verdades e mentiras: fotografia na era da inteligência artificial — pág. 22
o que o culto à nostalgia na cultura contemporânea diz sobre nós? — pág. 25
o mercado “alt protein” vai mudar o futuro da alimentação? — pág. 18
verdades e mentiras: fotografia na era da inteligência artificial — pág. 22
o que o culto à nostalgia na cultura contemporânea diz sobre nós? — pág. 25
o mercado “alt protein” vai mudar o futuro da alimentação? — pág. 18
Distribuição gratuita
Número #30 . Maio—Julho, 2023
quem nos inspira
perrengue como negócio
CARREIRA — Déia Freitas relembra a sua trajetória até a criação do fenômeno "Não Inviabilize", um dos podcasts mais ouvidos de todo o Brasil — pág. 16
love, good, rise & next
Novidades e inspirações sobre inovação, sustentabilidade, bem-estar, expansão e autoconhecimento — págs. 26, 28, 30 e 32
agora, bateu?
COMPORTAMENTO — Do mercado financeiro ao palco de festivais, a maneira de conversar sobre as drogas mudou – e chegou ao mainstream — pág. 20
novos artistas para ouvir uma rota pelo 4º distrito
guia de lugares
Regiões abandonadas são transformadas em corredores verdes — pág. 14
meca—onde pessoas, ideias, energias e culturas diferentes se encontram. www.meca.love
E temos muita dificuldade em responder.
Talvez você conheça o MECA como um festival de música. De fato, foi assim que a gente começou. Quem acompanha o MECA desde 2010 sabe que a gente nasceu como um festival em Xangri-Lá, no litoral do Rio Grande do Sul.
De lá pra cá, o MECA amadureceu, cresceu e muita coisa aconteceu também.
E o nosso conceito de ser o “maior menor festival” ficou ainda mais forte.
Fizemos o nosso festival num aeroporto militar, numa estação de trem desativada, numa fábrica abandonada, num teatro histórico e numa boate icônica.
E subimos de bondinho num ponto turístico da cidade maravilhosa: o Morro da Urca.
Levamos o MECA pros mais fantásticos museus do Brasil, como o Museu da Imagem e do Som (MIS) em São Paulo, a Fundação Iberê Camargo em Porto Alegre e a Oficina Francisco Brennand em Recife.
Criamos um café, uma loja e uma galeria de arte em apoio a artistas emergentes.
E um espaço cultural com eventos gratuitos em São Paulo, o MECASpot.
Produzimos um festival beneficente e organizamos um fundo filantrópico que financiou um projeto de educação para crianças do ensino público em Brumadinho.
Por último e não menos importante, claro, já fomos e somos o conhecido e desejado festival MECA (Inhotim), no mais deslumbrante e maior museu de arte contemporânea a céu aberto do mundo.
Só que o mundo se transforma. E a gente vem se transformando junto. O MECA, hoje, é uma plataforma multicultural orgânica.
Uma plataforma líquida que acompanha, influencia e ajuda a criar o espírito do nosso tempo. Uma plataforma viva com o desafio de inspirar uma nova geração e construir um futuro melhor. Uma plataforma que junta música, arte, conhecimento e inovação. Que celebra pessoas e promove encontros com quem está movimentando a cultura, a sociedade e o futuro.
Uma plataforma em movimento que já chegou em cinco estados do Brasil e mobilizou pessoas de mais de 20 dos 27 estados brasileiros pros seus eventos e festivais.
Somos um canal de conteúdo sobre cultura, bem-estar, criatividade e empreendedorismo do amanhã – que ganha vida online nas redes sociais e offline neste jornal impresso gratuito, o nosso querido MECA (Journal). Sempre tendo o nosso manifesto como norte… Trabalhando com pessoas muito talentosas e interessantes (minha eterna gratidão à MECAFamily), com marcas que respeitamos e admiramos muito (super obrigado pela parceria Heineken, Johnnie Walker e NotCo) e agora com os sócios que escolhemos com todo o cuidado (muito bem-vindos, Dream Factory e Grupo Dreamers).
Por isso, acreditamos que o MECA é muito mais que um festival de música.
E como vamos começar a contar nas próximas páginas, pensamos em muitas outras novidades e transformações pro MECA em 2023!
E a pergunta “O que é o MECA?”, fica cada vez mais difícil pra gente responder. E tá tudo bem! ;-)
Torcendo pra vocês curtirem tudo, tanto quanto a gente.
MECA—onde pessoas, ideias, energias e culturas diferentes se encontram.
@mecalovemeca | www.meca.love
Com muito amor, Rodrigo Santanna e equipe MECA
Cleu Oliver (Heart of Creative); Elisa Marques (Heart of Operations); Hellene Hoy (Heart of Marketing); Maíra Miranda (Heart of Content); Piti Vieira (Heart of Community); Beatriz Lourenço (Edição de Textos); Bruck Nogueira (Edição de Arte); Daphne Duarte (Produção Executiva); Dea Soares e Rose Santana (Administrativo); Fernanda Polse (Social Listening); Kim Olivier (Comunidade); Thomas Ribeiro (Marketing); Wanderson Neves (Coordenação Financeira); German Carmona (Consultoria Marketing); Maria Rita Casagrande (Consultoria Tecnologia); Rodrigo Guima (Consultoria Experiência) Colaboradores MECA (Journal) #30: Natália Albertoni (Edição Jornalística); Lili Antunes (Revisão de Textos); Carla Castellotti, Débora Stevaux, Helder Ferreira, João Abbade, Mariana Marinho e Osias Carvalho (Reportagem) — Fale com o MECA: contato@meca.love Anuncie no MECA (Journal): comercial@meca.love
4—6 de agosto Brumadinho—MG
Culture & Arts
Um ‘festival de encontros’, em que a cultura se conecta com a arte, a moda e a natureza no maior museu a céu aberto do mundo.
21 de outubro Porto Alegre—RS
Culture & Innovation
Um ‘festival de encontros’, em que a cultura se conecta com a criatividade, a inovação, as expressões e os movimentos urbanos.
18—19 de novembro Rio de Janeiro—RJ
Culture & Sports
Um ‘festival de encontros’, em que a cultura se conecta com o esporte, a performance, os life hacks, a medicina e a nutrição.
12 de dezembro São Paulo—SP
Community Celebration
Um ‘festival de encontros’, em que a cultura se conecta com o fortalecimento da nossa comunidade e com a celebração das nossas conquistas.
Projeto de conteúdo Anual
Uma série de conteúdos, on e offline, para celebrar as 100 pessoas que mais estão se destacando e que, na visão do MECA, estão criando o amanhã, hoje.
Jornalismo Cultural Trimestral
A ‘maior menor’ publicação cultural do Brasil, enviada para formadores de opinião e distribuída gratuitamente nos espaços culturais e lojas mais legais do país.
Curadoria de conteúdo Mensal
Uma newsletter com uma seleção cuidadosa dos textos, vídeos, playlists, referências e novidades mais legais que a gente lê, assiste e escuta por aí.
Curadoria de conteúdo Semanal
Um ambiente online com conteúdos proprietários sobre cultura, inovação, bem-estar, criatividade e também com as principais novidades do MECA.
Enquanto aguardamos (ansiosos) pela próxima edição do nosso querido MECA (Inhotim), vem matar a saudade da última edição que mal cabe nessa página!
“O MECA é um encontro de muita diversidade, que é o ponto de partida para várias outras possibilidades de encontros. Se inicia aqui, mas não se encerra aqui”
Geni Núñez, Mestre em Psicologia Social e palestrante do MECA (Inhotim) 2022
“Imersivo, surpreendente e pra lá de emocionante. É impossível retornar da mesma forma que você era antes de comparecer ao MECA (Inhotim). Uma experiência para se mergulhar de corpo e alma de forma serena e colorida.”
— Isabela Pétala de Alcântara, Revista Glamour
“Acho fundamental levar conversas, reflexões e provocações para um festival em um ambiente com tanta gente diversa, tantas comunidades… Isso estimula vários pontos de vista.”
— Alana Rizzo, Gerente de Políticas Públicas do YouTube e palestrante do MECA (Inhotim) 2022
“O MECA é um festival que provoca, faz a gente pensar, repensar e mudar comportamentos. Um festival que traz uma série de conteúdos relevantes para nossa sociedade, sempre com o foco de construir um dia de amanhã diferente.”
— Guilherme Bailão, Director of Brand Experience & Sponsorship, Heineken Brasil
Sim, esta página está em branco de propósito. Fizemos isso pra contar que agora o nosso jornal terá conteúdos de marca e também anúncios.
Quer saber mais? Então escreve pra gente no comercial@meca.love @mecalovemeca www.meca.love
Usando técnicas clássicas a partir de uma perspectiva contemporânea, Jubba Sam (ou Juares Tenório) criou a DOD Alfaiataria. Suas principais referências vêm de casa: as vestes do pai. Além disso, ultilizou revistas internacionais de skate, de onde tirou inspiração para criar modelagens adaptadas para a prática do esporte. As roupas, feitas sob medida ou
Dry Martini, por Adriana Marto
A arquiteta e artista plástica Adriana Marto tem uma relação tão próxima com o Dry Martini que seus amigos a chamam de “Dry”. A preferência dela pela bebida vem do início de suas aventuras pela noite paulistana, quando conheceu uma mulher que só bebia esse drink. Adriana lembra: “ela se vestia sempre com tons escuros, era séria e tinha belas tatuagens de muito bom gosto. Esteticamente, para mim, ela era perfeita.
Coloquei na minha cabeça que um dia seria a mulher que toma dry”.
RECIFE
LOJA Empreendedores são celebrados no Moinho
Um casarão antigo no bairro das Graças abriga o Moinho. A loja colaborativa idealizada por Lisa Sousa aposta na
economia criativa e incentiva o desenvolvimento do mercado local, reunindo o trabalho de cerca de 50 parceiros. O espaço
dividido em áreas afetivas, interligadas harmonicamente, tem cafeteria, loja de plantas e coworking de beleza, além de estúdios e ateliês. Em datas especiais também rolam eventos para movimentar a troca.
R. do Futuro, 177. @casa.moinho
pronta-entrega, são vendidas na loja física , em Pinheiros. Recentemente, a marca lançou sua
SÃO PAULO
primeira coleção: a Não Tradicional Alfaiataria. Os looks valorizam acabamentos internos,
RESTAURANTE Receitas veganas recriadas com tempero italiano
Primeiro restaurante italiano 100% vegano do Brasil, o Piccoli Cucina é uma experiência de sabores e afetos. Na cozinha, a chef
e fundadora Kamili Piccoli cria delícias para o paladar e também para os olhos. No menu sem ingredientes de origem animal, há opções como o
tecidos naturais e modelagens
únicas. R. Mateus Grou, 540. @dodalfaiataria
Fettuccine al Ragu Piemontese – que leva funghi secchi curado no vinho tinto – e também doces clássicos, como o brigadeiro. O endereço aconchegante tem decoração boho e aceita encomendas.
R. Francisco Leitão, 272. @piccolicucina
playlist by Peroli
Uma hora de música para a sua próxima road trip Cofundadora do @perifanotoque, a DJ Peroli fez esta playlist especialmente para leitores do MECA: “Uma seleção para relaxar ou limpar a mente. Te deixa envolvida do início ao fim.”
LOJA Loja-conceito no centro histórico reúne arte e moda
A Casa Boqueirão está de endereço novo. Deixou a rua Direita para fazer morada na rua Chile – a cinco passos do Hotel Fasano Salvador.
A loja-conceito busca representar o que há de mais interessante na produção brasileira independente de designers, artistas e artesãos.
