Leitura e Produção de Texto - Unidade15

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UNIDADE

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O TEXTO DE OPINIÃO

LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTO

EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA


O TEXTO DE OPINIÃO Na a aula de hoje, vamos aprender os operadores argumentativos empregados aos textos e o que isso proporciona aos leitores. Veremos também como o mau uso desses operadores pode influenciar a capacidade de expressão e argumentação em nosso texto. O TEXTO DE OPINIÃO Nas aulas anteriores compreendemos o fato de que a interação entre os indivíduos acontece por meio da linguagem, que contempla também os textos. Pela linguagem, oral ou escrita, mostramos nossos diversos pontos de vista por meio de enunciados lógicos e argumentativos. Para que haja um texto de opinião, segundo Charaudeau (2008), é necessário que se tenha uma proposta sobre um tema que desencadeie uma reflexão ou questionamento, um locutor que se sinta questionado, argumente e, ainda, alguém que também se sinta questionado e tenha contra argumentação sobre a reflexão do tema. A partir disso, se constrói uma nova concepção sobre os temas e novos argumentos que serão usados em outros textos. - a fase das premissas (ou dados), em que se propõe uma constatação de partida; - a fase de apresentação de argumentos, isto é, de elementos que orientam para uma conclusão provável; podendo ser esses elementos apoiados por lugares comuns (topoi), regras gerais, exemplos, etc.; - a fase da apresentação de contra-argumentos, que operam uma restrição em relação à orientação argumentativa e que podem ser apoiados ou refutados por lugares comuns, exemplos, etc.; - a fase de conclusão (ou de nova tese), que integra os efeitos dos argumentos e contra-argumentos. (BRONCKART, 1999, p. 227)

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Na construção de um texto ou na oralidade, percebemos mar-

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cas que mostram a opinião de quem escreve, é o momento em que percebemos se o indivíduo é a favor ou contra o tema proposto. Tais marcas são chamadas de operadores argumentativos. OS OPERADORES ARGUMENTATIVOS Os operadores argumentativos se tornam marcas linguísticas por organizarem o texto e apresentarem a opinião do autor. Com eles, nós conseguimos discutir de modo coerente, baseando nossa opinião em fatos tidos como verdades. Estes operadores articulam dois atos da fala, em que o segundo toma o primeiro como tema, com o fim de justificá-lo, ou melhor, explicá-lo, contrapor-lhe ou adicionar-lhe argumentos; generalizar, especificar, concluir a partir dele; comprovar-lhe a veracidade; convocar o interlocutor à concordância etc., sendo, assim, responsáveis pela orientação argumentativa dos enunciados que introduzem (KOCH, 2011, p. 131).

Esses tais elementos que devem estar presentes em nossas produções textuais são os advérbios, as conjunções, as preposições, as locuções adverbiais, locuções prepositivas e conjuntivas. Esses elementos gramaticais fazem a ligação semântica (sentido) entre os enunciados, alcançando o objetivo de persuadir o leitor. Vamos entender melhor como eles funcionam. ADVÉRBIOS São palavras invariáveis que designam circunstâncias (lugar, tempo, modo, etc.) e podem modificar o verbo, o adjetivo ou outro advérbio, como também todo o enunciado.

- Gosto muito do inverno.

- Ele anda rápido. Unidade 15. O Texto de Opinião.

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Os advérbios têm classificações que exprimem diferentes ideias.

• Advérbios de afirmação: sim, perfeitamente, pois sim, positivamente, efetivamente, certamente, com certeza, etc. Ex.: Certamente, ele já sabia que isso aconteceria. • Advérbios de negação: não, nunca, nada, jamais. Ex.: Não sou obrigado a fazer isso. • Advérbios de modo: bem, mal, melhor, pior, certo, também, depressa, devagar, etc. e, em geral, os adjetivos femininos acrescidos do sufixo -mente. Exs.: Andressa falava rapidamente.

Sinceramente, não acredito em você!

• Advérbios de lugar: aqui, ali, lá, além, perto, longe, fora, dentro, onde, acima, adiante, à esquerda, à direita, etc. Ex.: Aqui ficam os quadros mais valiosos. • Advérbios de dúvida: talvez, porventura, provavelmente, possivelmente, quem sabe, por certo, etc. Ex.: Ela talvez saiba quem ele é. • Advérbios de intensidade: muito, pouco, bastante, menos, mais, tão, tanto, todo, completamente, excessivamente. Ex.: Aquela mulher é completamente louca.

