/ Diretora Patrícia Seixas FEVEREIRO 2021 / Edição nº 5600 Mensal / ANO 120
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/ Abrantes / Constância / Mação / Sardoal / Vila Nova da Barquinha / Vila de Rei
Proteja-se do frio... Térmicas
- Especial 8 páginas -
PARABÉNS ANTENA LIVRE
ENTREVISTA Ser presidente do Rotary em tempo de pandemia Pág. 3 SARDOAL Alunos inauguram a escola nova Pág. 4 PUBLICIDADE
/ JORNAL DE ABRANTES
a j
Mação: Câmara apoia reconstrução de casas destruídas pelos incêndios PÁG. 11
A ABRIR / FOTO OBSERVADOR /
EDITORIAL /
O Centro Hospitalar do Médio Tejo tem produzido e difundido nos últimos meses uma série de vídeos de profissionais de saúde que trabalham na linha da frente da Covid-19. Teresa Oliveira, tem 29 anos, e é médica interna na especialidade de Medicina Intensiva. Desde o início da pandemia que entra na área dedicada ao tratamento de doentes com Covid-19, na Unidade de Cuidados Intensivos. Teresa Oliveira faz o relato daquilo que é a sua vivência. Muitas das pessoas que aqui estão internadas são mais novas as que os meus pais, alguns deles têm a idade dos meus irmãos mais velhos. E muitos não tem outros problemas ou comorbilidades.
//Patrícia Seixas //DIRETORA
Nesta edição, teria todo o gosto em contar-lhe como foi a festa. A Rádio Antena Livre comemorou, a 21 de janeiro, 40 anos de vida, que é como quem diz, 40 anos sobre a data em que terão tido início as emissões regulares da estação, de forma ilegal ou pirata. A festa foi feita, como dizemos por aqui, a partir dos nossos vários centros emissores. Quer de Abrantes, Entroncamento, Lisboa, Mouriscas ou Tramagal, lá fomos entrando em direto na Edição da Manhã e dando os parabéns à nossa, à vossa rádio. É que também por aqui tivemos que cumprir dias de isolamento (calha a todos). Portanto, a festa foi feita a partir das casas de cada membro da equipa. No entanto, o que conta é que a data foi comemorada e todos desejámos longa vida à Antena Livre. Como não houve festa rija, aproveitámos a oportunidade para trazer as comemorações também para as páginas do Jornal de Abrantes. Agradeço a colaboração de todos os que nos ajudaram a fazer o ESPECIAL 40 ANOS ANTENA LIVRE que lhe mostramos nesta edição. Pelo caminho, deste mês que tem por hábito ser o mais longo do ano (e se foi), Portugal reelegeu Marcelo Rebelo de Sousa, à primeira volta, como Presidente da República. Nada de novo não fosse o facto destas eleições trazerem a público o descontentamento que se faz sentir no país e com a intenção de o “abanar”. Não fosse a densidade populacional do distrito do Porto e a candidata Ana Gomes teria mesmo ficado na terceira posição, atrás do candidato André Ventura. Encaro a votação de dia 24 de janeiro como o grito de alerta do Portugal esquecido, das pessoas do dito Interior de um país que pouco ou nada veem fazer para a sua situação melhore. Não esquecer que lá mais para o final deste ano haverá Eleições Autárquicas e que as Legislativas já estiveram mais longe. Ainda há tempo, assim haja vontade de mudar a situação. Não posso também fugir de outro tema da atualidade: a maldita Covid-19. Assistimos diariamente a um número exorbitante de mortes por esta doença mas às quais temos que acrescentar os outros mortos que não faleceram infetados. É demasiado! O que é que falta acontecer mais para que os portugueses percebam que é urgente parar isto? Os hospitais estão a entrar em colapso, os profissionais de saúde já estão para lá de exaustos. Já chega! Quero contar com todos vocês desse lado, mês atrás de mês, mas para isso é preciso que se cuidem e cuidem uns dos outros. Protejam-se! POR FAVOR, FIQUEM EM CASA!
ja / JORNAL DE ABRANTES
A Assembleia de Freguesia de Ortiga pretende mudar o nome da Estação Ferroviária. Em ofício da Junta de Freguesia de Ortiga enviado à Câmara Municipal de Mação, propõe-se a alteração da designação da Estação de Caminhos de Ferro de Alvega/Ortiga para Ortiga/Mação. A Câmara Municipal associa-se a esta intenção mas, como explicou o presidente Vasco Estrela, este não é nenhum cavalo de batalha. Uma questão de orgulho sim, mas sem esquecer a história.
PERFIL /
//Duarte Basílio, 27 anos //Desempregado
//Naturalidade/Residência? Abrantes / Montalvo //Prato preferido? Carne de Porco à Alentejana //Um recanto para descobrir? Não tenho nenhum lugar específico para destacar. Gosto de ir a locais novos e explorar o que esses lugares têm para oferecer às pessoas que os visitam. O facto de serem sítios mais tranquilos ou não, é-me um pouco indiferente. O que realmente importa é a quantidade de coisas que há para descobrir nessas zonas. //Um disco Sou um grande fã de música, mas não consigo destacar nenhum disco/álbum, uma vez que o meu gosto musical acaba por ser bastante variado, visto que depende muito do meu estado de espírito. //Um filme Eu vejo muito mais séries do que filmes, portanto estou mais à vontade para falar sobre a primeira. Destacaria “Prision Break” e “Peaky Blinders”, porque abordam temas
totalmente diferentes, mas mantêm a curiosidade numa pessoa de episódio para episódio. //Uma viagem já feita ou por fazer Gostava muito de um dia ir ao Havai. Porque, para além de ser considerado um destino paradisíaco, o verão é a minha altura do ano predilecta. //Uma figura da História Luís Vaz de Camões. É um dos maiores poetas de sempre. Por tudo o que deu e fez pelo nosso país, seja a nível nacional ou internacional. E, também, porque é motivo de orgulho que o mesmo seja associado ao meu concelho. //Um momento marcante Já tive vários. Mas, como o futebol é das coisas que mais gosto de fazer, mencionava todos os títulos que já conquistei nessa modalidade desportiva. Por outro lado, destacava a conclusão da minha licenciatura. Apesar de ainda não ter conseguido arranjar trabalho, sinto que esse foi um momento bastante importante para o futuro da minha vida pessoal
e profissional. //Um sonho por realizar? Ainda tenho muitos sonhos por realizar, mas destacaria um dia ser pai. //Se fosse presidente de Câmara o que faria? Fazia de tudo para que a igualdade entre todas as freguesias fosse nota dominante. //O que mais e menos gosta na sua cidade? Em Montalvo, o que eu gosto mais é a tranquilidade frequente. Nós podemos chegar um pouco exaustos da escola, do trabalho, de uma longa viagem, mas sabemos que vamos para uma zona onde conseguimos fugir da “confusão” e do stress que um dia longo nos proporciona. Não tenho nada a apontar de negativo ao meu concelho (Constância). //Uma proposta para um dia diferente na região? Canoagem é uma das minhas ideias principais para um dia diferente aqui na região, aproveitando o rio que passa por Constância.
FICHA TÉCNICA Direção Geral/Departamento Financeiro Luís Nuno Ablú Dias, 241 360 170, luisabludias@mediaon.com.pt. Diretora Patrícia Seixas (CP.4089 A), patriciaseixas@mediaon.com.pt Telem: 962 109 924 Redação Jerónimo Belo Jorge (CP.7524 A), jeronimobelojorge@mediaon.com.pt, Telem: 962 108 759. Colaboradores Berta Silva Lopes, Leonel Mourato, Paula Gil, Paulo Delgado, Taras Dudnyk, Teresa Aparício. Cronistas Alves Jana e Nuno Alves. Departamento Comercial. comercial@mediaon.com.pt. Design gráfico e paginação João Pereira. Sede do Impressor Unipress Centro Gráfico, Lda. Travessa Anselmo Braancamp 220, 4410-359 Arcozelo Vila Nova de Gaia. Contactos 241 360 170 | 962 108 759 | 962 109 924. geral@mediaon.com.pt. Sede do editor e sede da redação Av. General Humberto Delgado Edf. Mira Rio, Apartado 65, 2204-909 Abrantes. Editora e proprietária Media On - Comunicação Social, Lda., Capital Social: 50.000 euros, Nº Contribuinte: 505 500 094. Av. General Humberto Delgado Edf. Mira Rio, Apartado 65, 2204-909 Abrantes. Detentores do capital social Luís Nuno Ablú Dias 70% e Susana Leonor Rodrigues André Ablú Dias 30%. Gerência Luís Nuno Ablú Dias. Tiragem 15.000 exemplares. Distribuição gratuita Dep. Legal 219397/04 Nº Registo ERC 100783. Estatuto do Jornal de Abrantes disponível em www.jornaldeabrantes.pt. RECEBA COMODAMENTE O JORNAL DE ABRANTES EM SUA CASA POR APENAS 10 EUROS (CUSTOS DE ENVIO) IBAN: PT50003600599910009326567. Membro de:
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JORNAL DE ABRANTES / Fevereiro 2021
ENTREVISTA /
Rotary Club de Abrantes faz 40 anos em 2021 com publicação comemorativa // Tomou posse a 5 de julho de 2020, já em plena pandemia. Joaquim Melo dos Santos é o presidente do Rotary Club de Abrantes. Com a atual situação que o país e o mundo enfrentam, muitas das atividades do club foram canceladas, mas
continuam a interagir com a comunidade. É que, como Joaquim Melo dos Santos referiu no seu discurso de tomada de posse, citando William Shakespeare, “aprendi que as oportunidades nunca são perdidas, alguém vai aproveitar as que você perdeu”.
O Rotary Club de Abrantes tem feito ou programadas atividades junto da comunidade para o combate a este flagelo que é a pandemia?
responsáveis do mesmo. Já o mês de outubro é “Desenvolvimento e Comunitário” cuja palestrante foi a doutora Isabel Jonet, presidente da Federação dos Bancos Alimentares que abordou o tema “O impacto da Pandemia nas respostas sociais”. Numa das nossas reuniões semanais tivemos uma palestra com o doutor João Bueno Rodrigues, biólogo e CEO do Bark- Biopark da Barquinha com o tema “O papel dos Zoos e Aquários no Mundo Contemporâneo”. Já no mês de novembro, dedicado à “Rotary Foundation”, devido à comemoração do Dia Mundial da Diabetes a 14 de novembro, realizámos a palestra “Impacto da Covid-19 na Diabetes” com o doutor Flávio Ribeiro, antigo Director da USF Beira Tejo. O mês de dezembro é “Prevenção e Tratamento de Doenças”, foi palestrante o professor Mário Pissarra com a palestra “Pandemia: Leituras, Reflexões e Interrogações”. Em janeiro, com o tema dedicado aos “Serviços Profissionais”, tivemos o professor Miguel Borges, presidente da Câmara Municipal do Sardoal com um testemunho sobre a sua experiência com o Covid-19. Até ao final do ano rotário, em 30 de Junho, iremos ter mais palestras. Os interessados podem enviar um e-mail para palestrasrcabrantes@gmail.com para poderem assistir.
Finalizámos no dia 20 de novembro 2020 o “Projeto Covid-19”, projeto iniciado no ano rotário anterior de 2019/2020, com a distribuição de 9000 máscaras e 160 litros de álcool gel, com fundos próprios e com o apoio do subsídio de catástrofe concedido pela Fundação Rotária Portuguesa a várias entidades e IPSS com respostas sociais, do concelho de Abrantes e Sardoal. Ainda no âmbito deste projeto, apoiámos o Banco Alimentar Contra a Fome de Abrantes na aquisição de bens alimentares. Realizámos ainda a “Árvore de Natal Solidária”, em parceria com o Município de Abrantes e o CRIA, para angariação de verbas para aquisição de material informático para os utentes do CRIA.
De que forma é que o RCA se adaptou às circunstâncias, não podendo reunir os seus membros como habitualmente?
Temos realizado as nossas reuniões e palestras via ZOOM, pois a grande maioria dos membros do Rotary Club de Abrantes faz parte do grupo de risco para a covid-19.
Que objetivos traçou para o seu mandato?
Começámos a preparar o programa em fevereiro de 2020 e na altura não pensávamos que iríamos estar confinados. Os objetivos principais eram a continuação e a concretização dos projetos do Club, principalmente o projeto de Bolsas de Estudo em parceria com mecenas individuais, empresas e o Município de Abrantes. Este projeto ficou fechado no final de dezembro, tendo sido atribuídas 66 bolsas. Como profissionais que somos, assim que possível pretendemos realizar a homenagem a um profissional da nossa comunidade. Pretendemos também comemorar o 40º aniversário do Club em maio. Se a situação atual se mantiver, não iremos ter uma cerimónia presencial. Pretendemos realizar uma publicação para comemorar.
Quais não vai conseguir realizar cumprir devido à atual situação?
Os projetos que costumamos realizar habitualmente e não foram realizados foram o Curso de Liderança, o Convívio de S. Martinho, o Encontro com Bolseiros e Patrocinadores e Distribuição de Bolsas, o Curso de Suporte Básico de Vida e o Passeio Cultural.
Como está a ser o trabalho junto dos clubes mais jovens, o Interact e o Rotaract? Está a ser complicado mobilizar os jovens que se vêm privados dos seus movimentos?
Tanto o Interact como o Rotaract são clubes com bastante dinâmica, tendo realizado várias ações solidárias para apoio a instituições ao longo dos anos. Atualmente, devido à pandemia, têm bastantes limitações. Assim que esta pandemia passe, irão regressar e voltar a realizar atividades em prol da comunidade em que se encontram inseridos.
// “Assim que esta pandemia passe, voltaremos a realizar atividades em prol da comunidade”
Muita da atividade do Club tem passado por palestras online. Como escolhem os convidados e que assuntos consideram pertinentes nesta altura?
Em Rotary, todos os meses têm uma temática própria. Vamos adaptando as palestras à temática mensal, podendo realizar palestras com outras temáticas dependendo da agenda do palestrante. Até ao momento foram realizadas as seguintes: O mês de julho são os “Novos Líderes” cujo palestrante foi o Daniel Pereira, CEO da HJDP com a palestra:
“Empreendedorismo e Inovação em alturas de Covid-19”; o mês de agosto é “Desenvolvimento e Expansão do Quadro Social” e realizámos uma palestra técnica com o nosso Companheiro Eduardo Relvas do Rotary Club de Portalegre; o mês de setembro é dedicado à “Educação Básica e Alfabetização”, cujo palestrante foi o professor doutor Jorge Rio Cardoso, uma referência na Educação a nível nacional. Numa das nossas reuniões semanais tivemos uma apresentação do projeto educativo do Clube Desportivo “Os Patos” pelos
Atividades como o Curso de Liderança ou os cursos de Suporte Básico de Vida estão suspensas neste momento. Acredita poderem retomar estas atividades num futuro próximo?
Este ano rotário de 2020/2021 vai terminar no dia 30 de junho de 2021. Atualmente, devido à situação de pandemia, não será possível a sua realização. Assim que as condições de saúde e segurança nos permitam, iremos retomar, pois são projetos bastante consolidados pelo Rotary Club de Abrantes na nossa comunidade. Patrícia Seixas
Fevereiro 2021 / JORNAL DE ABRANTES
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REGIÃO / Sardoal
Alunos “inauguram e descobrem” a nova escola // Segunda-feira, dia 4 de janeiro de 2021. Os risos, as conversas num tom mais elevado, a excitação da descoberta... O Ano Novo começou com uma escola nova. Foi assim que se viveu o início do 2.º período na Escola sede do Agrupamento de Escolas de Sardoal. Um processo que levou 12 anos a tornar-se realidade, uma luta por parte do agora presidente da Câmara, Miguel Borges, que neste dia viu “um sonho tornar-se realidade”. Puxou pela memória e recordou “a primeira reunião que fiz foi em Lisboa, recém-eleito vice-presidente, e foi no Ministério da Educação no sentido de sensibilizar os decisores na altura para a importância da escola. Esta luta já vinha de trás, quando era presidente do Conselho geral da escola e já tinha sido feita uma avaliação sobre o estado da escola, há 13 ou 14 anos, porque a escola já precisava de uma intervenção na ordem de 1 milhão e 400 mil euros, segundo uma análise feita pelos técnicos do Ministério da Educação”. Miguel Borges afirmou ainda que, “a determinada altura, os equipamentos escolares eram a chamada prioridade negativa, ou seja, era preciso justificar muito bem”. Houve uma avaliação difícil, disse o autarca, que acrescentou que na altura a escola não entrou naquele grupo do Parque Escolar. E ainda bem que foi assim”, afirmou, “porque a escola é nossa, é do Sardoal, não é da Parque Escolar, tem financiamento comunitário e tem a primeira fase concluída”. O mais importante, realçou o presidente, “é o facto de as crianças poderem entrar na porta da escola e só saírem no final do dia de aulas”, lembrando que agora as crianças não estão expostas ao exterior nem às condições climatéricas adversas, como acontecia no antigo edifício. Na segunda fase está então prevista a construção do Pavilhão Desportivo. “Aqui o mais difícil vai ser a demolição do que está, é o que vai demorar mais tempo porque temos os dois pavilhões e o pavilhão polivalente com placas de fibrocimento, que contém amianto, e vai ser um processo mais complicado. Nós acreditamos que no final de maio a obra esteja totalmente concluída”. Miguel Borges adiantou que “o Pavilhão é da escola, é o Pavilhão Escolar” mas que fora do horário escolar estará disponível para a comunidade, tal como já acontecia anteriormente. Um pavilhão “com todas as condições” que poderá proporcionar o desenvolvimento de outras modalidades no concelho.
