Jornal de Abrantes dezembro 2020

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/ JORNAL DE ABRANTES

/ Abrantes / Constância / Mação / Sardoal / Vila Nova da Barquinha / Vila de Rei / Diretora Patrícia Seixas DEZEMBRO 2020 / Edição nº 5598 Mensal / ANO 120

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MAÇÃO Vasco Estrela demite-se da presidência da AG da Tejo Ambiente Pág. 9

ABRANTES Presidente da CPCJ em entrevista PUBLICIDADE

Pág. 20

“ESTE NÃO VAI SER UM NATAL” Grupo

uma nova forma de comunicar. ligados por natureza. 241 360 170 . geral@mediaon.com.pt www.mediaon.com.pt

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// Nuno Catorze, diretor da Unidade de Cuidados Intensivos do CHMT, não tem vida social desde março, passou a ser fã das compras online e diz que a melhor prevenção para evitar o contágio do coronavírus é mesmo o distanciamento social. Págs. 3 a 5


A ABRIR / FOTO OBSERVADOR /

EDITORIAL /

23 novembro. O Tejo voltou a ter registos de poluição junto ao açude de Abrantes. As imagens foram captadas, neste dia, por Armindo Silveira que apresentou uma queixa na PSP de Abrantes. A espuma não se compara aos registos de 2017, mas de vez em quando lá volta a assombrar as águas e as margens do Tejo.

/ Patrícia Seixas / DIRETORA

E eis que nos aproximamos do fim de 2020. Um ano que, definitivamente, não vai deixar saudades mas que também não nos vai sair da memória. Um ano difícil em todos os sentidos. Pelas inúmeras perdas que tivemos, pelo encontrar um novo modo de nos posicionarmos perante os outros, pelo distanciamento, pela falta que sentimos dos nossos. Não podemos esquecer aqueles que, pelo caminho, perderam emprego e pelas empresas que se veem em dificuldades. E eis que chegamos a uma das alturas do ano mais difíceis para se ficar sozinho. O Natal! Por um lado, sabemos que temos que proteger os nossos familiares, principalmente os mais idosos. Por outro, dói a alma só de pensar que irão ficar sozinhos. Dizem-nos que será assim este ano para que no próximo já possamos estar juntos. Queremos acreditar. Cumprimos! Mas não deixa de ficar um sentimento muito amargo, que nem as iluminações de Natal adoçam. Por aqui, tentámos fazer um misto nesta edição. Mostramos-lhe como se vive nos Cuidados Intensivos do Hospital de Abrantes. Nuno Catorze é o médico intensivista responsável pela Unidade. Fala do trabalho mas também nos lembra que por trás do “fato de astronauta” está o homem, com uma vida para lá do hospital. E a única coisa que nos pede é que sejamos responsáveis, garantindo que estará lá para todos os que precisarem. Mas, apesar das vicissitudes, não deixa de ser Natal. Um Natal muito diferente, é certo, mas que temos que reinventar. As luzes de Natal estão um pouco por todo o lado e sempre nos despertam um pouco o espírito. São muitos os municípios que apelam e que têm iniciativas para promover as compras no comércio tradicional. Em Constância, fomos conhecer os pequenos espaços do concelho e as pessoas que teimam em investir nas suas terras. E fomos recebidos por todos com um sorriso que nem a pandemia consegue esmorecer. Preservar e valorizar o património material e imaterial do concelho e a promoção do turismo de natureza em Mação é o objetivo da Associação Rotas de Mação. Numa parceria com a Rádio Antena Livre e o Jornal de Abrantes, o site das Rotas irá apresentar um projeto em que convida os habitantes locais a fotografarem a sua aldeia e o podcast irá reunir histórias e lendas das aldeias de Mação. Aguardemos! Pela nossa parte, resta-nos desejar que passe este Natal da melhor forma que puder, pensando em si mas também nos outros. Cá nos encontraremos em 2021 com a esperança num novo ano, numa nova vida e numa humanidade efetivamente mais humana.

ja / JORNAL DE ABRANTES

O “vento” é tramado. Já não bastava há mais de 20 anos andar sempre a derrubar pedras para agora começar a mandar as grades da Proteção Civil ao chão. A foto tem a data de 23 de novembro, um lindo dia de sol, e a rua é a General Humberto Delgado, em Abrantes.

PERFIL / / Idade? 33 / Naturalidade/Residência? Carvalhal (Abrantes) / Prato preferido? Difícil escolher

/ Tiago Jacinto / Eng.º Químico

/ Uma viagem já feita ou por fazer Açores...sentimento de natureza intocável e pura, quem visita uma vez é obrigado a voltar com vontade de descobrir todos os recantos do arquipélago.

/ Se fosse presidente de Câmara o que faria? Impulsionava o meio rural e potenciava a região no que diz respeito ao aproveitamento turístico da Barragem de Castelo do Bode. Melhorou substancialmente nos últimos anos, no entanto considero que existe muito a fazer com todo o potencial que temos no nosso território.

/ Uma figura da História Adolf Hitler, não como ídolo mas Um recanto para descobrir? como pessoa que mudou o mundo, Portugal inteiro, temos recantos penso que nunca devemos esquemagníficos ao longo de todo o país. cer nem negar a história, devemos / O que mais e menos gosta na sua sim aproveitar e aprender com ela cidade? / Um disco para não repetir os mesmos erros. Mais – O castelo e envolvente. Me«Back to Black» de Amy Winehounos – Alguma degradação e pouco se – Voz poderosa e inconfundível / Um momento marcante ordenamento urbanístico da cidabem como a forma intensa como 2020, pela negativa, por tudo o que de. cada canção era interpretada. estamos a viver e a forma como este ano está a alterar a forma de viver / Uma proposta para um dia / Um filme de todos. diferente na região? «A lista de Schindler» Gosto dos Aproveitar a grande Rota do Zêzere temas relacionados com a 2ª Guerra / Um sonho por realizar? no nosso concelho seja de viatura Mundial assim como tudo o que A vida é feita de sonhos, no entanto 4x4, BTT ou a caminhar com vistas esta provocou no desenvolvimento aponto a viagens, Roadtrip pela Ásia, únicas sobre a Albufeira. da sociedade em que vivemos hoje América Central, Patagónia, Fiordes em dia. Nórdicos entre outros.

FICHA TÉCNICA Direção Geral/Departamento Financeiro Luís Nuno Ablú Dias, 241 360 170, luisabludias@mediaon.com.pt. Diretora Patrícia Seixas (CP.4089 A), patriciaseixas@mediaon.com.pt Telem: 962 109 924 Redação Jerónimo Belo Jorge (CP.7524 A), jeronimobelojorge@mediaon.com.pt, Telem: 962 108 759. Pedro Santos (estagiário). Inês Garcia (estagiária) Colaboradores Berta Silva Lopes, Leonel Mourato, Paula Gil, Paulo Delgado, Taras Dudnyk, Teresa Aparício. Cronistas Alves Jana e Nuno Alves. Departamento Comercial. comercial@mediaon.com.pt. Design gráfico e paginação João Pereira. Sede do Impressor Unipress Centro Gráfico, Lda. Travessa Anselmo Braancamp 220, 4410-359 Arcozelo Vila Nova de Gaia. Contactos 241 360 170 | 962 108 759 | 962 109 924. geral@mediaon.com.pt. Sede do editor e sede da redação Av. General Humberto Delgado Edf. Mira Rio, Apartado 65, 2204-909 Abrantes. Editora e proprietária Media On - Comunicação Social, Lda., Capital Social: 50.000 euros, Nº Contribuinte: 505 500 094. Av. General Humberto Delgado Edf. Mira Rio, Apartado 65, 2204-909 Abrantes. Detentores do capital social Luís Nuno Ablú Dias 70% e Susana Leonor Rodrigues André Ablú Dias 30%. Gerência Luís Nuno Ablú Dias. Tiragem 15.000 exemplares. Distribuição gratuita Dep. Legal 219397/04 Nº Registo ERC 100783. Estatuto do Jornal de Abrantes disponível em www.jornaldeabrantes.pt. RECEBA COMODAMENTE O JORNAL DE ABRANTES EM SUA CASA POR APENAS 10 EUROS (CUSTOS DE ENVIO) IBAN: PT50003600599910009326567. Membro de:

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JORNAL DE ABRANTES / Dezembro 2020


ENTREVISTA / // Nuno Catorze, médico há 28 anos, intensivista há 20, é o diretor da Unidade de Cuidados Intensivos do Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT). Aceitou dar esta entrevista numa das salas do piso 6 do Hospital de Abrantes. É este o seu “reino” onde se concede o suporte de vida aos doentes que ali entram. A ala Covid está cada vez mais cheia e 50% destes doentes não são do Médio Tejo, chegam de outros pontos do país. // A pandemia obrigou a muitas mudanças e adaptações dos serviços, da urgência, das enfermarias e, acima de tudo, das vidas dos profissionais. O médico diz que desde março não tem vida social, passou a ser fã de compras online e teme que possa ter de aplicar a medicina de catástrofe.

A vida social acabou

Entrevista de Jerónimo Belo Jorge Fotos de Taras Dudnyk

Quando se começou a falar deste novo coronavírus e em pandemia global, houve a expectativa de que podíamos passar por isto de forma ligeira ou percebeu-se logo que isto ia ser nos termos que estamos a ter?

Não, aquilo que se entendeu foi que a evolução seria esta. À semelhança do que estava a acontecer nos outros países europeus, nomeadamente com os nossos vizinhos espanhóis que de facto tiveram uma sobrelotação e uma sobrecarga de trabalho dentro do Serviço Nacional de Saúde, já estávamos a espera que isto viesse a acontecer. Não aconteceu na primeira fase porque tivemos uma reação muito rápida e um confinamento muito adequado.

Quando começaram a surgir os novos casos e as primeiras reuniões para perceber que linhas é que iriam ser traçadas, foi convidado para integrar a “Task Force” Nacional. Nessa altura, qual é que foi o objetivo? Definir a for-

ma como se iria “tratar” a pandemia?

“Quando nós ditarmos que vai ser necessária a aplicação da “medicina de catástrofe” é porque foram ultrapassadas todas as nossas capacidades”

Não, o “Task Force” tem um papel essencialmente de consultadoria da ARS e do Ministério, de forma à concertação da resposta da medicina intensiva junto do Serviço Nacional de Saúde. Porque nós já sabíamos, à partida, que Portugal em termos de número de camas por cada 100 mil habitantes era dos países menos fortes e tínhamos os números menos adequados. Foi uma tentativa e é uma tentativa atual, de se tentar modelar a resposta da medicina intensiva musculando-a com médicos não intensivistas e com camas atribuídas a medicina intensiva e pontual até fora dos locais que eram clássicos e conservadores e essa é uma resposta que ainda hoje está a ser dada. Porque todos os dias ou todas as semanas, os hospitais dos SNS abrem camas dedicadas a área Covid com médicos não de medicina intensiva, mas com supervisão dos mesmos.

A primeira vaga correu relativamente bem, houve logo a perspetiva de que uma segunda vaga ia ser muito pior como está a ser?

Sim, a resposta é sim. Já se sabia que haveria uma segunda vaga, aliás porque é histórico, nós conseguimos perceber pela a história da própria epidemia, nomeadamente, naquilo que se passa nos países onde ela apareceu, na China, e posteriormente em Itália que nunca desapareceu e é óbvio que vamos esperar uma terceira vaga. Nós após períodos de confinamento vamos ter períodos de desconfinamento e sempre que isso acontece, 15 dias depois, temos a resposta do que nos acontece. Obviamente que as pessoas sentem um fardo pesado com este confinamento e com as limitações, ainda por cima numa época natalícia, é perfeitamente natural que depois se tente aliviar as tensões, as tensões sociais, familiares e económicas que depois vão ter um preço e esse preço vai ser a terceira vaga, mesmo com vacinas.

Que alterações é que foram feitas na

Unidade de Abrantes quando se definiu internamente que o Centro Hospitalar iria ter a Unidade de Abrantes como a unidade de referência covid? Que mudanças é que foram operadas nestes tempos, desde fevereiro, março, altura em que começaram a surgir os primeiros casos?

Portanto, em meados de março com a necessidade de reformular planos de contingência internos e de resposta, quer regional, quer nacional, foram definidos alguns planos, nomeadamente circuitos completamente diferentes. Permitiu-nos dividir o hospital, a entrada do hospital e a saída em dois, os doentes negativos e os suspeitos ou positivos e isto implicou uma alteração de espaços quer na urgência, quer nas enfermarias e mesmo na Unidade de Cuidados Intensivos, criando espaços, na altura, para doentes que eram manifestamente negativos e depois mais dois espaços que eram os chamados “espaços cinzentos” que eram os espaços dos doentes que eram suspeitos, porque na altura, os testes demoravam horas a dias a

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ENTREVISTA / chegar ao nosso conhecimento e depois tínhamos uma área de doentes Covid. Com o passar do tempo e o com o desenvolvimento da capacidade laboratorial, o que acontece é que se mantém os mesmos que cresceram proporcionalmente com a quantidade de doentes, mas divide-se apenas em doentes positivos e doentes não positivos. Em termos de urgência é o que se passa agora, cresceu muito a área de respiratórios, a área de grande suspensão de positivos cresceu, está mais musculada, triplicaram a capacidade de internamento e em termos de cuidados intensivos aconteceu exatamente a mesma coisa. Nós passamos de uma resposta regional de 4,5 camas para praticamente 15 camas por 100 mil habitantes, isso quer dizer que temos uma resposta muito acima da resposta nacional. Obviamente, com a contingência de recursos humanos, se quisermos ocupar as camas todas temos necessidade de parar a atividade programada, mas o que é facto é que as camas existem e as pessoas podem ter acesso a cuidados diferenciados, quer regionalmente, quer em termos nacionais porque todos nós funcionamos em rede e, portanto, a resposta foi esta, foi muscular. Aqui em Abrantes, o sexto piso está todo ele dedicado a medicina intensiva, onde temos duas alas, uma delas é uma ala não Covid e a outra ala é uma ala que tem 23 camas dedicadas à Covid das quais só temos neste momento, funcionais 12 e vamos crescer conforme o nível das expectativas e das necessidades que nos vão sendo postas pela rede e que podemos ir até 16, 23 camas de enfermaria dependendo dos recursos. São 197 camas que são os limites possíveis só para doentes Covid. A Unidade de Abrantes está com quase 200 camas de enfermaria e estamos a falar de 20 a 23 doentes de medicina intensiva. Sabendo que os números não mentem e que sabemos que entre 5 e 7,5% dos doentes que estão em enfermaria acabam por ser

referenciados ou vão para os cuidados intensivos, basta fazer contas. Se são 200, facilmente nós vamos ter 50 doentes a serem referenciados e a necessitarem de cuidados intensivos.

Por vezes há quem fale que as instituições agora só se preocupam muito com a Covid e deixam um bocadinho de lado as outras patologias. Isso tem algum pingo de verdade?

“Abrantes está com quase 200 camas de enfermaria e estamos a falar de 20 a 23 doentes de medicina intensiva” “Ganhámos um adereço e ganhámos novos hábitos, que foi perder os outros”

Não, não é uma frase adequada. O que acontece é a preocupação social e dos profissionais que também têm uma família e obviamente, também têm vida para além do hospital que se veem privados nesta altura, por contingência e até por políticas e legislativas, e não podem usufruir da família da mesma forma. Aquilo que se nota é que os doentes Covid são aqueles que de facto sobrecarregam o Sistema Nacional de Saúde. Os doentes não Covid continuam a aparecer, em menor número porque as pessoas têm receio de vir ao hospital, mas são tratados da mesma forma e de facto, o Médio Tejo tem tido a sua atividade programada, com as consultas abertas. Obviamente que tudo tem um limite e a partir de determinado momento em que há que escolher e será uma escolha política ou uma escolha racional, o que parece é que se nesta segunda vaga os doentes são mais jovens e têm maior capacidade de sobrevivência, não os podemos deixar sem cuidados e quando nós pomos isto numa balança não sabemos para que lado se vai virar e é muito difícil fazer decisões ou recomendações sobre a abertura ou não de camas quando do outro lado pode estar alguém que nós conhecemos.

Como é que se diz às pessoas que o hospital é seguro, que devem vir se precisarem?

O vírus não se transmite pelo hospital, o vírus é um vírus social, é vírus de comportamentos e o comportamento que existe dentro do hospital é um comportamento correto com a utilização de equipamentos de proteção, com máscara, com distanciamento social, com a lavagem frequente das mãos e se as pessoas adotarem este comportamento na sua vida diária, o hospital é um dos lugares mais seguros. No universo português, em termos sociais, também há profissionais de saúde infetados, mais no âmbito familiar do que no âmbito profissional. Temos aqui uma grande percentagem de doentes que são covid positivo e de facto o uso de equipamento de proteção individual é elevado e não temos profissionais infetados nesta unidade. Portanto, quer dizer que é seguro e essa é a mensagem que transmite o hospital, este ou qualquer instituição do SNS. Provavelmente é um dos locais mais seguros para as pessoas estarem. O não vir é um erro porque podem protelar situações que são facilmente tratáveis e depois, quando vêm, poderá ser tarde demais. É esse o apelo que eu faço.

Quais são os problemas dos doentes covid quando entram aqui e necessitam dos cuidados intensivos?

O que acontece é que as pessoas quando vêm para os cuidados intensivos é porque precisam de suporte de alguma coisa, suporte ventilatório, suporte cardiocirculatório, suporte gastrointestinal, suporte neurológico porque há vida para além do covid e o covid é uma infeção vírica que provoca um determinado tipo de deterioração, principalmente respiratória, mas que perante pessoas que têm outras doenças crónicas poderá descompensá-las mais facilmente e às vezes são as outras doenças que descompensam e não é o covid. O covid é uma forma de descompensação das doenças crónicas. 80% dos doentes têm de facto uma patologia respiratória aguda derivada da infeção aguda ao vírus. Os outros 20% serão doentes que de facto estão infetados com o vírus, mas que vêm por outras razões.

Os antibióticos previnem algum agravamento da doença covid?

Não, pelo contrário. A utilização de antibióticos deve ser feita de forma racional, consensual e dirigida aos agentes mais prováveis. O vírus, este vírus e qualquer outro vírus existente na nossa natureza não responde aos antibióticos e os antibióticos não previnem a infeção aguda ou mesmo crónica a doenças virais.

Que tratamento é que as pessoas podem fazer, nomeadamente alguém que teste positivo?

É simples. Da mesma forma como se trata uma gripe. Eu ainda sou do tempo em que a minha avó dizia: “avinha-te, abafa-te e abifa-te!” Aqui é exatamente a mesma coisa. Na prática, é confinar-

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-se, ter regras de distanciamento social ainda maiores, estar bem hidratado, se tiver febre, ou dores musculares, utilizar analgésicos como o paracetamol que é o indicado e depois fazer tratamento sintomático. No caso de agravamento com sintomas respiratórios, contactar a Saúde 24 ou vir ao hospital. Não há antibióticos, não há chá, não há lançar as pedras ou os búzios, é apenas tratamento sintomático e manter-se em casa hidratando e comendo de forma saudável.

