REVISTA PANIFICAÇÃO BRASILEIRA ED. 120

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APLAUSOS AOS PADEIROS DE TODO O BRASIL! Edição 120

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114 edição 120 O Brasil e o mundo enfrentam uma das piores crises da história. Ao contrário das guerras mundiais, o inimigo agora é invisível a olho nú: é um vírus que chegou de repente em nossas vidas e alterou planos, sonhos, projetos, quebrou o mercado financeiro e mudou a rotina de milhões de pessoas. O novo coronavírus, causador da doença Covid-19, é rápido, forte e letal. Pessoas da área de saúde estão na frente de trabalho, expostas a contaminação, pressão emocional e medo. Nessa edição homenageamos esses profissionais e outros que circundam a área de saúde. Lembramos também de pessoas que estão suprindo os brasileiros que estão em isolamento social. Mais próximos de nós estão os padeiros e toda a equipe de trabalho. Na lida diária arriscam saindo de casa ao trabalho, em ônibus, trem ou metro. Nosso agradecimento a esses heróis. Também fazemos um justo agradecimento à diversas empresas fornecedoras para o setor de panificação. As ações delas são destaque nessa edição. Mais ainda, entrevistamos algumas importantes empresas do setor, onde executivos falam sobre o que suas empresas estão fazendo pelas padarias. Destaco o trabalho da Emulzint que lançou o portal Retire na Padoca. Ainda mais, trazendo matéria do consultor Jumar Pedreira que fala sobre: Alimentação na cidade em tempo de pandemia, tendências, hábitos e comportamentos. E muito mais !

Miriam Gomes

miriamgomes@panificacaobrasileira.com.br

Conteúdo, relevância e abrangência, continuamos trabalhando com a visão de levar o melhor para você panificador. Boa leitura !

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sumário Doações de fornecedores........................................................................................06 Obrigado profissionais da saúde............................................................................08 Rayflex: portas industriais......................................................................................14 Entrevista - Emulzint...............................................................................................16 Entrevista - Tangará Foods......................................................................................22 Entrevista - Nestlé Professional..............................................................................24 ABIP - Estratégia para conter os impactos do coronavírus nos negócios................28 Entrevista - Moinho Globo.......................................................................................42 Entrevista - M. Dias Branco.....................................................................................46 Alimentação na cidade em tempo de pandemia....................................................52

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fornecedores

DOAÇÕES DE FORNECEDORES Juntos nós vamos conseguir! • PepsiCo anuncia pacote de doações para comunidades afetadas pelo COVID-19 no Brasil • Nestlé anuncia a doação de 470 mil máscaras cirúrgicas para 15 localidades no Brasil • Danone doa 210 toneladas de produtos para apoiar o governo de São Paulo e Minas Gerais. • Nestlé doa mais de 500 toneladas de alimentos, bebidas e alimentos para animais de estimação para auxiliar a sociedade neste momento de solidariedade aos brasileiros • Wickbold comunidades

doa 100 mil cookies a carentes de São Paulo

• Ofner lança campanha coxinha solidária

• Tirolez doará R$ 1 milhão para sistema de saúde e organizações de apoio a comunidades

• Marilan - ações efetivas para evitar o contágio e minimizar impactos da Covid-19 • Lacta anuncia doação de mais de meio milhão de ovos de Páscoa • NISSIN faz doações a caminhoneiros e a hospital da capital paulista • Hershey’s muda embalagens e homenageia profissionais que atuam na linha de frente contra o coronavírus. • Harald doa mais de 700 cestas básicas para ajudar famílias de comunidades em São Paulo

• BRF anuncia doações de R$ 50 milhões • “BRINDE DO BEM” – Grupo Heineken apresenta iniciativa para ajudar bares de todo o Brasil durante a Pandemia de Covid-19, além da possibilidade de outras empresas convidadas a participares do movimento.

• Kraft Heinz doa mais de 30 toneladas de alimento para as ONGs Banco de Alimentos e CUFA-Goiás. • Aurora Alimentos doa 310 toneladas de carne de frango para 100 mil famílias.

• Pif Paf/Fricasa doará R$ 1 milhão em alimentos, respiradores e suprimentos médico-hospitalares • Assaí anuncia apoio a fundos sociais e de microcrédito para auxiliar pequenos empreendedores em comunidades e regiões de alta vulnerabilidade

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heróis

Muito obrigado a to da saúde que estão c acometidas pela pa corriq PANDEMIA – O MUNDO PAROU ! O mundo inteiro silenciou diante da pandemia que enfrenta, com ruas vazias, corações aflitos, preocupações com os recursos para se manter, enquanto um grande contingente de trabalhadores travam uma batalha silenciosa contra o novo coronavírus. Nessa luta, há alguns fronts que merecem ser lembrados por sua coragem, eficiência e importância: OS PROFISSIONAIS INVISIVEIS. Ou melhor os profissionais das áreas essenciais, como: área de saúde, área de alimentos, profissionais da área de transportes, abastecimento e outros. Muito tem se falado dos tempos duros que é ser um profissional da saúde, hoje. Mais do que nunca, uma contribuição para humanidade e para a vida, pois ele que dá o melhor de si, todos os dias, em prol da saúde de um desconhecido, muitas vezes perdendo horas de sono ou com a família. Em reconhecimento à importância deste profissional em um momento tão delicado da história da humanidade, muitas homenagens tem surgido ao redor do mundo, que fez que com milhares de pessoas fossem até suas janelas e varandas aplaudir aqueles que estão salvando vidas nos hospitais. Mas, temos que lembrar de aplaudir profissionais de outras áreas, basta você pensar do que seria sem os entregadores dos aplicativos UberEats, iFood, Rappi entre outros. O Brasil e o mundo enfrentam uma das piores crises da história. Ao contrário das guerras mundiais, o inimigo agora é invisível a olho nú: é um vírus que chegou de repente em nossas vidas. O novo coronavírus, causador da doença Covid-19 (uma referência aos nomes corona, vírus, doença e ao ano de sua descoberta), é rápido, 8

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odos os profissionais cuidando das pessoas andemia e doenças queiras forte e altamente letal, principalmente, em grupos de risco como pessoas idosas ou com comorbidades. AOS INVISÍVEIS E AOS QUE NÃO CUIDAMOS DE VÊ-LOS ... Médicos, enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem, farmacêuticos, técnicos de laboratório, técnicos em Raio X, funcionários de hospitais e outros tantos profissionais que estão em zona de combate, expondo as próprias vidas em nome da saúde alheia. São pessoas que abriram mão do próprio convívio familiar para amparar o bem estar daqueles que estão em estado mais crítico. E o que falar daqueles profissionais que, embora não sejam da área da Saúde, mas trabalham para garantir a boa gestão (administradores hospitalares), a limpeza dos hospitais (faxineiros), o atendimento (recepcionistas), a segurança (vigilantes e brigadistas), entre outros? Todos eles estão nessa guerra contra a Covid-19 para evitar que nós, nossas famílias e amigos sejam as próximas vítimas dessa doença avassaladora. Portanto, obrigado a você médico, enfermeiro, técnico e tantos outros profissionais de saúde por renunciarem a própria vida para servir o próximo virando noites, dobrando turnos, por essa entrega total. Não é fácil e é até difícil imaginar a batalha e as dores de quem está à frente de uma verdadeira zona de guerra. VEICULADO NAS REDES SOCIAIS DA COMPANHIA, O VÍDEO TRAZ IMAGENS DE PROFISSIONAIS DE SAÚDE E UM TOM QUE REMETE A ESPERANÇA E FORÇA, APRESENTANDO DIVERSOS ADJETIVOS, TAIS COMO BRAVOS, INCONFORMADOS, SONHADORES E PROTETORES, PARA DEFINIR MILHARES DE EQUIPES QUE ESTÃO LUTANDO INCESSANTEMENTE PARA CUIDAR DAQUELES QUE ESTÃO DOENTES. Cremos que vai passar e, quando acabar, e que temos a chance de sair dessa crise mais fortes e, sobretudo, Edição 120

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heróis mais humanos. A todos os profissionais de saúde, a nossa gratidão. HERÓIS Várias são as homenagens aos agentes de saúde que estão envolvidos na luta diária contra a COVID-19. Equipes hospitalares que estão na linha de frente do combate à pandemia em todo o Brasil. Desta vez, uma edição especial da Revista Panificação Brasileira estampa a frase TRABALHADORES ESSENCIAIS na sua capa, como forma de reconhecer e homenagear o trabalho dos profissionais da saúde, transporte, segurança e principalmente dos padeiros, representando todos os profissionais da panificação. Manifestações levando um pouco de carinho a esses profissionais estão sendo feitas e poderiam

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ser muito mais. As ações fazem parte do conjunto de iniciativas individuais, de grupos e de empresas. Aqui destaco que muitas companhias, estão atuando junto a seus funcionários, fornecedores, clientes, parceiros e comunidade no enfrentamento deste período de quarentena.

