/ JORNAL DE ABRANTES
121 ANOS
/ Abrantes / Constância / Mação / Sardoal / Vila Nova da Barquinha / Vila de Rei / Diretora Patrícia Seixas AGOSTO 2021 / Edição nº 5606 Mensal / ANO 121
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CENSOS 2021
Abrantes e Mação são quem mais perdeu população no Médio Tejo Pág. 10
SARDOAL
Externato Rainha Santa Isabel vai ser requalificado
/ DISTRIBUIÇÃO GRATUITA
Pág. 13
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O futuro da floresta começa agora?
ENTREVISTA
ACE tem 100 anos e aponta a um futuro na economia digital Págs. 3 e 4 PUBLICIDADE
O Governo prevê a criação de 47 Áreas Integradas de Gestão da Paisagem (AIGP) de um objetivo de 60. E com estas AIGP, há um pacote financeiro de 270 milhões de euros do Plano de Recuperação e Resiliência. “Este é um momento único pelo qual sempre esperámos”, afirma António Louro, vicepresidente da Câmara Municipal de Mação. Págs. 16 e 17
A ABRIR / FOTO OBSERVADOR /
EDITORIAL /
Com alvará datado de 1930, o restaurante Cova Funda, na Rua da Estação, em Rossio ao Sul do Tejo, deverá ser um dos restaurantes mais antigos em funcionamento. A Cova Funda (Pensão Duarte) reabriu portas em meados de julho depois de seis meses de obras e de um investimento de 100 mil euros. Teresa Chaleira Lopes indicou que o próximo passo será a requalificação da Pensão Duarte, já integrada na Área de Reabilitação Urbana do Rossio
/ Patrícia Seixas / DIRETORA
Entramos no mês de agosto e ficamos a saber, com certezas, o que já sabíamos mas cujos números desconhecíamos. O interior perdeu população. Não é propriamente uma novidade mas havia a esperança de que não fosse um número elevado. Mas foi. É certo que a pandemia fez com que muitos revissem as suas prioridades, que passaram a dar valor à qualidade de vida e perceberam que no interior do país também se pode trabalhar e viver mas esses números, ou ainda não estão refletidos nestes Censos 2021, ou não fazem qualquer diferença. Só o concelho de Abrantes, em 10 anos, perdeu 5000 habitantes. Destaque para as freguesias do norte do concelho que registam as maiores perdas. Os outros concelhos da região também se debatem com o mesmo problema, sendo Vila Nova da Barquinha o que regista a menor perda, sendo a freguesia de Atalaia a única a registar ganho de população. E com o interior desertificado, os olhares viram-se agora para um dos seus maiores problemas, que deveria ser a sua maior riqueza: a floresta. Parece que é desta que há condições, efetivas, para se “mexer” na paisagem e tentar reduzir um dos nossos maiores flagelos, os incêndios. Com o objetivo de criação de 60 Áreas Integradas de Gestão da Paisagem (AIGP), o Governo já aprovou a criação de 47 e há agora um pacote financeiro de 270 milhões de euros do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). Esta é uma solução apontada por António Louro e pelo Município de Mação desde os grandes incêndios de 2003. Foram anos de uma luta que parece agora ter dado resultado e da qual lhe damos conta nas páginas deste jornal. Com agosto a entrar, estão aí as apresentações dos candidatos às eleições autárquicas de 26 de setembro. As forças políticas preparam-se para quase dois meses de campanha e as caras vão aparecendo nos inúmeros cartazes espalhados um pouco por todo o lado. Também dos que já fizeram as apresentações públicas lhe damos conta nas páginas do seu jornal. A pandemia, ainda e sempre. Parece que estamos melhor. Dizem-nos que estamos melhor, que o rt está a baixar e as medidas vão aliviar. Concordo. Com a vacinação a correr a bom ritmo, há atividades que podem começar a trabalhar a outro ritmo. O que não compreendo é a medida anunciada pelo primeiro-ministro para os restaurantes onde os clientes continuam a ter de apresentar certificados de vacinação ou testes negativos à sexta-feira à noite, ao fim de semana e aos feriados. Ora, quem quiser fazer “jantaradas”, faz durante a semana, sem necessidade de apresentação de qualquer documento ou teste. Os mais novos, ainda não vacinados, até estão de férias e têm todo o tempo do mundo. Parece-me que esta não é uma medida que venha resolver coisa alguma. Contudo, convém não esquecer que o país continua em situação de calamidade e embora pareça que já podemos estar um pouco mais “livres”, é bom que tenhamos em atenção que todos os cuidados continuam a ser poucos. Ninguém quer “morrer na praia”. Boas férias e boa leitura. Até setembro!
ja / JORNAL DE ABRANTES
PERFIL / / Naturalidade / Residência: Abrantes (S. João)
/ Hélder Silva, 43 anos / Operador de processo de produção de pasta
/ Qual é o seu maior medo? O meu maior medo é naturalmente perder entes queridos. É uma ideia que me assusta muito e cria em mim um sentimento de vazio, só de pensar. Creio na verdade, que esse será talvez o maior medo de quase toda a gente. Depois, tenho mais alguns, mas de menor importância e nos quais nem perco muito tempo a pensar. / Que pessoa viva mais admira? Talvez fuja um pouco ao que neste tipo de questões se costuma responder. E pensando no geral, na verdade, admiro muito todo e qualquer português que recebendo o ordenado mínimo, consegue chegar ao fim do mês com as suas contas pagas. A vida está cada vez mais difícil (e cara) e há muita e boa gente que tem que viver a fazer contas até ao último euro. / Onde e quando foi mais feliz? Em Abrantes, no hospital, aquando do nascimento dos meus dois filhos. São eles “os culpados” pelos momentos mais felizes da minha vida, sentimento esse que perdura, todos os dias desde então. É um amor incondicional que me faz
realmente muito feliz. Ao contrário do que as vezes se ouve dizer, o “serviço” no hospital de Abrantes foi 5 estrelas. É importante que se diga, numa altura em que parece que dizer mal de tudo está na moda.
O Fantasma, talvez por ser o primeiro que me lembro de ler nas velhinhas BD. Mais recentemente, também gosto da heroína Viúva Negra. / Com que figura história mais se identifica? Aristides de Sousa Mendes
/ Que talento mais gostaria de ter? Gostaria de saber tocar vários ins- / Quem são os seus heróis da vida trumentos musicais. real? Os meus filhos. São os maiores. / Se pudesse mudar uma característica em si, o que seria? / Onde gostaria mais de viver? Mais persistente. Onde nasci e onde de facto vivo: Abrantes. Gosto muito de viajar / Se soubesse que morria e conhecer outros lugares mas amanhã, o que faria hoje? a verdade é que me sinto muito Ficaria com toda a certeza junto bem a viver em Abrantes. Esta cidos que me são mais queridos. dade tem qualquer coisa de muito especial que só se explica com o / O que mais valoriza nos seus sentimento de bem-estar. amigos? A sinceridade e o sentido de hu- / Se fosse presidente de Câmara, mor. o que faria? Tarefa difícil. Tiro o meu chapéu / Quem são os seus artistas a quem desempenha este cargo. favoritos? Naturalmente há sempre muito Tenho muitos artistas favoritos em a fazer. Mas acho que tentaria diversas áreas mas destaco na mú- valorizar o nosso turismo. Parecesica a banda Heroes del Silencio. -me que podem ser feitas muitas Recentemente partiram alguns dos coisas nessa área, numa cidade meus artistas preferidos, nomeada- cada vez mais bonita e apetecível. mente o cantor Carlos do Carmo e E além da cidade, temos muito o ator Sean Connery. para mostrar no nosso concelho. Há que cativar os turistas. Acho / Quem é o seu herói da ficção? que seria uma aposta ganha.
FICHA TÉCNICA Direção Geral/Departamento Financeiro Luís Nuno Ablú Dias, 241 360 170, luisabludias@mediaon.com.pt. Diretora Patrícia Seixas (CP.4089 A), patriciaseixas@mediaon.com.pt Telem: 962 109 924 Redação Jerónimo Belo Jorge (CP.7524 A), jeronimobelojorge@mediaon.com.pt, Telem: 962 108 759. Colaboradores Berta Silva Lopes, Leonel Mourato, Paula Gil, Paulo Delgado, Taras Dudnyk, Teresa Aparício. Cronistas Alves Jana e Nuno Alves. Departamento Comercial. comercial@mediaon.com.pt. Design gráfico e paginação João Pereira. Sede do Impressor Unipress Centro Gráfico, Lda. Travessa Anselmo Braancamp 220, 4410-359 Arcozelo Vila Nova de Gaia. Contactos 241 360 170 | 962 108 759 | 962 109 924. geral@mediaon.com.pt. Sede do editor e sede da redação Av. General Humberto Delgado Edf. Mira Rio, Apartado 65, 2204-909 Abrantes. Editora e proprietária Media On - Comunicação Social, Lda., Capital Social: 50.000 euros, Nº Contribuinte: 505 500 094. Av. General Humberto Delgado Edf. Mira Rio, Apartado 65, 2204-909 Abrantes. Detentores do capital social Luís Nuno Ablú Dias 70% e Susana Leonor Rodrigues André Ablú Dias 30%. Gerência Luís Nuno Ablú Dias. Tiragem 15.000 exemplares. Distribuição gratuita Dep. Legal 219397/04 Nº Registo ERC 100783. Estatuto do Jornal de Abrantes disponível em www.jornaldeabrantes.pt. RECEBA COMODAMENTE O JORNAL DE ABRANTES EM SUA CASA POR APENAS 10 EUROS (CUSTOS DE ENVIO) IBAN: PT50003600599910009326567. Membro de:
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JORNAL DE ABRANTES / Agosto 2021
ENTREVISTA /
Associação Comercial centenária aposta na economia digital // A Associação Comercial e Empresarial (ACE) de Abrantes, Constância, Sardoal, Mação e Vila de Rei foi criada a 16 de julho de 1921, na altura como Associação dos Lojistas de Abrantes. 100 anos depois, a direção atual, com pouco mais de um mês em funções, assinalou a efeméride, mudou a imagem e apresentou as linhas orientadoras para os próximos anos. Rui Serras, presidente da direção, explica nesta entrevista a situação atual da associação e os desafios futuros. Entrevista por Jerónimo Belo Jorge Começamos pelo Centenário. Foi a comemoração possível de um século, por causa da pandemia?
Sim. Quando chegámos à ACE estava previsto outro tipo de evento, com outra envergadura que envolvia mais pessoas. Atendendo às condicionantes derivadas da pandemia, tivemos de fazer algo um bocadinho diferente, fundamentalmente no envolvimento presencial de pessoas. Penso que a data ficou devidamente assinalada.
Se não fosse a pandemia era, com toda a certeza uma festa diferente?
Sem dúvida. E iríamos envolver os nossos associados e a comunidade no sentido de participar de uma forma mais ativa nesta comemoração.
Esta direção chegou à ACE há cerca de um mês e uma das novidades foi a mudança de imagem? Porquê? Sentiram necessidade de agitar as águas?
Sim. Sem querer tirar o mérito a quem já lá esteve [aliás, só temos a agradecer a todos os que deram um pouco de si à Associação, sem eles não era possível a comemoração do centenário ou estarmos aqui], a mudança de imagem foi para fazer esta passagem do centenário. Sem esquecer o passado, mas projetando o futuro porque temos de olhar para o futuro. Foi nessa perspetiva que fizemos o rebranding da imagem da ACE.
Mantiveram os “cinco concelhos” em união. A nova imagem mantém cinco cores, cinco “pessoas” de mãos dadas…
… cada vez mais temos de olhar para o território de forma mais global, mais abrangente. E foi essa mensagem que tentámos passar com esta alteração, não foi só Abrantes (Mação, Sardoal, Constância ou Vila de Rei) mas todo o território tem vantagem a vários níveis de tomarmos medidas e posições conjuntas. E a ACE o que pretendeu com isto é dizer que também estamos cá para ajudar a que aconteça neste território, que é o território da Associação.
A Associação comemorou 100 anos. A vossa equipa entrou há pouco mais de um mês. Quais são, linhas gerais, os vossos objetivos?
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Além de termos a obrigação de manter a Associação viável e a funcionar, temos aqui três ou quatro objetivos definidos. Um deles, desde logo, é a modernização da sede. A sede da ACE foi inaugurada há 30 anos e até à presente data manteve-se igual. Temos também o objetivo de sensibilizar os nossos associados para a economia digital e eco-economia. E a pandemia veio, em parte, acelerar esses processos. Queremos sensibilizá-los, numa primeira fase, e andamos também à procura de parcerias e parceiros para podermos ter soluções para que possam dar este passo. E outro dos objetivos que também temos é trabalhar a comunicação da ACE para os associados e para a comunidade destes cinco concelhos. Desenvolvemos uma série de atividades que acabam por não passar para o exterior ou para os nossos associados.
Entraram no leme numa fase de
desconfinamento. Qual o estado do comércio e empresas destes cinco concelhos?
Em termos práticos, numa primeira fase houve dificuldade de toda a gente em gerir esta situação. Ninguém estava preparado. Mas pouco a pouco todos nós, empresários, temo-nos vindo a adaptar. Já percebemos que nada vai ser como antes e por isso temos de nos adaptar para sobreviver. É uma das leia básicas do universo. Penso que o tecido empresarial tem feito isso. Evidentemente que há setores que foram muito atingidos e não é fácil continuar com o mesmo negócio, viabilizá-lo. Mas temos de procurar oportunidades. Na crise há oportunidades, temos é de as procurar e, parece-me, que tem vindo a fazer isso. Uma das áreas mais atingidas pela pandemia foi o turismo, mas na nossa região parece que aconteceu o inverso. Principalmente no verão, houve uma grande procura da nossa região
e isso deu um alento a este setor. As outras têm-se adaptado e estão a sobreviver. Aliás, o comércio de proximidade tem tido uma procura maior.
Houve muitos encerramentos, insolvências?
Tivemos alguns pedidos de ajuda. Na nossa região não foi assim tão grave. Logicamente foi difícil, mas em termos de associados tivemos um número reduzido que cessou atividade, e não apenas por causa da pandemia. Também por outros motivos.
E novos negócios a abrir, ou em vias de abrir?
Houve e continua a haver a entrada de novos associados. É também um indicador que as pessoas estão-se a adaptar, a lutar contra a pandemia.
Estes novos negócios representam oportunidades da pandemia, o regresso de pessoas naturais desta
Agosto 2021 / JORNAL DE ABRANTES
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ENTREVISTA / região que foram para os grandes centros?
ou o Turismo 2020 [por exemplo no Centenário tivemos uma prova de doces enquadrados numa ação do Turismo 2020]. Depois, temos uma série de serviços que permite a quem pretenda começar um negócio arrancar de forma célere e garantindo todos os requisitos legais. Temos protocolos com diversas empresas [e estamos disponíveis para novos acordos] que possam acrescentar vantagens aos nossos associados.
Pode ser benéfica a vinda de população em teletrabalho? Ou seja, pode acrescentar-se mais empreendedorismo a estas pessoas que estão “de regresso” ao interior?
As ARU’s (Áreas de Regeneração Urbana) que estão em curso na região. Deixem-me puxar para Abrantes, Alferrarede e Rossio. É o instrumento financeiro que faltava para alavancar mais comércio?
Há. Tem havido. Se procurarmos terrenos em zonas industriais não é fácil encontrá-los. Acho que é um indicador. Há pessoas a regressar às nossas regiões, que tentam vir viver para cá, tanto mais que o teletrabalho tornou-se “mais normal”. Há muita gente que já consegue desenvolver o trabalho aqui e isso tem reflexos no negócio de proximidade.
Queria ressalvar que depois temos os problemas do interior que é não termos nas nossas aldeias a rede de internet ou de telemóvel em condições. Teremos de, todos, olhar para esse fator e ver como é que se pode melhorar. E isso iria criar mais oportunidades, com toda a certeza.
Cada concelho tem um peso diferente, naturalmente, na associação. São áreas territoriais diversas. Como é que trabalham esta realidade?
Aqui a questão que se coloca sempre, para além do investimento que se cria nessas zonas, é a criação de dinâmicas que permitam criar o fluxo de pessoas. Ou seja, criar polos de atratividade para além das fases iniciais em que todos têm curiosidade de ver, para ver se está bonito ou funcional. Mas muitas vezes o que falha são as fases posteriores aos investimentos iniciais no sentido de criar dinâmicas que permitam continuar a atrair pessoas a esses locais intervencionados. Se conseguirmos criar essas dinâmicas e esses fluxos, teremos naturalmente mais-valias para esses negócios e para essas áreas.
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Os serviços estão disponíveis para todos de igual forma. A sede está em Abrantes, que tem a maioria dos associados. Nos outros concelhos temos tentado, junto dos municípios, estabelecer parcerias no sentido de ter espaços para apoio nas sedes de concelho…
O PRR, daquilo que já se conhece, pode dar uma mão (forma geral) aos vossos associados ou à própria ACE?
… irem mais às sedes desses concelhos?
… e vamos. As nossas técnicas deslocam-se, periodicamente, a esses concelhos. A pandemia trouxe um corte, mas antes tínhamos deslocações por exemplo à Loja do Cidadão de Sardoal ou ao Gabinete de Apoio ao Empresário de Vila de Rei. Desde que haja a necessidade, tudo temos feito e vamos continuar a fazer para estarmos lá a satisfazer as necessidades.
A ACE tem apostado muito em formação. É por aí o caminho?
Vai ser com certeza. A formação é vital. Temos de aumentar competências. Se queremos evoluir, tem de ser por aí o caminho. Além dessa necessidade também para a ACE é importante em termos de viabilidade da própria associação. Daí que é uma aposta e vai continuar a sê-la para o futuro.
O que é que a associação oferece mais aos associados, para além da possibilidade de formação e consultoria?
Para além desta área de formação, certificada e grátis, há uma área de formação/ação mais específicas e dedicadas às necessidades das empresas. Fazemos um trabalho de consultoria para perceber quais as necessidades das empresas e depois tentamos arranjar soluções. E é aí que se enquadra o programa Dinamizar
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JORNAL DE ABRANTES / Agosto 2021
// ACE TEM 100 ANOS, 650 SÓCIOS E ESTÁ EM 5 CONCELHOS Francisco Egídio Salgueiro, Francisco Augusto Salgueiro, Agostinho Ribeiro, e Joaquim Figueiredo e Manuel Coelho deram corpo a uma associação que tinha como objetivo reunir e representar os comerciantes de Abrantes. Foi a 13 de junho de 1921 que em Assembleia Geral foram aprovados os Estatutos da Associação Comercial dos Lojistas de Abrantes. Foi a 16 de julho de 1921 começou a funcionar. Durante décadas reuniu os comerciantes de Abrantes, depois foi alargada a Constância e Sardoal, depois a Mação e, mais recentemente, alargou para Vila de Rei. Pelo meio integrou os serviços e outras áreas de negócio, para além do comércio e dos lojistas. Ao longo dos 100 a Associação mudou o nome para Associação Comercial e Serviços e depois para Associação comercial e empresarial de Abrantes, Constância, Sardoal, Mação e Vila de Rei. Para assinalar os 100 anos a direção promoveu uma cerimónia, simbólica por causa da pandemia, a 16 de julho.
