Fundamentos Contábeis - aula 01

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FUNDAMENTOS CONTテ。EIS AULA 01 A CONTABILIDADE

AULA 01 - A CONTABILIDADE

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CONTABILIDADE – CONCEITOS, FUNÇÃO E FINALIDADE Afinal, o que é contabilidade? “A Contabilidade é, possivelmente, um dos assuntos mais áridos do mundo. E pode também ser o mais confuso. Mas, se você quiser ser rico, pode ser o assunto mais importante. A questão é como pegar um tema entediante e confuso e ensiná-lo a crianças. A resposta é: simplifique. Comece por ensiná-lo por meio de figuras” (KIYOSAKI, Robert T.; LECHTER, Sharon L. 2011, p. 62). Origem O início da Contabilidade remonta-se à época da pedra, desde que os homens deste período trocavam seus excedentes por bens excedentes de outros homens de sua comunidade para satisfazer suas necessidades (escambo). Prova disso são escritas encontradas em grutas, principalmente, na região oriental. Após a idade da pedra, saltamos para a figura do homem primitivo contando seus rebanhos e, como todo homem possui natureza ambiciosa, ele também se preocupa com o crescimento e a evolução desse rebanho e t com sua própria riqueza. Assim, ele faz inventários (controle) em momentos diferentes e analisa a variação de sua riqueza, dando início aos registros contábeis. Importância A Contabilidade permite a obtenção de informações econômico-financeiras acerca da entidade, compreendendo, principalmente, fluxos de receitas e despesas e variações do patrimônio. É uma forma qualitativa e quantitativa de mensurar os acréscimos e decréscimos dos investimentos iniciais alocados a alguma exploração de ordem mercantil. Enfim, a Contabilidade promove o controle e a efetiva gestão do Patrimônio de uma empresa. Conceito São vários os conceitos que encontramos sobre a Contabilidade, tendo em vista sua finalidade. No Brasil, é considerada uma ciência e, assim, muitos autores a conceituam levando em consideração tal preceito. A seguir, veremos algumas definições de autores renomados da área:

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“É o instrumento que fornece o máximo de informações úteis para a tomada de decisões dentro e fora da empresa. Ela é muito antiga e sempre existiu para auxiliar as pessoas a tomarem decisões. Com o passar do tempo, o governo começa a utilizar-se dela para arrecadar impostos e a torna obrigatória para a maioria das empresas” (MARION, 2007, p. 26). “É a ciência que estuda os fenômenos ocorridos no patrimônio das entidades, mediante o registro, a classificação, a demonstração expositiva, a análise e a interpretação desses fatos, com o fim de oferecer informações e orientação sobre a composição do patrimônio, suas variações e o resultado econômico decorrente da gestão da riqueza patrimonial” (FRANCO, 1997, p. 21). De acordo com essas definições, podemos concluir que a Contabilidade tem papel fundamental no controle e gestão do patrimônio de uma empresa. Ela auxilia no conhecimento da composição e na mensuração dos valores atribuídos a este Patrimônio e permite expor seu detalhamento de maneira clara e uniforme. Isso propicia a adequação das empresas ao nicho de mercado no qual estão inseridas. Campo de Atuação A Contabilidade foi especialmente concebida para captar, registrar, acumular, resumir e interpretar os fenômenos que afetam as situações patrimoniais, financeiras e econômicas de qualquer ente, seja pessoa física ou jurídica, com ou sem fins lucrativos, ou mesmo uma entidade de direito público. Sabe-se que o desenvolvimento inicial do método contábil esteve intimamente ligado ao surgimento do capitalismo como forma quantitativa de mensurar as oscilações dos investimentos alocados a uma atividade industrial ou comercial. O surgimento do método das partidas dobradas, criado pelo Frei Lucca Paccioli, foi determinado para utilizarmos a Contabilidade como fazemos hoje. De acordo com o autor, “para toda origem, deve haver pelo menos uma aplicação de igual valor”. Essa representação é o marco principal do nosso estudo, pois baseados nele é que a Contabilidade cumpre o seu papel. Finalidade Assegurar o controle do patrimônio administrado através do fornecimento de informações e orientações sobre a composição e as variações patrimoniais, bem como sobre o resultado das atividades econômicas desenvolvidas pela entidade para alcançar seus fins,

