Ergonomia e qualidade de vida bloco 01

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ERGONOMIA E QUALIDADE DE VIDA

BLOCO 01

EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA



SUMÁRIO Unidade 01. Introdução à Ergonomia e Qualidade de Vida...................... 04

Unidade 02. Origem da Ergonomia................................................................ 18

Unidade 03. Desenvolvimento dos Conceitos de Saúde e Qualidade de Vida........................................................................................................................... 34

Unidade 04. Desenvolvimento da Ergonomia no Brasil............................. 50

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Apresentação Neste primeiro momento, daremos os primeiros passos no estudo da Ergonomia e sua importância para a Qualidade de Vida das pessoas. A primeira unidade tratará das definições clássicas de Ergonomia e Qualidade de Vida, abordando, de forma ampla e geral, suas respectivas áreas de estudo e como elas podem se relacionar. A Unidade 2 trará um histórico da Ergonomia ao longo do desenvolvimento da relação do homem com as atividades de trabalho e de interação social. Já na Unidade 3, será a hora de detalharmos o desenvolvimento do estudo da saúde e da qualidade de vida, seja no seu aspecto mais amplo, seja em uma visão mais específica e atual, no ambiente de trabalho. Por fim, na Unidade 4, faremos uma análise crítica de como a Ergonomia se desenvolveu no Brasil, nos séculos XX e XXI, associando as atividades de trabalho à realidade político-econômica de cada período histórico.

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UNIDADE

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INTRODUÇÃO À ERGONOMIA E QUALIDADE DE VIDA ERGONOMIA E QUALIDADE DE VIDA

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INTRODUÇÃO À ERGONOMIA E QUALIDADE DE VIDA Você já ouviu falar em Ergonomia?

Saiba que ela está presente constantemente no nosso dia-a-

dia. Seja na empresa na qual você trabalha, na faculdade em que você estuda, nas lojas e nos shoppings que você visita, no sistema de transporte que você utiliza. Os princípios da Ergonomia estão presentes e são vivenciados por nós diariamente, mesmo não nos dando conta dessa relação.

Pensando no sistema de transporte público: quando você entra no ônibus, depara-se com uma catraca, adequada ao ambiente no qual está inserido (ônibus), que libera sua passagem somente após o comando dado pelo cobrador ou pelo sistema magnético de um cartão-transporte. E as sinalizações existentes nos terminais rodoviários, indicando os pontos de ônibus de cada linha, orientações de entrada e saída, banheiros, entre tantas outras orientações que nem nos damos mais conta de sua presença. Elas, com certeza, foram muito importantes nos primeiros dias em que utilizamos o terminal rodoviário, assim como continuam sendo fundamentais para aqueles que estão neste terminal pela primeira vez.

Para essas ferramentas exercerem suas funções, elas tiveram que ser muito bem pensadas. Uma boa sinalização requer uma tipografia simples, boa localização, boa iluminação, com

fig. 01

elementos gráficos universais que nos foram

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Unidade 01. Introdução à Ergonomia e Qualidade de Vida.

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ensinados desde pequenos, mas que, se não nos tivessem sido ensinados, não fariam sentido algum. Afinal, o que seria uma linha com um triângulo na ponta se não tivessem nos ensinado antes que aquilo indica uma orientação de sentido? Outros exemplos são o elevador e a escada rolante, que foram pensados para nos transportar de um lugar para outro de forma confortável e eficiente.

Entretanto, nem sempre a função que foi dada ao objeto é exer-

cida exatamente como deveria ser. Nós sempre damos um jeito de utilizar um objeto de alguma outra forma. Seja uma cadeira da faculdade na qual queremos ficar deitados, ou nas cadeiras de casa que insistimos em utilizar como escada.

A Ergonomia

A origem da palavra Ergonomia é grega: ERGON que significa

trabalho e NOMUS que, por sua vez, significa regras ou leis. Assim, utilizando uma associação simples, diz-se que Ergonomia são as regras do trabalho.

A Ergonomia tem como objeto de estudo a avaliação e inter-

pretação do complexo formado pelo ser humano e o seu trabalho, analisando os padrões de comportamento de um indivíduo: gestos, posturas, verbalizações, comunicações e dos processos mentais que os governam, os mecanismos psicológicos que os afetam, as emoções que os influenciam, ou seja, todos os tipos de fenômenos que ocorrem durante as atividades de trabalho (BORGES FILHO, 2014, p. 8). Desta forma, pode-se alcançar o objetivo principal da Ergonomia que é adaptar o trabalho ao trabalhador e não o trabalhador ao trabalho.

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Unidade 01. Introdução à Ergonomia e Qualidade de Vida.

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Definições de Ergonomia

Conforme citado por Pequini (2005, p.31), de acordo com a

Ergonomics Research Society, Ergonomia é o estudo do relacionamento entre o homem e seu trabalho, equipamento e ambiente e, particularmente, a aplicação dos conhecimentos de anatomia, fisiologia e psicologia na solução dos problemas surgidos desse relacionamento.

A Associação Brasileira de Ergonomia (ABERGO, 2015) apresenta o conceito de que “a ergonomia é o estudo da adaptação das tarefas e do ambiente de trabalho às características fisiológicas e psicológicas do ser humano”. Por fim, Silva (2007, p. 16) cita que a International Ergonomics Association (IEA) define a ergonomia como o estudo científico da relação entre o homem e seus meios, métodos e espaços de trabalho. Seu objetivo é elaborar, mediante a contribuição de diversas disciplinas científicas que a compõem, um corpo de conhecimentos que, dentro de uma perspectiva de aplicação, deve resultar em uma melhor adaptação ao homem dos meios tecnológicos e dos ambientes de trabalho e de vida.

A ABERGO, Associação Brasileira de Ergonomia, é uma associação sem fins lucrativos cujo o objetivo é o estudo, a prática e a divulgação das interações das pessoas com a tecnologia, a organização e o ambiente, considerando as suas necessidades, habilidades e limitações. A ABERGO é a responsável pelo SisCEB, Sistema de Certificação do Ergonomista Brasileiro, que é um conjunto de normas e procedimentos que tem como objetivo certificar pessoas, equipes e empresas prestadoras de serviços de Ergonomia

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Unidade 01. Introdução à Ergonomia e Qualidade de Vida.

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com a garantia de assegurar a competência técnica para o fornecimento de tais serviços. Fonte: Portal Ergonomia no Trabalho. Mais informações em http://www.abergo.org.br/

Portanto, como mencionam Rio e Pires (2001, pp. 22-23), a otimização do trabalho é um fator fundamental para o sucesso de pessoas e organizações, num mundo de alta competição, onde saúde e excelência de desempenho são aspectos fundamentais. [...] Fatores como motivação, treinamento e comprometimento compõem com a saúde o conjunto de condições que permitem às pessoas tornarem o trabalho um diferencial competitivo da mais alta importância estratégica para as organizações.

Classificação da Ergonomia

A Ergonomia pode ser classificada quanto a sua área de atua-

ção e à abrangência da abordagem a ser feita.

Santos (1999, p. 62) classifica a atuação da Ergonomia de 3

formas: Ergonomia de Correção, Ergonomia de Concepção e Ergonomia de Conscientização. Vidal (2002, p.232) aborda uma quarta forma de atuação da Ergonomia: a Ergonomia Participativa.

fig. 02

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A seguir, descrevemos cada uma delas: a)

Ergonomia de Correção: procura melhorar as condições

de trabalho já existentes com custo muito variado, pois pode necessitar desde pequenas adaptações e mudanças até alterações totais da organização ou layout do trabalho. Apesar de algumas vezes sua ação ser limitada, é o tipo de atuação mais praticada ao sensibilizar empresários que pretendem adequar suas empresas às características psicofisiológicas dos trabalhadores depois de possíveis contratempos junto à qualidade do produto, custos extras, problemas com fornecedores e até mesmo afastamentos de seus funcionários. b) Ergonomia de Concepção: procura introduzir os conhecimentos sobre o homem desde o início do projeto do posto de trabalho, instrumentos, máquinas, sistemas de produção ou até mesmo na formação da mão de obra de trabalho, promovendo uma interferência maior no ambiente profissional e, consequentemente, resultados mais expressivos a curto, médio e principalmente a longo prazo. c) Ergonomia de Conscientização: realiza-se por treinamentos e informações em variados meios de capacitação. Geralmente ocorre por meio de palestras, cursos e orientações individuais. Neste caso, procura repassar aos trabalhadores conceitos de saúde e qualidade de vida no trabalho, orientando-os sobre a importância da boa postura e do uso adequado das ferramentas e dos processos de trabalho, de tal forma que eles entendam como o seu próprio corpo funciona e como evitar lesões ocupacionais com hábitos simples, como as pausas ou a ginástica laboral. d)

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Ergonomia Participativa: se dá pela participação dos

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colaboradores das empresas (diretoria e funcionários), por meio de um Comitê de Ergonomia (COERGO) no qual utilizam-se dos conhecimentos ergonômicos para entender os processos que ocorrem na empresa e discutir melhorias a serem implantadas, com o objetivo de reduzir as lesões ocupacionais, melhorar a produtividade e a qualidade do produto e promover a qualidade de vida no trabalho.

