festivais, exposições e restaurantes imperdíveis pelo brasil — pág. 4
lugares turísticos que você precisa conhecer em brumadinho (mg) — pág. 27
dicas astrológicas para o próximo trimestre com ciça bueno — pág. 4
the biggest smallest cultural platform
MECAJournal Distribuição g ratuita
Número #027 — Julho/Agosto/Setembro,2019
um festival para ficar na nossa memória Foram três dias mágicos de música, arte e cultura em um mundo dos sonhos particular. Relembre tudo que aconteceu no MECAInhotim 2019 — pág. 10
[A]
música além das aldeias CULTURA — Anápuáka Tupinambá (à direita) apresenta a música indígena contemporânea brasileira para o mundo através da Rádio Yandê — pág. 24
por um mundo melhor
— Parceria do MECA com a ONU mobiliza pessoas e marcas em prol de um planeta mais sustentável — pág. 18
múltiplos olhares ENTREVISTA — Repórter do The New York Times, Walter Thompson-Hernandez viaja o mundo retratando subculturas (e esteve no MECAInhotim) — pág. 21
o rito de passá de mc tha tulipa ruiz, arte e música
Duda Beat, rainha da sofrência pop, abre seu coração para o MECA — pág. 15 [B]
artistas latinos no mecaradar
[C]
www.meca.love
WELCOME
Casa nova
Estamos de casinha nova! O MECASpot agora fica na Vila Madalena, em São Paulo. Siga @mecaspot e acompanhe as novidades da nossa sede. Vamos divulgar toda a programação de eventos e atrações do novo Spot, que entra em funcionamento a partir de setembro.
MECACrew
MECASpot
Andrea Soares, Alberto Lins, Bruck Nogueira, Cleu Oliver, Danilo Novais, Débora Stevaux, Dimas Henkes, Felipe Seffrin, Fernanda Branco Polse, Flavia Andreucci, Kim Olivier, Letícia Ippolito, Maíra Miranda, Pedro Lenhard, Piti Vieira, Rodrigo Santanna, Thaís Tolentino eThum Thompson. Fale com o MECAJournal: redacao@meca.love
@mecalovemeca – @mecaspot contato@meca.love Rua Aspicuelta 245 - Vila Madalena - São Paulo- SP CEP: 05433-010
2
FOTOS DE CAPA: [A] FERNANDA TINÉ / I HATE FLASH; [B] BOC BOC / ACERVO RÁDIO YANDÊ; [C] HENRIQUE THOMS / I HATE FLASH | FOTOS MARCOS BACON
Foram três anos e meio, 139 eventos gratuitos e incontáveis encontros na nossa sede paulistana em Pinheiros. Mas quem conhece o MECA sabe que estamos sempre nos reinventando. Por isso, a despedida do deck na Rua Artur de Azevedo, antes da mudança para a nova sede na Vila Madalena (tão aconchegante quanto), foi inesquecível. Alice Caymmi e Marina Sena pararam o trânsito. Celebramos com amigos o fechamento de um ciclo e a abertura de outros. E em breve estaremos juntos para mais momentos especiais. Esse mesmo tom de celebração toma conta das páginas da edição #27 deste journal: trazemos um conteúdo dedicado aos momentos mágicos que vivemos no MECAInhotim, além de entrevistas com Duda Beat, MC Tha e o repórter Walter Thompson-Hernández, do “The New York Times”. Falamos com Anápuáka Tupinambá, a voz por trás primeira web rádio indígena do país, a Yandê, e ainda trazemos dicas de turismo em Brumadinho, artistas latino-americanos para ouvir e uma seleção com o melhor da agenda cultural no Brasil e no mundo. Boa leitura!
Um novo espaço cultural do MECA em São Paulo, no Selina Madalena. – Inauguração 21 de setembro, salve a data! \o/
MECASpot Selina Madalena Rua Aspicuelta, 245 Novidades em breve! @mecaspot
LUGARES QUE AMAMOS BRASÍLIA
Sabores musicais
astrovibes
by Ciça Bueno
FESTIVAL —
3ª CoMA no <3 do Brasil
Dicas da astróloga, numeróloga e escritora Ciça Bueno (@cicabueno) para o trimestre.
O que vai acontecer de mais reluzente de julho a setembro pelo país, pra você respirar música, cultura e entretenimento:
[A]
BaianaSystem, Kafé, Djonga, Luedji Luna, Ney Matogrosso e muito mais! Ainda rola uma conferên-
cia com debates, apresentações e atividades relacionadas ao mercado da música, produ-
ção cultural, artes visuais e games! Ingressos por dia a partir de R$ 30. @festivalcoma
RIO DE JANEIRO
Casa do criar
HOTEL — 1ª filial
da rede Selina abre na Lapa
Nômades digitais ganharam um endereço fixo na Cidade Maravilhosa. A rede de hotéis panamenha Selina abriu sua primeira unidade no Brasil no bairro boêmio da Lapa — a primeira de uma série de inaugurações que inclui São Paulo, Floripa e mais. O Selina Lapa Rio [B]
OLINDA
Minha alma cativa
SHOW — Ney coloca seu bloco mais
político na rua em nova turnê Do alto de sua metamórfica existência de quase oito décadas, o cantor Ney Matogrosso
mostra que está mais afiado que nunca. No Teatro Guararapes, dia 31/8, estarão
possui quartos privativos e coletivos, coworking, restaurante, bar, rooftop,
biblioteca e cinema. Design arrojado e moderno, conforto, e experiências
culturais são alguns dos diferenciais. Lgo. da Lapa, 9.
GOIÂNIA
[C]
Flow intangível
canções catalisadoras de transformação como “Sangue Latino”, “Jardins da Babilônia”, de Rita Lee, e “Mais Feliz”, de Cazuza. Ingressos online a partir de R$ 180. Av. Prof. Andrade Bezerra, s/n.
FESTIVAL — 21º Bananada traz
uma constelação musical
Todo o amor etéreo do rapper Criolo sobe ao palco do 21º Festival Bananada, de 12 a 18/8. A programação inclui Pitty, Black Alien, PORTO ALEGRE
O outro lado do céu BAR — Proposta diversa e ar
despojado na Cidade Baixa Prepare o fôlego, pois a lista é grande: palco para shows, festas, exposições, karaokê, estúdio de tatuagem, bar com drinks incríveis, restaurante e (ufa!)
café descrevem o Céu Lado B. E o bistrozinho incrível no bairro Cidade Baixa ganhou mais uma novidade para enaltecer seu caráter múltiplo: uma
4
chopeira eletrônica. A dica é apostar no steak de entrecôte temperado com dry rub escuro e servido com uma farofinha crocante de panko e cogumelos paris, combinação que fica ainda mais perfeita com chope gelado ou um dos drinks da casa. R. Lima e Silva, 867.
Boogarins, Metá Metá, Luiza Lian, Edgar, Saskia, Frente Cumbiero, entre outros. Ingressos a partir de R$ 50. @festivalbananada
Ícone do estilo clássico italiano, Campari sempre foi um símbolo intrigante de prazer, versatilidade e estilo. Redescubra novas perspectivas, novos sabores e novas experiências com Campari. #EnteringRed
– Eclipse Lunar Penumbral, dia 16/7, às 18h32 Este eclipse na Lua Cheia pode revelar fatos, introduzir pessoas, alterar atividades e relacionamentos, propor ideias e sentimentos inéditos. Velhos hábitos e pessoas são abandonados em favor de novos, que surgem com força total. O futuro tende a vencer, acelerando tendências por vir. Lua Nova em Leão (1/8) e em Virgem (30/8) A Lua Nova é um período ideal para iniciar projetos e tomar iniciativas. Na Lua Crescente, aplique energia, tempo e recursos. Na Lua Cheia, verifique se é preciso corrigir rotas. E na Minguante, colha os frutos, avalie resultados e planeje o ciclo seguinte. Mercúrio Retrógrado de 7 a 31/7, em Leão e em Câncer: Mercúrio rege pensamentos, trocas, comunicação, transportes, comércio, estudos e documentos. Quando ele está retrógrado, esses assuntos ficam críticos. Causa malentendidos, informações truncadas, documentos extraviados, problemas com transportes, atrasos e queda de vendas. Munase de paciência e compreensão, adie inaugurações, evite confrontos, assinatura de contratos e cirurgias em geral.
TEXTO: DÉBORA STEVAUX | FOTOS: [A] LEILA PENTEADO; [B] DARYAN DORNELLES; [C] CAROL BITTENCOURT; [D] TATO ROCHA; [E] CESAR DUARTE; [F] ZÉ DE PAIVA; [F] LUCAS TERRIBILI;
A 3ª edição de um dos festivais mais importantes do Centro-Oeste chega empurrando “Goela Abaixo” alguns dos sabores mais marcantes da música popular brasileira dos últimos tempos, como a cantora e compositora araraquarense Liniker (foto) e seus Caramelows. A CoMA (Convenção de Música e Arte) acontece de 2 a 4/8 na Capital Federal e traz ainda toda a potência e brilho de artistas como Tuyo,
LUGARES QUE AMAMOS RECIFE
Liberdade para brilhar FESTA — 9k volta com nova
#PodeVir — essas são as duas palavras em que TNT Energy Drink acredita para resumir o poder da resistência. A cada edição, apresentamos uma novidade que traduza toda a energia necessária para lutarmos e construirmos um mundo melhor.
formação e discurso social afiado
Que o funk anda com os dois pés no futuro a gente já sabe. Mas a velocidade aumenta quando ele anda de mãos dadas com o brega. O 9K é uma das primeiras
[D]
iniciativas que uniu a linguagem brega com gêneros como rap, trap e funk. Com nova formação, a banca de DJs e produtores independentes de hip hop e bregafunk de
PORTO ALEGRE
SÃO PAULO
Ecos femininos
CONFIRA MAIS CONTEÚDOS EXCLUSIVOS E DICAS CULTURAIS EM MEDIUM.COM/ MECALOVEMECA
SHOW — No Sonora, as 4 líricas contemplam elas na música A 22ª edição do Sonora Brasil Sesc, maior projeto de circulação musical do país, ecoa na segunda metade do ano na capital gaúcha e em 12 cidades. Abraçando a temática “Líricas Femininas – A Presença da Mulher na Música Brasileira”, o Sonora é dividido
Recife volta com propostas sociais ainda mais reluzentes para pessoas em situação de cárcere e celebra a liberdade do produtor e líder da 9K Juan Ruiz, o Ojuara (foto), na festa “Viva a Liberdade”, que rola dia 16/8, na Galeria Arvoredo. R. Barão de Goiana, 141.
em quatro circuitos: Líricas Históricas (foto), Transcendentes, Negras e Modernas. De 14/8 a 17/8 nas unidades do Sesc em Porto Alegre. Depois, os projetos seguem para cidades como Caxias e Ijuí, e para outros estados. R. Vig. José Inácio, 718.
