ERGONOMIA E QUALIDADE DE VIDA
BLOCO 05
EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
SUMÁRIO Unidade 17. Repercussões dos Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho............................................................................................................. 04
Unidade 18. Programas de Promoção da Qualidade de Vida no Trabalho I................................................................................................................................... 16
Unidade 19. Programas de Promoção da Qualidade de Vida no Trabalho II................................................................................................................................. 28
Unidade 20. A Importância da Equipe Multidisciplinar na Atenção à Saúde do Trabalhador........................................................................................... 40
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Apresentação Neste quinto bloco estudaremos os vários aspectos relacionados à aplicação prática de tudo com que a Ergonomia pode contribuir para a melhoria da Qualidade de Vida das pessoas. Assim, na primeira aula deste bloco vamos analisar as consequências que as lesões osteomusculares podem trazer ao indivíduo e como elas influenciam em seu relacionamento com toda a sociedade. Nas duas aulas seguintes estudaremos sobre a qualidade de vida e os diferentes projetos que podem ser desenvolvidos nas empresas para que funcionários, familiares e a própria empresa possam construir um ciclo virtuoso de saúde e desenvolvimento. Finalizaremos este bloco com a análise da contribuição que diferentes profissionais da saúde podem trazer ao associar a Ergonomia e a Qualidade de Vida em prol da saúde das pessoas.
UNIDADE
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REPERCUSSÕES DOS DISTÚRBIOS OSTEOMUSCULARES RELACIONADOS AO TRABALHO ERGONOMIA E QUALIDADE DE VIDA
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REPERCUSSÕES DOS DISTÚRBIOS OSTEOMUSCULARES RELACIONADOS AO TRABALHO Caro(a) Aluno(a),
Nesta aula analisaremos as consequências que as lesões osteomusculares podem trazer ao indivíduo e como elas influenciam no seu relacionamento com toda a sociedade e chegaremos ao entendimento de que o adoecimento das pessoas traz muito mais prejuízos do que somente a doença clínica e seu tratamento, mas as consequências emocionais, econômicas e de relacionamento. Bom estudo!
Introdução
O diagnóstico do trabalhador com uma doença ocupacional, mais especificamente um Distúrbio Osteomuscular Relacionado ao Trabalho (DORT), baseia-se na sua história profissional, nas condições ambientais e ergonômicas do posto de trabalho e na sintomatologia trazida pelo funcionário aos profissionais de saúde. Os profissionais de saúde devem trabalhar em conjunto (equipe multidisciplinar) para que possam coletar a maior quantidade de dados necessários para uma conclusão diagnóstica correta, o que poderá favorecer o trabalhador individualmente (quando observado os aspectos relacionados a microergonomia) e coletivamente (quando observado os aspectos relacionados a macroergonomia ou ergonomia organizacional). A própria natureza de trabalho desses profissionais de
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Unidade 17. Repercussões dos Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho.
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saúde os coloca, muitas vezes, frente a suas próprias limitações, na tentativa de promover a cura ou mesmo de impedir o avanço de determinada doença.
fig. 01
Nos casos de DORT, o sujeito está exposto a uma redução ou a uma total incapacidade laboral, temporária ou permanente. Isso significa que, quando se atua na prevenção dessas doenças, deve-se identificar não apenas a parte musculoesquelética que foi acometida, mas também as condições de trabalho do trabalhador e o contexto no qual ele está inserido, avaliando-o de forma holística.
O diagnóstico da DORT
Conforme estudamos na Unidade 16, a DORT deve ser entendida como produto das interações que ocorrem entre o trabalhador e seu ambiente de trabalho. Frequentemente são encontrados fatores físicos e psíquicos que contribuem para essa relação.
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Unidade 17. Repercussões dos Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho.
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Em relação à fisiopatologia da DORT, Deliberato (2002) apontou que as principais estruturas anatômicas acometidas pelos Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho podem ser classificadas em dois grandes grupos: o de estruturas localizadas no interior das articulações (sinóvias, cápsulas articulares e ligamentos); e o das estruturas posicionadas ao redor das articulações (tendões, músculos, fáscias e nervos).
Segundo Baú (2002) e Barbosa (2009) o diagnóstico dos distúrbios classificados como DORT devem passar por etapas de investigação clínica, conforme a seguir: Ÿ
História da doença atual: os relatos mais frequentes dos portadores de DORT são a queixa de dor (localizada, irradiada ou generalizada), conforme a sua cronicidade, acompanhada de desconforto, fadiga e sensação de peso ou de queimação. Alguns trabalhadores relatam também fraqueza muscular, formigamento, parestesia local e diversas outras queixas encontradas em diferentes graus de gravidade do quadro clínico.
Ÿ
Comportamentos e hábitos relevantes: são as rotinas diárias do trabalhador, dentro ou fora de seu ambiente de trabalho, que podem causar ou agravar os sintomas do sistema musculoesquelético.
Ÿ
Antecedentes pessoais: é o histórico clínico de traumas, fraturas ou outras situações que possam ter desencadeado ou agravado a queixa atual do trabalhador, devendo ser investigado.
Ÿ
História Ocupacional: tão importante quanto o histórico clínico, é muitíssimo importante entender onde o trabalhador trabalha, o que ele faz e como faz, não economizando nos detalhes, pois é o momento em que se pode fazer a relação da patologia apresentada
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09. Repercussões Distorções Históricas e a Construção de um Mito. Unidade 17. dos Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho.
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pelo trabalhador com o seu trabalho. Ÿ
Exame Físico: independentemente do profissional de saúde que esteja atendendo o trabalhador, o exame físico pode contribuir ou ratificar o histórico clínico relatado por ele.
Ÿ
Exames Complementares: sozinhos, normalmente não são conclusivos, devendo ser solicitados de acordo com as hipóteses diagnósticas. Esses dados devem ser associados às condições psicossociais,
às características da organização do trabalho, da ergonomia do posto de trabalho, além de à idade e sexo do trabalhador a fim de ratificar uma hipótese diagnóstica para um possível estabelecimento do nexo entre o quadro clínico e o trabalho e a necessidade ou não de afastamento do trabalhador para tratamento e reabilitação ocupacional (BELLUSCI, 1996). Com relação às patologias mais comumente incluídas no grupo dos Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho, Barbosa (2009) e Deliberato (2002) destacam as apresentadas no quadro a seguir:
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Tratamento da DORT
Para o tratamento da DORT, os profissionais de saúde devem utilizar de suas respectivas técnicas e habilidades, a fim de reabilitar o trabalhador e reinseri-lo no ambiente ocupacional. O sucesso para o retorno do trabalhador ao trabalho depende sempre de medidas preventivas associadas às medidas corretivas no ambiente de trabalho, envolvendo atenção tanto aos fatores ergonômicos do posto de trabalho quanto aos fatores educacionais do trabalhador: treinamento, aperfeiçoamento e condicionamento às modalidades e particularidades de cada posto de trabalho (BAÚ, 2002; LUONGO e FREITAS, 2012). Figueiredo e Mont'alvão (2008, p. 58) reforçam que “a detecção precoce dos agravos à saúde constitui-se objetivo permanente dos profissionais”. Para isso, conforme já estudamos em outras unidades, deve-se identificar os riscos presentes no ambiente de
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09. Repercussões Distorções Históricas e a Construção de um Mito. Unidade 17. dos Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho.