A Ergonomia pode ser classificada, também, quanto à abran-

gência da abordagem, por meio da Macroergonomia e da Microergonomia (figura 03).

MACROERGONOMIA MICROERGONOMIA

MICROERGONOMIA

MICROERGONOMIA

MICROERGONOMIA

fig. 03

A Microergonomia é a análise do posto de trabalho, sua estru-

tura física (layout), condições ambientais, equipamentos e ferramentas de trabalho, e a relação deste posto de trabalho com o trabalhador, seus movimentos, exigências físicas, psíquicas e cognitivas. Já a Macroergonomia aborda os sistemas de produção, principalmente aspectos organizacionais e de relação de trabalho entre setores ou células de trabalho.

Portanto, pode-se dizer que na análise Microergonômica faz-

se uma avaliação mais individualizada do posto de trabalho e do res-

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pectivo trabalhador, enquanto que na análise Macroergonômica observa-se toda a cadeia de produção da empresa e a relação desse sistema com os trabalhadores, sob o ponto de vista da grande coletividade. A IEA classifica a Ergonomia também quanto ao seu foco de análise. Desta forma, identificamos a Ergonomia Física, a Ergonomia Cognitiva e a Ergonomia Organizacional (figura 04). Na Ergonomia Física observa-se as reações do organismo diante das demandas físicas e psicológicas da atividade de trabalho. Assim, situações como o transporte manual de cargas, o layout do posto de trabalho, as ações biomecânicas para a execução do trabalho pelo trabalhador são analisadas com o objetivo de identificar riscos de lesões musculoesqueléticas.

Já na Ergonomia Cognitiva, também

fig. 04

conhecida por engenharia psicológica, observa-se as atividades de trabalho relacionadas às demandas de raciocínio, atenção, cognição, coordenação motora e experiência motora e como elas interferem no processo de realização da atividade de trabalho e do relacionamento entre os trabalhadores ou entre o trabalhador e o seu posto de trabalho (ou máquina de trabalho).

Por fim, na Ergonomia Organizacional, identifica-se uma íntima

relação com a macroergonomia, na qual avalia-se as situações de organização dos processos de trabalho e a relação hierárquica existente com todas as variáveis decorrentes desta relação.

Nas próximas aulas estudaremos detalhadamente cada foco

de ação da Ergonomia, com exemplos de situações práticas para melhor entendimento de cada uma.

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Unidade 01. Introdução à Ergonomia e Qualidade de Vida.

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A Qualidade de Vida Vimos que a Ergonomia é uma das mais importantes vertentes da saúde ocupacional e que vem ganhando cada vez mais terreno atualmente. Entretanto, há campos não relacionados diretamente ao trabalho, mas que exercem influência sobre ele e que também têm tido importância crescente, como os referentes à ecologia, ao meio ambiente, à qualidade de vida urbana.

Pois bem, apesar de muitos falarem de qualidade de vida, o que

ela realmente vem a ser?

Em Latim, a palavra Qualis significava diferença. No meio

produtivo, qualidade são os atributos de um produto que o diferencia de outro. Mas a expressão “Qualidade de Vida” aplicada a seres humanos é bem mais recente, sendo utilizada há não mais do que trinta anos.

Conforme Souza (2011, p. 15), atualmente os empregados

estão trabalhando mais do que trabalhavam há trinta anos. As empresas reduziram seus quadros de funcionários por função, ou seja, substituíram dois ou três funcionários por apenas um trabalhador. As boas empresas não demoraram a perceber os efeitos negativos que isso poderia causar em seus funcionários, pois sabiam que a pressão por resultados não diminuiria futuramente, pelo contrário, a tendência seria de sempre aumentar.

Para produzir cada vez mais e melhor, o funcionário precisa de

duas coisas: mais energia física e mais equilíbrio mental. E, conforme dito anteriormente, a Ergonomia pode contribuir nesse processo, melhorando consideravelmente a qualidade de vida das pessoas. Afinal, um bom ambiente de trabalho faz a diferença em cada dia. Um bom salário faz a diferença no mês. Esse equilíbrio físico e mental do empregado faz a diferença na vida dele e na vida da empresa.

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Unidade 01. Introdução à Ergonomia e Qualidade de Vida.

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A visão contemporânea da Ergonomia

está embasada em uma ciência que busca sintetizar vários aspectos do conhecimento sobre as pessoas, a tecnologia e a organização. Desta forma, tem-se inserifig. 05

da na ergonomia a antropometria física (as dimensões estáticas e dinâmicas do corpo), a fisiologia do trabalho (o funcionamento de nossos sistemas fisiológicos em diversos regimes), a psicologia experimental (a percepção de sinais e o comportamento individual e coletivo das pessoas) a higiene ocupacional e a toxicologia (os riscos envolvidos nas atividades) contribuindo com a adequação da tecnologia e da organização do trabalho aos trabalhadores reais. (VIDAL apud SILVA, 2009, pp. 18-19)

Para uma ordenação desse campo, empregamos uma classifi-

cação destes conteúdos sugerida pela International Ergonomics Association (IEA): ergonomia física, cognitiva e organizacional. Segundo Vidal (2002, p. 16), Assim sendo, podemos formar uma base de conhecimento em ergonomia através dos constituintes físicos, cognitivos e organizacionais, mas sem esperar que cada um destes elementos influa de forma isolada e comportada na realidade complexa do trabalho.

Glossário

Catraca: dispositivo que permite a passagem num sentido, por meio de um movimento circular de acesso, sendo que não se consegue avançar

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Unidade 01. Introdução à Ergonomia e Qualidade de Vida.

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no sentido contrário. Tipografia: processo de impressão no qual se usam formas em relevo. Local onde se imprime. Anatomia: estudo microscópico ou macroscópico da estrutura física dos seres orgânicos, tendo em vista a forma e a disposição dos seus órgãos. Fisiologia: ciência que trata das funções orgânicas pelas quais a vida se manifesta. Psicologia: estudo científico dos processos mentais e do comportamento do ser humano e as suas interações com o ambiente físico e social. Layout: modo como estão organizados os equipamentos, máquinas, ferramentas, produtos finalizados e mão de obra dentro da empresa. Biomecânica: estudo dos movimentos através da mecânica das atividades biológicas.

Referências

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Unidade 01. Introdução à Ergonomia e Qualidade de Vida.

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Unidade 01. Introdução à Ergonomia e Qualidade de Vida.

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Lista de imagens fig.01: http://limeira.guis.com.br/fotos/332595_1.jpg fig.02: http://br.freepik.com fig.03 e 04: autoral. fig.05: http://br.freepik.com

Fim da Unidade!

já deve Se você prestou atenção, nteúdo. saber tudo sobre esse co s vemos Continue estudando. No na próxima unidade.

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Unidade 01. Introdução à Ergonomia e Qualidade de Vida.

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“Podemos escolher recuar em direção à segurança ou avançar em direção ao crescimento. A opção pelo crescimento tem que ser feita repetidas vezes. E o medo tem que ser superado a cada momento.”

ABRAHAM MASLOW

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Unidade 01. Introdução à Ergonomia e Qualidade de Vida.

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UNIDADE

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ORIGEM DA ERGONOMIA ERGONOMIA E QUALIDADE DE VIDA

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ORIGEM DA ERGONOMIA Caro(a) Aluno(a),

Após termos feito uma breve introdução ao estudo da Ergonomia e da Qualidade de Vida, nesta Unidade faremos uma revisão das origens da Ergonomia e a sua relação com o trabalho ao longo da história de desenvolvimento das técnicas e atividades de trabalho. Assim, poderemos entender melhor a ação da Ergonomia nas atividades de trabalho e também a inserção dos conceitos ergonômicos no Brasil, conforme será abordado na próxima Unidade.

Bom estudo!

Introdução

Conforme estudado na unidade anterior, a Ergonomia procura adaptar todo o complexo ambiental do trabalho ao trabalhador. Dessa forma, o espaço de trabalho, máquinas, ferramentas e sistema de trabalho deverão ser moldados de forma que o trabalhador possa executar sua atividade laboral, buscando o maior rendimento possível sem comprometer sua saúde física e mental. Assim, é importante termos uma análise do que vem a ser a atividade de trabalho para os trabalhadores, para então contextualizar as origens da Ergonomia e o seu respectivo desenvolvimento até os dias atuais.

