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Faculdades de Medicina Dentária retomam gradualmente atividade letiva presencial
A retoma gradual da atividade letiva presencial nas universidades com ensino de Medicina Dentária iniciou-se em maio, com as devidas reservas e orientações associadas à fase de mitigação da pandemia de COVID-19. A MAXILLARIS tentou apurar de que forma estão a gerir a presente crise de saúde pública as três faculdades públicas (Lisboa, Porto e Coimbra), sendo que a palavra de ordem dos respetivos diretores é a de que as questões que colocámos “são de difícil resposta, dado estarmos numa fase de grandes incertezas”. Isso mesmo declara a esta revista Luís Pires Lopes, diretor da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa (FMDUL), que adianta, no entanto, que a faculdade lisboeta “tem estado a disponibilizar algum equipamento de proteção individual, máscaras e viseiras, para as escolas da Universidade de Lisboa de modo a estas poderem retomar a atividade presencial”. Luís Pires Lopes adianta que também foi cedido, a título de empréstimo, “algum equipamento do nosso bloco operatório, nomeadamente marquesas e equipamentos de monitorização de sinais vitais de doentes, para o hospital de campanha que a Universidade de Lisboa montou no estádio universitário”. A direção da FMDUL emitiu, entretanto, um despacho com as indicações para a retoma gradual, a começar pela obrigatoriedade do uso de máscara nas instalações da Faculdade por todos os membros da comunidade académica e utentes; desinfeção mandatória das mãos com solução desinfetante à entrada das instalações, dos serviços, dos laboratórios, das salas de aulas, e dos espaços de utilização comum; obrigatoriedade do distanciamento social em todos os espaços da Faculdade, nomeadamente nos destinados às aulas de índole laboratorial e de pré-clínico.
A retoma da atividade letiva presencial na FMDUL iniciou-se no passado dia 11 de maio, para as situações consideradas não passíveis de ser substituídas por ensino à distância pelos docentes responsáveis pelas unidades curriculares, exceto ao nível do ensino clínico que se encontra suspenso até ao mês de setembro. O segundo semestre termina no próximo dia 31 de julho, para todos os cursos ministrados na Faculdade, exceto para o quarto e quinto anos do Mestrado Integrado em Medicina Dentária e para os cursos de pós-graduação, sendo para estes a atividade letiva de índole clínica estendida aos meses de setembro e outubro.
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Confi ança e tranquilidade na Universidade do Porto
Na Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto (FMDUP) o processo de reabertura gradual obedece a critérios semelhantes em termos de procedimentos para a redução do risco de transmissão do novo coronavírus. De acordo com o diretor da FMDUP, Miguel Pinto, as atividades letivas presenciais de todos os cursos ministrados, que tinham sido interrompidas em 12 de março (e substituídas por aulas a distância), “foram retomadas no passado dia 4 de maio, devendo prolongarem-se até dia 31 de julho”.
Neste contexto, foi criado um grupo de trabalho na Universidade do Porto com o objetivo de recomendar a estratégia geral relativamente aos possíveis cenários de recuperação da atividade institucional, formalizando um modelo de retoma. Tendo em consideração a necessidade de se adotarem de imediato medidas para a redução do risco de transmissão do vírus e para a abordagem dos casos suspeitos de infeção, o grupo de trabalho, em articulação com a task-force da Universidade do Porto para a COVID-19, elaborou o conjunto de recomen
Luís Pires Lopes, diretor da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa.
Miguel Pinto, diretor da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto.
Francisco do Vale, coordenador da Área de Medicina Dentária da Universidade de Coimbra.
dações que se baseiam no melhor conhecimento científico existente atualmente e nas recomendações das instituições nacionais e internacionais de defesa da saúde pública. De acordo com o diretor da FMDUP, estas recomendações “vão de encontro à necessidade de preservar a segurança e a saúde da comunidade académica” e assegurar um clima de confiança e tranquilidade indispensável para o bom funcionamento da Universidade do Porto.
Universidade de Coimbra com atuação rápida e ágil
Também na Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC) se antecipa um derradeiro periodo letivo sem grandes “danos colaterais” associados à atual conjuntura. Em declarações à MAXILLARIS, o coordenador da Área de Medicina Dentária, Francisco do Vale, afirma que “tudo tem sido feito para que o percurso académico dos nossos estudantes não seja prejudicado para terminarmos o ano letivo nas melhores condições possíveis”. Desde o início da crise provocada pela pandemia que houve uma notável preocupação, de todas as unidades orgânicas da Universidade de Coimbra, em atuar de forma rápida e ágil na implementação de várias medidas preventivas, para evitar os efeitos da suspensão das aulas presenciais nos planos curriculares, no calendário escolar e na avaliação dos alunos. “Os mecanismos que foram criados e as ferramentas que foram disponibilizadas para o ensino à distância, para além de terem permitido o seu acesso a todos os alunos, têm funcionado com enorme sucesso, fruto da capacidade de adaptação, entreajuda, dedicação e empenho de todos os docentes, discentes e pessoal técnico. Apenas não foi possível substituir, por motivos óbvios, a atividade de prática clínica e laboratorial. Contudo, já estão pensados mecanismos de compensação para serem implementados aquando a retoma progressiva dessas atividades”.
