Jornal de Abrantes abril 2020

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/ Abrantes / Constância / Mação / Sardoal / Vila Nova da Barquinha / Vila de Rei / Diretora Patrícia Seixas / ABRIL 2020 / Edição n.º 5590 Mensal / ANO 119 / DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

Grupo

MAÇÃO

SOCIEDADE

As medidas adotadas pelos Municípios

Município pondera venda de antigas escolas primárias

Não podemos esquecer a limpeza da floresta

Págs 4,5 e 6

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uma nova forma de comunicar. ligados por natureza. 241 360 170 . geral@mediaon.com.pt www.mediaon.com.pt

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COVID-19:

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Agricultura reforça segurança alimentar para produzir mas escoa menos • Só ganhamos Abril se não baixarmos a guarda • Ordem dos Médicos condena encerramento do SAMS e pede intervenção do Governo • Governo garante apoio retroativo a cuidadores informais, mas estatuto fica suspenso • Confederação Nacional da Agricultura defende reabertura de mercados locais • PSP vai utilizar drones para garantir cumprimento do estado de emergência • Uso de máscaras “diminui potencial de contaminação” • Não há máscaras suficientes • Comunidades intermunicipais organizam-se para comprar equipamentos de proteção para câmaras • Mergulhadores portugueses reúnem milhares de garrafas para oxigenar doentes com Covid-19 • Estado de emergência. Marcelo diz que este é “o maior desafio dos últimos 45 anos” • Hospitais privados já têm 106 internados com Covid-19 • Portugal iniciou hoje mais 15 dias de estado de emergência • Uso de máscaras “diminui potencial de contaminação” • Não há máscaras suficientes • Comunidades intermunicipais organizam-se para comprar equipamentos de proteção para câmaras • Mergulhadores portugueses reúnem milhares de garrafas para oxigenar doentes com Covid-19 • Agricultura reforça segurança alimentar para produzir mas escoa menos • Só ganhamos Abril se não baixarmos a guarda • Ordem dos Médicos condena encerramento do


A ABRIR / EDITORIAL / REDAÇÃO

Que estranha forma de vida Foi por vontade de Deus Que eu vivo nesta ansiedade, Que todos os ais são meus, Que é toda minha saudade, Foi por vontade de Deus. Que estranha forma de vida Tem este meu coração, Vive de vida perdida, Quem lhe daria o condão? Que estranha forma de vida

Creio que as palavras de Alfredo Duarte, magnificamente cantadas por Amália Rodrigues, são as que melhor interpretam este momento das nossas vidas. E também aqui se trata de uma história de amor. Apesar de ser este o momento em que mais precisamos de um abraço e do aconchego dos nossos, é agora que temos que os manter distanciados para os protegermos. Que estranha forma de vida… Mas se é este o nosso fado, pois que o cumpramos. Mas cumpramos todos! Já percebemos que a melhor forma de combater esse vírus “extremamente inte-

ligente e extremamente agressivo” é não lhe dar hipótese que ele passe de pessoa para pessoa. Vamos travar esta pandemia mas temos que ir juntos, por isso, por si e pelos seus, se puder, FIQUE EM CASA! E porque também aqui, apesar de estarmos distantes, permanecemos juntos, é hora e lugar de dar voz neste espaço a quem para ele trabalha. Da minha parte, peço apenas que se cuide e que nos voltemos a encontrar todos no próximo mês. Patrícia Seixas

Até este mês tínhamos, pensávamos nós, todas as liberdades de fazer o que nos dava na cabeça (ou quase). Março de 2020 mudou (e continua a mudar) as nossas vidas. Foi um soco na sociedade dos nossos tempos. Foi um soco nas nossas vidas. Mas será deste soco, com sacrifício, tristeza e lágrimas (com toda a certeza) que temos de aprender a construir melhor o Nosso futuro. Aos que estão na linha da frente o agradecimento. Aos que estão nas linhas de retaguarda

PERFIL /

aguentem forte. Aos outros respeitem e fiquem em casa. Aos consumidores de redes sociais e notícias não acreditem no “Covidizer” e tentem, pelo menos, procurar quem dá Notícias credíveis. É um esforço acrescido, para nós (Antena Livre/Jornal de Abrantes/Rádio Tágide), lidar com a crueldade desta pandemia quanto mais lidar com a pandemia das fakes, dos boatos. Estamos cá para vocês. Protejam-se! Jerónimo Belo Jorge

Sei que estamos todos fartos deste maldito vírus. Mas, aproveitando o momento único em que posso abdicar da imparcialidade de jornalista e falar apenas como cidadã, é sobre o dito cujo que vos escrevo. Temos ouvido, lido e visto de tudo: atitudes que nos fazem encontrar a esperança, mas também comportamentos que nos fazem questionar até que ponto é capaz de ir a estupidez humana. A falta de bom senso é um dos maiores obstáculos nesta luta contra o vírus. Tenho pena que a noção não se venda no super-

Idade? 29 Naturalidade/Residência? Almaty – Cazaquistão/Lisboa Profissão? Música Uma povoação? Tramagal Um café? Pavilhão Chinês.

/ Lika

Prato preferido? Polvo à Lagareiro. Um recanto para descobrir? Observatório Astronómico de Lisboa

ja / JORNAL DE ABRANTES

mercado, que a água salgada e o sol da praia não sejam a vacina tão ansiada, que as palmas aos profissionais de saúde não passem de um gesto hipócrita de quem à primeira oportunidade vai para as redes sociais rebaixar quem anda a arriscar a sua vida para salvar a dos outros, infelizmente, nem sempre com a proteção garantida. Sim, as falhas existem. Mas nesta altura em que todos somos críticos e temos o dedo - bem desinfetado - pronto a apontar, sejamos sensatos. A culpa não é só de um. É de todos. Sobretudo de quem ainda insiste em contrariar as indicações das autoridades de saúde e só olha para o próprio umbigo. Sinto uma tristeza profunda por ser preciso uma desgraça destas para se dar valor ao campo, ao ar puro e limpo, onde muitos pensam que o mal não chega. Correram todos quantos puderam para lá, pondo em risco o pouco tempo de vida que resta aos nossos idosos, que a única coisa que queriam era um fim de vida em paz, e não em sobressalto. Não olhemos só para o nosso umbigo Ana Rita Cristóvão

Um provérbio? Um disco? Led Zeppelin – The Song Remains Podes ter esperança para Deus, mas à noite, prende sempre o teu camelo the Same com uma corda (Provérbio Cazaque) Um filme? Um sonho? “Midnight in Paris” - Woodie Allen Fazer um Tour Mundial com a minha Uma viagem? Banda. Islândia Uma proposta para um dia Uma figura da História? diferente na região? Madre Teresa de Calcutá, porque acho Concertos de música com bandas que toda a gente deveria tentar dar locais na primeira parte e nacionais tanto amor como ela dava. no concerto principal / por freguesia em todos os fim-de-semana durante Um momento marcante? os meses de verão. A minha mudança para Portugal, porque foi o meu “Back to ZerØ” ou em Português – Voltar de Novo.

FICHA TÉCNICA Direção Geral/Departamento Financeiro Luís Nuno Ablú Dias, 241 360 170, luisabludias@mediaon.com.pt. Diretora Patrícia Seixas (CP.4089 A), patriciaseixas@mediaon.com.pt Telem: 962 109 924 Redação Jerónimo Belo Jorge (CP.7524 A), jeronimobelojorge@mediaon.com.pt, Telem: 962 108 759, Ana Rita Cristóvão (CP7675 A), anaritacristovao@mediaon.com.pt. Colaboradores José Martinho Gaspar, Paulo Delgado, Teresa Aparício, Paula Gil. Cronistas Alves Jana e Nuno Alves. Departamento Comercial. comercial@mediaon.com.pt. Design gráfico e paginação João Pereira. Sede do Impressor Unipress Centro Gráfico, Lda. Travessa Anselmo Braancamp 220, 4410-359 Arcozelo Vila Nova de Gaia. Contactos 241 360 170 | 962 108 759 | 962 109 924. geral@mediaon.com.pt. Sede do editor e sede da redação Av. General Humberto Delgado Edf. Mira Rio, Apartado 65, 2204-909 Abrantes. Editora e proprietária Media On Comunicação Social, Lda., Capital Social: 50.000 euros, Nº Contribuinte: 505 500 094. Av. General Humberto Delgado Edf. Mira Rio, Apartado 65, 2204-909 Abrantes. Detentores do capital social Luís Nuno Ablú Dias 70% e Susana Leonor Rodrigues André Ablú Dias 30%. Gerência Luís Nuno Ablú Dias. Tiragem 15.000 exemplares. Distribuição gratuita Dep. Legal 219397/04 Nº Registo ERC 100783. Estatuto do Jornal de Abrantes disponível em www.jornaldeabrantes.pt. RECEBA COMODAMENTE O JORNAL DE ABRANTES EM SUA CASA POR APENAS 10 EUROS (CUSTOS DE ENVIO) IBAN: PT50003600599910009326567. Membro de:

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ATUALIDADE / COVID-19

ERA

sábado e a missão era clara: ia como voluntário, pela associação Ser Mais Valia (SMV)*, dar formação em Língua Portuguesa a funcionários de dois ministérios da Guiné-Bissau, num projeto liderado pelo Instituto Camões. Durante todo o mês de março, em Bissau, teria duas turmas, uma de manhã (3 hs) e outra de tarde (3 hs) de segunda a sexta, 4 semanas num total de 60 hs por turma. Os materiais iam preparados e a estratégia afinada. Do norte vinha uma colega e um outro já lá estava. A meio da viagem para Lisboa, a notícia: “golpe de estado” na Guiné-Bissau. “Será que conseguimos lá chegar?” Fomos bem recebidos pelo adido cultural da Embaixada e uma vez instalados recebemos a primeira informação: como o Poder era novo, “Não vão poder começar nos próximos dias o que estava previsto. Vamos estudar alternativas. O que podem fazer?” Os primeiros dias foram para negociar outras atividades e para estudar a cidade e recolher informação que pudesse ser usada em aula. No final da semana, na sexta, iniciei no Centro Cultural Português (CCP) o trabalho com uma turma, com formandos do Ministério da Economia e Finanças. Era a primeira vez * A Ser Mais Valia que estava na é uma associação África negra, de voluntários num mundo de mais de 55 que desconheanos que aceitam cia. Mas comepartilhar os seus çámos bem: foi conhecimentos, (quase) amor à competências primeira vista. e experiências Os níveis de esprofissionais colaridade e de em projetos de domínio da líncooperação e gua eram muidesenvolvimento. to diversos, ia dar muito trabalho, mas estava previsto. Na segunda-feira, foi feriado; na terça o namoro continuou. O trabalho era muito prático, baseado na autocorreção e apoiado por instrumentos partilhados. A equipa a três funcionava muito bem. Entretanto, ficou esboçado para mim um programa complementar: cinco cafés filosóficos em diferentes locais, uma conferência em duas sessões na Universidade Amílcar Cabral (UAC) e uma oficina em cinco sessões sobre “falar em público” no CCP, com outras hipóteses à espera de tempo e espaço. À minha colega foi confiada uma turma que não estava prevista e decidida atividade com crianças. O colega que já lá estava desde o início de fevereiro continuava as suas aulas. Dirigi o primeiro café filosófico

// SER MAIS VALIA

Uma aventura solidária em Bissau

// ESPERANÇA ADIADA OU TRAÍDA? As gentes da Guiné-Bissau são doces, afáveis, acolhedoras. Mas a cidade denota uma grave falta de conservação. Os serviços do Estado são mínimos, a higiene pública quase nula. A pobreza generalizada manifesta-se de muitos modos. Empregos, muito poucos e mesmo os funcionários públicos recebem quando recebem. A fome deixa-se ver: nos rostos e em algumas palavras. A saúde não pode ser boa e a educação é rudimentar. E, no entanto, diz quem sabe, as potencialidades são muitas. A diversidade cultural é uma riqueza, mas também um problema. A história política destes 50 anos não cumpriu o sonho. Há uma certa desilusão no ar: “Em vez de darmos passos em frente, andamos para trás”. Mas a vontade de aprender é grande, o desejo de mais e melhor continua e é legítimo. O investimento num país melhor mobiliza muitos dos seus cidadãos e torna-se patente até a quem está de passagem. Na “Casa dos Direitos”, antigo posto de polícia e prisão, uma frase de Amílcar Cabral dá o tom: “É uma luta para ter pão, para ter terra, mas livremente. É uma luta para ter escolas, para que as crianças não sofram, para ter hospitais. (…) É também uma luta para mostrar à face do mundo que somos gente com dignidade.” Na fortaleza da Amura, o Museu Militar canta os heróis da luta de libertação e independência. Passados 50 anos, é preciso afirmar que a Guiné-Bissau, bem como a África, não está condenada à pobreza. Talvez possamos dizer que está como Portugal há cem anos. É preciso acreditar: com inteligência e trabalho.

/ Na minha turma

/ Informação publicitária na rua

/ Antiga Praça do Império

/ O perigo a céu aberto no CCP sobre a “memória”, que correu bem e lançou a curiosidade para os que se seguiriam. Na terça-feira, dia 17, iria começar as sessões na UAC, na semana seguinte seria a oficina. Entretanto continuavam os contactos exploratórios com pessoas e instituições. Vimos que era grande o interesse no que poderíamos fazer. E, de repente, tudo mudou. A ameaça do Covid-19 obrigou a suspender “todas as atividades do CCP”. E agora?, foi-nos perguntado. “Estamos, é claro, disponíveis para continuar o trabalho. Mas se não há nada que podemos fazer aqui, resta-nos regressar.” Ficar só criava problemas à Embaixada, à SMV e às nossas famílias.

A SMV antecipou os bilhetes de regresso. Mas os aeroportos de Bissau e de Lisboa foram fechados – até meados de abril, pelo menos. Preparámo-nos psicologicamente para o pior. Mas abriu-se uma porta: pedir o repatriamento à Embaixada. Assim fizemos. E começou a espera. Quando? Um primeiro voo, dia 24 à noite, acabou adiado para a madrugada do dia 26. Ninguém sabia se estava inscrito para seguir nele. Da TAP pediam-nos sucessivas confirmações de que continuávamos interessados. Fomos, como todos os outros, para o aeroporto sem bilhete, sem saber se fazíamos parte da lista, ou mesmo se havia avião. Foi uma confusão muito bem mon-

tada! Lá acabámos por confirmar os nossos três lugares, tirámos o bilhete, e passámos para a zona internacional. Foi o primeiro alívio. Embora tivéssemos vivido tudo com muita calma, pois “só podemos fazer aquilo que depende de nós”, a verdade é que agora já estávamos numa de ir. Eram quase três da manhã quando o avião levantou voo e perto das sete estávamos em Lisboa. Desembarcámos sem qualquer controlo, apenas um corredor aberto na manhã para irmos para casa. Ou melhor, cada um para a sua quarentena. Nenhum de nós queria pegar o hipotético bicharoco a quem quer que fosse, muito menos aos nossos. José Alves Jana

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ATUALIDADE / COVID-19

As medidas de prevenção adotada Mação, Sardoal, Vila de Rei e Vila por Ana Rita Cristóvão

ABRANTES: • O Hospital de Abrantes é a unidade referenciada do Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT) para receber casos de infeção por Covid-19. Assim, foram transferidos temporariamente os serviços de Maternidade e Ginecologia/Obstetrícia para Torres Novas e o de Ortopedia para Tomar. A par disto, foram instaladas em Abrantes tendas que servem como ponto de triagem específica a casos suspeitos do novo coronavírus. De referir que estão proibidas as visitas a doentes no Internamento e no Departamento de Urgência do CHMT, bem como o acompanhamento de doentes. Consultas, tratamentos e operações estão a ser desmarcadas ou reagendadas (no caso das consultas, algumas acontecem via telefónica) sendo os doentes contactados para o efeito. SERVIÇOS MUNICIPAIS: • A Câmara Municipal de Abrantes suspendeu por tempo indeterminado o atendimento presencial em todos os serviços municipais, incluindo os Serviços Municipalizados. Alternativa: geral@cm-abrantes.pt / 241 330 100. SMA: 241 360 120 /geral@smabrantes.pt. O mesmo acontece no que diz respeito ao atendimento presencial das Juntas de Freguesia do concelho. • A autarquia suspendeu a abertura ao público das reuniões de Câmara Municipal até 30 de junho de 2020. As questões dos munícipes podem ser expostas via e-mail: actas@cm-abrantes.pt • Estão encerrados todos os equipamentos municipais desportivos e culturais e foram canceladas as atividades organizadas pelo Município. Também o mercado semanal (na Tapada da Fontinha) foi cancelado, bem como o mercado de domingo, em Mouriscas. • Os prazos municipais de entrega de documentos ou caducidade de outros vão ser prolongados, bem como o pagamento de faturas, que vão poder ser pagas após término de prazo e sem juros. Podem ainda ser pagas por transferência bancária para o IBAN do Município PT50 0035 0003 00000532630 72, devendo ser remetido comprovativo do pagamento por e-mail. APOIOS: • Em virtude do cancelamento

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de espaços comerciais, o Município anunciou a isenção do pagamento das rendas dos respetivos espaços que funcionem em gestão municipal ou com concessões. Os restantes casos são analisados um a um. Foi suspenso o pagamento dos parquímetros no concelho por tempo indeterminado. Foi também suspensa a ação dos cortes de água (para assuntos relacionados com falta de água e roturas na rede pública de distribuição de água ligar 968 049 316). IDOSOS: • “Fique em Casa e em Segurança” é uma medida que pretende apoiar a população com mais de 65 anos, doentes crónicos ou portadores de deficiência. As suas compras de primeira necessidade ou de medicação são levadas a casa. Pode também recorrer a apoio psicossocial. Contactos: 241 330 217 e 966 919 490. De salientar também que quem necessitar de bens essenciais e se encontre numa situação de insuficiência económica, poderá ser apoiado através de apoio de emergência.

ESCOLAS: • Escola Ensino Básico António Torrado e Escola Ensino Básico Lucília Moita de portas abertas para garantir as refeições dos alunos mais carenciados (escalão A) e prontas a acolher filhos de pessoal hospitalar e de emergência. A EPDRA, em Mouriscas, está listada pelo Ministério da Educação como pronta a prestar também auxílio. • O autocarro aBUSa é gratuito por tempo indeterminado, com regras definidas: entrada e saída de passageiros pelas portas traseiras e apenas com 50% da capacidade máxima de transporte, sendo intensificadas as medidas de desinfeção. • Foram suspensas obras em curso, nomeadamente: as obras no interior da Igreja de São Vicente; as intervenções na estrada Barca do Pego/Valhascos e na estrada em Maxial, ambas em fase de conclusão; a empreitada da estrada Bicas/Tramagal fica sujeita à reorganização logística dos trabalhadores da empresa adjudicatária

• A Pousada da Juventude consta da lista divulgada pelo Ministério da Educação de equipamentos disponíveis para acolher profissionais de saúde e de forças de segurança. Também o Luna Hotel Turismo se disponibilizou para acolher profissionais (além de vários privados com alojamentos também o estarem a fazer)

CONSTÂNCIA: SERVIÇOS MUNICIPAIS: • O atendimento no espaço do cidadão, na tesouraria e no atendimento municipal será assegurado por telefone ou por endereço de correio eletrónico: geral@cm-constancia.pt; 249 730 050. Serviço de Ação Social: 965 228 588 • Estão encerrados ao público os seguintes equipamentos municipais: Piscina, Pavilhão e Ginásio; Biblioteca Municipal Alexandre O’Neill, Arquivo Municipal e Museu dos Rios e das Artes


ATUALIDADE / COVID-19

as em Abrantes, Constância, a Nova da Barquinha Marítimas; Parque Ambiental de Santa Margarida; Posto de Turismo; JardimHorto de Camões Posto de Atendimento Municipal no Armazém em Vale de Mestre. A par disto, foram suspensas todas as atividades municipais e a emissão de licenças de ocupação do espaço público que envolva aglomerados de pessoas APOIOS: • O Município anunciou a atribuição de apoios a empresas e famílias: isenção excecional do pagamento das rendas dos espaços comerciais ou serviços arrendados que encerrem durante a pandemia; isenção das tarifas fixas de água, saneamento e resíduos a todos os utilizadores domésticos e não domésticos IDOSOS: • “Não saia de casa, nós vamos por si!” – o Município disponibiliza-se para levar a casa as compras essenciais ou os medicamentos da farmácia para as pessoas residentes no concelho com mais de 65 anos ou com doenças crónicas. De segunda a sexta-feira através do 965 228 588. Também a Junta de Freguesia de Santa Margarida da Coutada presta este auxílio através dos contactos 249 736 215 ou 969 254 215. Em Malpique pode fazer as encomendas para o minimercado da localidade: 913 125 350. Situação idêntica ao da Portela: 249 736 729. ESCOLAS: • Escola Secundária Luís de Camões de portas abertas para garantir as refeições dos alunos mais carenciados e acolher filhos de pessoal hospitalar e de emergência. Há também o fornecimento diário de refeições a alunos carenciados em take away no Centro Escolar de Montalvo, no antigo Jardim de Infância da Portela e na União Jazz Malpiquense. • Foi deliberado o cancelamento das Festas do Concelho 2020/Festas de Nossa Senhora da Boa Viagem e inerentes cerimónias religiosas, que decorreriam de 11 a 13 de abril. Foram também suspensas todas as atividades de organização municipal. • A Câmara Municipal de Constância dá conta que foram suspensas as obras da Extensão de Saúde de Montalvo, por solicitação do empreiteiro, tendo em conta a prevenção ao surto de Covid-19 • A Federação de Bombeiros do

Distrito de Santarém adaptou a sua sede em Constância para permitir o isolamento profilático de bombeiros, caso necessário

MAÇÃO: • Centro de Saúde de Mação apela ao contacto via telefónica antes de se dirigir à unidade de saúde: 241 577 020 / 024 /028 SERVIÇOS MUNICIPAIS: • Os serviços de atendimento ao munícipe da Câmara Municipal funcionam à porta fechada, sendo os contactos efetuados via telefónica ou email: 241 577 200 / geral@cm-macao.pt • O Município decretou o encerramento ao público de equipamentos municipais: Centro Cultural Elvino Pereira: Biblioteca, Galeria e Auditório; Museu de Arte Pré-Histórica e do Sagrado do Vale do Tejo; Posto de Turismo; Área de Serviço de Autocaravanas; Piscinas Municipais Cobertas; Pavilhão Municipal Prof. José Maia Marques; Campo Municipal Agostinho Pereira Carreira. Também o Parque de Campismo não recebe mais utentes e são proibidas visitas. • Foram também cancelados os Campos de Férias da Páscoa, passeios pedestres programados, e adiadas exposições na galeria municipal, bem como palestras, concertos e outras iniciativas relacionadas.