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trabalho, analisando o modo operatório, as posturas, os movimentos e a exigência de força muscular por parte do trabalhador, além da identificação de aspectos organizacionais e psicossociais. Segundo Bellusci (1996, p. 117), “a interrupção dos estímulos causadores e agravadores do quadro clínico deve acompanhar todo o processo de recuperação da saúde”. Cabe à empresa possibilitar que a equipe de saúde ocupacional acompanhe e garanta que os resultados de tratamento sejam satisfatórios, permitindo o retorno do trabalhador às suas atividades laborais. O processo de tratamento normalmente é lento, e não é incomum o trabalhador desistir do tratamento ou ainda retornar ao trabalho sem que o mesmo esteja concluído. Para Barbosa (2009) o tratamento do paciente com um Distúrbio Osteomuscular Relacionado ao Trabalho pode incluir: Ÿ
Medicação prescrita pelo médico;
Ÿ
Fisioterapia para reduzir a sensação de dor e da inflamação além de relaxar as regiões tensas e correção das posturas inadequadas;
Ÿ
Apoio psicológico (psicoterapia);
Ÿ
Atividades coletivas em grupos psicoterapêuticos e pedagógicos, ou ainda em terapias corporais de relaxamento, alongamento, reeducação postural e hidroterapia;
Ÿ
Cirurgia, cuja indicação exige avaliação acurada e especializada, devido à sua baixa resolutividade.
O retorno à atividade ocupacional deve ser gradual, devendo haver a correção no posto de trabalho, no modo operatório e na organização do trabalho das fontes geradoras da patologia, reduzindo a possibilidade de recidivas, que geram mais sofrimento e desilusão por parte do trabalhador e de sua família.
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Repercussão Socioeconômica das DORTs
Uma vez suspeito um caso de DORT, deve-se proceder com o registro da ocorrência da doença, através da emissão da Comunicação de Acidentes de Trabalho (CAT), mesmo que não ocorra a incapacidade laboral do trabalhador. Segundo o Artigo 336 do Decreto 3048/1999, a empresa deve sempre comunicar à Previdência Social sobre os acidentes com o trabalhador. E, para este Decreto, incluem-se como acidente as doenças do trabalho que se enquadram como DORT. Após passar por perícia médica do INSS, e se constatado o nexo-causal, o trabalhador tem direito a receber durante o período de afastamento e tratamento o auxílio-acidente. Já a aposentadoria acidentária é concedida apenas para os casos irrecuperáveis e com incapacidade total e permanente, ou seja, para os casos não passíveis de reabilitação profissional, caracterizando a impotência funcional severa (LUONGO e FREITAS, 2012).
Dados apresentados por Deliberato (2002, p.117) indicam que o Ministério da Previdência e Assistência Social concedeu, em 1980, 21.799 benefícios para acidentários. Em 1996, esses dados subiram para 178.106 casos e, em 1997, foram registrados impressionantes 421.343 casos. Ressalta-se que o Código Internacional de Doenças (CID) mais incidente foi o 727.0/2, referente a sinovites e tenossinovites, patologias enquadradas como DORT.
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09. Repercussões Distorções Históricas e a Construção de um Mito. Unidade 17. dos Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho.
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O National Institute for Occupational Safety and Health (NIOSH), entidade governamental norteamericana, divulgou em 1992 que o custo anual médio para cada caso de DORT foi de US$8.070, comparado com o gasto de US$824 para o tratamento de outras doenças ocupacionais. Em 1997, o governo norte-americano calculou um prejuízo de mais de US$418 bilhões em custos diretos e indiretos com as lesões musculoesqueléticas ocupacionais.
Os gastos com os afastamentos dos trabalhadores não ocorrem unicamente por conta do governo, por meio do auxílioacidente do INSS. As empresas gastam, também, ao ter que pagar o salário do colaborador por 30 dias antes da realização da perícia médica, a partir da apresentação do atestado médico, impossibilitando o trabalhador de realizar suas atividades o c u pa c i o n a i s . A l é m d i s s o , a empresa deve substituir a vaga deixada pelo trabalhador afastado, gastando com treinamento e demais custos diretos e indiretos com o novo funcionário.
fig. 02
Se o trabalhador retornar para suas atividades ocupacionais, ele terá estabilidade no emprego por 12 meses, não podendo ser exigido o mesmo ritmo de trabalho do período anterior ao seu afastamento. Conforme vimos nesta unidade,
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Unidade 17. Repercussões dos Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho.
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reforça-se que o funcionário deve ter um processo de re-inclusão à atividade ocupacional lento e gradativo. Porém, fundamentalmente, quem mais tem prejuízo é o trabalhador. Prejuízo econômico, ao ter, muitas vezes, cessados os ganhos sobre produtividade ou benefícios pagos pela empresa que não são atribuídos no auxílio-acidente; prejuízo social, ao ter que se afastar de atividades que aproximam colegas de trabalho e amigos; prejuízo à saúde, por danificar (temporária ou permanentemente) o seu principal instrumento de trabalho: o seu corpo.
Diante de diversos pontos apresentados, percebe-se que a DORT já representa quase 70% do conjunto das doenças profissionais registradas no Brasil, necessitando de atenção imediata das equipes de saúde do trabalhador para utilizar a prevenção contínua como a melhor forma de combater a doença. A adoção de posturas e ritmos de trabalhos adequados também é uma das ferramentas necessárias para conter essa epidemia.
Glossário
Fáscias: São estruturas que envolvem e separam os ossos, músculos e órgãos, preenchem os espaços e dão unidade à estrutura, ao mesmo tempo em que criam as condições necessárias para que cada segmento do corpo funcione de maneira adequada. Holística: um fenômeno que se analisa na sua totalidade. Parestesia: Sensação anormal devido a um distúrbio funcional do sistema nervoso.
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09. Repercussões Distorções Históricas e a Construção de um Mito. Unidade 17. dos Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho.
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Sinóvias: Substância transparente e viscosa que lubrifica as articulações. Sintomatologia: Área da medicina que estuda os sintomas das doenças.
Referências
B A R B O S A, L. G. Fisioterapia Preventiva nos Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho – DORTs: a Fisioterapia do Trabalho aplicada. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009. BAÚ, L. M. S. Fisioterapia do Trabalho: Ergonomia, Legislação, Reabilitação. Curitiba: Clãdosilva, 2002. BELLUSCI, M. Doenças Profissionais ou do Trabalho. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 1996. DELIBERATO, P. C. P. Fisioterapia Preventiva: fundamentos e aplicações. Barueri: Manole, 2002. LUONGO, J.; FREITAS, G. F. Enfermagem do Trabalho. São Paulo: Rideel, 2012.
Lista de imagens fig.01: http://s3.amazonaws.com/magoo/ABAAAA1LAAL-6.jpg fig.02: http://img.ictq.com.br/dinheiro %20remedio-20140306-142143.png
Fim da Unidade!
já deve Se você prestou atenção, teúdo. con e saber tudo sobre ess vemos s No Continue estudando. na próxima unidade.