Por outro lado, foi decidido precocemente a transição de todos os regimes da avaliação que estava por realizar, para meios digitais. Exemplo desta dinâmica reflete-se na realização de testes piloto para simulação dos exames, com o apoio técnico da FMUC, “para testar e evitar a possível ocorrência de erros e imprevistos durante o exame real”, refere o também professor coordenador do Mestrado Integrado em Medicina Dentária e diretor do Instituto de Ortodontia da FMUC.
O grupo de trabalho constituído por investigadores do Centro de Investigação e Inovação em Ciências Dentárias (CIROS), da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC), da Unidade de Investigação em Ciências Orais e Biomédicas (UICOB), da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa e do Centro de Investigação Bone Lab da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto, e que também teve a participação da Universidade Complutense de Madrid e de outros profissionais, efetuou a publicação de um trabalho científico intitulado “Normas de orientação clínica para Medicina Dentária”, dirigido ao contexto da pandemia.
Disponível no site www.covid19md.pt, este trabalho teve como objetivo a elaboração de orientações baseadas no conhecimento científico disponível visando a disseminação de boas práticas nos locais onde se exerça a atividade de Medicina Dentária, em todas as suas vertentes, no atual contexto e com particular enfoque no reinício para uma plena atividade.
Centros de investigação de Coimbra, Lisboa e Porto publicam trabalho científi co no contexto da pandemia
Este trabalho, segundo os coordenadores do CIROS e do UICOB, Fernando Guerra e António Mata, respetivamente, pretende a “apresentação e difusão de normas de orientação clínica para a segurança nos procedimentos clínicos e no espaço de exercício profissional de Medicina Dentária” e que “se trata de uma contribuição científica para dilatação do conhecimento sobre o exercício profissional no contexto da COVID-19 pretende servir os seus destinatários”.
Esta publicação, além da divulgação junto dos profissionais da área, foi também enviada à Ordem dos Médicos Dentistas e à Direção-Geral de Saúde.
Há um conjunto de outras medidas que estão a ser implementadas para a retoma da atividade dos serviços e das clínica universitárias e da presença gradual dos docentes, alunos, funcionários e doentes. Francisco do Vale esclarece que estas medidas “visam essencialmente assegurar o cumprimento das recomendações das autoridades de saúde competentes e das normas técnicas em vigor, ou que venham a ser emitidas, nomeadamente ao nível higio-sanitário e das normas de orientação clínica, garantindo também as condições de distanciamento social e assegurando a utilização de equipamentos de proteção individual por todos, mas adaptado a cada circunstância da atividade letiva (e caso esta seja em ambiente clínico, o equipamento de proteção individual será adaptado a cada ato médico-dentário)”.
A Mundo A Sorrir, organização não governamental portuguesa para o desenvolvimento, inaugurou recentemente na cidade de Bissau (Guiné-Bissau) a Clínica Médica e Médico Dentária Social Mundo A Sorrir, numa parceria com a Missão Semide e a empresa ODLO.
Num país onde o acesso a cuidados de saúde oral é escasso, a infraestrutura pretende de forma estruturada e, em parceria com os setores social, privado e público, disponibilizar cuidados médicos e médico-dentários de qualidade a toda a população da Guiné- -Bissau.
“Construímos a clínica a pensar no povo guineense, nas suas necessidades e no direito universal do acesso a cuidados de saúde. É um orgulho enorme ver o que a Mundo A Sorrir, com tão poucos recursos financeiros para os projetos em África, conseguiu fazer. Um agradecimento ao Júlio Paiva, empresário nortenho, que garantiu a verba para a construção da infraestrutura, à UTrade que montou todos os equipamentos e ao grupo de voluntários e colaboradores que se envolveu no projeto”, destacou Mariana Dolores, presidente da Mundo A Sorrir.
A clínica social, que surgiu no seguimento de 15 anos de trabalho da ONG no país, funcionará através de parcerias diversas com entidades sociais que irão encaminhar as pessoas que já apoiam nos seus projetos e que serão atendidas por um valor simbólico. Por sua vez, qualquer pessoa poderá aceder à clínica a custo de tabela.