O que é um médico intensivista ou o que é o intensivismo?

A medicina intensiva é gerida por médicos intensivistas e o intensivismo é um médico que tem uma especialidade, que é capaz de fazer o diagnóstico diferencial de tratamento e suporte à falência de órgãos quer aguda, quer crónicas. Ultrapassando a fase de majoração da doença permitindo que a pessoa possa recuperar. Num pós-operatório, num quadro de infeção grave, num quadro de insuficiência respiratória... é um médico intensivista que neste momento trata disso. A palavra agora está na moda, porém já tem muitos anos. Muitas vezes baralha-se com o emergencista, pessoa que está na emergência. Não, o intensivista é uma especialidade que abarca todo o saber médico, o saber da doença crítica, da doença aguda e da doença agudizada, permitindo suplementar órgãos e sistemas através de tecnologias felizmente existentes e com desenvolvimento praticamente diário porque permite suportar e levar a vida das pessoas com outro tipo de qualidade depois de passar esta fase aguda da doença.

O serviço hospitalar recebeu um equipamento de monitorização de tecnologia de vanguarda único no país que permite antecipar procedimentos em doentes críticos. Já foi utilizado em ambiente de Covid?

Ele está disponível para qualquer paciente que precise, seja positivo ou negativo. Já foi utilizado e já não é o único. Neste momento está disponível, nós não salvaguardamos equipamentos para doentes específicos. Se as pessoas necessitarem é usado com as mesmas regras, independente do tipo de doença ou patologia que tenham.

Em termos daquilo que é a unidade de referência Covid do Médio Tejo, como é que é feita a articulação com o país, sendo que tem doentes em enfermaria e cuidados intensivos, a maior parte de fora da área de abrangência do centro hospitalar ?

50% dos doentes que estão nos cuidados intensivos não são do centro hospitalar, portanto são de fora, a articulação feita é em rede e é feita de três maneiras. Contactos de outros hospitais diretamente connosco; contactos feitos através da Administração Regional de Saúde (ARS) que depois faz circular a necessidade junto dos hospitais que abrangem a necessidade de camas e através de uma comissão chamada de Comissão de Acompanha-


ENTREVISTA / mento Resposta Nacional de Medicina Intensiva. E tem montada uma rede de informação centrada nas direções de serviço e nas informações que são disponibilizadas duas vezes por dia acerca das vagas existentes em intensivos. Articulam entre si as vagas e orientam os doentes. As transferências são feitas por esta via. São transferências mais seguras, chamadas de transferências profiláticas, porque aliviam mais os hospitais que estão nas zonas de maior contágio para zonas de menor contágio. Como tem sido a vida do cidadão Nuno? Casa, trabalho. Trabalho, casa... Tento ter a vida mais saudável possível junto dos meus filhos e da família. A vida social acabou. Eu tornei-me um fã de compras online, é a única coisa. Eu bem gostava de poder ir buscar coisas pessoalmente, mas confesso que se as pessoas não entendem a bem, vão entender nos próximos tempos e vai sair do corpo de cada um.

O que mais lhe perguntam de abril para cá ?

Como é que vão as coisas?... As pessoas não fazem a mínima noção, mas também não lhes podemos dizer. Mesmo pessoas ligadas à saúde, dentro de outras áreas de trabalho, quando nos questionam como estão as coisas, não podemos dizer que estão más nem podemos dizer que estão boas. As respostas têm de ser evasivas.

A pandemia, tal como está (final de novembro) assusta?

A pandemia assusta mais pela mudança que ocasionou. Desde março para cá as nossas vidas mudaram. Ganhámos um adereço (máscara), ganhámos novos hábitos que foi perder os outros. Ou seja, não podemos ter encontros de família, os fins de semana são passados de forma quase solitária, férias não houve, andamos na rua sempre a olhar para ver se o próximo tem máscara ou não tem. Olhamos por cima do ombro para “tentar” ver se o outro está infetado ou não. Isto trouxe uma nova era. Uma nova vida que a geração dos nossos filhos vai pagar um preço social, um preço familiar enorme. Quanto à doença não. Se nós tivermos os cuidados, se tivermos em conta todos os aconselhamentos ditados pelas autoridades de saúde, a doença não assusta ninguém. Agora as mudanças inerentes à pandemia, isso sim, não sei onde vamos parar.

preensão social porque (a acontecer) o que iremos fazer será gerir a catástrofe. Há uma probabilidade, mesmo que pouca, que possamos ter de aplicar em alguns lugares do país, se não é que não tenha sido já aplicada.

Qual a mensagem do Coordenador de Abrantes para as pessoas?

Qualquer sintoma gripal que possa resultar na alteração do olfato, alterações na visão, dores musculares, cansaço e falta de ar são os mais comuns desta doença. É uma simples gripe como nós dizemos quando estamos engripados. E aquilo que se deve fazer é nessa

altura fazer medicação sintomática e contactar as autoridades através da linha de saúde 24 e tentar não manter contacto com outras pessoas enquanto não tiver a certeza ou aconselhamento das autoridades sanitárias. Enquanto não tiver a certeza que não está infetado, mesmo junto dos seus, deve manter o equipamento de proteção individual como a máscara e o distanciamento. Porque da mesma maneira que levamos a doença para fora, ela também nos entra em casa.

Este vai ser um Natal diferente? Este não vai ser um Natal.

E como é que se lida diariamente com a possibilidade (real) de poder ter de aplicar a medicina de catástrofe [quem deixar morrer e de quem tentar salvar]?

Quando nós ditarmos que vai ser necessária a aplicação da “medicina de catástrofe” é porque foram ultrapassadas todas as nossas capacidades. Eu espero que não tenhamos de chegar a esse ponto. Mas temo que possamos chegar porque a sua praticabilidade terá que ser acompanhada com uma frieza muito maior e uma grande com-

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Não o queremos ver aqui.

Proteja-se!

Serviço de Medicina Intensiva

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REGIÃO / Abrantes

Aprovado Orçamento para 2021 no valor de 39,5 milhões de euros // “É um Orçamento ambicioso, num momento difícil em que não podemos deixar ninguém para trás e em que procuraremos servir o melhor possível toda a comunidade”, afirmou Manuel Jorge Valamatos, presidente da Câmara de Abrantes, na apresentação do documento.

/ Câmara de Abrantes aprova Orçamento de 39,5ME para 2021 turas (arruamentos e rede viária) e equipamentos de desporto e de cultura, modernização administrativa e gestão inteligente do território. Em termos de investimento programado, e em curso, o orçamento para 2021 apresenta cerca de 14 milhões de euros, que englobam diversos “projetos estruturais para o desenvolvimento do concelho”, dos quais se destacam, pelo volume de investimento programado, o Centro Escolar de Abrantes, o Museu de Arte Contemporânea Charters D’Almeida, a Escola Octávio Duarte Ferreira, em Tramagal, o Museu Ibérico de Arqueologia e Arte (equipamentos), o projeto de Reparação dos danos em infraestruturas e equipamentos municipais provocados pela depressão “Elsa”, intervenções no âmbito da Gestão Florestal, intervenção no Aquapolis Sul (infraestruturas elétri-

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As Grandes Opções do Plano para 2021 e respetivo Orçamento, foram aprovadas pela maioria dos eleitos do PS, com a abstenção do eleito pelo PSD e o voto contra do eleito do BE, na reunião do Executivo Municipal realizada no dia 27 de novembro, seguindo agora para discussão e votação final na Assembleia Municipal. Com um orçamento de 39.415.000 euros, apresenta um crescimento global de cerca de 7% (2.692.828 euros), face ao orçamento do ano anterior, justificado na maior parte pela assunção de novas competências no âmbito da educação, assumidas em meados deste ano. Em 2021, serão também assumidas as competências na área da Saúde. “A democratização do território é uma prioridade” refletida no orçamento através do reforço dos apoios às Juntas de Freguesia, materializada na transferência direta de 1.203.430 euros para as freguesias que serão vertidos “na realização de obras necessárias à população de cada freguesia”, essencialmente para requalificação e manutenção do espaço público. Acresce, ainda a transferência de competências e outros contratos interadministrativos para assegurar transportes escolares, manutenção da rede viária, proteção civil, manutenção e regular funcionamento das escolas, cemitérios, limpeza pública, etc., atividades que envolvem um montante de 1.380.380 euros (mais 33% relativamente a 2020). Do essencial do documento que vai orientar a atividade municipal no ano de 2021, a Câmara Municipal destaca a continuação de investimentos financiados por fundos comunitários, mas também um conjunto de outros investimentos suportados exclusivamente pelo orçamento municipal, fundamentais para a coesão territorial, como a manutenção de várias infraestru-

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JORNAL DE ABRANTES / Dezembro 2020

cas), intervenções na Praia Fluvial de Aldeia do Mato, repavimentação da Avenida do Paiol com construção de rotunda na zona do Hospital, iluminação da Av. Aljubarrota – na entrada principal da cidade, projetos aprovados no âmbito das edições do Orçamento Participativo. Este exercício ficará também marcado pela inclusão de orçamento disponível para início de projetos como a requalificação do Cineteatro São Pedro e o lançamento do processo de transformação do antigo Mercado Diário num Multiusos. “Duas obras fundamentais e estruturantes para o futuro do concelho”, considera o Executivo. Em face do momento particularmente critico vivido, “será feito um grande reforço nas infraestruturas e equipamentos das associações”, aumentando em 50% o investimen-

to no Programa FinAbrantes contando com a nova medida de apoio ao investimento para conservação e beneficiação de infraestruturas das coletividades e à aquisição de equipamentos e de viaturas para suporte às suas atividades. Ao nível do Plano de Atividades (PAM), as unidades orgânicas que mais verbas absorvem são as do Conhecimento (na qual se enquadra a área da Educação), da Cultura e Turismo, do Ambiente, do Desporto, Juventude e Associativismo, a Proteção Civil e Bombeiros (onde se contempla a transferência para a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários) e o Desenvolvimento Social. A promoção e apoio ao desenvolvimento económico “é outra aposta estratégica”, vertida no conjunto de incentivos de natureza fiscal,

tributária e financeira a projetos empresariais – Abrantes Invest – que vai ter continuidade. Confrontado com a situação de excecional emergência originada pela pandemia Covid 19, “desde a primeira hora que o Município de Abrantes tem estado na linha da frente na resposta à crise pandémica”. Nesse sentido, foi implementado um conjunto de medidas extraordinárias de apoio às famílias, às instituições e às empresas, num investimento extraordinário de cerca de um milhão de euros. “Um esforço adicional que só foi possível graças à margem orçamental conquistada com grande responsabilidade nos últimos anos, que agora em contexto de crise permitiu responder às necessidades da comunidade sem colocar em causa a sustentabilidade das contas do Município”, considera o presidente da Câmara Municipal. Para Manuel Jorge Valamatos, “as opções do plano e o orçamento espelham a estratégia de rigor e exigência na consolidação financeira que pontuam a gestão desta câmara que continua a ser a nível nacional um Município de referência, sem pagamentos em atraso e que a 30 de setembro de 2020 observava o capital em dívida de médio e longo prazo a ascender a 2.399.590,25 euros (1.502.588,04 euros, face ao período homólogo de 2019). A boa eficiência das contas da Câmara de Abrantes está também refletida no honroso 5º lugar ocupado pelo município no Ranking Global dos municípios de média dimensão na lista dos 100 melhores classificados globalmente, de acordo com o Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses, apresentado esta semana”. Num contexto de grande imprevisibilidade que obrigou a um esforço adicional de contenção orçamental, por forma a acompanhar as previsões de desaceleração da economia e a tendência de abrandamento do crescimento económico, “ainda assim optou-se pelo não aumento dos impostos municipais”. Essa medida será compensada “pela redução dos custos correntes de estrutura, pela melhoria do grau de execução do investimento programado, pelo esforço na captação de novas receitas e pelo aumento do grau de cobrança”.


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#AUniãoFazAbrantes

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REGIÃO / Abrantes

Biomassa no futuro da Central do Pego O vereador do Bloco de Esquerda (BE) disse acompanhar o processo “de perto” e deu conhecimento de que já tinham questionado o ministro do Ambiente mas “na altura, disse-nos que não tinha qualquer informação”. Armindo Silveira afirmou que o BE acompanha a situação “com preocupações a nível económico, ambientais e sociais” e acrescentou que “há situações que queremos ver esclarecidas, que tem a ver com as rendas garantidas, com a origem da biomassa e também com a capacidade instalada em Portugal ao nível da atribuição das licenças e com a capacidade de produção estimada”. O vereador considera que “esta decisão é do Ministério do Ambiente, é do ICNF, é dos outros ministérios... e o senhor ministro dizer que é uma decisão dos privados, é óbvio que não é, porque uma parte é o investimento e a outra parte são as licenças e a criação das condições para que possa haver um investimento atrativo para os investidores”. Rui Santos, vereador do PSD, disse ser “com satisfação que recebo a informação, sendo certo que

/ Biomassa é projeto privado mas que Governo “vê com bons olhos” vamos continuar a acompanhar de muito perto a situação” pois, como afirmou, “não pode, de maneira nenhuma, haver um encerramento” da Central. Se tal acontecesse, “seria catastrófico para o nosso concelho”, considerou o social-democrata. À margem da reunião de Câmara de dia 10 de novembro, Manuel Jorge Valamatos disse que “desde que iniciei as minhas funções como presidente de Câmara que procurei, com a Administração da Central Termoelétrica do Pego, mais em concreto com o engenheiro José

Grácio, fazer um trabalho conjunto a este propósito”. Explicou que, “em determinada altura reunimos a Comunidade Intermunicipal nas instalações da Central para tentar perceber e compreender quais as motivações e o entendimento da Administração da Central relativamente ao futuro e desde essa hora percebemos que o projeto de reconversão da Central passava pela biomassa e por um processo de torrefação, não de árvores, mas de material verde, resíduos sobrantes da nossa floresta”. O autarca referiu que “entende-

Patrícia Seixas

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“Um assunto que nos deixa extremamente motivados e mobilizados”. Foi desta forma que o presidente da Câmara de Abrantes deu conta dos desenvolvimentos a respeito do futuro da Central Termoelétrica do Pego. Após uma interpelação do deputado do PS eleito pelo distrito de Santarém, Hugo Costa, sobre a solução para a Central Termoelétrica do Pego numa audição do Ministro do Ambiente e da Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes respondeu que “no âmbito do Fundo da Transição Justa”, a solução passará pela transformação da Central Termoelétrica para a biomassa sobre a forma de torrefação. Manuel Jorge Valamatos assegurou que este “é um projeto privado que não cabe ao senhor ministro divulgar muito mais, mas é uma hipótese que está em cima da mesa e o Governo vê com bons olhos. É uma excelente notícia para a região e ficamos obviamente muito otimistas, sabendo que estamos a falar de uma questão de privados mas que temos sempre acompanhado”.

mos sempre que este poderia ser, de facto, um projeto extremamente importante para a região e esta reconversão ocuparia seguramente muitos postos de trabalho, traria grande dinâmica económica à região bem como, por outro lado, termos a nossa floresta bem mais cuidada e tratada”. “E foi com muito otimismo que recebemos, por parte do senhor ministro do Ambiente, uma resposta de que o Governo olha com bons olhos para esta reconversão da Central Termoelétrica para a biomassa”, disse o autarca, expressando que “corresponde àquilo que são as expetativas da Administração da Central e em função daquilo que são os programas e os incentivos à transição da Central, no âmbito do Fundo da Transição Justa”. Manuel Jorge Valamatos confirmou que “a Administração da Central Termoelétrica do Pego vê como uma solução imediata e prática” esta reconversão para a biomassa. Quanto aos postos de trabalho, o presidente da Câmara de Abrantes atestou que “reconversão para a biomassa encerra em si a manutenção de muitos postos de trabalho e a criação de outros novos. Há uma dinâmica económica muito interessante para o futuro e isso deixa-nos muito otimistas”. A Central a gás continuará a funcionar até 2031/32.

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JORNAL DE ABRANTES / Dezembro 2020

19/10/2020 10:17


REGIÃO / Mação

Vasco Estrela demite-se de presidente da Assembleia da Tejo Ambiente // Discordância com “a forma como as coisas estão a correr” foi a razão apresentada por Vasco Estrela para apresentar a demissão de presidente da Assembleia Geral da Tejo Ambiente. O presidente da Câmara de Mação deu conhecimento da sua intenção de abandonar a presidência da Assembleia Geral da empresa Tejo Ambiente na reunião do Executivo de dia 25 de novembro e ao Jornal de Abrantes explicou que o desagrado se prende “com decisões que foram tomadas relativamente a investimentos no concelho de Mação, o protelar desses investimentos e a decisões que estão a tentar e que vão contra aquilo que eram os pressupostos que presidiram à nossa adesão”. Vasco Estrela admitiu que “apesar de resolverem os problemas, não era aquilo com que nós contávamos” e disse que não estava satisfeito “só com esta intenção”, mesmo não se sabendo qual a decisão final. A intenção de demissão já foi comunicada aos restantes autarcas dos seis municípios que integram a empresa Tejo Ambiente e “tenho uma carta preparada a formalizar essa decisão”. “Não me sinto bem em que seja o Município de Mação e o seu presidente a presidir à Assembleia Geral, onde está reunido o capital social daquela empresa e onde eu estou em desacordo, neste caso concreto, como as coisas estão a ser geridas relativamente ao concelho de Mação”, adiantou. Vasco Estrela relembrou, no entanto, “que não me posso esquecer que estou numa empresa que reúne seis municípios mas estou lá na qualidade de presidente da Câmara Municipal de Mação e tenho de defender também os interesses da Câmara Municipal de Mação”. O autarca reforçou a palavra “também” pois, como explicou, “eu sou solidário com os outros mas acho que os outros também têm que ser solidários com o concelho de Ma-

/ “Vemos investimentos noutros concelhos e no concelho de Mação não” ção e com o seu presidente e acho que não o estão a ser”. Questionado acerca das respostas que tem tido por parte do Conselho de Administração da Tejo Ambiente, o ainda presidente da Assembleia Geral da empresa, afirmou que “não têm sido praticamente nenhumas”, adiantando que lhe têm dito que “as coisas estão a ser vistas, as coisas estão a ser tratadas...” Objetivamente, reiterou, “é que nós andamos pelos jornais, pelas redes sociais e vemos investimentos noutros concelhos e no concelho de Mação não. Mais do que isso, é que nem sequer há decisões, pas-

sados todos estes meses, relativamente ao que eram investimentos estruturantes e importantes para o concelho de Mação”. Quanto “ao que possa vir a ser ensaiado em termos de discurso”, Vasco Estrela quis “deixar claro” que se se dizer que o concelho de Mação “pudesse ter muita necessidade dos investimentos da Tejo Ambiente, das duas uma: ou isso não era verdade ou então os gestores que lá estão não sabem o que estão a fazer. Porque se a necessidade do concelho de Mação era tanta, porque é que estão a fazer os investimentos nos outros locais? Alguma coisa não bate certo. Ou

