Jornal de Abrantes - fevereiro 2022

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/ Abrantes / Constância / Mação / Sardoal / Vila Nova da Barquinha / Vila de Rei

CONHEÇA OS DEPUTADOS ELEITOS EM SANTARÉM PARA A AR Pág. 15

DAVID ALVES FAZ DE ABRANTES CENÁRIO DE CINEMA

Proteja-se do frio... Térmicas

PROMOÇÕES DE -20% A -50% (de 1 de janeiro a 28 de fevereiro)

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/ Diretora Patrícia Seixas FEVEREIRO 2022 / Edição nº 5612 Mensal / ANO 121

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/ Hélio Madeiras

CHUVA precisa-se!

A seca é uma realidade no país. Na região, os agricultores começam a ficar inquietos e as imagens de certas zonas do Castelo de Bode são chocantes. Se não chover, é provável que comecem as procissões a pedir água divina ao S. Pedro.

ENTREVISTA

Fernando Moleirinho é o novo Provedor da SCM de Sardoal

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Grupo

uma nova forma de comunicar. ligados por natureza. 241 360 170 . geral@mediaon.com.pt www.mediaon.com.pt

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/ JORNAL DE ABRANTES

121 ANOS

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A ABRIR / EDITORIAL /

/ Patrícia Seixas

Igreja Matriz de Atalaia está renovada

/ DIRETORA

Entramos em fevereiro com um novo panorama político a nível nacional. O PS conquistou uma maioria absoluta na Assembleia da República e a esquerda mais radical foi “pulverizada” do parlamento. O PSD não cumpriu o objetivo a que se propôs mas há novos vencedores à direita no Parlamento. Iniciativa Liberal e, principalmente, o CHEGA acabaram por dominar as atenções da noite eleitoral ao conquistarem oito e doze deputados, respetivamente. O CDS foi “varrido” e o PAN já conheceu dias melhores. No distrito de Santarém a situação foi idêntica. BE e CDU “desapareceram” do mapa, o PS reforçou a maioria, elegendo cinco deputados, o PSD manteve os três que já tinha e o CHEGA elege um deputado pela primeira vez no distrito. A análise política fica para os especialistas. Por falar em eleições, no concelho de Abrantes ainda vamos ter mais campanha. É que já foram marcadas as eleições para a União de Freguesias de Alvega e Concavada. O ato eleitoral intercalar vai realizar-se no dia 27 de março. Continuando a falar da realidade do país e da região, mas noutro sector, a verdade é que não chove. Estamos em fevereiro e não se prevê que a chuva caia tão cedo nem em abundância. Como resultado, assistimos já ao deflagrar de grandes incêndios e à falta de água nas barragens. O Castelo de Bode não é exceção e os baixos níveis de água na albufeira deixaram já à mostra antigas habitações, hortas, poços e outras infraestruturas que ficaram submersas. Na aldeia de Matagosa, no concelho de Abrantes, o leito do braço da albufeira é só isso mesmo. Um leito seco. As imagens transportamnos para outras latitudes onde sabemos que a seca é mortal. Aqui ainda não chegamos a esse cenário mas as preocupações são agora mais que muitas. Autarcas, empresários, agricultores... sobre todos pesa as consequências desta situação. A Antena Livre comemorou no passado dia 21 de janeiro 41 anos de emissões contínuas. Para comemorar a data, Isilda Jana transformou em livro a rubrica que tem na rádio há mais de 10 anos. O “Estórias da Nossa História” já anda por aí e dános a conhecer a realidade de outros tempos em pequenos relatos divertidos. Para já, pode ler aqui como foi a apresentação. Boas leituras.

ja / JORNAL DE ABRANTES

O Monumento Nacional do concelho de Vila Nova da Barquinha, a Igreja Matriz de Atalaia, ganhou um novo visual depois concluídas as obras de intervenção iniciadas em maio de 2021. A requalificação estrutural do interior, a instalação elétrica do exterior e interior (com o objetivo de aumentar a eficiência energética), assim como a reabilitação dos pavimentos do adro, foram as principais intervenções da empreitada. A operação confere ao edifício um reforço estrutural e um embelezamento que é agora bem visível. Com um custo de cerca de 370 mil euros, a obra foi cofinanciada a 85% pelos fundos comunitários, no âmbito do investimento na conservação, proteção, promoção e desenvolvimento do património históricocultural de elevado interesse turístico. Em breve será implementado um programa de promoção do monumento, com atividades culturais e de visitação.

PERFIL /

/ Naturalidade / Residência: Tramagal / Abrantes / Qual é o seu maior medo? O futuro, o futuro da minha filha. Espero que este país lhe dê condições dignas para que prossiga os estudos e, posteriormente, oportunidades para conseguir estabilidade profissional.

/ Luís Lobato, 49 anos / Vigilante

/ Que pessoa viva mais admira? A minha esposa, uma grande mulher, mãe, amiga, companheira, admiro-a por tudo e por nada. / Onde e quando foi mais feliz? Coimbra 20 de Julho de 2007 dia do nascimento da minha filha. / Que talento mais gostaria de ter? Eu adoro música e gostaria muito de saber tocar viola e piano. / Se pudesse mudar uma característica em si, o que seria? A teimosia, não me custa rigorosamente nada admitir que sou muito teimoso.

/ Se soubesse que morria amanhã, o que faria hoje? Simples, juntamente com a minha família ia ver o pôr do sol na Praia da Formosa (Santa Cruz) de seguida íamos jantar ao Mercado Saloio e voltava para casa muito feliz. Amanhã era outro dia ... / O que mais valoriza nos seus amigos? Acima de tudo a honestidade e a transparência. / Quem são os seus artistas favoritos? A música é minha companheira, principalmente a portuguesa, podia dizer mil nomes, mas ficome por Jorge Palma, João Pedro Pais, Márcia, Tiago Bettencourt, Pedro Abrunhosa…e além fronteiras os Waterboys, Simple Minds, The Cure... / Quem é o seu herói da ficção? O aventureiro Tom Sawyer.

/ Com que figura história mais se identifica? Não me identifico com nenhum em especial. / Quem são os seus heróis da vida real? Sem dúvida os profissionais de saúde e os bombeiros, os primeiros pelo excelente trabalho e sacrifícios que fizeram e fazem continuamente durante esta pandemia que teima em continuar e os segundos principalmente pelo combate aos incêndios que todos os anos assolam o país. / Onde gostaria mais de viver? Gostaria de viver onde passo férias, Praia de Santa Cruz, e passar férias onde moro, Abrantes. / Se fosse presidente de Câmara, o que faria? Penso que a cultura no concelho de Abrantes está em défice. É urgente a abertura do São Pedro e trazer de volta os espetáculos à agenda cultural. Os artistas já têm saudades de Abrantes, do concelho e das suas gentes.

FICHA TÉCNICA Direção Geral/Departamento Financeiro Luís Nuno Ablú Dias, 241 360 170, luisabludias@mediaon.com.pt. Diretora Patrícia Seixas (CP.4089 A), patriciaseixas@mediaon.com.pt Telem: 962 109 924 Redação Jerónimo Belo Jorge (CP.7524 A), jeronimobelojorge@mediaon.com.pt, Telem: 962 108 759. Colaboradores Berta Silva Lopes, Leonel Mourato, Paula Gil, Paulo Delgado, Taras Dudnyk, Teresa Aparício. Cronistas Alves Jana e Nuno Alves. Departamento Comercial. comercial@mediaon.com.pt. Design gráfico e paginação João Pereira. Sede do Impressor Unipress Centro Gráfico, Lda. Travessa Anselmo Braancamp 220, 4410-359 Arcozelo Vila Nova de Gaia. Contactos 241 360 170 | 962 108 759 | 962 109 924. geral@mediaon.com.pt. Sede do editor e sede da redação Av. General Humberto Delgado Edf. Mira Rio, Apartado 65, 2204-909 Abrantes. Editora e proprietária Media On - Comunicação Social, Lda., Capital Social: 50.000 euros, Nº Contribuinte: 505 500 094. Av. General Humberto Delgado Edf. Mira Rio, Apartado 65, 2204-909 Abrantes. Detentores do capital social Luís Nuno Ablú Dias 70% e Susana Leonor Rodrigues André Ablú Dias 30%. Gerência Luís Nuno Ablú Dias. Tiragem 15.000 exemplares. Distribuição gratuita Dep. Legal 219397/04 Nº Registo ERC 100783. Estatuto do Jornal de Abrantes disponível em jornaldeabrantes.sapo.pt RECEBA COMODAMENTE O JORNAL DE ABRANTES EM SUA CASA POR APENAS 10 EUROS (CUSTOS DE ENVIO) IBAN: PT50003600599910009326567. Membro de:

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JORNAL DE ABRANTES / Fevereiro 2022


ENTREVISTA /

“Foram-se os anéis, ficámos com os dedos e agora não sabemos o que fazer com eles” // Fernando Moleirinho, aos 77 anos, tomou posse no dia 15 de janeiro como Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Sardoal. A eleição teve lugar no dia 18 de dezembro e a única lista que se propôs a eleições obteve 56 votos dos 63 Irmãos votantes, havendo ainda a contagem de seis votos em branco e um voto nulo. Fernando Moleirinho, que passou pela direção de quase todas as instituições do concelho e foi presidente da Câmara durante 20 anos, substitui no cargo Anacleto Batista. Entrevista por Patrícia Seixas

O que o levou a fazer lista para a Direção da Santa Casa?

Se tivesse sido há uns 10 ou 15 anos, eu viria para aqui com outro espírito porque entendia que ainda tinha muito para dar a esta instituição. O espírito que me animava nessa altura não é o mesmo de agora. Agora é uma tentativa de recuperar esta casa. Procurei rodear-me de pessoas com quem já trabalhei, em quem tenho absoluta confiança nas qualidade de trabalho e inteligência. É que eu fui criado aqui. Quando isto ainda era um hospital, eu morava aqui a 100 metros e trabalhava cá um enfermeiro que tinha um filho da minha idade com quem eu brincava. Já rapazote vinha para aqui ajudar quando eram as festas porque assim eu podia dançar de borla. Na altura tínhamos que pagar 10 escudos e eu não tinha esse dinheiro. Mas era a Santa Casa e havia uma união muito grande de todos os sardoalenses. É esse espírito que eu gostava de recuperar. Naquela altura, quando era para dar à Misericórdia, as pessoas davam com alegria, com gosto e vinham trabalhar. Havia uma adesão muito grande até porque as pessoas reconheciam os méritos do hospital que trabalhava para a comunidade. Tudo isto me animou mas, muito sinceramente, se estas pessoas não aceitassem vir comigo, eu também não tinha vindo. Mas ainda temos outro problema. É que antes, ser Irmão desta instituição era complicado. As pessoas até faziam a sua inscrição mas não eram admitidas. Saber que havia gente interessada também me deixou animado e um dos primeiros atos desta Mesa Administrativa foi despachar 27 processos que estavam aí. Agora há 200 ou 300 Irmãos mas a maioria são pessoas que não residem cá. Só cá vinham quando era para votar ou quando eram convocadas as tropas. Estavam todos ligados a um determinado tipo de famílias. Isto

tornou-se quase um clube privado de acesso limitado. Também temos que tomar medidas quanto a isso. Isto vai contra tudo o que é o espírito de uma Santa Casa da Misericórdia, especialmente esta. Foi tudo isto que me tirou do meu sossego e da vida que já tinha para voltar a cumprir horários.

É, portanto, um espírito de missão...

Absolutamente. Estou com espírito de missão, de servir esta instituição e, acima de tudo, servir o Sardoal, que foi o que sempre procurei fazer.

A Santa Casa da Misericórdia de Sardoal ainda tem muito património?

Sim, tem. O que acontece é que o património que a Misericórdia tem, em termos de valor e em termos comerciais, vale pouco. É um património que se baseia essencialmente em propriedades agrícolas, que estão a render muito pouco, e património urbano que são casas bastante degradadas em que algumas delas, dadas são caras. Daí termos que pensar noutras fontes de financiamento e noutras soluções que não estamos neste momento a vislumbrar. É que todo o país atravessa uma crise bastante profunda a este nível.

Mas já teve muito…

Esta instituição era, muito provavelmente, uma das mais ricas da Diocese de Portalegre – Castelo Branco. Acontece que, neste momento, será

das mais pobres. O património que lhe dava essa força e credibilidade foi, em poucos anos, desbaratado de uma forma que não deveria ser. Quando, numa instituição como esta, se pensa em vender ou alienar parte do património, deveríamos ter sempre em mente que o dinheiro que se iria fazer deveria ser sempre rentabilizado numa outra coisa qualquer que tornasse mais fácil o lucro. Mas isso não aconteceu.

Vendeu-se para “tapar buracos”?

Exatamente. O problema é que os buracos que foram tapados, agora estão todos a descoberto outra vez. E uma vez perguntei ao senhor Provedor de então o que é que fazíamos aos dedos depois de vendermos os anéis. É que se vendermos no setor produtivo, tudo bem apesar de poder falhar (é sempre um risco), agora se vendermos para pagar salários, alguma coisa está mal. Um trabalhador, nesta instituição ou noutra empresa qualquer, não pode estar à espera que vendam património para lhe pagar o salário. Ele produziu para que o salário lhe seja pago. E isso não aconteceu aqui. Alienaram património para pagar salários e, neste momento, esta instituição, que poderia ser um local onde se pudesse respirar, isso não acontece. Passamos os dias a fazer contas porque o vencimento de um funcionário, para mim, é sagrado. Ainda para mais neste tipo de trabalho em que as pessoas não podem andar desmotivadas.

Ainda há muita gente a doar património à Santa Casa?

As duas últimas doações de que eu tive conhecimento, são prédios que estão em ruínas. Neste caso, é bom que os vendamos porque não temos dinheiro para os recuperar. Temos que os alienar rapidamente, antes que se degradem mais, e esperamos que quem os possa comprar sejam pessoas ou empresas que possam ali investir até porque ficam mesmo na avenida principal da vila. Neste momento já nem estamos a vender o prédio, propriamente dito, mas sim a localização.

Já disse que é uma casa que conhece bem. Como encontrou o ambiente dentro da instituição?

A primeira coisa que fiz enquanto Provedor foi reunir com o pessoal. Por parte dos utentes, a maioria deles conhece-me bem, e senti sempre que havia alegria. No dia da votação, e isto é curioso, uma utente veio à janela e do lado de dentro disse-me: «Estamos todos aqui a rezar por si». Isto é muito gratificante. São pessoas que me conhecem, eu fui professor dos filhos deles, e tenho uma ligação afetiva muito grande com todos. Com os trabalhadores, acima de tudo, procurei ser honesto com eles. Eles também me conhecem e sabem que não lhes vou mentir. Quero que eles sintam a instituição e conheçam os problemas. A partir daqui, penso que podemos todos ter uma boa relação. A minha intenção é não olhar para o passado mas ainda não podemos começar

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ENTREVISTA / Também espero que os benfeitores comecem a aparecer porque esta instituição vive disso. Vive do trabalho das pessoas que ainda são válidas e depende também das dádivas que as pessoas possam entregar aqui. É nesse aspeto que vamos trabalhar e apostar.

Havia problemas com a Segurança Social. Estão sanados?

do zero porque ainda estamos abaixo de zero. O objetivo é chegar ao zero para poder começar a delinear alguns projetos (alguns já os temos) e ações que não sejam muito onerosas mas com que a instituição possa lucrar.

Como viu os últimos tempos, algo conturbados, vividos na Santa Casa?

Eu era Irmão, nunca estive muito afastado. E era Irmão de corpo e alma. E ainda recentemente disse ao anterior Provedor que, quando vinha para as reuniões e dava a minha opinião, e muitas vezes me opunha a algumas situações, era porque entendia que havia melhores soluções. Nunca fui ouvido e fui considerado uma persona non grata porque ia refilar para as reuniões. A minha intenção nunca foi atacar A, B ou C mas sim quem estava a desempenhar um cargo que eu achava que não o estava a fazer bem. Mas fui acusado de tudo e mais alguma coisa. E muitas vezes sabíamos o que acontecia em conversas no café. Nem os funcionários estavam autorizados a falar connosco. Tinham medo, sentiam-se vigiados e tinham medo porque, se fossem apanhados a falar para mim, provavelmente sofreriam represálias. Agora não. O que eu lhes peço é para estarem atentos a estas pessoas que estão aqui e dependem de nós e precisam de nós para serem felizes. Essa é a nossa obrigação. E só podemos fazer alguém feliz se nós próprios estivermos bem. Principalmente numa casa destas. Em muitos sítios estas instituições são entendidas como a antecâmara da morte ou o último passo da nossa vida. Eu não quero que isso seja encarado assim. Gostava que as pessoas viessem para aqui porque em casa não têm as condições devidas. Entendo que mesmo que a pessoa esteja numa instituição destas, tem que ter qualidade de vida. E é essa qualidade de vida que eu tenho que lhes dar. É nisso que vamos apostar e foi isso que pedi aos trabalhadores.

Este é um mandato para cumprir até 2023. Dá tempo para voltar a colocar ordem na casa? Não sei. Uma das coisas que pode-

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JORNAL DE ABRANTES / Fevereiro 2022

“Espero não sentir a necessidade de continuar” “Isto tornou-se quase um clube privado de acesso limitado” mos não conseguir é pôr a carruagem direitinha mas eu queria ver se, pelo menos, ela ficava apontada.

Pensa que se poderá prolongar no cargo de Provedor para além desta data?

Não, este é para terminar. Em 2023 há eleições outra vez e é minha intenção dar o meu mandato por terminado. Espero não sentir a necessidade de continuar. Numa comissão, porque criar comissões de Irmãos é um dos objetivos, talvez possa dar o meu contributo. Até porque nos devemos manter no ativo até podermos. O meu pai morreu com 100 anos e ele tinha esse espírito. E como me diz o meu irmão, que é mais velho do que eu, «não me falem da idade porque eu não a sinto, portanto, vamos andando».

Terminado o seu mandato em 2023, acredita que se perfile alguém com as características certas para assumir este cargo?

Penso que sim e tenho essa esperança. As admissões de Irmãos tendem a apontar para pessoas mais novas, pessoas com vida. Nesse aspeto, começam a estar criadas as condições para que as pessoas possam continuar e, acima de tudo, melhorar e engrandecer outra vez esta instituição, que bem precisa.

Mas sente que já mais interesse em torno da Santa Casa?

Creio que sim. Se há esta nova vaga de Irmãos é porque as pessoas acreditam. E antes já não acreditavam.

Não sei. Mas sabe, chegar a uma casa como esta e constatar que todo o dinheiro que havia para investir, para pagar salários, foi gasto de uma forma estúpida sem uma explicação correta e sem acautelar o mês seguinte... é muito complicado. Deu-me a sensação que quem largou os cargos pensou «hás-de ficar aqui sem nada e desenrasca-te». Mas isto não é assim porque a instituição é que paga. Existem dívidas à Segurança Social que me preocupam e temos que tentar ultrapassar isso o mais rápido possível. Dia 5 de fevereiro haverá uma Assembleia Geral Extraordinária exatamente para debater isso. Vamos ter que alienar algum património para que possamos regularizar, em parte, essa situação bem como com trabalhadores e fornecedores. Há aqui tanta coisa... não imagina. Quando eu começo a pedir papéis para ver o que se deve a este e ao outro, começamos a somar e é tudo para cima de milhares de euros. É muito complicado... uma instituição como esta com uma dívida de centenas de milhares de euros... começo a pensar sobre o que é que eu estou aqui a fazer. Esta instituição devia respirar saúde financeira para que as pessoas sintam que podem receber alguma coisa. Nós temos muitos projetos mas esbarramos sempre no mesmo problema: «senhor Provedor, não há dinheiro».

Até 2023, e perante este cenário, não vai desmotivar?

Desmotivar não vou de certeza porque sempre lutei. Há coisas muito curiosas. É que me faltava este cargo. Fui vice-provedor durante três meses. Era professor e fui convidado a integrar uma Mesa Administrativa em que eu acreditava. Um dia, numa reunião, o Provedor chega de Lisboa com um projeto para o qual já tinha empreiteiros e tudo certo e que era para começar. Eu não concordava com a localização do projeto, que é o imóvel onde estamos, o Lar, pois a Santa Casa tem uma propriedade à saída do Sardoal que é a Baía. A Baía tem sete hectares, com uma frente de aproximadamente 200 metros com estrada. É uma propriedade linda. Uma vez ainda se falou nisso mas vender a Baía era acabar com todos os sonhos, com todas as perspetiva de futuro desta instituição. É ali que a Santa Casa pode crescer. O Lar tinha custado menos e tinha outra perspetiva de amplitude. Aqui não, ficou encafuado. Tentaram fazer ali o Centro do Dia, fizeram, mas não está acabado. Aqui as obras começaram todas mas nenhuma está acabada. Temos os meninos todos nos braços. Voltando ao início e à reunião, houve uma série de Irmãos que alinharam comigo e não concordaram com o dito projeto. É que havia aqui um Teatro Gil Vicente, velhinho, mas havia. Ao demoli-lo ficámos sem nada. E es-

tivemos muito anos sem nada até que um presidente de Câmara conseguiu fazer aquele que está ali em baixo (como dizia o meu pai: «é a obra do regime», diz entre risos). Como resultado, demiti-me de vice-Provedor e depois fui expulso de Irmão. Juntamente comigo, o pároco, o médico e todos os que não concordaram, foram expulsos da Irmandade. Isto não é a forma de governar uma casa. Mas de todas as instituições por onde passei, faltava esta, faltava ser Provedor. Passei por todas as instituições e, curiosamente, nunca estive numa em que pudesse dizer que havia dinheiro para governar a casa. Foi assim no Grupo Desportivos “Os Lagartos”, na Filarmónica União Sardoalense, na Casa do Povo...

Atualmente, a Santa Casa da Misericórdia contempla um Lar de Idosos, Centro de Dia e Apoio Domiciliário...