E entre a entrega de lembranças às autarquias, em que a ACE trabalha, e a apresentação do doce "Fardo de Palha", de uma ação que está a ser desenvolvida nos restaurantes da região, houve ainda tempo para apresentar a nova imagem da associação. A ACE 650 empresas associadas divididos por áreas com o o comércio a retalho e restauração a garantir mais de metade dos sócios. A segmentação é a seguinte: comércio a retalho (27,27%); restauração e similares (25,95%); IPSS e atividades de saúde humana (8,94%); Serviços (8,82%); comércio por grosso (6,78%); industria alimentar e fabricação (5,83%); construção (5,16%); oficinas e comércio automóvel (4,07%); agricultura (0,94%); e outros (6,24%) Já no que diz respeito ao peso de cada concelho, Abrantes, naturalmente, tem a maior fatia com 69,47%. Segue-se Mação com 13,80%, Sardoal com 8,82%, Constância com 5,20% e Vila de Rei com 2,71%.
Estamos na expetativa para perceber como é que vai ser feita essa distribuição. Já percebemos que não vai ser feita da forma como gostaríamos, mas depois na própria gestão dos fundos vamos ver o que é que vai sair. Penso que seria importante entregar uma parte desses fundos e dessa gestão às associações e aos municípios porque estão mais próximos dos territórios e conhecem melhor as necessidades. Temos essa expetativa e penso que há possibilidade de isso acontecer. E se acontecer, estaremos cá para dar resposta a esse desafio.
Em 100 anos, o que é que poderia já ter sido feito, em vossa opinião?
Tento ver sempre o copo meio cheio. Preferimos olhar para o que foi feito e para o que queremos fazer. Todos os que passaram pela Associação deram o seu melhor, tanto mais que temos uma associação estável e com boas perspetivas de futuro.
Os 100 anos [cerimónia realizada a 16 de julho] tiveram uma evocação da data mas foi uma “festa curta”. Os 101 anos, se a vida pós-pandemia permitir, vão ter uma “grande festa”?
Se for possível, está em aberto. Mas em cima da mesa temos a ideia de fazer vários pequenos eventos em todos os concelhos que fazem parte da Associação. Temos essa vontade.
SOCIEDADE /
Governo anuncia contratação de mais 600 bombeiros profissionais Mação foi o concelho escolhido para o Governo realizar a cerimónia pública de criação de mais 122 equipas de intervenção permanente (EIP) para outras tantas corporações de bombeiros do país. A maioria (110) foram segundas equipas permanentes, 11 foram primeiras equipas e há já um caso, no distrito de Viana do Castelo, de criação de uma terceira equipa permanente. Estes protocolos firmados entre municípios e associações humanitárias de bombeiros, homologadas pela secretária de Estado da Administração Interna, Patrícia Gaspar, visam aumentar o nível de profissionalismo e de resposta na segurança das populações. Estas novas equipas permanentes (122) representam um total de 610 bombeiros que deverão entrar nos quadros das corporações até ao final do ano, de acordo com a governante. A secretária de Estado da Administração Interna começou por deixar uma palavra para o concelho de Mação, e para o seu presidente, dizendo que desde 2017 (na altura estava na estrutura nacional do
/ Patrícia Gaspar, Sec. Estado Administração Interna
/ António Louro, Vasco Estrela, Patricia Gaspar e Duarte da Costa depois da explicação do projeto McFire de Mação Serviço Nacional de Emergência e Proteção Civil) tinha intenção de visitar este concelho. Depois destacou o papel que os Bombeiros têm na base da Proteção Civil, numa altura de muitas mudanças de paradigma e de estratégia na segurança das populações. As mudanças da sociedade, o exemplo da pandemia e ainda os riscos
cada vez mais acentuados ligados às alterações climáticas obrigam a pensar a segurança das populações de uma outra forma, onde se enquadra a profissionalização dos bombeiros. E a criação de mais 122 equipas de intervenção permanente segue neste sentido até porque é cada vez mais difícil “chamar voluntários” para os bombeiros.
Patrícia Gaspar disse mesmo que o “mundo está a mudar e os riscos não são os mesmos de há 20 ou 30 anos” e deu o exemplo da Europa por estes dias com incêndios enormes na Turquia e Sardenha e cheias e deslizamentos de terras na Europa central e norte de Itália. E deixou ainda a nota que o Plano de Recuperação e Resiliência vai permitir a aquisição de 80 a 90 viaturas de combate a incêndios florestais para distribuir pelas corporações de bombeiros do país, assim como uma verba de seis milhões de euros para comprar equi-
pamentos de proteção individual. Vasco Estrela, presidente da Câmara de Mação, deixou uma nota de grande preocupação com as terras do interior cada vez com menos pessoas, com menos voluntários nos bombeiros o que pode acarretar uma dificuldade na garantia de proteção das populações envelhecidas e das florestas. Antes, já Jaime Marta Soares, presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, tinha pedido mais respeito para com os bombeiros, que são a base da Proteção Civil do país e disse esperar que os pagamentos destas equipas sejam respeitados para não se criarem mais complicações financeiras nas associações humanitárias que vão receber estas equipas. Criadas em 2001, estas equipas são constituídas por cinco elementos cada, que estão em permanência nos quartéis de bombeiros para ocorrer a qualquer situação de urgência e emergência registada no concelho. Com a criação das novas 122 EIP eleva-se para 528 o total de equipas já protocoladas, o que corresponde a um crescimento para mais do triplo desde 2016, quando existiam 169. Estão atualmente a funcionar 359 Equipas de Intervenção Permanente, envolvendo um total de 1.807 operacionais. Jerónimo Belo Jorge PUBLICIDADE
Agosto 2021 / JORNAL DE ABRANTES
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SOCIEDADE /
// O Food Fab Lab é um concurso de inovação agroalimentar que vai já na sua quarta edição. E este ano, os vencedores juntaram-se num menu completo com o Grande Prémio a acompanhar a inovação e o potencial de mercado e como sobremesa o prémio degustação. Assim, mesmo.
2010 Prémio Food Fab Lab – Pão de Medronho (Proença-a-Nova) Inovação – Hambúrguer Super Proteíco (Vila Franca de Xira) Potencial de Mercado – Cogumelos Shiitake (Figueira da Foz) Degustação – Tigelada de Abóbora (Abrantes) 2019 Prémio Food Fab Lab – Bem amanhado (Castelo Branco) Inovação – Cavala Fumada (Aveiro) Potencial de Mercado – Go Beans Degustação – Mirtilada (Sever do Vouga) 2018 Prémio Food Fab Lab – Vegan Chee (Santarém) Inovação – Tablete crua de Alfarroba (Tomar) Potencial de Mercado – Queijinho de Arronches (Arronches) Degustação – Broa de Batata Doce (Abrantes)
Este concurso é desenvolvido pelo Inov.Linea – Tecnologias Alimentares, situado no Tagusvalley - Parque de Ciência e Tecnologia de Abrantes. Há três critérios definidos para este prémio da área agroalimentar: Inovação, degustação e potencial de mercado. A inovação tem em conta a criatividade e originalidade do produto, o potencial de mercado avalia
a sua viabilidade de produção e comercialização a nível empresarial e a degustação que confere o mérito pela diferenciação e excelência sensorial em todos os seus atributos organoléticos. E depois o grande prémio que junta todos estes atributos. Os prémios, da edição de 2021, contabilizam 7 300 euros, serviços do Tagus Valley, sendo atribuídos 2 800 euros ao vencedor e 1 500
Grupo
euros a cada uma das outras categorias. O grande prémio viajou para Proença-a-Nova para uma proposta de “Pão de Medronho”. Trata-se de um projeto já com cinco anos e foi colocado no mercado em 2020, na zona de Leiria. Rui Lopes, “criador” do Pão de Medronho explicou que é um prémio saboroso para um produto que já teve um investimento de cerca de 100 mil euros.
uma nova forma de comunicar. ligados por natureza. 241 360 170 . geral@mediaon.com.pt www.mediaon.com.pt
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JORNAL DE ABRANTES / Agosto 2021
2017 Prémio Food Fab Lab – Compota de Pimentão (Abrantes) Inovação – Vinagre de Dióspiro (Ourém) Potencial de Mercado – Caco de Fátima (Fátima) Degustação – Arroz doce (Constância)
Já a inovação foi para um hambúrguer vegetariano da empresa Mr. Beans que aposta neste segmento dos alimentos vegetarianos. João Teixeira, criador do hambúrguer verde, é natural de Abrantes, revelou que o produto foi lançado na zona de Vila Franca de Xira, ainda com produção limitada e venda “em fresco”. O prémio de potencial de mercado foi atribuído ao projeto de cogumelos Shiitake desidratados. Elsa Jesus aproveitou os excedente da produção de cogumelos Shiitake de um projeto do filho, na área da investigação agroalimentar, por forma a desenvolver esta ideia. O prémio “Degustação” ficou em casa, em Abrantes na Pastelaria 2000. E este prémio foi para uma tigelada de abóbora. Cátia Pequeno, da Pastelaria 2000, disse que esta tigelada tem as sementes e tudo e que foi pensada para a altura em que o Food Fab Lab ocorre, por alturas da Feira de Doçaria, por alturas do Dia de Todos os Santos. Cátia Pequeno realçou que a empresa tem este produto, assim tigeladas de spirolina, de manjericão e de café, em dias diferentes. Marta Evangelista responsável pela Inov-Linea explicou ao Jornal de Abrantes que apesar da pandemia não houve quebra de participações nesta iniciativa. De referir que os prémios dão acesso à utilização do Food Fab Lab, no Parque de Ciência e Tecnologia, um espaço técnico nas áreas de licenciamento, rotulagem, obrigações legais, processo produtivo, análises sensoriais de aceitação e preferência. Os prémios do Food Fab Lab 2020 estão entregues e já foi lançada a edição de 2021. Jerónimo Belo Jorge PUBLICIDADE
Pão de Medronho conquista Food Fab Lab 2020
// VENCEDORES FOOD FAB LAB
REGIÃO / Mação
Antigo Quartel dos Bombeiros deu lugar ao CACI // Mação inaugurou, no dia 3 de julho, o CAO. Assim foi designado desde sempre. Resulta de um trabalho de parceria tripartido entre Município, que garantiu as infraestruturas, Segurança Social que garante o financiamento da resposta social, e Centro de Recuperação e Integração de Abrantes (CRIA), que vai garantir a operacionalidade desta nova estrutura social. Mas para se começar a perceber o que é que foi inaugurado é preciso recuar a 2016, muito antes de a pandemia ter vindo “complicar” as nossas vidas. Nesse ano, em novembro, Vasco Estrela, presidente da Câmara de Mação foi, juntamente com Nelson Carvalho e José Carlos Veríssimo, ambos do CRIA, a uma reunião ao gabinete do Ministro do Trabalho e Solidariedade Social da altura, José Vieira da Silva. E nessa reunião, os três, apresentaram esta ideia de “criar uma parceria com estas três entidades”. E, nessa altura, “fomos incentivados a seguir em frente, a conseguir esse objetivo”. Vasco Estrela relembrou aquilo que lhe foi dito: “este é o caminho”. E lembrou o exemplo que, naquela altura, foi referido. A Amadora tinha um projeto em que o município fez o investimento, a Segurança Social fez a sua parte e a instituição de resposta social fez a sua. “Cada um faz aquilo que é a sua obrigação”. Vasco Estrela relembrou o início de todo este processo que teve depois um caminho que conseguiu que fosse percorrido até ao ato inaugural e que agora, espera que em setembro, depois de concluídos os procedimentos logísticos e de preenchimento de recursos humanos, possa abrir portas, de forma efetiva. Neste caminho, o autarca de Mação começou por deixar uma palavra a todos os que passaram, durante mais de 50 anos, por uma casa que tem uma história muito importante no concelho. O Quartel dos Bombeiros de Mação, que acolheu ao longo de mais de cinco décadas a resposta de emergência, passa a oferecer uma outra resposta, agora na área social. E no caminho que foi trilhado, Vasco Estrela agradeceu à Comissão de Coordenação e Desenvol-
vimento Regional (CCDR) Centro, personalizado no vogal do Programa Portugal 2020, Luís Francisco Filipe. Vasco Estrela vincou o baixo financiamento disponível para este projeto. É que a transformação do antigo Quartel dos Bombeiros de Mação foi candidatada ao Programa PARU (Plano de Ação de Regeneração Urbana) de onde obteve um financiamento de 400 mil euros para um investimento de 900 mil euros. Quer isto dizer que meio milhão de euros saiu dos cofres municipais e sem recurso a qualquer financiamento bancário. Mas o financiamento teve a ver com a regeneração urbana, ou seja, com a requalificação de um edifício do Centro Histórico de Mação (o outro que obteve financiamento foi o Cineteatro, cuja obra estará concluída este verão).
/ O Quartel dos Bombeiros de Mação, inaugurado há 57 anos, vai ser centro ocupacional a partir de setembro
Apesar de ser um projeto vocacionado para uma área cada vez mais sensível, o financiamento estatal ou europeu acabou por ser a pensar através deste programa de regeneração urbana, pelo que, se não fosse a aposta clara do poder local (Câmara Municipal) seria muito complicada a sua execução.
Vasco Estrela acabou por revelar ao JA que este Centro de Atividades Ocupacionais, agora entregue ao CRIA, teve um investimento global de 1,3 milhões de euros: 900 mil na recuperação do edifício e cerca de 400 mil na aquisição do equipamento. É que o CAO de Mação vai ter
duas respostas sociais na área da pessoa com deficiência. E, de acordo com os responsáveis do CRIA e da Segurança Social, há um enorme défice destas estruturas no país. Quer isto dizer que o CAO que agora se designa por Centro de Atividades e Capacitação para a Inclusão (CACI), com capacidade para 20 utentes, e o lar residencial, com capacidade para outros 20, pode dar resposta à região, mas também ao país. Aliás, Nelson Carvalho, presidente da direção do CRIA revelou isso mesmo, que o CACI pode dar resposta local, mas por via do financiamento da Segurança Social, pode vir a dar uma resposta ao país, “que está muito necessitado destas infraestruturas”. E se a Câmara Municipal de Mação tratou de todo o processo de obra, depois de descerrada a placa da inauguração, Vasco Estrela disse ser hora de sair de cena e passar “as chaves” ao CRIA, que vai agora ocupar e colocar a estrutura a funcionar. Há um conjunto de serviços que o CRIA já tem em Abrantes e que vai estender a Mação. Por exemplo na saúde e fisioterapia, entre outras especialidades. Mas há um outro conjunto de lugares que têm, necessariamente, de ser preenchidos. Nelson Carvalho destacou que esses passos vão ser dados a partir de agora e que em setembro garante as condições para a abertura efetiva deste Centro de Atividades e Capacitação para a Inclusão de Mação. O Quartel dos Bombeiros deu vida a outra resposta. Seja como for, mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, ouvimos dizer, mas em Mação foi dito de outra forma, e muito mais ajustada: “Mudam-se as necessidades e proporcionam-se novas oportunidades”. Jerónimo Belo Jorge PUBLICIDADE
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Agosto 2021 / JORNAL DE ABRANTES
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REGIÃO / Vila Nova da Barquinha
Isenção de taxas de esplanadas aprovada até final do ano A Câmara Municipal de Vila Nova da Barquinha aprovou, por unanimidade, o prolongamento das medidas de apoio à restauração do concelho no âmbito da Covid-19. A vereadora Marina Honório explicou que “desde o ano passado, o Município deliberou algumas medidas de apoio no âmbito da Covid-19 a vários setores, como o social, restauração, entre outros”. Visto que o setor da restauração é “de importância estratégica para o Município e também potencia e alavanca as questões do turismo no concelho, a promoção turística e a promoção do território”, e por ser um dos setores que, neste momento, “tem mais medidas a condicionar a sua atividade, decorrente das medidas de tentativa de não propagação da Covid-19”, a vereadora apresentou uma proposta de manutenção da “isenção
das taxas de utilização do espaço público para esplanada dos estabelecimentos que estiveram encerrados ou que têm a sua atividade condicionada ao abrigo das medidas implementadas pelo Governo”. A proposta foi aprovada por unanimidade e tem como objetivo manter a isenção do pagamento das taxas de utilização do espaço público “porque já tínhamos aprovado a duplicação do espaço das esplanadas para os restaurantes e cafés. Neste caso, é para permitir que tenham, e que consigam receber em condições de segurança um maior número de clientes, mas que também tenham o apoio do Município em termos da isenção da respetiva taxa”. Marina Honório avançou que a medida tem validade até dezembro deste ano. Patrícia Seixas
ARU aprovada para o Pedregoso
Programação cultural em rede VOLver regressa em agosto No sábado, 14 de agosto, o Anfiteatro de Tancos recebe o espetáculo CIRDANCE, de Danças de Salão, pelo Clube Instrução e Recreios Ex-Tuna. A atividade é para maiores de seis anos e tem início às 19 horas. O CIRDANCE do Clube de Instrução e Recreio (CIR) ex-Tuna da Moita do Norte é uma escola de danças de salão com as vertentes de dança solo, social e de competição, com idades a partir dos seis anos. No mesmo dia e no mesmo local, pelas 21H30, atua ainda o Grupo Folclórico “Os Pescadores de Tancos”. Fundado a 13 de junho de 1981, composto por 45 elementos, sócio da Federação do Folclore Português, ao longo dos anos o grupo tem atuado de Norte a Sul de Portugal e em alguns países Europa. “Um pouco sobre Tancos, povoação muito antiga, situada no alto do Ribatejo, onde se sai da lezíria e se entra na charneca”. A 21 de agosto, sábado, pelas 21H30, há cinema infantil no Parque de Escultura Contemporânea Almourol. O filme, “Uma Aventura nos Mares”, é destinado a maiores de seis anos. “A expedição de Magalhães e Elcano foi a primeira viagem de circum-navegação da Terra e aconteceu entre 20 de setembro de 1519 e 6 de setembro de 1522. Sendo a expedição financiada pela
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/ Leon Baldesberger coroa espanhola e comandada pelo português Fernão de Magalhães, o trajeto acabou por ser terminado pelo comandante espanhol Juan Sebastián Elcano. Esta épica aventura mudou o rumo da História e provou algo absolutamente extraordinário: tal como se especulava desde o tempo de Pitágoras (século VI a.C.), o planeta tinha uma forma esférica”. No sábado seguinte, 28 de agosto, o Parque de Escultura Contemporânea Almourol é o palco do espetáculo de música por Leon
JORNAL DE ABRANTES / Agosto 2021
Baldesberger “Meersalz”. Tem início às 18 horas. Trata-se da formação que começou por ser o projeto de Bacharelato de Leon Baldesberger na Escola Superior de Música de Zürich (ZHdK), e que na altura foi eleito Best of Swiss Jazz Bachelor 2012 pela mesma escola. Dois anos mais tarde, voltou a ser avaliado com a nota máxima no concerto final de Mestrado na dita escola. Estilisticamente poder-se-ia descrever como "augmented minimal odd-meter",
onde excertos cuidadosamente estruturados e orquestrados, nos quais predomina a combinação entre ritmos complexos e harmonias latas, andam de mãos dadas com a improvisação. O projeto tem evoluído continuamente desde a sua formação, tendo passado por vários clubes e festivais na Suíça, Alemanha, Portugal e Espanha, entre os quais se destacam o reputado moods, Bird’s Eye, Hot Clube de Portugal, Salao Brazil, Centro Andaluz de Arte Contemporánea, El Musicário, Sommersby Out Jazz, Festival Jazzolontia, Festival F, Festival Os dias do Jazz, entre outros. O disco de estreia “Störfaktor” foi gravado no Hitmill Studio – Zürich em setembro de 2015 e apresentado na Suíça no início de 2016. O segundo álbum “Odd Matters” foi gravado em outubro de 2018 nos Trafalgar Studios em Espanha e lançado em abril de 2019, edição da Blue Asteroid Records. O terceiro disco "Grilled Orange" foi lançado em dezembro de 2020. Evento gratuito, com lugares marcados (120) As reservas para todos os espetáculos podem ser feitas através do email reservas@cm-vnbarquinha. pt, ou dos telefones 249720358, 962722668 e 927410436. O levantamento de bilhetes será feito no Centro Cultural de Vila Nova da Barquinha.