APOIOS • O Município anunciou a isenção temporária de pagamentos inerentes aos custos com água, saneamento e resíduos urbanos relativos ao mês de março a todos os consumidores do concelho. A medida será reavaliada perante a evolução da epidemia IDOSOS: • CLDS 4G Mação Mais Social disponibiliza ajuda para quem necessitar de bens essenciais (comida), medicamentos, comida para animais ou apenas de um pouco de companhia. Pode entrar em contacto de segunda a sexta-feira, das 10h00 às 12h00 e das 15h00 às 17h00, para os seguintes contactos: 925 871 895 e 925 871 911. De referir também que o Serviço de Ação Social da Câmara Municipal encontrase a realizar contactos junto da população idosa de todo o concelho, no sentido de auscultar as necessidades. Esta ação está a ser articulada com a GNR. Contacto Serviço Ação Social: 927 989 019 ESCOLAS: • Escola Básica e Secundária de Mação de portas abertas para garantir as refeições dos alunos mais carenciados e acolher filhos de pessoal hospitalar e de emergência

estão interditas a público as praias fluviais de Cardigos, Carvoeiro e Ortiga.

SARDOAL: • Na área do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) do Médio Tejo, Sardoal é uma das áreas de Assistência a Doentes Covid (ADC) em funcionamento desde 30 de março, no Centro de Saúde. Esta área destina-se a suspeitos de Covid-19, preferencialmente pessoas com sintomas e com contacto prévio com a Linha Saúde 24. As ADC têm salas de observação e são compostas por médico, enfermeiro, assistente operacional, administrativo e equipa de limpeza. Contactos : 241 850 072 /076 SERVIÇOS MUNICIPAIS: • A autarquia determinou o atendimento condicionado dos serviços, pelo que não é possível o atendimento presencial sem o contacto prévio por e-mail ou via telefónica: geral@ cm-sardoal.pt / 241 850 000. A Junta de Freguesia de Sardoal suspendeu o atendimento presencial por tempo indeterminado

• Os Bombeiros de Mação anunciaram que o acesso às instalações está interdito ao público. A situação não coloca em causa o socorro da população. Informações via telefónica: 241 519 000

• Foram encerrados por tempo indeterminado: Biblioteca Municipal, Espaço Cá da Terra, Centro Cultural Gil Vicente, Parque Desportivo, Piscina Municipal e Posto de Turismo; Parque Infantil do Ribeiro Barato. Também o Mercado Municipal está suspenso

• A autarquia dá conta de que, no âmbito do seu Plano de Contigência,

• Eventos da responsabilidade da autarquia, como o Festival Sardoal Jazz,

Abril 2020 / JORNAL DE ABRANTES

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ATUALIDADE / COVID-19 a Semana da Leitura, passeios pedestres e visitas de estudo da Universidade Sénior, foram adiados. Foi ainda cancelada a visita de estudo anual que envolve três municípios - Sardoal, Mação e Constância - a países da Europa

presencial ao público, passando o mesmo a ser assegurado através dos serviços on-line do município e ainda quer via telefone quer via e-mail: 274 890 010 ou geral@cm-viladerei.pt. Ação Social através do contacto 919 636 872

• A autarquia prorrogou o prazo de pagamento dos serviços prestados pelo Município em 30 dias. Podem ainda ser efetuados os pagamentos por transferência bancária para o IBAN: PT 50 0035 0750 00000012630 68, com envio de comprovativo para o e-mail tesouraria@cm-sardoal.pt

• Está encerrado o Complexo de Piscinas e Ginásio Municipal, bem como todos os equipamentos desportivos do concelho, a Biblioteca Municipal José Cardoso Pires e os espaços museológicos do Concelho (Museu da Geodesia, Museu Municipal e Museu do Fogo e da Resina)

APOIOS: • O Município decretou medidas de apoios às empresas, nomeadamente a isenção de tarifas fixas e consumos de água, saneamento e resíduos para todos os consumidores não domésticos (estabelecimentos comerciais, industriais e associações). Este apoio vai estar em vigor por tempo indeterminado IDOSOS: • (e não só): A autarquia disponibiliza ainda contactos no sentido de dar resposta aos munícipes que se encontrem privados do essencial. Para as mais diversas necessidades contacte o Gabinete Ação Social - accao.social@ cm-sardoal.pt ou 241 850 000 / 926 513 181 – e também o CLDS 4G - sersardoal. clds4g@gmail.com ou 962 980 766 ESCOLAS: • Escola EB 2,3/S Maria Judite Serrão Andrade de portas abertas para garantir as refeições dos alunos mais carenciados e acolher filhos de pessoal hospitalar e de emergência • Celebrações da Semana Santa 2020 foram canceladas, incluindo a execução de tapetes de flores nas capelas e igrejas • Suspenso o serviço de recolha de lixo doméstico volumoso – monos – e resíduos verdes por tempo indeterminado. É proibido o depósito destes resíduos na via pública

VILA DE REI: SERVIÇOS MUNICIPAIS: • Foi encerrado o atendimento

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JORNAL DE ABRANTES / Abril 2020

• O Município determinou as seguintes medidas por tempo indeterminado: restrições na utilização dos transportes públicos municipais, com entrada e saída dos passageiros pela porta traseira e apenas e apenas com 50% da capacidade máxima para transporte de passageiros; dispensa dos funcionários municipais que sejam bombeiros, mediante solicitação do Comando dos Bombeiros Voluntários • A Junta de Freguesia de Vila de Rei vai apenas funcionar às terças e quintas-feiras, para entregas de documentos requeridos online ou para preenchimento de Provas de Vida. O Posto dos CTT de Vila de Rei vai igualmente passar a funcionar às terças e quintas-feiras, durante o seu horário de atendimento habitual. APOIOS: • Foi criada uma linha de apoio ao empresário para esclarecer os mesmos sobre os direitos e comportamentos a adotar, bem como para encaminhamento para os apoios anunciados pelo Governo para o setor empresarial: 938 701 485 / 966 039 780. IDOSOS: • O Município disponibiliza uma linha de apoio à população sénior do concelho, de forma a poderem obter informações sobre os comportamentos a adotar: 919 636 872 / 966 039 780. Para os grupos mais vulneráveis, a autarquia disponibilizase para levar até casa alimentos ou medicamentos. Para isso, estão disponíveis, além dos contactos acima referidos, os seguintes: 933 690 034 ou 919 629 653. A autarquia criou também uma Bolsa de Voluntariado para quem quiser ajudar as pessoas mais vulneráveis. Deve ter menos de 60 anos e não pertencer a

Nestes concelhos estão a ser efetuadas •ações de desinfeção dos espaços públicos, numa medida concertada no âmbito da Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo: espaços de saúde, farmácias, estabelecimentos comerciais, abrigos e paragens de passageiros, avenidas e ruas de maior circulação, contentores de resíduos sólidos, entre outros. Uma ação que vai sendo desenvolvida até que a situação o justifique. autarquias da região, em conformi•dadeAs com as exigências determinadas pelo estado de emergência, limitaram a presença em funerais nos cemitérios sob sua gestão. Foi fixado o limite máximo de 10 pessoas, que devem manter uma distância mínima de dois metros entre si, nos concelhos aqui explanados (exceto no concelho de Vila de Rei, cuja autarquia determinou serem permitidas 25 pessoas). As medidas são mais restritivas caso a vítima mortal tenha sido diagnosticada com Covid-19. Atenção às burlas! Se lhe baterem à •porta a oferecer serviços de limpeza e desinfeção, não acredite. São já vários os relatos de pessoas que se fazem passar por entidades como a Cruz Vermelha ou outras de apoio social, no sentido de concretizar burlas. Tenha sempre à mão os contactos da polícia e da sua autarquia para esclarecer quaisquer dúvidas. nenhum grupo de risco. Mais informações pelo e-mail: voluntariado@cm-viladerei.pt ESCOLAS: • Escola Básica e Secundária de Vila de Rei de portas abertas para garantir as refeições dos alunos mais carenciados • O Município assegura duas vezes por semana o transporte de habitantes de diferentes aldeias para a sede do Concelho às terças e quintas-feiras, com novos horários: o recolher dos utilizadores deste serviço passará a ser realizado a partir das 08h00, com viagem de volta para as respetivas localidades às 11h30. • Foram canceladas as Férias Desportivas da Páscoa e o ATL e todos os eventos de organização municipal até 13 de abril (Festival das Sopas e Petiscos, Sarau Cultural, Concerto de Páscoa, Festival ‘Folclore no Centro’, Os Quintais nas Praças do Pinhal) • Está limitado o número de clientes

simultâneo nos espaços dos Mercados Municipais de Vila de Rei e Fundada: sete pessoas no Mercado Municipal de Vila de Rei e seis pessoas no Mercado Municipal de Fundada. • Município informa que todos os migrantes ou imigrantes que tenham chegado ao concelho nos últimos 14 dias têm a necessidade de cumprir 14 dias de isolamento obrigatório

VILA NOVA DA BARQUINHA: SERVIÇOS MUNICIPAIS: • A autarquia anunciou a suspensão do atendimento presencial dos serviços municipais de atendimento ao público, pelo que os pedidos de informação passam a realizar-se exclusivamente via e-mail ou telefone: geral@cmvnbarquinha.pt / 249 720 350; Ação Social: 967333370 • O Município anunciou o cancelamento, por tempo indeterminado, de todos os eventos da sua responsabilidade. Estão encerrados: o Castelo de Almourol; o Centro de Interpretação Templário de Almourol; o Centro Integrado de Educação em Ciências; o Centro de Estudos de Arte Contemporânea; o Auditório do Centro Cultural; as Bibliotecas Municipais / Espaços Internet; a Galeria do Parque; o Arquivo Municipal; o Centro Municipal de Atividade Física Aquagym; o Parque Desportivo Municipal da Atalaia; e o Pavilhão Desportivo Municipal APOIOS/IDOSOS: • “Convide-nos a Ajudar” – O Município, através do CLDS 4G, disponibiliza-se para levar até sua casa os alimentos e medicamentos de que necessita. Com prioridade para pessoas idosas e com problemas respiratórios ou crónicos, pode pedir ajuda de segunda a sexta-feira, entre as 10h e as 17h, para o contacto 967 124 872 ESCOLAS: • Jardim de Infância de Vila Nova da Barquinha de portas abertas para garantir as refeições dos alunos mais carenciados e acolher filhos de pessoal hospitalar e de emergência


ATUALIDADE / COVID-19

COVID-19 COVID-19 é o nome oficial, atribuído pela Organização Mundial da Saúde, à doença provocada por um novo coronavírus (SARS-COV-2). Os coronavírus são um grupo de vírus que podem causar infeções nas pessoas. Normalmente estas infeções estão associadas ao sistema respiratório, podendo ser parecidas a uma gripe comum ou evoluir para uma doença mais grave, como pneumonia. Ainda não existe um total conhecimento sobre este novo vírus apesar de ter alguma semelhança (geneticamente) ao SARS. É necessário mais tempo de investigação para se conseguir apurar todas as suas características e qual o tratamento mais adequado. SARS-CoV-2 é o nome do novo coronavírus que foi detetado na China, no final de 2019, e que significa “síndrome respiratória aguda grave – coronavírus 2”. O nome, COVID-19, resulta das palavras “corona”, “vírus” e “doença” com indicação do ano em que surgiu (2019). A COVID-19 é a doença que é provocada pela infeção do coronavírus SARS-CoV-2. Os sintomas são semelhantes

a uma gripe, como por exemplo: febre, tosse, falta de ar (dificuldade respiratória), e dores musculares e cansaço. Em casos mais graves pode evoluir para pneumonia grave com insuficiência respiratória aguda, falência renal e, até mesmo, levar à morte. Pensa-se que o período de incubação estimado da COVID-19 (até ao aparecimento de sintomas) é de 2 a 14 dias, segundo as últimas informações publicadas. A COVID-19 pode transmitir-se por: gotículas respiratórias, contac-

to direto com secreções infetadas, aerossóis em alguns procedimentos terapêuticos que os produzem (por exemplo as nebulizações). A transmissão pode ocorrer de pessoa para pessoa (pela proximidade a uma pessoa com COVID-19), através de: gotículas respiratórias (espalham-se quando a pessoa infetada tosse, espirra ou fala, podendo ser inaladas ou pousarem na boca, nariz ou olhos das pessoas que estão próximas), contacto das mãos com uma superfície ou objeto

infetado com o SARS-CoV-2 e se em seguida existir contacto com a boca, nariz ou olhos. De acordo com informação da Organização Mundial da Saúde, não há evidência de que os animais domésticos, tais como cães e gatos, tenham sido infetados e que, consequentemente, possam transmitir a COVID-19. Atualmente, o tratamento para a COVID-19 é dirigido aos sinais e sintomas que os doentes apresentam. Ainda não existe tratamento

específico para esta infeção (os antibióticos não resultam contra vírus, apenas bactérias. Sendo a COVID-19 uma doença provocada por vírus, os antibióticos não têm resultados e podem contribuir para o aumento das resistências). Não existe ainda vacina para a COVID-19. Sendo um vírus recente, as investigações ainda estão em curso. Como prevenção: lave frequentemente as mãos com água e sabão ou use solução à base de álcool, quando espirrar ou tossir tape o nariz e a boca com o braço, use lenços de papel descartáveis e de utilização única. Se regressou de uma área afetada, evite o contacto próximo com outras pessoas. Esteve perto de alguém com COVID-19 e NÃO tem sintomas? Deve: evitar estar próximo de pessoas durante 14 dias e medir a temperatura 2 vezes por dia. Esteve perto de alguém com COVID-19 e TEM sintomas? Deve: ligar para o SNS 24 – 808 24 24 24 e seguir as orientações dadas e evitar estar próximo de pessoas. SIGA AS RECOMENDAÇÕES E AJUDE A EVITAR O CONTÁGIO! Adaptado de: https://www. sns24.gov.pt Dra. Maria João Nascimento e Dr. Hugo Gago* *Médicos internos de MGF UCSP Abrantes

A Páscoa nas redes sociais O Padre Carlos Almeida, responsável pelas paróquias de Alferrarede, Rio de Moinhos, Sardoal e Valhascos não terá este ano as celebrações da Semana Santa de Sardoal. Aliás, também para a Igreja são tempos novos de gerir aquilo que são as novas formas de celebrações com os fiéis. Carlos Almeida explicou ao Jornal de Abrantes que vai fazer as celebrações da Semana Santa e Páscoa na Capela das Irmãs da Apresentação de Maria, em Alferrarede. O local onde tem celebrado as Eucaristias dominicais. Já tem as horas previstas, embora tenha salientado que pode haver algum ajuste. Assim na Quinta-feira santa, a celebração será às 19 horas, na Sexta-feira Santa às 15 horas, no sábado a Vigília Pascal acontecerá às 21 ou 21:30 e no domingo mantém a celebração às 11 horas. Sendo celebrações privadas, Carlos Almeida sente que os fiéis necessitam de poder acompanhá-las e, nesse sentido, está a desenvolver os esforços para que as celebrações possam ser transmitidas na página de Facebook em facebook.com/carlosjosecardoso. almeida. Aos domingos é mais fácil

/ Cerimónias da Páscoa vão passar pelas redes sociais a transmissão, basta um tripé e um telemóvel, mas as celebrações da Semana Santa têm rituais diferentes pelo que é mais complicada a transmissão. Mesmo assim, diz que vai tentar fazê-la. Carlos Almeida diz ainda que, mesmo conhecendo os fatores de risco, e mantendo os distanciamentos, endereçou convites a quatros jovens, um de cada paróquia, para o acompanhar, como forma de ter todos os paroquianos “representados”. E acrescenta que

tem recebido muitos pedidos de amizade no Facebook para que possam acompanhar as celebrações. Deixou ainda a nota para todos quantos quiserem fazer a confissão, que poderão fazê-lo na igreja de Alferrarede, que tem portas de vidro e permite ao pároco fazer as conversas com os paroquianos. Reconhecendo que são tempos novos para todos, diz que deixou um apelo aos jovens da sua paróquia, no sentido de poderem

ajudar os mais idosos, aqueles que são o grupo de maior risco desta pandemia. E depois confessou que, devido ao Estado de Emergência, não vai poder visitar a sua mãe que vive no concelho de Proença-a-Nova. Nas paróquias de Pego, Rossio ao Sul do Tejo, S. Miguel do Rio Torto e Tramagal, as celebrações eucarísticas têm sido realizadas através das redes sociais. O padre Adelino Cardoso criou uma página no Facebook, onde agregou as quatro paróquias e é a partir daí que transmite as celebrações eucarísticas e fala com os seus fiéis. Todas as cerimónias podem ser visionadas em https://www. facebook.com/paroquiaspadreadelinocardoso/. O padre Adelino Cardoso confirmou que a missa de Domingo de Páscoa ficará disponível na página das “Paróquias do Padre Adelino Cardoso” e que irá continuar a fazer a Via Sacra, às sextas-feiras, pelas 17 horas. A de sexta-feira Santa ainda ia confirmar junto dos seus fiéis se seria a melhor hora ou haverá alteração. O pároco, triste pela situação que o país e o mundo atravessam, confirmou que as cerimónias são

“um bocadinho diferentes” e comentou até que, no Domingo de Ramos, “a liturgia foi sem a Bênção dos Ramos”. Numa das mais importantes datas, se não a mais importante, para a Igreja Católica e em que os cristãos celebram a morte e ressurreição de Cristo, as cerimónias deste ano vão ser “à porta fechada” e o padre Adelino pediu que “se puderem colocar algum símbolo” a lembrar a Páscoa, “seria bom”. O pároco apelou também a que não tenha acesso à internet, para não se deslocarem a casa dos vizinhos para assistirem pois “na televisão há sempre eucaristias nestes dias”. Já em Constância, com as Festas de Nossa Senhora da Boa Viagem canceladas, o padre Nuno Silva também tem nas redes sociais o veículo para fazer chegar a mensagem aos seus fiéis “mas só às minhas comunidades, é um grupo restrito”. Diz que a sua comunidade tem reagido “bem” a toda esta situação e que lhe têm “pedido oração. Tenho rezado todos os dias e continuo a celebrar pelas intenções que me vão pedindo”.

