Biossegurança - Unidade02

Page 1

UNIDADE

02

PROFISSIONAIS DE SAÚDE x EXPOSIÇÃO A PATÓGENOS

BIOSSEGURANÇA

EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA


PROFISSIONAIS DE SAÚDE x EXPOSIÇÃO A PATÓGENOS Nesta unidade falaremos sobre os profissionais da saúde e a exposição a patógenos. O Ministério da Saúde possui manuais com protocolos fixos de como proceder frente a um acidente de trabalho com material biológico e é através deste manual que nosso estudo está baseado. Segundo Rapparini, Vitória e Lara (2006), os profissionais de saúde não eram considerados como uma categoria profissional de alto risco para acidentes de trabalho. No início dos anos 40, são conhecidos os riscos ocupacionais como agentes infecciosos, mas somente no início da década de 80 foram desenvolvidos e implementados os acompanhamentos clínico-laboratoriais e medidas profiláticas para os profissionais expostos aos patógenos de transmissão sanguínea, isso, após uma epidemia de infecção pelo HIV/AIDS. De acordo com o Ministério da Saúde, toda vez que um profissional da saúde entra em contato com fluido ou sangue contaminado, ele deve ser tratado como uma emergência médica. Deve-se iniciar imediatamente a profilaxia contra infecção pelo HIV e hepatite B, e/ ou outro patógeno, para obter maior eficácia nas intervenções. A principal e mais eficaz medida para não adquirir uma infecção é o contato utilizando os equipamentos de proteção individual e educação permanente. É importante ressaltar, que as profilaxias pós-exposição não são totalmente eficazes, assim, a prevenção da exposição ao sangue ou a outros materiais biológicos é a melhor maneira para evitar a transmissão do HIV e dos vírus da hepatite B e C. Portanto, ações educativas permanentes e medidas de proteção individual e coletiva são fundamentais (RAPPARINI, VITÓRIA, LARA, 2006) .

2

Unidade 02. Profissionais de Saúde x Exposição a Patógenos. EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA


PROFISSIONAIS DE SAÚDE E TIPOS DE EXPOSIÇÕES Quando falamos em profissionais da área da saúde devemos considerar todos os que trabalham direta ou indiretamente com assistência ao paciente/cliente. Em todos os locais onde se tem riscos com material biológico, seja sangue, fluidos e ou excreções.

Profissionais que estão expostos a riscos com agentes patógenos: médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, auxiliares de enfermagem em atendimento pré-hospitalar, bombeiros, policiais em ações de resgates, médicos fisioterapeutas, fonoaudiólogos, nutricionistas, dentistas, profissionais de saúde que prestam assistência domiciliar, enfermeiros em assistência ambulatorial, entre outros. Fig.01

A Transmissão ocupacional é a transmissão de doenças no local do trabalho. Um exemplo que já mencionamos aqui é da transmissão do HIV. Veja no link a seguir uma explicação mais detalhada de como essa transmissão pode ocorrer e como prevenir que tal fato ocorra. Acesse: http://migre.me/u0eTu

Essas profissões podem sofrer riscos de transmissão ocupacional de vírus como hepatites B (HBV), C (HCV) e HIV. A seguir alguns exemplos de exposições que esses profissionais podem correr.

Unidade 02. Profissionais de Saúde x Exposição a Patógenos. EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

3


• Exposições em mucosas: por exemplo, respingos de secreções em face envolvendo olho, nariz ou boca; • Exposições cutâneas (pele não íntegra): por exemplo, pele em contato com dermatite ou feridas abertas • Exposições percutâneas: por exemplo, lesões causadas por materiais perfuro-cortantes (p.ex. agulhas, bisturi, vidrarias); • Mordeduras humanas: quando há presença de sangue deve ser considerada como exposição de risco para os envolvidos, tanto para o indivíduo que provocou a lesão quanto para quem a sofreu. Essas pessoas devem passar por avaliação cuidadosa. FLUIDOS BIOLÓGICOS DE RISCO Segundo o Ministério da Saúde (2006), dentre os fluidos biológicos de risco para hepatite B e C, o sangue, fluido corpóreo que contém a concentração mais alta de VHB, é o veículo de transmissão mais importante em estabelecimentos de saúde. Podemos encontrar o vírus da hepatite B em outros fluidos, como lavados nasofaríngeos, leite materno, líquido cefalorraquidiano, líquido sinovial, saliva, secreção vaginal, sêmen e suor. Os líquidos orgânicos potencialmente infectantes são secreções que são capazes de transmitir HIV em um acidente de trabalho. São eles: sangue, secreção vaginal, sêmen, líquor e líquido amniótico, peritoneal, pleural, pericárdico, sinovial (Ministério da Saúde, 2006). TABELA DE FLUIDOS BIOLÓGICOS DE RISCO VHB Vírus da hepatite B. Coleta de material biológico de via Lavados nasofaríngeos aérea. Líquido corporal estéril que está entre as meninges e na medula espinhal. Líquido cefalorraquidiano ou Líquor E age como um amortecedor para o córtex cerebral e a medula espinhal. Fluido transparente e viscoso das articulações e tendões. Tem a função de Líquido sinovial lubrificar as articulações, permitindo seu movimento suave e indolor.

