Magazine de educação artística - Nov e Dez 2013

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nov.dez.’13


Propriedade: #DRE#Educação#Artística#DSEAM#

Direção Geral Carlos Gonçalves Paulo Esteireiro Coordenação Editorial Filipa Silva Coordenação Gráfica e Capa Silvano Rodrigues Paginação Silvano Rodrigues e Marta Abreu Colaboradores

Carlos Gonçalves Paulo Esteireiro Marina Ornelas Paula Rodrigues Juliana Andrade Miguel Vieira Rui Mimoso Produção DSEAM


Disco de vinil é uma mídia desenvolvida no início da década de 1948, um material plástico (normalmente cloreto de polivinila, ou PVC), usualmente de cor preta tornando obsoletos os antigos discos de goma-laca de 78 rotações - RPM (rotações por minuto) -, que até então eram utilizados. Os discos de vinil são mais leves, maleáveis e resistentes a choques, quedas e manuseio (que deve ser feito sempre pelas bordas). Mas são melhores, principalmente, pela reprodução de um número maior de músicas - diferentemente dos discos antigos de 78 RPM - (ao invés de uma canção por face do disco), e, finalmente, pela sua excelência na qualidade sonora, além do atrativo de arte nas capas de fora. O

O disco de vinil possui forma espiralada que discos da borda externa horário. Trata-se de uma mecânica. Esses sulcos agulha vibrar. Essa sinal elétrico. Este mente amplificado e (música).

micro-sulcos ou ranhuras em conduzem a agulha do tocaaté o centro no sentido gravação analógica, são microscópicos e fazem a vibração é transformada em sinal elétrico é posteriortransformado em som audível

A partir do final da década de 1980 e início da década de 1990, a invenção dos compact discs (CD) prometeu maior capacidade, durabilidade e clareza sonora, sem chiados, fazendo os discos de vinil ficarem obsoletos e desaparecerem quase por completo no fim do Século XX. No Brasil, artistas que pertencem a grandes gravadoras, gravaram suas músicas em LP até 1997, e aos poucos, o bom e velho vinil saía das prateleiras do varejo fonográfico. Alguns audiófilos ainda preferem o vinil, dizendo ser um meio de armazenamento mais fiel que o CD.


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DSEAM#

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Duas reedições da AREArtística, dois bons exemplos da qualidade da educação artística ao nível regional por Paulo Esteireiro

A Associação Regional de Educação Artística reeditou recentemente duas edições, publicadas originalmente em 2007: o CD «É Natal outra vez», do Coro Infantil da DRE/Educação Artística, e o manual de iniciação à guitarra «Brincar a tocar 1 – de corda em corda». São duas edições que obtiveram um importante sucesso nos últimos anos – por esse motivo foram agora reeditadas na altura do Natal –, sendo dois bons exemplos da qualidade da educação artística ao nível regional. O CD “É Natal outra vez” «É Natal outra vez» foi editado pela primeira vez em 2007. Quem está atento ao meio musical madeirense e nacional tem, naturalmente, conhecimento da enorme qualidade do Coro Infantil da DRE/Educação Artística, que conta com a direção artística da maestrina Zélia Gomes. O Coro Infantil da DRE/Educação Artística foi constituído em outubro de 1987, na dependência da Secretaria Regional de Educação. Atualmente, é composto por 60 crianças com idades compreendidas entre os 7 e os 13 anos. Desde a sua constituição, vem participando em inúmeras atuações de caráter sóciocultural, organizadas por entidades públicas e privadas, bem como em programas de rádio e televisão, salientando-se a participação anual no Festival da

Canção Infantil da Madeira, onde faz o suporte coral de todas as canções concorrentes. Participou em vários encontros e festivais de coros infantis e juvenis da Madeira e Porto Santo. Nesta coletânea, encontram-se várias músicas regionais, nacionais e estrangeiras, que têm como tema comum uma data festiva com uma enorme tradição popular na região: o Natal. É de destacar a enorme qualidade das vozes: desde a afinação, passando pela excelente escolha dos solistas, até à conjugação de timbres. Importa ainda dizer que este CD está bastante atrativo em termos de design gráfico. Se não o adquiriu na época natalícia que passou, aqui fica um exemplo de uma prenda diferente, de qualidade, regional e que enriquecerá, certamente, o sapatinho de qualquer lar. «Brincar a tocar 1 – de corda em corda» «Brincar a tocar 1 – de corda em corda» é o manual de iniciação à guitarra adotado para o ensino deste instrumento na Direção de Serviços de Educação Artística e Multimédia (Funchal) e no projeto Crescer com a Música (Lisboa). A motivação para esta edição surgiu da inexistência de um manual de iniciação à guitarra que, por um lado, fosse constituído por canções conhecidas cantadas em português e que, por outro lado,


organizasse as melodias de forma progressiva, de modo a permitir aos alunos aprender as notas das cordas da guitarra sequencialmente. Assim, neste manual, os alunos aprendem a tocar melodias populares e divertidas em todas as cordas da guitarra, começando na corda mais aguda e caminhando progressivamente por todas as cordas até à mais grave. Daí o nome do livro: «Brincar a tocar 1 – de corda em corda». O manual é acompanhado de um CD com 46 playbacks, que permitem ao aluno tocar as melodias com um acompanhamento harmónico, facilitando assim a sua aprendizagem em casa. As principais canções do manual têm sempre dois playbacks: um no andamento original da canção e outro num andamento mais lento, para permitir ao aluno tocar com o acompanhamento, mesmo quando ainda não domine a música na perfeição.


