Cena Contemporânea

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abril 2015

CENA CON TEMPO RÂNEA


UMA CENA CONTEMPORÂNEA Ao longo do século 20, as fronteiras entre as artes foram se tornando mais flexíveis, possibilitando aos criadores apropriações que combinavam múltiplas linguagens em um processo que caracteriza a transição para a contemporaneidade. É a partir desse contexto que o projeto Cena Contemporânea pretende abordar, em cada uma de suas edições, questões relativas aos processos artísticos e como eles se desdobram e se interconectam nas linguagens cênicas, por meio de residências e ocupações com grupos convidados, espetáculos, ensaios abertos e ações formativas. A confluência entre o teatro, a dança e o circo, assim como a contaminação entre estas áreas e outras linguagens, a exemplo da música e das artes visuais,

estão no cerne desta investigação. Os artistas e grupos participantes refletem a forma pela qual as tendências estéticas e políticas da atualidade encontram reverberação na criação artística. Para o Sesc favorecer o contato e abrigar companhias e grupos com pesquisas e repertórios, como é o caso da Cia. 8 Nova Dança, reforça o caráter educativo e o papel de difusão sociocultural da instituição, contribuindo para o desenvolvimento do bem-estar social. Danilo Santos de Miranda Diretor Regional do Sesc São Paulo


ocupação com a

CIA 8 NOVA DANÇA A Cia 8 Nova Dança foi criada em 2000 pela coreógrafa Lu Favoreto, que dirige a companhia até os dias de hoje. Logo no ano seguinte, ganhou o Prêmio APCA, na categoria “pesquisa de linguagem”, sendo também premiada com o EnCena – Funarte em 2002.

As interfaces entre dança, música e artes visuais têm sido cada vez mais abordadas pelo grupo, que tem como principal elemento de investigação as relações entre estrutura corporal, movimento vivenciado e obra cênica.

Durante a ocupação no Sesc Vila Mariana, serão apresentados os espetáculos Fandango a céu aberto, Devoração e Xapiri Xapiripë, lá onde a gente dançava sobre espelhos”, além do estudo coreográfico “Estudos para alaúde e acordeon” e aulas abertas para o público infantil.

FANDANGO A CÉU ABERTO A Cia 8 Nova Dança costuma recriar, com coreografias contemporâneas, manifestações de danças populares. Neste trabalho, a companhia pretende mostrar ao público paulistano as características do fandango caiçara, e as relações que essa dança desperta entre arte, memória e sociedade. Tradicional dos povos caiçaras do litoral sul do estado de São Paulo e do litoral norte do Paraná, o fandango é visto como uma expressão musical, coreográfica, poética e festiva, que serve para reafirmar a identidade das

pessoas e seus modos de conviver em sociedade. Mas, nos últimos anos, está em risco de extinção. As ações dos dançarinos, no espetáculo, partem das características originais do movimento, como o bailado. Ao final, é feita uma celebração coletiva, em que todos os presentes são convidados a participar da dança. Com Camila Venturelli, Chico Lima, Fabricio Licursi, Fernanda Gusso, Gregory Slivar, Lu Favoreto, Pipo Pegoraro e Raoni Garcia.

Ensaios abertos dia 7, terça, 15h às 19h; dia 9, quinta, 14h às 18h; dias 11, 18 e 25, sábados, 16h30 às 19h30 Apresentações de 11 a 25, sábados, 19h30 às 20h30 Hall dos elevadores - Torre A Grátis


DEVORAÇÃO

O espetáculo pode ser interpretado como uma grande busca pela animalidade e pela humanidade presentes no corpo de cada ser humano. Essa dualidade, tão forte em todos nós, é abordada por meio do canibalismo, prática que já foi encontrada em algumas comunidades ao redor do mundo, geralmente relacionada a contextos mágicos ou místicos. Nesses rituais, as pessoas acreditavam adquirir as habilidades e forças dos seres que comiam. O tema surgiu como parte de um intercâmbio dos dançarinos da companhia com pesquisadores de áreas como a filosofia, a antropologia, a história e a literatura. A dualidade surge também em outras perguntas que moldam os movimentos. Por exemplo, qual a linha divisória entre o controle e o descontrole do movimento? Qual o limiar entre a fala e o gesto? Quais são os pontos que separam o primitivo do contemporâneo?

Ensaios abertos dias 8, 15, 22, quartas, 15h às 19h; dia 24, sexta, 16h30 às 19h30 Apresentação dia 24, sexta, 19h30 às 20h30 Hall dos elevadores - Torre A Grátis

O espetáculo se baseia em algumas crenças dos povos indígenas, principalmente dos Yanomamis, que vivem na região da fronteira entre Brasil e Venezuela. Para esses povos, a natureza é uma entidade viva, por meio da qual os humanos e seus ancestrais conseguem se comunicar. Para ser um pajé dessas tribos, por exemplo, é necessário passar por um ritual de iniciação, em que se aprende a ver os espíritos xapiripë e a responder aos seus cantos. Os xapiripë, como são chamados esses espíritos ancestrais,

são reconhecidos como miniaturas dos seres vivos – homens, animais e vegetais –, enfeitadas com ornamentos coloridos e brilhantes. E o contato dos humanos com eles se dá por meio de danças e cantos. É a partir dessas referências indígenas que o espetáculo é montado: cada dançarino buscou encontrar, em suas pesquisas de movimento, o seu próprio canal de comunicação com a ancestralidade. Com Camila Venturelli, Denise Barreto, Fabricio Licursi, Fernanda Gusso, Gregory Slivar, Lu Favoreto e Raoni Garcia.