[E]
Híbrida e subversiva EXPO — Grada
Kilomba na querida Pina
“Desobediências Poéticas”, primeira mostra individual no nosso país da multiartista portuguesa Grada Kilomba, chega para descolonizar, resgatar ancestralidades e propor novas perspectivas das narrativas póscoloniais. A ideia é restituir as vozes silenciadas por séculos em todo o mundo através de leituras cênicas, performances, instalações e vídeos até o dia 30/9. Ingressos a partir de R$ 5. Pça. da Luz, 2.
[F]
LISTICLE 4 novidades para você renovar suas referências
“Democracia em Vertigem”, de Petra Costa O corajoso e forte documentário é necessário para refletir o nosso atual momento político e social. Emociona e estremece. Na Netflix.
“Amiga Ursa”, de Rita Lee A multiartista se aventura novamente pela literatura com a emocionante história de Marsha, uma ursinha vítima do tráfico internacional. Lançado pela Globo Livros.
SALVADOR
[F]
Nas asas do vento
EXPO — Mostra reflete sobre
liberdade e aprisionamento
Essa é pra quem foi aparelhado para gostar de passarinhos. Até 27/7, o Goethe-Institut em Salvador recebe a mostra gratuita “Concerto para Pássaros”, com obras de 15 artistas, como Helen
SÃO PAULO
¡Adentro de Lupe!
BAR — Novo cantinho faz releitura de cheiros e sabores do México Uma frondosa pitangueira com luzinhas penduradas recepciona quem busca por
culinária mexicana autêntica e coquetéis honestíssimos com um quê de México e um toque
típico brasileiro em Pinheiros. O novo Lupe encanta pelo aconchego: os tijolinhos e o mobiliário diverso e divertido dão o tom para quem deseja uma noite temperada com a riqueza e a beleza da cultura latino-americana.
Peça o carro-chefe Taco Al Pastor (R$ 17), criação da cidade de Puebla que substitui o pão pita do kebab pela tortilla, o cordeiro pela carne de porco e agrega cebola, coentro e abacaxi. Para bebericar, a dica é o Tamarindo
do Chaves (R$ 25), com tequila reposado, Cointreau, tamarindo, pimenta-de-cheiro e limão. Para você beber sem culpa e pedir seu segundo drink “sem querer, querendo”. R. Cunha Gago, 625.
5
Salomão e sua série “Histórias Que Não Estavam Nos Livros” (foto). São reflexões sobre natureza e humanidade tomando como ponto de vista a poética das aves. Av. Sete de Setembro, 1809.
“Too Old to Die Young”, de Nicolas Winding Do diretor de “Dive”, a série não cronológica lançada pela Prime Video em 10 partes disseca nosso lado mais humano num envolvente thriller policial em LA.
“MultiVerso”, de Lia Paris Com lírica sensível, o novo disco da artista paulistana funde música brasileira, dance, trip hop, soul, dream pop, reggaeton e rap, mantendo uma coesão estética e musical afiada e pop.
LUGARES QUE AMAMOS
playlist
by Tulipa Ruiz — E se algumas obras de arte icônicas do Instituto Inhotim fossem músicas?
[A]
FIGURAS GEOMÉTRICAS — Grupo Uakti
SÃO PAULO
MACEIÓ
Mais cor para o Centro
Pela vitalidade do rock
mistura tradicional e moderno
barca em Maceió pela 1ª vez
FESTIVAL — Garage Sounds desem-
LOJA — Coleção de moda da Nó Um dos pontinhos mais reluzentes da Rua Major Sertório é a Loja Nó. Além das 15 marcas que subvertem conceitos atrelados à moda jovem, como Cemfreio, StayUgly e Psicotrópica, a Nó lançou sua primeira collab com a Roro Rewind e a Plágio chamada
Acredite: o rock nacional continua vivo e consciente. E pela primeira vez o festival itinerante de rock chega à capital alagoana trazendo bandas como Molho Negro
“Ateliê Aberto”. Os looks mesclam tradicional e moderno com cores vibrantes e cortes dignos de alfaiataria — e estão disponíveis na loja para quem também acredita que se vestir é se expressar. R. Major Sertório, 114.
(foto), Dead Fish, Minerva, Backdrop Falls e muito mais. No Seagra, dia 20/7, de tardinha e perto da praia. Ingressos a partir de R$ 52,50. @garagesounds
“Imagino essa música preenchendo todo o percurso da ‘Magic Square’, do Helio Oiticica, incitando o expectador a expressarse em dança, enquanto caminha pelo labirinto.” [B]
“O ‘Desvio Para o Vermelho’, de Cildo Meireles, me tingiu com essa música. Os objetos reunidos viraram peças cenográficas da imagem do som.”
RIO DE JANEIRO
[C]
Vou lá, amor!
SHOW — Baiana Lívia Mattos
inunda o palco do BNDES Marque na agenda: 15/8 tem MelodiaA-Dia no Espaço Cultural BNDES. A multi-instrumentista e “cantautora” baiana Lívia Mattos apresenta as músicas de seu álbum autoral “Vinha da
OS POVOS — Milton Nascimento
“Com ‘Ruína de Charque’, da Adriana Varejão, penso na violência da colonização portuguesa. Essa música fala duma aldeia morta. Paredes de uma aldeia morta devem ser assim.”
SÃO PAULO
Realidade à flor da pele EXPO — Incrível mostra “Björk
A JARRA E A ARANHA — Siba
Digital” aterrissa no MIS
“De supetão me veio que a aranha de Louise Bourgeois é a mesma aranha do Siba.”
Toda a sensibilidade humana e a exuberância tecnológica — não só digitalizada, mas das técnicas criativas — da multiartista Björk implodirão seus sentidos na mostra quase que inteiramente
LUCY IN THE SKY WITH DIAMONDS — The Beatles
“Vi uma sintonia lisérgica entre a ‘Viewing Machine’, de Olafur Eliasson, e o clássico dos Beatles.”
[D]
É o nome da bebida que redefiniu o conceito de vodca premium e revolucionou a criação de drinks, lançando uma série de sabores jamais vistos no mercado. Nesta página, a Absolut dá novo sabor a um drink tradicionalíssimo.
Ida”, na série de espetáculos de música popular cantada que acontece sempre às quintasfeiras no coração da Cidade Maravilhosa. As camadas sonoras construídas a partir do acordeom
se entrelaçam com as letras singelas de Lívia, num abraço musical pra lá de revigorante. A apresentação gratuita e para todas as idades traz elementos lúdicos circenses de quando a baiana brilhava seus olhos ao ver o circo passar por Salvador. Av. República do Chile, 100.
BELO HORIZONTE
Além das memórias
SHOW — O Terno apresenta seu novo disco em turnê nacional A matéria-prima deles é e sempre foi a memória, mas agora com um novo paletó capaz de
sentir através e além. As 12 faixas do novo disco “<atrás/ além>”, da banda O Terno, costuram
lembranças de uma individualidade coletiva minuciosamente construída. O trio paulistano toca em várias cidades, incluindo Beagá (17/8) e Salvador (23/8). A canções foram compostas num emaranhado
consciente do fechamento e da reabertura de ciclos. Para embalar o “ritmo frenético de um jovem anos 10”, não perca de vista e de audição. Ingressos a partir de R$ 32. Av. Augusto de Lima, 420.
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idealizada em realidade virtual pela islandesa. Em cartaz até 18/8, no Museu da Imagem e do Som de São Paulo. Vai ser difícil não se emocionar. Ingressos a partir de R$ 15. Av. Europa, 158.
DRINK IT O drink do modelo Piero Rechia
“Amo hortelã e vodca. Então gosto de Mojito Absolut, porque é fresh que nem eu (risos).” Ingredientes • 45 ml de Absolut Vodka • 20 ml de xarope simples • 6 folhas de hortelã • 4 rodelas de limão • Água com gás Preparo Macerar as folhas de hortelã, o limão e o xarope simples em um copo alto. Encher com gelo picado. Adicionar a dose de Absolut Vodka. Mexer. Completar com água com gás e decorar com folhas de hortelã.
TEXTO: DÉBORA STEVAUX | FOTOS: [A] FERNANDA TINÉ / I HATE FLASH; [B] GIANFRANCO BRICEÑO; [C] EUNILOROCHA; [D] RAFA ROCHA
SANGUE FRIO — Karina Buhr
Recife (PE) 14/set + Shows + DJ Sets + Talks + Performances + Workshops + MECAMarket + E muito mais!
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PATROCÍNIO
APOIO
REALIZAÇÃO
AROUND THE WORLD AMSTERDÃ
Woman Power
A rapper indígena Brisa Flow lançou recentemente o disco “Selvagem Como o Vento”.
Sobre ser forte, ocupar lugares, celebrar histórias, conhecer novas culturas e construir um futuro mais consciente ao redor do globo. [A]
Quantos seres cabem dentro de nós? Para celebrar o centenário da austríaca Maria Lassnig — grande nome feminino das artes visuais no século 20 —, o museu holandês Stedelijk recebe a exposição “Ways of Being”. São mais de 200 obras com toques surrealistas que destacam a consciência corporal e a relação da artista com o mundo, como a exuberante “Woman Power” (foto), imensa em todas as suas dimensões e po-
tencialidades. Em cartaz até 11/8, a mostra inclui uma seleção afiada de filmes e esculturas,
algumas inéditas. Até os cantos superiores das paredes das salas da exposição estão
BERLIM
LISBOA
Para se sentir especial
Só love, só love
RESTAURANTE — Vietnamita PHO
Noodle Bar abre nova filial
Comer bem na capital alemã é fácil. O difícil é escolher entre tantas opções. Por isso anote o nome Noodle Bar PHO. Famoso em Mitte, agora ele tem uma filial em Kreuzberg, o bairro mais cool de Berlim.
