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Crise na Saúde Pública

A qualidade e o acesso aos serviços de saúde pública em Moçambique são historicamente deficitários, mas nos últimos meses pioraram numa tendência sem fim à vista. Em causa estão as paralisações convocadas pela Associação Médica de Moçambique (AMM), que tem vindo a promover greves a contestar cortes salariais (resultantes da aplicação da nova Tabela Salarial Única), bem como a falta de pagamento de horas extraodinárias. No passado mês de Julho, a paralisação ia já na sua terceira fase por 21 dias prorrogáveis.

O cenário nos hospitais, que já era penoso, ficou ainda mais sombrio. Num país em que o défice de médicos é dos mais elevados do mundo (0,8 médicos por cada 10 000 habitantes, segundo a OMS), os pacientes precisam agora de agregar paciência e fé à persistência para terem assistência médica.

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A gravidade da situação levou o ministro da Saúde, Armindo Tiago, a acusar a AMM de violar “os serviços mínimos” durante a greve, o que contraria os princípios consagrados na Constituição da República. Estas situações acontecem numa altura em que a ThinkWell, uma organização que actua no sector da saúde, apresentou um estudo que mostra que as unidades sanitárias nacionais estão sobrecarregadas: chegam a atender o dobro do número de pacientes recomendado internacionalmente. Aliado a isso, os moçambicanos percorrem, em média, 12 quilómetros para terem acesso a um centro de saúde, uma distância que é o dobro do recomendado.

Cibersegurança

Moçambique está determinado a sair da lista cinzenta do GAFI na primeira metade de 2024

O Governo quer que o País saia da lista cinzenta do Grupo de Acção Financeira Internacional (GAFI) já no primeiro semestre de 2024, uma vez ter conseguido progressos importantes para o efeito, depois de no ano passado ter caído para uma lista de países de risco elevado de branqueamento de capitais.

“Juntamente com todos os sectores, estamos engajados, estamos comprometidos, estamos a trabalhar para remover Moçambique da lista cinzenta. Temos tido sucessos, temos tido recuos, como em todos os processos. Mas estamos cientes de que tudo vamos fazer para que, em um ano e meio, cumpramos o nosso plano de acção”, garantiu Luís

Economia

Oxford Economics prevê que a inflação possa subir para 8,8% devido ao regresso da TotalEnergies a Moçambique

A consultora Oxford Economics prevê que a inflação em Moçambique aumente para 8,8% no último trimestre deste ano, impulsionada pelo regresso das operações da petrolífera francesa TotalEnergies a Cabo Delgado. Esta análise surge poucos dias depois de terem sido divulgados os mais recentes dados da inflação.

“Apesar de a inflação ter caído para menos de 7% face ao período homólogo pela primeira vez desde Outubro de 2021, antevemos que a taxa vai começar a subir gradualmente no último trimestre do ano devido às importações necessárias ao recomeço do projecto da Total Energies e devido à depreciação do metical”, referem os analistas. Ou seja, a expectativa é de que a TotalEnergies retome a construção do parque industrial de Gás Natural Liquefeito (GNL) em Afungi, Cabo Delgado, ainda este ano, aumentando significativamente as importações, o que, por seu turno, “colocará pressão nas reservas em moeda estrangeira, levando o Banco de Moçambique a tomar medidas no último trimestre do ano”, escrevem os analistas num comentário à inflação de Junho.

Na mesma nota de análise e previsão sobre Moçambique, a consultora argumenta ainda que a depreciação da taxa de câmbio vai ter outro feito: fará aumentar os preços dos bens importados, acabando por contribuir para a aceleração da inflação no País.

Sustentabilidade

Cezerilo, director-geral adjunto do Gabinete de Informação Financeira de Moçambique. O País foi ameaçado de bloqueio nas transacções financeiras internacionais, caso não sejam cumpridas as acções para sair da lista de países incumpridores das normas do GAFI.

Recorde-se que o grupo deu dois anos para Moçambique melhorar a sua estrutura de prevenção e combate ao branqueamento de capitais e financiamento ao terrorismo, a contar desde Outubro de 2022.