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que podem ser lucrativos ou meramente ideais (sociais, culturais, esportivos, ou outros). (FRANCO, 1997, p. 21)

O PATRIMÔNIO Conjunto de bens, direitos e obrigações pertencentes a uma pessoa (física ou jurídica) mensurado qualitativa e quantitativamente. Bens São coisas capazes de satisfazer as necessidades humanas. São suscetíveis de avaliação econômica. Do ponto de vista contábil, pode-se dizer também que é tudo aquilo que a empresa possui, seja para uso, troca ou consumo. Os bens podem ser classificados em Tangíveis ou Intangíveis. Bens Tangíveis: corpóreos ou materiais, são os objetos passíveis de toque. Exemplos: móveis, imóveis, veículos, dinheiro, etc. Bens Intangíveis: incorpóreos ou imateriais, correspondem a determinados gastos que, por sua natureza, a legislação brasileira determina que façam parte do patrimônio. Exemplos: gasto com organização, reorganização ou modernização da empresa, benfeitorias feitas pela empresa em bens de propriedade de terceiros (reformas em imóveis alugados), direito de uso de marcas, patentes de invenção etc.

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Direitos Atualmente, é muito comum as empresas efetuarem vendas a prazo. Quando isso ocorre, o recebimento desta venda é futuro. Sendo assim, a empresa fica com um direito de receber o valor da venda no prazo determinado. Definindo, podemos dizer que os direitos são todos os valores que as pessoas ou empresas têm a receber de terceiros (clientes). Estes direitos geralmente aparecem com os nomes dos elementos seguidos da expressão “a receber”. Exemplos: Duplicatas a receber, promissórias a receber, aluguéis a receber, etc. Obrigações Comum, também, é a efetivação de compras a prazo por parte das empresas. Na ocorrência desse fato, a empresa não paga pela sua aquisição no ato da compra, esse pagamento ocorrerá futuramente. Neste caso, a empresa fica com a obrigação de pagar o valor da compra no prazo acordado. De acordo com essas informações, podemos dizer que “obrigações” são, para as empresas, todos os valores que elas têm a pagar ou a recolher para terceiros (fornecedores, funcionários, fisco, bancos, etc.). Essas obrigações geralmente aparecem com os nomes dos elementos seguidos da expressão “a pagar ou a recolher”. Exemplos: duplicatas a pagar, promissórias a pagar, aluguéis a pagar, salários a pagar, impostos a pagar ou a recolher, etc.

ASPECTOS QUALITATIVO E QUANTITATIVO DO PATRIMÔNIO Todos os relatórios elaborados a partir da Contabilidade deverão ressaltar dois aspectos: • Qualitativo: consiste em qualificar (dar nomes) aos elementos componentes do relatório, permitindo que se conheça a natureza de cada um; • Quantitativo: consiste em quantificar, ou seja, atribuir aos elementos seus respectivos valores em moeda. Patrimônio Líquido

O termo Patrimônio Líquido quer dizer o mesmo que Situação Líquida.

Apesar de a nova lei das Sociedades Anônimas (11.638/07) estar em vigor, a lei que dita a organização das contas no Balanço Patrimonial ainda é a nº 6.404/76, a qual, em seu artigo 178, estabelece que as contas, no Balanço Patrimonial, serão classificadas nos seguintes grupos:

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Grupos do Balanço Patrimonial Ativo: •

Ativo Circulante

Ativo Não Circulante

Ativo Realizável a Longo Prazo

Investimentos

Imobilizado

Intangível

Passivo: •

Passivo Circulante

Passivo Não Circulante

Obrigações Diversas

Receitas Diferidas

Patrimônio Líquido

Capital Social

Reservas de Capital

Ajustes de Avaliação Patrimonial

Reservas de Lucros

Ações em Tesouraria

Lucros/Prejuízos Acumulados

Ativo – Aplicações de Recursos O Ativo compreende os bens e direitos da entidade, expressos em moeda, como: Caixa, Bancos, Imóveis, Veículos, Equipamentos, Mercadorias, Títulos a receber, Clientes, etc. Todos os elementos componentes do Ativo encontram-se dispostos no lado esquerdo do Balanço Patrimonial. Passivo – Origens de Recursos O Passivo compreende, basicamente, as obrigações a pagar, isso é, as quantias que a empresa deve a terceiros, como: Títulos a Pagar, Fornecedores, Salários a Pagar.

