Magazine de Educação Artística - Abril 2016

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DIREÇÃO GERAL

COLABORADORES

Carlos Gonçalves

Paulo Esteireiro Cátia Catanho Ricardo Araújo Filipa Silva Tiago Machado Alexandre Neves Marina Ornelas Cátia Cardoso Ana Rodrigues Nuno Vares Roberto Martins Ester Vieira

COORDENAÇÃO EDITORIAL Lisete Rodrigues Coordenação Gráfica Tiago Machado MONTAGEM E PAGINAÇÃO Andreia Sousa

PROPRIEDADE sre/dre/dseam

Revista Quadrimestral Edição janeiro - abril 2016


Índice 1. Editorial 2. Semana Regional das Artes 3. Curiosidade 4. Entrevista Duarte Rodrigues 5. Revista Portuguesa de Educação Artística 6. Temporada Artística 2016 7. Incorporarte 8. Exposição ArteInclusiva.com 9. Imagine 10. Crimes, Pecados e Confissões 11. 35.Festival da Canção infantil da Madeira 12. 25.º Aniversário Coro Juvenil da DSEAM 13. Regionalização do currículo 14. O que faz falta 15. Congresso Educação Artística 16. Formações

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Editorial “A arte é um dos meios de comunicação entre os homens”, disse um dia Leon Tolstoi. O propósito desta Magazine de Educação Artística é precisamente comunicar a arte, os projetos a ela relacionados nas suas diversas e variadas expressões, num retrato claro da materialização da missão da Direção de Educação Artística e Multimédia.

do trabalho que é realizado para e pelas artes na Região Autónoma da Madeira e que nos motivam, diariamente, a fazer mais e melhor.

O retomar desta publicação, agora quadrimestralmente, surge porque continuamos a entender que divulgar tudo quanto é feito enquanto arte é, per si, uma forma de incentivar e despertar o gosto pela coisa artística.

Nesta edição, entrevistamos Duarte Rodrigues, admistrador do grupo Sousa, enditade que ao longo dos ultimos anos tem sido um dos principais mecenas do trabalho realizado por esta Direção de Serviços.

As sete edições da Magazine de Educação Artística, publicadas entre 2013 e 2014, suscitaram interesse nos madeirenses, mas, curiosamente, também a alguns agentes culturais a nível nacional, que através dos seus meios e canais as promoveram.

Destaque também para o 35.º Festival da Canção Infantil da Madeira, que voltou ao formato original, levando a todos o imaginário e encanto das crianças.

Para nós, são gestos como estes que validam o reconhecimento e o mérito pág. 4

Voltamos, assim, a vos dar conta de algum do trabalho feito, do que há perspetivado, de curiosidades e de opiniões reveladas em entrevistas ou artigos de opinião.

Lisete Rodrigues


Semana Regional das Artes 2016 O Governo Regional da Madeira desde há 35 anos tem vindo a apostar na educação da Arte no ensino, onde os resultados são expressos em inúmeros contextos, dentro e fora do espaço escolar. Promovida pela Direção de Serviços de Educação Artística e Multimédia (DSEAM) e produzida pela Associação Regional de Educação Artística, a Semana Regional das Artes 2016, integrada no programa do Festival do Atlântico, irá acontecer entre os dias 13 e 21 de junho.

Refletindo o trabalho desenvolvido ao longo do ano letivo nas escolas, este evento irá apresentar inúmeros momentos diversificados de práticas artísticas, entre eles o teatro, a dança, a música e as artes plásticas. Este ano, pela primeira vez, terá lugar dentro desta semana o Festival da Canção juvenil da Madeira, no dia 21 de junho. A decorrer em vários espaços da baixa do Funchal e no Madeira Tecnopolo, a semana apresentará momentos como a Festa no Jardim, Encontros de Modalidades Artísticas, ESCOLartes (ex:MUSICAeb) e espetáculos com grupos da DSEAM e centros de atividades ocupacionais (CAO).

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Quem inventou a cassete? Se tivéssemos perguntado a alguém nos anos 80 ou 90 o que acharia do mundo sem a cassete, provavelmente teríamos obtido a mesma reação do que a de um adolescente de hoje, 2016, se lhe perguntarmos o que acharia do mundo sem um iPod ou telemóvel.

o mecanismo de movimento da mesma, o que facilitava a utilização permitindo que a fita fosse colocada ou retirada em qualquer ponto da reprodução ou gravação. No entanto, a cassete teve origem alguns anos antes, desde que Oberlin Smith concebeu o uso de tecnologia magnética para gravar áudio em 1888, mas suas Pois é a cassete era a fantástica invenção invenções iniciais provaram ser inúteis. que nos permitia gravar, rebobinar, regravar, fazer rewind e ainda que qualquer Complementando a ideia, Vlademar Poulsen adolescente ouvisse as vezes que quisesse construiu um fio magnético que podia fazer o top semanal das músicas, porque o havia gravações, e o projeto funcionou. gravado no sábado, no programa das 19h, na RTP. Era, portanto, de uma importância As primeiras cassetes foram projetadas quase vital à vida de um adolescente. principalmente para funcionar como gravadores pessoais. Todas as fitas Porque hoje já não existem, esta será, com lançadas inicialmente estavam em branco certeza, uma curiosidade para os mais novos. e precisavam de gravações. Entretanto, em A cassete foi uma nova forma e mais prática 1966, a Mercury Record Company deparoude gravação de áudio lançada oficialmente se com o potencial do mercado musical em 1963, pela empresa holandesa Philips, americano e lançou 49 títulos com materiais em substituição às fitas tradicionais da gravados. altura. Os anos 80 foram o auge destas cassetes. Com um tamanho de 10 cm x 7 cm, a Com a invenção do Walkman pela Sony, um cassete era constituída essencialmente por dispositivo de música portátil, e os aparelhos uma pequena caixa plástica que no interior de estéreo de alta qualidade as cassetes continha dois rolos, a fita magnética e todo começaram a substituir os discos de vinil. pág. 6