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Unidade 17. Repercussões dos Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho.
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“Não é o mais forte que sobrevive, nem o mais inteligente. Quem sobrevive é o mais disposto à mudança”
Charles Darwin
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UNIDADE
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PROGRAMAS DE PROMOÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO I ERGONOMIA E QUALIDADE DE VIDA
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PROGRAMAS DE PROMOÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO I Caro(a) Aluno(a),
Nesta unidade iniciaremos uma abordagem em torno dos diferentes programas de promoção da qualidade de vida nas empresas, apresentando desde as atividades mais comuns até aquelas situações mais específicas, nas quais as empresas têm adotado diferentes estratégias para reduzir os riscos de adoecimento dos trabalhadores através da promoção do bem-estar e da valorização dos colaboradores. Vamos lá? Bom estudo!
Introdução
A promoção da qualidade de vida e da saúde das pessoas inicia-se com as atividades de prevenção de agravos e acidentes, devendo-se, posteriormente, agregar valor às atividades do trabalhador, visando seu conforto e bem-estar, qualificando a imagem da empresa perante este funcionário e possibilitando a sustentação da produtividade da empresa em longo prazo. Sabe-se da importância dos programas de qualidade de vida no ambiente laboral a partir de diversas abordagens que incluem a responsabilidade social das empresas para com os trabalhadores, a família e a comunidade. Assim, abordaremos os programas de promoção da qualidade de vida no ambiente ocupacional, correlacionando as ações que podem ser desenvolvidas nesse ambiente às medidas de
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Unidade 18. Programas de Promoção da Qualidade de Vida no Trabalho I.
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prevenção primária, secundária e terciária. As atividades de promoção da qualidade de vida no trabalho relacionadas à prevenção primária estão associadas a: a) Programas de conscientização dos funcionários, por meio de palestras, treinamentos, orientações e informações sobre saúde; b) Avaliação Ergonômica dos Postos de Trabalho (postura, biomecânica, antropometria, organização do trabalho, uso de instrumentos, ferramentas e máquinas de trabalho e a demanda cognitiva do trabalho para com o trabalhador); c) Análise da organização do trabalho e da viabilidade técnica de pausas e revezamentos; d) Programas de integração familiar e orientações gerais; e) Prática de exercícios de alongamento e relaxamento (Ginástica Laboral) ou de Condicionamento Físico. Caso já tenha sido constatado algum acometimento dos colaboradores devido à exposição aos riscos ergonômicos (biomecânicos, organizacionais, comportamentais, etc.) pode-se elencar a prevenção secundária, com ações relacionadas a: a) Indicação da melhor terapêutica de tratamento de reabilitação, aplicada da forma mais antecipada possível; b) Acompanhamento psicossocial; c) Técnicas de relaxamento. Já o nível terciário de prevenção trata da reabilitação tardia, quando o trabalhador já foi acometido pelos riscos ocupacionais presentes em seu posto de trabalho e apresenta sequelas desses agravos, sendo necessário que se estude uma forma de mantê-lo ativo ou, no caso de impossibilidade disso, uma forma de como atender aos aspectos relativos à assistência social e aos direitos do trabalhador.
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Unidade 18. Programas de Promoção da Qualidade de Vida no Trabalho I.
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Educação em Saúde
A temática da educação em saúde é ampla e pode ser abordada de diferentes formas no ambiente de trabalho. Em uma empresa, este tema é trabalhado de forma mais explícita no Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), que inicia o seu vínculo com o trabalhador no momento de sua admissão, através do exame médico admissional, e deve durar até o último momento em que o trabalhador seja funcionário da empresa, quando será feito o exame médico demissional. Ao longo de todo esse período, cabe à empresa fornecer subsídios teóricos e práticos para que o trabalhador entenda como está a sua saúde e o que ele pode fazer para promovê-la cada vez mais. O exame admissional tem o objetivo de registrar como se encontra a saúde física e mental do trabalhador no momento de sua entrada na empresa. Esse registro deverá ser comparado ao longo de toda sua vida profissional, até o momento em que seja desvinculado da empresa, devendo manter a mesma integridade física e mental do momento da admissão. É fundamental que a empresa conheça o perfil dos seus trabalhadores para que suas ações em prevenção primária e, consequentemente, em promoção de saúde sejam mais eficazes e objetivas, atingindo rapidamente o seu público alvo. Luongo e Freitas (2012) abordam vários projetos de promoção à saúde que podem ser implantados em uma empresa, de acordo com a necessidade verificada. Citam-se, a seguir, algumas das atividades:
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Ÿ
Programa de Saúde Bucal;
Ÿ
Programa de Saúde Mental;
Ÿ
Programa de Alimentação Saudável e prevenção da obesidade;
09. Programas Distorções Históricas e a Construção dede umVida Mito. Unidade 18. de Promoção da Qualidade no Trabalho I.
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Ÿ
Programa de combate ao tabagismo e/ou etilismo;
Ÿ
Programa de imunização. Importante ressaltar que, tão importante quanto a execução
prática desses e de tantos outros programas, é a possibilidade de facilitar o acesso do trabalhador às informações de saúde. É neste momento que se faz necessária uma equipe de profissionais de saúde apta a perceber o ambiente em que vive e trabalha cada grupo de funcionários e a transmitir as informações de maneira que possibilite um fácil entendimento por todos. Algumas empresas utilizam-se de vários recursos para tais atividades. O mais clássico é através de palestras e momentos expositivos, sendo comum também o uso de jornais, murais e editais, além de toda e qualquer outra forma de propagação da informação que contribua com a fixação das informações pelos colaboradores. Outra forma de repassar as informações, principalmente aquelas relacionadas à Ergonomia, biomecânica e boa postura no trabalho, são as blitz posturais. Nestas atividades, profissionais da área da saúde passam nos postos de trabalho orientando os trabalhadores sobre a boa postura, informando sobre os diferentes recursos de ajustes dos postos de trabalho.
Treinamentos
Os treinamentos são momentos mais técnicos, nos quais as empresas passam normativas (de segurança, de qualidade ou de produção) para os trabalhadores desempenharem suas funções sem comprometer sua saúde e segurança, ao mesmo tempo em que mantêm a qualidade de produção e dos produtos. Empresas que são certificadas (ISO-9000, ISO-14000, BS-8800,
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Unidade 18. Programas de Promoção da Qualidade de Vida no Trabalho I.
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etc.) utilizam-se deste recurso frequentemente, para estabelecer um padrão exigido pelo instituto certificador e atestar a qualidade do serviço ou do produto. Os treinamentos mais associados à Ergonomia e à Promoção da Qualidade de Vida são os que capacitam os colaboradores a realizar o transporte manual de cargas pesadas de forma correta, ou ainda aqueles que tratam sobre a forma de puxar ou empurrar carrinhos, paleteiras ou instrumentos de apoio ao transporte de cargas.
