abril | 2016
MÚ SI CA & T EC N O LO GI A
As culturas humanas expressam suas idiossincrasias em múltiplas relações com a natureza, que constituem suas formas de artes, de reprodução da sociedade, de trabalho, de educação, de compreensão do mundo e de organização da vida. A criatividade com a qual os diferentes grupos sociais tecem suas relações materiais e simbólicas com o meio ambiente traça um registro único das faces de seu ethos – o repertório tecnológico de uma sociedade é uma gravura da sua forma de ser e de estar no mundo. Na relação fértil entre música e tecnologia podemos perceber diversas possibilidades de abordagens e interpenetrações. As transformações tecnológicas comumente andam lado a lado com transformações sociais e estéticas. Os modos de compor e de ouvir música são fortemente influenciados pela tecnologia de uma sociedade. No caso da experiência da música europeia, o desenvolvimento de novos materiais para a lutheria frequentemente estiveram associadas a transformações no modo de compor: quando, na Revolução Francesa, as artes
deixaram de ser privilégio da nobreza e do clero, passando a ser acessível ao povo (momento em que obras de arte foram retiradas das paredes dos palácios e foram abertos os primeiros museus), foram desenvolvidos instrumentos capazes de maior projeção sonora, apropriados para grandes salas de concerto, e não mais para as câmaras palatinas. Data desse momento o surgimento dos instrumentos de metal e da estrutura de aço dos pianos. Essa transformação tecnológica gerou instrumentos capazes de mais recursos expressivos, o que levou a fortes transformações no processo criativo (na música erudita, esse é o momento do nascimento do período conhecido como romantismo musical, marcado por expressividade exacerbada e valorização do intérprete e do virtuosismo). Da mesma forma, no século XX, transformações no modo de ouvir proporcionaram uma experiência individual da escuta, que contemplava não somente as salas de concerto, mas também os registros nas mídias diversas. A possibilidade de geração de sons por meios tecnológicos sem a necessidade de instrumentos acústicos levou a novas possibilidades timbrísticas, além da ampliação de recursos composicionais e da diminuição da quantidade de instrumentistas, mesmo permitindo grande quantidade de sons executados.
Muitas provocações advêm da discussão em torno do uso de recursos tecnológicos na criação e execução musical. Existe, por exemplo, certo estranhamento por parte do grande público em relação à música que é executada sem o uso de instrumentos acústicos, ou seja, nas situações em que no palco há somente os artistas e seus equipamentos eletrônicos. Esse estranhamento, no entanto, parece ser fruto de alguma dificuldade em reconhecer a música como arte da manipulação sonora, seja por quaisquer meios. Essa dificuldade parece estar associada a uma supervalorização do intérprete, que descende da ideia do gênio virtuose, característica própria do romantismo que acabou por influenciar a forma com que a sociedade enxerga o artista até os dias de hoje. O uso dessas novas tecnologias, no entanto, deve trazer, em um futuro próximo, uma mudança de paradigma no que se refere à música enquanto linguagem artística. Alinhando esse panorama e todos esses conceitos, o projeto apresenta uma gama de espetáculos, intervenções e bate-papo que contemplam o uso da tecnologia na música do século XXI, desde a música eletrônica, mas alinhada com gênero popular, até a música eletroacústica e conceitos como
a paisagem sonora, que reconhece qualquer ruído como potencialmente musical – todas baseadas em recursos tecnológicos e sons sintetizados, gerados por computador em tempo real. O Auditório da unidade receberá, às sextas-feiras, espetáculos de música eletrônica que fazem uso de outras formas de tecnologia, além das sonoras, como vídeos, projeções e efeitos luminosos. Trabalham desde sons pré-gravados, disparados do palco em tempo real, até sons sintetizados ao vivo, por meio de programação eletrônica. O Espaço de Tecnologias e Artes traz performances de música eletroacústica, descendente das vertentes da música eletrônica alemã e da música concreta francesa, em associação a outras formas de arte, como a dança e o vídeo. A Praça de Eventos dará lugar a bate-papo sobre questões pertinentes à filosofia e sociologia da música. sesc vila mariana
A MÚSICA ELETRÔNICA É chamada Música Eletrônica aquela criada e executada por meio de recursos tecnológicos. Durante o processo de composição e durante a performance ao vivo são utilizados, muitas vezes no lugar de instrumentos musicais e outras vezes acompanhado deles, equipamentos eletrônicos e digitais como sintetizadores, gravadores, computadores e programas de composição. Atualmente, o estilo é considerado um importante pilar dentro da indústria fonográfica, seja por conta de seus festivais populares que arrastam multidões, seja pela influência dentro da cena contemporânea que, por sua importância no mercado da música,
se popularizou e ganhou notoriedade crítica, comparável aos grandes festivais de rock dos anos 1960 ou 70. Para falarmos dos primórdios dos experimentos eletrônicos é importante destacarmos o inventor estadunidense Thomas Edison, responsável pela criação do primeiro fonógrafo, aparelho que reproduzia sons eletricamente gravados. Essa invenção possibilitou grande transformação e modificação do cenário musical nas décadas seguintes, na Europa e no mundo. Algumas décadas depois, na França, o músico Pierre Schaeffer passou a utilizar variados instrumentos e processos de gravações em uma única música. A partir disso,
o gênero se difundiu na cultura mundial através de alguns grupos que utilizaram as vertentes da música eletrônica para compor as suas obras. Isso ficou muito evidenciado nos trabalhos de bandas como Beach Boys, Pink Floyd e até com os The Beatles. Mas, foi na Alemanha, nos áureos anos 1970, que um grupo levou a música eletrônica diretamente para a cena musical. Trata-se do Kraftwerk, que, por meio de letras que dialogavam com a vida urbana e a tecnologia, foi considerado precursor do universo desse estilo, utilizando-se de sintetizadores de forma minimalista, o que certamente foi um grande marco na história da música popular no século XX.