Abril 2020 / JORNAL DE ABRANTES

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ATUALIDADE / COVID19

A Irlanda foi um dos países da Europa a tomar medidas mais restritivas desde o início da pandemia de COVID-19. O Hugo Correia é de Rossio ao Sul do Tejo e trabalha nesta ilha de onde não sai já lá vai um mês. Na empresa, na área dos blocos de betão e pré-fabricados, o Hugo sempre veio a Portugal de 15 em 15 dias. Agora, face ao momento que se vive, vai adiando as viagens. Para já a vida é em Mullingar [a

cerca de 60 km’s de Dublin] e apesar de a empresa ter entrado em lay off, como trabalha no laboratório continua a vida recatada de casa para o trabalho e vice-versa. “Na Irlanda as pessoas estão apreensivas, ansiosas (…) o governo tomou as medidas certas, penso eu”, começa por dizer o Hugo explicando que se a 12 ou 13 de março os irlandeses não perceberam a gravidade da situação, as coisas mudaram a 17. Isto porque o dia nacional da Irlanda, St. Patrick Day, é para aquele povo muito mais que uma festa. Segundo o Hugo terá sido aí que “caiu a ficha” e que perceberam que as indicações eram mesmo para levar a sério. Deixando a sua opinião [mais de dois mil casos e 54 mortos – dia 30 de março] os irlandeses estão a cumprir mesmo as indicações. “Fecharam as escolas e na sexta-feira passada [27 março] fizeram confinamento total e as empresas entraram em lay off. E o povo está a cumprir”, diz e acrescenta que, como não pode vir a Portugal, vai acompanhando o que se passa cá e que nem estamos assim a ser tão incumpridores. Pelo menos em comparação com outros países, como faz questão de realçar. Apesar de na Irlanda se cumprir as regras do governo, “as pessoas têm a noção de que isto está para durar. O lay off é de duas semanas, mas eles não acreditam que se resolva em duas semanas. Eu vou

continuar a trabalhar até ao fim de abril, porque estou no laboratório. Depois logo se verá”, diz Hugo Correia na expetativa de poder regressar ao nosso País. “Já adiei três viagens e tenho uma agendada para 1 de maio. Se regressar nessa altura, e espero que sim, vou fazer a minha quarentena. Seja obrigado ou não, quando regressar vou isolar-me os 14 dias” faz questão de explicar porque há uma ideia de que as pessoas que vivem fora regressam a Portugal sem cumprir as normas pedidas nestes dias. Ainda em Mullingar, Hugo Correia explica ainda que no início das medidas de contenção a corrida aos supermercados aconteceu tal como cá com os irlandeses a esvaziar as prateleiras do papel higiénico e da lixívia. Mas depois, realça, passaram a viver sem sobressaltos e a acatar. “Não sei se em Portugal é assim, aqui nestes dias só podem circular duas pessoas por cada carro (o condutor e um passageiro nos bancos traseiros) e temos uma autorização para podermos circular na rua”, concluiu o Hugo Correia. Todos sabem que os irlandeses são muito “festeiros” e que os pub’s costumam encher-se nos finais de cada dia. Mas por estes tempos tudo mudou. A pandemia obriga ao isolamento social para cortar os contágios. O Hugo diz que por lá cumprem as indicações à risca.

Paula Dias é de Abrantes e está nos Países Baixos, ou Holanda, como eram mais conhecido por cá até há bem pouco tempo. Está em casa, em Amesterdão, a cumprir a quarentena ou o recolhimento que foi aconselhado, mas o qual não é obrigatório naquele país. Desde 14 de março que está em isolamento social por decisão própria. Não contacta com ninguém,

nem amigos ou família. “Apenas saio à rua para ir ao supermercado, uma vez ou duas por semana para comprar tudo o que preciso” diz a abrantina que explicou que o governo pediu às pessoas para ficarem em casa e aconselhou o teletrabalho. Tal como em Portugal parte do comércio está fechado. Só estão abertos os serviços essenciais. Os holandeses não estão totalmente a cumprir os pedidos de isolamento social. “Vejo aqui da minha janela que as pessoas [algumas] não estão minimamente preocupadas. O governo pediu para não se andar na rua e vejo crianças a brincar e pessoas juntas na rua, em grupo”, explica esta portuguesa acrescentando que é a sua visão. A visão de quem está em casa a cumprir as recomendações das autoridades. A Paula tem acompanhado a situação de cá. Explica que tem conhecidos que estão a cumprir, mas que percebe que há muita gente que não liga às recomendações. Percebe também, à distância, que a linha de saúde 24 pode “entupir” mais. “Cá [Países Baixos] a saúde é privatizada, todos temos médicos de família e são eles que fazem a primeira triagem e o respetivo encaminhamento de casos positivos de COVID”.

E quando à polémica do ministro das Finanças dos Países Baixos, Wopke Bastiaan Hoekstra, que em público recusou pacotes de apoio financeiro a Itália ou a Espanha, Paula Dias diz que não falou com holandeses sobre essa temática. Já dentro da comunidade portuguesa todos ficaram estupefactos com o que o governante disse: “Não caiu muito bem nos portugueses que vivem aqui [Amesterdão], não foi feliz”. E depois das reações mais duras do próprio primeiro-ministro português, António Costa, o próprio ministro dos Países Baixos acabou por reconhecer na semana passada que: “devíamos ter reagido melhor, incluindo eu próprio”. Seja como for, Paula Dias não quer pensar, por agora, no regresso. Apenas revela que tem as férias agendadas para julho e que virá a Abrantes “se for possível”. Pelas medidas que tomaram naquele território Paula Dias começa a ver a perspetiva a esfumar-se. “Há 100 mil infetados [30 março], são 17 milhões e dizem que metade vai ficar infetado, por isso não sei se será possível” diz e, entre a esperança, “não espero sair dos Países Baixos enquanto esta questão não estiver minimamente resolvida. Não ponho a minha vida em risco”.

/ IRLANDA Hugo Correia

Na Irlanda cumpre-se o isolamento social

/ PAÍSES BAIXOS Paula Dias

Nos Países Baixos, o olhar de quem está em isolamento social 8

JORNAL DE ABRANTES / Abril 2020

Jerónimo Belo Jorge

Jerónimo Belo Jorge


ATUALIDADE / COVID19

mas também ao Canadá. Há alguns anos em Toronto, na província do Ontário, Sérgio Mourato é um dos jornalistas de uma cadeia de televisão, a Omni Group.

Com uma presença forte nos eventos desportivos este, grupo de media tem os profissionais, tal como na Europa, divididos em grupos. Uns trabalham e outros fazem a quarentena, para depois fazerem a troca. E foi aí, em casa, que encontrámos o Sérgio Mourato que contou como se estão a viver por lá estes dias. Natural da freguesia de Tramagal, durante muitos anos profissional da Rádio Tágide agora no Canadá, diz que tem “alguma apreensão com toda esta situação”. No Canadá a província do Ontário, tal como o Quebec, declarou o estado de emergência tendo em conta a proliferação do novo coronavírus. “É uma situação, infelizmente, normal, mas é o que se está a passar. Os supermercados continuam abertos para que as pessoas possam comprar os bens essenciais para casa. Há muitas filas e temos de respeitar a distância social dos dois metros” diz o jornalista que acrescenta que só deixam entrar cinco pessoas de cada vez. Já nos restaurantes e cafés o serviço é exclusivamente “em regime de take out”, ou seja, vender para fora. E na semana passada o governo da

província agravou as medidas e mandou encerrar a atividade comercial não essencial. Sério Mourato refere que o mayor de Toronto lamentou que no fim de semana passado, dias 21 e 22 de março, tenham saído para os parques da cidade, descurando as recomendações internacionais sobre a COVID-19. Depois as medidas agravaram-se para evitar estas saídas para a rua. Sérgio Mourato acompanha a situação que se vive em Portugal, quer pelos canais de informação, quer nos contactos com a família e tem a noção de que as coisas não serão muito diferentes entre os dois países. Nesta conversa feita a 26 de março [é importante referir as datas porque os factos mudam a todo o momento] a preocupação são sempre os mais idosos. “Há essa preocupação com as pessoas mais vulneráveis”, diz o jornalista acrescentando que faz um olhar constante sobre as redes sociais para ter notícias de Portugal, tendo sempre atenção às fake news. E depois revela que está tudo bem com a família, com quem mantém

os contactos regulares, mas pensa naquilo que é o problema mundial. Regressando à vida em Toronto, no Canadá há produtos que a espaços se vão esgotando aqui e ali, embora o governo canadiano já tenha dito que “não vai haver falhas nos abastecimentos. Não vão faltar produtos”. Mas lá, tal como cá, Sérgio Mourato conta que a busca do papel higiénico é uma coisa de todos os países, e também no Canadá foi um dos alvos preferenciais dos consumidores. Depois de uma semana em casa, esta semana Sérgio Mourato estará de volta à redação onde trabalha para substituir os que estiveram de turno esta semana. A vida continua e mesmo sem desportos, uma das áreas fundamentais do grupo onde trabalha, há sempre outras reportagens a fazer. Quanto à COVID-19 no Canadá soube-se este domingo que a mulher do primeiro-ministro canadiano recuperou da doença que lhe tinha sido detetada há duas semanas.

Autor de documentário sobre o Pego faz o seu recolhimento em Düsseldorf

A Alemanha é um dos países da Europa que começa a ter muitos casos de COVID-19, talvez muito por culpa dos cidadãos que não ligaram muito às recomendações dos responsáveis de saúde. É pelo menos esta a ideia de Sério Oliveira, pegacho de gema que vive e trabalha na Alemanha. O Sérgio está há anos na Alemanha, mas continua a ter o Pego no coração, naturalmente, por isso em 2019 apresentou o documentário “Fandango” sobre os usos e costumes do “seu” Pego. Este domingo [22 março] quando encetámos o contacto para gravar a entrevista, o Sérgio pediu mais uns minutos. Estava a ouvir na televisão alemã a chanceler Angela Merkel que anunciava medidas mais restritivas para os cidadãos já que os números continuam a subir. E a conversa começou mesmo por aí. “Estava agora [domingo, 22 março, às 17:00] a nossa chanceler a falar e apontou oito pontos sobre a realidade

daquilo que é isto. E como temos casos mais complicados, por exemplo, na Baviera, estava a dizer como devemos proceder. Aqui já tínhamos o alerta de que não poderíamos sair de casa. Mas não foi, para já esta a decisão. São medidas muito idênticas às de Portugal. Temos de manter a distância higiénica, mas podemos ir à rua”. Com grande parte do comércio fechado, na Alemanha, “nos últimos três, quatro dias, as pessoas mudaram muito os hábitos. Mesmo quem brincava com a situação já percebeu que isto é grave e que o melhor é mesmo ficar em casa. As pessoas começam a perceber que têm de travar isto”. Mesmo a viver em Düsseldorf este português mantém-se, tal como os outros cidadãos lusos que vivem fora do país, muito atento ao que se passa por cá. “Eu estou a acompanhar. Através da RTP e da internet. Claro que me interessa muito, de como as coisas estão a funcionar”. O músico diz que “dentro do que temos de mau

temos de fazer o nosso melhor, temos de aproveitar a parte positiva para fazer coisas a pensar num futuro mais próximo”. E depois a inevitável pergunta sobre a música nestes dias. Ao que respondeu que os espetáculos que tinha agendados até julho foram cancelados. “Vamos fazendo coisas, contactando uns com os outros, criando alguma proximidade”, disse Sérgio Oliveira dando como exemplo o sábado [21 março] à noite: “Ontem muitos músicos portugueses fizeram “watchparty” mesmo através da rede social Facebook. Acho uma coisa ótima. E até acho que podemos aprender e do negativo tirar coisas boas para aproveitar no futuro”. Sérgio Oliveira estreou o seu documentário “Fandango” em Abrantes a 18 de Abril de 2019 tendo agora disponibilizado gratuitamente nas redes sociais para que quem quiser ver, nestes tempos em que ocupar o tempo pode ser um dos grandes desafios da atualidade.

No Canadá a ordem é a mesma: ficar em casa O coronavírus chega a todo o lado. E chegou também ao outro lado do Atlântico. Aos Estados Unidos da América, que pode a curto prazo ser o epicentro da pandemia,

/ ALEMANHA Sérgio Oliveira

Jerónimo Belo Jorge

Jerónimo Belo Jorge PUBLICIDADE

/ CANADA Sérgio Mourato

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ATUALIDADE / COVID19

// Acordar! Abrir os olhos…ficarmos aliviados porque pensamos “Foi um pesadelo, que bom”…Mas rapidamente ele instala-se de novo…o Medo. Afinal não foi um pesadelo. Está mesmo a acontecer! A ansiedade volta. O medo toma conta nós. E há que saber lidar com ele. O medo, foi tema de conversa com a psicóloga Sofia Loureiro do CAPTA - Centro de Apoios, Psicologia e Terapias de Abrantes

O Medo, está nesta altura na nossa mente, no nosso pensamento, no nosso coração. Talvez como nunca o tenhamos sentido antes. Como é que podemos lidar da melhor forma com este medo?

Em primeiro lugar lembrarmos que é natural e aceitar que faz parte do processo que estamos a viver e que todos numa ou noutra altura vamos sentir o mesmo! Depois ter sempre em mente que esta situação não vai durar para sempre, que não vamos ficar em isolamento o resto da vida, nem o vírus vai ficar connosco para sempre. É uma fase dura, mas temporária! É importante manter rotinas estruturadas, manter bons hábitos de sono e fazer uma alimentação equilibrada! Manter-se hidratado! Fazer atividade física em casa. Concentrem-se no aqui e agora, nas atividades que estão a fazer: preparar uma refeição, fazer exercício, jogar um jogo, ler um livro, ver um filme. Mantenham-se informados e atualizados, mas usem meios de comunicação que se baseiam em fontes oficiais de informação, como a DGS e a OMS. E não, de preferência não estejam ligados a noticiários todo o dia! Por outro lado, não se foquem só nas informações negativas. Há sempre boas notícias, mesmo neste contexto. Falem com amigos e

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Sinto Medo! E Agora? familiares, por telefone, por mensagem, por vídeo chamada. Partilhem com alguém o que estão a sentir e como estão a viver esta situação. Falar com alguém é das estratégias mais eficazes para diminuir a ansiedade. E mesmo assim, se não passarem estes sintomas de medo, contacte com um psicólogo.

Ter medo numa situação destas que vivemos, não é obrigatoriamente negativo. É uma emoção normal…

Não só não é negativo como é natural e pode ser adaptativo. Neste caso, com a situação e contexto de pandemia COVID-19 que vivemos, a necessidade de cumprir várias medidas de proteção, de termos que estar em isolamento social e principalmente o facto de ser uma doença sobre a qual pouco se sabe e sobre o que o futuro nos reserva, é natural que nos sintamos ansiosos, com medo, preocupados e sob stress. Sentimo-nos perdidos e com pouco controlo! Mas, estas emoções desconfortáveis têm um papel muito importante: proteger-nos. Porque quando nos sentimos com medo e sob ameaça, aumenta

JORNAL DE ABRANTES / Abril 2020

o nosso estado de alerta e ficamos mais vigilantes e mais capazes de adotar comportamentos de proteção e assim adaptar-nos à nova situação e melhor conseguir a nossa segurança e a dos outros.

O medo que sentimos pode no entanto tornar-se perigoso, certo?

O medo pode tornar-se perigoso se não conseguirmos adotar estas estratégias de proteção e se deixamos que nos bloqueie! Temos que ter noção que a ansiedade/ o medo tem efeitos no nosso pensamento. Do ponto de vista psicológico, o medo em excesso pode tornar-nos mais nervosos, irritáveis, incapazes de relaxar e de nos concentrarmos. Podemos não ser capazes de parar os nossos pensamentos e o nosso pensamento pode ser repetitivo e negativo. Podemos sofrer por antecipação (ex. “e se ficar doente?”; “e se nunca houver solução?”) e autocriticarmo-nos excessivamente (ex. nunca faço nada bem, não sirvo para nada). Há que ter noção

que uma coisa são esses pensamentos, outra é eles corresponderem à realidade e à probabilidade de acontecer tudo o que antecipamos de negativo!

E de que forma podemos controlar esta emoção, de modo a suavizarmos o medo ajudando-nos a nós próprios e aos outros?

Devemos cumprir as regras e as orientações que a DGS nos tem dado. Ficar em casa. Adotarmos comportamentos que, neste momento, são fundamentais para nos manter, a nós e aos outros, em segurança e saudáveis, como o distanciamento de segurança se tivermos que sair e lavar as mãos evitando tocar no rosto. Quando em situações de maior tensão, em que estamos mais angustiados, podemos usar algumas estratégias como ouvir uma música de que gostamos e cantar. Ler um livro. Desenhar. Fazer almoços, lanches e jantares virtuais com amigos. E claro, utilizar técnicas de relaxamento. Há muitos documentos disponíveis online que orientam neste sentido, nomeadamente no site da Ordem dos Psicólogos Portugueses e que nós temos partilhado na página do facebook do CAPTA. Fazer por ter uma boa saúde

mental, controlando esse medo, é meio caminho andado para estarmos mais tranquilos, certamente que em conjunto com uma também boa saúde física… Sim sem dúvida. A saúde física e mental estão de mãos dadas e são indissociáveis. Tudo o que referi anteriormente são as grandes ferramentas para lidarmos com o medo, com o isolamento, gerindo de forma equilibrada a nossa saúde física e emocional.

No CAPTA, Centro de Apoios, Psicologia e Terapias de Abrantes, tem recebido (ainda que não presencialmente) muitos pedidos de ajuda? Quais são os medos que as pessoas mais lhe dão a conhecer?

As pessoas com quem continuamos a trabalhar e que nos contactam sentem os medos de que falámos. Medo de ficar doente ou contagiado. Medo de contagiar alguém da sua família porque continuam a trabalhar e regressam a casa para junto dos seus! Medo do futuro quer ao nível da saúde, quer ao nível económico. E os mais novos o principal receio é pelos seus pais e avós. Quanto aos adolescentes, vivem numa luta entre o medo pelos seus familiares poderem ser contagiados e a dificuldade em ficar em casa sem contactos sociais, bem como pela insegurança face aos estudos e exames nacionais! No CAPTA continuamos a prestar apoio e a fazer as consultas através de vídeo chamada e outras metodologias de teletrabalho, procurando responder às necessidades de cada de um/a de forma individual.


REGIÃO / Constância Festas de Nossa Senhora da Boa Viagem canceladas / Projeto da nova Extensão de Saúde de Montalvo

Obras da Extensão de Saúde de Montalvo foram suspensas / Festas de Nossa Senhora da Boa Viagem em 2019 “Face a isto, e depois de consultar a Autoridade Local de Saúde Pública a Câmara Municipal de Constância entende que não existem condições para a realização das nossas Festas em 2020. Atendendo a este fato, as Festas do Concelho/Festa de Nossa Senhora da Boa Viagem 2020 ficam canceladas, bem como as cerimónias re-

ligiosas realizadas pela Paróquia”, diz a nota. No dia 17 de março esteve reunida a Comissão Municipal de Proteção Civil, no sentido de adotar medidas para prevenir a propagação da Covid-19, sendo a decisão sobre as Festas do Concelho de Constância 2020 o ponto forte desta reunião.

A Câmara Municipal de Constância dá conta que “conforme solicitação do empreiteiro responsável pela obra, face à epidemia da infeção por COVID-19, a qual foi aceite pela Câmara Municipal, foram suspensas as obras da Extensão de Saúde de Montalvo, no concelho de Constância, trabalhos que tiveram início nos primeiros dias deste mês de março”. As obras em causa visam a adaptação do antigo edifício de Escola de 1º Ciclo Dr. José Godinho, em

Montalvo, para Extensão de Saúde, as quais resultam de um protocolo assinado entre a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo- ARSLVT e a Câmara Municipal de Constância. A intervenção prevista contempla a adaptação do interior do edifício para o fim a que se destina, sendo que exteriormente serão efetuadas pequenas alterações, para cumprimento do layout definido pela ARSLVT. PUBLICIDADE

Face à situação atual vivida devido à propagação do novo coronavírus no nosso país, o Município de Constância anunciou o cancelamento das Festas do Concelho, as conhecidas Festas de Nossa Senhora da Boa Viagem. Diz a autarquia que estas festas são “há largos anos o maior evento cultural da nossa terra. Uma Festa que é feita por todas as forças vivas do Concelho (Câmara, Juntas de Freguesia, Associações, Agrupamento de Escolas, Santa Casa da Misericórdia, Bombeiros, Guarda Nacional Republicana, Paróquia e a População em geral). São sem sombra de dúvida um momento de união e de afirmação da nossa identidade coletiva”. No entanto, tendo em vista a “salvaguarda do mais elementar milímetro do interesse público” e tendo em conta a necessidade de cumprir “regras e procedimentos” existentes num “Estado de Direito Democrático”, o Município considera que “no atual contexto (COVID – 19) é fundamental assegurar a saúde pública e o bem-estar de todos”.