MUITO OBRIGADO A TODOS OS PROFISSIONAIS DA PANIFICAÇÃO QUE NOS DÃO A ALEGRIA DE DELICIAR GOSTOSOS PÃES NESSE PERÍODO DE ISOLAMENTO SOCIAL


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heróis OS PADEIROS Entrando na padaria ou pedindo pelo delivery poucos lembram de quem fez as delicias que vão ser consumidas em casa. Através desses profissionais estendemos o agradecimento ao todos que labutam dentro da padaria: atendentes, faxineiros, forneiros, auxiliares de padeiros, confeiteiros, chocolateiros, ... Esses profissionais se deslocam de suas casas diariamente até padaria, ainda quando estamos recolhidos em nossas casas, eles já estão acordados e indo tomar o transporte público. O grau de exposição que eles se submetem é grande. As padarias que estão liberadas em todo o país para comercializar a venda de alimentos na própria padaria e por sistemas de entrega... A produção de pães é uma atividade que requer esforço físico, mesmo com os modernos equipamentos e recursos existentes. Veja um pouco do que conversamos com alguns padeiros sobre a rotina deles nesses dias de isolamento social: “...saio de casa as 4:00 para pegar o ônibus, depois vou até o metrô, e da estação caminho até a padaria.

Agora estou levando apenas uma hora para chegar ao serviços, antes levava uma hora e meia a duas horas. Estou trabalhando muito, pois o número de pessoas diminuiu e estou fazendo mais coisas. Todo o trajeto faço de mascara. Quando chego na padaria lavo as mão e recebo um nova mascará”. “...tá difícil, estou ficando com horários variados devido aos pedidos estarem num ritmo diferente. Como a padaria só está vendendo no balcão e para entrega, estamos tentando ter pães quentes mais vezes. Isso para atrair os clientes. Tenho parentes que estão com a doença, não temos contato com eles, mas dá medo. Todos na produção estão com mascara e luvas” . “...estou com medo de pegar o corona. Volto prá casa com muito medo de estar levando doença para minha família. Na padaria estamos com mascara e fazendo limpeza, mas nos ônibus, só Deus sabe como está”. “...minha padaria fornece para hospitais. Isso dá medo de que alguém que foi fazer entrega não se cuide e passe prá gente. Usamos mascara e luvas”. “.. aqui adoeceu um funcionário do balcão, mas já está bem e está em casa... ainda bem. Ficamos todos morrendo de medo que outros tivessem pego. No atendimento e na produção usamos mascara o dia inteiro, é meio chato, mas temos que usar”.

PRÓXIMA VEZ QUE FOR NA PADARIA, PEÇA PARA VÊ-LO A DISTANCIA E FAÇA UM AGRADECIMENTO A ELE E SUA EQUIPE. ISSO VAI SER MUITO IMPORTANTE PARA ELE.

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rayflex

RAYFLEX: PORTAS INDUSTRIAIS PODEM SER INSTALADAS EM ECLUSAS PARA IMPEDIR CONTAMINAÇÃO Modelos são fáceis de higienizar pois possuem guias laterais lisas e lona totalmente flexível, sem barras metálicas que podem acumular sujeira Bastante utilizadas em qualquer tipo de indústria, as eclusas ajudam no controle sanitário em locais que exijam um alto grau de limpeza. O sistema de eclusa é indispensável em situações onde não pode haver entrada direta do ar externo no ambiente interno, seja por controle de temperatura ou contaminação. Para a diretora-executiva da Rayflex, empresa líder do mercado nacional de portas industriais, nos dias atuais que vivemos, com o aumento ainda maior de exigências por limpeza, o sistema de eclusa deve expandir além do setor industrial. “As eclusas já são muito comuns nos parques fabris no acesso à ambientes limpos e na saída dos ambientes contaminados. Porém esse recurso pode ser utilizado em qualquer ambiente onde seja necessária a descontaminação de pessoas ou objetos, como dentro de clínicas e hospitais, por exemplo”, aponta. A executiva explica que uma eclusa pode ser utilizada para várias finalidades, como por exemplo a desinfecção de pessoas e objetos por produtos específicos, ela também funciona como uma ante sala para higienização de mãos e paramentação antes de entrar na sala limpa, como colocação de touca, propés, aventais, protetores de barba, luvas, entre outros equipamentos necessários para garantir uma entrada segura em um ambiente controlado. “A estratégia funciona também para profissionais da saúde na saída do hospital para a descontaminação após o trabalho”, sugere Giordania. Entre as indústrias que mais fazem uso de eclusas estão as do segmento alimentício e farmacêutico, devido às maiores exigências de controle de contaminação. Funciona da seguinte forma: a porta de entrada da eclusa é aberta enquanto a segunda porta permanece fechada, formando uma clausura entre as portas. Os modelos AL01 e SL01 da Rayflex, são os mais indicados

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para esses espaços já que possuem desenho sanitário, com guias laterais lisas e sem rugosidade e lona totalmente flexível sem barras metálicas que podem acumular sujeira, por isso são fáceis de higienizar e reduzem o índice de contaminação. “As portas possuem sistema inteligente e são interligadas, nunca abrindo de forma simultânea. Vemos muito essa situação em ambientes industriais, onde dentro da eclusa é realizada a troca de paleteira que está carregando produto, impedindo que a paleteira suja entre no ambiente limpo”, finaliza a executiva. SOBRE A RAYFLEX Criada em 1988, a Rayflex é líder do mercado nacional de portas industriais com fabricação nacional, atuante em todos os estados do Brasil e em alguns países da América Latina nas indústrias alimentícias, farmacêuticas, automobilísticas, metalúrgicas, além de armazéns e centros de distribuição independentes (logística), especializada em porta rápidas, portas para docas e niveladores de docas, desenvolvidos especialmente para isolamento e proteção dos mais variados ambientes industriais. Para mais informações: www.rayflex. com.br.


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entrevista

ENTREVISTA

JULIANA AIKO- GERENTE DE MARKETING DA EMULZINT JULIANA AIKO GERENTE DE MARKETING DA EMULZINT

Revista Panificação Brasileira No atual cenário de pandemia e isolamento social, a EMULZINT tem intensificado os cuidados com os seus profissionais? Juliana Aiko: Sim, na área industrial tomamos todas as medidas de proteção, fizemos as adaptações necessárias em nossa linha de produção e estamos seguindo todas as recomendações das autoridades de saúde pública. Na área administrativa, para afastar qualquer possibilidade de risco aos nossos colaboradores, adaptamos os processos e adotamos o trabalho home office. Estamos todos conectados via sistema, realizando as tarefas administrativas de casa. Na área comercial, respeitamos a quarentena, mas isso não significa afastamento de nossos clientes e parceiros. Nossos vendedores e técnicos continuam atendendo por outros canais, telefone, e-mail, WhatsApp e presencialmente quando necessário. Revista Panificação Brasileira Além das medidas contra a propagação da doença, a EMULZINT tem ampliado o foco na saúde mental dos colaboradores? Quais outras medidas foram tomadas? Juliana Aiko: Sim, mesmo estando com uma parte do staff em home office, não nos afastamos dos Colaboradores. O

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entrevista RH está à disposição para participar das reuniões departamentais seja à distância ou presencialmente para dar qualquer tipo de apoio. E se alguém sinaliza a necessidade de alguma ajuda psicológica especial, damos todo o suporte. Dentro do possível, estamos seguindo com nossa rotina “normalmente”, no Dia das Mães por exemplo, a homenagem que todos os anos ocorre no auditório da Empresa, esse ano realizamos através de uma live para cerca de 50 colaboradoras. Também temos uma Comissão Interna que foi criada para tratar de assuntos relacionados ao Covid-19. Qualquer dúvida ou suspeita de diagnóstico de conora vírus, oferecemos suporte direto do RH junto com o médico da Empresa. Para o Colaborador se sentir seguro, ele precisa ser monitorado e informado. Revista Panificação Brasileira - As padarias estão sofrendo forte queda no faturamento. Algumas em um grau maior e outras menor. É claro que o distanciamento dos consumidores é responsável por grande parte do problema, mas tem surgido o entendimento de que o impacto do Covid-19 nas empresas, revelou problemas antigos e comuns em muitas padarias. Quais problemas você poderia apontar e quais soluções poderia sugerir? Juliana Aiko: Um dos problemas que identificamos é que grande parte dos estabelecimentos, sobretudo pequenos e médios, não possuem uma base de dados com informações de seus clientes. Agora, mais do que nunca se faz necessário o uso de novos canais de vendas e comunicação, como a internet, por exemplo. Os clientes estavam acostumados a irem na padaria, hoje há a necessidade do movimento inverso, ou seja, a padaria deve ir até os clientes, mas ela está com dificuldade de localizar esses clientes. É algo curioso: Todos os dias o Seu João toma café no balcão da padaria. Todos os funcionários da padaria conhecem o Seu João e o chamam pelo nome..., mas o estabelecimento não tem um registro com o endereço do Seu João, seu telefone e e-mail para contato. 18