Entrevista Os Projetos da Direção de Serviços de Edução Artística concretizam-se porque além de uma estrutura eficiente e criativa, contam com o apoio de importantes mecenas.

artístico que entendemos terem qualidade e criando condições para que possam evoluir no futuro. Para além de ajudar a despertar e fazer crescer os valores artísticos que a nossa Região tem, potenciar e levar a arte e a cultura a um O Grupo Sousa é um deles e, nesta edição, crescente número de cidadãos é claramente entrevistamos o seu admirador: Duarte um objectivo que também entendemos ser Rodrigues. da maior importância e consequentemente tem sido alvo do nosso apoio. 1-Quais as motivações para o Grupo Sousa apoiar a arte? 2-Que retorno obtém a empresa? O Grupo Sousa entende que a actividade desenvolvida pelas empresas tem de ir mais longe do que “o negócio” e englobar aquilo que é entendido como sendo a Responsabilidade Social das Empresas. Para além das iniciativas ao nível interno e que beneficiam os colaboradores do Grupo, ao nível externo e, ao longo dos anos, têm sido muitas as áreas onde temos desempenhado de forma activa esse papel, destacando-se, entre outras, as áreas sociais, as artes e ainda o desporto. É neste ambiente que encontramos a génese da motivação que o Grupo tem para apoiar a arte. Achamos que também temos um papel importante a desempenhar ajudando a viabilizar iniciativas de âmbito

Não é propriamente um retorno que a empresa obtém, mas sim o retorno que a empresa dá à sociedade, resultante do crescimento da actividade desenvolvida. Apesar de não estarmos perante uma obrigação legal, entendemos que é uma Responsabilidade Social que levamos muito a sério. Esta é, aliás, uma das vantagens para a Região em ter empresas regionais que vão ganhando dimensão a nível nacional e internacional: para além de fazerem crescer a economia regional, quando agem de forma socialmente responsável, derramam sobre a região outros benefícios que dificilmente seriam obtidos no caso de serem empresas que não tivessem raízes regionais. pág. 7


Este tipo de apoio à arte é claramente um desses benefícios que a Madeira acaba indiscutivelmente por ganhar, pelo facto de ter empresas e Grupos empresariais com sede efectiva na Região. 3-A arte faz-nos melhores cidadãos e/ou mais completos? Indiscutivelmente. Entendo que a arte é uma das dimensões que fazem parte do desenvolvimento integral do ser humano. A arte abre-nos perspectivas diferentes quando olhamos para uma mesma realidade. Introduz uma dimensão enriquecedora e colorida, sem a qual tudo ficaria mais “preto ou branco”. É por isso que, ajudar a levar a arte e o ensino artístico a um crescente número de cidadãos é um contributo para a evolução da nossa sociedade e, como tal, é um dos pilares da Responsabilidade Social do nosso Grupo. 4-É possível crescer e fazer nascer projectos artísticos, com dimensão internacional, por exemplo, numa ilha como a nossa? O facto de sermos uma pequena Região Insular e Ultraperiférica faz com que seja muito mais difícil, não só levar os valores que a Região tem ao exterior, como também, pág. 8


trazer eventos internacionais de grande nível até á Madeira. No entanto, quer num caso, quer noutro, tem sido possível concretizar iniciativas que provam que, com muito talento e com muita dedicação (e também com o necessário apoio), tudo isto se consegue. O facto de na nossa Região se ter levado o ensino artístico a praticamente todos os recantos do Arquipélago, o que contribuiu decisivamente para aquilo que eu chamo de uma “massificação” do ensino artístico e que possibilitou, somente a título de exemplo, que uma importante proporção dos jovens saiba hoje ler música ou tocar um instrumento musical, faz com que a base para a produção de valores artísticos aumente significativamente. Por outras palavras julgo que um jovem talentoso tem hoje a possibilidade de se revelar e poder crescer, não só a nível regional como também a nível internacional, de uma forma que há vinte ou trinta anos atrás não seria de todo possível. A este propósito não posso deixar de sublinhar o importante papel que o então Gabinete de Apoio à Expressão Musical e Dramática (hoje Direcção de Serviços Artísticos e Multimédia) e, em particular, os seus responsáveis tiveram nesta benéfica “massificação” do ensino artístico na Madeira. É um trabalho que tem sido elogiado, não só ao nível nacional, como também internacionalmente e que também demonstra que a tal dimensão internacional