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//Ana Paula Sardinha e Miguel Borges
JORNAL DE ABRANTES / Fevereiro 2021
A diretora da escola, Ana Paula Sardinha reforçou a ideia de “um sonho tornado realidade” e deu os parabéns à autarquia do Sardoal por ter “apostado na educação do concelho. Para a diretora, “os nossos alunos são excelentes e merecem estas condições. Eu até comentava com o senhor presidente que eu parecia uma adolescente na véspera do primeiro dia de aulas, sentia borboletas e praticamente não consegui dormir”. Ana Paula Sardinha não escondeu o contentamento que sentiu ao ver os alunos a quererem explorar a escola, que demorou cerca de dois anos a ficar concluída. “É algo que nos enche o coração e eu ainda nem consigo explicar a alegria que sinto”. Quanto aos constrangimentos durante o tempo que durou a obra, a diretora confirmou que “foram mínimos pois os alunos estiveram sempre dentro de uma sala de aula, afetada a cada turma”. As dificuldades foram mais
sentidas na prática da Educação Física, colmatadas “com situações alternativas, como a utilização do pavilhão dos bombeiros, do Complexo Desportivo Municipal e das piscinas”. Já a redução do espaço de recreio foi compensada “com os espaços verdes do outro lado da escola”. Para Miguel Borges, “o sucesso no processo de aprendizagem também se faz com boas condições de trabalho”, e, como tal, “os nossos alunos, os nossos professores, os nossos funcionários, merecem uma escola do século XXI como o resto do país já tem”. A nova escola conta com 22 salas de aula, sala de música, laboratórios, salas de TIC, biblioteca, salas de E.V.T., áreas exteriores cobertas, papelaria, refeitório, recreio coberto e um polidesportivo ao ar livre. Trata-se de um investimento avaliado num total de 5ME, financiado a 85% por fundos comunitários. Patrícia Seixas
SOCIEDADE /
Ponte ferroviária vai ter obras de 3,5 milhões de euros // A informação consta do Diário da República de 22 de janeiro e foi anunciada no dia 26 de janeiro na reunião do executivo municipal de Abrantes pelo presidente Manuel Jorge Valamatos. A Infraestruturas de Portugal lançou o concurso público para a realização de uma empreitada de reforço/proteção das fundações da Ponte Ferroviária sobre o Tejo, Linha da Beira Baixa, em Abrantes. De acordo com as características técnicas da intervenção, o reforço das estruturas terá em conta a “reparação das anomalias existentes nas placas de base dos aparelhos de apoio no pilar P6, prevendo-se a sua substituição; implementação de soluções que garantam a proteção da estrutura contra fenómenos de erosão, nomeadamente os originados pelo escoamento do rio Tejo e outros agentes externos prejudiciais à integridade da estrutura.” A obra incluirá também trabalhos de reforço da estrutura para as principais ações horizontais (forças de frenagem e sismo) e terá ainda em conta a implementação de soluções que garantam a proteção da estrutura contra fenómenos de erosão, nomeadamente os originados pelo escoamento do
// A ponte foi construída em 1889 e tem 1991 como data de abertura
rio Tejo e outros agentes externos prejudiciais à integridade da estrutura. A empreitada é da responsabilidade da Infraestruturas de Portugal, S. A., sendo o valor do preço base do procedimento de 3 milhões e 500 mil euros e o prazo de execução estimado em 600 dias. O prazo para a entrega das propostas, que terá uma avaliação de 50% pela valia técnica e 50% peço preço, é de 47 dias após a apresentação do concurso, ou seja, 22 de janeiro. Manuel Jorge Valamatos realçou a importância desta intervenção, tendo expressado o desejo de que a obra “possa arrancar a todo o tempo para que possamos ter a nossa ponte ferroviária requalificada”. A ponte foi construída em 1889 (final da obra) e tem como data de abertura de 1991. Tem uma extensão de 427,7 metros e cruza o rio Tejo de sul para norte, ficando entre as estações de Abrantes (Rossio ao Sul do Tejo) e Alferrarede. Jerónimo Belo Jorge PUBLICIDADE
Fevereiro 2021 / JORNAL DE ABRANTES
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REGIÃO / Abrantes
Atualização das tarifas da água, resíduos sólidos e saneamento, com votos contra da oposição // Na reunião de Câmara realizada no dia 12 de janeiro, o Executivo Municipal de Abrantes aprovou, por maioria, com os votos contra dos eleitos pelo PSD e pelo BE, a proposta de atualização das tarifas da água de abastecimento, recolha e tratamento de resíduos sólidos urbanos (RSU) e de saneamento para o ano de 2021. A tarifa da água terá um aumento residual de 0,8%, significando que um utilizador do tipo doméstico pague mais 09 cêntimos/mês, acrescido de IVA. Esta tarifa é atualizada “pela necessidade de manter a sustentabilidade dos serviços de forma a não comprometer a qualidade dos mesmos – está a ser feito um investimento robusto no abastecimento de água às populações, a partir da albufeira de Castelo do Bode, para garantir segurança e qualidade - e ainda por causa do aumento do custo dos produtos de tratamento de água e da atualização salarial com os recursos humanos”, como explicou o presidente da Câmara de Abrantes, Manuel Jorge Valamatos. Tal como em anos anteriores, serão mantidos os tarifários especiais, nomeadamente o tarifário social com bonificações de apoio a famílias economicamente mais desfavorecidas e o tarifário destinado a apoiar as famílias numerosas. Quanto à tarifa de saneamento, em 2021 um cliente da tipologia indicada irá pagar mais 0,18€/mês, acrescido de IVA (o tarifário está indexado ao consumo de água). Importa salientar que nesta tarifa é deduzida a percentagem anual referente o valor do subsídio que resulta do acordo estabelecido entre o Município de Abrantes e a concessionária Abrantáqua no seguimento da aprovação da candidatura para financiamento comunitário a fundo perdido relativa à intervenção na ETAR dos Carochos, que desde o ano passado e até 2038 permitirá minimizar o aumento anual do tarifário que resulta do contrato. Isto quer dizer que, em 2021, caso não existisse o subsídio o cliente pagaria mais
Pandemia adia Feira de S. Matias O presidente da Câmara Municipal de Abrantes deu conhecimento, em 12 de janeiro, que depois de acertado com a saúde pública e devido aos números da pandemia na região, “não existem condições
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também pela “indexação da parcela do RSU ao consumo da água é injusta e representa, em média, 40% do total da fatura do ambiente”. O vereador propõe que se estude “a sua desagregação de forma a tornar os consumos mais justos”. Rui Santos apresentou a posição política do PSD, que vota contra, por não concordar com a subida das taxas para virem ser a reduzidas nos apoios por causa da pandemia. Já a posição do vereador não é igual à do seu partido. O sentido de voto, explicou, “é uma posição política do PSD, não é a posição do vereador eleito pelo PSD”. Manuel Jorge Valamatos elogiou a posição pessoal do vereador do PSD mas deixou uma resposta ao partido, dizendo que “ninguém acredita que venham a ser governo autárquico neste Município mas, se fossem, faziam aquilo que nós temos que fazer”.
Operadores do Mercado Diário com isenção em 2021
//Mercado Municipal de Abrantes 0,48€/mês, acrescido de IVA. A tarifa relativa aos resíduos sólidos urbanos (RSU) terá uma atualização de 0,8%, “para fazer face ao aumento dos custos com os postos de trabalho, quer devido ao aumento do salário mínimo nacional, quer por via das mudanças obrigatórias do posicionamento remuneratório”. Esta atualização implica mais 05 cêntimos/mês nas tarifas de RSU. Na fatura ambiente irá fazer-se sentir o aumento de 100% na Taxa de Gestão de Resíduos (TGR), por decisão do governo da República, tendo o presidente da Câmara salientado a sua veemente discordância com essa decisão, “desagrado já
para a realização da Feira de S. Matias”. De recordar que o concelho de Abrantes permanece em situação de risco elevado de contágio e, como explicou Manuel Jorge Valamatos, “esta situação deixa-nos preocupados e é óbvio que é consequência da ação de cada um de nós. Todos, individualmente e em conjunto, temos que estar muito atentos à situação”. Aguardando ainda as novas medidas de contenção da pandemia que o Governo e DGS irão tomar, o autarca disse estarem “atentos
JORNAL DE ABRANTES / Fevereiro 2021
Colocada a proposta a votação, o vereador do Bloco de Esquerda justificou o voto contra com o facto de a pandemia ter vindo reduzir rendimentos de muitas famílias e empresas e pelo tarifário de limpeza das fossas séticas continuar a descriminar negativamente os munícipes. Manuel Jorge Valamatos refutou este argumento de Armindo Silveira, dizendo não ser justo nem correto pois ninguém paga pela
limpeza das fossas séticas. Armindo Silveira defendeu ainda que os Serviços Municipalizados deveriam implementar a Tarifa Social Automática no Concelho de Abrantes até porque poderá coabitar com atribuição da Tarifa Social de modo tradicional. O presidente da Câmara explicou depois que as duas tarifas não podem coabitar e o sistema que os SMA têm implementado é o que melhor ajuda a população do concelho. Já no que diz respeito à taxa de Gestão de Resíduos, o Bloco voltou a votar contra e apresentou como razão o facto “de quem recicla não ter qualquer benefício financeiro” e
e iremos agir em conformidade”. Com os números a aumentarem diariamente no Médio Tejo, Manuel Jorge Valamatos assumiu que o Executivo tinha que tomar uma
posição relativamente à realização da Feira de S. Matias, algo “que tentámos até ao último momento e era desejável que assim fosse, mas a Feira tinha que começar a ser preparada daqui a uns dias e havia operadores que tinham que começar a descolar-se para Abrantes para iniciar os trabalhos de preparação da Feira”. Assim sendo, e “de acordo com as conversas mantidas com a Dr.ª Maria dos Anjos Esperança, que é a responsável pela Saúde Pública da nossa região, não existem condições para concretizarmos esta
expresso junto da Secretária de Estado do Ambiente”. Este aumento implica que um cliente da tipologia indicada irá pagar mais 0,43€/mês.
A discussão e votação
Ainda na reunião de Câmara de Abrantes, realizada na terça-feira, o presidente Manuel Jorge Valamatos anunciou a proposta de “isenção total do pagamento das rendas de todos os operadores do Mercado Diário Municipal” para o ano de 2021. Segundo o autarca, “neste momento alguns operadores não vêm de forma tão frequente como nós desejamos e esta é uma forma de, por um lado ajudar a dinâmica no nosso Mercado Diário apoiando os operadores nas dificuldades que todos sentem neste momento e, por outro, estimular para que as possas possam vir vender mais vezes durante a semana”, pois “aos sábados o Mercado até está muito composto”. O presidente reconheceu que durante a semana, o Mercado “tem uma fraca operacionalidade” Para Manuel Jorge Valamatos, importa estimular comerciantes e consumidores para a utilização do Mercado Diário Municipal e apelou a que “haja mais gente a comprar”. Esta proposta foi aprovada por unanimidade. Patrícia Seixas
Feira este ano”. Manuel Jorge Valamatos explicou que “o aumento exponencial dos números evidencia fragilidades enormes e não podemos arriscar nem, obviamente, contrariar aquilo que são as orientações da Direção-Geral da Saúde”. A Feira de S. Matias, que tinha data marcada para meados de fevereiro, fica assim adiada “para ou outro momento ainda este ano em que se possa concretizar ou adiada para o próximo ano” por não existirem condições devido à pandemia. Patrícia Seixas
REGIÃO / Abrantes
Caso Jorge Ferreira Dias volta à discussão em reunião de Câmara // Na reunião da Câmara de Abrantes, realizada em 12 de janeiro, após as intervenções dos membros do executivo antes da ordem do dia, havia que aprovar a ata da reunião anterior. De recordar que a última reunião do Executivo, a 22 de dezembro, foi interrompida pela entrada do ex-empresário Jorge Ferreira Dias, seguida de agressões e ameaças. O vereador do Bloco de Esquerda apontou para a existência de “uma parte” da ata que “se refere a um resumo de uma situação que se passou fora desta sala. Como não assisti a essa ocorrência, fiz um pedido aos serviços para que pudesse ser retirado esse texto da ata uma vez que eu não a posso votar favoravelmente, tendo em conta algo a que não assisti. Se a ata reproduz o que se passou na reunião de Câmara, é entendimento meu, do meu grupo e de outras pessoas que consultei sem referir a situação, mas todos dizem que este texto não se enquadra naquilo que será a ata”. Armindo Silveira revelou que a proposta não foi aceite e confessou “não saber como” é que o relato possa ficar nos registos do Município sem integrar a ata da reunião de Câmara. “Isto sem pôr em causa o relato de quem fez a ata”, acrescentou o vereador, que afirmou ter preparada uma Declaração de Voto contra a inclusão do texto, mas sem saber se a podia apresentar. A dúvida de Armindo Silveira prendeu-se com o facto “de isto poder vir a ter implicações judiciais e eu não posso estar a responder por uma situação a que não assisti”. Rui Santos, vereador do PSD, começou por afirmar que “as atas relatam obrigatoriamente tudo aquilo que se passar e afetar o bom funcionamento do que está a ser relatado”. Falando concretamente da situação abordada por Armindo Silveira, Rui Santos lembrou que o ocorrido até podia ter acontecido na primeira porta pois “tudo aquilo que se passa dentro deste edifício onde decorre a sessão de Câmara e que ponha em causa o bom funcionamento da reunião, tem obrigatoriamente de ser relatado”. No dia 22 de dezembro, lembrou o vereador social-democrata, “eu e
// Reunião do Executivo de 12 de janeiro os restantes vereadores, excluindo o sr. presidente e o sr. vice-presidente, ponderámos ainda continuar a reunião. Portanto, a reunião foi brutalmente interrompida mas não foi interrompida por quem a dirige. Foi à posteriori que se entendeu que não havia condições psicológicas e que essa reunião não podia continuar”. Rui Santos afirmou ainda “que o que é relatado ali, foi o que se passou e que todos nós vimos” e que “não vejo qualquer necessidade de haver uma alteração ao texto”. Manuel Jorge Valamatos disse compreender “o que o vereador Armindo Silveira diz” e que “não deixa de ser pertinente”, mas deu razão a Rui Santos quando afirmou que “a ata deve transcrever tudo aquilo que tem a ver com a reunião, com o que envolve a reunião e o que interfere com os nossos trabalhos”. “Eu julgo que a ata transcreve tudo aquilo que verdadeiramente aconteceu”, declarou o presidente que afirmou que iria colocar a ata a votação e cada um dos vereadores que votasse em conformidade. E foi o que fez. Todos os verea-
dores do Partido Socialista voltaram favoravelmente, bem como o vereador do PSD e ata contou com o voto contra do vereador do Bloco de Esquerda.
Luís Dias lembra acontecimentos no Capitólio e faz analogia com declarações do BE
As palavras mais duras surgiram depois da votação por parte do vereador Luís Dias que, “enquanto cidadão, enquanto vereador desta casa e enquanto lesado no crime que foi aqui perpetrado há três semanas, não posso ficar indiferente e também eu gostaria de deixar aqui a minha opinião, que pode servir como Declaração de Voto face ao sentido favorável sobre aquilo que está aqui lavrado”. “O que eu continuo aqui a perceber, e nomeadamente na declaração inicial do senhor vereador Armindo Silveira, é que nós continuamos a assistir, em relação a este caso, a um constante relatório de situações que são do foro judicial e que estão constantemente a
ser apresentadas do ponto de vista político”, começou por afirmar o vereador. Luís Dias comunicou que havia “uma questão que quero deixar em aberto, e eu não sou jurista, mas que diz respeito ao Código Penal e, designadamente, a algo que recentemente tivemos oportunidade de assistir nos Estados Unidos, em que está em cima da mesa o facto do próprio presidente dos Estados Unidos poder estar a ser julgado por incitamento ao ódio e à violência”. Para o vereador socialista, “perante um crime público, e neste caso perante ameaças veladas e continuadas por parte de um cidadão que neste momento está a braços com a justiça, e onde todos nós e trabalhadores desta casa fomos vítimas (…), o Código Penal diz mesmo que as questões de incitamento ao ódio e à violência podem ser apresentadas de múltiplas formas”. “E o que sinto, enquanto vereador e enquanto cidadão”, continuou Luís Dias, “é que as reiteradas declarações do senhor vereador Armindo Silveira estão muito perto deste incitamento e eu gostaria, ou através dos nossos juristas ou enquanto cidadão, de tudo fazer para tentar que todas as ocorrências associadas a este processo pudessem ser verdadeiramente analisadas para saber se, de facto, não há aqui um constante incitamento a esse ódio e a essa violência que foi hoje aqui mais uma vez apresentada, reportando novamente a um caso que é não político mas da justiça”. Luís Dias referia-se a uma intervenção inicial de Armindo Silveira onde o vereador bloquista falou do comunicado emitido pelo Município de Abrantes aquando da ocorrência na última reunião de Câmara. Armindo Silveira voltou a falar do processo que envolve Jorge Ferreira Dias e a Câmara de Abrantes, dizendo que “é nosso dever explicar tudo aquilo que está em causa”, apontando esclarecimentos relativamente ao comunicado. É que, segundo o vereador bloquista, ao referir no comunicado “que a 25 de novembro de 2019 saiu o resultado da sentença que deu razão ao Município, esta informação está incompleta e induz os munícipes em erro. Esta sentença é unicamente referente à decisão do Tribunal de
1.ª Instância e a massa insolvente da Construções Jorge Ferreira Dias, Lda recorreu para o Tribunal da Relação. E depois da sentença da Relação, ainda poderá haver recurso para o Tribunal Supremo Administrativo por ambas as partes”. Confrontado com as declarações de Luís Dias, Armindo Silveira quis novamente usar da palavra porque “atentam contra a minha honra e repudio de forma veemente essa insinuação de incitamento ao ódio. Comparar-me ou querer comparar-me a Trump é uma coisa completamente descabida e que, sinceramente, não esperava ouvir na minha vida, especialmente vindo do senhor vereador Luís Dias, por quem tenho muita estima”. O vereador do Bloco de Esquerda considerou as afirmações de Luís Dias como “muito graves, tendo em conta tudo aquilo que aconteceu com a invasão do Capitólio. Eu poderia adjetivar mas não estou em condições para o fazer”. Armindo Silveira deixou, no entanto, a intenção de utilizar os serviços jurídicos da Câmara para “poder agir sobre estas declarações que o senhor vereador fez a título pessoal”. Para encerrar este tema, o presidente Manuel Jorge Valamatos disse ao vereador do Bloco para apresentar uma Declaração que ficasse junto à ata “porque o que nós queremos é passar por cima deste assunto, deixar que estas matérias sejam tratadas nos tribunais e que nós não estejamos aqui a alimentar um assunto que diz mais respeito aos tribunais do que a qualquer um de nós politicamente”. Jorge Ferreira Dias saiu do Estabelecimento Prisional de Leiria no dia 15 de janeiro, após ter visto decretada a medida de coação mais gravosa, prisão preventiva, pelo Tribunal de Santarém e onde cumpria a detenção desde 23 de dezembro. A causa da detenção, que cumpriu desde 23 de dezembro, foram as agressões perpetuadas pelo ex-empresário abrantino na sessão de Câmara de Abrantes, a 22 de dezembro. O empresário vai agora aguardar julgamento em prisão domiciliária, com pulseira eletrónica. Patrícia Seixas PUBLICIDADE
Fevereiro 2021 / JORNAL DE ABRANTES
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REGIÃO / Constância
Júlia Amorim contra contratação de empresa para limpeza da vila
// Na reunião de Câmara de Constância de dia 4 de janeiro, foi aprovada pela maioria socialista a proposta de contratação de prestação de serviços de limpeza urbana na vila de Constância por parte de uma empresa. // Sérgio Oliveira considerou tratar- se “de visões diferentes” e de “uma questão ideológica” Sérgio Oliveira, presidente da Câmara, explicou que “no ano de 2019 e 2020 e também no presente ano vamos ter um conjunto de aposentações de assistentes operacionais, para além de termos tido alguns trabalhadores com algumas doenças prolongadas, o que tem afetado o que tem sido a limpeza urbana na vila”. Como tal, “e à semelhança do que tem sido feito já por alguns municípios e tem corrido bem”, disse o presidente, “o Município entende trazer esta proposta no sentido de a limpeza urbana ser assegurada por uma empresa de prestação de serviços”. Para o autarca, “a limpeza urbana visa melhorar a qualidade de vida das nossas populações e manter a vila cuidada e limpa”. Júlia Amorim não concordou com a proposta e votou contra. Para a vereadora da CDU, “a apresentação que o senhor presidente apresenta, até a considero contraditória em alguns aspetos. Porque se, por um lado, diz que em 2019 e 2020 se aposentaram seis assistentes operacionais e que outros três já estão a pedir reforma – falamos de pessoal afeto à limpeza e higiene da vila – a dada altura diz que a descentralização administrativa trará novas competências e responsabilidades para o Município na manutenção e conservação de equipamentos, o que levará a que os atuais assistentes operacionais se venham ocupar dessas mesmas tarefas”. A vereadora comunista não concordou com a aceitação das competências que, como disse,
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“aceitámos de mão beijada” e para as quais, afirmou, “não temos trabalhadores, vamos ter que os alocar os poucos que temos a isso”. Continua, parafraseando o presidente da Câmara de que “mesmo em áreas de trabalho indiferenciado, é bastante difícil o recrutamento”. Júlia Amorim afirmou ter muitas dúvidas neste campo “principalmente se não tentarmos abrir concurso”. No entanto, com todas as dificuldades que apresenta o processo burocrático da contratação pública, a vereadora diz entender “que seja muito mais apelativo concessionar o serviço”. Contudo, “o que eu não posso concordar, é que em termos de uma Câmara Municipal com a dimensão da nossa, com poucos trabalhadores na generalidade, com poucos trabalhadores indiferenciados, que têm uma média de idade muito elevada, que vivemos no interior e onde são precisos mais fatores de fixação de população... não se veja a gestão da Câmara Municipal como um serviço público. As câmaras pequenas, em territórios pequenos, são muitas vezes o maior empregador”. Para Júlia Amorim, “no nosso caso, acho que a Câmara Municipal de Constância tem o dever de criar oferta de emprego e criar postos de trabalho”. Por outro lado, acrescentou, “porque em situações de emergência, poder-se socorrer de funcionários para poder resolver determinadas situações pontuais”. No final, deixou a questão de “se a experiência que fizeram, de um ou dois meses, com uma empresa que já esteve a fazer a lim-
JORNAL DE ABRANTES / Fevereiro 2021
peza da vila, se foi positiva, quais foram os ganhos de eficiência e se sabem qual era o vínculo contratual que esses trabalhadores tinham com a empresa e as condições de trabalho”. Para uma situação pontual, a vereadora até disse compreender, no entanto, “sabemos que esta é uma situação que se vai prolongar”. Sérgio Oliveira considerou tratar-se “de visões diferentes” e de
“uma questão ideológica que nos separa”. No entanto, explicou que não se trata de uma concessão mas sim de uma prestação de serviços. Quanto à questão da vereadora, o presidente disse que “o serviço da empresa durante o mês de experiência, foi bem prestado”. Acrescentou ainda que “a Câmara Municipal não vai ficar sem assistentes operacionais” e que os que ficam “vão assegurar essas situações de emergência em que
é preciso o Município intervir”. A proposta foi aprovada com os votos a favor da maioria socialista, o voto contra da vereadora Júlia Amorim e a abstenção da vereadora Sónia Varino, também da CDU. A contratação da empresa Patriciana – Empreendimentos, Lda ronda os 70 mil euros por ano, num contrato que poderá ser renovado por três anos, atingindo um total de mais de 200 mil euros. Patrícia Seixas
REGIÃO / Constância
Parque de Campismo tem novo concessionário e vai abrir em abril // Na reunião do Executivo da Câmara de Constância, realizada na segunda-feira, 4 de janeiro, a vereadora da oposição, Júlia Amorim, questionou o presidente sobre se já havia novo concessionário do Parque de Campismo, por ter visto algumas ações de limpeza no espaço. “O que perguntamos tem a ver com a concessão do Parque de Campismo, se já há um novo concessionário ou não, mas penso que já andam a fazer limpezas, não sei se é o antigo ou o novo, presumo que não seja o antigo...”, questionou a vereadora Júlia Amorim. Sérgio Oliveira, presidente da Câmara, confirmou que há um novo concessionário que pretende abrir o Parque no próximo mês de abril. “Relativamente à questão do Parque de Campismo, efetivamente houve um procedimento de concurso público e há um novo concessionário. Já andam a fazer os trabalhos de limpeza e o mesmo prevê abrir o Parque de Campismo em abril”. O presidente não tinha presente o nome da empresa mas explicou que o novo concessionário “é o senhor que há algum tempo explora o Parque de Campismo junto à Barragem de Castelo de
Operações de limpeza no Parque de Campismo para abertura em breve
// Parque de Campismo pode abrir este semestre Bode. Ernesto Damião é o nome do senhor, mas quando concorreu foi com o nome da empresa”, explicou Sérgio Oliveira. Júlia Amorim questionou ainda
o presidente acerca dos critérios de atribuição das casas da Câmara e qual o ponto de situação acerca das que estão livres. “Uma outra questão prende-se
com as casas que são património da Câmara, que normalmente são alugadas a custos controlados ou com rendas acessíveis, tenho-me apercebido ao longo destes últimos anos que têm sido alojadas algumas famílias e quero tentar perceber qual é o critério e saber se aquelas que ainda estão livres se se prevê colocar a concurso público ou no mercado de arrendamento?, questionou a vereadora. O presidente da Câmara referiu que existem duas casas livres, mas que irão precisar de obras para terem as condições de habitabilidade. Sérgio Oliveira explicou que
“relativamente às casas que são património da Câmara, há algumas famílias que têm sido alojadas, e o critério tem sido, nomeadamente em uma ou duas, com fundamento em crime de violência doméstica, pelo menos duas famílias foram com base nesse critério. Outra família foi por estarem numa casa à renda e ficaram sem sítio para poderem ficar. Foi uma situação de urgência e é uma situação provisória, portanto, até encontrarem uma solução”. Quanto às outras casas que não estão ocupadas, o autarca disse “que neste momento penso que são duas - para além de uma que temos preparada para uma situação de urgência - precisam de levar obras de reabilitação para depois serem colocadas também a concurso. O ponto de situação das casas da Câmara Municipal e dos apartamentos é este”. Patrícia Seixas
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REGIÃO / Vila Nova da Barquinha
Unidade de Cuidados da Comunidade em novas instalações // O Município de Vila Nova da Barquinha e a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) assinaram um protocolo que vai ganhar corpo no terreno até ao final do primeiro trimestre deste ano. Trata-se da relocalização da Unidade de Cuidados da Comunidade (UCC) do Almourol, um serviço de saúde que está a funcionar com constrangimentos na Unidade de Saúde Familiar de Vila Nova da Barquinha. De acordo com o que o Jornal de Abrantes conseguiu saber, o funcionamento deste serviço estava cada vez com mais constrangimentos funcionais por falta de espaço. Desta forma a ARSLVT e o Município entraram em acordo para que fosse encontrado um novo espaço físico que albergasse esta UCC do Almourol. Neste protocolo o Município garante as obras necessárias para adaptação do edifício que será cedido à Administração Regional de Saúde. No seguimento deste objetivo o Município encontrou um edifício no centro da Vila, propriedade da Junta de Freguesia de Vila Nova da Barquinha. O Município garante o arrendamento à Junta de Freguesia e promoveu, por administração direta, as obras de adaptação do edifício para que agora as entidades da saúde possam avançar com o que falta. Ou seja, com a criação das redes de comunicação e com a instalação de equipamento para que, até ao final do mês de março, a UCC do Almourol possa abrir portas.