LOJA — Amor Records grava BR em PT
Experimente o especial do dia ou o arroz com curry e salada, e a sobremesa Sticky Monkey, um tipo de arroz doce com banana. Para beber, vá de Hugo, cítrico e refrescante. @pho.noodlebar
A Amor Records é redundante quando o assunto é afeto: raridades de Gil a Chaka Khan, matinês com música boa, cerveja gelada e brasileiros matando as saudades de casa. Para os amantes de vinis e do aconchego brasileiro no exterior. @records.amor
O digio, por ser um cartão de crédito internacional, transforma a sua vida e proporciona experiências únicas, principalmente quando falamos de música. Siga @meudigio, peça seu cartão e aproveite por este mundão.
[B]
PARIS
Futuro ancestral FESTIVAL —
4 vezes Afropunk
Um dos festivais multiculturais mais importantes do planeta, o Afropunk tem edições marcadas para Paris (13 e 14/7), Nova York/ Brooklyn (24 e
repletos com a beleza e a potência das palavras de Maria Lassnig. @stedelijkmuseum
25/8), Atlanta (12 e 13/10) e Joanesburgo (30 e 31/12). A cultura afro será celebrada no seu precioso legado e na sua projeção para o futuro por
Como o Brasil e Chile pulsam dentro de você? O Chile pulsa através dos povos araucanos, andinos. É minha ancestralidade. Trago a música e a cultura mapuche de lá. Tudo que faço está ligado a esta expressividade. E o que pulsa de Brasil é a minha vivência, porque nasci aqui. Carrego tudo que absorvi em 31 anos. O que norteou o processo criativo do seu último disco? Ele conta a história de uma mulher indígena no contexto urbano. Meu nome é Brisa de La Cordillera Collío, que em Mapundungun significa “gavião colorido” e tem tudo a ver com a minha música: que tem um flow que não pode ser domesticado, livre como vento. O que o rap nacional é para você hoje? É uma multiplicação de ideias poderosas. Espero que continue assim, principalmente nessa era de internet. Que a música continue tendo esse papel de troca infinita de saberes.
atrações musicais de deixar qualquer um boquiaberto: Solange, Lizzo, FKA Twigs, Kamasi Washington, NAO, Rico Nasty, Janelle Monae, Masego, GoldLink, Raphael Saadiq, LeiKeli47, Toro y Moi (foto), Ravyn Lenae, Danny Brown, Ibeyi e a festa brasileira Batekoo, confirmada na edição americana no Brooklyn. Incrível ver tanto talento ultrapassando fronteiras! @afropunk
[C]
LONDRES
É sobre ser forte
SHOW — KOKOROKO resgata ancestralidade pela música Quatro sílabas definem o encontro mágico do afrobeat com o jazz londrino: KOKOROKO, nome da banda
8
liderada pela trompetista e vocalista Sheila MauriceGray, faz referência a um dos povos que habita a Nigéria, os
Urrobos, e significa “seja forte”. Impecável no resgate de suas ancestralidades, o grupo de jazz fará uma apresentação que rompe fronteiras dia 5/8, no histórico Queen Elizabeth Hall, em Londres. @kokorokomusic
Mais do que ondas sonoras. Música é uma experiência completa, para ser sentida e cantada a plenos pulmões em qualquer lugar. Junto com Heineken, buscamos projetos e pessoas que vivem a música de um jeito especial. #LiveYourMusic
TEXTO: DEBORA STEVAUX E DIMAS HENKES | FOTOS: [A] @NURISKITCHENCLUB; [B] JACK BOOL; [C] NINA MANANDHAR
EXPO — Todas as formas de Maria Lassnig
Maquiné (RS) 12/out + Shows + DJ Sets + Talks + Performances + Workshops + MECAMarket + E muito mais!
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MECAINHOTIM 2019
Uma experiência sensorial A quinta edição do MECAInhotim reuniu mais de 12 mil pessoas em Brumadinho (MG) e reaqueceu o turismo local com três dias de imersão em muita música, arte, cultura e conhecimento, em meio à natureza exuberante do Inhotim. A programação incluiu grandes nomes da música brasileira e talks com convidados nacionais e internacionais
Um festival para ficar na nossa memória –– A 5ª edição do MECAInhotim quebrou todos os recordes
75 horas
DE PROGRAMAÇÃO INCLUINDO SHOWS E TALKS
18 shows
E DJ SETS PASSARAM PELO PALCO PRINCIPAL DO MECAINHOTIM
15 talks
SOBRE CRIATIVIDADE, MODA, CULTURA E SUSTENTABILIDADE
1.434
PESSOAS TRABALHARAM PARA DAR VIDA AO FESTIVAL
100%
DE OCUPAÇÃO HOTELEIRA EM BRUMADINHO FESTIVAL RESGATOU O TURISMO EM BRUMADINHO COM TRÊS DIAS DE SHOWS COM INGRESSOS ESGOTADOS [A]
“O MECA é realmente uma experiência sensorial. Achei a melhor combinação possível porque tem arte, natureza e música, que são as paixões da minha vida. Então é um programaço. Foi minha primeira vez no MECAInhotim, e eu adorei. Vou querer muito repetir a dose.” A declaração de amor à primeira vista ao festival que aconteceu de 17 a 19 de maio, no Instituto Inhotim, é da atriz Mariana Ximenes. Ela che-
gou cedinho para conferir as galerias e os jardins do maior museu a céu aberto do mundo e teve fôlego para prestigiar uma programação repleta de talks com convidados nacionais e internacionais, além de shows com um lineup caprichadíssimo. A quinta edição do MECAInhotim bateu recorde de público, com ingressos esgotados e 10.800 pessoas celebrando durante três dias tudo que alimenta nossa al-
ma e nossos sonhos em meio às paisagens inspiradoras de Inhotim. O palco principal recebeu nomes consagrados como Gilberto Gil, Pitty, Céu e Tulipa Ruiz, e revelações como Duda Beat, MC Tha, Castelo e Lamparina e a Primavera — além dos coletivos Rara (RJ), Alta Fidelidade (MG) e de DJs apresentados por WME e Mareh. Foram 75 horas de programação, incluindo workshops e pistas de música eletrônica.
10
258
MATÉRIAS EM TVS, JORNAIS, REVISTAS E SITES
51
JORNALISTAS CREDENCIADOS DE MG, SP, RJ E DF
O MECAInhotim também ficou marcado pela conexão genuína com Brumadinho (MG). Em fevereiro, o MECA lançou o fundo filantrópico de arrecadação PróBrumadinho para ajudar a desenvolver a cidade afetada pelo rompimento da barragem do Córrego do Feijão. O festival movimentou a economia local, lotou a rede hoteleira e trouxe alento à cidade que nos recebe com tanto carinho desde 2015.
FOTOS: [A[] DYNELLE COELHO; [B] FERNANDA TINÉ / I HATE FLASH; [C] HENRIQUE THOMS / I HATE FLASH; [D] VTAO TAKAYAMA / I HATE FLASH
10.800
PESSOAS CIRCULARAM EM 3 DIAS DE FESTIVAL
MECAINHOTIM 2019 [B]
[C]
“É ÓTIMO CANTAR NESSE LUGAR QUE É TÃO IMPORTANTE PARA A NOSSA CULTURA E QUE, INFELIZMENTE, PRECISA TANTO DO NOSSO CARINHO E DA NOSSA ATENÇÃO. QUE NOSSOS SINAIS CARDÍACOS CHEGUEM A TODOS” GILBERTO GIL, GÊNIO DA TROPICÁLIA
[A]
[B]
[D]
Gratidão
O MECAInhotim só é possível graças ao engajamento dos nossos patrocinadores e apoiadores:
“Tenho certeza que o MECAInhotim foi uma porta de entrada para que fatos maravilhosos aconteçam em prol da nossa regeneração física e espiritual. O festival foi muito bom: trouxe boas energias e nos deu mais motivação para continuarmos nessa luta por regeneração”, disse Gabriel Vilaça, morador e fundador da ONG Amigos de Brumadinho, que participou de um painel sobre a cidade durante a série de conferências #TOGETHERBAND. A iniciativa do MECA em parceria com a ONU trouxe lideranças de WWF, SOS Amazônia, ISA e Instituto-e. O sentimento de Gabriel foi comum ao público e a vários artistas que passaram pelo palco do MECAInhotim. “É ótimo cantar nesse lugar que é tão importante para a nossa cultura e que, infelizmente, precisa tanto do nosso carinho e da nossa atenção. Que nossos sinais cardíacos e afeto cheguem a todos”, disse Gilberto Gil. “Vim trazer meu axé, minha música, meu amor e meu carinho para cá”, afirmou Céu. Foi com essa energia que o MECA trouxe novos olhares e novas vozes para Brumadinho, reforçando o compromisso da plataforma com a cidade e com seus moradores. Foi só mais um capítulo de uma história entre MECA e Brumadinho que com certeza ainda irá trazer muitas alegrias para a comunidade local. Confira os melhores momentos da quinta edição do MECAInhotim enquanto preparamos várias novidades para os nossos próximos encontros de 2019!
Quem ofereceu novos sabores e experiências: Absolut, Beefeater e Jameson surpreenderam o público com jelly shots, copos especiais, customização de drinks e minigolfe.
[B]
“O MECAINHOTIM FOI MUITO ESPECIAL. SAÍMOS DO PALCO RENOVADOS E REENERGIZADOS. FOI MUITO BALSÂMICO E NUTRITIV0” TULIPA RUIZ, A FLOR DO NOSSO LINEUP
[A]
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Quem aumentou o nosso volume: Campari, Heineken, FIAT e TNT Energy Drink deram um toque especial ao lineup trazendo artistas consagrados e DJs de música eletrônica. Quem criou maneiras para o público curtir: digio e Laces inovaram com direito a tratamento capilar, doação de livros e até cashback durante os três dias de festival.
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MECAINHOTIM 2019 [D]
[C]
Cobertura especial 7 olhares sobre o nosso festival: Facehunter Referência no registro de moda e cultura, o suíço Yvan Rodic fez retratos caprichados mostrando a atitude, beleza e diversidade do público presente.
[D]
[D]
Steal the Look Manuela Bordasch, Beatriz Borges, Isabella Aredes e Fernanda Villaça fizeram o festival brilhar em uma das maiores redes de moda do Brasil.
