Cenários e Modalidades de Educação a Distância - Unidade 11

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UNIDADE

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A AUTOAPRENDIZAGEM E O PROCESSO DE AVALIAÇÃO NA EAD

CENÁRIOS E MODALIDADES DE EAD

EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA


A AUTOAPRENDIZAGEM E O PROCESSO DE AVALIAÇÃO NA EAD A Educação a Distância tem como proposta a autoaprendizagem, visando fazer com que o aluno seja capaz de aprender por sua própria autonomia. Autoaprendizagem não é sinônimo de isolamento e sim de capacidades para a autoformação e independência no que se refere a espaço, tempo, ritmo, estilo e método de aprender.

Usando a definição de autonomia, segundo Piaget (1962, p.16): [...] autonomia é um procedimento de educação social que tende, como os demais, a ensinar os indivíduos a sair do seu egocentrismo para colaborar entre si e submeter-se às regras comuns.

Assim, podemos fazer um alinhamento com outro aspecto importante da EaD: a interação entre os indivíduos – alunos, professores, tutores – e a troca de informações e conhecimentos. Para que isso aconteça, os ambientes de aprendizagem colaborativa precisam estar relacionados a uma opção metodológica que propicie a participação ativa e construções cognitivas entre todos os parceiros do processo. Desta forma, o aluno pode socializar seu aprendizado, suas experiências, dialogar, confrontar a teoria e a prática, formular problemas e buscar as soluções para a sua autoaprendizagem. Passemos, então, para um item importante para a Educação a Distância: a Avaliação na EaD. Baseados em Haydt (2000) e Immig (2002), temos que o processo de avaliação começa com a definição dos objetivos. Dessa forma, devemos partir da formulação e definição desses objetivos para direcionar o processo ensino-aprendizagem, ou seja, que se defina o que e como julgar, bem como, o que e como avaliar.

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FERRAMENTAS DE AVALIAÇÃO Na Educação a Distância, a avaliação formativa é, via de regra, realizada por meio do acompanhamento das participações dos estudos nas atividades propostas pelo curso, tendo como base os registros deixados nas diferentes ferramentas disponibilizadas no ambiente virtual do curso. Vejamos as ferramentas mais utilizadas. • Webfolio: é o conjunto de registros dos produtos das aprendizagens no ambiente virtual. Para o aluno, é o “gráfico” de seus trabalhos, o que vai ajudá-lo no desenvolvimento de sua capacidade para se autoavaliar. E para o professor, serve como guia, como indicativo de referenciais para o grupo. • Fóruns de discussão: a característica assíncrona do fórum possibilita maior qualidade e aprofundamento pelo fato de que a mensagem circula e é comentada por todos os sujeitos envolvidos. Além de ser possível ler, contestar ou mandar mensagens iguais as que são enviadas por e-mail. • Mapas cognitivos: têm como finalidade construir pesquisas de informação, construir conhecimentos e facilitar a aprendizagem. Se bem mapeados, esses itens facilitam a visão do todo e também das partes, auxiliando, assim, uma análise mais minuciosa e com maior qualidade. • Chats (bate-papo): espaço de encontros virtuais em grupo para discutir tarefas, construir texto, rediscutir projetos, realizar trabalhos ou promover intercâmbios de ideias sobre algum tema. • Testes objetivos: usados para avaliar a apreensão dos objetivos de cada módulo específico. São organizados de forma a ter uma aplicação uniforme, com tempo determinado para a entrega, via on-line. A correção é realizada por meios mecânicos ou automáticos. • Provas presenciais: provas ou trabalhos que têm tempo, espaço e situação delimitados pela estrutura do curso ou módulo. Acontecem, sempre, sob a supervisão de professores e ou tutores. É importante frisar que essa ferramenta pode demonstrar se os trabalhos realizados a distância foram, realmente, fruto do esforço

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pessoal de cada aluno. • Autoavaliação: são corrigidas pelo próprio aluno, que tem a sua disposição o gabarito de respostas. Essa ferramenta permite que o estudante possa mensurar o nível de sua aprendizagem. • Monitoração da participação: permite analisar o nível de participação do aluno durante uma atividade ou durante o curso. Para tal, é necessária identificação do aluno on-line, rastreamento das interações com o material didático e identificação do padrão de comportamento cognitivo do aluno. Encerramos essa abordagem destacando a importância do Feedback. Toda pessoa que se submete a algum processo de avaliação precisa de um feedback claro, objetivo e completo para compreender os resultados de seu esforço e ter referências para sentir-se estimulado a realizar, com qualidade, as outras atividades propostas.

Nossa indicação é um livro que sistematiza e socializa o conhecimento que vem sendo construído no campo da avaliação on-line.