Avaliação Ergonômica dos Postos de Trabalho
Na unidade 14 falamos um pouco da Avaliação Ergonômica dos Postos de Trabalho (AET) e como ela deve acontecer. Assim, neste momento, ratificamos a importância da AET como um dos instrumentos de promoção da qualidade de vida no trabalho. Abrahão e colaboradores (2009) reforçam a ação da AET devido à descrição detalhada das atividades de trabalho, observando aspectos organizacionais, biomecânicos e fisiológicos associados ao layout do posto de trabalho e às características psicofisiológicas dos trabalhadores, visando promover a integridade da saúde física e mental dos trabalhadores e a produtividade da empresa. Além disso, relata também as ações de assessoria contínua em assuntos referentes à Ergonomia, como na análise técnica para a compra de acessórios de produção, máquinas e mobiliários, além do treinamento constante dos funcionários para o uso adequado desses itens. Através da AET a empresa é oficiada a repassar determinadas informações a seus funcionários para o uso correto dos equipamentos e máquinas de trabalho, essas informações servem de base para futuros treinamentos, como vimos no capítulo anterior desta aula.
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09. Programas Distorções Históricas e a Construção dede umVida Mito. Unidade 18. de Promoção da Qualidade no Trabalho I.
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Alguns exemplos de aplicação prática de situações dos postos de trabalho avaliados em uma AET que passam a ter uma linguagem de treinamento e orientação aos colaboradores da empresa: a) Ao manusear cargas pesadas: fig. 01
b) Ao trabalhar em frente ao computador
fig. 02
c) Ao trabalhar em pé em frente a uma bancada, com altura adequada à natureza do trabalho:
ALTURA DO COTOVELO 105 - HOMENS 98 - MULHERES
100 - 119 (95 - 105)
90 - 95 (85 - 90)
TRABALHO DE PRECISÃO
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75 - 90 (70 - 85)
TRABALHO LEVE
fig. 03
TRABALHO PESADO
Unidade 18. Programas de Promoção da Qualidade de Vida no Trabalho I.
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Uma empresa pode elaborar uma cartilha ou manual com identidade própria e totalmente direcionada ao perfil de trabalhadores e à natureza da tarefa que desempenha (construção civil, escritório, linha de montagem, serviços em altura, etc.). Além de maior detalhamento das informações repassadas aos funcionários, estes identificam-se com as situações abordadas no material, o que facilita a fixação e o aprendizado trazido pelas orientações. Confira alguns exemplos de cartilhas elaboradas pelas empresas nos endereços abaixo:
Ÿ
http://www.youblisher.com/p/928389-Cartilha-de-Ergonomia-naConstrucao-Civil-NR-17/
Ÿ
http://sindijufe-roac.org.br/Uploads/PDF/Cartilha%20(1).pdf
Ÿ
http://www.abicalcados.com.br/documentos/literatura_tecnica/ CA RTILHA%20ERGONOMIA.pdf
Análise de Pausas e Revezamentos
Os estudos para a implantação de pausas e/ou de rodízios nas atividades dos funcionários de um determinado setor da empresa devem ser feitos durante a realização da AET. As pausas visam adequar o ritmo de trabalho e o modo operatório às demandas fisiológicas do corpo humano, principalmente à fadiga muscular do trabalhador. Assim, o entendimento da empresa sobre a importância de uma ou mais pausas durante o turno de
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Unidade 18. Programas de Promoção da Qualidade de Vida no Trabalho I.
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trabalho pode proporcionar ao trabalhador melhores condições físicas de desenvolver sua atividade de trabalho, além de contribuir para a sua recuperação e diminuir a exposição deste trabalhador ao adoecimento pela sobrecarga muscular e estafa mental. Como você deve lembrar, vimos na unidade 11 que as pausas podem ser bem definidas ou até mesmo inseridas no contexto da atividade de trabalho (micropausas). O importante é atingir os objetivos de recuperação do trabalhador, permitindo melhores condições de trabalho e promovendo uma melhora na qualidade de vida no trabalho. Já os rodízios são uma metodologia de possibilitar ao trabalhador que realiza movimentos repetitivos com poucos segmentos do corpo alternar para atividades diferentes, realizando a respectiva compensação funcional. Desta forma, o trabalhador ativa grupos musculares diferentes, de forma intercalada, permitindo também mais tempo para a recuperação muscular.
Programas de Integração Familiar
Muitas empresas promovem a integração das famílias dos trabalhadores como forma de provocar maior identificação deste trabalhador com o seu contratante. Normalmente, as empresas subsidiam associações ou clubes de trabalhadores para que se desenvolvam atividades culturais, esportivas e sociais em um local vinculado a essa empresa. Estas atividades vão desde espaços para almoços, confraternizações, passando por atividades desportivas e campeonatos internos e chegando até às situações em que se desenvolvem práticas de atividades de condicionamento físico, aulas de dança, música ou teatro.
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Unidade 18. Programas de Promoção da Qualidade de Vida no Trabalho I.
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Outra forma de integrar a empresa à família do trabalhador é através de programas de benefícios, como auxílio-creche ou programas de bolsa de estudos. Atividades como essas fortalecem o vínculo do funcionário com a empresa, diminuindo a rotatividade de funcionários, o que permite à empresa realizar treinamentos mais específicos diante de uma mão de obra mais especializada e bem treinada, gerando um produto ou serviço de melhor qualidade no mercado.
Os programas apresentados representam as ações focadas na prevenção primária do trabalhador, direcionadas ao perfil de colaboradores de cada empresa, de forma a contribuir para a melhoria da qualidade de vida nas empresas através da redução da exposição dos funcionários aos riscos ergonômicos ali presentes.
Glossário
Etilismo: Ação de consumir álcool de maneira excessiva, periódica e/ou permanente, ocasionando, por sua vez, certa dependência psíquica e/ou física; alcoolismo. Paleteiras: Instrumento de auxílio de transporte de paletes, utilizandose da força muscular como mecanismo de tração para puxar ou empurrar a paleteira e a carga de um local para o outro. Tabagismo: Ação de consumir cigarros, charutos ou cachimbos de maneira excessiva, periódica e/ou permanente, ocasionando, por sua vez, certa dependência psíquica e/ou física.
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09. Programas Distorções Históricas e a Construção dede umVida Mito. Unidade 18. de Promoção da Qualidade no Trabalho I.
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Referências
ABRAHÃO, J.; SZNELWAR, L.; SILVINO, A.; SARMERT, M.; PINHO, D. Introdução à Ergonomia: da Prática à Teoria. São Paulo: Blücher, 2009 B A R B O S A, L. G. Fisioterapia Preventiva nos Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho – DORTs: a Fisioterapia do Trabalho aplicada. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009. BAÚ, L. M. S. Fisioterapia do Trabalho: Ergonomia, Legislação, Reabilitação. Curitiba: Clãdosilva, 2002. DELIBERATO, P. C. P. Fisioterapia Preventiva: fundamentos e aplicações. Barueri: Manole, 2002. FIGUEIREDO, F.; MONT'ALVÃO, C. Ginástica Laboral e Ergonomia. 2.ed. Rio de Janeiro: Sprint, 2002 LUONGO, J.; FREITAS, G. F. Enfermagem do Trabalho. São Paulo: Rideel, 2012.