SWOHS
SHOWS
Foto: Divulgação
ORQUESTRA VERMELHA Com a popularização do computador como ferramenta musical, como definir o que é um músico? Partindo dessa premissa, a apresentação da Orquestra Vermelha, desenvolvida por Matheus Leston, expõe contradições fundamentais de uma performance. Quatro painéis de led exibem as silhuetas dos integrantes em tamanho real, como se estivessem presentes. Esses vídeos são controlados ao vivo, assim como a iluminação do espaço, pelo único integrante de fato no palco. Os instrumentistas convidados foram gravados e filmados em estúdio. A partir de bases musicais simples e pequenos rascunhos, cada um improvisou livremente sobre as gravações dos integrantes que o antecederam. Assim, mesmo distantes e por vezes sem nem se conhecer, compuseram juntos sem que houvesse uma voz principal.
dia 1, sexta, 20h30 auditório
Performance A palavra performance refere-se à execução de uma ação. A partir da década de 1960, com o surgimento das vanguardas artísticas contemporâneas, o termo passou a ser utilizado para designar obras artísticas interdisciplinares que, em cima de um roteiro mínimo, permitem grande liberdade de improvisação por parte dos artistas e podem incluir a participação do público. Bases musicais A expressão bases musicais, muito utilizada na produção de música eletrônica contemporânea, refere-se geralmente a elementos sonoros pré-gravados que são acionados digitalmente por meio de softwares e interfaces controladoras em apresentações ao vivo. Muito frequentemente esses elementos são utilizados para complementar arranjos sonoros executados por músicos com instrumentos convencionais.
Foto: Gabriel Quintão
LAVOURA EM PHOTOSYNTHESIS O grupo de música instrumental brasileira Lavoura apresenta seu quarto trabalho, Photosynthesis. O quarteto criado em Bauru em 2003 s eutiliza de elementos do jazz eletrônico e da cultura popular para fazer uma síntese entre a música ambiente e a experimental. É formado por Paulo Pires (bateria, programações), Fernando TRZ (piano elétrico, synths), Caleb Mascarenhas (synths, samples e programações), Fabiano “iB” Alcântara (baixo).
