UNIDADE
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MATERIAL DIDÁTICO NA EAD
CENÁRIOS E MODALIDADES DE EAD
EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
MATERIAL DIDÁTICO NA EAD Segundo Manguel (1999), aproximadamente em 250 a. C, foi criada a arte da escrita. E a escrita criou um “novo profissional”, o escritor, que ao produzir mensagens de signos que pediam por decodificação e também por interatividade; mudaria, para sempre, a natureza da comunicação e das relações humanas. Hoje, no assunto da nossa unidade, o “escritor”, ou seja, o produtor de material didático para EaD também é um dos responsáveis pela mudança na forma de interação e de aquisição de conhecimentos. Vejamos que características ele imprime, aplica, na produção desses materiais. A primeira delas é termos em mente a condição espaço/temporal que caracteriza a EaD, ou seja, os interlocutores do processo – aluno/professor estão virtualmente localizados. Sendo assim, a maior e mais constante ferramenta é o texto, seja ele verbal: escrito ou oral; ou não verbal: cores, luzes, sons, imagens, desenhos, fotos, pinturas, animações, gestos, olhares, expressões faciais, etc. Além, é claro, da definição dos tipos de mídia que pretendemos utilizar. Outro detalhe importante é que, para essas escolhas, se tenha em mente o currículo do curso a ser contemplado e, também, sua proposta teórico-metodológica. Porém, independentemente da proposta de ensino, o mais indicado é trabalharmos com a pluralidade de textos para atingir objetivos e perspectivas diferenciadas; potencializando a aquisição de vários saberes simultaneamente.
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Veja, a seguir, uma figura que ilustra bem essa construção.
Textos de Apoio
Textos Escritos
Textos Base Textos dos Alunos Pesquisa
Livros Textos Internet
Hipertextos CD-Rom
Textos de Jornal
Vídeo Educativo
Revistas Eletrônicas
Vídeo Conferência
Palestra
Textos Audiovisuais Vídeo Exclusivo
Textos Orais
Filmes
Seminários
fig.01
A cor preta identifica o que podemos considerar como os textos-base. Em cinza, todas as outras possibilidades de tipologia textual para complementar e aprofundar os conteúdos pertinentes à proposição do curso. Levando-se tudo isso em consideração, podemos dizer que, de acordo com Silva (2000, p. 116-117), o escritor de materiais didáticos para a modalidade EaD, é aquele que faz a engenharia dos espaços visuais e sonoros, combinando linguagens de sons, imagens e grafismos. Analogicamente poderíamos dizer que esse “escritor engenheiro”, ao invés de construir uma rota, uma rodovia física, ele tece uma rede; definindo qual é o conjunto de territórios que pode ser alcançado por esta. E você, sabe por que o escritor “tece” uma rede? Porque o público da EaD é composto por leitores contemporâneos. Embasado em Santaella (2004, p.33), leitor contemporâneo é aquele indivíduo que “vive mergulhado” na web. Esse leitor também é Unidade 09. Material Didático na EAD EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
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chamado de imersivo ou virtual. Esse leitor imersivo ou virtual está em constante estado de prontidão, conectado em roteiros labirínticos que ele próprio ajuda a construir, na medida em que interage, simultaneamente, com o mundo por meio de palavras, músicas, vídeos, imagens. O que pode levá -lo instantaneamente para múltiplas outras redes e universos. Daí a importância da pluralidade de textos e de suas respectivas e possíveis interatividades. GUIA DIDÁTICO Segundo Aretio (1994), o guia didático pode ser considerado como o documento orientador de estudo, com o objetivo de auxiliar a cognição do aluno em relação ao material didático, uma vez que a interlocução entre o professor-aluno não ocorre em um mesmo tempo e/ou espaço. Pode-se dizer que o guia didático é a ferramenta motivadora, para levar o estudante à aprendizagem autônoma. Já o material didático específico, como o próprio nome indica, é base concreta dos conteúdos que desejamos apresentar e aplicar no curso ou disciplina. Porém, tanto um como outro devem levar em conta a coesão, a coerência, a progressão, a argumentação; e principalmente a dialogicidade. Para que tal aconteça devemos considerar um rigoroso planejamento, tendo como base o público a que se destinam os materiais produzidos; bem como os resultados que se deseja alcançar. Por exemplo: • induzir o aluno para a autoaprendizagem e a pesquisa; • conscientizar o estudante para a importância da ampliação de seus conhecimentos sobre o assunto abordado; • abrir, manter e incentivar o diálogo permanente entre professor/ aluno/tutor; • incentivar o aluno não apenas para a aprendizagem do conteúdo
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selecionado no material em questão, mas também para assuntos correlatos; por meio da indicação de leituras complementares; • propiciar o constante acompanhamento e avaliações do processo de aprendizagem dos conteúdos pertinentes à construção curricular; • apoiar e orientar o estudante durante todo seu percurso de estudo e • justificar que a compreensão crítica do tema apresentado é essencial para o curso em desenvolvimento, uma vez que o conteúdo é a base teórico-metodológica para a construção de conhecimentos.