Sim. No Apoio Domiciliário é nossa intenção criar «o Lar em casa». Ou seja, e isto é algo que me anima já há muito tempo, nós entendemos que a pessoa não precisa de sair da sua casa para ter apoio. Atualmente, o serviço domiciliário vai levar a refeição e a pessoa ali fica. Mas nós temos uma solução para quem não gosta do conceito do Lar. Para que a pessoa não se sinta tão só, a ideia é a funcionária que chega de manhã, ajuda o utente a levantar-se, a fazer a higiene e a dar-lhe o pequeno-almoço. Depois vem embora. Ao meio-dia, para além de lhe levar o almoço, acompanha o utente durante a refeição, arruma a cozinha. À tarde, se a pessoa quiser, pode vir fazer Centro de Dia. À tardinha, o funcionário da Misericórdia volta lá para o jantar, se a utente quiser, deita-o, e nesta fase de ficar sozinho durante a noite, que é muito complicado, a ideia é (e eu não sei se isto é possível mas acredito que seja) instalar uma câmara no quarto, com a autorização da pessoa. Se houver uma queda, se se sentir mal, haverá alguém deste lado a controlar e se houver algum problema, vai imediatamente um carro da instituição ver o que se passa e prestar socorro. Isto dá-lhes segurança, sentem-se acompanhados e até mesmo em termos de assaltos. Este é um sonho que temos aqui. Mas primeiro temos que combater a descrença que há em relação à Misericórdia no seio da população e depois é preciso que haja uma pessoa que não se importe de ser cobaia. Penso que é algo que poderemos fazer e que nem tem muitos custos. Outro projeto é dinamizar o Convento de São Francisco, onde era o antigo hospital, para rentabilizar aquilo que temos sem gastar muito dinheiro. Se conseguirmos luz verde da Segurança Social para avançar, penso que damos um grande passo para a solução do problema.

Quantas pessoas estão envolvidas nesta instituição?

Em todas as valências, são cerca de 90 utentes e 80 funcionários. Na Mesa Administrativa somos cinco e mais oito suplentes que também têm de trabalhar, incluindo os elementos da Assembleia Geral e do Conselho Fiscal. Todos têm que estar por aqui.


REGIÃO / Abrantes Vandalismo no Jardim do Castelo // A manhã de sábado, 22 de janeiro, causou surpresa e consternação a quem passeou pelo Jardim do Castelo. Na noite de sexta-feira para sábado o espaço foi atacado por vandalismo puro. Alguns munícipes contactaram de imediato com as autoridades e com os autarcas. A destruição das portas das casas de banho e o esvaziamento propositado dos tanques ou espaços de água do jardim provocaram a morte de vários peixes. Bruno Tomás, presidente da União de Freguesias de Abrantes e Alferrarede, que tem a responsabilidade da manutenção da zona envolvente ao Castelo, que inclui o Jardim, soube, logo nessa manhã, da ocorrência, tendo sido alertado por um cidadão que passa por ali nas caminhadas matinais. O autarca disse à Antena Livre que a Junta de Freguesia avançou de imediato para a reparação dos prejuízos, um trabalho que continuou na manhã da segunda-feira, dia 24. Bruno Tomás revelou que já não é a primeira vez que ocorrem estes episódios de vandalismo. “Já tivemos portas partidas, já roubaram as louças dos sanitários. Frequentemente roubam flores, quando os jardineiros as plantam”, explicou o presidente da Junta de Freguesia. Neste momento ainda não foram contabilizados os prejuízos resultantes desta noite de vandalismo, mas está a ser feito esse levantamento.

E Bruno Tomás vai mais longe e revela que tem que se começar a equacionar a utilização de vigilância por vídeo nalguns locais. E aponta a espaços públicos e ao centro histórico da cidade como locais onde o recurso da colocação e utilização das câmaras de vídeo poderia ser uma mais-valia para evitar estas situações. Bruno Tomás indica que é um processo muito complicado, do ponto de vista legal, mas que deveria ser iniciado. E acrescentou que o presidente da Câmara de Abrantes é sensível a esta possibilidade como forma de fazer diminuir a criminalidade. O Jardim do Castelo foi alvo de um ataque de vândalos que esvaziaram os lagos artificiais o que provocou a morte a alguns peixes. Os funcionários da Junta de Freguesia conseguiram reparar os estragos no sábado e na manhã desta segunda-feira. Já o autarca lamentou que haja pessoas que tenham “disponibilidade” para este tipo de ações. Já o presidente da Câmara Municipal de Abrantes, em declarações ao Jornal de Abrantes, lamentou estas atitudes num espaço que é um dos cartões de visita da cidade. “Isto não faz sentido”, disse o autarca revelan-

do que a PSP já está a trabalhar no sentido de identificar os autores dos atos de vandalismo. À margem, Manuel Jorge Valamatos revelou que já iniciou um processo com a polícia, com o comando distrital, para equacionar a possibilidade de se avançar com a videovigilância nalguns locais da cidade. “Neste momento o que queremos é que a PSP possa desenvolver ações mais específicas de controlo e de observação destes nossos espaços públicos”, explicou o autarca que acrescentou que, em conjunto, vão tentar encontrar formas de mitigar este tipo de atos. “Queremos ver se estes atos não se voltam a repetir”. No que diz respeito à vigilância com recurso a dispositivos de captação de imagem o presidente da Câmara de Abrantes notou a elevada complexidade legal para a sua implementação, mas vincou que já abriu uma linha de conversa com o comando distrital da polícia a este propósito. E não apenas para o Jardim do Castelo. Valamatos revelou haver outros locais em que a videovigilância viria trazer outros índices de segurança.

/ Foi um munícipe que registou o esvaziamento dos lagos que provocou a morte a vários peixes

Jerónimo Belo Jorge PUBLICIDADE

Fevereiro 2022 / JORNAL DE ABRANTES

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REGIÃO / Vila Nova da Barquinha

Protocolos aprovados na área da Educação com transferência de competências a gerar dúvidas no Executivo // Foram aprovados em reunião do Executivo da Câmara Municipal de Vila Nova da Barquinha, realizada a 12 de janeiro, três protocolos do Município na área da Educação. No entanto, um dos protocolos levou à questão da transferência de competências e o Executivo foi unânime nas dúvidas e na posição a tomar. Um dos protocolos aprovados pelo Executivo de Vila Nova da Barquinha foi com a Associação de Pais da Escola Ciência Viva. O protocolo prende-se com a “prestação de serviços vocacionados para atendimento à criança, proporcionando-lhes a oferta de atividades de animação socioeducativa, de acordo com as necessidades das famílias, bem como para o desenvolvimentos de atividades com os alunos”. O CAF - Componente de Apoio à Família funcionará desde as 7:45 às 18:30 horas e o Município compromete-se a atribuir um subsídio de quatro mil euros “para o desenvolvimento de atividades com os alunos do 1.º ciclo da Escola Ciência Viva, divididos em dez prestações mensais”. No que diz respeito ao apoio à AEC - Atividades de Enriquecimento Curricular de expressões, o apoio é de 5500 euros, divididos em dez prestações e mais cinco mil euros, divididos em 11 meses, para apoiar na vigilância entre intervalos e hora de almoço. É ainda comparticipado cada ATL com 50 euros/ mês por aluno subsidiado (escalão A e B) e pagamento da refeição dos alunos subsidiados escalão A e 50% dos alunos de escalão B. Já com o CIEC - Centro Integrado de Educação e Ciências, o protocolo visa apoiar no “desenvolvimento e coordenação das AEC, sob o tema aglutinador «Barquinha Sustentável com Arte & Ciência, de segunda a sexta-feira, das 16:15 às 17:15 horas; coadjuvar os professores titulares do 1.º CEB na dinamização das atividades de laboratório no âmbito do estudo do meio e na dinamização de tempos livres para as crianças do concelho durante o período de interrupção letiva”. O Município comparticipa com 27 mil euros no desenvolvimento e coordenação das AEC, com sete mil euros para a coadjuvação nas atividades dinamizadas no laboratório e mais cinco mil euros para a dinamização de atividades de ATL do jardim de infância. O total dos 39 mil euros será pago em tranches de 13 mil euros em fevereiro,

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/ Município assumiu competências na área da Educação mas tem dúvidas quanto aos valores abril e junho. Este protocolo vai vigorar até final do mês de junho de 2022 e é também financiado pelo Ministério da Educação. De referir que a Associação CIEC é composta pela Câmara Municipal de Vila Nova da Barquinha, Associação de pais, Agrupamento de Escolas e a Universidade de Aveiro.

As dúvidas na transferência de competências

Já no âmbito da delegação de competências na área da Educação, foi ainda aprovado o protocolo entre o Município de Vila Nova da Barquinha e o Agrupamento de Escolas. Neste caso, a transferência de verba é de 96 mil euros e assegura que seja competência do Agrupamento de Escolas as áreas de recursos humanos (não docentes), apoios e complementos educativos, edificado e investimento, fornecimento de serviços externos e financiamento. Este protocolo foi

JORNAL DE ABRANTES / Fevereiro 2022

atualizado, depois de se perceber que as verbas anteriormente contratualizadas “não eram suficientes”, conforme explicou a vereadora com o pelouro da Educação, Paula Pontes. O novo protocolo é baseado “na média mensal que neste momento é de dois mil euros”. O protocolo vigora até agosto, “final do ano letivo e em setembro faremos as contas da relação que for apresentada até agosto e procederemos aos respetivo ajuste”. O presidente da Câmara explicou que, “por força da descentralização de competências, passámos a ter todas as competências que eram do Ministério da Educação, à exceção do pagamento dos professores porque dos técnicos superiores já pagamos, nomeadamente dos psicólogos que já fazem parte desta Câmara Municipal desde 2009”. Ou seja, “agora é tudo como toners, luz, água, telefones...” Fernando Freire referiu que

“Presumo que, nomeadamente na Educação, estamos a subsidiar bastante a Administração Central”

“há uma compensação dos custos (...) mas estas questões têm todas que ser bem monitorizadas no sentido de sabermos o que é que, de facto, estamos a pagar e o que é que ganhamos ou perdemos em termos de descentralização de competências. As coisas têm que ser clarinhas para as percebermos”. O autarca afirmou mesmo que “presumo que, nomeadamente

na Educação, estamos a subsidiar bastante a Administração Central”. “É uma presunção que eu tenho mas não andarei muito longe da verdade”, revelou Fernando Freire. O presidente da Câmara assumiu a preocupação com as despesas que anteriormente eram do Ministério da Educação e afirmou que “se isto dispara os custos, vamos ter aqui um problema complicado em termos financeiros”. A Câmara Municipal de Vila Nova da Barquinha vai ainda assumir a transferência de competências nas áreas da Saúde e da Ação Social a partir de abril e Fernando Freire já antecipa dificuldades no que à área da Saúde diz respeito. O autarca falou de “um processo bem complicado” (...) “porque a ver pelos mapas que nos enviaram, aquilo não dá para pagar a descentralização de competências e vamos ter que tomar uma medida política. Até porque foi para isso que fomos eleitos. Temos que dizer que não concordamos com aquilo”. A vereadora Paula Gomes da Silva, eleita pelo PSD, disse concordar com a posição do presidente da Câmara e acrescentou que “o ónus não pode cair sempre nas Câmaras Municipais. As responsabilidades e os custos associados têm que ter uma gestão efetiva, não podem sobrecarregar as câmaras como está a acontecer”. A vereadora social-democrata chamou ainda a atenção para esta descentralização de competências e pediu “cuidado”, afirmando que “isto não é um saco aberto”. Paula Gomes da Silva acrescentou que “o me parece que está a acontecer é que nós apresentamos faturas a é sempre mais. Depois pedimos o duodécimo... não pode ser assim. Nós temos é que controlar, e o senhor diretor do Agrupamento tem que ter pulso forte, e reduzir despesas”. Fernando Freire concordou e disse ainda que tem que se fazer uma boa gestão e ir utilizando tudo o que já há em stock no armazém. Patrícia Seixas


REGIÃO / Abrantes // CENTRAL DO PEGO

Concurso público terminou e há seis propostas // Foi a 17 de janeiro, tal como estava previsto, que terminou o prazo do concurso público para a entrega de propostas concorrentes ao Ponto de Injeção na Rede Elétrica de Serviço Público (RESP) do Pego. Foram entregues seis propostas. Dia 7 de fevereiro é conhecido o relatório preliminar. De acordo com o Ministério do Ambiente e Ação Climática (MAAC) apresentaram-se a concurso propostas das empresas Tejo Energia SA, EDPR SGPS, GreenVolt (do grupo Altri), Endesa SA, Brookfield Ltd & Bondalti SA (Grupo José de Mello Capital) e Voltalia SA (empresa de capitais franceses). Ainda de acordo com uma informação do MAAC segue-se agora o processo de análise e avaliação, que culmina com relatório preliminar do júri a publicar no sítio da Internet da Direção Geral de Energia e Geologia a 7 de fevereiro, ou seja, 15 dias úteis após prazo de apresentação das candidaturas; “ponderação, pelo júri, das observações formuladas pelos concorrentes e elaboração de relatório final de análise das propostas até 21 de fevereiro e notificação, a realizar pela DGEG ao adjudicatário, do direito de reserva de capacidade de injeção na RESP até 25 de fevereiro.” De notar que o Município de Abrantes, a Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo e a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo fazem parte, entre outras entidades, da Comissão de Avaliação que apreciou os projetos submetidos ao concurso para o Ponto de Injeção do Pego. Para este júri o Município de Abrantes indicou Ricardo Aparício, á data chefe da Divisão de Desenvolvimento Económico da autarquia, e por parte da Comunidade Intermunicipal, Miguel Pombeiro, secretário executivo. Aliás, Manuel Jorge Valamatos, presidente da Câmara Municipal de Abrantes referiu na reunião do executivo de 25 de janeiro, que aguarda com expetativa este processo assim como o Fundo para a Transição Justa que tem por esta altura a abertura do aviso para apresentação das propostas de empresas que pretendam fazer investimentos em Abrantes e no Médio Tejo.

Quanto ao concurso do Ponto de Injeção na Rede do Pego o MAAC explica que, “tem como objeto a adjudicação de um projeto exclusivamente focado na produção de energia de fontes renováveis e na redução de emissões de gases com efeito de estufa. O projeto pode assumir várias formas: produção de eletricidade renovável, produção de gases renováveis, produção de combustíveis avançados e/ou sintéticos (ou um mix destes), sendo ainda valorizada a inclusão de soluções de armazenamento de energia.” De acordo com o programa do concurso “serão privilegiadas propostas que se distingam ao nível da criação de valor económico para a região, partilhem eletricidade renovável produzida com o Município de Abrantes, financiem programas de formação e reconversão profissional, a manutenção dos postos de trabalho existentes e que impliquem um menor hiato temporal entre o término

da atividade da Central a carvão e o novo projeto. O adjudicatário terá ainda de fixar a sua sede social no concelho de Abrantes e operacionalizar uma zona piloto destinada às novas tecnologias de Investigação e Desenvolvimento (I&D) de energias renováveis.” O fim da produção de energia a carvão da central termoelétrica da Tejo Energia estava oficialmente marcado para 30 de novembro de 2021, mas com o esgotamento dos ‘stocks’ de carvão na empresa, no dia 19 de novembro, a central já não foi reativada. O Governo iniciou um processo de concurso público para a atribuição do ponto de ligação à rede elétrica, que abriu o prazo para receção de candidaturas em 20 de setembro, tempo depois havido uma prorrogação do prazo até 17 de janeiro. A Central Termoelétrica do Pego é o maior centro produtor nacional de energia, com uma potência ins-

talada de 628 megawatts (MW) na central a carvão, e de 800 MW na central a gás, que prosseguirá em atividade, com contrato válido até 2035. O projeto da Greenvolt submetido ao concurso para a reconversão da central do Pego, Abrantes, prevê a construção de uma central fotovoltaica e a produção de hidrogénio verde, em parceria com a Haffner Energy, disse hoje a empresa. A EDP e a Endesa confirmaram ter apresentado propostas ao concurso público sem avançar mais detalhes, já a proposta da Tejo Energia prevê a produção de eletricidade a partir de biomassa, numa primeira fase, sendo complementado com energia solar fotovoltaica e eólica.

Associação ambientalista Zero alerta para perigos de transformar central do Pego em biomassa

Mesmo sem saber o resultado do concurso público, cujo relatório

preliminar será conhecido dia 7 de fevereiro, a associação ambientalista Zero alertou para as elevadas emissões de dióxido de carbono (CO2) das centrais de biomassa, considerando que, caso seja essa a finalidade da central do Pego, serão produzidas anualmente 600 mil toneladas de CO2. Queimar biomassa na central do Pego pode levar no local à produção de um por cento do CO2 de todo o país, diz a Zero em comunicado, defendendo que Portugal deve recorrer a fontes de energia renovável verdadeiramente sustentáveis. Para a Zero, a eventual conversão da central do Pego para biomassa “continua a ser motivo de grande preocupação”, porque irá agravar significativamente a falta de madeira, e porque vai levar a um aumento das emissões de gases com efeito de estufa. Nas contas da associação, se for produzida energia com “pellets torrificados” (com origem em resíduos vegetais recolhidos num raio de 60 quilómetros), para obter 512 gigawatts-hora de produção elétrica anual, serão precisas 260 mil toneladas de “pellets”, obtidas de 465 mil toneladas de biomassa vegetal, que exigem à volta de 15.000 viagens de camião. O recurso à biomassa, enfatiza a associação, não é, nem será de forma alguma, uma solução renovável para a produção de energia. No comunicado a associação deixa ainda outro alerta: “Espera-se que o Governo não se esqueça do que referiu em 2019, quando assumiu que vai inverter o sentido de marcha no que diz respeito à estratégia para a biomassa em Portugal, assim como tenha em consideração os compromissos com a Lei de Bases do Clima, recentemente aprovada na Assembleia da República, que é bem clara quanto à descarbonização do sistema eletroprodutor”. Jerónimo Belo Jorge /Lusa PUBLICIDADE

Fevereiro 2022 / JORNAL DE ABRANTES

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REGIÃO / Constância Caima investe 40 milhões tendo em vista a neutralidade carbónica A Caima, que produz fibras celulósicas para a indústria têxtil, vai investir 40 milhões de euros na construção de uma caldeira de biomassa e abandonar os combustíveis fósseis em todo o seu processo de produção. Num comunicado divulgado, a Caima, biorefinaria do grupo Altri, precisa que com este investimento pretende “garantir uma total autonomia energética de fontes exclusivamente renováveis, tornando-se desta forma na primeira empresa ibérica do seu setor a atingir este marco histórico”. “Este objetivo será materializado na concretização do projeto ‘Caima Go Green’ e prevê que a nova central a biomassa funcione em articulação com a central existente

da GreenVolt, substituindo - com aumento da capacidade - a caldeira a biomassa existente”, adianta a empresa. O investimento de 40 milhões de euros necessário para esta nova central, um dos maiores no interior do país, vai permitir à Caima ser a primeira fábrica de fibras celulósicas na Península Ibérica e uma das primeiras na Europa a funcionar sem recurso a combustíveis fósseis. A Caima prevê que a nova central esteja concluída até ao final de 2024, sujeito às aprovações regulamentares adequadas. A energia produzida nesta nova central a biomassa a partir de resíduos florestais permitirá responder à totalidade das necessidades de energia térmica da fábrica localizada em Constância, e em particular de novos projetos de inovação, tornando possível também a produção de especialidades de valor acrescentado. A nova central vai ainda aumentar a capacidade de produção de

Estratégia Local de Habitação aprovada por unanimidade Constância já tem a Estratégia Local de Habitação (ELH) aprovada pelo executivo municipal. Trata-se de um plano concelhio que permite conhecer as necessidades reais do concelho no que diz respeito às condições de habitabilidade, quer da habitação municipal, quer dos privados. Neste momento a ELH de Constância aponta a um investimento de 1 milhão e 200 mil euros. Naquilo que foi a estratégia apresentada pelo executivo socialista em reunião da Câmara 1 milhão vai ter a responsabilidade do Município e o restante destinado aos privados. Este documento não tem nada a ver com as áreas de reabilitação urbana, fez questão de explicar o presidente da Câmara Municipal, Sérgio Oliveira, que explicou que este documento revelou que existe uma procura de habitação no concelho, nomeadamente ao nível do arrendamento, mas a oferta é baixa. A ELH tem como base o financiamento de fundos comunitários, principalmente o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e aponta diretamente à reabilitação ou construção de habitação nova para pessoas que nesta altura têm necessidade de casa. Estão enquadrados nesta estratégia os cidadãos que já têm o pedido de casa feito na Câmara Municipal ou, por outro lado, que vivem em situações em que efetivamente as habitações não têm condições de habitabilidade ou de salubridade.