“Não me sinto bem em que seja o Município de Mação e o seu presidente a presidir à Assembleia Geral, onde está reunido o capital social e onde eu estou em desacordo”

será que os outros estavam mais necessitados do que nós?”, questionou. “É bom que estas coisas fiquem claras”, pediu Vasco Estrela, voltando a reafirmar que “se nós estávamos mais necessitados que os outros, então é um péssimo ato de gestão fazer primeiro aqueles que tinham menos necessidade”. Vasco Estrela fez questão de afirmar que com esta tomada de posição “não estou a pôr em causa questões pessoais”, referindo-se aos restantes autarcas dos municípios que integram a Tejo Ambiente. “Eles defendem os interesses dos municípios deles, eu defendo os meus. Acho que todos em conjunto devíamos defender os da Tejo Ambiente. Se é isso que está a acontecer ou não, cada um que faça a sua auto-análise e o seu juízo de valor”, referiu. No final, Vasco Estrela assegurou que relativamente “a dados concretos e objetivos, não há qualquer discussão possível porque as coisas são os que são. Vejam os investimentos que foram feitos até agora nos concelhos dos membros do Conselho de Administração e vejam nos outros. E que tirem as suas conclusões”. O Conselho de Administração da Tejo Ambiente é composto pela presidente do Município de Tomar, Anabela Freitas, pelo presidente do Município de Ourém, Luís Albuquerque e pelo presidente do Município de Ferreira do Zêzere, Jacinto Lopes. Já a Assembleia Municipal é composta pelos presidentes dos Municípios de Mação, Vasco Estrela, pelo presidente do Município de Vila Nova da Barquinha, Fernando Freire, e pelo presidente do Município de Sardoal, Miguel Borges. Patrícia Seixas PUBLICIDADE

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Festas Felizes

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As seguintes Juntas de Freguesias do concelho de Abrantes, desejam a todos os seus fregueses


CULTURA /

Botto, Camões e Gil Vicente juntos em projeto literário Chama-se “Caminhos Literários” e é uma candidatura conjunta de Abrantes, Constância e Sardoal a um fundo de apoio da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR). Trata-se de um projeto com o intuito de potenciar um território literário, daí esta designação. Ou seja, é um projeto que pretende juntar António Botto, Gil Vicente, Camões e outros que por cá passaram porque, explica Luís Filipe Dias. O vereador da Cultura da Câmara de Abrantes acrescenta que “a ideia é, pegando nesta dinâmica das paisagens literárias e da valorização de todo o território, dinamizar um conjunto de ações que também são muitas”. Serão três dezenas de atividades concretas, sendo que 15 serão em Abrantes. E vão entrar nas artes performativas, artes plásticas, intervenções urbanas, seja intervenção social ou de intervenção comunitária. São projetos de larga escala e este “Caminhos das Pessoas” é um projeto que “já namorávamos há

muito tempo, até no seio da própria TAGUS, para a dinamização territorial”. Diz o vereador que, se for aprovado, pode vir a capitalizar espaços “tão icónicos como a Oliveira do Mouchão ou a Concavada, onde nasceu António Boto, ou o lugar onde Camões também terá estado em Constância ou potenciar as referências literárias que o Gil Vicente nos deixou em Sardoal”. “Por exemplo, figuras como o escritor José Luís Peixoto viverão connosco durante algum tempo, permitirão construir quase aqui uns Peddy Papers literários que permitirão também ir criando histórias a reboque destes autores”. São três projetos que “se forem aprovados, como nós desejamos, tornarão estes próximos 18 meses, com as devidas restrições derivadas da situação epidemiológica, em momentos de grande efer-vescência cultural e que, de alguma maneira, preenchem a agenda cultural quase na sua total plenitude. Depois é esta

lógica também na interação com os outros e também o envolvimento direto das comunidades, independentemente do lugar onde elas estejam. São projetos muito entusiasmantes e oxalá a CCDR olhe para eles com esta dimensão de programação cultural em rede que é uma coisa que nós já trabalhamos há muito tempo. O executivo da Câmara Municipal de Abrantes aprovou ainda os protocolos para outras duas candidaturas intermunicipais.

MuO projeto da Comunidade Mu nicipal do Médio Tejo (CIMT) “Ca“Ca minhos das Pessoas” que surge na sequência do projeto denominado “Caminhos”. Há uma segunda candidatura que é os “Territórios Pertinen Pertinentes”. Este é um projeto desen desenvolvido pela plataforma Arte em Rede para os sete municípios que integram esta parceria. “É uma candidatura muito ousada, muito ligada ao espírito nómada de ouou trora, muito alicerçada às feiras que eram realizadas um pouco como os saltimbancos como ouou tras feiras” explica o vereador, acrescentado que “é uma dinâmica de enformação e de en volvimento das comunidades no nosso território. Este é um projeto para 300 mil euros”. PUBLICIDADE

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REGIÃO / Abrantes

Luzes de Natal acenderam-se em Abrantes

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Sem animação de Natal, a Câmara de Abrantes “acendeu” as luzes de Natal ao início da noite de 27 de novembro. O centro histórico, a avenida das Forças Armadas, as rotundas do RAME, Rossio e Intermarché repetem a “decoração” assim como a Torre volta a ostentar as 60 mil lâmpadas led que a transformam, por estes dias, numa das maiores árvores de Natal do país. A novidade foi mesmo a “inauguração” de um “letreiro” 3D com a palavra Abrantes. Semelhante a tantos outros de outras cidades, mas que faz as delícias de quem anda pelas redes sociais. Este tem a particularidade de ser uma estrutura amovível que pode “mudar” de sítio, consoante as ocasiões ou os eventos.

Juntas de Freguesia asseguram manutenção das escolas A Câmara de Abrantes aprovou a celebração de Protocolos de Colaboração com oito Juntas de Freguesia do concelho, correspondendo aquelas que tenham instaladas no seu território escolas EB1 e jardins-de-infância. Através desses contratos, as juntas de freguesia vão continuar a desenvolver ações junto das escolas do 1º Ciclo e Pré-Escolar, vocacionadas para assegurar o seu regular funcionamento, como a aquisição e fornecimento de combustíveis para aquecimento das salas, em caso de equipamentos que são aquecidos a lenha ou a pallets; Aquisição/Reparação de equipamentos e material adequado à limpeza e higiene dos espaços escolares e para aquisição de material de expediente, nomeadamente, aquisição de resmas de papel, dentro do limite necessário ao regular funcionamento das escolas. Como a rede escolar no concelho de Abrantes é vasta, a Câmara considera “fundamental o trabalho de proximidade e a capacidade de resposta rápida que podem ser asseguradas pelas juntas de freguesia”. O montante total da despesa ascende a 68.000 euros, repartido a seguinte forma: União de Freguesias de Abrantes e Alferrarede – 18.000 euros; União de Freguesia de Alvega e Concavada – 4.700 euros, Junta de Freguesia de Bemposta – 11.000 euros; Junta de Freguesia de Mouriscas – 1.800 euros; Junta de Freguesia do Pego – 4.000 euros; Junta de Freguesia de Rio de Moinhos – 5.000 euros; União de Freguesias de S. Miguel e Rossio ao Sul do Tejo- 11.500 euros e Junta de Freguesia de Tramagal – 12.000 euros. A deliberação será ainda submetida para autorização à Assembleia Municipal que se irá realizar este mês de dezembro.

/ Escola EB1 do Pego

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SOCIEDADE /

Cornucópia de Talentos: O poder do autoconhecimento

O que mudou com o Covid?

/ Gisela Oliveira na sala principal da Cornucópia de Talentos ção é garantir que todas as pessoas recebam ajuda, mesmo aquelas que não têm condições financeiras favoráveis. Estes serviços têm preços acessíveis e alguns chegam a ser gratuitos, algo que é possível graças ao apoio da Câmara Municipal de Abrantes e ao projeto de financiamento, FinAbrantes. Quando questionada de como foi a receção do projeto na cidade centenária, a resposta foi positiva. “O espaço foi bem recebido. Nós não teríamos avançado com esta iniciativa em Abrantes se não tivéssemos tido um incentivo tão grande da Câmara Municipal”. Gisela Oliveira confessa que quando a Câmara pediu a primeira intervenção da associação ainda nem nome tinham. “Não tínhamos nem dinheiro, nem tempo para pedir a conservatória do registo comercial e tivemos de fazer com a “Associação na hora” (…) tivemos de acelerar o processo todo para conseguirmos responder a essa solicitação”. Gisela

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Em junho de 2019, nascia a Associação Cornucópia de Talentos que tinha como principal objetivo promover o autoconhecimento de forma peculiar. Esta associação, que foi criada por um grupo de pessoas das mais diversas áreas e dos mais diversos pontos do país, viu o seu plano ganhar forma física quando há precisamente um ano inaugurou o seu espaço físico no centro da Cidade de Abrantes. “Decidimos criar esta associação em Abrantes por ser o centro do país e por ser um concelho pioneiro em muitas iniciativas”, conta Gisela Oliveira, diretora da Cornucópia de Talentos. A sua proposta inovadora inclui medicinas alternativas, apoio nas mais variadas áreas da saúde, terapias (terapia da fala ou até com animais), reiki, consultas de Tarot e na área da educação. Este grupo pensou que podiam existir novas abordagens que podem ser inseridas no nosso quotidiano como, por exemplo, no ensino. “Já existem muitas escolas que têm meditação, reiki, mindfullness(…) Começam a ser áreas exploradas pelas escolas e o Ministério começa a aprovar por ter resultados positivos”. Gisela Oliveira diz que considera que as medicinas alternativas são, na verdade, integrativas. Medicinas vindas do oriente podem complementar a medicina já existente no ocidente, de forma a garantir resultados melhores a todas as pessoas que procuram este género de ajudas. “O que existe é um ser humano, não existem nem medicinas, nem educações, existe um ser humano que precisa ser equilibrado e isso pode vir de diversas áreas”. Outra preocupação desta associa-

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procuram o Tarot para tentarem se autoconhecer. São pessoas que não sabem o que fazer, estão com problemas familiares ou financeiros. Vêm à procura de entendimento mais profundo”. Esta associação recebe pessoas de todas idades e de várias profissões, desde médicos a pessoas que trabalham para o munícipe. “É tão diversificado e é tão gratificante”, complementa a diretora do espaço. Apesar de estar a ser desenvolvido um site e de já existir uma página no Facebook, estas pessoas chegam à Cornucópia de Talentos com a melhor forma de divulgação, o boca a boca. “Houve pessoas que vieram porque alguém de Ponte de Sôr disse. Não faço a menor ideia como é que a Cornucópia chegou a Ponte de Sôr, mas chegou”, diz Gisela entre risos.

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acrescenta ainda que sempre que se sentiam desanimados contavam com o apoio da Câmara. “Foi e é um grande incentivo”. Gisela Oliveira é de Lisboa mas vive em Abrantes e para si espaços como o seu são de extrema importância e deviam existir mais. “Nós não chegamos nem a todo o lado, nem a todas as pessoas que nos procuram. Procuramos ter consultas e dar resposta as pessoas da forma mais rápida possível, mas às vezes temos de fazer um pouco das tripas coração para conseguir chegar a todo o lado. Devia haver mais espaços destes”.

Um espaço frequentado por todos

Numa sociedade onde estas terapias e áreas são associadas maioritariamente ao universo feminino, Gisela Oliveira conta que, curiosamente, em Abrantes existem mais homens a procurar ajuda. “Muitos homens vêm fazer terapias energéticas ou

Com o avanço da pandemia, o espaço teve de fechar durante dois meses e os planos e projetos que estavam programados sofreram alterações. “Houve terapias que foram postas de parte e outras que foram inseridas”. Quando o espaço reabriu foram feitas adaptações, agora todos os serviços têm marcação prévia e alguns são feitos através do online. “O apoio ao estudo que ia ser desenvolvido no início deste ano letivo, teve de ser desenvolvido no final do ano letivo passado porque as crianças foram para casa, tinham telescola e muitos pais não conseguiam auxiliar e então desenvolvemos o apoio ao estudo pela internet, via Skype”. “Acabou mais por ser um ano em que procurámos dar resposta do que propriamente de realizarmos o que tínhamos idealizado. Está a ser preparado um novo ano e já está a ser tida em conta a pandemia“, diz Gisela, acrescentando que devido ao Covid, a procura principalmente por psicólogos aumentou. “Apesar de ter havido muitos contratempos, todos foram ultrapassados, mas não da forma espera-

da”. A diretora da associação faz um balanço positivo deste primeiro ano de trabalho. Sobre o futuro do projeto, Gisela Oliveira garante que vão “continuar a focar na saúde e na educação” como aconteceu neste primeiro ano, mas que também querem apostar mais na “área das artes e da cultura na perspetiva educacional e pessoal não só com crianças, mas com pessoas de todas as idades. Terapia pela arte é algo que nós apoiamos imenso, toda a forma sustentável com que a pessoa possa gerir a sua vida, é algo que apoiamos e por isso estamos abertos a fazer parcerias com outros projetos (…) e iremos trabalhar sempre com a Câmara Municipal de Abrantes, respondendo sempre a cada solicitação”. Gisela Oliveira conclui dizendo que “os planos futuros são muitos” e que o futuro “é muito longo”.

Terapia com Animais: A cadela Nina

Uma das áreas exploradas pela Cornucópia é a terapia com animais e nesse campo a cadela Nina é um fenómeno. Tanto Nina como a sua dona tiveram formação para poderem fazer terapia. A cadela que é amada por todos que a conhecem, consegue ter uma interação com o ser humano, desde crianças a pessoas com fobia a animais e até mesmo com idosos. “A Nina interage com as pessoas conforme a sua dona manda e a cadela tem expressões, tem comportamentos, senta-se, deita-se...” Segundo Gisela Oliveira, este é um trabalho pioneiro que tem juntado a terapia com animais com a terapia da fala. “Está a dar uma simbiose fantástica. Tem havido uma evolução enorme das crianças com problemas ou com fobias a animais que com a Nina conseguem-se aproximar. A Nina entende tudo, faz jogos com as crianças, tem uma paciência enorme, sabe-se comportar. Quando está em terapia ela concentra-se com a pessoa que está à frente dela, é fantástica”. Inês Garcia


ESPECIAL / Constância

“Não deixa de ser Natal” A época natalícia está quase aí e o Concelho de Constância preparou-se para, apesar das dificuldades, dar algum ânimo à sua comunidade. Segundo o presidente da Câmara Municipal, Sérgio Oliveira, “não quisemos entrar no populismo e no rol de críticas que têm feito a algumas Câmaras Municipais por causa da iluminação de Natal. Nós o que gastamos em iluminação de Natal é muito pouco, gastamos talvez com IVA cerca de 2 mil euros e achamos que deixar de fazer isso era agravar ainda mais a situação psicológica que todos nós vivemos”. “Vamos manter a iluminação de Natal como uma forma de simbolizar que vivemos uma época festiva e que não deixa de ser Natal por causa de termos o Covid”, afirma o autarca. Medidas de apoio do Município, obras em curso, a fixação de população e uma nova travessia sobre o Tejo foram temas abordados em entrevista com o presidente da Câmara. PUBLICIDADE

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ESPECIAL / Constância

“Nós, portugueses, conseguimos sempre ultrapassar as dificuldades e agora não vai ser exceção” // Sérgio Oliveira é presidente da Câmara Municipal de Constância. Tem 33 anos e é o presidente mais novo no distrito de Santarém. O Jornal de Abrantes esteve à conversa com o autarca para perceber como tem sido a adaptação ao Covid e quais são os planos para o futuro do concelho. Temos, inevitavelmente, que falar do Covid. Em Constância, como é que sente a sua comunidade? Como é que as pessoas estão a reagir a isto?

A construção de uma nova ponte sobre o Tejo seria a cereja no topo do bolo para alavancar de uma vez o desenvolvimento de Santa Margarida?

Eu diria que as pessoas têm sabido reagir e cumprido. Não vou dizer que o cumprimento é na totalidade, há pessoas que não cumprem com as recomendações, mas em termos gerais, as pessoas têm sabido cumprir as recomendações que são impostas e as restrições que são colocadas. Obviamente que à semelhança do país, já se acusa algum grau de saturação com o facto das nossas vidas terem sidas completamente viradas ao contrário e depois também é difícil explicar às pessoas como é que um concelho tão pequenino como Constância, com quatro mil habitantes, com 80 km², está sujeito a um conjunto de restrições tão grande e depois há outros territórios com níveis populacionais muito superiores e com densidade muito superior à nossa que estão fora destas restrições.

A Câmara Municipal divulgou medidas para o comércio local. De que forma é que essas medidas vão ser aplicadas? Como é que a Câmara vai mostrar o seu apoio?

Foram tomadas medidas para ajudar o pequeno comércio e o pequeno empresário. Uma medida foi isentar as tarifas fixas na água, no saneamento e resíduos por tempo indeterminado, enquanto esta situação se mantiver, os comerciantes do nosso concelho pagarão apenas a tarifa de disponibilidade, ou seja, o que efetivamente consumirem. A segunda medida foi a campanha que lançámos agora há pouco tempo, através dos vouchers de aquisição no comércio local, através do qual a Câmara disponibilizou um bolo de 1.400 euros para este apoio que sabemos que não é um grande valor mas é aquilo que a Câmara pode nesta fase. O grande objetivo é ajudar, mas também incentivar as pessoas do concelho a fazer compras no pequeno comércio. Com isto não quer dizer que a Câmara não venha a reforçar esta campanha ou não venha a repeti-la noutros moldes para ajudar os comerciantes. Foram duas medidas que tomámos a nível das pequenas empresas porque as grandes e médias empresas do concelho, pelo menos que eu tenha conhecimento, não estão a passar por dificuldades e não era justo tratar de forma igual quando não há igualdade nesta parte. Relativamente às pessoas singulares, todos aqueles que tenham perca de rendimentos podem em qual-

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/ “Agora a nossa prioridade é com as pessoas, sempre foi, mas agora muito mais”

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quer altura solicitar à Câmara que sejam enquadrados no tarifário social da fatura da água, do saneamento e dos resíduos. Para além disso, a Câmara continua com o protocolo de emergência com a Abem para a aquisição de medicamentos para famílias que tenham dificuldades.

A antena da Altice em Santa Margarida da Coutada, entra em funcionamento no dia 20 de dezembro. Vem resolver o problema da rede móvel naquela freguesia?

Vem, pelo menos a garantia que temos da Altice é que a colocação desse equipamento, e o objetivo foi esse, vem resolver a fraca cobertura de rede na freguesia de Santa Margarida. É um investimento privado, mas que é um investimento estruturante para aquela freguesia que era a única freguesia do concelho que não estava bem servida, não tinha fibra ótica, nem tinha rede móvel adequada e agora é um problema estruturante que fica resolvido para o concelho estar todo ao mesmo nível de desenvolvimento e infraestruturas e também é mais uma forma para a fixação de população.

Está a correr bem a venda dos lotes municipais em Malpique. É um bom indicador?