é, de facto, possível para as iniciativas artísticas da Madeira. 5-É verdade que só os artistas de renome conseguem ter os seus projectos patrocinados? É natural que seja mais fácil sensibilizar uma empresa a associar-se e patrocinar um artista de renome, uma vez que o retorno desse patrocínio pode ser bem mais significativo do que se o patrocínio for dado a um outro projecto menos conhecido. No entanto, como já tive oportunidade de referir anteriormente, não é dessa forma que o Grupo Sousa encara os apoios atribuídos às iniciativas artísticas. Somente a título de exemplo, o apoio que temos dado nos últimos anos à Associação Regional de Ensino Artístico e que tem sido responsável por levar ao conhecimento do grande público valores artísticos que a Madeira tem, é uma prova de que, também os projectos artísticos que não são de renome podem e devem ser apoiados. Ficamos particularmente satisfeitos com a quantidade e qualidade dos valores artísticos que Madeira tem e que têm sido amplamente divulgados pela AREA. Em boa verdade, é este o principal retorno que o Grupo Sousa retira deste tipo de apoios. pág. 9


Revista Portuguesa de Educação Artística no circuito internacional da ciência A Revista Portuguesa de Educação Artística (RPEA), com a direção de Carlos Gonçalves e Paulo Esteireiro, é uma publicação anual com arbitragem científica que ao longo do último ano conseguiu a indexação em dois diretórios de revistas científicas, concretizando assim a sua estratégia de inclusão em bases de dados internacionais de publicações periódicas prestigiadas no domínio da ciência. A primeira etapa foi realizada com a indexação no diretório Latindex (Sistema Regional de Informação para as Revistas Científicas de América Latina, Caribe, Espanha e Portugal) e, passado poucos meses, a RPEA foi integrada no Índice Europeu de Referência para as Ciências Sociais e Humanas (ERIH PLUS). Este reconhecimento internacional da RPEA comprova a importância do investimento realizado pelo Governo Regional da Madeira, através da Secretaria Regional de Educação, no domínio da investigação na área da educação artística. Com estas indexações em importantes diretórios de revistas científicas, a RPEA confirma o seu lugar de destaque no panorama das publicações científicas portuguesas, sendo atualmente reconhecida como uma das mais importantes revistas na área da educação artística em Portugal. O Latindex é um sistema de informação académico, especializado em periódicos científicos editados nos países Ibero-americanos. O sistema é fruto pág. 10

da cooperação entre diferentes instituições de 23 países e está disponível para consulta em http:// www.latindex.org. Em Portugal o Latindex está representado na Fundação para a Ciência e a Tecnologia, instituição que emitiu a autorização da indexação da RPEA. O Índice Europeu de Referência para as Ciências Sociais e Humanas (ERIH PLUS) foi criado e desenvolvido por investigadores europeus, sob a coordenação do Comité Permanente para as Humanidades (SCH), da Fundação Europeia da Ciência (ESF – European Science Foundation). Para serem incluídos no ERIH PLUS, os periódicos científicos nas áreas das ciências sociais e humanas devem respeitar padrões de referência científicos, que se baseiam nos princípios utilizados pelo ESF e pela Associação Norueguesa de Instituições de Ensino Superior. Este é naturalmente mais um passo importante para o sucesso da revista que a direção da RPEA partilha com todos aqueles que têm ajudado a construir este projeto editorial, importante para a divulgação da investigação na área da educação artística. A Revista continua a ter a versão impressa para bibliotecas académicas e para os interessados em ter uma versão em suporte papel, mas a partir de agora, ao aderir ao “Open Journal System”, este sistema permitirá aumentar o número de leitores dos artigos publicados na RPEA e assim aumentar


o impacto da revista no meio académico, através de um previsível aumento de citações dos artigos. Recorde-se que se trata de uma publicação científica que a Direção de Serviços de Educação Artística e Multimédia, Da Direção Regional de Educação, publica anualmente dedicada à educação e às artes. A revista tem como título Revista Portuguesa de Educação Artística (ISSN 1647-905X, versão impressa, ISSN 2183-7481, versão online) e tem como principal propósito divulgar os resultados de investigações e projetos realizados nas diferentes áreas artísticas, desde que direcionados para a educação. Os artigos publicados na RPEA passam todos por um processo rigoroso de avaliação, de modo a garantir a sua qualidade científica. Inicialmente são avaliados por membros da equipa editorial e os considerados adequados são submetidos ao parecer técnico de pelo menos dois revisores externos, selecionados entre os membros do Conselho Científico da RPEA. A revisão é feita anonimamente, podendo os revisores propor a rejeição, aceitação sem modificações ou propor alterações de conteúdo ou de forma, condicionando a publicação do artigo às mesmas.

Língua Oficial Portuguesa e, em caso de especial relevância, podem ser aceites textos escritos em inglês. Os artigos propostos não podem ter sido objeto de qualquer outro tipo de publicação. Esta restrição não se aplica a notas de imprensa ou a resumos publicados no âmbito de reuniões científicas. A RPEA é Indexada e Referenciada pelas seguintes bases de dados internacionais de publicações periódicas científicas: ERIH PLUS - European Reference Index for the Humanities and Social Sciences; Latindex - Sistema Regional de Informação para as Revistas Científicas de América Latina, Caribe, Espanha e Portugal.

Para os interessados em publicar na Revista Portuguesa de Educação Artística (RPEA), salientase que esta publicação aceita artigos sobre qualquer tema do domínio da educação artística, resultantes de investigação original ou de cariz ensaístico, preferencialmente numa das seguintes áreas: Educação Musical, Dança, Teatro, Artes Plásticas, Musicologia e História da Arte. São bemvindos artigos provenientes de todos os Países de pág. 11


Temporada Artística 2016 uma política cultural descentralizada Foi com o objetivo de proporcionar experiências de palco às crianças e jovens da Madeira que, há 10 anos, a Secretaria Regional de Educação, através da Direção de Serviços de Educação Artística e Multimédia (DSEAM), decidiu criar a Temporada Artística.

