos - http://www.sdh.gov.br/ assuntos/pessoa-idosa/legislacao/pdf/manual-do-cuidadora-da-pessoa-idosa

Guia do Cuidador

GUIA DO CUIDADOR – NOVARTIS - Dr. Ivan Okamoto - Mestre e doutor em Neurologia pela universidade Federal de São Paulo (uNIFESP). Coordenador do Departamento Científico de Neurologia da Cognição da Academia Brasileira de Neurologia. Diretor Científico da Associação Brasileira de Alzheimer (ABRAz). Coordenador do Instituto da Memória da uNIFESP. CRM SP 62.356 http://promemoriaonline.com.br/wp-content/themes/ digipronto/promemoria_guia_do_cuidador.pdf

UNIMED - http://www.unimed.coop.br/portalunimed/flipbook/federacao_rs/manual_cuidador/

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MANUAL DOS CUIADORES DE PESSOAS IDOSAS - GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO - Secretária Estadual de Assistência e Desenvolvimento Social - http:// www.desenvolvimentosocial.sp.gov.br/a2sitebox/arquivos/documentos/303.pdf

MANUAL DO CUIDADOR - Título original: “Care Manual” - Tradução e Revisão: Olívia Robusto Leitão, Manuela Morais e Paula Guimarães - 2.ª Edição em português 2006 – A.P.F.A.D.A. LISBOA - © Comissão Europeia e Alzheimer Europe - http://alzheimerportugal.org/pt/text-0-10-55-210-manual-do-cuidador

MANUAL PARA CUIDADORES DE IDOSOS - GOVERNO DO ESTADO DE SÃOPAULO - IAMSPE – Manual para Cuidadores dos Idosos - http://pt.slideshare.net/ gcmrs/manual-para-cuidadores-de-idosos

ALZHEIMER – Manual do Cuidador – Situações e Cuidados Práticos do Cotidiano - http://www.uesc.br/editora/livrosdigitais2015/alzheimer_manual_cuidador.pdf - http://www. uncisal.edu.br/wp-content/uploads/2012/09/MANUAL-DE-CUIDADOR-DE-IDOSOS-PEIPI.pdf



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