“SER CHAMADA PARA TOCAR NO MECAINHOTIM FOI O CONVITE MAIS IMPROVÁVEL E LOUCO QUE RECEBI DESDE QUE COMECEI A PINTAR. E QUE PRESENTE FOI ESSE CONVITE! FOI LINDO. FOI FORTE. SÓ POSSO AGRADECER” HANNA LUCATELLI, ARTISTA PLÁSTICA E DJ POR UM DIA
Summer Hunter Com Ricardo Moreno, Bruno Dieguez, Laura Cesar e Lilian Kaori, a plataforma veranil lançou uma revista especial dedicada ao festival e levou todo o seu frescor para a cobertura completa do MECAInhotim. Hysteria Bárbara Magri, Carol Albuquerque e Isabel De Luca emprestaram seus olhares cinematográficos sensíveis e esmerados na cobertura do festival.
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ARTE VIVA
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QuartoAmado Bernardo e Fernando Biagioni, João Alkmim, Marina Meira de Carvalho e Tarcisio Gonçalves tiveram acesso irrestrito aos bastidores do festival e gravaram em vídeo os principais momentos de três dias de música e arte. SêLa Referência na curadoria musical feminina, o selo foi representado por Camila Garófalo, Mariana Rosa, Raquel Alves e Maria Moreira. I Hate Flash Parceiro de longa data, o coletivo foi representado pelos incríveis fotógrafos Fernanda Tiné, Vtao Takayama e Henrique Thoms. Dynelle Coelho também participou da produção fotográfica.
“FOI UMA EXPERIÊNCIA INCRÍVEL TOCAR PARA TANTA GENTE NO MEIO DO MEU TRABALHO. ELE REVERBEROU ATRAVÉS DA ARTE E DA MÚSICA” FELIPE MOROZINI, FOTÓGRAFO E ARTISTA PLÁSTICO
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Quando foi convidada para discotecar, a artista plástica Hanna Lucatelli quase não acreditou. “Ser chamada para tocar no MECAInhotim foi o convite mais improvável e louco que recebi desde que comecei a pintar. Não vi o menor sentido. Não era para pintar, que é o que faço. Mas não conhecia Inhotim e teria show do Gil, então aceitei”, conta a paulistana. A proposta do Heineken Art Stage no MECAInhotim surpreendeu a todos. A patrocinadora do festival convidou artistas visuais contemporâneos para tocarem em um palco exclusivo, assinado pelo Estúdio Bijari — uma das maiores referências do país na criação de instalações e em arte digital. O espaço misturou música, arte e audiovisual, com projeções em sintonia com as obras dos artistas que assumiram as picapes, proporcionando uma experiência imersiva no intervalo dos shows no palco principal. Além de Hanna, passaram pela pista da Heineken: Cranio, Ana Strumpf, Felipe Morozini, Kleber Matheus e Gabriel Ribeiro, do Instinto Coletivo. “Que presente foi esse convite! Depois de um dia imersa nos jardins do Inhotim, subi na cabine com a mão tremendo, desnorteada, ansiosa. E foi lindo. Foi forte. Só posso agradecer a todos que dançaram comigo e que me preencheram de energia. Gratidão às mulheres fortes que fizeram todas as músicas que toquei”, celebra Hanna.
FOTOS: [A[] DYNELLE COELHO; [B] FERNANDA TINÉ / I HATE FLASH; [C] HENRIQUE THOMS / I HATE FLASH; [D] VTAO TAKAYAMA / I HATE FLASH; [E] LUARA BAGGI / SHAKE IT
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EQUALIZADOS Se dependesse da cantora Pitty, o mundo inteiro seria como a plateia que presenciou seu show e cantou cada uma das canções em coro. “Tocar a céu aberto, em um lugar tão maravilhoso, foi incrível. O show estava lotado de gente linda, consciente, amorosa. Achei muito massa a diversidade do público: um tanto de gente misturada e diferente. Queria muito que o mundo fosse assim, sabe? Esse é o meu microcosmo de ideia de mundo”, disse a cantora, momentos após uma apresentação enérgica e impecável. Pitty foi a atração principal do primeiro dia de shows do festival, apresentada pela TNT Energy Drink, e contagiou a plateia com sucessos de quase duas décadas de carreira, como “Me Adora”, “Equalize”, “Semana que Vem” e “Teto de Vidro”. A roqueira baiana ainda protagonizou um momento intimista, cantando três músicas em voz e violão, relembrando seu “quartinho em Salvador” com direito a um cover de “Metamorfose Ambulante”, de Raul Seixas. E, de quebra, apresentou inéditas do recém-lançado “Matriz”, seu último (e ótimo) disco. “Eu olhava para o público e via no olhar de cada um o sentimento genuíno da vontade de estar ali. Me senti muito bem. Obrigada por me receberem. Foi muito foda!”, resumiu Pitty.
PALAVRA DE QUEM PASSOU POR LÁ Walter Thompson-Hernandez, repórter do “New York Times”
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“ACHEI MUITO MASSA A DIVERSIDADE DO PÚBLICO: UM TANTO DE GENTE MISTURADA E DIFERENTE. QUERIA MUITO QUE O MUNDO FOSSE ASSIM” PITTY, RAINHA DO ROCK NACIONAL
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“ESTOU MUITO FELIZ DE ESTAR AQUI, DE VERDADE! AGORA SAQUEI TUDO DO MECA, PORQUE AS PESSOAS FALAM TÃO BEM E RECOMENDAM TANTO! ESTOU APAIXONADO PELO TRABALHO DE VOCÊS. O MECAINHOTIM É INCRÍVEL! QUERO IR EM TODOS OS FESTIVAIS AGORA!” JOHNNY MASSARO, ATOR E NOSSO CRUSH
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– O MECAInhotim foi uma das experiências mais incríveis que já tive. Foi um privilégio falar sobre subculturas num lugar como o Brasil — que tem sua própria história com subculturas. Todos estavam interessados em aprender sobre certas comunidades pelo mundo e por que existem algumas que são forçadas a viver à margem da sociedade. Como repórter, eu descobri que algo acontece quando uma comunidade tem sua história contada. Em alguns casos, suas vidas mudam positivamente. Outras vezes, elas perdem o anonimato pelo qual tanto lutaram. Esse foi meu maior aprendizado. Fui desafiado a pensar sobre o meu trabalho de forma mais crítica. Cada pessoa merece ter sua história contada, mas temos que estar mais conscientes dos efeitos de contarmos essa história. Serei grato aos amigos que conheci no festival e espero voltar para compartilhar mais ideias e experiências com essa comunidade de indivíduos com ideias afins.
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“AINDA OUÇO A GALERA VIBRANDO NO SHOW DO MECAINHOTIM JUNTO COM A DUDA BEAT. FOI MARAVILHOSO. OBRIGADO A TODOS PELO CARINHO!” ERASMO CARLOS, O TREMENDÃO
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Duda Beat tem uma relação íntima com o MECA. Ela se apresentou no MiniMECA em São Paulo antes mesmo de se tornar uma das grandes revelações da música brasileira. “Também fiz o MECABrennand em Recife e estava ansiosa pelo convite para o MECAInhotim. Era meu sonho conhecer esse lugar — e cantando foi melhor ainda!”, revelou a pernambucana, após um show apoteótico com os sucessos do disco “Sinto Muito”. O que a cantora não esperava é que dividiria o palco com Erasmo Carlos. O encontro inédito foi promovido pela FIAT, que conectou artistas com trajetórias tão distintas, mas com talento e carisma de sobra. Juntos, eles cantaram os clássicos “Vem Quente que Eu Estou Fervendo”, “Festa de Arromba” e “É Preciso Saber Viver”, esta última em um dos momentos mais catárticos do festival. “Fiquei passada quando avisaram que eu dividiria o palco com o Erasmo. Foi muito lindo. Me emocionei de verdade. Se tivesse uma palavra para definir, seria: ‘maravilhoso’”, contou Duda. A FIAT ainda criou o portal do festival, apresentando o Argo Trekking e convidando todos a entrarem para nosso mundo dos sonhos, e trouxe uma feirinha gastronômica com sabores de Brumadinho.
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“FIQUEI PASSADA QUANDO ME AVISARAM QUE EU DIVIDIRIA O PALCO COM O ERASMO CARLOS. FOI MUITO LINDO. ME EMOCIONEI DE VERDADE. SE TIVESSE UMA PALAVRA PARA DEFINIR, SERIA: ‘MARAVILHOSO’. EM TODOS OS SENTIDOS” [G]
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DUDA BEAT, RAINHA DA SOFRÊNCIA POP
FOTOS: [A[] DYNELLE COELHO; [B] FERNANDA TINÉ / I HATE FLASH; [C] HENRIQUE THOMS / I HATE FLASH; [D] VTAO TAKAYAMA / I HATE FLASH; [E] JOÃO PAULO/ SUPER CAMERA; [F] WES ALLEN / I HATE FLASH / FIAT
ENCONTRO DE GERAÇÕES
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todo carinho do mundo é pouco
A cantora pernambucana Duda Beat mostra por que foi consagrada como revelação da música brasileira e coroada pelo público como Rainha da Sofrência, com sua mistura contagiante de pop e dor de cotovelo para dançar Bastou lançar seu primeiro disco, “Sinto Muito”, para a pernambucana Duda Beat, aos 31 anos, se converter em uma das grandes revelações da música brasileira em 2018 e estampar seu nome no lineup de grandes festivais no Brasil inteiro, como o nosso MECAInhotim. A trajetória rumo ao sucesso, no entanto, veio com 10 anos de muita dor de cotovelo, o que a cantora soube canalizar como ninguém em suas canções — tanto que ganhou o apelido de Rainha da Sofrência Pop. Dona de um sotaque irresistível e de músicas que contagiam todo mundo, Duda Beat fez um show inesquecível em Inhotim, com a participação especial de Erasmo Carlos, num dos ápices de três dias de festival. “Foi demais. Muito foda. O lugar é lindo eo astral estava lá em cima. Foi incrível!”, comemorou. Em um bate-papo com Felipe Seffrin, a libriana abre seu coração e conta aonde quer chegar. Como foi dividir o microfone com o Erasmo Carlos e logo depois entregar o palco para o Gilberto Gil, dois ícones da música brasileira? Eu estava num sanduíche de lendas, né? [risos] Foi muito feliz. Conheci o Gil e ele foi um amor comigo. O Erasmo, então, sem palavras. Foi generoso desde a passagem do som ao momento final. Um amor comigo, me botou lá em cima, segurou minha mão. Me emocionei muito, de verdade. Ele até enxugou minhas lágrimas.
