Coaching para pais e mães

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Capítulo 1

O que significa ser mãe e pai? Abra-se, conceda-se, doe-se, pergunte, observe, escute, lembre-se, seja, ame-se.

Quando um ser humano se torna mãe ou pai, uma coisa é clara: nunca mais será a mesma pessoa que era antes. Os pais se tornam guias, conselheiros, amigos, treinadores, sócios, médicos e muitas outras coisas para o filho. Mas aí surge uma pergunta: “Os pais estão prontos para essa tarefa?”. Será que as fórmulas que eles conhecem para ter sucesso na vida têm sido eficazes? Eles se lembram do que significa ser uma criança? É aqui que começam os problemas... Quando nascem, as crianças não vêm com um manual de instruções. Elas são algo maior do que qualquer coisa conhecida em nosso planeta. Então, ocorre um conhecimento preciso da identidade e da essência do ser humano para nos relacionarmos com elas. Nós sabemos o que realmente significa ser uma criança? Vamos nos aproximar e observar: ser criança significa acreditar no amor puro, na beleza além da forma, nas histórias. Ser tão pequeno que as fadas e duendes podem chegar perto e sussurrar algo no ouvido; transformar abobrinhas em carroças, ratos em corcéis, mesquinharia em coisas sublimes, um nada em tudo. Toda criança tem dentro da alma a sua fada madrinha que a orienta no mundo da imaginação,


na descoberta de formas de vida melhores para o espírito humano. Isso porque elas se baseiam na naturalidade e simplicidade sobre a irmandade e o amor. As crianças vivem na ideia de que é este um mundo de esperança. Ter um filho representa, acima de tudo, receber uma missão e uma grande oportunidade de ter uma conexão profunda com seres que chegam em sua vida e que conferem a você o direito de cuidar deles. A missão é ajudá-los a realizar a sua vocação. Ser pais significa fazer um pacto com seu filho, assumindo a responsabilidade de prepará-lo, guiá-lo e ajudá-lo a viver feliz e realizado na sociedade, mas, acima de tudo, amá-lo e respeitá-lo como indivíduo. Quando você assume o compromisso de colocar um filho no mundo, tem a obrigação de comprometer-se ativamente para fornecer a ele tudo o que lhe serve para vencer na vida e, principalmente, o amor e a estrutura para que ele possa se realizar. Um filho também é uma grande oportunidade de resgatar dentro de você sua própria essência. Para educar e ajudar os filhos no caminho da vida, é importante conhecer antes de tudo a nós mesmos, pois somente assim poderemos ajudá-los a viver. Não podemos, absolutamente, esperar mais para nos dedicar à tarefa de criar um novo ser humano desde a sua mais tenra idade, pois existe um recurso que não é muito fácil de recuperar se for perdido: o tempo. Hoje, as crianças estão dispostas a viver e aprender, mas, amanhã, pode ser tarde demais para isso e também para a esperança que os filhos trazem consigo: a de criar um mundo melhor. O objetivo deste livro é fornecer técnicas de self-coaching, que todos podem usar. Quando você precisar mudar, melhorar seus relacionamentos ou curar velhas feridas, não será útil ter um guia especializado que lhe indique o caminho? 18

Este livro traça uma abordagem completa para ajudar você a estabelecer a direção da sua viagem e transformar seus sonhos em realidade. Se você precisa revolucionar completamente a sua vida, ou apenas fazer uma pequena mudança, os passos que levam ao sucesso são fáceis de seguir. O coach é aquela pessoa capaz de orientar, dar o apoio e o encorajamento de que você precisa para aprender as estratégias necessárias, a fim de alcançar metas específicas. Mas um coach não pode estar em sua cabeça 24 horas, e, quando a noite cai, você deve ter dentro de si a bússola que irá mantê-lo na rota certa. É necessário aprender a direcionar suas energias na direção correta e ter uma boa base antes do salto a novos patamares.