De acordo com a ARSLVT às Unidades de Cuidados da Comu-
nidade compete constituírem unidades de cuidados continuados integrados nomeadamente no apoio de saúde, psicológico e social de pessoas ou famílias. Trata-se de um conjunto de serviços que, de acordo com a ARSLVT, pretende chegar a pessoas, famílias ou grupos mais vulneráveis e poderá ter apoio domiciliário. Tanto mais que esta UCC fica sedeada em Vila Nova da Barquinha, mas trabalha também nos concelhos de Constância e do Entroncamento e engloba, de acordo com informação do presidente da Câmara de Vila Nova da Barquinha, cerca de uma dezena de profissionais qualificados. Para além da UCC a ARSLVT compromete-se também a implementar “unidades móveis de intervenção, nomeadamente, nos grupos mais vulneráveis”. Com este protocolo a ARS através do Agrupamento de Centros de Saúde do Médio Tejo poderá continuar a ter os serviços de enfermagem, assistência social, psicologia, nutrição terapia da fala e outras especialidades para estes três concelhos.
//Antigo edifício da Junta de Freguesia em obras para acolher UCC Almourol Fernando Freire, autarca de Vila Nova da Barquinha explicou ao nosso jornal que já falta pouco para os técnicos de saúde possam mudar-se para estas instalações no centro da vila. Com esta mudança, ganha a UCC novas instalações para poder desenvolver o seu trabalho, assim como a USF poderá ajustar as suas instalações. É que a saúde tem em Vila Nova
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Equipamentos culturais e desportivos encerrados Na reunião de dia 14 de janeiro de 2021, da Comissão Municipal de Proteção Civil de Vila Nova da Barquinha, “num âmbito estritamente preventivo” e num “esforço conjunto de contenção da propagação do Covid-19”, o Grupo de Gestão do Plano de Contingência do Município de Vila Nova da Barquinha, aprovou cancelar, desde o dia 15 de janeiro e até informação em contrário, todos os eventos da responsabilidade do Município ou nos quais este seja parceiro: culturais, sociais, desportivos e recreativos. Foi ainda deliberado encerrar equipamentos culturais: Castelo de Almourol, Centro de Interpretação Templário de Almourol, Posto de Turismo, Centro Integrado de Educação em Ciências (fechado a visitas de grupos externos e cancelados os eventos), Centro de Estudos de Arte
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JORNAL DE ABRANTES / Fevereiro 2021
da Barquinha estas duas unidades autónomas que, têm até aqui, partilhado o mesmo espaço físico. Fernando Freire deu o exemplo de um trabalho de apoio à recolha de testes da Covid-19 que é feito na UCC e que não têm, neste momento, as melhores condições para este trabalho. “Espero que dentro de um mês mudem de instalações e fiquem
aqui próximo da farmácia, no centro da vila”, vincou o presidente da Câmara Municipal de Vila Nova da Barqunha. De acordo com ARSLVT e com o Município de Vila Nova da Barquinha a Unidade de Cuidados da Comunidade do Almourol deverá mudar até ao final do primeiro trimestre deste ano.
Contemporânea, Centro Cultural de Tancos, Auditório do Centro Cultural, Bibliotecas Municipais, Espaços Internet, Galeria do Parque e Arquivo Municipal. Também estão encerrados os equipamentos desportivos: Centro Municipal de Atividade Física Aquagym (Piscinas e Ginásio), Parque Desportivo Municipal da Atalaia, Pavilhão Desportivo da Praia do Ribatejo, Pavilhão Desportivo Municipal e Centro Náutico. A EB1 do Cardal (Universidade Sénior de Vila Nova da Barquinha) e Cais – Espaço Empresarial de Vila Nova da Barquinha estão igualmente de portas fechadas. Os serviços de atendimento ao munícipe serão feitos por marcação prévia, devendo ser realizada por via eletrónica, através do e-mail: geral@ cm-vnbarquinha.pt, ou através do telefone 249 720 350, das 9 horas às 15 horas. Mantém-se em funcionamento os jardins e parques municipais e de freguesia. Fica suspensa a cedência de equipamentos culturais e desportivos às associações, coletividades e ins-
tituições, bem como a cedência de transporte municipal e/ou viaturas municipais, para visitas de estudo ou outras atividades. O Município apela a todas as Associações desportivas, culturais e recreativas, Instituições Particulares de Solidariedade Social, Fábricas da Igreja, entre outras, que tomem medidas similares às adotadas pela Câmara Municipal e pelas autoridades de saúde pública. “Indo ao encontro daquilo que são as recomendações das autoridades de saúde e no que respeita ao risco de eventos de massas no contexto do surto”, a Câmara Municipal alerta ainda que, “no âmbito das dinâmicas pessoais, deve evitar a presença em locais com concentrações de pessoas e que se adotem os comportamentos de etiquetas respiratórias e de relacionamento social”. “Alterações a estas medidas serão comunicadas sempre que se justifique, continuando as mesmas em permanente avaliação, em estreita colaboração com as entidades competentes do Ministério da Saúde e do Ministério da Administração Interna”, informa o Município.
Jerónimo Belo Jorge
REGIÃO / Mação
Câmara vai apoiar reconstrução de casas destruídas pelos incêndios de 2019 // O Executivo da Câmara de Mação aprovou por unanimidade conceder um apoio de 50% do valor da reconstrução de quatro habitações destruídas nos incêndios de 2019, cujas candidaturas não foram consideradas pelo IHRU – Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana. Há quatro candidaturas que não terão apoio por parte do IHRU – Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana. Uma com orçamento de 51.414€, outro com 42.312€, um outro de 109.300€ mas que tem um seguro de 49.800€ e há ainda uma outra que não tem qualquer hipótese de reconstrução visto a casa ter sido construída ilegalmente. Perante este cenário, o Executivo da Câmara de Mação aprovou por unanimidade conceder um apoio de 50% do valor da reconstrução de quatro habitações destruídas nos incêndios de 2019, cujas candidaturas não foram consideradas pelo IHRU – Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana. O presidente da Câmara, Vasco Estrela, afirmou que “tendo em conta a situação muito particular e perfeitamente excecional que estamos a viver”, propôs que “a Câmara pudesse assumir 50% destes custos até aos valores máximos aqui referidos”. Até porque “estes são valores que podem, eventualmente, baixar”. Trata-se de um apoio da Câmara Municipal de 56.400€. Perante o Executivo, Vasco Estrela disse que “este seria um sinal que estaríamos a dar às pessoas que perderam habitações das quais eram herdeiros, que sabemos que não usufruem delas diariamente, mas tendo em consideração a excecionalidade daquilo que aconteceu na tragédia dos incêndios e a postura que tivemos em 2017, onde ajudámos a reconstruir umas
// As candidaturas são para reconstrução de projetos não aprovados pelo IHRU dezenas de anexos agrícolas”, se estas casas forem reconstruídas “são pessoas que ficam com casa com concelho e que vão cá vir, têm filhos, têm netos e que tiveram a infelicidade de lhes arder a casa”. O autarca adiantou que, ainda por cima, veem “o Estado Português negar o apoio porque entende que são segundas habitações quando, à data, as pessoas viviam lá e só pelo decurso de tempo que isto demorou é que as pessoas entretanto faleceram. Não fora isso, e houvesse
o tratamento que houve em 2017, nada disto teria acontecido”. O valor a atribuir pela Câmara só será dado depois “do cumprimento escrupuloso do projeto de empreitada, do respetivo licenciamento da Câmara e da verificação concreta de que o projeto foi cumprido e devidamente licenciado”. Para Vasco Estrela, há uma das habitações onde tem “algumas dúvidas de que as coisas avancem” por haver questões de titularidades a serem vistas. No entanto,
“Apoiar os herdeiros dos falecidos, se entenderem reconstruir as casas”.
justificou o presidente, “se nós não dermos este sinal provavelmente não haverá reconstrução nenhuma, se dermos este sinal, haverá ou não”. O vereador do PS, Nuno Barreta, sugeriu que se colocasse no contrato a celebrar com as proprietárias das habitações destruídas “a obrigatoriedade de permanecerem proprietários da habitação por 10 ou 15 anos”. Sugestão acolhida por todo o restante Executivo, que concordou de imediato e que ainda foi complementada com a sugestão do vereador Vasco Marques de que “caso pretendam vender a casa, terão de devolver o montante recebido”. A proposta foi aprovada por unanimidade. À margem da reunião de Câmara, o presidente Vasco Estrela explicou que durante uma reunião com a presidente do IHRU “foi-nos transmitido de uma forma muito clara que não haveria qualquer tipo de apoios para pessoas que tivessem vivido naquelas casas e que, entretanto, tivessem falecido. Com o tempo que tudo isto demorou, infelizmente faleceram duas pessoas”. O que a Câmara Municipal aprovou “foi apoiar as pessoas que são herdeiras dos falecidos, se entenderem reconstruir essas casas”. As quatro candidaturas referem-se a quatro processos diferentes. Duas são de reconstrução total, as que perderam entretanto os seus habitantes, uma outra que tem seguro e que cobre a quase totalidade do valor da habitação e há ainda uma outra para a qual “não há condições de reabilitação porque era uma casa que estava construída de forma não legal num terreno e ali não é possível fazer essa reconstrução”. Para Vasco Estrela este é um sinal, que se não for dado, as casas não serão reconstruidas e os proprietários perderão as raízes que os ligam ao concelho. Patrícia Seixas
Cardigos e Envendos vão ter Casa do Cidadão Já está em construção a Casa do Cidadão de Cardigos, uma obra que, pela importância e utilidade, é muito aguardada nesta Freguesia. Este espaço irá gerar uma nova energia de inovação social em Cardigos, contribuindo ainda para a regeneração urbana e económica da vila. Este equipamento funcionará num espaço que assenta numa forte memória coletiva da comunidade, A Casa. A Casa do Cidadão em Cardigos irá disponibilizar uma inovadora estrutura de apoio
ao Cidadão sendo uma mais-valia social, pela oferta de respostas a algumas necessidades da população de Cardigos e do norte do concelho de Mação. Na Casa do Cidadão, em Cardigos, funcionará o Espaço do Cidadão. À semelhança do que acontece em Mação, ali poderão ser tratados assuntos como alteração e confirmação de morada do Cartão do Cidadão; revalidação, substituição e alteração da Carta de condução, bem como emissão de segundas vias; pedido de registo
//Obras para a instalação da Casa do Cidadão em Cardigos criminal; solicitar o Cartão Europeu de Seguro de Doença ou apresentar despesas junto da ADSE.
No piso térreo, pretende-se implementar um espaço de apoio ao cidadão no âmbito da modernização administrativa, prevendo-se um espaço de apoio administrativo e um espaço multiusos com o logradouro acessível a ambos os espaços. O primeiro piso contém um gabinete de trabalho e um espaço com características para auditório e para espaço de formação/workshops, equipando o norte do concelho com um espaço destes.
Espaço do Cidadão a caminho de Envendos
Já na freguesia de Envendos, a Agência para a Modernização Administrativa também pretende abrir um Espaço do Cidadão. Ficará a funcionar no edifício da Junta de Freguesia e o processo está em andamento, tendo a Câmara Municipal de Mação dado o parecer positivo e já ter reunido com o presidente da Junta de Freguesia no sentido “de ver como é que a Câmara poderia colaborar para a instalação desse espaço”.
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REGIÃO / Vila de Rei
Município e ACP celebram protocolo // O Município de Vila de Rei e Automóvel Club de Portugal (ACP), o clube que tem maior número de associados no país, vão celebrar um protocolo de cooperação no Turismo ao Ar Livre. De acordo com o vereador com o pelouro do Turismo na Câmara Municipal de Vila de Rei, Paulo César Luís, o ACP contactou o Município de Vila de Rei no sentido de poder haver uma espécie de permuta de serviços. Este protocolo incide sobre o caravanismo, dando vantagens e mais-valias no âmbito da divulgação e informação sobre os eventos, monumentos e sítios de Vila de Rei. Ou seja, de acordo com o vereador, na prática o ACP vai criar uma linha de divulgação junto dos seus associados de eventos que se realizem no território de Vila de Rei. O Município deverá aligeirar os processos de reservas de lugares no parque de caravanismo do concelho, localizado na vila, no Parque de Feiras, e isentar o pagamento das taxas. De acordo com o vereador a isenção não se torna necessária uma vez que o parque de caravanismo de Vila de Rei não cobra qualquer taxa.
Uma outra mais-valia para os associados do ACP tem a ver com a possibilidade de terem espaços para ocupar nas proximidades dos eventos que se realizem no concelho de Vila de Rei. Paulo César Luís revelou ao Jornal de Abrantes a satisfação por passar a existir esta colaboração porque é uma forma de fazer chegar os eventos que se realizam no concelho a um leque de pessoas que têm interesses particulares como o autocaravanismo, o automobilismo ou o motociclismo. E depois vincou a mais-valia de poder levar a agenda de eventos aos sócios do maior clube português. Questionado sobre se o protocolo se pode estender a outras entidades que organizam eventos no concelho, Paulo César Luís revela que o protocolo é para os eventos organização pelo Município e acrescentou que é o Município que organiza a maior parte dos eventos no concelho. /A/ área de serviço para autoca-
ravanas de Vila de Rei localiza-se junto ao Parque das Feiras, perto do edifício da Câmara Municipal e dispõe dos seguintes serviços: manutenção (despejos WC químico e reabastecimento); água e balneários (água fria). Jerónimo Belo Jorge
Gabinete de Ação Social, Saúde e Educação com novas instalações O Gabinete de Ação Social, Saúde e Educação (GASSE) do Município de Vila de Rei encontra-se já a funcionar em novo espaço, situado no rés-do-chão do edifício dos Paços do Concelho, junto às instalações dos Julgados de Paz de Vila de Rei e Conservatória. O GASSE, bem como os serviços que o complementam - Balcão de Inclusão; CPCJ – Comissão de Proteção de Crianças e Jovens; CPIR – Comissão de Proteção do Idoso em Risco; NAV – Núcleo de Apoio à Vítima; Espaço M – Serviço de Apoio à Vítima - passam a funcionar num espaço com uma área bastante superior e com uma sala de reunião adicional. Estas novas instalações “garantem assim uma maior privacidade a todas as pessoas que necessitem de se deslocar a este serviço, melhoria nos acessos, bem como uma maior qualidade de trabalho aos colaboradores do Município”. O Gabinete de Ação Social, Saú-
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de e Educação do Município de Vila de Rei encontra-se aberto ao público de segunda a sexta-feira, das 09h00 às 13h00 e das 14h00 às 16h00. Poderá também con-
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tactá-lo através dos números 274 890 010, 274 030 454, 274 890 017 ou dos endereços de correio eletrónico social@cm-viladerei.pt e educacao@cm-viladerei.pt.
Praça de táxis muda temporariamente de lugar Tiveram início no dia de hoje, 12 de janeiro, os trabalhos de construção do Terminal Rodoviário de Vila de Rei, levando a que a praça de táxis passe a funcionar, durante o tempo de realização das obras, no Jardim de Nossa Senhora da Guia. A empreitada de construção desta nova infraestrutura de apoio a transportes públicos foi adjudicada à empresa Henrique Mateus & Filhos – Construção Civil, Lda, pelo valor de 135.939,75€ + IVA e tem um prazo de execução de seis meses. Para além da criação do terminal rodoviário, inclui ainda a renovação da praça de táxis, a construção de uma sala de espera e de uma loja de produtos endógenos, bem como a requalificação da
Central Elétrica existente. Ricardo Aires, presidente da Autarquia vilarregense, destaca que “esta é uma obra estruturante para o nosso concelho, contribuindo para assegurar uma maior mobilidade a todos os vilarregenses e a todas as pessoas que visitam o centro do País e, ao mesmo tempo, contribuir para reforçar a rede de transportes que serve Vila de Rei.”