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• Advérbios de tempo: agora, já, logo, cedo, tarde, antes, depois, sempre, nunca, jamais, hoje, ontem, amanhã, etc. Ex.: Cheguei agora da faculdade. • Advérbios interrogativos: onde (lugar), quando (tempo), como (modo), por que (causa) Ex.: Onde você estava? • Advérbios de inclusão: até, também, nem. Ex.: O professor também tinha sentimentos. • Advérbios de exclusão: exclusivamente, somente. Ex.: Somente os padres podem realizar casamentos na Igreja Católica. • Advérbios Interrogativos: palavras: onde? aonde? quando? como? por que(ê)?, etc. Ex.: Por que você está triste, Maria? LOCUÇÃO ADVERBIAL A locução adverbial acontece quando duas ou mais palavras exercem a função de um advérbio, ou seja, modificam o sentido do verbo, adjetivo e de outro advérbio. Em geral, começa pelo uso de uma preposição. Veja os exemplos a seguir. Lugar: à esquerda, à direita, de longe, de perto, para dentro, para fora, por aqui, por lá, etc. Afirmação: sem dúvida, com certeza, etc. De modo: às pressas, às cegas, em geral, cara a cara, dia a dia, etc. Unidade 15. O Texto de Opinião. EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

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Tempo: de noite, de vez em quando, às vezes, à tarde, hoje em dia, nunca mais, de vez em quando, etc. CONJUNÇÕES São palavras invariáveis que ligam duas orações, podendo ser divididas em conjunções coordenadas ou subordinadas. No primeiro caso, as conjunções adicionam elementos isolados, que não tem dependência com a primeira oração. No segundo, a segunda oração é subordinada à primeira, ou seja, depende dela para fazer sentido. Vemos entender melhor a seguir. Conjunções coordenadas e locuções conjuntivas Vale lembrar que, neste tópico, as locuções já estão apresentadas com as conjunções, uma vez que duas ou mais destas formam uma locução conjuntiva com determinada funcionalidade. • Aditivas: expressam ideias de soma, de adição. Suas principais conjunções são: e, nem, não só, também, como também, bem como, etc. Ex.: Ela também faz bolos de casamento. • Adversativas: expressam ideias de oposição, contrárias. Suas principais conjunções são: mas, porém, contudo, entretanto, todavia, no entanto, etc. Ex.: Tentou chegar a tempo, mas não conseguiu. • Alternativas: expressam alternâncias, opções. Suas principais conjunções são: ou...ou, quer...quer, já...já, etc. Ex.: Ou você compra um carro ou compra uma bicicleta? • Conclusivas: expressam conclusões. Suas principais conjunções são: logo, por isso, pois, portanto, por conseguinte, assim, deste modo, assim sendo, etc.

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Ex.: Eles comem doces demais, por isso não conseguem perder peso. • Explicativas: expressam motivo, razão. Suas principais conjunções são: que, porque, pois (antes do verbo). Ex.: São parecidos pois são irmãos. Conjunções subordinadas • Causais: expressam a ideia de causa. Suas principais conjunções são: porque, visto que, uma vez que, como, etc. Ex.: Não se formou porque desistiu da faculdade. • Comparativas: expressam comparação entre termos. Suas principais conjunções são: que, do que, tão...como, mais...do que, menos... do que, etc. Ex.: Ela é mais alta do que o namorado. • Concessivas: expressam ideia de concessão. Suas principais conjunções são: embora, ainda que, mesmo que, apesar de, se bem que, etc. Ex.: Apesar de estar cansada, fui à aula de hoje. • Conformativas: expressam conformação, estar de acordo com alguma coisa. Suas principais conjunções são: como, segundo, conforme, etc. Ex.: Como você disse, brigar por questões políticas é besteira. • Consecutivas: expressam a ideia de consequência. Suas principais conjunções são: após, tal, tanto, tão, etc. Ex.: Ficou tão feliz que chorou.

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• Finais: expressam a ideia de objetivo, finalidade. Suas principais conjunções são: para que, afim de que, porque, para que, etc. Ex.: Comprou uma televisão maior para que pudesse convidar mais amigos para ver o jogo. • Proporcionais: expressa ideia de proporção. Suas principais conjunções são: à medida que, quanto mais, ao passo que, à proporção que, etc. Ex.: À medida que o tempo passa estamos mais próximos do fim. • Temporais: expressam ideia de tempo. Suas principais conjunções são: quando, enquanto, logo que, assim que, etc. Ex.: Quando chegar em casa quero tirar estes sapatos. Hoje, você lembrou das conjunções, advérbios e locuções que servem como operadores argumentativos em nossos textos. Na próxima aula, vamos aprender quais são os tipos de argumentos e como eles funcionam com os operadores. Até a próxima! BIBLIOGRAFIA BRONCKART, J. P. Atividade de linguagem, textos e discursos: por um interacionismo sócio-discursivo. São Paulo: EDUC, 1999. CEGALLA, Domingos P. Novíssima Gramática da Língua Portuguesa. ed. 42. São Paulo: Nacional, 2014. KOCH, Ingedore G. Villaça. A Coesão Textual. 21.ed. São Paulo: Contexto, 2011.

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