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Todos os elementos componentes do Passivo encontram-se dispostos no lado direito do Balanço Patrimonial. Patrimônio Líquido – Origens de Recursos O Patrimônio Líquido, ou Situação Líquida, representa a diferença entre o valor do Ativo e do Passivo de uma entidade, em dado momento. Representa o Capital Próprio investido na empresa.

Exemplo: • Se a entidade tem um Ativo de • E um Passivo de • O Patrimônio Líquido/Situação Líquida será de

R$ 15.000,00 R$ 6.300,00 R$ 8.700,00

Fontes de Patrimônio Líquido

O Patrimônio Líquido de uma entidade pode ser proveniente das seguintes fontes:

1. Investimentos: realizados pelos proprietários em troca da participação acionária (S/A) ou quotista (Ltda.). 2. Lucros: são frutos da operação normal da empresa e ficam acumulados na entidade como fonte (adicional) de financiamento. Equação Fundamental do Patrimônio A equação fundamental do patrimônio demonstra o Patrimônio em situação normal, ou seja, em Situação Líquida Positiva. ATIVO = PASSIVO + PATRIMÔNIO LÍQUIDO Representação Gráfica do Patrimônio Para melhor visualização e entendimento, é importante representar o Patrimônio graficamente. Essa representação é feita por um gráfico em forma de “T”. Veja: PATRIMÔNIO

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No lado esquerdo, denominado Ativo, são classificados os elementos positivos (Bens e Direitos). No lado direito, denominado Passivo, são classificados os elementos negativos (Obrigações). Veja: PATRIMÔNIO ATIVO PASSIVO Bens Obrigações Direitos Equação Patrimonial O gráfico usado para representar o patrimônio pertencente a uma entidade recebe o nome de Balanço Patrimonial. A palavra “balanço” lembra uma balança de dois pratos. Para refletir sobre uma situação normal, os dois pratos da balança precisam estar em equilíbrio, ou seja, para o Balanço refletir adequadamente a situação financeira da entidade, o total do lado do Ativo deverá ser igual ao total do lado do Passivo. Na prática, entretanto, nem sempre a soma dos bens e direitos é igual à soma das obrigações. Assim, a diferença entre Ativo (bens e direitos) e Passivo (obrigações), que se denomina Situação Líquida, deverá ser colocada no gráfico sempre no lado do Passivo, como se fosse um peso no prato da balança, para manter o equilíbrio entre os dois lados.

SITUAÇÃO LÍQUIDA OU PATRIMÔNIO LÍQUIDO Agora que já sabemos o que é Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido, vejamos a representação gráfica completa do Patrimônio de uma entidade. Quando falamos de representação gráfica, estamos nos referindo às formas que o Patrimônio pode assumir e, ao mesmo tempo, ao estudo das situações líquidas patrimoniais existentes. Para exemplificar o que vamos aprender, vamos levar em consideração os seguintes elementos patrimoniais: Bens:

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Caixa

R$ 18.000,00

Móveis

R$ 27.000,00

Total dos Bens

R$ 45.000,00

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Direitos:

Aluguéis a receber

R$ 2.000,00

Clientes

R$ 20.000,00

Total dos Direitos

R$ 22.000,00

Obrigações:

Fornecedores

R$ 8.000,00

Impostos a recolher

R$ 1.000,00

Salários a pagar

R$ 4.000,00

Total das Obrigações

R$ 13.000,00

Portanto, se interpretarmos o conceito de Situação Líquida discriminado a seguir, poderemos encontrar o equilíbrio da balança que desejamos montar apresentando o Balanço Patrimonial desta entidade. Para fazer isso, devemos somar os valores dos bens e dos direitos, obtendo assim o total do Ativo. Da mesma forma, somar os valores das obrigações, obtendo o total do Passivo. Vejamos: Ou