A oportunidade de subir ao palco é, sem dúvida, um fator imprescindível para o sucesso de uma atividade artística. Por esta razão, este ano, a descentralização cultural é ainda mais significativa na medida em que estes projetos artísticos chegam aos 11 Municípios da RAM, através de parcerias estabelecidas com os mesmos.

O projeto consiste na realização média de 200 espetáculos por ano, em cooperação com todos os munícipios da Região Autónoma da Madeira (RAM) e um conjunto de parceiros públicos e privados.

Estas parcerias são de extrema importância, pois representam valor acrescentado aos diferentes projetos da DSEAM e proporcionam oportunidades para que os seus grupos se apresentem em diferentes palcos e perante públicos distintos.

Este ano, a Temporada Artística de 2016 apresenta uma variedade de espetáculos com 19 grupos da DSEAM, nos mais diferentes palcos da região, nas áreas de música, do teatro e da dança.

Esta Temporada marca presença em palcos tais como o Teatro Municipal Baltazar Dias, auditórios dos Centros Cívicos, Casas do Povo, e Salões Paroquiais, de forma a chegar a mais públicos diferenciados e de sensibilizar toda

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uma comunidade para a importância e valor das artes. A DSEAM, este ano, dá maior relevo à divulgação destes eventos para que cheguem a um maior número de públicos (nacional e estrangeiro), utilizando alguns canais de informação, concebidos para o objetivo. Deste modo, contará com parceiros, públicos e privados, que através das suas valências colaborarão na divulgação e realização dos diversos eventos. Na Temporada Artística de 2016, o público poderá assistir desde peças de teatro, a performances de dança e concertos.

Continuando a aposta na relação com as famílias, há, à imagem das Temporadas anteriores, espetáculos interativos onde alunos das diferentes escolas da região são convidados a partilhar o palco com os grupos da DSEAM. Para além destes espetáculos, poderá assistir a projetos de simbiose ou pluridisciplinares onde haverá a união das diferentes áreas artísticas em prol da inovação nas artes performativas. Faça parte desta Temporada Artística 2016 escolhendo o seu lugar na plateia. Pode consultá-la no site www.madeira-edu/dre/ dseam. ou descarregar a aplicação TempArt para o seu telemovél.

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“A Viagem de Sonhos”

chegou à Casa das Mudas “A Viajem de Sonhos” é o nome do espetáculo que esteve em cena , no mês fevereiro, na Casa das Mudas, na Calheta, e onde os bailarinos se juntaram para, segundo a diretora artística do grupo InCORPOrARTE, Juliana Andrade, «dar vida ao absurdo, mas familiar, sonho de um rapaz». Nuno Velosa será o solista, o rapaz que ousa sonhar e imaginar um mundo que de tão imaginário é tão real e presente. O conceito do espetáculo, que tem também a vertente interativa, uma vez que reuniu em palco o grupo da Direção pág. 14

de Serviços de Educação Artística e Multimédia e todas as escolas do 1.º Ciclo do concelho da Calheta, é descrito por Juliana Andrade da seguinte forma «Por vezes cedemos aos medos, sentimonos sós, perdidos, por vezes viajamos sem tocar com os pés no chão, estamos nas nuvens, por vezes somos engolidos pelas nossas ideias, pelas ideias dos outros, deixamo-nos levar ao sabor do vento ou lutamos contra ele, muitas vezes percebemos que o nosso mundo está ao contrário e não deveríamos estar onde estamos, a maior parte das vezes sentimo-nos presos do lado errado do


vidro, apenas como observadores que anseiam por atravessar para o outro lado, o lado da felicidade...». Esta peça pretende fazer-nos viajar pelo inconsciente expressado incisivamente nos nossos sonhos, num ambiente irreal, absurdo e exagerado, onde seremos levados a divagar pelo “faz de conta” do nosso imaginário mais profundo”, conta Juliana Andrade.

Pela caraterística de espetáculo interativo, a idealização da peça “A Viagem de Sonhos” foi de Juliana Andrade, em cocriação coreográfica com os bailarinos do InCORPOrARTE e com os professores de Expressão Musical e Dramática, Carla Jardim, Jenny Pita, Celso David e Telmo Rodrigues.

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Exposição mostra evolução da ARTE INCLUSIVA na Madeira Num tempo em que, globalmente, impera o descomprometimento social, é urgente mostrar o que a Arte tem feito em termos de coesão e inclusão social, focando a igualdade de oportunidades e o respeito pelas capacidades e diferenças individuais. A cultura acessível é uma marca do presente que se projeta no futuro, aliando-lhe também outros públicos. A Arte Inclusiva tem como condição a cooperação entre parceiros sociais e institucionais e a mudança de atitudes sociais, passando pela consciência e pelo envolvimento de toda a comunidade. Durante um mês, de 17 de fevereiro a 17 de março, a exposição “ARTE INCLUSIVA.COM”, organizada pela área de Arte Inclusiva da Direção de Serviços de Educação Artística e Multimédia (DSEAM) / Direção Regional de Educação esteve patente ao público no Salão Nobre do Teatro Municipal Baltazar Dias, no Funchal, e pretendeu, sobretudo, evidenciar o processo histórico, as práticas socialmente reconhecidas (ARTE INCLUSIVA) e apontar o futuro, num propósito em aberto (.COM), capaz de gerar novas práticas e mais inclusão artística - uma realidade que só fará sentido, associando esforços e promovendo parcerias com instituições, entidades e públicos diversificados. pág. 16

Sobre a Arte Inclusiva O conceito de Arte Inclusiva, desenvolvido um pouco por todo o mundo, numa atitude de igualdade de oportunidades e de respeito pelas diferenças individuais, visa tornar acessível a prática artística para todos no mundo da ARTE e da CULTURA.


