Jornal de Abrantes julho 2019

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CONSTÂNCIA

Investimento de 1ME recupera Qta Dª Maria. P. 11

VERÃO Locais para descansar e descobrir na nossa região. P. 24 e 25

MEDIA

/ JORNAL DE ABRANTES / Abrantes / Constância / Mação / Sardoal / Vila Nova da Barquinha / Vila de Rei / Diretora Patrícia Seixas JULHO 2019 / Edição n.º 5581 Mensal / ANO 119

REPORTAGEM

ABRANTES

Cruzeiro Religioso: “Nós transportamos a Santa, a Festa é do povo”. P. 19

Novo modelo de avaliação avança no Agrupamento de Escolas Nº 1. P. 4

/ DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

// MAÇÃO

A Feira que Mostra todo um concelho

P. 15 a 18

uma nova forma de comunicar. de todos, para todos. media on. ligados por natureza 241 360 170 . geral@mediaon.com.pt . www.mediaon.com.pt

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Rádio Tágide com emissão online. P. 22


A ABRIR / FOTO OBSERVADOR /

EDITORIAL /

No dia 3 de junho tivemos, nas nossas instalações, uma visita muito especial. A Ana Rita Martins trouxe-nos seis utentes do Centro de Recuperação e Integração de Abrantes (CRIA). “Inspecionaram” as instalações e questionaram. Questionaram muito. Estiveram nos nossos estúdios, ouviram como as suas vozes soavam numa gravação e descobrimos um colega. O Bruno é utente da instituição e o locutor da Rádio CRIA. Como tal, quis experimentar entrar em direto connosco. E isso aconteceu, numa emissão nas Festas da Cidade. Obrigada a todos pela visita. Obrigada Bruno pelo momento delicioso que nos proporcionaste. Voltem sempre!

Patrícia Seixas DIRETORA

Emoções, Festa e Verão! Foi com o coração a querer saltar do peito que esperei, ansiosa, pelo arranque da Rádio Tágide. Primeiro, porque depois de tantos testes, tantas expetativas, queríamos que tudo saísse perfeito. E saiu! Depois, porque voltar a ouvir o nome Rádio Tágide e com o meu nome integrado no projeto levou-me até ao dia 5 de novembro de 1989, onde, pela primeira vez, me sentei num estúdio de rádio e conduzi, em direto, um programa de duas horas. São 30 anos de uma paixão que não esmorece. E ela aí está... aproveitem-na tanto quanto eu, em www. radiotagide.pt. Obrigada, Carlos Aparício e Paulo Delgado. Quem também parece que decidiu aparecer foi o verão. E com ele os dias quentes que nos fazem ansiar por sítios frescos e onde, de preferência, possamos dar um mergulho. A Carolina Ferreira partiu à descoberta do nosso território e, juntamente com o Jerónimo Belo Jorge, trazem-nos um roteiro de “fugas”. Sítios mais ou menos conhecidos, mais ou menos divulgados, mas que nos fazem perceber o quão bela é a nossa terra e o tanto que temos para aproveitar e desfrutar. E por falar em locais para estes dias, um dos que tem que estar obrigatoriamente no roteiro é Mação. A vila recebe, de 3 a 7 de julho, a 26ª Feira Mostra do Concelho. Para além de ser a montra de tudo o que se vai fazendo por Mação, é também a oportunidade de rever amigos, degustar a gastronomia tradicional, participar nas imensas atividades previstas e assistir aos concertos musicais que, este ano, têm como cabeça de cartaz, Mariza. Mas há mais, muito mais para aproveitar durante os cinco dias de festa. Mas falemos de desporto. Sabia que existe um clube de Squash em Abrantes? Pois é. O José Martinho Gaspar conta-nos tudo numa entrevista ao João Jerónimo, um dos fundadores do Barbus - Clube de Squash do Vale do Tejo. Bem, mas o melhor é deixar o leitor descobrir tudo ao longo das páginas que preparámos para si. Boas leituras e, se for o caso, boas férias! Voltamos a encontrar-nos em agosto.

ja / JORNAL DE ABRANTES

Carolina Ferreira

As cerimónias oficias do Dia da Cidade de Abrantes, que comemoram a elevação da vila de Abrantes à categoria de cidade (14 junho 1916) , tiveram lugar no castelo, perante muitos convidados, entidades e população em geral, e contaram com a presença do Chefe do Estado Maior do Exército, general José Nunes da Fonseca.