A próxima reunião do Grupo de Acção Financeira Internacional para avaliar os progressos de Moçambique está agendada para 23 de Outubro, em França.

Irlanda vai disponibilizar 1 milhão de euros para projectos de economia azul

O anúncio foi feito durante a visita do governante da Irlanda a uma exposição de produtos agro-pecuários resultantes de projectos financiados pelo Governo de Dublin.

O Governo irlandês, através do ministro dos Negócios Estrangeiros e Defesa, Micheál Martin, anunciou que vai disponibilizar um milhão de euros para financiar projectos ligados à economia azul em Moçambique.

Finanças

Também na sua visita à província de Inhambane, o ministro irlandês voltou a reconhecer o contributo do Presidente da República, Filipe Nyusi, na promoção da resiliência e adaptação às mudanças climáticas, tendo realçado, igualmente, o apoio do seu Governo nessa área.

Moçambique, segundo Martin, “é um parceiro próximo da Irlanda, onde está o segundo maior programa bilateral de desenvolvimento internacional ao nível de África”.

Banco de Moçambique autoriza BFS a constituir-se como sociedade gestora de fundos de investimentos

O Banco de Moçambique (BdM) concedeu autorização para a constituição da sociedade gestora de fundos de investimento Business Financial Solutions (BFS), uma sociedade multidisciplinar de consultoria e gestão de fundos de investimentos sediada na Namíbia.

A autorização surge na sequência de uma avaliação realizada pe- la BFS, apoiada pelo Financial Sector Deepening Moçambique (FSDMoç) e pela Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), que identificaram a necessidade de existir um fundo de capital de risco registado e gerido localmente no País.

O objectivo da sociedade gestora de fundos de investimento é iniciar as actividades de intermediação com enfoque na gestão de financiamentos alternativos para as PME no mercado moçambicano, procurando satisfazer a necessidade de crédito - cujas altas taxas de juro condicionam actualmente o crescimento económico -, melhorando assim a oferta de valor ao sector.

Num comunicado emitido pela CTA, a instituição referiu que até à conclusão da avaliação, não existiam em Moçambique sociedades gestoras de fundos de investimento, fundos de capital de risco ou outros veículos de investimento financeiros alternativos estruturados e localmente registados. As poucas transacções de capital privado efectuadas directamente nas empresas eram, em grande medida, provenientes de fundos não domiciliados no País. nado entre o Millennium bim e a ENH é válido por cinco anos e os montantes serão disponibiliza- dos em função das necessidades e capacidade de reembolso das empresas beneficiárias.

Igualmente, estudos prévios realizados pelo FSDMoç e seus parceiros indicaram que as linhas de crédito financiadas pelos doadores, geridas pelos bancos comerciais moçambicanos e destinadas às pequenas e médias empresas (PME), não estavam a ter o desempenho esperado.

Dívida Serviço da dívida de Moçambique vai custar 2,2 MM$ este ano

O Fundo Monetário Internacional (FMI) estima que o serviço da dívida pública de Moçambique custe, este ano, 2,2 mil milhões de dólares, o equivalente a 11,8% do Produto Interno Bruto. Os dados constam de um documento de análise à dívida pública moçambicana no período de 2022 a 2024. De acordo com a instituição, estima-se que, em 2022, o serviço da dívida pública (total de juros pagos e de capital reembolsado) do País tenha custado quase 1,1 mil milhões de dólares, o correspondente a 7,2% do PIB.

Ainda segundo os dados do FMI, Moçambique fechou o ano de 2022 com uma dívida pública total superior a 18 mil milhões de dólares, dos quais

13,6 mil milhões foram contraídos no exterior.