Na Região Autónoma da Madeira, estas práticas iniciaram-se em finais dos anos 80, por iniciativa da Secretaria Regional de Educação / Direção Regional de Educação Especial e Reabilitação. Tomou forma a partir do PROJETO OFICINA VERSUS, perpetivando a igualdade de oportunidades nas práticas artísticas, a inclusão sociocultural e a mudança de atitudes sociais. Passadas mais de duas décadas, este processo constitui uma herança significativa no âmbito da Música, do Teatro, da Dança e das Artes Plásticas. Este percurso foi enquadrado em diferentes designações e lógicas orgânicas:

1989-1993: “OFICINA VERSUS” / DREE (*) 1994-2004: “SERVIÇO DE ARTE E CRIATIVIDADE” / DREER (*) 2005-2008: “DIVISÃO DE ARTE E CRIATIVIDADE” / DREER (*) 2009-2012: “NÚCLEO DE INCLUSÃO PELA ARTE”/ DREER DSRPPD (*) 2012-2015: “NÚCLEO DE INCLUSÃO PELA ARTE”/ DRE - DSEAM (*) Grupos em destaque: Orquestra Eleutério de Aguiar (Música Inclusiva / Instrumental Orff ) GMT Oficina Versus (teatro inclusivo) Ser Mais Teatro (iniciação ao teatro Inclusivo) Grupo de Mímica do STEDA (*) (teatro mimado para surdos) Dançando com a Diferença (dança Inclusiva / contemporâneo) Banda Outro Sentido (música inclusiva / percussão, cordas, teclas, voz) Duo Carla e Marcelo (música inclusiva / voz e cordas) Trio Essências (música inclusiva / voz, cordas, teclas e flauta) Banda Prá Música (música inclusiva / percussão, cordas, teclas, sopros e voz) Danças e Cantares (música inclusiva / cordofones tradicionais, percussão, flauta, voz e dança tradicional) Eventos de destaque: ESPETÁCULOS INCLUSIVOS DE TEATRO e DANÇA CONCERTOS INCLUSIVOS FESTIVAL DE ARTE CRIATIVIDADE E RECREAÇÃO (4 edições) MOSTRA DE ARTE E INCLUSÃO SOCIOCULTURAL (1 edição) ARTE NA RUA (3 edições ) ABERTURA E ENCERRAMENTOS - JOGOS ESPECIAIS DA RAM (20 edições) ESPETÁCULOS INTERATIVOS ESPETÁCULOS EM SIMBIOSE FESTIVAIS LOCAIS, NACIONAIS E INTERNACIONAIS (participações com música, teatro e dança) PARCERIAS CULTURAIS (locais e nacionais) (*) DREE - Direção Regional de Educação Especial DREER - Direção Regional de Educação Especial e Reabilitação DSRPPD - Direção de Serviços de Reabilitação Psicopedagógica para Deficientes DRE - Direção Regional de Educação DSEAM - Direção de Serviços de Educação Artística e Multimédia STEDA - Serviço Técnico de Educação para a Deficiência Auditiva

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Imagine O GMT OFICINA VERSUS voltou a apresentar a peça “IMAGINE” de vários autores, com dramaturgia de Ester Vieira e encenação de Duarte Rodrigues. O espetáculo já tinha sido um sucesso em 2015 e voltou a encher, em março passado, a sala do Cine teatro de Santo António em várias sessões. As escolhas do GMT Oficina Versus têm como critério os valores sociais e inclusivos, orientados para a reflexão e para a mudança de atitudes, uma função subjacente à da natureza do próprio Teatro enquanto linguagem artística, canal de comunicação e veículo de transformação da consciência humana. IMAGINE é um trabalho cénico que reúne 34 pessoas em palco, num exercício de equidade e inclusão, sem dúvida, inovador. Num mesmo espetáculo e, paralelamente às temáticas de histórias de vida de pessoas com necessidades especiais, lidamos com a exigência técnica e artística do espetáculo, com um elenco inclusivo, com a comunicação cénica em LGP (Língua Gestual Portuguesa) e com a participação especial de 22 alunos de uma escola de referência para alunos surdos. Acreditamos que a nossa mensagem poderá mudar a sua atitude... pág. 18


SINOPSE A ação decorre num Teatro, entre ensaios e na ribalta mágica da representação. Entre atos, os atores vão contando as suas histórias reais, em episódios de vida, soltos por flashes inesperados das suas memórias. Nessas histórias emerge o dramatismo das suas vidas, pequenas vitórias e grandes causas. Todos falam na primeira pessoa, com domínio, consciência e convicção de si mesmos. No processo criativo, emergem as marcas e os limites, o esforço e a superação.