PERFIL / Idade 53 anos Naturalidade / Residência Santa Margarida da Coutada, Crucifixo, Tramagal Um filme “Marley e Eu”, uma história baseada em factos reais. Muito emocionante mas também cómica e que me prendeu do início ao fim. Trata-se da adoção / Lurdes Gonçalves / de um cão por parte de um Animadora de Rádio, agora casal, para perceberem se estão de volta à outra Rádio Tágide, preparados para ser pais…. mas com a mesma emoção. Uma viagem que marcou Ilha da Madeira: Gostei muito da paisagem, dos petiscos (ou

“dentinho” como dizem lá), e claro …gostei das ponchas. Um momento importante O nascimento da minha filha, sem dúvida. A minha Cátia que é a minha melhor Amiga. E depois, o nascimento do Tiago, o meu neto, que é o maior. Um recanto diferente na região Constância. A calma e a paz que se tem numa esplanada a olhar o Zêzere. Uma música Julio Iglésias, “Mi olvidé de vivir” Um livro Camilo Castelo Branco, qualquer livro!

Um país para visitar Gostava de ir a Itália um dia destes. Inspira-me pensar no amor….Associo Itália ao amor. Se fosse presidente Câmara o que faria? Fazia tudo para resolver problemas de mau estado das nossas estradas. A nossa região precisa de ser cuidada nesse aspeto. O que mais e menos gosta na sua localidade? Não sei responder! O meu carinho pelo Crucifixo é muito. São muitos anos. Gosto de viver lá e de ter aprendido a ser feliz lá.

FICHA TÉCNICA Direção Geral/Departamento Financeiro Luís Nuno Ablú Dias, 241 360 170, luisabludias@mediaon.com.pt. Diretora Patrícia Seixas (CP.4089 A), patriciaseixas@mediaon.com.pt Telem: 962 109 924 Redação Jerónimo Belo Jorge (CP.7524 A), jeronimobelojorge@mediaon.com.pt, Telem: 962 108 759, Ana Rita Cristóvão (CP.TP-475 A), anaritacristovao@mediaon.com.pt, Carolina Ferreira (estagiária). Colaboradores Carlos Serrano, José Martinho Gaspar, Paulo Delgado, Teresa Aparício, Paula Gil, Manuel Traquina. Cronistas Alves Jana e Nuno Alves. Departamento Comercial. comercial@mediaon.com.pt. Design gráfico e paginação João Pereira. Sede do Impressor Unipress Centro Gráfico, Lda. Travessa Anselmo Braancamp 220, 4410-359 Arcozelo Vila Nova de Gaia. Contactos 241 360 170 | 962 108 759 | 962 109 924. geral@mediaon.com.pt. Sede do editor e sede da redação Av. General Humberto Delgado Edf. Mira Rio, Apartado 65, 2204-909 Abrantes. Editora e proprietária Media On - Comunicação Social, Lda., Capital Social: 50.000 euros, Nº Contribuinte: 505 500 094. Av. General Humberto Delgado Edf. Mira Rio, Apartado 65, 2204-909 Abrantes. Detentores do capital social Luís Nuno Ablú Dias 70% e Susana Leonor Rodrigues André Ablú Dias 30%. Gerência Luís Nuno Ablú Dias. Tiragem 15.000 exemplares. Distribuição gratuita Dep. Legal 219397/04 Nº Registo ERC 100783. Estatuto do Jornal de Abrantes disponível em www.jornaldeabrantes.pt. RECEBA COMODAMENTE O JORNAL DE ABRANTES EM SUA CASA POR APENAS 10 EUROS (CUSTOS DE ENVIO) IBAN: PT50003600599910009326567. Membro de:

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JORNAL DE ABRANTES / Julho 2019


