UNIDADE
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TIPOS DE ARGUMENTOS
LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTO
EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
TIPOS DE ARGUMENTOS Na aula de hoje, vamos aprender quais são os tipos de argumentos e como eles se relacionam com o que estudamos sobre os operadores argumentativos. Você também vai ver como podemos utilizá-los quando escrevemos um texto, a fim de persuadir nosso leitor. QUAIS SÃO OS TIPOS DE ARGUMENTOS? Ao longo dos nossos estudos, aprendemos que argumentar faz parte do nosso discurso e tem o propósito de convencer um interlocutor sobre nosso ponto de vista. São, assim, as provas que tornam nossas ideias verdadeiras, ou seja, os diversos meios de argumentar sustentam nosso raciocínio. Argumentação por citação ou autoridade Ao defender nossas ideias, precisamos, muitas vezes, citar que tal pessoa, geralmente influente e respeitada, pensa como nós. Isso embasa, quase que automaticamente, a teoria que sustenta nosso pensamento. Assim, ao escrever um texto e propor uma reflexão sobre um tema, precisamos encontrar alguém que reflita da mesma maneira. Basicamente, existem três tipos de citação, que você pode conferir a seguir. 1. Citação direta: transcrição literal de parte da obra. Ex.: Além do conhecimento do texto–fonte, necessário se faz também considerar que a retomada de texto(s) em outro(s) texto(s) propicia a construção de novos sentidos, uma vez que são inseridos em uma outra situação de comunicação com outras configurações e objetivos (KOCH; ELIAS,
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2008, p. 85).
2. Ou citação indireta. Ex.: De acordo com Koch; Elias, (2008, p.85), “além do conhecimento do texto-fonte, necessário se faz também considerar que a retomada de texto(s) em outro(s) textos propicia a construção de novos sentidos, uma vez que são inseridos em outra situação de comunicação com outras configurações e objetivos”. Para que seu texto não seja considerado plágio, é necessário que você referencie qual foi o autor, o ano e página de sua citação. Lembre-se de que plágio é crime.
As citações devem ter um padrão em trabalhos acadêmicos e literários. Para saber tudo sobre isso, acesse o link: http:// migre.me/usirO e fique por dentro de os processors de normas técnicas. Argumentação por comprovação ou provas concretas Outra forma de sustentar nosso ponto de vida é por meio de comprovações reais, como dados, estatísticas, estudos já realizados anteriormente sobre dado tema. Usamos essa argumentação para refutar ideias que estejam erradas. Veja: “Em maio de 2016, o Comércio Varejista nacional registrou variação de -1,0% no volume de vendas em relação ao mês imediatamente anterior, na série ajustada sazonalmente. Nesta mesma comparação, a variação da receita nominal permaneceu praticamente estável (-0,1%), evidenciando uma compensação pela elevação de preços em curso. Quanto à média móvel trimestral, o volume de vendas voltou a registrar variação negativa de 0,5%, enquanto a receita nominal apresentou certa estabilidade (0,2%). Nas demais comparações, obtidas das séries originais (sem ajuste), o varejo nacional apresentou, em termos de volume de vendas, decréscimo de 9,0% sobre maio do ano anterior, sendo esse o 14º resultado negativo consecutivo. Com isso,
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o varejo acumula recuos de -7,3%, nos cinco primeiros meses do ano, e de -6,5%, nos últimos 12 meses. Para as mesmas comparações, a receita nominal de vendas apresentou variação de 2,2%, 4,2% e de 3,2%, respectivamente.” Disponível em: <http://saladeimprensa.ibge.gov.br/noticias?view=noticia&id=1&busca=1&idnoticia=321>. Acesso em: 26 jul. 2016.
Argumentação por raciocínio lógico ou causa e consequência Na construção do nosso texto é comum que usemos relações de causa e efeito para sustentar nossas ideias. Fazemos conclusões que precisam ser coerentes com o que falamos e apresentamos, elas não podem ser passíveis de contestação por nossos interlocutores. Ex.: “O fumo é o mais grave problema de saúde pública no Brasil. Assim como não admitimos que os comerciantes de maconha, crack ou heroína façam propaganda para os nossos filhos na TV, todas as formas de publicidade do cigarro deveriam ser proibidas terminantemente. Para os desobedientes, cadeia”. VARELLA, Drauzio. In: Folha de S. Paulo, 20 de maio de 2000. Argumentação por exemplificação Aqui, usamos exemplos de outros fatos similares para sustentar nosso texto. Partimos sempre de uma verdade irrefutável para mostrar que o consideramos correto já aconteceu outras vezes. Ex.: No século seguinte, a história muda, passa-se a se referir à gestão de pessoas e não à gestão de recursos humanos. Os departamentos de recursos humanos deixam de lado as funções técnicas administrativas das organizações e passam, de fato, a compreender o ser humano no trabalho. Então, é aí que se introduz o conceito de administrar comportamento humano, buscando, por exemplo, adequar os colaboradores às exigências das organizações no âmbito comportamental.