Sim, isso é uma das medidas que nós tomamos e que é preciso ter coragem

política para a tomar. Não é fácil explicar às pessoas que adquiriram um lote há 10 anos ou mais e que compraram os lotes a 17 mil euros e que agora estamos a vender a 3 mil ou 2 mil euros. Não é fácil e é preciso ter coragem política para o fazer. Nós temos ali um problema que está identificado e ou tomamos decisões corajosas e que rasgam com aquilo que era o habitual ou continuamos na mesma. Esta foi uma aposta ganha, mas mais do que vender os lotes, quero ver lá casas construídas e pessoas lá a morar. Já temos cerca de quatro projetos em licenciamento praticamente aprovados e contamos que nos próximos meses tenham início as respetivas construções, mas foram 10 anos em que não se vendeu nenhum lote naquela urbanização municipal e no espaço de um ano temos lá dois lotes disponíveis. Eram 17 lotes. (…) Também aprovámos a alteração ao regulamento de taxas em que quem construir ou reconstruir habitação própria permanente na freguesia de Santa Margarida, não paga um único cêntimo de taxas na Câmara Municipal. É mais uma medida de incentivo à fixação da população naquela freguesia e tem sido este o conjunto de medidas que temos feito, com a convicção que temos de tratar as três freguesias de forma igual e repartir os recursos públicos, que não são muitos, de forma equitativa entre as três.

Seria, mas eu não peço uma ponte para Santa Margarida, nem para o concelho de Constância. Eu peço que reponham uma ligação digna, com duas faixas de rodagem onde possam passar pesados num local que sempre foi usado, a nível nacional e regional, como uma travessia privilegiada e de acesso direto à A23. (…) Eu acho que, e isto não é querer ser indelicado, mas acho que se anda há três décadas a falar de uma nova travessia sobre o Tejo, a falar que é preciso uma ponte... e não será por Constância que não haverá consenso sobre a localização da ponte, mas Constância não pode abdicar de defender a posição que a ponte deve ser construída numa localização que defenda o maior número de pessoas, de empresas e de instituições. Porque se fosse um problema local, a Câmara é que teria de fazer a ponte. Portanto, o que eu peço é que haja equilíbrio e que haja justiça na definição da localização da ponte, que ninguém sabe onde é, porque o que está definido no Plano Nacional de Investimentos é uma ponte entre Constância e Abrantes.

Que mensagem quer deixar aos seus munícipes nesta altura festiva?

Vai ser um Natal diferente daquilo que estamos habituados a ter, não podemos juntar a família porque vivemos este tempo excecional de pandemia, mas apesar destas dificuldades e do tempo exigente em que vivemos, deixar uma palavra de conforto e esperança a todos de que isto será mais uma fase difícil que vamos passar. Um país com os séculos e com a história que o nosso tem, já passou por períodos muito difíceis e nós, portugueses, conseguimos sempre ultrapassar as dificuldades e agora não vai ser exceção. Vamos conseguir ultrapassar estas dificuldades e a Câmara Municipal dentro daquilo que são as suas possibilidades continuará a apoiar as populações e instituições e mesmo que para isso seja preciso deixar de fazer alguns investimentos. Agora a nossa prioridade é com as pessoas, sempre foi, mas agora muito mais. E era esta mensagem de esperança e de conforto que queria deixar a todos e a todas. Patrícia Seixas com Inês Garcia

Entrevista completa em www.jornaldeabrantes.pt


ESPECIAL / Constância

Queijinhos do Céu JOSÉ E CRISTINA SOUSA  CONSTÂNCIA A receita dos famosos Queijinhos do Céu, de Constância, ultrapassa gerações nesta família. “A minha sogra é que os fazia. Foi a … quem lhe deu a receita. Quando a minha sogra começou a andar adoentada, pediu para eu fazer. Isto em 1998”, conta Cristina que confessa que sempre ajudou a D.ª Rosinda a fazer a massa e o doce “mas nunca fiz nenhum ao pé dela”. Até que, incentivada pela sogra, lá lhe mostrou e recebeu o elogio maior: “Eh pá, você até faz isto melhor do que eu fiz na primeira vez”. E foi assim que começou até que os filhos apareceram e decidiu parar. Mas já foi por incentivo do filho mais velho que decidiu voltar

a pôr as mãos na massa “e pegar naquilo da avó”, até porque, como afirma José, “nunca houve muita gente a fazer”. Há quem fale no “segredo” dos Queijinhos do Céu mas José Sousa afirma, perentório, “não segredo nenhum e eu dou a receita a quem quiser até porque isto só leva açúcar, ovos e amêndoa”. No entanto, confirma Cristina, “são muito poucos os que conseguem”. Até porque, lá está, o segredo está na massa “que tem que ficar fininha e o doce tem que ficar aveludado”. Afinal, tudo tem a ver com a consistência. Em casa da família Sousa o trabalho está bem definido. Cristina faz a massa e o

doce e José molda os queijinhos e faz os embrulhos. Mas não pensem que é tarefa fácil para José porque “nem queira saber... com estes dedinhos fininhos que eu tenho e o jeitinho para a costura...”, afirma com a boa disposição que lhe é inerente. Mas lá lhe vai agarrando o jeito até porque a forma do papel onde o queijinho vai embrulhado, é a imagem de marca de cada produtor. “Fazemos como a minha mãe fazia e com os bicos compridos não há outros, só os nossos. A cartilha por onde eu corto o papel é a mesma que a D.ª Maria José Fonseca deu à minha mãe”. Outra particularidade é o facto de “vendermos apenas para lojas onde só têm os nossos” e já foram desafiados a variar no formato, tanto que até em forma de coração há queijinhos do céu, apesar de agora só serem encontrados em estabelecimentos do concelho de Constância.

Mel Mil Flores VANESSA MARQUES  MONTALVO Licenciada em Restauração e Catering, não foi bem por essa via que Vanessa Marques viu o futuro apresentar-se à frente. Quando a vida nos fecha uma porta, eis que outra se abre. Assim aconteceu com Vanessa Marques, 32 anos. O pai, António Marques, desde há muitos anos que trabalha a área da apicultura e tem passado todo o conhecimento à filha. É no negócio da família, o mel, que Vanessa tem evoluído. “É uma área que eu gosto e que tenho vindo a desenvolver nos últimos anos”. Durante o ano de 2020 “melhorei os produtos, a imagem, apostei na loja online e tenho conseguido

Artesanato MADALENA GRAÇA VIEIRA  MONTALVO Desde cedo que a família percebeu a sua vocação para as artes. Influenciada pelo pai e aproveitando o negócio da família na área da cerâmica, Madalena Graça Vieira deu largas à criatividade após a aposentação. Com uma carreira na área financeira, “antes de me reformar pensei que não ia para casa só para lidar com a vida doméstica”. Compôs o atelier “e quando me reformei já estava com tudo equipado. Foi quando comecei”. Trabalha com pasnicas ou vidros com tintas de alta temperatura. “Folha de milho, cortiça e o que vou apanhando serve para fazer os presépios”. Também já experi-

mentou trabalhar com magnólia “mas depois desisti porque é muito complicado preservar a folha”. Mas há trabalhos com materiais que vêm do Porto, mais propriamente “da foz do rio Douro”. Madalena Graça Vieira tem uma amiga “que me faz o favor de apanhar esses bocados de madeira e encontram-se bocados de madeira espetaculares, já com todo o tratamento que levam da água e de andar a rebolar”. É depois de olhar para a madeira “que decido o que vou fazer porque depende muito do que o tronco me vai dizer” mas daí podem, por exemplo, sair pássaros. Há ainda diversas peças em cerâmica, “meramente decorativas”, como os peixes ou cavalos

chegar a todos os cantos de Portugal continental e ilhas. A pandemia deu-nos tempo para isso”. A época de Natal também veio apurar a criatividade e há cabazes com os diversos produtos do Mel Mil Flores “mas apostamos muito em figuras de cera natural, de abelha, alusivas à época, também as latas com os nossos chocolates e as nossas granolas especiais para esta época que, para além de chocolate, também têm morango”. Trabalha “tudo o que as abelhas nos dão. Tudo tem a ver com o mel e com as abelhas, no entanto, tentamos desenvolver os produtos para não ficarmos só pelo mel”.

Visto não haver eventos onde possa expor, Vanessa afirma que “a atividade passa muito pelas nossas páginas nas redes sociais Facebook e Instagram e até agora está a correr bem. As pessoas estão a gostar dos nossos produtos e estamos a conseguir mostrar Constância ao resto do país”. Apesar dos tempos conturbados, a procura pelo mel é cada vez maior. “É um produto feito de forma artesanal, de pequena produção, a pensar em quem o encomendou”. O mel, o pólen ou o própolis são cada vez mais procurados pelas pessoas “por questões de saúde, para terem defesas”. Com colmeias em Montalvo, o mel multiflora “é muito apreciado” mas ainda pode adquirir “o nosso mel conjugado com frutos secos: amêndoa e nozes e com canela e baunilha. Temos os favos, os rebuçados, os sabonetes ou a água mel”.

marinhos para pendurar na parede. Mas é nos presépios que Madalena Graça Vieira tem a sua maior aposta. “Desde presépios com dois centímetros até presépios grandes”. A artesã conta que “há muitos colecionadores, sempre à procura de novidades”. Expõe os seus trabalhos na Feira de Artesanato por altura das Festas de Nossa Senhora da Boa Viagem, em Constância, e “ultimamente, só exponho na Feira de Vila do Conde, que são duas semanas. Eu estou quase com 70, o meu marido tem 75 anos e já não temos pedalada para andar a fazer feiras”. “Desde que começou o Covid, nunca mais fiz nada”, afirma. No entanto, alguns dos trabalhos podem ser encontrados e encomendas podem ser feitas através da página do Facebook “Atelier da Horta” com a certeza de que “nunca há duas peças iguais”.

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ESPECIAL / Constância

Artesanato GORETI JUNQUEIRA  SANTA MARGARIDA PORTELA Um casamento que juntou mãos que gostavam de trabalhar a madeira. Goreti Junqueira e o marido, militar de carreira, “sempre gostámos de trabalhos manuais, desde a escola mas nunca trabalhámos isso”. Com a colocação do marido em Santa Margarida e com a fixação do casal na freguesia, Goreti teve que arranjar ocupação. “Começámos a fazer molduras com os nomes recortados para oferecer

aos familiares e toda a gente gostou. Peguei nisso e a minha primeira venda foi nas festas da aldeia de Santa Margarida. No ano seguinte, já expus nas Festas do Concelho de Constância”. Das molduras para outros artigos, foi um passo até porque a procura ia surgindo. “Hoje em dia, as pessoas querem tudo o que seja personalizado, tudo o que tenha nomes. Caça-sonhos, placas para

os quartos, molduras, caixinhas para oferta de nascimento de bebés, jogos, brinquedos...” Com a aproximação do Natal, o sucesso está nas bolas para colocar na árvore. Enquanto estivemos à conversa, foram inúmeros os clientes que entraram na loja a comprar as bolas. Goreti aposta numa presença no Torreshopping “há sete anos na altura do Natal e tem corrido bem”. No resto do ano, os trabalhos podem ser encontrados em feiras de artesanato e feiras medievais que, este ano, apenas passou por Vinhais e Manteigas. As vendas online compensam “mas não é a mesma coisa”. No entanto, pode ir espreitando nas redes sociais em Woodenart PT.

Queijinhos do Céu MANUELA ARSÉNIO  SANTA MARGARIDA VALE DE MESTRE “Há cerca de três ou quatro anos, a olhar para os Queijinhos do Céu em Constância, pensava que as Irmãs Clarrissas fazem cada vez menos, a D.ª Lurdes faz cada menos, e coloquei-me o desafio de tentar fazer também”. E foi assim que começou esta “aventura” de Manuela Arsénio que confessa que “primeiro aventurei-me sozinha, sem perguntar nada a ninguém”. Foi dando a experimentar “a umas cobaias” que lá iam dizendo que “era mais isto,

mais aquilo”, até que percebeu que “há pequenos detalhes que fazem toda a diferença”. Lá foi perguntar a quem percebe do ofício e “digamos que aquela mística da receita, nunca me deram mas deram-me dicas importantes”. Manuela percebeu que “até a temperatura ambiente” é importante no processo e concluiu que todos os pormenores inerentes à confeção, fazem o tal “segredo” da receita. Também a qualidade dos ingredientes e o conhecer dos

Florista

Artesanato

TERESA BRANCO  FLORISTA PALÁCIO  SANTA MARGARIDA

SARA NUNES  CONSTÂNCIA

É a única florista no concelho de Constância e nesta altura de Natal Teresa Branco tem sempre arranjos natalícios para venda. No entanto, este ano tem ainda poucos “porque estar a fazer sem saber se vendo...” A situação alterou-se com a pandemia e o trabalho ressentiu-se, até “porque o ano passado ainda tínhamos feirinhas e exposições mas este ano não há nada”. Na loja, na aldeia de Santa Margarida, ainda se podem encontrar outros objetos decorativos alusivos à época. Durante o ano, o trabalho na florista passa por ofertas de aniversário, trabalho de funeral e pela venda de plantas. Na moda por estes dias estão as suculentas que fazem as delícias das clientes. Em anos normais, Teresa costuma marcar presença nas praças de Constância e de Santa Margarida. “E vou voltar quando abrirem, a ver se isto anima um bocadinho”, desabafa. Nas redes sociais, pode ser encontrada em Florista Palácio e há encomendas até do estrangeiro. “Há quem esteja fora e me peça para ir arranjar campas ou entregar raminhos”.

Com loja aberta na Praça Alexandre Herculano, em Constância, Sara Nunes tem um estabelecimento vocacionado para o turista. “Trabalhamos com presépios, o meu marido faz barcos, com alguma ajuda dos meus pais, e também trabalhamos com artesãos daqui da zona. Temos sempre artigos alusivos a Constância”. Nas prateleiras podem ver-se loiças pintadas à mão, e os presépios, tão procurados nesta altura, são feitos por sara e pelo marido que usam madeira, cortiça, barro, casca de noz. “Alguns materiais que vamos aproveitando”. A loja já tem 17 anos mas, “neste espaço, estou há 12 anos”. Com a pandemia, as pessoas desapareceram das ruas mas Sara continua na expetativa. “No Verão estávamos com muito receio e acabou por superar um bocadinho as expetativas. Principalmente aos fins-de-semana, Constância esteve sempre cheia de gente”. Para além das peças de artesanato, também pode encontrar doces de Natal, “aos quais as pessoas têm aderido muito bem”.

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materiais “não se escrevem numa receita” e vai-se percebendo com o tempo. Vende para dois ou três espaços comerciais no concelho e para restaurantes, quer em Abrantes, quer no Entroncamento. Nas redes sociais também vão aparecendo encomendas, até de longe, “o problema são as entregas porque é um produto extremamente sensível que não pode ficar muito tempo fechado e eu tenho receio”. Participa ainda nas Feiras organizadas pela TAGUS - Associação para o Desenvolvimento Integrado do Ribatejo Interior. Quanto ao embrulho dos queijinhos do céu, Manuela também tem a sua marca. “Tenho um detalhe recortado nos cantos que identifica o meu produto”.


REGIÃO / Vila Nova da Barquinha

Igreja da Atalaia vai “finalmente” para obras Foi aprovada por unanimidade a abertura do procedimento para formação de Contrato para as obras de requalificação da Igreja da Atalaia, em Vila Nova da Barquinha. Uma obra há muito esperada pela Câmara Municipal e como confirmou Fernando Freire,”esta obra estava prevista nos monumentos nacionais, mas houve um grande atraso por parte do parecer definitivo da Direção-Geral do Património Cultural”. “Não foi um processo fácil”, admitiu o autarca, que explicou que a intervenção vai ser feita em Património classificado pois a Igreja da Atalaia é Património Nacional “e todos estes processos são complexos, nomeadamente na escolha dos materiais e nas intervenções que têm que ser feitas”. “Uma das questões que está subjacente ao projeto é a renovação total da parte elétrica” o que implica “que se mexa em todo o monumento, quer nas sacristias, quer no altar-mor, quer nas laterais e até na iluminação exterior”. A obra irá ter que ser acompa-

/ Igreja da Atalaia nhada em termos arqueológicos, sendo que, reforçou o autarca, “a grande intervenção é a questão elétrica” mas uma outra grande intervenção, “até que mais tarde se faça o estudo geológico”, é a cintura da coluna do lado direito “que ameaça ruir”. Também os arranjos exteriores

Estimativas “inflacionadas” geram queixas da Tejo Ambiente

estão contemplados neste projeto e, como revelou Fernando Freire, “tem a ver com substituição de pedras calcárias que foram partidas e que importa fazer os respetivos arranjos”. A Igreja da Atalaia irá então ser alvo de uma “operação de charme”, que a irá deixar de cara lavada, com o intuito de “dotar o edifício de forma a que seja apto a receber eventos de vídeo mapping para efeitos turísticos”. Segundo Fernando Freire, um dos dos objetivos desta “grande intervenção” é requerer a abertura do espaço ao público com a realização de eventos turísticos e de movimento de massas, que agora não são possíveis devido à pandemia mas que esperamos poder fazê-lo em breve”. A obra representa um investimento de 248 mil euros, “em princípio, comparticipados a 85% por fundos comunitários”, numa obra que tem a duração prevista de cinco meses e que vai dar cara nova à Igreja da Atalaia, em Vila Nova da Barquinha. Patrícia Seixas

O concelho de Vila Nova da Barquinha também foi afetado pelos supostos erros de contagem na fatura da água por parte da empresa intermunicipal Tejo Ambiente. “Houve, de facto, algumas situações de leituras que se fizeram por estimativa, que foram inflacionadas”, confirmou o presidente da Câmara Municipal de Vila Nova da Barquinha que afirmou, inclusivamente, “que o cidadão Fernando Manuel dos Santos Freire” foi um dos visados. Fernando Freire falou acerca da reunião que o Conselho de Administração da Tejo Ambiente realizou no dia 9 de novembro no seu concelho e onde lhe foi comunicado “que iriam ver caso a caso na Barquinha no sentido de colmatar esta situação”. “Houve extrapolação e estão a tentar acertar neste momento. Como a Barquinha é mais pequena consegue-se fazer o histórico, até porque tínhamos esses dados”, disse o autarca que lembrou ainda que “Vila Nova da Barquinha foi o único concelho que trouxe receita para a

Tejo Ambiente” visto que tínhamos um valor positivo de cerca de 70 mil euros”. Fernando Freire lembrou também que “houve redução das tarifas da água, nos consumidores domésticos”, sendo de 5% até 25 m3 e de 10% a partir dos 25 m3. Fernando Freire considera que “esta situação tende a regularizar pois, essencialmente, tem a ver com leituras e depois com a maneira como foi imputado aos consumidores” essas mesmas leituras. “É que”, como explicou, “não fazendo leituras e juntando tudo, é óbvio que sobem os escalões e as pessoas são altamente penalizadas”. O presidente da Câmara disse terem “sido surpreendidos por estes erros de leitura ou, provavelmente, erro dos serviços”. “Disseram-me que iriam regularizar e é isso que espero”, declarou. Acertos de faturação estão em cima da mesa e “há um compromisso de ressarcir as pessoas”. Na reunião do Conselho de Administração, o presidente do Município barquinhense ficou ainda a saber que “provavelmente na próxima semana, vai abrir o concurso público do lançamento do saneamento em Madeiras e nas Limeiras. Um projeto que rondará o um milhão e poucos mil euros e que foi um motivos para que o Município aderisse a este sistema de aglutinação de sistemas pois estamos a falar de um bem essencial para as pessoas”. PUBLICIDADE

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ENTREVISTA /

“A criança é o mais importante. É nela que temos de pensar” // Para assinalar o dia da declaração dos direitos da criança (20 de novembro), Margarida Gomes, presidente em exercício da da CPCJ (Comissão de Proteção de Crianças e Jovens) de Abrantes explica o que faz esta comissão e aborda os números de Abrantes. Este ano 2020 são já 100 processos na posse da CPCJ. O que é a CPCJ e quem faz parte?