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“Não se pode banalizar as ARU”

Uma das explicações que Sérgio Oliveira prestou na reunião do executivo municipal foi que este programa não tem em linha de conta a construção nova para habitação social ou a custos controlados. Trata-se de um projeto que incide em habitação que já existe e que possa não ter as condições necessárias de habitabilidade. Aliás, tal como em todos os concelhos, os serviços sociais da autarquia percorreram todas as localidades a identificar as famílias que podem vir a beneficiar dos apoios para as intervenções nas suas habitações. O autarca indiciou que as situações de carências habitacionais detetadas são cerca de uma dezena. E indicou que as freguesias de Santa

JORNAL DE ABRANTES / Fevereiro 2022

Margarida da Coutada e Montalvo são as que têm mais famílias habilitadas a poder avançar com candidaturas ao programa do “1.º Direito – Programa de Apoio ao Acesso à Habitação”. Este programa “visa apoiar a promoção de soluções habitacionais para pessoas que vivem em condições habitacionais indignas e que não dispõem de capacidade financeira para suportar o custo do acesso a uma habitação adequada.” Neste caso terão de ser os proprietários a apresentar a candidatura e a conduzir todo o processo das obras para adequação da habitação às condições. Na reunião do executivo Sérgio Oliveira lamentou que os concelhos que estão mais longe dos grandes

centros e do litoral não tenham outro tipo de apoios nesta matéria. Defende que deveria existir um programa ou um apoio mais direto e objetivo para a recuperação do edificado devoluto. Se existisse este apoio poderia haver um mercado de arrendamento, ou de compra e venda, mais livre. Depois apontou aquilo que seria a necessidade para o seu território que seria a existência de um instrumento de apoio que possibilitasse à autarquia, de Constância e outras semelhantes, inverter uma situação que existe e que tem a ver com um parque habitacional com muitas habitações devolutas. E depois vincou que a freguesia de Santa Margarida da Coutada tem atualmente. Ou seja, se os proprietários não têm a capacidade financeira para essa recuperação, deveriam ser as autarquias a fazer esse trabalho para criar, ou aumentar, um cada vez mais necessário mercado de arrendamento. Na reunião do executivo municipal a vereadora eleita pela CDU, Manuela Arsénio, deixou um lamen-

energia elétrica, permitindo injetar mais energia verde na rede, adianta a empresa. A caldeira passará a funcionar sem recurso a combustíveis fósseis, promovendo-se a utilização de energias a partir de fontes renováveis, mas também a recolha e valorização de emissões gasosas industriais. José de Pina, CEO (presidente executivo) da Altri, diz que “este é um passo importante para a Caima, não só por permitir um reforço da produção de fibras celulósicas e de novos projetos de inovação, mas principalmente pela aposta feita numa unidade que passará a ser totalmente verde, gerando energia para toda a unidade, mas também para disponibilizar à rede”. “Este investimento vem sublinhar a estratégia de sustentabilidade da Altri, permitindo acelerar o cumprimento dos objetivos inscritos no ‘Compromisso 2030’ do Grupo”, defende José de Pina. to sobre esta matéria. Ou seja, que a legislação não permita às autarquias terem intervenção direta nas habitações devolutas ao abrigo deste programa de financiamento. Logo de seguida Manuela Arsénio questionou Sérgio Oliveira sobre as ARU (Áreas de Reabilitação Urbana). Manuela Arsénio quis saber se estes planos de Reabilitação Urbana não se poderiam enquadrar nesta Estratégia Local de Habitação. Sérgio Oliveira de Câmara clarificado que esse é um processo à parte e fora da ELH. Na sua justificação o presidente da Câmara disse que o grande benefício das ARU é ter impostos e taxas mais baixas. E depois referiu que as ARU foram criadas para locais específicos onde há habitação devoluta, onde há perca de população, onde há necessidade de aplicar, efetivamente, uma intervenção. E depois acrescentou que “não se pode banalizar as ARU”. E explicou que se forem generalizadas as ARU, os territórios que já têm dinâmica no mercado habitacional e que por si só atraem população, continuam a superiorizar-se aos territórios que têm mais constrangimentos. Não obstante sublinhar a necessidade de ser criada uma para a freguesia de Santa Margarida da Coutada. “Sabemos que, em termos populacionais, a freguesia que mais tem sofrido é a freguesia de Santa Margarida da Coutada. Sou sensível à questão da ARU, mas não pode banalizada. Se me perguntarem se é preciso criar uma ARU no concelho digo que há, na freguesia de Santa Margarida da Coutada.” O documento, aprovado por unanimidade, identificou no concelho uma dezena de agregados familiares com carências habitacionais. Jerónimo Belo Jorge


SOCIEDADE /

Gripe das Aves colocou Santa Margarida e Barquinha em alerta A Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) confirmou, a 14 de janeiro, que foi detetado um foco de infeção por vírus da gripe aviária numa instalação que detém aves de coleção em Constância, no distrito de Santarém. Em comunicado, emitido nesse dia, a DGAV adiantou que o caso foi detetado em animais domésticos na freguesia de Santa Margarida da Coutada. Trata-se de um território que se insere na zona de vigilância do foco primário detetado em finais de dezembro num aviário de perus em Vila Nova da Barquinha, município cujo território é contíguo ao de Constância. A Direção-Geral de Alimentação e Veterinária indicou ainda que as medidas de controlo do foco estavam já a ser implementadas de acordo com a legislação em vigor. Estas medidas passaram pela “inspeção aos locais onde foi detetada a doença e a eliminação dos

Qualquer pessoa que encontre uma ave morta deve contactar a DGAV

animais afetados, assim como a inspeção e notificação das explorações que detêm aves nas zonas de proteção, num raio de três quilómetros (km) em redor do foco, e na zona de vigilância num raio de 10 km”. Sérgio Oliveira, presidente da Câmara Municipal de Constância, e responsável pela Proteção Civil Municipal, em declarações, nesse

dia, à rádio Antena Livre apelou à calma das pessoas, nomeadamente de Santa Margarida da Coutada. E reforçou o pedido para as pessoas terem os cuidados com as suas aves de capoeira, por forma a evitar a proliferação deste vírus. A indicação do autarca foi que as cinco ou seis dezenas de aves de coleção onde foi detetado o foco na aldeia de Santa Margarida

tinham sido abatidas pelas autoridades. O pedido do presidente da Câmara de Constância e da DGAV na altura continua válido: qualquer pessoa que encontre uma ave morta deva contactar de imediato as autoridades, quer a DGAV ou, localmente, a Proteção Civil Municipal. Recorde-se que a 31 de dezembro tinha sido confirmado um foco numa exploração de perus, em Praia do Ribatejo, Vila Nova da Barquinha, sendo que a con-

firmação de hoje de aves mortas em Constância e da existência de novos casos de gripe aviária do subtipo H5N1 de alta patogenicidade em patos mudos, encontrados mortos no parque ribeirinho de Vila Nova da Barquinha em 11 de janeiro, não configuram novos focos da doença estando, antes, ligados ao foco já existente. Entretanto, a 11 de a deteção de um foco de H5N1 no Parque Ribeirinho de Vila Nova da Barquinha levou ao encerramento deste espaço ao público. O Município de Vila Nova da Barquinha informou, entretanto, que se procedeu à retirada dos animais para confinamento, com a realização de testes a toda a colónia, no Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária e que se procedeu à desinfeção do local. Desta forma, estando reunidas as condições de segurança, o Barquinha Parque reabriu ao público a 21 de janeiro. Jerónimo Belo Jorge PUBLICIDADE

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REGIÃO / Mação

Autarca denuncia “pressão óbvia” para concretizar transferência de competências // A transferência de competências para os municípios nunca foi matéria que o presidente da Câmara de Mação visse com bons olhos. Agora que o prazo de dia 1 de abril se aproxima, Vasco Estrela continua a ter muitas dúvidas e mesmo questionando as entidades responsáveis, permanece sem respostas ou, se as que há, são pouco ou nada esclarecedoras. O Município já foi contactado no sentido de marcar a data para a assinatura do protocolo mas o presidente maçaense informou que “não assinaria aquele protocolo de descentralização de competências uma vez que o mesmo não tinha, em muitos pontos, adesão à realidade do nosso concelho e que nós tínhamos, em tempos, oficiado à ARS de Lisboa e Vale do Tejo no sentido de pedir alguns esclarecimentos sobre a razoabilidade sobre o que estava a ser proposto e não tínhamos obtido resposta”. Depois de comunicado que não assinariam o protocolo de transferência de competências, a ARSLVT respondeu, a 26 de janeiro de 2022, à carta enviada a 7 de março de 2019. “Desde já temos aqui um dado importante que deve fazer história”, disse Vasco Estrela, referindo-se à correspondência recebida. É que “vamos assumir as competências em 2022 e os valores de referência são os de 2018. Portanto, presumimos todos que não houve qualquer tipo de aumento (...) e esta é a forma como as coisas são tratadas. Referem ainda que não receberemos qualquer verba para a manutenção dos espaços exteriores uma vez que em 2018 a ARS não gastou nada com esses espaços. Não gastou porque quem gastou foi a Câmara Municipal”, elucidou o autarca adiantando ainda que “uma vez mais, não há aqui bom senso de tentar admitir esta situação”. Vasco Estrela comunicou ao Executivo que teve conhecimento de que “na sequência desta nossa diligência, houve já contactos, pelo menos com um presidente de Junta de Freguesia, onde tentaram perceber qual a situação naquela freguesia porque não tinham bem conhecimento do que é que se estava a passar. E houve até, de alguma forma, alguma ameaça de que se as coisas não forem daquela maneira, aquela Extensão até podia fechar e que a partir de abril se entendessem com o presidente da Câmara... foram umas conversas um bocadinho estranhas”. O presidente da Câmara de Ma-

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/ Centro de Saúde de Mação ção fala de uma “pressão óbvia no sentido de concretizar este processo e eu admito que, no limite, a Câmara de Mação e o seu presidente sejam obrigados a assumir, ou não, mas a forma como as coisas estão a ser feitas diz bem da forma como os municípios são tratados”. Para já, está agendada uma reunião para dia 1 de fevereiro com a ARSLVT. À margem da reunião de Câmara, Vasco Estrela explicou ao Jornal de Abrantes que o que está a correr mal é que “desde a primeira hora, na área da Saúde tal como em todas as outras”, é a falta de informação, mesmo após ser solicitada. Outra das questões levantadas pelo autarca prende-se com a transferência de “somente dois assistentes operacionais, neste caso as senhoras que fazem a limpeza e manutenção dos edifícios, para sete edifícios e quando um deles funciona 365 dias por ano”. “Há aqui muitas pontas soltas”, advertiu. Para Vasco Estrela, “os municípios estão a ser forçados a aceitar o processo, estão a encostar-nos à parede e eu não gosto

JORNAL DE ABRANTES / Fevereiro 2022

da forma como as coisas estão a ser tratadas. Para além de que há questões que têm a ver com os próprios imóveis, saber como é que as coisas vão ser tratadas, e que não me agradam”. Há ainda uma “questão de pormenor, que é de pormenor e eu não me vou agarrar a isto mas, para que as pessoas percebam, quando temos espaços verdes que requerem manutenção e que ao

longo dos anos a Câmara manteve, a ARS diz que não temos nada a receber relativamente a este tema porque nunca gastou lá dinheiro. Mas a ARS nunca cuidou de saber quem é que cuidava dos espaços que eram deles de forma a terem dignidade para receberem os utentes. Sob pena de ser uma autêntica selva, que era como muitas vezes estavam os espaços”. O presidente deu

ainda outro exemplo de que “a ARS sempre se mostrou incapaz e incompetente para manter” o que era da sua responsabilidade, esclarecendo que “há cerca de mês e meio a Câmara recuperou bancos junto ao Centro de Vacinação de Mação, porque era uma autêntica vergonha e um perigo público o que lá estava. Uma vez mais, foi a Câmara que o foi fazer. E provavelmente até é obrigação da Câmara e eu não duvido disso. Mas se é nossa obrigação, também é obrigação da ARS reconhecer esse facto e tratar das coisas como elas devem ser tratadas”. Para Vasco Estrela, para além dos valores, o pior é a “forma como as coisas estão a ser feitas, o tratar todos por igual”. O autarca reconhece que “era difícil e impraticável negociar com 308 concelhos as 15 transferências mas poderiam ter optado por ir juntando numa sala cinco ou seis municípios, ou uma CIM, e falar sobre estes assuntos para cada um expor os seus problemas. Nada disso foi feito”. Já na área da Educação, a única resposta que chegou foi “um mapa para validar o número de pessoas. Nada mais”. Muitas dúvidas ainda por esclarecer com o Município de Mação no que à transferência de competências diz respeito. Se nada mudar, entram em vigor no dia 1 de abril. Patrícia Seixas

Festival da Lampreia vai voltar aos restaurantes Ela está aí novamente para deleite de todos os apreciadores. Falamos, claro, da lampreia. A Câmara Municipal de Mação vai retomar este ano o Festival da Lampreia. A última edição foi em 2020, interrompida depois devido à pandemia. Vasco Estrela, presidente da Câmara, disse pensar “haver condições para retomar o Festival” por considerar “importante que o façamos”. O autarca destacou a importância do evento para “promovermos o concelho, para promovermos os nossos produtos e os nossos res-

taurantes. O Festival da Lampreia serve também, segundo presidente da Câmara, “para os ajudar a ultrapassar esta fase difícil que estão a viver. Seguramente que o mês de janeiro e a última quinzena de dezembro foram complicados porque jantares e Natal houve poucos ou nenhuns. As pessoas inibiram-se de ir aos restaurantes e a situação não estará muito agradável para estes agentes económicos”. A apresentação do Festival da Lampreia, edição de 2022, está agendada para 21 de fevereiro.


REGIÃO / Abrantes

Eleições em Alvega e Concavada a 27 de março // A União de Freguesias de Alvega e Concavada, no concelho de Abrantes, vai ter eleições intercalares no dia 27 de março. O agendamento do ato eleitoral foi conhecido ainda em dezembro do ano passado através de um despacho publicado em Diário da República. “Ao abrigo do disposto no n.º 2 do artigo 11.º da Lei n.º 169/99, de 18 de setembro (…) determino a marcação de eleições intercalares para Assembleia da União de Freguesias de Alvega e Concavada, município de Abrantes, distrito de Santarém, no dia 27 de março de 2022”, lê-se no despacho assinado pelo secretário de Estado da Descentralização e Administração Local, Jorge Botelho. Estes despacho foi assinado em 21 de dezembro de 2021. Recorde-se que nas eleições autárquicas de 26 de setembro de 2021, o PS venceu a corrida àquela junta de freguesia do concelho de Abrantes por 23 votos de diferença, elegendo três elementos, tantos quantos o PSD, a segunda força política mais votada, e tantos quantos o BE, que ficou em terceiro lugar. O PS apresentou três propostas para formação de um executivo na União de Freguesias de Alvega e Concavada, mas estas foram sempre chumbadas por BE e PSD, que

PS

33,93%

PPD/PSD

31,76%

B.E. PCP-PEV

26,39% 5,37%

EM BRANCO

0,94%

NULOS

1,60%

acabaram por pedir renúncia de mandato e antecipar o cenário de novas eleições, que agora se confirmam. “O impasse mantém-se na constituição do executivo, com evidente prejuízo para o bom funcionamento da união de freguesias, e mantive a posição de indisponibilidade para atender à pretensão da oposição de os incluir na lista para o executivo”,

337 votos

3 3 3

280 votos

57 votos

10 votos

/ Resultados das Eleições de 2021

17 votos

disse na ocasião, José Felício, presidente de junta e cabeça de lista do PS. O vencedor e presidente de Junta eleito em 2017, sublinhou que “quem ganha as eleições forma a equipa com quem quer trabalhar e propõe a lista na lógica de quem ganha governa”. Na mesma altura José Felício descartou a ideia de formar executivo com pessoas “em quem não tem confiança”, ou seja, um execu-

tivo de acordo com o proposto pelos restantes dois partidos, integrando, além do presidente socialista, o cabeça-de-lista do PSD, António Moutinho, e o cabeça-de-lista do BE, Eduardo Jorge. Os partidos propuseram ainda, durante o processo, que a presidência da Mesa da Assembleia de Freguesia fosse detida pelo PSD e pelo BE, o que também foi recusado.

Jerónimo Belo Jorge

CAIXA DE CRÉDITO AGRÍCOLA MÚTUO Ribatejo Norte e Tramagal

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Antiga Escola Primária do Crucifixo vai ser albergue para visitantes da Ribeira do Alcolobre

Pretende seleccionar CAIXA DE CRÉDITO AGRÍCOLA MÚTUO

// Requalificar e tornar num albergue para turistas é o objetivo da Câmara Municipal de Abrantes que vai voltar a ficar na posse da antiga Escola Primária do Crucifixo. A Câmara Municipal de Abrantes aprovou a declaração de renúncia do protocolo de cedência de instalações da antiga Escola Primária do Crucifixo por parte da Junta de Freguesia de Tramagal. Com o cancelamento do acordo existente, é intenção da Câmara candidatar a antiga escola no âmbito da operação “Renovação de Aldeias”, tendo em vista a requalificação do edifício para poder ser mais uma oferta turística no concelho. Ao Jornal de Abrantes, Manuel Jorge Valamatos explicou que “há uns anos a Câmara Municipal protocolou com a Junta de Freguesia do Tramagal a cedência destas instalações que passaram a ficar sob a responsabilidade da Junta. Chegámos agora a um momento em que se torna importante apresentar uma candidatura na qual temos vindo a trabalhar já há alguns anos sobre a transformação desta escola num albergue que está associado à Ribeira do Alcolobre, uma ribeira extraordinária do ponto de vista natural”. O autarca lembrou uma fotografia tirada na ribeira que “foi referência pelo mundo fora, de uma beleza extraordinária num espaço lindíssimo e com grande potencal do ponto de vista ambiental”. Pretende então a Câmara de Abrantes “associar a requalificação da Escola em

360 votos

Perante a atual situação, e até que decorram as eleições intercalares, José Felício disse que a junta de freguesia “vai funcionar em gestão” corrente, ou seja, “pagar a água, pagar a luz, pagar os funcionários e pouco mais”. De notar que a 26 de outubro apresentaram-se a votos dos 1.695 inscritos quatro forças políticas. Neste dia 1.061 eleitores foram expressar a sua posição nas urnas. Em 2017 foram cinco forças políticas com o PS a ganhar, sem maioria absoluta, com o CDS-PP a ficar em segundo lugar, a CDU em terceiro, o PSD em quarto e o BE em quinto. Em 2017 votaram 1.079 eleitores de 1.836 inscritos. A abstenção também reduziu, sendo que em 2017 cifrou-se nos 41.23% e nas eleições de outubro de 2021 baixou para 37.4%. A 14 de fevereiro deverão ser conhecidas os partidos e as listas que se apresentam a votos para a União de Freguesias de Alvega e Concavada.

Comercial Polivalente

Ribatejo(mNorte / f) e Tramagal Pretende seleccionar O posto de trabalho exige polivalência de funções, com especial incidência no Comercial Polivalente atendimento, divulgação e venda de produtos, pelo que procuramos pessoas (me/ de f) relacionamento, revelando gosto dinâmicas, com facilidade de comunicação por actividades que impliquem o contacto interpessoal.

O posto de trabalho exige polivalência de funções, com especial incidência no PRETENDE-SEdivulgação e venda de produtos, pelo que procuramos pessoas atendimento, dinâmicas, com facilidade de comunicação e de relacionamento, revelando gosto • Licenciatura/Mestrado em Economia ou Gestão; por actividades que impliquem o contacto interpessoal. •

albergue para que as pessoas ali possam pernoitar” e estruturar a identificação de todos os percursos pedestres, “valorizando aquele património natural que está à disposição do nosso concelho e da região”. Criar circuitos identificados para caminhadas ou mesmo BTT, “com um conjunto de ações ambientais de forma a suscitar o interesse das pessoas na observação e visita daquele lugar”. A razão desta candidatura avançar agora “é uma questão de oportunidade” e foi entendido, também pelo atual Executivo da Junta de Tramagal que “o promotor deveria ser a Câmara pela complexidade da intervenção e pela dimensão financeira que implica este projeto”. Patrícia Seixas

Experiência profissional mínima de 12 meses no sector de actividade bancário/segurador, como preferencial; • Bons conhecimentos em ferramentas de Microsoft Office; PRETENDE-SE • Residência nos concelhos de acção geográfica da Caixa Agrícola (Torres Novas, Entroncamento, Tomar, Abrantes e Sardoal) ou concelhos limítrofes; • Carta Licenciatura/Mestrado em Economia Gestão; de condução e disponibilidade paraou deslocações.

Experiência profissional mínima de 12 meses no sector de actividade bancário/segurador, como preferencial; •OFERECE-SE: Bons conhecimentos em ferramentas de Microsoft Office; de concelhos acordo comde o ACT para o sector; da Caixa Agrícola (Torres Novas, •• Remuneração Residência nos acção geográfica • Regalias sociais do sector bancário; Entroncamento, Tomar, Abrantes e Sardoal) ou concelhos limítrofes; • Perspectivas de evolução na carreira profissional. • Carta de condução e disponibilidade para deslocações. Resposta com indicação da referência 15/22, acompanhada de curriculum vitae e

OFERECE-SE: certificado de habilitações, para o e-mail recrutamento@creditoagricola.pt. •Serão Remuneração com orecebidas ACT para sector; consideradasde asacordo candidaturas atéo dia 11 de Fevereiro. • Regalias sociais do sector bancário; • Perspectivas de evolução na carreira profissional. 

Contactaremos apenas as candidaturas seleccionadas.

Resposta com indicação da referência 15/22, acompanhada de curriculum vitae e Fevereiro 2022 / JORNAL DE ABRANTES 11 certificado de habilitações, para o e-mail recrutamento@creditoagricola.pt. Serão consideradas as candidaturas recebidas até dia 11 de Fevereiro.


/ Hélio Madeiras

DESTAQUE /

Seca em janeiro começa a preocupar Estamos no início do ano, a entrar em fevereiro, e de norte a sul do país fala-se em situação de seca, sendo que há regiões de Portugal em seca severa e quase todo o país está, de acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), em seca fraca. A ausência de chuva nos níveis considerados habituais ou normais no inverso estão a causar muita preocupação. Se no Alentejo a agricultura e pecuária começam a ter problemas sérios, pela nossa região as albufeiras, Castelo de Bode e Montargil, estão com os níveis muito baixos para a época do ano. No Castelo de Bode, os indicadores apontam a albufeira a 59,1% da sua capacidade, mas as autoridades começam a ter algumas preocupações. Naturais ou desproporcionadas, depende sempre do ponto de vista. O que é certo é que as imagens que vão correndo os olhos de quem passa pelos braços das albufeira e vê os vales que, normalmente, estariam com muita água completamente secos pode assustar. E este esvaziamento do Castelo do Bode começa a deixar a nu as construções que o enchimento da albufeira tapou. Antigas azenhas ou lagares. Palheiros. Poços. Apenas ficam a descoberto as construções em pedra. E é nestes locais, como por exemplo Matagosa, concelho de Abrantes, ou o braço que fica a

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jusante do Penedo Furado (Vila de Rei) são exemplos disso mesmo. São as Zonas com menor declivem, as encostas mais afastadas da linha principal da Albufeira que são as primeiras a “mostrar” a diminuição das cotas de água. E é nestas localidades que os habitantes, ou familiares de quem ali habita, que dizem que não vêm a albufeira com tão pouca água, nesta época do ano. Pode ser habitual no final do verão haver estes níveis, mas a chuva de inverno faz o equilíbrio, o que não aconteceu este ano. E as pergunta sucedem-se sobre o que faz com que a albufeira tenha este nível, pouco habitual. E na “voz do povo” há várias explicações. Obras na barragem. Produção de eletricidade. Má gestão dos caudais afluentes. Falta de Chuva. O certo é que, mesmo sem alarmismos, a situação começa a preocupar os responsáveis. Manuel Jorge Valamatos, presidente da Câmara de Abrantes, disse ao Jornal de Abrantes que há muitos anos, até porque foi responsável pela pasta do ambiente, que vem a falar da importância da água. O autarca referiu que os caudais no rio Tejo têm sido muito falados, mas hoje (final de janeiro) com os baixos caudais no Castelo de Bode ou pelo abaixamento grande dos níveis de água na albufeira este passou a ser um

JORNAL DE ABRANTES / Fevereiro 2022

tema e uma preocupação para os autarcas do Médio Tejo. Valamatos lembrou que esta albufeira é de vital importância para o país, não apenas para a região, porque a grande Lisboa vem abastecer-se na água de consumo público aqui. O autarca diz que já alertou as entidades competentes pelo que “espera que consigamos manter níveis de água para não afetar o abastecimento público”. E defende ainda que devem ser tomadas medidas preventivas, nomeadamente ao nível da gestão da albufeira, nomeadamente nos processos de produção de energia.