TEXTO: FELIPE SEFFRIN | FOTO: DYNELLE COELHO
De onde vem essa energia que você entrega no palco? É natural em mim. Acho que vi tanta televisão, tanta Ivete Sangalo puxando o trio, que me inspirei. Vi tanta cantora boa por aí fazendo um monte de coisa, como a Beyoncé, a Rihanna. A gente se inspira, né? Eu sempre entro no palco querendo dar tudo de mim. Amo fazer isso, então vamos “simbora”. Você cantou “É Preciso Saber Viver” com o Erasmo. Como devemos viver? Da melhor forma possível: estar com quem a gente ama, amar as pessoas, fazer o bem. E, por favor, não votem mais em Bolsonaro nem ninguém daquele lado de lá. Não tem como a gente viver bem sendo governado por um governo desses. Sofrer também é saber viver? Sofrer é saber viver, sim. Sofrer é ir ao fundo do poço e saber se levantar. Todo mundo tem que passar por isso. É assim que a gente fica mais forte, que a gente vê a vida de outro jeito, que “faz casca”. Que a gente bota um filho no mundo. E tanta gente sente empatia pela gente porque elas também sofrem.
“ME ENTREGO DEMAIS EM TUDO QUE VIVO. PARA MIM, O BAQUE É SEMPRE MAIOR” — Duda Beat
Qual é o seu beat? Meu beat são os anos 80, não vou mentir, não. Gosto daquela coisa dramática de escorregar na parede, de sofrer junto. Se fosse para eu definir um beat para mim, com certeza estaria nos anos 80. Curto muito George Michael, Sade... Onde você se enxerga? Me enxergo bem grande no futuro. Não porque quero ser grande, mas porque quero que a minha palavra chegue no ouvido de muita gente. Gente que sofre de
amor como eu, que já sofreu, que quer melhorar de vida, quer se divertir, lutar por si. Meu intuito de ser grande é para as pessoas ouvirem minha mensagem, mais do que por números. Porque já tenho tudo o que preciso. Uma banda maravilhosa, amigos incríveis, tô de boa. Tenho amor [os olhos enchem de lágrimas e a voz embarga], tenho uma gata, estou construindo uma família, tenho a admiração das pessoas que eu respeito. Ser grande é só pra muita gente ouvir o que eu tenho para falar.
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Como segurar essa libriana que existe em você? É muito difícil. Sou muito romântica, muito profunda. Me entrego demais nas coisas que eu vivo. Pra mim o baque é sempre maior. Acho que é por isso que eu consigo colocar na música tudo que eu sinto, o que está dentro de mim: porque eu me entrego demais. E o público sente isso, porque é verdadeiro, é honesto, não estou fingindo nada. Todo carinho do mundo para mim é pouco.
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PALAVRA DE QUEM PASSOU POR LÁ
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– “O Inhotim é um dos meus lugares favoritos no mundo. Já vim várias vezes visitar o parque e recomendo. É um passeio inesquecível para todo tipo de gente: quem gosta de natureza, de arte. No MECA foi a primeira vez, e adorei. O MECA é realmente uma experiência sensorial. É a melhor combinação possível, porque tem natureza, arte e música, as paixões da minha vida. Então é um programaço. Vou querer muito repetir a dose. Foi lindo. Além de todos os shows, teve workshop de fotografia e outros temas. É gostoso porque você também pode desfrutar de cursos. É legal que tem essas palestras no festival, além de toda a arte e de toda a música.”
FESTA SEM FIM Batidas contagiantes nos mais diversos estilos da música eletrônica ecoaram na pista vermelha do AfterParty Campari na sexta e no sábado de MECAInhotim até as 5 da manhã. Para os inimigos do fim, foi uma ótima oportunidade de aproveitar o festival até o último minuto. Passaram pela cabine de som nomes consagrados da cena eletrônica nacional, como os DJs Nilo Damasceno, Mari Rossi, Nepal, Carrot Green, Kurc e Renato Cohen — em uma pista que reuniu centenas de pessoas até o amanhecer nos jardins do Instituto Inhotim. Quem curtiu o after e conseguiu acordar cedo no fim de semana aproveitou duas master classes com o premiado embaixador da Campari, Paulo Freitas, celebrando os 100 anos do clássico Negroni. O público aprendeu mais sobre a história do drink e foi convidado a “descobrir seu lado red”. Outra atração matinal promoveu uma conexão prática com a arte em workshops de fotografia analógica conduzidos por Fernando Schlaepfer, fundador e CEO do coletivo I Hate Flash, em parceria com o laboratório fotográfico mineiro Super Camera. Os participantes receberam câmeras analógicas e registraram suas experiências pessoais em meio aos jardins e galerias do Inhotim — e entre as inúmeras atrações musicais e culturais do festival.
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“FOI A MINHA PRIMEIRA VEZ NO MECAINHOTIM, E ADOREI. É UM PROGRAMAÇO. VOU QUERER MUITO REPETIR A DOSE. FOI LINDO. O MECA É REALMENTE UMA EXPERIÊNCIA SENSORIAL” MARIANA XIMENES, ATRIZ QUE AMAMOS DEMAIS [E]
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FOTOS: [A[] DYNELLE COELHO; [B] FERNANDA TINÉ / I HATE FLASH; [C] HENRIQUE THOMS / I HATE FLASH; [D] VTAO TAKAYAMA / I HATE FLASH; [E] LUAGA BAGGI / SHAKE IT; [F] YVAN RODIC / FACEHUNTER
Mariana Ximenes, atriz
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CAÇADORES DE ESTILOS O MECAInhotim é reconhecido como o festival com as pessoas mais estilosas do Brasil. E esse jardim de pessoas incríveis com looks arrasadores surpreendeu até mesmo um dos fotógrafos mais relevantes da atualidade. “O que pode ser melhor do que assistir a alguns dos melhores artistas brasileiros em um Jardim do Éden?”, questiona o suíço Yvan Rodic. Sob o codinome Facehunter, ele já percorreu 144 países documentando estilos, criando narrativas através da moda e registrando campanhas para grandes marcas —e esteve no festival para ver de perto a atitude e personalidade de quem passou por lá. Quem também acompanhou o festival foi a equipe do Steal The Look, uma das maiores plataformas de moda e beleza do país. Manuela Bordasch, Beatriz Borges, Isabella Aredes e Fernanda Villaça fizeram uma série de conteúdos especiais sobre uma das atrações à parte do festival: nosso público. “O MECA é um mundo paralelo em que todo mundo se ama, se encontra extremamente feliz e está cercado de cores e paisagens como você nunca viu antes”, definiram, à perfeição.
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Natureza curiosa
O suíço Yvan Rodic, o Facehunter, é um dos principais fotógrafos de estilo da atualidade.
O público foi inspirado por passeios exclusivos ao redor de Inhotim “Jardim de Todos os Sentidos” O passeio por um jardim de plantas medicinais, aromáticas e tóxicas promovido pela Laces foi medidado pela mineira especialista em plantas medicinais Ana Cimbleris.
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Como foi participar do MECAInhotim? Foi maravilhoso. O que pode ser melhor do que assistir a alguns dos melhores artistas brasileiros no Jardim do Éden? Essa combinação de um local dos sonhos e de um evento tão bem cuidado foi de puro prazer.
“Diversidade Biológica” Em comemoração ao Dia Internacional da Diversidade Biológica, o Inhotim promoveu um passeio com foco nas riquezas da fauna e da flora do Instituto.
O que você procura nas suas fotos? Eu olho para o fundo da alma das pessoas atrás de significado. Estou interessado em contar histórias que sempre inspirem mudanças positivas.
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“O MECA É UM MUNDO PARALELO EM QUE TODO MUNDO SE AMA, SE ENCONTRA EXTREMAMENTE FELIZ E ESTÁ CERCADO DE CORES E PAISAGENS COMO VOCÊ NUNCA VIU ANTES” STEAL THE LOOK, PLATAFORMA DE MODA E BELEZA
“ESTILO É COMO AS PESSOAS SE EXPRESSAM. POR TRÁS DE CADA OLHAR HÁ UMA HISTÓRIA” — Yvan Rodic [F]
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O que é moda e estilo para você? Para mim, estilo é muito mais interessante que moda. Estilo é como as pessoas se expressam. Por trás de cada olhar há uma história sobre como a pessoa interpreta a sua identidade e sobre a sua relação com o mundo.
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“Paisagismo e Coleção Botânica nos Jardins do Inhotim” O engenheiro agrônomo Juliano Borin convidou o público a explorar as maravilhas botânicas e do paisagismo de Inhotim.
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JUNTOS POR UM MUNDO MELHOR
Confira os temas dos debates no MECAInhotim: “Arte e moda como protagonistas culturais e ambientais” Com Oskar Metsavaht, do Instituto-e, e Cameron Saul, da Bottletop. [B]
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“O MECA FOI UM DOS EVENTOS MAIS MARCANTES DA MINHA VIDA. TROUXE ENERGIA BOA E DEU MOTIVAÇÃO PARA CONTINUARMOS NESSA LUTA POR REGENERAÇÃO” GABRIEL VILAÇA, MORADOR DE BRUMADINHO E VOZ ATIVA NA COMUNIDADE
“Brumadinho: é sobre regenerar” Com o jornalista Gustavo Ziller, Capitão Farah (Bombeiros) e Gabriel Vilaça (ONGs Amigos de Brumadinho e Atados). “Em defesa da vida” Com Gabriela Yamaguchi, da WWF Brasil. “Marcas e movimentos que regeneram” Com Eliz Vittorazzi, da SOS Amazônia; Flavia Amadeu, da FLAVIA AMADEU, e Chiara Gadaleta, da Ecoera.
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“É MARAVILHOSO APROVEITAR UM FESTIVAL DE MÚSICA, CULTURA E ARTE PARA DEBATER QUESTÕES FUNDAMENTAIS PARA TODOS NÓS” OSKAR METSAVAHT, FUNDADOR E PRESIDENTE DO INSTITUTO-E
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“Políticas públicas sóciohumanas” Com Bruno Weis, do Instituto Socioambiental (ISA).
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“Por uma vida mais sustentável na Terra até 2030” Com Carlo Pereira, do Pacto Global da ONU.