Danรงas da Madeira Divulgadas em Congresso Internacional por Carlos Gonรงalves


Danças da Madeira Divulgadas em Congresso Internacional

O Governo Regional da Madeira, através da Secretaria Regional de Educação e Recursos Humanos, divulgou as danças da Madeira no Congresso Internacional «A Música no Espaço Luso-Brasileiro: Um Panorama Histórico». O congresso decorreu nos dias 7, 8 e 9 de novembro, na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, sendo organizado por centros de investigação de Portugal e do Brasil: o Centro de Estudos de Sociologia e Estética Musical (FCSH-Universidade Nova de Lisboa) e o Grupo de Pesquisa Estudos Interdisciplinares em Ciências Musicais (Universidade Federal de Pelotas – Rio Grande do Sul). A participação da Madeira neste congresso foi

protagonizada pelo Doutor Paulo Esteireiro, da Direção Regional de Educação (Serviços de Educação Artística e Multimédia), que realizou uma comunicação intitulada de «Danças no Espaço Atlântico (1821-1930): o caso da Ilha da Madeira». Danças da Madeira Em investigações recentes realizadas sobre a música instrumental na Madeira, foi possível observar que as danças ocuparam um lugar de destaque no repertório musical do século XIX e primeira metade do século XX. O repertório encontrado é influenciado maioritariamente pelas danças europeias, mas


começam igualmente a surgir danças de origem americana, embora nem sempre seja fácil de concluir se estas influências vieram diretamente da América ou se vieram via Europa. Certo é que muitos dos tipos de danças observados são comuns a outras regiões e países do espaço atlântico, tais como os Açores, Cabo Verde ou Brasil. As danças que chegaram até aos nossos dias são compostas e arranjadas musicalmente para diferentes instrumentos e constituições instrumentais – piano, machete (braguinha), viola, agrupamentos de bandolins, bandas e pequenas orquestras de salão –, sendo possível encontrar um repertório variado constituído por valsas, polcas, quadrilhas,

mazurcas, contradanças, danças com indicações geográficas (africana, espanhola, turca, pastoril, etc.), one steps, maxixes, tangos, entre outros. A enorme proporção de danças no contexto do repertório encontrado permite concluir que este tipo de música instrumental era a mais executada nos convívios sociais e privados do Funchal. A sua importância tornou-se tão central que passou a fazer parte da educação da sociedade urbana madeirense, sendo frequente encontrar referência a colégios que ensinavam as crianças e jovens a dançar. Parte deste repertório foi recuperado recentemente e executado no âmbito da Coleção


Madeira Música, sendo divulgado junto das escolas da Região Autónoma da Madeira, no âmbito do Projeto «Iniciativas da Componente Regional do Currículo». Entre os números da Coleção Madeira Música que contêm danças destacam-se os seguintes volumes: «Bailes do Funchal no século XIX» (n.º 2 da coleção), «A Música para piano na Madeira» (n.º 3), «O Machete Madeirense» (n.º 4), «O Bandolim na Madeira» (n.º 5) e «A música para viola» (n.º 7).

Paulo Esteireiro é Chefe da Divisão de Investigação e Multimédia da Direção de Serviços de Educação Artística e Multimédia. É licenciado, mestre e doutorado em Ciências Musicais pela Universidade Nova de Lisboa. Tem colaborado como divulgador e crítico musical em vários periódicos, tais como a revista espanhola Ópera Actual (2000-2012), o Jornal de Letras, Artes e Ideias (2000-2007), o Diário de Notícias da Madeira (2005-2010) e o Jornal da Madeira (20102013). Foi autor e coordenador da série documental Músicos Madeirenses para a RTP-Madeira (12 documentários). Entre as suas publicações destacam-se «Uma História Social do Piano», «Músicos Interpretam Camões», «50 Histórias de Músicos na Madeira» e «Regionalização do Currículo de Educação Musical». É coordenador da Coleção Madeira Música, série editorial que publicou sete CD-Rom com obras musicais históricas madeirenses. Tem escrito artigos para várias revistas científicas e participado com comunicações em encontros especializados em Portugal, Polónia, Brasil, Estónia, Itália e Escócia. Foi assistente da ESE de Setúbal (2008-2012) e da ESE de Bragança (2002-2005), sendo atualmente professor adjunto do ISCE (2008-2013). Leccionou na Escola Profissional de Música de Almada e foi Director Pedagógico da Academia Musical da Ilha Graciosa. Foi professor de guitarra na Academia Musical LAQ, na Foco Musical e no Gabinete Coordenador de Educação Artística.


Videoteca por Marina Ornelas

http://youtu.be/bBz3HcaUjcg


Informação DSEAM


CORDAS

ORQUESTRA

A Orquestra de Cordas da DRE/ Educação Artística foi criada em 2005, resultado do trabalho desenvolvido pelos professores de cordas da Divisão de Expressões Artísticas da Direção de Serviços de Educação Artística e Multimédia (DSEAM). Desde a sua formação, tem realizado alguns concertos de carácter sócio-cultural assim como várias apresentações em conjunto com diversos grupos da DSEAM. Atualmente, a Orquestra de Cordas é composta por 14 elementos, com idades compreendidas entre os 06 e os 14 anos. A direção artística é do Prof. Rostyslav Kuts. No decorrer de 2010, este agrupamento começou a realizar concertos inseridos na Temporada Artística, como grupo oficial.