dia 8, sexta, 20h30 auditório
Música experimental Com origem também vinculada às vanguardas artísticas do início do século XX, como o dadaísmo e o futurismo italiano, a música experimental reúne uma ampla gama de sonoridades que reagiam aos formatos musicais então considerados “burgueses”. Conceitualmente, a música experimental tinha como objetivo ampliar a gama de sonoridades nas composições, assimilando timbres não convencionais, gravações de campo, ruídos diversos (maquinicos, urbanos, etc.) e também instrumentos concebidos e construídos pelos próprios artistas. Além disso o surgimento da música experimental procurava desvincular o músico do papel de executor virtuoso, tratando-o como um criador conceitual das sonoridades. Entre os principais nomes da música experimental estão Luigi Russolo, Pierre Schaeffer e John Cage. Música ambiente A música ambiente (ambient music) é um gênero musical que se configura em meados
do século XX no contexto das vanguardas artísticas européias. Tem como pressupostos a exploração de características timbrais dos sons de forma a construir obras sonoras que dialogam com determinadas ambiências, enfatizando efeitos sonoros e texturas. O compositor Brian Eno é considerado o criador da expressão música ambiente, nos anos de 1970, quando lançou uma série de álbuns dedicados ao gênero. Segundo Eno, “A música ambiente deve ser capaz de acomodar vários níveis de atenção auditiva sem impor um em particular; ela deve ser tão ignorável quanto interessável”. Synths (Sintetizadores) Sintetizador é um instrumento musical eletrônico capaz de gerar sons através da manipulação de correntes elétricas (sintetizadores analógicos) ou de fluxos de dados numéricos (sintetizadores digitais). Existem diversos procedimentos para a síntese sonora (aditiva, subtrativa, granular, etc.) mas esses processos permitem aos artistas criarem timbres completamente diferenciados dos
instrumentos convencionais. Os primeiros sintetizadores surgiram no final da década de 1950 e sua operação era extremamente trabalhosa. Apenas na década de 1980 esses instrumentos se tornaram mais acessíveis e amigáveis, permitindo sua popularização e uso fora de ambientes de pesquisa musical. Samples Samples são amostras sonoras de áudio obtidas de fontes diversas. O sampleamento ou amostragem sonora para reutilização em outros contextos, tem sua origem com o surgimento da música experimental, no século XX. O sampleamento permite ainda, como recurso de criação, a manipulação das amostras originais e a alteração de suas características sonoras. No final da década de 1970 surgiram instrumentos dedicados a esse processo de amostragem, os samplers, que capturavam amostras sonoras e em seguida as transformavam em arquivos digitais que podiam ser tocados em teclados convencionais. Atualmente esses equipamentos foram substituídos por softwares diversos.
DUOFONIC EM HARD LIGHT BEAUTIFUL NIGHT
dia 15, sexta, 20h30 auditório
Foto: Divulgação
O Duofonic lança as canções de seu disco de estreia, Hard Light Beautiful Night, primeiro álbum inédito da banda, que reúne dez temas autorais e também um clipe inédito da música lose my shoes. Marcado por timbres eletrônicos e influência de rock alternativo, o projeto foi formado em 2011 por Marcelo Bressanin (sintetizadores, programação e voz) e Pedro Ricco (baixo, sintetizadores, programação e voz).
Timbre Timbre é a caracterísica sonora que permite diferenciar sons de mesma frequência e produzidas por fontes de áudio reconhecíveis. Por exemplo, quando uma nota Lá (com frequência de 440Hz) é executada num piano, num violino ou numa guitarra, a tonalidade se mantém (por se tratar da mesma frequência de onda) porém o som percebido tem características diferentes. Diferentes timbres são percebidos em função das especificidades construtivas dos instrumentos nos quais são executados e também do espaço acústico de escuta. Com o surgimento dos sintetizadores, a variedade de timbres conhecidos foi significativamente ampliada em função da possibilidade de manipulação de sinais elétricos ou dados digitais -– e não apenas do emprego de recursos acústicos para criação de sons.
Loops Loop é uma sequência sonora criada para ser executada repetitivamente, de forma cíclica. O uso de loops é um procedimento fundador e recorrente na história da música experimental. Desde as pianolas ou outros dispositivos similares, o uso do loop começou a se caracterizar como um procedimento de registro e repetição de uma peça previamente preparada. De fato, na evolução desses dispositivos, uma fita perfurada de único sentido foi rapidamente substituída por um anel de ciclo contínuo. Um procedimento similar é observado no uso de gravadores de rolo utilizados para a repetição de trechos sonoros. Desde os trabalhos preliminares de Halim El-Dahb, no início dos anos 1940, a reprodução eletromecânica de trechos de áudio esteve presente nas composições de Pierre Schauffer, Pierre Henry, Stockhausen e Kraftwerk, entre outros artistas. Loops obtidos por meio de artefatos mecânicos também estão presentes na história da música experimental, tendo sido fortemente utilizados por compositores como Pierre Bastien, cuja influência pode ser percebida na obra de Marcel Duchamp, entre outros artistas contemporâneos.