*BELLE — Duckwrth
11:30 — Duckwrth
NORTHSIDE — Ama Lou
CRAZY LOVE — MJ Cole, Elisabeth Troy
HOUSE & GARAGE — Morrisson, Aitch
GROWN FLEX — Chip, Bugzy Malone
OI — SD9, Diigo
SAME OLD — Enny
SNACK — Ms Banks, Kida Kudz
PEACE OF MIND — Skepta, Teezee, Kid Cudi
ONE SHOT — Navy
WONDER WOMAN — WSTRN
MONALISA — Lojay, Sarz, Chris Brown
Lá é possível encontrar marcas locais como Lambes do Mal (@lambesdomal) e DaSi (@si.da.si), slow fashion movida pela ancestralidade. Coisas que o baiano gosta de inventar R. Chile - Edf. Sul America, 18B. @casaboqueirao
Escute a playlist “Road Trip” completa no link acima. Aproveite para seguir @mecalovemeca no seu tocador favorito.
Reunimos dicas gostosas, com direito a novos espaços, comida orgânica e botecagem pra você aproveitar a diversidade cultural
Na medida certa MODA Peças de alfaiataria com um toque de streetwear
SÃO PAULO
VEGANO Delícias artesanais produzidas por mulheres
Mãe e filha estão à frente da marca vegana e artesanal Jaca Bô-Ah. Além de um menu com produtos sob encomenda, toda semana há itens de pronta-entrega para a retirada e consumo na
pequena loja. Tem bolo, docinhos, tortas e quiches feitos por uma equipe só de mulheres. Para presentear, vale olhar os combos e cestas no site.
R. Tupi, 177. @jacaboah
A astrologia é o ponto de partida desse hub cósmico aberto no Bixiga. Instalado numa casa tombada nos anos 1940, o local oferece aulas de yoga, cursos e atendimentos terapêuticos, tudo com hora marcada. E também brunch, drinques e comidinhas, além de uma programação eclética, que inclui shows, noites de tarô com vinho e encontros com
astrólogos. O bar, bem bruxão, tem uma carta de
coquetéis inspirada no poder das ervas e das plantas, com
MUSEU Pina inaugura novo edifício
No início de 2023, a Pina Estação ganha companhia: a Pina Contemporânea.
O novo prédio transforma a Pinacoteca em um dos maiores museus da América Latina. A mostra “Quase Coloquial”, da artista coreana
No aconchegante salão em Pinheiros, berimbaus e agogôs
irradiam luz, há plantas pendentes do teto e, por todos
os cantos, elementos fazem referência às tradições da cultura popular brasileira. Além da vibe delícia, o Centro Cultural Os Capoeira oferece uma baita agenda. Lá tem shows, feiras
e oficinas de danças variadas, como forró e dança africana – sempre com preços muito convidativos. Na varandinha de frente para a rua, rolam rodas de capoeira e apre-
Haegue Yang, abriu a casa voltada ao acolhimento e ao experimento. A nova Pina conta com áreas expositivas, ateliês para atividades educativas, biblioteca, café e loja. Av. Tiradentes, 273. @pinacotecasp
direito a escolha sensorial do bartender. Jazz e
chorinho complementam o clima de magia.
CONFIRA MAIS CONTEÚDOS EXCLUSIVOS E DICAS CULTURAIS EM WWW.MECA.LOVE
sentações de grandes percussionistas. Além da cervejinha gelada, vale experimentar o “goró do mestre”.
R. Belimiro Braga, 186. @casadecultura oscapoeira
BRASÍLIA
ARTE Narrativas do CentroOeste ganham espaço na Index
Voltada às artes moderna e contemporânea, a Galeria Index fomenta a pro-
BELO HORIZONTE Raridade sonora MÚSICA
Acústica CDs tem achados
musicais
Parada obrigatória pra quem curte música, a loja Acústica CDs é especializada em discos raros. O endereço fica no coração da Savassi e é conhecido pela curadoria de primeira, que vai do blues ao samba.
dução local, representando o trabalho de jovens artistas e também catalogando obras de nomes
já consagrados. Instalada num edifício modernista projetado pelo arquiteto João Filgueiras Lima, o Lelé, a galeria realiza exposições e projetos que extrapolam as paredes. SCS Qd 01 Ed. Morro Vermelho. @galeriaindex
Além de garimpar obras novas e usadas, rola tomar um cafezinho ou uma cerveja na calçada e curtir a agenda musical que
vez ou outra dá as caras por ali. Não tá em BH? Compre pelo site.
R. Fernandes Tourinho, 300. @acusticacds
RIO DE JANEIRO
BAR Cultura negra como inspiração
As religiões de matriz africana são reverenciadas no Agô, novo bar em Santa Teresa. A cultura negra inspira a decoração, o som e o menu. Pra beber, do lado de dentro ou na calçada, vá de Pomba Gira (frutas vermelhas, maracujá, espumante e canela) ou Preta Velha (amarula, café e conhaque). Quando a fome bater, tem opção com e sem carne. R. Áurea, 30. @ago_ bardaencruza
RIO DE JANEIRO
BAR Térreo é o lugar da vez para tomar uma no Centro
Por aqui, a botecagem é do jeito que a gente gosta: serviço informal,
menu curioso e preço acessível.
O famoso bom e barato, sem firulas e com aquele
charme paulistano que você aprende a apreciar. O bar comandado pelo bartender Alex Ferrer fica no térreo de um edifício no Largo do Arouche. Tem uma carta de clássicos com toques autorais. O espaço pequenino tem um balcão, onde podem ser servidos os pedidos. Há também mesas maiores, que ficam dispostas na varanda aberta, uma boa pedida pra reunir os amigos em dias solares. Às quintas tem drinque em dobro. E, aos domingos, vira e mexe, rola um samba. Para checar a programação é só entrar no insta. Lg. do Arouche, 77. @terreobar
LOJA
As criações autorais de estamparia, acessórios e objetos de acrílico da Ecran Studios são concebidas a quatro mãos por uma dupla de
artistas inspirada pelo design, pela arquitetura e cultura contemporânea. O resultado toma forma em peças com uma vibe urbana e tropical.
São opções lookinhos elegantes e confortáveis, brincos divertidos, bolsas e cangas coloridas, além de objetos de decor. O ateliê fica numa charmosa casinha de vila no bairro Laranjeiras.
R. Gago Coutinho, 6, casa 2. @ecranstudios
BELO HORIZONTE
RESTAURANTE Produtos locais viram pratos cosmopolitas
Plantas e vegetais são protagonistas no cardápio e na decoração do novo bar e restaurante
Florestal, da chef Bruna Martins. Sob as paineiras centenárias do bairro Floresta,
Quer saber o que mais está no nosso radar? Vem de @mecalovemeca para ficar por dentro dos rolês, das tendências e dos movimentos que chamam a nossa atenção. www.meca.love
um dos mais antigos de BH, a casa de esquina homenageia a comida de rua e a culinária popular de diferentes partes do mundo. A cozinha é abastecida de ingredientes locais, fornecidos por
ESPAÇO CULTURAL Bloco abre
Um palco que vira estúdio dentro de um galpão que tem quintal. É assim que se apresenta a Casa Coração, inaugurada no fim de 2022. O espaço cultural localizado
no centro ocupa uma construção de 1944 com ares coloniais. A iniciativa é cria do bloco Explode Coração, que homenageia a cantora Maria
expoentes da agricultura familiar e por pequenos produtores urbanos. Os pratos são divididos em categorias: balcão (frios, conservas e fermentados), bocadas (são porçõezinhas) e pratadas (opções
Bethânia, desde 2017, pelas ruas de São Paulo durante o Carnaval. A música é boa e os drinques gostosos, bem bons de serem apreciados no quintalzinho com limoeiro, que bem poderia ser daquela casa com a qual você sonhou morar um dia. Com uma agenda
bem servidas para duas pessoas ou mais). Se resistir até o fim, vale experimentar a “torta estranha pra gente esquisita”, que leva limão. Gostosa demais! Av. Assis Chateaubriand, 176. @florestal.bh
diversa, a programação tem como foco valorizar a cultura brasileira. Lá você pode aproveitar rodas de samba, apresentações de jazz e outros ritmos. E também praticar yoga –pagando o quanto puder. R. Martinico Prado, 302. @casacoracaosp
Nosso mix do que há de melhor pelo mundo inclui uma livraria com curadoria temática e o bar com o petisco favorito de Rosalía
NOITE Clube tem atmosfera aconchegante com pôr do sol
É no topo do hotel Standard, no High Line, que fica o badalado Le Bain. Com bar e piscina, onde as pessoas podem dançar no verão, e um rooftop propício para curtir um magnífico pôr do sol acompanhado de um drinquinho, o endereço é um dos mais cool nas agendas culturais de NYC. DJs de primeira apostam na disco e a vista pro rio Hudson nunca cansa. @lebainnyc
BERLIM
LOJA Revista local abre a primeira
Buscando informar, provocar e ativar a imaginação, a 032c começou como revista. Agora, após criar coleções prêtà-porter, a marca abriu a primeira loja física. Além das pu-
blicações, lá tem bonés, camisetas e moletons numa pegada streetwear. Clean e minimal, o local também funciona como espaço expositivo.
@032c
BARCELONA
COMIDA Favorito de Rosalía, El Pollo é famoso por suas tapas
Motomami deu a letra: a melhor tortilla de batata de Barcelona é a do El Pollo. Além da receita queridinha de Rosalía, o bar e restaurante serve outras tapas e delícias em seu balcão – incluindo
receitas com peixes e ostras. A casa que funciona na badalada região do Raval aposta na cozinha tradicional basca com influências da Península Ibérica. @barelpollo
SICÍLIA
Este hotel é de verdade
HOTEL — Cenário de “The White Lotus” ocupa edifício do seculo 14
Talvez você não queira passar pelas experiências dos personagens da série “The White
Lotus”. Mas ficar uns dias no hotel que é cenário da segunda temporada não seria nada mal,
né? Em Taormina, o San Domenico Palace faz parte da rede Four Seasons. A hospedagem fica num edifício do século 14, tem quartos com vista para o Mar Jônico e restaurante com estrela Michelin. @fstaormina
NOVA YORK
ARTE - Endereço em Manhattan
reúne arte e ideias inovadoras
No centro cultural
The Shed, localizado em Hudson Yards, artistas emergentes e estabelecidos apresentam
LONDRES
Um
ao acaso
LIVROSEndereço aposta na descoberta
Inspirada em “A Biblioteca de Babel”, conto do argentino Jorge Luis Borges, a Libreria tem como proposta curatorial a possibilidade de descobrir livros ao acaso. As prateleiras projetadas
trabalhos em diversas linguagens e plataformas. Até abril, o espaço abriga a mostra “The Yanomami Struggle”, dedicada
à colaboração entre a artista e ativista Claudia Andujar e o povo Yanomami. Além de fotografias da ativista, a exposição reúne pela primeira vez, em NY, mais de 80 desenhos, pinturas e vídeos de artistas Yanomami contemporâneos. @theshedny
pelos arquitetos da SelgasCano são organizadas por temas como “céu”, “família” e “amor”, para incentivar o
pensamento interdisciplinar. Para acompanhar a agenda cultural da livraria, visite o site. @librerialondon
URBANISMO—
ferrovias e rodovias. Aqui, Carla Castellotti conta como eles se tornaram importantes dispositivos de convívio social e de preservação da natureza
Era 4 de abril de 1954, quando a Folha da Manhã noticiava a inauguração do Parque do Ibirapuera, na zona sul de São Paulo, com a seguinte manchete: “O conjunto arquitetônico do Ibirapuera espelha o progresso da nossa engenharia”. O jornal destacava a importância das obras de Oscar Niemeyer no local, enquanto o tamanho da área verde em uma região que crescia na cidade não era sequer mencionado.
Parques não eram sinônimo de natureza. Muitas vezes eles tinham a função exclusiva de embelezar a cidade, lembra Francine Sakata, pesquisadora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP. “Era o lugar onde os mais ricos iam passear; essa era uma ideia importada da Europa”, diz ela. Hoje, isso mudou: parques se tornaram importantes espaços de convívio e também instrumentos de preservação do meio ambiente.