ENTREVISTA /

Da investigação de história à escrita literária e aos prémios // José Martinho Gaspar, é natural de Água das Casas, tem 51 anos de idade, licenciado em História e mestre em História Contemporânea, dirige a revista Zahara e o Centro de Estudos de

História Local de Abrantes. Venceu o concurso literário do Lions Clube com uma novela de 150 páginas com o título “Vidas por Fios”. Recebeu o cheque de 2.500 euros e, quem sabe, a

possibilidade de poder editar em livro. Já tem várias obras premiadas e outras publicadas. Não esconde a vontade de escrever um texto mais pesado. O romance poderá estar a caminho.

O que começou primeiro, o gosto pela escrita ou o gosto pela história, pela investigação?

Implica mais trabalho, outra construção, muita investigação. Um conto é um processo mais curto. Creio que, se tudo correr bem, poderei ir por aí, escrever um romance.

Talvez tenham começado em simultâneo. Em termos de trabalho comecei pela história e história local e depois acabou por aparecer a escrita literária e ficcional. A escrita de história apareceu na sequência da formação académica, do mestrado e depois da criação do Centro de Estudos de História Local de Abrantes (CEHLA). Depois, a escrita, os contos, começou há 12 anos atrás, no âmbito do Sindicato de Professores da Região Centro surgiu um concurso literário sobre a vida dos professores. Concorri, ganhei nessa altura e continuei a escrever contos.

“Os dias do Fim” vão ser editados em livro?

Estou convencido que sim. Foi ontem (dia 23 de junho) a entrega do prémio em Coimbra. O próprio Lions deixou essa possibilidade de poder vir a ser publicada. E é esse o caminho, porque quando fazemos edições pequenas chegamos a poucas pessoas e gostava de chegar mais longe, a mais pessoas.

E a investigação de história fica mais de lado ou corre em simultâneo com a ficção?

Quando começou a escrever foram textos de história, história local?

No mestrado escrevi um livro, publicado, sobre os discursos de Salazar. É de história nacional e a partir daí tenho escrito muito sobre história local.

E como é que o investigador passa para os contos, pela necessidade de manter vivas algumas tradições de aldeia?

Sempre tive um gosto especial pela leitura e pela escrita. Foi experimentar e apareceu esta possibilidade de fazer alguns contos. No início acabei por fazê-los no âmbito de concursos literários e não para ganhar, embora tenha acontecido meia dúzia de vezes. Mas acima de tudo acabam-me por fazer escrever para participar, quando estão na área temática que me interessa. E levam-me às minhas memórias. Os contos que escrevo são ficcionais mas remetem muito para o mundo rural, para as minhas memórias...

… ser natural de Água das Casas, uma aldeia pequenina no norte do concelho, teve peso nos primeiros contos?

Naturalmente que sim. Tenho dois livros publicados com 24 ou 25 contos e muitos outros por publicar. É uma visão deste nosso tempo

/ José Martinho Gaspar tem uma monografia por escrever e acalenta o sonho de criar um romance.

Tenho dois livros publicados com 24 ou 25 contos e muitos outros por publicar. É uma visão deste nosso tempo em relação a um passado.

em relação a um passado. É olhar para o mundo rural, questionando-o, valorizando aspetos que se estão a perder, recuperar algumas tradições que de outra maneira não ficam registadas. E esta ficção é uma forma de deixar algum património imaterial registado. Haverá outras formas, mas esta foi outra que encontrei para o fazer.

Quando e porque é que passou dos contos para a área da novela, romance, ficção?

Aconteceu com naturalidade. Depois de alguns contos, lancei a mim próprio o desafio de escrever um texto com outra dimensão. Concorri com este trabalho (Vidas por Fios) à categoria de romance do Concurso Literário do Médio Tejo. Curiosamente nesse ano não houve prémios atribuídos. Percebi que não era um romance, era uma novela e depois de uma conversa com a Patrícia Fonseca voltei ao

texto. Enriqueci-o e agora ganhei, com ele, este concurso do Lions Clube.

São já vários prémios com contos. Agora a novela também é premiada. O que é que significa este prémio nacional do Lions?