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REGIÃO / Abrantes

PSD denuncia saída de médicos da USF, presidente da Câmara diz que resposta saiu reforçada

/ A USF D. Francisco de Almeida situa-se na Rua Nossa Sra. da Conceição, em Abrantes saúde de origem, mas não causando prejuízos aos utentes. O dirigente político explicou que os médicos levam consigo o ficheiro de doentes e que o utente que pretenda uma consulta terá de ir ao local onde

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O PSD de Abrantes publicou, a 11 de março, na sua página oficial do Facebook que “da noite para o dia e sem aviso prévio, a USF D. Francisco de Almeida localizada no centro de Abrantes, viu-se privada de metade do seu efetivo”. Revelava o PSD neste comunicado que “entre médicos, enfermeiros e administrativos, terão abandonado aquela unidade, 9 dos 17 elementos que a compunham”. No mesmo texto, a concelhia social-democrata deixava algumas perguntas, como o que “terá feito a tutela e a Câmara Municipal para evitar um rombo de tal dimensão”. E acrescentam no mesmo comunicado da rede social que são “milhares de utentes que ali eram servidos, quer os da zona urbana da cidade, quer sobretudo os das freguesias rurais e periféricas”. Os social-democratas salientam ainda que haverá prejuízos no acesso aos cuidados de saúde, como no transtorno em termos de mobilidade. “Deixamos a má notícia e esperamos rápida explicação e solução”, conclui a concelhia de Abrantes do PSD. Contactado pelo Jornal de Abrantes, o líder da concelhia do PSD, José Moreno, confirmou esta saída de metade dos profissionais que regressaram aos centros de

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JORNAL DE ABRANTES / Abril 2020

está o seu médico de família ou então fazer um pedido de transferência para continuarem na USF. Esta é uma situação que não é nova e que tem a ver com questões de divisões internas na Unidade de Saúde Familiar. A mesma questão já foi levantada em reunião do executivo municipal pelo vereador do Bloco de Esquerda, Armindo Silveira, tendo na altura, a 21 de janeiro, tido como resposta do presidente da Câmara de Abrantes, Manuel Jorge Valamatos, que estava em curso uma reestruturação técnica na USF por parte da tutela, ou seja, o ACES do Médio Tejo. Manuel Jorge Valamatos, em declarações ao Jornal de Abrantes, voltou a referir que estava em curso “uma reestruturação técnica” da Unidade de Saúde Familiar por parte do Agrupamento de Centro de Saúde do Médio Tejo e que tem de ser o ACES a explicar essas alterações. Mas adiantou que essa reestruturação levou à saída de alguns profissionais, como médicos, enfermeiros e assistentes técnicos “que estão a ser complementados na Unidade de Saúde Familiar D. Francisco de Almeida e os profissionais que saíram estão incorporados noutras Extensões de Saúde do nosso concelho”. Concretamente, disse o presidente, “vamos ter mais dois médicos novos, que já estão a trabalhar

“Sentimos agora um reforço de médicos no nosso concelho e queremos continuar a ampliar essa capacidade técnica para dar as melhores respostas aos nossos cidadãos”.

na USF D. Francisco de Almeida e, no fim de contas, acabamos por ver reforçado o número de médicos a trabalhar no concelho”. Quanto à preocupação levantada pelo PSD de deixar utentes sem médico de família, Manuel Jorge Valamatos também confessou que “ficámos sempre preocupados e estamos sempre preocupados que algum cidadão possa ficar desprotegido” mas, garantiu, “não é essa a informação que temos, bem pelo contrário. O que vamos ter é maior abrangência de utentes nesta amplitude do concelho em termos de resposta à saúde familiar”. “A situação parece estar resolvida, mas o que nos importa é que, neste momento, temos mais médicos, vamos ter seguramente mais enfermeiros e mais técnicos a assistir o nosso concelho e isso deixa-nos mais tranquilos”, afirmou. Manuel Jorge Valamatos deu conta que a situação foi resolvida pelo ACES Médio Tejo e que se tratou “sempre” de uma questão técnica. No entanto, reconheceu que a situação “criou algum desconforto mas as coisas vão voltar ao normal. São questões técnicas de organização e gestão que não têm a ver diretamente com a câmara Municipal mas sim com o ACES Médio Tejo”. O presidente relembrou ainda que “apesar desta intranquilidade, os serviços nunca deixaram de ser prestados às nossas pessoas com qualidade e com espírito profissional”. Concluiu dizendo que “sentimos agora um reforço de médicos no nosso concelho e queremos continuar a ampliar essa capacidade técnica para dar as melhores respostas aos nossos cidadãos”. Jerónimo Belo Jorge e Patrícia Seixas


REGIÃO / Abrantes

Jorge Ferreira Dias marcou presença na reunião da Câmara Municipal de Abrantes de dia 3 de março e só saiu depois de escoltado pela PSP. O empresário abrantino, no uso da palavra no período destinado aos cidadãos, voltou a demonstrar as alegadas irregularidades cometidas ao longo dos anos nos processos que tem com a Câmara Municipal de Abrantes. Falou dos prédios da Ferraria, da ETAR dos Carochos e também dos terrenos da Encosta da Barata que envolvem a Mercar. Tudo foi explicado pelo empresário que deixou documentos para análise e tudo foi ouvido pelo Executivo. Quando Jorge Ferreira Dias ultrapassou em muito o tempo destinado ao público, o presidente Manuel Jorge Valamatos voltou a alertar o empresário para esse facto. Jorge Ferreira Dias dirigiu-se ao presidente da Câmara dizendo que “o senhor está de coração aberto, aqui é a casa da Democracia... quero que vejam isto com atenção”,

pedindo também o mesmo aos dois vereadores da oposição. Tudo parecia estar terminado quando, sem nada o fazer prever, os ânimos exaltaram-se. Manuel Jorge Valamatos pediu respeito e Jorge Ferreira Dias pediu o mesmo. “Levaram-me à insolvência... eu

estou a passar fome neste momento... cuidado, não brinquem mais comigo”, disse o empresário, já sem se conseguir controlar. Mas foi quando Jorge Ferreira Dias disse que “isto é a casa da calhordice, das vigarices, seus malandros”, que o presidente da Câmara

Morreu Francisco Romãozinho O automobilismo ficou de luto com a morte de Francisco Romãozinho, no dia 12 de março, aos 69 anos de idade. Francisco Romãozinho foi o primeiro português de ralis que conduziu uma viatura de fábrica, o mítico “boca de sapo” Citroën DS 21. Foi este piloto que levou o DS 21 ao lugar mais alto do pódio no triunfo no TAP/Rali de Portugal. A sua carreira desportiva ficou marca pelo título de campeão nacional quando administrava empresas do sector. Francisco Romãozinho nasceu em Castelo Branco, a 11 de novembro de 1950, e era filho único de um médico albicastrense, mas fez a sua vida em Lisboa desde muito cedo. Francisco Romãozinho venceu o Campeonato Nacional de Velocidade, num BMW, o TAP/Rali de Portugal ao volante de um Citröen DS 21, passando também por provas de todo-o-terreno. Profissionalmente, Francisco Romãozinho ficou, durante largos anos, associado à Citröen, passando ainda pela SIVA, sendo da sua responsabilidade a “aquisição” da marca Skoda para o nosso país, bem como a italiana Fiat. Francisco Romãozinho dividia a sua vida na reforma entre Lisboa e Alvega, Abrantes, onde era proprietário da unidade de turismo rural Monte da Várzea.

o convidou a sair. E Jorge Ferreira Dias assentiu, dizendo “saio sim senhor”. Mas acrescentou: “saio para não vir cá a polícia, se não mandava isto pelo ar. Vocês não sabem a força e o poder que eu tenho”. Manuel Jorge Valamatos disse que “o senhor não tem o direito de fazer isso” e pediu para que fosse chamada a polícia. “Já chega, já chega...” foi dizendo o empresário enquanto pedia aos vereadores da oposição que olhassem e analisassem os documentos. Dirigindo-se diretamente ao vereador Rui Santos, do PSD, disse que “o senhor não está aí a fazer nada. O senhor colabora com a pandilha”. Jorge Ferreira Dias sentou-se, disse que queria “um processo-crime” e afirmou que só sairia do Salão Nobre acompanhado pela PSP. E assim fez... Passados poucos minutos, dois agentes da PSP de Abrantes chegaram ao local e, sem qualquer resistência por parte do empresário, acompanharam Jorge Ferreira Dias à porta.

“Tudo parecia estar terminado quando, sem nada o fazer prever, os ânimos exaltaramse. Manuel Jorge Valamatos pediu respeito e Jorge Ferreira Dias pediu o mesmo”. Depois de terminada a reunião de Câmara, que esteve interrompida até à chegada da PSP, e ainda visivelmente perturbado, o presidente da Câmara de Abrantes afirmou aos jornalistas não saber “qual o objetivo” do empresário. “Aquilo que vamos fazer neste momento é, junto das autoridades, tentar perceber o que devemos concretizar porque não é a primeira vez, são múltiplas as vezes em que somos ameaçados e parece-nos que é perfeitamente injusto. Não faz sentido vivermos sob o efeito de ameaças e vamos tomar as nossas providências”, disse Manuel Jorge Valamatos. Patrícia Seixas PUBLICIDADE

Jorge Ferreira Dias saiu escoltado pela PSP: “Eu estou a passar fome neste momento”

SERVIÇOS MUNICIPALIZADOS DE ABRANTES

/ Francisco Romãozinho 1950-2020 Um empreendimento com capacidade de alojamento de 28 pessoas em 12 casas de diversas tipologias.

Abril 2020 / JORNAL DE ABRANTES

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REGIÃO / Abrantes

Ultrapassado o prazo, PSD questiona sobre empresa Tectania O vereador do PSD questionou o presidente da Câmara de Abrantes sobre “a suposta” instalação da empresa Tectania, uma vez “que está quase a terminar o prazo que nos foi pedido de mais um ano”. Rui Santos perguntou pelo ponto de situação porque, “com muita pena minha, tenho que voltar a dizer que andámos a encher chouriços”. A questão foi colocada na reunião do Executivo de dia 3 de março e o vereador social-democrata recordou que foi feita “uma grande apresentação pública dessa empresa e afinal, nem sequer sabíamos quem eram os investidores. Aqui nas sessões de Câmara, já houve várias explicações, se calhar as melhores dadas pelo atual Executivo, mas continuamos sem saber exatamente o que é que vai acontecer”. “Era um investimento bom para o concelho”, adiantou Rui Santos que acrescentou ser “verdade que a Autarquia não pode obrigar ninguém a investir mas também não pode prometer ao seus munícipes que vão ser criados x postos de trabalho e, passados cerca de dois anos, isto nada vai dar. Tal como eu disse há algum tempo nesta casa”. Em resposta ao vereador social-democrata, o presidente da Câma-

/ Reunião do Executivo de dia 3 de março ra de Abrantes afirmou existirem “um conjunto de expetativas que são criadas em torno de determinadas ações empresariais e umas correm bem e outras correm mal”. Manuel Jorge Valamatos explicou que foram percorridos os “procedimentos e processos adequados mas não temos como obrigar uma empresa a instalar-se”. Segundo o autarca, “o que nos foi dito em determinado momen-

to é que esta empresa, por via da disponibilização do dinheiro e da situação económica no Brasil, estava à procura de outras estratégias de investimento. A última vez que falei com os empresários, a vontade de avançar é imensa. Estão com algumas dificuldades, é verdade, mas estão a tentar conseguir”. De relembrar que a 5 de dezembro de 2019, o secretário de Estado do Planeamento lançou um ultima-

to de 30 dias para as empresas que tinham fundos comunitários parados regularizarem a situação. José Mendes garantia não existirem projetos em riscos de não serem cumpridos por falta de liquidez para cumprir com o cofinanciamento, mas estava a ser feita uma maior fiscalização à utilização dos fundos comunitários. Depois de feita a avaliação, o Governo deu 30 dias para as empresas regularizarem a situação, ou teriam de devolver o dinheiro. E esse é o caso da Tectania mas Manuel Jorge Valamatos apenas disse que a Câmara acompanha “do ponto de vista processual aquilo que são as vontades dos diferentes investimentos e temos empresas a quererem instalar-se em Abrantes, temos empresas nossas e temos procurado valorizar muito as que já cá estão e dar as melhores respostas tendo em conta o seu desenvolvimento. E àquelas que procuram Abrantes para fazer investimentos, procuramos dar as melhores respostas, criar as melhores condições para que esses investimentos possam acontecer. É isso que temos feito ao longo dos anos e vamos continuar a fazer”. Questionado se alguma vez reuniu presencialmente com os em-

presários da Tectania, o presidente disse que sim, que o fez “online várias vezes” e que também já reuniram presencialmente “algumas vezes”. “A Tectania, em particular, vai demonstrando algumas dificuldades de operacionalidade do seu investimento, mas deixando sempre a esperança de que possa acontecer”, acrescentou o presidente. Manuel Jorge Valamatos disse depois que há “muitas empresas já nossas a valorizarem-se e a crescer e isso deixa-nos muito satisfeitos (…) e simultaneamente outras empresas vão surgindo com vontade de se instalar. Mas não é a Câmara que faz o investimento”. Mas o presidente lá voltou ao tema Tectania e acrescentou depois que “do ponto de vista legal existem procedimentos que têm os seus timings e vamos agir em conformidade com isso”. “Desejamos e era bom para todos que este investimento voltasse a estar na ordem do dia”, concluiu o presidente da Câmara Municipal de Abrantes. A Tectania, Tecnologia Automóvel, Lda, prevê um investimento de 44 ME e a criação direta de cerca de 251 postos de trabalho, como foi anunciada em reunião de Câmara a 15 de maio de 2018. Na altura, foi aprovada por unanimidade a alienação do terreno, localizado no Parque Industrial de Abrantes – zona sul, e os incentivos fiscais e tributários que rondam cerca de meio milhão de euros. Patrícia Seixas

Vereador do BE ficou “sentido” e “consternado” por conhecer cartaz das Festas pela imprensa Na reunião do Executivo da Câmara de Abrantes, realizada no dia 3 de março, o vereador do Bloco de Esquerda (BE) manifestou o seu desagrado por, mais uma vez, ter tido conhecimento do cartaz das Festas da Cidade pela Comunicação Social. “Ao longo dos últimos anos tenho feito algumas intervenções no sentido de alertar para o facto de os vereadores da oposição saberem do cartaz pela imprensa. E mais uma vez este ano acontece essa situação”, começou por dizer o vereador. Armindo Silveira disse-se “sentido” e “consternado” com a situação e gostaria de ter sido chamado para, “ao menos, um pedido de proposta ou contribuição para o cartaz ou outra coisa qualquer em relação às Festas da Cidade”. O vereador do BE reconheceu que este ano “até foi diferente, foi feita uma apresentação pública”

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/ Vereador Armindo Silveira, eleito pelo Bloco de Esquerda mas não deixou de afirmar à maioria socialista que “podem fazer a vossa campanha mas, pelo menos, que informem os vereadores da oposição”.

JORNAL DE ABRANTES / Abril 2020

Armindo Silveira acrescentou que estava “sentido com esta situação porque já há mais de dois anos, com a outra presidente e também o ano passado falei disto

e continua-se a repetir”. Deixou a sua “manifestação de desagrado” e concluiu que “se fazemos parte da equipa, em algumas coisas seria conveniente que pudéssemos ser até convidados a dar alguma sugestão”. O presidente da Câmara Municipal respondeu ao vereador bloquista justificando a conferência de imprensa com a antecipação do anúncio por parte dos próprios artistas. Manuel Jorge Valamatos disse entender que “era o momento certo para apresentar porque andámos uns meses para consolidar e fechar os contratos com um conjunto de artistas e quando isso foi oportuno... é que, como sabe, nós fechamos os contratos e os próprios artistas começam a anunciar nas suas páginas e nos seus sites que vêm atuar a Abrantes”. Como gostava de ser a Câmara a anunciar e não que as pessoas

tomassem conhecimento pelas agendas dos cantores, decidimos “apresentar rapidamente” para que “fossemos nós a dar conta daquilo que teríamos que ser nós a dar”. Já o vereador Luís Filipe Dias explicou depois que “houve alguns episódios que importaria relevar porque sabíamos, por exemplo, que a Rita Guerra ia ganhar o concurso «A Máscara» nesse domingo e seria importante antes” a presença da artista nas Festas da Cidade para capitalizar esse facto. Relativamente às escolas do cartaz, o vereador lembrou ao vereador Armindo Silveira que o Bloco de Esquerda tem representação no Conselho Municipal de Juventude “onde muitas das opções de escolha, quer da Praça Jovem quer de outros palcos, são discutidas e depois plasmadas no quadro da programação das Festas”. Patrícia Seixas


REGIÃO / Sardoal

Casa Grande: o projeto de um hotel de charme à espera de um casamento feliz É um projeto que se encontra em “fase de namoro” mas à espera de um “casamento feliz”. Foi assim que o presidente do Município de Sardoal, Miguel Borges, descreveu aquele que é um investimento há muito esperado no concelho. Um hotel de quatro estrelas no centro da vila, instalado no palacete da histórica Casa dos Almeidas, ou Casa Grande. Atualmente, é propriedade do Município, e o objetivo da autarquia é reconstruir e dar nova vida a todo este património - um edifício de arquitetura barroca mandado construir por D. Gaspar Barata de Mendonça, prelado e jurista português, arcebispo Primaz do Brasil, entre o final do século XVII início do século XVIII - que está classificado pela Direção-Geral do Património Cultural como Imóvel de Interesse Público. E a nova vida da Casa Grande é uma realidade que já esteve mais longe de acontecer. Ficámos a par do ponto de situação quando, nos últimos dias do mês de fevereiro, a secretária de Estado do Turismo, Rita Marques, se deslocou a este território no âmbito de um périplo pela região Centro do país onde ficou a conhecer projetos turísticos em desenvolvimento. E foi no piso térreo deste emblemático edifício que o autarca Miguel Borges deu a conhecer o projeto da autarquia para a Casa Grande: “É um edifício que tem esta beleza e que nós queremos transformar numa lógica de recuperação de património mas ao mesmo tempo dar um equipamento que faz falta não só ao nosso concelho mas à nossa região: um hotel”. Lembrando que “já há alguns anos” que a autarquia tem trabalho neste projeto de recuperação – a cargo do arquiteto Pedro Mendonça – o presidente da autarquia lembra que o mesmo já foi aprovado pela Direção-Geral do Património Cultural e que tem parecer positivo do Turismo de Portugal. “Temos tudo o que é necessário para ir avante”, admitiu. No entanto, Miguel Borges aproveitou a presença da secretária de Estado do Turismo para defender que este é um investimento “muito grande e se não tiver algum apoio não será um investimento fácil de resolver”, reiterando a importância da prossecução do projeto para a criação de postos de trabalho e riqueza no território. O projeto de recuperação deste imóvel prevê uma capacidade para

“Temos tudo o que é necessário para ir avante”, admitiu Miguel Borges

/ O projeto de recuperação da Casa Grande prevê dar origem a um hotel de 4 estrelas

/ Na visita, a responsável do Governo fez-se acompanhar por uma delegação do Turismo Centro de Portugal, marcando presença diversas entidades da região 38 quartos, além de outros equipamentos como salão nobre e salas polivalentes, uma cozinha, salas de refeição, salas de jogos e de estar, sala de piano, espaço comercial, sem esquecer a piscina exterior, o solário e os espaços verdes. Mas se o projeto já existe, interessados também. Na plateia estava o empresário José Roseira, proprietário do Hotel Chiado, em Lisboa, com o qual as negociações vão em “fase de namoro”.