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Unidade 02. Origem da Ergonomia.

fig. 01

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Como menciona Campos (2000, p. 26): O termo ergonomia foi utilizado pela primeira vez em 1857, pelo polonês W. Jastrzebowski, que publicou um artigo intitulado “Ensaio de ergonomia ou ciência do trabalho baseada nas leis objetivas da ciência da natureza”. Quase cem anos mais tarde, em 1949, um engenheiro inglês chamado Murrel criou, na Inglaterra, a primeira sociedade nacional de ergonomia, a “Ergonomic Research Society”. Posteriormente, a Ergonomia desenvolveu-se em numerosos países industrializados, como a França, Estados Unidos, Alemanha, Japão e países escandinavos. Em 1959 foi fundada a “International Ergonomics Association”.

Na antiguidade aparecem algumas referências como alusões às deformações posturais, gerando então os riscos ergonômicos, como na adoção de posturas inadequadas. Entretanto, é no período dito moderno que mais elementos podem ser aludidos, dada a existência de fontes históricas mais consistentes, como os estudos de manuseio inadequado de cargas. Existem, também, registros de estudos de biomecânica e antropometria (Leonardo Da Vinci), trabalhos de higiene industrial, basicamente sobre ventilação e iluminamentos dos locais e de medicina do trabalho, tanto num âmbito específico de doenças profissionais (Ramazzini e Tissot, século XVIII), como na epidemiologia (Villermé e Patissier, séc. XIX). Este último século é também a origem da higiene do trabalho (MÁSCULO e VIDAL, 2011, p. 10).

O conceito de trabalho A palavra “trabalho” provém do termo latino “tripalium”, que era um instrumento de tortura composto por três varas em cruz, no qual prendia-se e torturavam aqueles que estavam sob inquérito ou que deveriam ser punidos por violações às regras e hábitos locais.

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Unidade 02. Origem da Ergonomia.

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Davies e Shackleton (1977) citados por Moura (2001, p. 21), definem o trabalho como uma "atividade instrumental executada por seres humanos, cujo objetivo é preservar e manter a vida, e que é dirigida para uma alteração planejada de certas características do meio ambiente do ser humano".

Montmollin (1990) citado por Moura (2001, p. 24) defifig. 02: Tripalium.

ne condições de trabalho como “tudo o que caracteriza uma situação de trabalho e permite ou impede a atividade

dos trabalhadores, diferentemente das anteriores citadas”. Deste modo, segundo o mesmo autor, as condições de trabalho se distinguem da seguinte forma: a) físicas: características dos instrumentos, máquinas, ambiente do posto de trabalho (ruído, calor, poeiras, perigos diversos); b) temporais: em especial os horários de trabalho; c) organizacionais: procedimentos prescritos, ritmos impostos, de um modo geral, "conteúdo" do trabalho; d) as condições subjetivas características do operador: saúde, idade, formação; e) e as condições sociais: remuneração, qualificação, vantagens sociais, segurança de emprego, em certos casos condições de alojamento e de transporte, relações com a hierarquia, etc.

Diferentemente dos animais, que basicamente se adaptam ao meio onde vivem, o ser humano busca agir ativamente sobre o seu habitat, obtendo os recursos da natureza com o seu trabalho. Assim, a humanidade vivenciou vários regimes diferenciados de relação com o trabalho. No regime de comunidade primitiva, o homem utilizava-se de

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Unidade 02. Origem da Ergonomia.

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elementos rudimentares de trabalho, como pedaços de pau, pedras, fibras, etc. A humanidade viveu, então, na sua pré-história um período no qual retirava da natureza todo o seu sustento, de forma harmônica, pois o próprio homem era um ser natural e vivia de acordo com o seu ritmo natural. As tarefas eram distribuídas de acordo com o sexo e a idade das pessoas de uma determinada comunidade e modo de vida, visto que, em sua maioria, eram nômades e coletores daquilo que necessitavam e que eram capazes de conseguir da Natureza.

Idosos: transmitiam suas experiências, preparavam ferramentas, auxiliavam na pesca e na caça; Jovens: caçavam e fig. 03 pescavam;

Mulheres: cuidavam dos filhos; coletavam frutas, raízes e sementes;

Com o passar do tempo, o homem passou a desenvolver melhor seus materiais de trabalho, aumentando enormemente o rendimento de suas atividades e, inclusive, dando início às ações em propriedade particular. A escravidão foi outro regime de trabalho, no qual a base de relação da produção era de propriedade de um indivíduo, seja dos bens de produção, seja daqueles que os produziam: os escravos. Diferentemente da escravidão, o regime feudal consistia na propriedade dos senhores feudais sobre os meios de produção e a terra. Assim, os camponeses dependiam da autorização dos senhores feudais para trabalhar, não sendo parte da propriedade destes senhores

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Unidade 02. Origem da Ergonomia.

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feudais, como eram os escravos, sendo considerados “semi-livres”. Juntos aos feudos, o comércio começa a se desenvolver, empregando trabalhadores não submetidos à servidão. O regime capitalista desenvolve-se e cria a sua própria revolução: a Revolução Industrial.

Os conceitos Ergonômicos podem ser observados no Antigo Testamento, no Livro do Êxodo. Nele, Moisés e seus discípulos foram os pioneiros nos conceitos de Ergonomia. Processos de fadiga muscular, adaptações ergonômicas e resultados, com uma proposta messiânica, são relatados, na Bíblia, de forma clara e objetiva. A seguir partes do texto onde Moisés participa de um caso de sucesso envolvendo uma ação ergonômica possível na época. E acontecia que, quando Moisés levantava a sua mão, Israel prevalecia; mas quando ele abaixava a sua mão, Amaleque prevalecia. Porém as mãos de Moisés eram pesadas, por isso tomaram uma pedra, e a puseram debaixo dele, para assentar-se sobre ela; e Arão e Hur sustentaram as suas mãos, um de um lado e o outro do outro; assim ficaram as suas mãos firmes até que o sol se pôs. Livro do Êxodo 17:11,12

fig. 04

Olha que incrível a adaptação ergonômica que Moisés fez. O apoio dos braços reduzia a sobrecarga trazendo melhores resultados (produtividade) a Moisés. Podemos dizer, com isso, que um dos primeiros livros a tratar de ações ergonômicas foi a Bíblia.

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Unidade 02. Origem da Ergonomia.

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A ergonomia e a Revolução Industrial

No final do século XVIII e início do século XIX, a Revolução Industrial foi alavancada pela criação da máquina a vapor, de James Watt. A mecanização dos sistemas produtivos tornava-se cada vez mais presente, permitindo o surgimento das fábricas. É importante ressaltar que era comum observar tanto a atividade de trabalho exagerada quanto o trabalho infantil, pois não havia um vínculo de trabalho claro entre as fábricas e o trabalhador. Na segunda etapa da revolução industrial (final do século XIX e início do século XX), surgem grandes nomes como Taylor, Ford e Fayol que revolucionam os sistemas e a organização do trabalho. Desta forma, iniciam-se as produções em série, que fazem com que o rendimento de um trabalhador seja potencializado. Assim, tem-se que o trabalhador passa, em aproximadamente um século, de um executor artesanal que participava de todo o processo produtivo, para ser um executor especializado de apenas uma parte deste processo produtivo. Segundo Macarenco (2006, p. 36), Taylor acreditava que decisões baseadas na tradição deviam ser substituídas por procedimentos precisos após estudo criterioso de um indivíduo realizando o seu trabalho. Sua aplicação exige um alto grau de controle gerencial sobre as práticas de trabalho dos operários. O Taylorismo pode ser visto como a divisão lógica de trabalho levado ao seu grau mais extremo, com a consequente perda de competência do

fig. 05

trabalhador e desumanização do local

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Unidade 02. Origem da Ergonomia.