As comissões de proteção de crianças e jovens são instituições oficiais não judiciárias que têm autonomia funcional e visam sobretudo promover os direitos das crianças e jovens, prevenir situações ou pôr termo a situações de perigo, situações suscetíveis de prejudicar a segurança, a saúde, a formação, a educação e o seu desenvolvimento integral.

Em que áreas a CPCJ pode intervir?

As comissões de proteção de crianças e jovens intervêm em situações em que a criança está abandonada ou entregue a si própria, em que haja maus tratos físicos ou psicológicos, abuso sexual, em que não receba os cuidados ou afeção dos seus progenitores, em situações em que as crianças sejam obrigadas a trabalhos excessivos que não sejam adequados a sua idade. Eventualmente, também quando há comportamentos que afetem o seu equilíbrio emocional e em situações em que as crianças e jovens se entreguem a consumo de estupefacientes.

É uma área muito sensível. Há uma articulação muito forte com o Ministério Público e com polícias?

Sim. A CPCJ funciona em duas modalidades, na modalidade alargada e na modalidade restrita e integram essas comissões representantes das entidades, nomeadamente da Câmara Municipal de Abrantes, do setor da educação, da Assembleia Municipal, do emprego e das forças policiais. O Ministério Público, o que faz é acompanhar a atividade das comissões, é o fiscalizador da nossa atividade processual, se os procedimentos e as nossas decisões são as mais adequadas. Existe uma estreita ligação entre a Comissão e o Ministério Público.

De uma forma geral quais são os casos que são tratados? Maus tratos às crianças? Famílias desestruturadas? Intervenções policiais?

As situações que normalmente nos chegam são, na sua maioria, referenciadas pelas forças policiais. São sobretudo de negligência parental, violência doméstica, de absentismo escolar. Agora com a pandemia essas situações não se verificaram porque as crianças e jovens estavam em casa a ter aulas online, portanto não tivemos tantas sinalizações. São situações provindas de famílias

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desestruturadas, mas não só. Vimos também situações graves de crianças e jovens oriundos de famílias com uma certa posição na sociedade, com emprego estável, com formação superior, mas as relações estão de tal maneira deterioradas que afetam gravemente a saúde, o psicológico das crianças e dos jovens que se veem envolvidos no meio destas situações e depois têm muita dificuldade em seguir a sua vida.

As crianças queixam-se?

As crianças por si não costumam queixar-se, pelo menos aqui na nossa comissão não temos essa experiência. No entanto, aquando a sua audição, normalmente as crianças e jovens são ouvidas sozinhas. Cabe-nos a nós estabelecermos uma certa empatia com eles e ler nas entrelinhas, que muitas vezes é o que acontece. Daí também ser importante os comissários terem uma formação diferenciada, nomeadamente em psicologia, em educação, ensinos especiais para conseguirem ver certos sinais. Portanto, não digo que as crianças e os jovens se queixem por si, não telefonam para a comissão a dizer que são maltratados, até porque por incrível que pareça, mesmo que as crianças estejam em famílias desestruturadas gostam sempre dos seus pais. É um facto inegável.

Ainda há muitas questões escondidas?

Eu acredito que haja muitas situações que estão escondidas, nomeadamente, situações de violência doméstica. Como todos sabemos, são situações que para as vítimas é difícil informar que estão a ser vítimas, seja por vergonha, seja por medo. Com a situação da pandemia estão mais em contacto uns com os outros, vítimas com agressores, o que não lhes permite denunciar e as crianças estão envolvidas diretamente nestas situações.

Por medo? Vergonha?

Eu acho que acima de tudo por sobrevivência económica. Muitos casos, falo de mulheres porque são a maioria, são dependentes economicamente e embora haja estruturas que apoiam, é sempre muito difícil dar o passo e decidir “o que é que eu vou fazer à minha vida?”, “eu não tenho para onde ir”, “não tenho casa”, “não tenho dinheiro”,

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/ “No final do ano de 2019 tinham passado pelas nossas mãos cerca de 81 processos. Neste momento já vamos com cerca de 100...”

“a quem é que eu vou recorrer?” por isso acho que muitas das situações não chegam a ser denunciadas.

Há um número de casos, por exemplo, em 2019, quantos processos estiveram nas vossas mãos?

No final do ano de 2019 tinham passado pelas nossas mãos cerca de 81 processos. Neste momento já vamos com cerca de 100, mas desde o ano passado que tem havido um aumento exponencial de situações que chegam a esta comissão. Na sua maioria, as situações que chegam a esta comissão são sinalizadas pelas forças policiais, PSP, GNR, as escolas e algumas denúncias também, mas na sua maioria de forças policiais.

Uma pergunta mais pessoal. Como é que a Margarida, pessoa e não presidente da CPCJ, dorme ao ter conhecimento destes casos?

Tem de haver um lado mais humano, penso eu. Não nego que no início não foi fácil para mim, até pela minha vida pessoal, mas vamos aprendendo a lidar com as situações com que nos deparamos. É como um médico que todos os dias lida com a morte e com a vida, nós acabamos por ser igual. Obviamente que não olhamos para estas situações com indiferença, até porque isso é impossível. No meu caso, consegui estabelecer uma barreira e desligar-me um pouco. Há uma fronteira entre o trabalho e a vida pessoal porque se não também não temos discernimento necessário para lidar e analisar as situações em concreto, porque há umas que são muito graves e muito difíceis, em que nós temos de parar para pensar e decidir em plena consciência o que é melhor para aquela criança. A criança é o mais importante e é nela que temos de pensar. Jerónimo Belo Jorge


REGIÃO / Vila de Rei

Vila de Rei com orçamento de 9 milhões para 2021 O orçamento para 2021 em Vila de Rei já foi aprovado pelo executivo municipal e tem um valor global da ordem dos nove milhões de euros. Apesar de tudo é um valor que pode vir a ter alguns ajustamentos, espera-se que para cima, uma vez que há uma mão-cheia de projetos que poderão vir a promover alterações a este documento. É que os programas de resiliência, de mudança da paisagem no pinhal interior ou o Portugal 2030, ainda não definiram completamente as linhas específicas, e poderão permitir à Câmara de Vila de Rei preparar a transformação de um conjunto de ideias em candidaturas. Ricardo Aires, presidente da Câmara Municipal de Vila de Rei, quando apresentou o documento disse que este “é um plano realista, é um plano entre tantos que temos agora [o Portugal 2020, o Portugal 2030, o Plano de Recuperação e Resiliência, o Plano de Revitalização do Pinhal Interior]

/ Uma das apostas em 2021 é a construção de uma biorrefinaria pelo que há aqui muita coisa que poderá ser modificada. Ainda não foi aprovada (a 20 de novembro) a “bazuca” da União Europeia. Quer isto dizer que haverá possibilidade de financiamento de obras que são incomportáveis para a Câmara avançar sozinha”.

Ao Jornal de Abrantes, o presidente da Câmara de Vila de Rei disse que vai haver aumento das funções económicas, que vai haver mais obra. Desde pavimentações de estradas, a requalificação do Terminal Rodoviário dentro da vila, as estradas do Casal Novo

e de Melriça, o emissário (esgotos) do Carrascal, essencial para o concelho, passando pela calçada do Abrunheiro Grande. “Se não tivermos apoio, esta calçada será feita mesmo que seja totalmente com recurso a fundos locais”. “Há muita obra, mas sem descurar o social” explica Ricardo Aires e acrescenta que “não há um cêntimo a menos nas despesas socais e para as famílias, porque os vilarregenses estão sempre em primeiro lugar”. Na mesma linha, há uma política de proximidade cada vez maior, por exemplo, com o programa de apoios ao comércio que tem estado a ter adesão mesmo com a pandemia. Há, em 2021, um projeto que pode ser estruturante para Vila de Rei. Trata-se da biorrefinaria, um projeto que utiliza a biomassa para a produção de combustíveis. Salientando que é um projeto muito técnico, Ricardo Aires, destacou que é a transformação da biomassa, por exemplo, em hidrogénio. “Sabemos todos que no Médio Tejo

é um projeto estruturante, mas que pode produzir, por exemplo metano ou óleos diversos. Porquê, porque estamos no plano da Modificação da Paisagem e pode vir a ser economicamente muito importante para o concelho. É por isso que o nosso Plano de Modificação da Paisagem inclui a biorrefinaria”. Depois há o processo de expansão da zona industrial do Souto. “Ficamos hoje apenas com três ou quatro lotes, por isso temos de fazer o alargamento. Penso que com o trabalho que foi feito, em 2021 e em 2022 vamos ter a criação de muitos postos de trabalho no concelho. A pandemia atrasou muitos processos, mas eles estão a andar.” A proposta foi apresentada, discutida e aprovada por maioria com abstenção do vereador Luís Santos, eleito pelo PS. O argumento para a abstenção foi unicamente por falta de tempo para avaliar as propostas, tendo referido que o documento foi-lhe entregue apenas 48 horas antes da reunião. O presidente Ricardo Aires referiu que foram cumpridos todos os procedimentos legais. O documento vai agora ser enviado para discussão e votação em Assembleia Municipal que tem de acontecer durante o mês de dezembro. Jerónimo Belo Jorge PUBLICIDADE

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SOCIEDADE / //PUBLIREPORTAGEM

MulieR adapta-se à nova realidade do Comércio Local Com as portas abertas desde 2010, a loja MulieR tem uma variada oferta de roupa interior para todas as idades, “garantindo sempre a melhor qualidade aos seus clientes”. Marcas como a Chantelle, Triumph, Passionata, Figfort, Sloggi, Impetus, Isotoner e Falke podem ser encontradas no interior da loja que garante desde o início querer investir no comércio tradicional da cidade de Abrantes. Maria Clara Real, uma das proprietárias do espaço, confessa que “os tempos que vivemos são de incerteza, mas também de esperança e convicção de que tudo irá ficar bem e é nesta convicção que nos

apoiámos na inevitável adaptação ao atual contexto”. A proprietária convida ainda todos a visitarem o novo site da loja www.mulierlingerie.pt que foi melhorado durante o confinamento de março. Apesar das dificuldades vividas,

Maria Clara conta que “muitos clientes têm-nos apoiado, assim como ao comércio tradicional em geral, dando-nos a preferência em relação às grandes superfícies e muitos têm constatado a diferença, para melhor, que é comprar numa loja como a nossa onde contam com um atendimento especializado e personalizado que muitas pessoas, já nascidas na época dos centros comerciais, não conheciam e como tal, não valorizavam.” Com o Natal, a loja prepara 20% de desconto direto em todos os robes e pijamas de homem, mulher e crianças presenteando assim todos os seus clientes.

CARTÓRIO NOTARIAL DE CONCEIÇÃO RIBEIRO, Rua Dr. Eduardo de Castro, N.º19, r/c, em Vila de Rei EXTRACTO DE JUSTIFICAÇÃO Certifico narrativamente, para efeitos de publicação, que por escritura lavrada em vinte e seis de novembro de dois mil e vinte, exarada a folhas VINTE E NOVE, do livro de notas para escrituras diversas número CINCO – A, a) CARLOS MARQUES BRANCO, NIF 116.022.175, viúvo, natural da freguesia e concelho de Vila de Rei, onde reside habitualmente na Rua de São José, número 10, b) LUÍS MIGUEL APARÍCIO BRANCO, NIF 214.496.759, casado com Elsa Margarida Marques Dias (NIF 219.387.206), sob o regime da comunhão de adquiridos, natural da mencionada freguesia de Vila de Rei, residente habitualmente na Estrada Principal, número 517, Lugar de Chão de Codes, união das freguesias de Mação, Penhascoso e Aboboreira, concelho de Mação e c) ÉLIA MARGARIDA APARÍCIO BRANCO, NIF 224.499.750, casada com Victor Manuel Marques Dias (NIF 208.988.092), sob o regime da comunhão de adquiridos, natural da referida freguesia de Vila de Rei, residente habitualmente na Rua Quinta DÁrca, lote B7, 3.º esquerdo, lugar de Chainça, união das freguesias de Abrantes (São Vicente e São) e Alferrarede, concelho de Abrantes, outorgaram na qualidade de únicos herdeiros na herança aberta por óbito de MARIA FERNANDA PEDRO APARÍCIO BRANCO, falecida em vinte e um de janeiro de dois mil e dezanove, na freguesia e concelho de Vila de Rei, de onde era natural e onde teve a sua última residência habitual na mencionada Rua de São José, número 10, no mencionada Lugar de Borda da Ribeira, no estado de casada em primeiras e únicas núpcias de ambos e sob o regime da comunhão de adquiridos com Carlos Marques Branco, sem ter deixado testamento ou qualquer outra disposição de sua última vontade, tendo-lhe sucedido como únicos herdeiros o cônjuge sobrevivo, Carlos Marques Branco, e os seus filhos, Luís Miguel Aparício Branco e Élia Margarida Aparício Branco. Que na invocada qualidade, declararam que são donos e legítimos possuidores, em comum e sem determinação de parte ou direito (contitulares), com exclusão de outrem, dos seguintes imóveis, todos inscritos na matriz em nome da herança de António Marques Branco: UM - Prédio urbano, composto de casa de dois pisos para habitação, com a área total igual a área coberta de cinquenta e dois metros quadrados, sito na Rua de São José, número 6, Lugar de Borda da Ribeira, freguesia e concelho de Vila de Rei, a confrontar do norte com José Dias, do sul com António Marques Branco, do nascente com Rua e do poente com José Marques, omisso na Conservatória do Registo Predial de Vila de Rei, inscrito na matriz sob o artigo 2873, com valor patrimonial tributário de 11.550,70 euros; Sitos na freguesia de Alcaravela, concelho de Sardoal, omissos na Conservatória do Registo Predial de Sardoal: DOIS - Prédio rústico, composto de pastagem artificial permanente, cultura arvense de regadio, leitos de curso de agua e oliveiras, com a área de oitocentos e oitenta metros quadrados, sito em Ribeira da Lousa, a confrontar do norte com Ribeira, do sul e nascente com Herança de José Dias e do poente com Maria Rosa Marques e herdeiros de Maria Rosa Marques, inscrito na matriz sob o artigo 85 secção B, com o valor patrimonial tributário de 112,63 euros; TRÊS - Prédio rústico, composto de mato e pinhal, com a área de mil duzentos e quarenta metros quadrados, sito em Ribeira da Lousa, a confrontar do norte com Ventura Marques Rosa e herdeiros de Cesaltina da Conceição, do sul com Lina Maria Duque Navalho, do nascente com Ventura Marques Rosa e do poente com herança de Manuel Marques Piçarreira, inscrito na matriz sob o artigo 101 secção B, com o valor patrimonial tributário de 32,55 euros; QUATRO - Prédio rústico, composto de pastagem artificial permanente, figueiras, horta, leitos de curso de agua, oliveiras e pessegueiros, com a área de cento e sessenta metros quadrados, sito em Ouceira, a confrontar do norte e nascente com a Santa Casa da Misericórdia de Vila de Rei, do sul com Ribeira e do poente com Maria Matilde Rosário Branco Inácio, inscrito na matriz sob o artigo 106 secção B, com o valor patrimonial tributário de 40,48 euros; CINCO - Prédio rústico, composto de mato, oliveiras, pastagem artificial permanente, olival, cultura arvense em olival, leitos de curso de água e pinhal, com a área de dois mil cento e sessenta metros quadrados, sito em Portela do Malhadal, a confrontar do norte com Maria Matilde Rosário Branco Inácio, do sul com Maria do Céu Dias Pissarreira Fernandes e herança de José Dias, do

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nascente com Ivo Manuel Branco Tavares e do poente com Ribeira, inscrito na matriz sob o artigo 128 secção C, com o valor patrimonial tributário de 65,12 euros; SEIS - Prédio rústico, composto de pinhal, com a área de dois mil metros quadrados, sito em Varzea das Fontes, a confrontar do norte e poente com Etelvino Dias Branco, do Sul com herança de Júlia Janela Marques Simão e do nascente com Manuel Marques Carpinteiro, inscrito na matriz sob o artigo 215 secção C, com o valor patrimonial tributário de 100,61 euros; SETE - Prédio rústico, composto de pinhal, com a área de dois mil e seiscentos metros quadrados, sito em Cabeço da Esteveira, a confrontar do norte com Fernando Pereira e herdeiros de Elias Dias, do Sul com Natividade Rosa da Silva Navalho, do nascente com Maria Adélia Avelino Penedo e do poente com herdeiros de António Marques Pereira Júnior, inscrito na matriz sob o artigo 13 secção D, com o valor patrimonial tributário de 130,80 euros; OITO - Prédio rústico, composto de pinhal, com a área de dois mil trezentos e sessenta metros quadrados, sito em Ereira, a confrontar do norte com Etelvina Serras Pissareira Almeida, do sul com Ventura Jesus Rosa, Catarina Alexandra Rosa Alves e Marisa Isabel Rosa Alves Afonso, do nascente com José Marques e do poente com Santa Casa da Misericórdia de Vila de Rei e Maria Serras, inscrito na matriz sob o artigo 100 secção D, com o valor patrimonial tributário de 118,48 euros; NOVE - Prédio rústico, composto de pinhal, com a área de duzentos e quarenta metros quadrados, sito em Vale da Carreira, a confrontar do norte com herdeiros de Maria Navalho, do sul com Cláudia Helena de Melo Branco, do nascente com Agostinho Maria Pissarreira e do poente com herdeiros de Mário Navalho, inscrito na matriz sob o artigo 160 secção D, com o valor patrimonial tributário de 12,32 euros; DEZ - Prédio rústico, composto de pinhal, com a área de quarenta metros quadrados, sito em Vale da Carreira, a confrontar do norte com Cláudia Helena de Melo Branco, do sul com Maria Marques Rosa, Ventura Marques Rosa e Carmindo Marques Rosa, do nascente com Arminda Rosa Pissarreira Lopes e herdeiros de Ricardo Lopes e do poente com Maria Rosa Marques, inscrito na matriz sob o artigo 165 secção D, com o valor patrimonial tributário de 2,06 euros. Que desconhecem quaisquer outras proveniências dos artigos, em virtude de não terem obtido qualquer informação nesse sentido, apesar das buscas efetuadas. Que os imóveis acima identificados fazem parte da massa patrimonial hereditária, já que vieram à posse da falecida e marido por partilha meramente verbal, feita com os demais herdeiros da herança aberta por óbito de António Marques Branco, e de Maria Marques, já falecidos, casados sob o regime da comunhão geral, residentes que foram no lugar de Borda da Ribeiro, pais do justificante marido, outorgante identificado em a), na data da partilha já no estado de casado com aquela Maria Fernanda Pedro Aparício Branco, feita em data que não sabem precisar, mas que situam no ano de mil novecentos e noventa e dois, e portanto há mais de vinte anos. Que desde essa data, os mesmos entraram na posse e fruição dos referidos prédios, posse que aproveita aos herdeiros indicados, há mais de vinte anos, por si e seus antecessores, pois sempre aquela Maria Fernanda Pedro Aparício Branco e Carlos Marques Branco, usufruíram dos citados imóveis, ininterruptamente à vista de toda a gente, sem oposição de quem quer que seja, com a consciência de utilizarem e fruírem coisas exclusivamente suas, adquiridas de anteriores proprietários, pagando as respetivas contribuições, habitando o prédio urbano e utilizando-o, procedendo às obras necessárias à manutenção e conservação do mesmo e cultivando os rústicos, limpando-lhes o mato e deles retirando os seus normais frutos, produtos e utilidades. Que em consequência de tal posse, em nome próprio, pacífica, pública e contínua, os referidos herdeiros, adquiriram sobre os ditos imóveis o direito de propriedade por usucapião que, os ora justificantes na referida qualidade de herdeiros invocaram, não tendo em face do modo de aquisição, documento que lhes permita comprovar o seu direito de propriedade perfeita. Está conforme. Cartório Notarial de Vila de Rei, a cargo da Notária Maria da Conceição Fernandes Ribeiro, vinte e seis de novembro de dois mil e vinte. A Notária, Maria da Conceição Fernandes Ribeiro

