negra li compartilha inspirações para o novo disco, “raízes” — pág. 05
o melhor da agenda cultural no brasil e no mundo — págs. 06 e 14
o rapper edgar solta o verbo em um bate-papo nada convecional — pág. 11
the biggest smallest cultural platform
MECAJournal Distribuição g ratuita
Número #025 — Novembro, 2018
kelela está no meio de nós Nova rainha do pop e do R&B, a cantora americana Kelela é uma das atrações internacionais do MECABrás ao lado do francês Jacques e do britânico Dan Shake, dia 19 de novembro, em SP pág. 08
[A]
juventude plural
sede de inclusão MÚSICA — Coletividade Námíbià, projeto criado pelo soteropolitano Misael Franco, está mudando a cena cultural da noite paulistana — pág. 17
— A consultoria WGSN apresenta novas características da Geração Z, marcada pela pluralidade étnica e racial — pág. 15
quilombos urbanos ESPECIAL — Em uma edição dedicada à Consciência Negra, mostramos como os quilombos dos tempos modernos valorizam o legado e a cultura afro — pág. 12
A Contagious mostra como a publicidade tem abordado questões sociais pág. 16 [B]
www.meca.love
[C]
artistas para ficar de olho lugares para visitar na eslovênia mariana poppovic no mecaintro
WELCOME
Por dentro do MECA Vários projetos movimentam a nossa sede em São Paulo ao longo do ano. O MECASpot é um miniespaço cultural e educacional, com programação gratuita de talks, exposições de arte, pocket shows, DJ sets e feiras. Temos o orgulho de ser um ponto de encontro de pessoas à frente de projetos criativos. Em outubro, nossa sede recebeu os relógios-obra de Julio Mariutti e um MiniMECA com a presença do rapper Edgar. Também sediamos festas, markets e talks com Luiz Arruda, da WGSN, e Jackie de Botton, da The School of Life. E em novembro tem mais: dia 17/11 acontece o MECAUrca, no Rio de Janeiro, e dia 19/11 é a vez do MECABrás em São Paulo — ambos com a presença da cantora Kelela e um line-up especial repleto de atrações!
1
Você sabia?
2
O conteúdo do MECAJournal também está disponível no Medium: medium.com/ mecalovemeca
3 1, 2, 4, 5, 6, 7 e 8 - MiniMECA recebe o rapper paulistano Edgar 3 - Palestra sobre inteligência emocional com Jackie de Botton, cofundadora da The School of Life em São Paulo 9 - Doces e travessuras no Halloween do MECA 10, 11 e 12 - Feira de discos e flash tattoo no MECAMarket
4
5
7
6
9
10
11
12
MECACrew
MECASpot
Andrea Soares, Bruck Nogueira, Camilo Raesh, Carol Goulart, Débora Stevaux, Dimas Henkes, Gabriel Pires, Helder Ferreira, Felipe Seffrin, Fernanda Branco Polse, Fernanda Marques, Kamila Montalvão, Kim Olivier, Letícia Ippolito, Lucas Pexão, Luisa Dantas, Maíra Miranda, Marilia Ramos, Maurício José, Rara Debiase, Rodrigo Peirão, Rodrigo Santanna, Thaís Tolentino, Thum Thompson | Fale com o MECAJournal: redacao@meca.love
@mecalovemeca - contato@meca.love Funcionamento: sáb (14h à 0h) e dom (14h às 20h) Rua Artur de Azevedo, 499 Pinheiros – São Paulo – Brasil CEP 05404-011 . +55 (11) 2538-3516
2
FOTOS DE CAPA: [A] E [C] DIVULGAÇÃO; [B] MATHEUS TANAJURA | FOTOS: BRUCK NOGUEIRA
8
MECAINTRO
MARIANA POPPOVIC
espelho da psique
TEXTO: LUCAS PEXÃO | FOTO: DIVULGAÇÃO
A artista paulistana sediada em Portugal Mariana Poppovic viaja pelos mistérios da mente humana e pelas peculiaridades de um universo particular em sua primeira exposição individual
A paulistana Mariana Poppovic, 31 anos, começou a mostrar seu trabalho no cenário independente entre zines e cartazes, no limbo dos artistas e ilustradores. Formada em design de moda pela Faculdade Santa Marcelina (SP), ela se mudou para Porto, em Portugal, onde acaba de concluir seu mestrado em pintura pela Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto, fazendo uma brava transição do desenho para a pintura. Sua primeira exposição individual acontece agora no projeto MECAIntro, em São Paulo, mostrando um desdobramento da pesquisa acadêmica realizada em terras portuguesas. No projeto “Mil Formas, Em Uma e Mil Formas, Nenhuma”, Mariana discute sobre amor, loucura, feminilidade, ausência e arte. Na defesa do mestrado, que a artista visual articulou para que acontecesse dentro de uma instituição psiquiátrica no Porto, a pintura foi utilizada como ferramenta para uma vasta investigação da psique. Já no MECAIntro a seleção de obras propõe o olhar para uma bolha mais específica: a artista e seu companheiro, o curador e crítico de arte Roger Valença, vivendo juntos em outro país, com seus objetos, sua casa, seus corpos e percursos intimamente entrelaçados. As pinturas apresentam Roger interpretando Mariana ou sendo ele mesmo, além da própria artista em autorretratos que também podem ser naturezas mortas, ou seja, composições de objetos pessoais que representam a personalidade da paulistana. As obras surgem desse lugar de sinceridade profunda e cotidiana, na qual as habilidades e obsessões da artista, incluindo o autoconhecimento, parecem convergir em pinturas deliciosas como balas japonesas, combinando cores brilhantes com sabores 1 inusitados. @maripopas
Autorretrato nº 11 (ou Brincos e Brinquedo), Mariana Poppovic, 2017 Óleo sobre tela, 80x60 cm
MECAIntro Mariana Poppovic Em exposição de 4/11 a 2/12 R. Artur de Azevedo, 499, São Paulo Visitação gratuita aos sábados, das 14h às 19h, e domingos, das 14h às 20h
3
AGENDA CULTURAL (SÃO PAULO)
Dose dupla na Paulista
LISTICLE Lançamentos do mês: um filme, um disco e um livro
ARTE — Masp
recebe duas novas exposições
Legado ancestral
DRINK IT O drink da modelo Cris Paladino
[A]
FESTIVAL — Três dias de celebração
à cultura afro no Centro de SP
A Feira Preta realiza sua 17ª edição de 18 a 20/11 na Praça das Artes. Além de reunir empreendedores
afro-brasileiros de setores como moda e arte, há uma ampla programação cultural: dueto de Elza Soares e
“Infiltrado na Klan”, Spike Lee (22/11) Um dos destaques da Mostra de SP, o novo filme de Spike Lee sobre um policial negro que se infiltra na Ku Klux Klan enfim chega ao circuito nacional. [E]
Luedji Luna, discotecagem da festa Batekoo, show de Rincon Sapiência (foto), bate-papo com a jornalista britânica Reni Eddo-Lodge, peças de teatro e aulas abertas de dança. Av. São João, 281.
[C]
[B]
“Meu drink predileto é o gim-tônica, porque é o ‘drink das models’: não engorda como uma cerveja e sempre tem uma frutinha cítrica dando um sabor mais natural.” Ingredientes • 60 ml de Beefeater • 120 ml de água tônica • Gelo • Alecrim • Rodela de limão-siciliano Preparo Coloque o limão e o alecrim em um copo alto, preencha com gelo até a borda, adicione a dose de gim e complete com água tônica.
Comer & beber
BAR — Brunch e drinks em Santa Cecília
Um único lugar em Santa Cecília é o destino ideal para quem quiser beber ou curar uma ressaca. Aberto no mês passado pela
modelo Ellen Milgrau, o Heute Bar & Brunch serve opções deliciosas de desjejum tardio durante o dia e bons drinks à noite. Para beber, uma boa pedida é o Ginger Tonic, que leva gim, tônica e gengibre. Se for para matar a fome, o carro-chefe da casa é a tostada (foto), mas as burratas também fazem sucesso. O cardápio é assinado por Elisa Fernandes, vencedora do MasterChef em 2014. R. Aureliano Coutinho, 26.
“Ambulante”, Karol Conka Depois de cinco anos, a rapper curitibana lança seu segundo álbum de estúdio. E a julgar pelo single “Kaça”, podemos esperar mais rimas poderosas e batidas contagiantes.
[D]
“Úrsula”, Maria Firmina dos Reis Obra inaugural da literatura afro-brasileira e a primeira escrita por uma mulher no Brasil, o romance ganha reedição pela Penguin.
Brooklyn no Brás FESTA — Gop
Tun celebra 6 anos
Para comemorar 6 anos de agito noturno, a festa Gop Tun preparou um line-up especial. No anoitecer de 10/11, a Fabriketa se transforma num pedacinho do Brooklyn ao som dos DJs Eamon Harkin e Justin Carter, criadores da Mister Saturday Night, festa-pilar da cena nova-ior-
Uma sala toda sua
LUGAR — Editora Lote 42 abre
espaço cultural em Santa Cecília quina de música eletrônica. E mais: as 12 horas de som serão comandadas por nomes como a DJ chilena Valesuchi
A Sala Tatuí é um espaço multiuso inaugurado recentemente: funciona como livraria com hora marcada e também como espaço cultural.
(foto), a colombiana Julianna, a mineira Moretz e o duo Sphynx (Vermelho e Zopelar). R. do Bucolismo, 81.
4
Além de encontrar um vasto acervo de editoras independentes e oficinas, os visitantes podem participar no dia 23/11 de um jantar servido
apenas com comidas e bebidas brancas — uma performance da artista Daniela Avelar. Um pouco depois, no dia 26, o autor Gustavo Piqueira lança ali o livro “Sebastião Nunes: Delirante Lucidez”. R. Barão de Tatuí, 302 - sala 42.