No espetáculo, esses opostos são evidenciados de forma bastante poética: a necessidade de projetar o futuro se contrapõe aos rastros que deixamos ao caminhar pra frente. Com Andrea Drigo, Camila Venturelli, Gregory Slivar, Fabricio Licursi, Fernanda Gusso, Lu Favoreto e Raoni Garcia.

XAPIRI XAPIRIPË , LÁ ONDE A GENTE DANÇAVA SOBRE ESPELHOS Ensaios abertos dias 14 e 21, terças, 15h às 19h; dias 16 e 23, quintas, 14h às 18h; dia 17, sexta, 16h30 às 19h30 Apresentação dia 17, sexta, 19h30 às 20h30 Hall dos elevadores - Torre A Grátis


ESTUDOS PARA ALAÚDE E ACORDEON O estudo coreográfico e de procedimentos de improvisação tem como foco a relação entre som e movimento. O trabalho dá continuidade à parceria iniciada em 2004 entre Lu Favoreto e Andrea Drigo. Lu Favoreto começou a estudar dança em 1975. Vinte anos depois fundou o Estúdio Nova Dança, em São Paulo. Desde o final da década de 1980 investiga a relação entre estrutura corporal e movimento vivenciado, com orientação de Zélia Monteiro e Klauss Vianna. Em 2000, fundou a Cia 8 Nova Dança. Andrea Drigo é pesquisadora de canto contemporâneo, multiinstrumentista, regente, diretora e compositora. Tendo estudado violão erudito, também pesquisa diversos territórios culturais, desde musicalidades regionais e afro-brasileiras até paisagens sonoras orientais, com ênfase no estudo da música clássica indiana.

Ensaio aberto dia 10, sexta, 16h30 às 20h30 Hall dos elevadores - Torre A Grátis

DANÇA CRIANÇA As aulas, direcionadas para crianças de todas as idades, buscam valorizar o corpo enquanto instrumento expressivo, estimulando o movimento espontâneo, desenvolvendo o conhecimento, a sensibilidade e o domínio corporais, assim como a criatividade e a autoria. Por meio de uma linguagem lúdica, as crianças ampliam seu repertório de movimento, transformando brincadeiras em dança. Com Fernanda Gusso.

Aulas abertas para crianças dias 11, 18 e 25, sábados, 10h às 11h30 Hall dos elevadores - Torre A Grátis


LETÍCIA SABATELLA EM

CARAVANA TONTERIA O espetáculo conta com músicos-atores e carrega no elemento dramático de suas interpretações, incluindo pequenas cenas em meio às canções. No repertório há músicas autorais e obras de compositores consagrados, como Chico Buarque, Kurt Weill, Duke Ellington e Cole Porter, traçando uma viagem de estilos que vão do jazz ao flamenco e do tango à rumba. Em cena, os músicos-atores tentam criar o ambiente de um cabaré itinerante, com a Caravana rodando pelo mundo e revelando, em nuances, as influências dos lugares por onde passa. Com Letícia Sabatella (composições e voz), Paulo Braga (piano), Fernando Alves Pinto (serrote, trompete, violão e voz) e Zéli Silva (contrabaixo).

Dia 16, quinta, 21h Teatro R$ 25 | R$ 12,50 | R$ 7,50


NUSOM EM

TRANSPARÊNCIA Transparência é um espetáculo que explora a interconexão entre música, cena e imagem. A ação se concentra em torno de uma mesa sobre a qual objetos e movimentos são capturados por uma câmera, com jogos entre ação cênica e projeção. O público, assim, é estimulado a pensar que as situações que vê e que escuta fazem parte de um mesmo processo.

A música é o fio condutor do trabalho, e é ela que tem o papel de revelar, gradualmente, as conexões entre imagens e sonoridades. Assim, pouco a pouco cada elemento da performance é revelado: num momento é uma imagem que se descortina a partir de uma música; noutro, é um gesto que representa uma paisagem sonora. O trabalho é uma criação coletiva do NuSom – Núcleo de Pesquisas da Universidade de São Paulo –, que promove a articulação entre processos experimentais de criação artística e a utilização de tecnologias de processamento audiovisual. Com Fernando Iazzetta (diretor), Alexandre Zamith (piano), Lílian Campesato (voz e mesa), Felipe Castellani (sistema interativo), Rogério Costa (saxofone) e Vitor Kisil (percussão e sistema interativo).

Dia 30, quinta, 20h30 Auditório R$20 | R$ 10 | R$ 6


Ensaios abertos As apresentações são frutos de ensaios e, nesta ocupação, eles serão abertos ao público. Consulte os horários de todos os ensaios abertos no Portal do Sesc: www.sescsp.org.br

Legenda de valores Inteira Aposentado, pessoa com mais de 60 anos, pessoa com deficiência, estudante e servidor da escola pública com comprovante Trabalhador do comércio de bens, serviços e turismo credenciados no Sesc e dependentes (Credencial Plena)

Fotos Fandango a céu aberto e Xapiri Xapiripë: Adriano Milan | Devoração: Vitor Vieira | Estudos para alaúde e acordeon, Dança criança e NuSom em Transparência: Divulgação | Letícia Sabatella em Caravana Tonteria: Erika Neves | Outras: Marina Burity


Sesc Vila Mariana Rua Pelotas, 141 CEP 04012-000 TEL.: +55 11 5080 3000 email@vilamariana.sescsp.org.br sescsp.org.br

Ana Rosa 750m

ParaĂ­so 1000m


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