O empresário José Roseira interveio para afirmar que existe um “potencial extraordinário” naquele que considera ser um “edifício belíssimo”, destacando o projeto “muito bem feito”. Por outro lado, os constrangimentos prendem-se com os custos. O empresário reflete que reconstruir um edifício tem um custo mais elevado do que construir um hotel de raiz, dando como exemplo que o preço de construção por quarto

sobe, em termos aproximados, de 75 mil para 110 mil por quarto. Isto porque “o estado de degradação em que ele está é muito elevado e o custo em sede de infraestruturas é claramente muito elevado”, admite o empresário. “Há aqui um custo de cobertura do investimento financeiro que tem a ver com a recuperação do edificado deste património em si que ou nós conseguimos encontrar algum tipo de plataforma que permita

compatibilizar estas situações ou então torna o investimento por si inviável em termos económicos”, disse José Roseira que se mostrou esperançoso de que “com as outras entidades aqui presentes, há-de ser possível alargarmos o âmbito deste namoro e encontrar plataformas que permitam recuperar o edifício”. Foi aqui que interveio a secretária de Estado do Turismo. Rita Marques questionou sobre que apoios seriam necessários para levantar este projeto que tem um total estimado de investimento privado a rondar os 4 milhões e meio de euros: “Aquilo que considera que poderia ser um casamento feliz, era um apoio na ordem dos 1,5 milhões de euros?”, perguntou ao empresário. A responsável do Governo explicou depois que o Estado tem previstas linhas de apoio nas quais este projeto se poderá enquadrar, dando ainda a possibilidade de se candidatarem ao Programa REVIVE, um programa do Governo que abre o património ao investimento privado para o desenvolvimento de projetos turísticos, através da concessão da sua exploração por concurso público, passando pela “recuperação de imóveis públicos de elevado valor patrimonial que não estão a ser usufruídos pelas comunidades e seus visitantes, através da realização de investimentos privados que os tornem aptos para afetação a uma atividade económica lucrativa, com vocação turística”. No final desta visita houve ainda tempo para dar a conhecer a Igreja Matriz de Sardoal, um edifício também classificado como Imóvel de Interesse Público e que tem uma necessidade de investimento para a respetiva requalificação. A secretária de Estado anunciou na ocasião o ponto de situação das candidaturas feitas o ano passado pela autarquia para recuperar a igreja, dizendo que “está difícil” para o Município ver aprovadas as candidaturas feitas neste âmbito. Ana Rita Cristóvão

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REGIÃO / Vila Nova da Barquinha

/ Presidente do Município de VN Barquinha acompanhado pela secretária de Estado do Turismo e os promotores do BARK (Foto: Turismo Centro de Portugal

Projeto BARK - Biopark Barquinha adia data de inauguração A data de inauguração prevista era a 25 de março de 2021. Ou seja, estávamos a pouco mais de um ano para ficar a conhecer aquele que pretende ser um dos maiores bioparques do mundo. A nascer entre a A23 e a A13, a norte do centro de negócios de Vila Nova da Barquinha, este zoo de imersão pretende ser um centro de conservação e reprodução de espécies em vias de extinção, permitindo aos visitantes interagir com a natureza ao mesmo tempo que são preservados os habitats das 260 espécies inicialmente previstas. Contudo, para poder experienciar esta aventura vai ter de esperar um pouco mais. Isto porque a data de abertura foi atrasada. A informação foi avançada pelo promotor do projeto, João Paulo Rodrigues, que justifica o adiamento com os constrangimentos provocados pela pandemia de Covid-19. “Com o a nova pandemia de COVID-19 a afectar diversas áreas da vida de cada pessoa a nível mundial, e com a nova possível declaração de emergência em Portugal, todo o trabalho que está a ser feito para a realização do Bark vai também ser afectado. Isto significa que a nossa data de abertura irá ser atrasada”, disse o responsável que adiantou que quando houver nova antevisão da nova data de abertura será

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“Encontramo-nos a trabalhar no que podemos para a próxima etapa do projeto”, diz o promotor do BARK

/ João Paulo Rodrigues na apresentação do projeto na Assembleia Municipal de VN Barquinha tornada pública. João Paulo Rodrigues explicou à comunidade que há também constrangimentos a nível internacional, nomeadamente com o facto do "transporte de animais selvagens também se encontra restrito em certas áreas e com a possibilidade de transmissão de humano para certas espécies, não é aconselhável o seu transporte".

JORNAL DE ABRANTES / Abril 2020

Mas, até agora, qual o ponto de situação do BARK?

“A equipa do Bark encontra-se a preparar respostas a questões colocadas pela CCDR sobre o nosso impacto ambiental, mas com todas as alterações ficamos agora sem saber qual será o impacto sobre o projeto neste momento imediato. (...) Contudo, isto não signi-

/ Projeto do BARK – Biopark Barquinha

fica que não teremos novidades para todos (…) encontramo-nos a trabalhar no que podemos para a próxima etapa do projeto", diz. “O principal neste momento é manter todos seguros", realçou o promotor deste projeto, que deixou a promessa de que não vai desistir e deixou uma mensagem de esperança: "A nível pessoal, como o fundador e cabeça do projeto,

eu devo dizer que tenho estado a trabalhar nele nos últimos 7 anos, agregado ao fator de ter 20 anos de aprendizagem sobre o meio, e não deixarei de o parar por uma pandemia”. Recorde-se que o BARK representa um investimento global de 70 milhões de euros, vai ter uma área de 43 hectares e criar 150 postos de trabalho direto. Vai contar com equipamentos de apoio como um restaurante com 300 lugares com vista para a natureza, um hotel de quatro estrelas com 130 quartos, um anfiteatro de 1000 lugares, estacionamento para 397 veículos, um centro pedagógico e uma clínica veterinária. O projeto foi oficialmente apresentado em Assembleia Municipal de Vila Nova da Barquinha em fevereiro de 2019. Em abril do mesmo ano, foi aprovado, por unanimidade, como projeto empresarial de interesse municipal. Em fevereiro deste ano, durante um périplo pela região Centro realizado pela secretária de Estado do Turismo, Rita Marques, foi dado a conhecer este projeto à governante, ocasião na qual marcaram presença o promotor, João Paulo Rodrigues, o arquiteto responsável, Pedro Costa, e o presidente do Município de Vila Nova da Barquinha, Fernando Freire. Ana Rita Cristóvão


REGIÃO / Abrantes

Abrantes projeta passadiços para a encosta do Castelo A Câmara de Abrantes está a avançar com os estudos e projetos para a criação de condições pedonais e para bicicletas entre a rotunda do Olival e o Aquapolis norte e outra com ligação ao Castelo da cidade, através das encostas, e a rua da Barca que fará a ligação ao rio Tejo. O presidente da Câmara de Abrantes diz ainda que há a intenção de pedir a desclassificação do troço da Estrada Nacional n.º 2, entre a rotunda do Olho de Boi e a ponte sobre o Tejo para que passem para a gestão do município e, nesse sentido, já está em curso a execução de um estudo para preparar as intervenções quando a Infraestruturas de Portugal fizer a desclassificação deste troço da estrada. Uma das possibilidades é um passadiço pela encosta do Castelo e depois a convivência com outra via que será “a construção de um passadiço ou uma via junto à linha da CP que permita, em segurança, a circulação a pé ou de bicicleta entre a rotunda das Oliveiras até ao Aquapolis”. Manuel Jorge Valamatos diz que “precisamos de encontrar um projeto que possa trazer as pessoas da cidade ao Aquapolis [e a rua da Barca tem essa história de ligação do centro ao rio] bem como poder trilhar a encosta do Castelo até à rotunda das Oliveiras ou até ao Espinhaço de Cão, até ao final

Nacional 2 vai ter sinalética e marcos quilométricos repostos

/ As encostas do Castelo terão nova vida quando tiverem os circuitos e passadiços da Avenida Sá Carneiro”. Quando questionado sobre os trilhos a criar na encosta do Castelo se a ideia é usar caminhos de terra ou a construção de passadiços o presidente da Câmara respondeu assim: “falamos em estruturas mais desse género [passadiços] não sei os materiais em concreto. Mas aquilo que tem de acontecer é algo que permita, em segurança, que as pessoas possam circular pedonalmente entre a cidade, o Aquapolis norte,

a Rotunda das Oliveiras. É isso que queremos projetar”. O autarca vincou que ainda não têm as definições dos equipamentos a instalar “mas não vai fugir muito aquilo que são os nossos conhecidos passadiços que existem em diferentes lugares do nosso país”. E depois a pergunta natural: Para quando? A resposta de Manuel Jorge Valamatos foi que “neste momento [antes de rebentar a crise da pandemia da COVID-19]

estamos com empresas numa fase ainda de estudo, de análise, de pormenor da localização desses passadiços, dessas estruturas. Avançaremos em breve para um projeto mais especializado, mais objetivo, capaz de fazermos uma empreitada nesse sentido”. Ainda sobre esta ideia de percursos pedonais com passadiços, Manuel Jorge Valamatos referiu que será um projeto que irá ser candidatado a financiamento de fundos comunitário.

Este troço de Abrantes, entre a Rotunda do Olival e as Barreiras do Tejo, ficaria também enquadrado naquilo que é uma requalificação da Estrada Nacional N.º 2 que este ano comemora 75 anos. O vereador Luís Filipe Dias revelou que Associação de Municípios da Rota da Nacional 2, da qual Abrantes faz parte, tem um projeto aprovado através do programa “Valorizar” para, até maio deste ano, colocar sinalética e elementos de suporte junto à estrada original “para a valorização turística deste ativo”. O vereador deixou ainda a indicação do compromisso existente para recolocação de todos os marcos quilométricos e todos os hectómetros junto à estrada. “Uns existem, mas outros foram-se degradando com o tempo”, disse o vereador clarificando que “esse trabalho está a ser projetado”. Com o Estado de Emergência nacional decretado para o combate à pandemia do novo coronavírus esta execução foi, naturalmente, adiada. E é nesta linha que esta ideia de passadiços e trilhos nas proximidades da Nacional 2 poderá ser um polo de maior atratividade para os abrantinos e para os utilizadores desta estrada que liga Chaves a Faro ao longo de mais de 700 quilómetros. Jerónimo Belo Jorge

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Abril 2020 / JORNAL DE ABRANTES

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REGIÃO / Vila de Rei

Vila de Rei integra secção de Municípios Olivícolas da Associação de Municípios Portugueses do Vinho A Assembleia Municipal de Vila de Rei aprovou por unanimidade, em reunião ordinária a 27 de fevereiro, a integração da autarquia vilarregense na Associação de Municípios Portugueses do Vinho, na secção de Municípios Olivícolas, como forma de dar continuidade na aposta da promoção do azeite de Vila de Rei. A secção de Municípios Olivícolas pretende congregar os interesses das áreas ligadas à produção de vinho e azeite, nas suas vertentes económica, turística, promocional e gastronómica. O Município de Vila de Rei encara este projeto como “uma forma de valorização do azeite enquanto produto endógeno que contribui para o desenvolvimento dos territórios e da economia rural”. A Autarquia explica que com esta integração vai ser possível participar, por exemplo, na Feira Nacional da Agricultura em Santarém, no stand da Associação de Municípios Portugueses do Vinho, e ainda o agendamento de uma reunião com a Associação Italia-

na ‘Associazione Nazionale Città dell’Olio’, em Siena. O presidente do Município de Vila de Rei, Ricardo Aires, afirma que “depois da aposta na construção do Lagar de Azeite e na criação de uma marca de azeite, a entrada nesta Associação poderá alavancar o potencial e a qualidade do azeite de Vila de Rei e, simultaneamente, potenciar o crescimento dos nossos atuais produtores de vinho que podem encarar estas atividades como opções para o desenvolvimento da nossa região.” Com a integração nesta Associação, o Município de Vila de Rei garante apoios na valorização dos seus recursos naturais, procura de financiamentos para projetos nacionais e transnacionais de âmbito comunitário, incentivo do desenvolvimento económico mediante uma oferta turística integrada, proteção, valorização, e promoção do território, das atividades agroalimentares, das produções da economia eco compatível para assegurar a permanência dos agricultores no território, entre outros.

Obras de remodelação avançam no Quartel dos Bombeiros

A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Vila de Rei vai avançar com os trabalhos de remodelação do edifício do Quartel. O Município de Vila de Rei avança em nota de imprensa que a empreitada foi adjudicada à empresa ALVAPE – Construções e Obras Públicas Lda., pelo valor de 197.421,71€ + IVA, com um prazo de execução de 5 meses. Este valor foi obtido através de uma candidatura ao programa PO SEUR – Programa Operacional de Sustentabilidade e Eficiência no uso de Recursos, do projeto Portugal 2020, e com

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um apoio de 20.000€ por parte do Município. Os trabalhos de remodelação do Quartel incluem a criação de uma camarata feminina, salas operacionais, salas de formação e reunião, gabinetes e de um pequeno pavilhão para viaturas, bem como a remodelação da secretaria de comando, central telefónica e sala do Bombeiro. Ricardo Aires, presidente da Autarquia vilarregense, afirma que “o Município de Vila de Rei irá apoiar os Bombeiros Voluntários de Vila de Rei nesta remodelação do Quartel. Uma obra que se mostra muito importante para os Bombeiros e,

JORNAL DE ABRANTES / Abril 2020

consequentemente, para todo o concelho. Estes trabalhos irão criar mais e melhores condições para que os nossos Bombeiros possam continuar com o excelente trabalho que têm vindo a realizar no apoio e cuidado à nossa população.” Para Emídio Mora, Presidente da Direção da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Vila de Rei, “os trabalhos de remodelação do Quartel vão providenciar melhores condições de trabalho aos Bombeiros, tornando o edifício mais operacional e possibilitando um melhor desempenho por parte dos nossos elementos”.

Município investe em equipamentos de reforço à Proteção Civil O Município de Vila de Rei procedeu à aquisição de equipamentos para reforçar os seus serviços de Proteção Civil, Obras por Administração Direta e Serviço de Águas, dotando estes serviços de equipamentos mais capazes para responder às necessidades das intervenções efetuadas no concelho. Informa a autarquia que ao seu serviço encontra-se já uma nova retroescavadora, de marca JCB3CXTED, adquirido à empresa MOTIVO – Comércio e Motivação de Mercados S.A., que teve um custo de 64.985€ + IVA.

O Município procedeu ainda aos devidos arranjos e concertos na sua niveladora, num valor total de 15.000€ + IVA, que vai assim continuar a ser utilizada nos serviços de Obras e de Proteção Civil. O presidente da autarquia vilarregense, Ricardo Aires, afirma que “a renovação do parque de máquinas e viaturas municipais é parte vital para uma melhor resposta às necessidades da população, proporcionando o reforço da capacidade de intervenção dos serviços camarários e a melhoria da qualidade da prestação do serviço público.”.


REGIÃO / Vila de Rei

Cann10-Portugal recebe parecer positivo do INFARMED O INFARMED – Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, I.P. deu parecer positivo ao pedido para cultivo, importação e exportação de Cannabis Sativa L por parte da farmacêutica Cann10-Portugal, que pode assim avançar para a implementação de uma unidade

fabril em Vila de Rei. Informa a autarquia vilarregense em comunicado que o INFARMED vai, dentro de seis meses, realizar as devidas vistorias às novas instalações da farmacêutica, a instalar no Lote 1 da Zona Industrial do Souto, de forma a garantir o cumprimento

das Boas Práticas Agrícolas e de Colheita (GACP) e demais requisitos decorrentes da atividade, para a concessão da autorização para cultivo, importação e exportação da espécie vegetal Cannabis Sativa L. Em análise pelo INFARMED encontra-se ainda o pedido para

a transformação de cannabis em produtos farmacêuticos, a implementar igualmente na unidade de Vila de Rei. Com este último parecer a ser também aceite, a Cann10-Portugal vai efetuar em Vila de Rei um investimento total na ordem dos 10 milhões de euros, com previsão de contratação de 100 trabalhadores, sendo a maioria qualificados com título académico superior, no prazo máximo de quatro anos. O presidente do Município vilarregense, Ricardo Aires, afirma que “este primeiro parecer positivo do INFARMED é um passo importantíssimo naquele que será

um investimento com enorme peso no desenvolvimento económico, atração de mão-de-obra qualificada e fixação de população no interior do País e, especificamente, no nosso concelho”. “A vinda da Cann-10 para Vila de Rei só é possível graças ao forte investimento que, ao longo dos últimos anos, temos realizado nas Zonas Industriais do Concelho, que apresentam já capacidade e potencial para atrair novas empresas e, com isso, contribuir para o desenvolvimento social e económico de Vila de Rei”, acrescenta o autarca que refere ainda que “além deste investimento, que resultou do empenho, até pessoal, da Presidência e da equipa que a apoia, importa referir que se trata da atividade sustentada da promoção de Vila de Rei, da qual podemos ver já frutos, daquela que é a internacionalização da marca Vila de Rei, graças à participação – e consequente divulgação do nosso potencial a nível de atração de empresas – em Feiras Internacionais e do protocolo assinado com a Câmara do Comércio e Indústria Franco-Portuguesa, que permite também mostrar as potencialidades do nosso Município de modo a atrair investimento. O Município tem, assim, o grato prazer de, neste tempo de incerteza, dar aos vilarregenses a demonstração de confiança no nosso Futuro Comum”, afirma o autarca. Recorde-se que este é um investimento muito esperando no concelho que foi anunciado em novembro de 2018. Já em janeiro, o presidente da autarquia tinha feito o ponto de situação ao Jornal de Abrantes, dando conta de que as coisas iam no “bom caminho”: O investimento da Cann10-Portugal em Vila de Rei ronda os 10 milhões de euros, com previsão de contratação de 100 trabalhadores, sendo a maioria qualificados com título académico superior, no prazo máximo de quatro anos.

Sapadores Florestais reforçados com nova equipa O Município de Vila de Rei vai ser reforçado com uma equipa adicional de Sapadores Florestais, após a aprovação da candidatura apresentada pelo núcleo de Vila de Rei da Florzêzere para este efeito. A nova equipa, criada assim através de uma ação concertada entre a Florzêzere e a Autarquia vilarregense, tem já codificação atribuída (SF 13-166) e irá igualmente

ser-lhe concedida uma viatura para a realização dos seus trabalhos. A operacionalidade da equipa fica agora condicionada à contratação dos seus cinco elementos, cujo recrutamento será efetuado pela Florzêzere. O presidente do Município de Vila de Rei, Ricardo Aires, sublinha que “este reforço, com uma nova equipa de Sapadores Florestais, é uma ótima e relevante

notícia para o concelho. O seu trabalho é um auxílio importantíssimo na prevenção de incêndios florestais, não só pelas ações silvícolas, de gestão de combustíveis ou de vigilância que desempenham, mas também pelo apoio e sensibilização que realizam junto da população para que se cumpram as normas de conduta mais corretas na gestão do espaço florestal.”

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REGIÃO / Mação

Empresa na área da charcutaria investe 2ME em ampliação e cria mais 10 postos de trabalho A empresa Temperos do Campo – Unipessoal, Lda., situada no concelho de Mação, pretende ampliar a sua atividade e criar melhores condições para o desenvolvimento da mesma, tendo para isso apresentado ao Município um pedido de cedência de um terreno na zona industrial da sede de concelho. Em reunião de Câmara, o presidente da autarquia, Vasco Estrela, deu conta de que a proposta desta empresa que labora a carne - enchidos, presuntos - representa um “investimento de cerca de dois milhões de euros”. Vasco Estrela explicou que se trata de “uma empresa que já labora no concelho e que pretende ampliar em muito as suas atuais instalações, duplicar o número de postos de trabalho [criando, assim, 10 postos de trabalho] que tem atualmente, e pretende um terreno para esse feito”. Esta empresa está a “tentar ter mais condições para melhor trabalhar e mais produzir” e tendo a Câmara os terrenos que “possibilitam o investimento”, Vasco Estrela mostrou disponibilidade em que a autarquia disponibilize cerca de 1.800 m2 de um terreno de 36.000 m2. O autarca admite ver “com mui-

Rotas de Mação: Sinalética começou a ser colocada 20

to bons olhos este investimento que, a concretizar-se, será muito bom para o concelho. Além dos postos de trabalho, é um investimento avultado de um empresário de Mação numa área de negócio na qual o concelho tem muita tradição”. “São boas notícias, devemos acarinhar e devemos incentivar ao máximo e ajudar para que possa vir a ser concretizado”, acrescentou. Vasco Estrela admite que é dever da Câmara “tentar ajudar a desenvolver o nosso concelho” e que, por isso, da parte do Município tudo se fará “para que este investimento se possa fixar no nosso concelho”, sendo “um parceiro ativo, ajudar a remover obstáculos que surjam e criar condições para que o investimento aconteça”, ressalvando que este investimento está “dependente de alguns apoios comunitários para o efeito” e que há por isso “condicionantes que não dependem da Câmara”.

/ Reunião do executivo da Câmara Municipal de Mação

Frase para destaque: “São boas notícias, devemos acarinhar e ajudar para que possa vir a ser concretizado”, disse Vasco Estrela

Em reunião de Câmara o autarca deu também conta de que existem mais investimentos que podem estar a caminho. Relativamente à tão falada empresa de produção de cannabis em

Ortiga, o ponto de situação é o de que há “desenvolvimentos recentes positivos”, referindo o autarca que existe um outro possível investimento também na mesma área. “A breve prazo, nos próximos meses poderão ser uma realidade muito forte no nosso concelho. Dois dos processos estão muito avançados, estamos no bom caminho”, disse Vasco Estrela. Mas há também empresas na área da cerâmica, destilaria, queijaria tradicional e metalomecânica que podem estar a caminho do concelho.