Empresários de turismo do Castelo de Bode preocupados

Estamos à entrada de fevereiro, época baixa para o turismo de águas interiores, como é o caso de toda a bacia do Castelo de Bode. Mas estes níveis de água, em janeiro, muito abaixo dos valores médios para esta época do ano preocupam os empresários. E o Castelo de Bode tem tido nos últimos anos um crescimento exponencial nesta área, quer seja no alojamento, nos desportos náuticos, nas praias fluviais ou em modalidades de aventura. Jorge Rodrigues, presidente da Associação dos Empresários do Turismo do Castelo de Bode,

que representa cerca de 30 empre s á ri o s , m a n i f es ta a lg u m a apreensão pelo que está à vista de todos. Há preocupações dos empresários dos empresários ligados aos desportos náuticos e, por exemplo, os cablepark’s para prática do wakeboard, podem, com estes níveis de água, não funcionar. O dirigente revelou ao Jornal de Abrantes que já enviaram pedidos de esclarecimento a diversas entidades, uma vez que os níveis são muito baixos. “Em 40 anos que ando pelo Castelo de Bode e nunca vi a albufeira assim, em janeiro”, revelou Jorge Rodrigues, que espera da parte das entidades responsáveis atenção para uma situação que pode agravar-se mais, se não chover. Cláudio Reis é sócio da empresa que explora a praia fluvial de Fontes, no concelho de Abrantes. Neste momento diz que a situação ainda não é preocupante, no seu caso. O empresário diz, no entanto, que os níveis são mais baixos e que as imagens são mais “chocantes” nos limites da albufeira, como por exemplo Matagosa. No entanto acrescenta que no caso da praia fluvial de Fontes a situação assim torna as margens muito inclinadas, mas revela que a barragem muito cheia também limita o normal funcionamento da sua concessão.

Dizendo que não acha a situação grave, para já, questiona a gestão dos níveis da água. “Isto baixou em quatro semanas, de uma forma que não entendemos”, disse Cláudio Reis, que acrescenta a necessidade de haver uma maior informação de quem gere os caudais ou os níveis da água. E, em tom crítico, vincou que as câmaras deveriam ser informadas sobre anomalias que se verifiquem. É que ouve-se dizer tanta coisa que se fica sem saber os motivos desta cota da barragem. O Jornal de Abrantes enviou u m c on ju n to de p er g u n ta s à Agência Portuguesa do Ambiente (APA), que até à hora de fecho desta edição não tinham resposta. A que nível está, nesta altura o armazenamento do Castelo de Bode? A APA está a monitorizar esta (e outras) albufeiras do país? De que forma? A situação, nesta altura, é preocupante? Que medidas podem ser equacionadas nos próximos tempos se continuarmos sem chuva? Nesta altura e no que diz respeito ás previsões meteorológicas de médio prazo não há chuva. Na próxima semana podem aparecer uns chuviscos, mas nada que venha a influenciar os níveis das barragens e albufeiras de Portugal. Jerónimo Belo Jorge


DESTAQUE /

// Seca preocupa agricultores A Direção-Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural (DGADR) está a monitorizar os efeitos da seca nos aproveitamentos hidroagrícolas e a acionar os planos de contingência nas zonas mais afetadas. A seca moderada que afeta o país “é preocupante”, disse à Lusa o diretor-geral de Agricultura, Rogério Ferreira, assegurando que a DGADR está “a acompanhar atentamente a situação e a monitorizar os aproveitamentos hidroagrícolas” sob tutela direta deste organismo e “a acionar os planos de contingência”. Os “pontos mais críticos” e sob “maior pressão” são, nesta altura, as zonas de Odemira, no Alentejo Litoral, e do Algarve, onde vai ser acionado o plano de contingência para atender “à tendência do aumento do consumo deste bem essencial [a água]” nas atividades afetas à agricultura. A seca e o baixo nível de armazenamento de água nas barragens portuguesas preocupam as organizações de agricultores que alertam para o perigo de, se não chover até fevereiro, ficarem em risco culturas de Norte a Sul do país. Alentejo, Algarve e Nordeste Transmontano são, segundo o

Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), as regiões mais afetadas pela situação de seca moderada que o país atravessa e “se, entre o final de janeiro e fevereiro, não houver precipitação, poderá agravar-se imenso", segundo a climatologista Vanda Cabrinha. A Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) alertou que, face à seca, toda a atividade de inverno está comprometida, destacando que a pecuária está a entrar em situação de “gravidade extrema”, pedindo a intervenção do Governo. Segundo Eduardo Oliveira e Sousa, presidente da CAP, a seca começou por afetar a região Sul, mas, neste momento, já afeta praticamente todo o território. Luís Damas, presidente da Associação de Agricultores de Abrantes, Constância, Sardoal e Mação, explicou que a seca já está a afetar as culturas de inverno e pastagens que precisam de alguma água. O dirigente acrescentou que se não chover, para alimentar os reservatórios de água, quer sejam superficiais ou freáticos, antevê um ano muito difícil. O presidente da Associação de Agricultores fala já em prejuízos

para as culturas de inverno e uma grande preocupação para a primavera / verão. Nesta altura Luís Damas espera que haja uma gestão equilibrada no rio Tejo, o que não tem acontecido nos últimos anos. “As alterações climáticas estão aí à vista. Dezembro, janeiro e fevereiro era a época das chuvas.” Para esta região, de Abrantes, Luís Damas revelou que o açude de Abrantes, a funcionar a cem por cento poderia funcionar como reservatório para as culturas de aluvião. “Nunca falei disto a ninguém, mas se calhar deveria pensar-se no açude como solução de represa de água para fazer face a anos mais secos.” O certo é que, nesta altura, todos pedem o mesmo. Chuva. Para regar os campos, as pastagens e para abastecer os reservatórios de água. Luís Damas, acrescenta ainda um outro problema que poderemos ter daqui a dois ou três meses (e já que começou a notar-se no norte do país) que são os incêndios florestais. É por isso que a chuva era tão necessária para fazer o equilíbrio necessário á agricultura, á pecuária, á natureza e, claro, ao consumo humano.

Fevereiro de 2021 Janeiro 2022

Fevereiro 2022 / JORNAL DE ABRANTES

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REGIÃO / Sardoal

Qualidade de refeições “sem reclamações” na Escola // O Agrupamento de Escolas de Sardoal esteve em destaque na reunião de Câmara, onde surgiram questões levantadas pela vereadora socialista Patrícia Silva. Em reunião do Executivo da Câmara de Sardoal, realizada a 19 de janeiro, a vereadora do PS, Patrícia Silva, questionou o presidente sobre algumas questões no Agrupamento de Escolas, nomeadamente acerca da qualidade das refeições e do sistema de fecho de portas. “Saber se já verificaram o ponto de situação da qualidade das refeições servidas na Escola porque continuo a ouvir que agora até houve um aumento por refeição mas que os alunos continuam a queixar-se da qualidade, embora não façam a reclamação por escrito à Direção da Escola nem à empresa que serve as refeições”, anunciou a vereadora socialista. Miguel Borges, presidente da Câmara, respondeu à vereadora e começou por explicar que no que concerne à qualidade das refeições”, “tal como a senhora vereadora disse, não há reclamações”. O autarca explicou que “nós temos contratados serviços de acompanhamento, que não éramos obrigados a ter mas temos para que não haja dúvida nenhuma”. Miguel Borges comunicou ter dois filhos na Escola e “às vezes um diz que a refeição

/ Nova Escola Dr. Maria Judite Serrão Andrade foi muito boa e outro, que comeu a mesma refeição, diz que não presta. É muito subjetivo, depende do gosto de cada um mas claro que há regras nutricionais que a

própria comida tem que às vezes os afasta daquilo que é a comida normal que nós temos em casa. Ou porque não tem sal, ou porque não tem os mesmos condimen-

Prédios da Tapada da Torre são a primeira prioridade na ELH

/ Urbanização da Tapada da Torre

Em reunião do Executivo Municipal de Sardoal de dia 19 de janeiro, o presidente Miguel Borges deu conta de que já há proposta de protocolo para a Estratégia Local de Habitação e, dentro de pouco tempo, a câmara irá apresentar uma candidatura para a recuperação de habitações. A comunicação chegou à Câ-

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tos... depois também varia muito consoante o que os alunos estão habituados dentro de casa”. Contudo, o presidente da Câmara asseverou que “o que nós

JORNAL DE ABRANTES / Fevereiro 2022

mara Municipal no dia 18 de fevereiro, informou Miguel Borges, “com a proposta de assinatura de protocolo com os diferentes membros do Governo, de acordo com a aprovação da nossa Estratégia Local de Habitação para o 1.º Direito”. O presidente da Câmara esclareceu que “a partir de agora e a partir do momento que for

assinado por todas as partes, estamos preparados nesse sentido”. A Câmara tem vindo a desenvolver esse trabalho para concorrer, “nomeadamente no Plano de Recuperação e Resiliência, para a recuperação de conjunto de imóveis, um conjunto habitacional que temos e de acordo com o que está na nossa Estratégia Local de Habitação e de acordo com o Plano de Recuperação e Resiliência”. O autarca também adiantou qual será a prioridade. “Estamos a concluir estes trabalhos e a ajustar em relação ao que já estava feito, porque já o tínhamos apresentado numa outra candidatura” e a Autarquia vai começar pelos prédios da Tapada da Torre que, segundo Miguel Borges, “será a primeira linha da nossa Estratégia Local de Habitação”. Patrícia Seixas

exigimos, e temos feito um acompanhamento de muita proximidade inclusivamente com a Associação de Pais que já lá foram também tomar a refeição”, é a qualidade. Miguel Borges garantiu, “pelo menos é essa a nossa exigência, que é verificada a qualidade da comida com muita regularidade, não só pela Direção da Escola como por estes instrumentos que nós temos à mão”. Patrícia Silva levantou ainda uma outra questão “que se ouve dizer mas que depois não sabemos o que se está a passar” e que se prende com o fecho automático de portas quando há uma quebra de energia “e os alunos ficam fechados dentro da Escola, sem ter como sair”. Miguel Borges esclareceu que esta questão “tem a ver com o sistema de segurança” e que é normal. “Tem a ver com situações de incêndio, de bloqueios” e que é usado nos edifícios públicos, referindo ainda que as portas “podem ser abertas manualmente”. Trata-se apenas de um procedimento de segurança, “que faz parte do plano de emergência dos edifícios”. Patrícia Seixas

Mostra Bibliográfica relembra Holocausto Com o intuito de evocar o Dia Internacional da Lembrança do Holocausto, a Biblioteca Municipal de Sardoal tem patente, até ao dia 25 de fevereiro, uma mostra bibliográfica de Autores Judeus Contemporâneos do Holocausto, com obras do acervo da Biblioteca. A iniciativa visa lembrar e honrar as vítimas do Holocausto, mas acima de tudo consciencializar para o papel de cada cidadão em impedir que atos de tamanha barbárie voltem a acontecer, a quem quer que seja, em qualquer parte do mundo. A mostra também se insere nas comemorações dos 25 anos da biblioteca municipal e pode ser visita de segunda a sexta-feira no horário de funcionamento deste espaço, ou seja, das 9 às 12:30 horas e das 14 às 17:30 horas.


LEGISLATIVAS 2022 /

PS ganha. Chega elege. CDU e BE perdem deputados PS: O PS também venceu o distrito de Santarém nas eleições legislativas de dia 30 , com 41,19% dos votos e 5 deputados eleitos. O PSD conseguiu 26,8% dos votos e elegeu 3 deputados. O CHEGA elege pela primeira vez um deputado no círculo do distrito. Assim, pelo PS, são deputados na Assembleia da República em representação do distrito de Santarém, pelo PS: Alexandra Leitão, Hugo Costa, Maria do Céu Antunes, Mara Lagriminha e Manuel Afonso. Hugo Costa, presidente da Federação Distrital de Santarém do PS e segundo eleito pelo círculo eleitoral de Santarém, destacou na noite das eleições a vitória em 20 dos 21 concelhos do distrito (só Ourém se manteve fiel ao PSD). “A eleição de mais um deputado é o resultado do trabalho e do empenho dos socialistas. O trabalho que o Governo fez no distrito foi reconhecido”, declarou à agência Lusa. Pelo PSD, foram eleitos Isaura Morais, João Moura e Inês Barroso. Pedro Frazão foi o deputado eleito pelo CHEGA que chegou a terceira força política do distrito, à frente de CDU e BE. O deputado eleito pelo Chega (10,9% dos votos), o vice-presidente do partido e atual vereador na Câmara de Santarém, Pedro Frazão, declarou-se “honrado” por ter sido o primeiro deputado do partido a ser eleito na noite de dia 30, afirmando que a mensagem “conservadora corajosa” da sua campanha, centrada nos “valores e nas tradições do Ribatejo”, veio “comprovar” que o partido tem “o coração político no sítio certo”. Ainda em referência aos dados do distrito, destacar as perdas de deputados por parte da CDU e do BE. O cabeça de lista da CDU, António Filipe, que entrou para o parlamento em 1989, não conseguiu ser eleito. O PCP perde um dos seus deputados mais antigos e com mais destaque nos trabalhos da Assembleia da República. Nas eleições legislativas a abstenção no distrito de Santarém baixou dos 45,7% de 2019 para os

1. Alexandra Leitão

2. Hugo Costa

1. Isaura Morais

3. Maria Céu Antunes

4. Mara Lagriminha

3. Inês Barroso

5. Manuel Afonso

CHEGA:

PSD: 2. João Moura

1. Pedro Frazão

42,3%, tendo votado 218.192 dos 353.885 eleitores inscritos, num distrito marcado pelo envelhecimento e pela perda de população (o número de deputados eleitos pelo círculo de Santarém passou dos 13 em 1976 para os nove em 2015). Também nos concelhos da área de intervenção do Jornal de Abrantes, o Partido Socialista venceu em Abrantes, Constância, Mação, Sardoal e Vila Nova da Barquinha, enquanto que o PSD foi o partido com mais votos no concelho de Vila de Rei. Nos seis concelhos, o CHEGA foi a terceira força política mais votada, seguindo em quarto o BE em Abrantes, Mação e Sardoal, a CDU em Constância e Vila Nova da Barquinha e o CDS em Vila de Rei. Se olharmos mais ao pormenor, no concelho de Abrantes o PS ganhou em 12 freguesias, apenas Aldeia do Mato/Souto pendeu para o PSD. Em Constância e em Vila Nova da Barquinha o PS ganhou em todas as freguesias. Em Sardoal o PS ganha três das quatro freguesias, só Alcaravela teve o PSD como partido mais votado. Já em Mação o PS vence no concelho e nas freguesias de Envendos, Ortiga, União de Aboboreira, Mação e Penhascoso, enquanto que o PSD continua a liderar em Amendoa, Cardigos e Carvoeiro. Jerónimo Belo Jorge e Patrícia Seixas

Fevereiro 2022 / JORNAL DE ABRANTES

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ESPECIAL / Antena Livre

A Antena Livre fez anos, estreou nova plástica e lançou novo site // A “primeira rádio pirata” do país assinalou o 41.º aniversário com plástica sonora nova, site novo e com o lançamento de um livro de uma das suas rubricas diárias. Foi algures, a 21 de janeiro de 1981, que começaram as emissões regulares da RAL- Rádio Antena Livre. 41 anos volvidos, em dia de aniversário, a rádio apresentou no dia 21 de janeiro de 2022, a sua nova página na internet. Trata-se de um portal que junta a informação online produzida pela redação aos conteúdos do FM. Entre todas as notícias ligadas à música, disponibiliza ainda os conteúdos em áudio. E é nos “podcast” que temos as crónicas de opinião, os noticiários alargados das 12 horas e as rubricas que integram a Edição da Manhã. Esta nova página na internet foi desenvolvida em parceria com a empresa Bild e teve como objetivo fazer uma atualização da anterior. Criando uma atualização em termos gráficos e naquilo que são as novas tendências do online, pretende também ter uma linha próxima das outras páginas do Grupo Media On, ou seja, o Jornal de Abrantes que passou a integrar a plataforma Sapo e a Rádio Tágide. Para além da nova página, os ouvintes foram também surpreendidos com uma nova plástica sonora. Por forma a assinalar este 41.º aniversário, a rádio estreou novos jingles, separadores e indicativos de notícias e dos programas de informação que, brevemente, esperamos, vão voltar a antena.

2021 trouxe novo logótipo e mudança de frequência

2021 tinha, para a administração da Média On, empresa detentora da rádio Antena Livre, alguns objetivos ambiciosos. Alguns foram concretizados. Outros tiveram de ser adiados muito por causa da pandemia. Comecemos por aqui. No início do ano estava prevista a mudança de instalações para o centro histórico de Abrantes. Foi há um ano

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que mostrámos o edifício que irá albergar as novas instalações da rádio, o edifício conhecido como “Condorcet”. Tal como está a acontecer nas obras de construção civil e obras públicas, há muita dificuldade em determinadas matérias-primas que dificultam o cumprimento de prazos por parte de muitas empresas da área da construção. E este fator levou a que tenha havido um atraso considerável na adaptação do edifício para albergar os novos estúdios da rádio e, consequentemente, o seu regresso ao centro histórico da cidade. Luís Ablú Dias, administrador da Media On, mantém o objetivo traçado, mas com um natural ajuste nos calendários de investimento, prevendo para este ano a conclusão dos trabalhos no edifício. Mas como a rádio não pode ficar em suspenso à espera das novas instalações, a Media On deu início ao investimento, faseado, na reconversão tecnológica da estação emissora. Desde o microfone ao emissor, está a ser feito um avultado investimento por forma a dotar a rádio dos melhores equipamentos informáticos, de áudio, de emissão, incluindo software’s. Essa mudança começou a ser feita no último mês de dezembro de 2021 e vai continuar no primeiro trimestre de 2022. Paralelamente a este processo, desenvolvido pela administração, havia outros previstos e que já avançaram. Em 2001 a rádio tinha feito uma grande alteração na sua imagem. Na altura foi uma mudança radical, por forma a adequar a imagem à reestruturação do projeto. 20 anos depois, em 2021, numa parceria com a Naperon e com o designer Paulo Passos, foi feita uma atualização da imagem da rádio. Entre o logótipo base, foram criadas variações da imagem para as mais variadas utilizações. O objetivo foi passar

JORNAL DE ABRANTES / Fevereiro 2022

Um site totalmente remodelado foi a prenda de aniversário para os ouvintes e seguidores

a dar mais visibilidade ao nome “Antena Livre” ao invés do destaque da frequência, que tinha sido o destaque em 2001. O primeiro trimestre do ano passado também trouxe a mudança de frequência. Dos 89.7 FM desde 1989, a rádio voltou

à frequência que tinha antes da legalização das rádios, ou seja, antes de 89, e que era o 96.7 FM. Este era também, e em termos de melhoria das condições de emissão, um objetivo primordial para podermos ter melhor sinal na área de cobertura.

Pelo meio do ano houve também a necessidade de mudar a localização do centro emissor. De acordo com Luís Ablú Dias, “apesar de a pandemia ter atrasado um dos nossos objetivos, a mudança dos estúdios, conseguimos dar passos certos naquilo


ESPECIAL / Museu que são os objetivos de médio prazo da empresa. Exemplo disso é estarmos hoje a lançar o novo site, depois da imagem, depois da frequência”. O administrador da Media On revelou ainda que a equipa da direção de programas e de informação espera, tão rápido quanto a pandemia deixar, voltar a ter em antena alguns programas de informação âncora da rádio, assim como a possibilidade de a rádio poder voltar a organizar eventos e iniciativas na sociedade. “Em 2022 vamos ter os processos mais técnicos concluídos”, concluiu o administrador da Média On, destacando também o trabalho que tem sido desenvolvido pelo Jornal de Abrantes que todos os meses está na rua, assim como a Rádio Tágide, que continua a fazer o seu percurso como estação exclusivamente online do grupo. Nos 41 anos temos festa muito recatada. Esperemos que daqui a um ano possamos assinalar os 42 com festa rija. Aos ouvintes e seguidores do online e do Facebook, obrigado pela vossa preferência. Estamos cá para mais uma volta em redor do Sol.