Uma destilaria, oito alambiques, nove botânicos e três destiladores especializados produzem o sabor especial do gim mais premiado do mundo. A cultura e a energia de Londres traduzidas em uma única bebida.
TEXTO: HELDER FERREIRA | FOTOS: DIVULGAÇÃO; [A] RODRIGO BUENO; [B] ARIEL FAGUNDES; [C] LUDMILA BERNARDI; [D] RICARDO PONTES; [E] BRUNO TRINDADE; [F] DEAN CHALKLEY; [G] MEREDITH JENKS; [H] ROBERTO PONTES; [I] MARLOS BAKKER
Novembro chegou com opções para quem curte arte, música, literatura, cinema, teatro, gastronomia e — por que não? — bons drinks
Novembro tem dobradinha artística no Masp. O museu vermelho inaugura duas exposições em 14/11. “Sonia Gomes: Ainda Assim me Levanto” é dedicada à artista mineira conhecida pelas esculturas e instalações — com título inspirado no poema “Still I Rise”, da ativista negra Maya Angelou. Já “Rubem Valentim: Construções Afroatlânticas” (foto) analisa os aspectos políticos e afrobrasileiros do pintor construtivista e escultor baiano. Av. Paulista, 1578.
AGENDA CULTURAL (SÃO PAULO)
Primeiras vezes
[F]
FESTIVAL — 6º
playlist
Popload traz Blondie a SP
by MC Tha — Expoente do funk paulista, a cantora e compositora MC Tha, de 25 anos, cita cinco músicas brasileiras que são fontes de inspiração na sua vida
O ineditismo marca o 6º Popload no Memorial da América Latina, dia 15/11. No lineup, três bandas que nunca vieram ao Brasil: Blondie, Death Cab For Cutie e At The Drive In. E tem mais: Mallu Magalhães e Tim Bernardes apresentam show criado especialmente para o festival, enquanto Lorde, Letrux e MGMT completam o bonde. A partir de R$ 275. Av. Auro Soares de Moura Andrade, 664.
[G]
Deleite gráfico
FEIRAS — Dois grandes eventos
para os amantes dos livros
ESOTÉRICO — Gilberto Gil
“É uma música muito linda. A forma como ela foi composta é muito sincera. Toda vez que toca, eu paro para prestar atenção e contemplar.”
ÁGUA DE CHEIRO — Filhos de Gandhy
“Recentemente fiquei viciada no álbum deles, e especialmente nessa música que me leva para minha vivência dentro do terreiro com a minha religião.”
Em novembro, sobram opções para os apaixonados por literatura e artes gráficas. No dia 10/11, mais de 150 editoras, artistas e coletivos de todo o Brasil se reúnem na Biblioteca Mário de Andrade para a feira Miolo(s). Além da comercialização de livros, pôsteres e fanzines, o evento
oferece palestras e discotecagem do Jazz na Kombi. Já no fim do mês, entre 28/11 e 1o/12, é a vez da 20a edição da tradicional Festa do Livro da USP, com todos os exemplares de mais de 150 editoras com 50% de desconto. R. da Consolação, 94, e Av. Prof. Mello Moraes, Trav. C.
ERRARE HUMANUM EST — Jorge Ben Jor
[H]
“A primeira vez que a ouvi foi com os amigos, saindo de uma praia. Entramos no carro e quando ouvi fiquei sem palavras e muito emocionada. Aconteceu uma coisa muito especial.”
PRETA PRETINHA — Novos Baianos
Travessia narrativa
TEATRO — “Grande Sertão: Veredas”
reestreia no Sesc Pompeia
A aclamada adaptação teatral de “Grande Sertão: Veredas”, dirigida por Bia Lessa, reestreia no Sesc Pompeia em 17/11. Em três horas de encenação nas quais teatro, cinema e artes visuais se misturam, o público acompanha a saga de Riobaldo.
Interpretado por Caio Blat, o jagunço atravessa o sertão para enfrentar seu maior inimigo, Hermógenes (Leon Góes), enquanto questiona a existência do diabo e é atormentado por sua paixão reprimida pelo colega Diadorim (Luiza Lemmertz). R. Clélia, 93.
Por que o novo disco se chama “Raízes”? Esse é um trabalho que remonta às minhas raízes musicais, à minha raiz negra, à minha raiz da periferia. Ele vem carregado de todas as minhas influências e misturado com novos ares e misturas do R&B, rap, música brasileira e latina. O que o rap representa para você? O papel do rap é dar voz àqueles que não têm voz. Somos a representação de todos que estão nas periferias do Brasil. Temos a missão de representar uma realidade que é muito distante para muita gente e mostrar que ela existe e que precisa estar em pauta.
MESTIÇA — Gaby Amarantos part. Dona Onete
“Gosto muito dessa música, ela me leva para outras vidas, é uma coisa que transcende.”
A cantora Negra Li celebra 20 anos de carreira com “Raízes”, quarto álbum solo
Mistura cultural
FESTIVAL — Mix Brasil celebra
a diversidade em todas as artes
O Festival Mix Brasil realiza sua 26ª edição entre 15 e 26/11. Este ano, quem
abre a programação é o cantor Johnny Hooker, no Parque Ibirapuera.
Já a tradicional mostra de cinema exibe títulos aclamados em festivais internacionais, como “Bixa Travesty”, sobre a cantora Linn da Quebrada, e “Skate Kitchen”
Consciência em pauta
[I]
CURSOS — Feminismo, arte e raça
“Você ouve essa música, parece que ela está num looping infinito, que nunca vai terminar, mas é muito maravilhosa. Na época em que eu e Jaloo ficamos em Picinguaba, ouvíamos muito essa música.”
em debate na Tapera Taperá
Questões raciais e de gênero dentro do universo da arte serão debatidas durante o mês de novembro na Tapera Taperá. A partir do dia 12, a pesquisadora
5
Beatriz Lemos ministra por lá o curso “Feminismos e Racialidades”. Baseada em autoras como Djamila Ribeiro (foto), Michelle Mattiuzzi, Catherine Walsh e
(foto), que aborda um grupo de meninas skatistas. Peças de teatro e um game show sobre diversidade também integram a curadoria. mix brasil.org.br Amora Moira, ela apresenta diferentes processos de descolonização da arte contemporânea brasileira: da escrita à criação artística, passando também pelo ativismo político. O investimento é de R$ 160. Av. São Luís, 187, 2º piso.
Qual a importância do legado da cultura afro? Somos um país muito grande e multicultural. Nossa cultura provém de diversos lugares do mundo, mas não podemos deixar de valorizar um dos grandes alicerces da cultura no Brasil que é a África.
Mais do que ondas sonoras. Música é uma experiência completa, para ser sentida e cantada a plenos pulmões. Junto com Heineken, buscamos projetos e pessoas que vivem a música de um jeito especial. #LiveYourMusic
AGENDA CULTURAL (BRASIL) RIO DE JANEIRO
O futuro é de todos FESTIVAL — 3º
#Colabora America
Conectar soluções coletivas para um mundo melhor move o terceiro #ColaborAmerica,
[B]
Frescor Gurumê
[A]
ARTE — 300
obras de Athos Bulcão
A mostra gratuita "100 Anos de Athos Bulcão" celebra a chegada secular ao mundo do pupilo de Cândido Portinari. Com oito núcleos,
a exposição aborda a poética do grande parceiro de Oscar Niemeyer na construção de Brasília para além dos famosos azulejos
coloridos. São mais de 300 trabalhos, inclusive inéditos, expostos no CCBB a partir do dia 7/11. R. Primeiro de Março, 66.
COMIDA — 15 novidades no cardápio No Gurumê, o clássico da gastronomia japonesa ganha pitadas inovadoras de brasilidade. Com quatro endereços na Zona Sul do Rio, o restaurante de comida japonesa contemporânea traz 15 novos pratos no menu, assinados pelo sushibar Daiti Ieda e pelo chef Renato Araújo. O shitake grelhado no azeite
Cidade do cão
[D]
TEATRO — Adaptação do longa
"Dogville" em cartaz até 16/12
Mel Lisboa, Eric Lenate (foto), Fábio Assunção e outros 13 atores levam para os palcos o contundente longa "Dogville", dirigido por Lars Von Trier em 2003. Idealizada pelo paulistano Zé
[C]
Henrique de Paula, a peça estreia no Teatro Clara Nunes em 2/11 e segue até 16/12. Em janeiro, é a vez de São Paulo. Ingressos a partir de R$ 25. R. Marquês de São Vicente, 52.
de ervas com tomate confit e molho missô (foto)
é uma ótima pedida. Aposte sem erro na inusitada combina-
ção do temarisushi de atum e foie gras. @gurume_oficial
PORTO ALEGRE
Beleza pura
OFICINA — Uma manhã para se amar No mundo onde tudo é filtro, mostrar-se vulnerável é uma arma. Inspirado no "Gorda! Zine", produzido pelo coletivo argentino
G.O.R.D.A.S (Guatonas, Odiosas, Rancias, Desgraciadas, Amigas, Sexies), o espaço multicultural Aldeia organizou uma oficina para discutir a diversidade corporal e a representatividade na literatura no dia 10/11. O investimento é de R$ 90. R. Santana, 252.
[E]
Releitura de Caê
[F]
SHOW — "Bixa" ao vivo no Bar Opinião O "Bicho" de Caetano Veloso virou "Bixa". No dia 10/11, o Bar Opinião recebe a banda paulista As Bahias e a Cozinha Mineira, que apresenta ao vivo seu último álbum, inspirado no clássico disco de 1977 de Caê. Ingressos a partir de R$ 40. R. José do Patrocínio, 834.