Iniciaram-se no dia 12 de março os trabalhos de instalação da sinalética dos percursos pedestres, no âmbito do projeto “Rotas de Mação”. Os trabalhos tiveram início no PR02 – MAC – ROTA DO BREJO E BANDO DOS SANTOS, seguindo-se os PR03 – MAC – ROTA DO CARVOEIRO, PR04 – MAC – ROTA DA ORTIGA SUL e PR05 – MAC – ROTA DA QUEIXOPERRA. O processo de adjudicação e pagamento dos trabalhos referidos são da responsabilidade da Câmara Municipal de Mação, uma das

entidades parceiras deste Projeto dinamizado por várias pessoas e Entidades do concelho. Nestes primeiros quatro percursos, o investimento da Câmara Municipal é de 11.828,91 euros, sendo que a Autarquia “assumirá igualmente os encargos com a sinalética e sua instalação nos restantes percursos, assim como outros trabalhos programados para a prossecução do projeto, nomeadamente a primeira limpeza dos PR”. Todas as Rotas terão painéis centrais informativos no início

“Há intenção, há procura” Empresas escolhem Mação

JORNAL DE ABRANTES / Abril 2020

“Temos tido algumas abordagens de possíveis investimentos no nosso concelho em termos empresariais, o que não deixa de ser um bom sinal. Para além da questão da cannabis, temos aqui áreas relacionadas com a cerâmica, destilaria, queijaria - algumas atividades que podem ter interesse para o nosso concelho”, referiu o autarca. Não adiantando muito mais, Vasco Estrela acredita que este interesse se deve a “algumas medidas de discriminação positiva e de alguns programas que estão abertos indicados aos territórios do interior, tem havido algumas solicitações de reunião para tentarmos encontrar aqui algumas possibilidades de investimento” e admite que “se as coisas correrem bem, pode significar um número de postos de trabalho interessante”. Por fim, deixou um “sinal de esperança que há algumas coisas que estão a acontecer. Há intenção, há procura, e isso é bom (…) agora veremos até que ponto é que as coisas se desenvolvem, sendo certo

que o empresário é dono do seu dinheiro”.

Centro de Negócios “quase lotado” e sem espaço para mais candidaturas

Perante a crescente procura por parte de empresas em se fixarem em Mação, Vasco Estrela fez o ponto de situação do Centro de Negócios do concelho: “neste momento está com uma boa cadência e a Câmara não tem condições para aceitar mais candidaturas”. “Um dos investimentos está também em elaboração de candidatura e irá ocupar a área toda que lá existe. É um investimento na casa dos dois milhões de euros na área da metalomecânica e que neste momento a Câmara não se pode comprometer com mais ninguém até dar algum tempo a este possível investimento”, disse Vasco Estrela. “O Centro de Negócios é um caso em que as coisas correram bem e temos, em bom rigor, quase tudo lotado”, terminou o presidente. Ana Rita Cristóvão

e final de cada percurso, assim como placas direcionais, painéis pequenos informativos e balizas de socorro ao longo do mesmo. A Câmara Municipal de Mação afirma que “continuará a colaborar ativamente neste projeto, no cumprimento daquilo que foi estabelecido e protocolado, de uma forma discreta e sem protagonismos desnecessários, conforme tem sido sua postura desde o início. Dará, contudo, conta aos munícipes maçaenses da sua participação, nomeadamente em termos financeiros”.


REGIÃO / Mação

Município pondera venda de antigas escolas primárias em hasta pública O caso mais recente tem que ver com uma antiga escola primária na freguesia de Amêndoa, a escola velha, cujo interesse foi demonstrado por parte de uma senhora que está a viver em Paris e que tem raízes no concelho. A esta juntam-se uma outra escola em Amêndoa, outra na União de Freguesias e ainda uma na freguesia de Carvoeiro em que existe “interesse forte de pessoas”, conforme explicou o presidente do Município maçaense ao JA. Há ainda outras escolas que já despertaram a curiosidade de alguns, como a escola do Pé da Serra. Também na Louriceira há uma antiga escola cujo interesse em adquiri-la foi demonstrado por parte de um cidadão para casa de primeira habitação, e cujo processo se encontra a decorrer, com a avaliação do imóvel já feita. Com consenso entre o executivo, a autarquia deliberou que vai “proceder às respetivas avaliações [dos imóveis] para depois avançarmos para a hasta pública”. Vasco Estrela justificou esta intenção do Município pelo facto de “tendo só nós o património para o ter, depois dificuldades para cuidar dele, não tendo ele qualquer interesse onde estão inseridos, acho que é uma pena que assim esteja” pelo que, “a exemplo daquilo que muitas autarquias da região fazem, não havendo interesse das populações locais, associações ou outras entidades, em ter este património, (...) devemos claramente avançar para a alienação deste património que está sem qualquer utilidade e que (...) poderá ser útil para uma família se instalar, para uma casa de férias”. O autarca reiterou que este é um “sinal de que há esta abertura por parte da Câmara para alienar algumas escolas primárias que, de todo, não estão a ter qualquer utilização” e explica que “só no limite é que faremos este tipo de alienações, ou seja, só se se

Novas armadilhas para o combate à vespa asiática já estão a ser colocadas

/ Antiga escola primária em Louriceira (Foto: Joana R Santos) verificar que localmente, nestas terras, não há nenhum interesse social, nenhuma entidade que seja supra-individual que possa estar interessada naqueles equipamentos”. Disse ainda que esta decisão pretende evitar que “de hoje a amanhã sermos acusados, e se calhar bem, nalguns casos de estar a travar o desenvolvimento, muito ou pouco, de algumas pequenas terras que vão tendo estes patrimónios” e defende que os edifícios em causa “possam ser aproveitados por alguém que tenha interesse” ao invés de “as coisas estarem a ser degradas ou a Câmara ir lá fazer obras e gastar dinheiro só por fazer assim, e não as colocar ao serviço da comunidade”. Quando questionado pelo JA

sobre o problema do despovoamento e a atual procura do interior por parte de privados para ter casa de férias, o autarca reflete que tem sentido “alguma motivação das pessoas nessa área e é bom sinal”. São, diz, as “ligações ao concelho” que motivam as pessoas a procurar casa em Mação: “Pessoas que (…) não tendo cá casas de familiares ou até tendo mas querendo uma coisa um bocadinho diferente, entendem que esta é uma boa solução”.

O Serviço de Proteção Civil de Mação já iniciou a colocação de novas armadilhas para o combate à vespa asiática em todo o concelho. Para já, são cerca de 400 as armadilhas que estão devidamente identificadas com um rótulo e que estão a ser colocadas essencialmente nos locais envolventes aos identificados no ano passado e onde se encontraram ninhos de vespa asiática.

Numa altura em que a vespa começa a sair da dormência, o objetivo desta ação conjunta da Câmara Municipal de Mação e da Melbandos – Cooperativa de Apicultores do Concelho de Mação passa por “prevenir e combater o desenvolvimento de ninhos, acautelando a saúde pública e capturando o máximo de vespas asiáticas, por forma a evitar a

EXECUTIVO MOSTRA-SE A FAVOR DA HASTA PÚBLICA

Também o vice-presidente, António Louro, mostrou-se a favor da avaliação dos imóveis e colocação em hasta pública, de modo a “revitalizar estes espaços

“Há esta abertura por parte da Câmara para alienar algumas escolas primárias” mas “só se se verificar que localmente não há nenhum interesse social naqueles equipamentos”

e contribuir para a preservação do espaço público nestes pequenos aglomerados”. António Louro destacou que esta é “uma situação que se arrasta e que tem os seus timings” e disse mesmo que “não nos resta grande alternativa em algumas destas situações, senão, efetivamente, enveredar por este caminho”. “Por ventura, este tipo de edifícios não são utilizados, não têm obras de manutenção e acabam por perder-se e algumas das edificações estão a entrar nesse ciclo vicioso e concordo que, não havendo nenhuma utilização ou conjunta desses espaços, não havendo projetos para eles, provavelmente a situação mais acertada é criarmos uma hasta pública e ver se existe efetivamente interessados”, concluiu António Louro. Já o vereador Vasco Marques, que também concordou que deve ser este o caminho, falou num “desafio que vai um pouco mais além”: “a grande dificuldade é perceber onde é que existe condições e quais é que deverão ou não ser selecionadas para este processo. Porque há-de haver sítios onde há-de haver falta de interesse, por falta de massa crítica, e pode haver outros em que haja mais interesse”, disse, reiterando que “poderão haver outros [casos] em que as circunstâncias aconselham a tomar o mesmo procedimento: estar a precisar urgentemente de obras e nós não termos condições para isso. Há outras que estão a precisar muito que alguém as acarinhe e se calhar a Câmara neste momento não tem condições para as acarinhar todas”. Também do lado da oposição, o vereador do PS, Nuno Barreta, constatou que é “degradante ver bens de todos nós em fase de ruínas e se não há interesse nosso nem capacidade para investir, tem que se fazer opções”. Ana Rita Cristóvão

criação de novas colónias”. Em 2018 foram eliminados no concelho de Mação 15 ninhos de vespa asiática e, em 2019, o número subiu para 62. Em caso de avistamento de ninhos, pede-se à população que contacte a Proteção Civil Municipal ou a Melbandos através dos contactos 962143376 / 964053536 / 967058837.

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REGIÃO / Mação

Autarca assume disponibilidade para “encontrar soluções” para apoiar comércio local O assunto veio a reunião de Câmara de Mação quando um munícipe, proprietário de um bar na sede do concelho, expôs a sua preocupação face à falta de população e, consequentemente, de clientes. Em Mação há 20 anos, o empresário disse que atualmente o negócio “não dá”, e que o atual estado da situação não permite aos comerciantes “de maneira nenhuma, sair do sufoco”. O munícipe disse também que após os incêndios de 2017 a situação piorou, defendendo que “se era possível antes dos fogos estarmos confortáveis e ter lucro, depois dos incêndios, com a saída das pessoas, com o envelhecimento da população, é insuportável neste momento conseguir suportar os custos”. Apesar de reconhecer que a autarquia tem apoiado os comerciantes, o proprietário questionou a Câmara sobre com que apoios é que os empresários vão poder contar no futuro “já que o presente está muito muito muito difícil”, e reiterou que “é preciso fazer mais qualquer coisa”. “Estou muito pessimista no futuro, preciso da vossa ajuda, é sufocante neste momento”, terminou o comerciante.

O LADO DA AUTARQUIA

Em resposta, o presidente do Município, Vasco Estrela, referiu que o pouco movimento de pessoas no concelho é uma preocupação “transversal a todas as pessoas que de alguma forma têm responsabilidade política em relação à matéria”, assumindo que a Câmara “não tem nenhuma varinha mágica para

dar a volta a esta questão”. “Suponho que se o tivesse isto já não era problema em Mação nem em grande parte do interior de Portugal”, acrescentou. Relativamente ao efeito negativo gerado pelos incêndios de 2017, Vasco Estrela disse que foi “uma tragédia que aconteceu por todo o concelho e que atingiu todos os ramos de atividade e a Câmara não pode ter um tratamento preferencial aos proprietários dos cafés (…) temos um problema global e que não se pode cingir a quem tem estabelecimentos da área comercial. A Câmara tem de olhar para estes

Mação candidata-se às 7 Maravilhas da Cultura Popular O Município de Mação apresentou uma candidatura ao concurso 7 Maravilhas de Portugal 2020 que, este ano, tem como tema a Cultura Popular. “Tendo Mação um riquíssimo património cultural, material e imaterial”, a Autarquia optou por fazer uma candidatura múltipla que permitiu concorrer nas sete categorias disponíveis. São elas: Ar-

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tesanato: Velas de Cardigos; Lendas e Mitos: Lenda de Nossa Senhora da Moita, de Galega/Feiteira – Carvoeiro; Festas e Feiras: Feira dos Santos; Músicas e Danças: Passo Lento – Ortiga; Rituais e Costumes: Terço da Farinheira - Mação; Procissões e Romarias: Procissão do Divino Espírito Santo de Cardigos; Artefactos: Barcos Picaretos do Tejo - Ortiga.

JORNAL DE ABRANTES / Abril 2020

problemas de uma forma global”. Vasco Estrela assume ainda que a questão “não pode ser colocada no termo ‘venha ajudar-me a mim’, quando temos um concelho todo para gerir. (…) Diria que os comerciantes da vila de Mação estão privilegiados em relação aos outros. E digo isto sem qualquer problema, porque isto é um facto. Basta ver as iniciativas que são feitas não só pela Câmara como por outras associações do concelho que desenvolvem aqui, é essencialmente aqui na sede do concelho”.

AUTARCA MOSTRA-SE

DISPONÍVEL PARA ENCONTRAR SOLUÇÕES

Vasco Estrela disse ao empresário que, apesar de “não termos nada previsto de apoio direto”, existe “no nosso programa para este ano iniciativas para estimular o comércio local. Iremos tentar perceber de que forma é que o podemos fazer”. Em declarações ao JA, o autarca explicitou que “a Câmara tem previsto e iremos até ao final do ano lançar um conjunto de apoios para estimular o comércio local e tradicional. Nós apoiamos muito os empresários na área industrial

e podemos tentar encontrar uma forma de ajudar estes agentes económicos de porta aberta, comércio propriamente dito. É isso que podemos vir a estudar”. “Há da parte da Câmara total abertura, como não poderia deixar de ser, para encontrarmos soluções para que os empresários possam potenciar o seu negócio, mas isso não pode nunca implicar uma exclusividade ou uma preferência para um determinado setor de atividade”, disse. O presidente maçaense destacou ainda o “papel importante” das associações comerciais para arranjar soluções: “O problema deste empresário há-de ser o problema de muitos empresários na nossa região, e, havendo uma associação comercial, podíamos ter aqui um diálogo mais fácil e tentarmos encontrar soluções que possam ajudar”. “Neste caso, acho que era bom termos até uma conversa para perceber como é que em conjunto nos pudessem ajudar a encontrar um programa conjunto. Acho que era bom e podemos ter aqui uma conversa com a associação comercial, no sentido de podermos encontrar uma solução e uma alternativa”, disse. Não obstante, o autarca defende que têm existido “medidas de apoio, na tentativa de ajudar os comerciantes” como é o caso daquilo que acontece na Feira Mostra: “irem para lá cinco dias, sem pagar rigorosamente nada, poderem vender à sua vontade praticamente sem horário, é uma ajuda que acho que não há paralelo aqui perto”. Ana Rita Cristóvão

O trabalho de seleção, pelo muito haveria para candidatar, passou pela criação de um grupo de trabalho entre técnicos da Autarquia, que contaram com a colaboração de pessoas de vários pontos do concelho com conhecimentos sobre as várias temáticas. Entre as várias opções para cada categoria, a Câmara Municipal decidiu pelas que sobressaem pela sua singularidade e representatividade do Município. A participação do Município de Mação neste concurso nacional consiste essencialmente “em valorizar e promover a história e identidade cultural do nosso concelho e das nossas gentes”.


SOCIEDADE /

Não podemos esquecer a limpeza da floresta Os tempos têm sido de grande preocupação com a saúde e com as questões sanitárias, mas não nos podemos deixar de preocupar com a floresta. Apesar de parecer ter deixado de estar na ordem do dia, a última coisa que queremos é que subam as temperaturas e que se junte à COVID-19 um problema nacional que são os incêndios florestais. A 15 de março terminou o prazo dado pelas autoridades para que os proprietários tivessem de limpar terrenos com queimadas. 15 de abril seria a data final para fazer a devida limpeza daquilo que são as faixas de combustão ou a própria matéria verde dos terrenos. Devido ao Estado de Emergência que vigora no país, o governo decidiu na semana passada [Conselho de Ministros de 2 de abril] adiar o prazo para esta limpeza devido às limitações de circulação. Mas o primeiro-ministro António Costa deixou bem vincado que não podemos abandonar a floresta e a sua limpeza uma vez que o verão vai chegar e com ele as ameaças habituais. Foi neste sentido que fomos tentar perceber como que, entre as medidas sanitárias e de proteção civil, estão os trabalhos na floresta? “Estão a andar e continuamos a fazer o trabalho normal, embora com algumas contingências e deslocação de equipas para a área sanitária.” A explicação simples é feita por Luís Damas da Associação de Agricultores de Abrantes que tem várias equipas de sapadores florestais. Estas equipas que fazem parte do dispositivo da proteção civil têm feito trabalhos de limpeza de terrenos públicos e de associados. E mais do que isso, há equipas que ainda assim têm sido requisitadas pelo município para trabalhos sanitários de desinfeção. “Os nossos equipamentos das carrinhas permitem fazer este trabalho. Temos andado ao serviço da proteção civil. Hoje [2 de abril] anda uma equipa a fazer este trabalho de desinfeção”, explica o responsável pela Associação dos Agricultores que explica de seguida que as equipas também foram afetadas pela pandemia. “Se os administrativos estão todos em teletrabalho, as equipas de sapadores também têm algumas alterações. Não podem ir os cinco na mesma viatura. Não podem

partilhar equipamentos”, revela ao mesmo tempo que adianta que no trabalho normal “eles já têm de andar afastados uns dos outros”. Apesar das “coisas” estarem a funcionar, Luís Damas olha com alguma preocupação para uma área que precisa sempre de atenção, até porque estes trabalhos das “bordas da floresta” precisam de algo mais profundo. “Temos de ir dentro da floresta, alterar a estrutura da floresta e isso ainda não está a ser feito. E mais, com a COVID, fez-se ainda menos”, vincou antes de explicar que esta primavera mais fresca e chuvosa, aliada à pandemia, provoca o esquecimento das matas. Luís Damas diz, no entanto, que algumas pessoas são lembradas porque há cidadãos, e alguns associados, que receberam coimas pela falta de limpeza de terrenos. Mesmo assim não chega. “Este tempo vem aumentar a matéria de combustão e se não tivermos essa atenção poderá vir a ter problemas quando o tempo começar a aquecer”. Ao nível dos trabalhos que são feitos há a limpeza de terrenos, de linhas de água, das faixas de combustão junto às estradas e às povoações porque o risco de incêndios não diminuiu em 2019. E depois acrescenta outros dados relacionados com esta área concreta, nos apoios à substituição das espécies de crescimento rápido pelas espécies autóctones. “Isto da pandemia alterou tudo. O governo era para ter um Conselho de Ministros totalmente dedicado à floresta, que seria realizado na Sertã, e foi cancelado. Mas há apoios, os nossos associados devem contactar-nos para saber mais pormenores”.

/ O Governo alargou o prazo de limpeza de terrenos até ao final de abril

“Ninguém quer terminar uma batalha e começar outra”

A Proteção Civil está atenta à floresta

Miguel Borges, presidente da Comissão Distrital de Proteção Civil e presidente da Câmara Municipal de Sardoal, revelou que apesar das preocupações naturais com a COVID-19 não esquecem o problema das florestas e daquilo que representa para o distrito, principalmente para esta região mais a norte. Como o Plano Distrital de Emergência está ativado, há reuniões semanais de coordenação e está sempre na agenda a defesa da floresta contra incêndios rurais. E adianta que “a fiscalização está a

ser feita pela GNR e não nos podemos mesmo esquecer desse problema que temos todos os anos”, disse o autarca acrescentando que o trabalho da limpeza das florestas “tem de ser feito”.

