UNIDADE
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CLASSIFICAÇÃO DE ÁREAS E ARTIGOS MÉDICO-ODONTOHOSPITALARES BIOSSEGURANÇA
EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
CLASSIFICAÇÃO DE ÁREAS E ARTIGOS MÉDICO-ODONTO-HOSPITALARES
Nesta unidade, veremos sobre a classificação de áreas e artigos médico-odonto-hospitalares, as definições, classificações e tipos de artigos. ÁREAS HOSPITALARES
As áreas hospitalares são classificadas em três tipos:
• Área crítica: apresenta risco potencial para obtenção de infecções provenientes de procedimentos invasivos, manipulação de fragmentos orgânicos contaminados e por admitirem pacientes susceptíveis a infecções. Exemplo: UTI, CC, Unidade de queimados entre outros (M S, 1994). • Área semicrítica: unidades que são ocupadas por pacientes que não necessitam de procedimentos intensivos ou de isolamento. Por exemplo: Enfermarias (M S, 1994). • Área não crítica: não são ocupadas por pacientes. Por exemplo: almoxarifado, copa, farmácia (M S, 1994). MÉTODOS, PRODUTOS E PROCESSAMENTO DE ARTIGOS E SUPERFÍCIES EM ESTABELECIMENTOS DE SAÚDE Artigos médicos-odontologico-hospitalares Os artigos utilizados para a penetração em pele, mucosas, nos tecidos subepiteliais e no sistema vascular, assim como os ligados diretamente com este sistema, são denominados de ARTIGOS CRÍTI-
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COS. Estes precisam estar estéreis para serem usados. Por exemplo: instrumentais cirúrgicos, fibras óticas, bisturi elétrico, etc. (CCIH-RB, 2007). Os ARTIGOS SEMICRÍTICOS são indicados para o contato com a pele não íntegra ou com mucosas íntegras precisam de desinfecção de médio ou de alto nível, ou esterilização para garantir a qualidade do múltiplo uso. Os artigos que suportarem altas temperaturas podem ser autoclavados por possuírem as seguintes vantagens: eficácia, redução de custos e facilidade operacional, mesmo que não haja a necessidade de esterilização. Por exemplo: equipamentos de anestesia gasosa, terapia respiratória, inaloterapia, instrumentos de fibra óptica, etc. (CCIH-RB, 2007). Os artigos usados em pele íntegra são denominados como ARTIGOS NÃO-CRITICOS e precisam de limpeza ou desinfecção de baixo ou médio nível, dependendo do tipo de utilização e de qual foi o último uso realizado. Por exemplo: estetoscópio, termômetro, esfigmomanômetro, etc. (CCIH-RB, 2007). Passos sequenciais do processamento de artigos hospitalares: É indicado que o processamento dos artigos seja centralizado, pelas seguintes razões: custo, eficiência de operacionalização, padrão de qualidade e aumento do tempo de vida útil. (ASCARI et al, 2013). A manipulação de cada artigos exige a utilização de Equipamento de Proteção Individual (EPI) específico, em relação ao tipo de risco que o profissional estará exposto, como os riscos com material biológico, químico e térmico. (ASCARI et al, 2013). Deve-se considerar no processamento de artigos que todos os artigos devem ser tratados como “contaminados”, sem levar em conta o grau de sujidade e independentemente do processo a ser submetido, da limpeza ou da descontaminação, desinfecção e/ou esterilização ou estocagem. O processo deve ser realizado conforme o tipo uso do artigo. (ANVISA, 1994); Os artigos devem ser classificados conforme o risco potencial de infecção do seu uso e deve ser definido o tipo de processamento
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a que será realizado (desinfecção ou esterilização). (MS,1994): 1. Esterilização por gravidade: baseia-se na introdução de vapor na câmara interna do aparelho e eliminação do ar interno por expulsão, ou seja, à proporção que o vapor for injetado, força a saída do ar. Neste processamento, o aquecimento é realizado de fora para dentro, acumulando o tempo de aquecimento. O processo de secagem é executado por Venturi, atingindo o vácuo de capacidade média e, ao aumentar tempo de exposição, os materiais estarão secos e estéreis. (ASCARI et al., 2013); 2. Esterilização por alto vácuo: é introduzido o vapor na câmara interna da autoclave; 3. Esterilização por alto vácuo com ciclo pulsátil: é entrada de vapor que favorece a elevação da temperatura para começar a esterilização. Oferece mais segurança no processo, pois o ar do material e da câmara é retirado pela alta capacidade de sucção da bomba de vácuo. Posteriormente à contagem do tempo de exposição, a bomba de vácuo faz a sucção do vapor e da umidade interna do pacote, ocasionando em minimização do tempo de exposição, esterilização e secagem pelo aquecimento rápido da carga. (ASCARI et al., 2013). Indicações de uso: • Esterilização de artigos críticos termorresistentes: o método é mais seguro e eficaz; alguns artigos semicríticos, termorresistentes podem ser autoclavados. (CCIH-RB, 2007); • Estufa - Forno de Pasteur: o uso da estufa é indicado para esterilização de óleos, pós e caixas de instrumental, após calibração específica para cada produto. A temperatura e o tempo de exposição irão variar de acordo com a natureza do material a ser esterilizado; • Artigos e substâncias a serem submetidos: pós: 100 gramas a 160 ºC por 120 minutos; óleos ( considerar a altura de 0,5 cm): 160 ºC por 120 minutos; metais (é preciso validar o processo): 160 ºC por 120 minutos, 170 ºC por 60 minutos em estufa anteriormente
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calibrada. (CCIH-RB, 2007); • Formaldeído: a esterilização acontece conforme o tempo de exposição indicado pelo fabricante. Normalmente, o tempo mínimo é de 18 horas para solução alcóolica a 8% e também para solução aquosa a 10%. (CCIH-RB, 2007). Artigos que podem ser submetidos:
a) enxertos de acrílico;
b) cateteres;
c) drenos;
d) tubos de poliestireno, nylon;
e) instrumental;
f) laparoscópios, astroscópios, ventriculoscópios (podem ser processados somente pela solução aquosa);
g) artigos termorresistentes com indicação de esterilização por glutaraldeído (podem ser processados por formaldeído);
• Esterilização pelo método gasoso: dispor os artigos em invólucros de grau cirúrgico ou recipientes próprios para este processamento; colocar os artigos na máquina usando EPI; anotar todas as etapas do processamento, controlando o tempo de exposição, seguindo as informações descritas pelo fabricante e adequações com as indicações presentes na legislação vigente. (ASCARI et al., 2013); • Óxido de Etileno (ETO): segundo a reunião dos peritos e legislação vigente pela Portaria Interministerial do Ministério da Saúde e do Trabalho, a esterilização com ETO deve ser realizada em materiais termossensíveis. Os seguintes artigos podem ser esterilizados:
a) acessórios de respiradores;
b) marca-passos;
c) materiais com fibras óticas.
