UNIDADE
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INDICADORES DA QUALIDADE
GERENCIAMENTO EM SERVIÇOS DE SAUDE
EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
INDICADORES DA QUALIDADE Indicadores são medidas usadas para ajudar a descrever a situação atual de um determinado fenômeno ou problema, além de fazer comparações, verificar mudanças ou tendências e avaliar a execução das ações planejadas durante um período de tempo em termos de qualidade e quantidade das ações de saúde. São mensurações ou quantificações possíveis da realidade que avaliam direta ou indiretamente os processos e desfechos da assistência ao paciente (KLÜCK, 2007).
CONCEITO
O indicador em saúde é uma unidade de medida ou medida de atividade com a qual está relacionado, ou ainda, uma medida quantitativa que pode ser usada como guia para monitorar e avaliar a qualidade de importantes cuidados providos ao paciente e às atividades dos serviços de suporte. É uma chamada que identifica ou dirige a atenção para assuntos específicos de resultados dentro de uma organização de saúde que devem ser de revisão (J.C.A, 1989). Para o planejamento, coordenação, avaliação e controle das atividades desenvolvidas, é necessário medir a qualidade dos serviços e programas em saúde, ou seja, conhecer os resultados e a estrutura necessária para se oferecer um serviço de qualidade. As abrangências dos indicadores podem variar conforme a estatística da área analisada, da epidemiologia, da administração e dos demais campos de atividades, definindo, assim, os critérios de avaliação da qualidade. Os indicadores são formas quantificáveis das características dos serviços e processos (ALVES, 2009). De acordo com Alves, os indicadores são utilizados pela instituição de saúde para o controle e melhoria da qualidade e para o desempenho dos seus produtos e processos ao longo do tempo (Figura 10). Um indicador pode ser uma taxa, um índice, um número absoluto ou um fato.
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TIPOS DE INDICADORES
A criação de indicadores é extremamente importante em relação à qualidade dos dados que proporciona. O monitoramento deles possibilita a identificação de oportunidade de melhoria de serviços e de mudanças positivas em relação ao alcance da qualidade a um custo razoável (D’INNOCENZO, 2010). Os indicadores medem tanto os aspectos qualitativos como quantitativos, que correspondem à estrutura, aos processos, aos resultados e ao meio externo. Conforme Alves (2009), eles podem ser descritos das maneiras a seguir descritas.
• INDICADOR DE MEIO EXTERNO: são aqueles relacionados às condições de saúde de uma determinada população; a fatores demográficos, geográficos, educacionais, socioculturais, econômicos, políticos, legais e tecnológicos e existência ou não de instituições de saúde. • INDICADOR DE ESTRUTURA: corresponde à parte física da instituição, aos seus funcionários, seus instrumentais e equipamentos, aos móveis e aspectos relativos à organização entre outros. • INDICADOR DE PROCESSOS: corresponde às atividades de cuidados realizados para um paciente, frequentemente ligadas a um resultado, assim, como atividades ligadas à infraestrutura de atividades como: ambulatório, emergência, serviços complementares de diagnóstico, terapêutica e internação clinico cirúrgica para atingir as suas metas. • INDICADOR DE RESULTADOS: corresponde aos efeitos consequentes da combinação de fatores do meio ambiente, da estrutura e dos processos acontecidos ao paciente depois que algo seja feito (ou não) a ele ou então a efeitos de operações técnicas e administrativas entre as áreas e subáreas de uma instituição.
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CONSTRUÇÃO DE INDICADORES
Para a construção de um indicador deve-se definir o que se deseja medir e sistematizar de forma quantitativa. Para isso, são necessários alguns atributos que passaremos a especificar.
Atributos necessários para a construção de indicadores Validade
É a capacidade que o indicador tem de medir o que se pretende; deixa de ter validade se refletir características de outro fenômeno paralelo.
Confiabilidade
Capacidade de reproduzir ou estimar os mesmos resultados quando aplicados por pessoas, em momentos e com instrumentos diferentes, em condições similares; os dados utilizados para o cálculo do indicador devem ser fidedignos.
Disponibilidade/Mensurabilidade
Facilidade de obtenção dos dados para cálculo do indicador.
Simplicidade
Pode calcular a partir de informações básicas compostas por dados de fácil obtenção. É desejável que os indicadores sejam fáceis de serem analisados, interpretados e que sejam compreensíveis para os usuários das informações.
Comparabilidade
Ser fácil de comparar com referenciais apropriados.
