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Fertinegócios - Os Primeiros Passos para Uma Agricultura Amiga do Ambiente

O termo agricultura orgânica foi desenvolvido pelo inglês Sir Albert Howad, entre os anos de 1925 e 1930. No entanto, essa modalidade de agricultura ganhou força somente na década de 1960.

Consiste em não utilizar fertilizantes sintéticos, agro-tóxicos, sementes modificadas, reguladores de crescimento animal e intensa mecanização das actividades, visando reduzir os impactos ambientais, além de cultivar produtos alimentares mais saudáveis.

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Até aqui, este modelo ainda não está enraizado em Moçambique, mas os passos iniciais para o tornar efectivo podem já ter sido dados quando, em 2018, foi criada a Fertinegócios, uma empresa que actua em todo o ciclo de produção, desde a produção de fertilizantes e mudas de plantas, até à comercialização de vegetais.

Trata-se de uma startup que traz uma linha de produção totalmente orgânica, ou seja, segue todo o ciclo produtivo de forma orgânica, sendo o seu substrato orgânico e refinado (o seu principal produto) produzido com casca de pinho, coco e matéria orgânica.

Além do substrato, a startup fabrica adubo orgânico, substrato para sistemas semi-hidropónicos (produção em baldes, sem terra) e vegetais e frutas produzidos nos seus campos em Namaacha, província de Maputo, e que são comercializados em supermercados.

Trata-se de uma startup que traz uma linha de produção totalmente orgânica, ou seja, segue todo o ciclo produtivo de forma orgânica, sendo o seu substrato orgânico e refinado (o seu principal produto) produzido com casca de pinho, coco e matéria orgânica

A empresa foi criada por Rui Jubileu Machiza, motivado pela busca da independência financeira. Machiza confessa que abraçou esta actividade sem qualquer formação em matérias similares, visto que é formado em gestão financeira. Por isso, teve de contar com o apoio do seu irmão, especializado em agricultura.

“Neste momento eu sou o único produtor de substrato orgânico para comercialização em Moçambique, embora existam alguns produtores de pequenas quantidades para uso doméstico.

Antes que eu começasse a produzir, os substratos comercializados no País eram todos estrangeiros, provenientes de países como Brasil e África do Sul. Como tal, espero explorar isso e ganhar o mercado. Quero fazer análises laboratoriais e químicas para comprovar as propriedades dos meus produtos e colocar tudo isso na embalagem.

Acredito que dará uma outra dimensão ao meu negócio”, esclareceu Rui Machiza. Actualmente, a Fertinegócios tem uma carteira de clientes fidelizados em toda a zona sul do País e noutros pontos, nomeadamente nas cidades de Tete, Quelimane e Pemba.

Esses clientes são, na sua maioria, empresas de produção orgânica de mudas, como a Agribusiness Systems, que é uma das maiores, senão a maior produtora de mudas do Sul, e algumas organizações governamentais que recebem fundos do Governo para distribuir insumos às comunidades. Com esta rede de clientes, a empresa chega a distribuir uma média de 500 sacos de substrato por mês.

A principal ambição da Fertinegócios, agora, é a cobertura nacional. Para isso, será necessário firmar parcerias com entidades que actuem nas diferentes zonas para possibilitar a distribuição da sua produção. Outro grande foco é criar uma imagem melhorada para os produtos através da elaboração de uma embalagem formal com informações essenciais – nome dos produtos, especificações laboratoriais e informações técnicas que descrevem a quantidade e os tipos de nutrientes que estes produtos contêm.

“Gosto de oferecer um pacote completo. Quando alguém quer substrato, devo explicar as propriedades que tem e dar orientações de como trabalhar, porque o sucesso do meu cliente é o meu sucesso também. Portanto, seria muito mais fácil ter isso já na embalagem”, explicou o empreendedor.

TEXTO Filomena Bande FOTOGRAFIA Mariano Silva & Fertinegócios

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