Meio abundante FESTIVAL — 5º
Kino Beat traz 50 artistas
Trinta e nove lentes CINEMA — CEN
exibe 39 obras reflexivas
Feminismo, negritude e política têm tudo a ver com cinema. A programação do Cine Esquema Novo inclui 39 produções
que serão exibidas de 22 a 28/11, na Cinemateca Capitólio e no Instituto Goethe. Destaque para o documentário
De 13/11 a 13/1/19, a capital gaúcha recebe a total abundância do festival Kino Beat, evento que reúne música, multimídia e performances com
"Majur" (foto), que mostra a vida em uma aldeia do Mato Grosso, e "Tinta Bruta", premiado em Berlim. cine esquemanovo.org
6
50 artistas brasileiros e internacionais. Durante dois meses, a programação ocupa oito espaços em Porto Alegre. Uma das atrações é a dupla francesa Tempest (foto), que recria o som e a fúria do Big Bang no dia 13/11, no Teatro do Sesc. A entrada é franca. R. Alberto Bins, 665.
TEXTO: DÉBORA STEVAUX | FOTOS: DIVULGAÇÃO; [A] DIEGO BRESANI; [B] SAFIRA MOREIRA; [C] TOMAS RANGEL; [D] ALÊ CATAN; [E] MARY MCCARTNEY; [F] GUI PAGANINI; [G] IVAN ARAÚJO; [H] JÚLIA BORGES; [I] COLETIVO IAM, [J] MELISSA TEIXEIRA
Multicolor e secular
maior festival latino-americano de novas economias e culturas colaborativas. A Fundição Progresso recebe, de 9 a 10/11, palestras e oficinas gratuitas com nomes nacionais e internacionais. R. dos Arcos, 24.
AGENDA CULTURAL (BRASIL) BELO HORIZONTE
Convívio inquieto
Roqueiro fanfarrão
18/1/19 no Galpão Cine Horto. O diretor Marcio Abreu se debruça sobre a influência do agora na construção da memória e sobre a ruptura com o que é ultrapassado e (ainda assim) arraigado na sociedade, para escancarar novos horizontes. De quarta a sábado, às 21h; domingos, às 19h. Entrada a partir de R$ 20. R. Pitangui, 3613.
TEATRO — Grupo
Galpão debate sobre o outro
Depois de idealizarem o espetáculo "Nós", o Grupo Galpão dá sequência às diversas inquietudes sociais com "Outros". A peça da companhia tradicional na cena belorizontina fica em cartaz até
SHOW — Com carinho, para os fãs de Oasis Há nove anos com a banda High Flying Birds, Noel Gallagher — exlíder, guitarrista e compositor do Oasis — se apresenta dia 10/11. O Km de Vantagens Hall será palco para o polêmico artista de Manchester entoar sucessos dos seus três discos solo, além de clássicos do Oasis. Ingressos a partir de R$ 170. Av. Nossa Sra. do Carmo, 230
[G]
Altíssima temperatura FESTIVAL — Selo Quente assopra
cinco velinhas com cinco shows
Já são 26 anos na estrada e, pela primeira vez, a banda de indie rock Built to Spill vem ao Brasil. Quem traz os veteranos é a produtora e selo
musical Quente, celebrando cinco anos de existência. O festival Música Quente acontece no Automóvel Clube, no dia 8/11, e conta ainda com o
jazz elástico do Metá Metá, o noise psicodélico de Câmera — que retornou especialmente para a ocasião —, o punk místico de Rakta e o folk de Young Lights. Ingressos a partir de R$ 70. Av. Afonso Pena, 1394.
Central gustativa
O restaurante, café e bar inaugurado no hipercentro histórico de Beagá faz jus ao nome. A Central oferece comida mineira de
COMIDA — Novo endereço reúne sabor e cultura
raiz, além de ser um espaço cultural para discotecagens, shows e sessões de cinema. Dizem as boas línguas que A Central tem o
melhor pudim e frango com quiabo da região. Petiscos, feijoada e moqueca também dão água na boca. Pça. Rui Barbosa, 104.
OUTRAS CAPITAIS GOIÂNIA
RECIFE
Tudo num só lugar
Molotov debutante
FESTIVAL — Azealia Banks se
apresenta no Baile Perfumado
LOJA — 40
marcas no Mercado
Um projeto que reúne arte, moda, design e gastronomia no coração do Brasil. O Mercado das Coisas concentra mais de 40 empreendedores locais no dia 10/11, com discotecagem, música ao vivo, bar e comidinhas, na Vila Cultural Cora Coralina. Miúda, Patwork, Bordô, Crioola, Aum e Crespo são marcas confirmadas. A entrada é grátis. Av. Tocantins, s/n.
[H]
[I]
SALVADOR
Eu vim da Bahia FESTIVAL —
11 shows no Radioca O visionário Festival Radioca chega à quarta edição com um line-up orgulhosamente nordestino. De 9 a 11/11, o público pode cantar e sentir a energia
dos baianos Sonora Amaralina, Larissa Luz, Luedji Luna (foto), Duo B.A.V.I. e Maglore, além do alagoano Wado, da pernambucana Academia da Berlinda, do cearense Don L e dos sergipanos The Baggios. Sempre a partir das 16h, com ingressos diários a partir de R$ 30. R. do Açouguinho, 12.
Quem abre os trabalhos do 15º festival No Ar Coquetel Molotov é simplesmente Azealia Banks. A rapper norteamericana se apresenta pela primeira vez na capital pernambucana com direito a hits mundiais, como "212" e "Anna Wintour". O show de esquenta do Molotov acontece dia 15/11, no Bailito.
Já no festival propriamente dito, de 17 a 18/11, a festa fica com o produtor musical neozelandês Connan Mockasin, além do rapper Djonga, da cantora Anelis Assumpção, da banda Boogarins e de outras atrações que somam 12 horas de shows. A entrada para os dois eventos custa R$ 150. R. Carlos Gomes, 390. CURITIBA
Enredo etílico
BAR — Officina Restô Bar traz
clássicos femininos para beber E se a sua personagem feminina favorita se materializasse em forma de drink? Na Officina Restô Bar isso acontece. A nova carta de drinks
[J]
7
representa nomes como Lolita, Julieta, Anna Karenina e Dulcineia (foto) — com Campari e uma aura mística. Al. Dr. Carlos de Carvalho, 1154.
Ícone do estilo clássico italiano, Campari sempre foi um símbolo intrigante de prazer, versatilidade e estilo. Redescubra novos caminhos , novas perspectivas, novos sabores e novas experiências com Campari.
ESPECIAL MECABRÁS
MECABrás em SP Novembro é um mês mais que especial: além dos festivais MECAMaquiné (RS) e MECAUrca (RJ), no dia 19 acontece o MECABrás, em São Paulo, com um line-up que apresenta nomes de peso da música internacional como a cantora americana Kelela e os DJs Dan Shake, do Reino Unido, e Jacques, da França
playlist
Top 5 Kelela
KELELA SE APRESENTA NO MECAURCA (17/11) E NO MECABRAS (19/11)
— A cantora americana alcançou fama internacional com o disco de estreia “Take Me Apart”, de 2017, e que ganhou nova roupagem este ano com o álbum “Take Me a_Part, the Remixes”. Confira a lista das nossas músicas favoritas da nova voz do pop e R&B.
“REWIND” —Kelela “FRONTLINE” —Kelela “LMK” —Kelela “BLUE LIGHT” —Kelela “BETTER, 125 BPM” —Badsista feat Linn da Quebrada
Poucos artistas conseguem produzir um álbum de estreia e emplacar seu nome na lista dos melhores lançamentos do ano como a cantora americana de R&B Kelela, 35 anos: seu disco “Take Me Apart” foi sucesso absoluto em 2017 e destaque em diversas publicações especializadas. A recepção foi tão positiva que compensou a espera. Kelela circulava pelo universo musical desde 2013, quando deixou o emprego de telemarketing para investir na carreira de artista. Após seis anos de maturação, ela se tornou o futuro do pop e do R&B — e traz toda essa energia em dose dupla com seu show ao vivo pela primeira vez no Brasil para o
MECAUrca, dia 17, no Rio, e para o MECABrás, dia 19, na Fabriketa (R. do Bucolismo, 81), em SP. É de David Remnick, editor da conceituada revista “The New Yorker”, um dos mais precisos reviews sobre a cantora americana com ascendência etíope: “Kelela reinventa o R&B. Sua música é uma maravilhosa mistura de sons, às vezes passeando entre as linhas do trip hop ou da música eletrônica, e em outras vezes lembrando uma vocalista dos anos 90 como Janet Jackson”, destaca Remnick. “Há uma inteligência real na música dela. Kelela realmente entende e aprecia as fontes da sua própria música e vislumbra para onde a música vai no futuro.” Precisa dizer algo mais?
This is Kelela 4 razões que fazem de Kelela um dos nomes mais admiráveis da música atual. Ela se apresenta com o show da turnê “Take me Apart” pela primeira vez no Brasil.
8
Sucesso instantâneo Seu álbum de estreia, “Take Me Apart”, entrou no top 10 de várias listas gringas (e brasileiras), como Pitchfork, Rolling Stone, The Guardian e NME, e foi considerado um dos melhores discos de pop e R&B contemporâneo de 2017.
Muito bem acompanhada O álbum de remixes de Kelela traz parcerias com artistas de renome como Kaytranada, Serpentwithfeet e Rare Essence. Brasileiros como MC Bin Laden, Badsista e Linn da Quebrada também são parceiros de trabalho da americana.
Sonoridade particular Desde que começou a carreira em 2013, com a mixtape “Cut 4 Me”, a cantora sempre criou batidas únicas. Suas músicas soam diferentes de qualquer pop atual e é por isso que ela é um dos nomes mais admiráveis da música atual.