Foto: Tiago Machado


O OR RQ QU UE ES ST TR RA A

C CO OR RD DA AS S

O Governo Regional da Madeira, através da Secretaria Regional da Educação e Recursos Humanos levou a cena, na Casa do Povo da Camacha, a peça: «Família, à Beira de um Ataque de Nervos», pelo Grupo de Teatro Línguas de Palco da DRE/ Educação Artística. Este espetáculo realizou-se no dia 16 de novembro, pelas 18H00, e foi uma co-produção entre a Associação Regional de Educação Artística e a Câmara Municipal de Santa Cruz.

O Grupo de Teatro Línguas de Palco da DRE/ Educação Artística Na sua constituição atual, o Línguas de Palco da DRE/ Educação Artística é composto por 16 elementos, todos eles participantes neste espetáculo. A encenação esteve a cargo do Prof. Miguel Vieira, com a colaboração da Prof.ª Paula Rodrigues, ambos docentes da área de teatro na DSEAM.


Sinopse: Esta história poderia ser um episódio de uma “novela brasileira" sobre um jantar muito hilariante! Maria Eugénia, uma executiva, pretende conseguir um cargo como vicepresidente na empresa do Doutor Marcos Daniel Ferreira de Vasconcelos Melo Martins da Costa de Bourbon, dando um jantar importante na sua casa, com a sua família! Ela procura ter tudo muito organizado, para que nada possa falhar, mas como a sua querida família é completamente "pirada", tudo começa a dar para o torto e num momento de grande euforia, acontecem grandes revelações... Será que Maria Eugénia conseguiu conseguir o cargo de vice-presidente da empresa?...

Informação DSEAM Fotos: Câmara Municipal de Machico


«FAMÍLIA À BEIRA DE UM ATAQUE DE NERVOS» deixa o público, em geral, bem disposto... Dília – “Fui a todos os espetáculos desta peça, e diverti-me imenso em todas as vezes. Encontro sempre novas piadas de espetáculo para espetáculo. Acho que os jovens atores são muito bons no seu trabalho. Notei um grande “à vontade” do grupo. Adorei e aconselho a todos.”

Joana – “Gostei muito da peça «Família à beira de um ataque de nervos». Achei muito criativa e também a forma como foi encenada.” Cláudia – “Adorei, ri muito, desde o início ao fim da peça.” Isabel – “Já não chorava de tanto rir à muito tempo. Até fiquei com uma dor na barriga de tanto rir.” Manuel – “São destas peças que o público precisa para esquecer a crise!” Marta – “Foi um bom trabalho de grupo. Todas as personagens eram fantásticas.” Cláudia – “Amei a peça, estou rouca de tanto rir.” Jéssica – “Queria ter visto mais! Estava a adorar a peça, quando de repente chegou ao fim… Queria mais…” Mariana – “Foi um ótimo serão!” Nuno – “Um espetáculo! Foi espetácular!...” Helena – “Foi interessante, gostaria de ver mais uma vez. A história é muito engraçada e notou-se um grande trabalho por parte dos atores.” Nélio – “Ri tanto! Já não ria assim à muito tempo!” Cáudia P. – “Amei! Adorei a personagem da empregada! Muito louca! Vi duas vezes e voltava a ver mais outra!” Joana – “Adorei a peça!” Jorge – “Fiquei surpreendido pela positiva! A peça estava muito boa!” Ana – “Credo, fartei-me de rir!” Fátima – “Uma peça muito boa, sem dúvida!” Isaltina – “Adorei, superou as espectativas.”


Informação DSEAM Fotos: InCORPOrARTE


O Governo Regional da Madeira, através da Secretaria Regional da Educação e Recursos Humanos, estreou, no dia 30 de novembro, no Centro Cívico do Estreito de Câmara de Lobos, um espetáculo de dança intitulado «Musical Tour». Este espetáculo foi uma co-produção entre a Associação Regional de Educação Artística e a Câmara Municipal de Câmara de Lobos. Em palco estiveram os 14 elementos que atualmente compõem o grupo de dança InCORPOrARTE da DRE/Educação Artística, assim como 13 antigas alunas e professoras que passaram pelo grupo de dança da Direção de Serviços de Educação Artística e Multimédia (DSEAM), sob a direção artística da Prof.ª Juliana Andrade. Contou também com a participação especial de Ricardo Mendes. Este espetáculo contou, igualmente, com a participação especial das alunas pertencentes à génese da formação do atual grupo da DSEAM. “Com um longo caminho percorrido, entre as influências, as evoluções, as desconstruções, o arrojamento ou mesmo apuramento do grupo, nunca pode ser descurada a nossa essência, as nossas raízes que nos fizeram alcançar diferentes patamares, talvez mais exigentes artisticamente mas sempre fazendo jus ao profissionalismo e entrega presentes neste grupo desde a sua formação. ” Este amor e dedicação pela dança foi o elo de ligação entre todos os elementos presentes neste espetáculo, em momentos diferentes e com percursos e circunstâncias divergentes mas com um único intuito: a fruição e a sede do movimento como objeto artístico através da partilha generosa de um espaço sagrado…o palco.