TEXTO DIDÁTICO ESPECÍFICO Para se realizar um trabalho consistente na produção de material didático específico, é fundamental o pleno conhecimento do Projeto Político-Pedagógico (PPP) em suas diretrizes, bases epistemológicas. E também os princípios e modalidade de organização curricular, tais como: disciplina, módulo, tema, projeto.
Findada essa primeira etapa, temos três passos a seguir:
1. Embasado no contexto do curso, definir a área de conhecimento, disciplina, módulo, tema e projeto. Explicitar qual é o seu papel no processo de formação definido no Projeto Político-Pedagógico; e definir a relação mantida entre o material específico e o conteúdo desenvolvido nas outras áreas, disciplinas, módulos, correlatas ao processo. 2. Definidos os conceitos-chave de sua disciplina ou módulo ou tema, é o momento de organizarmos um mapa conceitual, para visualizar os temas e subtemas que pretendemos abordar no material didático. 3. Após a estruturação do mapa conceitual explicitado, podemos definir quais os objetivos pretendidos com o melhor desenvolviUnidade 09. Material Didático na EAD EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
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mento de cada um dos conceitos-chave selecionados. Para facilitar o entendimento apresentamos um modelo de mapa conceitual, para a área de linguagem. VERBAL TEXTO
ORAL ESCRITO PINTURA
NÃO VERBAL
MÚSICA CORPORAL QUADRINHOS fig.02
E para complementar temos os elementos da organização. • Apresentação: título, contextualização da aula, módulo ou disciplina no curso, principais objetivos, orientações para utilização do material. • Desenvolvimento: capítulos e unidades para a apresentação dos conteúdos; propostas de atividades; ícones para complementação das informações. • Conclusão: síntese conteúdo, sugestões para aprofundamento dos assuntos abordados e correlatos. Agora, é só colocar a teoria na prática. O que você terá a oportunidade logo adiante, ainda nesta unidade.
Como sabemos que você pretende ser um autor que deseja a excelência de resultados, seja para guia didático ou material específico, temos aqui três aspectos essenciais. 1.
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Desde o primeiro contato o material, você já deve motivar o aluno para a exploração e a consulta.
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A qualidade e a credibilidade científica devem ser evidenciadas.
3.
Seu projeto gráfico precisa induzir à leitura, à visualização, de maneira espontânea, continuada e produtiva.
Para aprimorar ainda mais o seu trabalho propomos que você faça um estudo da Lei de Direitos Autorais (Lei 9610/98) e da Lei de Software (Lei 9609/98).
Para enfatizar e melhor explicitar o que discutimos até agora apresentamos um exemplo de material didático disponível no site <http:// redeetec.mec.gov.br/images/stories/pdf/eixo_ amb_saude_seguranca/tec_seguranca/educ_ dist/291012_edu_dist_a05.pdf>. Simples e objetivo, mas claro e conciso, o texto a seguir é um modelo de como devem ser a linguagem e a estrutura de um bom material didático para EaD.