Lista de imagens fig.01: https://juhbergerms.files.wordpress.com/2013/05/abaaabrv4aj-1.png fig.02: http://www.herniadedisco.com.br/wp-content/uploads /2015/02/postura-computador.jpg fig.03: br.freepik.com
Fim da Unidade!
já deve Se você prestou atenção, teúdo. saber tudo sobre esse con s vemos Continue estudando. No na próxima unidade.
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“Se você não pode explicar algo de forma simples, então você não entendeu muito bem o que tem a dizer”
Einstein
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PROGRAMAS DE PROMOÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO II ERGONOMIA E QUALIDADE DE VIDA
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PROGRAMAS DE PROMOÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO II Caro(a) Aluno(a),
Continuaremos abordando, nesta unidade, os programas de promoção da qualidade de vida nas empresas, dando maior ênfase às atividades relacionadas à prevenção dos Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho, estresse e à promoção da qualidade de vida no trabalho através da integração do grupo de trabalho, da promoção do bem-estar e da valorização dos colaboradores. Bom estudo!
Introdução
Como estudamos em unidades anteriores, a Qualidade de Vida no Trabalho está relacionada ao bem-estar físico e mental dos trabalhadores e também à sua saúde, para que possam desempenhar suas atividades ocupacionais com o menor risco possível de acidentes e adoecimentos. Assim, temos uma série de aspectos físicos e ambientais que devem ser analisados para que se promova a qualidade de vida para as pessoas. No meio ocupacional, a Qualidade de Vida no Trabalho procura lidar com duas linhas de ação que, num primeiro momento, parecem ser conflitantes e divergentes: a busca contínua dos trabalhadores pelo bem-estar e satisfação no trabalho, e o interesse das empresas quanto aos efeitos da melhoria da qualidade de vida dos seus funcionários na
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Unidade 19. Programas de Promoção da Qualidade de Vida no Trabalho II.
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produtividade do grupo e na qualidade do produto. Para que seja bem-sucedido, um programa de promoção de qualidade de vida no ambiente de trabalho deve conciliar essas duas linhas, de forma que ambas tenham sucesso e caminhem juntas, em um processo de retroalimentação contínua, no qual a melhoria de um dos fatores gerará o objetivo conquistado do outro e vice-versa.
Prática de Exercícios
Atualmente observamos que o foco das pessoas, ao buscar a melhoria da qualidade de vida, está nas atividades relacionadas aos cuidados físicos. Caminhadas, corridas, academias, aulas de ginástica são alguns exemplos do que comumente encontramos em nosso cotidiano e, no contexto ocupacional, não é diferente. A prática regular de atividades físicas com objetivos bem definidos é uma forma comprovada de promover condições adequadas de saúde física e mental ao indivíduo. Em uma situação normal de trabalho ou de qualquer outra atividade rotineira, os movimentos que nosso corpo realiza são feitos de maneira espontânea, muitas vezes automatizada, sem desconforto ou sofrimento evidente. Entretanto, essas situações podem gerar adaptações negativas em seu funcionamento normal, podendo, em longo prazo, levar a limitações. É o que ocorre quando se tem uma situação de sedentarismo, na qual há modificações na atividade muscular através da observação da fadiga precoce, encurtamentos e diminuição da força e flexibilidade (DELIBERATO, 2002). Assim, muitas empresas optam pela implantação de programas de atividades físicas no local de trabalho para estimular os traba-
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lhadores a uma prática rotineira de vida mais ativa, visando reduzir o absenteísmo ocasionado pelo adoecimento do trabalhador, bem como os custos envolvidos com assistência médica e tratamento desses trabalhadores até sua plena recuperação.
Muitos programas de bem-estar são baratos, como a orientação sobre a quantidade de calorias do cardápio diário do refeitório e a quantidade exigida pelo organismo humano. É também o caso do fornecimento de informações sobre clínicas de redução de peso, exercícios físicos e dietas alimentares. Outros programas, por sua vez, são mais caros, como salas de ginástica e academias de musculação in company. Há vários exemplos de empresas que possuem, em seu espaço físico, instrutores de exercícios físicos, orientação sobre o tabagismo, sobre abuso de substâncias químicas, controle de peso e alimentação. Algumas possuem também instalações de ginástica, grupos de corrida e de incentivo à pratica de atividades desportivas coletivas. Essas organizações extrapolam e ultrapassam o simples local de trabalho e passam a oferecer algo a mais para os seus funcionários. A função social de uma empresa reside nisso: colaborar para o desenvolvimento das pessoas e da comunidade de maneira responsável, pois de nada adianta ser uma ilha de prosperidade no meio de um oceano de pobreza.
A maioria das empresas optam pela já clássica e ainda eficaz Ginástica Laboral. Outras, porém, tentam apresentar programas diferentes e buscam inovar com a oferta de programas de condicionamento físico a seus funcionários dentro da empresa ou em
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convênios com academias e profissionais.
Ginástica Laboral
A Ginástica Laboral não é uma atividade recente, teve origem no Japão e tem registros de realização também em países como Polônia, Rússia e Holanda, chegando ao Brasil entre os anos 1960 e 1970 (FIGUEIREDO e MONT'ALVÃO, 2008). Segundo Baú (2002), a Ginástica Laboral é caracterizada por uma sequência de exercícios que têm objetivo de reequilibrar as capacidades e funções físicas do trabalhador no desenvolvimento do seu trabalho, diminuindo a possibilidade de comprometimento de sua integridade física. Figueiredo e Mont'alvão (2008), classificam a Ginástica Laboral de acordo com o objetivo a ser alcançado e a demanda de trabalho na qual o trabalhador está exposto: Ÿ
Ginástica Laboral de Aquecimento ou Preparatória: normalmente realizada antes do início da atividade de trabalho, tem como objetivo principal preparar o sujeito para o início do trabalho, aquecendo os grupos musculares que mais serão solicitados no exercício de suas tarefas de trabalho;
Ÿ
Ginástica Laboral Compensatória: impede que se estabeleçam vícios posturais decorrentes de maus hábitos realizados na atividade de trabalho. É praticada durante o expediente, podendo atuar no fortalecimento dos músculos do trabalhador, além de interromper a monotonia operacional e, acima de tudo, possibilitar exercícios específicos de compensação dos movimentos repetitivos e das estruturas sobrecarregadas ao longo da jornada de trabalho;
Ÿ
Ginástica Laboral de Relaxamento: normalmente realizada mais ao final da jornada de trabalho, tendo como objetivo proporcionar o
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relaxamento muscular e mental do trabalhador. Importante ressaltar que o trabalhador não pode ser obrigado a participar das atividades promovidas pela empresa, porém, cabe a ela orientar seus funcionários, esclarecendo os benefícios da prática e até mesmo incentivando a participação de outra forma. Na rotina diária do mundo ocupacional, observamos com frequência algumas queixas de trabalhadores que apresentam algum tipo de desconforto em partes do corpo, resultante da atividade muscular estática durante a manutenção de posturas ou, até mesmo, pela exigência de movimentos repetitivos decorrentes dos processos de trabalho. Vimos anteriormente que as empresas apresentam programas de pausas, ao longo da jornada de trabalho, porém, muitas vezes, sem o foco na prevenção das DORTs, pois são utilizadas para o trabalhador lanchar, tomar café, ir ao banheiro e atividades similares. A Ginástica Laboral é tida como um enriquecimento da pausa livre, na qual o trabalhador realiza um conjunto de atividades físicas preventivas, direcionadas para recuperação tissular e, consequentemente, recuperação da fadiga muscular. (BARBOSA, 2009). Para Figueiredo e Mont'alvão (2008), a Ginástica Laboral reduz o número de acidentes de trabalho e previne as doenças relacionadas a traumas cumulativos do sistema musculoesquelético, prevenindo a fadiga muscular e aumentando a disposição do funcionário ao iniciar o trabalho ou retornar a ele. Assim, têm-se como objetivos da Ginástica Laboral:
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Ÿ
Redução da fadiga muscular;
Ÿ
Promoção da consciência corporal, da saúde e do bem-estar;
Ÿ
Promoção da integração entre os funcionários;
Ÿ
Redução do número de acidentes de trabalho;
Ÿ
Aumento da motivação e da disposição para o trabalho;
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Prevenção das doenças ocupacionais. Esses objetivos também são tratados por Baú (2002), que
acrescenta que a Ginástica Laboral visa agregar hábitos para uma vida mais saudável ao trabalhador, amenizando as dificuldades na realização do seu trabalho rotineiro através do incremento de uma condição física, psíquica e social. Assim como qualquer atividade desenvolvida no contexto ocupacional, a avaliação do Programa de Ginástica Laboral se faz necessária para que a empresa possua um registro das atividades que estão sendo realizadas junto a seus trabalhadores e, também, para avaliar o investimento que se está executando na saúde ocupacional dos seus empregados. Esta avaliação se dá tanto de forma quantitativa, através de índices de participação de funcionários às aulas e pela quantidade de aulas realizadas, quanto qualitativa, através da satisfação dos funcionários em relação ao Programa de Ginástica Laboral e à percepção dos efeitos destes exercícios em sua saúde.