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FOTOS: [A[] DYNELLE COELHO; [B] FERNANDA TINÉ / I HATE FLASH; [C] HENRIQUE THOMS / I HATE FLASH; [D] VTAO TAKAYAMA / I HATE FLASH; [E] SUPER CAMERA; [F] PEDRO LACERDA / SHAKE IT; [G] LUANA BAGGI / SHAKTE IT
Inspirados pelo desejo de fazermos a nossa parte por um mundo melhor, nos juntamos à ONU e à campanha global #TOGETHERBAND, que dá visibilidade aos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável até 2030. E celebrando essa parceria, recebemos representantes de instituições como WWF Brasil, Pacto Global/ONU e SOS Amazônia. Em foco, soluções para construirmos juntos um futuro melhor tendo como norte o Global Goal 15: Life on Land (Vida na Terra). Foram dois dias de palestras e apresentações culturais, como o painel “Brumadinho: É Sobre Regenerar”, que reuniu o Capitão Farah, do Corpo de Bombeiros e responsável pelo socorro à cidade mineira após o rompimento da barragem do Feijão, o jornalista independente Gustavo Ziller e o morador e ativista em diversas ONGs locais Gabriel Vilaça. “O MECA foi um dos eventos mais marcantes da minha vida. Foi muito emocionante. No momento da minha fala, tive meu coração muito tocado. Recebi força do município para poder contar um pouco da real situação de Brumadinho e sensibilizar as pessoas”, conta Gabriel. A programação assinada pela campanha incluiu um showcase de música contemporânea indígena que trouxe a riqueza da cultura que vem das aldeias e diz tanto sobre a história do nosso país. Brisa Flow, Ian Wapichana, Gean Pankararu, Anápuàka e Renata Tupinambá convidaram o público para uma grande roda de dança, num dos momentos mais marcantes do festival. Os músicos britânicos Fink e Simeo, e a DJ iraniana Mentrix, também tocaram no palco principal. “Um festival de música é um ambiente muito pertinente para levarmos mensagens de engajamento às causas ambientais. Jovens são agentes de mudança, e desafiá-los a transformar o mundo impulsiona a sociedade”, disse Eliz Vittorazzi, coordenadora da SOS Amazônia. Fundador do Instituto-e, Oskar Metsavaht debateu com Cameron Saul, cofundador da Bottletop, como arte e moda podem ser protagonistas de mudanças culturais e ambientais. Participaram ainda Carlo Pereira, do Pacto Global/ONU; Gabriela Yamaguchi, diretora da WWF Brasil; Bruno Weis, do Instituto Socioambiental (ISA); Chiara Gadaleta (Movimento Ecoera) e a designer e empresária social Flávia Amadeu. Foram dois dias intensos que deixaram os participantes mais esperançosos sobre o futuro e com a certeza de que, juntos, podemos mudar hábitos, engajar pessoas e contribuir mais pelo nosso planeta.
O futuro é aqui
MECAINHOTIM 2019 PALAVRA DE QUEM PASSOU POR LÁ Gabriel Vilaça, morador de Brumadinho: – “O MECA foi um dos eventos mais marcantes da minha vida. Tive o coração muito tocado. Passou um filme de tudo que aconteceu desde janeiro e senti a força do município para sensibilizar as pessoas e falar sobre a real situação de Brumadinho. Participar desse momento de celebração foi importante, pois temos que dar as mãos e tentar superar tudo de forma alegre. Conectamos Brumadinho com MECA e com pessoas bem-intencionadas. Será muito efetivo se levarmos os ODS da ONU para a cidade. Tenho certeza que o festival foi um marco para nossa recuperação física e espiritual. O MECA trouxe uma energia boa e deu motivação para continuarmos na luta por regeneração.”
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“UM FESTIVAL DE ARTE E MÚSICA É UM AMBIENTE MUITO PERTINENTE PARA LEVARMOS AOS JOVENS MENSAGENS DE ENGAJAMENTO ÀS CAUSAS AMBIENTAIS” ELIZ VITTORAZZI, SOS AMAZÔNIA
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“Ficamos honrados em trazer vozes tão importantes ao festival” Cameron Saul é cofundador da marca britânica Bottletop, idealizadora da campanha global #TOGETHERBAND em parceria com ONU e MECA por um mundo melhor
Como foi trazer a #TOGETHERBAND para dentro do MECAInhotim? Foi uma jornada bonita e orgânica sobre uma visão compartilhada de usar criatividade e cultura para conscientizar e capacitar as pessoas e o planeta. Quando você adiciona o cenário da natu-
reza e a combinação altamente selecionada de arte e música do MECAInhotim a essa dinâmica, leva as coisas para outro nível. Ficamos honrados em trazer vozes tão importantes e diversificadas ao MECAInhotim ao exploramos o assunto crítico do Objetivo 15: Life on Land (Vida na Terra).
O que levamos da conferência para o futuro? Aprendemos com especialistas dedicados, com profunda experiência na luta pela mudança em escalas local, nacional e global, e com pessoas que inovam e colaboram para fazer a diferença. Refletimos sobre diversos problemas,
compartilhamos ideias e consideramos ações e soluções. Espero que aqueles que participaram tenham sido inspirados e nutridos pelas ideias e experiências compartilhadas. E que se sintam revigorados para impulsionar suas próprias receitas para um impacto social e
ambiental positivo ao seu redor. Como a parceria com o MECA pode sensibilizar os brasileiros? A parceria com o MECA é uma relação simbiótica que vai crescer à medida que percorrermos a campanha mês a mês e meta por
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meta. Nós vamos continuar trabalhando juntos para mobilizar a sociedade usando moda sustentável, música, arte, cinema e cultura criativa como veículos para conscientizar e impulsionar ações de apoio a pessoas e projetos que fazem a diferença.
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MECAINHOTIM 2019 PALAVRA DE QUEM PASSOU POR LÁ
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SIMBIOSE CULTURAL O público presente no festival também pôde visitar galerias e jardins do Instituto Inhotim e participar de diversas atividades diurnas. Afinal, o MECAInhotim sempre foi uma experiência imersiva em várias formas de cultura e arte, confirmada pela curadoria impecável de workshops e talks com personalidades do Brasil e do exterior, trazendo assuntos atuais e relevantes para o debate. Entre os convidados internacionais esteve o repórter multimídia Walter Thompson-Hernández, do “The New York Times”, que dividiu suas experiências documentando subculturas, e o suíço Yvan Rodic, um dos principais fotógrafos de estilo da atualidade. Já Brett Kincaid, fundador da agência americana de criação MATTE Projects e produtor-executivo do documentário “Fyre” (Netflix, 2019), debateu a importância de repensarmos a comunicação de festivais. Raquel Cabaneco, referência nacional no estilo afro house, deu uma aula de danças africanas, urbanas e contemporâneas. E Julia Macêdo, do Calma Canga, convidou o público para práticas de consciência corporal em meio à natureza. Os talks reuniram Carol Albuquerque e Isabel de Luca, líderes do inspirador hub de conteúdo Hysteria, que falaram sobre a quebra de estereótipos na representação das mulheres na produção audiovisual. Head da WGSN Mindset da América Latina, Luiz Arruda apresentou tendências de consumo e comportamento para 2020.
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– “MECAInhotim é uma mistura estimulante de intelectualidade e diversão garantida. A localização por si só já é excepcional, e o festival consegue preencher o fim de semana com pessoas interessantes, boa música e uma variedade de atividades. Fica evidente que a multidão de frequentadores tem um gosto sofisticado, e mesmo assim não tem medo de se jogar. No geral, a atmosfera é calma, mas comemorativa. Por alguns dias você realmente pode se sentir focado no presente, já que o ambiente e a vibe parecem estar longe do caos da vida normal.”
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“O MECAINHOTIM FOI UMA DAS EXPERIÊNCIAS MAIS INCRÍVEIS QUE JÁ TIVE. FOI UM PRIVILÉGIO FALAR SOBRE SUBCULTURAS NUM LUGAR COMO O BRASIL — QUE TEM SUA PRÓPRIA HISTÓRIA COM SUBCULTURAS” WALTER THOMPSON-HERNÁNDEZ, REPÓRTER DO “THE NEW YORK TIMES”
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“O MECAINHOTIM É UMA MISTURA ESTIMULANTE DE INTELECTUALIDADE E DIVERSÃO GARANTIDA” BRETT KINCAID, COFUNDADOR DA AGÊNCIA AMERICANA DE CRIAÇÃO MATTE
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FOTOS: [A[] DYNELLE COELHO; [B] FERNANDA TINÉ / I HATE FLASH; [C] HENRIQUE THOMS / I HATE FLASH; [D] VTAO TAKAYAMA / I HATE FLASH; [E] SUPER CAMERA; [F] PEDRO LACERDA / SHAKE IT; [G] LUANA BAGGI / SHAKTE IT
Brett Kincaid, cofundador da agência americana MATTE
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empatia narrativa sem fronteiras
De sensibilidade e carisma que extrapolam seus quase dois metros de altura, Walter Thompson-Hernández, repórter multimídia do jornal “The New York Times”, viaja o mundo para reportar e documentar culturas O americano com ascendência mexicana Walter ThompsonHernández tem só 34 anos, mas já viveu muita coisa. Repórter multimídia especializado em subculturas do “The New York Times”, um dos jornais mais relevantes do mundo, ele já escreveu, fotografou e gravou vídeos em países como Madagascar, Japão, Gana, República Dominicana e México. De sensibilidade e carisma que extrapolam seus quase dois metros de altura, Walter foi um dos destaques da programação diurna do MECAInhotim e dividiu com a repórter Débora Stevaux a experiência de sair de Los Angeles para entrar em contato com arte, crenças, costumes e culturas nos quatro cantos do planeta. Como a cultura transforma o mundo? Cultura é tudo e está em todas as partes. Ela é transformadora porque é uma das formas de nos conectarmos com os outros. Existem hábitos que todo mundo tem, na música, na arte, na gastronomia. Encontro conexões mesmo nas diferenças, e isso é muito doido. Cultura é a única coisa que transcende as fronteiras e as pessoas. Qual foi a sua experiência mais marcante em tantas viagens? É difícil escolher uma só, mas o Japão foi incrível. Porque, apesar das diferenças, muitos jovens se vestem como em Los Angeles, dirigem os mesmos carros. E encontrei semelhanças até comigo. Foi lindo sentir e perceber que estamos extremamente conectados.