Toda a ação teve um impulsionador, toda a dança teve e tem um estímulo indiscutível, a difusão da dança nos filmes, as histórias contadas pelos musicais através da música e da dança, que nos levavam a vivenciar experiencias encantadoras através das viagens e enredos pelo cinema contados. Todos, independentemente da sua relação estreita com a dança ou música, vibraram ao ouvir ou ver um «Grease», passado no liceu, nos tempos da brilhantina, ou então um «Dirty Dancing» num amor quase impossível, onde a dança foi a ligação mais forte entre os protagonistas. Quem não canta ao som da chuva quando ouve um «Singing in the rain»? Quem não acompanhou a luta por um lugar no mundo da dança pela protagonista Alex no «Flashdance»? E quem não sonha em viver numa América evoluída como no «West Side Story»? Foi através de uma viagem por alguns dos muitos, e imortais, musicais que influenciaram a nossa infância ou juventude que este espetáculo se realizou…envolvido em energia, recordação e mais que isso em pura fruição, fazendo com que o público entrasse numa viagem envolvente às músicas e histórias que marcaram diferentes momentos da vida.


Especial Natal


Espetáculo «Especial Natal» A Direção Regional de Educação, da Secretaria Regional da Educação e dos Recursos Humanos, organizou, de 2 a 13 de dezembro de 2013, a Semana Regional da Pessoa com Necessidades Especiais. Esta iniciativa teve como objetivo envolver e sensibilizar todos aqueles que lutam por um futuro melhor para a população com necessidades especiais e alcançar níveis efetivos de inclusão social. Durante essa semana foram realizadas diversas atividades por toda a Região Autónoma da Madeira, desde exposições, concursos, ações de sensibilização, atuações, entre outras, sempre com o intuito de proporcionar momentos de igualdade de oportunidades e garantir a participação ativa dos cidadãos com necessidades especiais. No dia 6 de dezembro, pelas 21h30, a Direção de Serviços de Educação Artística e Multimédia apresentou o espetáculo inclusivo «Especial Natal», no Teatro Municipal Baltazar Dias. Informação SRE


O espetáculo «Especial Natal» foi mais um grande evento proporcionado pela DSEAM. Inserido no encerramento das comemorações da Semana Regional da Pessoa com Necessidades Especiais, este espetáculo, ambicioso, contou com momentos de simbiose, de inclusão e, acima de tudo, de partilha entre grupos distintos e com uma componente artística muito própria. A música foi, sem dúvida, o ponto de partida e a essência da conceção deste espetáculo. A Orquestra de Sopros e os Coros da DRE/Educação Artística criaram um ambiente envolvente e mágico com uma componente natalícia, em que os elementos dos grupos de teatro AltaCena da DRE/Educação Artística e o Grupo de Iniciação ao Teatro do Núcleo de Inclusão pela Arte da DRE, foram o cenário vivo que complementava e tornava a música visível em todo o espetáculo. Os atores humanizaram toda a intenção idealizada e transmitida pelas vozes e instrumentos que naquele palco passaram; as harmonias por nós conhecidas com um toque contemporâneo e com novas sonoridades, tiveram como pano de fundo postais vivos, com imagens e palavras que nos reportavam para o verdadeiro espírito de Natal. Os momentos de entusiasmo, de euforia, de magia e mesmo de alguma nostalgia, foram todos esculpidos através dos corpos, das expressões, das palavras, dos sons, das imagens e do brilho da luz ali representados. Foi sem dúvida mais uma conquista artística que promoveu no público e, acima de tudo, nos artistas, uma experiência prazerosamente vivida com emoção e profissionalismo. por Juliana Andrade


Composições Madeirenses do Séc. XIX Divulgadas na Argélia por Paulo Esteireiro


Composições Madeirenses do Séc. XIX Divulgadas na Argélia Por Paulo Esteireiro

O Quinteto Drumond de Vasconcelos, que integra os músicos madeirenses Roberto Moritz e Vítor Filipe, participou no Festival Internacional de Música Andaluza e das Músicas Antigas, na Argélia. Este evento decorreu entre os dias 20 e 29 de dezembro e contou, este ano, com uma representação madeirense através de um concerto no dia 26 de dezembro. O programa do concerto foi constituído por composições tocadas na Madeira durante o século XIX e intitulou-se de «Um Sarau Musical no Funchal do Século XIX». O musicólogo e ex-Secretário de Estado da Cultura Rui Vieira Nery participou também neste evento proferindo uma conferência sobre o Fado, intitulada «Le Fado Portugais: Racines, Itinéraire Historique, Renouveau Contemporain». O Quinteto Drumond de Vasconcelos foi fundado pelo violista e musicólogo Manuel Morais com o objetivo de contribuir para o ressurgimento e divulgação da música portuguesa do séc. XIX e da primeira metade do séc. XX, com especial relevo para a madeirense. O nome do grupo constitui uma homenagem ao machetista e compositor madeirense Cândido Drumond de Vasconcelos, tendo sido fundado por Manuel Morais, que é também o

