UNIDADE
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O PROCESSO COMUNICATIVO E SEUS ELEMENTOS COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL
EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
O PROCESSO COMUNICATIVO E SEUS ELEMENTOS Inicialmente, vamos conhecer o significado da palavra comunicação. Ela vem do latim cummunicare, que significa tornar comum, partilhar, repartir, associar, trocar opiniões, conferenciar. No Dicionário de Comunicação, de Rabaça e Barbosa (1987), encontramos a seguinte definição: comunicar implica em participação (communicatio tem o sentido de “participação”), interação, troca de mensagens, emissão ou recebimento de informações. A partir disso, podemos dizer que é um processo de participação nas experiências que modificam as mensagens.
Houve também outro marco histórico bem importante na história da EaD, foi durante a Segunda Guerra Mundial em que a necessidade fez surgir várias formas de comunicação a distância, por exemplo, o Código Morse, o qual foi utilizado para recrutar norte-americanos para o exército. O Código Morse, mais tarde foi utilizado para a integração dos sobreviventes em tempos de paz, segundo Nunes (2009 b).
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Sendo assim, podemos entender que a comunicação é que conduz todos os relacionamentos e atividades humanas, nada pode acontecer sem que haja a comunicação, seja ela oral ou escrita. Porém,
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para que haja a comunicação é necessário que a mensagem passada pelo emissor seja entendida pelo receptor. Se uma ideia for colocada por um falante e o ouvinte não compreender a mensagem, não houve a comunicação.
Segundo Matos (2009), a comunicação é:
[...] troca de entendimento e sentimento, e ninguém entende outra pessoa sem considerar além das palavras, as emoções e a situação em que fazemos a tentativa de tornar comuns as emoções e a situação em que fazemos a tentativa de tornar comuns conhecimentos, ideias, instruções ou qualquer outra mensagem, seja ela verbal, escrita ou oral. (MATOS, 2009, p.3)
A partir disso, podemos entender porque alguns conflitos e desentendimentos humanos, em muitas vezes, acontecem pela falta ineficiência ou apenas pela falta de comunicação e/ou má interpretação da informação passada.
Matos (2009, p.4), também aponta que,
[...] segundo William Oxner e Sérgio Charlab, na coleção de artigos especiais A Revolução da Informação, publicada no Jornal do Brasil (1995), o dicionário define informação utilizando os conceitos de comunicação e recepção de conhecimento, mas o sentido moderno desta palavra é mais difícil de ser compreendido. ‘Não é algo que se possa detectar com os nossos sentidos. A informação não pode ser tocada, ouvida e nem dela se desprende qualquer aroma. Não se pode considerá-la da mesma forma que uma maquinaria. Contudo, está em toda a parte, ao nosso redor, todo o tempo. Está dentro do jornal e nas telas de televisão. Ela nos envolve quando escutamos o rádio ou quando nos encontramos para conversar com amigos, quando trabalhamos ou nos divertimos. Está dentro de nós e é também parte do nosso código genético’.
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Os autores citados por Matos apontam que a palavra informação, até a chegada dos computadores, se referia ao ato “pessoal de ganhar conhecimento” (MATOS, 2009, p.4). E após a chegada dos computadores o termo “informação” é reconhecido como “algo que pode ser coletado, manipulado, trocado e processado” (MATOS, 2009, p.4). A partir desses conceitos, podemos entender um pouco sobre a necessidade de o ser humano comunicar-se a todo o momento. Leonard Boff, citado em Matos (2009, p.4), de uma maneira criativa diz que, [...] já dizia Chacrinha: “Quem não se comunica se trumbica”. É só se comunicando, realizando esta transcendência concreta na comunicação, que o ser humano constrói-se a si mesmo. É só dando de si que recebe. Ele é um ser em potencialidade permanente. Então, o ser humano é um ser de abertura, um ser potencial, um ser utópico. Sonha para além daquilo que é dado e feito. E sempre acrescenta algo ao real.
A partir disso, vamos estabelecer a diferença entre comunicação e informação. • INFORMAÇÃO: o emissor passa uma mensagem codificada para um receptor, quer dizer, a informação necessita do emissor e receptor e a mensagem. Ela também exige a mediação humana: análise e consenso em relação ao significado. • COMUNICAÇÃO: só acontece quando a mensagem é recebida pelo receptor e compreendida por ele, isto é, decodificada e deve retornar ao emissor. A partir destas informações, vamos conhecer como acontece o processo comunicativo e a definição dos termos anteriores. Desta forma, observamos que a diferença entre estas duas palavras está a informação que necessita de alguém que a transmita para outrem; e a maneira como ela é entendida é que vai levar à comuni-
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cação e ser entendida pelo receptor. Não havendo a decodificação da maneira esperada, significa que a informação não foi elaborada de modo coerente e com coesão. Pode ser também que por ter um toque humano a informação seja mais difícil de ser passada com absoluta fidelidade. Para ilustrar melhor, podemos citar como os textos publicados no Facebook ou mensagens no WhatsApp que por vezes ocasionam alguns problemas pessoais. O que ocorre é que o emissor “tenta” passar uma informação e a mensagem deixa lacunas, gerando ao receptor certo desconforto, inclusive sérios desentendimentos. O PROCESSO DE COMUNICAÇÃO A comunicação é um sistema aberto, tal qual a empresa. E, sendo um sistema, ele é organizado por alguns elementos que são peças importantes para que o processo seja efetivo.