ESPECIAL 40 ANOS ANTENA LIVRE
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ESPECIAL 40 ANOS ANTENA LIVRE
40 anos sem festa mas com casa nova 2021
seria o ano de muitas comemorações e de muito trabalho a pensar no futuro. Seria a comemoração dos 40 anos do arranque das emissões regulares da RAL – Rádio Antena Livre associado a um conjunto de investimentos e novidades no grupo Media On. Mas a pandemia deixou de lado uma parte daquilo que estava já planeado para este ano. Assim sendo, com qualquer comemoração completamente colocada na gaveta do stand by, a empresa Media On virou-se, num objetivo empresarial sem precedentes, para a criação de melhores condições. Desde logo, processo que já se iniciou, a mudança do centro emissor. Desde sempre que o emissor e antenas da Antena Livre estiveram instaladas no antigo quartel dos bombeiros e torre de comunicações adjacentes. Para o final de 2020 e início de 2021, a empresa proprietária da torre (a operadora NOS) resolveu mudar a sua localização. E com esta mudança viria o desmantelamento daquela estrutura metálica. Isso obrigou os serviços técnicos da Media On a preceder a uma reestruturação e à relocalização do centro emissor.
têm estado a ser trabalhados no seio das marcas do grupo de comunicação. Também neste 2021, quando se comemoram os 40 anos da rádio, haverá novidades.
O regresso da rádio ao Centro de Abrantes
Testes em 96.7fm
Desde a legalização das rádios locais que as frequências atribuídas ao concelho de Abrantes foram o 93 e o 96.7. De início, a RAL ficou com o 93 e a Tágide com o 96.7 que, curiosamente, era a frequência da RAL antes do encerramento para a legalização. Aliás, a RAL começou em 101fm, tendo depois passado para o 96.7. Em 1990 a RAL, depois de muitos testes, fez o pedido de alteração da frequência que lhe tinha atribuída para o 89.7fm. Há uns anos que na Antena Livre se pensa em mudar desta frequência porque há a noção de que a mesma tem algumas obstruções e que, por isso, não pode a estação chegar a todos os cantos do concelho e dos concelhos limítrofes nas melhores condições para o ouvinte. Nesse sentido, a empresa detentora da estação iniciou um processo no sentido de apurar uma frequência que pudesse ultrapassar as limitações encontradas. E ao verificar a disponibilidade do 96.7fm, que era da Rádio Tágide que fechou em 2014, avançou-se para o respetivo licenciamento. E neste início dos 40 anos de vida este é um processo que está em curso, os testes em 96.7 fm que, crê a direção da estação, possa vir a ser, em breve, a nova frequência da Antena Livre.
Novo site nos 40 anos da rádio
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A aposta no digital tem sido também uma das áreas em que a Media On tem apostado. Primeiro com o Jornal de Abrantes (jornaldeabrantes.pt) através de uma parceria com o portal Sapo, nomeadamente com a inclusão de notícias do Jornal de Abrantes nesta página chamada Sapo Voz e que coloca na plataforma notícias de jornais regionais. Esta parceria levou a uma reformulação profunda dos sites do Jornal de Abrantes, em primeiro lugar, e no da Antena
Livre. Sendo que o novo site do Jornal de Abrantes está quase concluído e deverá ser apresentado muito em breve, o da Antena Livre (antenalivre.pt) está em avançado estado de produção. Deverá ser apresentado também no primeiro semestre deste ano. Alterações no mundo digital que deverão melhorar o acesso do mundo aos conteúdos produzidos pelas marcas da Media On. De referir, neste campo, que o site da Rádio Tágide (radiotagide.pt) foi mesmo o primeiro a mostrar os ajustes gráficos que
A história da Rádio em Abrantes perdurará com o início, no tempo dos “piratas” e das “ilegalidades”, no Convento de S. Domingos, em S. Miguel do Rio Torto ou em Mouriscas. Mas é na aldeia de Arreciadas que está a base histórica da RAL. Foi ali, numa garagem, que nasceram os primeiros estúdios, a sério, da rádio. Dois estúdios com duas áreas de régie, uma sala de discos e uma de escrever notícias. Em 1990, depois da legalização, a rádio muda-se para a Rua Manuel Constâncio, n.º12, paredes meias com a barbearia, com a peixaria, próximo da antiga Galeria Municipal ou da Câmara Municipal. Em 1997/98 a rádio volta a mudar para a rua General Humberto Delgado, para instalações construídas de raiz. Local onde ainda se encontra. 2021 e os 40 anos vão trazer novidades. A rádio voltará ao centro de Abrantes, mais propriamente ao edifício conhecido como “Condorcet”. Trata-se de um edifício, como se pode ver na fotografia, que tem estado a ser recuperado e a Antena Livre vai ocupar todo o segundo piso. As obras de remodelação do espaço interior estão a avançar a bom ritmo e, crê a administração da Media On, que poderá ainda no primeiro semestre deste ano, ou no início do segundo, proceder a esta mudança. Com a perspetiva de que a mudança está para breve, a empresa detentora da Antena Livre preparou um plano de investimento tecnológico no sentido de dotar a rádio de melhores condições em termos técnicos. Haverá novidades desde a área informática, passando pelo áudio e pelo centro emissor. Ou seja, mesmo sem “festa”, o plano de reconversão tecnológica da Media On está em curso e a andar a passos largos. Nesse sentido, poderemos afirmar que no ano em que comemora os 40 anos do início das emissões regulares, a Antena Livre vai ter casa nova e vida nova, devendo haver também, como é natural, alguns ajustes à grelha de programação. Não se realizou, em 2020, a Gala Antena Livre/Jornal de Abrantes, não se sabe ainda se haverá em 2021, mas sabe-se que a equipa continua com a “tentação de fazer” para que você, desse lado, tenha “o prazer de escutar” a rádio de Abrantes, a Antena Livre. Jerónimo Belo Jorge
“Não temos parado de perspetivar o futuro” // Assinou a escritura em fevereiro de 2019 e tornou-se, oficialmente, proprietário da Media On, Comunicação Social, Lda. No mês em que comemora dois anos de gerência, que na realidade até é um pouco mais pois começou a gerir a empresa em agosto de 2018, mas “houve muita burocracia pelo meio”, Luís Ablú Dias assume que há futuro para a Antena Livre e avança a “possibilidade que será real” de a empresa se instalar no centro histórico da cidade de Abrantes, “talvez” ainda durante o corrente ano.
ESPECIAL 40 ANOS ANTENA LIVRE
Luís Ablú Dias, Administrador MediaOn
A Antena Livre comemora 40 anos. Que memórias tem da RAL, do seu início e dos anos que se seguiram?
São, efetivamente, memórias boas. Era eu uma criança e ouvia a RAL todos os dias em casa, pois a minha mãe era uma ouvinte e participante frequente nos programas da rádio. O que me recordo melhor era o “Sábado Vivo”. Recordo-me também de toda a atribulação que foram as emissões até a legalização das rádios locais….
Essas memórias, muitas delas coletivas, tiveram peso mais tarde, na decisão da aquisição da empresa?
Em parte, sim. Estava a ver um projeto nosso, de Abrantes, que poderia ter o destino que todos nós não queríamos. Depois de surgir a possibilidade de adquirir o projeto, obviamente que pesou, sou abrantino de gema, ou melhor, gema, clara e casca…. ovo inteiro….. (risos).
Em quase três anos de Media On, que balanço faz da atividade que desenvolveu?
Faz três anos em agosto que comecei a gerir o projeto, mas faz precisamente dois agora em fevereiro que se oficializou (escriturou), pois teve muita burocracia pelo meio…. Entendo que melhorámos bastante a todos os níveis, quer de conteúdos,
quer musicais, quer da informação que é um dos pilares deste projeto… Recordo também que somos um órgão de informação e não uma agência noticiosa. Com uma equipa pequena, mas focada, conseguimos manter o nosso principal foco que são os nossos ouvintes/leitores e os nossos parceiros, que são a base de suporte deste projeto.
Nestes tempos em que a pandemia condicionou as nossas vidas, também a dos funcionários da rádio, tem tido influência no normal funcionamento da rádio/ empresa?
Obviamente que a pandemia veio alterar de alguma forma a nossa forma de trabalhar. Contudo, as novas tecnologias permitem-nos fazer muita coisa em teletrabalho. Já no que diz respeito ao trabalho exterior, veio condicionar um pouco, diria até bastante, o acompanhamento de tudo o
que se passa à nossa volta, o que acaba por prejudicar também um pouco o trabalho e o foco no sentido de serviço público que prestamos e que nos está incutido.
Por onde passa o futuro da Antena Livre e da Media On? Que esperar para os próximos tempos?
sibilidade que será real, não podendo dar timings certos. Também sempre a pensar em Abrantes e para o centro histórico da cidade, será uma mais valia na tentativa de ajudar a regeneração comercial e habitacional.
Esta não será apenas uma mudança de local… está subjacente a um grande investimento técnico e tecnológico…
Apesar da pandemia, não temos parado de perspetivar o futuro, pois nos tempos que correm não podemos parar. Estamos em constantes mudanças e muito mais neste tipo de projeto. No plano estratégico do grupo, estão previstos alguns investimentos ao nível de equipamentos, pois os atuais já estão de alguma forma descontinuados.
Sim, como referi atrás, vamos fazer investimentos ao nível de equipamentos. Desde o simples pc de trabalho, passando pelos equipamentos dos estúdios e acabando no emissor.
Há algum tempo que se fala de um regresso da Antena Livre ao centro histórico da cidade de Abrantes. Pode confirmar essa informação?
Vamos fazer todos os esforços para que possamos mudar ainda este ano, o que também era uma forma de marcar os 40 anos da Antena Livre….
Sim, estamos a trabalhar nessa pos-
Esta mudança está programada para este ano?
Patrícia Seixas
Fevereiro 2021 / JORNAL DE ABRANTES
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ESPECIAL 40 ANOS ANTENA LIVRE
Continua sempre Duvido que exista alguém a ter uma qualquer magia que ouça tanta música como eu” Quando era miúdo já brincava às rádios e ao jornalismo, antes mesmo de haver uma rádio em Abrantes. Depois, tinha eu 9 anos, apareceu uma rádio que entraria mais tarde na minha vivência juvenil. Entre aqueles que vinham fazer o relato da bola ou até o baile de finalistas. Sim, no meu 9.º ano, o baile de finalistas da escola das Mouriscas, foi feito com os “DJ's” da RAL. Depois, quis um qualquer destino (se é que isso existe) que, ainda estudante do secundário, a minha voz pudesse ter passado pelos ouvidos de quem, naquela altura, dirigia a estação que emitia em 96.7fm a partir das Arreciadas. Mais uma vez, quis o destino, que tenha experimentado o jornalismo de rádio ainda a caminho das Arreciadas numa motorizada Casal 4. Depois as coisas evoluíram. Pude participar em dois dos maiores processos da rádio. Um deles a mudança para os estúdios em Abrantes. O outro, a introdução dos primeiros sistemas de automação (computador) de publicidade. Nunca fui o locutor, apesar de o ouvinte nos identificar pela voz. Sempre andei na onda das notícias, das reportagens e das entrevistas. E a rádio, como todas as coisas, muda. Vai mudando. Vai tendo a normal adaptação aos tempos novos. Vai-se ajustando às vontades dos que “consomem”. Mas continua sempre a ter uma qualquer magia, ou bichinho como alguns lhe chamam. A rádio é hoje, e foi-o ainda mais no passado, uma casa de emoções. É por aqui (na casa da rádio ou fruto da pandemia nas nossas casas) que passam ainda as vozes dos que querem ter voz. Afinal de contas, nós próprios fazemos as adaptações necessárias à nova vida digital, a rádio faz a sua adaptação, mas a génese ou a base continua a ser a mesma. Chegar a todos os cantos. Neste caso a todos os cantos do concelho. E basta ter um recetor de FM. Essa coisa que ninguém precisa hoje, dizem, mas que está presente em qualquer automóvel ou em qualquer telemóvel. Porque continua a fazer parte, mesmo que para muitos, ausente das nossas vidas enquanto ouvinte. Enquanto cidadão. E como nota final frisar apenas o enorme orgulho em integrar uma equipa curta mas gigante na amplitude profissional que aplica no dia-a-dia. Desde a administração, aos jornalistas, aos locutores, à área (fundamental) de desenvolvimento tecnológico. Uma garantia deixamos (nós, que fazemos a rádio), continuar a trabalhar com o mesmo afinco e profissionalismo para fazer da rádio a Rádio!
Jerónimo Belo Jorge 16
JORNAL DE ABRANTES / Fevereiro 2021
Muito haveria por dizer do que aconteceu nestes 40 anos de rádio e várias páginas de jornal não chegariam. A Antena Livre “pega” na história e comemora os 40 anos de emissões de rádio que tiveram início em Arreciadas (Abrantes). A RAL foi sempre uma referência para quem a ouvia e para quem, como eu, estava na altura na rádio “concorrente” – a Rádio Tramagalense, que depois da legalização passou a ser Rádio Tágide e foi sempre a minha casa. Depois de ter saído para experimentar novas e diferentes aventuras, passei pela Nacional FM de Alcanena e pela Rádio Hertz de Tomar e, quis o destino, que viesse parar há quase 20 anos à Antena Livre onde tal como hoje comecei a fazer o “Central de Escuta” ao fim de semana, que ainda se mantém, e diariamente o “Power Play”. Aceitei ainda o desafio de, na Antena Livre, ser o responsável pela música que passa na rádio, o que não me podia deixar mais feliz, pois a música é a minha vida. Duvido que exista alguém que ouça tanta música como eu! Ter a oportunidade de criar uma playlist de rádio para partilhar com as pessoas que ouvem a rádio é uma felicidade e um orgulho enorme. Agradeço do fundo do coração a oportunidade que me tem sido dada e deixo aqui um especial abraço a quem continua a fazer com que esta casa avance e que faz o trabalho que não se ouve, mas que é o essencial para que o resto aconteça. Muito obrigado. E muitos parabéns à Rádio e a todos os que a tornam possível.
LUIS DELGADO Responsável pela Playlist da Antena Livre
A Rádio não para. A rádio não pode parar!
Falar da Rádio em Portugal sem falar da Antena Livre é praticamente impossível já que foi a primeira rádio local do país com emissões regulares, tendo, no entanto, já acontecido emissões pontuais pelas Rádio Juventude e Rádio Imprevisto no final dos anos 70, nos subúrbios de Lisboa. Eram as chamadas rádios pirata já que, à luz da legislação da altura, eram ilegais. Por esses tempos, os meios técnicos disponíveis eram parcos. A tecnologia era pouca, cara e pouco diversa. Improvisavam-se microfones e mesas de mistura. Dos emissores em caixas de madeira e dos giradiscos de trazer por casa, hoje, já quase ninguém se lembra. Felizmente a tecnologia de lá até aos dias de hoje evoluiu de forma extraordinária. Hoje a rádio é totalmente info dependente. Precisa de servidores, de computadores, de plataformas digitais de comunicação in loco e à distância e, claro, da internet. Toda esta tecnologia colocada à nossa disposição permitiu-nos alcançar coisas fantásticas. Permitiu a descentralização da Rádio! Hoje podemos fazer rádio de qualquer parte do mundo como se estivéssemos no estúdio. E, se dúvidas houvesse, a pandemia que nos assola por esta altura, colocou-nos precisamente esse desafio. O de ter de fazer rádio mesmo em confinamento. A Rádio não para. A rádio não pode parar! E por isso mesmo foi a tecnologia que nos permitiu, em tempo record, colocar jornalistas e animadores a fazer rádio de casa. Sim, de casa, como se estivessem ali, no estúdio de todos os dias. Bastou juntar tecnologia informática, internet e muito trabalho de quem, como eu, sendo o responsável pelos meios técnicos e digitais do grupo MediaOn, teve a responsabilidade de fazer acontecer. Com um novo Centro Emissor, com a remodelação do parque informático e a aquisição de novo equipamento de estúdio a acontecer em breve, posso, da parte que me toca, dizer que, dando seguimento aos 40 anos que agora comemoramos, estamos em condições de afirmar que os próximos 40 estão garantidos no que toca a manter e a elevar a qualidade da nossa emissão, proporcionando, ao mesmo tempo, melhores condições técnicas de trabalho aos profissionais que todos os dias dão a voz e criam a alma da nossa Antena Livre. Parabéns!
Carlos Aparício Responsável pelos meios técnicos e digitais do Grupo MediaOn
A primeira vez que entrei num estúdio de rádio foi em outubro de 1989, na Rádio Tágide. Tinha 14 anos. Era para um teste de voz. Pediram-me que lesse um texto e… fez-se magia. Estava encontrado “o meu destino”. A 5 de novembro de 1989 entrava pela primeira no ar, em direto durante duas horas, e enquanto frequentei o ensino secundário, apresentei o programa “Hora Dois”, do Clube de Imprensa da Escola Secundária N.º2 de Abrantes, que ia para o ar às terças-feiras. A rádio nunca mais saiu da minha vida. Como se costuma dizer, mas noutro contexto, “até podes sair da rádio, mas a rádio nunca sairá de ti”. E não saiu. Depois do secundário, seguiu-se o ensino superior e a passagem por alguns órgãos de comunicação em Lisboa, incluindo um estágio curricular na Antena 1. As restantes experiências viveram-se na imprensa escrita. Em 2002, surgiu a oportunidade do “regresso” a casa. A Antena Livre apresentou-me uma proposta e eu decidi que voltar à rádio era voltar à minha essência. Apesar de o meu percurso ter passado também por órgãos de comunicação na imprensa escrita regional, não mais se perdeu o elo de ligação à rádio. Primeiro através do programa Radar e, mais tarde, de corpo e alma na redação e a dar a voz nos noticiários. É nesta situação que comemoro os 40 anos da Rádio Antena Livre. Rádio que me habituei a ouvir desde pequena até porque era a via principal para sabermos o que se passava “no nosso mundo”. Nessa altura, conhecia apenas as vozes mas nunca me passou pela cabeça que um dia seria eu a dar voz, atrás de um microfone. Hoje em dia, muitas das vozes da altura são de pessoas com quem tenho o prazer de trabalhar e algumas a quem chamo de amigos. Ao longo desta aventura, têm sido muitas as pessoas com quem me tenho cruzado. E muitas têm ficado. É assim que gosto de estar na vida e é assim, apesar do distanciamento agora necessário, que quero continuar. A rádio, essa mesmo à distância e a partir de nossas casas, vai continuar a fazer-se ouvir nas ondas hertzianas e no online. Longa vida à Antena Livre e saúde e sorte àqueles que a levam por diante. Venham mais 40… e ainda outros 40! Parabéns!
Patrícia Seixas Diretora de Informação da Antena Livre
“O que de melhor tudo isto me trouxe foram os afetos”
Na história destes 40 anos de RAL (onde estive 5 anos) e Antena Livre (onde estou há 18 anos) a palavra que me surge é: OBRIGADO. Ao fim de tantos anos, olho para trás e o que de melhor tudo isto me trouxe foram os afetos. Ao longo dos meus 35 anos de mundo radiofónico, foram muitas as vidas que se cruzaram com a minha e muitas delas ficaram para sempre e são pilares fundamentais para mim. E com muitas dessas vidas fiz e organizei coisas inesquecíveis. Quer na RAL, quer na Antena Livre e noutros projetos onde estive, embora durante menos tempo, as experiências foram sempre marcantes. As positivas e as negativas, porque com essas experiências aprendi sempre muito. E continuo a aprender. E ao contrário do que muita gente pensa, este não é um percurso fácil. Mas a palavra de ordem para quem continua a lutar para que seja possível tem que ser sempre de esperança e pensamento positivo para que seja possível continuar a fazer a rádio acontecer. Aos colegas e Amigos de percurso, no passado e na atualidade, deixo o meu abraço. Sabem quem são e seria impossível referenciar todos. Mas gostava de nesta “data redonda” deixar uma palavra de muito carinho a algumas pessoas muito especiais e que na história da Antena Livre foram/são muito importantes, não só para a rádio e a sua gestão/organização, mas também para mim a título pessoal: Rita Duarte, Carlos Aparício, Ângela Gil e Luís Ablú Dias. Sem eles, não seria possível. Depois, uma palavra e um abraço “aos meus” Jerónimo Belo Jorge e Patrícia Seixas que diariamente partilham a aventura comigo. Conhecemo-nos e somos Amigos do tempo de escola e a trabalhar juntos não precisamos falar. Basta olhar. E isso não tem preço. E depois, o meu irmão Luís Delgado, responsável pela música da Antena Livre, e que sempre me acompanhou (também) nas aventuras das rádios por onde sempre passámos juntos. Parabéns Antena Livre, e a todos quantos a tornam possível.