E é nesse contexto que os parques lineares desempenham um papel importante em meio a tanto asfalto. “Eles são chamados assim porque são mais extensos do que largos, e costumam acompanhar os cursos dos rios”, explica Francine. As margens do rio Pinheiros, por exemplo, antes quase impossíveis de serem percorridas devido ao mau cheiro das águas poluídas, agora se tornaram um agradável lugar de passeio.
A transformação aconteceu graças à parceria público-privada organizada no Programa Novo Rio Pinheiros, lançado em 2019. O projeto promoveu a expansão da rede de esgoto na região, fazendo a ligação de 650 mil imóveis que antes despejavam dejetos no curso do Pinheiros. Por ser um rio urbano, a água não chegará a ser potável por lá, mas a vida já voltou ao local. Hoje, por exemplo, peixes e pássaros podem ser vistos no rio – e a água não tem mais cheiro ruim.
O Parque Bruno Covas, que também integra o programa de revitalização, teve o seu primeiro trecho, com oito quilômetros, entregue em junho de 2022. O custo foi de R$ 58 milhões, bancados integralmente por investimentos privados. Entre os patrocinadores estão empresas como Asics, Caloi, Heineken, Sabesp, Santander, Strava e Votorantim.
A perspectiva é que a despoluição do rio seja progressiva, tornando o curso do Pinheiros navegável e próprio, inclusive, para esportes aquáticos. Essa é a aposta de Daniela Amarante, responsável pelo projeto. “O desenho inicial prevê que esportes, como pedalinho, possam oxigenar a própria água do rio. A ideia é que a estrutura seja sustentável”, diz ela.
De ponta a ponta
Depois do início do funcionamento do Parque Bruno Covas, a frequência de pessoas na região aumentou exponen -
cialmente. Eram registradas seis mil pessoas por mês na ciclovia e, agora, são mais de 150 mil. Edmilson Camelo Machado é uma delas. Diariamente, ele percorre de bike mais de vinte quilômetros entre a sua casa e o trabalho. O trajeto entre Interlagos, bairro onde mora, e a loja de bicicletas em que trabalha, é facilitado pelo novo empreendimento.
Antigamente, o parque era chamado de “ciclovia do trabalhador”, lembra Edmilson. Ele reforça as benfeitorias: “O asfalto melhorou muito, e hoje eu conto com o apoio de banheiro e bebedouros.” A ponte flutuante, com 110 metros de extensão, na altura do Parque Global, também ajuda o ciclista. “Antes, tinha que passar pela ponte da João Dias, que é perigosa. Em 40 minutos, chego no trabalho”, diz o ciclista.
Para além de via alternativa de locomoção, em uma metrópole como São Paulo, o Parque Bruno Covas cria as bases para deixar um importante legado para a cidade: a recuperação do curso de água. “O rio Pinheiros não é o rio que queremos, mas é o que temos”, diz a pesquisadora Francine. “O parque pode ajudar a mantê-lo.”
Seoullo 7017
Em Seul, o parque de um quilômetro de extensão foi construído sobre um antigo viaduto. A obra, original da década de 1970, foi símbolo da modernização industrial da capital sul-coreana. Com os anos, a área ficou subutilizada. O espaço renasceu como uma passarela exclusiva para pedestres, onde hoje é possível encontrar mais de 24 mil espécies de plantas.
Hunts Point Landing
Este parque transformou a realidade de um dos bairros mais pobres de Nova York. Localizado na confluência dos rios Bronx e East, foi essencial para a recuperação das águas do local. Construído graças à iniciativa público-privada junto a grupos locais, o projeto integra o South Bronx Greenway Master Plan. O píer se tornou região de pesca e espaço para a prática de esportes.
Pq. Linear do Córrego Grande Com seis quilômetros, o parque em Floripa foi essencial para a recuperação da fauna e flora locais, ao mesmo tempo em que viabilizou espaços de convivência. Uma pista de caminhada e uma ciclovia percorrem toda a extensão do córrego, agora, revitalizado. A obra fez tanto sucesso que recebeu o prêmio de Obras Edificadas da Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura.
Parc del Camí Comtal
Ainda em construção em Barcelona, o Camí Comtal integra um grande
projeto urbano: uma linha de trem ligando os distritos de Sant Andreu a La Sagrera. O cinturão verde acompanha a
obra ferroviária e terá quatro quilômetros de comprimento. Também prevê a plantação de mais de 10 mil árvores. Será o maior corredor verde da cidade e vai interligar aos parques Glòries e El Clot. É possível acompanhar as obras no site: barcelona sagrera.com
Parque Bruno Covas Já foram implantados no local: ciclovia, pista de caminhada, playgrounds, áreas de piquenique, estações de ginástica, mirante e passarela flutuante. O acesso pode ser por meio de bicicleta, a pé ou de transporte público, via CPTM. Se for de carro, estacione no Hub Global ou na Usina SP. Aberto todos os dias.
GreenYourCity é um movimento criado pela Heineken para repensar os espaços urbanos. Nós, do MECA, estamos superdentro e convidamos você para criar junto com a gente um futuro mais sustentável.
Mais extensos do que largos, os parques lineares acompanham leitos de rios,
inspiração ENTREVISTA
é fôlego de vida
Existe um sertão dentro de Russo Passapusso. A paisagem é de uma riqueza inesperada, que brota de brejos ou por entre pedras e solo seco. É envolta por raios de ouro, mato brilhante, assobio de vento e zim zum de abelhas que, invariavelmente, vão parar em cantigas para adultos brincarem em roda.
Nascido em Feira de Santana (BA), o artista é um dos cabeças do Baiana -System, um virginiano meticuloso, focadíssimo no trabalho. Mas também é uma criança que, depois de suas apresentações musicais, se esconde para ler quadrinhos, mangás de terror e qualquer outra coisa que sirva para nada. Nos primeiros meses de 2023, só no carnaval, ele participou de dois trios na Bahia e levou o seu, Navio Pirata, para São Paulo. Também ganhou o prêmio de melhor disco de 2022 pela APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) com “Alto da Maravilha”, em parceria com a dupla Antônio Carlos e Jocafi. E realizou o acontecimento OlodumBaiana no Festival de Verão em Salvador. Em bate-papo com o MECA, um dia após o show histórico (e catártico) que uniu os dois coletivos, Russo fala sobre inspiração, memória e criatividade.
Pra começar, Baiana e Olodum no carnaval baiano. Meu Deus, como foi? Lindo demais. Eram 40 pessoas no palco, num momento fundamental em que mostra a força do coletivo. Há tempos as pessoas não viam isso. Se formos pensar a Tropicália, o Manguebeat… tudo era feito assim. Num sentido de aceitar o todo e não de focar num protagonismo de celebridade. Quebramos os protocolos. Foi um posicionamento político. E foi forte. As pessoas notaram. Por que tá todo mundo junto? Não é mais difícil? Não, é incrível, é possível, é maravilhoso. Sem Olodum não existiria Baiana.
Do que é feita a inspiração? Fôlego de vida. Aquilo que te dá vontade de viver. Te faz respirar melhor e aproveitar cada instante. Na inspiração é possível tirar melhor proveito da respiração. E, por isso, a gente se sente tão vivo.
E a arte? Todo mundo é artista e carrega nos ouvidos um maestro ou uma maestrina. A arte é o que tem dentro de nós. É a forma de viver a natureza terrestre. Está nas plantas, nos animais, na forma que temos de olhar, nos sons da natureza quando ela amanhece. Há poesia em todo travesseiro. Se a gente mata isso na vida social, é outra história.
Como seria o mundo sem a música?
Seria um mundo sem a crença do invisível. Seria um mundo vazio, quase sem fé.
Falando nisso, como a fé se manifesta na sua vida? A música pra mim é uma
religião. A verdadeira sensibilidade, com a lágrima e o sorriso, com o amor e o afeto, afasta tudo o que há de ruim. Temos uma memória sonora enraizada. O aboio (“boooo”), por exemplo, vem do mundo árabe (“aliiii”). Foi trazido pelos portugueses e adaptado ao sertão. São vibrações humanas. Uma forma de se comunicar, uma língua de reza.
Tem muita gente com o rei na barriga. Qual o melhor chega pra lá? Acredito no retorno da vida. Pessoas rejuvenecem ou envelhecem mais rápido por isso. Querem viver e cavam morte, no sentido de falência do amor em torno delas. Temos anjos e demônios dentro da gente. Como numa autoanálise, tentando se entender, a gente mesmo se dá esse tapa.
Você se permite fazer algo inútil?
Sou virginiano. Não tem nada a ver com isso. Mas sou metódico. O trabalho toma conta de tudo. É insuportável. Aproveito cada momento e só paro quando durmo. Estabeleço fugas de mim mesmo. Depois de um show, quero esquecer que aquele no palco era o Russo Passapusso. Aí vou ler, assistir um desenho...Volto a ser criança. Faço coisas que são pretensiosas de nada. Meu equilíbrio vem disso.
Dá um exemplo? Meia hora depois do show OlodumBaiana eu tava vendo “JoJo” [anime oriental]. Gosto de Akira, dos quadrinhos do [brasileiro] Shiko, de mangás de terror. Amo “A Sala de Aula que Derreteu”, do Junji Ito. Sou apaixonado por tarô. Sou uma pessoa de hobbies.
O tempo e a memória são importantes na sua criação. Por quê?
Penso a memória e em como ela está ligada com o futuro do presente. Não como uma nostalgia, e sim como uma necessidade de me atualizar. Pessoas como Antônio Carlos e Jocafi têm corpo físico, mas do lado de dentro vivem a ação do tempo…Temos que fechar os olhos e ver o que está dentro daqueles corpos. Memória é isso. Trazer o futuro do presente é extremamente necessário para a continuidade e sobrevivência.
Curioso. Ia perguntar que paisagem encontraríamos dentro de você. Dentro de mim é um sertão. Você pensa que é vazio, mas aquilo é cheio de vida. Vim de lá e de lá eu não saio.
A idealizadora do podcast “Não Inviabilize”, Déia Freitas, bate um papo com a jornalista Carla Castelotti e relata como experiências, que vão da escrita de anúncios de classificados a parcerias com Tinder e Netflix, entram no seu currículo
Contando perrengues, mistérios, micos e trapaças reais como se conversasse com os amigos, Déia Freitas criou o fenômeno “Não Inviabilize”. Há três anos no ar, ocanal já soma mais de 170 milhões de plays em todas as plataformas nas quais está disponível – cada episódio do programa tem em média 230 mil plays.
Paulista de Santo André, onde mora até hoje, a podcaster começou a preencher o currículo na adolescência, escrevendo anúncios de classificados e obituários em uma agência de publicidade da região. Foi também na cidade do ABC que ela se formou em psicologia na antiga Faculdade Senador Fláquer, mas nunca chegou a clinicar. Órfã desde os 16 anos, precisou trabalhar cedo.
Por anos, foi gerente de projetos para marcas como a da estilista Glória Coelho. Em 2016, meio ao acaso, compartilhou a mensagem de um seguidor que pedia conselhos. Choveu opinião e o sucesso foi instantâneo. E ela nunca mais deixou de receber pedidos de socorro.
Em 2018, com a ajuda da amiga Priscila Armani, Déia montou um grupo para coletar relatos e, a partir deles, articular um podcast. O projeto se tornou viável financeiramente no começo de 2021.
Em entrevista, a psicóloga, roteirista e podcaster relembra como mudou de carreira depois dos 40 anos, fala sobre a relação com a audiência engajadíssima e divide algumas das suas principais referências. Vamos de história?
Como foi mudar de carreira?
Déia: Foi difícil. Nunca imaginei que seria roteirista. Demorei mais de um ano para encerrar os freelas na [área de] moda e trabalhar inteiramente com o podcast.
Você calça os sapatos de terapeuta na hora das entrevistas?