TEXTO: DÉBORA STEVAUX | FOTO: HENRIQUE THOMS / I HATE FLASH
Como você se blinda emocionalmente para ouvir o que ouve? Essa pergunta é muito poderosa. Ouço vários relatos de dor, dramáticos. E, às vezes, me sinto triste. É difícil deixar esse sujeito empático em segundo plano, sabe? Leva tempo e estou em um processo constante de aprendizado de como processar a dor dessas pessoas. Eu ainda não tenho um escudo, não consigo me blindar totalmente, mas estou aprendendo. Neste ano, eu conversei com várias pessoas de Brumadinho (MG) e me senti exatamente como você, sabe? Sim, é bem difícil. Porque, como repórter ou jornalista, você tem o dever de reportar o que eles falam. Mas esses sentimentos ficam dentro de você, te tocam de uma certa forma. A gente é humano também, né? O que move você a fazer o que faz hoje? Sinto que eu nasci para fazer isso. Como se tivesse sido escolhido para fazer o trabalho que faço. E sou muito grato por ter a oportunidade de ouvir as histórias de tantas pessoas e documentar o mundo sob o ponto de
“CULTURA É A ÚNICA COISA QUE TRANSCENDE AS FRONTEIRAS E AS PESSOAS” —Walter Thompson
vista cultural. Mesmo se não estivesse ganhando para fazer isso estaria fazendo, porque é algo que eu amo demais e que quero fazer para sempre. Estamos vivendo cenários muito conservadores no Brasil e nos Estados Unidos. Como a crise social e política fomenta a cultura? Existem inúmeras semelhanças entre o que vocês estão vivendo aqui e o que vivemos lá. E as pessoas têm respondido da mesma forma. Os estudantes estão se mobilizando, pessoas estão sendo ativadas para agir politicamente, sentindo esse chamado à ação. Sentimos a pressão dessas estacas da mesma forma, né? Quando eu estava no Rio de Janeiro, participei da
manifestação dos estudantes contra o corte de verbas na educação, e foi muito parecido com o que acontece nos Estados Unidos. O [Jair] Bolsonaro também é militar e conservador e tem uma história bem nefasta, assim como o [Donald] Trump. Como está sendo escrever seu livro, “Compton Cowboys”, previsto para 2020? O livro fala sobre um grupo de caubóis negros na cidade californiana de Compton. Não por coincidência, essa é a mesma cidade que foi o berço do N.W.A [sigla do grupo de gangsta rap norte-americano formado em 1986 por Eazy E, Dr. Dre, Ice Cube, DJ Yella, MC Ren e Arabian Prince]. É uma história muito linda sobre dez amigos que
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montam em cavalos para ressignificar o seu cotidiano composto por gangues e inúmeras formas de violência e de pressões econômicas e sociais. E eles tentam ser caubóis negros num mundo e num lugar que diz a eles que eles não podem ser assim. É uma história muito poderosa. O que você conhece sobre subculturas brasileiras? Olha, eu sei que existem inúmeras [risos]. Eu estava no Rio e conheci um pouco, mas sinto que preciso voltar para explorar e entender tudo isso. Os brasileiros são muito criativos e tudo isso se dá de uma forma muito linda, muito interessante. Eu preciso aprender bastante com vocês!
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Semeando cultura Workshops e talks de temas fundamentais [C]
“A importância de documentar subculturas” Com Walter Thompson-Hernández, repórter do “The New York Times”.
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MAIS QUE UM FESTIVAL [D]
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“Entendendo a cultura através da lente do estilo” Com o fotógrafo suíço Yvan Rodic. “Dá para entender o hoje olhando para o amanhã?” Com Luiz Arruda, da WGSN Mindset. [B]
“Empresas como plataforma de identidade, consciência e propósito” Com Itamar Ceccheto, da Laces and Hair, e Cleu Oliver, do MECA.
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“Movimentos que conectam” Com Deborah Rocha e Sérgio Souto, do Verbogentileza. “Pra falar de dança e movimento” Com a coreógrafa e performer Raquel Cabaneco.
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“Repensando a comunicação de festivais” Com Brett Kincaid, fundador da MATTE e produtor do doc “Fyre”.
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“Saudação ao sol” Com Julia Macêdo, do Calma Canga.
FOTOS: [A[] DYNELLE COELHO; [B] FERNANDA TINÉ / I HATE FLASH; [C] HENRIQUE THOMS / I HATE FLASH; [D] VTAO TAKAYAMA / I HATE FLASH; [E] SUPER CAMERA; [E] LUANA BAGGI / SHAKTE IT; [F] DIMAS HENKES
Foram três dias de comunhão entre várias formas de arte e de amor, sentidas no sorriso aberto e nos abraços de cada um que curtiu com a gente e que levou boas energias para a região de Brumadinho, no coração de Minas. O MECAInhotim proporcionou ao público experiências que nenhum outro festival no Brasil poderia entregar, da curadoria musical impecável ao cenário paradisíaco de Inhotim, dos debates sobre temas relevantes e atuais à feira de marcas independentes — revertendo parte dos lucros para Brumadinho. Tudo isso integrando a comunidade local e assumindo o compromisso do MECA de contribuir ativamente para um mundo melhor. “Foi um marco para o renascimento da cidade. Essa mistura de arte e de meio ambiente é a fórmula que ajudará Brumadinho a se reerguer”, definiu o jornal local “Circuito Notícias”. Nosso orgulho não poderia ser maior. Deixamos Minas Gerais repletos de boas lembranças, com o coração transbordando de saudades e ansiosos para voltarmos e vivermos tudo isso de novo, incontáveis vezes.
“Construindo o olhar das mulheres” Com Carol Albuquerque e Isabel de Luca, do hub de conteúdo Hysteria.
MECAINHOTIM 2019
a potência do “rito de passá” de mc tha
O funk brasileiro está com os pés no futuro por causa dela. A cantora paulistana MC Tha foi uma das estrela do MECAInhotim com sua mistura contagiante de funk, MPB, R&B, repleta de letras positivas e dançantes
maravilhoso “Pajubá”, da Linn da Quebrada, e o disco incrível da Duda Beat, “Sinto Muito”. Onde estão suas raízes musicais? Sou muito apegada ao que foi lançado no passado. Costumo até dizer que a minha alma é um pouco velha. Eu gosto muito de ouvir músicas da Tropicália, samba e funk antigos. É por isso que as minhas composições têm essa fórmula da música brasileira no jeito de falar as coisas. Esse é um reflexo de tudo que eu gosto de ouvir. Qual o funk antigo dançante que você mais curte? “Foi na festa da escola que tudo começou, eu olhei pra ela e ela me olhou” [canta um trecho de “Estrada da Posse”]. Eu amo essa música! Quando escrevi “Bonde da Pantera”, quis descrever um baile funk dos anos 90. Tem quem ache que estou sendo sensual na letra, mas não. Porque nos anos 90 as pessoas iam para o funk com o bonde, né? E davam nomes para o seu grupo. Não sei se você já foi num baile funk, mas é a coisa mais quente do mundo! [risos]
TEXTO: DÉBORA STEVAUX FOTO: FERNANDA TINÉ / I HATE FLASH
“O QUE A THAIS NÃO CONSEGUE DIZER, A MC THA DIZ” —MC Tha
Ela diz que tem alma velha. Mas a sensibilidade de olhar e entender o antes se projeta num futuro imenso. Desde a infância no extremo leste de São Paulo, MC Tha, 26, foi guiada pela música. Ela tinha 15 anos quando se apresentou pela primeira vez em um baile funk. Em 2016, estreou com o single “Pra Você”. Desde então, envolveu a tudo e a todos com seu furacão, fortalecida por sucessos como “Bonde da Pantera”, “Valente” e pela parceria com o cantor Jaloo na música “Céu Azul”. Agora, abrimos caminhos para “Rito de Passá”, EP de estreia lançado em
junho deste ano. No MECAInhotim, ela apresentou músicas novas e contagiou o público. Sua mistura deliciosa de funk, MPB e R&B, abençoada pela força da umbanda, é mágica. Em bate-papo com Débora Stevaux, MC Tha comenta sobre sua participação no festival e sobre os ritos de passagem até virar artista. Como a música te move? Eu vivo da música, então tudo o que eu faço é voltado à música. Interiormente, a música me move porque me ajuda a expressar o que eu não consigo dizer. Consigo botar para fora muita coisa
compondo e, depois, cantando. O que a Thais não consegue dizer, a MC Tha diz. E isso alivia muita dor e outros sentimentos guardados. Quais foram suas principais influências para fazer o disco “Rito de Passá”? Por mais que sinta todo esse empoderamento, quando me pegava ouvindo alguma coisa, ficava insegura. Achava que o que eu estava fazendo não era tão bom. Por isso fiquei um tempão sem ouvir coisas novas. Procurei ficar um pouco distante. Mas é claro que ouvi o
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Qual foi seu maior Rito de Passagem? Eu tinha 12 anos quando o Douglas, meu irmão mais velho, morreu num acidente de moto. Foi o Dimis que me criou e me incentivou a gostar de música. Eu ouvia muito rap nacional por causa dele, e foi ele quem descobriu que eu sabia cantar. Eu pegava o radinho de fita dele e me gravava cantando [se emociona]. Um dia ele saiu mostrando para todo mundo do bairro: ‘Olha, a Thaís canta bem!’ Nunca me enxerguei como artista, até hoje tenho dúvidas... Um dos principais “ritos de passá” foi lidar com toda essa questão familiar e seguir sem o meu irmão. Como foi tocar no MECAInhotim? Foi incrível! Tinha uma galera que me conhecia, e percebi que o público estava bem aberto, mesmo não me conhecendo. No começo do show, alguns estavam mais fechados, mas no meio, já estavam se soltando. O Inhotim também é maravilhoso. Senti uma energia muito forte. Quando entrei na Galeria Cildo Meireles, uma moça me explicou sobre a importância de ocuparmos esse espaço e, agora mais que nunca, incentivarmos o turismo em Inhotim e em Brumadinho. Porque as pessoas já não pensam em lá como uma rota de passeio, mas é agora que a gente tem que incentivar ainda mais isso. Eu não tinha essa consciência até vir aqui. Quando entrei na Galeria do Cildo, no fim tinha uma torneirinha e era tudo muito escuro, vermelho. Me senti tocada. Parece que bateu toda essa consciência.