OPINIÃO /

Orçamento para uma literacia mediática / João Pereira / PROFESSOR

A

proposta para o Orçamento do Estado para 2021 apresenta um Plano Nacional de Literacia Mediática, cujo plano tem como objetivo “contrariar o défice no acesso, consulta e leitura de conteúdos informativos de imprensa”, e também “promover o combate à desinformação e à divulgação de conteúdos falsos”. Nesse sentido, o grupo de trabalho que estruturará os módulos a serem aplicados pelas escolas já se encontra em funções. Diversos países como a Finlândia ou EUA possuem disciplinas orientadas para estes objetivos nos seus currículos escolares. Entre nós, a Universidade Lusófona do Porto possui um mestrado em funcionamento especificamente dedicado a estes temas. Assim, tal plano emerge da necessidade de dotar os alunos mais novos com as ferramentas e os mecanismos empíricos para detetar e impedir a disseminação de desinformação, vulgarmente conhecida como ‘fake news’. Todos conhecemos este termo, mas será que sabemos se, porventura, fomos manipulados por notícias falsas? A Era da Informação foi “atropelada” por um tempo de desinformação onde somos inundados com uma quantidade maciça de notícias, textos, imagens, e dificilmente conseguimos analisar tudo o que nos capta a atenção. A nossa dieta mediática passou a ser servida por algoritmos, tanto nas redes sociais como nos motores de busca. Quanto mais partilhada for uma publicação mais hipótese tem de surgir nas nossas redes pessoais. E se essa informação for falsa, tendenciosa ou redigida com o propósito de manipular-nos? Será fidedigna, far-nos-á acreditar em algo que não é verdade, sendo passível de nos alterar a opinião sobre algo? Como distinguimos o que é manipulação do que será, um dado fatual? Não tenhamos dúvidas: somos alvos fáceis. Enquanto este plano não apresenta resultados, existem métodos que podemos implementar já. Verificar se na origem do texto existe um órgão de comunicação social registado, é

uma boa forma de detetar se uma notícia é verdadeira ou falsa. No entanto, distinguir entre um meio de comunicação fidedigno e o seu oposto nem sempre é tarefa fácil por parte da maioria dos utilizadores. Uma notícia veiculada por uma ‘webpage’ que se faz passar por um órgão de comunicação social, desacredita a sua credibilidade. Mas são estas “notícias”, com títulos escolhidos a pensar nas partilhas e na manipulação da opinião, que acabam por ser as mais disseminadas. Por conseguinte, as crenças e os mitos sobrepõem-se aos fatos e conduzem a uma crescente polarização de opiniões. E uma opinião não se pode formar apenas através de “parangonas”. Outra forma de confirmar a autenticidade será procurar a sua existência noutros meios de comunicação. Se não encontrarmos a mesma informação é muito provável estarmos perante ‘fake news’. Por muito relevante e escandalosa que lhe pareça uma determinada informação, antes de a partilhar, verifique a origem e leia para além do título.

E se essa informação for falsa, tendenciosa ou redigida com o propósito de manipular-nos?


GALERIA / Paulo Jorge do Nascimento de Sousa Paulo Jorge do Nascimento de Sousa nasceu no Sardoal em 1964, e é licenciado em Fotografia. Fez um Curso de Fotojornalismo com Luíz Carvalho do jornal “Expresso” (Observatório de Imprensa). É formador de fotografia com Certificado de Aptidão Profissional (registado no IEFP). Trabalha na Câmara Municipal de Sardoal desde 1986 e é, atualmente, Técnico Superior, editor fotográfico e fotógrafo do boletim de informação e cultura da autarquia “O Sardoal” e de toda a parte fotográfica do Município. É o fotógrafo oficial do Centro Cultural Gil Vicente, em Sardoal. Em 2009, foi distinguido pela rádio Antena Livre de Abrantes com o galardão “Cultura”, pelo seu percurso fotográfico e em 2017 venceu o Prémio Literário do Mediotejo, edições, na categoria de “não ficção” com um ensaio fotográfico sobre o Arneiro da Parada. Conta com mais de meia centena de distinções nacionais e internacionais. Já participou em dezenas de exposições individuais e coletivas. Colabora regularmente com a imprensa regional e nacional. No Facebook www.facebook.com/paulo.j.desousa No Instagram www.instagram.com/paulojdesousa

Foto 1. Visita do Papa Francisco a Fátima - 2017 Foto 2. Enfermeiras do Centro de Saúde de Sardoal, preparam-se para sair em apoio domiciliário, maio de 2020 Foto 3. Juramento de Bandeira do RAME, fevereiro de 2020 Foto 4. Incêndios em Mação e Sardoal, agosto de 2017

Foto 5. Outono em Sardoal, novembro de 2020 Foto 6. Volta a Portugal em bicicleta, Penhascoso, julho de 2019 Foto 7. Martinho Nunes, Bombeiro de Sardoal, preparado para sair com uma ambulância, em tempos de Covid, abril de 2020

Dezembro 2020 / JORNAL DE ABRANTES

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PUBLICIDADE / AGRADECIMENTO JOÃO PEDRO SIMÕES COSTA

“Aqueles que passam por nós não vão sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós.” A. De Saint-Exupéry

Apesar da sua curta vida, o João leva um coração cheio de boas memórias e deixa muitas recordações. Na impossibilidade de o fazer pessoal e individualmente a todos os amigos e familiares que endereçaram mensagens de condolências, os pais, irmã e restante família agradecem, do fundo do coração, o apoio, a bondade, a força e a solidariedade sentidos neste período tão difícil, de grande tristeza e profundo sofrimento, em que perdemos alguém que amamos. Nos momentos difíceis da nossa vida não só se revela a nossa força interior mas também a força exterior dos que nos amam e que não deixam de estar ao nosso lado. Manifestamo-nos profundamente sensibilizados por todo o carinho nesta hora tão dolorosa.

CARTÓRIO NOTARIAL DO ENTRONCAMENTO Cristina Conceição Extracto --- Cristina Maria Conceição, Notária do Cartório Notarial do Entroncamento, sito na Av. Dr. José Eduardo Vítor das Neves, n.º 81, rés-do-chão direito, no Entroncamento, certifico narrativamente, para efeitos de publicação, que por escritura de vinte e sete de Novembro de dois mil e vinte, lavrada de folhas dez a folhas onze verso, do Livro de Notas para Escrituras Diversas número Cinquenta e Nove - D: --- Berta Grossinho da Silva Mota, viúva, natural da freguesia de Mouriscas, concelho de Abrantes, residente na Rua das Figueiras, n.º 11, 2º andar direito, Rinchoa, Rio de Mouro, Sintra, NIF 124 052 304, outorgou uma escritura de justificação na qual declarou ser dona e legítima possuidora, com exclusão de outrem, do seguinte bem imóvel: --- Prédio rústico sito em Motas, freguesia de Mouriscas, concelho de Abrantes, composto de terra de cultura arvense de regadio, figueiras, oliveiras, horta e cultura arvense, com a área de seis mil e quarenta metros quadrados, a confrontar, do norte, com caminho, do sul, com herdeiros de José Lourenço Grossinho, do nascente, com estrada, e, do poente, com Helena Isabel Cadete Esteves Serras Bento, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Abrantes, inscrito na matriz predial rústica em nome de José Luís Gomes, sob o artigo 12, secção AC, com o valor patrimonial tributário de € 576,95, igual ao que lhe atribui para efeitos do presente acto de justificação; --- Que adquiriu o identificado bem imóvel por doação verbal de seus tios, José Luís Gomes e mulher Maria Rosa Gomes, casados que foram entre si, no regime da comunhão geral de bens, residentes que foram no lugar de Carreira, Mouriscas, Abrantes, doação essa que teve lugar em data que não pode precisar, mas certamente no mês de Setembro do ano de dois mil, já no seu estado civil de viúva; --- Que, apesar de não ter título formal de aquisição do referido prédio, foi ela outorgante que sempre o possuiu, desde a referida data de aquisição até hoje, logo há mais de vinte anos, em nome próprio, defendeu a sua posse, pagou os respectivos impostos, limpou-o, amanhou-o, conservou-o, colheu os seus frutos, sempre com o ânimo de quem exerce direito próprio, sendo reconhecida como sua dona por toda a gente; --- Que essa sua posse é de boa fé, por ignorar lesar direito alheio, pacífica, porque sem violência, contínua e pública, por ser exercida sem interrupção e de modo a ser conhecida por todos os interessados; --- Tais factos integram a figura jurídica da usucapião, que a outorgante invoca como causa de aquisição do referido prédio, por não poder comprovar a sua aquisição pelos meios extrajudiciais normais. --- Está conforme o original na parte a que me reporto. --- Entroncamento, vinte e sete de Novembro de dois mil e vinte. ___ A Notária, __ (Lic. Cristina Maria Conceição)

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CARTÓRIO NOTARIAL EM ABRANTES NOTÁRIA Andreia Soraia Martins Silva Extrato Notarial de Escritura Pública de “Justificação”

CARTÓRIO NOTARIAL EM ABRANTES A CARGO DA NOTÁRIA ANDREIA SORAIA MARTINS SILVA Extrato Notarial de Escritura Pública de "Justificacão"

_____ Certifico que por Escritura Pública de “Justificação”, outorgada no Cartório Notarial no concelho de Abrantes, na Avenida 25 de Abril, número duzentos e quarenta e oito, União das Freguesias de Abrantes (São Vicente e São João) e Alferrarede, no dia seis de novembro de dois mil e vinte, exarada no Livro de Notas para Escrituras Diversas Número Oito, a folhas cinquenta e oito e seguintes, perante mim, Catarina Alexandra Pais de Carvalho, Notária, em substituição da Notária Andreia Soraia Martins Silva, por esta se encontrar temporariamente indisponível, compareceu como Outorgante: ____ Maria Fernanda Rosa Henriques de Jesus, NIF 175.242.356, viúva, natural da freguesia de São Facundo, concelho de Abrantes, residente na Rua Combatentes da Grande Guerra, número 62, São Facundo, União das Freguesias de São Facundo e Vale das Mós, concelho de Abrantes; e DECLAROU A OUTORGANTE, SOB SUA INTEIRA RESPONSABILIDADE: ___ Que exerce as funções de CABEÇA-DE-CASAL da Herança aberta e indivisa por óbito de seu cônjuge, ARMANDO JESUS ALEXANDRINA ROSA que também usava e era conhecido por ARMANDO DE JESUS ALEXANDRINA ROSA. ____ Que conforme tudo melhor consta da mencionada Escritura de “Habilitação de Herdeiros”, ela ora Primeira Outorgante nessa qualidade de CABEÇADE-CASAL, fez as seguintes declarações: ____ Que faleceu ARMANDO JESUS ALEXANDRINA ROSA, que também usou e foi conhecido por Armando de Jesus Alexandrina Rosa, no dia dezasseis de novembro de dois mil e catorze, na União das freguesias de Abrantes (São Vicente e São João) e Alferrarede, concelho de Abrantes, que era natural de São Facundo, concelho de Abrantes, com última residência habitual na Rua Combatentes da Grande Guerra, número 62, em São Facundo, concelho de Abrantes, no estado de casado em primeiras e únicas núpcias de ambos sob o regime da comunhão geral de bens, com a ora outorgante, Maria Fernanda Rosa Henriques de Jesus, que dele se conserva no estado de viúva. ____ Que o falecido não deixou testamento ou qualquer outra disposição de última vontade, tendo-lhe sucedido como únicos herdeiros, o seu referido cônjuge MARIA FERNANDA ROSA HENRIQUES DE JESUS e dois filhos, os a seguir identificados: ____ i) FERNANDA HENRIQUES DE JESUS ROSA, solteira, maior, NIF 129.032.140, natural da freguesia de Moscavide, concelho de Loures, residente na Quinta Dr. Beirão, lote 12, número 15, oitavo andar esquerdo, em Castelo Branco; e ____ ii) ARMANDO HENRIQUES DE JESUS ROSA, NIF 152.719.024, natural da freguesia de Abrantes (São Vicente), concelho de Abrantes, residente na Rua Cidade de Benguela, lote 290A, primeiro andar esquerdo, em Lisboa, casado sob o regime da comunhão de adquiridos com Maria Manuela Bispo Alves Rosa. MAIS DECLAROU A OUTORGANTE: ____ Que, a “Herança ilíquida e indivisa aberta por óbito de ARMANDO JESUS ALEXANDRINA ROSA”, é dona e legítima possuidora, com exclusão de outrem, do seguinte prédio, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Abrantes: ____ Prédio rústico, composto por cultura arvense e oliveiras, localizado ou denominado “São Facundo”, União das Freguesias de São Facundo e Vale das Mós, concelho de Abrantes, com a área de mil duzentos e quarenta metros quadrados, a confrontar de norte com Quitéria Teresa Bernardo, Carla Filomena da Conceição e João Miguel Amorim Rosa, de sul com herdeiros de Armando de Jesus Alexandrina Rosa, de nascente com Estrada - Rua dos Combatentes da Grande Guerra, e de poente com Francisco Dias Bispo, inscrito na matriz predial rústica da União das Freguesias de São Facundo e Vale das Mós sob o artigo 75 da secção AC, (o qual provém do artigo 75 secção AC da extinta freguesia de São Facundo), com o valor patrimonial para efeitos de IMT de 192,39€, a que atribui igual valor. ____ Que desconhece os artigos rústicos anteriores a estes, nomeadamente os que vigoraram na antiga matriz. Que a “Herança ilíquida e indivisa aberta por óbito de ARMANDO JESUS ALEXANDRINA ROSA” não é detentora de qualquer título formal que legitime o domínio deste prédio. MAIS DECLAROU A OUTORGANTE NA QUALIDADE EM QUE INTERVÉM: ____ Que o imóvel veio à posse do referido ARMANDO JESUS ALEXANDRINA ROSA, no estado de casado sob o regime da comunhão geral com a ora primeira outorgante MARIA FERNANDA ROSA HENRIQUES DE JESUS, vindo assim à posse da referida herança por doação meramente verbal feita por José Henriques e mulher Rosa Maria, casados que foram sob o regime da comunhão geral de bens, residentes que foram na Rua dos Combatentes da Grande Guerra, sem número, São Facundo, concelho de Abrantes, no ano de mil novecentos e setenta e três em mês e dia que já não pode precisar, nunca tendo formalizado o respetivo contrato por Escritura Pública, de modo a proceder aos seus registos na Conservatória do Registo Predial. ____ Que desde esse ano, ou seja, há mais de vinte anos, entrou ele na posse do mencionado bem, e de imediato o ocupou e passou a usufruí-lo, sendo que exerceu de imediato e de aí em diante todos os atos de posse, vedando-o, plantando-o, semeando-o, lavrando-o, cultivando-o, colhendo os respetivos frutos, isto é, gozando de todas as utilidades, direitos e benefícios por ele proporcionados. ____ Que sempre administrou o mencionado bem, sem qualquer interrupção, com o conhecimento de toda a gente, sem oposição de quem quer que seja, e com o ânimo de quem exerce direito próprio, ou seja, exercendo essa mesma posse de forma contínua, pública, pacífica, e de boa-fé. POR FIM DECLAROU: ____ Que dadas as características de tal posse, invoca a aquisição desse bem por usucapião, justificando o seu direito de propriedade, para efeitos de inscrição na “Conservatória do Registo Predial de Abrantes”, dado que esta forma de aquisição não pode ser comprovada por qualquer outro título formal extrajudicial. ____ Assim declarou e outorgou, e está conforme o original.