Sou órfã desde os meus 16 anos e nunca pude ficar um tempo sem trabalhar. Não cheguei a estagiar em psicologia, mas a formação me ajuda muito. Desde o começo do “Não Inviabilize” eu tenho o
cuidado de não levar ao ar histórias que ainda estão acontecendo. Para você ter uma ideia, recebo e-mail sábado à noite com a mensagem: “Déia, acabei de ser traída”. Essa pessoa não escreve para uma amiga. Ela escreve pra mim. Como os episódios sempre têm um trecho em que os ouvintes dão a própria opinião, avalio se a pessoa vai estar pronta para ouvir um feedback.
Brinco que o quadro “Picolé de Limão” uniu o Brasil. Sente isso?
Os executivos do Spotify e os motoristas de ônibus me ouvem. Bolsonaristas me escutam também. Muitos me mandaram mensagens, magoados ou desapontados, quando fiz a série em torno dos projetos de governo do Lula, dizendo que não iam me ouvir mais. Avisei que se tratava de uma série e, por isso, podiam pular os episódios. Curiosamente, depois, vários escreveram dizendo: “não aguentei e voltei a te ouvir” (risos).
O que é uma boa história para você? Uma boa história pra mim é a mais comum, rotineira, a que melhor funciona no roteiro. É isso que faz as pessoas se identificarem. Eu gosto muito de histórias de amor que foram boas, intensas, mas depois acabaram. Mas para a minha audiência, não. Para os ouvintes, quanto mais cabeluda a história, melhor (risos).
Compartilhe três referências que você goste.
O cinema, a experiência de ver uma história contada na tela grande. Adoro também a série “Atlanta”. Fala de pobreza, mas tem humor. Eu me enxergo muito nessa narrativa. Ah! e voltei a ler Nelson Rodrigues. Se ele estivesse vivo, a gente ia odiar, né? Mas tem algo na forma dele contar histórias que é muito interessante pra mim.
Por que é importante ter uma equipe diversa?
Perdi muitas oportunidades por não ter apoio. Por ser uma mulher parda, inserida na comunidade negra, sempre foi difícil [concorrer a vagas]. Agora, se eu puder facilitar um pouco para outras pessoas, [acho que] é um dever.
O mercado de proteínas alternativas está crescendo rápido. Não à toa, é considerado um dos fenômenos com potencial de mudar o futuro da alimentação, segundo The Future of Food Executive Report, o relatório mais recente do CFRC (The Ideactio Centre for Foresight Research and Consulting). Há substitutos de carnes, frutos do mar, laticínios e até de ovos que imitam características de cor, sabor, textura e aparência dos originais. E o Brasil é uma potência.
“Exportamos proteínas alternativas para mais de 30 países. Temos um capital intelectual único para o agronegócio, as maiores empresas do mundo, uma rede de distribuição estabelecida e a maior biodiversidade do planeta como potencial de novos ingredientes”, explica Gustavo Guadagnini. Ele é diretor executivo do The Good Food Institute Brasil (GFI Brasil), uma ONG internacional que trabalha para transformar o sistema de produção de alimentos. A primeira leva de projetos financiados pela ONG começou a ser executada em 2023. Com estudos sobre baru, babaçu, macaúba, cupuaçu, guaraná e pequi, os projetos têm o objetivo de criar novos elementos para compor substitutos de carne animal.
Transformação em curso
O primeiro hambúrguer vegetal do gênero foi lançado no Brasil, em 2019. De lá pra cá, novas marcas entraram no mercado e foodtechs como a chilena
NotCo vêm traçando caminhos inovadores para o segmento, apostando em tecnologia e IA. Na mesma direção das startups, gigantes como Marfrig, JBS e BRF investiram milhões de reais para apresentar suas versões de hambúrgueres feito de plantas. Para Gustavo (GFI Brasil), esse setor passa por momentos equivalentes aos primeiros cinco anos do lançamento da internet. “A gente não consegue conceber o que vai ser transformado. Pensa em larga escala. A monocultura organiza nossa economia. Se essa cadeia for transformada, vai mudar tudo: o que plantamos, os meios de produção e até as profissões”, prevê o executivo.
É fácil observar a mudança em curso, ao caminhar pelas gôndolas dos supermercados. Só de leite vegetal há quase 30 marcas para experimentar nas maiores cidades. E elas devem ganhar mais espaço. De acordo com a empresa de pesquisa de mercado Euromonitor, o consumo de alimentos plant based no Brasil evoluiu de um patamar de US$ 48,8 milhões em 2015 para US$ 82,8 milhões em 2020, um aumento de 69,6%. Para a nutricionista Haydée Borges, o crescimento ficou ainda mais evidente em 2021. Nesse ano, ela conduziu uma pesquisa acadêmica na USP, com o objetivo de analisar as principais mercadorias disponíveis. “Toda semana eu acha-
va algo diferente. Tive que definir uma lista, porque era infinita [a oferta]”, observa a pesquisadora. No total, ela analisou 56 produtos de 10 marcas, seguindo os critérios do Modelo de Perfil Nutricional da Organização Pan- Americana da Saúde (OPAS).
Demanda em alta
O trabalho de Haydée era comparar o que o rótulo vendia com o que o produto entregava de verdade. “Havia excesso de sódio e gorduras, por exemplo. Não é recomendável consumir todos os dias”, diz a nutri. Ainda assim, ela considera importante a evolução do mercado. Quem tem a opção de escolher, consegue comprar itens menos processados. E o movimento dos consumidores pressiona a indústria, que tem respondido rapidamente, lançando novas versões de produtos mais saudáveis. “Há alguns anos, as pessoas tinham que produzir leite vegetal em casa. Agora, há excelentes opções com preços mais acessíveis”, conta a nutri.
Henrique Diaz, da consultoria Box1824 opina: “Associar alimentação à saúde é algo meio novo, se você for pensar”. Ele trabalha buscando entender como as tendências relacionadas ao futuro da alimentação vão mudar comportamentos. E reflete: “o que as pessoas estão demandando que o mercado não entrega ainda? A indústria do alimento vai precisar trabalhar com educação. Existe uma cobrança por ética, transparência. Não é uma questão de ser otimista”, diz. É sobrevivência.
1 - A chilena NotCo está ampliando a linha de produtos no Brasil
2 - Lanche feito de plantas da Fazenda Futuro
3 -Beterraba e cacau em pó são usados em receitas da NotCo
4 - Flor de pequi: GFI investe em pesquisa com insumos nacionais
Qual o cenário global e o que podemos esperar do setor
O que vem por aí Carnes cultivadas em laboratório já são uma realidade em Singapura. Produzida a partir de células animais, é estruturalmente idêntica à carne e inaugura uma série de outros questionamentos. É mesmo carne? Pode ser kosher (apropriado para o consumo segundo os costumes judeus)? Prejudica os animais? Nada está definido, mas a aposta é que o mercado global alcance US$ 1 trilhão até 2050.
Contexto global
No fim de 2022, os EUA aprovaram o maior pacote de incentivo ao combate à crise climática da história do país. Já na COP27, a Conferência do Clima ocorrida no Egito, líderes mundiais discutiram, pela primeira vez, os efeitos da produção de alimentos, que é responsável por 35% do total de emissões de gases de efeito estufa. “Há uma competição entre áreas de pecuária e agricultura para consumo humano. Isso, enquanto temos 33 milhões de pessoas passando por insegurança alimentar, só no Brasil”, desabafa Gustavo (GFI).
Todos nós podemos ajudar o planeta. Junto com a NotCo, observamos os movimentos que estão fazendo a diferença. Se dá para melhorar, por que não?
O mercado de proteínas alternativas pode mudar o futuro da alimentação. A jornalista Natália Albertoni se aprofundou na tendência e explica porque o Brasil já pode ser considerado uma potência no setor
EM OUTUBRO, O MECA SE JUNTA AO INSTITUTO PARA REALIZAR O MECA (CALDEIRA) – O NOSSO FESTIVAL QUE VAI OCUPAR AS RUAS DO 4º DISTRITO DE PORTO ALEGRE. SAIBA MAIS: WWW.MECA.LOVE
O jornalista Piti Vieira conversa com Pedro Valério, CEO do Instituto Caldeira, que conecta poder público, empresas e universidades para fomentar o ecossistema local
A rotina no Instituto Caldeira é dinâmica e ancorada no conceito de serendipidade. As ideias são favorecidas pela energia positiva do local: “Aqui é aberto 24 horas. É um festival permanente. Isso tem inspiração em projetos como MECA, Coachella e SXSW”, diz Pedro Valério, CEO do Instituto. É possível chegar às 8h no endereço e participar de um café da manhã sobre realidade virtual na educação. Depois, assistir a apresentações de startups e, então, partir para um almoço com empresários. À tarde, ainda cabe na agenda um workshop. E o dia pode terminar num happy hour com um cluster de games.
Sediado em um prédio de 22 mil m² no 4º Distrito, antiga zona industrial de Porto Alegre (RS), o projeto sem fins lucrativos conecta pessoas e iniciativas através de um hub de inovação e de uma comunidade que busca maior competitividade. Enquanto a região se recupera após uma era de decadência, a cena de empreendedorismo local vibra na nova conjuntura – e Pedro se fortalece como um agente conector. O Instituto que ele ajudou a criar está no centro desse zeitgeist em que poder público, universidades, corporações, startups e aceleradoras se relacionam. Juntos têm potencial para posicionar o estado sulista
como um centro pujante, inclusive dentro de uma escala global.
“Temos recebido empresários na tentativa de identificar como o Rio Grande do Sul vem fazendo essa aceleração”, conta. O movimento tem contribuído na formação e retenção de novos talentos.
“No ano passado, tivemos o coroamento desse processo com a vinda do South Summit para cá”, diz. A plataforma internacional de negócios nasceu em Madri e ajuda a criar uma teia internacional de contatos, que traz capital para investir em iniciativas que estão acontecendo aqui. “É o melhor momento dos últimos anos”, celebra Pedro.
Aberto em 2021, o Instituto Caldeira nasceu da ambição de executivos de 42 empresas, com o propósito de fomentar o crescimento do ecossistema local e impulsionar transformações. Atualmente, por volta de 1.500 pessoas frequentam o local diariamente e são mais de 100 empreendimentos residentes com labs de inovação. Mais de 420 companhias e entidades estão associadas ao Instituto e há ainda uma lista de espera com mais de 40 empresas.
“Por muito tempo, houve êxodo empresarial para outras capitais, principalmente São Paulo”, diz Pedro. “Hoje, vemos uma nova geração de empreendedores formada aqui, com um grau de maturidade e exposição altos. Esse amadurecimento culmina com a adoção dessa ideia de abundância e de colaboração que provou ser uma grande oportunidade. A razão para trocar Porto Alegre por outra cidade não passa mais pela falta de perspectiva para empreender”, finaliza o CEO.
Hoje, a conversa sobre as drogas vai do palco de festivais ao mercado financeiro. Natália Albertoni fala com especialistas e empreendedores que tratam a cannabis e os psicodélicos como business, a fim de contar como mudamos a nossa opinião sobre o assunto – e como o papo chegou ao mainstream
Com a promessa de revolucionar o cenário da saúde mental no mundo, os psicodélicos chamam a atenção de investidores. A consultoria KPMG projeta que essa indústria possa chegar aos US$ 6,8 bilhões até 2027. O tema ganhou destaque no festival South by Southwest (SXSW), em março de 2023. E o Brasil, na vanguarda da pesquisa desse tipo de substância, anunciou, no início deste ano, a primeira pós-graduação de psicoterapia assistida por psicodélicos autorizada pelo MEC (Ministério da Educação). Enquanto isso, o mercado dos derivados da cannabis, que cresceu muito nos últimos anos, em especial nos EUA, vê o negócio se abrindo por aqui – mesmo com restrições. Tem até vaga de “weed sommelier” à vista. É, a conversa sobre as drogas mudou. Ela é impulsionada por uma série de avanços na área científica e pela pressão de atores sociais. Costurado com mais pompa nos últimos dez anos, o diálogo também envolve a recriação de um universo imagético mais “pop”, com conteúdo acessível. A troca vai muito além do consumo e do vício – que, por muito tempo, sequestrou o debate em torno do assunto. E, em suas variações de formato (e elas são muitas), o papo é reto, descomplicado, divertido e, não por isso, menos “sério”.