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O conceito deste livro deriva de anos de ensino, de trabalho com muitos clientes e da ideia de que podemos aprender com a experiência dos outros. Em relação a isso, relatei inúmeros casos que descrevem as armadilhas e perigos que devemos evitar ao longo da estrada. Você pode aprender a enfatizar suas qualidades e remover os obstáculos do caminho. Filhos são maravilhosos, são como esponjas que absorvem o conhecimento e as novas experiências, querem ganhar a nossa aprovação e amor. Somos as pessoas que eles tomam como modelo e, assim, quando observamos o comportamento deles, vemos a nós mesmos, inclusive os nossos porquês. Tornar-se o coach de seu filho significa, antes, tornar-se o coach de si e, então, aprender a ser o seu melhor guia! Desenvolver uma autoconfiança poderosa para ter filhos felizes e realizados. Lembre-se de que a autoimagem dos filhos é criada a partir das ações de seus pais, da reação que veem no rosto deles. Se o filho vê seus pais lhe passando confiança, vai acabar se percebendo como uma pessoa capaz. Tornar-se um líder! Liderança vem do inglês lead, que significa “conduzir, dirigir, guiar, comandar, persuadir, encaminhar, encabeçar, capitanear, atravessar”. Há uma correlação entre os diversos conceitos de liderança com a palavra procedente do latim ducere, cujo significado é conduzir. Em 1300, documentou-se leader como “condutor, guia, capitão”, sendo aquele que exerce a função de conduzir e guiar. Leading, substantivo de lead, traduzido por “ação de conduzir”, fez derivar a palavra leadership, que significa “dignidade, função ou posição de guia, de condutor, de chefe”. Por volta das décadas de 1930 e 1940, o radical foi integrado à morfologia, adaptando-se o termo à língua portuguesa: líder, liderança, liderar. 20

A liderança interior é um aprendizado que precisamos desenvolver e aprimorar, para que possamos nos tornar líderes melhores em nossas vidas e, consequentemente, como pais. O segredo é desenvolver a mudança de dentro para fora, ou seja, devemos achar uma maneira de fazer com que nossas emoções, pensamentos e ações trabalhem em nosso favor. A partir do momento em que você conseguir o equilíbrio interno, seus resultados como mãe, pai serão automaticamente positivos. O intuito aqui é trabalhar a nossa inteligência emocional, aprender a lidar com as adversidades, com a forma com que elas nos atingem, para nos tornarmos indivíduos, pais, profissionais de sucesso. A chave do sucesso é fazer as coisas se movimentando pelo coração. Embora o caminho mais curto entre dois pontos seja uma linha reta, na vida, às vezes, tomamos estradas sinuosas. Quando parecer que você está indo na direção errada, evite desanimar. Em vez disso, aprenda a ler os sinais, aproveite o desvio inesperado e aprecie a riqueza que aquela experiência pode lhe trazer. Você aprenderá a criar uma conexão com seu filho e em certos momentos conseguirá saber do que ele está precisando, mesmo nos momentos mais difíceis.

Por que os casais se unem

O objetivo da união de dois seres humanos é o de se tornarem melhores do que quando estavam sozinhos. Quando se unem, há duas possibilidades: mais de dois ou menos de dois. Isso se chama matemática sinérgica. O que significa “mais de dois ou menos de dois”? A união de dois seres humanos com resultado “mais de dois” é quando, unindo-se, tornam-se melhores do que eram quando solteiros, do que antes. Se apenas um deles se tornou melhor, a 21


união não serviu para nada e de nada adianta se um ou ambos se tornaram piores. Unir-se não significa que a mulher será escrava e seu marido fornecedor de alimentos. Ambos devem colaborar e, se não se tornaram melhores do que eram antes de se unir, o casamento falhou em seu propósito. Se um filho nasce de uma união cujos membros, em vez de se tornarem soma, viram subtração, será outro dos muitos que acabam no grupo dos ladrões, sequestradores; um daqueles que odeiam os seres humanos porque aprenderam com seus pais a se subestimar. Transformam-se em crianças redutivas que, com suas ações, colaboram na redução do planeta. Em contraste, os filhos de um casal que soma enriquecem as vidas dos outros com sua presença, mente, sorriso, alma e espírito. Não há dúvida de que casais que se subtraem geram filhos que reduzem a si mesmos e aos outros. No entanto, nos casamentos em que o casal se soma e existe amor, respeito e princípios, são geradas crianças que enriquecem o mundo – embora, é claro, existam exceções, como filhos de um casal redutivo que conseguem ser construtivos, polarizando a própria família. Temos, então, uma criança com uma estrela capaz de polarizar os pais. Como você pode ver, é muito importante saber as razões que levam um casal a decidir se unir, pois as razões pelas quais nos unimos determinam, em grande parte, que tipo de filhos colocaremos no mundo.