Universalização da saúde oral
Mariana Dolores mostrou-se satisfeita por ter ao seu lado os atores locais que lutam com o mesmo empenho pela universalização da saúde oral e saúde global, “o melhor de tudo é ver que há pessoas que partilham os nossos valores, a nossa missão e que acreditam nesta solidariedade que promove o desenvolvimento de forma estruturada. Sozinhos dificilmente conseguimos criar uma mudança, mas em parceria com os interlocutores locais, num trabalho coeso do setor público, privado e social conseguiremos criar os ganhos em saúde que a população guineense merece e precisa”, afirmou.
A clínica contará com uma equipa multidisciplinar de profissionais locais e expatriados, mas também com o apoio de voluntários internacionais. Encontra-se integrada no projeto “Saúde a Sorrir” na Guiné-Bissau, desenvolvido pela Mundo A Sorrir desde 2005, com o objetivo de promover a saúde, bem-estar e qualidade de vida da população desfavorecida do país, através da assistência médica, prevenção, capacitação e investigação. O projeto beneficiou 61.124 pessoas na Guiné-Bissau, realizou 10.911 tratamentos médico dentários, ofereceu 30.027 escovas e pastas e promoveu 763 ações de capacitação.
A clínica contará com uma equipa multidisciplinar de profi ssionais locais e expatriados, mas também com o apoio de voluntários internacionais.
Mariana Dolores, presidente da Mundo A Sorrir (ao centro na foto), mostrou-se satisfeita por ter ao seu lado os atores locais que lutam pela universalização da saúde oral.
A clínica foi projetada a pensar no povo guineense, nas suas necessidades e no direito universal do acesso a cuidados de saúde.
Expodental de Madrid adiada para 2022
A organização da Expodental 2022 decidiu manter a mesma estrutura que a prevista para este ano.
O Salão Internacional de Equipamentos, Produtos e Serviços Dentários (Expodental), que se realiza de dois em dois anos em Madrid, adiou para 2022 a edição que estava prevista para março deste ano. Esta decisão foi tomada após recente reunião mantida na capital espanhola pela Comissão Organizadora da Expodental no contexto atual gerado pela pandemia de COVID-19 em todos os quadrantes sociais, assistenciais e económicos.
Neste sentido, e dada a conjuntura que se vive a nível global, foi considerado que a nova data prevista no calendário deste ano (de 2 a 4 de julho) não oferece as garantias necessárias para assegurar um ambiente de celebração favorável e de absoluta normalidade que permita oferecer à indústria dentária uma ferramenta para impulsionar a sua atividade comercial.
A edição deste ano tinha Itália como país convidado e, como habitualmente, Portugal era um dos representantes estrangeiros da indústria dentária no certame de Madrid, entre várias dezenas de outras nações dos quatro cantos do mundo.
A Feira de Madrid (IFEMA) e a Federação Espanhola de Empresas de Tecnologia Sanitária (Fenin), entidades responsáveis pela organização da Expodental, agradecem aos expositores e profissionais do setor dentário a sua compreensão e apoio nesta difícil decisão e esperam continuar a trabalhar para que a edição de 2022 seja um grande sucesso como tem acontecido em todas as suas edições.
A organização da Expodental 2022 decidiu manter a mesma estrutura que a prevista para este ano. Após realizar um inquérito aos expositores do certame, sobre a adjudicação de espaços e a superficie ocupada, 79% por cento manifestaram a sua preferência a favor da manutenção dos pavilhões, pelo que a feira celebrar-se-á nos pavilhões 2, 4, 6 e 8. À partida, também se manterá a misma distribuição e atribuição de espaços de 2020.
Em 2022, os reponsáveis do certame esperam atrair a atenção dos profissionais do setor, dentro e fora de Espanha, e superar os 31.000 visitantes da última edição. Em recentes declarações a esta revista, María José Sánchez, diretora da feira, observou que “a experiência diz-nos que todos os anos se alcança um aumento de público e entendemos que, com a melhoria da oferta e de espaço disponível, esses resultados vão continuar a surgir”.
IFEMA colabora ativamente no combate à pandemia
No atual contexto de pandemia, vale a pena destacar que a IFEMA está a desenvolver um trabalho muito importante pondo à disposição do governo espanhol todos os recursos necessários para a produção das infraestruturas e serviços do hospital de campanha que construiu com a colaboração das empresas com as quais trabalha, para poder atender a mais de 5.000 afetados, assim como para albergar 1.500 lugares para pessoas sem habitação, em linha com o seu compromisso com a sociedade e com as empresas. Um compromisso que permita recuperar a normalidade o mais cedo possível, e que contribua para reativar as feiras como instrumento e plataforma de apoio a restaurar e fortalecer as, tão necessárias, relações comerciais, pessoais e internacionais.