Musa queer Além de músicas incríveis, a cantora se envolve diretamente na criação de seus videoclipes e exibe um olhar criativo para a moda. Kelela se identifica como queer e sua madrinha musical é ninguém menos que Solange, irmã de Beyoncé.
TEXTO: FELIPE SEFFRIN | FOTOS: DIVULGAÇÃO/REPRODUÇÃO
KELELA
ESPECIAL MECABRÁS
playlist
O mundo de Jacques — Um passeio criativo por algumas das músicas mais interessantes do DJ francês.
“TOUT EST MAGNIFIQUE” —Jacques “DANS LA RADIO” —Jacques “L’INCROYABLE VIE DES CHOSES” —Jacques “PROUD OF BEING” —Jacques “LA TOURNURE DES CHOSES” —Jacques
JACQUES Nenhum set do DJ e produtor francês Jacques é igual ao outro. O artista que vem ao Brasil pela primeira vez para o MECABrás é conhecido por criar uma música bastante peculiar, improvisando sons e texturas a partir de objetos tão inusitados como uma colher de pau, uma xícara ou uma bicicleta. No seu projeto de techno transversal e micro-house, tudo é possível. A criatividade do DJ de 26 anos é capaz de batidas ao mesmo tempo curiosas e contagiantes, que marcam sua carreira desde o álbum “Tout est magnifique” (2015).
Para quem ainda não te conhece aqui no Brasil, como você se apresentaria? Olá, meu nome é Jacques. Eu nasci na França 26 anos atrás e hoje em dia amo produzir música com qualquer coisa que eu tenho. Além disso, adoro viajar pelo mundo.
Mas acredito que posso criar um som interessante a partir de qualquer coisa, por isso não estou obcecado pela busca do “objeto final”. Estou mais interessado em fazer uma música que seja realmente boa com eles. Você já respondeu algumas vezes, mas precisamos perguntar: qual é a explicação para esse corte de cabelo tão diferente? Eu acho lindo. Gosto do fato de que a reação das pessoas revela um pouco de quem elas são. É como um post-it na minha cabeça dizendo ‘ser eu mesmo é uma prioridade’. As pessoas podem ver isso e eu vejo isso toda vez que me olho no espelho.
Como você escolhe os objetos que farão parte da sua música? Você fica testando sons o tempo todo, aonde quer que vá? Minha música é apenas um layout de sons que gravo durante o show com objetos que encontrei antes. Então, sim, eu estou sempre procurando por objetos que produzam sons interessantes, ressonâncias legais ou texturas.
O INCRÍVEL MUNDO DE JACQUES Se cada música de Jacques é única e suas apresentações ao vivo são marcadas pelo improviso, seus clipes são uma coletânea de imagens hilárias e nonsense. Em “Dans La Radio”, o francês passeia por uma cidade asiática enquanto múltiplas imagens do artista aparecem na tela.
DAN SHAKE Daniel Rose-Weir é inglês, mas tem uma conexão inexplicável com a cidade americana de Detroit, berço do techno. Ele se tornou o primeiro DJ de fora do Michigan a ser convidado pelo papa da música eletrônica local, Kenny Dixon Jr. (ou Moodymann), a gravar um disco na conceituada gravadora Mahogani Music. Com as bênçãos do dono do pedaço, Dan Shake lançou “3am Jazz Club” em 2014 e logo se tornou referência do techno nos Estados Unidos e mundo afora. O inglês já divulgou trabalhos por seu selo próprio, Shake, e pela label holandesa Lumberjacks in Hell, com colaboradores do quilate dos produtores Antal, Mafalda e Gilles Peterson. A consagração veio em 2017, quando o britânico fez shows pelo mundo todo, como Japão e Austrália, além de fechar o conceituado Dimension Festival, na Croácia. Agora, Dan Shake traz seu techno marcante com pitadas de funk music para estremecer o Brasil.
playlist
Just dance!
— O techno com uma pegada funk de Dan Shake é capaz de colocar todo mundo na pista para dançar.
“WALK” —Dan Shake “BUY YOURSELF FRIENDS” —Dan Shake “CLAUDIA’S TRIP” —Dan Shake “GLITTER DISCO” —Dan Shake
9
ESPECIAL MECABRÁS
TRAVA LÍNGUAS Jogue fora as leis da matemática, porque nesta equação os elementos são sempre os mesmos, mas o resultado nunca é igual. Linn da Quebrada, BadSista e público são os três vértices do triângulo de Trava Línguas, um processo experimental baseado num jogo de palavras onde cada apresentação gera algo novo e diferente da anterior. Entre vocais e performance, Linn da Quebrada — autointitulada “terrorista de gênero” e autora do aclamado disco “Pajubá” — improvisa ao som da produtora musical paulistana BadSista. O som passeia por estéticas variadas, ainda que mantenha um dos pés fincado na música eletrônica e na atmosfera “gueto club”. “Coytada” de quem perder.
playlist
Corpo, voz e manifesto — Dê o play em nossas músicas favoritas do Teto Preto e se prepare para uma noite incendiária em SP.
“GASOLINA” —Teto Preto “JA DEU PRA SENTIR” —Teto Preto “BATE MAIS” —Teto Preto
Muito talento
Três curiosidades sobre as trajetórias de Linn da Quebrada e BadSista De SP para o mundo Linn é personagem e coautora de “Bixa Travesty”, documentário premiado pelo Berlin Internacional Film Festival e com première no Festival Mix Brasil. Das redes para as pistas “Na madruga”, o maior hit de BadSista, bombou na internet e chamou a atenção do produtor Branko, que remixou a faixa para as pistas de dança. Bomba pra cara*** Lançado em 2017, o 1º álbum de Linn da Quebrada, “Pajubá”, tem direção musical de BadSista e foi elogiado pela crítica por suas letras provocativas.
TETO PRETO
Beats do gueto
— Afie a língua com 03 músicas das artistas por trás do projeto.
“BIXA PRETA” —Linn da Quebrada
GASOLINA NELES! Lançado em 2016, o primeiro EP do Teto Preto ganhou um videoclipe para sua faixa-título, “Gasolina”. Dirigido e roteirizado por Laura Diaz, o filmete de sete minutos e 45 segundos é protagonizado pelo performer Loïc Koutana. Entre escombros, atirando coquetéis molotov de tinta preta ou dançando em plena Avenida Paulista em frente a um cortejo de policiais militares, ele incorpora toda a potência política da letra.
“NA MADRUGA BRANKO EDIT” —BadSista “COYTADA” —Linn da Quebrada
TODA GRANDONA (BY TNT)
TORMENTA (BY TNT)
A primeira festa body positive do Brasil vai agitar o MECABrás com o melhor do funk e da música pop. Misturando doses de aceitação e amor-próprio com combate à gordofobia, a Toda Grandona cria um espaço de exaltação aos corpos fora do padrão. Sob o comando dos DJs Bernando Boëchat e Richard, a pista se torna o melhor lugar para celebrar a diversidade de todos os corpos e belezas.
A Tormenta prova que latinidades periféricas e música eletrônica experimental podem ser feitas uma para a outro. Na festa paulistana, essa mistura é possível e também muitíssimo bem-vinda. A Tormenta surgiu em 2016 para dar continuidade ao extinto coletivo Muscles Cavern, e desde então promove o encontro dos melhores beats com gêneros como funk, reggaton, tribal e brega.
AISHA & YAMINAH (BY TNT) Prepare-se para dançar até a exaustão. Durante o set dessa dupla de DJs brasilienses, não há quem consiga se remexer de modo discreto e, muito menos, tímido. Transitando entre diferentes linguagens, como música, performance e moda, Aisha e Yaminah agitam qualquer pista de dança misturando nas picapes referências africanas com a animação de ritmos como afrobeat, pop e hip hop.
10
TEXTO: HELDER FERREIRA | FOTOS: DIVULGAÇÃO/REPRODUÇÃO
Um verdadeiro ritual antropofágico nas pistas: é assim a apresentação da banda eletrônico-orgânica paulistana Teto Preto, que entrelaça arte com performance, techno e ritmos brasileiros. Nascido nos palcos da festa Mamba Negra, o grupo liderado pela artista, produtora e videomaker Laura Diaz é composto ainda pelos músicos Zopelar, Bica e Savio de Queiroz. Com seus sintetizadores robustos, vocais ensurdecedores e mensagens políticas pulsantes, eles repetem os momentos mais catárticos do MECAMaquiné em seu local de nascimento: os históricos complexos fabris do Brás. Junto deles, no live set, estará a presença avassaladora do performer franco-congolês Loïc Koutana.
playlist
ESPECIAL MECABRÁS que a própria cabeça mostra do que vem de fora? O que você não vende nem empresta? Pensei em várias coisas, mas já vendi ou emprestei. É fogo! Fui numa vernissage com acarajé de graça e tinha umas mulheres “mó” chique, mano, escondendo acarajé na bolsa. A história do Brasil acontecendo de novo ali na mesa. Mas, na macumba, a gente comemora pela barriga. Então foi bonito. Não dou nem empresto tudo que já dei e emprestei. Onde está seu ouro? Está nas coisas que eu vejo. Mas meu ouro não é meu, é da pessoa que está carregando ele e nem nota. Meu ouro está escondido no coraçãozinho daquela pessoa apressada na Avenida Paulista. Qual é a sua raiz? É a curiosidade. Sou a cobaia das minhas experiências. Onde você deságua? Deságuo no outro. Tenho muitas ideias sobre essa questão líquida do ser humano. Tem gente que é ponte, que conecta pessoas. Alguns são mergulhadores. Outros são irrigadores. Tem as banhistas que não vão para o fundo e acham que sabem de tudo da praia. E tem as barragens. Acho que deságuo oscilando por essas formas. Mas tento ser ponte. Ser temporal ou ser um temporal? Ser um temporal! Acho que sou um temporal, mas, na maioria das vezes, sou bem chuva mansa. O temporal é a melhor das tempestades. Que conselho daria a um inimigo? Seja meu amigo, meu caro. Vamos nos abraçar, apareça lá em casa. Quebre seu celular, desligue seu notebook e procure uma namorada, cara. Vá ser feliz.