Fala-se da gravidez de mulheres paraplégicas, da sexualidade e do preconceito, da comunicação gestual castrada, da paixão inocente, da humilhação, da injustiça e do incrível talento de Emmanuelle Laborit que vence todos os limites e se torna maior do que alguma vez ousou imaginar. No final, no embalo de IMAGINE de John Lennon, canta-se numa outra língua, a mostrar que o mundo não depende de palavras entendíveis, mas de um poder interior capaz de vencer todos os limites. pág. 19


“Crimes, pecados e confissões” Espetáculo do grupo Línguas de Palco, da Direção de Serviços de Educação Artística e Multimédia, atuou dias 16 e 17 de abril “Crimes, pecados e confissões” foi o espetáculo que o grupo Línguas de Palco, da Direção de Serviços de Educação Artística e Multimédia (DSEAM), levou a cena na Casa das Mudas, na Calheta, nos dias 16 e 17 de abril. Sob direção artística de Miguel Vieira, a peça retrata “uma sucessão de cenas acerca do “ontem”, do “agora” e do “amanhã”, que leva ao percurso da consciência humana e das suas escolhas para dissolver culpas, vergonhas e medos”.

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Com uma carga dramática intensa, este espetáculo pretendeu levar o público, segundo o encenador, a um universo de realidades paralelas onde os “egos” exteriorizam a sua solidão, raiva e descontentamento. O grupo Línguas de Palco é um grupo de teatro constituído por alunos dos 15 aos 20 anos, que desenvolvem trabalhos específicos a nível de interpretação e representação.


A equipa apresenta anualmente espetáculos intensivos procurando as mais diferentes experiências artísticas e a diversidade de géneros teatrais. O espetáculo no sábado, dia 16, foi patrocinado pela Câmara Municipal da Calheta, que distribuiu bilhetes pelos jovens do concelho. O espetáculo no domingo esteve disponível ao público, com entradas no valor de 5€. A DSEAM tem programado levar até ao Forte São Tiago, no Funchal, o mesmo espetáculo, no dia 21 de maio.

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35.º Festival da Canção Infantil da Madeira O Centro de Congressos da Madeira encheuse para uma tarde de magia e encanto O centro de Congresso da Madeira foi pequeno para o número de pessoas que quis assistir á edição de 2016 do Festival Infantil da Madeira. Uma tarde cheia de encanto e magia que voltou a renovar o sucesso que este evento tem, desde a sua existência. Há 35 anos que, através da Secretaria Regional de Educação, o Governo Regional da Madeira realiza o Festival da Canção infantil da Madeira. Após 5 festivais infantojuvenis, o festival, este ano, readquiriu o seu formato original, passando a dirigir-se exclusivamente ao público infantil. No passado dia 2 de abril, a sala do Centro de Congressos da Madeira esgotou para uma tarde de magia, encanto e muitas surpresas. O Festival da Canção Infantil da Madeira (FCIM) trata-se de um evento que representa muito mais do que uma competição, pois, apesar de se tratar de um concurso com caráter competitivo, composto por 12 canções inéditas, no âmbito da magia e do imaginário infantil, destinado a crianças entre os 4 e os 10 anos, proporciona aos seus participantes outras experiências. A pág. 22

organização é da responsabilidade da Direção de Serviços de Educação Artística e Multimédia (DSEAM). Júlia Ochoa, com a música “Como é bom sonhar”, conquistou o prémio “Folhas de Prata” do 35.º Festival da Canção Infantil da Madeira. Seguindo-se, em segundo lugar, ficou o solista Ruben Martins com a canção “Uma escola feliz”. A dupla de irmãos Maria Leonor e Guilherme Pereira, não se deixou passar despercebida, conquistando o terceiro lugar com a música “Brincar juntos é tão bom”. Proporcionados grandes momentos de interação entre o Coro Infantil e os 13 solistas, este evento ofereceu às 700 pessoas que constituíam a plateia, um genuíno espetáculo que não deixou ninguém apático ao seu encanto. Após terem decorrido as 12 canções candidatas, na segunda parte, subiram ao palco as Ninfas do Atlântico, com o tema Adagio.


Fig. 1 – Júlia Ochoa

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Seguiram-se os temas Show Must Go On e I Have Nothing, interpretados por Constança Sousa e Melo.

Fig. 2 - Ruben Martins

A cantora tem 11 anos e foi uma das grandes surpresas do Got Talent Portugal 2015, cativando tanto o público e o júri com a sua poderosa voz. Embora não tenha vencido a edição, acabou por ser uma vencedora na medida em que chegou à final daquela competição.

Fig.3 – Irmãos Maria Leonor e Guilherme Pereira

Fig. 4 - Ninfas do Atlântico

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Fig.5 - Constança Sousa e Melo


Em estreia absoluta, criada pela DSEAM, apresentou-se a nova personagem: JuJu Red, com a canção “Ao sabor do Hip Hop”. Esta personagem surgiu de um projeto que nasceu com o propósito de revitalizar e divulgar as canções infantis madeirenses originais, que têm surgido ao longo do FCIM.

Para desfecho em grande do espetáculo, a Equipa de Animação da DSEAM contou a história “Fada das Crianças”: uma história de uma fada que tem a função de distribuir afetos a todas as crianças no reino da terra.