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de trabalho. A Administração Científica, também conhecida como Taylorismo, é a teoria gerencial que analisa e sintetiza os movimentos e tempos gastos em cada tarefa, melhorando a produtividade do trabalho. Henry Ford foi precursor das linhas de montagem e produção em série. A linha de montagem móvel é o sistema de produção em que o produto em processo desloca-se ao longe de um percurso, enquanto os operadores ficam parados. No começo de 1914, a Ford adotou pioneiramente a linha de montagem móvel mecanizada para a montagem dos chassis, que passou a consumir 1 hora e 33 minutos de trabalho, em contraste com as 12 horas e 28 minutos necessárias no ano anterior – montagem artesanal (MACARENCO, 2006, pp. 38-39). Henri Fayol foi um dos primeiros estudiosos a analisar a natureza da atividade empresarial, a formular uma teoria completa de gestão. Juntamente com Taylor e Ford, é considerado pioneiro da Administração; sua visão da organização, diferentemente de Taylor (trabalhador) e Ford (dono), foi a de um gerente ou diretor. Fayol diferenciava-se de Taylor porque, enquanto Taylor via os processos administrativos da base para o topo, a análise de Fayol era inversa, de cima para baixo (SILVA, 2001, pp. 237-238). O desenvolvimento das fábricas e dos processos de trabalho torna-se cada vez mais rápido, sendo acompanhado do início da organização dos próprios trabalhadores através da criação dos Sindicatos. Assim, começam a ser estabelecidas regras para determinar jornadas de trabalho, evitando abusos de poder e gerando con-

fig. 06

dições mínimas de saúde e segurança no ambiente de trabalho. Outro personagem

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Unidade 02. Origem da Ergonomia.

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importante para a compreensão da Ergonomia após a Revolução Industrial foi Max Weber, que realizou estudos sobre a burocracia, pois, para ele, era a forma mais racional de ter o domínio sobre os processos e as pessoas, por meio de regras que dependiam de uma lógica e não de interesses pessoais. Segundo BITTENCOURT (2007, p. 20), Weber definiu três tipos de autoridade: a) Autoridade Tradicional: Passa de geração a geração. Baseia-se nos usos e costumes. Depende da crença na santidade dos hábitos. b) Autoridade Carismática: Baseia-se nas qualidades pessoais de um líder. Depende de os seguidores admirarem as qualidades do líder. c) Autoridade Legal-Racional: Baseia-se em normas impessoais e racionais. Cria figuras de autoridade. Cria direitos e obrigações.

TABELA 1: PERSONAGENS E PRINCÍPIOS NORTEADORES

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A Ergonomia como ciência

Segundo Másculo e Vidal (2012, p. 12), na II Guerra Mundial, a falta de compatibilidade entre o projeto das máquinas e dispositivos e os aspectos mecânico-fisiológicos do ser humano se agravou com o aperfeiçoamento técnico dos motores. Os aviões, por exemplo, passaram a voar mais alto e mais rápido, porém, os pilotos sofriam com a falta de oxigênio nas grandes altitudes, apresentando perdas de consciência nas rápidas variações de altitude exigidas pelas manobras aéreas. Como consequência, muitos aviões se perderam. A perda do material bélico

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era importante, vultosa e, por si só, justificaria esforços. No entanto, dado que o treinamento de um piloto levava dois a quatro anos, a perda de um piloto treinado se constituía em perda irreversível na duração da guerra. Segundo nos relata Iida (1990, p. 4), os cientistas que haviam participado desse esforço de guerra decidiram continuar a empreitada voltando-se para a produção civil, utilizando os métodos, técnicas e dados obtidos para a indústria. Numa precursora forma de extensão universitária, são formados laboratórios universitários para atender a demandas industriais, com sucesso. Em decorrência é formada em 1947 a primeira sociedade de Ergonomia do planeta, a Ergonomics Research Society. Nasce a corrente de ergonomia chamada de fatores humanos (Human Factors Engineering ou HFE), que desde então tem buscado responder à seguinte pergunta: o que se sabe acerca do ser humano e que pode ser empregado nos projetos de instrumentos, dispositivos e sistemas? Em suas interfaces com o operador humano, a HFE, até o

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presente, tem sido baseada em procedimentos experimentais que vão do laboratório clássico para o estudo de fatores humanos em si mesmo até às modernas técnicas de simulação, buscando uma melhor conformação das interfaces entre pessoas e sistemas técnicos. Somente após a Segunda Guerra Mundial, a Ergonomia começa a desenvolver um papel protagonista. Profissionais de diferentes formações (engenheiros, psicólogos, médicos, fisiologistas) começam a estudar melhor os processos existentes na interação do ser humano com o seu posto de trabalho e sua atividade de trabalho (IIDA, 1990, p.8). No bojo de um amplo pacto social, o projeto de reconstrução da Europa no pós-guerra abria uma janela para o estudo de condições de trabalho, tendo como emblema a fábrica de automóveis Renault que, dadas suas características peculiares tornar-se-ia um modelo da nova política industrial francesa. Esta segunda vertente partiu da seguinte questão: como conceber adequadamente os novos postos de trabalho a partir do estudo da situação existente? Preconizou-se portanto, o projeto de um posto de trabalho deveria ser precedido por um estudo etnográfico da atividade e mostravam o distanciamento entre as suposições iniciais e o auferido nas análises, formalizada através de uma Análise Ergonômica do Trabalho (AET) (MÁSCULO e VIDAL, 2012, p.13).

Ao contrário do que as pessoas pensam, a Ergonomia não tem a ver somente com o ambiente industrial. Há uma associação errada feita pelas pessoas, ou ligando a Ergonomia ao meio fabril, ou à postura do trabalhador, principalmente em frente de um computador. Na verdade, a Ergonomia tem a ver com a tecnologia. A Ergonomia tem a ver com a adaptação de recursos de trabalho e de ferramentas de trabalho, adaptação do meio de trabalho e a adaptação da interface de trabalho (LÉLLIS et al, 2010, p.4). A Ergonomia é considerada por alguns autores como ciência,

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enquanto geradora de conhecimentos. Outros autores a enquadram como tecnologia, por seu caráter aplicativo, de transformação. Os principais aspectos comuns as várias definições existentes: a aplicação dos estudos ergonômicos; a natureza multidisciplinar, o uso de conhecimentos de várias disciplinas; o fundamento nas ciências; o objeto: a concepção do trabalho. GRANDJEAN (1998, p.32) cita que a Ergonomia é uma ciência interdisciplinar, compreendendo, entre outras áreas, a fisiologia, a biomecânica, a antropometria e a psicologia do trabalho. Para AMANTINI (2003, p. 29) “o objetivo prático da Ergonomia é a adaptação do posto de trabalho, dos instrumentos, das máquinas, dos horários, do meio ambiente às exigências do homem. A realização de tais objetivos, ao nível industrial, propicia uma facilidade do trabalho e um rendimento do esforço humano”.

Caro(a) Aluno(a), Conforme visto nesta Aula, o entendimento da Ergonomia e da Qualidade de Vida, decorrente da respectiva aplicação prática, necessita do embasamento histórico da percepção do trabalho e de como o ser humano foi entendendo a relação da sua atividade de trabalho com o seu próprio corpo. Deste entendimento crescente, vislumbrou-se a melhoria das condições de trabalho e da Qualidade de Vida do Trabalhador, que serão estudadas nas próximas aulas.

Antropometria: é um ramo da antropologia que estuda as medidas e dimensões das diversas partes do corpo humano. Epidemiologia: é o estudo da frequência, da distribuição e dos determinantes dos problemas de saúde em populações huma-

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nas, bem como a aplicação desses estudos no controle dos eventos relacionados com saúde. Higiene do Trabalho: é a ciência responsável por avaliar e analisar os riscos ocupacionais, assim como promover medidas corretivas e preventivas relacionadas ao ambiente de trabalho, assegurando a saúde do trabalhador. Material Bélico: equipamentos utilizados em guerras.

Referências

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Fim da Unidade!

já deve Se você prestou atenção, nteúdo. saber tudo sobre esse co s vemos Continue estudando. No na próxima unidade.

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“A alegria não chega apenas no encontro do achado mas faz parte do processo da busca. E ensinar e aprender não podem dar-se fora da procura, fora da boniteza e da alegria”

FREIRE, 2004, p. 142.

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UNIDADE

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DESENVOLVIMENTO DOS CONCEITOS DE SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA ERGONOMIA E QUALIDADE DE VIDA

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DESENVOLVIMENTO DOS CONCEITOS DE SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA

fig.01

Caro(a) Aluno(a), Nas duas primeiras aulas abordamos os conceitos básicos de Ergonomia e Qualidade de Vida e apresentamos o histórico da Ergonomia, desde o conceito inicial do trabalho até as suas modalidades. Assim, percebemos que, com a evolução dos princípios de produção desde a Revolução Industrial, acelerados durante e após a Segunda Guerra Mundial, a Ergonomia se tornou protagonista nos processos de produção das indústrias. Nesta aula faremos um processo similar sobre o desenvolvimento da saúde, seus conceitos, classificações e importância sócio-histórica. Bom estudo!