Abrangência/Represen- Sintetizar o maior número possível de condições tatividade ou fatores que afetam a situação a ser descrita. Custo/Efetividade
Os resultados justificam o investimento de tempo e recursos.
Ética
É imprescindível e fundamental na medida em que não acarrete prejuízo às pessoas investigadas, desde a coleta e sigilo dos dados.
Fonte: ALVES, 2009.
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Conforme Rodrigues (2011), um roteiro para a concepção de um indicador pode ser assim desenvolvido:
•
nome do indicador;
•
definir unidade organizacional (departamento...);
•
definir o objetivo da unidade;
• priorizar processo na unidade que influencia diretamente o objetivo estratégico; •
identificar dados relevantes do fator crítico;
•
definir a meta do indicador;
• definir e implantar medidas para o atingimento da meta do indicador; •
verificar relação custo-benefício;
•
definir um responsável pelo indicador.
Estes são alguns dos indicadores da área da saúde: satisfação do cliente com os serviços; índice de infecção hospitalar; índice de quedas de pacientes; índices de úlceras por pressão; satisfação do cliente com a equipe multidisciplinar; índice de mortalidade por infecção hospitalar; índice de partos cesáreos, erro de medicação, humanização de assistência, entre outros. Indicamos o artigo “Indicadores de qualidade e quantidade em saúde” de Olímpio J. Nogueira V. Bittar, disponível no link: <http://sistema4.saude.sp.gov.br/sahe/documento/indicadorQualidadeI.pdf>
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OLIMPIO. J. NOGUEIRA V. BITTAR. Indicadores de qualidade e quantidade em saúde. Disponível em: <http://sistema4.saude.sp.gov.br/sahe/documento/indicadorQualidadeI.pdf>
Indicadores de Saúde. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=15aI4M13CmA
REFERÊNCIAS
ALVES, V. L. S. de. Gestão da qualidade: ferramentas utilizadas no contexto contemporâneo da saúde. São Paulo: Martinari, 2009. D’INNOCENZO, M. Indicadores, auditoria, certificações: ferramentas da qualidade para gestão em saúde. 2. ed. São Paulo: Martinari, 2010. Joint Commission on Accreditation of Healthcare Organization – J.C.A. Characteristics of clinical indicators. QRB Qual. Rev. Bul. 1989;15 (11):330-9. LOBO, R. N. Gestão da qualidade.1. ed. São Paulo: Érica, 2010. LOVERDOS, A. Auditoria e análise de contas médicas hospitalares. São Paulo: STS, 1999. Manual de Ferramentas da Qualidade. Disponível em: http://www. dequi.eel.usp.br/~barcza/FerramentasDaQualidadeSEBRAE.pdf> Acesso em: 14. Ago. 2015.O que são ferramentas da qualidade. MARSHALL, Jr. et al. Gestão da qualidade. 8. ed. São Paulo: FGV, 2006. MOTTA, A. L. C. Auditoria de enfermagem nos hospitais e opera-
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dora de planos de saúde. São Paulo: Iátra, 2003. Organização Nacional de Acreditação – ONA. O que é Acreditação? 2014. Disponível em: <https://www.ona.org.br/Pagina/27/O-que-e -Acreditacao> Acesso em: 7. Set. 2015. PERTENCE, P.; MELLEIRO, M. Implantação de ferramenta de gestão de qualidade em Hospital Universitário. Rev. esc. enferm. USP, São Paulo, v. 44, n. 4, Dec. 2010. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo. php?script=sci_arttext&pid=S0080-62342010000400024&lng=en&nrm=iso> Acesso em: 31. Oct. 2014. RAUTER, R. Os novos caminhos da qualidade: sua importância para o alcance da competitividade. In: Temas em debate, out. 1992; (4): 20-29. Revista Científica INTERMEIO - FAFOR. Gestão da qualidade: conceito, princípio, método e ferramentas. 2013. Disponível em: <http:// www.fafor.edu.br/pesquisa/arquivos/Artigo_GESTAO_DA_QUALIDADE.pdf > Acesso em: 14. Ago. 2015. SEBRAE. RIBEIRO FILHO, J. F. Controladoria hospitalar. São Paulo: Atlas, 2005. RODRIGUES, M. V. et al. Qualidade e acreditação em saúde. Rio de Janeiro: FGV, 2011. TAJRA, S. F. Gestão estratégica na saúde: reflexões e práticas para uma administração voltada para a excelência. São Paulo: Iátria, 2006.
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