Situação Líquida é a diferença entre o Ativo e o Passivo SL = A – P

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Representando graficamente, teremos:

ATIVO

Bens Caixa Móveis

PATRIMÔNIO

PASSIVO

45.000 Obrigações 18.000 Fornecedores 27.000 Impostos a Recolher Salários a pagar

13.000 8.000 1.000 4.000

Direitos Aluguéis a receber Clientes

22.000 2.000 PL/SL 20.000

????

TOTAL

67.000 TOTAL

???? R$ 54.000,00

Situação Líquida = R$ 67.000,00 - R$ 13.000,00 = Atualizando ATIVO 45.000

Bens Caixa Móveis

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PATRIMÔNIO Obrigações

PASSIVO 13.000

Direitos Aluguéis a receber Clientes

18.000 Fornecedores 27.000 Impostos a Recolher Salários a pagar 22.000 2.000 PL/SL 20.000

TOTAL

67.000 TOTAL

Possíveis Situações Líquidas Patrimoniais:

SL +

Ativo maior que o Passivo

SL -

Ativo menor que o Passivo

SL Nula

Ativo igual ao Passivo

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8.000 1.000 4.000 54.000

67.000


Dinâmica Patrimonial Até o presente momento, estudamos a Estática Patrimonial, na qual pudemos constatar que o Balanço Patrimonial é a demonstração contábil que reflete a situação estática do patrimônio das entidades. É como se tirássemos uma fotografia da situação patrimonial da empresa numa data fixa, na qual observamos o saldo do Caixa, das Duplicatas a Receber, das Ações, das Máquinas, das Contas a Pagar, do Capital, etc., em um determinado ponto do ano. Isso significa que não acompanhamos por meio do Balanço a evolução daquelas contas, mas observamos, por meio dele, o saldo no início de um período e o saldo ao final deste mesmo período de tempo.

Período Caixa Dupl. a receber Imóveis

ATIVO 31/12/x2 200

31/12/x1 Período 300 Fornecedores

PASSIVO 31/12/x2 600

31/12/x1 750

1.100

1.950 Contas a pagar

800

4.500

10.000

15.000 Patrim. Liquido

9.900

12.000

Nesse exemplo, vemos reforçados os conceitos estudados anteriormente. Podemos constatar, por meio da análise desse demonstrativo, qual foi a variação do Patrimônio da entidade em questão. Podemos elucidar melhor essa explanação se compararmos a estática e a dinâmica patrimonial com o seguinte fato: imagine algumas crianças brincando em um parque, correndo de um lado para outro, interagindo com os brinquedos, etc. Ao tirar uma foto dessa cena, poderíamos contemplá-las em apenas alguns pontos do parque, mas não teríamos a visão da interação das brincadeiras e todos os atos que elas desempenham nesse ambiente. Se, porém, tivéssemos uma câmera de vídeo, sem dúvida veríamos cada ato, cada brincadeira desenvolvida por completo. Nesse caso, teríamos a visão da dinâmica e não mais da estática. CONCEITOS DE CAPITAL EXISTENTES NA EMPRESA eles:

Podemos considerar quatro conceitos para a palavra Capital na Contabilidade. São

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Capital Nominal O investimento inicial feito pelos proprietários da empresa é registrado pela Contabilidade em uma conta denominada Capital. Esse é o capital nominal, que corresponde ao patrimônio líquido inicial. O capital nominal só será alterado quando os proprietários realizarem investimentos adicionais (aumentos de capital) ou retiradas de investimentos (diminuições de capital). Como o Patrimônio Líquido também é alterado pelos lucros (ou prejuízos), podemos afirmar que, muito raramente, o capital nominal coincidirá com o Patrimônio Líquido.