Introdução

As relações do homem com sua atividade de trabalho são estudadas na Ergonomia, de forma que essa atividade seja adaptada às características psicofisiológicas do trabalhador. Vários são os objetivos para essa adequação. Basicamente, podemos citar a redução do índice de lesão e de doenças ocupacionais associados à melhoria do rendimento do trabalhador e sua produção. Por consequência, tem-se também como resultados a melhora das condições de trabalho, que podem ser usufruídas tanto durante a jornada de trabalho, quanto fora dela. É o que convencionamos dizer como sendo a melhoria da qualidade de vida do trabalhador.

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Para isso, temos que entender o que vem a ser essa qualidade de vida. E como peça fundamental desse quebra-cabeça, na base de tudo, observamos a necessidade de entender melhor a saúde desse trabalhador, pois para ele desfrutar de qualquer situação de qualidade de vida, seja no trabalho ou fora dele, é necessário que desfrute de boas condições de saúde. Assim, inicialmente definiremos saúde nos seus mais amplos modos de análise, seja histórico, social e até mesmo legal, pois se a própria Constituição Brasileira assegura a todo cidadão o direito à saúde, temos que entender o que esta lei maior define como saúde.

Os conceitos de saúde

A definição de saúde possui implicações legais, sociais e econômicas dos estados de saúde e doença. Segundo Scliar (2007, p.30): O conceito de saúde reflete a conjuntura social, econômica, política e cultural. Ou seja: saúde não representa a mesma coisa para todas as pessoas. Dependerá da época, do lugar, da classe social. Dependerá de valores individuais, dependerá de concepções científicas, religiosas, filosóficas. O mesmo, aliás, pode ser dito das doenças.

A definição mais difundida é a encontrada no preâmbulo da Constituição da Organização Mundial da Saúde (OMS): “saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doenças”.

fig.02

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Segundo OLIVEIRA (2012, p.3): Quando a Organização Mundial da Saúde (OMS) foi criada, pouco após o fim da Segunda Guerra Mundial, havia uma preocupação em traçar uma definição positiva de saúde que incluiria fatores como alimentação, atividade física, acesso ao sistema de saúde e etc. O "bem-estar social" da definição veio de uma preocupação com a devastação causada pela guerra, assim como de um otimismo em relação à paz mundial.

A definição de saúde da OMS, como sendo um estado de completo bem-estar dá a impressão aos leigos que esta saúde seja algo utópico, dificultando a visualização prática pelos serviços de saúde. Entretanto, reforça-se que esta definição procura enfatizar a idéia da promoção da saúde, indo muito além do que simplesmente caracterizar o termo como sendo a ausência de doenças. No Oriente a concepção de saúde e de doença é trabalhada de uma forma diferente. Nesta outra filosofia e conceituação, aborda-se a existência de forças vitais que atuam no corpo, sempre em equilíbrio. Portanto, se o indivíduo apresenta tais energias de forma balanceada, concebe-se como sendo um indivíduo que apresenta um bom estado de saúde. Já a doença é observada quando há o desequilíbrio destas energias. As medidas terapêuticas (acupuntura, ioga) têm por objetivo restaurar o normal fluxo no corpo (SCLIAR, 2007, p. 33). Essa visão funcional da saúde, na qual ela é um recurso para a vida diária e não o objetivo a ser atingido durante a vida, interessa muito aos profissionais de atenção primária à saúde, pois pode ser usada de forma a melhorar a equidade dos serviços de saúde e de saneamento básico, ou seja, prover cuidados de acordo com as necessidades de cada indivíduo ou grupo (HAESER et AL, 2012, p. 609).

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A Saúde no Brasil No Brasil a saúde é expressa como direito fundamental social, segundo o dispositivo constitucional constante do artigo 6º. O artigo 196 da Constituição brasileira garante a saúde como direito de todos e dever do Estado, determinando a promoção de políticas sociais e econômicas que garantam sua consecução e o acesso universal às ações e serviços para a sua promoção, proteção e recuperação. BRASIL, 1988). Assim, é relevante enfatizar que o direito à saúde, como direito social que é, possui a característica de exigir que o Estado brasileiro promova ações concretas e efetivas para a garantia do cumprimento dos preceitos constitucionais que tratam do tema como direito de todos, tais como a construção e aparelhamento de hospitais, contratação de profissionais capacitados, campanhas de vacinação e, principalmente, políticas de conscientização e prevenção (FIGUEIREDO, 2007, p.14).

O direito à saúde depende da atuação do Poder Público (União, Estados e Municípios), visto que a sua promoção, proteção e recuperação, conforme elencado contitucionalmente devem estar atreladas uma política de saúde pública, como a prestação jurisdicional em resposta a questionamento de cidadão que se sinta lesado em seu acesso ao direito à saúde. (FIGUEIREDO, 2007, p.73). Desta forma, segundo SILVA (2009, p.22): Será considerado questão de saúde pública um problema que tiver relação direta e estreita com o bem-estar coletivo e que demandar intervenção das autoridades públicas, devendo-se, para tanto, proceder a uma análise rígida de sua frequência, gravidade, bem como das condições e características do grupo populacional atingido.

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O artigo 200 da Constituição no Brasil institui a criação do Sistema Único de Saúde – SUS – um verdadeiro marco de inclusão social do ordenamento jurídico brasileiro, ampliando o acesso à saúde para toda e qualquer pessoa que dele viesse a necessitar. Assim, torna-se patente que o direito à saúde dos indivíduos implica um comprometimento estatal que o garanta.

Qualidade de vida

O termo Qualidade de Vida é utilizado para mensurar as condições diretas e indiretas de um determinado ambiente que contribuam para o processo de promoção da saúde das pessoas. Se utilizarmos as definições de saúde já estudadas, o nível de Qualidade de Vida de um determinado local será determinado por todas as situações que estão presentes na vida das pessoas e que influenciam no seu bem-estar físico, mental, social e espiritual, ou seja: acesso a serviços de saúde e de educação, moradia, saneamento básico, transporte público com logística de qualidade, entre outras situações cotidianas. Assim, a Qualidade de Vida de uma pessoa “depende de fatores intrínsecos e extrínsecos, variando de pessoa para pessoa e estando sujeito a influências do seu cotidiano, onde vive, seus hábitos e estilo de vida” (PILATTI, 2005, p.10). Portanto, diante de uma dificuldade em se definir o que vem a ser o bem-estar do indivíduo ou a sua Qualidade de Vida, a OMS propôs a seguinte definição, conforme mencionado por Fleck e colaboradores (2000, p.179): “a percepção do indivíduo da sua posição da vida, no contexto da cultura e sistema de valores nos quais ele vive em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações”. Para medir este conceito de Qualidade de Vida, a OMS propôs

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um questionário com cem perguntas, distribuídas em seis domínios: o físico, o psicológico, o do nível de independência, o das relações sociais, o do meio ambiente e o dos aspectos religiosos. (FLECK et al, 2000, p.180).

Qualidade de vida foi um conceito criado pelo economista J.K. Galbraith, em 1958, que acreditava que o desenvolvimento qualitativo das condições de vida das pessoas deveria se sobressair a uma definição mais restrita que levava em conta apenas o crescimento econômico de uma determinada região. Isso só seria possível através de um melhor desenvolvimento de infra-estrutura social, ligado à supressão das disparidades, tanto regionais como sociais, à defesa e conservação do meio ambiente, etc (SOUZA e CANDIOTO, 2013, p.13). Para isso foi criado o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Assim, encontrava-se uma metodologia de mensurar a qualidade de vida em diferentes regiões, comparando-se variáveis como riqueza, alfabetização, educação, esperança média de vida, natalidade dentre outros fatores, associando-os a classificação do bem-estar de uma população. (SOUZA e CANDIOTO, 2013, p.13).

Desta forma, entendemos que os termos “saúde” e “qualidade de vida” se inter-relacionam e influenciam os índices um do outro. Isso não significa que a qualidade de vida esteja relacionada somente com os indicadores de saúde de uma determinada população. Conforme estudado, a qualidade de vida será determinada por diferentes áreas do nosso dia-a-dia, por exemplo, a educação, a economia, a cultura, o urbanismo, o relacionamento social e familiar, entre outros. É a partir dessa complexa rede de relações presentes no cotidiano das pessoas que se classificam as sociedades ou regiões mais ou

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menos saudáveis, com maior ou menor índice de qualidade de vida.

Qualidade de Vida no Trabalho

Segundo a Associação Brasileira de Qualidade de Vida (ABQV, 2015): Qualidade de vida no trabalho (QVT) refere-se ao nível de felicidade ou insatisfação com a própria carreira. Diz-se que, aqueles que gostam das suas carreiras, têm uma alta qualidade de vida no trabalho, enquanto aqueles que são infelizes ou cujas necessidades não são preenchidas, de alguma forma, são considerados com uma baixa qualidade de vida no trabalho.