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Argumentação baseada no senso comum A argumentação sobre o senso comum se baseia nas experiências cotidianas que cercam a sociedade. Aqui não há exemplos, dados, mas, sim, ideias e conclusões que são de conhecimento universal. Essa argumentação pode até ser bem-sucedida, mas, em geral, acaba por enfraquecer. Ex.: “todos os políticos brasileiros são corruptos e é por esse motivo que o Brasil não consegue alcançar o patamar dos países de primeiro mundo”. Veja bem, aqui você pode facilmente acabar com seu texto. Primeiramente, quem coloca o político no poder é o eleitor, ou seja, você mesmo. O governo é sim responsável pela corrupção, mas quem permite isso é a população que continua votando. Argumento baseado na competência linguística Em diversos momentos do ato comunicacional, devemos usar a norma culta para nos expressar, pois ela gera credibilidade ao nosso discurso. Quando o locutor usa a norma culta, dá a impressão de ter grau de conhecimento elevado, fazendo com que seu interlocutor respeite mais suas colocações. Para entender melhor, imagine um professor de língua portuguesa que, ao ministrar aulas, fala e escreve errado. Provavelmente, isso fará com seus alunos comentem sobre o fato e desconfiem de seu conhecimento acerca das normas da língua. Ex.: “Equilíbrio Aristotélico Ao longo do processo de formação do Estado brasileiro, do século XVI ao XXI, o pensamento machista consolidou-se e permaneceu forte. A mulher era vista, de maneira mais intensa na transição entre a Idade Moderna e a Contemporânea, como inferior ao homem, tendo seu direito ao voto conquistado apenas na década de 1930, com a chegada da Era Vargas. Com isso, surge a problemática da violência de gênero dessa lógica excludente que persiste intrinsecamente ligada à realidade do país, seja pela insuficiência de leis, seja pela lenta mudança de mentalidade social.” Texto completo em: <http://guiadoestudante.abril.com.br/vestibular-enem/es-
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tudante-tirou-1000-duas-vezes-redacao-dicas-ir-bem-enem-932702.shtml>
Contra argumentação Quando escrevemos um texto, muitas vezes, já imaginamos o que o nosso leitor pode pensar a respeito de determinado enunciado, determinada ideia. Ao contra argumentar, adiantamos o pensamento do nosso leitor e tentamos explanar nossas ideias de diversas maneiras, mostrando como oposições a elas seriam inúteis. Aqui, precisa-se de muito cuidado, uma vez que ao colocar ideias contrárias em seu texto, pode acabar se contradizendo e perdendo o foco de seu raciocínio ou até mesmo invalidando sua tese. Ex.: A crise econômica é também uma crise da globalização. Dizia-se antes que o poder do Estado estava sendo corroído pela interdependência da globalização. Ora, o que vimos é que esta foi de fato responsável pelo contágio da doença. O remédio, porém, vem sendo administrado pelo Estado nacional por meio dos bancos centrais e dos Tesouros. A primeira conclusão, portanto, é que, apesar da globalização, permanece intacta a configuração dominada pelo EstadoNação, cujo poder em relação ao mercado e à sociedade é reforçado pela crise. A segunda é que o fascínio universal com a eleição e o futuro governo de Obama indica que o resto do mundo espera a solução da crise dos EUA, não de outro polo emergente ou de ação coletiva. Os EUA continuam o único país com poder decisivo em cada um dos sistemas individuais cujo somatório constitui a galáxia do poder mundial: estratégico-militar, financeiro, comercial, diplomático, dos laboratórios científicos e universidades de primeira linha, o cultural, fábrica de sonhos e símbolos, de valores e modas. [...] Texto completo em: <http://www1.folha.uol.com.br/fsp/dinheiro/fi0712200803. htm>.
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Pretende fazer um concurso? Dê uma olhadinha no site a seguir e veja as dicas que o blog dá sobre os operadores argumentativos que caem nesse tipo de prova. Acesse: <http://www.gramaticaparaconcursos.com/2014/04/operadores-argumentativos.html>.
BIBLIOGRAFIA ARRUDA-FERNANDES, V. M. B. Pressuposição, argumentação e ideologia: análise de textos publicitários. 1997, 224 f. Tese (Doutorado em Linguística). Instituto de Estudos da Linguagem, UNICAMP, 1997. FIORIN, J. L. Argumentação. São Paulo: Contexto, 2015. SILVA, Marina Cabral Da. A Argumentação. Brasil Escola. Disponível em <http://brasilescola.uol.com.br/redacao/a-argumentacao.htm>. Acesso em 17 de julho de 2016.
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