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Feira do Livro. Ode à Arte da Escrita e ao Hábito de Leitura

um dos poemas mais icónicos do patrono da edição, Rui de Noronha, como homenagem póstuma.

A escolha dos dois escritores foi justificada e explicada pela coordenadora da feira, Cristina Manguele, “pelo facto de terem escrito livros que são muito celebrados na literatura moçambicana, espelhando, de forma muito peculiar, a segregação racial, negritude, moçambicanidade, guerra civil e o renascimento que se operou depois do fim dos conflitos”.

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Na abertura do evento, o presidente do Conselho Municipal da cidade de Maputo, Eneas Comiche, referiu-se a Rui de Noronha como figura importante para o País, porque “além do seu papel basilar e inspirador no desenvolvimento das artes literárias em Moçambique, desempenhou um papel preponderante no despertar da consciência nacionalista e patriótica dos moçambicanos e no sentido de pertença ao continente africano”.

Quanto a Mia Couto, Comiche descreveu-o como “um dos mais notáveis recreadores das realidades socioculturais maputenses e moçambicanas”.

A Mia Couto foi atribuído um certificado de cidadão honorário e um cheque com uma quantia de 120 000 meticais. O homenageado expressou que partilha o mérito com “todos que me fizeram ser quem eu sou” e apelou a que seja dado mais apoio a outros escritores das periferias que, tal como Rui de Noronha, à época, não conseguem hoje ter sucesso por não terem os privilégios de viver no centro da cidade. “Uma feira do livro como esta deve ajudar a tornar visíveis os que vivem na sombra e que fazem arte. São centenas de jovens que não têm apoio de ninguém, não têm nem mesmo esperança de ter esse apoio, mas que não desistem de o fazer, de lutar e de realizar”.

Ao outro homenageado e patrono da edição, Rui de Noronha, foi atribuído, a título póstumo, a mais alta distinção do município de Maputo, designada de Acácia Rubra, uma medalha de excelência.

O evento, que decorre anualmente, é um verdadeiro mundo literário e uma aventura para os amantes da literatura. Além da homenagem aos dois escritores e da exposição de livros, a Feira foi marcada por conferências e debates com vários convidados, sobre diferentes temáticas, desde cultura, literatura, escrita, língua, papel da literatura na promoção dos direitos humanos e da igualdade social, africanidade, história nacional, os efeitos da digitalização para a indústria literária em Moçambique, entre outras temáticas apresentadas por diversas individualidades da literatura nacional e internacional (escritores, editores, representantes de editoras e livrarias), interagindo de forma presencial no espaço do Conselho Municipal e virtualmente, através de plataformas digitais.

TEXTO Filomena Bande FOTOGRAFIA Mariano Silva

A bebida suaviza o sabor intenso do whiskey Jack Daniel’s ao misturá-lo com Coca-Cola, sem perder o impacto e o sabor de cada uma das marcas

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