Educar para quê?

Educar, do latim educere, significa “levar”, “conduzir”. Educar é um processo que deve procurar atender aos princípios educacionais e acadêmicos, mas com uma questão essencial, que é desenvolver no indivíduo os valores éticos e morais. Impossível educar sem desenvolver esses valores fundamentais para que possamos formar indivíduos mais 22

éticos e conscientes de seus valores e da sua atuação no mundo. Para isso, é preciso ver os filhos como seres globais, com necessidades afetivas, físicas, emocionais, intelectuais e principalmente éticas e morais. Educar de verdade é ver o filho aprender a andar, resistindo à tentação de segurá-lo para não cair. Educar é conversar e escutar. Educar é deixar a criança viver, experimentar suas emoções, ajudá-la a superar desafios.

Enfrentando medos e ansiedades

Todos nós temos medo e ansiedade. E sendo pai ou mãe, nessa nova fase, é revelada uma série de novos temores que você nunca experimentou antes. O medo é e sempre foi um dos maiores inimigos da humanidade, o maior obstáculo para o sucesso em sua vida. Ele é ao mesmo tempo sutil e devastador, funciona contra você, no fundo de seu subconsciente, fazendo com que você veja o mundo de forma negativa. Há uma relação inversa entre medo e autoestima, como uma gangorra. Quanto maior for o medo, menor será sua autoestima. Tudo o que você faz para elevar sua autoestima reduzirá os medos que o refreiam, e tudo o que você faz para reduzir seus medos elevará sua autoestima, fazendo com que você se sinta uma mãe ou um pai melhor. Como todos os medos são aprendidos pela repetição dos eventos que os geram ou pelos pensamentos decorrentes de tais eventos, eles são desaprendidos por atos repetidos de coragem em oposição às respostas de medo. Como Ralph Waldo Emerson disse: “Faça a coisa que mais teme e a morte do medo é certa”. O medo é um grande obstáculo que vamos encontrar em nosso caminho de pais e que invariavelmente devemos combater. São muitos os me23


dos com os quais temos de lidar ao longo de nossa vida. No entanto, eles se manifestam porque todos nós temos algumas inseguranças, e uma delas é não conseguir atender às expectativas das pessoas ao nosso redor, que, consequentemente, vão acabar julgando ou criticando nossas ações. Foram desenvolvidas, então, algumas novas estratégias que não só irão ajudá-lo a se livrar de velhos medos, mas também a afastar os novos. As crianças tendem a assimilar inconscientemente nossos medos. Então, uma vez que você aprenda a lidar com eles, ensine também aos seus filhos. De onde vêm os medos? Muitas vezes, nós os herdamos de nossos pais. Pode ser alguma coisa que foi dita ou feita quando você era pequeno, como uma má experiência com um cachorro, ficar preso em um elevador ou um voo turbulento. Além disso, pode ser o resultado de hábitos inconscientemente observados, tais como os de pais que evitam passar embaixo da escada, usar o metrô ou viajar de avião. Independentemente da origem de seus medos, eles são muito reais para você. Há duas coisas a dizer, no entanto, que podem ajudar num processo de libertação. Primeiro, você não nasceu com esses medos. As crianças, no nascimento, não têm medo de pegar avião, de aranhas, cobras ou cachorros. Mas, rapidamente, elas os tornam parte de si, imitando-os, pois não são sentimentos inatos. Em segundo lugar, você ganhou seus medos em um instante e pode se livrar deles tão rapidamente quanto ganhou. Você optou por manter seus medos, mesmo sabendo que são ilógicos. As cobras e aranhas muito venenosas no mundo são poucas e raramente tendem a viver perto da sua casa. A grande maioria dos voos chega ao seu destino sem problemas, assim como não há uma grande quantidade de cães tentando morder você. Não faz sentido se apegar a medos irracionais. Perceba que, deixando que seus com24