“Estórias da Nossa História” ou a rubrica da rádio que passou a livro

A história do livro “Estórias da Nossa História” começouA história do livro “Estórias da Nossa História” começou, sabe-se agora, em 2010 quando Isilda Jana foi desafiada a produzir, ou seja, investigar, escrever e gravar, uma rubrica para a rádio Antena Livre. Na altura o Paulo Delgado, da Antena Livre, lançou o desafio à professora Isilda Jana. Ela que já tinha editado um livro intitulado “Estórias à Lareira”, tinha o desafio de criar pequenos textos sobre a história de Abrantes e região para colocar na grelha de programação. E o desafio inicial foi aceite pela mulher que, como ela própria diz, tem um contrato, uma ligação à história, por via da formação académica. Desde 2010 Isilda Jana foi criando os textos que todas as semanas grava para serem emitidos. É das rubricas com mais tempo a ser emitida sem qualquer interrupção. “Os locais, as datas e as pessoas que marcam a nossa história” é a frase de enquadramento da rubrica e é o aí, diz a autora, que foi sendo trilhado o caminho da rubrica. Isilda Jana explica a forma como começou a produzir os textos para uma rubrica que tem, modo geral, menos de dois minutos e meio. Começou a fazer uma seleção de datas das cronologias de Abrantes, editadas pelo investigador de história local Eduardo Campos, por um lado, e vasculhou páginas e páginas do Jornal de Abrantes do início do Século XX, por outro. E depois de escolher os temas, era construir o

texto ou ir à procura de mais informação que complementasse a ideia base para cada um dos textos. Isilda Jana explica, de forma muito simples, que esta rubrica, e agora este livro, não é um trabalho de investigação história. Trata-se da recolha de memórias documentais a que se junta um conjunto de memórias pessoais da própria autora. E deu como exemplos, a Loja do Bruno, o café Pelicano ou as Festas do Pego. Semana após semana a pasta foi crescendo no número de histórias e o rol continua a aumentar, porque Isilda Jana diz, depois do desafio, ter “apanhado” o gosto de ir à procura destas pequenas memórias que, sabe-se, prendem muitos ouvintes ao rádio, na hora em que elas são emitidas. O livro é uma súmula de 135 estórias que foram emitidas entre 2010 e 2015. A escolha foi feita pelo editor e marido da autora. Explica Isilda Jana que foi um trabalho “duro” do José Alves Jana a escolha daquelas que iria passar para as páginas do livro. A sua catalogação é muito simples. De acordo com a autora o calendário foi a forma muito simples como se fazem os capítulos. É que, modo geral, todas se enquadram no calendário, porque não há uma estória do Natal em julho ou do inverno no verão. Isilda Jana explica que o seu outro livro “Estórias à Lareira” é um trabalho diferente. Foi feito numa base de recolha dos contos e estórias da tradição oral e que, desta

forma, foi-lhe dada a possibilidade de ficarem registados para o futuro. Até porque, salienta, as estórias de bruxas, lobisomens ou das mouras encantadas vão deixando de fazer parte das rotinas das nossas aldeias, à medida que vão desaparecendo as pessoas mais velhas que contavam, com rigor, todas essas, sabe-se lá, criações imaginárias de mentes porventura mais férteis. Este livro “Estórias da Nossa História” é diferente, aponta a factos, pessoas e vivências bem reais. Na sessão de lançamento que decorreu na sala polivalente da Biblioteca Municipal António Botto, que decorreu no dia 21 de janeiro, Luís Ablu Dias, administrador da Media On, começou por deixar uma palavra de agradecimento à autora, Isilda Jana, e ao marido, José Alves Jana, pela sua “carolice” de contribuírem ao longo destes anos com presença assídua nos conteúdos. E, de seguida, personificou o agradecimento destes dois colaboradores a todos os outros que ao longo de 41 anos tem ajudado a “fazer esta rádio”. E fez questão de referir que só o “amor à rádio” tem permitido que ela faça o seu caminho. O administrador da Média On deixou ainda uma nota sobre outra das marcas do grupo, que é o Jornal de Abrantes.

Luís Ablu Dias revelou que estamos em períodos difíceis para a Comunicação Social, mas mesmo assim isso não tem impedido o esforço que a empresa tem vindo a fazer na modernização tecnológica e, reforçou, não está descartada a possibilidade de a rádio regressar ao centro histórico de Abrantes. O presidente da Câmara Municipal de Abrantes, Manuel Jorge Valamatos, começa por evocar os primórdios da RAL. E diz que tem a memória de ouvir falar em “vem aí a fiscalização” porque a rádio começou numa rua perto da casa da sua mãe, em Rossio Sul do Tejo. Era o tempo em que os “piratas da rádio” andavam com os aparelhos às costas, muito antes de haver um local físico da rádio, que começou nas Arreciadas. Manuel Jorge Valamatos deixa no ar essa recordação dos rumores sobre a forma como se viviam esses tempos, sempre com a dinamização do Manuel Sousa Casimiro. Depois deixa uma palavra destinada a todos que permitiram, ao longo dos anos, fizeram crescer e

estão a fazer por manter a rádio no seu trabalho diário e permanente ao serviço da região em que está inserida. Depois da referência ao aniversário da estação emissora voltou-se para a autora do livro que estava a ser apresentado. Valamatos diz que conhece a Isilda e o José Alves Jana de outros lugares. E conta uma memória que envolveu as escolas de Sardoal e a N.º 2 de Abrantes. Ele, Valamatos, era professor na escola de Sardoal e Isilda Jana estava na N.º 2 de Abrantes. E nesse projeto ficou a conhecer a forma como Isilda Jana se envolve nos projetos em que está inserida. E avança uns anos para dizer que voltou a estar numa equipa com Isilda Jana, quando ambos foram vereadores na Câmara Municipal de Abrantes. Manuel Jorge Valamatos reconhece o trabalho de Isilda Jana e salienta a forma como ela entra nos projetos de forma descomprometida, sem o objetivo claro de procurar protagonismo. O livro “Estórias da Nossa História” pode ser adquirido nas papelarias de Abrantes e em vários outros locais do concelho. A autoria é de Isilda Jana, a edição de José Alves Jana e o grafismo de Clara Jana. A edição conta com o apoio da Antena Livre. Jerónimo Belo Jorge

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REGIÃO / Vila de Rei

Autarquia avança com Centro de Instalação Empresarial... // A Câmara de Vila de Rei vai investir 940 mil euros na construção do Centro de Instalação Empresarial do Souto (CIES). A candidatura que prevê a construção do Centro de Instalação Empresarial do Souto (CIES), destinado a prestar apoio a todas as empresas existentes no concelho já se encontra aprovada e em curso. Este apoio às empresas permite ainda que as mesmas se adaptem às condições de acolhimento de trabalhadores oriundos das cidades em conformidade com os programas lançados pelo governo, no sentido de atrair população para o interior. O valor estimado da empreitada é de 940.000,00 € (novecentos e quarenta mil euros), e para tal foi recentemente realizada a abertura de procedimento de Concurso Público com vista à adjudicação da empreitada sendo este o respetivo preço base para este procedimento, o prazo de execução é de 12 meses e o critério de adjudicação é o do mais baixo preço. O CIES será implementado no lote n.º 14 da Zona Industrial do Souto com uma área de implantação de 980 m2 e uma área bruta de construção de 1.970 m2. Será composto por 1 piso de r/chão destinado a 5 armazéns e o 1.º andar destinado a serviços, com 9 escritórios, sala de formação e sala de reuniões. Para Ricardo Aires, presidente do Município de Vila de Rei, “os

A Zona industrial terá três novos lotes para empresas

novos trabalhos de beneficiação da Zona Industrial do Souto inserem-se na política prioritária deste executivo camarário em criar condições para que as empresas se possam fixar no nosso Concelho, gerando mais postos de trabalho e dinamizando a economia local. Ao mesmo tempo, avançamos igualmente para a criação do Cen-

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... E amplia a Zona Industrial do Souto

Na mesma linha, a Câmara Municipal de Vila de de Rei Avança

Jerónimo Belo Jorge

Município cancela edição de 2022 do Desfile de Carnaval

Museu Lion Melvin Jones inaugurado na Biblioteca

A Biblioteca Municipal José Cardoso Pires, em Vila de Rei, recebeu, no dia 15 de janeiro, a inauguração de um novo espaço museológico, situado nas suas instalações, do Museu Lion Melvin Jones, numa iniciativa da Governadoria do Distrito Lion 115 Centro Sul e do Lions Clube de Vila de Rei. A ação contou com a presença do vice-presidente do Município de Vila

tro de Instalação Empresarial do Souto, com vista a assegurar apoios aos empresários locais e a facilitar os contactos entre as empresas e o Município”.

com uma candidatura que prevê a realização das obras de urbanização e ampliação da Zona Industrial do Souto. O processo de candidatura tem a ver com uma intervenção que já se encontra aprovada e em curso. De acordo com o Município a expansão prevê a criação de três novos lotes para implementação de empresas, de forma a dinamizar e atrair assim mais atividade económica para o nosso Concelho. A autarquia estima que o valor da empreitada será de cerca de 375 mil euros. Do ponto de vista mais técnico as áreas dos novos lotes variam entre os 8.06 m2 e os 9.798 m2. Na mesma nota é divulgado que o preço base de cada lote de terreno será de 0.31€ por cada m2. Há uma possibilidade de redução deste valor, de acordo com o Regulamento de Estímulos ao Investimento do Município de Vila de Rei. Esta redução poderá tem uma redução até 0.01€ por cada m2. Para Ricardo Aires, presidente do Município de Vila de Rei, “os trabalhos de ampliação da Zona Industrial do Souto inserem-se na política prioritária deste executivo camarário em criar condições para que as empresas se possam fixar no nosso Concelho, gerando mais postos de trabalho e dinamizando a economia local nos vários setores económicos. Esta ampliação surge no seguimento da crescente procura por parte do setor empresarial em lotes de terreno para poderem instalar as suas empresas. Com esta aposta por parte do Município estamos a dotar esta Zona Industrial com mais lotes preparados para receber esses investimentos mais rapidamente.”

de Rei, Paulo César Luís, da governadora do Distrito Lion 115 Centro Sul, Sofia Félix, de outras altas entidades Lionísticas e de dezenas de membros de diferentes clubes Lions de todo o país. Este novo espaço museológico resulta da entrega de espólios de peças relativas ao Movimento Lion, algumas delas raras, colecionadas ao longo dos anos por membros da

JORNAL DE ABRANTES / Fevereiro 2022

instituição que as quiseram colocar, desta forma, à disposição de todos. O Museu Lion Melvin Jones continuará a crescer através da entrega de novas peças, pertença de outros companheiros que manifestaram já a intenção de as disponibilizarem para o enriquecimento do espaço. O Museu pode ser visitado de segunda a sexta-feira, das 9 às 17:30 horas.

Como medida preventiva face ao alastrar do Covid-19 no território nacional, o Município de Vila de Rei confirma a não realização da edição de 2022 do Desfile de Carnaval, tal como já acontecera no ano de 2021. O evento estaria previsto para o dia 27 de fevereiro, no entanto, face à conjuntura pandémica atual, “não estão reunidas todas as condições de segurança” para a sua preparação e realização. O Município de Vila de Vila de Rei apela a todos os munícipes que “respeitem todas as regras de distanciamento social e etiqueta respiratória impostas nesta conturbada fase. Todos temos um importante papel na salvaguarda da saúde pública e no evitar do alastramento do vírus no nosso território”.


SOCIEDADE /

David Alves grava “Ponto de Fuga” na primavera Está quase tudo pronto para que Abrantes, o Tejo e a Oliveira do Mouchão recebam as equipas de produção, técnicos e atores para a gravação de uma curta-metragem de 30 minutos. David Alves é um jovem natural de Abrantes que tem três paixões na sua vida: música, televisão e cinema. Se na música, antes da pandemia, era presença assídua, com os seus teclados, nas festas e arraiais de verão a televisão entrou pela sua vida depois do curso superior, com estágio na TVI. O David esteve na TVI e para fechar o estágio e nesse dia realizou, sob olhar atento do seu orientador, João Patrício, o programa da tarde, conduzido por Fátima Lopes. Quando Cristina Ferreira transitou para a SIC o jovem acompanhou a apresentadora, acontecendo o mesmo quando esta regressou à TVI, estando nesta altura a trabalhar na direção de programas do canal de Queluz. Depois há a outra paixão, o cinema. E se na faculdade o David teve algumas incursões na sétima arte, 2021 trouxe-lhe a oportunidade de poder avançar com uma ideia sua. Criar e gravar uma curta-metragem por terras de Abrantes. E foi com esse objetivo que criou a sinopse e o enredo de um filme que terá a duração de 30 minutos e que se vai chamar “Ponto de Fuga”. Como abrantino escolheu os cenários da cidade de Abrantes, do rio Tejo e da oliveira do Mouchão, em

Mouriscas, para fazer a rodagem. E, se tudo correr bem e como planeado, as equipas de produção e filmagem estarão no terreno por alturas da primavera, ou seja, daqui a um mês e meio ou dois meses. Neste momento a equipa da curta “Ponto de Fuga” está a negociar parcerias para suportar o orçamento da produção, para além de uma campanha de Crowdfunding (https://ppl.pt/pontodefuga) aberta

até dia 10 de fevereiro. As parcerias, de acordo com David Alves podem ser feitas em produtos que podem vir a fazer parte do filme, por exemplo, um vinho ou um azeite. Essas reuniões estão a decorrer neste momento. Certo é o apoio da Câmara Municipal de Abrantes decidiu atribuir a verba de 1.410 euros. De acordo com uma informação do município 1.040 euros, serão para

assegurar o alojamento da equipa técnica, atores e os restantes 370, são custos estimados relativamente ao transporte a efetuar no autocarro municipal. Este apoio mereceu a aprovação unânime do Executivo Municipal na reunião realizada a 2 de novembro de 2021. David Alves explicou que “Ponto de Fuga” conta a “história do regresso de Anita à casa dos avós, em Abrantes, depois da morte da avó. O retrato de uma família desfeita que vai encontrando respostas nas conversas cúmplices de Anita com o avô Manuel e nas páginas do velho diário da avó Olívia.” E a Oliveira do Mouchão entra neste enredo porque a avó de Anita era pintora e os seus pincéis eram muito específicos, eram ramos da oliveira mais antiga do país. A acrescentam-se os barcos e o rio Tejo e nesta ligação ribeirinha, junta-se um conjunto de outras imagens de Abrantes. Nesta altura o elenco deverá estar fechado. São quatro personagens, conhecidas pelo público. O realizador revela que haverá depois um casting para figurantes os dias das gravações.

O guião está praticamente fechado e o projeto está em fase de pré-produção. Falta ter o projeto financeiro completo para que em final de março ou abril possam acontecer as gravações. “São quatro a cinco dias de gravações”, explicou David Alves acrescentando que a ideia original foi sua, mas que ganhou outra dimensão quando se juntou à produtora Adesiva. Com esta união o “Ponto de Fuga” ganhou outra dimensão e cresceu para uma curta-metragem independente com o objetivo de poder ser candidatada a festivais de cinema. David Alves e a produtora adesiva tem como objetivo principal a participação em festivais de cinema de renome, nacionais e internacionais, tais como Festival de Cannes, de Berlim, de Toronto, de Veneza. Por outro lado, pretendem a exibições em várias plataformas e salas de cinema, incluindo possivelmente canais televisivos. Desta forma “promovemos o nosso país e a nossa cultura, bem como os nossos apoiantes e patrocinadores, além-fronteiras”, defendem. Jerónimo Belo Jorge

Oliveira do Mouchão em 5.º lugar na Árvore do Ano A Oliveira do Mouchão, em Mouriscas, voltou a estar na corrida a Árvore do Ano 2022, mas este ano ficou-se pelo quinto lugar na votação, entre as dez concorrentes. Em primeiro lugar ficou a Sobreira Grande, Alentejo, com 3.319 votos, em segundo a Melaleuca Armilaris da Quinta das Pratas no Cartaxo com 1.899 votos e em terceiro a Oliveira Real, do Algarve, com 1.701 votos expressos. A Oliveira do Mouchão, ficou em quinto lugar com 1.262 votos expressos. Recorde-se que a votação deste ano esteve suspensa entre meados de dezembro e a segunda semana de janeiro. A União da Floresta Mediterrânica (UNAC), entidade que organiza o

concurso Árvore do Ano, esclareceu que “na monitorização regular que a UNAC faz ao processo de votação, se verificou que o site das votações da Árvore do Ano 2022 sofreu um ataque informático antes do Natal”. Ainda de acordo com a UNAC foram “detetados inúmeros votos gerados irregularmente”. Depois de ter identificado o problema a UNAC optou pela suspensão “imediata das votações”. E é durante este período que estão a ser verificados todos os votos para que “seja possível a eliminação dos votos irregulares, bem como a deteção e aumento do nível de segurança face ao ataque em curso.” A Sobreira Grande vai agora representar Portugal na votação para Árvore Europeia do Ano.

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SOCIEDADE /

Clubes de Caçadores de Arreciadas e Alvega recebem novas instalações // No concelho de Abrantes existem muitas escolas antigas “que foram ficando desertas pela reorganização das estruturas escolares” e a Câmara tem vindo a cedêlas, através de protocolos, “quer às Juntas de Freguesia, quer a associações que desenvolvem ações importantes nas suas comunidades e são essas entidades que vão fazendo a manutenção desses imóveis e que dão vida e dinâmica a essas infraestruturas”. As palavras são do presidente da Câmara de Abrantes que no dia 27 de janeiro assinou mais dois protocolos e entregou mais dois edifícios a associações. A antiga Escola Básica de Arreciadas passou para a responsabilidade do Clube de Caçadores Reunidos de Arreciadas e o antigo Jardim de Infância de Concavada está agora entregue ao Clube de Caça e Pesca de Alvega. A manhã começou junto à antiga Escola Primária de Arreciadas que encerrou as suas portas no ano letivo 2018/19. De portas fechadas desde aí, vai agora receber os cuidados e a manutenção por parte do Clube de Caçadores Reunidos de Arreciadas. João Maria Monteiro, presidente do Clube, agradeceu a cedência do imóvel, considerando que é uma boa medida “para o Clube, para a população, para a Câmara e para a Junta” pois trata-se de “um espaço que estava aqui abandonado e com a vinda dos caçadores e com as ideias que temos, pretendemos ter aqui não só os caçadores mas todos aqueles que precisarem da nossa ajuda”, referindo-se a outras associações ou mesmo atividades desportivas. João Maria Monteiro explicou depois que a atividade do Clube não passa apenas pela caça, até porque “a caça é talvez o que se faz menos”. Referiu que este sector, “em termos económicos tem muito valor mas o que os caçadores fazem mais é cuidar da área envolvente”. A reserva de caça tem 3780 hectares de terreno o que faz com que “todos os caçadores, a Direção do Clube, quer na altura da caça , quer fora da altura, acabam por fazer uma vigilância em toda esta área, duas a três vezes por semana”. Não esqueceu o “papel muito importante” de maio a setembro, com “a vigilância contínua” em época de incêndios. Cuidar para que não haja atos de vandalismo nos terrenos onde a reserva está inserida acaba por ajudar também os proprietários que por sua vez “nos ajudam a nós e trabalhamos neste tipo de parcerias”. O Clube possui ainda uma carrinha com kit de incêndios que “estará sempre disponível tanto para o nosso concelho como para concelhos vizinhos. Vamos onde houver necessidade”. Regressando à entrega da Escola ao Clube, João Maria Monteiro com-

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prometeu-se “em deixar o edifício muito diferente daquilo que está agora” afirmando que “vai ficar impecável”. Não deixou de “pedir”, em caso de necessidade, que “a Câmara e a Junta de Freguesia nos ajudem”, falando em “troca de trabalhos”. O presidente da União de Freguesias de S. Miguel do Rio Torto e Rossio ao Sul do Tejo revelou que assim que soube que o Clube estava interessado no edifício, a Junta abdicou de o pedir à Câmara porque “é preferível serem eles a ocupar este espaço”, o que “também vai permitir à Junta que o outro edifício onde estava o Clube de Caçadores, e que é da Junta, possa vir a ter uma outra utilização, nomeadamente reforçar o apoio para a distribuição de alimentos que é feita em Arreciadas”. Luís Valamatos colocou ainda a Junta de Freguesia na disponibilidade de “ajudar na restauração do edifício para que ele fique funcional porque realmente carece de alguma intervenção”. Já o presidente da Câmara Municipal de Abrantes disse reconhecer “o trabalho do Clube de Caçadores de Arreciadas, ao exemplo do que acontece com outras associações de caçadores do nosso concelho. Reconheço verdadeiramente este trabalho de vigilância informal no nosso território (...) porque os olhos dos cidadãos são tão ou mais impor-

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/ Escola de Arreciadas entregue ao Clube de Caçadores Reunidos de Arreciadas

/ Jardim de infância de Concavada é a sede do Clube de Caça e Pesca de Alvega tantes que os das nossas forças de segurança”. Manuel Jorge Valamatos lembrou o reforço do Município na questão dos kits de primeira intervenção aos incêndios com as Juntas de Freguesia. Disse o autarca que “é nosso objetivo num futuro próximo, seguramente antes do próximo verão, fazer alguns acordos de colaboração com as associações de caçadores e outras”. Recordou que “mesmo antes de se falar de kits de primeira intervenção, já vocês o tinham”, referindo-se ao Clube de Caçadores Reunidos de Arreciadas, um dos pioneiros nesta aquisição. Quanto à entrega do imóvel, Manuel Jorge Valamatos explicou

que estes edifícios são entregues “a associações que entendemos, pela sua atividade, dinâmica e responsabilidade, são boas pessoas para aceitar estas instalações ao serviço da comunidade”.

