UNIDADE
07
PRECAUÇÃO PADRÃO E EXPANDIDA
BIOSSEGURANÇA
EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
PRECAU Ç ÃO PADRÃO E EXPANDIDA As precauções padrão fazem parte das normas de biossegurança e consistem em medidas de proteção, que precisam ser realizados por todos os profissionais da área de saúde para com todos os pacientes. Tem o objetivo de minimizar riscos de transmissão de agentes infecciosos, principalmente ligados ao sangue e outros fluidos corpóreos. (HELBEL, WINGETER E SAALFELD 2013/2014). Como já falamos na 5ª unidade, os equipamentos de proteção individual são barreiras para evitar a contaminação por microrganismos, necessitando ser usado de acordo com a atividade a ser realizada e o risco de exposição aos patógenos. Mas também existem as barreiras físicas que são medidas de proteção coletivas. Essas medidas separam um paciente doente de outro e ainda dos profissionais e acompanhantes (HELBEL, WINGETER E SAALFELD 2013/2014). ISOLAMENTO O isolamento consiste no afastamento de um doente da convivência com outras pessoas durante o período em que a haja a transmissão de sua doença para evitar a contaminação de indivíduos suscetíveis. O isolamento pode ser domiciliar ou hospitalar (ANVISA, 2004). Possuímos alguns tipos de proteção, empírica ou padrão, de contato, de aerossóis e de gotículas ou respiratória. A seguir veremos as definições de cada uma. PRECAUÇÕES RESPIRATÓRIAS Infecções que podem ser transmitidas através da via respiratória e necessitam de precauções com aerossóis ou com gotículas, dependerá do patógeno.
2 Unidade 07. Precaução Padrão e Expandida.
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PRECAUÇÕES COM GOTÍCULAS Esta precaução é utilizada para minimizar os riscos de contaminação de agentes infecciosos através de gotículas de saliva (partículas >5μ) pelo contato com conjuntivas, mucosas do nariz ou boca e quando eliminadas pelo espirro, fala, tosse e etc. (ANVISA,2004). O contato próximo com o paciente facilita a transmissão por gotículas, estas são consideradas grandes e eliminamos enquanto falamos, respiramos, tossimos. As gotículas podem atingir até um metro de distância e de maneira rápida se depositam em superfícies, cessando a transmissão. Portanto, a transmissão não ocorre em distâncias maiores, nem por períodos prolongados (ANVISA,2004).
Transmissão por gotículas: doença Meningocócica e rubéola.
Precauções: quarto privativo, máscara. O transporte o paciente deve ser evitado e, quando se fizer necessário, ele deverá fazer todo o trajeto com máscara comum (tipo cirúrgico).
PRECAUÇÕES COM AEROSSÓIS Utilizada para minimizar os riscos de transmissão dos agentes infecciosos pelo do ar, os aerossóis são pequenas partículas (< 5μ) que ficam suspensas no ar por longos períodos, sendo necessário uso de máscara N-95. A transmissão por aerossóis é diferente da transmissão por gotículas. Algumas partículas eliminadas enquanto respiramos, falamos ou tossimos perdem a umidade e conseguem ficar suspensas no ar, permanecendo por horas. Podem atingir outros ambientes, incluindo os quartos ao lado. São carregados por corrente de ar.
3 EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Unidade 07. Precaução Padrão e Expandida.
(ANVISA, 2004) São capazes de sobreviver os seguintes microrganismos: M. tuberculosis, Vírus do Sarampo e vírus Varicela-Zoster. Precauções: quarto privativo, máscara tipo N95 (esta máscara pode ser reaproveitada pelo mesmo trabalhador enquanto não estiver danificada). O transporte do paciente deve ser evitado e, quando se fizer necessário, ele deverá fazer todo o trajeto com máscara comum (tipo cirúrgico).