seu diretor artístico. A estreia do grupo aconteceu em 2010, no seio do XXXI Festival Internacional de Música da Madeira. Manuel Morais Na Ilha da Madeira, Manuel Morais procedeu a um conjunto importante de investigações sobre o património musical funchalense, que lhe valeu inclusivamente uma homenagem por parte do Governo Regional da Madeira. Entre os seus contributos destacam-se os seguintes: identificou a mais antiga polifonia quinhentista madeirense; encontrou um grupo de obras dispersas de polifonia seiscentista pertencentes a um livro de facistol para a Semana Santa; publicou um extenso e diversificado repertório, datado de 1846, para o machete madeirense da autoria de Cândido Drumond de Vasconcelos; e foi responsável pela coordenação do livro «A Madeira e a Música: Estudos» (c. 1508-c. 1974), publicado pela Empresa Funchal 500 Anos. Coordenou ainda dois discos da Coleção Madeira Música: «O Machete Madeirense» e «Sarau Musical no Funchal». Relembre-se que a Coleção Madeira Música é um projeto do Governo Regional da Madeira, onde colaboram as Secretarias Regionais da Educação e Recursos Humanos e a da Cultura, Turismo e Transportes.



2 Músicos madeirenses em destaque Dois músicos madeirenses em destaque Além de Manuel Morais, Ana Leonor Pereira e Joana Amorim, o Quinteto Drumond de Vasconcelos contou com dois madeirenses: Roberto Moritz e Vítor Filipe. Roberto Moritz é licenciado em Educação Musical pelo Instituto Superior de Ciências Educativas e Mestre em Ensino de Educação Musical no Ensino Básico, na Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Setúbal. Iniciou a sua atividade instrumental em 1990, no então Gabinete Coordenador de Educação Artística (actual Direção de Serviços de Educação Artística e Multimédia), na atividade de Instrumentos de Corda Tradicionais Madeirenses, tendo também estudado Guitarra, Formação Musical e Classe de Conjunto no CEPAM. Desde 1997, leciona a actividade de Cordofones Tradicionais na DSEAM. É Músico desde 1999 do grupo Xarabanda, com o qual participou em concertos pela RAM, várias digressões nacionais e internacionais – França, Malta, Chipre e Venezuela -, e ainda na gravação de CDs.


cartaz: Filipa Silva


«Uma Viagem de Natal» O Governo Regional da Madeira, através da Secretaria Regional da Educação e Recursos Humanos, apresentou, a exemplo dos anos anteriores, uma série de espetáculos de Natal pela Equipa de Animação da Direção de Serviços de Educação Artística e Multimédia. Esta mais recente produção alusiva ao Natal foi destinada a todas as crianças da Região Autónoma da Madeira, principalmente do ensino Pré-escolar e 1º Ciclo, que fazem parte do grupo-alvo específico desta equipa de animação. «Uma viagem de Natal» é um original para teatro-musical da autoria coletiva da Equipa de Animação, com músicas de João Caldeira, encenação de Diana Pita e direcção artística de Rui Mimoso. Os restantes elementos da Equipa de Animação que deram

vida a esta história foram: Cristina Moreira, Teresa Rebelo, Ricardo Alves, Diana Pita, Ana Gouveia, Sofia Correia, João Camacho e Marlene Abreu, responsável pela caracterização de personagens. A história de um menino que não acreditava na magia do Natal e gozava com os seus amigos, colegas da escola e irmãos que partilhassem a ideia de que o pai Natal existe mesmo, e de um autocarro com uma rena relâmpago, uma menina vibrante e dois duendes brincalhões e estonteantes, que o leva a uma aventura completamente mágica e alucinante foi apresentada 9 vezes para um total de 1367 crianças. Ainda este ano, a equipa de animação conta produzir mais dois musicais - acrescenta o coordenador da mesma. por Rui Mimoso


cartaz: Tiago Machado


Já encerrou o prazo candidaturas para o 3.º Festival da Canção Infanto-Juvenil da Madeira (FCIJM), organizado pelo Governo Regional da Madeira, através da Secretaria Regional da Educação e Recursos Humanos. Os autores que quiseram concorrer, puderam fazê-lo até ao dia 4 de dezembro. A 3.ª edição do FCIJM realizar-se-á no dia 13 de abril de 2014. Os autores das canções apresentaram: 1) letra e música inéditas, sem qualquer divulgação pública ou gravação; 2) a canção gravada em CD, contemplando a voz e respetivo acompanha-


mento musical; 3) a partitura com melodia e harmonia cifrada (acordes) e a respetiva letra da canção, mesmo que parcial, com informação detalhada ao nível das vozes (2 ou 3 vozes). Tal como nas edições anteriores deste festival, todos os solistas irão apresentar-se ao vivo, acompanhados por um playback instrumental e pelos Coros Infantil e Juvenil da DRE/Educação Artística (dependendo da categoria), que interpretarão parte da canção, segundo indicações definidas pelos autores/maestrina. A categoria infantil compreende crianças com idades entre os 5 e os 10 anos, concluídos até agosto, e as canções enquadrar-se-ão, obrigatoriamente, no âmbito do imaginário infantil. Na categoria juvenil, os cantores deverão ter idades compreendidas entre os 13 e os 18 anos. As idades referidas reportam-se à data da realização do festival, inclusive. Segundo o regulamento do FCIJM, este evento tem por objetivos: estimular o gosto pela música; criar e divulgar canções musicais de natureza infantil e juvenil, e promover o aparecimento de novos intérpretes e autores; criar laços de amizade entre todos os participantes; e sensibilizar a comunidade em geral para a importância da música na formação do indivíduo. O FCIJM é operacionalizado pela Direção Regional de Educação (DRE), através da Direção de Serviços de Educação Artística e Multimédia (DSEAM), sendo uma co-produção da Associação Regional de Educação Artística (AREArtística) e RTP-Madeira, contando com o apoio de outras entidades públicas e privadas que colaboram com diferentes serviços.