d) próteses e instrumentos de hemodinâmica. (ASCARI et al., 2013);
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Desinfecção: • Por meio físico-líquido: para realizar processo físico de desinfecção dos materiais:
a) utilizar EPI;
b) programar a temperatura e tempo de desinfecção na máquina;
c) respeitar e monitorar a temperatura e o tempo de exposição dos materiais;
d) secar os materiais processados se o equipamento o não fizer;
e) acomodar o artigo processado em invólucro apropriado: o acondicionamento dos produtos desinfetado deve ser feito em recipientes limpos ou desinfetados, secos e fechados; guardar em lugar próprio;
f) limpar a máquina regularmente e todos os dias os recipientes de água;
g) fazer a validação dos processos. (CCIH-RB, 2007);
• Água em Ebulição: a desinfecção e descontaminação por água em ebulição devem expor os materiais por 30 minutos. Os materiais que podem ser submetidos a esta desinfecção e descontaminação são os termorresistentes a outros métodos; os artigos submetidos à descontaminação deverão prosseguir o processamento, indicado pelo fabricante. (ASCARI et al, 2013); • Máquinas automáticas com água quente (60-90 ºC): descontaminação e desinfecção dos materiais deve ser realizada segundo o tempo de exposição orientado pelo fabricante. Artigos a serem submetidos:
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a) acessórios de respiradores;
b) inaloterapia;
c) material de intubação (cânulas, bocais, lâminas de laringoscópio sem lâmpada, ambus, máscaras). (MS, 1994);
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• Por Meio Químico Líquido: submergir o material em solução desinfetante recomendada ou executar a fricção com pano embebido; enxaguar os produtos processados com água potável ou água estéril. É recomendado muitos enxágues para retirar todo resíduo do produto utilizado. Os recipientes com água esterilizada devem ter todo o conteúdo utilizado de uma só vez. (ASCARI et al, 2013). Evitar recipientes para múltiplo uso; secar os artigos; acondicionar artigo processado em invólucro adequado: a) recipiente limpo ou desinfetado, seco e fechado; b) guardar em locais apropriados para este fim. (CCIH, 2007). Os desinfetantes a seguir podem ser utilizados em artigos e superfícies: • Álcoois:
a) álcool etílico atua germicida, possui baixo custo e toxicidade que o isopropílico;
b) álcool isopropílico age para vírus, tem menor ação germicida e é mais tóxico; utilizado para desinfecção de nível intermediário ou médio de materiais e superfícies com tempo de exposição de 10 minutos, concentração de 77% volume-volume, que corresponde a 70% em peso;
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Os artigos e superfícies que podem ser submetidos são:
a) ampolas e vidros;
b) termômetros retal e oral;
c) estetoscópios;
d) otoscópios ( cabos e lâminas sem lâmpadas);
e) superfícies externas de equipamentos metálicos;
f) partes metálicas de incubadoras;
g) macas, camas, colchões e mesas de exames;
h) pratos de balança;
i) equipamentos metálicos de cozinha, lactário, bebedouros e áre-
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as de alimentação;
j) bancadas;
k) artigos metálicos ( espéculos, material odontológico). (CCIH, 2007).
• Fenol Sintético: indicado para desinfecção de nível médio ou intermediário e baixo. O tempo adequado de exposição é de 10 minutos para superfícies e de 30 minutos para materiais na concentração indicada pelo fabricante. (MS, 1994). REFERÊNCIAS ASCARI, R. A. SILVA, O. M. da. AZEVEDO, L. de J. B., LEILA, J. M., MALDANER, C. MAI, S. Fluxo de materiais odonto-médico-hospitalares durante o seu processamento em unidades básicas de saúde. 2013. Disponível em: <http://www.revistas.udesc.br/index.php/udescemacao/article/viewFile/2486/pdf_102>. Acesso em: 23 jun.2016. Comissao de Controle de Infecção Hospitalar SMS- RP. Protocolo de Processamento de Artigos e Superfícies nas Unidades de Saúde Ribeirão Preto-SP. 2007. Disponível em: <http://www.sbrafh.org.br/ site/public/temp/4f7baaa698df0.pdf>. Acesso em: 23 jun. 2016. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Assistência à Saúde. Departamento de Assistência e Promoção à Saúde. Coordenação de Controle de Infecção Hospitalar. Processamento de Artigos e Superfícies em Estabelecimentos de Saúde. Brasília - DF 1994. Disponível em: <http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/controle/processamento_ artigos.pdf>. Acesso em: 23 jun. 2016.
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