A Câmara Municipal de Vila Nova da Barquinha aprovou, por unanimidade, a proposta de delimitação da Área de Reabilitação Urbana (ARU) do Pedregoso, que engloba a Quinta da Lameira, “completamente em ruína”. O Pedregoso é o primeiro local do concelho “para quem vem do lado da Quinta da Cardiga”. Fernando Freire, presidente da Câmara Municipal explicou que “aquela aldeia tem muitos prédio degradados e importa, até pela sua localização, classificar como zona ARU para incentivar a regeneração e requalificação” das habitações. O Pedregoso conta atualmente com 32 edifícios e tem uma população residente de 44 pessoas (24 homens e 20 mulheres). A aprovação vai agora ser discutida e votada em sessão de Assembleia Municipal e será também remetida para o IHRU - Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana.
REGIÃO / Constância
Falta de médicos de família no concelho preocupa todo o Executivo // As vereadoras da CDU no Executivo Municipal de Constância voltaram a questionar o presidente da Câmara Municipal acerca “de um assunto que nos preocupa a todos e que tem a ver com a prestação de cuidados de saúde no nosso concelho”. Júlia Amorim deu conta de uma série de questões “para que o senhor presidente possa agir em conformidade, se assim o entender”. Lembrou que na reunião de Câmara de dia 17 de junho “manifestámos a preocupação com a prestação de cuidados de saúde no concelho, designadamente porque existiam problemas ao nível do agendamento de consultas médicas em tempo útil. Ao que o senhor presidente respondeu que houve um problema em Santa Margarida, não por falta de recursos médicos mas por falta de um administrativo”. A vereadora afirmou que o problema se agudizou passado um mês e que, atualmente, “os cuidados de saúde estão a ser assegurados por uma médica de família e um prestador de serviços, porque sabemos que duas médicas de família estão de baixa”. Júlia Amorim disse mesmo que “os utentes desesperam por uma consulta” e que chegam cada vez mais cedo à porta do Centro de Saúde para
/ Cuidados de enfermagem retomados em Montalvo conseguirem uma consulta de recurso. Já no concerne à Extensão de Saúde de Montalvo, que abriu recentemente, “está há mais de um mês sem atendimento médico, sem serviços de enfermagem ou atendimento administrativo. Isto é, encerrado”.
Deixou depois uma série de questões começando por querer saber da “situação atual a nível de cuidados de saúde no concelho; se existem recursos humanos médicos e de enfermagem disponíveis em número de horas suficientes para garantir
a prestação de cuidados de toda a população residente; se estão a ser garantidos os cuidados essenciais e necessários ao grupos de risco, como grávidas, crianças, diabéticos e pessoas com doença crónica; para quando está planeada a reabertura da Extensão de Saúde de Montalvo de forma a garantir os cuidados de saúde e em situação de ausência de médico de família, qual é a resposta que os utentes têm”. Solicitou que o presidente da Autarquia “interceda junto do ACES e da ARS LVT para que se resolva com urgência o problema exposto e, acima de tudo, que se obtenha resposta às questões mencionadas”. Sérgio Oliveira, presidente da Câmara Municipal de Constância, começou por afirmar que as preocupações que a vereadora Júlia Amorim tem a respeito dos cuidados de saúde no concelho “são as mesmas que eu tenho”. O autarca confirmou que existem três médicos no concelho e que
“duas estão de baixa médica e que vão ser baixas prolongadas”. Explicou que se não fosse esta situação “a Extensão de Saúde de Montalvo estaria a funcionar, e se não fosse o facto de a enfermeira estar em isolamento no âmbito do Covid-19, também haveria cuidados de enfermagem”. Sérgio Oliveira declarou que tinha entrado em contacto com António Novais Tavares, coordenador das Unidades de Cuidados de Saúde Primários (UCSP) de Abrantes, Constância, Mação e Sardoal, e também com Diana Leiria, diretora executiva do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) do Médio Tejo. Segundo o que lhe foi transmitido por Novais Tavares, na última semana do mês de julho, “contaria que os cuidados de enfermagem fossem retomados na Extensão de Saúde de Montalvo”. No que diz respeito à chegada de mais médicos para substituir os que estão de baixa médica, “nesta fase de esforço que o país está a exigir no âmbito da vacinação, e também o facto de estarmos a viver um período de férias, será muito difícil conseguir substituir os médicos” que estão ausentes. Entretanto, surgiu também a questão de a única médica ao serviço ir de férias mas, para essa situação, “já está salvaguardada a vinda de um médico”, garantiu Sérgio Oliveira. Patrícia Seixas
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SOCIEDADE /
Todos os concelhos do distrito de Santarém perdem população exceto Benavente // Benavente é o único município do distrito de Santarém que aumentou a população residente na última década, com os restantes a sofrerem decréscimos, destacando-se a maior perda de habitantes na Chamusca, em Abrantes e Mação, segundo os resultados preliminares dos Censos 2021. cimo populacional destacam-se Coruche, que passou de 19.944 para 17.375 habitantes entre 2011 e 2021, o que representa menos 2.569 residentes e uma variação de -12,9%; Abrantes, em que o número de habitantes caiu de 39.325 para 34.351 (-12,6%); e Mação, que registou uma descida de 7.338 para 6.417 (-12,6%).
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Chamusca, Abrantes e Mação com maiores perdas de população no distrito
“Têm agora 270 incompetentes a quem apontar o dedo” - Vasco Estrela
Os dados preliminares dos Censos 2021 identificam que no concelho de Mação, quase metade da população fixa-se na União de Freguesias de Mação, Penhascoso e Aboboreira e, em 10 anos, o concelho perdeu 921 habitantes. “É um número um pouco melhor do que aquele que tinha sido nos 10 anos anteriores, mas não deixa de ser um número extraordinariamente péssimo”, afirmou o presidente da Câmara de Mação. No entanto, eram esperados e “não é nada que surpreenda”. Vasco Estrela disse que “durante muitos anos muitas pessoas – responsáveis também – foram tentando não ver este problema
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Os dados divulgados a 28 de julho pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) indicam que, dos 21 municípios do distrito de Santarém, apenas Benavente registou uma subida da população residente. Os restantes 20 concelhos do distrito de Santarém registaram perda de população residente na última década, com o maior decréscimo a verificar-se na Chamusca, em que o número de habitantes caiu de 10.120, em 2011, para 8.536, em 2021, ou seja, menos 1.584 residentes e uma variação de -15,7%, segundo os dados preliminares dos Censos 2021. O concelho de Santarém perdeu 2.982 residentes na última década, passando de 61.752 para 58.770 habitantes entre 2011 e 2021, com uma variação de -4,8%, mas continua a ser o mais populoso do distrito. O município com menos população residente no distrito de Santarém também continua a ser o Sardoal, que passou de 3.939 para 3.526 habitantes na última década (-10,5%), indicam os dados divulgados pelo INE. Além da Chamusca, entre os municípios com maior decrés-
JORNAL DE ABRANTES / Agosto 2021
porque era um problema dos outros. Houve alturas em que o despovoamento do território estava mais ou menos só aqui por esta zona e neste momento o despovoamento do território está a 30 quilómetros de Lisboa”. O autarca disse ainda que “o país tem aqui um problema muito, muito sério para resolver, territórios de baixa densidade já são 168 concelhos e a continuar este estado de coisas, daqui a 20 anos não sei o que poderemos esperar”. Vasco Estrela reconhece que “não há milagres para contrariar esta dinâmica” e lembrou “aqueles que diziam que as culpas esta-
riam nos presidentes de câmara”, afirmando que “têm agora 270 incompetentes a quem apontar o dedo porque todos eles perderam população”.
Vila de Rei e Ponte de Sôr com indicadores «menos maus»
De acordo com os dados do INE, na última década, Tomar registou a perda de 4.233 residentes, com uma diminuição de 40.677 para 36.444 (-10,4%); Alcanena teve uma descida de 13.868 para 12.478 residentes (-10,0%); Ferreira do Zêzere perdeu 816 habitantes, com um decréscimo de 8.619 para 7.803 (-9,5%); e Alpiarça que verificou uma quebra de 7.702 para 6.986 residentes (-9,3%). Com uma variação da população residente superior a -5% entre 2011 e 2021 estão ainda Golegã (-8,7%), Torres Novas (-7,0%), Constância (-6,3%) e Cartaxo (-5,1%). Com decréscimo inferiores, Vila Nova da Barquinha (-3,9%), Ourém (-3,0%), Salvaterra de Magos (-2,4%), Rio Maior (-0,8%) e Entroncamento (-0,3%), revelam os resultados preliminares dos
Censos 2021. Já Vila de Rei foi o município com a menor perda de população no distrito de Castelo Branco, com -5,1% (176 pessoas). No ‘top 5’ de concelhos do distrito de Portalegre, com maior percentagem de perda de população residente, atrás de Nisa, está Gavião (-17,8%). Já no ‘ranking’ com menor percentagem de quebra de habitantes do Alto Alentejo posicionam-se, a seguir a Campo Maior, os concelhos de Castelo de Vide e Ponte de Sôr (-8,8%). Portugal tem atualmente 10.347.892 residentes, menos 214.286 do que em 2011, segundos os resultados preliminares dos Censos 2021. Em termos censitários, a única década em que se verificou um decréscimo populacional foi entre 1960 e 1970, indicou o INE. Os dados preliminares mostram que há em Portugal 4.917.794 homens (48%) e 5.430.098 mulheres (52%). A fase de recolha dos Censos 2021 decorreu entre 5 de abril e 31 de maio e os dados referem-se à data do momento censitário, dia 19 de abril. C/ Lusa e INE
REGIÃO / Mação
Envendos inaugurou Espaço do Cidadão Há um ano, João Luís Pereira, presidente da Junta de Freguesia de Envendos, no concelho de Mação, pôs-se a caminho de Lisboa para saber como poderia ter na sua freguesia um Espaço do Cidadão. E o certo é que moveu-se por ministérios e Agência da Modernização Administrativa (AMA) e conseguiu os seus intentos que foi a criação de um Espaço do Cidadão que funciona, desde dia 29 de julho, no edifício da Junta de Freguesia, paredes meias com o posto dos CTT da terra. Aliás, o presidente da Câmara de Mação, Vasco Estrela, disse na inauguração do Espaço de Envendos que foi uma surpresa, boa, quando soube que o presidente da Junta de Freguesia tinha tudo preparado para receber este espaço. E, afirmou Vasco Estrela, como lhe compete, a Câmara Municipal apoiou esta iniciativa. Aliás, o autarca de Mação, deixou bem vincada a necessidade de uma, cada vez mais necessária, proximidade junto dos cidadãos por forma a estancar a “tragédia” que são os números já conhecidos dos Censos 2021, com uma sangria populacional do interior do país. João Luís Pereira destacou a vontade de ter um Espaço na sua
/ João Luís Pereira, Fátima Madureira e Vasco Estrela inauguram o Espaço do Cidadão de Envendos freguesia e que não teve na inauguração a ministra ou secretária de Estado pelo período de pré-campanha eleitoral. “É um orgulho, é uma conquista muito grande (…) este espaço deixa ao serviço das pessoas um leque de serviços imprescindível para esta zona”, explicou o presidente da Junta de Freguesia
que destacou que são 33 serviços que ficam disponíveis. “Isto é trazer o estado para perto das pessoas, é para valorizar as pessoas, a freguesia, o interior do país”, explicou o autarca que adiantou que o pontapé de saída foi dado em maio de 2020 com a manifestação de ter um Espaço destes
junto da secretária de Estado da Modernização Administrativa, Fátima Fonseca, que oito dias depois encaminhou o requerimento para a AMA. Houve altos e baixos, mas houve um momento em que com empenho da AMA e do presidente da junta “conseguimos inaugurar este espaço”.
Fátima Madureira, presidente da Agência para a Modernização Administrativa, destacou o serviço que os Espaços do Cidadão prestam aos cidadãos. Numa altura em que a digitalização ganha cada vez mais forma, a rede de Espaços do Cidadão no interior do país permite aos cidadãos que anda não lidam com os meios digitais aceder a todas as respostas do Estado, porque nestes locais há uma pessoa que faz o atendimento e ajuda às pessoas. O Espaço Cidadão é um ponto de atendimento que reúne serviços de diferentes entidades num único balcão. Neste novo balcão pode, por exemplo, tratar da sua Carta de Condução, solicitar nova senha ou uma caderneta predial junto da Autoridade Tributária, apresentar despesas junto da ADSE, tratar de assuntos relativos a emprego e formação profissional, alterar a morada do Cartão de Cidadão, solicitar o Cartão Europeu de Seguro de Doença ou realizar os serviços e-fatura, entre muitos outros. Atualmente, estão em funcionamento mais de 700 Espaços Cidadão. O Espaço do Cidadão está aberto nos úteis das 9h às 12h30 e das 14h às 17h30. Jerónimo Belo Jorge PUBLICIDADE
Agosto 2021 / JORNAL DE ABRANTES
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REGIÃO / Vila de Rei
Município e restaurantes assinalam Feira de Enchidos, Queijo e Mel O Município de Vila de Rei, em parceria com os nove restaurantes do concelho, está a levar a cabo a iniciativa ‘Menu: Saboreie Tradição’, de forma a assinalar a Feira de Enchidos, Queijo e Mel que, face à situação pandémica atual, não se poderá realizar nos moldes habituais. Assim, até dia 8 de agosto, os restaurantes do concelho disponibilizam um Menu onde os enchidos, o queijo e o mel são os ingredientes principais das iguarias produzidas. Por cada cliente que se deslocar aos restaurantes e adquirir este Menu, o Município de Vila de Rei entrega, logo no momento, uma lembrança composta por estes três ingredientes. Os restaurantes aderentes a este menu são: Churrasqueira Central (Vila de Rei), A Tasquinha da Vila (Vila de Rei), Vila Pizza (Vila de Rei), Toca do Coelho (Estevais), Tasco d’el Rei (Vila de Rei), Ribeira da Vila (Vila de Rei), O Cobra (Vila de Rei), Fifty-Fifty (Vila de Rei) e Fénix (Fundada).
O presidente do Município de Vila de Rei, Ricardo Aires, afirma que “ao estarmos impedidos de realizarmos a nossa Feira de Enchidos, Queijo e Mel, face à atual conjuntura causada pela pandemia da Covid-19, vamos, em parceria com os nossos restaurantes, fazer com que todos possamos
// Decorreu no dia 30 de junho a apresentação pública da versão preliminar do Estudo para o Desenvolvimento de Sistemas de Recolha de Biorresiduos do Município de Vila de Rei.
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que “o estudo visa identificar a melhor estratégia a implementar para a gestão dos biorresíduos, tendo em consideração as características demográficas e geográficas do concelho, adotando as melhores soluções técnicas e económicas com vista a assegurar que os biorresíduos são recolhidos seletivamente com a máxima eficiência e devidamente encaminhados para tratamento e
JORNAL DE ABRANTES / Agosto 2021
O Município de Vila de Rei, com o apoio das Juntas de Freguesia do concelho, encontra-se a distribuir ‘Kits de Primeira Intervenção contra Incêndios Florestais’ pelas aldeias, com o intuito de fornecer materiais para intervir numa fase inicial de um possível incêndio. Os kits são compostos por acessórios para acoplar mangueiras (adaptadores e redutores), três lances de mangueira, uma agulheta e uma chave universal para bocas de incêndio. No ato da entrega, os técnicos do Município dão ainda formação para a correta utilização
e manuseamento deste kit. O presidente do Município de Vila de Rei, Ricardo Aires, afirma que “esta ação pretende dotar as nossas aldeias com condições reforçadas para que a população possa intervir numa fase inicial de um incêndio florestal. É de extrema importância criarmos condições para evitar tragédias e, ao distribuirmos estes kits pelas nossas aldeias, estamos a dar um passo importante para evitar que os incêndios possam atingir proporções que conduzam à perda de bens e de uma grande área florestal”.
recordar o evento e aproveitar o melhor da nossa gastronomia. Os nossos habitantes e os muitos visitantes que nos visitam nesta altura do ano podem, em segurança e cumprindo as regras da Direção-Geral de Saúde, aproveitar para degustar o melhor dos nossos produtos endógenos”.
Município apresentou Estudo para Desenvolvimento de Sistema de Recolha de Biorresíduos O Estudo é financiado pelo Fundo Ambiental, que lançou o Programa de Apoio à Elaboração de Estudos Municipais para o Desenvolvimento de Sistemas de Recolha de Biorresíduos, e tem como principal objetivo identificar as melhores soluções a implementar, com o intuito de assegurar que os biorresíduos são separados e reciclados na origem ou recolhidos seletivamente com a máxima eficiência. Assim, o presente estudo é a primeira resposta do Município de Vila de Rei à diretiva comunitária que estabelece a obrigatoriedade de os estados-membro assegurarem, a partir de 1 de janeiro de 2024, que os biorresíduos são separados e reciclados na origem ou recolhidos seletivamente. Paulo César Luís, vice-presidente da Autarquia vilarregense realça
Kits de Primeira Intervenção contra Incêndios distribuídos pelas aldeias
valorização em infraestruturas dedicadas, e separados/valorizados na origem através de compostagem comunitária e doméstica. Este estudo vem assim consolidar a estratégia em desenvolvimento e dar continuidade à implementação dos vários projetos de incentivo à reciclagem e redução de resíduos em aterro que têm vindo a ser concretizado por este Município nos últimos anos”.