Lançada na pandemia, a “Nowdays” surgiu do desejo de sua fundadora Thainá Zanholo descobrir uma maneira de reescrever como as pessoas veem e consomem a cannabis no Brasil. A brasileira mora na Califórnia, onde o uso recreativo da maconha é legalizado para adultos desde 2018. Thainá está voltando ao Brasil neste ano para anunciar a vaga de “weed sommelier” – a fim de tocar com ela o conteúdo na “Nowdays”. A ação é uma parceria com a AKQA Casa, sede paulistana de um dos maiores estúdios criativos do mundo. O objetivo é desmistificar ouso da cannabis, mostrar avanços no mercado e questionar a criminalização da substância em território nacional.
No feed da “Nowdays” há produtos bem-humorados como a camiseta “Anything you can do I can do high” e conteúdos educativos sobre os tipos de “bad” que é possível ter depois de um dia de excessos, além de como evitá-los. De forma descontraída, a plataforma aborda os benefícios da planta e, principalmente, o debate sobre a legalização da maconha no Brasil. “Mudou a maneira como a gen-
te usa a palavra droga. A legalização traz isso para a pauta, já que envolve marcas, empreendedores e pessoas que querem fazer desse assunto algo mais sério”, conta Thainá. “É uma oportunidade que vem com uma responsabilidade gigante de educar. Essencial para quem trata a cannabis e os psicodélicos como business. A indústria farmacêutica não tem esse cuidado”, sinaliza a diretora criativa.
1, 2 e 3 — Nos últimos dez anos, surgiu uma profusão de plataformas, em diferentes formatos, que abordam o uso de drogas , como a revista “DoubleBlind”, focada em psicodélicos
Numa onda um pouquinho mais sóbria, a revista impressa bianual “DoubleBlind”, que também tem site, cobre desde 2019 histórias sobre a expansão dos psicodélicos, não muito exploradas pela mídia tradicional. O veículo em circulação nos Estados Unidos traz entrevistas com grandes atores do setor, ensaios fotográficos e reportagens de fôlego. Tudo em torno dos psicodélicos. Num artigo re-
cente da revista, “Ketamine therapy and virtual reality together? Welcome to the future”, o leitor é apresentado a um centro de infusão de cetamina que faz uso de fones de ouvido de realidade virtual para criar uma experiência imersiva para seus pacientes. A droga usada em hospitais como anestésico é apontada como uma das apostas de tratamento para sintomas de depressão e ideação suicida.
Já no “Hot Tokes with Oystergirl”, newsletter e programa no YouTube desde 2020, a jornalista Lindsay MaHarry faz reviews de produtos, desmistifica tabus, fala de métodos de cultivo, além de a lertar para os perigos de algumas substâncias como os canabinoides sintéticos.
A lista continua para outros formatos: documentários e séries limitadas chegaram aos streamings no mesmo período.
“How to Change Your Mind”, lançada pela Netflix em 2022, por exemplo, é baseada no best-seller homônimo de Michael Pollan. No show, o próprio jornalista lidera a jornada que explora a história e os usos de psicodélicos, incluindo LSD, psilocibina, MDMA e mescalina. Há ainda mais revistas especializadas, livros, podcasts, canais feministas e liderados pelo movimento negro, outros focados em estabelecer uma interlocução com a comunidade científica, além de médicos e terapeutas que falam sobre tratamentos, experiências assistidas, os prós e os contras, e por aí vai.
Ciência sem tabus?
O amadurecimento da narrativa acompanha os avanços da ciência que, aos poucos, dribla preconceitos culturais e políticos, mostrando a eficácia das substâncias em questão. No início de 2023, por exemplo, a Austrália anunciou que, a partir de julho, psiquiatras autorizados poderão prescrever MDMA e psilocibina (ingrediente ativo dos chamados “cogumelos mágicos”). O foco será o tratamento de saúde mental, como o transtorno de estresse pós-traumático ( TEPT) e a depressão. Como vai funcionar ainda não está definido.
O Peru e a Colômbia, nossos vizinhos, começaram as regulamentações b em antes, nos anos 1980. Eduardo Schenberg, um dos principais neurocientistas do setor no Brasil, explica que “as práticas de uso tradicional indígena em algumas comunidades foram importantíssimas na última década, inclusive, pa ra despertar o interesse em pesquisas científicas”. Ele também é presidente do Instituto Phaneros. Fundada em 2011, a Entidade é pioneira no estudo dos psicodélicos no país. Em 2020, a Organização criou o primeiro curso online para que profissionais da saúde aprendessem como acolher e orientar pacientes. E, em 2022, o Instituto abriu a primeira turma da Formação em Psicoterapia Assistida por Psicodélicos (FoPAP), para qualificar quem deseja atuar em pesquisas científicas e seguir com o desenvolvimento de protocolos clínicos.
O Brasil tem a oportunidade de ser protagonista no uso medicinal de psicodélicos. “O posicionamento do Brasil na pesquisa psicodélica é surpreendentemente grande. Curiosamente, o país não autoriza usos terapêuticos dessas substâncias. Diferente do Peru e da Colômbia, só autorizou práticas religiosas e isso é problemático”, explica Eduardo.
A pauta está tão em alta que ganhou uma trilha especial no festival de tecnologia e inovação SXSW, realizado em Austin (EUA). Foi estruturada uma agenda para debater o que tem sido chamado de “renascimento psicodélico”. Isso porque, en-
4 - Nowdays traz novo olhar para a cannabis
5 - Cogumelos funcionais da Rainbo
6 e 7 - Uso de substâncias é abordado de forma simples, com leveza e bom-humor
8- Público no SXSW assiste à “Beyond the Hype: The Business of Psychedelics”
quanto os regulamentos em torno de substâncias como a psilocibina começam a afrouxar, o uso delas volta com força para o debate, depois de um ostracismo relacionado a sua proibição nos anos 1970.
No evento, especialistas como Colleen Chien (Santa Clara University), Josh Hardman (Psychedelic Alpha), Shayla Love (jornalista freelance especializada em medicina) e Graham Pechenik (Calyx Law) falaram sobre como os psicodélicos estão a um passo de se tornar medicamentos prescritos, trazendo inovação para a área de saúde mental, estagnada por décadas.
A psicóloga Eleonora Martins, entusiasta do tema, acredita que estamos diante de uma verdadeira (e irrefreável) mudança de paradigma. “Precisamos urgentemente de medicamentos e práticas mais eficazes para manejar tantas
doenças mentais e sofrimentos psicoemocionais. E com menos efeitos colaterais do que a maior parte dos medicamentos alopáticos, aos quais temos acesso através da psiquiatria”, afirma.
A reportagem entrou em contato com alguns consultórios psiquiátricos em São Paulo, que afirmaram ser pequena a procura por psicodélicos para o tratamento de questões relacionadas à saúde mental. Nesses espaços, a fluoxetina e a sertralina seguem em alta, assim como medicamentos derivados de anfetamina, moda entre os Faria Limers, que chegou a ficar em falta nas farmácias em julho de 2022.
Os psicodélicos foram uma grande pauta no SXSW, realizado em março de 2023, em Austin (EUA). O maior festival de inovação e tecnologia do mundo jogou luz no mercado global que aposta no uso dos psicodélicos para revolucionar os tratamentos na área de saúde mental. O tema foi levantado em encontros promovidos com grandes nomes como Dr. Deepak Chopra, o micologista Paul Stamets e a futurista Amy Webb. No aguardado relatório da CEO do Future Today Institute, aparecem empresas especializadas em pesquisa genética testando a predisposição de pacientes para usar psicodélicos em tratamentos para depressão.
Há trabalho a ser feito. De todo modo, à medida que as aplicações terapêuticas das substâncias ganham força no mainstream, é esperado que o mercado também mude. Eleonora é otimista: “Os benefícios terapêuticos dessas substâncias mostram-se cada vez mais inegáveis. A revolução começou e acredito que nada a deterá. A questão é conseguir encontrar e implementar as melhores formas de condução, para que o processo seja o mais saudável, eficaz e harmônico possível. Estamos lidando com substâncias extremamente poderosas, para o bem e para o mal“, diz a psicóloga.
1. A Austrália reconheceu o MDMA e a psilocibina como medicamentos? Como avalia?
A abertura em qualquer país, sobretudo em países com agências reguladoras bem estabelecidas e com políticas públicas de saúde respeitadas, gera
impacto em todo o mundo, incluindo o Brasil, que reiteradamente mostra uma demora maior na incorporação de novas tecnologias e conceitos em saúde.
2. Qual o cenário brasileiro em relação a essas substâncias?
O Brasil está na vanguarda da
pesquisa com essas substâncias, tendo a oportunidade de exercer protagonismo na área. Somos um dos países que mais estuda psicodélicos, sobretudo a ayahuasca. A despeito disso, a legislação é bastante restrita. Mas pode-se notar uma abertura interessante ao
diálogo cientificamente embasado.
Essa abertura [da Austrália] pode estimular nossos legisladores e pesquisadores.
3. Houve uma mudança de narrativa em relação ao uso dessas substâncias? Uma mudança
verdadeira, contudo, somente acontece quando há a demanda por tratamento. Ou seja, quando os pacientes solicitam a terapia ou quando há produtos viáveis em processos consistentes. O Brasil precisa avançar nesse caminho, para que a
regulação se ajuste. Em relação aos psicodélicos, o risco de dependência química é baixo ou até mesmo inexistente. A grande questão é que poucas pessoas têm ciência disso. Assim, a maior barreira é a desmistificação e a comprovação de segurança e eficácia para cada condição de saúde a que se propõe tratar.
“O POSICIONAMENTO DO BRASIL NA PESQUISA PSICODÉLICA É SURPREENDENTE. CURIOSAMENTE O PAÍS NÃO AUTORIZA USOS TERAPÊUTICOS”
Três perguntas a Cesar Camara, coordenador da pós-graduação “Psicoterapia assistida por psicodélicos”SXSW: DE OLHO NA TREND
Enquanto as inteligências artificiais trabalham com um arsenal cada vez mais poderoso para criar imagens, o repórter João Abbade mergulha nos dilemas éticos que surgem em torno da representação
Em 1981, a fotógrafa Lynn Goldsmith realizou uma série de retratos do cantor Prince. Mais tarde, em 1984, a lenda da pop art Andy Warhol usou as mesmas fotos para produzir uma pintura serigrafada e colorida do cantor – no mesmo estilo dos famosos retratos de Marilyn Monroe. Goldsmith só foi perceber que as fotos dela tinham sido usadas na obra de Warhol em 2016, quando decidiu processar por uso indevido a fundação que leva o nome do artista. O caso espera julgamento da Suprema Corte Americana. É a guardado com expectativa, já que o resultado pode mudar o entendimento das leis de direito autoral e até como irá se comportar um emergente setor da arte: a fotografia intermediada por inteligência artificial (IA).
A s imagens produzidas por IAs hypadas nos últimos meses, como DALL-E e MidJourney, precisam de um extenso treinamento para criar obras com sentido estético. A principal fonte para isso são imagens disponíveis na internet, como mostrou um estudo conduzido pelo pesquisador Andy Bayo, que foi diretor de tecnologia de empresas como Kickstarter e Yahoo. Os bancos de dados não licenciados estão em constante expansão: o Stable Diffusion, por exemplo, foi treinado com mais de cinco bilhões de imagens e rumores indicam que o GPT4 terá parâmetros baseados em mais de um trilhão de fotos.
Essas companhias têm alguns precedentes poderosos nos quais confiar. Em 2014 e 2015, o Tribunal do Distrito Sul de NY decidiu que o Google poderia digitalizar milhões de livros dos quais não tinha o direito para ensinar sua IA de busca. Mas quais são as regras e as condutas éticas para artistas produzirem obras em ferramentas tão derivativas de trabalhos alheios? Quais tipos de inovações podem surgir? “As pessoas estão usando essas ferramentas para fazer formas já familiares de arte. Mas é provável que no futuro a IA permeie o mundo social da mesma forma que a internet. Será quase impossível evitar a influência dela. É preciso estabelecer as regras do jogo”, escreveu o professor James Grimmelmann, especializado em Lei e Informação Digital. O artigo publicado no The Ankler pede pela regulamentação desses suportes criativos.