“PERIFERIA É AQUELE LUGAR ONDE O FILHO CHORA E A MÃE NÃO VÊ.” — Edgar
Zumbi. Vive! Dentro de mim, dentro de quem se deixa ser vivo. E antes de Zumbi vive Aqualtune, que é a avó de Zumbi, a dona do quilombo.
edgar quebra a rima TEXTO: FELIPE SEFFRIN | COLABOROU: FERNANDA BRANCO POLSE FOTO: PEDRO LADEIRA
Mais nova voz do rap brasileiro, o cantor de Guarulhos se destaca pelas músicas provocativas e figurino inusitado — e é atração confirmada no MECABrás
Edgar parece alguém que veio de um futuro utópico, com uma roupa multicolorida repleta de adereços como um disquete na lapela ou uma chave de fenda. Esse futuro tem nome e endereço: o rapper é de Guarulhos, na Grande São Paulo, mas sua música e suas rimas já extrapolaram o universo da periferia. O cantor que despontou na cena artística nacional com a provocativa música “Exu nas Escolas”, dueto com Elza Soares, já voa sozinho. No álbum “Ultrassom”, lançado em setembro, ele desfia toda a verborragia política e ácida que estará presente no MECABrás, dia 19 de novembro. Em uma entrevista às avessas ao repórter Felipe Seffrin, Edgar solta sua imaginação e se deixa levar: “Minha raiz é a curiosidade. Sou a cobaia das minhas experiências.”
Ser poético ou político? Estou tendo que ser político, mas tento ser poético. Na poesia eu consigo permear, infiltrar. As pessoas já estão muito na defensiva. E aí, sendo poético, consigo ser mais líquido nessa questão. Posso falar do fundo do mar e o tubarão é o policial. Qual é a voz da periferia? É a voz que a gente ainda não ouviu. Da mulher preta, da mãe. Periferia é aquele lugar onde o filho chora e a mãe não vê. E, por não ver, ela não fala muito. A voz da periferia está abafada. Tem uma galera da periferia que nem o Google Maps localiza. Quando fecha os olhos, o que você enxerga? Enxergo possibilidades. Fechar os olhos é estender o pano para um proje-
Marielle. Presente no brilho do olhar de um monte de gente que se identifica, que sabe, que luta, que resiste. Vejo várias Marielles se levantando. Cada menina de cabelo cacheado e discurso contundente me lembra uma Marielle, e isso é muito foda. Deixou de ser uma hashtag. Está presente mesmo.
tor, sabe? É sempre um filme novo. Quando fecho os olhos eu me torno mais imaginativo, eu desenho.
Edgar rima com quê? Tá no infinitivo, né? Dá pra conjugar. Edgar rima? Acho que não. Edgar quebra a rima.
E o que te cega? A certeza. Estar convicto nos deixa cego. A gente acha que sabe de tudo e esquece que está só achando. É sempre bom ter um pouco de dúvida.
Você tem fome de quê? Tenho fome de idiomas, de línguas, de palavras. Quero ser mais brincalhão. Sinto fome de pessoas criativas, com palavras novas e ideias malucas. “Pise na grama, não pise nas crianças.” Fome dessa percepção mais aguçada.
Qual é o mal do século? Quando as coisas não sustentam mais o nome que têm. A mentira vira fake news. E aí a pessoa que é analfabeta não sabe o que é fake nem o que é news. Esse bombardeiro de informação que deixa a gente desinformado. Aí entra a convicção. É o mal do século. E qual é o remédio? Será que fechar os olhos e voltar a sonhar? Ver a projeção
11
Se Deus é brasileiro, onde ele mora? Mora na favela! Na Vila Mimosa, na Bahia. Ou então numa vila de pescadores lá do Pará, será? Mas acho que ele é menor ainda. Está espalhado de norte a sul. Mora na sujeirinha escondida na unha de cada cidadão.
ESPECIAL CONSCIÊNCIA NEGRA
Passos que vêm de longe No mês em que o país reflete sobre a Consciência Negra, a repórter Débora Stevaux mostra como quilombos urbanos se transformaram em espaços de resistência do legado e da cultura afro — e qual é a importância de cultivarmos e respeitarmos essa herança ancestral todos os dias
1
[A]
Há 20 anos, o carioca Adilson Almeida passeou fora do próprio corpo, numa espécie de transe. Às margens do Rio Camorim, na Zona Sul do Rio de Janeiro, local onde nasceu e cresceu, ele se perguntou: “De onde eu vim? Quem sou eu? Para onde vou?” Sonhando acordado, Adilson visualizou um vilarejo de pau-a-pique com casas de telhados de palha e cercados de bambu, onde negros dançavam felizes. “Ao despertar, concluí que estava em casa e sabia o que fazer. Só precisava da proteção dos meus ancestrais”, relembra o presidente da Associação Cultural Quilombo do Camorim (Acuca). Descendente dos primeiros negros bantus trazidos da Angola, Adilson é líder de uma das 3.128 comunidades remanescentes de quilombos certificadas pela Fundação Cultural Palmares. Se no passado quilombos eram refúgios de africanos escravizados, 130 anos após a Lei Áurea
eles se tornaram locais de resistência e ressonância da cultura afro-brasileira. Neles, Zumbi está mais vivo do que nunca. No território a 15 quilômetros da Barra da Tijuca — e que perdeu parte da área nas obras para a Olimpíada, o quilombola Adilson e mais 40 famílias conservam 7 mil fragmentos de cerâmicas africanas e faianças portuguesas do século 17. A comunidade organiza oficinas de capoeira, percussão, jongo e maculelê, fazendo da cultura um meio de resiliência: se no passado essas atividades criaram uma identidade para os negros escravizados, agora servem como conexão e valorização dessa ancestralidade. “Nossa história se confunde com a história do país. Quero propagar nossa cultura e fazer a diferença na vida das pessoas”, conta o líder carioca. O trabalho de Adilson para valorizar o legado afro-brasilerio é fundamental em um país que muitas vezes esquece suas
origens em vez de exaltá-las. Como destaca a arquiteta e ativista Stephanie Ribeiro, a existência de quilombos urbanos é um alento. “A resistência se faz presente na forma de expressão das pessoas, na maneira como esses lugares foram construídos e no modo como eles estão sendo retomados. É um passado que reverbera no nosso presente e no futuro.” No Kilombo Manzo Ngunzo Kaiango, na zona leste de Belo Horizonte, a mineira Makota Kidoiale também cultiva raízes ancestrais e lança novas sementes ao solo. Filha da matriarca Mametu Muiandê, de 72 anos, ela lidera um projeto educacional que atende crianças de até 17 anos. “A criança começou a levantar os pezinhos e já colocamos ela em contato com as suas origens”, explica Kidoiale. O ensino desde cedo é uma garantia de que as gerações futuras continuarão valorizando suas heranças culturais.
12
No coração de São Paulo Alguns espaços ressignificaram o conceito original de quilombos, locais de refúgio escondidos nas matas, e mantêm o legado afro-brasileiro no meio da urbe. Como a Casa Amarela Quilombo Afroguarany, em plena Rua da Consolação, Centro de São Paulo — em um casarão colonial com vitrôs coloridos entre edifícios de classe média alta. Lá, artistas fazem da cultura um meio de transformação social. Entre as atividades estão aulas de dancehall, skate, hip-hop e arte afro-indígena. A coordenação é de Wanessa Sabbath, 38 anos, multiartista e educadora. Uma das metas é transformar a antiga senzala do casarão em sala de cinema, projetando nas paredes descascadas e cheias de história. A poucos metros dali, na Rua Apa, está o quilombo urbano Aparelha Luzia — referência ao fóssil mais antigo das Américas e que (felizmente) resistiu ao recente
TEXTO: DÉBORA STEVAUX | FOTOS: [A] THIAGO BORBA; [B] CHAPATI IMAGENS; [C] BRUCK NOGUEIRA; [D] MAURO PIMENTEL/REPRODUÇÃO VOZERIO.ORG.BR; [E] DIVULGAÇÃO
“CADA DIA DAMOS UM PASSO PARA FAZER DESSE PEDAÇO DE MATA UMA MATA INTEIRA” — Mestre Luizinho Negão
ESPECIAL CONSCIÊNCIA NEGRA incêndio do Museu Nacional. O espaço foi criado pela educadora e artista plástica Erica Malunguinho, 36 anos, primeira mulher trans eleita deputada estadual em São Paulo e que carrega o nome do maior movimento quilombola pernambucano do século 19. Criado em 2016, o espaço promove debates, oficinas, cursos, festas e exposições para reconectar negros em um ambiente coletivo, celebrativo e seguro. A galeria de arte de paredes bordô e dois andares pulsa referências históricas, com mesinhas coloniais, desenhos de líderes afro-brasileiros e porta-retratos de famílias negras. Uma desafiadora placa em papelão lembra: “As histórias têm outros lados.” Na cozinha, a chef Cícera Alves oferece pratos da culinária africana. Para Erica, cada afrodescendente carrega em si a força de um quilombo inteiro. “Aqui, esses corpos negros se sentem livres. O Aparelha é um refúgio dessa opressão que acontece lá fora”, diz. O centro cultural surpreende pela variedade do público, de pessoas em situação de rua a intelectuais estrangeiros, de ativistas e refugiados a médicos e estilistas. Nascente cultural No estado que reúne a maior população negra do país, outro espaço atrai diversos frequentadores com uma mesma herança ancestral. Dentro da Universidade Federal da Bahia (UFBA), em Salvador, o Centro Cultural Mata Inteira serve como ponto de encontro de estudantes, professores e moradores para oficinas semanais de ijexá, samba de roda, capoeira e sessões do “CineMata”. Quem mantém o local desde 2012 é Luiz Carlos, o Mestre Luizinho Negão, pupilo do percussionista e mentor do projeto, Ivan Machado. “Trabalhamos demais nesse espaço. Aprendi com meu pai Ivan a acreditar em mim, a cuidar das pessoas e do ecossistema. Cada dia damos um passo para transformar esse pedacinho de mata em uma mata inteira”, empolga-se o soteropolitano de 51 anos. Ao norte de Salvador, a preservação da herança social e cultural africana acontece na cidade de Simões Filho. Cerca de 85 famílias habitam a comunidade remanescente quilombola Rio dos Macacos, dividida ao meio pela Marinha do Brasil para a construção de um condomínio militar de luxo. Entre elas está a pescadora, trabalhadora rural e ativista Rosimeire dos Santos, 40 anos, que mora com quatro filhos em uma das casinhas de barro no quilombo de 300 hectares. “Tudo que temos aqui foi erguido por nossos antepassados. Tive 16 irmãos e minha mãe dava à luz no balaio de peixe, onde hoje pesco camarão e tucunaré. Fomos criados nesse rio e sabemos a importância dele”, conta Rosimeire. Os problemas enfrentados ainda são muitos –– violência e preconceito ainda fazem parte da rotina da comunidade. A luta diária por direitos e políticas públicas permanece urgente, prova de que o legado quilombola traz em suas raízes a força de uma cultura resiliente a tantos desafios. Entre quilombos antigos ou contemporâneos resta uma certeza. A perpetuação e a vivência da cultura ancestral africana é o caminho de um sonho: o da existência para além da resistência.