37ª Colheita de Sangue de Vila de Rei a 7 de agosto O Auditório Municipal de Vila de Rei vai receber, entre as 15h00 e as 19h00 do dia 7 de agosto, a 37ª Colheita de Sangue de Vila de Rei, numa iniciativa organizada pela Autarquia local e pelo Centro de Sangue e da Transplantação de Coimbra. Serão cumpridas todas as normas indicativas da Direção-Geral de Saúde, face à atual conjuntura causada pela pandemia da Covid-19, sendo que
todos os dadores deverão vir munidos de máscara e cumprir as devidas regras de distanciamento social e higienização das mãos. Pode dar sangue se tiver bom estado de saúde, hábitos de vida saudáveis, peso igual ou superior a 50 kg e idade compreendida entre os 18 e os 65 anos. Para uma primeira dádiva, o limite de idade é aos 60 anos. Doar sangue poderá significar salvar vidas.
REGIÃO / Sardoal Já há luz verde para requalificação do Externato Rainha Santa Isabel // Nova Biblioteca Municipal de Sardoal recebeu luz verde para ganhar forma. Vai ser instalada no edifício do antigo Externato Rainha Santa Isabel. A obra tem um valor de cerca de 887 mil euros mais IVA e terá a duração de um ano. A Câmara de Sardoal aprovou, com dois votos a favor e duas abstenções, a adjudicação e aprovação da minuta do contrato de requalificação do edifício do antigo Externato Rainha Santa Isabel e adaptação para a Biblioteca Municipal. Miguel Borges, presidente da Câmara de Sardoal, explicou à Antena Livre que o instrumento financeiro “para podermos dar início à obra” teve luz verde. No entanto, “ainda há aqui um pequeno pormenor que é a aprovação da minuta do contrato com o Tribunal de Contas”. Em reunião de Executivo de dia 21 de julho, aprovou-se a adjudicação do contrato e da minuta do contrato. “Estamos a falar de uma obra onde vai ser instalada a Biblioteca Municipal e cujo investimento é de 887 mil euros acrescidos de IVA”, avançou o autarca que disse ainda que esta obra “vem requalificar todo aquele espaço
/ Antigo edifício do Externato Rainha Santa Isabel vai receber a Biblioteca Municipal após obras de requalificação. que vai ficar muito bonito pois ali perto também vai ficar o Parque de Autocaravanas”. Miguel Borges falou de “um trabalho árduo se pensarmos que a aprovação dos fundos comuni-
tários para este projeto demorou quase dois anos – desde que apresentámos a candidatura até que fosse aprovado – mais os meses do Tribunal de Contas. Mas, finalmente, a luz está muito para cá do fun-
do túnel e isso é que é importante”. Concretamente, o investimento é de 886.961,91 euros mais IVA “e tem uma valor de comparticipação de cerca de 55%”. A obra insere-se no Plano de Ação para a Regeneração Urbana (PARU) “e nós temos várias obras neste Plano de Ação”. Especificamente, adiantou o presidente, “os corredores centrais na Rua Velha e a requalificação da Capela Rainha Santa Isabel e há aqui um valor que sobra porque foi definido pela CCDR inicialmente qual era o valor, de acordo com determinadas características, desde o número de habitantes e outros fatores mais, que cada município teria direito a ser comparticipado no PARU. Fizemos esse Plano, onde incluímos vários projetos, várias possibilidades de obra física, e o Externato estava incluído naquilo que era a possibilidade de requalificação, juntamente com o hotel”. No entanto, com o hotel “tive-
mos depois que propor a rescisão do contrato ao promotor porque estava-se a correr o risco de nem de uma forma nem de outra”. “Assim, temos a certeza que o Externato vai ser uma realidade”, acrescentou Miguel Borges que acredita que “no prazo máximo de um mês possamos dar início à obra até porque nós, para ganhar algum tempo, fizemos todo o concurso para a empreitada ao mesmo tempo que estava a decorrer o processo no Tribunal de Contas. Sempre com uma cláusula nesse concurso de que a obra só avançaria depois de aprovado o instrumento financeiro para a suportar. O contrato vai certamente ter o visto do Tribunal de Contas e depois podemos começar a obra”. Contudo, desabafou, “espero que agora a celeridade seja maior”. A obra deverá demorar “sensivelmente um ano” até estar concluída. O Externato Rainha Santa Isabel “foi escola de muitos sardoalenses, mais tarde biblioteca e sítio das associações”. As duas abstenções vieram por parte dos vereadores do Partido Socialista e Pedro Duque explicou que se tratava de “uma questão de coerência” até porque já tinham optado pela abstenção “na aprovação deste ponto”. Patrícia Seixas
Agosto 2021 / JORNAL DE ABRANTES
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REGIÃO / Abrantes
Associação de sustentabilidade alemã visita região
objetivos desta visita. Como a organização trabalha em projetos de sustentabilidade em diversos territórios, Abrantes foi uma escolha natural porque Rui Luz tem fortes ligações a esta região. E nestas matérias querem conhecer aquilo que se está a fazer no sentido de poderem perceber, acima de tudo, de que forma é que é poderão, no futuro, colaborar com as entidades desta região. E de acordo com Rui Luz, uma das coisas que o presidente da organização, Tarik Mustafa, verificou foi a existência de uma monocultura de eucalipto. Isso não é bom para a sustentabilidade, muito menos para o combate às alterações climáticas que estão cada vez mais da ordem dia. E nesse ponto, muito sensível, temos visto aquilo que se tem passado na Europa central, com as inundações que têm assolado a região.
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A Associação Federal para a Sustentabilidade (The German Federal Association for Sustainability ) e a EBV – Associação Europeia de Educação são duas organizações não governamentais alemãs que estiveram ao longo de uma semana em Abrantes. Trata-se de uma abertura de portas para futuras parcerias entre estas duas entidades e a região de Abrantes. A Associação Federal para a Sustentabilidade tem uma linha de atuação na sustentabilidade, como o nome indica, e na economia circular. Tem como objetivos criar parcerias para mudar linhas de ação como forma de ajudar as populações a caminhar para uma maior sustentabilidade e para uma harmonização com as condições naturais. Neste sentido pretendem, ao longo desta semana, conhecer as realidades de Abrantes e têm já reuniões agendadas com o TagusValley, Escola Profissional de Desenvolvimento Rural, Associação Comercial e Empresarial de Abrantes e ainda a unidade de eco-turismo Colinas do Tejo. Já a outra estrutura, EBV – Associação Europeia de Educação, trabalha na área das parcerias educacionais, nomeadamente no programa Erasmus Mais, destinado a intercâmbios entre alunos do ensino profissional. Estas duas organizações trabalham na base do voluntariado e têm nas suas fileiras um abrantino. Foi a presença de Rui Luz que os fez vir até Abrantes para conhecer esta realidade e tentar encontrar formas de ajudar a alavancar o crescimento com sustentabilidade no concelho. Na manhã de sábado, dia 24 de julho, as organizações juntaram uma série de convidados de entidades de Abrantes [Câmara Municipal, Associação Comercial e Empresarial, Tagusvalley, ACROM – Associação Cultural das Rotas de Mouriscas, Colinas do Tejo] no sentido se dar a conhecer os
Martin Wittau, o vice-presidente da Associação Federal para a Sustentabilidade da Alemanha deixou claro que todo o trabalho desenvolvido pela estrutura é voluntário e que não têm apoios governamentais. A fonte de financiamento é feita através das
investigações que fazem para o Ministério da Educação e Desenvolvimento da Alemanha. Estes responsáveis das organizações vieram a Portugal com o intuito de poderem conhecer aquilo que se está a fazer, as ideias que andam no terreno, os
pensamentos que os responsáveis destas entidades têm. E querem, depois, colaborar neste trabalho de conhecimento em rede. Acima de tudo, a ideia de poder germinar em Portugal, não apenas no território de Abrantes, uma organização na área da sustentabilidade seria o ideal. É que, como deixou claro, o objetivo não é andar de terra em terra a espalhar conhecimento, muito pelo contrário. E ambos deixaram claro que também não há aqui nenhuma varinha mágica para resolver problemas que existem neste território de Abrantes, que precisa de ser alavancado. “Não queremos aplicar aqui um projeto da Alemanha. São territórios e culturas diferentes”, afirmou Tarik, deixando claro que querem, antes, contribuir com conhecimento. Trata-se de uma das maiores ferramentas dos nossos dias. P a u l a G r i j ó , v e re a d o r a d a Câmara Municipal de Abrantes, recebeu a comitiva das duas organizações, deixando as portas abertas para esta futura colaboração ou parceria entre estruturas dos dois países. Rui Luz destacou ao Jornal de Abrantes a curiosidade dos alemães em conhecer os projetos, nomeadamente o Tagusvalley e também a unidade de ecoturismo Colinas do Tejo, de Mouriscas. No que diz respeito ao Erasmus Mais, Rui Luz, explicou que a organização tenta procurar parcerias na Europa para fomentar este intercâmbio entre estudantes. Refira-se que o Erasmus Mais é um programa de intercâmbio na área da educação que funciona tal como o Erasmus. Só que este aplica-se a alunos do ensino profissional e não universitário. As visitas mais técnicas e programadas estão agendadas para as manhã, pelo que durante a tarde, qualquer outra entidade desta região pode ir ter com as organizações, na Quinta de Dona Amélia. Jerónimo Belo Jorge
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Rua de Angola, nº 35 - 2205-674 Tramagal - Abrantes Tel. 241 890 330 - Fax: 241 890 333 - Tm: 91 499 27 19 geral@abrancop.pt - www.abrancop.pt
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JORNAL DE ABRANTES / Agosto 2021
REGIÃO / Abrantes Inauguração do MIAA poderá acontecer após as eleições // A primeira expectativa era que o Museu Ibérico de Arqueologia e Arte (MIAA) que está a ser implementado no Convento de S. Domingos pudesse ser inaugurado no mês de julho. No entanto a pandemia, de acordo com o presidente da Câmara de Abrantes, tem provocado alguns atrasos nos trabalhos o que pode empurrar a inauguração apenas para depois de realizado o ato eleitoral. Manuel Jorge Valamatos informou o executivo municipal da dificuldade que os empreiteiros e as empresas que estão a trabalhar nesta parte final consigam concretizar os trabalhos a tempo porque “entrámos numa fase mais minuciosa e de maior especialização e as empresas estão com muita dificuldade em entregar equipamentos”. E adiantou que no fim de semana pode ter havido mais um caso positivo de Covid-19 num empregado de uma das empresas que está nestes trabalhos finais no complexo museológico. Manuel Jorge Valamatos disse ainda que a situação do país [em relação à pandemia] também não facilita uma eventual inauguração, assim como a marcação das eleições autárquicas [26 de setembro] também vão condicionar alguns eventos. O autarca afirmou que “não queremos misturar a abertura do MIAA com questões
/ O MIAA levou à requalificação do jardim do claustro com convento de S. Domingos políticas. O MIAA tem uma dimensão de grande responsabilidade e é um museu extraordinário”. Depois acrescentou que o planeamento das exposições, quer permanentes quer temporárias,
estão praticamente fechadas. A museologia está “com atrasos significativos”. O presidente da Câmara de Abrantes afirmou que na próxima reunião do executivo voltará
a fazer um ponto de situação deste processo, mas concluiu com a eventualidade de a inauguração poder acontecer apenas depois das eleições: “porventura deixaremos a inauguração do MIAA, eventualmente, para depois das eleições”. É uma certeza que o MIAA contará na data de abertura com cinco exposições distintas. Primeiro a coleção da Fundação Estrada que foi uma das que esteve na génese da criação deste equipamento. Depois junta-se a coleção de arte de Maria Lucília Moita e a exposição da coleção Figueiredo Ribeiro. Junta-se ainda a exposição da coleção de arte e arqueologia do Município de Abrantes. E uma das novidades será a exposição de Arte Contemporânea do Estado com as obras adquiridas em 2019 pelo Governo. Aliás o protocolo entre o Município e o Ministério da Cultura foi aprovado na reunião do dia 30 de junho.
A coleção da Fundação Estrada tem cerca cinco mil peças de ourivesaria ibérica, armaria e arte sacra dos séculos XVI a XVIII. Tem ainda coleções de numismática, arquitetura romana, medieval e moderna, relógios de várias épocas e uma exposição de arqueologia e história local. De destacar ainda que o MIAA inclui, naturalmente, a requalificação feita no espaço do Convento de S. Domingos que foi transformado e adaptado para receber o Museu. A obra desenrolou-se nos dois pisos do Convento, com uma área bruta 3.280 m2. O Museu Ibérico de Arqueologia e Arte, tem o projeto de arquitetura das instalações pelo Arquiteto Carrilho da Graça e o projeto museográfico pelo Professor Fernando António Batista Pereira. De referir que o MIAA integra a rede de Museus de Abrantes, como peça fulcral, de acordo com a autarquia. Esta rede conta com o MIAA, o MAC – Museu de Arte Contemporânea, o Panteão dos Almeida, a QuARTel – Galeria de Arte de Abrantes, e o Museu da Metalúrgica Duarte Ferreira, de Tramagal. A fotografia que publicamos é dos Claustros do Convento de S. Domingos que sofreu uma requalificação integrada no projeto do MIAA. Jerónimo Belo Jorge PUBLICIDADE
PORTUGAL CHAMA:
NÃO USE MAQUINARIA NOS DIAS DE MAIOR RISCO DE INCÊNDIO. Todos sabemos que um grande incêndio começa, muitas vezes, com uma pequena faísca. Por isso é essencial ter o máximo de cuidado ao trabalhar com máquinas, tanto no mato como na floresta – desde logo ter sempre consigo um telemóvel e um extintor. É muito importante também consultar o risco diário de incêndio já que, nos dias em que este é máximo, é expressamente proibido o uso de motorroçadoras (excepto se possuírem fio de nylon), corta-matos e destroçadores, nos termos da legislação em vigor. De resto, nunca é demais relembrar, em caso de suspeita de perigo ou emergência não hesite e ligue 112. Por si, por todos. Saiba mais na sua Junta de Freguesia, Câmara Municipal, pelo 808 200 520 ou em portugalchama.pt.
portugalchama.pt Agosto 2021 / JORNAL DE ABRANTES
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ENTREVISTA /
O futuro da floresta começa agora // “Este é um momento único pelo qual sempre esperámos.” É desta forma que António Louro termina esta entrevista depois da aprovação, pelo governo, da criação de 47 Áreas Integradas de Gestão da Paisagem (AIGP) de um objetivo de 60. E com estas AIGP (60) há um pacote financeiro de 270 milhões de euros do Plano de Recuperação e Resiliência. Desde 2003 que António Louro e o Município de Mação defende uma intervenção deste tipo. por Jerónimo Belo Jorge
São 47 AIGP aprovadas, 9 das quais no concelho de Mação. Que áreas são estas e do que é que falamos?
Falamos, se calhar, daquilo que sempre falámos em Mação, desde 2003 para cá. Falamos de um instrumento para conseguir juntar vontades, substituir os proprietários ausentes, fazermos o ordenamento da paisagem, compartimentar as áreas florestais, diversificarmos em termos de cultura aquilo que são as importante culturais florestais do pinheiro e do eucalipto, mas que o excesso está-nos a trazer problemas e é preciso reequilibrar. E falamos, sem sombra de dúvida, daquilo que é um instrumento que o país tentou montar à volta das ZIF’s (Zona de Intervenção Florestal), que tentou por no território e que agora com a ajuda das verbas do Programa de Recuperação e Resiliência (PRR) provavelmente vai ter a hipótese de concretização que nunca teve até aqui. Estamos a falar do mais importante instrumento de organização e de ordenamento do território rural das últimas décadas.
Falamos de 9 áreas de intervenção florestal em Mação. Há uma abrangência a todo o concelho?
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JORNAL DE ABRANTES / Agosto 2021
Sim, temos áreas em todas as freguesias do concelho. Não pudemos meter a área toda porque não nos foi permitido. Houve limites que nos foram impostos e que nos obrigaram a retirar praticamente metade da área do concelho. Ainda assim, provavelmente, somos o concelho do país com maior número e maior área destes instrumentos. Aqui o facto de termos o concelho quase todo atingido pelos incêndios de 2017 e 2019 vem criar uma janela de oportunidade que vamos tentar que seja um esforço para voltar a criar uma paisagem mais parecida com a que tínhamos no passado e que não era tão sensível aos grandes incêndios rurais e florestais.
“[Arrendamento forçado] é um instrumento que dá poder de persuasão, mas que raramente ou nunca vai ser utilizado...”
Quando falamos da reconversão e de reintrodução de espécies, falamos concretamente de quê?
O mais importante e que, se calhar, temos todos de começar a interiorizar é que este não é um projeto florestal. É um projeto de gestão de vontades, gestão de expectativas, de criar um momento com as populações e com os proprietários que nos permitam vir a concretizar as grandes mudanças que se impõem. E para isso precisamos de retirar algumas áreas de gestão de matos e povoamentos menos adaptados, criando espaços de compartimentação entre a floresta que vamos continuar a ter. E com a certeza que a floresta vai continuar a ser a cultura com mais expressão no território. No entretanto é preciso voltar a olhar para as culturas agrícolas com outra atenção, é preciso voltarmos a olhar para a pecuária, para a pecuária extensiva, mas os pequenos ruminantes com outra atenção, porque temos de nos mentalizar de uma coisa é que enquanto tivemos agricultura a fazer compartimentação entre a floresta ela não ardia desta forma. Enquanto tivemos rebanhos de gado a consumir os combustíveis finos a paisagem não ardia desta forma. Temos de perceber que para termos floresta
ENTREVISTA / precisamos de ter outras culturas que contribuem, de forma indireta, para que ela seja viável num clima como o nosso. E este é um instrumento que traz agregado um envelope financeiro provavelmente único, que nunca tivemos no passado e que não se prevê que venha a acontecer no futuro. Portanto temos que aproveitar esta oportunidade única, onde estiver disponível, para constituir a mola de arranque que permita no futuro fazer chegar estas alterações a todo o território.
Não está no território todo, mas abrange todas as antigas freguesias, ou seja as oito. Cada uma vai ter uma AIGP?
Os processos de Mação são nove. Que rondam, em área, os 2.500 hectares cada. Todas as antigas freguesias têm uma AIGP aprovada e pegam todas em termos territoriais. Acaba por ser uma mancha contínua que as vai juntando a todas ao longo do território de modo a fazermos uma maior multiplicação dos efeitos da sinergia da compartimentação. Este é o sítio onde está colocada a semente e espero que as populações percebam o momento histórico que estamos a viver e as possibilidades que daí podem advir em termos de bem-estar para o futuro e de pararmos este ciclo infernal de grandes incêndios florestais que está a ter efeitos tão nocivos para o território e para o desenvolvimento dos proprietários e para o equilíbrio ambiental.
No caso concreto de Mação poderemos falar de um envelope financeiro de que valores?
Neste momento ainda não está alocado nenhum envelope financeiro. Tivemos agora a aprovação dos protocolos de constituição. Há um envelope financeiro que já tem alguma expressão, mas são basicamente as verbas necessárias para os estudos, para levantar as características do terreno, para contratar algumas assessorias técnicas necessárias para as diferentes fileiras. Mas quando o governo estabelece um valor de 270 milhões de euros para as Áreas de Gestão Integrada da Paisagem (AIGP) e que diz que pretende constituir nos quatro anos 60 unidades destas está a apontar para valores significativos para cada uma das áreas, ou seja, coisa que nunca tinha até hoje sido posta em cima da mesa das possibilidades. É um envelope financeiro como nunca tinha sido posto à disposição do setor.
