UNIDADE
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INCLUSÃO, ACESSIBILIDADE E A EAD CENÁRIOS E MODALIDADES DE EAD
EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
INCLUSÃO, ACESSIBILIDADE E A EAD Iniciamos a abordagem de nosso conteúdo citando a Constituição Brasileira, de 1988, que preconiza no Art. 2005: A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. (BRASIL, 1988.)
Embasados nisso, temos o pensamento de Baker (2004) e Schwartzman (2006), comentando que dentre as políticas públicas, a educação deve ocupar posição de destaque. Vale frisar que esta posição destacada não se resume às teorias de que a educação tem um papel fundamental para o desenvolvimento econômico; e sim pela comprovação de que as desigualdades de renda, oportunidades e condições de vida estão, intrinsicamente, ligadas às desigualdades educacionais. Para melhor compreensão, vale lembrar que políticas públicas são as ações e medidas adotadas pelo Estado para atender as demandas da sociedade; especialmente nas áreas de economia, trabalho, saúde, educação, segurança, socioambiental, ciência e tecnologia e inovação. As políticas públicas, para serem efetivas, devem ter um roteiro claro de prioridades, princípios, objetivos, normas e diretrizes delineadas nas normas constitucionais. Uma vez que seu objetivo maior é suprir as necessidades da sociedade em termos de distribuição de renda, dos bens e serviços sociais no âmbito federal, estadual e municipal. É importante ressaltar que a educação é fundamental para a construção da cidadania, para uma leitura mais ampla do mundo em que se vive, para aprimorar a habilidade do pensamento e o rigor da ciência; bem como para o desenvolvimento do senso estético e para a construção do senso crítico.
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Contudo, para atingir esses objetivos, nosso país necessita contar com um sistema de ensino médio e superior bem estruturado. As deficiências e as fragilidades apontadas na literatura acadêmica e, também, nas avaliações do sistema superior brasileiro (INEP/MEC) mostram que o sistema de formação universitária não está conseguindo cumprir o seu papel da forma adequada. A EAD COMO FERRAMENTA DE EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO BRASIL Estatísticas oficiais governamentais mostram que, das 24 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência no Brasil, quase metade está fora do mercado de trabalho. O motivo não é, necessariamente, a falta de vagas para estas pessoas nas empresas. Existe legislação federal que prevê a contratação de um determinado percentual de pessoas com deficiência em organizações com mais de cem empregados. Empregadores garantem que possuem interesse. O problema parece esbarrar na dificuldade de se identificar deficientes com qualificação para as oportunidades oferecidas. O assunto da profissionalização começa a ganhar mais força nos últimos dias junto aos governos. No Senado Federal, ocorreu recente audiência pública a respeito do tema e uma das alternativas está na Educação a Distância (EAD) que pode ser visto com mais detalhes no site <http://novotempo.com/jornalismo/2010/07/09/ensino-a-distancia-pode-ser-saida-para-qualificar-pessoas-com-deficiencia/>. Muito além desses números, a Educação a Distância possibilita a inclusão, por meio da oferta de oportunidade de educação da qualidade, a um imenso contingente de pessoas que estão impossibilitadas de frequentar os ambientes presenciais; quer pelo afastamento de centros de formação ou por inúmeras outras razões, como indivíduos já em idade adulta ou em atividade profissional que não disponibiliza horários flexíveis. Ou seja, pessoas que não conseguem cursar o ensino presencial, por não terem à sua disposição as condições adequadas para tal.
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A EAD NA INCLUSÃO EDUCACIONAL E SOCIAL DE PESSOAS COM NECESSIDADES ESPECIAIS Considerando-se que na EaD a situação espaço/temporal é mais individualizada, o estudante com necessidades especiais pode participar “igualitariamente” aos que não possuem tais características. Por exemplo, uma pessoa que não possa sentar-se ou que use cadeiras de rodas ou, ainda, alguém que precise de acompanhamento médico sistemático, independentemente da situação adversa ou dificultosa, a tecnologia telemática permite a comunicação entre professor e aluno a qualquer tempo. Essa possibilidade também se estende a todo processo de aprendizagem, uma vez que a interatividade entre todos os participantes do processo – aluno, professor, colegas, acontece via web. Além de respeitar a individualidade da pessoa com necessidades especiais que tem uma rotina de vida diferenciada. Isso tudo sem prejuízo da atividade cognitiva, uma vez que o aluno tem o professor como um mediador do conhecimento para estimular sua criatividade e pensamento crítico. Da mesma forma, a assimilação dos conteúdos se dará no ritmo de cada um, o que não significa que os alunos portadores de necessidades especiais estão sendo privilegiados; e sim incluídos. Para mais informações sobre a EaD e pessoas portadores de necessidades especiais, você pode acessar o site <http://www.portaleducacao.com.br/educacao/artigos/53187/ead-ajuda-na-inclusao-educacional-e-social-de-alunoscom-necessidades-especiais#ixzz3p8nqGzyk>. Se a educação é “direito de todos e dever do Estado” é uma prioridade. Levando-se em consideração, o contexto atual onde a aprendizagem continuada passou a fazer parte na vida das pessoas, o sistema de educação virtual é uma relevante ferramenta de inclusão social, econômica e educacional, uma vez que desconhece e desmistifica limitações físicas ou distâncias geográficas.