Certifico narrativamente, para efeitos de publicação, que por escritura lavrada na presente data a folhas quarenta e cinco e seguintes, do livro de notas para escrituras diversas número oito, do Cartório Notarial em Abrantes, sito na Avenida 25 de Abril, número duzentos e quarenta e oito, freguesia de União das Freguesias de Abrantes (São Vicente e São João) e Alferrarede, da Notária, Andreia Soraia Martins Silva: NUNO JOSÉ BRUNHETA PEDRO, NIF 202.071.936, divorciado, natural da freguesia de Souto, concelho de Abrantes, residente na Rua Salgueiro Maia, número 21, primeiro andar direito, em Moinhos da Funcheira, freguesia de Mina de Água, concelho de Amadora; DECLAROU O OUTORGANTE SOB SUA INTEIRA RESPONSABILIDADE: — Que, com exclusão de outrem, é dono e legítimo possuidor, do seguinte imóvel:-——— — Prédio rústico, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Abrantes, composto cultura arvense, cerejeiras, figueiras, macieiras, oliveiras e pessegueiros, localizado ou denominado Vale da Bairrada, freguesia Fontes, concelho de Abrantes, com a área de quatrocentos e oitenta metros quadrados, a confrontar de norte e de nascente com António Pedro Rosa, de sul com Nuno José Brunheta Pedro e de poente com Manuel Louro e Luzía Louro, inscrito na matriz predial rústica da dita freguesia sob o artigo 189, da secção AQ, (o qual provém do artigo 189 secção AQ da freguesia de Souto), com o valor patrimonial para efeitos de IMT de 7,38€, a que atribui igual valor. — Que desconhece os artigos rústicos anteriores a estes, nomeadamente os que vigoraram na antiga matriz.----—MAIS DECLAROU: Que o prédio ora justificado, veio à posse dele justificante, no ano de mil novecentos e noventa e noventa e nove, data em que entrou na posse do mesmo, ainda no estado de solteiro, maior, por compra e venda meramente verbal a Manuel Brunheta Aparício, solteiro, maior, residente na Rua da Escola, número onze, Bairrada, Fontes, concelho de Abrantes. Que dada a forma de aquisição, o primeiro outorgante não tem título formal que lhe permita requerer o registo a seu favor. Que, assim o justificante se encontra, na posse do mencionado prédio, há mais de vinte anos, tendo desde essa data, usufruído do referido imóvel, cultivando-o, tratando-o, colhendo os frutos, retirando dos mesmos todas as utilidades possíveis. Que sempre foi reputado por toda a gente como proprietário do mesmo e sempre se considerou como tal. Que, assim nos termos expostos, a sua posse tem sido, pois exercida ostensivamente perante toda a gente sem oposição de quem quer que seja, continuamente há mais de vinte anos, sendo por isso uma posse pacífica, continua e pública, e de boa fé, pelo que adquiriu os referido prédio por usucapião, o que invoca para efeitos de primeira inscrição no registo predial. POR FIM DECLAROU:-— Que, do ato de aquisição verbal e da posse, que em consequência, ele ora justificante, tem vindo a exercer no prédio acima identificado e que agora justifica, não decorreu qualquer fracionamento proibido por lei porquanto o ante possuidor de quem o justificante adquiriu o referido prédio, não possuíam outros prédios rústicos contíguos ao acima identificado.—

Cartório Notarial em Abrantes, 06/11/2020. A Notária em substituição, Catarina Alexandra Pais de Carvalho

Está conforme o original. Abrantes, 4 de novembro de 2020. A Notária, Andreia Soraia Martins Silva

CARTÓRIO NOTARIAL EM ABRANTES NOTÁRIA Andreia Soraia Martins Silva Avenida 25 de Abril, Nº248, União das Freguesias de Abrantes (São Vicente e São João) e Alferrarede Telefone: 241 403 809 – email: cartorio.andreiasilva@gmail.com Extrato Notarial de Escritura Pública de “Justificação” _____ Certifico que por Escritura Pública de “Justificação”, outorgada no Cartório Notarial no concelho de Abrantes, na Avenida 25 de Abril, número duzentos e quarenta e oito, União das Freguesias de Abrantes (São Vicente e São João) e Alferrarede, no dia seis de novembro de dois mil e vinte, exarada no Livro de Notas para Escrituras Diversas Número Oito, a folhas sessenta e quatro e seguintes, perante mim, Catarina Alexandra Pais de Carvalho, Notária, em substituição da Notária Andreia Soraia Martins Silva, por esta se encontrar temporariamente indisponível, compareceram como Outorgantes: ____ JOAQUIM VALENTE, NIF 128.328.088, natural da freguesia e concelho de Sardoal, casado sob o regime da comunhão geral com Francelina da Cruz Valente, residente na Rua João XXIII, número 18, Tapadão, Alferrarede, Abrantes; e JOÃO JOSÉ DA CRUZ VALENTE, divorciado, natural da freguesia de São Vicente, concelho de Abrantes, residente na Rua Maria Archer, número 5, segundo andar direito, lugar e freguesia Encosta do Sol, Amadora, o qual outorga na qualidade de procurador em representação de sua mãe, FRANCELINA DA CRUZ VALENTE, NIF 128.328.070, casada sob o regime da comunhão geral com o primeiro outorgante, natural da freguesia de Penhascoso, concelho de Mação, residente na Rua João XXIII, número 18, Tapadão, Alferrarede, Abrantes; e DECLARARAM OS OUTORGANTES, SOB SUA INTEIRA RESPONSABILIDADE: Que, JOAQUIM VALENTE e FRANCELINA DA CRUZ VALENTE, com exclusão de outrem, são donos e legítimos possuidores dos seguintes prédios, sitos na freguesia de Valhascos, concelho de Sardoal, não descritos na Conservatória do Registo Predial de Sardoal: ____ a) Prédio rústico, localizado ou denominado “Ribeiro David”, composto por oliveiras e cultura arvense, com a área de cinco mil e duzentos metros quadrados, a confrontar de norte e de sul com Joaquim Valente, de nascente com José Luís André e de poente com Manuel Ramos, inscrito na matriz predial rústica da dita freguesia sob o artigo 36, secção H, com o valor patrimonial para efeitos de IMT de 499,77€, a que atribuem igual valor; ____ b) Prédio rústico, localizado ou denominado “Ribeiro David”, composto por pastagem, com a área de cento e vinte metros quadrados, a confrontar de norte, sul, nascente e poente com Joaquim Valente, inscrito na matriz predial rústica da dita freguesia sob o artigo 11, secção H, com o valor patrimonial para efeitos de IMT de 0,59€, a que atribuem igual valor; e ____ c) Prédio rústico, localizado ou denominado “Ribeiro David”, composto por figueiras, olival e cultura arvense, com a área de três mil quinhentos e quarenta e quatro metros quadrados, a confrontar de norte com caminho público, de sul e de poente com Joaquim Valente e de nascente com José Luís André, inscrito na matriz predial rústica da dita freguesia, sob o artigo 37, secção H, com o valor patrimonial para efeitos de IMT de 2.554,60€, a que atribuem igual valor. ____ Que, dada a distância temporal, desconhecem a proveniência dos artigos supra identificados. MAIS DECLARARAM: ____ Que, os prédios ora justificados vieram à posse dos justificantes, já no estado de casados, no ano de mil novecentos e oitenta, em dia e mês que não podem precisar, data em que entraram na posse dos mesmos, por partilha meramente verbal, por óbito de Manuel da Cruz e Prima Júlia, casados entre si sob o regime da comunhão geral de bens, residentes em Queixoperra, freguesia de Penhascoso, concelho de Mação. ____ Que dada a forma de aquisição não têm título formal que lhes permita requerer o registo a favor dos justificantes. ____ Que, assim, os justificantes se encontram na posse dos mencionados prédios há mais de vinte anos, tendo desde essa data usufruído dos referidos imóveis, vedando-os, plantando-os, semeando-os, lavrando-os, cultivando-os, tratando-os, colhendo os respetivos frutos, isto é, gozando de todas as utilidades, direitos e benefícios por eles proporcionados. ____ Que sempre foram reputados por toda a gente como proprietários dos mesmos e sempre se consideraram como tal. ____ Que, assim, nos termos expostos, a sua posse tem sido exercida ostensivamente perante toda a gente sem oposição de quem quer que seja, continuadamente, há mais de vinte anos, sendo por isso uma posse pacífica, contínua e pública e de boa fé, pelo que adquiriram os referidos prédios por usucapião, o que invocam para efeitos de primeira inscrição no registo predial. ____ Assim declararam e outorgaram, e está conforme o original. Abrantes, Cartório Notarial, 06/11/2020. A Notária em substituição, Catarina Alexandra Pais de Carvalho


SOCIEDADE /

Festival de Filosofia de Abrantes: Um dia com Problemáticas do mundo atual // As cidades Modernas e as problemáticas do mundo atual foram os temas abordados na terceira edição do Festival de Filosofia de Abrantes, evento que decorreu no dia 19 de novembro, com uma transmissão em formato digital.

menos posses e menos propriedades e mais acesso e mais serviços. A sessão da tarde contou com a presença de Onésimo Teotônio Almeida, que explicou que “falar de Filosofia a jovens não é nada fácil e muito mais difícil se torna fazê-lo por Zoom. Pior ainda quando se trata de uma conversa transatlântica. Também eu já fui jovem e a Filosofia, de que aliás sempre gostei, não era nenhuma pera doce. Para mais, o nosso compêndio era em latim e tínhamos que decorar definições nessa língua, algumas das quais ainda hoje sei de cor. Mas rapaziada é rapaziada em qualquer parte do globo e em qualquer época. Daí divertirmo-nos com definições cábulas que circulavam na altura e que imagino terão chegado até vocês, tipo: A Filosofia é a ciência com a qual e sem a qual nós ficamos tal e qual.”

Na sua intervenção, expôs a metáfora de que o lugar em que crescemos cresce em nós. Onésimo Teotônio Alemeida veio afirmar que “o lugar onde crescemos cresce em nós. Dentro de nós. Fica a fazer parte de nós. É também nosso porque ao mesmo tempo ele passa a ser uma extensão de nós mesmos. A nossa família, os nossos amigos, os nossos vizinhos, os nossos companheiros de trabalho, de convívio, de desporto, de divertimento e de interação a qualquer nível. Quer dizer que nunca somos nós sozinhos, desde o momento em que nascemos. Cortam-nos o cordão umbilical, todavia passamos a criar laços que nos ligam às pessoas que nos rodeiam e com quem criamos interdependências de toda a ordem. Após a sua intervenção, vários

alunos das escolas secundárias de Abrantes, nomedamente Dr. Solano de Abreu e Dr. Manuel Fernandes, tiveram a oportunidade de colocar as suas questões sobre as problemáticas abordadas, no sentido de “o lugar em que crescemos cresce em nós” e da “Identidade que acaba por ser o carimbo do lugar que nos molda”. Para encerrar o Dia Mundial da Filosofia, Álvaro Domingues, doutorado em Geografia Humana pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto e que é desde 1999 docente do mestrado integrado e do curso de doutoramento, começou a sua intervenção por expor e contrariar os dados da ONU e a ideia de que “mais de metade dos humanos do planeta vivem em cidades”, porque depois quando vamos tentar perceber onde estão

todos esses milhões, “encontramos em grandes continentes como a América do sul e a África em países imensos como a Índia ou como a China, essa tal cidade que nos aparece, corresponde mais àquilo que se chama na literatura da especialidade a urbanização da pobreza”. Ou seja os pobres que vivem em favelas ou em “Slums” e que tem o “grau zero da condição humana” mas que acabam por ser intitulados como moradores de cidade. Álvaro Domingues utilizou o exemplo de uma fotografia tirada este ano, um ano marcado pela pandemia, de uma favela no Brasil para demonstrar esta forma de urbanização, com a pobreza extrema e todas as fragilidades que a mesma contém, facilmente interpretando a “injustiça social e a injustiça espacial produzida pelas formas de urbanidade mais correntes que já não são de agora mas que se têm vindo a tornar de maior dimensão e de difícil resolução.” Ao longo da sessão, colocou a cidade como uma metáfora manifestando que “a cidade não é só betão e alcatrão, mesmo com retalhos de verde. É rede entrelaçada com outras redes de cidades, por nós que também a ligam à paisagem que a alimenta. Como a bacia hidrográfica é o território do rio e seus afluentes, a cidade é o indestrinçável conjunto de interdependências entre o habitat, o ecossistema e o mundo”. O evento, neste Dia Mundial da Filosofia, aconteceu num formato diferente das edições anteriores, com um programa mais reduzido e sem sessões presenciais, devido à situação de pandemia de covid-19, sendo a maioria das comunicações previamente gravadas e transmitidas online no horário estipulado, podendo ser seguidas e revistas em qualquer momento. Pedro Santos PUBLICIDADE

O Festival de Filosofia de Abrantes é organizado desde 2017 pelo Município de Abrantes e como habitual, também nesta edição a sessão de abertura contou com uma declaração do presidente da Câmara Municipal. Manuel Jorge Valamatos referiu-se ao Festival de Filosofia “como um evento âncora, pela diferença e pelo impacto que gera no Município e além fronteiras”. No seu discurso de abertura, Manuel Jorge Valamatos assegurou a continuidade do Festival “com todas as parcerias consideradas pertinentes e que queiram dar o seu contributo com os nossos convidados e os nossos agrupamentos escolares”. Após o discurso do presidente da Câmara Municipal, o Festival contou com a participação de João Serra que veio aprofundar o tema relativamente ao tempo das cidades e como “nas últimas décadas a marcha do tempo tem sido avassaladora”. Seguiu-se a participação do geógrafo e economista João Seixas que, com o suporte de vários vídeos do arquivo sobre metrópoles, deu uma introdução das cidades e metrópoles e expondo como a cidade “ nos impõe o terrível dever da esperança” e como foram ultrapassadas algumas das crises passadas. Na última participação da manhã, António Covas começou por invocar a memória do arquiteto Gonçalo Ribeiro Teles que havia falecido na semana anterior. No seu discurso abordou temas como a Cidade do futuro e como esta será cada vez mais envelhecida, como a mobilidade suave é fundamental e que a cidade do futuro deveria-se prevenir com uma melhor saúde pública, sendo que esta não pode estar verticalizada. Na sua visão, a cidade do futuro terá “que ter mais campo na cidade e mais cidade no campo”, devendo de haver também

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Dezembro 2020 / JORNAL DE ABRANTES

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POLÍTICA / OPINIÃO /

/ José Alves Jana / FILÓSOFO

ALTERNATIVAcom assinalou 1 ano e apresentou mandatários // O movimento autárquico independente ALTERNATIVAcom assinalou o primeiro aniversário do seu lançamento [11 de novembro 2019] para fazer um balanço da sua atividade e apresentar os seus mandatários político e sénior. Luís Peixoto, médico e ex-deputado do PCP, foi candidato à Câmara Municipal de Abrantes tendo sido vereador na década de 90, é o mandatário político do movimento independente. Não esteve presente, mas deixou uma mensagem de confiança na equipa e no projeto encabeçado por Vasco Damas. Nesta mensagem escrita, Luís Peixoto disse que “a abstenção é um problema sobre o qual importa refletir e que necessita de resposta. Em meu entender, uma das formas de abordar e tentar inverter esta realidade, passa, possivelmente, por candidaturas fora da esfera partidária”. E depois voltou-se para a candidatura de um grupo de cidadãos: “Candidaturas não comprometidas com programas partidários, nem sempre ajustados às realidades locais, mas comprometidas em exclusivo com as necessidades do concelho e das populações nele residentes”. Na conclusão da mensagem afirmou que o movimento liderado por Vasco Damas é “uma alternativa séria, importante, democrática, construtiva e dialogante, capaz de contribuir para o desenvolvimento do concelho de Abrantes, sem aspiração a ascensão a cargos políticos supra- concelhios, moldando os possíveis eleitos a sua atuação, em função dessas aspirações”. Aníbal Melo foi apresentado como mandatário sénior do movimento. Recorde-se que foi presidente da Junta de Freguesia de S. Vicente (Abrantes) durante cinco mandatos, eleito pelo partido socialista.

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Esta apresentação foi feita no dia em que o movimento se constituiu como associação, designando-se como “ABRANTEScom Alternativa - Associação para a Democracia e o Desenvolvimento”. Vasco Damas revelou que a pandemia obrigou a um ajustamento da estratégia que tinham preparado para 2020 e que passaria pela realização de jantares com debates temáticos em todas as freguesias. Era uma forma de “mostrar” o projeto e, ao mesmo tempo, perceberem aquilo que as pessoas efetivamente pretendem para as suas terras. E disse ainda que “tornámos pública a nossa opinião e não nos limitámos a identificar os problemas, tendo, em cada uma delas, sugerido aquilo que entendemos serem as melhores soluções para o concelho e para a região”. No seguimento do trabalho, disse que foram recebidos pelos presidentes das Câmaras Municipais de Mação e do Sardoal porque “a nossa visão do território e da região não se limita às fronteiras do nosso concelho, acreditando que podemos ganhar escala para que o interior não seja esquecido e, assim, todos fiquemos a ganhar”. E revelou ainda ter tido reuniões com a Associação Comercial e Empresarial e da NERSANT porque “acreditamos que o aumento de uma dinâmica comercial, industrial e de serviços contribuirá para a criação de emprego, o que terá um efeito positivo na atual hemor-

JORNAL DE ABRANTES / Dezembro 2020

ragia demográfica que continua a ser uma ameaça para o futuro da cidade e do concelho”. Vasco Damas deixou ainda uma palavra para o jovem João Gaio e Silva, pela colaboração. O jovem apresentou um documento com “45 ideias para a Juventude” que serão a base do nosso programa do movimento e que será apresentado noutro momento. Nas freguesias, Vasco Damas revelou que encontrar pessoas nas freguesias tem sido mais difícil do que aquilo que pensava, mas é um trabalho que está a ser feito. Destacou que o ALTERNATIVAcom tem intenção de estar alinhado com os movimentos independentes em três freguesias “Rio de Moinhos, Tramagal e Mouriscas”. O ALTERNATIVAcom entende que já havendo movimentos independentes, não fará sentido criar outro movimento. Sobre a constituição das listas, revelou que é um trabalho que está a ser feito, apesar de todas as contingências decorrentes da pandemia, e sobre a apresentação de programa eleitoral ou projetos Vasco Damas apontou o trimestre anterior às eleições que, previsivelmente, deverão ser agendadas para outubro. “Estamos a trabalhar para identificar as pessoas certas, que tenham o perfil com que nós nos identificamos e que possam ser os nossos representantes para formar as equipas independentes nas freguesias”. Jerónimo Belo Jorge

A

o contrário do que seria de esperar, a pandemia não impediu que este ano fosse muito criativo do ponto de vista social. Basta ver as iniciativas que, apesar das dificuldades, foram lançadas e que prometem, pelo menos a maioria, frutos apetecíveis. Apontemos aqui algumas delas, talvez as principais, na maioria sob a forma de novas associações. A3 – Associação de Apoio a Alunos: em benefício de alunos com necessidades educativas complementares. AA S. João – Associação de Amigos da Igreja de S. João: estudo, divulgação e conservação da igreja de S. João enquanto imóvel de valor patrimonial. Academia de Letras do Médio Tejo: divulgação e estudo da obra de escritores do Médio Tejo, em especial os vivos. ADEL – Associação de Desenvolvimento da Economia Local: divulgação das oportunidades económicas locais (ex: catálogo de serviços), promoção de oportunidades de criação económica; apoio à pequena economia; promoção do empreendedorismo; estudo dos problemas do sistema económico local. AFA – Associação de Fotografia de Abrantes: divulgação da obra dos fotógrafos da região de Abrantes; militância pela preservação do património fotográfico da região. APA – Associação de Promoção de Abrantes: divulgação das coisas boas do concelho, desde bens naturais e culturais até possibilidades de negócio; afirmação do concelho em vários fóruns de interesse; congregação de vários actores de divulgação. Associação Manuel Lopes de Sousa: promoção da criatividade e da inovação, em especial entre as crianças e os jovens. Casa da Água: divulgação de informação sobre a água e a sua importância; promoção do turismo de conhecimento centrado nas mil formas de aproveitamento da água na região, da agricultura e do saneamento à indústria e à diversão.

É mentira! Casa do Futuro: rede de pessoas e projectos de promoção de comportamentos sustentáveis, divulgação de informação sobre a sustentabilidade para o futuro, educação para um futuro sustentável. CESAR – Centro de Estudos Sociais de Abrantes Região: estudo e divulgação do conhecimento sobre a região. Doc & Doc - Grupo de Amigos dos Arquivos Históricos da região: defesa da memória documental; divulgação dos arquivos existentes. Memória da Guerra Colonial: preservação da memória da Guerra Colonial, incluindo a recolha de materiais da participação dos militares na guerra; ambição de manter a relação de ex-militares com Abrantes. MicroPat: preservação e estudo do “pequeno património” (tipo estruturas locais de rega). Projeto Hipotenusa: incremento do interesse pela matemática, combate à ideia da matemática como dragão a evitar; divulgação da robótica como estratégia para motivar as crianças e os jovens para a matemática; mostrar que “sem matemática não há futuro”. Projeto Participação: Para a promoção de formas concretas de participação dos cidadãos na governação local e na estruturas a que pertencem. Desta forma se constata que a sociedade a que pertencemos tem uma vitalidade que não transparece a um primeiro olhar. Mesmo que alguns projetos morram, desta vitalidade sairá, sem dúvida, bons contributos para o futuro desejado.