PRECAUÇÕES DE CONTATO Utilizada para minimizar os riscos de transmissão de patógenos por contato direto ou indireto com paciente ou objetos. O contato direto é o toque físico de pele entre pessoas, por exemplo: dois pacientes, ou então, funcionário e paciente. O contato indireto é o toque com o paciente através de um objeto inanimado ou através das mãos. A precaução de contato é realizada quando existe uma situações de suspeita ou confirmação de doença ou colonização por microrganismos que possam ser transmitidos pelo contato (ANVISA, 2004). Precauções: quarto individual ou coletivo para os portadores do mesmo microrganismo; em caso de enfermaria, colocar um comunicado na porta ou beira leito; uso de luvas, avental/capote. O transporte, sempre que se fizer necessário, deverá seguir as proteções de contato por todo o trajeto. Os materiais que entrarem em contato com os pacientes contaminados devem ser limpos e desinfetados (ou esterilizados) após o uso.
4 Unidade 07. Precaução Padrão e Expandida.
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SITUAÇÕES CLÍNICAS QUE REQUEREM PRECAUÇÕES EMPÍRICAS TIPO DE PRECAUÇÃO
Precauções para aerossóis
Precauções para gotículas
Precauções de contato
CONDIÇÃO CLÍNICA • Exantema vesicular • Exantema maculopapular com febre e coriza. • Tosse, febre, infiltrado pulmonar em paciente infectado pelo HIV. • Meningite. • Exantema petequial e febre • Tosse persistente Paroxística ou severa durante períodos de ocorrência de coqueluche • Diarreia aguda e possivelmente infecciosa em paciente incontinente ou em uso de fralda. • Diarreia em adulto com história de uso recente de antimicrobiano • Exantem vesícular • Infecção respiratória (bronquiolite) principalmente em lactentes e crianças jovens. • História de colonização ou infecção por bactéria multirresistente • Infecção de pele, ferida ou trato urinário em paciente com internação recente em hospital onde bactérias multi- resistentes são prevalentes.
POSSIBILIDADE DIAGNÓSTICA • Varicela • Rubéola, Sarampo • Tuberculose • Doença meningocócica
• Coqueluche
• Vírus/bactérias entéricos
• Clostridium difficile • Varicela • Vírus Sincial Respiratório ou Vírus Parainfluenza • Bactéria multirresistente.
• Staphylococcus/ Streptococcus
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Infecção ou Agente Material Infectante Tipo de Precaução etiológico
Alojamento
Duração
Abscesso com grande drenagem
Secreção purulenta
Contato + Padrão
Área isolada
Actinomicose Antrax
Nenhum
Comum
Ascaridíase
Nenhum
Padrão
Duração da doença
Nenhum
Padrão
Comum
Aspergilose AIDS Botulismo
Nenhum
Sangue e Fluídos corporais
Padrão Padrão
Comum
--
Comum
Padrão
Comum
Bronquite/Infecção respiratória VSR/ Vírus Parainfluenze (Lactente e Pré-escolar)
Nenhum
Padrão
Comum
Secreção respiratória (gotículas)
Contato + Padrão
Comum
Infecção ou Agente etiológico
Secreção purulenta
Padrão
Comum
Material Infectante
Tipo de Precaução
Alojamento
Duração
Fezes e Secreção das lesões
Padrão
Comum
--
Brucelose
Candidíase: intestinal e outras Cancro mole
Secreção das lesões
Padrão
Comum
Caxumba
Secreção respiratória (gotículas)
Respiratória + Padrão
Quarto privativo ou Coorte
Celulite extensa com grande drenagem
Secreção purulenta
Contato + Padrão
Área isolada
Nenhum
Comum
Citomegaloviros
Urina, saliva, líquor, sêmen, leite
Padrão Padrão
Comum
Cisticercose
Duração da doença
--
Até 9 dias do início do edema glandular Duração da doença ---
Clamydia trachomatis (todas as formas)
Exsudato purulento
Padrão
Comum
Cólera
Fezes, vômitos
Contato + Padrão
Quarto privativo ou Coorte
Conjuntivite
Exsudato purulento
Padrão
Comum