Foto: Divulgação
CRACA & MC DANI NEGA A apresentação trará Felipe Julián, MC Dani Nega que já virou parceria constante, também o MC Dabliueme, MC Bastian e o MC Pitshu. Jovem Palerosi e Gil Duarte. O show será realizado com projeção videomapeada sincronizada à música. Criar ambientes de escuta diferentes dos habituais será o mote dessa apresentação. Felipe Julián, que de uns anos pra cá vem aprimorando esse conceito em diversas plataformas, consegue manejar minuciosamente os sistemas de som dos espaços como um instrumento musical semântico. Toda a estrutura é delineada entre as linguagens: canção, tecnologia, performance, vídeo e artes visuais.
dia 22, sexta, 20h30 auditório
Vídeo-mapping (Mapeamento de vídeo) É uma técnica que consiste na projeção de vídeo em objetos ou superfícies irregulares, tais como estruturas de grandes dimensões, Através da utilização de um software especializado, os objetos de duas ou três dimensões são formados virtualmente. A partir dessas informações o software interage com um projetor para adaptar qualquer imagem à superfície do objeto escolhido. Pode-se dizer que há uma reconstrução do espaço real existente através da adição de espaço virtual. Com esta técnica os artistas podem criar dimensões extras, ilusões ópticas e noções de movimento em objetos estáticos. Normalmente são criadas narrativas audiovisuais através da combinação ou desencadeamento de vídeo com áudio. O video mapping ficou conhecido através da sua utilização em campanhas publicitárias e vídeos de música eletrônica.
Apresentação de música eletrônica experimental utilizando apenas uma drum machine para gerar todos os sons através de improvisações. Um computador analisa os diversos canais de áudio e controla, em perfeita sincronia, um sistema de iluminação composto por uma série de barras de led ao redor do músico.
dia 29, sexta, 20h30 auditório
Foto: Ana Beatriz Elorsa
MATHEUS LESTON EM MENOS
Música eletrônica experimental A música eletrônica experimental é um gênero diretamente vinculado à música experimental em si, sendo apenas mais fortemente caracterizada pela exploração de tecnologias eletrônicas e/ou de edição de áudio. Drum machine (Bateria eletrônica) Drum machine ou bateria eletrônica é um instrumento musical eletrônico criado para simular sons de tambores, pratos e outros instrumentos percurssivos, além de linhas de contrabaixo. Seu uso é muito frequentemente associado aos diversos gêneros de música eletrônica de pista, a partir da década de 1970. Atualmente a maior parte desses instrumentos são compostos por sistemas sequenciadores de notas associados a samplers ou a sintetizadores capazes de reproduzir ou gerar timbres de baterias. Os primeiros sistemas dessa natureza surgiram com as pesquisas de Henry Cowell, na década de 1930, e sua popularização só ocorreu nos anos de 1960.
Canais de áudio A expressão canais de áudio se origina da tecnologia áudio multi-canal, que consiste na gravação e reprodução do áudio em múltiplos canais, isto é, fontes de som independentes entre si. Ao contrário da estereofonia tradicional, o áudio multi-canal usa mais do que 2 canais simultaneamente, daí o nome. O objetivo deste tipo de reprodução, geralmente encontrada em cinemas e home theaters, é envolver o ouvinte com caixas de som e simular a ambiência da gravação. Formatos populares de áudio multi-canal são o DTS e os Dolby. A quadrifonia foi um sistema de reprodução sonora idealizado na década de 1970 pela banda inglesa Pink Floyd com seus discos Atom Heart Mother (1971), Dark Side of the Moon (1973) e o Wish You Were Here (1975), e atualmente em desuso. Utilizava quatro canais de áudio, dois dianteiros e dois posteriores. A quadrifonia prometia melhorar a estereofonia e a sensação da música ao vivo, pois reproduzia os sinais que vêm do palco, por exemplo, bem como aqueles que vêm da parte posterior ou os sons refletidos.
A MÚSICA ELETROACÚSTICA A música eletroacústica nasceu a partir dos experimentos musicais que consistiam na união de técnicas desenvolvidas no pós-guerra na Alemanha – a elektronische musik ou música eletrônica – e na França – a musique concrète ou música concreta. Enquanto o grupo alemão trabalhava com sons gerados exclusivamente por meios eletrônicos, sem relações com o mundo tridimensional, o grupo francês, trabalhava com registros de sons naturais e industriais, gerados pelos chamados “objetos sonoros” com trens e sirenes. O compositor Stockhausen, no início da década de 1950, liga-se inicialmente à corrente francesa e, depois, de volta a seu país, à corrente alemã. Em suas
experiências utiliza medidores do espectro sonoro para analisar com precisão o timbre de diversos sons; com isso, torna-se capaz de reproduzi-los sinteticamente, reunindo assim os princípios acústicos da música concreta e eletrônicos da música eletrônica. Nasce aí a primeira experimentação da chamada música eletroacústica. Essa música se desenvolveu seguindo duas vertentes distintas, a música acusmática – em que, durante a performance, não há instrumentos acústicos, somente equipamentos de áudio controlados por meio de uma mesa de som – e a música mista em que, combinados a sons gerados eletronicamente, são executados também instrumentos musicais.