• A sociedade Alunos Nota Dez Ltda. foi constituída por três sócios, os quais integralizaram um Capital de R$ 100.000,00. Em Contabilidade, tal operação será representada da seguinte forma: Caixa (dinheiro) R$ 100.000,00

A

Capital R$ 100.000,00

PL

Capital Próprio O Capital Próprio, que corresponde ao conceito de Patrimônio Líquido, abrange o Capital inicial e suas variações. Por exemplo: após determinado período, a entidade Alunos Nota Dez Ltda. obteve um lucro de R$ 15.000,00, proveniente de suas operações mercantis. O Capital Próprio da empresa aumentou para R$ 115.000,00 (capital + lucros), todavia, o capital nominal (inicial) será mantido pela Contabilidade, conforme podemos observar a seguir: Caixa (dinheiro) R$ 105.000,00 Clientes

R$ 10.000,00 R$ 115.000,00

A

Capital

R$ 100.000,00

Lucro

R$ 15.000,00 R$ 115.000,00

PL

Capital de Terceiros Este capital corresponde aos investimentos feitos na empresa com recursos provenientes de terceiros. Por exemplo: suponhamos que a entidade Alunos Nota Dez Ltda. tenha comprado, a prazo, móveis para escritório por R$ 7.000,00. Teremos, então, a

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seguinte situação: Caixa (dinheiro) R$105.000,00 Clientes R$ 10.000,00 Móveis R$ 7.000,00 R$ 122.000,00

A

Valores a pagar R$ 7.000,00 Capital R$100.000,00 Lucro R$ 15.000,00 R$ 122.000,00

PL

O capital de terceiros, nesse caso, é representado pelo saldo da conta Valores a Pagar. Seria, no sentido restrito, o Passivo da entidade. Capital Total à Disposição da Entidade No sentido mais amplo, pode-se conceituar o capital como sendo o conjunto dos valores disponíveis pela empresa em dado momento. Por exemplo: consideremos como Capital à disposição da empresa o somatório dos elementos colocados à direita da situação anteriormente exposta, ou seja: Valores a Pagar + Capital + Lucros = Passvo + PL

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CONTAS É São um componente Patrimonial (Bem, Direito ou Obrigação) ou de Resultado (Despesa ou Receita). Contas Patrimoniais São as que representam os elementos componentes do Patrimônio. Dividem-se em Ativas (representativas dos bens e direitos) e passivas Passivas (Obrigações e Patrimônio

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Líquido).

ATIVO Bens Caixa Móveis

Balanço Patrimonial

Direitos Aluguéis a Receber Clientes

PASSIVO Obrigações Fornecedores Salários a Pagar

Patrimônio Líquido Capital

Contas de Resultado São as que representam as variações patrimoniais. Dividem-se em contas de despesas e receitas. •

Despesas: Água e esgoto; Material de Expediente, Salários, etc.

Receitas: Vendas de Mercadorias, Descontos Obtidos, Receita de Serviços, etc.

Função das Contas Função é a razão para qual a conta existe. As contas exercem papel de grande importância na contabilidade. Através Por meio delas é possível controlar a movimentação de todos os componentes patrimoniais (contas patrimoniais), extrapatrimoniais (compensação) e das variações do Patrimônio Líquido (contas de resultado). Plano de Contas Plano de Contas (ou Elenco de Contas) é o conjunto de contas, previamente estabelecido, que norteia os trabalhos contábeis de registro de fatos e atos inerentes à entidade, além de servir de parâmetro para a elaboração das demonstrações contábeis. A montagem de um Plano de Contas deve ser personalizada, por empresa, já que os usuários de informações podem necessitar de detalhamentos específicos, que um modelo de Plano de Contas geral pode não compreender.