Fig. 6 - JujuRed

Fig. 7 - Equipa de Animação da DSEAM

Esta é uma tarefa notável e poderosa, pois são os seus afetos têm o poder de proteger as A ideia original foi selecionar um conjunto das emoções dos mais pequeninos. melhores canções surgidas no festival e criar uma personagem carismática, que desse uma No entanto, surge algo inesperado, que abala o nova vida às músicas e criasse coreografias reino dos afetos, com o intuito de acabar com atrativas para as crianças. todos os mimos e gargalhadas. O desenrolar da história remete aos procedimentos de como os Considerou-se que a professora de dança heróis irão resolver este vultuoso problema. Juliana Andrade tinha o perfil ideal para este projeto por ser muito criativa, excelente cantora e talentosa na criação de coreografias. Reuniu-se a criatividade das áreas de design e multimédia da DSEAM e nasceu a Juju Red.

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Prémios

Atividades Sociais

Canção 1ª classificada (vencedora) Prémio intérpretes: Folhas de Prata Troféu: Secretaria Regional de Educação Prémio: Porto Santo Line | Flow | Tuk-tuk | ACIN Prémio Autores da letra e música: Placa em prata Troféu: Secretaria Regional da Educação Prémio: ACIN

Na semana que antecedeu o 35.º Festival da Canção Infantil da Madeira foram organizadas algumas atividades sociais onde participaram o Coro Infantil da DSEAM e os Solistas do evento, para que pudessem desfrutar de momentos de convívio, interação e diversão.

Canção 3º classificada Prémio interpretes: Chalet Vicente | Flow | Tuktuk Prémio autores: Câmara Municipal do Funchal | Hamburgueria do Mercado

No dia seguinte, dia 30 de março, os mesmos participantes, realizaram passeios de autocarro (em dois Red Sightseeing Bus), proporcionados pela empresa Douro Acima.

Na terça-feira, dia 29 de março, foi realizada uma visita ao Município da Calheta, que teve saída do Canção 2ª classificada Palácio da Justiça, pelas 9h30 e regresso pelas Prémio interpretes: Residencial Encumeada | 15h. Os participantes desta atividade tiveram Flow | Tuk-tuk oportunidade de visitar a Quinta Pedagógica Prémios autores: Prémio RTP- Madeira | dos Prazeres e de desfrutar de um almoço Hamburgueria do Mercado oferecido pela Câmara Municipal da Calheta.

A Flow coloriu, animou, presenteou e divertiu o Festival da Canção Infantil da Madeira 2016, dando cor à entrada do local do evento, com um arco-íris de balões. pág. 26

O passeio proporcionado durante toda a manhã levou as crianças desde o Jardim Almirante Reis até o Pico dos Barcelos, seguindo-se uma visita à Baía de Câmara de Lobos, onde aproveitaram para num momento de improviso encantarem as pessoas que se encontravam no Mercado do concelho com a interpretação da canção vencedora da edição passada.


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A visita terminou com uma passagem pelos Jardins do Lido. O dia de passeio colminou com um almoço pelas 13h30 no Café | Restaurante Apolo, oferecido pela OF – Escola de Formação Profissional. O CD do 35.º Festival da Canção Infantil da Madeira O CD do 35.º Festival da Canção Infantil da Madeira já está disponível na areaVIRTUAL. O CD é constituído pelas 12 músicas finalistas do Festival interpretadas pelos 13 solistas concorrentes. O PVP é de apenas 5 euros. Ao comprar esta edição estará a apoiar a criação de músicas infantis em língua portuguesa. pág. 28


Festival Juvenil da Canção da Madeira ganha novo formato dia 21 de junho, No palco do Jardim Municipal do Funchal O Festival da Canção Juvenil da Madeira foi este ano separado do Festival da Canção Infantil da Madeira, realizando-se, assim, a 5.ª edição no dia 21 de Junho, no Jardim Municipal do Funchal. O concurso está aberto a jovens entre os 14 e os 23 anos que cantem em português e as condições encontram-se definidas no regulamento que pode ser consultado na página da Direção de Serviços de Educação Artística e Multimédia: http://www.madeiraedu.pt/dseam. Ao contrário do Infantil, o festival Juvenil aceita temas originais e covers. Estarão em competição seis canções inéditas e seis temas de outro cantor, interpretados pelo concorrente à sua maneira, sendo que os concorrentes não podem concorrer nas duas categorias. As canções inéditas serão avaliadas pela música, letra e pela interpretação, enquanto que os covers serão avaliados exclusivamente pela interpretação. O Melhor Intérprete do festival será aquele que conseguir melhor pontuação, independentemente de ser uma

canção original ou escolhida de outro cantor. Além deste prémio, serão atribuídos prémios de patrocinadores, assim como a possibilidade de gravação de um videoclip, aos autores da melhor canção inédita. O regulamento do concurso já está disponível e o primeiro prazo para entrega das canções para seleção, com um pseudónimo, termina no dia 15 de abril. No dia 19, o júri vai selecionar os concorrentes. No dia seguinte, a organização reúne com os autores da música e letra e com os responsáveis pelos covers. A audição aos solistas para as canções inéditas está prevista para o dia 30 de Abril. O 5º Festival da Canção Juvenil da Madeira é um evento que tem por objetivos estimular o gosto pela música; criar e divulgar temas musicais e bandas juvenis; estimular o aparecimento de novos intérpretes e autores; valorizar os compositores e letristas; sensibilizar a comunidade em geral para a importância da música na formação do indivíduo; proporcionar um momento artístico juvenil de excelência, promover momentos de socialização entre os participantes e ainda o de proporcionar o aparecimento de novos talentos, assim como novas bandas regionais. pág. 29