4

Unidade 02. Profissionais de Saúde x Exposição a Patógenos. EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA


Líquido amniótico

Líquido peritoneal

Líquido pleural Líquido pericárdico

Localizado dentro da bolsa amniótica, serve para proteção e amortecimento do feto durante toda a gestação. Fluido localizado na parede abdominal com função de proteção e amortecimento dos órgãos internos abdominais. Liquido localizado no tórax, age como proteção e amortecimento do pulmão. Fluido localizado no tórax, serve para proteção e amortecimento coração.

FLUIDOS BIOLÓGICOS APONTADOS COMO POTENCIALMENTE NÃO-INFECTANTES Hepatite B e C: por exemplo, escarro, lágrima, suor, urina e vômitos, sem presença de sangue. HIV: por exemplo, escarro, fezes, lágrima, secreção nasal, saliva, suor, urina e vômitos sem sangue. As exposições mais graves envolvem maior quantidade de fluidos e tecidos, algumas são: acidente com perfuro-cortante utilizado por paciente contaminado; ferimento profundo causado por material cortante infectado; agulhas compartilhadas; sangue visível em instrumental compartilhado sem a devida limpeza e esterilização; instrumentais com lúmen calibrosos contaminados (Ministério da Saúde, 2006). A maior facilidade na transmissão viral acontece nas seguintes situações: infecção aguda pelo HIV, viremia elevada ou até HIV/AIDS em estágio avançado. Também pode acontecer a transmissão com pequeno volume de sangue e carga viral baixa, isso dependerá da origem do acidente e status sorológico do transmissor (Ministério da saúde, 2006). O Ministério da Saúde orienta que no momento do acidente, o paciente portador de uma infecção pelo HIV, hepatite B e C deverá ser avaliado, assim como o profissional atingido. Todas as informações

Unidade 02. Profissionais de Saúde x Exposição a Patógenos. EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

5


sobre o paciente serão adquiridas através do prontuário, resultados de exames laboratoriais, história clínica prévia, diagnóstico da admissão do paciente (HIV, HBV, HCV). Quando a origem da infecção é conhecida, mas não se tem informação do seu status sorológico é preciso comunicar o profissional acidentado sobre a importância da realização dos exames HBsAg, Anti-HBc, Anti-HCV e Anti-HIV. Sempre que possível, é conveniente que seja realizado, o teste rápido para HIV e os exames citados anteriormente. Se houver resistência ou dificuldades em fazer os exames, o diagnostico médico, história do acidente e os sintomas devem ser levados em conta para uma conclusão clínica (Ministério da saúde, 2006). Ainda, segundo o manual do Mistério da Saúde, quando a fonte é desconhecida devemos estudar o procedimento que esteve associado ao acidente, se possui sague ou não, o local físico onde ocorreu o acidente (centro cirúrgico, ambulatório odontológico, UTI, etc.) o índice de infecção naquela população e concluir com a probabilidade epidemiológica. Devemos ainda pensar no status sorológico do acidentado, observar sobre a vacinação para hepatite B, realizar exames que comprovem imunidade através do Anti-HBs e proceder com a sorologia do acidentado para HIV, HBV e HCV. LISTA DE IMAGENS Fig.01: http://br.freepik.com/

REFERÊNCIAS BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Área Técnica de Saúde do Trabalhador. Exposição a materiais biológicos / Exposition to biological material. Brasília; Ministério da Saúde; out. 2006. 74 p. Livrotab.(A. Normas e Manuais Técnicos(Saúde do Trabalhador; Protocolos de Complexidade Diferenciada; n.3). Português | ACERVO |

6

Unidade 02. Profissionais de Saúde x Exposição a Patógenos. EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA


ID: mis-23756 . Biblioteca responsável: BR599.1 . Localização: ACERVO DIGITAL. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/protocolo_expos_mat_biologicos.pdf> Acesso em: 02 jun. 2016. RAPPARINI, C.; VITÓRIA, M. A. de Á.; LARA, L. T. de R. Recomendações para atendimento e acompanhamento de exposição ocupacional a material biológico: HIV e hepatites B e C. Brasília; Ministério da Saúde; s.d. 57 p. Livrotab. Português | Portal de Textos Completos | ID: mis-13940. Biblioteca responsável: BR599.1. Localização: ACERVO DIGITAL Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/04manual_acidentes.pdf> Acesso em: 02 jun. 2016.

Unidade 02. Profissionais de Saúde x Exposição a Patógenos. EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

7


EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.