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O principal objetivo de um Plano de Contas é estabelecer normas de conduta para o registro das operações da organização. N e, na sua montagem, devem ser consideradoslevados em conta três objetivos fundamentais: a)

atender às necessidades de informação da administração da empresa;

b) observar que o formato seja compatível com os princípios de contabilidade e com a norma legal de elaboração do balanço patrimonial e das demais de-monstrações contábeis (Lei 6.404/76, a chamada “Lei das S/A”); c) adaptar-se tanto quanto possível às exigências dos agentes externos, principalmente às as da legislação do Imposto de Renda. O Plano de Contas, genericamente tido como um simples elenco de contas, constituií na verdade, constitui um conjunto de normas do qual deve fazer parte, ainda, a descrição do funcionamento de cada conta -– o chamado “Manual de Contas”. Esse manual, que contém comentários e indicações gerais sobre a aplicação e o uso de cada uma das contas (para que serve, o que deve conter e outras informações sobre critérios gerais de contabilização). Contas do Balanço Patrimonial A empresa deve manter escrituração contábil com base na legislação comercial e com observância das Normas Brasileiras de Contabilidade. O balanço patrimonial é uma das demonstrações contábeis que visam a evidenciar, de forma sintética, a situação patrimonial da empresa e dos atos e fatos consignados na escrituração contábil. Essa demonstração deve ser estruturada de acordo com os preceitos da Lei 6.404/76 (chamada “Lei das S/A”) e segundo os Princípios Fundamentais de Contabilidade. Tal estrutura de contas, dentro dno conceito legal da própria Lei 6.404/76 (artigos 176 a 182 e artigo 187), em síntese, se compõe-se de:

ATIVO Circulante Não Circulante Realizável a longo prazo Investimentos Imobilizado Intangível

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PASSIVO Circulante Não Circulante Patrimônio Líquido


Temos a conta “Caixa”, que registrará o dinheiro em espécie (papel-moeda) disponível na tesouraria da empresa. Trata-se de uma conta do Ativo Circulante, subgrupo Disponibilidades.

O Plano de Contas deve conter, no mínimo, 4 (quatro) níveis:

Nível 1:

Ativo, Passivo, Patrimônio Líquido, Receitas, Custos e Despesas.

Nível 2: Ativo: Circulante, Não Circulante / Passivo e Patrimônio Líquido: Circulante, Não Circulante e Patrimônio Líquido. / Receitas: Receita Bruta, Deduções da Receita Bruta, Outras Receitas Operacionais / Custos e Despesas Operacionais. Nível 3:

Contas que evidenciem os grupos a que se referem, como por exemplo:

Nível 1 - Ativo

Nível 2 - Ativo Circulante

Nível 3 - Bancos Conta Movimento

Nível 4 - Sub-contas que evidenciem o tipo de registro contabilizado, como por exemplo:

Nível 1 – Ativo Nível 2 - Ativo Circulante Nível 3 - Bancos Conta Movimento Nível 4 - Banco A

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Abaixo, seguire, temos um exemplo bem simples de uma estrutura de plano de contas em 4 níveis: 1 ATIVO 1.1 ATIVO CIRCULANTE 1.1.1 Caixa 1.1.1.01 Caixa Geral 1.1.2 Bancos C/Movimento 1.1.2.01 Banco Alfa 1.1.3 Contas a Receber 1.1.3.01 Clientes 1.1.3.02 Outras Contas a Receber 1.1.3.09(-) Duplicatas Descontadas 1.1.4 Estoques 1.1.4.01 Mercadorias 1.1.4.02 Produtos Acabados 1.1.4.03 Insumos 1.1.4.04 Outros

1.2 NÃO CIRCULANTE 1.2.1 Contas a Receber 1.2.1.01 Clientes 1.2.1.02 Outras Contas 1.2.2 INVESTIMENTOS 1.2.2.01 Participações Societárias 1.2.3 IMOBILIZADO 1.2.3.01 Terrenos 1.2.3.02 Construções e Benfeitorias 1.2.3.03 Máquinas e Ferramentas 1.2.3.04 Veículos 1.2.3.05 Móveis 1.2.3.98 (-) Depreciação Acumulada 1.2.3.99 (-) Amortização Acumulada 1.2.4 INTANGÍVEL 1.2.4.01 Marcas 1.2.4.02 Softwares 1.2.4.99 (-) Amortização Acumulada 2 PASSIVO 2.1 CIRCULANTE 2.1.1 Impostos e Contribuições a Recolher 2.1.1.01 Simples a Recolher 2.1.1.02 INSS 2.1.1.03 FGTS 2.1.2 Contas a Pagar 2.1.2.01 Fornecedores 2.1.2.02 Outras Contas 2.1.3 Empréstimos Bancários 2.1.3.01 Banco A - Operação X 2.2 NÃO CIRCULANTE 2.2.1 Empréstimos Bancários 2.2.1.01 Banco A - Operação X 2.3 PATRIMÔNIO LÍQUIDO