O tema “Qualidade de Vida no Trabalho” vem se tornando cada vez mais uma preocupação para a Administração Pública e de empresas privadas, devido à ligação que existe entre condições adequadas de trabalho e a exigência por produtividade, destacando-se como sendo vários itens que formam um conjunto de fatores que interferem no desempenho dos funcionários (ROCHA, 2012, p. 56). A QVT assimila duas posições antagônicas: a reivindicação dos empregados quanto ao bem-estar e satisfação no trabalho; e, de interesse das organizações quanto aos seus efeitos potenciais sobre a produtividade e a qualidade (CHIAVENATO, 2008, p.487).

A gestão da qualidade total nas organizações depende fundamentalmente da otimização do potencial humano, isto é, depende de quão bem as pessoas se sentem trabalhando na organização. A QVT representa em que grau os membros da organização são capazes de satisfazer suas necessidades pessoais através do seu trabalho na organização (CHIAVENATO, 2008, p. 487).

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Conforme a ABVQ (2015), Embora os requisitos para uma elevada qualidade de vida no trabalho variem de pessoa para pessoa, alguns fatores são necessários para que todos possam ter uma alta qualidade de vida no trabalho. Esses fatores mínimos são o equivalente à saúde, alimentação e abrigo para a qualidade de vida padrão, no entanto, eles são mais específicos para carreiras ou empregos. Por exemplo, para ter uma elevada qualidade de vida no trabalho, uma pessoa tem de ser respeitada. Colegas e funcionários de alto nível devem tratá-la de forma justa e educada. O trabalho não deve causar qualquer desconforto físico ou angústia mental ao empregado. Ele deve sentir-se como se estivesse fazendo algo agradável ou pelo menos não desagradável. O trabalhador deve sentir que o salário pago é suficiente para o trabalho que ele está fazendo. Finalmente, ele deve se sentir valorizado ou apreciado, como se estivesse fazendo algo de importância para a empresa.

Segundo a ABVQ (2015), para alcançar uma alta qualidade de vida no trabalho, é essencial escolher uma atividade que atenda a suas necessidades. Primeiro você deve determinar quais são essas necessidades. Se você quer um trabalho que envolva a sua mente e te desafie, é importante entender isso com antecedência, para que você possa conquistar as qualificações que lhe permitirão obter tal cargo. É útil que você escolha um trabalho no qual esteja interessado. Você precisa considerar quais os seus interesses e descobrir trabalhos que os atendam. Faça uma lista de coisas que você está procurando em um emprego e fale com um conselheiro de carreira ou visite feiras profissionais para determinar quais tarefas são mais propensas a atender a essas necessidades. Finalmente, preste atenção à sua interação com os empregados existentes quando você vai para

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entrevistas, a forma como você é tratado por seu chefe e colegas de trabalho terão um tremendo impacto sobre a qualidade de vida no trabalho. Você vai querer garantir que o ambiente do negócio se encaixa ao seu próprio nível de conforto.

A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) é uma comissão regulamentada pela CLT para avaliar e discutir melhorias nos postos de trabalho, visando atuar na melhoria das condições de segurança dos funcionários. Ela deve investigar e apontar as situações de não-conformidade com o mínimo de segurança no trabalho previsto em lei, discutindo, junto às organizações, meios para a ampliação das condições de segurança dos postos de trabalho e para a melhoria do meio ambiente ocupacional, com vistas a garantir uma melhor Qualidade de Vida no Trabalho.

Você já trabalhou em uma empresa na qual não se sentia bem? Infelizmente, apesar dos seus esforços em busca de um bom emprego, algumas pessoas podem ser forçadas a aceitar um emprego que não gostam por conta de circunstâncias pessoais ou financeiras. Para aqueles com uma baixa qualidade de vida no trabalho que não são capazes ou não querem mudar de emprego, é importante lidar com a situação de forma eficaz. Funcionários insatisfeitos podem tentar melhorar sua qualidade de vida no trabalho, optando por focar os componentes positivos dos seus trabalhos. Há ainda a possibilidade de conversar com os colegas de trabalho e com a gerência, para tentar reduzir ou eliminar os fatores que perturbam a qualidade de sua vida na execução da atividade de trabalho (BOLIVAR, 2015, p. 3).

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Atividade Física e Qualidade de Vida fig.03

Para COBRA (2003): O exercício físico é o principal mecanismo para melhorar a nossa saúde e qualidade de vida. Realizado de forma moderada e regular, é um santo remédio. Depende unicamente de nossa força de vontade e disciplina para que possamos restaurar este hábito em nossas vidas. O hábito se forma com a prática de exercícios até que o corpo passe a solicitar a mente, incorporando o movimento e substituindo o sedentarismo.

Frequentemente observamos nos mais diferentes noticiários relatos de uma crescente parcela da população mundial classificada como obesa. Além disso, ressalta-se as conseqüências destes dados, ao verificarmos índices crescentes de portadores de doenças cardiovasculares (hipertensão arterial, infarto coronariano), metabólicas (diabetes), dentre outras doenças. Estes casos estão relacionados principalmente a falta de atividades físicas rotineiras por parte da população e pelos maus hábitos alimentares. Segundo CAMPOS e KRÜGER (2011) a atividade física pode também exercer efeitos no convívio social do indivíduo, tanto no ambiente de trabalho quanto no familiar. Está mais do que comprovado que os idosos obtêm benefícios da prática de atividade física regular tanto quanto os jovens. Ela promove mudanças corporais, melhora a autoestima, a autoconfiança e a afetividade, aumentando a socialização. VIEIRA (2015) relata que a falta de aptidão física é uma das principais causas dos baixos índices de qualidade de vida, principalmente nos idosos. Segundo o mesmo autor, com o avanço da idade, há uma redução da capacidade cardiovascular, da massa muscular, da força e flexibilidade musculares, sendo que esses efeitos são exacerbados pela falta de exercício.

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Atividade: Investigue e registre as ações de interface que a sua futura profissão pode ter com o desenvolvimento da Qualidade de Vida das pessoas, seja no trabalho ou na vida social delas, destacando os avanços que poderão ser conquistados em prol da promoção da saúde e do bem-estar.

Espero que tenha compreendido um pouco mais sobre o que seja SAÚDE e como ela está relacionada com os diferentes conceitos de Qualidade de Vida. O ambiente de trabalho pode ser um ótimo local gerador de saúde, desde que cada um de nós se identifique com o que faz e tenhamos um bom relacionamento pessoal.

Glossário

Acupuntura: é um método terapêutico com origem na Medicina Tradicional Chinesa, que consiste na estimulação de pontos cutâneos específicos através de agulhas. Agravos: doenças. Capacidade Cardiovascular: características de funcionamento do sistema cardíaco e do sistema circulatório em conjunto. Cardiopatias: doenças relacionadas ao sistema cardíaco. Diabetes: é uma doença do metabolismo caracterizada pelo excesso de glicose no sangue e na urina, que surge quando o pâncreas deixa de produzir ou reduz a produção de insulina, ou ainda quando a insulina não é capaz de agir de maneira adequada.

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Guerra Fria: é a designação de um período histórico de disputas entre os Estados Unidos e a União Soviética, compreendendo o período entre o final da Segunda Guerra Mundial, em 1945, e a extinção da União Soviética, em 1991. Ioga (Yoga): é um sistema de técnicas, disciplinas e filosofias utilizadas para o desenvolvimento harmonioso do corpo e do espírito. É baseado na filosofia hindu, sendo também praticado no budismo. Obesidade: é um termo com origem no latim obesitas, que significa excesso de gordura e caracteriza o indivíduo gordo, com excessivo volume do ventre e de outras partes do corpo. Preâmbulo: Relatório que precede uma lei, um decreto ou uma portaria.

Referências

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Lista de imagens

fig.01: http://br.freepik.com fig.02: http://br.freepik.com fig.03: http://br.freepik.com

Fim da Unidade!

já deve Se você prestou atenção, nteúdo. saber tudo sobre esse co s vemos Continue estudando. No na próxima unidade.

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UNIDADE

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DESENVOLVIMENTO DA ERGONOMIA NO BRASIL ERGONOMIA E QUALIDADE DE VIDA

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DESENVOLVIMENTO DA ERGONOMIA NO BRASIL Caro(a) Aluno(a), Nas primeiras unidades, abordamos os conceitos básicos de Ergonomia e Qualidade de Vida e apresentamos o histórico da Ergonomia no mundo. Entretanto, para compreender as ações ergonômicas e de programas de qualidade de vida existentes atualmente nas empresas do Brasil, é necessário entender como este processo se iniciou. Assim, nesta Unidade você poderá correlacionar o desenvolvimento da legislação trabalhista focado à segurança do trabalhador com a evolução dos conceitos de qualidade de vida no trabalho. Bom estudo!