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Revista Panificação Brasileira - O planejamento do portfólio e a cultura de vendas, seriam exemplos desses problemas? Juliana Aiko: Sim, a adaptação do portifólio para essa nova realidade também é algo que ficou bem evidente. E nesse aspecto é inegável que o uso das pré-misturas facilitou a gestão. Observamos uma queda na confeitaria e na parte dos panificados há uma preferência maior por produtos que possam ser pré-embalados e com maior shelf-life. A produção diária dos pães frescos sofreu com o impacto do isolamento no começo, os estabelecimentos que trabalham com refeições também; mas com o passar do tempo já estamos notando um movimento de adaptação e recuperação. Revista Panificação Brasileira - Independente das dificuldades do momento, como o panificador pode resistir à crise? Juliana Aiko: O panificador brasileiro é um guerreiro, um herói. Essa não é a primeira vez que passamos por dificuldades...crise econômica, inflação, desemprego, greve de caminhoneiros e agora Corona Vírus! Já passamos por tudo isso e vamos superar essa pandemia também. É hora de pensar fora da caixa, inovar, buscar novos canais de atendimento e adaptar processos e serviços. Empresas de vários setores estão tendo que se adaptar, se reinventar; e com o nosso setor não é diferente. É um momento de aprendizado. A panificação nunca mais voltará a ser o que era depois dessa crise, mas temos que acreditar que vamos voltar melhores. Revista Panificação Brasileira - O fácil acesso à informação, leva o novo consumidor a apresentar nível de exigência elevado e total adaptação ao digital. Toda esta informação, faz com que ele necessite se sentir envolvido com o produto ou serviço antes de consumi-lo, afinal os valores da marca, credibilidade com o estabelecimento etc., precisam estar alinhados com os seus. Como as padarias podem evoluir no campo da


informação digital, principalmente no que se refere a valorização de sua marca e a credibilidade? Juliana Aiko: Paralelamente à queda do movimento nas lojas, nota-se um aumento considerável de compras online. Então, o panificador também precisa “surfar nessa onda”. Nunca os sites e as mídias sociais foram tão importantes como agora. A presença digital nesses tempos de crise é quase uma obrigação. A ideia é: se o cliente não vai mais até a padaria, a padaria precisa ir até o cliente, e para isso não é necessário um grande investimento, comece com a ferramentas gratuitas. Revista Panificação Brasileira - Como está funcionando a área de vendas e entrega às padarias? Juliana Aiko: Existem várias iniciativas interessantes. Na área de vendas por exemplo, algumas padarias adaptaram os layouts das lojas para facilitar o fluxo, sinalizaram as filas dos caixas com faixas de distanciamento e criaram pontos extras com pães e bolos pré-embalados para evitar aglomerações.

pedidos online para facilitar o dia a dia da padaria, no que se refere aos serviços de Drive-Thru, Delivery e retiradas no balcão com hora marcada. A ferramenta é intuitiva e extremamente simples de usar. Basta a padaria se cadastrar, inserir seus produtos e gerar um link com o nome da padaria. Depois, basta divulgar esse link para seus clientes. O objetivo desse projeto é oferecer mais um recurso para o panificador “driblar” a crise. A ferramenta serve para auxiliar a padaria a se organizar em termos de pedidos online e vender mais, por isso não limita-se aos produtos panificados, ele pode vender quaisquer produtos pela plataforma, que é totalmente segura com login e senha em que o panificador conseguirá administrar todos os pedidos e até emitir relatórios. O nosso intuito é ajudar. Acreditamos que pensar diferente hoje, cria o sucesso da padaria de amanhã. Estamos todos juntos nessa. A Emulzint não para!

Algumas lojas criaram o seu próprio Drive Thru, uma área demarcada com cones ou cavaletes em que o cliente nem precisa descer do carro para pegar a sua encomenda pois o funcionário leva até ele. Outras estão fazendo retiradas no balcão com hora marcada. E tem lojas que adotaram o Delivery com motoboys próprios ou uso de plataformas como Rappi, Ifood, Uber Eats, James etc. Revista Panificação Brasileira - Que ações de apoio às padarias, a EMULZINT está prestando? Juliana Aiko: Com o pensamento de ajudar os panificadores pequenos e médios, a Emulzint desenvolveu e está disponibilizando GRATUITAMENTE ao mercado, o site www.retiranapadoca. com.br, que é na verdade um portal de Edição 120

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ENTREVISTA

Clivair Cunha Junior - Vice Presidente Tangará Foods CLIVAR CUNHA VICE PRESIDENTE TANGARÁ FOODS

Revista Panificação Brasileira - Quais outras medidas foram tomadas? Clivar Cunha: Aumento dos comunicados para informações e prevenções contra o covid-19, home office com rodízio para parte do time, cancelamento de viagens nacionais e internacionais. Férias para colaboradores que possuem período aquisitivo completo, e diversas ações preventivas. As padarias estão sofrendo forte queda no faturamento. Algumas em um grau maior e outras menor. É claro que o distanciamento dos consumidores é responsável por grande parte do problema, mas tem surgido o entendimento de que o impacto do Covid-19 nas empresas, revelou problemas antigos e comuns em muitas padarias.

Revista Panificação Brasileira - No atual cenário de pandemia e isolamento social, a sua EMPRESA tem intensificado os cuidados com os seus profissionais? Clivar Cunha: Sim, intensificamos ações como informações, limpeza das áreas comuns com maior frequência, fornecimento de Kit de combate ao Covid-19 (Máscaras e instruções de higiene), medições das temperaturas de todos os colaboradores e visitantes nas dependências da empresa, sendo, escritório corporativo em Belo Horizonte, unidades fabris em Vila Velha/ES, Manhuaçu/MG e Estrela/RS, onde disponibilizamos, álcool em gel para maior higienização das mãos no combate ao Covid 19. Revista Panificação Brasileira - Além das medidas contra a propagação da doença, a sua EMPRESA tem ampliado o foco na saúde mental dos colaboradores? Clivar Cunha: Sim, a nossa área de Gestão de Pessoas, está disponível para atendimento dos colaboradores, intensificado os contatos por e-mail, hangouts e telefones. 22

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Revista Panificação Brasileira - Quais problemas você poderia apontar e quais soluções poderia sugerir? Clivar Cunha: Os problemas de abastecimento, a diminuição de circulação de clientes, a falta de previsibilidade de movimentos de clientes, várias padarias, tiveram que se reinventar, um dos principais pontos de recuperar as vendas, são os delivery’s, e as redes sociais. Nesse momento, o empresário tem de apresentar seus produtos e serviços, reforçando as vendas nos canais alternativos. Revista Panificação Brasileira - O planejamento do portfólio e a cultura de vendas, seriam exemplos desses problemas? Clivar Cunha: Sim, o operador precisa reduzir o portifólio para aumentar o foco e buscar faturamento via canais alternativos de venda (delivery’s, redes sociais e aplicativos de entrega) Revista Panificação Brasileira - Independente das dificuldades do momento, como o panificador pode resistir à crise?


Clivar Cunha: Como já disse, se reinventando, com ações promocionais, analisando o portfólio onde seu cliente se sinta satisfeito, analisar bem de perto a redução de perdas e despesas, reduzindo assim os custos. Fazer uma boa gestão de estoque, não pode sobrar, mas também não pode faltar, nesse momento o empresário da panificação, tem de estar, bem perto do seu negócio, controlando principalmente os prazos e fluxo de caixa. O fácil acesso à informação, leva o novo consumidor a apresentar nível de exigência elevado e total adaptação ao digital. Toda esta informação, faz com que ele necessite se sentir envolvido com o produto ou serviço antes de consumi-lo, afinal os valores da marca, credibilidade com o estabelecimento, etc., precisam estar alinhados com os seus. Revista Panificação Brasileira - Como as padarias podem evoluir no campo da informação digital, principalmente no que se refere a valorização de sua marca e a credibilidade? Clivar Cunha: Investir intensamente nas mídias sociais, desenvolvendo a marca da sua padaria devido a mudança no hábito de consumo (migração home office). Sua marca será lembrada por um bom atendimento, por uma receita diferenciada, por um ambiente limpo e cordial. Fazer promoções diária, alinhar ações com datas sazonais (dia das mães/ festa junina, dias das crianças), as pessoas estão ficando mais em casa, por isso tendem a fazer mais refeições, então, esse será um bom argumento para lembrarem de sua marca e de seus produtos. Revista Panificação Brasileira - Como está funcionando a área de vendas e entrega às padarias?

