UNIDADE
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O TRABALHO E A ENFERMAGEM DO TRABALHO LEGISLAÇÃO E SAÚDE DO TRABALHADOR
EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
O TRABALHO E A ENFERMAGEM DO TRABALHO Enfermagem do Trabalho é um tema relativamente novo se levarmos em conta o tempo de existência do trabalho desde o surgimento dos seres humanos no mundo. Para a abordagem deste tema, é preciso, inicialmente, relembrar a etimologia e conceituar o que é trabalho para, então, adentrar à breve história da Enfermagem e Enfermagem do trabalho. O QUE SIGNIFICA TRABALHO? Pense e descreva com suas palavras o que significa trabalho antes de ler o que alguns autores a seguir dizem. Responda, o que é trabalho para você? A seguir, pense o que a palavra “trabalho” significa por si mesma, isto é, qual sua etimologia? Antes de você continuar esta caminhada rumo às novas informações desta unidade, responda à seguinte questão: trabalho seria uma atividade, obra, fabricação de algo, uma forma de passar o tempo, uma obrigação, um ato de sobrevivência, algo árduo, algo prazeroso, algo que serve para se ajudar, algo para auxiliar alguém ou outra coisa?
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Uma vez que você pensou, refletiu e descreveu o que o trabalho significa com as suas palavras, vamos relembrar o que alguns autores falam sobre isso? ETIMOLOGIA DA PALAVRA Existe um convencimento de que a palavra trabalho é proveniente do latim tripalium, um instrumento feito de ferro, com 3 pontas, utilizado para separar material na agricultura, como grãos. Ele era utilizado também para atos de tortura! Como você pode ver, a palavra trabalho carrega uma origem de atividades pesadas na lavoura e de sofrimento, no caso dos atos de tortura sob o uso do tripalium. É importante relatar aqui que, em alguns países, os significados positivos e negativos do trabalho são separados de forma bem clara, como ocorre nos idiomas alemão e francês. (ALBORNOZ, [2011?].) Como se vê, o trabalho não se restringe ao peso e sofrimento como a própria palavra carrega, mas também pode ser visto por outros ângulos. Assim, após estudar a etimologia e diferentes conotações da palavra trabalho, qual seria o conceito de trabalho na sua visão? CONCEITO DE TRABALHO Dois autores influentes conceituaram a palavra trabalho. Locke (1978) afirmava que tudo que o homem retira da natureza, por meio de seu próprio esforço, é sua propriedade. No entanto, Locke lembra de que mesmo por meio de seu trabalho, o homem deve possuir o suficiente para si sem causar prejuízo a outros. Outro conceito de trabalho que encontramos é proveniente de Smith, que o conceitua como mostrado a seguir. Existe um tipo de trabalho que acrescenta algo ao valor do objeto sobre o qual é aplicado; e existe outro tipo, que não tem tal efeito. O primeiro, pelo fato de produzir um valor, pode ser denominado produtivo; o segundo, trabalho improdutivo. Assim, o trabalho de um manufator geralmente
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acrescenta algo ao valor dos materiais com que trabalha: o de sua própria manutenção e o do lucro de seu patrão. Ao contrário, o trabalho de um criado doméstico não acrescenta valor algum a nada. (SMITH, 1996, p.333.)
Ou seja, há um aumento do valor do objeto produzido pelo manufator, o que gera lucro, o mesmo já não ocorre com o trabalho doméstico. (SMITH, 1996.) E um século depois de Smith, Marx conceituou trabalho, conforme citado a seguir. O trabalho é um processo entre o homem e a natureza, um processo em que o homem por sua própria ação movimenta as forças naturais de seu próprio corpo (cabeça, braços, mãos, perna) a fim de se apropriar da matéria numa forma útil à própria vida. (MARX, 1983, p.147.)
Desta forma, ele transforma a natureza e sua auto natureza, produz seu meio de vida e suas relações de produção. (MARX, 1983.) O conceito de trabalho, no entanto, vem sendo constantemente refletido e atualizado por autores contemporâneos. O CONTEXTO HISTÓRICO E A ENFERMAGEM DO TRABALHO Após estudarmos o que é o trabalho em si e seu conceito, vamos adentrar no contexto da Enfermagem. O que é a Enfermagem do Trabalho? Como relatado no início deste bloco, trata se de uma área recente. Como ela se iniciou? De quando é datada?