3
[C]
2
[C]
4
[D]
[B]
5
1 –– Mestre Luizinho Negão e Rodrigo, do Centro Cultural Mata Inteira (BA), no projeto Black is Beautiful (#BLVCKSBTFLL ), do fotógrafo Thiago Borba 2 e 3 –– Vestida de Abayomi, a ativista e educadora Wanessa Sabbath, coordenadora da Casa Amarela, leva a cultura africana para escolas em São Paulo 4 –– Adilson Almeida, líder do Quilombo do Camorim (RJ) 5 –– Mametu Muiandê, do Manzo Ngunzo Kaiango (BH) 6 –– Erica Malunguinho, fundadora do Aparelha Luzia (SP)
[C]
6
Conceitos fundamentais do legado afro-brasileiro [E]
QUILOMBOS “São espaços de sobrevivência e de transmissão de conhecimento. As pessoas que moram ali têm afetividade pelo local e celebram seus antepassados. A organização social, política e cultural é originária dos povos bantus, de Angola, que tinham
O historiador, professor da Universidade do Estado da Bahia (UNEB) e ativista do movimento negro Antônio Cosme Lima da Silva comenta três tópicos para entendermos melhor as influências de comunidades quilombolas em 500 anos de história a tendência de se organizar em grupos. Existiram mais de 5 mil em todo o Brasil. O maior foi o de Palmares, que existiu até 1695 e abrigou mais de 60 mil pessoas. Hoje, a palavra se ressignificou e abarca também movimentos culturais de resistência afrobrasileira como
grupos de hip-hop, capoeira e terreiros de candomblé.” CULTURA “Do ponto de vista antropológico, cultura é tudo. A cultura foi uma tentativa de recriar laços para os negros que estavam desterritorializados no Brasil. Ao lado das práticas religiosas, a cultura
13
capacitou essa ressignificação ao longo dos séculos. A construção da resistência e da visão de mundo só foi possível porque existia a possibilidade de troca num espaço civilizatório chamado quilombo. Dessa forma, as populações quilombolas deram um recado: podem
aprisionar nossos corpos, mas jamais nossas mentes.” ZUMBI VIVE “O líder quilombola vive em cada um de nós que batalha por uma sociedade sem preconceito, independentemente de cor de pele. No resgate da autoestima, na alma, no coração e na mente da popu-
lação negra e de todos que não se conformam com o racismo estruturante, que não só violenta a população negra. O Zumbi vive dentro de você se você tem ciência dos seus privilégios e se associa a gente para lutar por uma sociedade sem qualquer tipo de discriminação.”
AROUND THE WORLD
Conexão sonora FESTIVAL — 03
dias de música na ilha chinesa
Um mix do que há de melhor pelo mundo: música ocidental e oriental, arte japonesa e africana, comida francesa e roupas de algodão egípcio
Responsável por colocar Hong Kong na rota dos grandes festivais, o Clockenflap realiza sua 11ª edição nos dias 9, 10 e 11/11. Em um palco em frente à Victoria Harbour, banhada pelo Oceano Pacífico, devem passar grandes nomes da música ocidental e oriental. Representando o lado de cá do planeta, o grupo de indie rock Interpol, Khalid (foto), uma das novas vozes do R&B, e o lendário David Byrne.
Do lado asiático estão a banda indie feminina GDJYB (tocando em sua cidade natal), a coreana Cifika (foto) com seu eletrônico dançante e experimental, além da aclamada rockstar taiwanesa Anpu. A entrada para três dias de festa custa cerca de R$ 800. clockenflap.com
INSIDER TIPS Camilla Cardoso, cofundadora do This is Not the Truth, cita 3 lugares para desbravar na Eslovênia
EUA
Sustentável leveza
LOJA - Kotn chega ao Soho
com sua linha de roupas básicas
FRANÇA
Délicieuse simplicité
COMIDA — Chef renomada abre bistrô em Paris A nova casa de Hélène Darroze, eleita a melhor chef do mundo em 2015, serve comida
saborosa e sem tantos floreios. No cardápio, a dupla mexilhões com fritas é um dos carros-chefe, além do cordeiro com batatas gratinadas e as costelinhas Angus. Para arrematar, torta de chocolate com creme (foto). @helenedarroze
Hieróglifos e plantas originárias das margens do Rio Nilo se destacam entre as paredes brancas da primeira loja da Kotn em Manhattan. Mais que mera decoração, os itens dão dicas sobre a origem dos produtos: o Egito. É lá que é cultivado o algodão das camisetas, dos moletons e vestidos básicos da marca canadense.
INGLATERRA
Infinito particular ARTE — Expo
traz inéditos de Kusama
Yayoi Kusama contempla o infinito. A nova exposição da designer japonesa acontece em Londres até 31/12. O Victoria Miro recebe pinturas da
Além de incentivar a agricultura local e produzir roupas sustentáveis, a empresa usa parte dos lucros para construir escolas nas regiões rurais egípcias. @kotn
série “My Eternal Soul”, esculturas inéditas e uma versão gigante da instalação “Infinity Mirror Room”. @victoria mirogallery ÁFRICA DO SUL
Mama África
ARTE - Zeitz Museum recebe
mostra de artistas do Zimbábue Aberto há um ano na Cidade do Cabo, o Zeitz Museum já se consolidou como um importante espaço de valorização da arte contemporânea da África. Por seus nove an-
14
dares estão peças da maior coleção de obras do mundo assinadas por artistas nascidos no continente ou de ascendência africana. Entre eles estão nomes como o
nigeriano Chris Ofili, o nova-iorquino Kehinde Wiley e a sul-africana Marlene Dumas. A instituição também recebe diversas exposições temporárias. Em novembro, a mostra coletiva “Five Bhobh – Painting at the End of an Era” exibe trabalhos de 25 artistas do Zimbábue. @zeitzmocaa
Garganta de Vintgar “Localizado no Parque Nacional Triglav, Vintgar é um desfiladeiro esculpido pelo Rio Radovna, com paredes de até 100 metros de altura. A água do rio é cristalina e, em trechos onde a correnteza é menor, é possível mergulhar.” Podhom 80 — Lago Bohinj “Nas ‘praias’ desse lago enorme você pode encontrar paz e tranquilidade para curtir um dia lindo na natureza. A paisagem encanta pelas altas montanhas ao redor, e o lago é perfeito para nadar ou fazer stand up paddle.” 4265 Bohinjsko jezero — Maribor “Cidade pouco visitada, mas que surpreende pela vivacidade no verão. Lá encontramos DJs tocando em ruas para pedestres, além de bares e galerias de arte.” mariborpohorje.si
#PodeVir — essas são as duas palavras em que TNT Energy Drink acredita para resumir o poder da resistência. Todo mês, apresentamos um lugar que traduza toda a energia necessária para lutarmos pelos nossos direitos e por um mundo cada vez melhor.