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ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO • Fonte: de onde parte a mensagem; • Emissor: é quem transmite a mensagem;
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• Receptor: é aquele que recebe a mensagem e tem o papel de repassá-la, se necessário, para o destinatário; • Mensagem: é a ideia que se quer transmitir; • Canal (meios de comunicação): é o meio pelo qual se passa a mensagem. Pode ser natural – meios sensoriais – ou tecnológico – qualquer recurso que não utilize o corpo; • Código: é um conjunto de sinais estruturados usados por uma comunidade linguística. O receptor identificará esse sistema de signos (no nosso caso, a língua portuguesa) se seu repertório for semelhante ao do emissor; • Codificação: transformação da mensagem de acordo com regras predeterminadas, para convertê-la em mensagem; • Decodificação: interpretação de uma mensagem, pelo receptor, de acordo com um código predeterminado; • Linguagem: qualquer sistema de signos (orais, escritos, visuais, fisionômicos, sonoros, gestuais, etc.) capaz de servir à comunicação entre os indivíduos; • Língua: é o produto social da linguagem de uma sociedade. É um conjunto de convenções necessárias, para permitir o exercício da linguagem. • Signos: é uma convenção social e arbitrária, constituída pela combinação de um conceito, denominado significado, e uma imagem acústica, ou forma física, denominada significante. O QUE PODE ATRAPALHAR O PROCESSO COMUNICATIVO? Alguns fatores podem interferir no processo comunicativo, sendo assim, é necessário ter certeza de que o receptor da mensagem a compreenda de modo correto. Porém, algumas vezes, estas informações sofrem algum tipo de interferência, Correia (2010, p.15) as classifica por: ruído, entropia e redundância. Assim, temos:
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• Ruído: qualquer intervenção que atrapalhe a transmissão de uma mensagem. Exemplo: televisão ligada, som alto, conversas paralelas, roupas extravagantes. • Entropia: é uma mensagem que não tem início nem fim, desordenada. Exemplo: mensagem uma não é fim início que tem nem. • Redundância: é a repetição da mesma mensagem com outras palavras. Exemplo: a abordagem da gramática faz-se necessária porque ela é importante para a construção de texto. Produzir textos implica em conhecer bem a sintaxe da língua. É necessário conhecer suas normas para a escritura de textos. (CORREA, 2010, p. 15) Se não forem observados estes fatores, nossa comunicação será prejudicada. Seja em nosso cotidiano ou no ambiente organizacional. QUAIS AS FUNÇÕES DA LINGUAGEM? Entendemos que no processo da comunicação, usamos a linguagem com funções pré-estabelecidas. Isso significa que ninguém conversa sem ter um objetivo, queremos sempre que a mensagem chegue ao receptor da maneira como a pensamos. Assim, percebemos que a linguagem tem algumas funções e elas estão distribuídas em seis funções. 1. Função referencial ou denotativa: o foco é no referente, ou seja, naquilo que representa o assunto contido na mensagem. O sentido literal das palavras ou do contexto. 2. Função emotiva ou expressiva: o destaque é para o emissor, uma vez que vão centrar-se nas opiniões, emoções, de sentimentos verdadeiros ou simulados. Dessa forma, o texto é voltado para o subjetivo e pessoal. Normalmente focado em primeira pessoa (eu) nas formas verbais e o uso dos pronomes. 3. Função conativa ou apelativa: a mensagem é centrada no receptor e é realizada de maneira que o convença, tentando influenciá
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-lo, chamar sua atenção para o contexto ali expressado, quer dizer, o contexto é a parte mais importante. Sendo a mensagem focada no receptor, há o uso de argumentos que fazem parte do seu universo. Geralmente, usa-se a segunda pessoa do singular ou plural (você, vocês). 4. Função fática ou de contato: o destaque é o canal, ou seja, como visto anteriormente, é o suporte que veicula uma mensagem de um emissor a um receptor. 5. Função metalinguística: preocupação com o código. É a língua falando sobre a língua, ou seja, a linguagem (código) torna-se objeto de análise do próprio texto. 6. Função poética: centrada na própria mensagem, predomina a conotação e o subjetivismo. Finalizando, a partir destas informações iniciais podemos concluir que para nos comunicarmos bem, precisamos melhorar todos os tipos de comunicação. Ela é importante para nossa vida pessoal quando estabelecemos contato com outras pessoas, mas também na vida profissional, já que precisamos trabalhar para sobreviver e, ainda mais importante, para nos sentirmos úteis e sermos reconhecidos pelo papel social que a vida nos apresenta.
LISTA DE IMAGENS Fig.01: http://br.freepik.com/ Fig.02: Autoral.
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REFERÊNCIAS BOSCO, J. B. Redação empresarial. São Paulo: Atlas, 1998 BUSUTH, M. F. Redação técnica empresarial. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2004. CORREA, V. L. Leitura e produção de texto. 2ª Ed. Curitiba: IESDE Brasil S.A., 2006. _____. Língua portuguesa: da oralidade à escrita. Curitiba: IESDE Brasil S.A. 2010. MATOS, G. M. de. Comunicação empresarial sem complicação: como facilitar a comunicação na empresa, pela via da cultura e do diálogo. 2ª ed. rev. e ampl.-Barueri, São Paulo, Manole, 2009. PEREZ, C. & BAIRON, S. Comunicação & Marketing. São Paulo: Futura, 2002. PIMENTA, M. A. Comunicação empresarial: conceitos e técnicas para administradores. Campinas – São Paulo: Alínea, 2002. REGO, F. G. T. do. Comunicação empresarial, comunicação institucional: conceitos, estratégias, sistemas, estrutura, planejamento e técnicas. São Paulo: Summus, 1986.
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