Clivar Cunha: As padarias continuam sendo atendidas pelas equipes Comerciais dos Distribuidores Estratégicos Tangará (DET’s), apoiadas pelo time comercial responsável pelo canal Food Service da companhia. O atendimento está sendo feito de maneira presencial observados todas as orientações de segurança dos órgãos de saúde. Nas regiões onde isso não é possível estão sendo utilizados telefone e WhatsApp. Já em relação a entrega, ela permanece sendo feita com a frequência original, prezando pelas recomendações dos órgãos de saúde. Revista Panificação Brasileira - Que ações de apoio às padarias, a EMPRESA está prestando? Clivar Cunha: A companhia tem flexibilizando prazos, concedendo descontos, alinhado ações de sell out, analisando o mix usual do cliente, garantindo reabastecimento no curto prazo e alterando política de pedido mínimo, com um único objetivo de zelar pelo relacionamento comercial dos nossos clientes. Revista Panificação Brasileira - Tem surgido muitas pessoas interessadas em ser empreendedores no setor de alimentos. Com a crise que se mostra, isso deve ser crescente e acelerado. Que tipo de apoio a EMPRESA tem para apoia-los? Clivar Cunha: Nós mantemos uma equipe técnica que tem como objetivo treinar os clientes na aplicação dos nossos produtos e na análise de custos. Disponibilizamos também o centro tecnológico em Belo Horizonte, que tem como objetivo desenvolver novos produtos, balanceamento de receitas e compartilhamento de melhores práticas.

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entrevista

ENTREVISTA

German Carvalho, Diretor da unidade de Nestlé Professional GERMAN CARVALHO DIRETOR DA UNIDADE DE NESTLÉ PROFESSIONAL

amparado em ações coordenadas de nutrição, atendimento psicológico e ginástica laboral, adotou uma série de iniciativas digitais e serviços remotos para apoio aos colaboradores, com algumas delas estendidas aos familiares. Entre os benefícios, desde março os funcionários têm acesso a psicólogo e nutricionista via email, WhatsApp ou Skype. Anteriormente, os atendimentos eram somente presenciais, na Sede da Companhia, em São Paulo. Com o novo momento, houve a recomendação para consultas remotas, e a Nestlé imediatamente ampliou os atendimentos. Disponibilizamos o atendimento virtual para todo o Brasil para que as orientações cheguem a um maior número de pessoas, entre outras medidas. Estamos diante de uma jornada sem prazo para acabar e não medimos esforços para assegurar bem-estar, saúde e segurança aos nossos colaboradores.

Revista Panificação Brasileira - Quais outras medidas foram tomadas?

Revista Panificação Brasileira - No atual cenário de pandemia e isolamento social, a sua empresa tem intensificado os cuidados com os seus profissionais? German Carvalho: A prioridade da Nestlé é a saúde e o bem-estar de seus colaboradores. Para isso, a empresa tem tomado uma série de medidas, entre elas a adoção do home office e medidas de segurança adicionais em nossas fábricas, escritórios e centros de distribuição. Revista Panificação Brasileira - Além das medidas contra a propagação da doença, a Nestlé tem ampliado o foco na saúde mental dos colaboradores? German Carvalho: A Nestlé, que há 15 anos mantém um Programa de Qualidade de Vida 24

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German Carvalho: A Nestlé está mobilizada no processo de doação de produtos, apoio a instituições médicas, banco de alimentos, organizações de distribuição de alimentos e ONGs. No Brasil, a companhia anunciou diversas iniciativas de apoio à sociedade desde o final de março. Abaixo, segue um resumo das doações realizadas: • Doação de mais de 800 toneladas de alimentos • Mais de R$ 55 milhões em doações e apoio financeiro • Mais de 2,5 milhões de pessoas impactadas • Doação de mais de 500 toneladas de alimentos, bebidas, petfood e complemento nutricional para o governo do Estado de SP, lares de permanência para idosos, abrigos e comunidades carentes e cooperativas de catadores • Doação de 1,5 milhão de ovos de Páscoa para hospitais, abrigos e comunidades carentes de 500


cidades brasileiras (equivalente a 300 toneladas de produtos) • Doação de 470 mil máscaras para o Ministério da Saúde e prefeituras de 15 cidades onde a Nestlé opera • Doação de R$ 3 milhões para a iniciativa Apoie um Restaurante • Doação de máquinas de café para o Hospital municipal de Campanha do Pacaembu, em São Paulo • Doação de R$ 1,363 milhão para a Cruz Vermelha Brasileira - 350 mil equipamentos de proteção. CONTEXTO: As padarias estão sofrendo forte queda no faturamento. Algumas em um grau maior e outras menor. É claro que o distanciamento dos consumidores é responsável por grande parte do problema, mas tem surgido o entendimento de que o impacto do Covid-19 nas empresas, revelou problemas antigos e comuns em muitas padarias.

Revista Panificação Brasileira - Quais problemas você poderia apontar e quais soluções poderia sugerir? German Carvalho: - alta rotatividade de mão de obra – melhorar treinamentos e planos de incentivo - falta de capacitação – buscar parcerias de industrias que oferecem este serviço - baixa renovação do menu – idem acima - algumas com uso de ingredientes de baixa qualidade – expor marcas que usam e comunicar de forma mais transparentes os parceiros - alimentos muito expostos sem proteção, pessoas no balcão próximas ao preparo e utensílios de cozinha ( imagem de falta de higiene) - pouco espaço de circulação e grande aglomeração – melhorar fluxo de pessoas e distanciamento das mesas - Pouco uso de mídia social, plataformas de delivery – acelerar e entrar no mundo digital de forma independente ou via plataformas como Ifood, Rappi e Uber Eats.

Revista Panificação Brasileira - O planejamento do portfólio e a cultura de vendas, seriam exemplos

desses problemas?

German Carvalho: A cultura de venda brasileira ainda é muito presencial, mas aos poucos e, principalmente impulsionador por esse novo cenário, todos vão se adaptando e aderindo ao uso de tecnologias e contatos virtuais, que muitas vezes se mostram até mais eficientes que o contato presencial. Revista Panificação Brasileira - Independente das dificuldades do momento, como o panificador pode resistir à crise? German Carvalho: Existem algumas medidas que podem ser tomadas para mitigar os efeitos da crise como a implementação de sistema de delivery e também de take-out. Com isso, naturalmente, será necessária uma adaptação do cardápio para alimentos e preparações que viajem bem no delivery. Além disso, a criação de novos produtos para consumo in home, como cestas de cafés da manhã ou para ocasiões especiais / sazonais podem ajudar a impulsionar o negócio e atrair novos clientes. Outro ponto muito importante é investir em redes sociais. Quando bem utilizadas e produzidas com a divulgação de combos especiais e promoções, podem atrair ainda mais novos clientes. CONTEXTO: O fácil acesso à informação leva o novo consumidor a apresentar nível de exigência elevado e total adaptação ao digital. Toda essa desinformação faz com que ele necessite se sentir envolvido com o produto ou serviço antes de consumi-lo, afinal os valores da marca, credibilidade do estabelecimento, etc, precisam estar alinhados com os seus.

Revista Panificação Brasileira Como as padarias podem evoluir no campo da informação digital, principalmente no que se refere a valorização de sua marca e a credibilidade? German Carvalho: O investimento e fortalecimento de sua atuação nas mídias sociais são de grande importância. Manter frequência, trazer conteúdo relevante sem esquecer de sempre destacar combos especiais, promoções contribuem para a atração de novos clientes e para a fidelização dos clientes atuais. Outro ponto essencial que reforça a confiança do consumidor é a transparência na comunicação, que deve demonstrar sempre segurança alimentar, Edição 120

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entrevista processos de higiene, cuidado com funcionários e conservação dos ingredientes e produtos. Somar forças com parceiros e marcas de qualidade e comunicar essas parcerias também é um caminho para a valorização de seu estabelecimento.