Condicionamento Físico
Outra forma de se trabalhar a atividade física em prol de uma melhoria da qualidade de vida são os programas de condicionamento físico patrocinados pelas empresas aos seus colaboradores. A forma mais fácil de uma empresa proporcionar atividades físicas diferenciadas aos seus colaboradores (e até mesmo aos seus respectivos familiares) está na seleção de uma academia localizada nas proximidades da empresa para que os funcionários possam praticar atividades físicas das mais variadas (musculação, ginástica, lutas, danças, natação, dentre outras), de forma que o trabalhador ou seu familiar possa selecionar aquelas que mais se adaptem ao seu perfil,
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possibilidade de horário e objetivos. Nesta modalidade a empresa pode subsidiar parte ou totalidade das atividades realizadas por seus funcionários, sem a necessidade de grandes investimentos na estrutura física da empresa, o que seria um fator complicador para empresas de menor porte. Entretanto, há empresas que possuem uma estrutura um pouco mais desenvolvida e permitem-se organizar de forma a oferecer, dentro do seu próprio espaço físico, atividades de musculação, ginástica ou outros desportos coletivos e individuais. Nesta metodologia, o acesso do colaborador é facilitado, podendo também a empresa ter um controle mais efetivo e imediato da adesão de seus funcionários ao respectivo programa de qualidade de vida. Atualmente, algumas empresas, aproveitando-se do crescente interesse da população em geral, estão investindo em grupos de corrida. Apesar de requerer um investimento inicial muito menor (pois não necessita de uma aparelhagem específica, nem uma estrutura física definida, pois pode ser realizada em qualquer espaço aberto com uma pista plana), esta atividade, assim como qualquer outra das citadas neste item, deve receber uma atenção importante quanto à avaliação clínica e física do trabalhador para a prática da atividade física, principalmente daqueles com histórico de doenças crônicas (hipertensão, diabetes, problemas respiratórios, obesidade, etc.), associadas ao sedentarismo.
Técnicas de Relaxamento
Para aquelas atividades de trabalho associadas ao atendimento direto ou indireto ao público, ou seja, atividades que demandem de atividade cognitiva e psicológica, sugere-se a implantação de
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programas de qualidade de vida através de atividades de relaxamento. Algumas empresas possuem
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programas específicos de massoterapia em um local reservado da empresa, no qual o funcionário pode aproveitar de 15 a 30 minutos de relaxamento através de técnicas específicas, como o shiatsu, a massoterapia ocidental ou ainda a quick massage. (VERONESI JUNIOR, 2008) Outras empresas organizam grupos de yoga ou meditação para realizarem suas atividades e exercícios de acordo com a técnica escolhida. As atividades podem ser todas subsidiadas, total ou parcialmente, pela empresa ou, ainda, podem ser mantidas pelos colaboradores com o incentivo das empresas entendendo os benefícios que trarão para a saúde do trabalhador e para a produtividade da própria empresa. Independentemente do tipo de ação que a pessoa realize visando a melhoria da sua qualidade de vida, esses programas não devem ser vistos como única ferramenta de ação para a resolução dos problemas relacionados à saúde e segurança no trabalho ou para a promoção da qualidade de vida. A obtenção de respostas significativas é atingida de forma eficaz quando esses programas são acompanhados por análises ergonômicas, antropométricas, posturais e biomecânicas, que devem estar sempre em ostensivo monitoramento da equipe de Segurança do Trabalho e de Saúde Ocupacional das empresas (DELIBERATO, 2002).
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O incentivo às atividades físicas, representadas nesta unidade pela Ginástica Laboral e pelas atividades de condicionamento físico, é a principal ferramenta utilizada pelas empresas para buscar a melhoria da qualidade de vida dos seus trabalhadores. Para as situações de trabalho nas quais há uma exigência psicológica e/ou cognitiva, são indicadas atividades de relaxamento que busquem o equilíbrio da saúde mental do trabalhador.
Glossário
Fadiga: esgotamento, cansaço. Ostensivo: que ocorre de forma intencional e constante. Subsidiadas: pagas por alguém; contribuídas; auxiliadas. Tissular: tecidual; do conjunto de células.
Referência
B A R B O S A, L. G. Fisioterapia Preventiva nos Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho – DORTs: a Fisioterapia do Trabalho aplicada. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009. BAÚ, L. M. S. Fisioterapia do Trabalho: Ergonomia, Legislação, Reabilitação. Curitiba: Clãdosilva, 2002. DELIBERATO, P. C. P. Fisioterapia Preventiva: fundamentos e aplicações. Barueri: Manole, 2002. FIGUEIREDO, F.; MONT'ALVÃO, C. Ginástica Laboral e Ergonomia. 2. ed. Rio de Janeiro: Sprint, 2002.
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VERONESI JUNIOR, J. R. Fisioterapia do Trabalho: cuidando da saúde funcional do trabalhador. São Paulo: Andreoli, 2008.
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Fim da Unidade!
já deve Se você prestou atenção, nteúdo. saber tudo sobre esse co s vemos Continue estudando. No na próxima unidade.