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Para adentrar na Enfermagem do Trabalho, é necessário relembrarmos brevemente a história da Enfermagem. O desenvolvimento da Enfermagem e das enfermeiras, passa necessariamente pelo conhecimento de sua História. Percebe-se a necessidade de continuar realizando investigações históricas, procurando difundir os resultados entre a própria classe de enfermeiros e a sociedade de um modo geral, de tal modo que estas, reconheçam o seu valor e o papel desempenhado no mundo. O conhecimento da História é indispensável para compreender como a profissão tem se construído e avançado ao longo do tempo no mundo. (BORENSTEIN; PADILHA, [2010?], p.2-3)
Logo, caro aluno, relembre: quais foram as principais precursoras da Enfermagem e em que contexto elas se encontravam? A partir disso, procure realizar uma relação com a Enfermagem do Trabalho. Em tempos remotos, mais precisamente 500 d.C., surgiram as primeiras ordens cristãs de mulheres trabalhadoras, influenciando fortemente, e por longos anos, a história da Enfermagem com foco religioso. (PADILHA; MANCIA, 2005). Não se falava ainda em Enfermagem como profissão, muito menos em Enfermagem do Trabalho, mas tais trabalhadoras já existiam, exercendo e propagando seu trabalho ao longo dos séculos subsequentes. Grandes transformações ocorridas na Inglaterra no século XVII, ocasionadas em decorrência da transição do sistema feudal para o modelo capitalista, acarretaram em uma imensa e forçosa migração de moradores do campo para a região urbana e em novas formas de ver e enfrentar o mundo (BATISTA, [2001? ]), foi criada também a Companhia das Irmãs de Caridade, fundada precisamente em 1633, o que influenciou fortemente a Enfermagem nas décadas posteriores. No entanto, a Enfermagem com base científica iniciou-se com a influência de Florence Nightingale, que se fixava em fundamentos religiosos, de uso de autoridade e ambiente adequado ao cuidado, bem como da divisão social do trabalho na Enfermagem, aparecendo nesta época a “semente” da Enfermagem do Trabalho. Foi com sua participação na Guerra da Criméia que seu trabalho se destacou. [...] organizou um hospital de 4000 soldados internos, baixando a mortalidade local de 40% para 2%. Com o prêmio recebido do governo inglês por este trabalho, fundou a pri-
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meira escola de enfermagem no Hospital St. Thomas - Londres, em 24/06/1860. (PADILHA; MANCIA, 2005, p. 724)
Outra influência para a Enfermagem por meio de Florence, foi sua breve participação no Instituto de Diaconisas de Kaiserswerth, na Alemanha, reforçando em seu trabalho o conceito de disciplina, controle de horários, regras rígidas e divisão do ensino com base nas classes sociais. Com seus conhecimentos chegou a realizar registros, listas de atividades realizadas, gráficos e coleta de dados aperfeiçoando, assim, a sua prática, conforme Stewart (1950) e Brown (1993) apud Padilha; Mancia (2005). Como foi seu estudo e leitura até o momento? Vamos continuar? Uma vez de posse dos conhecimentos e entendimento do significado do trabalho e sua relação com a Enfermagem, vamos estudar sobre como proporcionar um melhor trabalho por meio de seu processo, organização e gestão.
Recomendo a leitura dos artigos a seguir. O primeiro explora os diversos sentidos e significados do trabalho, contribuindo para o aprofundamento de seus conhecimentos acerca dos variados conceitos de trabalho. O segundo explora a atividade humana do trabalho no contexto de Hannah Arendt. TOLFO, Suzana da Rosa; PICCININI, Valmíria. Sentidos e significados do trabalho: explorando conceitos, variáveis e estudos empíricos brasileiros. Psicol. Soc., Porto Alegre, v. 19, n. spe, p. 38-46, 2007. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_ arttext&pid=S0102-71822007000400007&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 08 ago. 2015. MAGALHÃES, Theresa Calvet de. A atividade humana do trabalho (Labor) em Hannah Arendt. Revista Ensaio, São Paulo, n. 14, p. 131168, 1985. Disponível em: <http://www.fafich.ufmg.br/~tcalvet/A%20 Atividade%20Humana%20do%20Trabalho%20em%20Arendt.pdf>. Acesso em: 10 jul. 2015.
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A leitura e estudo do livro “Os economistas: A riqueza das
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nações”, de Adam Smith, listado nas referências bibliográficas, tornase obrigatória para o estudante que aspira aprofundar seus conhecimentos na área do trabalhador.
LISTA DE IMAGENS Fig.01: http://br.freepik.com/ Fig.02: http://br.freepik.com/ REFERÊNCIAS ALBORNOZ, Suzana. Introdução à história das ideias sobre o trabalho: um resumo. [2011?], p. 1-12. Disponível em: <http://www. unisc.br/portal/upload/com_arquivo/introduacaao_aa_histaoria_das_ idaeias_sobre_o_trabalho___um_resumo.pdf>. Acesso em: 10 jul. 2015. BATISTA, Gustavo Araújo. John Locke: sua biografia, sua personalidade, sua época, sua filosofia e pedagogia e sua proposta curricular. [2001?]). Disponível em: <http://www.fucamp.edu.br/editora/ index.php/cadernos/article/view/53>. Acesso em: 11 jul. 2015. BORENSTEIN, Miriam Süsskind; PADILHA, Maria Itayra. A história da Enfermagem e a importância da memória. [2010?], p. 1-3. Disponível em <http://www.here.abennacional.org.br/here/vol2num2_editorial.pdf>. Acesso em: 11 jul. 2015 BROWN P. Florence Nightingale. São Paulo: Globo, 1993. MARX, Karl. Manuscritos econômicos-filosóficos, primeiro manuscrito (parte final). In: FERNANDES, F. (Org). Marx /Engels, História. São Paulo: Editora Ática: 1983. p. 147. MICHAELIS. Dicionário de Português Online. UOL O melhor conteúdo. Editora Melhoramentos Ltda, 2009. UOL-©1998-2009. Disponível em <http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index.php?lingua=portugues-portugues&palavra=trabalho>. Acesso em: 10 jul.
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2015. PADILHA, Maria Itayra Coelho de Souza; MANCIA; Joel Rolim. Florence Nightingale e as irmãs de caridade: revisitando a história. Rev. bras. enferm, Brasília, v.58, n.6, p.723-726,Dec.2005. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-71672005000600018&lng=en&nrm=iso> Acesso em: 11 jul. 2015 SMITH, Adam. A Acumulação de Capital, ou o Trabalho Produtivo e o Improdutivo. In: ______. Os economistas: A riqueza das nações. São Paulo: Editora Nova Cultural Ltda, 1996. Cap. 3, p.333-348. STEWART I. The education of nurses. New York: The Camillan, 1950. Apud PADILHA, Maria Itayra Coelho de Souza; MANCIA; Joel Rolim. Florence Nightingale e as irmãs de caridade: revisitando a história. Rev. bras. enferm. Brasília, v.58, n.6, p.723-726, Dec. 2005. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-71672005000600018&lng=en&nrm=iso> Acesso em: 11 jul. 2015.
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