PAULO DELGADO Diretor de Programação da Antena Livre
“É como falar de parte da minha vida”
Falar dos 40 anos da Rádio Antena Livre é, talvez, falar de um dos projetos mais importantes para o concelho de Abrantes e para a região, tendo desempenhado um papel decisivo no desenvolvimento regional e na divulgação de tudo o que se passava no concelho de Abrantes e limítrofes. Era a RAL que unia a região e levava o entretenimento e companhia às casas das pessoas, sendo algumas vezes o único “serviço público” que a população dispunha. Se durante algum tempo esta região do centro de Portugal foi referência e referenciada no resto do país, muito se deve ao papel desempenhado pela RAL. Atualmente ainda é assim. Talvez teimem em não lhe querer dar essa importância, que fruto da evolução não é tão vincado, mas é certamente importante na difusão da informação, divulgação e difusão do que se vai passando na região centro. Falar dos 40 anos de existência da Rádio Antena Livre, é como falar de parte da minha vida. Com apenas cinco anos, levado pelos meus pais, comecei a frequentar os estúdios da rádio em Arreciadas. Brincava ao fazer rádio, sempre que era possível e nos deixavam. Lembro-me da azáfama que era a preparação da “Discoteca do Ouvinte”, a tal “onde o ouvinte solicita e nós passamos”, com mesas de discos e cupões alinhados conforme iriam para o ar no dia seguinte. Lembro-me das horas de “corte e costura” nos gravadores de fita, na preparação do programa que divulgava as Coisas, os Sons e as Palavras dos concelhos, das freguesias e das pessoas da região. Recordo a preparação do “Desporto em Revista” ou do “Olimpus”, programas desportivos, em que se gastavam resmas de folhas quadriculadas a elaborar calendários e tabelas classificativas, bem como dos estabelecimentos comerciais se “vestirem de gala” para receberem O Programa, “Sábado Vivo”. Tenho a perfeita noção agora que, naquela altura, o rigor no trabalho, o empenho para atingir a perfeição, o brio colocado no que se fazia, a formação que se adquiria e a “escola” que se ia ganhando, era algo com cariz profissional, embora feito por amadores. Muito do que ali foi feito serviu de exemplo e de base a muitos que se tornaram profissionais do ofício e a muitos projetos que vieram a surgir mais tarde. Quanto a mim, no meu pequeno papel no que são 40 anos de história, que começou com Rui Cabral na “Loja da Pequenada”, tento honrar o legado e respeitar os ensinamentos que tantos nos deixam e deixaram. Não querendo ser injusto para ninguém, da “Velha Guarda” destaco em jeito de obrigado, Víctor Falcão e Manuel Chambel, sem esquecer os “meus mestres” Elisa Beirão e Jorge Beirão. Os tempos atuais são outros, as exigências são outras, mas o empenho e dedicação de quem faz a Antena Livre é o mesmo. Abrantes precisa, a região quer e os ouvintes pedem. Venham mais 40 da Rádio que todos gostamos.
ESPECIAL 40 ANOS ANTENA LIVRE
“A rádio, mesmo que a partir de nossas casas, vai continuar a fazer-se ouvir”
Ricardo Beirão Coordenador do Departamento Desportivo da Antena Livre
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Ao longo de 40 anos foram muitas as vozes que estiveram em antena, desde os estúdios iniciais em Arreciadas, passando pela Rua Manuel Constâncio até aos atuais, na Rua General Humberto Delgado. Foram vozes de profissionais, de colaboradores, de mulheres e homens que passaram pela rádio e onde deixaram, para a história, a sua participação.
Seguramente muitas vozes já não estão entre nós, mas naqueles que se recordam dos tempos da RAL pirata, essas vozes vão fazer sempre parte das nossas memórias. E porque 40 anos não são 40 dias pedimos o testemunho, escrito, a algumas dessas vozes que fizeram, com muitas outras, a história da rádio em Abrantes.
“Passos em direção à consolidação da democracia e da liberdade de expressão”
“Estava ali o meu mundo”
Já lá vão cerca de 40 anos quando me iniciei nas lides radiofónicas. Para mim foi um privilégio integrar um projeto que iria transformar radicalmente o panorama radiofónico português. Os meios existentes eram escassos, mas conseguimos dar os passos necessários em direção à consolidação da democracia e da liberdade de expressão. Durante este período foi conseguido captar a audiência da grande maioria da população do nosso concelho e concelhos limítrofes. Iniciei a minha colaboração na Rádio Antena Livre com um programa que me deu o maior prazer de fazer e “mexeu” nas pessoas, que passados tantos anos, ainda se recordam… foi a “A loja da Pequenada”. Era um programa de duas horas, de cariz infantil, onde os temas eram dirigidos às crianças e tinha a colaboração preciosa da minha filha Margarida e do meu sobrinho João. Havia diversas rubricas que tinham um cunho pedagógico: sobre a música e instrumentos musicais da responsabilidade do Maestro Miguel Borges, sobre livros e a importância da leitura com o Dr. Helder Silvano e a Helena Silva que no final do programa fazia a leitura de uma história, havia também adivinhas, top’s musicais. Ainda semanalmente fazia uma visita a um jardim-escola do nosso concelho e, além disso, tínhamos a participação ao vivo no estúdio e por via telefone de vários jovens. Gostaria de frisar que recebi telefonemas de jovens ouvintes de Castelo Branco e de outras zonas distantes do país. Talvez o que mais destaco neste projeto, foi a reportagem que a RTP levou a cabo, por parte do “Jornalinho”, um programa de António Santos e o Carlos Ribeiro, onde durante uns bons 30 minutos, deram uma ideia da importância do nosso trabalho. Durante alguns anos este programa foi para o ar aos sábados de manhã. Não me posso esquecer da Fernanda Mendes e do José Batista, que foi o meu técnico de som durante a maior parte dos programas, e também o Carlos Ramos, o Jorge Pequeno e o Carlos Almocim. Grandes técnicos… “Comunicar é preciso” foi um espaço muito marcante não só para a RAL, como também para mim. As pessoas estavam em primeiro lugar. Eu fazia o pivot de toda a emissão, enquanto o meu amigo António Colaço tinha a parte mais difícil, os exteriores. Eram quatro horas de emissão ao vivo, com a colaboração
Decorria o ano de 1984… Decido entrar num concurso telefónico no “Sábado vivo”, onde o prémio era vir a ser mais um membro da rádio! Precisava de me apresentar com a minha identificação nos estúdios, estúdios esses que ficavam a uns 200m da casa dos meus pais. E lá fui eu, uma miúda de 13 anos com a cabeça cheia de sonhos! Fui para assistir ao programa que mais gostava na altura, o “Clube de Dança” do Estevão Ramos e Carlos Almocim! Ao entrar senti que pertencia ali! Estava ali o meu mundo! Aos 15 tenho a oportunidade de começar algo meu e nasce o “Pra cá D’80”. E nasce também o nome “artístico” Kina Oliveira! Tal como o Manuel Sousa Casimiro dizia, era “mais fino” e ficava no ouvido! Foi ele quem sempre apostou em mim! Dizia que eu tinha uma voz “de passar a mão pelo pêlo!” Mal eu pensava que passados mais de trinta anos, continuo
JORNAL DE ABRANTES / Fevereiro 2021
de João Graça Vieira, Hélder Silvano, Pinheiro Beirão. Também tivemos a colaboração de muitos outros, destaco os saudosos Vítor Falcão, Eduardo Campos e Manuel Casimiro, tivemos ainda a colaboração do Jerónimo Jorge e Estevão Ramos. Uma das particularidades do “Comunicar”, era que, durante a emissão, o António almoçaria na casa de um dos seus entrevistados ou de um dos locais da emissão no exterior e eu almoçava, em simultâneo, no estúdio com a emissão a decorrer. Por aqui passaram muitos nomes da vida política local e nacional, foi um período extraordinário, lembro-me das entrevistas a Ramalho Eanes (na altura Presidente da República Portuguesa), Adelino Gomes (grande comunicador da rádio portuguesa) e diversas personalidades da política portuguesa. Além destes espaços, dediquei-me também à divulgação musical. Programa “Estrôncio 90”,que passava ao início da noite e tinha como objetivo informar os ouvintes sobre alguma história de grandes grupos musicais internacionais. E com a parceria do Dr. José Heleno, criei um espaço “Noturno” onde divulgávamos poetas e tentando sempre adequar as músicas aos poemas que eu ia lendo. Tivemos muitas críticas favoráveis, destaco a de Carlos Avilez que durante os Festejos de Constância, entrou no ar e teceu comentários muito elogiosos. Houve outro programa que me deu muito “gozo”, foi um espaço para as tardes de quarta-feira, “O pátio do meio”, dedicado aos jovens do secundário, com um cariz bastante informal. Estavam no estúdio comigo jovens estudantes, onde falávamos de uma forma aberta, assuntos que os interessavam deste a música, sociedade e outros. Destaco o repórter de exterior, o Ricardo Beirão (na altura um jovem). Tudo na altura era efetuado em direto. Gostaria de realçar alguns nomes que me recordo, que foram muito importantes para o êxito da estação: Augusto Martins, Vítor Almeida, António Esteves. De momento não me vem há memória outros programas em que participei mas foram decerto mais alguns, mas uma certeza tenho que esta experiência contribuiu muito para o meu desenvolvimento cultural e social. Um bem-haja…
Rui Cabral
a fazer rádio e… Continuo com o Pra Cá de 80, que está na programação da Rádio Tágide, todos os sábados e domingos! (com uma paragem de duas décadas pelo meio). Agradeço ao Casimiro de coração pela oportunidade e acima de tudo ter confiado numa miúda! Passaram 40 anos do nascimento do sonho que o Casimiro sempre teve! Espero que, esteja onde estiver, tenha orgulho em todas as pessoas a quem ele deu a oportunidade de ter o gosto de fazer e o prazer de escutar! Parabéns Antena Livre, onde também estou aos sábados das 13h00 às 15h00 com o “Best-Off” e a todos os que por lá passámos e os que hoje continuam a pertencer a esta família! Que venham mais anos de bom trabalho, juntos e com a alegria de fazer algo que tanto amamos fazer!!
Kina Oliveira
“Foi ela... a rádio, que me fez sentir realmente livre” Naquele tempo... Era o tempo! Nem só dos sonhos, mas também das realizações! Tudo me parecia fácil, já que até então, tanta coisa tinha sido difícil. Vivi o tempo, em que só aos homens era possível! Agora, chegara o tempo! E como foi linda essa aventura de ver e viver um novo mundo "por detrás da vidraça", através da rádio; de perceber que a diferença estava na indiferença (de alguns) e tudo tinha uma luz diferente!
Foi ela... a rádio, a então Rádio Antena Livre, que me fez sentir realmente livre, para realizar sonhos, para me sentir igual. Sem dúvida foram vividas nessa rádio muitas das coisas, dos sons e das palavras que compõem um dos capítulos mais felizes da minha vida. Obrigada Antena Livre por teres feito parte dessa minha vida. Parabéns por continuares a fazer parte dela como companheira e amiga!
Elisa Beirão
Seja-me permitida, para contextualizar, uma pequena reflexão prévia, nos conturbados e confinados dias que vivemos, sobre a impossibilidade, ou não, de arquitectar, desejar, alimentar, sequer, qualquer iniciativa no que à comunicação e partilha de afectos diz respeito! Há quarenta anos, fervilhavam ideias que traziam dentro uma vontade irreprimível de querer conviver, partilhar experiências, tudo alicerçado na convicção de que, viver por estas bandas era o ideal, mas em partilhado grupo. Sobravam vontade e ideias, mas faltavam os meios para concretizá-las. Acabado de chegar da grande cidade, tive a felicidade de tropeçar numa revolucionária maquineta que ali para as bandas do Ciclo acudia pelo nome de "Offset". Abreviando, diria que ficavam para trás os velhos "stencil" de cera, pacientemente rasgados por estiletes e a poder de infinita paciência e que faziam multiplicar uma incipiente vontade de comunicar que, Abril, ainda fumegante, viera incendiar. Recordo, com emoção, o jornalinho "Tempo de Agir", editado ainda no Quartel de Santa Margarida... Adiante. Em Abril de 1979, nascia a "ânimo", para "tornar os dias mais leves" e promover "o intercâmbio socio-cultural entre os concelhos de Abrantes, Mação, Gavião, Sardoal e Constância. Um ver-
dadeiro Grémio da Lavoura, como ao tempo dizíamos. É neste contexto da grande vontade de lançar mão de todos os instrumentos que tornassem possível a comunicação entre todos os que viviam por aqui, animados pela grande vontade de fazermos das tripas coração, que entendo tudo o que seguiu depois. A cereja em cima do bolo foi sem dúvida a RÁDIO. Ela, mais do que qualquer dos meios até então existentes, fazia-nos entrar na casa das pessoas, não por causa da RÁDIO, mas por causa das pessoas. A RÁDIO, como tudo, hoje e sempre - mails, blogs, telemóveis, Facebook e similares com Messenger e vídeo chamadas - mais do que um fim, um meio, mais do que uma moda um MODO DE MUDAR. É por isso que, no hoje dos dias, me pergunto: COMO e QUEM nos DEVOLVE o ânimo para continuarmos a acreditar que, só juntos, podemos "tornar os dias mais leves" se não podemos sair de casa nem dar um abraço, sequer sorrir porque uma máscara nos esconde a face?! Será que a RÁDIO, tal como há quarenta anos, pode trazer de volta a nossa própria VOZ?! Ser a VOZ das nossas confinadas e desanimadas VOZES?! Se a minha voz puder ajudar...
António Colaço
“ A rádio continua a acontecer” Na RAL não é uma, mas são várias as história que poderia contar e não sei qual a melhor. Devido a isso, o melhor é passar por resumir as melhores: Começando de início, tudo começou por fazer um programa de Rock nos primeiros dias da Rádio dita Pirata. Esse programa chamava-se “Dinamite”. Certo dia de uma tarde de sábado, o Manuel Casimiro chega ao pé de mim e diz: "Vamos experimentar a fazer um direto hoje, eu vou para o campo de futebol tentar fazer o jogo das Arreciadas, e tu pões-me em direto. Disse “OK”, mas fiquei, como sempre, à espera dos Radioelétricos com uma mão a passar música e outra a segurar o emissor que iria partir, caso os fiscais aparecessem. Já no “Sábado Vivo”, certo dia ao fazer o programa, sem prémios para atribuir e onde dávamos uma esferográfica, eu e o saudoso João Paulo Santos, já íamos com uma forte participação de ouvintes. É então que aparece um
galo na janela do estúdio e começou a cantar. O João Paulo lembrou-se de lhe chamar “ZECA”. A partir daí, passámos a divulgar o nome do bicho como “ZECA GALO”. Também em estúdio, lembrámo-nos de fazer uma corrida de caracóis em direto. E para terminar, esta não é uma façanha engraçada, mas sim uma façanha de orgulho… quando pensamos que estamos a passar música “para ninguém”, isto no programa “Numa de Música”, eis que nos chega feedback que estamos a fazer música ambiente em quase todos os bares e pubs de Abrantes. E quando damos a nossa satisfação chega-nos também um telefonema de um bar nas Caldas da Rainha e outro em Óbidos. Muitas histórias e lembranças da velhinha e histórica RAL que lembro sempre com muitas saudades. Passaram 40 anos. A rádio continua a acontecer. Parabéns.
Carlos Martins
Começo por felicitar os proprietários da Antena Livre, herdeira do legado da RAL- Rádio Antena Livre, a sua direção e todos os seus colaboradores. Num tempo em que qualquer um de nós faz a sua própria playlist musical e acede à informação com a maior das facilidades, manter no ativo uma rádio local é um ato de resistência que deve de ser sublinhado. Recordo os fundadores da RAL, homens visionários, cidadãos à frente do seu tempo que inscreveram na história esta rádio local pioneira e dela fizeram uma referência à escala nacional. E os que se lhes seguiram, homens e mulheres, a maioria voluntários, que deram forma a conteúdos radiofónicos prestando um grande serviço à opinião pública. É dessa cápsula do tempo que recordo programas de autor com grandes níveis de audiência e de participação. Programas de todos os géneros para todos os gostos. Estávamos na década de 80 do século passado, num tempo em que o país e o mundo chegavam a casa apenas através de dois canais de televisão, um número reduzido de rádios nacionais e a internet ainda era uma miragem. É nesse passado histórico que a RAL se posicionou como o meio que transmitia os acontecimentos em tempo real. A RAL iniciou em Abrantes e na região a prática das Conferências de Imprensa, introduziu o culto das crónicas, deu vida às grandes reportagens so-
bre a atualidade na região, obrigou os políticos a prepararem-se para as entrevistas, promoveu históricos debates sobre temas emergentes para a região. Iniciou um novo paradigma do jornalismo e foi escola de várias gerações de Jornalistas. É dessa escola que eu própria venho, com a honra e o privilégio de nela me ter formado profissionalmente. Fui para aprender e a RAL foi a minha escola. Aprendi com pessoas que me ensinaram o valor da ética, a objetividade e a olhar os acontecimentos para lá do óbvio. Sempre com autonomia e liberdade. A magia da rádio não se perdeu, mas o mundo pula, avança e transforma-se. Hoje, o ouvinte quer outros conteúdos que não colidam com a panóplia da oferta digital. E é esse árduo trabalho que Antena Livre está a fazer, reposicionando-se para novos públicos, mas com a ambição de manter a informação de proximidade. As comunidades estruturam-se à volta das suas instituições e a Antena Livre é uma marca de Abrantes e da região. Termino com um pedido à opinião pública: acarinhem-na e interajam com ela. O podcast dá-nos liberdade para ouvirmos o que mais gostamos, mas todos precisamos de vozes que nos façam companhia. E viva a Rádio Antena Livre.
Fernanda Mendes
ESPECIAL 40 ANOS ANTENA LIVRE
A tentação de fazer, o prazer de escutar
“Mais do que uma moda, um MODO DE MUDAR”
Ex-locutora e Jornalista, entre janeiro de 1988 a maio de 2001.
“Foram 16 anos históricos na minha vida” Olá a todos, sou o Fernando Correia e venho contar-vos o meu percurso na rádio... Comecei na Antena Livre em fevereiro de 1989, sempre gostei muito de Rádio e de grandes vozes. Nessa altura estava na moda o típico Programa da RFM que era os 100 mais… uma Playlist que rodava das 10 as 19h, as 100 músicas que estavam mais badaladas na altura. E a minha entrada na rádio foi da seguinte forma: O falecido fundador e Amigo Manuel Sousa Casimiro, sabia dessa minha paixão pela rádio e convidou-me para fazer uns testes na RAL, em Arreciadas, e assim foi. Fui lá e, na altura com 13 anos, um pouco envergonhado lá fui fazer um teste. Ele gostou e passada uma semana eu estava no ar. Era o mais novo da Rádio e, mais tarde, entrou o Jerónimo Jorge, o que foi bom para mim pois eu era ali um miúdo no meio de gente adulta... Lembro-me para além do fundador Manuel Casimiro, estava o António Colaço, o Rui Cabral, o Hélder Silvano, o Carlos Almocim, o Estevão Ramos, o Carlos Ramos, o Francisco Paiva Franco, a Fernanda Mendes, a Kina Oliveira, a Anabela Almeida, o Vítor Falcão, o Vítor Florentino, o Santos Ruivo, a Carla Tereso, o Luís Ferreira, o Jorge Duarte, o Paulo Valério, o Joaquim Mendes, o José Ramos, o Paulo Rui Esteves, o José Baptista, a Helena
Silva, o Augusto Martins e o Carlos Martins, entre outros. Peço desculpa aos quais não fiz referência, pois de momento não me consigo lembrar de todos. Vim em 1991 inaugurar os estúdios no nº 12 da Rua Manuel Constâncio onde permanecemos ainda durante muito tempo. Foi em 2000 ou 2001 que a rádio veio para onde ainda está hoje, na Rua General Humberto Delgado. Entretanto, o alvará da RAL tinha sido adquirido pelo grupo Lena e o Albano Santos, responsável pela nova Rádio Antena Livre, que me convidou a continuar no novo projeto onde estive até dezembro de 2005. Foram, sem dúvida, 16 anos históricos na minha vida . É para mim um orgulho enorme ter feito parte deste projecto, e quero dar um grande abraço de parabéns a todos os que lá trabalham hoje em dia e que fazem um excelente trabalho. Eu estou cá. Se for preciso podem contar comigo Um abraço
Fernando Correia Fevereiro 2021 / JORNAL DE ABRANTES
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ESPECIAL 40 ANOS ANTENA LIVRE
// Maria Helena Silva, ou para os amigos apenas Lena Silva, é dona de uma voz poderosa e foi a primeira voz feminina a ouvir-se aos microfones da RAL. Tinha na altura 15 anos. Em conversa com o Jornal de Abrantes, a Lena confessa que se sente feliz por ainda hoje a conhecerem como “A Lena Silva da RAL”…e recordou aqueles tempos…
“Uma adolescente de apenas 15 anos, a falar para um microfone pela primeira vez” Quando falamos em 21 de Janeiro de 1981, qual é a primeira ideia que te vem à memória?
fazia-nos sentir felizes e realizados com o que estávamos a fazer. Daí que tenha sido o programa que, tal como disse há pouco, mais anos esteve no “ar”.