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“Descobri que, quanto mais eu trabalho, mais sorte eu pareço ter”
Thomas Jefferson
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UNIDADE
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A IMPORTÂNCIA DA EQUIPE MULTIDISCIPLINAR NA ATENÇÃO À SAÚDE DO TRABALHADOR ERGONOMIA E QUALIDADE DE VIDA
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A IMPORTÂNCIA DA EQUIPE MULTIDISCIPLINAR NA ATENÇÃO À SAÚDE DO TRABALHADOR Caro(a) Aluno(a),
Nesta unidade vamos discutir o papel de cada profissional, seja ele da área da saúde ou relacionado à saúde do trabalhador, na busca de melhores condições de qualidade de vida, ressaltando a importância da interdisciplinaridade convergente no ambiente de trabalho para que se consiga atingir os resultados almejados.
Bom estudo!
Introdução
Ao longo desta disciplina discutimos como podemos contribuir para a melhoria das condições de trabalho em prol da promoção da qualidade de vida. Para isso, abordamos a redução dos riscos ergonômicos como uma das formas de contribuir grandemente para esse processo. Assim, considerando a qualidade de vida como algo apregoado e verbalizado, porém, pouco vivenciado, destacamos a necessidade importantíssima de se trabalhar, também, a forma como os profissionais de saúde atuam para serem verdadeiros facilitadores na conquista de uma melhor qualidade de vida. São esses profissionais que trabalham como elos entre as pessoas (trabalhadores ou não) e os resultados práticos de se ter uma vida mais harmoniosa mental, física e
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socialmente (DELIBERATO, 2002). Nahas (2001) apud Figueiredo e Mont'alvão (2008, p. 61) aborda a dificuldade de definir a qualidade de vida de forma objetiva:
O conceito de qualidade de vida é diferente de pessoa para pessoa e tende a mudar ao longo da vida de cada um. Existe, porém, consenso em torno da idéia de que são múltiplos os fatores que determinam a qualidade de vida de pessoas ou comunidades. A combinação desses fatores que moldam e diferenciam o cotidiano do ser humano, resulta numa rede de fenômenos e situações que, abstratamente, pode ser chamada de qualidade de vida. Em geral, associam-se a essa expressão fatores como: estado de saúde, longevidade, satisfação no trabalho, salário, lazer, relações familiares, disposição, prazer e até espiritualidade. Num sentido mais amplo, qualidade de vida pode ser uma medida da própria dignidade humana, pois pressupõe o atendimento das necessidades humanas fundamentais.
A seguir, vamos estudar como cada profissional pode contribuir para que se possa vivenciar uma rotina de redução dos riscos ergonômicos, objetivando a melhoria da qualidade de vida das pessoas. Visando facilitar o seu estudo, dividimos estes profissionais em três grandes grupos: Ÿ
Profissionais da Saúde: Medicina, Enfermagem, Fisioterapia, Psicologia, Nutrição e Educação Física;
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Profissionais da Administração;
Ÿ
Profissionais da Engenharia de Segurança do Trabalho.
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Profissionais da Saúde
Medicina: Dentro de uma cultura “medico-centrista”, os médicos são os responsáveis técnicos pelo Programa de Controle de Medicina e Saúde Ocupacional (PCMSO) de uma empresa, conforme rege a Norma Regulamentadora 07 (NR-7). São esses profissionais que analisam os Riscos Ambientais existentes no local de trabalho e determinam quais exames o trabalhador deve fazer para que a sua integridade física e mental seja monitorada e controlada, permitindo que ele possa produzir com qualidade e segurança, sem comprometer sua saúde ocupacional ao longo do vínculo de trabalho com seu empregador. Cada vez mais, os profissionais de Medicina têm trabalhado de forma conjunta com os demais profissionais da saúde. Tais ações vão além do SESMT (Serviço de Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho) e da CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes). Atualmente, as reuniões, comissões e departamentos propiciam a interação entre os profissionais de diferentes áreas do saber, principalmente com os responsáveis pela gestão das empresas, a fim de planejar ações e programas que visem reduzir os riscos ambientais e promover a saúde ocupacional de seus colaboradores.
Enfermagem: A equipe de Enfermagem atua na prevenção das doenças, na assistência às intercorrências durante o período de trabalho, nas orientações e no controle dos agravos que possam trazer prejuízos à saúde ocupacional dos trabalhadores, de forma a possibilitar as melhores condições de reabilitação e promoção da saúde, para que o
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trabalho seja executado da melhor forma possível (FREITAS e LUONGO, 2012). Esses profissionais atuam em conjunto com os profissionais da Segurança do Trabalho na identificação e avaliação de riscos ambientais que possam gerar maior probabilidade de doenças e estresse ao trabalhador. Além disso, os profissionais da Enfermagem atuam na investigação das causas de afastamentos dos trabalhadores, tendo que, muitas vezes, agir em situações de enfrentamento entre indivíduos nas situações de conflito no ambiente de trabalho. A atuação do profissional de Enfermagem (seja ele enfermeiro, técnico em enfermagem ou auxiliar), deve primar pela qualidade de suas coes, sempre de forma ética, para que suas ações nas relações de trabalho se concretizem e se fortaleçam no ambiente ocupacional resultando em melhores condições de trabalho, aumento da produtividade e melhoria da qualidade de vida do trabalhador (FREITAS e LUONGO, 2012).
Nutrição: Os profissionais de Nutrição devem avaliar as diferentes atividades de trabalho e calcular o gasto calórico dos trabalhadores na execução de suas tarefas laborais. Em paralelo, deve avaliar a origem socioeconômica destas pessoas e a possibilidade de acesso a uma alimentação saudável, para então elaborar um cardápio adequado às necessidades fisiológicas do tipo de trabalho executado e horário da alimentação, com os aspectos culturais e sociais. Esses profissionais podem, a longo prazo, trabalhar a conscientização da empresa e dos trabalhadores sobre aspectos simples relacionados à alimentação e hidratação que, exatamente por serem simples, muitas vezes caem no esquecimento, mas são
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fundamentais para a promoção da saúde e da qualidade de vida de todos.
Psicologia: A Psicologia tem uma função muito importante dentro de uma empresa, pois o psicólogo irá trabalhar diversos fenômenos e comportamentos dos trabalhadores nos diferentes contextos ocupacionais. Com o serviço de psicologia há possibilidade de se atingir uma melhor qualidade de trabalho na empresa, atuando sobre as dificuldades organizacionais relacionadas ao bem-estar dos colaboradores, além de poder atuar na seleção de outros profissionais, na resolução de conflitos internos, na motivação e treinamento ou ainda na elaboração de atividades socioculturais. O grande desafio da Psicologia no ambiente ocupacional está em demonstrar para a gestão das empresas o quão imprescindível é a atividade do psicólogo, em conjunto com o setor de Recursos Humanos, para realizar as mudanças necessárias no comportamento e no relacionamento entre empregados e empregadores. Além disso, há a atividade de apoio na reabilitação do sujeito enfermo às suas potencialidades laborais, visando sua reinserção no posto de trabalho ou até mesmo na readequação de uma nova função, sempre trabalhando em conjunto com outros profissionais da equipe multiprofissional (BAÚ, 2002). O psicólogo pode, portanto, surgir como um dos elementos integradores da multidisciplinaridade na Empresa, facilitando a conscientização de todos sobre os aspectos relacionados à saúde e segurança no trabalho, promovendo a melhoria do bem-estar e da qualidade de vida no trabalho.