EDUCAÇÃO /

Abrantes distinguiu melhores alunos do concelho 2019/2020

OPINIÃO /

/ Créditos CMA

/ Nuno Alves / MESTRE EM RELAÇÕES NTERNACIONAIS / nmalves@sapo.pt

cesso de seleção dos alunos. E a regra de apuramento também é simples, trata-se da obtenção da melhor média calculada através das classificações obtidas no 12.º ano (10.º, 11.º, 12.º) incluindo as classificações de exame da 1.ª e 2.ª fase. Cada um dos alunos recebe um prémio de 1.250 euros. Para o presidente da Câmara Municipal de Abrantes, estes prémios “são uma forma de promovermos a excelência e o esforço de quem se empenha” e salienta ainda o “papel imprescindível que a Escola tem na construção da Humanidade”. Em 2019/2020, os melhores alunos de Abrantes foram:

Nuno Miguel Barbas Gaio e Silva – Ensino Secundário, Dr. Manuel Fernandes, que não esteve presente, tendo sido os pais a receber o diploma de mérito; Carlos Manuel Rita Mendonça – Ensino Profissional, E.S.c/2.ª e 3.º CEB Dr. Manuel Fernandes; Tiago Miguel Gaudêncio Dias Ricardo – Ensino Secundário, E. S. Dr. Solano de Abreu; Nuno Pedro Marques Novo – Ensino Profissional, E.S. Dr. Solano de Abreu; Miguel Jacob Sena Sardinha – Ensino Profissional, Escola Profissional de Desenvolvimento Rural de Abrantes (EPDRA), que também não esteve presente, tendo sido Sofia Loureiro a sua representante para receber o diploma.

A

vitória de Biden nas eleições americanas teve por base um pressuposto simples: o regresso à normalidade. Com Biden, o mundo aguarda, expectante, pelo regresso dos EUA à liderança do sistema que, décadas atrás, os antecessores do agora presidente eleito ajudaram a construir. Mas dificilmente se dará o caso. A tarefa pela frente é herculeana e as feridas abertas dificilmente sararão em meses ou mesmo anos. Trump conseguiu destruir em apenas quatro anos aquilo que as sucessivas administrações norte-americanas demoraram décadas para construir. Sem dúvida alguma, esta é uma tarefa a começar de dentro para fora. Sem força e coesão internas, os EUA dificilmente conseguirão recuperar a sua capacidade de liderança internacional. Contudo, em vez de nos perguntarmos “quando” os EUA voltarão a liderar, talvez seja mais prudente refletir se os EUA “querem” voltar a liderar. A liderança tem custos políticos e económicos elevados. Se os ganhos não forem superiores aos custos, essa liderança passa a ser questionada. É por isso que os EUA já estavam a retrair-se desta liderança muito antes da chegada de Trump, especialmente quando a ascensão de novas potências, no início deste século, conduziram à relativização do poder americano no mundo. A NATO é um claro exemplo, onde os EUA procuram transferir para os aliados europeus o custo da liderança. Mas se por um lado a perda desta hegemonia

A era pós- Trump

é intencional, a relativização do poder americano está também associada aos muitos erros que desgastaram a imagem americana no mundo: as intermináveis guerras no Médio Oriente, ou a crise financeira de 2008 que colocou a economia internacional de joelhos e mostrou a falência do modelo económico liberal. Longe de prometer igualdade e oportunidades, a saturação e custo da guerra bem como o aumento das desigualdades sociais abriu caminho para a chegada de Trump. Mesmo o isolacionismo seguido por Trump não é nada de novo na história americana, onde o isolacionismo sempre foi uma mentalidade dominante. A presença americana nas duas Grandes Guerras deveu-se apenas aos ataques perpetrados por japoneses e alemães às frotas e possessões americanas. A segurança interna passou a estar em risco. Igualmente, o apoio americano à reconstrução da Europa no pós-guerra não se deveu a uma simpatia ideológica ou civilizacional mas sim devido ao receio do avanço soviético. Hoje, em plena pandemia, mais do que nunca, o espírito de cooperação internacional deveria ser reforçado. Contudo, neste mundo, que parece estar a voltar à ordem Vestefaliana onde os interesses nacionais predominam sobre o direito internacional, o multilateralismo é um conceito estranho às grandes potências que competem agora com a liderança americana. E sem a América liberal, os regimes autoritários terão o caminho aberto para o domínio. PUBLICIDADE

Sem o cerimonial de outros anos, por causa da pandemia, a atribuição dos Prémios de Mérito aos alunos finalistas do ensino secundário (regular e profissional) das escolas do concelho de Abrantes aconteceu no dia 27, no edifício dos Paços do Concelho. Os prémios foram entregues pelo presidente da Câmara Municipal de Abrantes, Manuel Jorge Valamatos, pelo representante da Tejo Energia, Carlos Ribeirinho, pela vereadora Celeste Simão, e pelos diretores das escolas: Jorge Costa (Agrupamento de Escolas N.º 1 de Abrantes); Alcino Hermínio (Agrupamento de Escolas N.º 2 de Abrantes); e João Quinas (EPDRA – Escola Profissional de Desenvolvimento Rural de Abrantes). Devido às regras da Direção-Geral da Saúde, cada aluno entrou no Salão Nobre, individualmente, apenas acompanhado pelos pais, para receber a distinção. Os prémios de mérito de Abrantes resultam de um protocolo de colaboração estabelecido em 2012 entre a autarquia, a Tejo Energia e as escolas Solano de Abreu, Manuel Fernandes, Octávio Duarte Ferreira e EPDRA e pretendem ser um incentivo ao mérito escolar dos alunos. Na prática, quer dizer que a empresa Tejo Energia e a Câmara de Abrantes asseguram os prémios monetários, enquanto que as escolas envolvidas fazem o pro-

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DESPORTO / / Joaquim Diogo

//Associação Rotas de Mação faz levantamento de contos e lendas do concelho

MOURAS, BRUXAS, LOBISOMENS E OUTROS SERES ALADOS GANHAM NOVA VIDA EM MAÇÃO Profundamente comprometida com a promoção do seu território, mas também com o património cultural imaterial do concelho, a Associação Rotas de Mação (ARM) acaba de fazer um levantamento exaustivo das lendas e contos que fazem parte da tradição oral dos maçaenses. Foram recolhidas quase uma centena de estórias do arco da velha, mitos, lendas, contos, crenças, superstições e práticas mágicas, que em breve serão divulgadas no site da ARM. O ponto de partida foi o livro

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Lendas do Mação, de José Carlos Henriques, que reúne ao longo das suas páginas mais de 80 lendas e contos a que se juntou o trabalho de alguns elementos das Rotas de Mação, da Câmara e Biblioteca locais. Além das 17 lendas cristãs, 20 lendas de bruxas e lobisomens, 21 lendas sobre mouras encantadas e 18 contos sobre seres alados, medos e superstições apresentadas no livro acima referido, foram recolhidas mais 15 lendas, todas passadas de geração em geração pelo povo de Mação desde

JORNAL DE ABRANTES / Dezembro 2020

tempos imemoriais. De norte a sul do concelho, predominam lendas sobre bruxas e mouras encantadas, mas também sobre tesouros valiosos escondidos no alto dos cabeços ou sob as águas do Coadouro, do Rio Frio ou da Pracana, entre outras ribeiras. Nas lendas cristãs destacamos a do Cheiro a Rosas (S. José das Matas) e nas que metem bruxas a da moça dos Degolados que conheceu três terríveis feiticeiras. Lendas sobre mouras encantadas, como a da Ponte do Caratão, há dezenas delas, mais

de duas dezenas na verdade, e muitas envolvem partos felizes e recompensas várias que se transformam em ouro. Já no campo dos contos e outras histórias perpetuadas no tempo através da tradição oral, salientamos a da Donzela Bichieira, que, crê o povo, deu origem à aldeia do Azinhal, os ‘medos’ do Pereiro e da Caldeirinha e o lobão dos Bandos, entre outras. Além do site, as 93 lendas recolhidas nas últimas semanas serão também partilhadas na página oficial das Rotas de

Mação no facebook à relação de uma por mês. Esta é mais uma iniciativa da recém-criada Associação Rotas de Mação, que, entre outros compromissos, pretende registar e dar a conhecer o vasto e rico património material e imaterial do concelho de Mação. De referir que este levantamento é um work in progress, em que é suposto e desejável por parte da Associação Rotas de Mação que haja mais contributos e envolvimento por parte da população.


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Na capital, foi uma aluna brilhante tanto no liceu como no Instituto Superior Técnico, onde se licenciou em Engenharia Química, numa altura em que muito poucas mulheres enveredavam por esta área. Militante católica, desde cedo exerceu cargos de relevo tanto em movimentos nacionais como internacionais, (chegou a ser presidente da Pax Romana – Movimento Internacional de Estudantes Católicos, e em 1957 foi uma das fundadoras em Portugal do movimento internacional católico – GRAAL) actividades que lhe abriram os horizontes com viagens e contactos no estrangeiro, tornando-a conhecedora de realidades muito diferentes, para além da visão apertada do mundo que o Estado Novo então impunha aos portugueses. Esta sua dimensão de crente, não a desligou do mundo, pelo contrário, procurou concretizar na vida os ensinamentos de Cristo, empenhando-se activamente na construção de um mundo melhor, mais fraterno e mais justo. Sempre com estes objectivos em mente e pondo a render com mestria os seus talentos que eram muitos, aceitou cargos políticos relevantes (contudo nunca integrada em qualquer partido político) por perceber que assim podia ter em mãos as ferramentas mais adequadas para combater as desigualdades e injustiças gritantes onde quer que elas estivessem, perto ou longe, porque o Mundo foi sempre a sua casa. Entre os muitos cargos de relevo que exerceu, destaca-se o de, entre Julho de 1979 e Janeiro de 1980, ter chefiado o V Governo Constitucional , sendo a única mulher até agora a exercer, em Portugal, o cargo de Primeira – Ministra. Não foi muito tempo, mas o suficiente para ter

deixado a sua marca na legislação de então, onde era evidente a sua manifesta preocupação de justiça social. Em 1986, foi candidata independente a Presidente da República e apesar da evidente simpatia que a população lhe manifestava, acabou por ser preterida por outras candidaturas, apoiadas por máquinas partidárias fortes. Depois, afastou-se mais da política activa em que os partidos tinham um papel predominante, mas continuou com uma actividade imparável em movimentos nacionais e internacionais, onde via que podia continuar a trabalhar e a lutar pelas causas que sempre nortearam a sua vida e das quais nunca se afastou. Exerceu vários cargos e participou em inúmeros colóquios, encontros, simpósios em universidades, institutos religiosos e várias organizações internacionais – ONU, OCDE, UNESCO, etc.. Foi também eleita, pela Assembleia da República para membro do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida, cargo que exerceu entre 1991 e 2002. Faleceu prematuramente, talvez cansada de uma vida de luta constante em várias frentes, a 10 de Julho de 2004. A Câmara de Abrantes comprou a casa onde nasceu em 2016, pretendendo recuperara o edifício, o que até à data ainda não aconteceu, e utilizá-lo para acolhimento de vítimas de violência doméstica, projecto que vai ao encontro dos princípios norteadores da sua vida.

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Esta rua estreita e antiga, situada no coração do centro histórico, liga o Largo da Ferraria à Praça do Município. Num passado ainda não muito distante, foi uma rua habitada e movimentada, mas hoje é um sítio triste, com muitos dos seus prédios desabitados, alguns em ruínas e até emparedados. Durante séculos o seu nome foi Rua dos Oleiros, topónimo bastante antigo, pois já aparece num documento de 1385 e deve-se certamente ao facto de ali terem trabalhado em tempos muitos artesãos com esta profissão. É sabido que, na Idade Média, as profissões agrupavam-se em zonas específicas das povoações, o que deixou muitas marcas na toponímia e Abrantes não é excepção. Além desta rua, há outros exemplos como acontece com o Largo da Ferraria que lhe é contíguo e cujo nome também provem dos ferreiros que ali trabalhavam. Documentos do século XVIII referem no entanto que, na altura, já não havia por ali qualquer morador com esta profissão, o mesmo acontecendo em relação à que foi denominada Rua das Olarias Velhas, hoje D. João IV, e os poucos que então ainda existiam em Abrantes tinham-se deslocado para outros locais, certamente mais propícios ao seu negócio. Em 1890 e como a realidade já há muito que não correspondia à toponímia, foi baptizada oficialmente com o nome de Álvaro Castelões, em 1933 passou a ser Rua do Brasil, mas a qualquer destes nomes a população pouco aderiu. As pessoas mais velhas ainda hoje a conhecem é por Rua da Sardinha, denominação que, embora muito conhecida pelo povo abrantino, nunca passou a oficial. Este nome deve-se ao facto de, entre 1858 e 1933, data da construção do primeiro mercado coberto, ser apor ali perto, no Largo da Ferraria que se situava o mercado do peixe e a venda da sardinha, pescado muito popular e então o mais acessível às bolsas mais magras, estender-se-ia por esta rua. Ainda não há muitos anos, o nome mudou novamente e agora foi-lhe atribuído o nome de Maria de Lourdes Pintasilgo que nesta rua nasceu, no prédio nº 47, a 20 de Janeiro de 1930. Aqui viveu os primeiros anos da sua vida, até 1937, altura em que a família deixou Abrantes e foi residir para Lisboa.

Consultas. - Campos, Eduardo, Toponímia Abrantina, C.M.A. 1982 - pt.Wikipedia. org

Dezembro 2020 / JORNAL DE ABRANTES

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SAÚDE / A PREVENÇÃO é a melhor forma de quebrar as cadeias de transmissão do Coronavírus! / Paula Gil / Enfermeira, Unidade de Saúde Publica do ACES Médio Tejo.

Sabe-se que o Coronavírus (SARS-CoV-2) se transmite principalmente através de contacto direto: através de gotículas respiratórias, produzidas quando uma pessoa infetada tosse, espirra ou fala, que podem ser inaladas ou pousar na boca, nariz ou olhos de pessoas que estão próximas. Por contacto indireto: através do contacto das mãos com uma superfície ou objeto contaminado com SARS-CoV-2 e, em seguida, com a boca, nariz ou olhos. Adotar comportamentos preventivos no nosso dia a dia é essencial para quebrar as cadeias de transmissão do vírus: Î REDUÇÃO DOS CONTACTOS - Limite o número de contactos físicos com outras pessoas, mesmo que sejam familiares, amigos ou colegas de trabalho; Î DISTÂNCIAMENTO FÍSICO - Mantenha a distância de 1,5 a 2 metros das outras pessoas mesmo que se trate familiares, amigos ou colegas de trabalho; Î USE MASCARA - Use mascara em locais fechados e locais abertos quando não for possível garantir a

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distância física de segurança com outras pessoas; Î HIGIENE DAS MÃOS - Lave frequentemente as mãos com água e sabão ou, na sua falta, use a solução à base de álcool; Î VENTILAÇÃO DOS ESPAÇOS - Mantenha os espaços arejados. Prefira a ventilação natural mantendo janelas e portas abertas; Î ETIQUETA RESPIRATÓRIA - Quando espirrar ou tossir, tape o nariz e a boca com um lenço de papel ou com o braço, mesmo se tiver máscara; Apesar destas medidas estarem amplamente divulgadas, muitas pessoas continuam a pensar que não têm nada a ver com esta pandemia, com o vírus Covid-19. Pensam e agem como se fosse uma apenas responsabilidade da saúde! É FALSO! Individualmente somos responsáveis por quebrar as cadeias de transmissão do vírus, é uma responsabilidade de TODOS! Sem contacto, sem proximidade física não há transmissão do vírus! Ninguém disse que é fácil, mas é

JORNAL DE ABRANTES / Dezembro 2020

fundamental readaptarmos a nossa forma de vida! Não significa que se cortem as ligações sociais apenas que se reinventem essas relações. Privilegie os espaços ao ar livre, as esplanadas ou o quintal lá de casa. À refeição ou no café, utilize mesas separadas fisicamente e até em espaços distintos, mesmo entre familiares. Areje os espaços, na impossibilidade de o fazer ao ar livre. Restrinja o tempo sem máscara ao momento da refeição (garantindo por isso a distancia de 2 metros entre pessoas). Diminua o tempo de contacto/convívio e número de pessoas. Lembre-se de que, mais pessoas significam aumentar o risco de transmitir ou contrair o vírus, mesmo que ninguém tenha sintomas. É uma responsabilidade de todos, cumprir as regras básicas de prevenção em todos os momentos do dia-a-dia! Esteja atento ao aparecimento de SINTOMAS como tosse, febre, dificuldade respiratória, perda ou diminuição do olfato ou do paladar – ligue SNS24 – 808 24 24 24 e fique em casa - ISOLE-SE, até receber orientações. Proteja-se e proteja os outros. (Fonte: Adaptado da DGS)

CHMT abre candidaturas espontâneas para Assistentes Operacionais e Enfermeiro(a) O Centro Hospitalar do Médio Tejo, EPE, abriu a possibilidade de candidaturas espontâneas para Enfermeiro(a)s e Assistentes Operacionais. Os interessados deverão enviar a sua candidatura através do endereço de mail: recrutamento@ chmt.min-saude.pt. Pretende-se com esta medida reforçar os recursos humanos do Centro Hospitalar do Médio Tejo, EPE, para garantir o reforço de toda a sua atividade assistencial. Os candidatos para a categoria profissional de Assistentes Operacionais deverão possuir habilitações ao nível do 9.º ano, à exceção dos candidatos cujo 12.º ano seja a escolaridade obrigatória (candidatos nascidos a partir de 01-01-1995). As candidaturas para assistentes operacionais deverão ser formalizada mediante apresentação dos seguintes documentos: a) Curriculum Vitae; b) Diploma/Certificado de Habilitações Literárias ao nível do 9.º ano, à exceção dos candidatos cujo 12.º ano seja a escolaridade obrigatória (candidatos nascidos a partir de 01-01-1995). Para a categoria de Enfermeiro serão admitidos os que candidatos que cumpram cumulativamente os seguintes critérios: - Licenciatura em Enfermagem; - Cédula Profissional emitida pela Ordem dos Enfermeiros ou documento comprovativo de inscrição na referida Ordem, onde conste o número de membro e data de validade. A candidatura deverá ser formalizada mediante apresentação dos seguintes documentos: a) Curriculum Vitae; b) Diploma/ Certificado de Licenciatura em Enfermagem, onde conste classificação final atribuída; a) Cédula Profissional. Tendo em consideração o cenário de Pandemia por SarsCov-2\COVID-19 e enquanto se mantiverem as normas excecionais e restritivas relativas ao Plano de Contingência, os candidatos serão avaliados e selecionados unicamente através de avaliação curricular.


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