Videoclip para os vencedores Entre as novidades da edição deste ano encontra-se a experiência de participação num videoclip aos intérpretes vencedores do FCIJM. Assim, aos autores vencedores de cada categoria será proporcionada a gravação de um videoclip da sua canção, bem como a oferta de um determinado número de horas para gravação em estúdio (da DSEAM). Os intérpretes vencedores de ambas as categorias serão ainda distinguidos com o troféu da Secretaria Regional da Educação e Recursos Humanos, tal como nas edições anteriores. Finalmente, às três canções melhor classificadas em cada categoria, serão atribuídos prémios oferecidos por entidades públicas e privadas.

As 13 canções para o FCIJM já estão selecionadas! Esta seleção foi realizada pela Direção de Serviços Educação Artística e Multimédia, através da Comissão organizadora deste festival, e pode ser consultada nas páginas seguintes. por: Informação DSEAM fotos: Tiago Machado


da

CANÇÃO INFANTO - JUVENIL DA MADEIRA

CANÇÕES SELECIONADAS: CATEGORIA INFANTIL N.º

Canção

Letra

Música

1

A GATA ALI

António Castro

Carina Freitas Alireza Nouri

2

CANÇÃO DO PIRATA

Leandro Costa

Leandro Costa

3

ESTÁ NA HORA DE IR P`RA ESCOLA

Maria Margarida Relva Gonçalves

Sidónio Pestana

4

NA FLORESTA ENCANTADA

Eva Lara Falcão

Mário André Rosado

5

NADAR É SONHAR

Maria Catarina Costa Neves

Jorge Ferreira

6

O AVÔ É CAMPEÃO

António Castro

Maria Ferreira

7

O MEU PLANETA COLORIDO

Rita Fernandes

Almindo Fernandes

CANÇÕES SELECIONADAS: CATEGORIA JUVENIL N.º

Canção

Letra

Música

1

ESCOLHAS

Ana Paula Spínola

Nélio Martins

2

GANHAR OU PERDER

Nídia Vilar Cláudia Sousa

Rita Malaca

3

JANELA DE ESPERANÇA

António Castro

Sidónio Pestana

4

MÚSICA É A MINHA PAIXÃO

Carina Freitas

Carina Freitas

5

O TEU OLHAR

Sara Alves

Carolina Caíres

6

SOU SONHADORA

José Carlos Mota

Maria Ferreira



A Revista Portuguesa de Educação Artística (RPEA) (ISSN 1647-905X) recebeu, até ao passado dia 2 de janeiro de 2014, propostas de artigos para o seu quarto número. A RPEA é uma revista com arbitragem científica e tem como principal propósito divulgar os resultados de investigações e projetos realizados nas diferentes áreas artísticas, desde que direcionados para a educação. Assim, convidam-se todos os interessados a enviarem propostas de artigos para a sua próxima edição. A RPEA é um projeto do Governo Regional da Madeira, através da Secretaria Regional de Educação e Recursos Humanos, que visa proporcionar à comunidade artística e científica mais um espaço para publicação dos resultados recentes de investigações e assim contribuir para a aproximação dos investigadores, que trabalham com o objetivo de compreender e melhorar o mundo das artes e da educação. A direção da RPEA aceita artigos resultantes de investigações originais ou de cariz ensaístico, preferencialmente nas seguintes áreas: Educação Musical, Dança, Teatro, Artes Plásticas, Musicologia, História da Arte e Administração Educacional (que inclua uma vertente relacionada com as artes).

O projeto da RPEA começou em 2011 através da Direção de Serviços de Educação Artística e Multimédia (DSEAM) da Direção Regional de Educação, sendo uma publicação com periodicidade anual. Após mais de três décadas a implementar as artes no ensino genérico, foi com grande contentamento que a DSEAM observou o grande crescimento ocorrido ao nível do número de cursos de mestrado e doutoramento em artes, bem como a consequente valorização deste domínio no seio da comunidade académica. Este crescimento não foi, no entanto, acompanhado no domínio das publicações, não tendo surgido um número significativo de revistas com arbitragem científica que permitissem uma divulgação eficiente dos resultados alcançados nos últimos anos. O título selecionado – Revista Portuguesa de Educação Artística – reflete o propósito nacional da revista, que está bem patente na dispersão geográfica dos autores e dos membros do conselho científico que contribuíram nos primeiros três números da revista. São bem-vindos artigos provenientes de todos os Países de Língua Oficial Portuguesa, tendo a revista já publicado artigos do Brasil e de Cabo Verde. por Paulo Esteireiro

Para mais informações sobre a RPEA, é favor consultar o site da revista em www.madeira-edu.pt/dseam.