Introdução

Segundo Silva et al. (2010, p. 91), desde que Kenneth Frank Hywel Murrell definiu o conceito de Ergonomia, em 1949, passaram-se quase 20 anos até que se iniciassem os estudos nessa área no Brasil. Os mesmos autores relatam que a ergonomia no Brasil começou a ser trabalhada na Universidade de São Paulo, nos anos 1960, pelo Profº Sergio Penna Khel, que encorajou Itiro Iida a desenvolver a primeira tese brasileira em Ergonomia: a Ergonomia do Manejo (SILVA et al., 2010, p. 91). Entretanto, foi apenas na década de 1990 que novos estudos foram realizados, iniciando-se um novo ciclo da Ergonomia no Brasil, ainda que ligado mais especificamente à Ergonomia do Produto, evocando as áreas do Design e do Desenho Industrial. As ações ergonômicas sobre os processos de trabalho e sobre as consequências desses

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processos sobre o organismo dos trabalhadores estavam baseadas somente nos estudos feitos nos Estados Unidos e Europa. Fato concreto é que, segundo Soares citado por SILVA et al (2010, p. 92), a ergonomia brasileira surgiu da difusão da ergonomia em âmbito internacional e desde então ocupa um relativo destaque nesse cenário, particularmente no âmbito latino-americano.

As diferentes tendências da ergonomia

Conforme citado por Merino (2013, p. 23), atualmente são conhecidas duas tendências no trabalho da ergonomia. A primeira é a linha de ação Americana, que leva em consideração a melhora do ambiente de trabalho por meio de estudos biomecânicos e antropométricos, considerando a fisiologia do trabalho para o melhor entendimento dos princípios de regulação natural do organismo do trabalhador às diferentes atividades de trabalho. Desta forma, busca criar os mecanismos que proporcionem as melhores situações de adaptação do posto de trabalho, produto e ferramentas de trabalho ao trabalhador. Já a outra tendência de atividade ergonômica é a ação Europeia, que dá mais atenção aos processos de trabalho e ao relacionamento entre os diferentes níveis hierárquicos e produtivos de uma empresa, considerando os conhecimentos psicofisiológicos do trabalhador. Estas duas linhas de estudo da Ergonomia, apesar de serem bem diferentes uma da outra, não são contraditórias, mas sim complementares, entendendo-se que um modelo de trabalho ideal seria a mescla racional de ambas as formas (SILVA et AL, 2010, p. 92).

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Significado social da ergonomia

Segundo Silveira e Salustiano (2012, p. 74), a linha mestra da Ergonomia em adaptar o posto de trabalho às características do trabalhador pode contribuir para solucionar um grande número de problemas sociais relacionados à saúde, segurança, conforto e eficácia. Muitos dos acidentes de trabalho ou adoecimentos do trabalhador se dão devido a essa não adequação das características do posto de trabalho às características humanas. Quando se oferece a situação de ajuste, observa-se a redução da probabilidade de intercorrências. Muitas atividades de trabalho podem ser prejudiciais à saúde, sejam de ordem física, como as lesões musculoesqueléticas (tendinites, bursites, dores musculares), como de ordem psicológica (fadiga mental, estresse, etc.), as quais podem ser consideradas as mais importantes causas de absenteísmo e incapacitação ao trabalho. Esses problemas podem ser atribuídos a falhas na concepção do projeto dos postos de trabalho sob o ponto de vista ergonômico, ou ao uso inadequado de equipamentos, sistemas e tarefas. Além disso, a Ergonomia também pode contribuir para a prevenção de erros, melhorando o desempenho e, consequentemente, os resultados (MASSAMBANI, 2002, p. 32).

No Brasil e no mundo, alguns conhecimentos formatados através de ferramentas ou normas oficiais foram elaborados, multiplicando a ação social da Ergonomia. Na Europa, encontram-se as Normas Europeias (EN) do Comitê Europeu de Fundamentos em Ergonomia. Globalizadas, as normas ISO (ISO-9000 e principalmente ISO14000) são aplicadas em muitas empresas, tanto no Brasil quanto no Exterior. Especificamente no Brasil, têm-se as Normas Regulamentado-

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ras do Ministério do Trabalho. Entre várias que abordam aspectos ergonômicos em seus textos, destaca-se a Norma Regulamentadora-17, que objetiva adequar os postos de trabalho das empresas brasileiras às características psicofisiológicas dos trabalhadores, mantendo-se os padrões conforto e segurança aos trabalhadores.

A relação da ergonomia no Brasil com as diferentes profissões e seu campo de atuação

Sendo a ergonomia uma ciência que se baseia em conhecimentos no campo das ciências do homem, IIDA (1990, p.8-9) a relaciona direta e indiretamente com várias áreas de investigação e profissões. Cada vez mais, nas empresas, surgem departamentos voltados para o estudo da Ergonomia. Porém, no Brasil, não existem cursos de Graduação em Ergonomia, apenas de pós-graduação. Assim, foram listadas diferentes áreas de atuação profissional que podem estar atuando de forma isolada ou em conjunto na busca constante pelas melhorias na Qualidade de Vida dos trabalhadores: Os Médicos, Enfermeiros e Fisioterapeutas do Trabalho:

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podem ajudar no rastreamento e identificação de locais que possam vir a provocar acidentes ou doenças ocupacionais, promovendo o acompanhamento de saúde dos trabalhadores antes, durante e após possíveis agravos (prevenção primária, secundária e terciária). Os Psicólogos: geralmente envolvidos em seleção e treina-

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mento de pessoal, podem ajudar também na implantação de novos métodos e estudos de conflitos e comportamentos interpessoais no ambiente de trabalho. Os Engenheiros: realizam estudos de tempos e métodos e

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podem também contribuir nos aspectos técnicos, modificando as

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máquinas e os ambientes de trabalho. Os Desenhistas Industriais: podem ajudar na adaptação de

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máquinas e equipamentos, projetos de postos de trabalho e sistemas de comunicações, utilizando-se de princípios da ergonomia de concepção, reduzindo-se assim a necessidade de custos de adequação de postos de trabalho e de afastamentos de funcionários. Os profissionais da Educação Física, em parceria com os Fisio-

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terapeutas do Trabalho, podem ajudar com técnicas e exercícios de compensação em atividades de trabalho, assim como programas de aptidão física.

Além disso, diversos outros profissionais, técnicos (como Técnicos em Segurança do Trabalho e Técnicos em Enfermagem) ou de nível superior (Administradores, por exemplo), podem auxiliar na resolução e/ou minimização dos problemas ergonômicos (MERINO, 2013, p. 22).

A relação da ergonomia com a legislação trabalhista no Brasil

O desenvolvimento da Ergonomia no Brasil, em relação à legislação brasileira, está presente em 5 momentos distintos: na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT); na Portaria 3214/1978, que instituiu no Brasil as Normas Regulamentadoras de Segurança e Medicina do Trabalho; na Portaria 3751/1990, que alterou a Norma Regulamentadora17; nas normas e treinamentos realizados pelo Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho, em meados no ano 2000, a fim de ampliar e padronizar a fiscalização da Ergonomia em todos os estados brasileiros; e na elaboração e publicação dos Anexos I e II da Norma Regulamentadora-17.

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Consolidação das Leis do Trabalho – CLT O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) é o órgão federal encarregado pela fiscalização sobre o cumprimento das relações de trabalho no Brasil, as quais ocorrem dentro de um sistema complexo (ROCHA, 2010, p. 1). No início do século XX, o movimento sindical no Brasil iniciou suas atividades em busca de melhores condições de trabalho, principalmente no que diz respeito à redução da jornada de trabalho e dos acidentes no trabalho. Somente em 1943 surgiu uma legislação específica que tratasse sobre segurança e medicina do trabalho, mais especificamente sobre a prevenção da fadiga, definindo o peso máximo que o empregado pode remover individualmente (60Kg) e tornando obrigatória a colocação de assentos nos postos de trabalho. (ROCHA, 2010, p. 1).

As Normas Regulamentadoras do Trabalho (Nrs) No início da década de 1970, o Brasil apresentava uma das mais altas taxas de acidente de trabalho do mundo. Por exemplo, em 1971, para uma população ativa de 7,6 milhões de pessoas, foram registrados 1.330.523 acidentes, ou seja, uma frequência de quase 20% de acidentes. Diante da pressão de outros países, principalmente da Europa (que era um dos principais parceiros comerciais do Brasil), o governo brasileiro organizou a criação de cursos de medicina do trabalho e engenharia de segurança, permitinfig.01

do assim a ampliação dos Serviços de Medicina e Segurança das Empresas (SESMT) a partir de 1972 (ROCHA, 2010, p. 1).