O que estava previsto era que, em relação a outros anos, há um prolongamento de datas para o final de abril. “O que se pede é que as pessoas, dentro das contenções do COVID-19, façam aquilo que têm obrigação de fazer. É que ninguém quer terminar uma batalha e começar outra. Ou pior ainda, ter as duas ao mesmo tempo, e com os mesmos soldados” vincou o presidente da Comissão Distrital da Proteção Civil. Miguel Borges explica ainda que se pensarmos na realidade dos bombeiros e da proteção civil, na forma como têm de fazer o seu trabalho, têm uma exposição muito maior. E deixa mesmo uma vontade de não querer pensar em duas batalhas em simultâneo, prefere pensar que as pessoas cumprem o seu papel na limpeza das redes secundárias e que o Estado fará o seu nas redes primárias. Já sobre a menor carga de infor-

mação e de campanhas deste ano em relação à limpeza das florestas, o autarca ressalva que “se nos anos passados fizeram, então este ano a exigência será menor, será apenas a manutenção dos espaços com pouca matéria combustível”. Mas acrescenta que “a Lei diz fazer e manter”. Miguel Borges dá o exemplo do seu concelho, o Sardoal: “a nossa expetativa de nos substituirmos aos proprietários tinha uma verba alocada de 100 mil euros e gastámos apenas cinco mil, porque os proprietários ao serem notificados foram avançando com os respetivos trabalhos de limpeza”. Seja como for, agora até ao final de abril, mantém-se o alerta, com as devidas precauções por causa da pandemia. Os proprietários de terrenos devem fazer a sua limpeza e contribuir para a diminuição do risco de incêndios rurais. Jerónimo Belo Jorge

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REGIÃO /

Abrantes: IP indefere pilaretes em Alvega Na última reunião do Executivo da Câmara Municipal de Abrantes, realizada na terça-feira, 31 de março, o presidente deu conta da resposta da IP-Infraestruturas de Portugal, relativamente à pretensão da Câmara Municipal de instalação de barreiras físicas dissuasoras do estacionamento na EN118, em Alvega. O caso já se arrasta há alguns meses, com a participação de moradores a fazerem as suas exposições nas reuniões do Executivo e com a Câmara a dar conta de que a EN118 é da responsabilidade da IP mas que estava a tentar, junto desta entidade, encontrar uma solução. O pedido para a colação de pilaretes junto à estrada, a salvaguardar as entradas das residências veio agora indeferido pela Infraestruturas de Portugal. “Não é um assunto que preocupe propriamente a população de Alvega”, começou por afirmar o presidente da Câmara, afirmando que o “assunto diz respeito a um morador em concreto”. O autarca

/ O estacionamento indevido de alguns veículos pesados causa transtornos aos moradores e afeta os passeios na EN118, em Alvega reconheceu que “de facto, há um estacionamento abusivo naquela zona, que provoca inclusivamente a deformação dos próprios passeios, mas as forças de segurança também têm que nos ajudar a não permitir ali o estacionamento, sobretudo de pesados”. Manuel Jorge Valamatos expli-

Cruzeiro religioso do Tejo adiado para 2021

/ Imagens como esta, de 2019, na partida da Nossa Senhora na margem do Tejo, no Pego, só se poderá repetir em 2021 O Cruzeiro Religioso do Tejo, que todos os anos ocorre no final de maio e em junho não se realiza este ano devido à pandemia do novo coronavírus. Numa nota enviada às redações, a Confraria Ibérica do Tejo diz apenas que ”face à situação que atualmente se vive a nível global, a organização decidiu não realizar a VIII edição do Cruzeiro Religioso e Cultural do Tejo, em junho deste ano, ficando adiado para o próximo ano de 2021”. A Confraria Ibérica do Tejo tem no Cruzeiro Religioso e Cultural os objetivos específicos "dinamizar a economia local e re-

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gional, reforçar a identidade das comunidades, aproximando-as através da partilha cultural e religiosa, aproximar as comunidades do rio Tejo para usufruírem da sua riqueza patrimonial, cultural e natural, e transformar as comunidades ribeirinhas em elementos divulgadores das enormes potencialidades do rio na área do turismo sustentável e das culturas a ele associadas. A imagem da Nossa Senhora do Avieiros e do Tejo foi consagrada na Catedral de Santarém, pelo bispo de Santarém, e coroada em Vila Velha de Ródão, pelo bispo de Portalegre e Castelo Branco.

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cou que o pedido de colocação de pilaretes naquele local “era uma forma que achámos possível para resolver ali a situação, mas a IP assim não o entende e indeferiu essa nossa solicitação”. O presidente afirmou que o que há a fazer é “solicitar a quem ali estaciona de forma abusiva e

contra as regras da estrada para que não faça e pedindo também às autoridades para que nos ajudem a regular essas situações. Como o passeio está deformado, iremos regularizá-lo e pensamos que, com isto, a situação ficará resolvida desde que cada um cumpra as regras e a gestão da organização pública”.

VN Barquinha: Sinalética no Caminho de Santiago está concluída A implementação do sistema de sinalização do Caminho de Santiago, no concelho de Vila Nova da Barquinha, ficou concluída no dia 1 de abril. Os trabalhos de colocação das placas informativas iniciaram-se em agosto de 2019 com a aplicação das placas direcionais e terminaram hoje com a montagem dos painéis de maiores dimensões, com mapas e informação descritiva e turística do percurso. As novas estruturas estão implementadas no Pedregoso, junto ao limite com o concelho da Golegã, no cruzamento da Rua Salgueiro Maia (EN3) com a Rua da Cardiga, Vila Nova da Barquinha, assim como junto ao Posto de Transformação da EDP onde Vhils desenvolveu o seu trabalho artístico de homenagem aos oleiros, na Rua Paulino José Correia, Atalaia. O troço do Caminho de Santiago que atravessa o concelho de Vila Nova da Barquinha tem início no Pedregoso e termina na ribeira de Tancos, junto ao Ecocentro, no limite do norte do concelho, na freguesia de Atalaia. A intervenção foi desenvolvida no âmbito do projeto “Produtos

Turísticos Integrados”, em parceria com a Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo. A iniciativa resulta do protocolo celebrado entre o Turismo Centro de Portugal e a Associação de Peregrinos Via Lusitana, que visa a colocação de sinalética na totalidade do troço do Caminho de Santiago que atravessa a região Centro.

Vila de Rei com água 100% segura O Município de Vila de Rei, na qualidade de entidade gestora dos sistemas públicos de abastecimento de água para consumo humano, tem por obrigação legal, e no âmbito da implementação do Programa de Controlo da Qualidade da Água para Consumo Humano aprovado anualmente pela Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos, a realização de um conjunto diversificado de análises laboratoriais. Assim, durante o ano de 2019, foram analisados quase três centenas de parâmetros à qualidade da água sobre amostras de água colhidas em diferentes pontos da rede de distribuição, tendo-se obtido como resultado a conformidade legal em todos os parâmetros. A qualidade da água para consumo humano em Vila de Rei tem vindo a registar, ano após ano, melhorias constantes e sustentadas, alcançando, em 2019, o valor de 100% de água segura na torneira do consumidor, o que, num quadro regulatório cada vez mais exigente, representa uma efetiva melhoria da qualidade da água nos últimos anos, ultrapassando os 99,03% obtidos em 2018. Ricardo Aires, presidente da Autarquia vilarregense, afirma que “passamos de uma qualidade muito boa para uma situação de excelência, atingindo pela primeira vez a barreira dos 100% de água segura para consumo humano, nas torneiras dos vilarregenses." Com este resultado, o Município vê assim reforçado o seu contributo para com o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 da ONU, mais concretamente com o ODS 6 - Água Potável e Saneamento, ou seja, garantir a disponibilidade e a gestão sustentável de água potável para todos, procurando-se aumentar a confiança dos consumidores e incentivar o consumo de água da torneira. Se a confiança na água da torneira melhorar, os cidadãos também podem contribuir para reduzir impacto no meio ambiente, reduzindo as emissões de CO2 e os resíduos de plástico de água engarrafada. O serviço de fornecimento de água para consumo humano parece assim estar alcançado, “mas ainda falta muito trabalho e muito caminho a percorrer no combate às perdas de água, ruturas e na promoção de mais eficiência neste sistema”.


CULTURA /

Filme de Abrantino ganha prémio no Fantasporto 2020

/ João Estrada fins de semana e nos tempos livres. Depois ficou em standby até vir o Fantasporto. Foi aí que pensou que poderia fazer o derradeiro esforço para o candidatar e, dessa forma, ser uma maneira de o concluir cinco anos depois. O realizador, agora com 26 anos, explicou a ideia inicial de um projeto escolar. Mas se a ideia era uma, como ficou na prateleira, quando voltaram a tirá-lo para concluir vieram novas ideias que até acabaram por fazer um ajuste na storyline. “O

filme tinha um argumento base. Foi um projeto escrito como projeto escolar (…) tinha de ser filmado em estúdio e tinha de ter quatro ou cinco personagens”, revelou o realizador acrescentando que “após ter sido chumbado pela escola, partimos para uma produção independente”. Em meados de 2014 “tínhamos 80% do filme, mas depois acrescentei coisas que mudaram a direção do filme”, disse João Estrada. Bunker tem a presença dos atores António Capelo e Irene Cruz como protagonistas. O elenco conta ainda com Maria João Abreu, a jovem Maria Estrada, Diogo Lagoa, José Neto e Miguel Vieira. E conta ainda com cerca de três dezenas de figurantes e outros participantes nas filmagens. João Estrada disse que o elenco foi escolhido à medida. Que quando escreveu o filme pensou logo nos atores que poderiam vir a encarnar o “Bunker”. “Quando faço o storyboard do filme pensei logo nos atores. Por exemplo, a Irene Cruz, já tinha trabalhado com ela numa curta-metragem, (…) tínhamos escrito esse papel a pensar nela. António Capelo, que é o protagonista do filme, é um papel sensível. Precisávamos de uma pessoa que pudesse dar de forma credível as

duas faces, de herói a vilão. Sempre olhei para o Capelo com um ator que conseguisse fazer esta volta”. E depois a candidatura ao festival do cinema fantástico e, sem esperar, o prémio de melhor filme português. Aquele projeto que a escola deixou de lado. O projeto começou em 2014, mas ganhou um novo fôlego em 2019 com a chegada ao projeto da empresa Walla Post-Production Collective, especializada em pós-produção. O realizador revelou que o filme foi andando como produção independente. “Não tínhamos dinheiro quando percebemos que não conseguíamos acabar o filme se não tivéssemos uma saída profissional para o filme. Foi aí que entrou a Walla Collective”. João Estrada indicou ainda que foi uma imposição sua a candidatura ao Fantasporto, para ter um tempo limite para ter o filme concluído. Essa inscrição acabou por criar a data certa para conclusão do projeto. João Estrada continua a trabalhar em cinema, no fantástico e fantasia. Já tem em marcha um novo projeto, que vai ganhando corpo aos fins de semana e está a ser rodado em Abrantes e tem como protagonistas crianças locais sem qualquer experiência. “É um filme de fantasia do “Bunker”, com a paisagem do Médio Tejo e prevemos que seja a nossa primeira longa-metragem”. E mais não adiantou a não ser as previsões de poder ter o novo projeto concluído: 2021 ou 2022. O certo é que o “Bunker”, do abrantino João Estrada, ganhou o prémio de melhor filme português do Fantasporto 2020. Tem data de março de 2020 e tem como título “Bunker ou Contos que ouvi depois do mundo acabar”. Jerónimo Belo Jorge

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É um filme de ficção e fantasia, mas poderia ser quase uma realidade daquilo que são os dias de hoje, como a vida que temos, de ficar confinados às nossas casas. A tragédia atingiu o mundo, e os sobreviventes da calamidade tentam encontrar formas de subsistência. Os poucos recursos restantes permitem que um grupo de cientistas crie o que muitos acreditam ser a única maneira de prevenir o envenenamento por radiação atómica - o medicamento KB-LB. Essa cura milagrosa realmente funciona? É por aqui que começa a story line do filme “Bunker”, escrito e realizado pelo abrantino João Estrada e que recentemente conquistou no Fantasporto o prémio de melhor filme português. João Estrada tinha 19 anos quando entrou para a Escola Superior de Teatro e Cinema. Aos 20 começou, com colegas, a desenhar este filme de fantasia ou fantástico. Apresentou o projeto, em 2014, à Escola que não o viria a aprovar. João Estrada e equipa não desistiu e continuou a fazer o filme aos

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Abril 2020 / JORNAL DE ABRANTES

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POLÍTICA /

José Moreno é o novo presidente do PSD de Abrantes

/ José Moreno Vaz é o novo presidente da concelhia de Abrantes do PSD José Moreno Vaz, 62 anos, é o novo presidente da concelhia de Abrantes do PSD. A lista que encabeçou venceu as eleições social-democratas, realizadas a 7 de março, com 81 votos contra os 45 do outro candidato Rui Santos. As eleições tiveram uma grande afluência de militantes do partido, o que foi reconhecido por ambos os candidatos que esgrimiram argumentos ao longo das últimas duas semanas. José Moreno Vaz, o novo presidente manifestou satisfação pelo resultado obtido e pelo número de participantes e destacou o “com-

portamento cívico muito grande”. Sobre a votação que obteve [quase o dobro dos votos da outra lista] disse que “reflete a vontade das pessoas do partido” que dos dois projetos “escolheram o melhor e com pessoas mais competentes”. O novo líder social-democrata disse também ao Jornal de Abrantes que no final da votação “extingue-se o resultado porque o que interessa é o PSD”. Quanto a Rui Santos, que encabeçou a lista derrotada, revelou ter ficado satisfeito com a participação dos militantes e salientou que “o PSD de Abrantes não está morto

como algumas pessoas pensam. Como o PS pensa”. Depois acrescentou o agradecimento aos que estiveram na lista que encabeçou e aos que nela votaram, deixando também um agradecimento especial à família. Quanto ao futuro, “o PSD tem um novo presidente pelo que conta comigo como militante de base e como vereador”. E em modo de conclusão citou Luís Montenegro: “Hei-de andar por aí. Não me façam o enterro que é cedo demais”. A nova concelhia do PSD é constituída por José Moreno (presidente); João Mendes e Sónia Frade (vice-presidentes); João Morgado (secretário) e José Rocha (tesoureiro). Fazem ainda parte Diogo Valentim; António Belém Coelho; Luís Ablú Dias; Anabela Matias; Ana Sofia Dias; Paulo Coimbra; Vitor Moura; Nuno Esteves Bento, como vogais, e António Lopes; Pedro Coelho; Carlos Horta Ferreira, como suplentes. Para a Mesa do Plenário foram eleitos Elza Vitório (presidente), José Oliveira (vice-presidente), Ana Rico (secretária) e Luís Filipe Inácio (suplente). Como as votações foram feitas em separado, a lista de Elza Vitório conseguiu 79 votos e a lista A, encabeçada por José Eduardo Marçal, juntou 47 votos.

PSD apresenta recomendações ao governo sobre o Tejo O grupo parlamentar do PSD apresentou, a 3 de março, na Assembleia da República um Projeto de Resolução com cinco recomendações ao Governo a propósito do rio Tejo. Depois de um enquadramento global sobre o rio Tejo e passados que estão 20 anos sobre a Convenção de Albufeira, em que foi assinado o convénio entre Portugal e Espanha sobre a gestão hidrográfica da Península Ibérica, o PSD enquadra depois uma série de acontecimentos políticos posteriores. E neste enquadramento relembra que “em 2019 foi aprovada a resolução da Assembleia da República n.º 63/2019, de 15/05, que recomenda ao Governo que promova a revisão da Convenção de Albufeira”. Em jeito de conclusão, o PSD recomenda ao governo que “promova a revisão da Convenção de Albufei-

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ra no sentido de serem redefinidos e monitorizados, em tempo real, os caudais mínimos e ecológicos no Rio Tejo e promovida uma gestão conjunta mais eficaz das massas de água comuns”. Continua a recomendação a solicitar que o governo “assegure a definição e fixação de caudais mínimos e máximos nas fronteiras de cada país, com vista a assegurar a manutenção e salvaguarda dos ecossistemas, garantindo deste modo que estes são adequados ao equilíbrio ambiental e ecológico ao longo de todo o curso do rio”. O PSD evoca ainda a convenção realidade em Vila Real, no ano de 2017, para em sequência pedir “os resultados da análise da adequabilidade da rede de monitorização hidrometeorológica atualmente existente, assim como o ponto de situação do projeto conjunto luso-espanhol previsto para a sua atua-

JORNAL DE ABRANTES / Abril 2020

lização e eventual densificação”. Querem ainda os social-democratas que o Governo “defenda, no âmbito da Convenção de Albufeira, da Conferência das Partes e demais encontros ou Grupos de Trabalho que dela decorram ou que sobre ela tenha consequência, e considerando os desafios que o país e o planeta enfrentam relativamente às alterações climáticas já sentidas e previstas no futuro, os melhores interesses de Portugal, com vista a garantir o seu estrito cumprimento”. E a última recomendação é para que sejam tornados públicos os resultados do acompanhamento da execução dos planos no quadro de planeamento hidrológico 20162021, assim como os “pressupostos estratégicos que definirão o aprofundamento significativo da cooperação bilateral para o ciclo de planeamento 2021-2027”.

OPINIÃO /

Naquele tempo… José Alves Jana FILÓSOFO

O

comboio passar em Abrantes com três horas de atraso era normal; O divórcio era praticamente impossível; Um beijo de namorados em público dava direito a multa; Fumar, para um rapaz, era quase obrigatório, se queria ser homem, mas para as raparigas era proibido, tinham de ir fumar para a casa de banho para não serem vistas; Havia pessoas que iam morrer a casa por não terem dinheiro para a operação; O princípio mestre da pedagogia era o medo: medo da régua ou da palmatória (o meu professor não tinha palmatória, tinha uma longa régua em castanho); Em Abrantes, no ensino oficial, acima da primária só havia a Escola Industrial, inaugurada há pouco, Liceu só em Santarém; Uma chamada telefónica para Lisboa demorava três horas a conseguir a ligação; A taxa de analfabetismo, em 1970, era de 25,7% (31% entre as mulheres); Grande parte das profissões estava vedada às mulheres; O presidente da Câmara e os regedores (de Freguesia) eram nomeados pelo Governo e respondiam apenas perante ele; O dinheiro para obras no concelho tinha de ser “pedido” caso a caso ao Governo; Em Abrantes, os esgotos corriam a céu aberto para o rio, mas alguns pelo caminho regavam hortas que abasteciam a cidade; Na Escola Industrial, havia, como não podia deixar de ser, um pátio para rapazes e outro para raparigas, e a altura da saia das raparigas era controlada à entrada; Nascer deficiente era uma condenação e ter um deficiente em casa uma vergonha; Não havia qualquer apoio a deficientes ou às suas famílias; A camioneta demorava cerca de três horas de Abrantes ao Gavião, pois a velocidade média autorizada era de 10 kms/hora; Por vezes, na subida para o Pego, os estudantes tinham de sair da camioneta para ela conseguir vencer o declive; A segurança no trabalho era precária e os acidentes de trabalho, por vezes

mortais, eram comuns; Numa repartição pública, era normal o funcionário, protegido por um alto balcão, esperar uma gorjeta para dar andamento a um pedido; A guerra na Guiné, em Angola e em Moçambique levava quase todos os jovens a terem uma “experiência inesquecível”, da qual alguns não voltavam e outros voltavam diminuídos para toda a vida; A PIDE vigiava as publicações e perseguia os que não se mostravam alinhados com o regime; Um simples artigo quase inocente era motivo para fechar um jornal; Quando saí a primeira vez de Portugal, em 1972, não sabia se a Polícia me deixava passar a fronteira; A nível nacional, a educação pré-escolar era praticamente inexistente (0,9% em 1961, hoje 90%); Em 1963, a nível nacional, apenas 1 em cada 3 (35,6%) dos alunos que concluíram a 4ª classe se candidatou ao exame de admissão e destes 1 em cada 5 (20,1%) reprovou; Em 1974 havia no concelho apenas 2.049 telefones para um número não conhecido de empresas e um total de 48.675 pessoas em 1970; Em 1974 havia no concelho 10.121 ligações domésticas em baixa tensão (em 1995 já eram 19.307); Em 1974 havia no concelho 7.295 consumidores de água fornecida pela Câmara em 14 redes (em 1995 eram 19.508 em 24 redes;) O meu primeiro carro não tinha retrovisores laterais, nem cintos de segurança, era pouco mais que um motor com rodas, era preciso aquecer o motor antes de começar a andar e tinha de mudar cinco litros de óleo aos mil quilómetros; Em 1975, frequentavam o ensino secundário oficial em Abrantes 961 alunos, no Liceu e na Escola (em 1994 eram 1549, no Liceu, na Escola, no Tramagal e nas Mouriscas); Os professores provisórios, a grande maioria, não ganhavam durante as férias (até 1974); Não havia nada parecido com o 112: eu tive de ir a pé, de madrugada, buscar um táxi para uma vizinha a entrar em trabalho de parto cujo marido estava mais uma vez a cumprir serviço militar em África.