TEXTO: HELDER FERREIRA | FOTOS: DIVULGAÇÃO
HONG KONG
MECA
WGSN
a diversidade da geração z
Graças à internet e ao boom populacional de países africanos e asiáticos, os nascidos entre 1994 e 2010 formam hoje a geração mais plural da história
TEXTO: HELDER FERREIRA | FOTOS: DIVULGAÇÃO; [A] REPRODUÇÃO INSTAGRAM; [B] DIVULGAÇÃO
TENDÊNCIA & COMPORTAMENTO —
Para a Geração Z, estranho é a ausência do diferente. Além de formarem o grupo demográfico mais racial e etnicamente diverso da história, os jovens nascidos entre 1994 e 2010 celebram e exigem a valorização dessa diversidade nos locais que frequentam e pelas marcas que consomem. “Em uma sala de aula, por exemplo, o que provoca estranhamento é a ausência de minorias, como negros e LGBTs, e não a presença, como ocorreria com outras gerações”, explica Luiz Arruda, diretor da divisão de consultoria WGSN Mindset. Foi uma confluência de fatores geográficos, demográficos e tecnológicos que fizeram esse grupo etário, que se tornará o maior público consumidor em 2020, ser e prezar pelo diverso. De acordo com estudos do bureau de pesquisa de tendências WGSN, trata-se de uma “geração fora do eixo eurocêntrico”. Isso porque a maioria dos dois bilhões de jovens Z é de países africanos e asiáticos, onde as taxas de natalidade superaram regiões caucasianas. Até mesmo na Europa e nos Estados Unidos a Geração Z é etnicamente mais diversa quando comparada às gerações anteriores: quase metade dos jovens americanos têm ascendência hispânica, negra ou asiática. As consequências desse boom são imensas do ponto de vista político, cultural e estético. Não é à toa que a cultura pop globalizada diversificou suas referências. Antes classificado como uma subcultura, o hip hop chegou às massas e provocou impacto na moda, na beleza, na cultura e, até mesmo, em círculos mais eruditos. Exemplo disso é que este ano o rapper californiano Kendrick Lamar fez história ao ganhar o Prêmio Pulitzer de Música, láurea que nunca tinha saído da esfera do jazz e da música clássica. Paralelamente, o K-pop, gênero de música pop coreana, deixou de ser regional para se tornar um fenômeno mundial. Esse crescimento multicultural também está ligado à popularização da internet e das redes sociais nos anos 2000. A primeira geração nativa digital cresceu com acesso a um universo de informações e a uma plataforma onde todos podem se expressar da maneira que bem entenderem. “Além de virem de outras regiões, os jovens Z usam a tecnologia para difundir diferentes vozes, realidades culturais e sociais”, destaca o diretor
da WGSN Mindset, Luiz Arruda. O pluralismo faz com que essa geração encontre um terreno fértil para o florescimento, debate e fortalecimento das minorias de forma mais aprofundada. Seus integrantes entendem e respeitam causas sociais, além de se colocarem como aliados no combate ao preconceito através do diálogo em vez do embate. “Eles não reduzem a diversidade de opiniões, e sim a ampliam, desconstruindo o mindset binário e polarizado a partir do qual a sociedade foi construída por outras gerações”, analisa Luiz. A visão de mundo da Geração Z é espectral: eles não acreditam na existência de uma única verdade. [A]
Novos rostos e ideias
4 poderosas vozes negras da Geração Z no Brasil e no mundo 1. Yara Shahidi A atriz e ativista americana de 18 anos é a criadora do Project Eighteen x ‘18, plataforma que estimula a Geração Z a votar e participar ativamente da democracia. @yarashahidi
1 2
3
2. Nátaly Neri Aos 24 anos, a ativista fala sobre igualdade de gêneros, racismo, veganismo e sustentabilidade em seu canal no YouTube, seguido por 464 mil pessoas. Ela é também embaixadora global do projeto Creators for Change da plataforma de vídeos. @natalyneri
1 - Yara Shahidi, atriz e criadora do Project Eighteen x ‘18 2 - A youber Nátaly Neri, criadora do canal Afros e Afins 3 - MC Soffia, autora do hit “Menina Pretinha” 4 - Integrantes da boy band de hip hop Brockhampton
4
3. MC Soffia A rapper paulista tem apenas 14 anos, mas já é autora de letras que reverberam mensagens positivas de empoderamento para mulheres negras. @mcsoffia 4. Brockhampton Liderado por Kevin Abstract, jovem negro e gay, esta boy band de hip hop baseada em Los Angeles aborda em suas músicas assuntos como sexualidade, racismo e relacionamentos amorosos e familiares. @brckhmptn
[B]
Como a WGSN identifica uma tendência?
MECA + WGSN
Com 14 escritórios espalhados ao redor do mundo e clientes em 86 países, a líder mundial em pesquisa de tendências aposta na mistura de intuição, experiência e dados concretos para mapear padrões de comportamento em ascensão global. De aspectos geopolíticos a subculturas locais, de artistas de vanguarda a influenciadores digitais, diversas fontes e fatores alimentam a análise diária de um time de especialistas com múltiplas formações. wgsn.com
Em parceria com a consultoria internacional WGSN, o MECA analisa as principais tendências de comportamento e consumo atuais. O resultado você confere no MECAJournal e em talks realizados no MECASpot. Nesta edição, iniciamos uma série sobre a Geração Z e abordamos seu modo de lidar com os sentimentos. O tema será discutido no dia 27/11, às 19h30, no MECASpot (Rua Artur de Azevedo, 499). Acompanhe nossa agenda em @mecalovemeca
15
MECA
CONTAGIOUS
questão de valor
Quando as empresas decidem abordar temas como igualdade racial e de gênero na publicidade, o debate ganha amplitude e os resultados vão além dos benefícios comerciais
TENDÊNCIA & CRIATIVIDADE —
Muito mais que marketing Já faz um tempo que os comerciais de margarina romperam com o padrão de mostrar só famílias brancas. Enquanto questões como diversidade e inclusão parecem difundidas na publicidade, algumas empresas dão um passo a mais na defesa de direitos sociais e desenvolvem ações que levam o consumidor a debater sobre temas como racismo, homofobia e até violência doméstica
P&G: “The Talk”
Nike: “Dream Crazy”
Channel 4: “Together Against Hate”
Carling Black Label: #NoExcuses
A Procter & Gamble produziu um vídeo comovente que mostra cenas de pais negros conversando com os filhos sobre perigos e críticas que eles enfrentariam por causa da cor da pele. Em uma cena, a mãe prepara a filha, que acaba de passar no exame de direção, para uma possível abordagem policial: “Isso não é sobre receber uma multa. É sobre você não voltar para casa.” A campanha fez parte da iniciativa “My Black is Beautiful”, criada para mudar a narrativa sobre beleza e mulheres negras.
Quarta maior emissora da Inglaterra, o Channel 4 dedicou um comercial inteiro para debater o discurso do ódio na internet. O canal veiculou propagandas reais e já exibidas, de marcas de produtos como chocolate e comida congelada, incluindo na tela comentários xenófobos, racistas e homofóbicos que algumas pessoas fizeram na internet sobre essas propagandas. A ideia era mostrar que se esse tipo de abuso é intolerável pessoalmente ele também deve ser combatido nas redes.
O jogador de futebol americano Colin Kaepernick virou símbolo da luta contra o racismo nos Estados Unidos ao se ajoelhar durante o hino nacional, em protesto contra a repressão policial aos movimentos negros. Ele foi vítima do próprio ato e está desempregado há dois anos. Mesmo assim, protagonizou a campanha de 30 anos do slogan “Just Do It”. No vídeo que reúne uma grande diversidade de atletas, ele diz: “Acredite em algo. Mesmo que isso signifique sacrificar tudo”.
A marca de cerveja promoveu uma ação impactante na África do Sul, antes do clássico de futebol entre Orlando Pirates e Kaizer Chiefs. Um coro de mulheres entrou no gramado do FNB Stadium cantando uma música tradicional da torcida, mas aos poucos a letra mudou para uma canção sobre um homem que chega em casa bêbado após um jogo e bate na mulher. A ação fez parte da campanha #NoExcuses, idealizada pela marca para combater a alarmante violência doméstica no país.
CONTAGIOUS
MECA + CONTAGIOUS
Há mais de 15 anos, a consultoria de insight e inteligência de comunicação Contagious analisa como marcas, agências, empresas de mídia e startups incorporam as mudanças do mercado. Com escritórios em Londres, Nova York, Singapura e São Paulo, é um publisher global premiado, referência no estudo de tendências de mercado, e uma das consultorias especializadas em desenvolvimento estratégico e criativo mais respeitadas do mundo. contagious.com
A Contagious trabalha para ajudar os negócios a responderem ao panorama de marketing por meio de inteligência, poder de transformação, inspiração e conhecimento. Em parceria com a consultoria global, o MECA antecipa novas tendências de comunicação em prática no mercado internacional e já observadas no Brasil, e que serão tema de um talk no dia 21/11, às 19h30, no MECASpot (Rua Artur de Azevedo, 499). Acompanhe nossa agenda em @mecalovemeca
16
TEXTO: FELIPE SEFFRIN | FOTOS: DIVULGAÇÃO
No dia em que a Nike anunciou uma nova campanha com Colin Kaepernick, jogador de futebol que protestou contra o racismo e a repressão policial nos Estados Unidos, as ações da empresa caíram 3,2%. Consumidores queimaram produtos e criticaram o posicionamento político da marca, mas em pouco tempo as ações bateram recorde e as vendas aumentaram 31%. Ao trazer o preconceito para o centro do debate, a gigante americana provou que se envolver em questões sociais vai além de resultados financeiros. “A tendência é mais marcas falarem sobre pautas sociais”, analisa Dida Louvise, líder de estratégia da Contagious no Brasil. “Principalmente aquelas marcas que já estão estabelecidas e conseguem criar espaço na agenda para esse conteúdo.” Enquanto conceitos como diversidade estão difundidos — basta ver que muitos comerciais já superaram o padrão de mostrar só brancos —, debater direitos humanos ficará mais restrito a grandes players. Várias empresas já tocaram em temas delicados e urgentes como racismo e homofobia. O reflexo direto na construção de um mundo melhor é difícil de ser medido, mas é real. “Quando a discussão é levantada e as pessoas começam a falar sobre esses assuntos, isso já gera um impacto, por menor que seja”, destaca Dida. Porém, é fundamental ir além do marketing. “Se a P&G fala de inclusão, mas não promove isso dentro da empresa, a história não para de pé”, avalia o diretor da Contagious. Defender causas sem mudar hábitos pode ter efeito contrário e provocar indignação, em vez de conquistar consumidores.“Nenhuma companhia quer impactos negativos com essas campanhas. Mas é um risco, e é isso que as torna especiais: ter a ousadia de arriscar um movimento que pode reduzir vendas.” Quando marcas arriscam ações que podem não ser bem recebidas por parte da clientela, elas vão além da busca por lucro. Alguns consumidores queimaram tênis da Nike após a campanha com Colin Kaepernick, mas o debate sobre racismo foi além das redes sociais. De quebra, a empresa ganhou uma exposição positiva na mídia avaliada pela consultoria Apex Marketing Group em US$ 43 milhões. Já o impacto na sociedade é imensurável.