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2.3.1 Capital Social 2.3.2.01 Capital Social Subscrito 2.3.2.02 Capital Social a Realizar 2.3.2. Reservas 2.3.2.01 Reservas de Capital 2.3.2.02 Reservas de Lucros 2.3.3 Prejuízos Acumulados 2.3.3.01 Prejuízos Acumulados de Exercícios Anteriores 2.3.3.02 Prejuízos do Exercício Atual 3 CUSTOS E DESPESAS 3.1 Custos dos Produtos Vendidos 3.1.1 Custos dos Materiais 3.1.1.01 Custos dos Materiais Aplicados 3.1.2 Custos da Mão- de- Obra 3.1.2.01 Salários 3.1.2.02 Encargos Sociais 3.2 Custo das Mercadorias Vendidas 3.2.1 Custo das Mercadorias 3.2.1.01 Custo das Mercadorias Vendidas 3.3 Custo dos Serviços Prestados 3.3.1 Custo dos Serviços 3.3.1.01 Materiais Aplicados 3.3.1.02 Mão- de- Obra 3.3.1.03 Encargos Sociais 3.4 Despesas Operacionais 3.4.1 Despesas Gerais 3. 4.1.01 Mão- de -Obra 3.4.1.02 Encargos Sociais 3.4.1.03 Aluguéis 3.5 Perdas de Capital 3.5.1 Baixa de Bens do Ativo Não Circulante 3.5.1.01 Custos de Alienação de Investimentos 3.5.1.02 Custos de Alienação do Imobilizado 4 RECEITAS 4.1 Receita Líquida 4.1.1 Receita Bruta de Vendas 4.1.1.01 De Mercadorias 4.1.1.02 De Produtos 4.1.1.03 De Serviços Prestados 4.1.2 Deduções da Receita Bruta 4.1.2.01 Devoluções 4.1.2.02 Serviços Cancelados 4.2 Outras Receitas Operacionais 4.2.1 Vendas de Ativos Não Circulantes 4.2.1.01 Receitas de Alienação de Investimentos

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Nessa aula, começamos a entender os conceitos iniciais relativos à Contabilidade. No próximo conteúdo, estudaremos em detalhe um dos produtos da técnica contábil, o Balanço Patrimonial, ferramenta de fundamental importância para total gestão da entidade. É por meio do Balanço Patrimonial que tomamos ciência do que a empresa possui e, principalmente, temos o conhecimento da composição de seu patrimônio. Mas, será que as empresas podem representar o patrimônio que possuem da maneira que melhor convir para cada uma? Se analisarmos um balanço de uma empresa qualquer, elaborado sem qualquer preocupação com padrões, poderemos entendê-lo sem o auxílio do seu autor? Que tal atentar para o próximo conteúdo e entender como este demonstrativo deve ser elaborado?

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BARROS, S. F. Contabilidade Básica. São Paulo: IOB Thomson, 2011.

FERRARI, L. Contabilidade Geral. São Paulo: Elsevier, 2010.

FRANCO, H. Contabilidade Geral. 23. ed. São Paulo: Atlas, 1997.

IUDÍCIBUS, S., MARTINS, E., GELBCKE, H. R. Manual de Contabilidade das Sociedades por Ações. São Paulo: Atlas, 2011. KIYOSAKI, Robert T.; LECHTER, Sharon L. Pai rico, pai pobre: O que os ricos ensinam a seus filhos sobre dinheiro. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011.

MARION, J. C. Contabilidade Básica. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2007.

RIBEIRO, O. M. Contabilidade Geral. São Paulo: Saraiva, 2012.

Lei Federal Nº 6.404/1976 – Lei das S/As

Lei Federal Nº 11.638/2007 - Lei das S/As

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