Saudosismo e, claro, o aniversário da Rádio Antena Livre. Por incrível que pareça, nunca mais esqueci essa data. Os anos passam mas as memórias do que realmente vivíamos na rádio ficam para sempre. Éramos como uma família e sentíamos que éramos uma companhia para quem estava do “outro lado”, nos ouvia diariamente, participava nos nossos passatempos, assistia todos os anos às nossas galas, lotando o Cine Teatro S. Pedro. Não só para nos ver como também para poder assistir a grandes espetáculos musicais com grandes artistas do panorama musical português, como também artistas amadores da nossa região.
Tiveste ainda um outro programa com a Elisa Beirão, “Por detrás da vidraça”, que na altura foi bastante popular.
Sim…era um programa especialmente dedicado às mulheres, feito de mulher para mulher, comigo e com a Elisa Beirão. Ia para o “ar” ao sábado à tarde, com variadas rubricas desde receitas de culinária a pequenos conselhos práticos, recordávamos mulheres célebres, entre muitas outras rubricas. Foi um programa bastante popular, pois se pensarmos nos anos 80/90, a “telefonia” era a companhia da maior parte das pessoas, principalmente das mulheres que eram donas de casa e este programa era feito especialmente para as mulheres e tentávamos sempre que possível dar-lhes voz.
Foste a primeira voz feminina da RAL e não havia ninguém que não te conhecesse pela grande voz que tens. Como foi ficar com “esse peso” na história da RAL? Porque ainda hoje, quando se fala em ti, é isso que se diz: “a 1ª voz”…
Fizeste rádio ainda durante muitos anos.
Sim, comecei na Rádio Antena Livre com apenas 15 anos, a convite de Manuel Sousa Casimiro que pelo fato de sermos da mesma aldeia (Arreciadas) e já me ter visto fazer teatro infantil, achou que tinha uma boa colocação de voz e um à vontade para comunicar e seria uma mais valia para a rádio terem uma voz feminina. Não considero que seja um “peso”, mas sim, sinto-me feliz por ainda hoje se lembrarem da minha voz e por ainda me abordarem na rua como a “Lena Silva da Ral”. É sinónimo que os nossos programas e a nossa voz “chegavam” às pessoas, sendo muitas vezes a única companhia que tinham.
“A discoteca do ouvinte” foi um dos ex-libris da programação da RAL, programa de discos pedidos por cupão ao qual davas voz com o Manuel Sousa Casimiro. Que memórias guardas desses tempos em que eram o elo de ligação entre famílias através da música e das mensagens?
Tal como o slogan dizia “Discoteca do ouvinte, onde o ouvinte solicita e nós passamos”, era isso mesmo. Quando se falava na RAL, falava-se na Discoteca do Ouvinte. Foi o primeiro programa em que dei voz com o Manuel Sousa Casimiro, que para mim foi o “Maior locutor
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JORNAL DE ABRANTES / Fevereiro 2021
Fiz rádio durante cerca de 17 anos e fiz de tudo, desde spots publicitários, jingles, para além dos programas referidos anteriormente, fiz também um programa intitulado “60/70 anos d’ouro” onde só passava música desses anos. Participei também no programa infantil feito pelo professor Rui Cabral, intitulado “A Loja da Pequenada”, onde eu lia pequenas histórias para os mais pequenos, entre outros…
Tens saudades? Pensas um dia voltar?
de sempre”, com uma voz inesquecível que guardarei para sempre na minha memória. Foi ele que me ensinou tudo, pois eu era uma adolescente de apenas 15 anos, a falar para um microfone pela primeira vez. Foi um programa que esteve no ar durante muitos anos… lembro-me de já estar na faculdade em Lisboa e vinha a casa todos os fins de semana, não só, mas também, para fazer a “Discoteca do ouvinte”.
Em plenos anos 80, onde não havia telemóveis que surgiram em Portugal apenas nos anos 90, nós, claro que éramos o elo de ligação entre famílias. Através das mensagens que eram escritas nos cupões que disponibilizávamos e que permitiam, além do ouvinte poder ouvir a música preferida, a poder também dedicar por exemplo a quem mais ama, a um familiar pelo aniversário… no fundo, éramos os intermediários da troca de mensagens de carinho entre famílias e amigos e isso
Perguntas se tenho saudades…Eu não consigo explicar bem o que sinto sabes… sinto que a rádio que eu e os meus colegas fazíamos é muito diferente da rádio que se faz agora. Mas claro que sinto saudades, apesar de não me ver a voltar a fazer rádio novamente, já passou o meu tempo.
Que mensagem deixarias a todos aqueles que nos dias de hoje tornam possível que a rádio aconteça?
Desejo a todos quantos tornam possível que a rádio aconteça, principalmente os colaboradores atuais, que façam com que a Antena Livre continue a ser ouvida cada vez mais e continue viva, que não deixem nunca “morrer” a “Nossa” Rádio Antena Livre. Paulo Delgado
REGIÃO / Sardoal
“Viver ao Vivo, com Tempo no Centro” para potenciar as coisas boas do Interior // Tem como nome “VIVER AO VIVO, com Tempo no Centro” e é uma candidatura da qual o Município de Sardoal foi promotor, em parceria com as autarquias de Castanheira de Pera e Celorico da Beira e com a Academia Internacional de Música Aquiles Delle Vigne. Foi aprovada pelo Centro 2020, após ter sido submetida em agosto último. A c a n d i d a t u r a “ V I V E R AO VIVO, com Tempo no Centro”, apresentada no âmbito da “Programação Cultural em Rede”, subsidiada a 100% por fundos comunitários, visa a criação de uma rede de itinerância e intercâmbio cultural entre os três Municípios envolvidos, por forma a apoiar e a estimular os agentes e a economia local, bem como a definir e implementar um plano integrado de atividades culturais multidisciplinares com um eixo central na música clássica e na perceção sensorial do mundo. O presidente da Câmara Municipal de Sardoal, Miguel Borges, explicou ao Jornal de Abrantes que esta candidatura, lançada pelo Governo “tem vários objetivos, inclusivamente o de apoiar os agentes culturais e os artistas que têm atravessado um momento muito difícil da sua vida”. O autarca afirmou que “esta é uma oportunidade de os Municípios se poderem agrupar e criarem redes ou rotas no âmbito cultural. Tendo nós já um parceiro como é a Academia Internacional de Música Aquiles Delle Vigne, no âmbito do que é o conhecimento e a experiência técnica que a Academia tem, convidámos depois outros dois municípios para connosco criarmos esta rede”, referindo-se aos municípios de Castanheira de Pera (distrito de Leiria) e Celorico da Beira (distrito da Guarda). Miguel Borges disse ainda que “esta rede pretende dar dinâmica cultural, introduzir valor no território e, ao mesmo tempo, dar a conhecer os espaços menos prováveis para a realização de espetáculos. Ou seja, não é de todo aconselhável e seria uma forma de desvalorizar a candidatura, se a fizéssemos dizendo que as ações se vão desenrolar no Centro Cultural. Não é isso que se pretende”. E deu como exemplo o facto de Sardoal ter “uma árvore que faz parte das árvores classificadas, que é o sobreiro de D.ª Maria, e nós colocámos na candidatura um conjunto de ações que se vão desenvolver” naquele local. “É aproveitar os locais que à partida seriam menos prováveis, para dar visibilidade a outros locais de grande interesse como também poderão ser os Moinhos de Entrevinhas ou mesmo o adro da
//Os Moinhos de Entrevinhas poderão ser palco de várias ações culturais Igreja”. Neste caso, “tem outra nuance, que é dar, através da cultura e da animação cultural no adro da Igreja, dar visibilidade àqueles que decidem, para a necessidade de intervenção que a nossa Igreja Matriz tem”. O presidente relembrou que a Igreja Matriz não é da Câmara Municipal, mas que “em colaboração com a Igreja estamos a tentar procurar soluções para este problema”. Quanto à parceria entre os três municípios, “pode também ser gastronómica”. Miguel Borges “imaginou” o vinho da Quinta do Côro ou do Vale do Armo, acompanhado pelo Queijo da Serra de Celorico da Beira que é uma mistura fantástica”. Porque, “o que importa, são estes momentos de divulgação dos nossos produtos endógenos através da cultura e, com isso, dando alguma dinâmica à nossa economia local.”. Castanheira de Pera e Celorico
“Esta rede pretende dar dinâmica cultural, introduzir valor no território e, ao mesmo tempo, dar a conhecer os espaços menos prováveis para a realização de espetáculos”. da Beira porque “procurámos municípios com a mesma dimensão que o nosso, que tivessem também este racional que é o Interior e a necessidade de expor aquilo que de bom o Interior tem. E estas coisas acontecem, às vezes, espontaneamente”, confessou Miguel
Borges que assumiu já conhecer os autarcas de Castanheira de Pera “mas não conhecia os autarcas de Celorico da Beira”. Após várias reuniões entre os três municípios, “percebemos o que é que tínhamos em comum e como é que podíamos potenciar esses pontos e como é que podíamos acrescentar valor de cada um de nós, com o conhecimento e a importância daquilo que os outros têm”. “Como traço comum”, acrescentou ainda Miguel Borges, “somos os três municípios do Interior, com relativamente a mesma dimensão, com uma enorme riqueza não só em termos humanos mas em produtos endógenos e o que queremos é aproveitar os agentes culturais para nos ajudarem em toda esta promoção e valorização”. Este projeto articula-se em rede entre agentes culturais e Municípios, cruzando a região
centro desde o rio Tejo (Sardoal), por perto de Espanha no alto da Serra da Estrela (Celorico da Beira), passando pelo curso do rio Zêzere e pela Serra da Lousã (Castanheira de Pera), “para que numa viagem, com tempo, exploremos juntos a história e cultura portuguesa pelos cinco sentidos em todos os locais, adquirindo dimensão superior e escala na promoção e captação da relevância do património português no contexto nacional e internacional”. O programa de ação subdivide-se em 10 etapas (9 roteiros e uma ação de disseminação) com atividades que se entrelaçam e entrecruzando públicos das diferentes rotas como a Nacional 2, GR22, Geopark UNESCO, Rota do Sagrado, Caminhos de Santiago, variadas Rotas pedestres, públicos de geocache, de praticantes de parapente e de apreciadores dos produtos locais. Patrícia Seixas
Fevereiro 2021 / JORNAL DE ABRANTES
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SOCIEDADE / Tomás Reis
Câmara esclarece “projeto” no Castelo de Almourol // A Câmara Municipal de Vila Nova da Barquinha, dá conta de que “nos últimos dias, foi tornado público, em diversos órgãos de comunicação social, um projeto para intervenção na envolvente do Castelo de Almourol, concelho de Vila Nova da Barquinha, da autoria do Arquiteto Tomás Reis”. Face à ampla divulgação e discussão que o mesmo gerou, essencialmente nas redes sociais, o Município de Vila Nova da Barquinha veio esclarecer, em nota de imprensa, que: “- O Exército Português, através do Regimento de Engenharia Nº1, é titular da propriedade do Castelo de Almourol. A DGPC é a entidade de tutela dos monumentos nacionais, e a Câmara Municipal da Barquinha é o administrador do bem; não foi pedido nenhum estudo ou projeto ao Art.º Tomás Reis, quer pelo proprietário, quer pelo administrador; as últimas obras ali realizadas, com parecer favorável da DGPC, ocorreram de setembro de 2013 a maio de 2014, e em outubro de 2018 a dezembro de 2018. Tiveram como objetivo a intervenção na torre (sistema de iluminação, substituição do terraço, colocação de escada interior metálica de circulação vertical, musealização), beneficiação e conservação das muralhas e interiores do castelo, bem como impermeabilização e drenagem das águas, melhoria das condições de acesso do público ao castelo; requalificação do coberto vegetal da ilha do Almourol e requalificação da margem
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direita do tejo; a proposta será presente a reunião de Câmara no próximo dia 27, do corrente mês, não estando qualquer verba prevista para este avultado investimento no orçamento municipal”. O Município adianta ainda que em missiva enviada ao autor da proposta, Fernando Freire, presidente da Câmara Municipal, refere que “esta proposta, na minha avaliação subjetiva não respeita o espírito do lugar. Lembro que já em 1857, aquando da construção da linha do Leste, houve quem defendesse que o caminho de ferro passasse por cima do Castelo de Almourol o que, afortunadamente, não veio a acontecer. O impacto ambiental que uma tal obra provocaria no ambiente e na sua envolvente, coartando os padrões de vida da fauna e flora seria razão bastante para não aceitar esta proposta. Almourol é um encantador mosaico de memórias, estórias e lendas, um monumento fértil em património cultural intangível, que marca a paisagem deste sítio ímpar em Portugal. No meu modesto entendimento, enquanto autarca, a grandeza temporal e intemporal do lugar, numa suavidade incomum em
JORNAL DE ABRANTES / Fevereiro 2021
Portugal, deve ficar como está!”. Em resposta ao responsável pelo executivo camarário, o autor, Arq. Tomás Reis, esclarece que “as imagens que partilhei fazem parte de um trabalho de visualização, feito a título individual. Mais do que um projeto fechado, de qualquer natureza, pretende-se lançar questões, a meu ver pertinentes, sobre a visibilidade do território e visões sobre património. Acredito, aliás, que a crítica pode melhorar os projetos. Imaginar, numa proposta de visualização, uma obra concluída, sem qualquer discussão, seria, também a meu ver, um exercício de ficção. Como sabemos, as intervenções no território estão, cada vez mais, sujeitas a um escrutínio maior. E, num quadro de participação cívica, e também da normal cooperação entre instituições, poderiam ser colocados vários cenários - até mesmo a ausência de intervenção. É nesse sentido que a integridade do lugar pode, e deve ser respeitada. Compreendo que atravessamos um ano desafiante, e que as intervenções na paisagem e no património podem tender para o consenso e para fortalecer o sentimento de pertença. Nestas
“Esta proposta, na minha avaliação subjetiva, não respeita o espírito do lugar” – Fernando Freire
condições, a apresentação do projeto a mais entidades deixa de ser necessária. Desejo que o castelo continue a ser vivido pelos barquinhenses, num lugar onde também encontro paz e tranquilidade”. Tomás Reis, mestre em Arquitetura e Design Urbano pela Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa refere que o desenvolvimento deste projeto se insere na comemoração dos 850
anos do castelo. A proposta cria uma nova estrutura de acesso ao castelo, com um percurso pedonal circular que envolve a ilha fluvial e as margens do rio Tejo conforme se pode ver pela figura anexa. O Castelo de Almourol é um ícone de Portugal. Fortaleza reconstruída por Gualdim Pais, mestre da Ordem dos Templários, em 1171, é o ex-libris do Concelho de Vila Nova da Barquinha. À época da Reconquista integrava a chamada Linha do Tejo, constituindo um dos exemplos mais representativos da arquitetura militar da época, evocando simultaneamente os primórdios do reino de Portugal e a Ordem dos Templários, associação que lhe reforça a aura de mistério e romantismo. Cercado pelas águas do rio Tejo, destaca-se num maciço granítico de uma ilhota do Tejo, entre Vila Nova da Barquinha e Praia do Ribatejo. A singular localização do Castelo torna-o um dos mais bonitos monumentos do país, tendo sido considerado Monumento Nacional em 1910. Em 2007, foi um dos 21 finalistas da eleição das 7 Maravilhas de Portugal.
GALERIA / Daniel Guiomar "Licenciado em Design de Comunicação e Produção Audiovisual e prestes a concluir o mestrado em Design Gráfico, logo descobriu que essa não era a sua área de eleição. Reside no Pego, mas atualmente encontra-se a trabalhar numa produtora de audiovisuais em Lisboa. Descobriu rapidamente que as câmaras eram o seu fascínio. Deste muito novo que é um amante de fotografia e vídeo. “
Fevereiro 2021 / JORNAL DE ABRANTES
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SOCIEDADE / Voto de pesar pelo falecimento de José Dinis aprovado por unanimidade
OPINIÃO /
// A Câmara Municipal de Abrantes aprovou, no dia 26 de janeiro, por unanimidade um voto de pesar pelo falecimento de José Joaquim César da Cruz Dinis. José Dinis era natural de Abrantes e assumiu-se sempre como homem da cultura, principalmente dos livros. Durante anos e anos levou a biblioteca móvel Calouste Gulbenkian por essas terras fora criando hábitos de leitura em centenas de jovens, que hoje o recordam como o senhor que deixava sugestões de leitura. José Dinis morreu na semana passada e de acordo com informação avançada pelo presidente da Câmara de Abrantes há várias propostas em cima da mesa para homenagear este homem de cultura. Uma delas, segundo Manuel Jorge Valamatos, foi apresentada pelo médico José Tavares passa pela atribuição do nome José Dinis à Biblioteca Itinerante de Abrantes (BIA) que, tal como a Citroen da Gulbenkian n.º 32, continua a levar livros e a possibilidade de leitura a todos os cantos
do concelho de Abrantes A proposta está em cima da mesa e é a atribuição do nome de José Dinis à biblioteca móvel de Abrantes. Para já foi aprovado por unanimidade um voto de pesar pelo falecimento de José Dinis. Conhecemo-lo sobretudo da Biblioteca Itinerante Nº 32, da Gulbenkian, em que trabalhou durante 30
anos (1963-93). A partir de Abrantes, ajudou gerações de jovens e adultos a trilhar os caminhos da leitura, nos concelhos de Abrantes, Sardoal, Mação, Vila de Rei, Ponte de Sor e Gavião. Era o Senhor José Dinis. Gentil, atento, informado, era um amigo. Um homem de grande sensibilidade. De uma profunda devoção pelos livros, era um bibliófilo. Era também conhecido como dentista, com consultório aberto no centro histórico da cidade, que herdou do pai. Antes do 25 de Abril, foi um ativo militante local da oposição e depois participou no MDP/CDE e no PRD. Tinha sempre uma boa estória para contar e parecia uma enciclopédia sobre carros e aviões, navios e comboios. Nasceu em Abrantes e morreu, no passado dia 11, com 87 anos, em Coimbra onde foi cremado.
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Vila de Rei é ‘Município Amigo do Desporto’ pelo quinto ano consecutivo
NOTARIADO PORTUGUÊS CARTÓRIO NOTARIAL DE SÓNIA ONOFRE EM ABRANTES A CARGO DA NOTÁRIA SÓNIA MARIA ALCARAVELA ONOFRE. —Certifico para efeitos de publicação que por escritura lavrada no dia quinze de Janeiro de dois mil e vinte e um, exarada de folhas trinta e nove a folhas quarenta e uma, do Livro de Notas para Escrituras Diversas CENTO E NOVENTA E OITO - A, deste Cartório Notarial, foi lavrada uma escritura de JUSTIFICAÇÃO, na qual os Senhores GUILHERME DA CONCEIÇÃO ANTUNES ROSA e mulher REGINA MARIA PICO ANTÓNIO ROSA, casados no regime da comunhão de adquiridos, ambos naturais da freguesia de Aldeia do Mato, do concelho de Abrantes, residentes na Rua Maria Judite Carvalho, número 27, em Mina de Água, Amadora, DECLARARAM, que, com exclusão de outrem, são donos e legítimos possuidores: —Prédio rústico sito em Cabeço do Outeiro - Cabeça Gorda, em Aldeia do Mato, na união de freguesias de Aldeia do Mato e Souto, do concelho de Abrantes, composto de cultura arvense, com a área de quarenta metros quadrados, a confrontar de Norte, Sul, Nascente e de Poente com Guilherme da Conceição Antunes Rosa, omisso na Conservatória do Registo Predial de Abrantes, inscrito na matriz sob o artigo 65 da secção AR (anterior artigo 65 da secção AR da extinta freguesia de Aldeia do Mato). —Que, eles justificantes são possuidores do referido prédio desde, pelo menos, mil novecentos e noventa, por doação meramente verbal de António Maria Francisco e mulher Maria Rosa Gomes Francisco, casados no regime da comunhão geral de bens, residentes em Cabeça Gorda, Aldeia do Mato, Abrantes, não tendo, porém, celebrado a respectiva escritura. —Que, desde a referida data, logo há mais de vinte anos, vêm exercendo continuamente a sua posse, à vista de toda a gente, usufruindo de todas as utilidades do prédio, amanhando-o, cortando a madeira e limpando o mato, na convicção de exercer direito próprio, ignorando lesar direito alheio, sendo reconhecidos como seus donos por toda a gente da freguesia e freguesias limítrofes, pacificamente, porque sem violência, continua e publicamente, de forma correspondente ao exercício do direito de propriedade, sem a menor oposição de quem quer que seja e pagando os respectivos impostos, verificando-se assim todos os requisitos legais para que ocorra a aquisição do citado imóvel por usucapião, titulo este que, por natureza não é susceptível de ser comprovado pelos meios normais. ---Está conforme ao original e certifico que na parte omitida nada há em contrário ou além do que nesta se narra ou transcreve. ---Abrantes, 15 de Janeiro de 2021.