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Fisioterapia: A atuação da Fisioterapia na prevenção de doenças e na promoção da qualidade de vida pode se dar de diferentes formas, a que Barbosa (2009) denomina de intervenção preventiva da Fisioterapia. As atividades do fisioterapeuta no contexto ocupacional iniciam-se nas ações de prevenção primária. Na educação em saúde, pode auxiliar a organizar e promover palestras com os mais variados temas, treinamentos específicos (transporte manual de cargas, ajuste ergonômico do mobiliário de trabalho), orientações diversas sobre a postura ao longo da jornada de trabalho, organização e elaboração de materiais e campanhas de prevenção e de promoção de saúde, normalmente aproveitando-se de datas comemorativas. Além disso, é um dos profissionais mais requisitados atualmente para a avaliação ergonômica dos postos de trabalho (AET), na qual realiza as observações necessárias para orientar a empresa e os empregados sobre os ajustes a serem feitos, visando a redução dos riscos ergonômicos, em prol da produtividade e mantendo-se a qualidade de vida no trabalho (VERONESI JUNIOR, 2008). Já na prevenção secundária, o profissional de Fisioterapia pode atuar na realização dos programas de relaxamento através da massoterapia ou ainda na realização da Ginástica Laboral. Por fim, o fisioterapeuta pode contribuir ainda na reabilitação do trabalhador enfermo, afastado ou não da sua função ocupacional, utilizando-se dos recursos fisioterápicos, seja em atendimento ambulatorial dentro da empresa ou em serviços de saúde externos, terceirizados.
Educação Física: O profissional de Educação Física deve ser o protagonista nas
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ações de promoção das atividades físicas em combate aos hábitos sedentários que atinge a maioria dos brasileiros. Assim, a Ginástica Laboral pode ser também gerenciada por este profissional, que pode fazer também as atividades recreativas e ainda o gerenciamento de outras ações de atividade física na empresa, como aquelas que vimos na unidade anterior: ginástica in company, grupos de caminhada e de corrida, etc.
Profissionais da Administração: Neste item, destacamos todos aqueles profissionais que trabalham no gerenciamento de setores da empresa: compras, vendas, recursos humanos, financeiro, logística, dentre tantos outros setores. Estes profissionais têm a obrigação de interagir com os profissionais da Engenharia de Segurança e com os profissionais da Saúde de forma a entender o que se passa nas áreas de produção e serviços da empresa, identificando possíveis situações-problemas, e discutir as melhorias a serem feitas, primando pela melhor relação possível entre o aumento da produtividade e a redução dos riscos ambientais (riscos de acidentes e de adoecimentos do trabalhador). Por fim, torna-se fundamental a constante capacitação e visão destes profissionais em um entendimento da importância que um grupo de trabalhadores sadios e com qualidade de vida ocupacional, social e familiar têm para a saúde da empresa e prosperidade dos negócios.
Profissionais da Engenharia de Segurança Neste grupo estamos abordando tanto os engenheiros responsáveis pela organização das estratégias relacionadas à organização do trabalho e da segurança ocupacional quanto dos
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técnicos em segurança do trabalho, presentes mais frequentemente nas linhas de produção e de serviços, monitorando os riscos ambientais e atuando de forma intensa na prevenção de acidentes e na promoção da saúde do trabalhador. Este grupo de profissionais possui um canal de comunicação direto com os profissionais da saúde por normalmente estarem juntos em um grande departamento das empresas: o SESMT (Serviço de Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho).
Você sabia que a Shell, multinacional no ramo de petróleo e derivados, é uma das tantas empresas que investe fortemente em qualidade de vida no trabalho de seus colaboradores para garantir maior produtividade? A empresa fez uma pesquisa com aproximadamente 60% dos seus colaboradores para determinar o perfil de saúde e os fatores de riscos e descobriu que a maioria dos seus empregados é obesa, sedentária, estressada e se alimenta mal. Assim, a empresa organizouse para oferecer ao seu colaborador melhorias nas condições de saúde e prevenção de doenças. A estratégia se iniciou com a instalação de restaurantes especializados em pratos leves, de fitness centers nas unidades que não possuíam clubes esportivos, além de implantar o programa de bem-estar. Além disso, disponibilizam profissionais para auxiliar os colaboradores que estão com problemas de ordem emocional, como divórcio, doenças na família, morte de cônjuge, etc.
Porém, conforme já abordamos várias vezes, devemos sempre fortalecer a comunicação interna nas organizações, fazendo com que os três grandes grupos (profissionais da Saúde, profissionais do
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Administrativo e profissionais da Engenharia de Segurança) dialoguem cada vez mais, repassando as informações pertinentes a cada grupo e discutindo as melhores soluções para a empresa, objetivando alcançar o máximo de produtividade para a empresa sem deixar de respeitar as condições de segurança e conforto do trabalhador, oferecendo o máximo de qualidade de vida no trabalho.
O papel de cada profissional na empresa deve ser muito claro e bem definido. Quando se trata do desempenho do trabalhador associado às questões de saúde e segurança, cabe aos profissionais da saúde e da segurança no trabalho identificar as situações mais periclitantes e discutir estratégias de ação que permitam à empresa desenvolver-se garantindo a manutenção da qualidade de vida do trabalhador.
Glossário
Intercorrências: ocorrências que interrompem algum processo. Interdisciplinaridade: comum a diversas áreas de conhecimento; é o processo que liga áreas de conhecimento diferentes. Multidisciplinaridade: é um sistema que engloba experiências em várias disciplinas, em busca de metas a atingir, dentro de um programa específico. Periclitante: algo que está em perigo ou situação perigosa.
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Referência
B A R B O S A, L. G. Fisioterapia Preventiva nos Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho – DORTs: a Fisioterapia do Trabalho aplicada. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009. BAÚ, L. M. S. Fisioterapia do Trabalho: Ergonomia, Legislação, Reabilitação. Curitiba: Clãdosilva, 2002. DELIBERATO, P. C. P. Fisioterapia Preventiva: fundamentos e aplicações. Barueri: Manole, 2002. FIGUEIREDO, F.; MONT'ALVÃO, C. Ginástica Laboral e Ergonomia. 2. ed. Rio de Janeiro: Sprint, 2002 GONÇALVES, A; VILARTA, R. Atividade física e qualidade de vida: explorando teoria e prática. Barueri, MANOLE. 2004. VERONESI JUNIOR, J. R. Fisioterapia do Trabalho: cuidando da saúde funcional do trabalhador. São Paulo: Andreoli, 2008.
Lista de imagens fig.01: br.freepik.com
Fim do Bloco!
já deve Se você prestou atenção, nteúdo. saber tudo sobre esse co idades. Na dúvida, releia as un Até as próximas aulas!
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