paisagens de dissenso_ sobreposições temporais no corpo da cidade_ intervenção efêmera no centro de florianópolis_
A cidade deixa de ser um cenário espetacularizado no momento em que é praticada. Os praticantes ordinários são os atores que atualizam os projetos que na cidade se materializam, através da prática, vivência e sua experiência nos espaços urbanos – o que legitima ou não o que foi projetado. Essa experiência de cidade é lida pelo corpo e o corpo descreve uma corpografia urbana, uma memória da cidade inscrita no corpo, um registro da experiência, que se transforma em micro resistência ao processo macro de espetacularização. Através da corpografia, se explicita o que os projetos urbanos excluíram (as micro-práticas do cotidiano, as apropriações). A análise das corpografias nos ensina a enxergar o urbanismo de uma maneira incorporadora, diferente aos planos bidimensionais aéreos, comuns à disciplina.
E rua dos ilhéus C rua felipe schmidt
D praça fernando machado
B torre insular ponte h.l.
A largo da alfândega
Corpo e cidade se relacionam através da experiência urbana. O corpo, através da leitura da cidade imprime uma corpografia urbana que se apresenta como contraponto a espetacularização das cidades, que geram cenografias, relacionadas diretamente com a diminuição da experiência corporal das cidades enquanto prática cotidiana, estética ou artística. Através das apropriações e experiências dos espaços urbanos que geram efetivas experiências corporais e sensitivas da cidade, transformamos as cenografias urbanas, dando corpo a cidade. A cidade pode ser pensada como continuidade das diversas corpografias – um fenótipo estendido – “como resultante da relação coevolutiva que se estabelece entre corpo e ambiente – entre natureza e cultura. “ Através desta reflexão, propõem-se um trajeto aonde se sobreponha temporalmente a cidade, em uma intervenção baseada no relato histórico da fotografia e seus atuais angulos de enquadramento, a fim de causar a reflexão e o dissenso sobre o processo de transformação e especulação da cidade ao longo do tempo, podendo gerar diferentes esperiências nos corpos que percorrem o centro da cidade.
I miramar
G torres da catedral H rua francisco tolentino L aterro F av. paulo fontes
O camelô J N cabeceira insular M mercado e ticen J av. beiramar norte
C
D
E
K ponte h.l.
O
M
G
I
A
H L N
F
P
P mirante da ponte B
K
09. estrutura em andaimes
10. escadas metálicas
11. guarda-corpo e enquadramentos das fotografias em madeira compensada
mirante paisagístico_ 07
Estrutura com 21m, de caráter efêmero, que permita uma nova esperiência ao corpo que percorre a cidade, nos diversos campos sensoriais, utilizando-se principalemente das visuais aéreas, mostrando a sopreposição temporal de partes dos conjuntos urbanos.
06
01 02
caixas temporais_ Módulos de observação das diversas temporalidades sobrepostas na cidade, locados precisa ou proximamente aos ângulos de enquadramento dos antigos registros fotográficos do Centro da cidade.
03 02
01. quadro de madeira 1,50x2,30m | 02. contraventamento em cabo de aço | 03.
chapas de policarbonato translucido para
01
05 04
adesivagem das fotos | 04. chapa de madeira compensada | 05. rampa em madeira
compensada | 06. vigotes de madeira | 07.
08
contraventamento horizontal em cabo de
aço | 08. vigotes de madeira para apoio no solo.
G B N
M
P C
K J
O H
F L
E A
I
D
maurício storchi | projeto arquitetônicio vii | professor rodrigo gonçalves | universidade federal de santa catarina | departamento de arquitetura e urbanismo