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JORNAL DE ABRANTES / Fevereiro 2021
Vila de Rei foi distinguido como ‘Município Amigo do Desporto – 2020’, recebendo uma bandeira comemorativa especial por alcançar este galardão pelo quinto ano consecutivo. A iniciativa é desenvolvida em parceria pela APOGESD (Associação Portuguesa de Gestão do Desporto) e pela plataforma ‘Cidade Social’. Esta distinção pretende promover e premiar boas práticas a nível de gestão do desporto nos Municípios portugueses, no âmbito da promoção do desenvolvimento desportivo nos seus territórios. Tem ainda o objetivo de estimular as Autarquias a promoverem a atividade física, melhorarem a qualidade dos eventos desportivos e dinamizarem programas desportivos. Ricardo Aires, presidente da Autarquia vilarregense, realça que “o Município de Vila de Rei tem sempre encarado o desporto como uma ferramenta importante na coesão do território e do seu desenvolvimento sustentável, sendo importante enquanto espetáculo, enquanto promotor de saúde e qualidade de vida e, inclusive, enquanto promotor turístico. Continuaremos a potenciar a diversificação e promoção da oferta desportiva concelhia, com o apoio das nossas Associações e às quais deixo uma palavra de agradecimento pelo trabalho realizado neste sentido, permitindo a criação de um calendário desportivo diversificado e que abrange público e modalidades bastante diversas.”
//João Pereira //PROFESSOR
A
primeira vacina foi inventada e aplicada há mais de 200 anos. Já terá salvado inúmeras vidas. Torna-se, assim, muito difícil entender o surgimento de bolsas de resistência à inoculação. Foram necessários dois séculos para que pudéssemos acompanhar, quase em direto, o processo científico em curso, através dos “media”, com todas as suas vicissitudes, erros, avanços e recuos. Este processo todavia, terá ajudado numa parte da população ao fomento de uma crescente descrença na ciência. A ciência tornou-se, assim, algo falível. Não estamos preparados para lidar com uma informação num dia e no seguinte pelo seu contrário. Passamos da não necessidade de máscaras à sua obrigatoriedade. De um prazo de anos até poder existir uma vacina disponível e, em menos de um ano, já temos grupos de pessoas a serem vacinados. Cabe aos órgãos de comunicação social esclarecer estas aparentes contradições, que não são mais que o resultado da investigação científica. E esclarecem. Está tudo escrito, debatido nas páginas dos jornais, rádios e tv. No entanto, as dúvidas subsistem, patentes em diversos comentários e publicações no ciberespaço. Muitos de nós não terão o tempo, ou mesmo interesse, para ler para além de títulos, ficando-se pela ideia geral captada em diversas publicações nas redes. Uma recente publicação no portal Nature Communications revela que os irlandeses e britânicos, hesitantes à vacina contra a Covid-19, recorrem menos a meios tradicionais de informação e órgãos oficiais, que aqueles menos resistentes à tomada da vacina. Significa que, quem não recorre a órgãos de comunicação social ditos tradicionais, terá uma propensão para desconfiar, recear até, das medidas oficiais no que respeita à vacinação, e em extensão, a outras medidas quer de saúde ou outras áreas governativas. Não se pretende aqui demonizar as redes sociais online, porque também contêm excelente informação. Só é mais difícil de encontrar. A informação destacada é a que terá uma
Os media e as vacinas maior potencial para gerar comentários e partilhas, engajamento. É assim o seu modelo de funcionamento e negócio. A vacina demorou menos tempo que o previsto, sim, mas foram publicados diversas explicações nos media tradicionais e nas suas versões online. Todavia nenhuma gritou alto o suficiente para se fazer ouvir o suficiente nas redes sociais. Devemos recorrer sempre que possível aos jornais, televisões, rádios e às suas versões online para uma opinião mais abalizada? A resposta é sim. Contudo, isto não significa que a comunicação seja imaculada e isenta de críticas, pelo contrário. Ainda a semana passada foi noticiado que o hospital Amadora-Sintra teria esgotado as reservas de oxigénio. Esta notícia terá sido o suficiente para gerar polémica pelas redes em protesto e indignação. Horas depois, um comunicado da direção do hospital afirmava que o oxigénio não esgotou, nem nenhum doente terá ficado sem assistência. Ao lermos os diversos comentários, e até publicações posteriores sobre o tema, logo percebemos que a dúvida ficou instalada e o debate polarizado tendo como alvo o governo e as suas políticas da saúde nacional. A retificação demora mais tempo a fazer efeito que o que lhe deu origem. Os órgãos de comunicação detêm uma responsabilidade social inalienável, frequentemente descurada na voragem dos clicks, pageviews e partilhas, resultando num mau serviço à sociedade. Ter esta consciência poderá ajudar à nossa postura perante os media e na formação de uma opinião.
REGIÃO /
Médio Tejo assina acordo de cooperação com Câmara de Comércio Portugal-China // A Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo e a Câmara de Comércio de Pequenas e Médias Empresas Portugal-China assinaram, no dia 25 de janeiro, um protocolo de cooperação.
// Y Ping Chow e Anabela Freitas assinaram um protocolo que tem a duração de dois anos
O protocolo de cooperação é valido por um período de dois anos
de pequenas e médias empresas, poderem passar a ser investidores na região. Destacou o facto de muitos deles terem vistos gold, sendo que procuram Portugal para férias ou para colocar os filhos a estudar. E é aqui que se podem abrir muitas portas, disse Y Ping Chow. E depois acrescentou que a cidade de Changchun tem cerca de sete milhões de habitantes. “Não é uma cidade de primeira, nem de segunda, mas tem sete milhões de habitantes e a presença de indústria pesada, na área
// Miguel Pombeiro, Anabela Freitas, Y Ping Chow e António Campos após a assinatura do protocolo entre da CIM Médio Tejo e a Câmara de Comércio Portugal-China
da ferrovia e industria automóvel. Anabela Freitas revelou depois que agora é começar a pensar em colocar o protocolo, na prática. Na área da CIM há que identificar os espaços em que é possível acolher investidores da China. Assinar o protocolo é fácil, mas agora é preciso dar passos seguros, que são dificultados pela pandemia. Y Ping Chow sugeriu a criação de um grupo de trabalho, reuniões mensais, para “definir o que é que a região tem, o que é que a região precisa e o que é que poderemos fazer para esta necessidade. Por outro lado, vou tentar convidar algumas empresas que estavam a fazer vistos Gold em Lisboa e Porto para poderem visita Tomar. É uma região bonita e ainda tem preços razoáveis”. Anabela Freitas concluiu com a referência à Nersant, referindo que tem de integrar, desde o início, este processo. Aliás, António Campos, dirigente da Associação Empresarial, foi o único convidado para esta cerimónia que aconteceu na sede da CIM, em Tomar. Todos os restantes convidados e jornalistas fizeram o acompanhamento por videoconferência. Já o presidente da Câmara de Comércio de Pequenas e Médias Empresas Portugal-China vincou ainda a necessidade de aligeirar os processos de legalização dos emigrantes, apesar de reconhecer que não são difíceis podem ser mais facilitados, porque os chineses são muito empreendedores. O protocolo de cooperação é valido por um período de dois anos. A aprovação deste protocolo de cooperação aconteceu na reunião do Conselho Intermunicipal da CIM do Médio Tejo, no passado dia 17 de dezembro, tendo sido manifestado, pelos autarcas da região, o interesse e mais-valias deste acordo de parceria. Jerónimo Belo Jorge PUBLICIDADE
Este protocolo tem como principal objetivo a promoção da internacionalização das empresas da região do Médio Tejo na China. Anabela Freitas, presidente da CIM do Médio Tejo revelou as cinco prioridades para este acordo que prevê a procura e seleção, em cada país, de projetos e iniciativas que possam conduzir a ações de cooperação conjunta; a difusão e intercâmbio regular de informação sobre as atividades desenvolvidas por ambas instituições, bem como sobre programas e iniciativas que possam contribuir para o reforço da cooperação, através da manutenção atualizada de uma carteira de oportunidades existentes; o apoio à organização, promoção, divulgação e participação mútua em feiras e mostras, conferências temáticas bilaterais e ações de transferência de tecnologia/bolsas de contacto empresariais em áreas de interesse de acordo com a especialização produtiva da região; a participação em missões externas conjuntas cujos objetivos se enquadrem no presente protocolo de colaboração; a colaboração em ações que configurem oportunidades de penetração em mercados externos; e, por último, apoio ao desenvolvimento de projetos inovadores conjuntos de cooperação. A Câmara de Comércio de Pequenas e Médias Empresas Portugal-China é uma estrutura muito recente, tem cerca de meio ano e representa a vontade de muitos empresários chineses em poderem abrir portas para o investimento em Portugal. Y Ping Chow, o presidente desta estrutura de negócios vincou a dificuldade que os empresários portugueses podem ter no acesso à China, porque são necessárias muitas viagens o que implica um grande investimento financeiro. Por outro lado, salientou o facto de muitos dos empresários chineses, proprietários
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TESTEMUNHO / O confinamento faz pensar: E se a Covid levanta outro problema?
OPINIÃO /
//Jerónimo Belo Jorge
Isto é muito simples. Pode não ser nada (sem sintomas). Pode ser uma gripe ligeira (cura-se com paracetamol). Mas pode ser uma grande carga de trabalhos. A Covid-19 que todos nós ouvimos falar, uns mais que outros é certo, é sempre uma interrogação do tamanho de uma vida, ou mais. É sempre aquela dúvida que nos assola: e se…? Nestes dias em que estive em confinamento foram três os momentos distintos pelos quais passei. Cada caso é um caso, e este é só o meu. Passou, quase ao lado. Vamos lá por partes. Preâmbulo: O dia 9. O dia em que recebi a informação que tinha estado exposto. O dia em que, com toda a calma do mundo pensei: “Chegou-me. E agora”. E sentei-me por uns instantes até a minha namorada vir ter comigo e perguntar o que tinha sido o telefonema. Depois de lhe contar foi um respirar fundo e traçar a linha daquilo que deve ser feito. Primeiro ato: Linha SNS 24. Menos de dois minutos de espera e foi contar ao técnico que fez o atendimento e que me colocou de imediato em isolamento profilático. Segundo passo tratar imediatamente, mesmo sendo um sábado à noite, do meu isolamento para os dias seguintes. Porque a minha vida é importante, mas a das pessoas que me estão mais próximas (namorada, mãe e tia) ainda o são mais. E assim aconteceu ter ficado em isolamento profilático a anotar eventuais sintomas. E quando tens temperaturas extremamente baixas, com aquecimentos ligados e crias uma outra infeção que não tem nada a ver com a Covid? Pois, mistura ainda mais aquilo que poderás sentir. Mesmo com o isolamento total em casa, em modo de teletrabalho, a sintomatologia foi sendo testada e do nariz entupido a uma dor de cabeça insistente que não teria nada a ver com o coronavírus lá tive de recorrer à consulta, telefónica, com o médico de família. E a questão passou para outra dimensão. A possibilidade ter infeção Covid-19 e, ao lado, uma outra infeção que careceria de tratamento sem ser o paracetamol. Segundo ato: O médico de família foi direto. “Esteve exposto e pode ter Covid,
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mas terá outra infeção que temos de tratar”. E lá receitou o antibiótico, o anti-histamínico, o anti-inflamatório e mais uma suspensão nasal. Ah e, naturalmente, os códigos para poder agendar o famoso teste PCR. Eu, que até lido bem com tecnologias, tratei de tudo de forma simples, mas dei comigo a pensar: “E as pessoas mais idosas ou menos ligadas às novas tecnologias?” Voltando à Covid. Não apresentava sintomas de nada, a não ser uma ligeira perda de olfacto. Nunca foi total, mas sim, estive dois dias com muito pouco “cheiro”. Estava fechado em casa desde dia 9 de janeiro. Apenas saí dia 19 para fazer a viagem Mouriscas-Abrantes-Mouriscas. Foi fazer o teste no laboratório onde tinha agendado e voltar a casa. Entre o dia 19 e o dia 20, apesar de toda a normalidade que tinha, com exceção do isolamento, foram umas horas mais introspetivas. Será que estou positivo? Será que esta infeção quase mascarou a Covid? Será que, mesmo sentindo-me saudável terei necessidade de tratamentos hospitalares? Terei necessidade de oxigénio? Será que vem despoletar alguma outra coisa que não tenha conhecimento? Será que me fechei a tempo de não infetar ninguém próximo? São muitas perguntas, sem respostas, mas que atormentam qualquer mente. Mesmo a minha que lidei meses com notícias Covid, entrevistas, reportagens…. São momentos que criam um cansaço extremo, do ponto de vista psicológico. Dia 20, pela manhã recebo o email do laboratório. Quando introduzi o código para abrir o resultado da análise não precisei de ler muito. Adivinhava que estava positivo. Minutos depois o telefonema da saúde pública a “decretar” o confinamento, a dizer que passaria a ser seguido pelo médico de família e a linkar os contactos das últimas 48 horas, que neste caso era nenhum porque já estava em confinamento. Terceiro ato: Aquilo que suspeitava, mesmo que com uma esperança de não acontecer, estava confirmado. Iria fazer parte das estatísticas de um país a braços com uma crise interminável. Este dia 20 de janeiro foi, contudo, diferente. Foi um dia de uma mistura de sensações muito
JORNAL DE ABRANTES / Fevereiro 2021
diferentes. Um autêntico cocktail emocional. Se por um lado, a ausência de sintomas era uma situação animadora por outro aumentava as dúvidas em relação a outras informações: Numa hora podes estar bem, noutra podes estar mal. Muito mal. Mesmo assim foi encarar o período de dez dias de “doença” ainda mais fechado e com mais cuidados perante os espaços exteriores ou de entrada de casa. Felizmente há telemóveis e tablet que permitem videochamadas. Felizmente do lado de dentro do vidro pode ver-se o exterior. Felizmente que na rádio há a possibilidade de teletrabalho. Felizmente que não havia sintomas. Felizmente estava bem e a passar os dias. Infelizmente sem poder sair à uma e fazer um simples passeio de dez minutos que permitisse arejar olhos, cabeça, ideias. Mas, no meio disto tudo, sempre com o foco de estar a isolar-me para me “curar” da Covid-19 e acima de tudo proteger as pessoas que são mais próximas. Chegou o dia 28. O último dia deste confinamento por ter testado positivo a um teste PCR de identificação da Covid-19. O dia passou na expectativa da alta médica para, em confinamento da vida normal, pelo menos poder sair à rua e respirar ar. O telefonema veio dia 29. 21 dias depois de ter entrado em confinamento. A sensação de liberdade é imensa. Sei que não é a liberdade total. Mas saber que não tenho de ficar confinado a quatro paredes assume uma sensação sem explicação. Não posso sair, mas posso. Não posso ir passear, mas posso ir à rua. E isto, meus amigos, não tem preço. A sério que não tem. Saio deste período com algum desgaste, natural. Mas saio reforçado pela experiência. E saio com a sensação de ter de redobrar os cuidados quanto for para a rua, para a pouca vida em sociedade que temos. Infetei a uma estirpe, mas estou, ao que se sabe, vulnerável a outras. Por isso, e enquanto não há a tão falada imunidade de grupo por via da vacinação, façam o que é pedido. Fiquem em casa. Vamos ajudar os nossos serviços de saúde. Vamos diminuir os números que temos. No dia 28 de janeiro, 16.432é muito para o país. 367 é demasiado para o Médio Tejo. “Ah, tão bom esta sensação de liberdade!”
2030 //José Alves Jana //FILÓSOFO
O
objetivo está definido. Em 2050, Portugal tem de atingir a neutralidade carbónica, ou seja, reduzir as emissões de gases com efeito de estufa entre 85% e 90% e compensar as restantes com um maior uso do solo e florestas.” Expresso (11.12.2020) E acrescenta: “Só assim se conseguirá limitar o aumento da temperatura a 1,5 graus, como estabelecido no Acordo de Paris de 2015, e se combatem as alterações climáticas, cujos efeitos são cada vez mais catastróficos e mortais, com secas prolongadas, tempestades mais frequentes ou pandemias como a que vivemos atualmente.” Esta é uma “ordem de trabalhos” também para cada uma das nossas autarquias (e serviços e empresas). Será que já está inscrita no “plano de trabalhos” de cada uma delas? Parece que falta muito tempo, mas não é boa política ter de fazer à pressa e mal, porque “depressa e bem não há quem”. A cidade de Lausanne (Suíça) tem o ambicioso plano de eliminar os gases poluentes de todo o trânsito automóvel já até 2030. Vale a pena assinalar o facto de Portugal estar comprometido com um objetivo concreto, numa área particular a uma distância de 30 anos. Fazendo meia volta, podemos perguntar: quantas das nossas autarquias têm objetivos definidos, vá lá, a 10 ou 20 anos? e em que setores? Em gestão diz-se que os objetivos bem definidos são um instrumento essencial. E não apenas na gestão de empresas, também na gestão do território. No entanto, arrisco muito se disser que nas autarquias eles são um bicho raro? Não falo, é claro, das listas de obras prometidas e depois suportadas por estudos justificativos. Falo de objetivos resultantes da análise da realidade local e, depois, da definição do para onde queremos ir. Mas porquê esta ausência? Por cultura de gestão autárquica; mas não só. Ao contrário do país, uma autarquia local não assina acordos internacionais, nem sequer intermunicipais (salvo de distribuição de fundos) que a comprometam em concreto. (As empresas nos setores das águas,
resíduos e similares não contam: aí são empresas. Falo de autarquias.) Por outro lado, o país é objecto de estudos por centros de investigação, tanto do ensino superior como de organizações internacionais e está sob permanente vigilância crítica de organismos políticos e da sociedade civil. Os nossos territórios, não. Há uma enorme pobreza de pensamento, análise e crítica nos nossos concelhos e regiões. O que abunda são opiniões desgarradas, por vezes sobretudo partidariamente interessadas. Esta pobreza de pensamento nas nossas comunidades locais reflete-se numa falta de “apoio” (incluindo crítico) à governação dos nossos autarcas. Eles não podem saber de tudo e serem bons, sozinhos, na definição de políticas tão variadas. Este ano vão ser apresentados programas eleitorais. Vamos ver as apostas para 2030. Mas o que elas forem será também o reflexo da já referida falta de pensamento coletivo. Precisamos de não deixar “apenas” às forças político-partidárias a tarefa de analisar o território e definir o nosso projeto comum. Nem sequer a de o executar. Todos ainda somos poucos e quanto mais pessoas e grupos houver a participarem da definição dos projetos, mais e maiores são as forças que poderão ser mobilizadas para trabalharem em conjunto. P.S. – O Mirante (14 jan), para ocultar a mensagem, optou por matar o mensageiro. O truque é velho, mas só resulta para alguns. Eu insisto no essencial: a cooperação é “um recurso abundante e barato”, mas mal aproveitado.