Hoje, a música eletroacústica é executada com programação em tempo real, por meio de softwares de ponta, em que a performance ocorre no palco, ainda que seja música acusmática (sem instrumentos musicais). Além de recursos sonoros, a inclusão de vídeos, sensores de movimento e câmeras especiais que captam gestos têm sido ferramentas constantes em espetáculos e intervenções musicais nesse gênero.
SEÕÇNEVRETNI
INTERVENÇÕES
Foto: Well Gomes
THIAGO SALAS EM PAISAGENS SONORAS E IMPROVISAÇÃO LIVRE SOBRE OBJETOS COLETADOS O compositor Thiago Salas desenvolve trabalhos em música experimental e arte sonora. Tendo realizado entre os anos 2013 e 2015 as performances Paisagem 1_Presença e Paisagem 2_Ausência, apresenta agora a terceira edição, Paisagem 3_Intermitências, realizada a partir de gravações de campo de diferentes paisagens sonoras. Essas paisagens, formadas pela sonoridade complexa de ambientes urbanos, são utilizadas na performance como territórios para a improvisação com instrumentos musicais e outros objetos trazidos pelo artista. Participação do instrumentista Luiz Galvão.
dia 5, terça, 19h30
espaço de tecnologias e artes
Paisagens sonoras Paisagem sonora é uma tradução da palavra inglesa soundscape e que se caracteriza pelo estudo e análise do universo sonoro que nos rodeia. Uma paisagem sonora é composta pelos diferentes sons que compõe um determinado ambiente, sejam esses sons de origem natural, humana, industrial ou tecnológica. O conceito paisagem sonora teve origem e definiu-se através do grupo de trabalho dirigido por R. Murray Schafer que, junto com outros pesquisadores, fundou o World Forum for Acoustic Ecology, assim como mais tarde o World Soundscape Project. Estes grupos foram responsáveis pela publicação de alguns dos documentos mais relevantes relativos ao estudo de Paisagens Sonoras e Ecologia Acústica.
Foto: Alessandra Bochio
FELIPE MERKER, JULIANA MORAES & ALESSANDRA BOSCHIO EM TERRITÓRIOS INSTÁVEIS Territórios Instáveis é uma performance audiovisual criada coletiva e colaborativamente, em que são integrados em um mesmo ambiente a produção e o tratamento de sons e imagens em tempo real, os quais a partir da presença corpórea da performer interagem e desdobram-se em múltiplas configurações.
dia 12, terça, 20h
espaço de tecnologias e artes
Performance A palavra performance refere-se, de modo mais abrangente, à execução de uma ação. A partir da década de 1960, com o surgimento das vanguardas artísticas contemporâneas, o termo passou a ser utilizado para designar obras artísticas interdisciplinares que, a partir de um roteiro mínimo, permitem grande liberdade de improvisação por parte dos artistas e podem incluir a participação do público. Audiovisual Audiovisual é um termo genérico que pode se referir a formas de comunicação que combinam som e imagem, bem como a cada produto gerado por estas formas de comunicação, ou à tecnologia empregada para o registro, tratamento e exibição de som e imagem sincronizados, ou ainda à linguagem utilizada para gerar significados combinando imagens e sons.
-ETAB OPAP
BATEPAPO
Foto: Divulgação
COMO UMA MÁQUINA: O PROBLEMA DA EXPRESSÃO NA MÚSICA ELETRÔNICA – BATE-PAPO COM VLADIMIR SAFATLE O filósofo, professor livre-docente, responsável pela cadeira de Filosofia da Música da USP, conversa com o público sobre o estranhamento da sociedade atual em relação à música de seu próprio século. Reflete sobre a impressão do senso comum de que a música feita principalmente com recursos eletrônicos seria, em larga medida, inexpressiva por quebrar a pretensa organicidade entre intérpretes e instrumentos. Nessa conversa com o público, discute o recurso à eletrônica a partir de duas estratégias: o redimensionamento da expressão através da aproximação homem/ máquina e a ampliação da capacidade perceptiva do espectro sonoro, isto a fim de mostrar como a própria música instrumental foi influenciada pela música eletrônica nos últimos 40 anos.
dia 13, quarta, 19h30 às 20h30 praça de eventos
Fontes: Como Funciona A MĂşsica - David Byrne (Editora Amarilys) Modulations: A History of Electronic Music: Throbbing Words on Sound - Peter Shapiro (Editora Charles Rivers Publishing Co.) www.cultrobot.com.br/ Fotos ilustrativas: Stallio https://www.flickr.com/photos/stallio/
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