Artistas já estão explorando esse universo com profundidade, inclusive sendo exibido em museus. Pedro Victor Brandão e Giseli Vasconcelos criaram a série de obras “Nheenga Cabana”, exposta no MAM Rio em 2022. O trabalho usa relatos jornalísticos do repórter Lúcio Flávio Pinto para criar fotografias surreais da Cabanagem, revolta popular do Brasil Império. “O processo se deu por uma ausência de iconografia sobre essa revolução”, conta Pedro.
As instalações convidam o público a espiar a “conversa” com a IA que gerou o resultado. “É uma maneira de informar quais operações de linguagem precisaram ser feitas para que as máquinas nos entendam”, explica o artista. Ele e Giseli usam descrições étnico-raciais explícitas nos prompts (texto que executa orientações para criar imagens). Foi o jeito de driblar o enviesamento branco que as imagens, inicialmente geradas, tinham de uma revolução preta e indígena.
Há também quem invente realidades. A fotógrafa Vivi Bacco tem feito retratos de humanos que não existem, usando seu olhar de diretora. As experimentações evidenciam que é necessário ter conhecimento e vocabulário do que se está buscando: “O prompt não é ape-
1 - A fotógrafa Vivi Bacco imagina personagens que não existem
2 - Imagens criadas pela artista Igi Ayedun para sua Blue Revolution
3 - Revolta popular do Brasil Império ganha registos imagéticos
4 - Refik Anadol estuda catálogo do MOMA para criar imagens
PARA FICAR DE OLHO
Igi AyedunImagine Blue Revolution
Uma das precursoras em estudos de IA e moda no Brasil, a artista cria imagens surrealistas que misturam futurismo e ancestralidade. Sonhos e histórias que presencia como mulher negra e imigrante são inspirações.
Refik AnadolUnsupervised (MOMA)
O artista treinou uma IA pra estudar o catálogo de obras do MOMA e criar imagens que exploram fantasias. A obra se transforma em tempo real, gerando novos visuais em uma instalação giga no hall do museu.
Katia Wille - Tota MACHINA (Museu de Arte Sacra)
Com ajuda da IA, a obra reage aos estímulos do público e muda as próprias imagens, a depender das sensações que capta das pessoas.
nas sobre a situação, mas como descrever toda a parte técnica de iluminação e setup de câmera”, conta. Vivi acredita que o suporte das tecnologias de IA para a fotografia podem causar uma revolução: “Sempre acho que tecnologia vem para somar. Não vejo como uma ameaça”, diz.
Com um arsenal tão poderoso e dilemas éticos tão profundos, talvez essa discussão ainda dure anos sem um veredicto. Os próprios juristas debruçados sobre o ca so Andy e Lynn já dão pistas da complexidade do problema: “Como um tribunal vai determinar o propósito, a mensagem ou o significado de obras de arte?”, indagou o juiz da Suprema Corte Samuel Alito. O que é a fotografia? E uma obra original? E o que mais ainda resta a perguntar?
Fotógrafo de sensibilidades e designer de conexões, o artista mineiro que busca unir mente, corpo e espírito no registro fotográfico mostra aqui os objetos que estimulam o seu espírito criativo.
1. MacBook Pro, iPhone 13 Pro e AirPods Pro: Me ajudam a elaborar conteúdos criativos e a me comunicar com as pessoas ao meu redor.
2. Livro “O Caminho do Artista” e Kindle: Representam minha paixão pela leitura.
3. Minolta SRT-101, filmes analógicos e polaroides: Representam a minha paixão pela fotografia e pelo registro histórico da vida, das pessoas e das relações em campos sensíveis.
4. Incensos indianos e palo santo: Uso para meditar e fazer limpeza energética.
5. Caderno, canetas coloridas e lápis de cor: Me organizo ao escrever. É importante ter um espaço para registrar as demandas e metas pessoais.
6. Foto dos meus avós paternos: Esse ensaio comemorativo dos 55 anos de casamento deles foi um marco na minha vida como fotógrafo. Representa a
minha busca pela fotografia dos afetos reais.
7. Japamala turca, medalha milagrosa, selenita e cordão com malaquita:
Me conecta com a minha espiritualidade e me protege.
8. Corda: Para me exercitar nas viagens ao redor do mundo.
9. Oráculo poético, pêndulo e tarô Earth Warriors: Utilizo nos atendimentos que realizo como terapeuta floral e sistêmico.
10. Envelope “Ê”: O que envolve a entrega de meus trabalhos criativos.
11. Bálsamo Protection, da Lunnare, e Amora Shine, da Nivea:
Para praticar o autocuidado.
12. Foto 3x4: Para me reconectar com a essência de liberdade da minha criança interior.
novidades da cena musical
O trio de compositores formado por Fernanda Branco Polse, Kleyson Barbosa e Rodrigo Moreira reúne talentos de artistas queer independentes. A sonoridade radiante reflete as vivências deles, que cocriam o projeto entre Belo Horizonte, São Paulo e Nova Iorque, onde cada um mora hoje, respectivamente. Celebrando amores, sabores e encontros, as letras poéticas e batidas eletrônicas dão forma a um pop dançante para embalar corações e sacudir as pistas. Mergulhe no novo single, “Secos e Molhados”, remixado pelo DJ e produtor parisiense Wealstarcks. @utopixxxta
SLIPMAMI
(Rio de Janeiro)
DESTAQUES DO NOSSO UNIVERSO MUSICAL PELO MUNDO
Lianne La Havas
A multi-instrumentista reinventa o folk e o soul como cantora e compositora. Supercarismática, a britânica convida o público de seus shows a um estado de contemplação. E seu disco mais recente, homônimo, é um inundar de sensibilidade. @liannelahavas
O MC do selo Sound Food Gang reformulou as linhas de base do rap nacional. Em seu álbum “Regina” (2017), Nill conecta passos da sua caminhada pela música em Jundiaí –interior de São Paulo – e em todo o Brasil, com memórias de sua família. O disco ainda dá direito a um sample de David Bowie para enfeitar a narrativa sonora, e faz uma referência direta à icônica e transformadora “Negro Drama”, dos Racionais MCs. De sonoridade complexa e ardente, “Infinita” – seu mais recente single – reverbera uma liberdade indestrutível. @nil_oadotado
DREE BEATMAKER (Rio de Janeiro)
Mykki Blanco É referência para a comunidade LGBTQIAP+. Rapper, performer, poeta e ativista estadunidense, ele assina o fantástico disco “Stay Close to Music” (2022), com suas criações pandêmicas para transbordar os sentidos do afeto e da luta. @mykkiblanco
Esty
Vem de play! Confira essas e outras novidades sonoras na nossa playlist “No Radar”, no perfil do @mecalovemeca no seu tocador favorito ; )
O ciclo nostálgico, assim como as tendências, se renova. E ninguém está imune. O psicanalista André Alves, cofundador do instituto de pesquisa Float, reflete sobre o nosso saudosimo e o que ele diz sobre nosso tempo
A câmera polaroid já virou coisa do passado – de novo. Agora é tempo de registrar o rolê com cybershot e flash estourado. E por falar em foto, quem não sentiu um arrepio ao ver imagens de calça de cintura baixa explodindo no feed do Instagram? Os anos 2000 são a revival da vez. Quem vivenciou a época até fica com o coração quentinho. Mas tem também muita Gen-Z com saudade do que não viveu. Para entender mais sobre a chamada “economia da nostalgia”, conversamos com o psicanalista, escritor e pesquisador André Alves. Co-host do podcast “Vibes em Análise”, ele explica de onde vem esse desejo de consumir bens que suscitam memórias.
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VOLTAR NO TEMPO
Viver em civilização é um exercício bruto de renúncia. A gente esquece e recalca muita coisa, até porque se não esquecer pelo menos uma parte das coisas, fica meio insuportável viver. O recurso da nostalgia faz a gente querer se transportar de volta para uma época que, em tese, era um pouco melhor. *
A nostalgia é a sensação de saudade idealizada, muitas vezes irreal. Para o nostálgico, a felicidade está nas lembranças do passado, de algo que se perdeu. A relação com a perda é também um recurso pra gente tentar não perder o que viveu. E aqui operamos no campo traiçoeiro da memória, nem sempre confiável. Lembramos das coisas besuntadas pelos afetos e pelas emoções que estamos sentindo no presente. Outro ponto importante é não nos lembrar de como aconteceu alguma coisa, mas sim do que sentimos com ela. Lembramos, inclusive, do ideal que a gente perseguiu – e até achou que viveu. Talvez não tenha sido tão bom assim, mas como fez a gente se sentir bem, registramos desse jeito. É por isso que tendemos a idealizar o passado. Era melhor porque eu não tinha tantos problemas quanto eu tenho hoje. O que não é necessariamente verdade.
O VÍCIO NO PRÓPRIO PASSADO
O jornalista Simon Reynolds escreveu um livro chamado “Retromania – O Vício da Cultura Pop no seu Próprio Passado”. “Retromania” é uma boa palavra para nomear essa fantasia de voltar e de reinterpretar. A tal era da reprodutibilidade técnica, que o Walter Benjamin anunciou, cria essa grande repetição e um certo esvaziamento do novo. Até porque o novo leva um período para aparecer. Mas no nosso tempo não há tempo a perder. Dá para nomear isso de nostalgia,
a saudade do novo. Como se o novo não existisse mais e a gente ficasse tentando recriá-lo, inspirado no passado.
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ECONOMIA DA NOSTALGIA
Na Float a gente vem trabalhando com a ideia de “economia da nostalgia”. O artista italiano Ricardo Benassi tem um termo muito bom: “morestalgia”.
É uma espécie de nostalgia aumentada, como se a gente estivesse tão saturado por essa conexão ininterrupta, pelo excesso, que vamos nos perdendo do que é uma memória pessoal e uma experiência vivida por outra pessoa – as quais incorporamos como memória individual. Claro que tudo isso de forma muito inconsciente.
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CADÊ A VIDA PROMETIDA?
Na velocidade do feed, a gente vai virando seres “maistálgicos” (adaptação livre do termo “morestalgia”).
Vamos querendo uma vida que nos foi prometida, mas que nunca foi vivida. É uma mistura de negação da falta (conceito relacionado ao surgimento do desejo) com inveja. Carregamos tantas imagens e tantas possibilidades,
que vamos tendo saudade de um excesso não vivido, da falta de algo não necessariamente perdido, mas achamos que perdemos e deveríamos estar vivendo. Tudo isso é sintoma desse tempo operado na velocidade da internet – é mais fácil imaginar o fim do mundo, a pensar no fim da internet.
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CONFUSÃO TEMPORAL
Para mim, o Y2K [sigla para ano 2000] é “morestalgia”. É aquele desespero online sinalizador do que se está falando. A confusão temporal já começa daí, porque se fala Y2K, mas refere-se a uma estética muito mais noventista. A gente não sabe mais de que temporalidade estamos falando, porque está tudo achatado. E metade das pessoas nem viveu esse tempo. Então tem uma ideia de uma juventude interpretando décadas passadas, algo comum da modernidade, mas tem uma ultrarreprodução, uma hiperreprodução e uma supermidiatização.
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ESQUEÇO, LOGO IDEALIZO
A gente é muito bom em esquecer e em idealizar. A idealização do passado também é um recurso de conservação da
memória. A gente elabora como uma forma de registrar aquilo que aconteceu e o que vai ser guardado dentro de nós como algo que foi legal. E, aí, excluímos ou recalcamos um pouco a parte negativa para poder nos lembrar, uma vez que, se algo causa sofrimento, a consciência manda direto para o inconsciente. Então, nós saturamos um pouco daquele ideal, para que ele possa permanecer.