Conjuntivites hemorrágica aguda
Exsudato purulento
Contato + Padrão
Comum
Coqueluche
Secreção respiratória
Respiratória
Quarto privativo ou Coorte
Creutzfeldt – Jacob doença
Até 5 dias do início tratamento eficaz
Nenhum
Padrão
Comum
--
Dengue
Nenhum Sangue
Padrão
Comum
--
Criptococose
Padrão
Comum
Duração da doença Duração da doença Duração da doença
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Diarreia até definição do Agente Paciente continente
Fezes
Padrão Contato
Paciente incontinente
Diarreia com Agente definido: Paciente continente: Padrão
Campylobacter
Padrão
Clostrídium diffícile
Contato
Cryptosporidium Comum E..coli EH
Padrão Fezes
Rotavírus
Padrão Contato Padrão
Salmonella
Padrão
Shiguella
Padrão
Yersínea enterocolítica
Contato
Paciente incontinente (< 6 anos idade): Independente do agente etiológico
Difteria: Cutânea Faríngea
Quarto privativo ou coorte
Secreção das lesões Secreção respiratória (gotículas)
Comum Quarto privativo ou Coorte Comum Comum Quarto privativo ou Coorte
Comum Comum Quarto privativo ou Coorte
Quarto privativo ou Coorte
Padrão
Comum
Secreções vaginais
Padrão
Comum
Fezes
Padrão
Comum
Enterocolite necrotizante
Fezes
Padrão
Comum
Escabiose
Área infestada (contato íntimo)
Contato
M Comum
Encefalite (ver agenDepende do agente te específico) Enterobíase (oxiuríase)
Duração da doença
Comum
Contato Respiratória
Endometrite
Duração da doença
Comum
Amebíase
Giardia
Comum
Até duas culturas negativas de secreção nasal e orofaringe realizadas 24 horas do inicio do tratamento
Após 24 horas de instituição do tratamento
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Estafilococcias: Contato
Furunculose Ferida extensa Grande queimado
Estreptococcias Pneumonia Faringite Escarlatina Furunculose Eritema infeccioso Exantema súbito Febre amarela Febre tifoide Gangrena gasosa
Contato
Quarto privativo ou Coorte
Contato
Quarto privativo ou Coorte
Secreção purulenta
Síndrome da Pele escaldada Síndrome do choque tóxico
Comum
Padrão Ferida extensa e grande queimado Secreção respiratória
Comum
Respiratória Contato
Quarto privativo ou Coorte
Contato
Comum
Padrão
Comum
Secreção respiratória
Padrão
Comum
Sangue
Padrão
Comum
Fezes
Contato
Comum
Secreção purulenta
Padrão
Comum
Secreção das lesões
Padrão
Comum
Secreção purulenta Secreção purulenta Secreção respiratória
Gonorreia
Secreção das lesões
Gripe A
Secreção respiratória
Respiratória + contato
Hanseníase
Nenhum
Padrão
Fezes
Contato
Comum
Sangue e outros Fluídos corporais
Padrão
Comum
Contato
Quarto privativo ou Coorte
Granuloma inguinal
Hepatite A e E (>6 anos) Hepatite B, C, D Herpes simples: mucocutâneo disseminado Mucocutâneo recorrente ou encefalite
Padrão
Secreção das lesões Padrão
Em feridas até o desaparecimento da secreção
Até 24 horas após tratamento eficaz
Duração da internação
Comum Quarto privativo Aerossóis para ou Coorte 7 dias procedimento adulto 14 dias invasivo via aérea criança Comum
Comum
Duração da internação
Até que todas as lesões estejam na fase de crosta
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Herpes zoster Secreção das lesões imunodeprimido e respiratória (localizado ou disseminado) Imunocompetente de crostas Secreções das (localizado) lesões Histoplasmose
Aerossóis + Contato Contato
Quarto privativo ou Coorte Comum
Nenhum
Padrão
Comum
Secreção das lesões
Contato
Quarto privativo ou coorte
Padrão
Comum
Contato
Comum
Linfogranuloma venéreo
Sangue, urina
Padrão
Comum
Secreção das lesões
Padrão
Comum
Listeriose Malária
Secreção vaginal Sangue
Padrão
Comum
Meningites: viral ou
Nenhum
asséptica fúngica
Nenhum
pneumocócica
Nenhum
tuberculosa N.