Revista Panificação Brasileira Como está funcionando a área de vendas e entrega às padarias? German Carvalho: A equipe comercial está atuando junto aos seus clientes diretos e indiretos (distribuidores, atacados e cash) de forma virtual, utilizando de recursos como ligações, reuniões por videoconferência, entre outros. Revista Panificação Brasileira - Que ações de apoio às padarias, a EMPRESA está prestando? German Carvalho: Para auxiliar seus clientes e também demais profissionais do setor de alimentação do país, Nestlé Professional, divisão especializada em foodservice da Nestlé, desenvolveu um guia especial com dicas de como as empresas podem reduzir os impactos em seus negócios e alavancar suas plataformas digitais. O material está disponível no formato de vídeos rápidos e pílulas de conteúdo no perfil oficial de Nestlé Professional no Instagram e no formato e-book no site da marca. O conteúdo traz dicas de como utilizar as plataformas de vendas e delivery e como aproveitar seu potencial, além de sugestões de como comunicar seus produtos nas redes sociais, com a criação de plano de divulgação e combos especiais. O guia foi desenvolvido para que os varejistas possam explorar os canais digitais como oportunidade de vendas em um momento delicado para o comércio brasileiro e auxiliá-los na adaptação de seus estabelecimentos. Nesse guia damos dicas de como alavancar o negócio das empresas a partir da boa utilização dos canais de venda e redes sociais. Em meio a esse cenário, a Nestlé e a Nespresso entraram como parceiras da plataforma Apoie um Restaurante ao lado da Stella Artois com o objetivo de ajudar financeiramente restaurantes e bares de todo o Brasil afetados pela atual crise. Com o reforço das empresas, a expectativa é de que o total de estabelecimentos cadastrados na plataforma chegue a 6 mil, além de disponibilizar um total de 100 mil cupons considerando a primeira fase e a atual. Além disso, o site de Apoie Um Restaurante

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agora conta com duas novas categorias: enquanto Nespresso apoia a já tradicional seção Restaurantes – que agora também reúne bares –, a Nestlé oferece duas novas divisões voltadas a Cafeterias e a Confeitarias. A dinâmica continua a mesma, com 50% de desconto em cada voucher custeado por Stella e parceiros: a Nespresso oferece o desconto para bares e restaurantes e a Nestlé entra na conta para ajudar confeitarias e cafeterias. Os vouchers são para uso presencial no futuro, quando os estabelecimentos voltarem a funcionar integralmente, com limite de uso até 31 de dezembro de 2020. A plataforma permite uma (01) compra por CPF. Como líder global no setor de alimentos e bebidas, um setor essencial para a população neste momento, a Nestlé entende seu papel relevante de contribuir com as necessidades da sociedade, em diversos segmentos de atuação. Queremos apoiar o pequeno e médio comerciante, que passa por uma fase delicada nesse momento, e fazer parte desse movimento é reflexo dessa premissa.

Revista Panificação Brasileira Tem surgido muitas pessoas interessadas em ser empreendedores no setor de alimentos. Com a crise que se mostra, isso deve ser crescente e acelerado. Que tipo de apoio a Nestlé tem para apoia-los? German Carvalho: Por meio da divisão de Nestlé Professional, oferecemos soluções tanto em produtos quanto em serviços para os interessados em empreender no setor de FoodService como consultoria de negócios e gastronômica. Em relação aos produtos, oferecemos opções de culinários, sobremesas, chocolates, laticínios, além de bebidas e máquinas. Entre as marcas que compõem o nosso portfólio estão Maggi®, Moça®, Nescafé®, Suflair®, Negresco®, Alpino®, Nescau® e Charge®, entre outras, desenvolvidas em formatos e embalagens ideais para atender estabelecimentos comerciais de alimentos e gastronomia e transformadores informais.


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entrevista

ENTREVISTA

Paloma Venturelli, vice-presidente do Moinho Globo PALOMA VENTURELLI VICE - PRESIDENTE DO MOINHO GLOBO

álcool gel para todos os funcionários, bem como máscaras com as devidas explicações sobre o modo correto de uso. Estabelecemos o distanciamento social, com distância mínima de 1,5 metros no setor administrativo e na indústria. Temos aferição diária de temperatura na entrada para o trabalho, tanto para funcionários, terceiros, prestadores de serviços e fornecedores. Oferecemos também consultas para os colaboradores do grupo de risco com médico do trabalho. Fechamos os bebedouros e cada colaborador utiliza a torneira para abastecer sua garrafa de uso individual. Também reforçamos a limpeza, contratamos pessoal exclusivo para desinfecção de banheiros e áreas comuns, com atenção para maçanetas, interruptores, chaves, etc. Temos ainda uma desinfecção geral semanal.

Revista Panificação Brasileira - Além das medidas contra a propagação da doença, o MOINHO GLOBO tem ampliado o foco na saúde mental dos colaboradores? Paloma Venturelli - Temos um time de líderes, em todos os setores, muito próximos aos colaboradores. Intensificamos a comunicação e os cuidados. Somos cientes que o momento exige atenção especial. Revista Panificação Brasileira - No atual cenário de pandemia e isolamento social, o MOINHO GLOBO tem intensificado os cuidados com os seus profissionais? Paloma Venturelli - Acompanhamos o cenário da pandemia de forma muito atenta desde o início. Em 16 de março nosso comitê de crise entrou em operação e já tomamos as primeiras medidas para evitar a disseminação do covid 19. E, desde então, atualizamos os procedimentos necessários sempre em conformidade com as orientações das autoridades de Saúde. O uso de máscaras é obrigatório. As reuniões presenciais foram substituídas por videoconferências; viagens e eventos estão suspensos; afastamos os colaboradores do grupo de risco; disponibilizamos

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Revista Panificação Brasileira - Quais outras medidas foram tomadas? Paloma Venturelli - Priorizamos também a informação com transparência e seriedade. Comunicamos nossas ações e novas condutas por meio das redes sociais e nos grupos de Whatsapp e também nos murais da empresa para os colaboradores. Nos comunicamos também com os promotores de vendas e consumidores, levando informações relevantes via redes sociais e e-mail marketing sobre prevenção. Enviamos aos nossos representantes comerciais kits com máscaras e álcool gel juntamente com carta informativa. Realizamos junto aos motoristas de caminhões agregados ações que incluem oferecimento de kit de produtos Globo e Famiglia Venturelli, juntamente álcool gel e


máscaras bem como instruções para se prevenir da contaminação.

Revista Panificação Brasileira - As padarias estão sofrendo forte queda no faturamento. Algumas em um grau maior e outras menor. É claro que o distanciamento dos consumidores é responsável por grande parte do problema, mas tem surgido o entendimento de que o impacto do Covid-19 nas empresas revelou problemas antigos e comuns em muitas padarias. Quais problemas você poderia apontar e quais soluções poderiam sugerir? Paloma Venturelli - Alguns problemas que costumam atingir o segmento são: falta de organização financeira na própria operação e fluxo de caixa muito baixo, que pode levar à inadimplência e mesmo fechamento do negócio. Avaliamos que o momento exige organização e muito planejamento. Também é fundamental estar ativo em aplicativos de delivery e adequar o mix de produtos para vendas ainda realizadas na loja, bem como customizar os demais itens para entregas e retiradas rápidas e com segurança. É importante que cliente perceba a loja mais limpa e organizada, seguindo todas as regras e orientações para evitar a disseminação do coronavírus. Revista Panificação Brasileira - O planejamento do portfólio e a cultura de vendas, seriam exemplos desses problemas? Paloma Venturelli - Com certeza. Neste momento, o planejamento do portfólio precisa estar adequado ao contexto. Para o brasileiro, frequentar a padaria para um café ou um bom papo é um hábito que, no atual cenário, está inviabilizado pela questão da segurança diante da pandemia. Sendo assim, a padaria precisa oferecer e adaptar seu portfólio em formatos para levar para consumo em casa, sendo estes em porções e embalagens individuais ou familiares. As mudanças de hábitos dos consumidores serão aceleradas pela pandemia, impactando diretamente na cultura de vendas, que também deverá se ajustar. Revista Panificação Brasileira - Independente das dificuldades do momento, como o panificador pode resistir à crise?

Paloma Venturelli – O empresário pode atuar em várias frentes, mas tendo sempre em mente que é preciso se reinventar para os novos hábitos de consumo. Pode desenvolver um mix de produtos atrativos para este novo estilo de vida, pensando em complementar aquilo que as pessoas já fazem dentro de casa. Por exemplo, oferecer pães especiais para consumo com sopa, ou até mesmo sopa no pão, nessa época de outono-inverno, ou ainda um “kit São João” pensando nas festas de junho e julho. Outro aspecto importante é que o consumidor hoje precisa se sentir envolvido e confiar no serviço prestado; precisa sentir que os valores das marcas que ele consome estão alinhados com os seus. Neste sentido, não dá para fugir do digital, mesmo para os pequenos negócios. É uma nova realidade que se impõe. E o investimento em divulgação através das redes sociais, anúncios e promoções por geolocalização pode ser uma boa estratégia. Participar das plataformas de aplicativos de delivery e ou oferecer aplicativos próprios, por exemplo, com programações de compras semanais que possam ser ajustadas com 24h de antecedência, deixar pedidos prontos somente para retirada também opções que valem ser analisadas neste momento.