COOL PEOPLE BEHIND COOL PROJECTS
“É UMA CONQUISTA FALAR SOBRE ARTE E SOBRE SER NEGRO EM SÃO PAULO” — Misael Franco
inquietude inclusiva
TEXTO: HELDER FERREIRA | FOTO: MATHEUS TANAJURA
Idealizada pelo performer Misael Franco, a Coletividade Námíbià trabalha para a inserção de artistas visuais, DJs e performers negros na cena de música eletrônica
Recém-chegado a São Paulo em 2016, o performer soteropolitano Misael Franco se perguntou onde estavam os outros negros nas festas de música eletrônica. Eles não estavam no palco, nas picapes ou nas pistas de dança — estavam trabalhando na faxina e na segurança. Foi aí que ele decidiu mapear artistas visuais, DJs e produtores afrodescendentes e inseri-los na cena paulistana. Em março de 2017 nascia a Coletividade Námíbià, que hoje reúne 27 artistas — de maioria LGBTQ+ —vindos de diferentes regiões do país. Antes disso, o artista de 29 anos performava como “drag queer estranha” no berço da cultura drag baiana, o bar Âncora do Marujo, em Salvador. Lá surgiu Eu-
vira, persona do projeto que envolve performance, música eletrônica e afrofuturismo, movimento que combina sci-fi e cultura africana. Já na capital paulista, ele se tornou onipresente no circuito underground de techno e house nas festas Odd, Mamba Negra e Capslock. Foi quando começou a se estabelecer no circuito paulistano que Misael passou a questionar a ausência de negros. “Esses espaços são construídos como sociedades utópicas, onde é possível ser e fazer o que quiser sem sofrer agressões. Por que, então, não havia pessoas negras, corpos estranhos, nordestinos nessas sociedades perfeitas?”, questiona. Como resposta, Misael ouviu que ou-
tros artistas negros eram pouco conhecidos. Sua tréplica foi começar a indicar colegas de forma despretensiosa. A primeira foi Valentina Luz, com quem se “montava” para ir às festas. Hoje reconhecida por seu trabalho como DJ e performer, ela integra o time da Námíbià ao lado de nomes como MC Dellacroix, Aretha Sadick, Ana Giselle, Akin/Non Exist, RHR e Dany Bany. Em menos de dois anos, o coletivo multiplicou projetos próprios, participações em grandes eventos, como o Festival Meav (SP) e as festas Nua (RJ), Masterplano (BH) e Doma (Porto Alegre), e passou a oferecer serviços de curadoria e consultoria. Outra conquista foi a residência de
17
DJs na loja-conceito da Void no Largo da Batata, na capital paulista. Por dois meses, dez multiartistas fizeram uma imersão profunda em debates e oficinas interdisciplinares nas áreas de música, artes visuais e produção cultural. “Foi uma grande vitória viabilizar um lugar onde pessoas possam se sentir à vontade e falar sobre arte, sobre ser negro, trans e artista em São Paulo”, afirma Misael. “A intenção é aprimorar o trabalho desses residentes, difundir a Námíbià e questionar o lugar do negro na arte e na noite, sobretudo no house — que começou entre LGBTs negros em Chicago —, e no techno, criado por trabalhadores negros de Detroit (EUA).” Os planos vão além. A Námíbià pretende ganhar território entre galerias e projetos culturais, realizar novas residências e explorar outros gêneros da música brasileira. “Quero incomodar a cena, as pessoas e os espaços de forma positiva, no sentido de questionar, de agitar o lugar, de dizer: ‘Olha, nós estamos aqui, temos essas questões, a festa não está legal para todo mundo’.” @coletividade.namibia
MECARADAR
bandas para ficar de olho
AMA LOU (Reino Unido)
FAKA (África do Sul)
O R&B está dominando o mundo e Ama Lou está dominando o R&B. A londrina de apenas 19 anos lançou um vídeo para o EP “DDD” dirigido por ela e com a irmã Mahalia assinando a fotografia. O curta traz três músicas, cada uma filmada em um horário: madrugada (down), meio-dia (day) e anoitecer (dusk), espelhando o título do disco. A música “Tried Up” é destaque na playlist de Ama Lou: uma canção perfeita para pausar o tempo, respirar fundo e levar qualquer dia difícil até o fim. @amaloumusic
O duo formado por Desire Marea e Fela Gucci (referência ao músico e ativista nigeriano Fela Kuti) vai além da música: é um movimento cultural. Eles exploram diferentes meios artísticos — som, performance, literatura, vídeo e fotografia — criando uma estética única. O Faka expressa ideias sobre raça, espiritualidade, gênero e sexualidade, temas centrais para suas experiências como queer negros no mundo hétero da África pós-colonial. Confira “Queenie”, lançada em setembro. @felagucci
BARRO (Brasil)
YAEJI (EUA)
Em seu segundo disco, o cantor pernambucano promove a celebração de sermos nós mesmos. “Somos” mostra que o pop pode ser complexo, dançante e muito bem apreciado ao mesmo tempo. A regra do minimalismo e das letras rasas não se aplica ao som de Barro: múltiplos instrumentos se alinham com análises sociais — de relações humanas a questões políticas. As músicas “Somos”, com uma letra poderosa, e a poética “Fogo Tenaz” fazem todo mundo dançar em qualquer pista. @barrooficial
Para Yaeji, todo elemento tem um grande potencial artístico. A designer e produtora nova-iorquina de origem sul-coreana mistura pop, house e hip-hop com vocais que alternam coreano e inglês. “Raingurl”, seu primeiro single, é hipnotizante e devastador em qualquer pista de dança. Já “One More”, primeiro lançamento do ano, vem com uma carga mais séria e mostra outro lado da cantora. Mas é o remix que a DJ fez para “Focus”, de Charli XCX, que a gente ouve no repeat. @kraejiyaeji
18
TEXTO: DIMAS HENKES | FOTOS: DIVULGAÇÃO; [A] LOUISE VAS
[A]
ROTA
CONVERSE
3 4
VILA MATILDE
5
8
2 1 BELENZINHO BELA VISTA
6
VILA PRUDENTE VILA MARIANA
Todo mundo tem uma história que se mistura com a Converse, marcada na sola daquele antigo par de Chuck Taylor ou nos outros pares que ainda estão por vir. Nesta página, convidamos você a descobrir a cidade, explorar lugares e desenhar com os pés um novo caminho.
7
Zumbi vive! Conheça oito lugares de resistência para valorizar a cultura afro-brasileira em São Paulo:
1
PARA GINGAR
TEXTO: DÉBORA STEVAUX
CASA MESTRE ANANIAS — Espaço cultural no Bixiga, bairro originalmente negro, para aprender capoeira seguindo os ensinamentos de um dos maiores mestres da ginga no país. R. Conselheiro Ramalho, 939.
2
PARA VISITAR
IGREJA N. SENHORA DA BOA MORTE — A Liberdade já foi um importante reduto de escravos, e daí vem o nome do bairro. Foi lá que negros e brancos dividiram bancos em uma missa na capital pela primeira vez. R. do Carmo, 202.
3
PARA FESTEJAR
5
ILÚ OBÁ DE MIN — Bloco paulistano formado só por mulheres, criado para enaltecer a cultura afro-brasileira e africana. No dia 19/11, o bloco se apresenta na Casa Natura Musical com o duo Craca e Dani Nega. R. Anhaia, 37.
4
PARA IMERGIR NA CULTURA AFRO
PARA COMER
CONGOLINÁRIA — No restaurante de comida vegana típica congolesa é possível descobrir e saborear delícias do país africano, como sambusa, fufu, couve na mwamba, pomme sautèe e omomba. Av. Prof. Alfonso Bovero, 382.
ASSOCIAÇÃO CACHUERA — O centro cultural em Perdizes possui um acervo com mais de 11 mil fotos, livros, documentários e músicas produzidos por artistas afro-brasileiros desde a época da escravidão. R. Monte Alegre, 1094.
6
PARA PASSEAR
MUSEU AFRO-BRASIL — O museu dentro do Ibirapuera destaca a influência africana na formação da identidade brasileira. O acervo de 6 mil itens reúne de obras de arte a documentos históricos. Av. Pedro Álvares Cabral, portão 10.
19
7
PARA CULTUAR OS ORIXÁS
AXÉ ILÊ OBÁ — O terreiro é um dos maiores templos de candomblé do mundo e luta pela preservação das raízes africanas desde 1950. O local é regido pela Íyalorixá Paula de Oyá e tombado pelo Condephaat. R. Azor Silva, 77.
8
PARA AGIR E INTERAGIR
MUNGAZI — Criada em 2015, a ONG oferece apoio integral aos refugiados que chegam ao Brasil. Realiza ações solidárias, cursos de idiomas, feirinhas gastronômicas e eventos culturais. R. Gregório de Souza, 128.
Produzimos os eventos que a gente gostaria de ir. Geramos o conteĂşdo que a gente gostaria de consumir. ConstruĂmos os lugares que a gente gostaria de frequentar. Criamos os produtos que a gente gostaria de comprar. Investimos nos negĂłcios que a gente gostaria de participar. Aproximamos as pessoas com quem a gente gostaria de conviver. Conectamos as marcas que a gente gostaria de trabalhar. Simples assim. Celebrando, desde 2010