Falamos, em Mação, em AIGP’s candidatadas pelo Município e pela Aflomação?
Mação tem nove AIGP’s aprovadas das quais cinco foram propostas pela Aflomação (Associação dos Produtores Florestais de Mação) e quatro pelo Município de Mação. O que importa é que estão aqui lançados os dados para se iniciar a profunda mudança de reorganização da paisagem, de mudança que andamos a ambicionar desde 2003, que tentámos colocar em marcha com as ZIF’s, mas que sem termos tido acesso a um envelope financeiro nunca se conseguiu concretizar. Neste momento está
// Governo aprovou 47 AIGP O Governo celebrou a 19 de julho os contratos-programa de 47 Áreas Integradas de Gestão da Paisagem (AIGP), que abrangem quase 100 mil hectares de intervenção, em 26 concelhos, com o intuito de tornar o território mais resiliente aos incêndios. As 47 AIGP têm uma média de dois mil hectares cada uma e estima-se que estejam abrangidos pelo projeto 170 mil prédios rústicos, numa iniciativa pensada para transformar a floresta, marcada pela monocultura do eucalipto e pinheiro, com a reintrodução da agricultura e da silvopastorícia, explicou o secretário de Estado da Conservação da Natureza, das Florestas e do Ordenamento do Território, João Paulo Catarino, que falava durante a cerimónia de assinatura dos contratos-programa, na Pampilhosa da Serra. Estes contratos-programa implicam um pagamento de 1,8 milhões de euros para a identificação dos proprietários dos terrenos abrangidos, elaboração do cadastro e do próprio projeto e plano de execução, referiu. Segundo João Paulo Catarino, será investido um total de 170 milhões de euros nas AIGP, para além de um pagamento por parte do Estado de 190 milhões de euros ao longo de 20 anos para a manutenção das áreas. As AIGP preveem diferentes modalidades de relação com os proprietários, podendo estes delegar a gestão do seu terreno à entidade gestora (normalmente uma autarquia ou associação de produtores) ou fazer a gestão mediante o plano proposto. Caso não haja dono conhecido para um determinado prédio, esse fica à guarda do Estado durante 15 anos e caso o proprietário se recuse a ceder o terreno recorre-se ao arrendamento forçado, com pagamento ao dono do prédio de uma anuidade.
tudo num envelope só. Há 270 milhões do PRR e este é um momento que pode ser de viragem histórica porque foram criadas alterações legislativas que vieram facilitar…
… o processo de arrendamento forçado pode ser o mecanismo que faltava?
Penso que sim. Penso que o arrendamento forçado é um pouco como a bomba atómica. É um instrumento que dá poder de persuasão, mas que raramente ou nunca vai ser utilizado, mas que contribui para que os proprietários percebam que já nem sequer é necessário ou fundamental que eles estejam de acordo em determinados pontos. Se a sua propriedade for fundamental para a execução da AIGP, a entidade gestora pode avançar para o arrendamento compulsivo garantindo os direitos enquanto proprietário. Acho que vai ser um instrumento mais de persuasão do que de utilização porque a grande batalha vai ser conquistar as pessoas. Este não é um processo que se faça contra as pessoas. Temos de ter capacidade para convencer as pessoas, explicar o processo, criar mecanismos transparentes de gestão que incutam elevados níveis de confiança e atrair as pessoas a esta grande mudança. Precisamos de ter uma paisagem que tenha a floresta, mas que esta seja entrecortada por áreas de baixo nível de combustível que nos ajudem a fazer a contenção dos fogos e isso vai obrigar a mudar a gestão. Mas temos de ter a noção de que o concelho de Mação tem 80 mil pequenas propriedades e 75% destas proprieda-
des pertence a pessoas que sendo naturais do concelho já não são residentes. Portanto, quando se tem uma pequena propriedade e se mora a centenas de quilómetros delas e, frequentemente, esses territórios são percorridos por grandes incêndios a possibilidade do proprietário investir é reduzidas. É a altura de juntar vontades.
As AIGP estão aprovadas (47 no país) e agora quais vão ser os próximos passos?
Temos agora o período de um ano, um ano e meio para apresentar o passo seguinte que é o OIGP – Operação Integrada de Gestão da Paisagem. Digamos que é a receita para operacionalizar a mudança, com as novas culturas que se pretendem instalar, com as novas fileiras que vão ser majoradas em termos de espaço e de investimentos. Vamos ter um ano para estudar os processos, apresentar as candidaturas e aplicá-las no terreno porque o PRR tem um horizonte temporal muito limitado em termos de utilização. A bola está agora do nosso lado. Em Mação estamos a organizar uma equipa multidisciplinar no sentido de operacionalizar todo este processo que vai ser muito exigente em termos de organização. Sempre dissemos que este era o caminho e, basicamente, o país veio a encontro da nossa opinião. O governo teve a coragem de criar ferramentas legislativas fundamentais e dotar o processo de um envelope financeiro que permita a sua execução. Portanto, este é um momento único pelo qual sempre esperámos.
Agosto 2021 / JORNAL DE ABRANTES
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SOCIEDADE /
Academia abre portas para “que as crianças sejam crianças” // Já abriu em Rossio ao Sul do Tejo o novo espaço da Associação Cornucópia de Talentos. Nas antigas instalações do Centro de Saúde, nasceu a Academia. Um espaço de ATL que proporciona às crianças diversas experiências e vivências. Gisela Oliveira, presidente da Direção da Associação Cornucópia de Talentos, explicou ao Jornal de Abrantes o porquê da necessidade de novas instalações, mantendo, ainda assim, as que já existem na cidade de Abrantes. “O espaço na cidade começou por ser, e continua a ser, um espaço terapêutico dedicado a medicinas e terapias integrativas, juntando as terapias holopatas e medicina convencional com outras terapias que possam complementar essa medicina convencional, como medicina energética ou medicina vibratória”. Em Rossio ao Sul do Tejo funciona agora “o outro pilar da Cornucópia de Talentos, que é a educação”. Gisela Oliveira explicou que a filosofia do novo espaço é antroposófica, ou seja, “voltamos a parte educativa para a criança, valorizando o aspeto mental, psicológico e espiritual”. Na Academia os jovens vão ter atividades “de muita criatividade” que irão levar a crianças “a voar”. As Atividades de Tempos Livres (ATL) para as crianças tiveram início no dia 9 de julho, após o encerramento do ano letivo, e delas constam a construção de uma horta pedagógica, iniciação à culinária, artes teatrais, danças, jogos tradicionais, reciclagem, construção de brinquedos, yoga infantil, pintura, modelagem com barro e plasticina, e muitas outras brincadeiras.
Aulas de relaxamento cada vez mais pedidos
As novas instalações foram cedidas pela Fundação Ernesto Estrada “a quem explicámos o projeto e concordaram de imediato”. Não é uma cedência a título gratuito mas sim “uma renda tão simbólica que já nem existe, só para se poder dizer que está arrendado mas, na realidade, trata-se praticamente de uma cedência”, explicou Gisela Oliveira. Na página da internet da Fundação Estrada pode ler-se que a Fundação “disponibilizou através de contrato de comodato as antigas instalações do centro de saúde de Rossio ao Sul do Tejo, à Associação - Cornucópia de Talentos para aí desenvolver as suas atividades”.
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bebés que vão recebê-los e crescer com eles e incentivar as crianças a lidar e a cuidar de animais”. A presidente da Direção da Associação Cornucópia de Talentos disse ainda que “cada criança vai plantar uma árvore e seguir o seu crescimento” e um dos objetivos é este intercâmbio das crianças com a natureza “e com elas próprias”. Neste momento, devido à pandemia, “temos um limite de 16 crianças para cumprir o distanciamento”. Há uma empresa que oferece os testes “para testar as crianças antes de entrarem e vamos seguir todas as normas de segurança”. O ATL da Academia irá funcionar durante as férias escolares, desde as 7h30 às 19h30, de segunda a sexta- feira. Os almoços estão incluídos.
A equipa
/ Gisela Oliveira, presidente da Direção da Associação Cornucópia de Talentos
Um dos objetivos é o intercâmbio das crianças com a natureza e com elas próprias Todo o equipamento da Academia foi doado pela Câmara Municipal de Sardoal. Material que “também recuperámos e temos mesas para as crianças, cadeiras, secretárias, armários, quadros, telas de projetar...” O quintal e as caves do edifício foram limpas, “pintámos e remodelámos sempre com esta filosofia da reciclagem e de aproveitar o velho”. As caves reaproveitadas vão servir para, numa delas, fun-
JORNAL DE ABRANTES / Agosto 2021
/ Espaço exterior da Academia onde a preservação do ambiente vai ser tema presente cionar um ATL específico para férias de verão e, durante o ano letivo, para atividades extracurriculares e onde vai estar “o cantinho da criatividade”. A outra cave vai ser “uma sala de meditação, de yoga, de relaxamento”. Explicou Gisela Oliveira que “cada vez mais temos pais a pedir para os miúdos terem esse tipo de atividades e temos tido muitas inscrições, aliás, já estamos com muito poucas vagas.
Embora reconheçamos a importância das novas tecnologias, há que despertar na criança o seu sonho de ser criança e que eles a vivam. Isto para que, mais tarde, não termos que recuperar a nossa criança interior. É preciso que as crianças sejam crianças, que se sujem, que toquem na terra, que brinquem”. A Academia vai ter três gatos que são as mascotes do espaço. “O Copy, o Xico e o Tejo são três gatos
A Academia é constituída por uma equipa multidisciplinar – psicólogos, psicoterapeutas, psicomotricistas, terapeutas da fala e auxiliares de Educação - que irão acompanhar as crianças ao longo deste período, proporcionando também um apoio aos pais na educação dos seus filhos. A Academia conta “com muitas crianças com necessidades especiais, como Trissomia 21, Síndrome de Asperger, autismo... e portanto, é essa equipa que vai trabalhar connosco”. A Cornucópia de Talentos - Associação para a Promoção da Saúde e o Desenvolvimento Humano existe deste 2019 e tem funcionado com o seu espaço terapêutico nas suas vertentes de promoção da Saúde e do desenvolvimento pessoal, na rua Infante D. Henrique, no centro histórico da cidade de Abrantes. Nessas instalações, a Cornucópia continua a disponibilizar consultas de Terapia Quântica, Terapia com Cristais, Homeopatia, Acupunctura, Psicologia, Terapia da Fala, Terapia Assistida por Animais, Astrologia, Numerologia, Tarot, Naturopatia, Massagens Terapêuticas e Pressoterapia. A Academia abriu portas para uma vertente educativa e está instalada em Rossio ao Sul do Tejo, nas antigas instalações do Centro de Saúde. Patrícia Seixas
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EDUCAÇÃO /
Projeto T_CODE “é uma referência e exemplo a ser seguido” // Foi no Centro Escolar Maria Lucília Moita, em Abrantes, que o projeto educativo único no país, o T_CODE, foi apresentado numa sessão que contou com a presença do secretário de Estado para a Transição Digital, André de Aragão Azevedo. Foi no dia 7 de julho que os pequenos programadores puderam mostrar o que fazem e explicar como o fazem. O T_CODE é um programa único no país que ensina programação aos alunos com 8 ou mais anos de idade, em ambiente descontraído e de diversão, estimulando a literacia digital, a criatividade e o trabalho em equipa. De acordo com o previsto no Projeto Educativo Municipal de Abrantes e o estipulado no Plano Integrado e Inovador de Combate ao Insucesso Escolar da Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo, a Câmara municipal de Abrantes apresentou em 2018 a primeira candidatura para a aquisição de equipamento na área das Tecnologias de Informação e Comunicação, devidamente enquadrado em objetivos pedagógicos e educacionais. O presidente da Câmara Municipal de Abrantes, Manuel Jorge Valamatos, afirmou que a Câmara de Abrantes “tem vindo a posicionar-se nestas questões da transição digital de forma muito determinada”. Destacou “o nosso Parque de Ciência e Tecnologia, com uma capacidade enorme de nos ajudar, quer a Abrantes quer ao Médio Tejo, nestas áreas em que precisamos de estar muito bem adaptados (…) e estamos a criar as melhores condições para que tudo isto possa acontecer”. Relativamente ao T_CODE, “e para que tudo aconteça e possa haver continuidade para outros níveis de ensino, é evidente que precisamos de equipamento, de um conjunto de estruturas capazes que deem respostas”. Para explicar o T_CODE e o trabalho que é feito com as crianças esteve o coordenador do projeto, Homero Cardoso, que avançou que a expetativa já para o próximo ano letivo é a de às turmas de Abrantes e Torres Novas “as de Ferreira do Zêzere, Sardoal e Constância a este grupo, além de que existe a possibilidade de expandirmos para o 5.º ano e também para o ensino profissional”. Por outro lado, também os professores do 1.º ciclo vão ter formação específica certificada. Homero Cardoso referiu-se aos alunos, confirmou que “são consumidores vorazes da internet mas não têm a capacidade de criar conteúdos”. Para contrariar esta situação, “este ano tivemos a loucura de cada um criar a sua página na internet, com conteúdos que têm a ver com a escola”.
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/ André de Aragão Azevedo quis perceber o trabalho junto dos alunos e fez muitas perguntas
“Em Lisboa, não vejo este tipo de visão nem este tipo de ambição”
A professora Maria João Galvão falou “como testemunha do projeto”, confirmou que complementa noutras disciplinas e que “é um estímulo” para os alunos que os “desenvolve muito a nível do raciocínio e até ajuda na compreensão linguística”. Contudo, não deixou de fazer um pedido ao presidente da Câmara: “temos alguns recursos mas não temos todos e não temos internet a funcionar a 100% nos nossos tablets”. Maria João Galvão disse ainda,
JORNAL DE ABRANTES / Agosto 2021
/ “Estão no nosso radar como iniciativa que deverá ser apoiada” - André de Aragão Azevedo em resposta ao secretário de Estado, que ainda não recebeu o seu computador fornecido pelo Estado. André Azevedo confirmou que a política de distribuição de computadores e kits de mobilidade já está a ser implementada pelo Município. Também o aluno Guilherme fez questão de deixar o seu testemunho ao dizer que “para mim, foi uma ótima experiência e eu gostei
muito. Acho que na minha vida futura vou ter que usar as cosas que aprendi no T_CODE, como a programação e a mexer com os computadores”.
“T_Code é um exemplo que deverá ser replicado”
André de Aragão Azevedo, secretário de Estado da Transição Digital, considerou o T_Code um
caso de estudo. Começou por considerar “gratificante” poder “sair de Lisboa ao fim de ano e meio de forma mais estruturante e saber o que está a acontecer no país real e chegar a este projeto e ver a abrangência que ele tem porque é, de facto, um case-study do ponto de vista de como está montado”. Destacou os envolvidos e disse que “termos a noção que para um país como o nosso que se habituou a ser visto como periférico, ter agora, por via do digital, esta oportunidade de ganhar uma nova centralidade, de esbater esta ideia de territórios do interior e territórios do litoral, nada disso faz hoje sentido”. Para o governante, o projeto T_ CODE “compara, com vantagem, com outros projetos que vemos noutros sítios, nomeadamente em Lisboa, onde muitas vezes eu não vejo este tipo de visão nem este tipo de ambição”. O secretário de Estado destacou a idade em que se decidiu dar início a este projeto e também o facto de as tecnologias, hoje em dia, não serem apenas direcionadas ao sexo masculino. André de Aragão Azevedo referiu “o objetivo de combater a ideia do estereótipo de género em que basicamente os meninos vão para computadores e as meninas vão para letras. Não faz sentido, não existe nenhum condicionamento genético para que isso seja assim”. “É maravilhoso chegar aqui e ver este entrosamento que extravasa a comunidade escolar”, disse, afirmando que o T_Code é uma “referência e um exemplo que deve ser seguido noutros locais”. “Estão no nosso radar como iniciativa que deverá ser apoiada”, concluiu o secretário de Estado. O projeto T-CODE promove o ensino de linguagens de programação Scratch + HTML + Python. No presente ano letivo, o T_ CODE envolveu todas as turmas do 3º e 4º anos (27 turmas), 434 alunos, cerca de 30 professores e quatro técnicos do Tagusvalley – Parque de Ciência e Tecnologia. No próximo ano letivo, prevê-se o alargamento deste projeto aos alunos do 2º ciclo das Escolas do concelho de Abrantes. Ainda em 2018, procedeu à aquisição de Kits “Laboratórios de Aprendizagem”,com os quais se apetrechou cinco escolas: EB Abrantes n.º 1; EB/JI M.ª Lucília Moita; EB/JI Tramagal; EB/JI Chainça e EB/JI António Torrado. Em 2019, adquiriu-se mais oito Kits de aprendizagem para se apetrechar as restantes escolas: EB/JI Rio de Moinhos; EB/JI S. Miguel do Rio Torto; EB Abrantes n.º 2; EB/JI Bemposta; EB/JI Rossio ao Sul do Tejo; EB/JI Pego; EB/JI Alvega e EB/ JI Mouriscas. Patrícia Seixas
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GALERIA / Nuno Caetano Nascido em Abrantes, a 3 de Março de 1983, onde fui criado até completar o ensino secundário. Passada esta etapa ingressei no ensino superior onde me formei em Ecoturismo na Escola Superior Agrária de Coimbra. Depois do curso concluído, os primeiros anos no ramo do turismo foram passados na área de hotelaria, onde tive diversas experiências aquém e além fronteiras, como são exemplos, Ilhas Canárias, Londres, Zambujeira do Mar, Covilhã e Algarve. Mais tarde “emigrei” para Lisboa onde me tornei guia turístico. Desde cedo tive o gosto e o bichinho pela fotografia deixado pelo meu pai, e há medida que viajava ia fotografando cada vez mais e treinando mais o olhar. Depois de mais de 3 anos em Lisboa, volto a ter nova experiência no estrangeiro, desta vez em Málaga, onde se tornou ainda mais claro a paixão pela fotografia e documentar fotográficamente todos os lugares que ia conhecendo em Terras de Nuestros Hermanos. Terminada a experiência em Espanha em 2018, volto a trabalhar como guia turístico e começo a levar esta paixão mais a sério, tornando-me autodidata, aprendendo e a devorando tudo o que havia na internet e a investir em material fotográfico. Desde 2019, comecei a realizar alguns trabalhos fotográficos a par da minha outra paixão, ser guia turístico, e desde então não tenho parado, seja a nível de investimento pessoal, como cursos online com grandes fotógrafos, seja a fotografar ou a investir em material fotográfico para desenvolver cada vez mais os meus skills. É também em 2019 que decido criar uma conta no Instagram @abrantescidadeflorida, em que viso promover a cidade e concelho de Abrantes, a sua história, cultura, gentes, tradições e locais a visitar. Resumindo, sou o Nuno Caetano Pais, guia fotógrafo, bon vivant e apaixonado pelo nosso cantinho à beira mar plantado que é Portugal.