Revista Panificação Brasileira - Como as padarias podem evoluir no campo da informação digital, principalmente no que se refere a valorização de sua marca e a credibilidade? Paloma Venturelli - Valorizar os atributos dos seus produtos - por exemplo, a segurança alimentar, qualidade e origem de insumos e matérias-primas destacando os diferenciais em relação ao mercado e ressaltando os benefícios é uma estratégia que eleva a percepção de valor dos consumidores. Utilizar as redes sociais com constância, conteúdo de qualidade e planejamento são fatores fundamentais para este tipo de divulgação. Revista Panificação Brasileira - Como está funcionando a área de vendas e entrega às padarias? Paloma Venturelli - As vendas e entregas funcionam normalmente. Nossa equipe e parceiros, estão muito bem orientados sobre todos os cuidados necessários para evitar riscos nesse momento de pandemia. Oferecemos um suporte aos representantes e entregadores para que atuem com segurança e Edição 120

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entrevista eficiência.

Revista Panificação Brasileira - Que ações de apoio às padarias, o MOINHO GLOBO está prestando? Paloma Venturelli - A prioridade é estar próximo dos clientes. Temos ativados vários canais de comunicação e suporte através de aplicativos e redes sociais e também o nosso Portal do Cliente, uma ferramenta que facilita e agiliza bastante o relacionamento comercial. Realizamos também reuniões por videoconferências para entender a demanda e a necessidade de cada cliente. Como os treinamentos presenciais na indústria estão suspensos diante da necessidade de isolamento social, estamos desenvolvendo uma série de vídeos de apoio e treinamentos on-line para clientes transformadores com informações sobre modo de preparo, indicando qual o melhor produto para cada aplicação, dicas e orientações gerais. Esse material está em fase final de produção e em breve será disponibilizado. Com certeza vai facilitar muito.

Revista Panificação Brasileira - Tem surgido muitas pessoas interessadas em ser empreendedores no setor de alimentos. Com a crise que se mostra, isso deve ser crescente e acelerado. Que tipo de apoio O MOINHO GLOBO tem? Paloma Venturelli - De fato, o setor tem grande destaque e é visto como oportunidade pelos empreendedores. Nós entendemos muito bem a importância de construir relações sólidas e de credibilidade com nossos clientes e prova disso é o fato de estarmos há 66 anos no mercado, com duas marcas muito fortes, Globo e Famiglia Venturelli, e sempre numa trajetória de evolução. No caso da entrada de novos empreendedores, isso fica ainda mais importante e evidente. Nossas áreas comercial e de suporte têm muito a oferecer. Nossa linha de produtos é muito completa, destacando a linha de pães especiais que agrega bastante ao mix. Ou seja, toda a estrutura que desenvolvemos no decorrer dos anos é um material valioso colocado à disposição de quem está entrando no ramo. Aqui, por exemplo, os

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vídeos de apoio e treinamentos on-line com certeza serão um suporte muito interessante. Site: www.moinhoglobo.com.br Blog receitas exclusivas: www.moinhoglobo/blog Linkedin: www.linkedin.com/company/moinhoglobo-alimentos-s-a Facebook institucional: MoinhoGloboAlimentos

www.facebook.com/

Facebook marca Famiglia Venturelli: facebook.com/FamigliaVenturelli

www.

Facebook marca Famiglia facebook.com/globoalimentos

www.

Venturelli:

Youtube: https://bit.ly/moinhoglobo

Sobre o Moinho Globo: Fundado em 1954, o Moinho Globo é uma tradicional empresa paranaense, com sede administrativa e parque industrial localizados no município de Sertanópolis, no norte do Estado, a 45 km de Londrina. A indústria produz farinha de trigo e derivados do cereal sob as marcas Globo e Famiglia Venturelli em suas linhas de varejo e industrial, somando mais de 130 produtos. Gera 230 empregos diretos e cerca de 500 indiretos. Comercializa seus produtos nos estados do Paraná, São Paulo, Santa Catarina, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia e Goiás. O Moinho Globo, diversificando sua produção, atua também com açúcar dos tipos cristal e extrafino, comercializados sob a marca Globo.


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entrevista

ENTREVISTA

arthur benevides, gerente comercial da divisÃO de moinho ARTHUR BENEVIDES GERENTE COMERCIAL DA DIVISÃO DE MOINHO

O comitê determinou as medidas listadas abaixo, que vêm sendo monitoradas dia a dia: • Divulgação contínua, pelos diversos canais de comunicação interna com colaboradores (intranet, mídias sociais, e-mail, murais, dentre outros), de medidas de prevenção ao COVID19; • Disponibilização de canais de comunicação exclusivos para colaboradores e familiares interagirem com as equipes médicas da companhia 24 horas por dia, a fim de dirimir dúvidas relacionadas ao COVID-19; • Intensificação das medidas de higiene e saúde dos colaboradores, tais como pausas programadas para higienização das mãos e disponibilização de álcool em gel nas unidades: • Entrega de máscaras a todos os colaboradores que estão atuando presencialmente, em todo o Brasil; • Permissão do teletrabalho (home office) para os colaboradores que desempenhem atividades que possam ser realizadas a distância;

Revista Panificação Brasileira - No atual cenário de pandemia e isolamento social, a M. Dias Branco tem intensificado os cuidados com os seus profissionais? Arthur Benevides: Sim. Desde que a M. Dias Branco soube que a pandemia de Covid-19 poderia chegar ao Brasil foi criado um comitê de crise para definir medidas de prevenção em todas as suas 15 unidades industriais, em todos os escritórios comerciais e nas áreas em que a companhia atua. Este comitê tem se reunido diariamente para monitorar a saúde de todos os colaboradores e apoiá-los em todas as suas necessidades. Além disso, a M. Dias Branco tem como principal missão garantir o abastecimento de alimentos à população brasileira, uma vez que, além da farinha de trigo, os produtos de suas 19 marcas, como massas, biscoitos e torradas, são considerados essenciais.

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• Cancelamento de viagens e de participação em eventos em que se tenha aglomeração de pessoas; • Liberação das atividades colaboradores do grupo de risco;

presenciais

de

• Plano de contingência com abertura de 500 (quinhentas) novas vagas temporárias, para manter o nível de atendimento às demandas do mercado sem comprometer a saúde de nossos colaboradores; • Transporte para que todos os funcionários possam ir para as fábricas, sem ter que ir de transporte público, com medidas de distanciamento; • Aumento do turno de refeições nas fábricas para dois ou três turnos, para garantir o distanciamento; • Equipe médica 24 horas disponível por meio de teleatendimento;


• Campanha de vacinação contra influenza H1N1 para colaboradores que estão atuando presencialmente, gratuitamente. • Acompanhamento intensificado para garantir o atendimento aos clientes e a continuidade de toda a cadeia de suprimentos; • Medidas para preservação e potencialização do caixa da empresa, de forma a manter a reconhecida solidez financeira da companhia; • Realização de doações às comunidades do entorno das unidades industriais, nos termos da política de doações da companhia. Além das doações realizadas frequentemente às comunidades, foram doados R$ 2,4 milhões para campanha de apoio a hemocentros. Revista Panificação Brasileira - Além das medidas contra a propagação da doença, a M.Dias Branco tem ampliado o foco na saúde mental dos colaboradores? Arthur Benevides: Sim, a M. Dias Branco criou a plataforma Vamos Juntos, com conteúdo online, voltado para Saúde e Bem-Estar, Desenvolvimento, Cultura e Sustentabilidade. Como exemplo, há lives com Ginástica Laboral, Yoga, cursos focados em Resiliência e Inovação, entre outras atividades. Há ainda rodadas de conversas periódicas para a troca de experiências entre os colaboradores. Revista Panificação Brasileira - Quais outras medidas foram tomadas? Arthur Benevides: Do ponto de vista social, conforme já citado, A M. Dias Branco destinou R$ 2,4 milhões para apoiar hemocentros, ajudar nas pesquisas em hematologia para o tratamento de pacientes de Covid-19 (coronavírus) e estimular a doação de sangue, respeitando as normas sanitárias e garantindo a segurança dos doadores. Além de recursos financeiros, a M. Dias Branco doará alimentos. Para cada bolsa de sangue arrecadada, destinará 500 produtos de suas marcas a entidades de apoio social nos respectivos estados. A empresa está mobilizando também as plataformas de mídias sociais de suas principais marcas para engajar e conscientizar sobre a importância das doações de sangue. Revista Panificação Brasileira - As padarias estão sofrendo forte queda no faturamento. Algumas em um grau maior e outras menor. É claro que o distanciamento dos consumidores é responsável por grande parte do problema, mas tem surgido o entendimento de que o impacto do Covid-19 nas empresas, revelou problemas antigos e comuns em muitas padarias. Quais problemas você poderia apontar e quais soluções poderia sugerir?