CULTURA /

O termo degradou-se. A banda desenhada destinada às crianças via criatividade em língua portuguesa fala brasileiro. O pestinha é uma menina ou menino dado a birras, a praticar façanhas no agregado familiar e seu entorno a torto e a direito ficando as suas diabruras (o demo escondido com o rabo de fora) registadas nos anais domésticos para todo o sempre. Os pestinhas são uma peste! Ora, peste significa dor, doença, miséria e morte. Se lermos a História das epidemias mais virulentas ao longo dos séculos, verificamos a periculosidade das mesmas, sejam brancas (tuberculose), sejam negras (Idade Média), sejam de cólera (o rei Pedro V e a rainha sua consorte, desprovida de sorte, para lá de ter morrido sem o casamento consumado, a bonita rapariga morreu longe da terra Natal vítima da maleita provocadora de milhares de mortos). Na obra Antropologia Luso-Atlântica podemos ler quais foram os surtos de peste mais gravosos em Portugal, o historiador Oliveira Marques (entre outros)

também assinala esses mesmos nefandos episódios e consequências sociais, económicas, científicas e culturais. Se o leitor procurar um bocadinho, se ler o procurado vai encontrar vários vultos da cultura portuguesa falecidos devido às matanças originadas pela peste. Procure e leia, o saber não ocupa lugar diz o anexim. As bibliotecas (agora encerradas em virtude do vírus amarelo) detêm (aquelas que praticam uma boa política de aquisições) inúmeras obras onde os seus autores procuram exorcizar as maleitas cuja génese são os microscópicos agentes dos morticínios, tivemos um autor do «livro mais triste de Portugal» escrito quando procurava lenitivo para a peste branca em terra de bons ares (na Madeira). O livro de poesia intitula-se “SÓ”. Li vários livros relativos aos efeitos da peste, por uma vez terá sido autora de um sucesso, o levantamento dos cerco a Lisboa pelos castelhanos empenhados em unirem as duas coroas visto Dona Beatriz filha de Dom Fernando «O Formoso» e famoso pelas suas tropelias

amorosas (Leonor de Teles) estar casada com João rei de Castela. A Montanha Mágica é outro monumento literário ligado a este sinistro tema, no entanto, «A Peste» de Albert Camus obriga a reflectirmos acerca da tormentosa peste chamada nazismo. A primeira leitura provocou-me incómodo, a irrupção de ratos na cidade argelina de Orão associei-a ao flautista de Hamelim, na segunda leitura, bem mais reflectida, os ratos que provocam toda a casta de temores e tremores, as ratazanas personificavam as hordas nazis. Nesse romance emerge a dimensão apocalíptica da banalidade do mal. Está lá tudo. Os esforços da medicina (o médico). O isolamento da cidade, o medo ante o denunciante, a vida enclausurada. Tudo. Nestes dias de quarentena, de auto-vigilância comportamental, de impotência, de incógnita relativamente ao futuro, como sempre encontro lenitivo na leitura e na música. Reler A Peste e ouvir a Flauta Mágica parece-me grato consolo! Armando Fernandes

/ Ilustração de epidemia de praga de Londres. Cartoon “London grande doença da peste bubônica”

Nuno Alves MESTRE EM RELAÇÕES INTERNACIONAIS nmalves@sapo.pt

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os últimos anos, com taxas de crescimento económico contínuo durante um período de tempo que não era visto há muitos anos, a Europa anunciou o fim da crise. O que os líderes europeus não disseram aos cidadãos europeus é que este crescimento económico era na realidade uma ilusão e sustentava-se na reedição dos esquemas que conduziram à crise de 2008. Pior que tudo, a crise institucionalizou a desigualdade social sem grande desejo dos Estados em corrigir estas assimetrias entre os mais ricos e os mais pobres, com as classes mais afectadas pela crise a nunca conseguirem recuperar os rendimentos médios que possuíam antes da crise. Na prática, a saída da crise consumou-se apenas na consagração da austeridade fiscal como modo de vida e na protecção de quem era realmente grande demais para cair: os grandes grupos empresariais e o sector financeiro. Se bem feita a análise, o sector financeiro, em particular, está bem longe de retribuir aos cidadãos e, em particular, aos contribuintes, todo o apoio que lhes foi prestado pelos Estados durante o período crítico da crise. E, enquanto a bandeira da vitória sobre a crise ondulava no vento da bonança económica, o mundo é tomado de assalto por uma pandemia que, em poucas semanas, obrigou a abrandar fortemente a economia global. Na realidade, existiam já certezas de que, entre as economias mais avançadas, o desaceleramento do crescimento ou mesmo uma recessão

A crise nunca superada este ano ou mais tardar no próximo, eram certos. Mas esta é uma crise que ninguém esperava e com um carácter único: está a provocar a falência abrupta das empresas e famílias. A juntar a isso, permanecem os receios em relação aos factores que já colocavam a recessão económica no horizonte próximo: a guerra comercial entre os EUA e a China; o desmantelamento das redes globais de abastecimento devido a políticas proteccionistas; o esgotamento dos estímulos monetários dos principais bancos centrais; o elevado endividamento, quer dos Estados, quer das famílias e empresas; bolhas especulativas no imobiliário mas também nas bolsas, com as grandes empresas de tecnologia e start-ups tecnológicas a verem o seu valor em bolsa crescer para além daquilo que é o seu real valor; a queda drástica no preço do petróleo, o verdadeiro barómetro da saúde da economia internacional. Esta é uma crise nunca antes vista. Contudo, para já, os líderes políticos e as autoridades monetárias limitaram-se a responder com as medidas do costume: linhas de crédito, baixas taxas de juro e injecção de capital no sistema financeiro. A imaginação parece não dar para mais. O colapso das bolsas mostra que nem Wall Street e companhia se animaram com estas medidas. No fundo, podemos ter superado a crise económica, mas a verdadeira crise ainda por superar, é a das mentalidades das lideranças políticas. E na ausência de boas lideranças, tudo o resto pode acontecer. PUBLICIDADE

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OPINIÃO /

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DESPORTO / // GINÁSTICA ARTÍSTICA DO CLUBE NÁUTICO DE ABRANTES

"Temos cerca de setenta ginastas em atividade" // A Ginástica Artística do Clube Náutico de Abrantes tornou-se uma referência no panorama regional. Conversámos com Ana Rainho Gil, responsável pela secção, para ficarmos a perceber a realidade de uma modalidade que ainda é desconhecida de muitos abrantinos. Quando foi criada a secção de Ginástica Artística do Clube Náutico de Abrantes? Quem a criou e com que objetivos?

A secção foi criada em 2012. Na altura eu dava aulas de expressão físico-motora aos alunos do Colégio de Fátima e do ATL da instituição e verifiquei que havia muitos alunos com aptidão para a modalidade. Falei com a direção do Clube Náutico e criámos a secção com o objetivo de proporcionar o ensino desta modalidade a crianças que no geral não faziam qualquer atividade desportiva fora do contexto escolar, ao mesmo tempo que reativámos a Ginástica Infantil e começámos a Ginástica de Manutenção, abrangendo todos os escalões etários.

Quantos atletas integram a Ginástica Artística?

Atualmente a secção de Ginástica Artística tem cerca de 70 ginastas em atividade, nas classes de formação e competição.

É fácil recrutar jovens ginastas?

Nunca fizemos campanhas de angariação de ginastas. Os novos fazem-no na sequência da sua participação na Ginástica Infantil ou porque conhecem alguém que já faz parte do grupo ou porque assistiram a alguma demonstração/ competição. Atualmente temos ginastas do concelho Abrantes, Constância e Vila de Rei, mas também já tivemos ginastas de Ponte de Sor e da Barquinha. Gostava de salientar um aspeto curioso, que é o facto de no nosso clube, ao contrário de outros, o número de rapazes estar a aumentar em todos os escalões.

Onde decorrem os vossos treinos? As condições são adequadas para que se faça um trabalho de formação adequado?

Começámos as atividades no Salão da Esperança, depois fomos para o antigo ginásio do Liceu e durante as obras passámos para uma caserna do Regimento de Cavalaria de Abrantes e atualmente

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estamos de novo na Escola Secundária Dr. Manuel Fernandes, onde treinamos três vezes por semana. Se compararmos as condições que temos agora com as que tínhamos no início da atividade, podemos considerar que são boas, uma vez que comparando o atual espaço e o equipamento, com os tempos em que treinávamos no Salão da Esperança, onde apenas tínhamos um plinto, dois bancos suecos e alguns tapetes gímnicos ou num corredor duma caserna, o espaço atual é ótimo. No entanto se compararmos o equipamento que temos com o dos clubes com que competimos, ainda estamos alguns patamares abaixo. Por exemplo, atualmente não temos um praticável, um fosso, umas argolas ou umas paralelas assimétricas, aparelhos que são fundamentais para o treino das habilidades gímnicas, que devido ao seu elevado custo ainda não estão ao nosso alcance. Mas com resiliência e a ajuda dos parceiros e pais, acreditamos que um dia conseguiremos ter esses equipamentos, uma vez que nos últimos anos pudemos adquirir a título definitivo ou por empréstimo, paralelas, trave, cavalo com arções, mesa de saltos, barra fixa e colchões de queda.

Têm alcançado bons resultados?

JORNAL DE ABRANTES / Abril 2020

Quais os mais relevantes?

Penso que temos conseguido resultados para além do que inicialmente era esperado. Para além de muitas participações em Torneios, nos quais já se conseguiram alguns pódios, temos tido bons desempenhos naquela que é a nossa prova de referência, os campeonatos distritais. Em 2015, quando participámos pela primeira vez conseguimos ir ao pódio em 23 vezes; em 2016, 50 vezes; em 2017, 34 vezes; em 2018, 50 vezes; já em 2019 conseguimos 50 pódios. Muitos destes pódios foram de primeiro lugar e alguns deles em aparelhos que nem sequer temos.

Qual é a realidade da Ginástica Artística em termos regionais?

A modalidade em termos regionais está em crescimento. O número de ginastas e de clubes tem aumentado nos últimos anos. Também o número de juízes de ginástica tem vindo a aumentar significativamente. Por tudo isto, a Associação de Ginástica de Santarém recebeu uma distinção da Federação. Neste momento a Associação tem um ginasta a integrar os ginastas de elite e a seleção nacional. Contudo, à semelhança do que

se passa noutras modalidades, somos uma região interior com as desvantagens que daí advêm para a ginástica, como grandes dificuldades em conseguir apoios financeiros das empresas ou em frequentar ações de formação.

Torna-se difícil dar continuidade à prática da ginástica, quando os ginastas transitam para o ensino superior?

Sim, muito. O ingresso no ensino superior significa na maior parte dos casos sair de Abrantes. Esta época sentimos a necessidade de adaptarmos os nossos dias de treinos a essa realidade, passando um dos treinos para a sexta-feira, de forma a possibilitar que esses ginastas possam vir a pelo menos um treino semanal, quando as atividades académicas o permitem.

Em quantas competições costumam participar por época?

Os escalões etários mais baixos têm participado a nos torneios de Fátima, Torres Novas e nos Campeonatos Distritais e a nível nacional no Memorial Guilherme Gonçalves. Os escalões mais altos nos referidos torneios, nos Distritais e nos Campeonatos Nacionais. Fomos ainda ao Torneio de São João, na Figueira da Foz, ao Torneio de

Évora e a Torneios do Lisboa Ginásio Clube.

Quais são a curto prazo os objetivos da Ginástica Artística do CNA?

Podemos dividir os objetivos em dois tipos, o desportivo e o logístico. A nível logístico gostaríamos de adquirir os equipamentos que nos faltam, para assim melhorar o processo de treino e equipararmo-nos aos clubes com que competimos. A nível desportivo gostaríamos de manter os desempenhos de anos anteriores e se possível aumentar o número de campeões distritais.

Apesar da cessação dos treinos em resultado da pandemia em que vivemos está definido algum tipo de treino para os atletas fazerem em casa?

Até ao momento estamos apenas a disponibilizar vídeos e atividades para fazerem de forma voluntária, uma vez que julgamos que nesta primeira fase os ginastas têm de se adaptar à nova realidade e principalmente estabilizar nas atividades escolares. Depois dos ginastas e famílias terem a vida organizada e estabilizada, vamos apresentar propostas de treinos mais específicas. José Martinho Gaspar


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Queres fazer parte da nossa equipa comercial? sempre se manteve fiel ao topónimo inicial. Do início da década de trinta até finais da década de sessenta, num período de cerca de quarenta anos, foi jardineiro chefe da Câmara Simão Vieira e foram então tempos áureos para este jardim. Apaixonado pela sua profissão, a ela se dedicou de corpo e alma. Para ele residir foi construída, perto da entrada principal, uma pequena e interessante casinha onde criou os seus seis filhos. Hoje, bastante degradada, serve de arrecadação, o que é pena, pois uma vez arranjada poderia transformar-se num espaço interessante que, com alguma imaginação, poderia até ser utilizado para fins culturais: uma escola de pintura, (há algumas na cidade sem encontrarem um espaço adequado para desenvolverem o seu trabalho), actividades com grupos de crianças, etc. Ali Simão Vieira residiu durante dezenas de anos com a família, cercado por todo um mundo de flores que ele ia construindo e alindando. No início de Novembro, não só os jardins como toda a cidade enchiam-se com vasos de crisântemos bonitos e de cores variadas, cujas sementes ele cuidadosamente seleccionava e guardava. Foi pena que, após a sua reforma, ninguém delas tivesse cuidado, perderam-se e hoje os crisântemos que se espalham pela cidade na mesma altura do ano, são uma pálida sombra dos que Simão Vieira cultivava. Vários dos seus trabalhos foram premiados e a ele e a muitos dos moradores se deve, em grande parte, o facto de Abrantes ter tido o epíteto, hoje desactualizado, de Cidade Florida.

Durante as décadas de trinta e quarenta este jardim era muito vivido pelos habitantes da cidade. Pelo S. João faziam-se festas, algumas memoráveis e nem sempre por boas razões, como foi o caso de, num desses dias, se ter formado, repentinamente, uma enorme trovoada que pôs em debandada todos os presentes com grandes atropelos e correrias. O coreto, que ainda hoje lá se encontra, era onde tocavam os músicos que animavam as festas e além disso era frequentemente habitado, nas tardes de Inverno e nas noites de Verão, com grupos musicais e até bandas militares que para ali atraíam a população e ajudavam a dar vida a este jardim. Durante os últimos anos, além de pouco frequentado, notava-se que estava a ficar bastante degradado, no entanto há pouco tempo, passando por lá, constatei com satisfação, que os serviços competentes lhe estavam a dedicar um pouco mais de atenção. Vi os bancos arranjados, o muro envolvente reparado, o pequeno edifício das casas de banho pintado e os canteiros cuidados e floridos. Só a casinha do jardineiro ainda continua quase em ruínas e a destoar na paisagem…

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Este jardim, cujo nome deriva da sua situação na encosta sul do morro do castelo, é um sítio bem conhecido, mas ultimamente pouco vivido pelos abrantinos que dele se têm afastado e, verdade seja, nos últimos anos, tem havido poucos atractivos que para lá chamem as pessoas a não ser, e já não é pouco, a magnífica paisagem que dele se desfruta. No espaço que hoje ocupa, existiram em tempos os fossos da fortaleza e foi em Julho de 1880, que a Direcção Geral da Engenharia Militar teve a feliz ideia de os ceder à Câmara, para ali ser instalado aquilo a que se chamou na altura um passeio público. Por razões óbvias, chamaram-lhe Jardim do Castelo, mas logo em 1892, um grupo de abrantinos requereu à Câmara que lhe fosse atribuído o nome do então presidente, o Visconde de Abrançalha, honraria que o próprio declinou e que o Ministério da Guerra também não autorizou. Em 1901, passou a designar-se Passeio do Conselheiro Pimentel Pinto, homem que teve uma carreira brilhante como militar e como político, mas que nada tinha a ver com Abrantes, a não ser o facto de ser membro importante do Partido Regenerador, ao qual pertenciam alguns dos políticos locais mais influentes, como o próprio Presidente da Câmara e também Avelar Machado. Em 17 de Outubro de 1910, na sequência da implantação da República, foi-lhe atribuído o nome de Machado dos Santos, militar e político republicano de grande nomeada e a quem chegaram a chamar “o pai da República” pela força com que se bateu contra as investidas monárquicas. Mas logo em 24 de Maio de 1915, baptizaram-no com o nome de Jardim 14 de Maio de 1915, data alusiva a uma revolução democrática contra a ditadura de Pimenta de Castro e que causou em Lisboa grande derramamento de sangue. Durante o Estado Novo, como não podia deixar de ser, chamou-se Parque Dr. Oliveira Salazar, no pós 25 de Abril ainda o designaram de 1º de Maio, até que em 1976 voltou ao seu primitivo nome, Jardim do Castelo e assim se manteve até hoje. Como se constata, esta dança de nomes sempre por razões políticas e interesses pessoais nunca pegou e a população

Consultas: - Campos, Eduardo, Toponímia Abrantina, Câmara Municipal de Abrantes, 1892 - Dicionário da História de Portugal, direcção de Joel Serrão, edição Figueirinhas, 1972 - Alguns dados sobre Simão Vieira foram-me fornecidos pelo seu neto José Manuel d’Oliveira Vieira.

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SAÚDE /

CHMT com novas indicações para os dadores de sangue Foto: CHMT

/ Filipa Serra, Higienista Oral Unidade Saúde Publica do ACES Médio Tejo.

Crescer com sorrisos mais saudáveis

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os próprios dadores", diz o CHMT que alerta que estas medidas podem sofrer alterações com o evoluir da situação. Contactos: Abrantes: 241 360 722 (Telefone direto do Serviço de Sangue); Tomar: 249 320 100 (Extensão 601550); Torres Novas: 249 810 100 (Extensão 733315) Alunos da Escola Prática de Polícia dão sangue no CHMT Alunos da Escola Prática de Polícia de Torres Novas têm estado no Serviço de Imuno-hemoterapia do Centro Hospitalar do Médio Tejo, EPE, para doarem sangue. Estes alunos voluntariaram-se para doar sangue ao abrigo de uma parceria estabelecida entre o CHMT, EPE, e a Escola Prática de Policia de Torres Novas, promotora de uma estreita cooperação entre estas duas entidades e que visa, neste âmbito, “reforçar a capacidade de sangue e seus derivados no banco de dadores de Sangue do CHMT, assim como

JORNAL DE ABRANTES / Abril 2020

fazer face a eventuais necessidades que possam surgir”. Este plano de dádiva de sangue que envolve a comunidade da Escola Prática de Policia de Torres Novas, justifica-se pela recente diminuição das dádivas de sangue e vai permitir, para além do reforço de sangue para ser utilizado no Centro Hospitalar do Médio Tejo, “assegurar a normalidade de fornecimento que o Serviço de Imuno-hemoterapia presta aos mais diversos hospitais do Serviço Nacional de Saúde”. Maria Clara Ribeiro, chefe da Escola Prática de Polícia de Torres Novas salientou a importância desta ação, também como “exemplo de boas práticas de cidadania, numa altura em que todos devem colaborar com as entidades de saúde, até pela situação do coronavírus”, afirmou esta responsável manifestando a disponibilidade da Escola Prática de Polícia de Torres Novas continuar a colaborar com o CHMT, EPE.

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No âmbito da atual situação de pandemia devido ao novo coronavírus, e durante este período, o Centro Hospitalar do Médio Tejo informa que o Serviço de Dadores de Sangue estará aberto às segundas-feiras, terças-feiras e sextas-feiras, das 9h00 às 13h00 para recolha de sangue, nas suas três unidades Hospitalares, em Abrantes, Tomar e Torres Novas. Diz a entidade hospitalar que ao sábado não se efetuam recolhas e que, enquanto estiver em vigor o plano de contingência, os dadores deverão, sempre que possível, avisar telefonicamente da sua deslocação ao Serviço. "Estas medidas enquadram-se na necessidade de salvaguarda e cumprimento das orientações da Direção Geral de Saúde, evitando-se aglomerados de pessoas e permitindo que a dádiva seja efetuada de modo regular mas seguro, quer para os profissionais de saúde quer para

A cárie dentária é uma doença que pode afectar os dentes de pessoas de todas as idades, incluindo crianças em idade pré-escolar. Apesar da implementação de estratégias de prevenção e tratamento das doenças orais nas últimas décadas, os problemas persistem. Estima-se que, a nível mundial, 486 milhões de crianças sofrem de cárie dentária em dentes de leite. Em Portugal, segundo a DGS, num estudo de 2008, aos 6, 12 e 15 anos de idade a percentagem de crianças livres de cárie dentária era apenas de 51%, 44% e 28%, respetivamente. A cárie dentária, doença que leva à destruição dos dentes, causa dor, ansiedade e leva à perda precoce dos dentes. Crianças com pobre saúde oral referem que se sentem apreensivos em conhecer outras crianças porque estas podem fazer piadas acerca dos seus dentes. Está mais que provado que a principal causa da cárie dentária é o consumo excessivo de açucares, que por outro lado aumenta também o risco de diabetes, cancro e doenças cardiovasculares. Os hábitos alimentares e de higiene oral começam desde pequeninos e nós, como pais, educadores, profissionais de saúde, temos o dever de garantir que proporcionamos um futuro mais saudável às nossas crianças. Devemos reduzir a quantidade de alimentos e bebidas açucaradas e aumentar o consumo de alimentos saudáveis. Ainda mais importante, devemos ser exemplos a seguir pelas crianças: comer mais saudável todos os dias; escovar os dentes pelo menos 2x/ dia, de manhã e à noite, com uma pasta fluoretada (10001500ppm de flúor); controlar lesões de cáries iniciais, tratar cáries existentes e seguir os concelhos da higienista oral ou médico dentista. As nossas crianças merecem crescer com sorrisos mais saudáveis e com a melhor saúde em geral e saúde oral possível e é esse o nosso papel.


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