portamentos passados limitem as possibilidades futuras, há risco de você transmitir comportamentos limitantes aos seus filhos. Se o seu medo é mais parecido com uma fobia e se demonstra um problema sério em sua vida diária, considere entrar em contato com um hipnoterapeuta, que tem à disposição ferramentas muito eficazes para tratá-lo. Se é mais um incômodo do que um problema sério, podemos lidar com isso juntos. Claro, alguns medos são necessários, caso contrário, agiríamos de maneira imprudente e perigosa, acabando por nos ferir ou até mesmo morrer. Por isso, temos de avaliar cada situação que nos causa medo e proceder de acordo com a avaliação, em vez de evitar ou ignorá-la.

Exercício – Reduzir o medo 1. Pense no que você mais teme e imagine-se sendo o protagonista numa cena, experimentando a sensação. Pode ser um medo de algo que já aconteceu ou que poderia acontecer com você. Pense nisso profundamente, apagando todo o resto. Isso significa associar-se à experiência como se ela estivesse ocorrendo no momento. 2. Atribua uma pontuação de intensidade de medo numa escala de 1 a 10. 3. Agora, imagine assistir à mesma cena, mas olhando para ela numa tela de televisão. Comece num instante anterior, quando você se sentiu desconfortável, e atravesse toda a experiência negativa. Adicione efeitos engraçados, como o de produzir uma pequena encenação cômica. Use um chapéu ridículo ou um penteado bizarro e, se aquilo de que você tem medo é um animal, coloque óculos de sol. Seja criativo e transforme o filme em algo como O Gordo e o 25


Magro ou Mr. Bean. Dê a ele um toque engraçado, retirado do seu desenho animado ou comediante favoritos. 4. Rebobine a cena até retornar à primeira coisa que lhe causou medo e assista de novo, várias vezes, ao evento, mas agora como se fosse um filme cômico. 5. Agora, atribua novamente uma pontuação de 1 a 10 às suas sensações. Você vai encontrá-las muito menos intensas do que antes. Além de ter um efeito negativo, o medo tem um lado positivo: é capaz de nos fazer parar e nos concentrar. Se virmos algo assustador, paramos e agimos de acordo com nosso instinto de autopreservação. Por exemplo, se uma criança está atravessando a rua e vê um carro inesperadamente, voltará correndo para a calçada para ficar em segurança. Na ausência do medo, poderia seguir reto e continuar a travessia. O medo também nos dá energia. Se temos medo de alguma coisa, como um touro que está atrás de nós, somos capazes de correr muito mais rápido do que pensávamos ser possível. Devemos ensinar nossos filhos a terem acesso aos seus medos e catalogá-los, dividindo-os em temores não realistas, como aqueles dos monstros debaixo da cama, e medos realistas, para os quais podemos ajudá-los, fornecendo estratégias para gerenciá-los. Você pode usar o exercício com as crianças, pois elas são muito inteligentes para acessar a imaginação em relação à grande maioria dos medos. Outra técnica muito útil é a da ancoragem, de que falarei a seguir.

Ancorar a calma

Peça ao seu filho para pensar num momento em que ele não estava com medo ou ansioso, talvez durante uma festa de aniversário ou enquanto jogava com um amigo. Deixe-o 26

imaginar a cena e certifique-se de que ele faça uma profunda associação. Ele deve imaginar estar realmente naquele momento, como se o aniversário estivesse em andamento. Peça a ele que descreva o que está fazendo, quem está presente, que tipo de comida está sobre a mesa, se há jogos e balões. Quanto mais detalhes forem adicionados à imagem, melhor será. Algumas crianças, especialmente aquelas visuais e as pequenas, vão se divertir também desenhando e colorindo a imagem. Quando a imagem e as relativas sensações forem muito fortes, peça ao seu filho que puxe a orelha, por exemplo, para lembrá-lo da situação em questão. Fazer o gesto irá evocar a imagem e as sensações, e esse gesto deve ser repetido até que se torne automático. Uma âncora desse tipo pode ser usada cada vez que nos encontramos em uma situação que pode causar medo. Às vezes, as crianças são ansiosas por causa de crenças limitantes. Elas pensam não serem capazes de fazer coisas como participar na recitação da classe ou estar em pé diante do quadro-negro e falar em voz alta a todos os colegas. Esses medos não enfrentados podem ficar na pessoa e alcançar níveis que vão além da timidez, tornando-se fobias na vida adulta.