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Temos aqui duas sugestões: 1.
“Fazendo Escola - escola e inclusão social”. Neste vídeo, Maria Flores conversa com três autoridades no assunto: Profª Eliane Cavaleiro, do MEC; Profª Maria T. C. dos Santos, Secretária de Educação De Três Corações, MG, e a Profª Enicéia Gonçalves Mendes, da Universidade Federal de São Carlos. Na série “Fazendo Escola”, especialistas discutem ideias e apresentam propostas de trabalho referentes à gestão democrática a partir de documentários que retratam experiências bem-sucedidas em escolas brasileiras.
2.
Entrevista com a professora e psicóloga Leomar Marchesini, criadora do SIANE – Serviço de Inclusão e Atendimento aos Alunos com Necessidades Especiais Educacionais. Neste vídeo, você terá a oportunidade de conhecer exemplos emblemáticos, de como a EaD é, realmente, uma ferramenta de inclusão social ao propiciar a acessibilidade ao conhecimento. Vale a pena conferir!
Imagine uma pessoa cheia de energia e entusiasmo para estudar e trabalhar. Porém, de repente, um problema de saúde a colocou em uma cadeira de rodas permanentemente; sendo, ainda, moradora de um local com problemas de acessibilidade. Passado o primeiro momento de choque e readaptação, essa pessoa deseja voltar a trabalhar, mas, naturalmente, precisaria de atualização e requalificação profissional. Que sugestões você daria a essa pessoa? O que você acha que ela deveria fazer? Por onde deveria começar? Que ferramentas você acha que ela teria à disposição?
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Como indicação de leitura sugerimos o artigo “Educação a Distância: Ferramenta de inclusão social, escrito por Rafaela Magalhões e Vinícius de Oliveira Coelho. O artigo também está disponível on-line pelo site <http://ueadsl.textolivre. pro.br/2015.1/papers/upload/24.pdf>. Os autores analisam a Educação a Distância (EaD) como ferramenta de inclusão social no Brasil. Usando o recurso de levantamentos bibliográficos, abordam o crescimento exponencial dos cursos a distância, os quais proporcionam a acessibilidade e a inclusão aos mais diferentes públicos, independentemente, de posição social ou espaço geográfico.
Pode um cego ser um profissional criador e elaborador de sites? O vídeo documentário “Acessibilidade na Web para Deficientes Visuais” é um forte, incontestável exemplo do que a acessibilidade e a inclusão podem proporcionar a todos que delas necessitam; ou melhor tem direito. Não deixe de conferir!
GLOSSÁRIO 1. Intrinsicamente: Relativo a intrínseco. Intrínseco: que é característico, próprio, essencial ou fundamental; que está dentro de: qualidade intrínseca. (Fonte http://www.dicio.com.br/intrinseco/ ) 2. Igualitariamente: Advérbio – significa de modo igualitário; de modo igual; de igual forma. (Fonte http://www.priberam.pt/dlpo/igualitariamente )
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3. Desmistifica Conjugação do verbo desmitificar Desmitificar: Fazer cessar o caráter místico ou misterioso de alguma coisa. (Fonte: http://www.priberam.pt/dlpo/desmistificar) REFERÊNCIAS LITWIN, Edith (Org.). Educação a distância: temas para o debate de uma nova agenda educativa. Porto Alegre: Artmed, 2001. 110 p. ISBN 85-7307-805-7. MAIA, Carmen (Org.). Ead. br: Educação a distância no Brasil na era da internet. São Paulo: Anhembi Murumbi, 2000. 152 p. (Série universidade virtual). ISBN 85-87370-04-9. NISKIER, Arnaldo. Educação a distância: a tecnologia da esperança. São Paulo: Loyola, 1999. 414 p. ISBN 85-15-01985-5. (Online) LITTO, Fredric; FORMIGA, Manuel Marcos Maciel (ORG). Educação a Distância: o estado da arte. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2009. ISBN: 978-85-7605-197-8. MAIA, Carmem; MATTAR, João. ABC da EaD. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007. ISBN: 978-85-7605-157-2 KENSKI, Vani Moreira. Tecnologia de Ensino Presencial e a Distância. Campinas, SP: Papirus, 2003. ISBN: 85-308-0708-1 BRASIL Congresso Nacional. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília: Senado Federal, Centro Gráfico, 2007. ABED - Associação Brasileira de Educação a Distância. Aumenta Procura por cursos a Distância. Disponível em http://www.abed. org.br/site/pt/
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