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Então, em 1978, o governo brasileiro publicou as Normas Regulamentadoras de Segurança e Medicina do Trabalho, compostas por 28 normas. Destas, a NR (Norma Regulamentadora) 17 tratava sobre a Ergonomia, abrangia levantamento, transporte e descarga de materiais e também dispunha sobre bancadas, mesas, escrivaninhas, painéis e assentos ajustáveis. Essa norma representou uma ampliação dos artigos 198 e 199 da CLT, que tratavam da prevenção da fadiga, descrefig.02

vendo aspectos do mobiliário e das áreas de trabalho e definindo para os assentos o ajuste da altura de acordo com a estatura do empregado e a natureza da função exercida (BUENO, 2012, p. 25).

A Norma Regulamentadora 17 (NR-17) O processo de redemocratização do país e a ampliação do efetivo de agentes fiscais em Segurança e Saúde do Trabalho, composto por Médicos do Trabalho e Engenheiros de Segurança do Trabalho, podem ser considerados um avanço na construção do novo perfil de intervenção pública no ambiente de trabalho (ROCHA, 2010, p. 2). Esta mesma autora cita ainda que, com isso, as instituições públicas e privadas entenderam a importância das relações de trabalho na saúde, para a identificação e controle de riscos restritos ao ambiente físico do trabalho. Assim, todos passam a ter o entendimento sobre a importância da participação dos trabalhadores na resolução de problemas e avaliação do ambiente de trabalho quanto aos aspectos da organização do trabalho e da qualidade de vida. Na NR-17, a Saúde dos Trabalhadores é tratada de maneira a possibilitar que os conhecimentos científicos relativos aos trabalhado-

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res e necessários para a concepção e adequação das ferramentas, máquinas e dispositivos utilizados apresentem o máximo de conforto, segurança e eficácia (GOMEZ, 2011, p.146).

Tenha acesso à íntegra da Norma Regulamentadora-17 e seus anexos através do site:

http://portal.mte.gov.br/data/files/FF8080812BE914E6012BEFBAD70 64803/nr_17.pdf

O processo de elaboração da NR-17

fig.03

É importante compreender o contexto sócio-histórico e os atores envolvidos na elaboração e desenvolvimento da reformulação do texto da NR-17, para que seja possível visualizar os reais avanços e limitações desta Norma. Em 1986, diante da notificação de muitos casos de afastamentos de digitadores devido a tenossinovites causadas por movimentos repetitivos, foi constituída uma equipe composta de médicos e engenheiros da DRT/SP e de representantes sindicais que, por meio de fiscalizações a várias empresas, verificou as condições de trabalho e as repercussões sobre a saúde desses trabalhadores, utilizando a análise ergonômica do trabalho. Em todas as avaliações foi constatada a presença de fatores que sabidamente contribuíam para o aparecimento das Lesões por Esforço Repeti-

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tivo – LER: o pagamento de prêmios por produção, a ausência de pausas, a prática de horas-extras e a dupla jornada de trabalho, entre outros (ROCHA, 2010, p. 2). A legislação em vigor não dispunha de uma norma regulamentadora específica que permitisse ao Ministério do Trabalho exigir mudanças sobre a forma de como era organizada a atividade desse trabalho. (BRASIL, 2002, p. 7). Durante 1988 e 1989, profissionais da área de Segurança e Medicina do Trabalho se reuniram para elaborar um projeto de norma que estabelecesse limites à cadência de trabalho e proibisse o pagamento de prêmios por produtividade, bem como estabelecesse critérios de conforto para os trabalhadores de sua base, que incluíam o mobiliário, a ambiência térmica, a ambiência luminosa e o nível de ruído. Nesse mesmo período, o Ministério do Trabalho convocou toda a sociedade civil para que organizasse seminários e debates com o objetivo de recolher sugestões para a melhoria de todas as Normas Regulamentadoras – NRs. Várias propostas foram feitas, mas nenhuma que fosse ao âmago da questão: o controle da cadência e do ritmo do processo produtivo (BRASIL, 2002, p. 8). Procurou-se, então, colocar itens que abrangessem diversas situações de trabalho, sem a preocupação com detalhamentos, com exceção das atividades que relacionadas ao setor de digitação, dada a problemática da época: o grande número de trabalhadores afastados no setor (ROCHA, 2010, p. 3). Em março de 1990, foi assinada a portaria que alterava a NR-17 e a NR-5, e enviada para publicação no Diário Oficial da União. Entretanto, a nova NR-5 (que não tinha nenhuma relação com a NR-17, pois tratava das Comissões Internas de Prevenção de Acidentes - CIPA), contrariava interesses das classes patronais, e a portaria não foi publicada. Assim, como no documento constavam ambas as Normas Regula-

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mentadoras, sem a publicação, nenhuma realmente passou a valer de direito. Somente em Junho de 1990 o Ministro do Trabalho assinou nova portaria que dava nova redação à NR-17, cujo conteúdo era o mesmo que o da portaria que não foi publicada, em março. No entanto, após a publicação, a classe patronal dos bancos e das indústrias (FEBRABAN e FIESP) se deu conta das possibilidades abertas pela nova redação e que as alterações não se limitavam à área de processamento de dados. Foi solicitada imediatamente uma discussão dos técnicos do Ministério do Trabalho e de representantes dessas instituições para modificar novamente seu conteúdo (BRASIL, 2002, p. 9). Após muitas discussões envolvendo interesses de setores economicamente muito poderosos, foi publicada, em 23 de novembro de 1990, pela Portaria nº 3.751, a nova NR-17, com alterações que mantiveram a abrangência superficial, e que acabaram por dificultar o entendimento da Norma, impossibilitando a sua aplicação prática (ROCHA, 2010, p. 3). Assim, a fundamentação prática da Ergonomia na melhoria da Qualidade de Vida dos trabalhadores acaba sendo comprometida pela fragilidade legal criada, porém, não impedindo totalmente que bons exemplos sejam dados em diferentes ramos de atividades da Indústria, Comércio e Serviços, conforme estudaremos nas unidades seguintes.

Padronização da Fiscalização pelo Ministério do Trabalho

No começo dos anos 2000, o Ministério do Trabalho, através do Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho realizou um treinamento de padronização da fiscalização dos aspectos ergonômicos junto aos auditores fiscais. Desta ação, várias normas e materiais foram criados, que auxiliaram no processo de divulgação da Ergonomia junto

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às empresas no Brasil.

Para ter acesso a um dos materiais criados pelo Ministério do Trabalho para o treinamento dos auditores fiscais e para a padronização da fiscalização da Ergonomia, acesse: http://www3.mte.gov.br/seg_sau/pub_cne_manual_nr17.pdf

Elaboração e Publicação dos Anexos da Norma Regulamentadora-17

Os anexos da Norma Regulamentadora-17 foram elaborados por meio das Comissões Tripartites e por diversas consultas públicas à sociedade, além de pesquisas a programas de Pós-Graduação de universidades que estivessem abordando a Ergonomia junto aos colaboradores operadores de caixa de supermercado e teleatendentes de callcenter. Deste trabalho conjunto originou-se o Anexo I (Portaria 8/2007, abrangendo o trabalho do operador de caixa de supermercado) e ao Anexo II (Portaria 9/2007, abrangendo o trabalho do teleatendente de call-center).

Glossário

Agravo: doença, adoecimento Âmago: algo que se encontra situado no centro do que se fala; a parte sede ou principal de um assunto. Call-center: é uma central de atendimento que tem como objetivo fazer a interface entre o cliente e a empresa.

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CLT: é a sigla da Consolidação das Leis do Trabalho. A CLT é uma norma legislativa de regulamentação das leis referentes ao Direito do Trabalho e do Direito Processual do Trabalho no Brasil. Fadiga: cansaço extremo ou esgotamento, físico ou mental, causado pelo esforço repetitivo ou trabalho intenso. NRs: Normas Regulamentadoras de Segurança e Medicina do Trabalho; atualmente são 36 Normas Regulamentadoras. NR-17: Norma Regulamentadora nº 17, que trata especificamente da Ergonomia. MTE: sigla que abrevia o Ministério do Trabalho e Emprego SESMT: sigla que abrevia o Serviço de Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho, exigida pela legislação trabalhista de acordo com o número de funcionários e grau de risco de uma determinada empresa.

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Lista de imagens

fig.01: http://direitodetodos.com.br/wpcontent/uploads/2014/02/CTPS.jpg fig.02: http://br.freepik.com fig.03: http://br.freepik.com

Fim do Bloco!

já deve Se você prestou atenção, nteúdo. saber tudo sobre esse co idades. Na dúvida, releia as un Até as próximas aulas!

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