SOCIEDADE / OPINIÃO /
“ // Central Termoelétrica do Pego deverá encerrar até novembro deste ano
Governo à espera de decisão dos privados para Central do Pego // O deputado social-democrata eleito pelo distrito de Santarém, Duarte Marques, na audição do Ministro do Ambiente na Assembleia da República, a 28 de janeiro, defendeu a necessidade de uma estratégia para compensar os impactos do encerramento parcial da central do Pego (produção a carvão) para os trabalhadores, diretos e indiretos, para a empresa e para a o tecido económico da região. Duarte Marques, por videochamada, interpelou o ministro João Matos Fernandes sobre “qual o instrumento financeiro que o Governo, e em particular o Ministro do Ambiente, prevê utilizar para esse objetivo, se o PPR – Programa de Resiliência e Recuperação, a famosa bazuca europeia, ou o Fundo Para a Transição Justa da Comissão Europeia criado precisamente pela Comissão Europeia para este tipo de situações”. Na mesma intervenção o deputado social-democrata questionou a “adaptação da empresa para uma atividade como a biomassa, permitindo assim também garantir outros impactos positivos ao nível da limpeza da floresta”. Na resposta a estas questões, o secretário de Estado Adjunto e da Energia, João Galamba, revelou espírito de compromisso
em apoiar soluções, quer para a empresa, quer para os trabalhadores quer para a região. E acrescentou que o Governo está disponível para apoiar um plano de reconversão para aquela central e manter na região um importante polo de produção de energia. Não adiantou, no entanto, qual a solução que irá ser implementada, numa altura em que se fala cada vez mais numa unidade de queima de biomassa. À margem desta questão levantada na Assembleia da República, mas ainda no que diz respeito à Central Termoeletrica do Pego o presidente da Câmara Municipal de Abrantes, Manuel Jorge Valamatos, informou o executivo municipal na última terça-feira que vai entrar em fase de paragem. Revelou o autarca que esta unidade implica
muita atividade económica para o concelho e a entrada de muitas pessoas. De acordo com a administração da Central do Pego, todas estas pessoas que vão entrar no Pego serão sujeitas à testagem à Covid-19. E, disse o autarca, que se ao nível do alojamento não haverá grandes constrangimentos já nas refeições a situação é mais complexa. Com as regras vigentes do Estado de Emergência estes trabalhadores têm de recorrer aos serviços de take-away existentes no Pego e nas outras localidades. Com o encerramento da produção da central de Sines Portugal tem, neste momento, apenas uma uma central a carvão operacional, a do Pego, que deverá encerrar até novembro deste ano. Jerónimo Belo Jorge
Os tempos que correm são difíceis”. Esta é uma opinião cada vez mais generalizada. Sem sombra de dúvida, num contexto global, paira no ar uma sensação de progressiva deterioração do estado das coisas. Mas a questão não está na rendição ao desalento, mas sim na necessidade de compreensão das alterações constantes que verificamos à nossa volta. O que nos rodeia, acima de tudo é uma volatilidade cada vez mais palpável e imprevisível. Esta incerteza está a ser provada por um conjunto de factores suscitados por um momento único na história que vivemos actualmente: um amplo processo de transição iniciado pela 4ª Revolução Industrial que, que recorrendo ao princípio da interdependência complexa, se manifesta em diversas áreas. A 4ª Revolução Industrial, a decorrer actualmente no mundo, tem na sua base uma verdadeira revolução na tecnologia: influencia a forma como produzimos a nossa energia, como nos deslocamos, como desenhamos as nossas cidades, como sociabilizamos, como trabalhamos, como gerimos a economia e, acima de tudo, como nos projectamos no mundo, quer individualmente, quer como uma comunidade global. A revolução em curso destaca-se particularmente das suas antecessoras pela rapidez com que tem progredido. Mas este progresso rápido gera problemas e indefinições. Estes desafios estão relacionados com a dificuldade de adaptação cultural às mudanças que se têm verificado nos últimos anos. Pior que tudo, estas mudanças geram
alterações quase súbitas nos hábitos sociais e na forma como trabalhamos que resultam numa notória dificuldade de adaptação e coesão social, bem como numa cada vez mais palpável fragmentação geracional. No trabalho, por exemplo, esta revolução esta a provocar uma reconfiguração sem precedentes na forma como a sociedade se ajusta às necessidades da economia. As formações iniciadas hoje estão desatualizadas em poucos anos, e o mercado de trabalho tarda em reagir com a rapidez adequada às competências exigidas pelas transformações na economia. De acordo com o Institute for the Future, num relatório chamado “The Next Era of Human-Machine Partnerships”, calcula-se que 85% das profissões necessárias até 2030 ainda nem sequer foram inventadas. Tal como na 1ª Revolução Industrial, quando muitos trabalhadores artesanais se sentiram postos de lado na sociedade com o advento da produção maquinizada, também hoje, as rápidas transformações sociais e económicas provocadas pela evolução tecnológica não estão a ser acompanhadas integralmente por toda a sociedade. Em resultado disso, generalizam-se sentimentos de rejeição e de falta de identificação com uma sociedade onde muitos sentem já não haver espaço para eles. Em parte, isso explica o surgimento em força de movimentos políticos populistas, cujos líderes, como Trump, prometem o regresso aos bons velhos tempos. No entanto, seria ingénuo da nossa parte acreditar nesse regresso. A roda não pára. E antes de tudo terminar, muitos terão ficado para trás. PUBLICIDADE
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DESPORTO /
Associação ROTAS DE MAÇÃO quer ver nascer GR BTT // Além das Pequenas Rotas pedestres que estão a ser mapeadas e marcadas neste início de 2021, a Associação Rotas de Mação está a mobilizar-se para avaliar a possibilidade de criar em Mação uma Grande Rota BTT. Grupo já está no terreno e a ideia foi bem recebida. Apesar de ter cancelado todas as atividades agendadas para janeiro, a Associação Rotas de Mação continua a trabalhar no mapeamento e marcação das futuras Pequenas Rotas pedestres de Mação (PRMAC). Em resultado do novo confinamento, os voluntários têm-se socorrido de ferramentas online como o googlemaps e a aplicação wikiloc, entre outras, mas, mal seja possível, os trilhos serão reconfirmados no terreno antes de avançarem os respetivos pedidos de homologação. Estão em causa os PR’s MAC Casas da Ribeira/ Caratão, Envendos, Amêndoa, Penhascoso e Cardigos Praia. Paralelamente, a ARM está
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também a estudar a hipótese de criar no concelho um trilho BTT (Grande Rota das Montanhas Azuis) e conta já com cerca de 10 voluntários, incluindo vários elementos de grupos de cicloturismo existentes no concelho, como o de S. José das Matas, o Grupo Desportivo, Recreativo e Cultural de Penhascoso e a equipa de BTT São Miguel Bike. O plano inicial prevê uma rota circular com cerca de 200km de extensão, abrangendo todas as freguesias do concelho e várias aldeias e lugares do concelho não englobadas em nenhum dos 14 percursos pedestres das Rotas de Mação, 5 centros de BTT, ou seja, infraestruturas desportivas
JORNAL DE ABRANTES / Fevereiro 2021
permanentes, apetrechadas com balneários, estação de serviço para bicicletas (estacionamento, lavagem, ar e uma pequena oficina), tudo em regime de self-service, e ainda um local para
alojamento dos praticantes da modalidade. Estes centros terão de ser sinalizados com marcações específicas, respeitando as indicações internacionais (que consideram quatro níveis de dificuldade) e devem estar preparados para receber todos os praticantes, desde os que acabam de se iniciar no BTT até aos mais exigentes. Para a Associação Rotas de Mação, esta Grande Rota das Montanhas Azuis será uma mais
valia para o concelho, que tem todas as condições para se tornar uma referência na prática de BTT na zona Centro, bem como um complemento aos percursos pedestres. Curiosidade: Apesar de se pensar que as primeiras bicicletas de BTT concebidas para pedalar em terrenos acidentados terão surgido em meados da década de 1970 na Califórnia, Estados Unidos, a verdade é que o Velo Cross Club de Paris foi pioneiro. Registos de 1951 confirmam que tinham bicicletas com rodas de 650 mm de diâmetro, tendo acoplado peças de motos, como suspensões, que exibiam, por exemplo, em provas de motocross.
PATRIMÓNIO / NOMES COM HISTÓRIA /
Rua Manuel Constâncio, antiga Rua de S. Julião Grupo
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Café Chave d´Ouro, onde também a sua vida foi breve. Pouco depois, os vestígios do café e da antiga capela foram totalmente destruídos e no local foi edificado o prédio com o nº 11, que hoje ali encontramos e que tem na frontaria um pequeno painel de azulejos, com alguma informação a assinalar o local onde se erguera a capela A designação de Manuel Constâncio foi dada a esta rua por deliberação municipal de 11 de Maio de 1927, mas não consta que este médico ilustre alguma vez ali tenha vivido. Mas quem foi este Manuel Constâncio? Nasceu em Sentieiras em1726, filho de pais humildes, teve uma infância e juventude difíceis, pois o pai morreu cedo, tinha ele apenas 12 anos e então, apesar de muito jovem, sentiu-se na obrigação de ajudar a mãe que ficara com o encargo de sustentar uma família com sete filhos. O primeiro contacto remoto, no tempo e na complexidade, com o que foi a sua futura profissão, teria sido feito com o padrinho de sua irmã Joana, barbeiro e sangrador em Sardoal, profissão então quase equiparada à de cirurgião, pois era frequente os barbeiros serem também dentistas e fazerem pequenas cirurgias. Por volta dos vinte anos, com os irmãos já mais velhos e vendo que não fazia tanta falta à mãe, veio para Abrantes estudar português e latim, dado que então quase todos os livros de ciências médicas estavam escritos nesta última língua e ao mesmo tempo ia praticando a arte da cirurgia, no hospital do Salvador. Como tinha de prover ao seu sustento, foi entretanto exercendo a profissão de barbeiro sangrador e teria sido desse modo que, segundo a tradição, contactou com um fidalgo que o levou para Lisboa. Esse fidalgo era o 2º Marquês de Abrantes,
D. Joaquim Francisco de Sá Almeida e Meneses, mas curiosamente não foi em casa deste que se albergou mas sim na residência do seu cunhado, o conde de Vila Nova, onde teria continuado a exercer as funções de barbeiro. Nesse contacto quase diário com o fidalgo, este teria notado as qualidades do rapaz, de tal modo que o incentivou a inscrever-se na Aula de Cirurgia do Hospital de Todos-os-Santos, tornando-se a partir daí seu protector e mecenas. Em 1754, Constâncio alcançou a Carta de Cirurgia, ficando assim com habilitações para exercer clínica em Lisboa. A sua carreira estava feita, mas isso só não o satisfazia. As ciências médicas continuavam a apaixoná-lo, queria continuar a estudar e a ensinar pelo que se candidatou a professor da cadeira de Anatomia na Escola de Cirurgia de Lisboa, onde podia estar a par das últimas descobertas científicas nesta matéria. Sabemos também que em 1792, quando a doença mental da soberana D. Maria I se agravou, Constâncio que era na altura cirurgião da Casa Real, foi um dos médicos que teve uma intervenção directa no tratamento da soberana, mas a sua doença infelizmente revelou-se incurável. Jubilou-se em 1805, quando já contava 79 anos, refugiando-se depois na sua terra natal, na Quinta de Vale da Lousa em Sentieiras, onde morreu com 91 anos e em cuja capela quis ficar sepultado.
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É uma das ruas antigas do centro histórico da cidade, quase paralela à rua Maria de Lourdes Pintasilgo e liga a Rua Santos e Silva, mais conhecida por Rua Grande, à Praça do Município. O antigo nome advém-lhe de uma capela ali existente, de que hoje nada resta e é um topónimo bastante antigo, pois vemo-lo atestado num documento de 1347, sinal de que na altura já existia no local um lugar de culto dedicado a S. Julião. Em meados do século XVIII, o padre Luís Cardoso no seu Dicionário Geográfico refere esta capela como sendo dedicada a Nossa Senhora da Ajuda e se acha reedificada de novo e é da protecção da Ordem de Malta. A pequena igreja foi dessacralizada, mas em 1929 o espaço por ela ocupado ainda existia e nele foi instalado um café que, recordando a sua antiga função religiosa, foi denominado Abadia Abrantina. No Jornal de Abrantes de 15-81929, podemos ler o seguinte: Realizou-se na quinta-feira passada pelas cinco horas da tarde a inauguração da Abadia Abrantina, elegante café de que são proprietários os senhores Alberto Couto, Manuel José Coelho e Rosado Rico, que assim prestaram um serviço importante a Abrantes. O novo estabelecimento fica na Rua Manuel Constâncio e está montado com requintado gosto artístico, aliando a elegância ao conforto. O interior foi executado debaixo da direcção do senhor Dr. José Mota, tendo artísticos quadros a óleo pintados por este senhor… No Jornal de Abrantes de 29 de Setembro do mesmo ano, num anúncio publicitário onde figura uma fotografia do interior do café, pode ver-se que o espaço ainda conservava marcas arquitectónicas da antiga igreja e que estava realmente decorado com requinte e até algum luxo. O anúncio refere que vendia também café em grão ou moído e chá, vinhos do Porto engarrafados, champanhes, licores, chocolates, cacau, bolachas, doces de uma das melhores confeitarias de Lisboa, conservas e farinhas alimentícias de diversas marcas. O café apesar de bonito e confortável não funcionou no local durante muito tempo, pois passados menos de vinte anos, nos finais dos anos quarenta, já fora deslocalizado para a Praça Barão da Batalha, quase em frente do
Consultas: - Campos, Eduardo, Toponímia Abrantina, C.M.A. 1989 - Castro, Manuel Correia, Manuel Constâncio, o Páreo Português, C.M.A. 1993 - Jornal de Abrantes – 1929
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SAÚDE / CHMT sem problemas na gestão do stock de sangue
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O Serviço de Sangue do Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT) tem mantido de acordo com uma informação divulgada esta terça-feira, uma gestão equilibrada dos stocks de sangue, mesmo neste tempo de pandemia. De acordo com fonte do CHMT em 2020 foram contabilizadas mais de 6.300 dádivas de sangue. De acordo com Leonor Gonçalves, diretora do Serviço de Sangue, regista-se com agrado "o aumento de mais de 600 novos dadores, muitos deles dadores jovens, mobilizados no último ano". Na mesma nota do CHMT, é explicado que a “gestão do stock de componentes sanguíneos é difícil e têm de ser bastante rigorosa para manter o equilíbrio entre as dádivas e as necessidades em transfusões dos doentes da Instituição, tendo em conta os prazos de validade dos componentes sanguíneos. No caso das plaquetas a validade é de 5 dias e o sangue (concentrados de eritrócitos) tem validade de 42 dias. Estas condicionantes obrigam a uma gestão diária das dádivas e dos componentes sanguíneos produzidos, para responder eficazmente às necessidades da população.” Ainda de acordo com o CHMT, este serviço sempre foi autossuficiente em sangue e desde o início da pandemia, foi possível continuar a dar resposta às necessidades das três Unidades Hospitalares (Abrantes, Tomar e Torres Novas) e ainda enviar excedentes para outros hospitais, quer da Região de Lisboa, quer de outras áreas geográficas. Leonor Gonçalves explica que “enviamos sangue quando solicitado por outros hospitais, com mais regularidade para o Hospital de Santarém, IPO de Lisboa, Hospital de Santa Maria, Portalegre e até para Elvas. Felizmente temos conseguido dar resposta". O Serviço de Sangue do Centro Hospitalar do Médio Tejo garante assim o seu próprio fornecimento, como cada vez mais o fornecimento de sangue a todo o Distrito, através das frequentes entregas ao Hospital de Santarém. Ainda de acordo com o CHMT a dinâmica do Serviço de Sangue deste centro hospitalar assenta muito no apoio dos dadores regulares do Serviço, mas também no apoio da “Associação de Dadores de Sangue de Tomar, de instituições de ensino, de entidades sociais e empresariais da Região. No ano de 2020 cerca de 4.000 dadores deram 6300 dádivas”. Leonor Gonçalves destaca com satisfação "a mobilização da Comunidade, desde a Escola Prática de Polícia de Torres Novas, PSP, GNR, Associações de Bombeiros, mas também muitas empresas que têm manifestado disponibilidade para apoiarem o Serviço na dádiva de sangue". Ainda na mesma nota do CHMT, fica a saber-se que logo no início da Pandemia, a Escola Prática de Polícia de Torres Novas assegurou, durante cerca de uma semana, as necessidades de sangue do CHMT, com a dádiva por parte de alunos e profissionais da Escola, dando prova dos valores que caraterizam a missão da Polícia de Segurança Pública.
/ Paula Gil / Enfermeira, Unidade Saúde Publica do Médio Tejo Depois de contactar com uma pessoa infetada com a COVID-19, a maioria das pessoas não apresenta sintomas nos primeiros 7 dias, mas pode contagiar outros. À medida que o vírus se multiplica no nosso corpo passa a ser possível detetá-lo nos testes laboratoriais: teste RNA viral detetado (positivo) e recentemente teste de antigénio (teste rápido - eficaz na deteção da doença em pessoas com sintomas). Estes representam uma “fotografia do momento”. “O período de incubação da doença (período de “adormecimento” que vai desde a penetração do vírus - coronavírus - no organismo até ao aparecimento da doença ou dos seus primeiros sintomas) é de 2 a 14 dias (média 5 dias), verificando-se excreção viral cerca de 2 a 3 dias antes do aparecimento de sintomas e durante cerca de uma semana desde o início dos sintomas. Mesmo as pessoas com infeção assintomática podem transmitir o vírus.” (Plano Vacinação Covid-19 - DGS, 3 dezembro 2020) Um teste NEGATIVO de PCR (RNA viral não detetável), depois de um contacto de alto risco, pode apenas significar que não temos vírus em número suficiente para serem detetados no teste, pelo que não podemos ficar descansados e fazer a vida normal, perante esta situação é necessário continuar com o isolamento e autovigilância de temperatura e sintomas. Do mesmo modo, uma pessoa que tem sintomas e fez um teste de PCR que foi negativo precisa ficar confinada e em vigilância médica, pois a doença pode evoluir e mais tarde vir a testar positivo. A maioria das vezes, entre o 7 e 10 dias surgem mais sintomas, verificando-se um agravamento da doença, pelo que o acompanhamento do medico assistente ou de família é de grande importância. Depois do 14 dia, não existem sintomas ou são leves e o número de vírus é pequeno, pensa-se que já não há contágio. Os sintomas mais frequentemente são febre, tosse seca, dispneia, fadiga, náuseas/vómitos e diarreia, mialgias e alterações do paladar e do olfato. Contudo, algumas pessoas apenas apresentam sintomas ligeiros semelhantes a constipação. Em qualquer das situações deve iniciar medidas de isolamento e contactar o seu médico. QUE CUIDADOS DEVO TER DURANTE O PERÍODO DE QUARENTENA OU ISOLAMENTO? É essencial permanecer em casa
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JORNAL DE ABRANTES / Fevereiro 2021
Isolamento profilático e prevenção do contágio
durante o período total! Não receber visitas mesmo sem sintomas. Deve ainda ter em conta os seguintes cuidados: Se partilha a habitação com outras pessoas deve permanecer separado delas; isolar-se num quarto, por exemplo, com porta fechada e só sair em situação de extrema necessidade e sempre com máscara descartável; deve evitar utilizar espaços comuns com outras pessoas presentes, incluindo nos períodos de refeições; não deve partilhar a cama com outra pessoa; se possível, deve utilizar uma casa de banho diferente dos restantes membros, assim como toalhas e outros utensílios de higiene; ÎÎ Lave regularmente as mãos ao longo do dia; ÎÎ Evite a partilha de alimentos e objetos domésticos como telemóveis, copos ou toalhas; ÎÎ Limpe e desinfete regularmente as
superfícies mais usadas (incluindo os interruptores de luz, torneiras, maçanetas de porta, entre outras) ÎÎ Todos os resíduos produzidos pela pessoa em quarentena ou isolamento devem ser colocados em local exclusivo e fechados pela mesma; ÎÎ Fique atenta aos sintomas: a temperatura corporal deve ser avaliada e registada duas vezes por dia, mesmo que não tenha sintomas. Se sentir agravamento do seu estado de saúde deve ligar para a linha SNS24 – 808 24 24 24 – ou, se a gravidade assim o justificar, para o 112. Recorde-se que o distanciamento social (superior a 2metros), higiene das mãos e etiqueta respiratória (uso máscara), devem ser usadas em conjunto e são essenciais para parar as cadeias de transmissão da infeção porcovi-19.
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