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O (ETERNO) PAÍS DO FUTURO Surgiram muitas coisas nos últimos anos que são relevantes, como a MPB LGBTQIAP+ e o funk, os quais têm uma força transformadora. Mas falando como pensador da cultura, eu acho que a gente vive num tempo de nichos de massa, de uma capilarização máxima. Então, é difícil existir um movimento. Essa lógica de tendência contra tendência me parece muito obsoleta. É algo que operamos bastante até os anos 2010, mas desde então a coisa se fragmentou demais. Cabe falarmos sobre um sintoma social brasileiro forte, que é a ideia do Brasil como país do futuro. O nosso horizonte de expectativas sempre foi mais inflado do que o nosso passado e do que a nossa tradição – até porque a gente é um país muito jovem.
SAUDADE DO QUE PODERIA TER SIDO Ideologicamente, estamos sempre posicionados a olhar para frente, tanto que não gostamos de estudar o passado. Somos ruins de rememoração. Por isso a reparação histórica é tão difícil no Brasil. Não enfrentamos o passado porque estamos olhando para o futuro – ou nos convencendo de que estamos fazendo isso. Ao mesmo tempo, o nosso país do porvir nunca chega. Jamais se materializa o nosso destino mitológico de ser gigante pela própria natureza. Essa grandeza idealizada é parte do nosso tecido social, mas a gente não consegue efetivamente viver isso. Está aqui a nossa saudade do que poderia ter sido: a gente tem lembrança de uma grandeza idealizada que nunca aconteceu. A verdade é que, assim, o Brasil não é o país do futuro e nunca foi esse grande esplendor do passado, mas a gente não consegue se soltar desse ideal. Até porque é ele que nos faz olhar compulsivamente para o passado. Nosso país, em muitos níveis, é ultraconservador e não consegue se enxergar como tal. Ficamos presos a essa ideia do amanhã como uma forma de nos distrair dessa verdade, que é difícil de sustentar.”
#MECAInsights — Leia a entrevista com André Alves na íntegra e outras reflexões sobre o nosso tempo em: medium.com/mecalovemeca
Nossos amigos nos ensinam o que é a vida fora de casa e, muitas vezes, são eles o nosso contato com o mundo sem a proteção da família. Não é por acaso que tantos autores se debruçam sobre o tema. Ficou a fim? Seguem três sugestões:
Stay True, por Hua Hsu
Conflitos entre culturas, o mainstream e o underground, constroem a amizade de Hua Hsu, filho de imigrantes taiwaneses e Ken, cuja família japonesa está nos Estados Unidos há gerações.
Best of Friends, a Novel, por Kamila Shamsie
A narrativa acompanha duas amigas de infância, desde quando se conheceram em Karachi, no Paquistão, durante a queda da ditadura e a ascensão de uma mulher ao poder. A amizade segue até a Londres dos dias atuais, quando a relação começa a dar sinais de fraqueza.
Pança de Burro, por Andrea Abreu
A história vulcânica sobre a amizade entre duas adolescentes, nas Ilhas Canárias, nos anos 2000, é corajosa e visceral. O livro traz inúmeras referências, enquanto descortina o despertar da sexualidade e os mecanismos complexos da amizade feminina.
Às vezes é difícil falar a real até para as pessoas mais próximas. Pode soar mais simples fazer um tweet, escrever um desabafo no bloco de notas ou até esconder o que sentimos em um stories misterioso no Instagram. Mas será que precisa ser assim?
"We’re Not Really Strangers" tenta nos relembrar que conversar sobre o que sentimos pode ser massa – e fazer bem. O jogo de cartas criado pela modelo Koreen Odiney tem distribuído perguntas pelo mundo desde 2018, com o objetivo de encurtar (ou pelo menos garantir) o caminho até uma conversa mais significativa.
A partida é dividida em três níveis. A fase da percepção diz respeito às suposições que fazemos uns dos outros, mas que nem sempre são colocadas à prova. Permite entender a impressão que passamos e também quão bem podemos ler o outro. Por exemplo: o que o meu estilo diz sobre mim para você?
A etapa da conexão promete aprofundar as trocas entre as pessoas, trazendo questões que raramente são abordadas, mas podem provocar emoções. Tipo: como você está hoje (de verdade)? Por fim, o estágio da reflexão propõe interações mais subjetivas: o que podemos criar juntos?
O jogo termina com cada jogador escrevendo, à mão, um bilhetinho para o outro participante, o qual só pode ler o recado ao chegar em casa. Topas?
Conheça: @werenotreallystrangers
2023 parece ser o ano em que a Inteligência Artificial tentará desvendar as emoções humanas. A empresa sueca Smart Eye adquiriu recentemente a Affectiva (foto), spin-off do MIT Media Lab, que, por sua vez, desenvolveu um algoritmo para classificar, em menos de 1,2 segundo, emoções como a raiva em amostras de áudio. Já o Zoom está lançando o Zoom IQ, um software de inteligência de conversação. Com ele, as equipes de venda podem obter insights valiosos de interações com os clientes. Outras tantas empresas, como Hume AI e Microsoft, também estão investindo pesado no desenvolvimento dessas tecnologias. Mas será que é possível uma máquina ler nossas emoções?
Afinal, os algoritmos funcionam por meio de equações. Eles leem, através de números, imagens das nossas expressões faciais e do nosso tom da fala, observando a forma como o nosso corpo manifesta as emoções. Um choro pode ter vários motivos: não é alegria ou tristeza, obrigatoriamente. E a forma como expressamos essas emoções está enraizada na nossa cultura e no nosso repertório pessoal.
Pelo menos por enquanto, os algoritmos ainda não conseguiram deduzir com precisão o significado por trás das nossas lágrimas. Talvez seja questão de tempo. A conclusão, por hora, reside justamente nessa dúvida.
Saiba mais: affectiva.com
POR DENTRO DO MECA
Seis missões foram propostas para a mobilização e o engajamento da comunidade de Brumadinho (MG). A iniciativa foi realizada pelo MECA em parceria com a Sitawi Finanças do Bem e a "Gincana X" – que, em 2022, foi implementada em quase 50 escolas brasileiras. Com apoio de Heineken e Farm, o projeto serviu como um guia para orientar estudantes e uma equipe educativa durante quatro semanas. A construção da jornada reúne os participantes em torno de jogos esportivos e atividades culturais, despertando o interesse do grupo em competir de forma saudável.
Saiba mais: livelab.org.br/jornada-x
Dicas, pensatas e até um jogo para estimular o melhor das nossas trocas com os outros
O nosso universo sobre:
Cultura & Entretenimento Uma curadoria dos conteúdos e experiências que a gente ama, para você fazer, ler, ouvir e assistir.
Acesse e aproveite!
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AUTOCUIDADO
Os conselhos que você não pediu, mas vai amar ouvir
Já rolou uma assembleia dentro da sua própria cabeça, em busca de soluções pra ser uma pessoa melhor? Sim? Então, segura na mão do Chris Duffy. O comediante não tem uma fórmula mágica, mas, semanalmente, ele traz novas perspectivas sobre uma série de questões no seu podcast “How to Be a Better Human”, do TED. Ao lado de convidados, o host fala sobre temas que vão da relação com o trabalho aos dilemas do coração. Depois de quase 100 episódios no ar, Chris destacou os aprendizados que mais o marcaram. Selecionamos três:
1. Amar é sobre compartilhar vulnerabilidades No papo com o especialista em relacionamento George Blair-West, o comediante aprendeu o quanto ser real torna as relações mais profundas.
2. Autoestima pode - e deveexistir para além da carreira A história inspiradora da escritora e musicista Greta Morgan o fez repensar em como não se fundir ao trabalho e perder sua identidade.
3. Não tenha medo de criar problemas
Odeia gerar conflitos e situações desconfortáveis? A estrategista
Luvvie Ajayi Jones o convenceu que seguir as regras não resolve os problemas. Enfrentar a maré é um músculo a ser desenvolvido.
Ouça: ted.com/podcasts/how-tobe-a-better-human
A tinta Air-Ink é produzida pela empresa indiana Graviky Labs a partir da reciclagem da poluição. Em resumo, o processo do pigmento envolve três etapas: capturar as partículas de poluentes, purificá-las no laboratório e misturá-las a solventes para gerar o produto final. Quem já usa:
Pangaia A marca criou estampas para uma edição limitada de moletons e camisetas. A campanha celebra a cultura africana e é estrelada pela modelo Naomi Campbell e pelo músico nigeriano Keziah Jones.
Trabalhar nas alturas já era algo anunciado na vida da bailarina e coreógrafa Flora Barros, praticante de escalada e dança vertical. Mas foi durante a pandemia, após uma temporada de estudos em Buenos Aires, que ela desenvolveu sua metodologia particular de dança elástica. No seu novíssimo Greta Galpão, espaço multidisciplinar localizado na Pompeia, em São Paulo, é possível dar saltos (muito) altos e ter a sensação de estar voando. Para se jogar com segurança, usa-se uma cadeira especial presa a um elástico no teto. "Os alunos trabalham a técnica e o entendimento do corpo através do diálogo com o elástico. Quanto mais você propõe, mais você recebe. É quase como se fosse uma dança a dois", explica Flora. E nessa dança, cabe todo mundo que esteja a fim de mexer o corpo de uma forma diferente, ganhar resistência física, consciência corporal e dar muitas risadas. "A dança elástica me traz uma sensação de diversão quase infantil. Sabe quando você é adulto e pula numa cama elástica de novo? A sensação de voar traz prazer e liberdade para o corpo", constata a bailarina.
Saiba mais: gretagalpao.com
Siga: @gretagalpao
Johnnie Walker
Cinco artistas foram convidados para ilustrar suas respectivas cidades em garrafas da label de uísque escocês para a série “Keep Walking City Collection”. Alek Morawski, por exemplo, usa sua garrafa como um mapa de Varsóvia.
Saiba mais: air-ink.com
Siga: @pangaia e @johnniewalker
Integrante do Pacto Global da ONU no Brasil desde 2019, MECA enfatiza a importância de gerar e disseminar conhecimento
O MECA cria conteúdo, festivais e outras fontes de conhecimento abraçando o desafio de informar e engajar a sociedade civil e o setor privado a se comprometerem com o futuro do planeta. Integrante do Pacto Global da ONU desde 2019, em 2023 a ideia é aprofundar o diálogo sobre iniciativas sustentáveis na programação de festivais, em palestras e nos canais de conteúdo da plataforma. O Pacto é o maior compromisso voluntário já realizado em nível global. A aliança de empresas visa melhorar as condições de vida em sociedade, promovendo a responsabilidade social, ambiental e econômica.
Saiba mais: pactoglobal.org.br
Dicas, ideias e inspiração que nos estimulam a cuidar de nós mesmos e da saúde do planeta
GOOD
O nosso universo sobre: Bem-estar & Sustentabilidade Uma curadoria dos conteúdos e experiências que a gente acredita fazer bem pra você e pro mundo.
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Você resolveu dar uma caminhada. Cerca de 30 minutos depois, o smartwatch sinaliza que faltam 500 passos para completar o terceiro quilômetro. Você pode pensar: "e se eu subir as escadas para finalizar?"
A tecnologia wearable, que já é realidade, aparece no topo da lista de tendências fitness para 2023, segundo o American College of Sports Medicine. E ajuda mesmo.
Em 2022, um estudo da Universidade de Copenhague, na Dinamarca, com mais de 16 mil participantes, mostrou que o monitoramento dos exercícios por meio de aplicativos aumentou a atividade física em 1.235 passos por dia por pessoa. A Garmin tem uma série de modelos de smartwatches indicada para quem quer aprimorar o desempenho. Já o modelo mais recente da marca Fitbit traz ferramentas que vão além: com o Sense 2 dá também para gerenciar o estresse, o sono e até o humor.