Nesta aula, você vai estudar sobre as mídias e materiais didáticos na EAD. Aqui veremos como o uso das mídias na EaD evoluiu e como, atualmente, elas integram os processos de ensino e aprendizagem a distância. Você vai estudar também um dos componentes do sistema de Educação a Distância que é fundamental para o processo de interação entre professores e alunos: o material didático. Seja impresso, audiovisual ou multimídia, é determinante para o processo de ensino e aprendizagem a distância. Você, como aluno de um curso a distância, precisa ter consciência da importância que o material didático exerce na sua aprendizagem. Ele é a ferramenta principal entre quem ensina e quem aprende, exercendo o papel de substituto do professor presencial.
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LISTA DE IMAGENS Fig.01: Autoral. Fig.02: Autoral.
GLOSSÁRIO 1.
Imprescindível:
adj. Indispensável; que não se pode dispensar ou renunciar: o pandeiro é imprescindível para um bom samba; funcionário imprescindível. Insubstituível; sobre o que não pode ser alvo de substituição: a democracia é imprescindível para o governo. Que não se pode prescindir, renunciar ou dispensar. (Fonte: http://www.dicio.com.br/imprescindivel/) 2.
Interlocução: s.f. Conversação entre duas ou mais pessoas; diálogo.
Fala que sobrevém no decurso de uma conversa, interrompendo-lhe o fio. (Fonte: http://www.dicio.com.br/imprescindivel/) 3.
Cognição:
Ato ou processo de conhecer, inclui estados mentais e processos como pensar, a atenção, o raciocínio, a memória, o juízo, a imaginação, o pensamento, o discurso, a percepção visual e audível, a aprendizagem, a consciência, as emoções. (Fonte: http://www.dicio.com.br/
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Bases espistemológicas: relativo a epistemologia Epistemologia: substantivo feminino
1. Reflexão geral em torno da natureza, etapas e limites do conhecimento humano, esp. nas relações que se estabelecem entre o sujeito indagativo e o objeto inerte, as duas polaridades tradicionais do processo cognitivo; teoria do conhecimento. 2. Estudo dos postulados, conclusões e métodos dos diferentes ramos do saber científico, ou das teorias e práticas em geral, avaliadas em sua validade cognitiva, ou descritas em suas trajetórias evolutivas, seus paradigmas estruturais ou suas relações com a sociedade e a história; teoria da ciência.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARETIO, Lorenzo Garcia. Educación a distancia. Bases conceptuales. In: Educación a distancia hoy. Madrid: Universidad de Educación a Distância. 1994. FILATRO, A. Design instrucional na prática. São Paulo: Pearson Educacional do Brasil, 2008. ISBN 978-85-7605-188-6. NISKIER, Arnaldo. Educação a distância: a tecnologia da esperança. São Paulo: Loyola, 1999. 414 p. ISBN 85-15-01985-5. MAIA, Carmen (Org.). Ead. br: Educação a distância no Brasil na era da internet. São Paulo: Anhembi Murumbi, 2000. 152 p. (Série universidade virtual). ISBN 85-87370-04-9. MANGUEL, A. Uma História da Leitura. São Paulo: Companhia das Letras, 1999. LITWIN, Edith (Org.). Educação a distância: temas para o debate de uma nova agenda educativa. Porto Alegre: Artmed, 2001. 110 p. ISBN 85-7307-805-7. SANTAELLA Lúcia. Navegar no ciberespaço. O perfil cognitivo do leitor imersivo. São Paulo: Paulus, 2004
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SILVA, M. Sala de aula interativa. Rio de Janeiro: Quartet, 2000. TORI., R. Educação sem distância: as tecnologias interativas na redução de distâncias em ensino e aprendizagem. São Paulo: Senac, 2010. LITTO, Fredric; FORMIGA, Manuel Marcos Maciel (ORG). Educação a Distância: o estado da arte. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2009. ISBN: 978-85-7605-197-8. MAIA, Carmem; MATTAR, João. ABC da EaD. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007. ISBN: 978-85-7605-157-2 KENSKI, Vani Moreira. Tecnologia de Ensino Presencial e a Distância. Campinas, SP: Papirus, 2003. ISBN: 85-308-0708-1.
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