Regionalização do Currículo de Educação Musical na madeira com novos recursos

O processo da integração de componentes regionais e locais no currículo de Educação Musical, na Região Autónoma da Madeira, teve o seu início oficial em 2006, através do projeto Regionalização do Currículo de Educação Musical, com a edição de um livro de apoio ao professor, destinado ao 2.º ciclo do ensino básico e outro ,em 2009, destinado ao 3.º ciclo do ensino básico. A inserção no currículo destas práticas musicais tem por objetivos ajudar o aluno a se integrar nas estruturas sociais que o rodeiam; a conservar o património musical madeirense, através da educação e, por último, o reforçar da identidade regional, numa época de forte globalização económica e cultural, objetivos estes que têm servido de mote às conferências didáticas que se vêm realizando nas escolas, envolvendo alunos e docentes, paralelamente à formação contínua para os professores.

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Neste âmbito, a criação de materiais didáticos de complemento àquelas edições tem sido uma constante e uma mais-valia para o desenvolvimento do projeto, considerando o vasto património musical madeirense. Considerando a maximização destas edições e com o objetivo de transformálas em recursos pedagógicos mais acessíveis aos professores, foram criadas equipas de trabalho, compostas por docentes de educação musical dos 2.º e 3.º CEB que estão a lecionar, para a criação de atividades musicais diversificadas, abrangendo os três tipos de experiências musical: audição, interpretação e criação. Foram várias as obras utilizadas para a criação das atividades pedagógicas que estão disponibilizadas através de um site interativo, da responsabilidade da Direção de Serviços de Educação Artística e Multimédia, acessível a todos os professores de educação musical (http://www02.madeira-edu.pt/ dre/educacao_artistica_multimedia.aspx).


Zeca Afonso inspirou “O que faz falta” Nos dias 24 e 25 de abril, o espetáculo “O que faz falta”, promovido pela Direção de Serviços de Educação Artística e Multimédia (DSEAM), em parceria com a Câmara Municipal de Machico, esteve no Palco do Forum daquele concelho.. Com duas sessões, uma dia 24, domingo e outra segunda, dia 25, ambas iniciadas às 18h00, o espetáculo incidiu sobre o repertório de Zeca Afonso, o qual mereceu especial contributo de um dos professores envolvidos neste projeto (José António Silva), uma vez que conheceu o cantor pessoalmente. José Afonso (1929-1987), ao longo da sua vida preenchida por alguma falta de saúde, trabalhos precários e uma vasta obra musical, viajou, tanto por questões familiares, como por situações artísticas. Através de contratos com diversas editoras, publicou 45 álbuns. Foi e ainda é uma referência cultural. pág. 31


O espetáculo “O que faz falta” surgiu da vontade de despertar curiosidade sobre quem foi o cantor, nomeadamente, o homem em si e a sua obra. A Divisão de Expressões Artísticas, através dos grupos envolvidos neste projeto, pretendeu aprofundar conhecimentos artístico-culturais, através da simbiose da Música, Dança e Palavra. Nas áreas da música e dança, estiveram em palco 45 executantes, alunos e professores, dos grupos Dolcemente, Ensemble de Acordeões, Ensemble de Percussão, Incorporarte e Si que Brade. Este projeto foi produto de um trabalho colaborativo entre professores responsáveis e alunos, através de conceção artística, arranjos musicais e coreografias, já apresentado no ano passado na Casa das Mudas e, que pelo sucesso obtido, foi novamente levado a palco este ano em Machico.

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VII Congresso de Edicação Artística

As inscrições para o VII Congresso de Educação Artística já estão abertas e podem ser realizadas através do site da DSEAM (www.madeira_edu.pt/DRE/educacao_ artistica_multimedia ).

animadores dos serviços educativos dos museus , agentes culturais e demais interessados, o Congresso apresenta sempre um programa com um conjunto variado de comunicações e atividades em workshop’s.

Destinado a professores, investigadores, estudantes, gestores e administradores educativos, artistas, animadores culturais, pág. 33


Plano de Formação Maio 6, 7 e 8 de maio – “Workshop de interpretação musical – Acordeão”, Funchal 6, 7 e 8 de maio – “Workshop de interpretação musical – Guitarra”, Funchal 9 a 18 de maio – “Musicalização Infantilpara a cresche e pré escolar”, Funchal 16 a 25 de maio – “Caracterização teatral versus pinturas faciais”, Funchal 17, 18, 19 e 20 de maio – Workshop “(Re) Criação de Histórias Infantis”, Porto Santo

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Julho 4 a 8 de julho – “Lixo com ritmo”, Funchal 4, 5, 6 e 7 de julho – “Processo de iniciação na modalidade artística instrumental”, Funchal 4 a 13 de julho – “Construção de fantoches em esponja”, Funchal 4 a 13 de julho – “Bailando com tradições”, Funchal 11 a 15 de julho – “AO PALCO” – Laboratório de improvisação”, Funchal (data a definir) - “Viver com animação 2 - A mente criativa na escola”, Funchal (data a definir) - “Viagens no reino das sombras – construção e manipulação de sombras chinesas”, Funchal pág. 35



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