O MUNDO A GIRAR


foto: Larissa Munhoz

O Governo Regional da Madeira, através da Secretaria Regional da Educação e Recursos Humanos, levou a cena, no Museu de Eletricidade – Casa da Luz, a peça: «O Mundo a Girar», pelo Grupo de Teatro AltaCena da DRE/ Educação Artística. Este espetáculo realizou-se no dia 29 de novembro, pelas 20H00. Este evento foi uma co-produção da Associação Regional de Educação Artística e do Museu de Eletricidade – Casa da Luz. «O Mundo a Girar» é uma abordagem ao problema, cada vez mais comum, da falta de comunicação entre os jovens e o mundo que os rodeia. A partir de duas peças de Maria Teresa Maia Gonzalez, «O Amigo do Computador» e «A Rapariga Voadora», este espetáculo é uma adaptação inspirada nos problemas e nas situações que os jovens enfrentam no seio da família, na escola e no contexto mais alargado das relações sociais. “Sérgio é um jovem que frequenta o ensino secundário. Vive em estreita ligação com o seu computador, no seu quarto, de onde raramente sai. Na verdade, o seu computador foi-se transformando,

em pouco tempo, no alvo de toda a sua atenção, ao ponto de deixar de comunicar com colegas, amigos e até com a sua própria família… Já a sua irmã Érica, sonha com o ballet, e deixa para trás todas as outras ocupações próprias da sua idade: estudo, convivência com amigos, participação em atividades escolares, vida de família, etc. Sara e Gil, os irmãos mais novos, também vivem um momento de grande preocupação, quando se apercebem que algo de muito grave poderá estar a acontecer nesta família…” Um espetáculo onde os sonhos e a realidade se misturam com as emoções, num mundo transversal a todos nós. Na sua constituição atual, o AltaCena da DRE/ Educação Artística é composto por 14 elementos, todos eles participantes neste espetáculo. A encenação esteve a cargo da Prof. ª Paula Rodrigues com a colaboração do Prof. Miguel Vieira, docentes de teatro na DSEAM. Informação DSEAM


Comentários à estreia do espetáculo O MUNDO A GIRAR, no dia 29 de novembro de 2013, no auditório do Museu da Eletricidade – Casa da Luz, pelo Grupo Teatro AltaCena:

“Após vários meses de preparação, chegou finalmente, o dia de estrearmos o nosso espetáculo «O Mundo a Girar». A estreia aconteceu no passado dia 29 de novembro, no simpático, acolhedor e intimista auditório Museu de Eletricidade – Casa da Luz (Funchal). Podemos afirmar que o desenrolar da peça se deu de forma positiva. Como atores, temos sempre a ambição de querer melhorar a nossa performance a todos os níveis, dando sempre o nosso melhor. A nosso ver, foi uma boa estreia, que nos permitiu analisar os aspetos que podemos aperfeiçoar ainda mais, para que no próximo dia 15 de fevereiro do corrente ano,

possamos apresentá-lo, ainda com mais qualidade, no Salão Paroquial São Francisco Xavier (Calheta), às 18h30m. Por esta peça ser tão atual, foi fácil identificarmo-nos com a maioria das personagens e associarmos as situações retratadas, às do nosso dia-a-dia. Ficámos com a boa impressão de que o público reagiu positivamente a este espetáculo, compensando assim, todo o esforço e trabalho encetados. Como atores e, em especial como pessoas, reconhecemos que crescemos e evoluímos com este trabalho. Aprendemos que existem diferentes perspetivas de olhar o mundo e que, apesar da gravidade dos nossos problemas, O MUNDO não pára de GIRAR.” O Grupo de Teatro Alta Cena


Comentários à estreia do espetáculo O MUNDO A GIRAR, no dia 29 de novembro de 2013, no auditório do Museu da Eletricidade – Casa da Luz, pelo Grupo Teatro AltaCena:

"Nos dias de hoje existem muitos problemas que dificultam o convívio familiar, desde o desinteresse de alguns pais em relação aos filhos, e vice-versa, e aos vícios que estes ganham com as novas tecnologias. Para além disso, mostra-nos que muitos jovens encantados pelo meio artístico, são muitas vezes impedidos de seguir os seus sonhos por causa dos pais, que desejam que estes tenham uma vida profissional estável. Recomendo vivamente a assistirem a este espetáculo." Pai do aluno Diogo Correia

“O tema da peça é atual que toca a todos nós, no dia a dia. Gostei principalmente do papel da mãe assim como do irmão “lunático” que ficava trancado no quarto. O elenco representou na perfeição os papéis que lhes foram atribuídos. De louvar o trabalho e empenho dos professores Paula Rodrigues e Miguel Vieira com este grupo. É notória a evolução da representação do grupo. Estão todos de parabéns!” Lucília Gonçalves (mãe da aluna Mafalda Anjo)

“Em relação ao espetáculo do Grupo de Teatro AltaCena, tenho a dizer que gostei bastante da peça e que conseguiu transmitir-me os problemas relacionados com o uso excessivo das novas tecnologias na vida dos jovens. Gostei da prestação dos atores.” Bárbara Ferreira


Bandas Filarmónicas O CD-Rom «Bandas Filarmónicas» já está à venda!