Clube de Caça e Pesca de Alvega muda-se para Concavada

A manhã prosseguiu com a assinatura de mais um protocolo de cedência de instalações. Desta vez, o antigo Jardim de Infância de Concavada reconverte-se na sede do Clube de Caça e Pesca de Alvega que deixa parte da antiga Escola Primária de Casa Branca, onde esteve nos últimos anos. O novo local permite

mais atividades porque conta mais espaço e “já podemos fazer barulho e estacionar os carros”, coisas que se tornavam difíceis nas anteriores instalações, mesmo junto à EN118. À chegada ao local já se ouvia música a anunciar que o dia era de festa e o cheiro que pairava no ar deixava antever que o petisco já estava a ser preparado. Paulo Gonçalves é o presidente do Clube e agradeceu à Câmara Municipal a cedência das instalações porque este “era um objetivo nosso visto termos cerca de 200 associados de todo o país e as anteriores instalações não tinham condições porque estávamos a prejudicar, essencialmente, as populações com barulhos e também a fim de evitar acidentes rodoviários. Nós somos uma coletividade e não queremos prejudicar a população”. Quanto às novas instalações, em melhores condições que o de Arreciadas, “já fizemos aqui algumas melhorias” e Paulo Gonçalves deixou “a promessa de que vamos olhar pelo espaço”. Manuel Jorge Valamatos voltou a referir que a Câmara está a entregar estes edifícios “às pessoas certas” e a reconhecer o trabalho de “preservação dos ecossistemas” feito pelos caçadores. “Os caçadores não sujam a floresta, os caçadores protegem a floresta”, afirmou o autarca. O Clube de Caça e Pesca de Alvega tem ainda outro protocolo em vigor onde cuida da antiga Escola Primária do Monte Galego, também na União de Freguesias de Alvega e Concavada, e que , durante o período de época de incêndios, serve de base logística às viaturas da AFOCELCA que integra o dispositivo nacional de defesa da floresta contra incêndios florestais (DFCI), da Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC). Manuel Jorge Valamatos destacou esta “sensibilidade” do Clube e também prometeu estar atento à questão do kit de primeira intervenção, dizendo que a Câmara vai trabalhar nisso e pediu que “verdadeiramente, cuidem deste espaço para que a comunidade se sinta orgulhosa do que vocês fazem aqui e da responsabilidade que vocês têm”. Os protocolos agora formalizados são válidos por cinco anos e renováveis por iguais períodos de tempo. Patrícia Seixas


REGIÃO / Abrantes

Executivo preocupado com falta de médicos de família no concelho // A falta de médicos de família no concelho de Abrantes está bem presente nas preocupações de todos e sinal disso foi a abordagem feita pelos vereadores da oposição na reunião do Executivo, realizada no 11 de janeiro. Vítor Moura, vereador eleito pelo PSD, deixou algumas questões sobre o que está a ser ponderado pelo Município para minimizar um problema que acontece “um pouco por todo o país”. O vereador social-democrata começou por perguntar acerca da situação na freguesia de Mouriscas por “um anúncio que me chegou de que deixou de haver consulta médica. (...) A confirmar-se, é mais uma freguesia que vai ficar sem médico de família e as coisas levam um caminho tal que temos que deixar algumas perguntas”. Questionou quantas são as freguesias do concelho que já não têm médico de família e “o que está a ser feito com as pessoas que ficam desprotegidas desse benefício, em termos de consulta, de transporte, cuidados de enfermagem, receituário de medicação”. Vítor Moura afirmou ainda que “somos todos a favor de um Serviço Nacional de Saúde mas de um Serviço nacional de Saúde que exista e que responda”. Também Vasco Damas, vereador eleito pelo movimento AlternativaCom, abordou a questão, voltando a referir a situação de incerteza que se vive em Mouriscas. Começou por questionar sobre “como tenciona o Executivo Municipal operacionalizar a recomendação sobre Cuidados de Saúde Primários, aprovada na última sessão da Assembleia Municipal, e atualizando com a preocupação das últimas informações sobre esta matéria, sendo que Mouriscas já está sem médico, Alvega e Concavada penso que também, Pego também parece uma realidade”. Vasco Damas acrescentou que, segundo o que conseguiu apurar, “até final de fevereiro, é impossível marcar con-

sulta na Unidade de Saúde Familiar D. Francisco de Almeida”. Finalizou dizendo que “se este assunto era importante, na nossa opinião ele passou a ser prioritário”. Ao Jornal de Abrantes, o presidente Manuel Jorge Valamatos explicou que a colocação de médicos está fora das competências da Câmara Municipal mas mostrou-se preocupado com a situação de falta de médicos e confirmou que os contactos com o ACES Médio Tejo e com o Ministério da Saúde estão a ser feitos. O autarca começou por alertar que o concelho de Abrantes “é muito grande e ao longo dos últimos anos temos assistido a essas notícias da falta de médicos de família em todo o país, sobretudo mais nas regiões ditas do interior”.

“Nos últimos anos Abrantes tem conseguido dar as respostas necessárias a esta situação mas, na verdade, nos últimos meses, com a chegada do momento da aposentação de alguns médicos, é evidente que a situação se tornou difícil”, acrescentou. De acordo com o ACES Médio Tejo, Abrantes, Torres Novas e Ourém são os concelhos que levantam maiores preocupações. Disse Manuel Jorge Valamatos que este é um tema “da maior importância e ao qual temos que dar prioridade máxima para tentar, com o ACES do Médio Tejo e o Ministério da Saúde, encontrar as melhores respostas”. A construção das Unidades de Saúde Familiar D. Francisco de Almeida, em Abrantes, e Beira Tejo, em Rossio ao Sul do Tejo, foram,

para o autarca, “investimentos estruturais que estamos apostados em fazer para conseguir uma maior abrangência e conseguir as melhores condições para que os médicos e enfermeiros possam prestar um melhor serviço”. Não se querendo “desviar das nossas competências, continuamos a interagir de forma a colocar aquilo que é a nossa responsabilidade no topo das intenções, procurando soluções concretas”. No entanto, afirmou, “também queremos exigir ao Ministério da Saúde que, no âmbito das suas competências, assuma a sua responsabilidade. E a colocação de médicos e enfermeiros é da inteira responsabilidade do Ministério da Saúde”. Acrescentou ainda que a Câmara de Abrantes estará “disponível para reagir a tudo o que for possível

para criar as melhores condições estruturais mas queremos que o Governo não se desvincule deste processo de responsabilidade porque os médicos de família desempenham um papel importantíssimo no Sistema Nacional de saúde”. O ACES Médio Tejo tem chegado a acordo com alguns médicos aposentados para, ao abrigo do regime de contratação excecional dos médicos aposentados do SNS, possam continuar a exercer. Ter mais Unidades de Saúde Familiar no concelho também é uma estratégia que o Executivo está a avaliar, visto o funcionamento ser diferente e talvez mais apelativo para médicos e enfermeiros. O Jornal de Abrantes conseguiu apurar que já saiu a autorização de aposentação do médico de Mouriscas mas que o médico já se mostrou disponível para continuar a exercer na freguesia, após os termos legais ficarem resolvidos. Neste momento existem utentes sem médico de família nos polos de Alferrarede, Pego, Alvega e Concavada, Carvalhal e São Miguel do Rio Torto. Neste último caso, em São Miguel do Rio Torto, os utentes que assim o desejarem podem inscrever-se na USF Beira Tejo. No Carvalhal, em São Miguel e no Pego, desempenham funções médicos da prestação de serviços. Em Alvega exercia uma médica aposentada ao abrigo do regime de contratação excecional dos médicos aposentados do SNS, mas a profissional rescindiu no dia 31 de dezembro de 2021. Já o horário para as consultas de recurso foi alargado. Os utentes podem recorrer ao recurso, diariamente, das 9 às 17 horas. Patrícia Seixas PUBLICIDADE

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REGIÃO / Abrantes

Executivo aprova creche municipal proposta pelo PSD e que também é prioridade para o PS // O Executivo da Câmara de Abrantes aprovou, por unanimidade, a proposta do PSD que prevê a criação de uma creche municipal. Neste caso, não será de gestão municipal pois não teria acordo com a Segurança Social mas a criação de uma creche vem, conforme as palavras do presidente da Câmara, ao encontro das ideias da maioria socialista que já está a trabalhar no projeto. “Das duas uma: ou o senhor andou a ouvir as nossas reuniões, ou o senhor andou a ler atentamente o nosso manifesto eleitoral”, ironizou Manuel Jorge Valamatos que adiantou logo que a maioria socialista iria votar favoravelmente a proposta social-democrata pois “isto bate certinho com o que estamos a preparar”. O autarca revelou que “há 15 dias” (a reunião do Executivo realizou-se no dia 11 de janeiro) tiveram uma reunião “mais alargada” sobre as questões da educação, “sobretudo do berçário, pois a questão desde a nascença aos três anos de idade preocupa-nos bastante e é aqui que reside uma grande fragilidade, não só na região mas no nosso país”. Para Manuel Jorge Valamatos o concelho tem que dar uma resposta porque “as creches são decisivas, definitivamente, à questão da natalidade, são decisivas para as questões de empregabilidade e funcionalidade dos casais jovens”. O presidente da Câmara avançou que o Gabinete Técnico já está a trabalhar num projeto para a construção de uma creche e que ainda durante esta semana haverá uma reunião com as IPSS’s do concelho. Lembrou ainda uma nova Lei, “que saiu nos últimos dias, em que o Governo pretende a gratuitidade, em três anos, para todas as crianças” e que creches de gestão direta por uma Câmara Municipal não têm acordos com a Segurança Social. Garantiu que “vamos avançar com candidaturas neste âmbito, já as questões da gestão propriamente dita, ficará para uma fase posterior”. Vítor Moura, vereador eleito pelo PSD, mostrou-se surpreendido pela viabilização da sua proposta e apresentou-a de seguida.

Do documento, conta que “a fixação de casais em idade fértil no nosso município deve ser considerada como um importante contributo para atenuar a grave quebra de população aqui verificada. A existência de creches, pode ser fator de atração à fixação desses casais e pode concorrer para o desenvolvimento e bem estar, atingindo não apenas o vetor demográfico, mas também o social e o económico. Na área do nosso município a inexistência de vagas para a colocação de bebés em creche, é um grave problema ao qual as IPSS não conseguem dar resposta suficiente, ao ponto de os

futuros pais inscreverem os futuros bebés logo que a futura mãe engravida. Compete à câmara municipal, como aliás acontece em muitos outros municípios por todo o país, suprimir essa importante carência, o que em Abrantes já poderia e deveria ter acontecido por decisão dos sucessivos executivos do partido socialista que governam o nosso concelho há quase três décadas. Atendendo à urgência do problema e face ao apoio agora previsto em sede do PRR (Plano de Recuperação e Resiliência) em concurso a decorrer desde 7 de dezembro passado e até 22 de fevereiro próximo e cujo financiamento elegí-

vel poderá atingir 100%, o Partido Social Democrata (PSD), pelo seu vereador Vítor Moura, propõe que o executivo municipal aprove, com caráter de urgência, a apresentação de candidatura à criação de uma creche municipal, conforme previsto no PRR (Plano de Recuperação e Resiliência), em sede do concurso de apoio ao investimento em equipamentos e respostas sociais, em tempo útil (até 22 de fevereiro próximo), conforme consta da abertura de concurso para investimento – Nova geração de equipamentos e respostas sociais e requalificação e alargamento da rede de equipamentos e respostas sociais”.

Autarquia já tem três casas para resposta de alojamento urgente e temporário

São agora três as habitações municipais que passam a estar disponíveis para pessoas oriundas do concelho de Abrantes que se encontrem numa situação de desproteção social e para as quais não existam as respostas necessárias em tempo útil. Na reunião de Câmara do Executivo Municipal da passada terça-feira, 11 de janeiro, foram aprovadas por unanimidade as propostas

de deliberação que diziam respeito a duas habitações, propriedade do Município, localizadas, uma na urbanização de Vale de Rãs, outra no Bairro Municipal, que vão ficar destinadas a resposta de Acolhimento de Emergência para pessoas oriundas do concelho de Abrantes, que se encontrem numa situação de desproteção e vulnerabilidade social/económica. As duas habitações juntam-se

a uma outra já existente para o mesmo efeito, localizada na urbanização da Encosta da Barata, “não sendo esta suficiente para acudir às situações verificadas pelos serviços técnicos da autarquia, agravadas pela situação de pandemia”. Manuel Jorge Valamatos, presidente da Câmara de Abrantes, explicou que “as nossas casas no âmbito da habitação social têm contornos diferentes, em função

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/ Creche Municipal poderá vir a ser uma realidade a breve prazo em Abrantes

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Já Vasco Damas, do AlternativaCom, também aprovou a proposta social-democrata defendendo, no entanto, “que a mesma deverá fazer parte de uma política efetiva de apoio aos casais jovens, a qual inclua medidas concretas de redução temporária da fiscalidade local, do emprego e do teletrabalho, da criação de negócios, da habitação e construção, incluindo maior rapidez no licenciamento, cuidados de saúde locais, mais e melhores transportes públicos, variedade e qualidade de entretenimento e cultura, entre outras situações de atratividade”. À margem da reunião, em declarações ao Jornal de Abrantes, Manuel Jorge Valamatos explicou o processo e qual a intenção da Autarquia. Uma gestão através de uma IPSS ou mesmo privada está em cima da mesa. Certo é que o projeto para uma nova creche no concelho vai avançar. O presidente explicou que a reunião que vai ter lugar com as IPSS, “no fundo, os atores que estão no terreno e trabalham esta matérias, pois há várias IPSS no concelho com esta oferta. É com estes parceiros que temos que perceber qual é a estratégia de futuro e estamos empenhados, se for caso disso, de avançarmos com a construção de uma creche municipal”. Voltou a ressalvar que, “não sendo gerida diretamente pelo Município, em princípio, porque a gestão direta dos municípios inviabiliza o apoio no âmbito da Segurança Social”. O objetivo é, segundo Manuel Jorge Valamatos, “encontrar as melhores respostas por forma a servir da melhor forma possível, com os menores custos para a Autarquia”. Patrícia Seixas

da especificidade dos seus Regulamentos e esta é uma resposta que sentimos necessidade de pontualmente fazer e, para além da que temos, precisamos de ter mais”. A organização e funcionamento das habitações é regulada pelas disposições do regulamento de utilização da resposta de habitação “Casa da Encosta”, publicado no Diário da República de 9 de julho de 2021.


GALERIA /

Arlindo Alves Homem atualmente fotógrafo oficial da Direção-Geral do Património Cultural, realizou inúmeros trabalhos fotográficos em equipamentos culturais em todo o país, de apoio ao Gabinete da Senhora Ministra da Cultura, Graça Fonseca, entre os anos de 2018 e 2022, durante a vigência dos XXI e XXII Governo Constitucional, é ainda fotógrafo da Agência Ecclesia, Patriarcado de Lisboa, Glam Magazine , A Su Imagen Stockphoto (Colômbia), Sport on Stage, FootballDream.pt e colabora regularmente com o jornal digital Mediotejo.net. Com numerosos trabalhos publicados em livros, jornais e revistas A fotografia é uma paixão, uma verdadeira lição de amor, um dos meus maiores motivos para ser feliz, tento fazer com que as minhas fotos sirvam de testemunho da história, deixo para as pessoas, a minha subjetividade do mundo…, um convite que possa abrir imaginação e trazer emoção, que possa valorizar um detalhe, uma luz, cor ou sombra. Vou citar um fotógrafo francês que admiro muito, Henri Cartier- Bresson “Fotografar é colocar na mesma linha: a cabeça, os olhos e o coração”

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REGIÃO / Abrantes

Nova empreitada para requalificação do Cineteatro S. Pedro lançada até final do mês // A Câmara Municipal de Abrantes pretende lançar até final do mês de janeiro um novo concurso para a empreitada do Cineteatro S. Pedro. A informação foi avançada na reunião de Câmara de dia 11 de janeiro, pelo presidente da Câmara de Abrantes, Manuel Jorge Valamatos. À Antena Livre, o autarca confirmou que “queremos lançar o concurso até final deste mês”, relembrando que já houve um primeiro concurso que ficou deserto. O aumento dos custos de materiais, “com valores altamente inflacionados” levou a que “o valor que tínhamos de orçamento para essa intervenção no Cineteatro S. Pedro, não despertou o interesse de nenhum concorrente”. Neste momento, “o valor está a ser trabalhado e atualizado e obviamente que vamos ter um valor muito superior àquele que inicialmente estava previsto”, que era de 1 milhão e 700 mil euros. O presidente da Câmara não quis avançar com um valor em concreto, afirmando apenas que “subirá de forma substancial”. A Antena Livre sabe que a empreitada que irá ser lançada vai superar os 2 milhões de euros. Manuel Jorge Valamatos adiantou que esta “é mais uma despesa que ficará alicerçada em boa tarde pelos fundos comunitários” e que a candidatura terá também que ser “ajustada” para “perceber qual é a percentagem de apoio comunitário que vamos ter para o Cineteatro S. Pedro e depois perceber qual a componente da responsabilidade da Autarquia, desejando que esse peso seja o menor possível”. É desejo do Executivo que a empreitada avance pois “é muito importante”, visto que “o Cineteatro S. Pedro não é apenas para a cidade e para o concelho pois desempenha um papel relevante do ponto de vista cultural na região”. Referindo que “o cinema também está associado a essa ação cultural, o que nós queremos é ter o Cineteatro requalificado o mais rápido possível para também poder exercer essa função”.

Uma sala de cinema em Abrantes

Ora, a informação do lançamento da nova empreitada do Cineteatro S. Pedro surgiu na sequência de uma questão do vereador Vasco Damas, do movimento ALTERNATIVAcom, acerca da inexistência de uma sala de cinema em Abrantes. Recordou o vereador que, numa ata de 7 de julho de 2020, o presidente da Câmara afirmou que “Abrantes não fica sem sala de cinema”. Vasco Damas avançou ainda com a informação prestada na altura de que “havia um contrato de arrendamento mas que a entidade bancária propôs um preço muito fora do enquadramento”. Quanto à sala de cinema, disse que “a Autarquia continua em negociação com a entidade

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/ Novo concurso para a requalificação do Cineteatro S. Pedro bancária para encontrar uma solução mas que existem outras possibilidades para salas de cinema com custos menores”. O vereador questionou então o presidente da Câmara “porque razão continuam os abrantinos a não dispor de uma sala de cinema, sendo obrigados a deslocar-se ao Sardoal ou a outros concelhos e o que falta para cumprir a promessa feita há alguns meses de que Abrantes não fica sem sala de cinema”. À Antena Livre, Manuel Jorge Valamatos explicou depois a situação do Edifício Milenium que “tinha um proprietário, entretanto essa empresa faliu e a Caixa Geral de Depósitos assumiu a pertença do imóvel que fica numa zona estratégica para nós e com uma dinâmica interessante”. Contudo, “com os valores que nos foram apresentados, não houve a possibilidade de negociar um arrendamento nem um aluguer mensal foi permitido”. O que foi proposto à Câmara de Abrantes por parte da CGD, apenas interessada na venda do imóvel, foi “um valor extremamente elevado, de muito mais de meio milhão de euros, e nós entendemos que não fazia sentido. Os valores estavam completamente desajustados com a nossa realidade e com o valor real do espaço”. Procurar outras soluções para ter uma sala de cinema na cidade de Abrantes é a intenção do Executivo socialista. Manuel Jorge Valamatos afirmou que “o Cineteatro S. Pedro terá a resposta de cinema mas temos em vista outras oportunidades, no-

JORNAL DE ABRANTES / Fevereiro 2022

meadamente, a requalificação do antigo mercado em multiusos, com a possibilidade de poder ter aí, eventualmente, cinema comercial”. “Mas há outras oportunidades”, referiu o presidente, que falou ainda do MAC - Museu de Arte Contemporânea Charters de Almeida “que está em fase de conclusão” e vai ser instalado instalar no Edifício Carneiro, junto ao Castelo. O Edifício Carneiro “tem um auditório que pode ser uma oportunidade para algum tipo de cinema”. Essa é uma ideia “que vamos tentar perceber e interpretar da melhor maneira para criar as melhores condições para que possamos voltar a ter cinema. Mas outras propostas e outros entendimentos poderão surgir nos próximos tempos”. Com o Edifício Carneiro como uma possibilidade de sala de cinema, levantou-se a questão de o Cineclube de Abrantes poder regressar à cidade. O Cineclube funcionava naquele mesmo edifício mas, por razão das obras, teve que abandonar o espaço e está atualmente em atividade no concelho de Sardoal. Manuel Jorge Valamatos começou por dizer que uma coisa não tem a ver com a outra e relembrou que “tivemos a sede dessa Associação durante muito tempo nas nossas instalações”. No entanto, não descartou a hipótese e afirmou que “se um dia criarmos condições e se o Cineclube entender que tem boas razões para poder voltar, cá estaremos para olhar para essa situação”. Patrícia Seixas

CARTÓRIO NOTARIAL EM ABRANTES A CARGO DA NOTÁRIA ANDREIA SORAIA MARTINS SILVA Extrato Notarial de Escritura Pública de “Justificação” _____ Certifico narrativamente, para efeitos de publicação, que por escritura lavrada na presente data a folhas setenta e duas e seguintes, do livro de notas para escrituras diversas número vinte e seis, do Cartório Notarial em Abrantes, sito na Avenida 25 de Abril, número duzentos e quarenta e oito, freguesia de União das Freguesias de Abrantes (São Vicente e São João) e Alferrarede, da Notária, Andreia Soraia Martins Silva: JOSÉ MARIA PERNADAS, NIF 167.092.235, natural da freguesia de São Facundo, concelho de Abrantes, e mulher JESUVINA NARCISA ALBINO, NIF 122.161.475, natural da freguesia de São Facundo, concelho de Abrantes, casados sob o regime da comunhão geral, residentes na Rua da Padaria, número 13, Vale Zebrinho, freguesia de São Facundo e Vale das Mós, concelho de Abrantes. DECLARARAM OS OUTORGANTES SOB SUA INTEIRA RESPONSABILIDADE: _________ Que, são donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem, de um de cinquenta e quatro avos dos seguintes bens imóveis, não descritos na Conservatória do Registo Predial de Abrantes: ------- VERBA UM – Prédio rústico, composto por olival, citrinos, horta e oliveiras, com a área de três mil metros quadrados, denominado ou localizado em Vale dos Tanques, freguesia de União de Freguesias de São Facundo e Vale das Mós, concelho de Abrantes, a confrontar de norte com Zulmira Helena Josué e Herdeiros de Francisco Marques Neto, de sul com Narcisa Jacinta Pereira, de nascente com Zulmira Helena Josué e Herdeiros de Mª Joaquina Francisco e de poente com Manuel Luís Gonçalves e António Rodrigues Mascate, inscrito na matriz predial rústica da freguesia de União de Freguesias de São Facundo e Vale das Mós, sob o artigo 136, da secção D3, o qual proveio a extinta freguesia de São Facundo, sob o artigo 136, da Secção D3, com o valor patrimonial para efeitos de IMT total de 236,65€, correspondendo ao mencionado direito 17,06€, a que atribuem igual valor. ------- VERBA DOIS – Prédio rústico, composto por citrinos, horta e oliveiras, com a área de seiscentos e vinte e cinco metros quadrados, denominado ou localizado em Vale dos Tanques, freguesia de União de Freguesias de São Facundo e Vale das Mós, concelho de Abrantes, a confrontar de norte com Caminho Público, de sul com Narcisa Jacinta Pereira, de nascente com Herd. De Joaquim Neto e de poente com Herd. De João do Rosário Ferreira Coelho, inscrito na matriz predial rústica da freguesia de União de Freguesias de São Facundo e Vale das Mós, sob o artigo 139, da secção D3, o qual proveio a extinta freguesia de São Facundo, sob o artigo 139, da Secção D3, com o valor patrimonial para efeitos de IMT total de 36,14€, correspondendo ao mencionado direito 0,67€, a que atribuem igual valor. ------- Que desconhecem os artigos rústicos da antiga matriz, dos prédios supra identificados. MAIS DECLARARAM OS OUTORGANTES. ----- Que, os mencionados direitos ora justificados sobre os prédios supra mencionados, vieram à posse deles justificantes, no estado de casados, por compra meramente verbal efetuada em dia e mês que não podem precisar, mas no ano de mil novecentos e oitenta, a Narcisa Joaquina, viúva, residente na freguesia de São Facundo, Manuel Josué Vicente ou Manuel Josué, casado sob o regime da comunhão geral com Joaquina Madalena, residentes na freguesia de São Facundo, Firmino Josué Vicente ou Firmino Vicente, casado sob o regime da comunhão geral de bens com Maria Luísa, residentes na freguesia de São Facundo, Francisco Neto Vicente casado sob o regime da comunhão geral de bens com Carminda de Jesus Alves, residentes na freguesia de São Facundo, Maria Joaquina e marido Manuel Possidónio Barata, casados sob o regime da comunhão geral e bens, residentes na freguesia de São Facundo, Ana de Jesus e marido José António Vicente, casados sob o regime da comunhão geral de bens, residentes na freguesia de São Facundo, Madalena Narcisa, solteira, maior, residente na freguesia de São Facundo, Luísa Narcisa e marido José Marques Ferreira casados sob o regime da comunhão geral de bens, residentes na freguesia de Bemposta, Manuel Serafim Jesus Vicente ou Manuel Serafim Vicente Albino e mulher Luisa Palmira Orvalho da Costa, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, residentes na freguesia de São Facundo, Maria Manuela Narciso Albino e Marido Saúl Rocha Cláudio, casados sob o regime da comunhão geral de bens, residentes na Damaia, Amadora e Maria Evangelina Vicente Mascate e marido José Manuel Rodrigues Martins, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, residentes na freguesia de São Facundo. ---------- Que dada a forma de aquisição não têm título formal que lhes permita requerer o registo das referidas quotas partes a seu favor. ------- Que, assim os justificantes se encontram, na posse da mencionada quota parte sobre os acima mencionados prédios, há mais de vinte anos, tendo desde essa data usufruindo dos referidos imóveis, vedando-os, plantando-os, semeando-os, lavrando-os, cultivando-os, tratando-os, colhendo os respetivos frutos, pagando as respetivas contribuições e impostos, isto é, gozando de todas as utilidades, direitos e benefícios por eles proporcionadas. ----------- Que sempre foram reputados por toda a gente como proprietários dos mesmos e sempre se consideraram como tal. -------- Que, assim, nos termos expostos, a sua posse tem sido, pois exercida ostensivamente perante toda a gente sem oposição de quem quer que seja, continuadamente há mais de vinte anos, sendo por isso uma posse pacífica, continua e pública, e de boa fé, pelo que adquiriram os mencionados direitos sobre os referidos prédios por usucapião, o que invocam para efeitos de primeira inscrição no registo predial. ------------- Que, do ato de aquisição verbal e da posse, que em consequência, eles ora justificantes, têm vindo a exercer nos prédios acima identificados e que agora justificam, não decorreu qualquer fracionamento proibido por lei porquanto os antepossuidores de quem os justificantes adquiriram os referidos direitos sobre os mencionados prédios, não possuíam outros prédios rústicos contíguos aos acima identificados. Está conforme o original. _____Abrantes, 20 de janeiro de 2022. _____A Notária, Andreia Soraia Martins Silva