Nenhum
meningitidis H. influenzae
Secreção respiratória
Respiratória
Meningococcemia
Secreção respiratória
Respiratória
Quarto privativo ou Coorte
nenhum
Padrão
Comum
Impetigo Secreção das lesões Contato Quarto privativo ou coorte
Infecção de ferida operatória Com Secreção Contida Secreção Não Contida Leptospirose
Micobactérias atípicas
Secreção da ferida
Padrão Padrão Padrão Padrão Padrão
Durante a duração da doença até lesões em fase
Durante a Secreção da Doença ferida
Comum Comum Comum Comum Comum Quarto privativo ou coorte Quarto privativo ou Coorte
24 horas inicio tratamento
24 horas inicio tratamento
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Mononucleose infecciosa Multirresistente
Secreção orofarínge Fezes
Trato gastrointestinal
Urina
Trato urinário
Secreção respiratória
Trato respiratório Pele ou ferida Pneumococo
Secreção purulenta Secreção respiratória
Padrão Comum Contato Contato Contato Contato Respiratória
Área isolada Área isolada Área isolada Área isolada Quarto privativo ou Coorte Quarto Privativo ou área isolada
Pediculose
Nenhum
Contato
Raiva
Secreção respiratória orofaríngea
Contato
Rubéola
Secreção respiratória
Respiratória
Quarto privativo ou Coorte
Rubéola congênita
Nenhum
Contato
Área isolada
Sarampo
Secreção respiratória
Aerossóis
Nenhum
Padrão
Quarto privativo ou Coorte
Nenhum
Padrão
Comum
Nenhum
Padrão
Comum
Lesões
Padrão
Comum
Nenhum
Padrão
Comum
Secreções
Padrão
Comum
Riquetisiose
Tétano
Tifo endêmico (murino) Tifo epidêmico (exantemático)
Tínea (capitis, corporis, cruris, pedis) Toxoplasmose
Nenhum
Padrão
Padrão
Quarto privativo ou Coorte Comum
Comum
Tracoma (agudo)
Secreções exsudato
Tuberculose pulmonar ou laríngea (ativa)
Aerossóis
Aerossóis
Quarto privativo
Tuberculose extra pulmonar (com ou sem drenagem)
Nenhum
Padrão
Comum
Varicela
Secreções das lesões e respiratória
Aerossóis + Contato
Quarto privativo ou coorte em fase de crosta
Zigomicose
Nenhum
Padrão
Comum
Tricomoníase
Até alta hospitalar
Até 24h de terapêutica eficaz Duração da doença
Até 7 dias do início do exantema Até um ano após o inicio da doença
Até 5 dias do início do exantema
Comum Três amostras de escarro negativas em dias seguidos
Até que todas as lesões estejam em fase de crosta
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REFERÊNCIAS ALENCAR, Talitha. Tipos de precauções padrão. CENF – Consulta de enfermagem. 2014. Disponível em: <http://consultadeenfermagem. com/biosseguranca/tipos-de-precaucoes-padrao/>. Acesso em: 13 jun. 2014. DESTRA, A. S. ANGELIERI, D. B. BAKOWSKI, E. SASSI, S. J. G. Módulo 5 Risco Ocupacional E Medidas De Precauções e Isolamento. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. São Paulo. 2014. v. 1. Disponível em: <http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/manuais/ iras/M%F3dulo%205%20-%20Risco%20Ocupacional%20e%20 Medidas%20de%20Precau%E7%F5es%20e%20Isolamento.pdf>. Acesso em: 13 jun. 2016. GOMES, Flávia Valério de Lima. Rotina de Biossegurança e Precauções. COMISSÃO DE CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR SERVIÇO DE CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR. Goiás, Jun. 2006. Disponível em: <http://www.santacasago.org.br/rotinas/ccih_biosseguranca_e_ precaucoes.pdf>. Acesso em: 13 jun. 2016. HELBEL, C. WINGETER, M. A. SAALFELD, S. M. dos S. Prevenção Da Transmissão De Agentes Infecciosos no Ambiente Hospitalar. Serviço de Controle de Infecção Hospitalar. Maringá, 2013/2014. Disponível em: <http://www.hum.uem.br/wp-content/ uploads/2014/05/agentesinfecciosos.pdf>. Acesso em: 13 jun. 2016. Manual de Isolamento e Precauções. 2006. Disponível em: <http:// www.ufmt.br/hujm/arquivos/7e18458a8aa832719641156ccd469de8. pdf>Acesso em: 13 jun. 2016.
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