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JORNAL DE ABRANTES / Agosto 2021
CULTURA / / UMA MISSÃO NA DEFESA DO PATRIMÓNIO
Número 37 da Zahara já nas bancas 19 anos de edições semestrais regulares em 2021
anterior, respeitante a Abrantes no início do século XIX; Dulce Figueiredo traz-nos um artigo sobre a “Sirene dos Bombeiros de Sardoal”; Fernando Freire, desta feita, escreve sobre “As Misericórdias em Vila Nova da Barqui-
nha”; “Da pneumónica de 1918 à COVID-19” é o título do trabalho de António Manuel M. Silva, relativo ao concelho de Mação; de Toronto, no Canadá, chega um texto de Michael do Carmo Baptista, intitulado “Portugalidades
da Estrada de Abrantes”. Manuel Soares Traquina escreve sobre a “Matança do Porco”; José Martinho Gaspar traz a público um artigo intitulado “A arte de fazer um cocho e outras memórias”; “O Souto no século XIX” é um texto da responsabilidade de Manuel Batista Traquina; José Manuel d’Oliveira Vieira escreve sobre o “Correio do Reino: Posta Militar de Abrantes 1802/1817”; por seu turno, Joana Margarida Carvalho aborda no seu artigo o novo
Museu “Os Moleiros”, de Rio de Moinhos. Para além dos autores presentes, que fizeram uma breve apresentação dos respetivos artigos, intervieram ainda algumas pessoas que foram entrevistadas no âmbito dos mesmos ou que foram alvo de alguns dos trabalhos agora publicados. Artur Gueifão, “Artífice da Pedra”, visado no texto de Carlos Grácio, para além de ter exposto e apresentado alguns dos seus trabalhos, ofereceu um deles à Palha de Abrantes. Esta sessão contou com a presença de Paula Grijó, Vereadora da Câmara Municipal de Abrantes, Fernando Freire, Miguel Borges e Vasco Estrela, Presidentes das Câmaras de Vila Nova da Barquinha, Sardoal e Mação, respetivamente. Todos estes elementos de executivos municipais da região elogiaram o trabalho desenvolvido pelo CEHLA e a importância da revista Zahara no que concerne à divulgação e salvaguarda do património. JMG
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O número 37 da revista de História Local Zahara já se encontra nas bancas. A apresentação decorreu na esplanada do espaço Chiado, no dia 22 de julho, numa sessão que contou com a presença de cerca de quatro dezenas de pessoas. A Zahara é uma publicação editada pelo CEHLA - Centro de Estudos de História Local de Abrantes, que se integra na Associação Palha de Abrantes e que completa 19 anos de edições semestrais regulares em 2021. Esta edição da Zahara tem como tema de capa o trabalho de Teresa Aparício intitulado “As azenhas do Poço das Talhas em Queixoperra”, a que se juntam, também com chamadas de capa, "Professor Carlos Alberto: Uma vida cheia", da autoria de José Alves Jana, e "Teatro no Sardoal: Os GETAS e a sua importância sociocultural", do sardoalense Mário Jorge Sousa. Na nova Zahara encontramos ainda um estudo de Joaquim Candeias da Silva, que conclui a investigação iniciada no número
Agosto 2021 / JORNAL DE ABRANTES
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PUBLICIDADE / Rui Santos deixa de representar o PSD no executivo de Abrantes Rui Santos declarou, formalmente, no dia 13 de julho, que passa a exercer o cargo de vereador, para o qual foi eleito pelo PSD, como independente. Esta decisão foi, segundo o próprio, pensada e muito ponderada. O vereador disse que se mantém filiado no PSD: “quero deixar claro que não abandonei o partido pelo qual fui eleito e do qual sou militante há muitos anos.” No entanto acrescentou que “por respeito ao lugar para o qual fui eleito e que ocupo há quase quatro anos e por respeito ao partido onde milito esta era a decisão que teria do tomar”. Rui Santos explicou que desde 8 de julho, “nem o PSD se tem de rever nas posições públicas que possa tomar enquanto vereador, nem eu ficarei obrigado a acatar qualquer decisão da comissão política do PSD”. O agora vereador independente revelou ainda que foi no dia 8, que informou o presidente da Câmara de Abrantes e o presidente da Comissão Política Concelhia do PSD desta sua decisão. Em reunião da Câmara de Abrantes de dia 13, no qual já participou na qualidade de independente, Rui Santos afirmou ter sido sempre fiel em relação ao programa do PSD das autárquicas de 2017. Vincou que sempre “fui fiel aos princípios e aos ideais do PSD”, no entanto deixou claro que depois do ato eleitoral defende que se “dispa a camisola do partido e se vista a camisola de Abrantes”. Nesta declaração acrescentou ainda “para que nos novos atores, do PSD, possam fazer uma campanha sem que possa ser beliscada, por alguma posição que venha a tomar até final do mandato, entendi que esta era a melhor postura”. Jerónimo Belo Jorge
NOTARIADO PORTUGUÊS CARTÓRIO NOTARIAL DE SÓNIA ONOFRE EM ABRANTES A CARGO DA NOTÁRIA SÓNIA MARIA ALCARAVELA ONOFRE.
CARTÓRIO NOTARIAL DE MARIA DA CONCEIÇÃO RIBEIRO Rua Dr. Eduardo de Castro, n.º19, r/c, 6110-218 Vila de Rei Telf: 274.898.162 Tlm: 927.735.540 EXTRACTO DE JUSTIFICAÇÃO Certifico narrativamente, para efeitos de publicação, que por escritura outorgada em doze de julho de dois mil e vinte e um, exarada a folhas quarenta e cinco, do livro de notas para escrituras diversas número OITO – A, LUÍS MANUEL GRÁCIO PARDAL, NIF 106.855.310 e mulher, CELESTE MARTINS MARQUES PARDAL, NIF 106.855.328, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, naturais ele da freguesia de São Vicente, concelho de Abrantes e ela natural da freguesia de São Jião, concelho de Oliveira do Hospital, residentes habitualmente na Calçada Cruz da Pedra, lote M, terceiro esquerdo, freguesia de São João, concelho de Lisboa, declararam que são donos e legítimos proprietários, com exclusão de outrem, do seguinte imóvel: Prédio rústico, composto de cultura arvense, citrinos, macieiras e pereiras, com a área total de trezentos e sessenta metros quadrados, sito em Rua da Eira, freguesia e concelho de Sardoal, a confrontar do norte com José Lopes dos Santos Gomes Clemente, do sul com herança de Manuel Martins, do nascente com Via Pública e do poente com José Lopes dos Santos Gomes Clemente, omisso na Conservatória do Registo Predial de Sardoal, inscrito na matriz em nome do justificante marido, ora primeiro outorgantes, sob o artigo 151 secção I, com o valor patrimonial tributário de 40,43 euros. Que desconhecem o artigo da anterior matriz, em virtude de não terem obtido qualquer informação nesse sentido, apesar das buscas efetuadas. Que aquele imóvel acima identificado lhes pertence, por partilha meramente verbal feita conjuntamente com os demais interessados da herança aberta por óbito de José Pardal (pai do justificante marido), casado com Alice da Conceição Grácio Pardal, sob o regime da comunhão geral, já falecido, residente que foi no Lugar de Andreus, freguesia e concelho de Sardoal, à data os justificantes já no estado de casados entre si sob o indicado regime de bens, feita em data que não sabem precisar, mas que situam no ano de mil novecentos e oitenta e um e portanto, há mais de vinte anos. Que desde que a mesma foi efetuada até esta data, sempre os ora justificantes, usufruíram o citado imóvel, ininterruptamente, à vista de toda a gente, sem oposição de quem quer que seja, com a consciência de utilizarem e fruírem coisa exclusivamente sua, adquirida de anteriores proprietários, pagando as respetivas contribuições, plantando-o, limpando-lhe o mato e dele retirando os seus normais frutos, produtos e utilidades. Que em consequência de tal posse, em nome próprio, pacífica, pública e contínua, adquiriram sobre o dito imóvel o direito de propriedade por usucapião, não tendo em face do modo de aquisição, documento que lhes permita comprovar o seu direito de propriedade perfeita. Está conforme. Cartório Notarial de Vila de Rei, a cargo da Notária Maria da Conceição Fernandes Ribeiro, doze de julho de dois mil e vinte e um.
---Certifico para efeitos de publicação que por escritura lavrada no dia sete de Julho de dois mil e vinte e um, exarada a folhas vinte e oito e seguintes, do Livro de Notas para Escrituras Diversas DUZENTOS E CINCO — A, deste Cartório Notarial, foi lavrada uma escritura de JUSTIFICAÇÃO, na qual o Senhor Luís MANUEL DOS SANTOS PEREIRA, divorciado, natural da freguesia de Pena, do concelho de Lisboa, residente no Bairro Municipal, número 59, em Abrantes, DECLAROU, que, com exclusão de outrem, é dono e legítimo possuidor do Prédio urbano, sito na Rua do Cândido, em Água Travessa, na freguesia de Bemposta, do concelho de Abrantes, composto de casa de rés-do-chão para habitação, com a área coberta de trinta e seis metros quadrados e logradouro com a área de trezentos e cinquenta metros quadrados, a confrontar de Norte com Maria Joana Neves A. Heitor, de Sul com Francisco Neves de Pereiro, de Nascente com António Augusto Delfino Minguens e de Poente com Cândido Duarte, omisso na Conservatória do Registo Predial de Abrantes, inscrito na respectiva matriz sob o artigo 2059. ---Que, ele justificante é possuidor do referido prédio desde, pelo menos, mil novecentos e noventa e quatro, por doação meramente verbal de seus pais José dos Santos Pereira e Idalina Maxima dos Santos, casados no regime da comunhão geral de bens, residentes no Bairro Municipal, número 59, em Abrantes, não tendo, porém, celebrado a respectiva escritura. ---Á data do início da posse, ele justificante, era solteiro, maior, posteriormente casado com Maria Aida Milagaia Martinho, no regime da comunhão de adquiridos, actualmente dela divorciado. ---Que, desde aquela data, logo há mais de vinte seis anos, vem exercendo continuamente a sua posse, à vista de toda a gente, usufruindo de todas as utilidades do prédio, utilizando-o, fazendo a sua conservação e obras de beneficiação, na convicção de exercer direito próprio, ignorando lesar direito alheio, sendo reconhecido como seu dono por toda a gente da freguesia e freguesias limítrofes, pacificamente, porque sem violência, continua e publicamente, de forma correspondente ao exercício do direito de propriedade, sem a menor oposição de quem quer que seja e pagando os respectivos impostos, verificando-se assim todos os requisitos legais para que ocorra a aquisição do citado imóvel por usucapião. ---Está conforme ao original e certifico que na parte omitida nada há em contrário ou além do que nesta se narra ou transcreve. ---Abrantes, 07 de Julho de 2021.
CARTÓRIO NOTARIAL EM CONSTÂNCIA A CARGO DA NOTÁRIA INÊS FERNANDES GOMES RIJO Certifico que, por escritura de vinte de julho de dois mil e vinte e um, lavrada de folhas cento e vinte e dois e seguintes do livro de notas Cinco – I, no Cartório Notarial sito na Avenida das Forças Armadas, Edifício Camões, primeiro andar esquerdo, em Constância que se encontra a meu cargo Inês Fernandes Gomes Rijo, Notária, ORLANDO DOS SANTOS PEDRO DA CONCEIÇÃO, NIF 100.973.981, e mulher MARIA DE LURDES DE JESUS ALMEIDA DA CONCEIÇÃO, NIF 149.047.665, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, naturais, ele da freguesia de Souto, concelho de Abrantes e ela da freguesia de São Pedro de France, concelho de Viseu, residentes habitualmente na Rua Henrique Barrilaro Ruas, lote número 19, quinto andar esquerdo, na freguesia de Penha de França, concelho de Lisboa, declararam que são, com exclusão de outrem, donos e legítimos possuidores do prédio rústico, sito em Cerro, na freguesia de Fontes, concelho de Abrantes, composto de terra de citrinos, figueiras, macieiras, olival e pessegueiros, com a área de mil e quarenta metros quadrados, a confrontar do norte com Estrada Pública, sul com Herdeiros de Manuel António Horta, nascente com herdeiros de Francisco Matias e outros e de poente com Herdeiros de Francisco Antunes e outros, inscrito na matriz sob o artigo 299, secção AI, que proveio do mesmo artigo e secção da freguesia de Souto, concelho de Abrantes, com o valor patrimonial para efeitos de Imposto Municipal de Transmissões de € 121,68, a que atribuem igual valor, omisso na Conservatória do Registo Predial de Abrantes. Que o bem veio à sua posse, no ano de mil novecentos e oitenta e um, em mês e dia que não sabem precisar, por compra meramente verbal que foi feita aos seus ante possuidores, João de Jesus e Maria da Conceição Jacinto, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, atualmente falecidos, com última residência habitual em Maxial, Fontes, Abrantes, compra essa de que não ficaram a dispor de título formal, após o que, de facto, passaram a possuir o referido prédio em nome próprio, avivando-lhe as extremas, cultivando-o, colhendo os seus frutos e produtos, posse que sempre foi por eles exercida, durante mais de vinte anos, de forma a considerar tal prédio como seu, sem interrupção ou oposição de ninguém, à vista de toda a gente da região, sendo por isso uma posse pacífica, contínua, pública e de boa-fé, que conduz à aquisição por usucapião, não lhe sendo possível provar o seu direito de propriedade pelos meios extrajudiciais normais. Conferido está conforme. Constância, vinte de julho de dois mil e vinte e um.
CARTÓRIO NOTARIAL EM ABRANTES A CARGO DA NOTÁRIA ANDREIA SORAIA MARTINS SILVA Extrato Notarial de Escritura Pública de “Justificação” _____ Certifico narrativamente, para efeitos de publicação, que por escritura lavrada na presente data a folhas cinquenta e oito e seguintes, do livro de notas para escrituras diversas número dezassete, do Cartório Notarial em Abrantes, sito na Avenida 25 de Abril, número duzentos e quarenta e oito, freguesia de União das Freguesias de Abrantes (São Vicente e São João) e Alferrarede, da Notária, Andreia Soraia Martins Silva: VASCO DA CONCEIÇÃO DOS SANTOS, NIF 102.941.823, solteiro, maior, natural da freguesia de Souto, concelho de Abrantes, residente na Rua Principal, número 255, Maxieira, freguesia de União das Freguesias de Aldeia do Mato e Souto, concelho de Abrantes. DECLAROU O OUTORGANTE SOB SUA INTEIRA RESPONSABILIDADE: ------- Que, é dono e legítimo possuidor, com exclusão de outrem, do seguinte imóvel, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Abrantes: ------- Prédio urbano, composto de uma casa de rés do chão, com cinco divisões e dez vãos, que se destina a estabelecimento comercial e oficina de sapateiro; e primeiro andar com cinco divisões e sete vãos, para habitação, localizado ou denomiando Maxieira, freguesia de União de Freguesias de Aldeia do Mato e Souto, concelho de Abrantes, com área total de cento e seis metros quadrados, superfície coberta de sessenta e quatro metros quadrados, e área descoberta com quarenta e dois metros quadrados, a confrontar de norte com Estrada pública, de sul com Ribeiro, de nascente com António Álvaro dos Santos e de poente com Gracinda da Conceição dos Santos Manuel, inscrito na matriz predial urbana da freguesia de União de Freguesias de Aldeia do Mato e Souto, sob o artigo 1115, anterior artigo 1800 da freguesia de Souto (extinta), com o valor patrimonial correspondente de 11.236,05€, a que atribuem igual valor. ------ Que desconhece outros artigos anteriores a este imóvel, nomeadamente, o artigo rústico onde foi implantado o urbano. ------ Que o prédio ora justificado foi construído em data anterior a catorze de janeiro de mil novecentos e sessenta e nove, data a partir da qual se aplicou o RGEU no município de Abrantes, e que o referido prédio, não sofreu quaisquer obras de reconstrução, ampliação ou alteração ou das quais resultem modificações importantes das características do edifício, que exigissem qualquer tipo de licenciamento, o que declara sob sua inteira responsabilidade. MAIS DECLAROU: ------ Que, o prédio ora justificado veio à posse dele justificante, em dia e mês que não pode precisar, mas no ano de mil novecentos e noventa, data em que entrou na posse do mesmo, por doação meramente verbal, de seus pais, Arlindo Pedro dos Santos e mulher Maria da Conceição, casados que foram entre si sob o regime da comunhão geral de bens, e residentes que foram na Rua Principal, número 31, em Maxieira, Souto, concelho de Abrantes, os quais por sua vez o haviam adquirido, por compra meramente verbal a João Pedro e mulher Joaquina Maria, casados entre si sob o regime da comunhão geral de bens, residentes que foram na Rua Principal, número 31, Maxieira, Souto, concelho de Abrantes. ------ Que desde esse ano, ou seja, há mais de vinte anos, entrou ele na posse do mencionado bem, e de imediato o ocupou e passou a usufruí-lo, ligando-o às redes públicas de eletricidade e água, tratando da sua limpeza, fazendo obras de manutenção, guardando nele os seus pertences, haveres e utensílios, suportando todas as contribuições autárquicas e quaisquer impostos, isto é, gozando de todas as suas utilidades, direitos, e benefícios por ele proporcionadas. ------ Que sempre administrou o mencionado imóvel, sem qualquer interrupção, com o conhecimento de toda a gente, sem oposição de quem quer que seja, e com o ânimo de quem exerce direito próprio, ou seja, exercendo essa mesma posse de forma contínua, pública, pacífica, e de boa-fé. POR FIM DECLAROU: ------ Que dadas as características de tal posse, invoca a aquisição desse imóvel por usucapião, justificando o seu direito de propriedade, para efeitos de inscrição na “Conservatória do Registo Predial”, dado que esta forma de aquisição não pode ser comprovada por qualquer outro título formal extrajudicial. Está conforme o original. _____Abrantes, 28 de julho de 2021. _____A Notária, Andreia Soraia Martins Silva
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JORNAL DE ABRANTES / Agosto 2021
POLÍTICA / AUTÁRQUICAS / MAÇÃO
Vasco Estrela recandidata-se pelo PSD e garante que não vai mudar nem desertar A 25 de julho, o PSD de Mação apresentou a recandidatura de Vasco Estrela, que se candidata a um terceiro mandato à frente da Câmara Municipal. Sob o slogan “Fazer com Todos”, Vasco Estrela, 50 anos, advogado, é novamente candidato a líder do Executivo Municipal. Na sua intervenção, disse candidatar-se ao terceiro mandato “com a consciência plenamente tranquila do trabalho que foi desenvolvido. (…) Tem sido uma honra gerir o concelho durante estes oito anos e tem sido uma honra ter conseguido trabalhar com todos, em conjunto”. “Parto para o meu último mandato autárquico mas não é por isso que deixo de ter a mesma ambição, a mesma força de vontade e o mesmo entusiasmo para trabalhar em prol do povo e para o desenvolvimento deste concelho. A mesma ambição, o mesmo compromisso e o que podem esperar de mim é aquilo que sempre esperaram. Alguém que quase sempre cumpre com a sua palavra, alguém que está próximo das pessoas, que não promete o impossível e que não anda de porta a porta a vender ilusões.