SOCIEDADE / Sardoal, Abrantes e Vila de Rei integram Órgãos Sociais da AMREN2

OPINIÃO /

// A Assembleia Geral da AMREN2 – Associação de Municípios da Rota da Estrada Nacional 2 decorreu na Casa da Cultura da Sertã, no passado dia 21 de janeiro. Tratou-se da eleição e tomada de posse dos órgãos sociais para o mandato 2021-2025. A lista levada a escrutínio foi eleita por unanimidade. O Presidente do Conselho Diretivo da AMREN2, Luís Machado, manifestou gratidão a todos os autarcas que têm trabalhado em torno deste projeto e acrescentou “que neste projeto a Vila mais pequena é tão importante como a Cidade maior”. No que concerne ao trabalho a desenvolver reforçou que o “conselho diretivo tem a enorme responsabilidade de concretizar todos os projetos e ideias que estão a ser desenvolvidos”. Carlos Alberto de Miranda, presidente da Câmara Municipal da Sertã, agradeceu a presença dos restantes associados na Sertã, situada no km 345. O autarca reafirmou o compromisso do Município da Sertã para com o projeto da EN2. Referiu que sempre defendeu sem reservas este projeto, dando parabéns por todo o trabalho desenvolvido pela associação. “A EN2 é uma linha que une todos os nossos municípios e que essa união seja cada vez mais forte, cada vez mais consolidada, para que possamos fazer crescer cada vez mais este projeto para defesa e crescimento económico e

//ASSOCIAÇÃO DE MUNICÍPIOS DA ROTA DA ESTRADA NACIONAL 2 - MANDATO 2021/25 Assembleia Geral Presidente: Município de Sardoal Vogal: Município de Chaves Vogal: Município de Abrantes Conselho Diretivo Presidente: Município de Santa Marta de Penaguião Vogal: Município de Vila Pouca de Aguiar Vogal: Município de Viseu Vogal: Município da Sertã Vogal: Município de Almodôvar Conselho Fiscal Presidente: Município de Vila de Poiares Vogal: Município de Castro Daire Vogal: Município de Vila de Rei

social das nossas terras”, finalizou o autarca. Após o discurso de Carlos Alberto de Miranda, foi conhecido o resultado do ato eleitoral, do qual resultou eleição por unanimidade da única lista apresentada. Miguel Borges, presidente do Município do Sardoal, eleito presidente da Assembleia Geral da AMREN2, destacou a descoberta da riqueza da Estrada Nacional 2 feita pelos portugueses nos últimos anos, fruto do trabalho desenvolvido pelos sucessivos Conselhos Diretivos daquela associação. Seguiu-se a tomada de posse dos restantes órgãos sociais. No final da sessão, Luís Machado, presidente do Conselho Diretivo da AMREN2 e do Município de Santa Marta de Penaguião, agradeceu a forma como os autarcas foram recebidos na Sertã e manifestou gratidão a todos os autarcas que têm trabalhado em torno daquele projeto. “Neste projeto a vila mais pequena é tão importante como a cidade maior”, acrescentou. No que concerne ao trabalho a desenvolver, reforçou que o “conselho diretivo tem a enorme responsabilidade de concretizar todos os projetos e ideias que têm vindo a ser desenvolvidos.”

CIM do Médio Tejo ultrapassa execução prevista para 2021 no âmbito do Centro 2020 A Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo alcançou uma execução de cerca de 69% do seu Pacto de Desenvolvimento e Coesão Territorial (PDCT). Esta execução do PDCT da CIM do Médio Tejo “é bastante significativa uma vez que foi superior aos 60% propostos para a execução do programa na região centro do país em 2021”. Considera a CIM do Médio Tejo que “com este nível de execução deu-se um contributo muito significativo na meta definida para o Programa Operacional Regional do Centro 2020 e para o nível de execução global dos fundos comunitários em Portugal”. Para este nível de execução, foi premente o contributo dos municípios e das empresas apoiadas através do Pacto para o Desenvolvimento e Coesão Territorial. O PDCT pressupõe o apoio financeiro comunitário de projetos municipais, intermunicipais e de micro e pequenas empresas, pelo

que os mesmos estão centrados em diversas áreas de intervenção e que têm como objetivo primordial garantir a qualidade de vida das nossas populações e o crescimento económico da região. O PDCT da CIM do Médio Tejo, com uma dotação de fundo de cerca de 54 milhões de euros, tem apoiado projetos que vão desde a área da Modernização Administrativa, Eficiência Enérgica, Património Cultural, Apoio ao Emprego e às Empresas, Cultura e Inclusão, Infraestruturas de Saúde e Escolares e Promoção do Sucesso Escolar, sendo este

último âmbito, executado diretamente pela CIM do Médio Tejo, através do seu Plano Estratégico de Desenvolvimento Intermunicipal da Educação no Médio Tejo (PEDIME). Entre os vários projetos concretizados, e ainda por concretizar, está a construção e/ou requalificação de centros escolares e de saúde, a requalificação e valorização de património edificado e espaços de lazer, ações que preveem uma maior eficiência enérgica dos edifícios públicos, a promoção do sucesso escolar, através de equipamentos e ações concretas, entre outros. Recorde-se que o PDCT consiste na definição de uma Estratégia de Desenvolvimento para a região do Médio Tejo, baseada num Plano de Desenvolvimento Estratégico que estará vigente até 2023 e que aponta o crescimento inteligente, sustentável e inclusivo enquanto elementos essenciais para a evolução territorial.

Futuro

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/ Armando Fernandes

embra o rifão: «O futuro a Deus pertence». Não colocando em causa o profundo reflexivo do provérbio, porém se nos fiarmos na Virgem e não corrermos o trambolhão é inevitável. E, o que entende por corrermos? É ficarmos à espera que a preguiça nos espicace para sermos produtivos, empreendedores, competentes para saímos da amónia que nos atrofia e apoquenta desde o fim dos fumos da Índia. O professor Teixeira dos Santos vaticinou em recente entrevista estarmos 200 (duzentos anos) atrasados relativamente aos países evoluídos no que concerne à produtividade, ou seja à criação de riqueza. Duzentos anos é um número abissal, desencorajador, deprimente, no entanto, não podemos (devemos) atirar a toalha ao chão quais lutadores de boxe vencidos por KO, é necessário fazer das tripas coração, coração vigoroso nas áreas da inovação, da formação académica e profissional, de optimizarmos os pontos positivos de modo a anular os negativos. No que concerne a Abrantes urge pensar-se seriamente o concelho, o modo de os recursos naturais receberem projectos de tendentes a criarem riqueza consistente, aproveitar a encerramento da Central do Pego a fim de, a agora obsoleta estrutura, ser transformada em centro de ciências puras e aplicadas capazes de serem polo aglutinador de múltiplos saberes nessas áreas, mormente no capítulo da formação de jovens que os fixem na região. O reflectir Abrantes não pode ignorar a digitalização de todos os patrimónios conduzindo à sua requalificação especialmente no nicho urbanístico, pois a continuarmos na senda seguida até agora a milenar cidade acabará em sítio arqueológico. Fala-se muito no tocante à industrialização do concelho, anunciam-se investimentos neste segmento, não sendo saudosista da época áurea de Alfredo da Silva (um crime patrimonial a destruição

do seu legado imobiliário e documental), impõe-se uma procura de investimentos neste sector, seja pela via da bazuca, seja por outras, no pressuposto de o concelho integrar o comboio da nova revolução industrial já em andamento. A felicidade das pessoas depende em muito daquilo que as cidades lhe oferecem nos domínios da habitação, da mobilidade, da segurança, da saúde, do lazer, da espiritualidade religiosa e laica. Não vou citar autores nem obras que dissertam acerca dos pontos focais aludidos neste texto. Limitome a perguntar ao poder local: esta cidade está ou não parada no tempo. É, ou não uma cidade pasmada? E, o resto do concelho?

Fevereiro 2022 / JORNAL DE ABRANTES

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SOCIEDADE / OPINIÃO /

Virar a página

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BIOMASSA

energia renovável? A energia da biomassa está a aliciar o interesse de cientistas, responsáveis políticos e agricultores, na sua procura de energias alternativas, renováveis e limpas. Mas o que é a biomassa? É uma fonte de energia derivada dos produtos das culturas agrícolas, da floresta das culturas energéticas, dos resíduos da indústria da madeira, dos efluentes domésticos, de instalações agropecuárias e de indústrias agroalimentares (lacticínios, matadouros, lagares ou indústrias de transformação de frutos secos, etc.) e dos resíduos sólidos urbanos. No seu conjunto, a biomassa da Terra representa um enorme armazém de energia. Calcula-se que um oitavo da biomassa produzida anualmente poderia satisfazer toda a procura corrente de energia para a Humanidade. E, uma vez que a biomassa pode voltar a crescer, é um recurso potencialmente renovável. Extrair energia da biomassa é uma prática antiga, datando dos tempos em que as pessoas queimavam lenha para obter calor e luz. Mas só porque a ideia é antiga não significa que não haja a possibilidade de novas tecnologias. Os cientistas estão constantemente a encontrar novas maneiras cada vez mais eficazes de extrair energia da biomassa, a um ponto tal

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que agora começa a ser tomada seriamente como uma opção de energia futura. Um dos aspetos mais apelativos da energia da biomassa, é que não contribui para o aumento do efeito de estufa, desde que a biomassa seja colhida de forma sustentável. Carvão, gás, petróleo e outros combustíveis fósseis – os principais culpados do efeito de estufa – não se qualificam como biomassa, apesar de derivarem de material vivo. O tempo requerido

Ana Paiva é Licenciada em Engenharia Florestal, responsável pelo acompanhamento, execução, orientação, instrução e vigilância das visitas às exposições e atividades do Centro Ciência Viva de Bragança (CCVB), para além do desenvolvimento de estratégias que promovam uma relação, duradoura e inovadora do público com o CCVB e com as suas atividades. Autora de vários planos de ação e atividades direcionadas para os projetos educativos.

JORNAL DE ABRANTES / Fevereiro 2022

para a formação destes combustíveis – milhões de anos – significa que não se podem considerar como renováveis. Mas, de onde provém a energia? Bem, a fonte original da energia presente na biomassa é o Sol. Pequenas “fábricas” nas folhas das plantas, chamadas cloroplastos, usam a energia solar (na forma de energia luminosa, ou fotões) juntamente com o dióxido de carbono do ar e água do solo, para fabricarem uma série de componentes. Esses componentes incluem açúcares e celulose – coletivamente chamados hidratos de carbono. A energia original do Sol está agora armazenada nas ligações químicas destes compostos. Muita desta energia armazenada é passada para os animais quando eles comem as plantas (ou quando comem outros animais). Portanto, plantas, animais e excreções animais – biomassa – podem ser vistos como armazéns de energia solar. As principais vantagens deste tipo de energia são o seu caráter renovável, o fato de permitir o reaproveitamento de resíduos e a menor poluição produzida, relativamente à da energia obtida a partir de combustíveis fósseis. Ana Paiva

ernando Pimenta, canoísta, um dos nossos atletas mais medalhados, deu uma entrevista à “Saúda”, a revista das farmácias. Lembrando o tempo em que era “desajeitado e descoordenado” diz que “… é verdade. E ainda tenho um bocadinho desses traços de quando comecei na canoagem, em 2001, numas férias de Verão em Ponte de Lima. Foram dois meses aos tombos no rio Lima com um grupo de amigos... O espírito de entreajuda, a forma como nos motivávamos uns aos outros para que nenhum desmoralizasse quando caía à água e subia novamente para o caiaque, foi o que me fez gostar da modalidade.” E chegar ao campeão que é hoje, com “108 medalhas internacionais”. Como é possível de um desajeitado fazer um tal campeão em 21 anos? “Com muito trabalho, muita disciplina”, responde Fernando Pimenta. Mas não só, digo eu. Basta ver o que ele diz do futuro próximo diz: “Estou focado nos Jogos Olímpicos de Paris em 2024, Los Angeles de 2028, e mesmo a Austrália de 2032”. Um campeão faz-se com trabalho, disciplina e com foco em objetivos concretos de alto nível. Esta é uma lição que todas as pessoas com desejo de futuro podem aprender. Mas as nossas comunidades locais também: trabalho, disciplina e objetivos concretos elevados. Então, vale a pena perguntarmos: quais são os objetivos que o “meu” concelho tem para os próximos dez ou doze anos? As eleições foram há pouco. Os programas foram apresentados. Devemos, portanto, ter ainda frescos na memória esses objetivos. Se não soubermos quais são, se não forem públicos e reconhecidos, como é que pessoas, empresas e organismos locais podem trabalhar com disciplina e entreajudar-se para os alcançar? Somos todos ligeiros a identificar problemas e a acusar que “eles” não fizeram o que “eles” deviam ter feito. Sempre a apontar para cima. Pois a solução só pode vir de cima.

/ José Alves Jana / FILÓSOFO

Este outro modo de pensar e viver tem, sem dúvida, várias raízes históricas. Uma delas é a tradição católica que sempre nos governou. Na Igreja católica, tudo está organizado de cima para baixo. A nível global, é a palavra do Papa ou a ordem do Vaticano que decide; a nível da paróquia é o padre que tudo manda. Ao leigo cabe sujeitar-se na voz passiva. Como é que Portugal poderia ter um pensamento político e uma organização social de baixo para cima ou assente na responsabilidade social dos seus cidadãos? Contudo, é a multiplicação dos centros ativos e criadores de base, numa organização de baixo para cima e depois na regulação sistémica de cima para baixo, que permite a riqueza global sustentada. Ao nível municipal. Continuamos a pensar e a agir como se o futuro dependesse do que a Câmara faz. E em todos os períodos eleitorais nos flagelamos por não estarmos a conseguir aquilo que queremos. Não será uma altura propícia para ensaiarmos pensar de modo diferente – para ver se conseguimos um resultado diferente? Podemos, é claro, esperar que as câmaras mudem de política – mas isso continua a ser a mesma forma de pensar de cima para baixo. Ou podemos começar a pensar que o segredo está nos cidadãos, nas empresas, nas associações e nos organismos de vária natureza tomarem nas mãos a criação de um horizonte de maior solidez económica e social de cada concelho. Trabalho, disciplina e objectivos concretos definidos para um futuro à nossa dimensão. Só isso nos fará virar a página. Sem isso, não vamos longe.


CULTURA /

António Colaço, o artista O silêncio chinês na crise ucraniana

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em Mação, a sua chamada à vida ferida mas não finada. Não é, por acaso, portanto, que muita da sua obra utiliza não apenas telas e tintas, mas elementos do nosso mundo quotidiano, em pinturas que saltam das duas dimensões para a terceira, rasgando os limites que pareciam impostos à partida pela tradição. A arte é um trabalho sobre o sentido das coisas e da vida. Em António Colaço isso fica manifesto. É uma arte militante, sem ser enfeudada. E o que faz nas artes plásticas é também o que faz na música ou no Facebook, o que fez na RAL e certamente um pouco por todo o lado. Curioso é o facto de uma retrospectiva de 50 anos – muito tempo, uma vida – ter de ser feita pelo próprio artista. Mostra a pobreza do nosso meio cultural: não tem memória, não tem agentes, não tem programa. António Colaço é, ele próprio, um desafio a essa pobreza. José Alves Jana

tensão entre a Rússia e a NATO deverá permanecer em níveis nunca antes vistos desde o fim da Guerra Fria. Mas neste cenário de incerteza e medo existe uma grande potência que, silenciosamente, observa de longe a evolução do confronto: a China. Pequim já declarou que não tem qualquer intenção de apoiar a Rússia na questão ucraniana, até porque é do total interesse chinês que a diplomacia permita chegar a um entendimento entre as partes e evitar uma escalada progressiva das tensões. Acima de tudo, a China não está, de todo, interessada em qualquer fonte de instabilidade na Europa de Leste. E tem boas razões para isso. A Ucrânia é um parceiro fundamental de Pequim na grande estratégia chinesa para chegar à supremacia económica global; a recriação da Grande Rota da Seda. O projeto, orçado em centenas de milhares de milhões de euros, já está em andamento há vários anos e contempla a construção de infraestruturas rodoviárias, marítimas e ferroviárias que ligarão os mercados asiáticos ao mercado russo e europeu. A Ucrânia é fundamental neste projeto já que é o território de ligação entre a Ásia Central e a Europa de Leste. A China é também o maior parceiro comercial ucraniano, ligação essa que tem sido reforçada nos últimos meses com mais acordos comerciais entre Kiev e Pequim. No fim de contas, se há coisa que a China nitidamente não pretende é uma desestabilização na Europa de Leste que possa colocar em risco a nova Rota da Seda. Até porque, se olharmos bem para o mapa geográfico/económico da Europa, onde se localizam as portas de entrada terrestres da Europa, as opções não são muitas para a grande

/ Nuno Alves / MESTRE EM RELAÇÕES INTERNACIONAIS / nmalves@sapo.pt

estratégia chinesa: a Turquia tem a sua economia completamente arruinada pela hiperinflação, a Ucrânia está agora no centro de uma grande disputa geopolítica e, no Báltico, o sentimento próchinês já teve melhores dias. Resta a Bielorrússia, cuja ditadura está sob sanções europeias e que se encontra em conflito fronteiriço com a Polónia devido às vagas de imigrantes ilegais que Minsk tem facilitado. Os últimos meses têm trazido algum desconforto a Pequim: a crise com Taiwan voltou a provocar receios na região de uma possível invasão da ilha e, até fiéis parceiros económico-políticos de Pequim, como a Alemanha, enviaram navios de guerra para o Mar do Sul da China como sinal de alerta. Depois, veio o susto com as fortes manifestações no Cazaquistão, outro país fundamental na estratégia chinesa da Grande Rota da Seda. Há poucos meses, deu-se o colapso da segunda maior construtora chinesa, Evergrande, cujas implicações ainda não são totalmente conhecidas. Agora, fruto de um desempenho económico àquem das expectativas do governo chinês, o Banco Central Chinês, em contra-ciclo com o doutrina monetária e as tendências que se verificam nos restantes grandes Bancos Centrais, decidiu baixar mais as taxas de juro de forma a apoiar a aceleração da economia chinesa. Contudo, se a dívida chinesa já é colossal, esta última medida poderá conduzir a economia chinesa para terreno desconhecido. PUBLICIDADE

A exposição “Cinquenta Anos a Fazer P.Arte”, está patente no Centro Cultural Gil Vicente até 26 de Fevereiro, no Sardoal. Vale a pena focarmos o olhar no artista, depois de olharmos a obra. António Colaço não é um artista de atelier, é um artista de rua, ou da praça, mesmo se isso implica trabalho de atelier. De rua ou praça no sentido de que a arte, para ele, não é algo que se passa entre ele e por exemplo uma tela, mas o que se passa entre a tela e a cidade ou polis em que a tela é mostrada. Digamos, numa outra linguagem, que não é capaz de estar quieto perante uma paisagem que o incomoda e o seu trabalho artístico é uma forma de intervir para que algo mude, para que algo aconteça. Fazer parte, fazer acontecer. Um artista muda o mundo pelo simples facto de nele introduzir um objecto que criou: o mundo fica diferente, abre-se uma nova ordem de ser e um novo espaço mental. Mas para António Colaço o trabalho artístico não acaba aí, prolonga-se pelo desafio que, pela sua intervenção, arte faz no pequeno-grande mundo à sua volta. Daí que os seus trabalhos nunca sejam inocentes, nunca afirmem a arte pela arte. Pelas suas obras, ele faz p.arte da cidade na medida em que a obra faz p.arte do movimento, por vezes muito parado, da cidade. Por isso, os seus trabalhos são sobretudo provocações: pro-vocações. Vocare, em latim, significa chamar e pro significa para a frente. Pela prática da arte, António Colaço chama a irmos além daquilo com que parece termo-nos contentado. Ou provoca-nos a reagirmos de modo a superar o momento. Recordemos, a título de exemplo, as suas intervenções a propósito dos grandes incêndios