A intuição

Conheço adultos que não fazem pedidos de promoção porque isso significaria ter de falar numa reunião e fazer contatos em conferências. Eles têm a convicção limitante enraizada de não serem capazes de fazer uma coisa, porque, quando eram crianças, ninguém lhes ensinou estratégias para superarem o medo. E agora, como proceder? Ancorar pode funcionar até certo ponto, mas, se uma criança tem uma convicção limitante, esta deve ser mudada. Se ela está convencida de “não ser capaz”, 27


os pais devem dizer: “E se você fosse capaz?”. Em seguida, devem convidá-la a considerar todas as possibilidades que se abrem para que suas preocupações possam ser superadas, mas ela tem que querer. Se a criança ainda não o fez, é porque talvez exista algum tipo de vantagem secundária nesse seu medo. Pode ser o prazer de ser considerada doce e tímida ou porque ela tem a chance de evitar o que não está com vontade de fazer, sob o pretexto de ser tímida. Mesmo que uma criança tímida possa suscitar ternura, esse tipo de comportamento, para um adulto, pode não ser desejável. Uma vez que a criança tenha considerado o que poderia fazer se não fosse tímida, peça a ela que observe o comportamento de outras crianças que ela não considera retraídas. Como elas fazem? De que modo você, adulto, demonstra que não é tímido? É provável que seus filhos estejam tomando como modelo a sua timidez? Peça a ela que copie as crianças que não são tímidas, com as quais ela poderia passar mais tempo para se tornar como elas. Muitas vezes, as tímidas optam por jogar com outras iguais, pois é uma estratégia segura. Brincar com as crianças mais corajosas e exuberantes dá outras possibilidades de que as tímidas poderiam gostar. Deixe que seus filhos encontrem modelos sobre como ser corajosos. Se você precisa de modelos para diferentes tipos de coragem, procure entre parentes e amigos, pois provavelmente encontrará alguém com o qual poderá modelar as habilidades que deseja para seus filhos. Eles crescerão com a convicção de “poder fazer” e reduzirão os medos e ansiedades ao mínimo necessário para lidar com os perigos reais ocasionais da vida, em vez de imaginá-los à espreita em cada esquina e situação.

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Conclusão

Tornar-se pais é como uma moeda de duas faces: de um lado está escrito que você tem que conhecer a si para saber se tem ou não potencial para se tornar pai ou mãe. A outra face diz que você precisa conhecer e aceitar seu filho integralmente, para que ele desenvolva todo o seu potencial e atinja o máximo esplendor. É como na matemática, na qual as elevações à potência, em vez de apenas somarem, multiplicam-se. É uma realização infinita sobre escalas diferentes: uma para os pais e outra para os filhos. A elevação à potência que acontece é uma mistura de sentimentos como orgulho, satisfação e realização. Nada é mais gratificante na relação entre pais e filhos do que ter e se sentir com todo o conhecimento possível, pai e filho, em total reciprocidade. E nada é mais distante da realidade do que a ideia de que um filho também será um bom pai, porque não necessariamente todos os filhos querem se tornar pais. Para serem pais, algumas vezes é necessário recorrer primeiro ao perdão e à reconciliação, esquecer o passado e olhar apenas para o futuro, que inclui o presente. Nós temos que fazer as pazes com nossos pais e com quem nos educou e nos tornar amigos de nós mesmos, se quisermos nos tornar pais e ouvir uma voz de esperança que nos diz, merecidamente, “mamãe” ou “papai”. Seu filho é seu filho, não é você. Esse é o desafio. A mente das crianças é como um saco que não pode ficar vazio e que é preenchido com o que os pais acreditam ser o certo, com as ideias de outras pessoas, ou, na sua ausência, com o que elas captam do ambiente. Embora pequenas, as crianças não são bobas e esse é o melhor momento para aprender. Não podemos deixá-las passarem a infância acreditando que aprenderão mais tarde, porque depois vamos nos dar conta de ter perdido os momentos mais preciosos. 29


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