O Governo Regional da Madeira apresentou, no passado mês de dezembro, o CD-ROM+Áudio «Bandas Filarmónicas», oitavo volume da Coleção Madeira Música. A apresentação decorreu na sede da Banda Municipal do Funchal (“Os Artistas”), sito à Rua 31 de janeiro, n.º 117, Funchal, e foi resultado de uma parceria entre a Secretaria Regional da Educação e Recursos Humanos e a Secretaria Regional da Cultura, Turismo e Transportes. Este suporte multimédia foi produzido pela Direção Regional de Educação (DRE), através da Direção de Serviços de Educação Artística e Multimédia (DSEAM), e contou com o patrocínio da Direção Regional dos Assuntos Culturais. Esta é uma edição especial que se insere no âmbito de um projeto que visou a preservação e divulgação do património musical madeirense presente nos arquivos das bandas filarmónicas. A iniciativa intitulou-se de «Levantamento, conservação, digitalização, catalogação de partituras escritas originalmente para bandas filarmónicas no final do século XIX e primeira metade do século XX» e foi proposto pela Associação de Bandas Filarmónicas da Região

Autónoma da Madeira (ABFRAM), que é a instituição mentora e responsável pelo projeto, numa coprodução com a DSEAM da DRE. Os mentores do projeto são Manuel Duarte Silva Ferreira e João Armando Abreu dos Santos, dois professores com currículo nas bandas filarmónicas madeirenses. Ambos têm mais de 20 anos de ligação a estas instituições e por isso compreendem o espírito filarmónico e detêm conhecimento e experiência sobre as bandas madeirenses. O objetivo principal do projeto foi, assim, realizar um levantamento das obras de autores madeirenses mais representativos, junto das filarmónicas da região. Com esse intuito, foram consultados vários arquivos das bandas da região, tendo-se seleccionado um conjunto de obras de autores madeirenses que é agora divulgado em formato de CD-ROM+Áudio. Neste âmbito, sete bandas filarmónicas da Madeira gravaram em 2012 um conjunto de composições de autores madeirenses. As Bandas participantes no CD-Rom+Áudio foram as seguintes: Banda Municipal de Santana, Banda Municipal do Funchal (Artistas Funchalenses), Banda Paroquial de São Lourenço da Camacha, Banda Recreio Camponês, Banda Distrital do Funchal (Guerrilhas), Banda Municipal de Câmara de Lobos e a Banda Municipal de Santa Cruz. No domínio da investigação histórica e autoria de textos, este 8.º volume da Coleção Madeira Música contou com a colaboração especial do musicólogo madeirense Rui Magno Pinto. Todos os conteúdos presentes em «Bandas Filarmónicas» podem ser visualizados num computador e as músicas podem ser ouvidas


num leitor de CD ou no próprio computador. Neste 8.º volume é possível: 1) Ouvir oito peças madeirenses para banda filarmónica, maioritariamente da primeira metade do século XX, aqui gravadas pela primeira vez; 2) Visualizar e imprimir as partituras das peças gravadas nesta publicação; 3) Conhecer alguns dados sobre a evolução histórica das bandas filarmónicas na sociedade madeirense. A Colecção Madeira Música é constituída pelos seguintes números: 1. «Sinfonias de Santa Cecília»; 2. «Bailes do Funchal no séc. XIX»; 3. «A Música para Piano na Madeira»; 4. «O Machete Madeirense no Séc. XIX»; 5. «O Bandolim na Madeira»; 6. «Sarau Musical no Funchal»; 7. «Música para Viola»; 8. «Bandas Filarmónicas». Poderá adquirir qualquer um destes volumes através do endereço www.areavirtual.pt ou na sede da DSEAM. Importância Filarmónicas

Histórica

das

Bandas

Desde a primeira metade do século XIX, as bandas filarmónicas têm ocupado um lugar de destaque na cultura musical madeirense. Instituições bem organizadas, com estatutos e uma hierarquia definidas, as bandas descentralizaram a música e proporcionaram nas várias localidades da Madeira uma música de qualidade superior, bem como a formação de novos músicos. Em localidades onde a música estava longe do requinte atingido em meios urbanos, as bandas levaram uma enorme riqueza e variedade de instrumentos, composições com bons princípios musicais, e obras

de compositores de fama internacional, tais como Verdi, Bizet ou Tchaikovsky. Em consequência disso, as Bandas trouxeram uma maior dignidade a diversas situa ç õ e s sociais, tais como procissões religiosas, festas das vilas, funerais, acontecimentos solenes, os quais até então nem sempre tinham uma música de boa qualidade nas localidades mais rurais. Atualmente, as bandas filarmónicas enfrentam um dos períodos mais difíceis da sua longa história. A enorme oferta de atividades culturais e educativas, juntamente com a diminuição da religiosidade popular, tem contribuído para que muitas bandas tenham grande dificuldade em conseguir angariar novos músicos e serviços. Mais do que nunca, é preciso que surjam novos valores a trazer soluções criativas. Soluções que façam rejuvenescer as bandas e que permitam que este tipo de agrupamento musical tenha um futuro sustentável e que continue a fazer parte da nossa vida cultural de forma ativa. por Paulo Esteireiro


Grupos da DRE/Educação Artística

nas Festas de Natal e Fim de Ano




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