Arthur Benevides: As padarias exercem atividade de alimentação básica e comercializam, sobretudo, o pão, o produto alimentar mais consumido do mundo. Trata-se de um estabelecimento comercial com conexão direta com o consumidor e que desenvolve a atividade de indústria e comércio simultaneamente. Antes mesmo da pandemia de Covid-19, os modelos de consumo vinham se reinventando em uma velocidade muito grande, pois as pessoas estão cada vez mais exigentes e demandando novas formas de consumo, buscando produtos mais indulgentes e que satisfaçam essa nova forma de se alimentar. Durante o cenário da pandemia, a exigência para tornar ainda mais frequentes as boas práticas de alimentação e higiene, respaldadas pela Legislação de Segurança Alimentar se tornou preponderante nesse novo modelo de consumo. Antes, o que era apenas um diferencial se tornou fundamental. Do ponto de vista de soluções sugeridas ao negócio, a questão está focada no modelo de venda. Devido ao isolamento social, as pessoas estão passando mais tempo em suas residências e consumindo todas as refeições dentro de cada. Dessa forma, é um diferencial oferecer alimentos mais acessíveis, que satisfaçam o consumo familiar, além de produtos com shelf life maior, como congelados ou pré-cozidos, que facilitam a vida do consumidor. Outra necessidade é a criação de canal de vendas por delivery, com a entrega segura aos consumidores na porta de suas casas. Para alavancar as vendas, é sugerida a promoção de marketing e divulgação dos produtos nas redes sociais. Além disso, a criação de canais de comunicação mais rápido e diretos com o consumidor, como o WhatsApp, facilita e torna mais acessível a comunicação. Em resumo, a regra para o crescimento, nesse momento, é o fortalecimento da segurança alimentar e a promoção do relacionamento próximo com o consumidor, além do investimento nos canais de venda, como o delivery. Revista Panificação Brasileira - O planejamento do portfólio e a cultura de vendas, seriam exemplos desses problemas? Arthur Benevides: Sem dúvidas, conforme já mencionado, o oferecimento de alimentos mais acessíveis, que satisfaçam o consumo familiar, além de produtos com shelf life maior, como congelados ou pré-cozidos, facilitam a vida. A cultura de vendas muda a partir da chegada da divulgação aos lares dos consumidores, a partir das redes sociais, como Instagram e Facebook. Este é o momento de fortalecer a segurança alimentar, ampliar o portfólio de produtos e promover relacionamento próximo com o consumidor, além do investimento nos canais de venda, como o delivery. Edição 120

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entrevista Revista Panificação Brasileira - Independente das dificuldades do momento, como o panificador pode resistir à crise? Arthur Benevides: As padarias precisam entrar no contexto de se reinventar, acelerando o processo de inovação, e buscar oportunidades como diferencial competitivo, a partir de parcerias com empresas de outros segmentos, promovendo ações de marketing nas mídias sociais para estimular o consumo dos pães. A resiliência do dono do negócio se torna fundamental neste momento, inclusive com controle de custos mais rigoroso, com a aquisição de matéria-prima que alie custo com qualidade, para que seja possível oferecer uma experiência de alto valor no produto final, mas com custo que seja acessível às famílias. Revista Panificação Brasileira - O fácil acesso à informação leva o novo consumidor a apresentar nível de exigência elevado e total adaptação ao digital. Toda esta informação faz com que ele necessite se sentir envolvido com o produto ou serviço antes de consumilo, afinal, os valores da marca, credibilidade com o estabelecimento, etc, precisam estar alinhados com os seus. Como as padarias podem evoluir no campo da informação digital, principalmente no que se refere a valorização de sua marca e a credibilidade? Arthur Benevides: O próprio pão já tem por si só um apelo de consumo muito forte, afinal, trata-se do alimento mais consumido no mundo, independente da maneira em que é consumido, como complemento em sopas, como sanduiche, com manteiga, entre tantas formas em que o seu consumo é notado em todo o Brasil. O fato é que se trata de um alimento amado por todos. A credibilidade do estabelecimento, além do ponto físico, vai para a construção da imagem da padaria nas redes sociais. Historicamente, a padaria é um estabelecimento físico e, além de ser bonito, iluminado, com mesas e balcões, precisa ter essa mesma imagem qualificada transferida ao ambiente digital. É fundamental desenvolver uma plataforma nas mídias sociais, fazer promoções, trabalhar com parcerias e manter a credibilidade do ponto físico

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também nas redes sociais, gerando visibilidade e interesse de consumo. Revista Panificação Brasileira - Como está funcionando a área de vendas e entrega às padarias? Arthur Benevides: A M. Dias Branco está atendendo normalmente a todas as indústrias e estabelecimentos, com o fortalecimento do teleatendimento. Quando o atendimento é presencial, ocorre obedecendo criteriosamente as medidas de segurança, como o distanciamento exigido, o uso de máscaras e de álcool em gel. A M. Dias mantém o regular atendimento e o fornecimento de farinhas a todas as indústrias de panificação, não deixando faltar farinha de trigo de muita qualidade. Revista Panificação Brasileira - Que ações de apoio às padarias a M.DIAS BRANCO está prestando? Arthur Benevides: O principal ponto de apoio foi o reforço da força de vendas para ampliar a capilaridade do atendimento. A companhia ainda fortaleceu a distribuição da farinha de trigo em todo o território nacional em embalagens de 01, 05, 25 e 50kg, para que o pão não falte à mesa do povo brasileiro. Revista Panificação Brasileira - Tem surgido muitas pessoas interessadas em ser empreendedores no setor de alimentos. Com a crise que se mostra, isso deve ser crescente e acelerado. Que tipo de apoio a M.DIAS BRANCO tem para apoia-los? Arthur Benevides: A M. Dias Branco tem uma área estruturada com técnicos capacitados e atualizados nas mais modernas técnicas de panificação. Esses profissionais estão disponíveis para ajudar não só as padarias tradicionais como os empreendedores que pretendem começar algum negócio que necessite da farinha de trigo como matéria-prima principal, como pizzarias e confeitarias, por exemplo. São oferecidos treinamentos focados em técnicas de panificação, congelamento, composição de custos e receitas diversas de pães, pizzas, bolos e salgados em geral.


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alimentação

ALIMENTAÇÃO NA CIDADE EM TEMPO DE PANDEMIA TENDÊNCIAS, HÁBITOS E COMPORTAMENTOS POR: JUMAR DA SILVA PEDREIRA

O que irá comer, alimentar-se, a cidade em tempo de pandemia é uma pergunta que será respondida ao longo do tempo, não existindo ainda uma resposta concreta. Os efeitos sociais, emocionais e financeiros que estamos vivendo nos diversos tipos de confinamentos, geram mudanças duradouras no nosso comportamento alimentar, e esses efeitos já são suficientes, ou deveriam ser, para que tendências e hábitos alimentares sejam repensados. Vivemos e nos alimentamos em um planeta que passa por um processo inimaginável de adequações do convívio e do relacionamento social, onde a alimentação sempre esteve em um papel protagonista. Jean-Pierre Poulain afirmou no livro Sociologia da Alimentação, 2006, que [...] as profundas transformações da organização da cadeia agroalimentar alargam sua concentração nas empresas de porte cada vez maior, afastando os comedores da origem natural dos produtos alimentares, isolando-os de seu meio ambiental natural e social. Assim, a própria natureza do risco alimentar teria se transformado, na medida da transferência parcial da atividade culinária para a indústria (POULAIN, 2006). Pollain continua muito atual, pois, profundas transformações continuarão na cadeia alimentar, e já estão em formação. Antes da pandemia, observava-se claramente uma busca cada vez maior por produtos orgânicos, como alternativa à carne de origem animal, incluindo insetos como fonte de proteínas, e por compras orientadas à sustentabilidade, mas, com a chegada da pandemia, passamos a conceder uma certa trégua à comida industrial, aos alimentos processados e aos materiais e embalagens plásticos, pois temos a sensação de maior proteção, podemos estocá-los, nos garantindo para uma escassez, que não é descartável na nossa insanidade dos dias de quarentena. Passamos a viver com o medo crescente da comida natural, devido a maior manipulação e ao afastamento obrigatório do nosso meio natural e social, porém, em outro extremo clamamos por maior imunidade, que deveria ser conseguida através de uma comida mais natural, feita em casa, e nesse momento, vivemos uma dualidade dramática que terá reflexo no nosso comportamento alimentar. Abrimos 2020 com a certeza que iríamos na direção das tendências e comportamentos já estudados em um mundo com livre arbítrio para ir e vir, um mundo que tínhamos total controle, um mundo com cidades abertas onde poderíamos decidir onde comer e o que comer, mas esse mesmo mundo nos empurrou ao confinamento obrigatório, seja físico e/ou emocional, em função do COVID-19. O instituto internacional de pesquisa EUROMONITOR publicou em janeiro as 10 Tendências Globais de Consumo 2020, para um mundo 52