COOL PEOPLE BEHIND COOL PROJECTS
ancestralidade no futuro
Anápuàka Muniz Tupinambá Hã-hã-hãe, cofundador da Rádio Yandê e do Festival de Música Indígena — YBY, difunde as memórias e riquezas da cultura indígena atual
“Virá. Impávido que nem Muhammad Ali. Virá, que eu vi”, cantou Caetano Veloso em 1977 na música “Um Índio”. E quem estava na última edição do MECAInhotim viu. Em uma das cenas mais lindas em quase 10 anos de MECA, Anápuàka Muniz Tupinambá Hã-hã-hãe coordenou uma grande roda de dança ao som do Toré, canto sagrado dos índios que representa amor, união e força. Foi na infância que Anápuàka aprendeu a importância desses valores, observando seu pai se dividir entre a função de pedreiro e a associação de moradores da favela Vila Nova Divineia, na Zona Sul de São Paulo, hoje desapropriada. O pai de Anápuàka era ativo nos processos indígenas e sociais — e isso floresceu no filho. Aos 6 anos, ele começou a se questionar por que não via índios na TV. “Trago a ideia da Rádio Yandê comigo desde quando ouvia Ailton Krenak no ‘Programa de Índio’ da Rádio USP”, conta, re-
lembrando o programa da União das Nações Indígenas (UNI) em 1980. Mas o projeto de uma rádio indígena ainda levaria um tempo para sair do papel. Anápuàka se mudou para a terra indígena Caramuru-Paraguaçu, no sul da Bahia, onde descobriu na prática o que é ser Tupinambá e Pataxó Hã-hã-hãe. Lá, aprendeu montaria, arco, flecha, vários rituais — e a lutar por sobrevivência. “Escapamos por pouco de emboscadas. Fazendeiros e posseiros atiravam contra nós e nos defendíamos com espingardinhas e lanças.” Já adulto, Anápuàka encontrou na comunicação uma arma para a transformação da realidade indígena. “Trabalhei em rádios comunitárias, produtoras, apresentei programas e fui um péssimo DJ [ri]. Emplaquei pautas indígenas e aprendi a programar. Em 1994, não tinha quase nada sobre indígenas na internet.” Foi em 11 de novembro de 2013 que Anápuàka realizou a transmissão inaugu-
ral da Rádio Yandê (“Nós”, em Tupi), primeira web rádio indígena do país — em parceria com Renata Tupinambá e Denilson Baniwa. “Abrimos a cena da música contemporânea indígena nestes seis anos para representantes de nações do Brasil e do mundo. Somos uma ferramenta amplificadora. Temos a sensibilidade da diversidade e do respeito ancestral.” Mesmo sobrevivendo de doações escassas e poucos patrocinadores, a Yandê repercute conflitos enfrentados por povos indígenas e transmite novidades musicais, ações socioambientais e mostras de cinema. Prazer, etnomídia! Uma mídia focada na diversidade para fazer a diferença na luta. “Temos colaboradores em quase todas as aldeias brasileiras. São séculos de invisibilidade. Mas se você se valoriza e busca sua história, memória e ancestralidade, consegue ir em frente.” Em novembro a programação da Rádio Yandê ganhará ainda mais vida, em parce-
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ria com Iara Vicente, do projeto Nossa Terra Firme. De 29/11 a 1o/12 acontece a primeira edição do YBY – Festival de Música Indígena, na Unibes Cultural, em São Paulo. “Será um festival para colocar em voga o protagonismo e a autonomia indígena, e mostrar que temos potencial para fazer um bom trabalho desde que tenhamos acesso aos meios de poder.” Brisa Flow, Djuena Tikuna, Katu Mirim e Nory Kaiapó estão confirmados no evento que irá abranger experiências culturais como artes plásticas, gastronomia, literatura, moda e até empreendedorismo indígena. Em financiamento coletivo pelo Catarse (http://bit.ly/ybyfestival), o festival também terá uma exposição em realidade virtual e um prêmio dedicado à memória de Galdino Jesus dos Santos. O festival será a realização do sonho de quem nasceu para lutar: Anápuàka Muniz Tupinambá traz no nome duas etnias que lutaram entre si no Maranhão. “Temos que vangloriar quem é capaz de nos combater. Me condicionei a refletir que sou o único que pode me parar. Se não sei, aprendo”, afirma. “Aprendi de forma estratégica a sobreviver dentro do sistema, hackear processos e entender o que é preciso para avançarmos, juntos, na construção de um mundo digno e melhor para todos.” www.radioyande.com
TEXTO: DÉBORA STEVAUX | FOTO: BOC BOC / ACERVO RÁDIO YANDÊ
“SE VOCÊ SE VALORIZA E BUSCA SUA HISTÓRIA, CONSEGUE IR EM FRENTE” — Anápuàka
MECA100+ A celebração das cem pessoas que mais inspiraram o MECA em 2019.
– 14 de dezembro
em São Paulo, salve a data! \o/
Novidades em breve! @mecalovemeca
RADAR
bandas latinas para você ficar de olho
PEROTÁ CHINGÓ (América Latina)
JAVIERA MENA (Chile)
A banda sem endereço fixo possui integrantes de Brasil, Argentina e Uruguai, que viajam pelos países latinos para compor e criar novas músicas. Inclusive, foi em uma viagem que Julia, Lola, Diego e Pocho se conheceram e montaram o grupo. As músicas começam com poucos elementos, em um clima intimista, e ganham forma tomando rumos delicados e graciosos. As letras variam de temas engraçados a canções sobre espiritualidade, como na bela “Certo”. @perota_chingo
Synths, batidas eletrônicas e guitarras também são muito bem usadas na América Latina. Javiera prova com frescor e ousadia por que é um fenômeno do pop latino contemporâneo. Suas músicas existencialistas e românticas, com diversas referências dos anos 80, entram nos nossos ouvidos e nos fazem dançar. Em “Luz de Piedra de Luna”, a cantora chilena mistura batidas graves e notas marcantes de teclados em uma melodia dançante — pura perdição para todos os momentos. @javieramena
NATALIA LAFOURCADE (México)
DORALYCE (Brasil)
A cantora mexicana expressa dores, amores e suas múltiplas emoções de forma doce e suave. As canções possuem fortes elementos locais e resgatam histórias do folclore latino-americano, misturadas com o cotidiano contemporâneo da artista e com temas sobre o divino e o poder da mulher. Guitarras e batidas rápidas com palmas e violões deixam seu pop rock enraizado na cultura latina. Vale a pena ouvir “Para Qué Sufrir”, que conta com elementos da bossa nova brasileira. @natalialafourcade
A cantora pernambucana não perde tempo e é bem direta ao dizer o que pensa. No álbum “Pílula Livre” ela entoa um manifesto latino chamado “Primavera Solar” e discorre sobre a nova onda do feminismo mundial. Suas letras reforçam a necessidade de uma sociedade mais consciente e o instrumental remete a fortes raízes brasileiras. Sua voz é a voz de uma revolução. Sua música é do povo. Nossa faixa favorita é “Para de Apontar o Dedo”, com participação do rapper Edgar. @missbelezauniversal
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TETXO: DIMAS HENKES | FOTOS: DIVULGAÇÃO
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ROTA ESPECIAL: BRUMADINHO (MG)
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BELO HORIZONTE Em fevereiro de 2019, o MECA lançou o fundo solidário de arrecadação PróBrumadinho, em parceria com a Sitawi Finanças do Bem e a FARM. O objetivo é levantar recursos que serão aplicados no desenvolvimento sustentável de Brumadinho (MG), tendo cultura e educação como pilares. Nesta página, destacamos as belezas e riquezas naturais, além dos passeios turísticos de uma cidade com um povo hospitaleiro, pronto para te receber. Conheça Brumadinho. #PróBrumadinho
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CENTRO DE BRUMADINHO
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PIEDADE DO PARAOPEBA RIO PARAOPEBA RODOVIA JK
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TEXTO: DÉBORA STEVAUX COM A COLABORAÇÃO DA COMUNIDADE LOCAL
8 lugares para conhecer e se conectar com a cidade de Brumadinho (MG), além do incrível Instituto Inhotim 1
PARA VER O PÔR DO SOL
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PARA CURTIR A TARDINHA
PISTA DE VOO LIVRE TOPO DO MUNDO — A vista de tirar o fôlego tem 1.500 m de altitude na Serra da Moeda. Você também pode aproveitar a rampa natural para andar de parapente ou de asa-delta. Serra da Moeda.
FEIRA ROLA MOÇA — Música ao vivo, pratos típicos deliciosos e várias lembrancinhas fofas para levar para casa, em uma das feiras mais tradicionais da cidade. A 29ª edição ocorre em 20/7, das 12h às 21h. Evento gratuito. Av. Casa Branca, 620.
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PARA TOMAR UM CAFÉ DA TARDE
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PARA COMER FEIJÃO-TROPEIRO
CAFETERIA DA CLEIDE — Prove uma das melhores broa de milho da região. Outra dica é pedir um pãozinho bem servido com linguiça, queijo e lasquinhas de cebola para acompanhar um café ou suco natural. Av. Casa Branca, 1.000.
AO PÉ DO JATOBÁ — É difícil escolher o prato mais delicioso do local, que ainda esbanja natureza. Recomendamos o feijão-tropeiro com couve bem refogada, a galinhada ou o frango com quiabo. R. Jatobá, 383.
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PARA SE REVIGORAR
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PARA SE REFUGIAR
CACHOEIRA DAS OSTRAS — A trilha é longa, mas mergulhar na água límpida num lugar de exuberância inigualável compensa. Perceba a minúcia e a perfeição da natureza pelas formações rochosas que circundam a cachoeira. Trilha das Ostras.
CACHOEIRA POÇO ENCANTADO — No caminho de 7 km até a cachoeira é possível ver os principais biomas mineiros: o Cerrado e a Mata Atlântica. Ela é pequena, mas é muito bonita. A água é cristalina e a área é bem preservada. R. Quatro, 3.
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PARA IMERGIR NA CULTURA MINEIRA
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PARA SE RECONECTAR
ROTA DOS SABORES E DA CACHAÇA NO VALE DO PARAOPEBA — Conheça mais sobre a cachaça, a cultura e a gastronomia da região. As saídas acontecem até setembro. Agende 15 dias antes pela Experimente Minas. Av. São Francisco, 565.
QUILOMBO DO SAPÉ — Aberto para visitantes, para você se reconectar com a riquíssima cultura dos nossos primeiros habitantes. Encante-se com a sabedoria e o carisma dos moradores e artistas locais. Comunidade quilombola de Sapé.
Produzimos os eventos que a gente gostaria de ir. Geramos o conteĂşdo que a gente gostaria de consumir. ConstruĂmos os lugares que a gente gostaria de frequentar. Criamos os produtos que a gente gostaria de comprar. Investimos nos negĂłcios que a gente gostaria de participar. Aproximamos as pessoas com quem a gente gostaria de conviver. Conectamos as marcas que a gente gostaria de trabalhar. Simples assim. Celebrando, desde 2010