O humor, precisamente o bom humor, também está em alta na pista, ou melhor, no treino. Criado pela psicóloga norte-americana Kelly McGonigal, o Joy Workout, ou o “treino da alegria”, pretende maximizar a felicidade que os indivíduos sentem ao mexer o corpo. A partir de pesquisas, ela chegou a uma sequência de oito minutos de movimentos, com direito a pular e celebrar, como se as pessoas jogassem confetes para o alto ("saudades carnaval").
Siga: @garmin, @fitbit e @kellymariemcgonigal
Autor de best-sellers que ganharam o topo da lista de jornais como o The New York Times, Timothy Ferriss criou o guia para quem deseja ter mais qualidade de vida. Quer também? Anote as dicas para automatizar tarefas e focar no que é importante:
1. Eficiência é importante, mas é inútil se não for aplicada às coisas certas.
2. É imperativo aprender a ignorar ou a redirecionar as informações e as interrupções que são irrelevantes, ou que não exigem ação imediata.
3. É necessário alternar períodos de atividade e de descanso – tanto para sobreviver, quanto para prosperar.
FACTORY: DUAS
EMPRESAS QUE
“Com a Dream vamos sonhar mais alto.” É assim que o CEO e fundador do MECA, Rodrigo Santanna, resume o sentimento de realização após firmar a parceria com um dos maiores grupos de entretenimento ao vivo do Brasil.
A sociedade foi anunciada em março de 2023, com um novo posicionamentode de marca: “MECA—Onde pessoas, ideias, culturas e energias diferentes se encontram”. Com isso, o MECA amplia o conceito de festival de música para
É fato que usar roupas que amamos melhora o nosso humor. E a razão é até simples: essa escolha pode desencadear um ciclo de feedback positivo. Se você se sente superconfiante de vermelho e recebe elogios, sua resposta de dopamina pode sinalizar que coisas boas acontecem quando você usa essa cor. Para saber como trazer a trend para 2023, conversamos com a consultora de imagem Gabriela Ganem.
4. Fazer bem algo sem importância não o torna importante. Uma tarefa que exige muito tempo também não se torna importante por isso.
5. Ficar sobrecarregado costuma ser tão improdutivo quanto não fazer nada, e é muito mais desagradável. Ser seletivo — fazer menos — é o melhor caminho para a produtividade.
6. Substitua o hábito de perguntar "como você está?" por "como posso ajudar você hoje?"
7. Se você não comete erros, provavelmente não está trabalhando em problemas desafiadores o suficiente. Só quem está adormecido não erra.
8. A expressão “algum dia eu faço” é uma doença que levará seus sonhos para o túmulo com você. Faça hoje, mesmo que o timing não seja perfeito.
Siga: @timferriss
plataforma multicultural, e reforça o que a empresa sempre foi: um festival que vai muito além da música.
A ideia é que, em menos de dez anos, a empresa esteja focada, principalmente, em conteúdo. Hoje essa área representa entre 15% e 20% do negócio. Para crescer e escalar exponencialmente, a aposta se concentrará nos festivais – como forma de fortalecer a conexão com a comunidade – e nos canais proprietários de mídia, como site de curadoria e publicação impressa.
Saiba mais: bit.ly/meca-fastcompany
As cores impactam o humor? Com certeza. Há uma ciência por trás disso, a psicologia das cores. Nosso cérebro reage às cores ao nosso redor, nos deixando mais calmos ou agitados.
O que fazer para além de explorar as cores? Testar formas mais orgânicas, tamanhos exacerbados, brilhos variados e elementos como plumas e bordados. Tudo o que for na contramão do rigor.
Quem é a personificação do dopamine dressing? A maior representante, para mim, é a Blair Eadie. Seja com cores, estampas ou texturas, não existe um dia de tédio com essa menina.
Siga: @gabriela.ganem e @blaireadiebee
“
— Duda Magalhães, presidente da Dream Factorylições para ganhar tempo e viver o que importa
Pessoas, dicas, conversas e alternativas para despertar a nossa melhor versão
MECA & DREAM
SE UNEM PARA
SONHAR MAIS ALTO Crescer sem perder a essência é uma das premissas da nossa sociedade com o Grupo Dreamers
A sociedade com o MECA é uma oportunidade de a Dream Factory diversificar as iniciativas de seu portfólio, com a empresa operando como um laboratório de inovações para o grupo
O nosso universo sobre:
Performance & Longevidade Uma curadoria dos conteúdos e experiências que a gente estuda, para inspirar você a viver mais e melhor. Acesse e experimente!
@mecalovemeca
“A guerra pelo talento acabou. O talento venceu.” Foi o que disse Tim Ryan, chairman da consultoria global PwC, no CNBC Work Summit em outubro de 2022. Apesar da crise econômica, a máxima “viver para trabalhar” está cada vez mais fora de moda
Uma análise dos dados de rastreamento de celular do Google feita pelo Financial Times sugere que, em meados de outubro do ano passado, as viagens aos locais de trabalho nas sete maiores economias do mundo ficaram todas abaixo dos níveis pré-pandemia.
Ao mesmo tempo em que cresce a demanda por equilíbrio entre a vida pessoal e o escritório, a tendência é flexibilizar os modelos de trabalho. E embora as negociações pareçam inviáveis em alguns mercados, a expectativa é que empresas progressistas ouvirão as preocupações de suas equipes, focando em dar aos funcionários ao menos o sentimento de controle que eles buscam.
Entre as alternativas que já estão sendo colocadas em prática, são opções: a personalização de formatos (ou seja, avaliar o que funciona para cada colaborador e propor uma rotina customizada) e a semana de quatro dias. Está à vista a descentralização do escritório, cujo formato aposta na criação de centros de trabalho remotos para atender nômades digitais, além da disponibilização de espaços de coworking próximos dos funcionários.
O artista digital, Femzor, teve uma das suas primeiras peças vendida como NFT por 20ETH, criptomoeda que equivale, hoje, a cerca de R$ 150.000. Com mais de 30 mil seguidores no Twitter e centenas de obras vendidas, ele é um dos grandes nomes desse mercado no Brasil.
Como você entrou no mercado das NFTs? Alguns amigos artistas que eu conhecia pela internet haviam começado a vender NFTs. Eu fiquei curioso para saber como funcionava e eles me ajudaram no início. Consegui um convite para o
site SuperRare (uma plataforma de leilão de NFTs) e foi lá que vendi minhas primeiras peças de arte.
O que mudou? As artes digitais eram as mais populares. Não se via arte tradicional ou coleções, como hoje. As criptomoedas também valorizaram bastante, desde que eu comecei. Hoje não é tão comum ver NFTs sendo vendidas por preços tão altos.
É um espaço acessível para novos artistas? Agora, tem muito mais informação. Em algumas horas, você pode criar uma carteira digital e uma conta em um site de vendas. Ao mesmo tempo, é mais difícil conseguir fazer um dinheiro considerável com cripto arte. Com um número grande de artistas no mercado, é comum que ele sature. A criatividade tem um papel central para o crescimento dos artistas.
Acompanhe: twitter.com/femzor
Vital para negócios que buscam maior eficiência, a Inteligência Artificial (IA) já está automatizando tarefas nos bastidores. Enquanto isso, há empresas visionárias indo um pouco além, oferecendo cargos de destaque a lideranças virtuais É o caso da empresa chinesa NetDragon Websoft, que opera jogos e aplicativos online. Ela nomeou um robô controlado por IA, chamado Tang Yu, como CEO de sua subsidiária: Fujian NetDragon Websoft. Considerada um marco na consolidação da companhia, a medida visa ser pioneira no uso de habilidades de IA para transformar a gestão corporativa.
À PRNewswire, o chairman da NetDragon, Dr. Dejian Liu, disse: "Acreditamos que a IA é o futuro da administração corporativa e a nomeação da Sra. Tang Yu representa nossa dedicação. Abraçamos o uso da tecnologia para transformar a maneira como operamos nossos negócios e impulsionarmos nosso crescimento estratégico futuro". A executiva virtual terá a tarefa de simplificar o fluxo dos processos, melhorar a qualidade dos resultados e acelerar a execução. Ela também será vista como um hub de dados em tempo real para apoiar a tomada de decisões nas operações diárias da empresa, bem como para permitir um sistema de gestão de risco mais eficaz. Além disso, deverá desempenhar um papel fundamental no desenvolvimento de talentos, garantindo um ambiente de trabalho eficiente para os funcionários.
Fique de olho: netdragon.com
Com o propósito de conectar empresas, startups e investidores, o South Summit nasceu em Madri há 11 anos. Em 2023, a edição brasileira do evento chegou ao seu segundo ano, levando cerca de 20 mil pessoas para a região do Cais Mauá, na capital gaúcha. Palestras e rodas de conversa com nomes nacionais e internacionais foram destaques da vasta programação, que recebeu o painel mediado pela CMO do MECA, Hellene Hoy. O debate “Music as Branding Innovation Tool” contou com as provocações de Vanessa Mathias, cofundadora da White Rabbit, e Larissa Magrisso, VP de criação e conteúdo da W3haus.
Saiba mais sobre o South Summit: southsummit.co POR DENTRO DO MECAé um
As novidades sobre tecnologia, inovação e futuro do trabalho que prometem transformar o mercado como a gente conhece
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PARA FAZER VOCÊ MESMO GALPÃO MAKERS — Empreendedores locais compartilham o espaço para criar, principalmente, itens de marcenaria. É a chance de produzir e também de aprender com outros fazedores. R. Gaspar Martins, 267
PARA TIRAR AS IDEIAS DO PAPEL FÁBRICA DO FUTURO — Arte e tecnologia se encontram neste complexo de 4 mil m². É ideal pra criativos trocarem experiências em eventos e cursos bacanudos voltados à cultura, gastronomia e educação. R. Câncio Gomes, 609
PARA REPENSAR O CONSUMO RE.SÍ ATELIÊ — Bossa, design e sustentabilidade caminham juntinhos na loja e no ateliê de Amanda Py. Bolsas, carteiras e roupas são elaboradas a partir de matérias-primas reaproveitadas.
R. Álvaro Chaves, 231
PARA IR COM OS MIGUES FUGA BAR — Bateu aquela vontade de tomar uma breja despretensiosa?
O espaço giga é ótimo pra reunir grupos – tem área aberta, pallet, container e o combo todo do climinha industrial.
R. Álvaro Chaves, 91
PARA CURTIR UM SOM AGULHA — Música, comida e bebida boa iluminam esta casa. É o ponto certo para curtir shows de artistas independentes num ambiente casual. Tem até piano para quem quiser se aventurar.
R. Conselheiro Camargo, 300
PARA IR A QUALQUER HORA OFERTÓRIO — Bateu fome? Tem refeição. Uns drinques? Bora. E andar de kombi, quer? Kombi? Aham. O gastrobar oferece um passeio de “kombisine” pelos agitos do 4º Distrito - é 0800.
R. Ernesto da Fontoura, 350
PARA BATER UM BOLÃO DUNK PARK — A casa do basquete em POA tem aula, treino e jogo. Dá pra alugar quadra pros migues jogarem. E, claro, tem também breja geladinha de recompensa porque sim, né?
R. Frederico Mentz, 1185
PARA INOVAR E CONECTAR INSTITUTO CALDEIRA — Além de ser sede de empresas e startups, o antigo complexo industrial recebe hoje atividades relacionadas à nova economia, como batepapos e programas de formação.
Tv. São José, 455
O MECA faz parte do Pacto Global da ONU no Brasil desde 2019. Estamos comprometidos com os 10 princípios do Pacto Global, com os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e com as metas da Agenda 2030. Faça parte desse movimento por um mundo melhor também!
Para mais informações, acesse: www.pactoglobal.org.br
Produzimos os eventos que a gente gostaria de ir. Geramos o conteúdo que a gente gostaria de consumir. Construímos os lugares que a gente gostaria de frequentar. Criamos os produtos que a gente gostaria de comprar. Investimos nos negócios que a gente gostaria de participar. Aproximamos as pessoas com quem a gente gostaria de conviver. Conectamos as marcas que a gente gostaria de trabalhar. Simples assim.