O FMI afirma que a dívida nacional está avaliada como de alto risco, mas sustentável, tendo em conta as receitas futuras com a produção de gás natural no País. “Entre a dívida externa a parceiros bilaterais, a China liderava, no ano passado, a origem do endividamento contraído por Moçambique, com mais de 1,7 mil milhões de dólares, seguida de Portugal, com 485,5 milhões. Em particular, o Banco Mundial era credor, no final de Dezembro de 2022, de quase três mil milhões de dólares. No mercado doméstico, o País contava com um endividamento superior a 4,4 mil milhões de dólares”, avança o FMI.

O Millennium bim e a Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (ENH) assinaram um memorando que visa definir as condições de acesso aos produtos do banco para alavancar as capacidades financeiras das Pequenas e Médias Empresas (PME) do sector de petróleo e gás.

Com este passo, o Millennium bim assegura um mecanismo de financiamento às PME com participação nos projectos de petróleo e gás, visando permitir que este segmento tire proveito das oportunidades criadas nos hidrocarbonetos.

“A parceria com a Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (ENH) é uma iniciativa muito importante para o Millennium bim, uma vez que através deste memorando de entendimento que assinámos iremos conceder um conjunto de condições especiais de acesso aos nossos produtos e serviços financeiros às PME previamente identificadas no âmbito do Programa Linkar da ENH”, explicou o presidente da Comissão Executiva do Millennium bim, João Manuel Martins.

Concebido pela ENH e lançado em 2022, o programa LINKAR pretende promover o desenvolvimento das PME nacionais na indústria de Petróleo e Gás através da assistência técnica, capacitação, apoio institucional, certificação e padronização de processos, bem como por via da identificação de oportunidades de ligações empresariais e de firmação de contratos para a prestação de serviços. O acordo assi-

O vice-ministro da Economia e Finanças, Amílcar Tivane, considera ser necessário adequar a legislação do mercado de seguros para conformá-la com as boas práticas internacionais e assegurar a competitividade do sector.

“A legislação que rege o sector de seguros e de pensões data de 2009, daí a necessidade de se proceder à adequação para estar em conformidade com os desenvolvimen- tos recentes nessa área”, reconheceu o governante, durante o recente Seminário de Revisão da Legislação do Sector de Seguros e de Pensões, que teve como objectivo auscultar diversas partes interessadas sobre a matéria.

Segundo os promotores, espera-se que, após a auscultação, o País produza legislação que assegure o desenvolvimento das actividades neste sector, de forma sã e credível, em defesa dos interesses dos consumidores e da estabilidade de um mercado que, nos últimos anos, mostra sinais de franco crescimento.

O seminário foi promovido pelo Ministério da Economia e Finanças e pelo Instituto de Supervisão de Seguros de Moçambique, em parceria com o Banco Mundial e também com o Consórcio Callund, Ruparelia e Lei, Associados.

Num mundo empresarial em constante evolução, a gestão de pessoas tornou-se num dos pilares fundamentais para o sucesso de qualquer organização. Para os profissionais de recursos humanos e líderes, o desafio de atrair e reter talentos é constante.

Neste artigo, quero trazer para reflexão a importância das empresas terem uma proposta de valor ao colaborador (PVC) sólida e inspiradora, que reflicta uma liderança de pensamento e capacidade de adaptação às mudanças do mercado. Trago, por isso, alguns pontos que considero fundamentais para as empresas na construção das suas propostas de valor.

Conquistar talentos num mercado competitivo

Num cenário empresarial altamente competitivo, o pacote salarial per si , mesmo que atractivo, já não é suficiente para atrair e reter os melhores profissionais. A construção de uma abrangente proposta de valor ao colaborador é o caminho para quem quer destacar-se no mercado.

Uma PVC vai além da compensação financeira e inclui elementos como oportunidades de desenvolvimento e crescimento profissional, ambiente e modelo de trabalho, reconhecimento e benefícios tangíveis e intangíveis e a cultura organizacional. É a oportunidade de a empresa se apresentar como um local de trabalho excepcional.

Desenvolvimento de lideranças e retenção de talentos

Investir em programas de desenvolvimento de liderança é essencial para capacitar os líderes a enfrentar os desafios, em constante mudança.

Além disso, os programas de desenvolvimento individual alinhados à

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