Alguém que defenderá, até ao último pingo de suor, os interesses do concelho de Mação”, garantiu. Vasco Estrela fez um balanço dos últimos quatro anos que caracterizou de “mandato extraordinariamente difícil” e que “nunca pensei ter de exercer”. Lembrou os incêndios de 2017, os processos contra o Estado, o incêndio de 2019, a depressão Elsa, a pandemia de Co-
vid-19, os relatórios da IGAI e da Comissão Independente dos Incêndios. No final, prometeu que “enquanto for presidente (...), cumprirei na íntegra as minhas funções. Não vos irei desiludir nem irei desertar”. Prometeu ainda ser “um presidente de Câmara extremamente previsível” pois “a minha forma de trabalhar será a mesma”. A lista da Assembleia Municipal é encabeçada por José Saldanha Rocha e, quanto às freguesias, Carlos Leitão recandidata-se a um terceiro mandato à frente da Junta de Freguesia de Cardigos. Diogo Wahnon volta a encabeçar a lista à União de Freguesias de Mação, Penhascoso e Aboboreira. À Junta de Carvoeiro é candidata Carla Martins. Em Envendos, concorre Raul Simões de Matos e à Junta de Ortiga, é candidato Rui Matos. O PSD de Mação não vai apresentar candidato à Junta de Freguesia de Amêndoa visto apoiar a candidatura independente de Luís Lopes, atual presidente da Junta e que, em 2017, foi eleito nas listas do PS. O mandatário da candidatura do PSD em Mação é José António Belo. Patrícia Seixas
AUTÁRQUICAS / MAÇÃO
PS apresenta Nuno Barreta à Câmara e Carla Loureiro à Assembleia Nuno Barreta, enfermeiro de 45 anos natural de São José das Matas, volta a ser o socialista escolhido para ser o candidato à Câmara José Fernando Martins, presidente da concelhia socialista, agradeceu a todos os que aceitaram integrar as listas do PS e frisou as dificuldades na elaboração das mesmas. “Podemos ter muitas armas e viaturas de combate, muitos outros meios à nossa disposição, mas se não tivermos pessoas para os podermos utilizar de nada servirá todo esse arsenal. Esse é o grande problema”, disse José Fernando Martins. E como mensagem final deixou esta ideia: “as terras serão aquilo que as pessoas que nelas vivem queiram que elas sejam.” A candidata à Assembleia Municipal de Mação é Carla Loureiro. A engenheira civil, apresentou-se com uma lista totalmente renovada e rejuvenescida.
Nuno Barreta, o recandidato à Câmara de Mação, foi o último a falar, começou por fazer um breve balanço dos 4 anos de vereador da oposição, um cargo que não
considera fácil em Mação. Para os próximos quatro anos, as áreas prioritárias são “ação social, educação, ambiente e florestas e ainda urbanismo”. O candidato socialista quer a recuperação das piscinas descobertas e a continuidade de apoio ao Instituto Terra e Memória e quer criar uma zona verde no perímetro urbano da vila de Mação. Luís Silva avança para a freguesia de Car voeiro; António Alves, atual secretário da junta, concorre a Envendos; Rui Dias recandidata-se a Ortiga; e José Fernando Martins recandidata-se a um último mandado na União de freguesias de Mação, Penhascoso e Aboboreira Para já ainda não foram apresentados candidatos às freguesias de Amendoa e Cardigos, mas foram apresentados o mandatário, João Filipe, e o mandatário sénior, José Maia Marques. Jerónimo Belo Jorge
OPINIÃO /
Maroscas e máscaras
/ Armando Fernandes
A
relação do homem com o dinheiro tem merecido a atenção de pensadores de vários quadrantes do saber, desde a filosofia à sociologia passando pela história, a economia, a literatura nas suas variantes do conto, do ensaio, da novela, da poesia, do romance, todas estas referências escoradas na linguagem falada e escrita, levando-me a escrever que tal como a ocasião faz o ladrão também as maroscas subtis ou trapalhonas, grosseiras ou inteligentes, hilariantes ou sisudas, as maroscas às claras ou mascaradas são sempre nefastas, dolorosas para as sociedades que se obrigam a castigá-las quando consegue superar vários obstáculos, como o demonstrou lapidarmente ao pedir a absolvição do professor Azeredo Lopes acusado de ter cometido maldades no decurso do processo de Tancos. A impotência do Procurador marca inelutável de que algo vai mal, muito mal, no reino da justiça em Portugal como é exemplo a regular prática de um arguido ser preso durante dois ou três dias para ser identificado e ouvir a acusação. O corolário do processo de Tancos leva os cidadãos a duvidarem da competência e eficácia do Ministério Público ao repetir-se o sucedido na instrução da Operação Marquês levando o juiz Ivo Rosa a usar o varapau de forma a o MP ser obrigado a colocar a máscara para cima dos olhos e dormitar até clamor provocado cesse sem censuras acrescidas de aleijões de maior efeito. A justiça é um pilar fundamental da democracia, nunca se discutiu como agora a sua essência, o seu alcance, as suas mazelas e urgência em ser mais célere, mais inclusiva, menos onerosa e, avessa a um jargão incompreensível para a maioria das pessoas sem conhecimentos de literacia jurídica. Especialistas/ especialistas sérios, ponderados e anti-demagogos afirmam não ser possível «colocar o País nos eixos» do desenvolvimento, da eficácia das Instituições, da plena cidadania, enfim, do respeito por nós próprios.
Desde há séculos que os «males do reino» têm sido brilhantemente escalpelizados, lembro alguns dos mais recentes – António Sérgio, Dias Ferreira, Bento de Jesus Caraça, Manuel Antunes, Eduardo Lourenço, Fernando Gil e António Barreto, no entanto o «reino cadaveroso» teima em não sair da cepa torta, teima em manter a sonolência como se a mosca tsé-tsé o tivesse picado. Será que a «bazuca» o irá acordar? Da justiça espera-se êxito no desmascarar as maroscas sem perder a venda nos olhos.
O talento humano é o novo segredo para empresas de sucesso
Agosto 2021 / JORNAL DE ABRANTES
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POLÍTICA / AUTÁRQUICAS / ABRANTES
Valamatos avança com olhos na educação, património e empresas O PS de Abrantes os cabeças de lista à Câmara e Assembleia Municipal e às 13 assembleias de freguesia. Manuel Jorge Valamatos, fez um balanço dos cerca de dois anos e meio que leva à frente dos destinos do Município de Abrantes, marcado quase na totalidade pela pandemia o que alterou, e muito, aquilo que seria o projeto que tinha para o concelho. Reforçou a democratização do território, a solidariedade, a aposta na educação, cultura e infraestruturas como pilares do projeto político de Partido Socialista de Abrantes. Valamatos perspetivou também o futuro e as linhas mestras do programa eleitoral. Um programa de “valorização dos nossos jovens, mas também dos mais velhos, apoiando-os e retribuindo-lhes tudo o que deram à nossa comunidade durante as suas vidas. Queremos valorizar o nosso património, material e imaterial, afirmando Abrantes como uma cidade verdadeiramente aberta ao turismo e a grande
referência cultural do Médio Tejo. Queremos valorizar as nossas empresas, através da inovação e da tecnologia, criando condições para aumentarmos a empregabilidade e a fixação de pessoas no concelho.”
Com o discurso voltado para um novo ciclo de 12 anos afirmou ser “uma honra, mas também uma grande responsabilidade”. E depois lembrou que estes dois anos em que assumiu o cargo teve muitas dificuldades porque o trabalho municipal foi todo moldado pela mitigação da pandemia. O PS de Abrantes apresentou Manuel Jorge Valamatos à Câmara Municipal e António Mor à Assembleia Municipal. Para as juntas de freguesia avançam Bruno Tomás (Abrantes e Alferrarede, Hélder Quintas (Aldeia do Mato/Souto), José Felício (Alvega/Concavada), Manuel Alves (Bemposta), Luís Vermelho (Carvalhal), Sónia Alagoa (Fontes), Teresinha Barreiro (Martinchel), Pedro Matos (Mouriscas), Maria Florinda [Bia](Pego), Liliana Carvalho (Rio de Moinhos), Amílcar Alves (S. Facundo/Vale das Mós), Luís Valamatos (S. Miguel/Rossio ao Sul do Tejo) e Pedro Rodrigues (Tramagal). Jerónimo Belo Jorge
AUTÁRQUICAS / CONSTÂNCIA
Sérgio Oliveira recandidata-se com equipa remodelada O PS de Constância recandidata Sérgio Oliveira à Câmara Municipal com uma equipa totalmente remodelada e António Luís Mendes à Assembleia Municipal. Na lista de candidatos à Câmara Municipal Sérgio Oliveira faz-se acompanhar por Helena Roxo, Pedro Pereira, Alexandre Marques e Marília Eufrásio. O candidato socialista fez um balanço dos últimos quatro anos. Fez a referência aos projetos prometidos e executados, aqueles que foram prometidos e não foram concretizados, e ainda aos que foram realizados sem que tenham feito parte do programa eleitoral de 2017. Destacou a nova travessia sobre o rio Tejo que, não tendo sido concretizada, ganhou um outro fôlego porque é hoje uma necessidade defendida pelo Médio Tejo, em bloco. Depois ao lançar os desafios dos próximos anos disse ter uma lista renovada, sem muitas ex-
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plicações, e que espera a mesma confiança dos habitantes de Constância. Segundo Sérgio Oliveira houve a decisão e o entendimento interno para fazer “uma renovação da equipa candidata à Câmara Municipal. Agradeço a todos os que aceitaram integrar esta lista.”
JORNAL DE ABRANTES / Agosto 2021
Quanto às linhas orientadoras dos próximos quatro anos Sérgio Oliveira destacou o reforço da habitação, com mais loteamentos, o reforço da zona industrial de Montalvo com a ampliação e aquisição de terrenos de à família Themudo de Castro para empresas de maiores dimensões e, finalmente, avançar para a praia fluvial no rio Zêzere. Sérgio Oliveira disse ainda que há outros projetos na área ambiental. Mas, de acordo com Sérgio Oliveira, para além destes pilares há um grande chapéu que todos os territórios têm de ter presente e que tem a ver com a evolução demográfica das últimas décadas, ou seja, inverter a perda de população. A lista à Assembleia Municipal é encabeçada por António Luís Mendes e as assembleias de freguesia por Paulo Freitas (Constância), Ana Manique (Montalvo) e José Manuel Ricardo (Santa Margarida). Jerónimo Belo Jorge
OPINIÃO /
Ele / José Alves Jana / FILÓSOFO
O
aluno, a pensar no professor: - Ele que me motive. O doente, a pensar no médico: - Ele que me
trate. O cidadão, a pensar no político: Ele que me represente. O empregado, a pensar no patrão: - Ele que me garanta o emprego. O cliente, a pensar no supermercado: - Ele que me abasteça. O cidadão, a pensar no autarca: Ele que resolva os meus problemas. O espetador a pensar no canal de televisão: - Ele que me distraia. O cidadão, a pensar no fiscal ou no polícia: - Ele que me garanta a legalidade (e feche os olhos às minhas ilegalidades). E assim sucessivamente. Há aqui uma matriz transversal de pensamento social e político que se traduz num modo de nos organizarmos, isto é, de construirmos uma rede de expectativas e de avaliações. Esta matriz só se mantém na medida em que o professor, o médico, o político, o patrão, etc., pensam de modo correspondente, ou seja, assumem para si o papel de “aquele que substitui” o outro. Que o supermercado ou o canal televisão o pensem, é normal, estão a defender os seus interesses. Mas também o professor, o médico, o político, o patrão… têm algum interesse em que a relação se construa deste modo. Contudo, esta filosofia da passividade, da dependência, de demissionismo (salvo na reivindicação) pode parecer vantajosa, mas só a curto prazo. A longo prazo corrói a vitalidade social, mata a criatividade, implode a sustentabilidade. Há, por exemplo, alguma equipa de futebol que consiga ganhar com este tipo de filosofia a trabalhá-la por dentro? Vivemos uma crise da democracia representativa e num tempo de eleições autárquicas. A administração autárquica é aquela que está mais próxima das pessoas. Logo, é aí que se pode fazer uma “outro” trabalho de organização social e de participação política por parte dos cidadãos. É na comunidade local que pode construir-se outro tipo de relação. E a verdade, ao contrário do
que se diz, é que há muitas pessoas disponíveis para participar – embora quase nenhuma para participar de qualquer modo. E é também verdade que têm vindo a ser feitas experiências, de muitos tipos, com resultados notáveis, que nos permitem aprender com elas. Esta filosofia social de “eles vs eu” ou “eles vs nós” tem-nos levado a um beco sem saída. Sem saída para a maioria, porque alguns aproveitam-se dela muito bem. Estes vão querer continuar na mesma: por que razão haviam de querer mudar? Mas os custos a prazo anunciam-se como exorbitantes para todos. Não é apenas uma questão de regime político, é um problema de civilização. Basta retomar os casos acima – professor, médico, político, patrão, etc., para nos darmos conta de não se resolve tudo nas autarquias. Mas estas são uma base importante de um edifício social que precisa de ser reconvertido, sob risco de implosão. Tal como a escola tem um lugar decisivo no sistema. Às vezes querem-nos ativos: mas então é já tarde demais, o barco vai noutra direção. O querido mês de agosto pode não parecer boa ocasião para um tema destes. Mas qual será melhor? Não, de certeza, quando andarmos todos numa correria atrás do prejuízo que este sistema de modo continuado nos apresenta.
Há muitas pessoas disponíveis para participar – embora quase nenhuma para participar de qualquer modo
POLÍTICA / AUTÁRQUICAS / ABRANTES
OPINIÃO /
O Bloco de Esquerda em Abrantes apresentou os seus candidatos aos órgãos autárquicos no concelho numa cerimónia que teve lugar no dia 16 de julho, no Jardim da República. Perante uma plateia bem composta, com cerca de meia centena de pessoas, contou com as presenças de Catarina Martins, coordenadora nacional do BE, e de Fabíola Cardoso, deputada eleita pelo círculo de Santarém. Sob o mote “Mudança Já!”, Pedro Grave, 47 anos, operador de Produção Térmica, volta a ser o candidato do Bloco de Esquerda à Assembleia Municipal de Abrantes. Armindo Silveira, 56 anos, licenciado em Ciência Política e Administrativa pela Universidade Aberta, atual vereador eleito pelo Bloco de Esquerda no Executivo Municipal de Abrantes e que novamente se recandidata ao órgão autárquico, deu início à sua intervenção com críticas à atual governação socialista do concelho a quem acusou de ter perdido
/ Catarina Martins na sessão de apresentação dos candidatos do Bloco de Esquerda aos órgãos autárquicos no concelho de Abrantes
mais quatro anos, “consequência de uma gestão que não resolveu, mas, pelo contrário, agravou a vida de todos nós”. O candidato à Câmara de Abrantes defendeu então que “está na hora da mudança, pois esta terra que tem tudo para dar certo, mas está num declínio que urge estancar”. Foram também apresentados os candidatos do Bloco de Esquerda a algumas freguesias do concelho, sendo que a candidatura afirma que ainda irão surgir mais. Esta sexta-feira foram apresentadas quatro candidaturas e Marisa Grácio, operária fabril, concorre à Assembleia da União de Freguesias de Abrantes e Alferrarede. Eduardo Jorge, assistente social, é o cabeça de lista à União de Freguesias de Alvega e Concavada. Vasco Catroga, técnico de manutenção, concorre à União de Freguesias de São Miguel do Rio Torto e Rossio ao Sul do Tejo, e João Carlos Pio, operário fabril, à Assembleia de Freguesia de Tramagal. Patrícia Seixas
AUTÁRQUICAS / ABRANTES
Chaleira Damas quer recolocar CDU no executivo Municipal A CDU apresentou João Chaleira Damas como candidato à Câmara Municipal de Abrantes. Chaleira Damas encabeça uma lista que tem como número dois Nádia Pedro e numero três Luís Lourenço. O candidato à Câmara de Abrantes fez uma intervenção muito crítica à atual gestão de maioria socialista em Abrantes, da saúde à habitação, passando pela cultura, vias de comunicação e gestão dos dinheiros públicos, Chaleira Damas disse que “a CDU assumirá uma intervenção distinta, na exata medida das responsabilidades que (…) forem confiadas, na defesa dos interesses das populações.” Segundo afirmou o candidato comunista, “nas contas do município de 2020, com a pandemia a exigir apoio às famílias e empresas, as receitas foram superiores ao orçamentado, os custos inferiores ao previsto em vários milhões de euros os quais faltaram nas obras por concluir, nas empresas que
não receberam, nos salários que não pagaram e na falta de apoios referidos”. Chaleira Damas, numa longa intervenção, concluiu as suas críticas ao afirmar que “a síntese apresentada preocupa os candidatos da
CDU”, e defendeu que, “para alterar a trajetória descrita, é preciso mudar de política”. Nádia Pedro, como representante dos jovens comunistas, deixou no ar críticas ao atual estado da cidade e do concelho, reivindicando melhores transportes, mais oferta de ensino superior e mais cultura, incluindo mais animação noturna. A CDU Apresentou Luís Lourenço à Assembleia Municipal de Abrantes e concorre a nove das 13 assembleias de freguesia: Ana Cruz (UF Abrantes e Alferrarede); Anabela Martins (UF São Miguel do Rio Torto e Rossio ao Sul do Tejo); Laurindo Cruz (Bemposta); António Louro (Mouriscas); Dário Lima (Tramagal); Manuel Tomás (UF São Facundo e Vale das Mós); João Luís Madrinha (UF Alvega e Concavada); Carlos Falcão (Pego); e Jesuíno Pereira Marques (Rio de Moinhos). Jerónimo Belo Jorge
/ Nuno Alves / MESTRE EM RELAÇÕES INTERNACIONAIS / nmalves@sapo.pt
T
al como em episódios pandémicos anteriores, a atual pandemia deixará certamente um legado irrefutável na história pela rapidez das múltiplas mudanças que provocou, bem como a sua rápida disseminação global. Muitos elementos dessa grande mudança são já percetíveis, especialmente no mundo do trabalho. Nos países ocidentais, em particular, muitas pessoas mudaram a sua perceção sobre o percurso profissional a seguir. A pandemia veio reforçar uma tendência que já se manifestava anteriormente: a procura por empregos que ofereçam a flexibilidade adequada para uma melhor conciliação da vida profissional com a pessoal, a procura de um ambiente de trabalho que promova o equilíbrio emocional dos trabalhadores e a procura de oportunidades profissionais que valorizem o talento e capacidades inatas de cada um. Para o mercado laboral pós-pandémico, já não basta a concretização profissional; as pessoas procuram agora a sua concretização pessoal. O trabalho contribui apenas com uma pequena parte para essa realização individual. Veja-se o caso da Islândia que avançou recentemente para a semana de trabalho com quatro dias, sem perdas de produtividade ou redução de salários. E a Nova Zelândia irá brevemente seguir o mesmo caminho. Certas condições de trabalho que até há bem pouco tempo atrás eram toleráveis devido a necessidades financeiras pessoais, já não são aceitáveis. Esse é também um claro efeito da crescente percentagem de Millennials no mercado de trabalho. Em resultado disso, a maior
O novo mapa do trabalho parte das economias ocidentais, incluindo a portuguesa, não conseguem preencher uma grande parte das suas ofertas de trabalho. Nos EUA, por exemplo, o mês de Abril bateu todos os registos históricos: quatro milhões de trabalhadores demitiram-se e, em Maio, outros três milhões e meio seguiram o exemplo. Para vários economistas, há muito tempo que os trabalhadores não tinham tanto poder na economia. No entanto, estas alterações são necessárias. No mundo em que vivemos, onde a mudança é rápida e constante, esta nova visão do trabalho é fundamental para uma verdadeira transição para uma economia mais sustentável, quer do ponto ambiental quer social. Com a flexibilização do trabalho e a aposta no trabalho à distância, reduzem-se também as limitações fronteiriças e culturais. Uma empresa em Abrantes pode agora contratar qualquer pessoa no mundo para uma prestação de serviços e vice-versa. E isso tem implicações tremendas em várias áreas: mobilidade, ambiente, renovação urbana, fixação de pessoas em territórios com menor densidade demográfica, reforço das economias locais mas também aprofundamento da globalização, alteração nas políticas de investimento estatal e prestação de serviços públicos. No fundo, num mundo obcecado com a tecnologia, a pandemia mostrou claramente a importância de a economia reforçar o seu investimento nas pessoas. E as empresas que não o fizerem, ficarão para trás. O talento humano é o novo segredo para empresas de sucesso e para uma economia próspera. PUBLICIDADE
Candidatos do Bloco de Esquerda apresentam-se para “incomodar” poder instalado
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DESPORTO /
Rotas de Mação organizam os primeiros passeios pedestres - Ortiga e Penhascoso serão palco de caminhadas em agosto -
Vão ter lugar durante o fim de semana de 14 e 15 de agosto os primeiros passeios pedestres organizados pelas Rotas de Mação, em parceria com as associações locais Liga de Melhoramentos de Ortiga e Grupo Desportivo Recreativo e Cultural de Penhascoso, ambos com o apoio do Município de Mação. Os passeios integram as atividades que assinalam o fim de semana anual das festas populares nas duas aldeias e terão lugar no dia 14 em Penhascoso e no dia seguinte em Ortiga. Nas duas situações, são passeios muito agradáveis em qualquer altura do ano, independentemente da situação climatérica, e pouco exigentes fisicamente. As inscrições estão abertas e podem ser realizadas através das redes sociais das Rotas de Mação. Para agu-
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çar o apetite deixamos a indicação de alguns dos mais emblemáticos pontos de passagem, tanto na Rota da Ortiga como na do Penhascoso, ambas com menos de 20 quilómetros de extensão facilmente calcorreados em poucas horas.