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alimentação sem pandemia, onde uma das tendências reforçava o estar em casa, de forma confortável, livre e opcional, definida como “Nunca precisaremos sair de casa”, e assim descrito: Durante épocas de incertezas econômicas, políticas ou pessoais, os consumidores são atraídos para os confortos de seus lares. Para relaxar e voltar aos trilhos, os consumidores se isolam em seus espaços pessoais seguros, onde estão livres das distrações do mundo a sua volta. Embora essa tendência não seja nada nova, pela primeira vez os consumidores não querem sair de suas casas e nem precisam. Graças ao acesso à Internet de alta velocidade e serviços e produtos inovadores, os consumidores no mundo todo podem se exercitar, fazer compras, trabalhar e se divertir, tudo isso no conforto de suas Casas multifuncionais. O impacto disso no governo, distribuição e indústrias é profundo e extenso (EUROMONITOR, 2020). “Nunca precisaremos sair de casa” é uma tendência que reforça uma realidade já vivenciada fazem alguns anos, chegando com mais intensidade a uma parcela da população mundial, e quando pensamos em países como o Brasil, essa parcela tende a ser menor, devido, especialmente, ao desnível socioeconômico da população. Não é essencialmente uma novidade. O livro O Relatório Popcorn, 1991, cunhou o termo “encasulamento” para definir uma tendência de comportamento do consumidor, já observado desde 1986 (“Estamos nos entocando, estamos nos encavernando, estamos nos escondendo debaixo de cobertas [...] estamos em casa” (POPCORN, 1986)), em evidência desde então, com relevância nos hábitos e comportamentos dos consumidores e com forte extensão à alimentação. O “encasulamento”, de acordo com O Relatório Popcorn, é definido [...] como o impulso de ir para dentro quando as coisas ficam muito violentas e assustadoras do lado de fora. Cercar-se de uma concha de segurança, de forma que não se fique à mercê de um mundo cruel e imprevisível. Tem a ver com isolamento e evitação, paz e proteção, conforto e controle – uma espécie de super ninho (O RELATÓRIO POPCORN, 1991). A tendência não envelheceu, não datou, nada mais adequado para o momento que estamos vivendo, estando disponível, como já descrito, desde 1986 e trazida pelo EUROMONITOR, de forma visionária, no início de 2020. O que mudou foi o motivo que nos empurraram para o casulo, o conceito se mantém igual, porém, independentemente de classes sociais, todos estão de alguma forma encasulados. A pandemia é uma crise de saúde pública, que traz sérias consequências sociais e econômicas. Quando se trata da alimentação, a biossegurança é um dos pontos centrais, estando no topo das preocupações dos consumidores para obtenção de produtos confiáveis. Estamos no centro do furacão, não 54

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sabemos quais as reais consequências e nossa principal preocupação é a luta pela sobrevivência, mas, já temos claros sinais das tendências e hábitos alimentares, iniciando a se desenhar um novo comportamento dos consumidores, descritos na tabela I, reflexo de um mundo pandêmico. Ressaltamos que evoluiremos durante o ano, pesquisando e observando esses dados mutáveis em função do avanço, estabilização e/ou queda do COVID-19. A potência de cada tendência e os reflexos nos hábitos e comportamentos dos consumidores, também estarão diretamente relacionados ao avanço da ciência no combate ao vírus, assim como, todas as demais tendências, já divulgadas por estudiosos, deverão ser cuidadosamente analisadas considerando-se o cenário do coronavírus. Na investigação inicial, tendo como referência o início da quarentena na cidade de São Paulo, no dia 24 de março, identificamos nove tendências. A primeira e mais importante, é o QUARENTENADO NO CASULO, que representa quem está confinado em casa. A expressão “quarenteners”, usada por jovens nas redes sociais, busca definir o status na quarentena, no encasulamento. Cozinhar, a (re)descoberta do afeto pela cozinha, faça você mesmo e valorização do alimento industrializado são os principais hábitos que emanam do nosso casulo, onde despertam alguns comportamentos como proteção, segurança, praticidade e medo. Seguimos com ATRAVÉS DAS JANELAS, impulso ao mundo online; SIMPLES ASSIM, menos pode ser mais; VIDA IMUNE, alimentos sustentáveis, saudáveis e promotores de imunidade; FOOD SERVICE IN HOME, o distanciamento da alimentação fora do lar, especialmente em restaurantes, padarias, bares e cafeterias; TRADE DOWN, eliminação e/ou substituição de marcas e produtos, priorizando o essencial; PARA MIM, PARA OS MEUS, indulgência; ENTRE MÃES E MÉDICOS, que representa a dúvida entre a comida materna de casa, e a medicalização da alimentação proclamada por médicos e nutricionistas, e NÃO SOPRE AS VELAS DO BOLO, que representa a potencialização de todo ritual higiênico e sanitário da cadeia alimentar, desde a produção e comercialização, até o preparo e consumo da comida. O inimigo é invisível, mas é possível evitar os meios de transmissão, onde os fluidos nasofaríngeos representam a maior ameaça de contaminação (não irei comer uma fatia do seu bolo de aniversário, provar da sua bebida, lamber seu sorvete, comer com seu garfo [...]). Em detalhes na TABELA I, apresentamos as nove tendências, com os respectivos hábitos e comportamentos dos consumidores, definidos abaixo de acordo o DICIO – Dicionário Online de Português, no cenário do COVID-19. TENDÊNCIA - Disposição natural que leva algo ou alguém a se mover em direção a outra coisa ou pessoa; evolução de alguma coisa num sentido determinado; direcionamento comum de um grupo determinado. HÁBITO - Ação que se repete com frequência e regularidade; mania; comportamento que alguém aprende e repete frequentemente; maneira de Edição 120

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alimentação se comportar; modo regular e usual de ser, de sentir ou de realizar algo; prática repetida que se torna conhecimento ou experiência. COMPORTAMENTO - Modo de se comportar, de proceder, de agir diante de algo ou alguém; conjunto das atitudes específicas de alguém diante de uma situação, tendo em conta seu ambiente, sociedade, sentimentos etc.; reação que se tem diante de uma situação; conjunto de ações de um indivíduo observáveis objetivamente, tendo em conta seu meio social; estudo sistemático das reações individuais aos estímulos. TABELA I – Tendências, Hábitos e Comportamentos / Cenário COVID-19

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alimentação O medo, de sabor amargo, nada doce, viriliza-se por todos os comportamentos das tendências, pois é o grande catalisador das rápidas mudanças que já estamos saboreando. De acordo com o epidemiologista Marcel Salathé, “o medo não é o problema, mas, sim, como nós canalizamos nosso medo. O medo nos dá energia para lidar com os perigos agora, e se preparar para os perigos mais à frente” (O QUE VEM PELA FRENTE? COVID-19, FUTUROS EXPLICADOS COM SIMULAÇÕES INTERATIVAS). Uma das energias canalizadas do medo é o hábito de cozinhar, presente na tendência “Quarentenado no Casulo”, porém latente em todas as demais tendências. Um hábito (re)conquistado na quarentena, que (re)conecta consumidores confinados as suas origens ancestrais, (re)descobre o amor e o afeto pela cozinha, acalma, passa tempo e promove união e esperança no casulo, mesmo quando a comida é feita apenas para um. Se “nosso contato mais íntimo com o meio ambiente natural ocorre quando comemos” (ARMESTO, 2004), se “cozinhar é o ato com o qual a cultura surge” (LEVI-STRAUSS), se “a alimentação tem uma função estruturante da organização social de um grupo humano” (POULAIN, 2006) e se “cozinhar é, como diz antropólogos, uma atividade que nos define enquanto seres humanos” (POLLAN, 2009), então, tudo que já temos de tendências e tudo que irá passar a existir, quando se trata da alimentação, com ou sem pandemias, sempre finalizará no ato de cozinhar, seja de forma doméstica, no casulo, ou terceirizada na indústria de alimentos e no food service. Todo esse processo pelo qual estamos passando irá nos tornar mais fortes, pois haverá avanços das ciências e grandes aprendizados, mesmo com as cicatrizes que marcarão nossa geração e o alto custo, humano e financeiro, que já estamos pagando. Muitos acreditam que crises propiciam reflexões e redefinições, portanto, esse é um bom momento para o ser humano continuar repensando a cadeia global de alimentos e sua necessária sustentabilidade. Temos, entretanto, uma certeza: nossas cozinhas, domésticas ou industriais, não serão abandonadas, pois, continuaremos seres humanos, talvez melhores.

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