Reunindo a experiência de 65 representantes da área derruba um mito, mostrando que a avaliação on-line é uma questão complexa que só pode ser resolvida com conhecimento de causa, além de apresentar as tendências de ponta.

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Autor Marco Silva, Edições Loyola

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Apesar de parecerem novos, os cursos a distância já existem desde 1890 na Alemanha e desde 1881 na Universidade de Chicago, que oferecia um curso da língua hebraica por correspondência. No Brasil, essa prática só chegou com força em 1937 com a criação do Serviço de Radiodifusão Educativa, do Ministério da Educação; o esquema era trazer aulas no rádio que eram acompanhadas por material impresso.

As distintas denominações da EaD:

• correspondence education/study, no Reino Unido; • independent study, nos Estados Unidos; • external study, na Austrália; • distance teaching, na Open University do Reino Unido; • téléenseignement, na França; • fernunterricht, na Alemanha; • educación a distancia, na Espanha; • teleducação, em Portugal. Disponível em: <http://compreenderead.blogspot.com.br/2011/09/ curiosidades-sobre-ead.html>. Acesso em: 29/10/15.

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Embora, uma das premissas da EaD seja a aprendizagem autônoma – o que não signifi ca solitária – uma maneira efi caz de aprendizagem é formar grupos de estudo. Geralmente, nos cursos de graduação, muitos estudantes se reúnem para estudar uma determinada disciplina ou assunto em que a difi culdade é comum. Porém, o grupo de estudo não deve ter um número de pessoas superior a 6, pois quando começam a surgir difi culdades, muitas podem não conseguir participar da discussão. Para que o grupo de estudo tenha êxito, é essencial o respeito mútuo. Ou seja, cada um deve ouvir a opinião do outro, participar ativamente, estar de acordo com os propósitos a que o grupo se propõe e se comprometer com as atividades.

GLOSSÁRIO 1.

Mito:

s.m. Lenda; narrativa de teor fantástico, simbólico, normalmente com personagens ou seres que incorporam as forças da natureza e as características humanas. Algo ou alguém cuja existência não é real ou não pode ser comprovada. Ocorrência ou ação extraordinária, fora do comum, normalmente excessiva e deturpada pela imaginação ou pela imprensa.

(Fonte http://www.dicio.com.br/mito/)

2.

Egocentrismo

O egocentrismo consiste em uma exaltação excessiva da própria personalidade, fazendo com que o indivíduo se sinta como o centro da atenção.

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(Fonte http://www.signifi cados.com.br/egocentrismo/)

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REFERÊNCIAS ESTEBAM, Maria Tereza (org). Avaliação: uma prática em busca de novos sentidos. Rio de Janeiro: DP&A, 2002, 4. ed. HAYDT, Regina Cazux. Avaliação do processo Ensino-Aprendizagem. Editora Ática. 6ª Ed. São Paulo, 2000. 9 IMMIG, Henrique. Avaliação da aprendizagem em ambientes de Educação a distância. Novo Hamburgo - RS, 2002. NISKIER, Arnaldo. Educação a distância: a tecnologia da esperança. São Paulo: Loyola, 1999. 414 p. ISBN 85-15-01985-5. MAIA, Carmen (Org.). Ead. br: Educação a distância no Brasil na era da internet. São Paulo: Anhembi Murumbi, 2000. 152 p. (Série universidade virtual). ISBN 85-87370-04-9. LITWIN, Edith (Org.). Educação a distância: temas para o debate de uma nova agenda educativa. Porto Alegre: Artmed, 2001. 110 p. ISBN 85-7307-805-7. OKADA, Alexandra; SANTOS, Edméa O.; OKADA, Saburo. Mapeando informação, trilhando e construindo redes de signifi cados: notas sobre uma experiência de pesquisa e docência em educação online. Revista Faeeba – Educ, nº 14, 23 p. 73-90. Jan/Jun. 2005. Salvador. PIAGET, J. A Relação da afetividade com a inteligência no desenvolvimento mental da criança. Vol 26 n 3, 1962. TORI., R. Educação sem distância: as tecnologias interativas na redução de distâncias em ensino e aprendizagem. São Paulo: Senac, 2010. LITTO, Fredric; FORMIGA, Manuel Marcos Maciel (ORG). Educação a Distância: o estado da arte. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2009. ISBN: 978-85-7605-197-8. MAIA, Carmem; MATTAR, João. ABC da EaD. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007. ISBN: 978-85-7605-157-2 KENSKI, Vani Moreira. Tecnologia de Ensino Presencial e a Distância. Campinas, SP: Papirus, 2003. ISBN: 85-308-0708-1.

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