OPINIÃO /

Fisabrantes

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SOCIEDADE / / Arlindo Homem

Peregrinação das JMJ no Arciprestado de Abrantes // As Jornadas Mundiais da Juventude (JMJ) são um encontro dos jovens de todo o mundo com o Papa. Esteve agendada para 2022, mas por causa da pandemia foi adiada para 2023. E neste mês de fevereiro a Peregrinação dos símbolos das Jornadas percorrem o Arciprestado de Abrantes (Abrantes, Constância, Mação e Sardoal). / Arlindo Homem

No dia 12 fevereiro, sábado, começa esta Peregrinação com a chegada dos símbolos das Jornadas Mundiais da Juventude. A Peregrinação começa em Bemposta, pelas 15 horas, com momento de Oração, devendo os símbolos das JMJ chegar á Igreja JMJ, em Alferrarede, por volta das 19:30 do mesmo dia. É em Alferrarede que acontece às 21 horas uma Vigília de Oração Arciprestal com um grupo de jovens a animar e com os jovens de Alferrarede a assumir a celebração. No dia 13 de fevereiro, domingo, está agendada a celebração de uma Missa no parque de estacionamento do Intermarché, pelas 11 horas, com a exposição da Cruz no McDonalds. Nesse dia, pelas 20:30 a peregrinação chega ao Rossio ao Sul do Tejo com a transição da Cruz no meio da ponte sobre o Tejo. Ou seja, os jovens de Alferrarede passam a imagem aos jovens de Rossio ao Sul do Tejo, que fazer a peregrinação da ponte até à igreja matriz do rossio. Às 21 horas a vigília de Oração é realizada na Igreja Matriz do Rossio ao Sul do Tejo. No dia 14 Fevereiro às 9:30 abre a exposição dos Símbolos na Igreja do Rossio ao Sul do Tejo, a celebração da Eucaristia contará com os sacerdotes do Arciprestado às 10:30, seguido-se a Peregrinação à Igreja Matriz do Pego (14:00), Concavada ao lado da Igreja (14:30), Alvega no adro da Igreja (16:00), Igreja Matriz do Tramagal (18:00) seguindo depois para o concelho de Constância. Se os horários fo-

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rem cumpridos a peregrinação chega ao largo dos Bombeiros de Santa Margarida (18:30) e acontecerá uma visita aos lares com Ícone de Nossa Senhora. Segue-se o largo do Mosteiro das Irmãs Clarissas em Montalvo com vigília de Oração (20:30) com o final deste dia na Igreja Matriz de Constância onde decorrerá a Bênção final da Vigília e a exposição dos símbolos (20:30). No dia 15 de fevereiro a exposição dos símbolos está agendada para o Jardim da Câmara Municipal (09:30), avançando depois para o largo da Escola de Montalvo (12:00), largo do Rossio de Martinchel (14:00), largo do Eucalipto de Carvalhal (16) e Igreja Matriz de Mouriscas (18:00), local que terá uma vigília de Oração às 21 horas. No dia 16 a peregrinação começa com uma Eucaristia na Igreja Matriz de Santiago de Montalegre (10:00), segundo para o espaço envolvente à Igreja de Alcaravela onde se vai Rezar o Terço (12:00). A Praça da República em Envendos receberá a comitiva (14:00), o lar de idosos de Carvoeiro (15:00) é o passo seguinte, enquanto que a igreja de Cardigos terá a realização de uma Eucaristia (17:30). Ainda nesse dia a Peregrinação entra na sede de concelho onde a Igreja Matriz de Mação terá uma vigília de Oração Igreja (21:00) com animação. No dia 17 os símbolos das Jornadas Mundiais da Juventude vão passar por Abobreira, Penhascoso e Ortiga, devendo chegar às 15:00 ao Centro de Vacinação Abrantes com passagem pelo lar, escola do primeiro ciclo, em Vale de Rãs. Já

JORNAL DE ABRANTES / Fevereiro 2022

A peregrinação dos símbolos das JMJ começa dia 12 de fevereiro em Bemposta

na cidade de Abrantes a comitiva deve chegar à Igreja de Chainça (17:30) com celebração no adro e depois segue para a Igreja de S. Vicente onde acontecerá uma Eucaristia (18:45) e uma vigília de Oração (21:00) com os escuteiros. No dia 18 a Peregrinação para passar Santa Casa da Misericórdia de Abrantes, Hospital de Abrantes, Escola Manuel Fernandes, Comunidade Terapêutica Projeto Homem, Escola Solano de Abreu e deverá ainda percorrer espaços como Largo de Santo António,

Praça do Raimundo Soares onde está prevista a realização de uma flashmob, seguindo depois para o Jardim da República onde haverá um encontro juvenil com alunos da Escola Dr. Manuel Fernandes, com a atuação da Orquestra desta escola. Ainda no dia 18 a Igreja de São João terá a celebração de uma Eucaristia (18:30) e os símbolos rumam a Sardoal, à Igreja Matriz onde terá lugar uma vigília de Oração (21:00) com passagem da Cruz pela rua principal com três estações.

O último dia da peregrinação dos símbolos das JMJ acontece às 10:30 com um momento de oração na Igreja Matriz de Sardoal segue-se a viagem para Vila de Rei onde acontecerá a entrega dos símbolos ao Arciprestado da Sertã (10:30). A Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Lisboa 2023, encontro de jovens de todo o mundo com o Papa, realiza-se 1 a 6 de agosto de 2023. A JMJ foi instituída por João Paulo II. A primeira edição aconteceu em 1986, em Roma, e desde então a JMJ já passou por Buenos Aires (1987), Santiago de Compostela (1989), Czestochowa (1991), Denver (1993), Manila (1995), Paris (1997), Roma (2000), Toronto (2002), Colónia (2005), Sidney (2008), Madrid (2011), Rio de Janeiro (2013), Cracóvia (2016) e Panamá (2019). Foi a 27 de janeiro de 2019, no Panamá, que foi divulgada a escolha da cidade de Lisboa pelo Papa Francisco para acolher a próxima Jornada Mundial da Juventude. Inicialmente agendada para o verão de 2022, a JMJ Lisboa 2023 foi adiada um ano devido à pandemia causada pela Covid-19. Jerónimo Belo Jorge


PATRIMÓNIO / NOMES COM HISTÓRIA / Grupo

O antigo nome advém-lhe de ter existido nas proximidades, mais ou menos no local onde se encontra hoje o monumento de homenagem a Avelar Machado, uma igreja que tinha S. Sebastião como patrono. O topónimo aparece já num documento de 1625, o que é indicativo que a igreja, por essa altura, também já ali existiria. O padre Luís Cardoso, no seu Dicionário Geográfico – I vol., publicado em 1747, ainda no reinado de D. João V, refere:… tem esta igreja três altares, no maior está o dito Santo, imagem de pau de obra perfeita; num outro está N. Senhora do Amparo e na parte da Epístola e num outro Santa Bárbara, ambas de vulto… Desde a Idade Média que o culto a S. Sebastião foi forte e extremamente difundido em Portugal, pois as populações tinham nele muita fé para as livrar dos flagelos da fome, peste e guerra. É festejado a 20 de Janeiro, em pleno Inverno, precisamente quando a fome e as doenças infecciosas mais as afligiam. A igreja foi demolida em 1859, mas o culto a S. Sebastião manteve-se vivo em Abrantes. Em meados do século XX, a 20 de Janeiro, ainda era hábito, os rapazes serem autorizados pelos párocos a irem tocar os sinos das igrejas. Estes repicavam durante todo o dia e o seu som sagrado, acreditava-se, afugentava os males que mais atacavam a população. Ao contrário do que acontece hoje, em meados do século XVIII esta era uma das ruas mais populosas de Abrantes, com moradores de vários ofícios como mareantes, almocreves, estalajadeiros, ferradores, pedreiros, barqueiros, etc. Após a demolição da igreja o nome mudou para rua do Ramal que se manteve até 21 de Junho de 1910, altura em que a Câmara Municipal lhe atribuiu o nome que ainda hoje mantém e isto porque foi por essa altura que ali foi iniciada a construção do edifício que alberga o Montepio Abrantino. As sementes desta instituição foram lançadas em 15 de Setembro de 1856, data em que se reuniram 18 cidadão abrantinos, liderados por Miguel Fialho de Castro, então com apenas 28 anos e cuja finalidade era formar uma sociedade que teria como objectivo socorrer os sócios que fizessem parte da mesma. Passados poucos dias, a 29 de Setembro, reuniu-se novamente a assembleia que aprovou os estatutos, nascendo assim a que foi denominada então Sociedade Filantrópica

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uma nova forma de comunicar. ligados por natureza. 241 360 170 . geral@mediaon.com.pt www.mediaon.com.pt

Abrantina. Os sócios podiam ser pessoas do sexo masculino ou feminino, ter entre 14 e 60 anos, pagavam uma jóia inicial de 480 réis, uma quota semanal de 40 réis e, em contrapartida, podiam usufruir de todos as ajudas que a instituição lhes podia proporcionar. A Sociedade Filantrópica teve muito sucesso quanto ao número de sócios, mas a situação financeira começou a ser deficitária devido à qualidade e quantidade dos serviços prestados. Foi-se aguentando graças à acção de alguns presidentes excepcionais em dedicação, como foram Solano de Abreu e Raimundo Soares Mendes que sacrificaram até bens pessoais para ajudar a instituição que geriam, mas apesar de todos estes esforços entrou no século XX com uma situação financeira bastante crítica. Foi então que outro presidente notável, Francisco Egídio Salgueiro, propôs em 1903 a criação de uma Caixa Económica que garantisse, à agora denominada Associação de Socorros Mútuos Soares Mendes, uma fonte de receita própria que solucionasse de vez os seus habituais problemas financeiros. A ideia foi muito bem aceite pela maioria dos sócios e os estatutos foram aprovados logo no ano seguinte. De início não teve o sucesso que Egídio Salgueiro pretendia, pois os depósitos escassearam, mas ele não desistiu e com várias iniciativas, entre elas a criação da Revista Abrantina que promoveu uma forte acção publicitária, conseguiu que a Caixa Económica entrasse numa fase de assinalável prosperidade. Passados seis anos, em 1910, havia já um fundo de maneio suficiente para que Egídio Salgueiro começasse a liderar

o processo que conduziria à construção de um edifício próprio para instalar a Associação. Os sócios dividiram-se, houve muitos opositores mas também muita adesão, o que levou o presidente a fazer um veemente apelo aos abrantinos e então, como refere o Boletim Comemorativo do 1º Centenário, …quando já ninguém acalentava esperança, eis que surgem milagrosamente donativos em dinheiro, carregamentos de pedra, de tijolo, de cal, de areia, de telha, de madeira etc., etc., e por fim a obra fez-se… e o local escolhido foi a rua do Ramal, antiga rua de S. Sebastião. O empreendimento contou com o apoio valioso de Santos Consolado, construtor diplomado pela escola de Belas Artes de Lisboa, que executou e dirigiu as obras gratuitamente. O edifício foi inaugurado em 1916 e a Associação de Socorros Mútuos Soares Mendes passou a partir daí a ter instalações adequadas ao exercício das suas múltiplas valências. Em 1931, o nome foi alterado para Montepio Abrantino Soares Mendes, mas edifício e instituição, com altos e baixos como sempre acontece na vida das pessoas e das instituições, mantém-se até hoje bem vivos e, graças ao esforço de muitos, continuam ao serviço dos abrantinos.

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/ Teresa Aparício

Rua do Montepio Abrantino – antiga rua de S. Sebastião

Consultas: - Campos, Eduardo, Toponímia Abrantina, edição da C.M.de Abrantes, 1989 - Gaspar, José Martinho, Montepio Soares Mendes, 150 anos de acção mutualista, Zahara nº8, edição do CEHLA, Palha de Abrantes, Novembro de 2006

Fevereiro 2022 / JORNAL DE ABRANTES

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SAÚDE / Hospitais do Médio Tejo e de Santarém unem-se para facilitar acesso a serviços de Nefrologia O Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT) e o Hospital Distrital de Santarém (HDS) assinaram um protocolo que visa a "criação de sinergias" para facilitar o acesso dos doentes renais crónicos do distrito a consultas e tratamentos de Nefrologia. A partir de agora, e na sequência desta “união de esforços” entre os dois hospitais da esfera do Serviço Nacional de Saúde (SNS), as consultas de Nefrologia no hospital de Santarém passam a ser asseguradas mensalmente pelo quadro médico do CHMT nas instalações do HDS, em Santarém, com o objetivo de “evoluir gradualmente para consultas semanais”, disse à Lusa o presidente do Conselho de Administração (CA) do CHMT, que agrega as unidades hospitalares de Abrantes, Tomar e Torres Novas. “O CHMT encara com grande expectativa o desafio de levar cuidados de saúde diferenciados da especialidade de Nefrologia à população de Santarém. O nosso quadro médico e todos os recursos humanos, meios

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de diagnóstico e de tratamento associados à doença renal crónica passam a ser incondicionalmente disponibilizados aos utentes do HDS, numa lógica de proximidade, evitando custos e deslocações para os doentes”, afirma Casimiro Ramos, Presidente do Conselho de Administração do CHMT. Casimiro Ramos adianta que estão a ser estudadas outras parcerias ambas: “Este é um primeiro protocolo, mas muitos outros poderão ser estabelecidos, numa lógica de racionalização da capacidade instalada das duas instituições assente numa lógica de proximidade”. Estes tratamentos, notou o gestor hospitalar, podem incluir, entre outros, a “transplantação renal, a hemodiálise crónica, técnicas depurativas extracorpóreas e diálise peritoneal”, serviços que são disponibilizados no Serviço de Nefrologia do CHMT. Neste sentido, acrescentou, “está também em preparação a realização de um protocolo no âmbito do serviço de Nefrologia por profissionais do CHMT no Agrupamento de Centros

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JORNAL DE ABRANTES / Fevereiro 2022

de Saúde (ACES) da Lezíria”, também no distrito de Santarém. Com este acordo de parceria, cerca de uma centena de doentes renais crónicos do HDS, que tinham o seu acompanhamento assegurado até hoje através de um protocolo com o Hospital de Santa Maria/Centro Hospitalar Lisboa Norte (CHLUN), veem garantida através do CHMT uma “continuidade de cuidados de saúde diferenciados de excelência, numa lógica de proximidade” no âmbito de um trabalho de “complementaridade e

visíveis em muito curto espaço de tempo”. Ana Vila Lobos, diretora do serviço de Nefrologia do Centro Hospitalar do Médio Tejo, explicou do ponto de vista técnico aquilo que vai ser a concretização deste protocolo / Administra- entre os dois Hospitais. A médica dores e diretores frisou que o serviço tem médicos dos hospitais necessários para se avançar para prometem novas este acordo. Ao fim e ao cabo, é meparcerias lhorar as condições de um serviço no território do distrito de Santarém. Segundo as entidades envolvidas no processo, a “relevância e racionalidade” do protocolo de cooperação “enquadra-se numa tendência nacional de crescimento anual da doença renal crónica avançada (de nível 5) superior à média dos países da OCDE [Organização para a Cooracionalização de recursos do SNS”. peração e Desenvolvimento EconóA presidente da administração do mico]”, apresentando Portugal “das HDS, Ana Infante, destacou a “otimi- taxas mais elevadas de incidência e zação de recursos” em causa nesta prevalência na Europa”. iniciativa. Os pilares do protocolo assinado “É com grande satisfação que no dia 5 de janeiro de 2022, que prehoje estabelecemos este protocolo tende “responder em tempo útil e de com o CHMT, que explora as siner- forma diferenciada às necessidades gias e as potencialidades de cada dos utentes do HDS”, assentam em uma das instituições, colocando-o “prevenir e tratar a patologia renal ao serviço da população do Distrito crónica o mais precocemente possíde Santarém”, afirmou Ana Infante, vel e oferecer aos utentes uma mepresidente do Conselho de Admi- lhor acessibilidade a uma consulta nistração do HDS, garantindo que de especialidade hospitalar numa “os resultados desta parceria serão lógica de proximidade”.

A atual situação epidemiológica da Covid-19 exige uma adaptação das medidas existentes para uma melhor e mais eficiente resposta à pandemia. É privilegiada a identificação dos contactos de alto risco de caso confirmado de infeção por SARSCoV-2 / COVID-19, pelo próprio caso confirmado e é privilegiada a autovigilância de sinais e sintomas dos contactos de alto risco. Um contacto é uma pessoa que esteve exposta a um caso

confirmado de infeção por SARS-CoV-2/COVID-19, dentro do período de transmissibilidade/infecciosidade, ou a material biológico infetado com SARS-CoV-2: 48 horas antes da data de início de sintomas ou do teste, (quando não há sintomas) até ao fim do isolamento do caso confirmado. Hoje que regras são exigidas? Que cuidados devemos ter? O que fazer?


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Fevereiro 2022 / JORNAL DE ABRANTES

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Bemposta

Abrantes e Alferrarede

Abrançalha de Baixo // 11:30 às 13:00 24 Fev; 24 Mar; 21 Abr; Abrançalha de Cima // 09:30 às 11:00 10 Fev; 10 Mar; 7 Abr; Alferrarede Velha // 09:30 às 11:00 25 Fev; 25 Mar; 22 Abr; Casais de Revelhos // 14:00 às 15:30 4 e 18 Fev; 4 e 18 Mar; 1 Abr; Paul // 09:30 às 11:00 24 Fev; 24 Mar; 21 Abr; Sentieiras // 11:30 às 13:00 4 e 18 Fev; 4 e 18 Mar; 1 Abr;

Aldeia do Mato e Souto

Aldeia do Mato // 14:00 às 15:30 2 e 16 Fev; 2, 16 e 30 Mar; 13 Abr; Carreira do Mato // 16:00 às 17:30 22 Fev; 22 Mar; 19 Abr; Souto // 14:00 às 15:30 8 e 22 Fev; 8 e 22 Mar; 5 e 19 Abr;

Alvega e Concavada

Alvega // 14:00 às 15:30 7 e 21 Fev; 7 e 21 Mar; 4 e 18 Abr; Casa Branca // 11:30 às 13:00 21 Fev; 21 Mar; 18 Abr; Concavada // 16:00 às 17:30 7 e 21 Fev; 7 e 21 Mar; 4 e 18 Abr; Monte Galego // 09:30 às 11:00 21 Fev; 21 Mar; 18 Abr; Tubaral // 11:30 às 13:00 7 Fev; 7 Mar; 4 Abr;

Água Travessa // 11:30 às 13:00 9 e 23 Fev; 9 e 23 Mar; 6 e 20 Abr; Bemposta // 16:00 às 17:30 1 e 15 Fev; 1, 15 e 29 Mar; 12 Abr; Brunheirinho // 16:00 às 17:30 23 Fev; 23 Mar; 20 Abr; Chaminé // 14:00 às 15:30 9 e 23 Fev; 9 e 23 Mar; 6 e 20 Abr; Foz // 09:30 às 11:00 9 Fev; 9 Mar; 6 Abr; Vale de Horta // 16:00 às 17:30 9 Fev; 9 Mar; 6 Abr; Vale de Açor // 09:30 às 11:00 23 Fev; 23 Mar; 20 Abr;

Carvalhal

Carril // 09:30 às 11:00 22 Fev; 22 Mar; 19 Abr; Carvalhal // 11:30 às 13:00 8 e 22 Fev; 8 e 22 Mar; 5 e 19 Abr; Matagosa // 09:30 às 10:00 2 Fev; 2 e 30 Mar;

Fontes

Água das Casas // 10:00 às 11:00 2 Fev; 2 e 30 Mar; Fontes // 11:30 às 13:00 2 e 16 Fev; 2, 16 e 30 Mar; 13 Abr; Maxial // 09:30 às 11:00 16 Fev; 16 Mar; 13 Abr; Portela // 09:30 às 11:00 8 Fev; 8 Mar; 5 Abr;

Martinchel

Martinchel // 16:00 às 17:30 2 e 16 Fev; 2, 16 e 30 Mar; 13 Abr;

Mouriscas

Mouriscas // 09:30 às 11:00 4 e 18 Fev; 4 e 18 Mar; 1 Abr;

Pego

Pego // 16:00 às 17:30 3 e 17 Fev; 3, 17 e 31 Mar; 14 Abr;

Rio de Moinhos

Amoreira // 11:30 às 13:00 10 Fev; 10 Mar; 7 Abr; Pucariça // 16:00 às 17:30 8 Fev; 8 Mar; 5 Abr; Rio de Moinhos // 14:00 às 15:30 10 e 24 Fev; 10 e 24 Mar; 7 e 21 Abr;

São Facundo e Vale das Mós

Barrada // 09:30 às 11:00 7 Fev; 7 Mar; 4 Abr; Esteveira // 09:30 às 11:00 1 Fev; 1 e 29 Mar; 3 e 31 Mai; São Facundo // 11:30 às 13:00 1 e 15 Fev; 1, 15 e 29 Mar; 12 Abr; Vale das Mós // 14:00 às 15:30 1 e 15 Fev; 1, 15 e 29 Mar; 12 Abr; Vale Zebrinho // 09:30 às 11:00 15 Fev; 15 Mar; 12 Abr;

São Miguel do Rio Torto e Rossio ao Sul do Tejo

Arreciadas // 14:00 às 15:30 11 e 25 Fev; 11 e 25 Mar; 8 e 22 Abr; Bicas // 09:30 às 11:00 11 Fev; 11 Mar; 8 Abr; S. Miguel do Rio Torto // 11:30 às 13:00 11 e 25 Fev; 11 e 25 Mar; 8 e 22 Abr; Rossio ao Sul do Tejo // 14:00 às 15:30 3 e 17 Fev; 3, 17 e 31 Mar; 14 Abr;

Tramagal

Crucifixo // 09:30 às 11:00 3 e 17 Fev; 3, 17 e 31 Mar; 14 Abr; Tramagal // 11:30 às 13:00 3 e 17 Fev; 3, 17 e 31 Mar; 14 Abr;


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