ROTA DA ORTIGA
Homologado desde o verão de 2020, este trilho apresenta um percurso pedestre de pequena rota, marcado nos dois sentidos segundo as normas da Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal, envolvendo tanto a zona ribeirinha, como as zonas históricas de Ortiga, miradouros com paisagens únicas sobre Tejo, assim como diversos pontos emblemáticos ao nível do património natural, muito rico e diversificado, com
JORNAL DE ABRANTES / Agosto 2021
paisagens arrebatadoras e inesquecíveis. Além da diversidade natural e patrimonial, o caminhante pode deleitar-se com os testemunhos remotos da origem do Tejo, a sua relação milenar com os povos que aqui se fixaram até à atualidade e com a simbiose perfeita entre o rio e a serra. Não surpreende, portanto, que possa cruzar-se com um ou outro picareto, os icónicos barcos que outrora navegavam o Tejo e são hoje testemunho riquíssimo do património do concelho de Mação.
ROTA DO PENHASCOSO
A Rota do Penhascoso encontra-se a aguardar a devida homologação pela entidade competente, daí não estar marcada nem sinalizada. Ainda assim, o passeio que terá lugar no dia 15 de agosto, domingo,
percorrerá grande parte do referido trilho. Falamos de uma rota que se estende ao longo de um extenso e verdejante vale atravessado todo ele pela Ribeira do Coadouro, o principal fio condutor deste percurso. Ao longo do trajeto, a água é uma presença constante, sendo inúmeros os locais que convidam a um contacto próximo com a natureza. O percurso começa e termina no Jardim do Fundão, no centro da acolhedora aldeia de Penhascoso, rica em património cultural e paisagístico. O coreto, as várias capelas e fontanários, assim como a Igreja de Nossa Senhora do Pranto e a Torre do Relógio, além do casario, bonito e cuidado, merecem um olhar atento e demorado antes (ou depois) da caminhada. Com apontamentos que relem-
bram, aqui e ali, vidas dedicadas ao campo, ao gado e ao pinhal, este é um trilho vincadamente rural, onde se destacam, de resto, alguns campos ainda cultivados, pequenos rebanhos e paisagens bucólicas. Ambos os passeios serão realizados cumprindo todas as regras e normas ditadas pela DGS face à pandemia que vivemos e todos os caminhantes deverão assegurar as condições necessárias para poder participar. Salvaguardamos, porém, que as caminhadas pelas Rotas da Ortiga e do Penhascoso poderão ter de ser canceladas por motivos de força maior, razão pela qual se aconselha a consulta prévia de qualquer uma das entidades envolvidas nos passeios na véspera dos mesmos.
PATRIMÓNIO / NOMES COM HISTÓRIA / Grupo
O Edifício Carneiro / Teresa Aparício
através da nossa redação ou por transferência bancária: NIB 0036 0059 99100093265 67
uma nova forma de comunicar. ligados por natureza. 241 360 170 . geral@mediaon.com.pt www.mediaon.com.pt
transferidor e outros instrumentos na sua sala de trabalho e biblioteca. Na passagem por Abrantes, deixou algumas marcas significativas na vida cívica e política da urbe. Como engenheiro dirigiu a construção do edifício destinado às repartições públicas e tribunal e onde hoje se encontra a E.S.T.A. Como os seus recorrentes problemas de saúde o afastaram cedo da carreira militar, sobrou-lhe tempo para se dedicar a outras actividades. Conservador por natureza e integrando o Partido Conservador Liberal, ligado a João Franco, ministro do rei D. Carlos, foi Administrador do Concelho e em 1908 ascendeu mesmo à Presidência da Câmara embora por um período muito breve. Nesse mesmo ano deu-se o Regicídio e, com a morte do rei, João Franco foi afastado do ministério, arrastando na sua queda o partido a que Jacinto Carneiro se encontrava ligado. O executivo da Câmara de Abrantes foi exonerado e substituído por outro, presidido por um membro do Partido Regenerador, Dr. António Ferreira Bairrão. Jacinto Carneiro faleceu em 1922, numa sua quinta perto de Vila Nova de Famalicão, contando apenas 54 anos. O corpo foi trazido para o cemitério de Abrantes, ficando sepultado num jazigo da família da mulher. Esta continuou a habitar o edifício até à sua morte, em 1951 e como o casal não deixou filhos, foram herdeiras duas sobrinhas de Maria Alexandrina, filhas de uma irmã e de Tiago de Abreu. Em 1955, o edifício foi vendido à Câmara e dadas as suas dimensões destinava-se instalar a Escola Industrial e Comercial
de Abrantes recentemente criada e que se encontrava a funcionar em condições muito precárias na Rua Grande. Ali funcionou esta escola até 1959, altura em que passou para edifício próprio, construído onde fora a antiga Praça de Touros e onde ainda hoje se encontra a funcionar a sua sucessora, a Escola Dr. Solano de Abreu. Entre 1967 e 1974, albergou o Liceu Nacional de Abrantes que primeiro fora uma secção do Liceu de Santarém e, a partir de 1994 e durante alguns anos, a Universidade Internacional. Outras e variadas instituições por ali passaram também: a Cruz Vermelha Portuguesa, o Cento de Saúde, uma escola de música, uma escola de pintura, a Associação Cultural Palha de Abrantes, etc. Sempre com a sina de ser a instalação provisória disto ou daquilo, está agora a ser remodelado para ser a instalação definitiva do Museu de Arte Contemporânea Chartres de Almeida. Os abrantinos que olham com amizade para o Edifício Carneiro, esperam que este museu não fique só ali à espera de ser visitado pelos turistas mas que o seu espaço seja dinamizado para que continue a ser habitado e vivido pela população local e que esta não se vá sentir divorciada deste equipamento, como já tem acontecido com outros.
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É um edifício bem conhecido na nossa cidade, pois pelas suas linhas e volumetria destaca-se bem na malha urbana do Centro Histórico, mas sobretudo porque, de há setenta anos para cá, tem albergado muitos e variados serviços e instituições, por onde foi passando muita gente que ali viveu momentos bons e maus da sua vida. Situado ao cimo da rua de S. Pedro, contíguo ao Jardim do Castelo, o nome advém-lhe de quem ali o mandou construir na viragem do século XIX para o século XX, o capitão Jacinto Carneiro da Silva. Não era natural de Abrantes, nasceu muito longe, em terras de Pará, no Brasil, em 1866 e devia ter raízes familiares no Norte, na zona de Fafe e Santo Tirso, onde a família detinha valioso património. Desta região, na segunda metade do século XIX, houve forte emigração para o Brasil, de onde muitos voltaram ricos e encheram a sua zona de origem de vivendas e palacetes, muitos com uma arquitectura requintada e que se tornaram hoje numa valiosa atracção turística. Jacinto Carneiro deixou o Brasil ainda muito jovem, veio para Portugal onde cursou engenharia e seguiu depois a carreira militar, muito prestigiada na época e onde se distinguiu pelas suas qualidades intelectuais e morais, mas problemas de saúde graves impediram-no de vir a ter uma carreira brilhante. Abrantes atravessou-se-lhe no caminho pelo casamento. Tendo vindo aqui possivelmente devido a qualquer obrigação profissional, em algum convívio social conheceu aquela que viria a ser a sua esposa, Maria Alexandrina Pacheco d’Almeida, ligada a famílias de prestígio entre as quais a de Solano de Abreu. Pouco tempo após o casamento, Jacinto Carneiro resolveu construir este prédio para sua residência, num terreno onde o seu sogro, homem de negócios, já tinha um armazém. Muito diferente do estilo romântico do palacete de Solano de Abreu, construído poucos anos antes, este de linhas mais clássicas e austeras, reflecte a personalidade do homem sóbrio e disciplinado que o idealizou e mandou construir. No interior destacam-se os belíssimos tectos estucados, onde figuram cenas mitológicas e também motivos alusivos à função a que o espaço se destinava: podemos ver um Cordeiro Pascal no tecto do oratório, e livros, compassos,
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Consultas: - Candeias Silva, J, Edifício Carneiro, uma casa com história, Zahara nº 9, Julho de 2007, edição do Centro de Estudos de História Local , valência da Associação Cultural Palha de Abrantes. - Jornais locais da época
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SAÚDE / Ressonância Magnética instalada no CHMT A instalação do equipamento de Ressonância Magnética, na Unidade Hospitalar de Abrantes do CHMT, está na fase final de conclusão. Nesta fase estão a decorrer os trabalhos de adaptação da sala adjacente onde o equipamento está instalado. O Conselho de Administração efetuou mais uma visita de acompanhamento da obra, de modo a garantir que “a sua conclusão seja em breve, para que possa entrar em funcionamento a prestação deste serviço diferenciado aos utentes do CHMT, assim que possível”. Sublinha-se que com este equipamento de Ressonância Magnética (RM), o Centro Hospitalar do Médio Tejo, EPE, deixa de estar dependente de entidades externas para a realização de exames RM, o que “traz mais qualidade e conforto aos utentes do CHMT, evitando-se deslocações, e aumenta a diferenciação do diagnóstico e de apoio à decisão clínica do Centro Hospitalar do Médio Tejo, EPE”. Recorde-se que a instalação do equipamento de Ressonância Magnética no CHMT ultrapassa 1 milhão de euros, “prova dos elevados níveis de investimento em curso no Centro Hospitalar do Médio Tejo”.
Serviço de Patologia do CHMT inicia estudo à Imunidade Celular
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O Serviço de Patologia Clínica do CHMT propõe-se efetuar um estudo à Imunidade Celular complementando o estudo que está já efetuar junto dos profissionais de saúde vacinados contra o SARS-CoV-2. “Pretendemos testar os profissionais que assim o consentirem, verificando se existe relação entre a imunidade humoral e a imunidade celular, quer em resposta à vacinação quer à infeção, e qual a sua durabilidade ao longo do tempo”, afirma Carlos Cortes, diretor do Serviço de Patologia Clinica do CHMT, explicando que esta nova capacidade de teste “permite monitorar eficazmente a imunidade dos profissionais do CHMT contra a COVID-19”. Depois de ter sido um dos serviços pioneiros no país a ter a capacidade para a deteção das variantes do SARS-CoV-2 do Reino Unido, Africa do Sul e Brasil-Manau, o Serviço de Patologia Clínica do CHMT inicia o teste também a imunidade celular, através da determinação da produção de Interferão-Gamma específico para o SARS-CoV-2. Estudos recentes sugerem que a imunidade celular está presente e se mantém de forma duradoura ao longo do tempo, independentemente do nível baixo ou negativo dos Anticorpos IgG. Estes valores indicam uma proteção contra a COVID-19 a longo prazo, através de linfócitos T de memória, capazes de reconhecer e responder de forma eficaz quando em contacto de novo com o SARS-CoV-2.
/ Nuno Barreta / Enfermeiro Especialista Enfermagem Comunitária USP Médio Tejo
Benefícios da Alimentação Saudável no Verão! A preferência por alimentos mais leves nos dias mais em que faz mais calor, é consequência das mudanças bioquímicas e metabólicas causadas pelo aumento da temperatura, no sentido contrário do que acontece no inverno, quando os pratos mais encorpados parecem mais apetitosos. Apresentamos, de seguida alguns dos benefícios de seguir uma alimentação saudável no verão: • O organismo precisa de menos calorias no verão. Quando sentimos mais fome é no inverno: com o frio, o corpo gasta mais calorias para manter a temperatura entre 36 e 37 graus. No verão, porém, não perdemos tanto calor para o ambiente, e isso faz com que o gasto de calorias diminua. Dessa forma, precisamos ingerir menos calorias durante a época do ano em que temos o tempo quente, o que significa não apenas limitar o tamanho das porções, mas também dar preferência a alimentos mais leves e com valor energético reduzido. Por isso, é importante dar preferência à ingestão de alimentos como frutas, legumes, verduras, grãos integrais e carnes magras, que fornecem os nutrientes necessários sem exagerar nas calorias. • A preferência por alimentos leves ajuda a evitar a sonolência. Após as refeições, o organismo inicia o processo de digestão, e isso faz com que órgãos como fígado, estômago e intestino precisem de mais sangue. Quando consumimos alimentos muito calóricos ou gordurosos, ou quando exageramos nas quantidades, é necessário enviar mais sangue para o sistema digestivo. Com isso, o volume de sangue disponível para o cérebro diminui, causando sonolência e moleza – efeitos que são ainda mais intensos com o calor. Assim, ao dar preferência a uma alimentação saudável no verão, evitando o consumo excessivo de gorduras, é mais fácil manter o alerta e a disposição depois das refeições. • Os cuidados com a alimentação
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no calor previnem o suor excessivo. A transpiração é um mecanismo natural que serve para o organismo controlar a sua temperatura interna. Em função disso, a transpiração aumenta no verão, pois a evaporação do suor na pele permite o arrefecimento do corpo. Às vezes a transpiração também aumenta logo depois de comer! Isso acontece principalmente quando consumimos alimentos muito quentes, que também elevam a temperatura interna do corpo. Para evitar esse efeito, a alimentação no calor deve ser rica em produtos como verduras, frutas, legumes, carnes sem molho e sopas frias (ex.: gaspacho). • A hidratação ajuda a combater a moleza típica do verão. Nos dias mais quentes, muitas pessoas sofrem com episódios de tensão arterial baixa. Isso acontece porque o calor causa a dilatação das artérias, e isso dificulta que o sangue chegue a todos os órgãos, incluindo o cérebro e os músculos. Em consequência, surgem sintomas como tonturas, dores de cabeça, fadiga, falta de concentração e até podem acontecer desmaios. Outro fator que agrava ainda mais estes sintomas é a desidratação: com o aumento da produção de suor, o corpo perde muitos líquidos, o que pode diminuir o volume de sangue circulante e causar os mesmos efeitos da tensão arterial baixa. Nesse caso, a famosa dica de consumir um pouco de sal não adianta muita coisa, pois o efeito é muito demorado. Em vez disso, a melhor forma de combater a moleza típica do verão é aumentar a ingestão de líquidos (ex.: água, chá fresco, infusões, sumos de fruta natural, …). Por este facto é recomendado a ingestão de pelo menos 2,5 litros de água por dia e complementar a hidratação, chás e sumos de fruta naturais (a ingestão de água em doentes cardíacos, ou insuficientes renais, deve ser sempre acompanhada da monitorização do estado de saúde, e seguindo sempre as recomendações do médico assistente). É sempre importante lembrar que o álcool desidrata o organismo, pois acelera a eliminação de líquidos pelos rins.
• A alimentação equilibrada previne e combate aos edemas. As consequências do calor sobre os vasos também atingem as veias, dificultando assim o retorno do sangue a partir dos membros em direção ao coração. Esse efeito é observado principalmente nas pernas, nos tornozelos e nos pés, que costumam ficar inchados e com a sensação de peso no verão. Esse inchaço, também conhecido como edema, é acentuado quando há um excesso no consumo de alimentos ricos em açúcar e sal, que causam retenção de líquidos. Em contrapartida, ter uma alimentação saudável no verão ajuda a reduzir esse efeito. Além disso, pode parecer contraditório, mas é preciso reforçar a hidratação para que os rins consigam eliminar os líquidos excedentes, assim como as toxinas e substâncias que favorecem o aparecimento de edemas. Ao dar preferência a itens como frutas, legumes, verduras, cereais integrais, peixes e outras fontes de proteínas magras, está a ajudar o seu organismo a prevenir os principais incômodos do verão. Adote uma alimentação saudável com a chegada do calor e aproveite todos os benefícios. A adoção de um estilo de vida saudável, tem que ter em conta também que é preciso aliar uma alimentação saudável com a prática regular do exercício físico. Segundo a Organização Mundial de Saúde, 30 minutos por dia, cinco vezes por semana ajuda a manter o organismo mais equilibrado e saudável. As atividades físicas também são responsáveis por gerar ainda mais energia, prevenir as doenças cardiovasculares e fortalecer os ossos e músculos, garantindo qualidade de vida e longevidade. A prática de exercício físico, quando está calor deve privilegiar o uso de roupas leves, protetor solar e sempre acompanhada de ingestão de água. Em caso de dúvida, deve sempre procurar ajuda junto do seu médico ou enfermeiro de família, ou através do SNS24 – 808 24 24 24.
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Vlada Karpovich
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