Os prémios são importantes, têm a componente monetária, mas têm sempre o feedback do trabalho, o reconhecimento. E têm a outra possibilidade de abrir portas para publicar os livros. Naturalmente, gostaria de chegar a uma editora com nome, com outra força e creio que estes passos que estou a dar me permitem chegar aí.

Este “Os dias do fim” são 150 páginas, o que é que se segue?

Este foi o texto mais extenso. Agora que passei mais uma etapa vou arriscar num romance. Mas não digo que seja daqui a um ano ou dois. Tenho outros trabalhos.

Tenho tido a possibilidade de coordenar a revista Zahara e o CEHLA e, por isso, tenho feito alguns trabalhos de história local. Tenho encaminhado a minha área de ação mais para entrevistas, para coisas do nosso tempo. Mais do que estar a investigar, estar no arquivo, tenho feito estas entrevistas. Não quer dizer que não venha a produzir mais coisas na história local. Tenho aí uma ideia de uma monografia.

Quais são os autores (nacionais e estrangeiros) marcantes?

A nível nacional José Saramago e Miguel Torga. São autores que dão conta deste mundo que está a desaparecer. Tenho dado uma atenção especial aos autores premiados em Portugal como o João Pinto Coelho ou Ana Margarida Carvalho. Posso referir Dulce Maria Cardoso e José Luís Peixoto. Lá fora não tenho acompanhado os autores emergentes mas Gabriel Garcia Marquez ou Dino Buzzati, porque criou um imaginário que faz com que olhemos para o mundo que nos rodeia. José Eduardo Agualusa, Luís Sepúlveda. São alguns exemplos, apesar de ler muita coisa. Procuro bons livros com boas críticas. Jerónimo Belo Jorge

Julho 2019 / JORNAL DE ABRANTES

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EDUCAÇÃO / Abrantes

Novo modelo de avaliação avança no agrupamento da Solano de Abreu O Agrupamento de Escolas Solano de Abreu, em Abrantes, apresentou a 24 de junho, um novo modelo de avaliação que vai substituir o peso tradicional dos testes por uma avaliação de forma contínua nas várias competências dos alunos. Ou seja, os alunos serão avaliados num conjunto de indicadores que vão fazer uma média sumativa final. Com este modelo definido, e adaptado a cada disciplina, de forma a fazer com que os alunos sejam avaliados pelo que aprendem e não pelo que decoram para os testes, a linguagem escolar vai evoluir para patamares diferentes dos que existem. Na apresentação deste novo modelo que o Agrupamento nº 1 de Abrantes vai aplicar a partir de setembro, o secretário de Estado da Educação, João Costa, explicou que o objetivo é fazer “com que os alunos aprendam as matérias, mas que aprendam a analisar, discutir, socializar e por aí fora.” Uma forma de colocar os alunos a terem a aprendizagem em termos daqueles que depois irão encontrar na vida profissional. Não interessa que os alunos decorem a matéria para terem uma nota alta nos testes, só por si. O diretor da ESSA revelou que os “vulgares testes vão deixar de ter uma avaliação e vão passar a ter várias classificações, para dar ao aluno, e ao pai, uma informação mais fina sobre o que ele sabe e não sabe. Quando ele ultrapassa os problemas, a nota deve refletir isso mesmo, no final do ano letivo e não um percalço que teve lá atrás”. Jorge Costa revelou que um aluno pode ter vários insuficientes, mas se ultrapassar esses insuficientes a nota final deverá refletir o que o aluno aprendeu e como está na altura da avaliação final. Segundo Jorge Costa, este novo modelo representa uma "avaliação ao serviço da aprendizagem" e é o "tomar a dianteira" relativamente a "novos critérios de avaliação e outra forma de avaliar, ensinar e aprender", num projeto idealizado e concebido no âmbito da autonomia de gestão pedagógica do Agrupamento de Escolas de Abrantes, no distrito de Santarém. "É uma alteração significativa no modelo de avaliação", notou, tendo referido que "o que se vai começar a avaliar são descritores, ou seja, as competências que um aluno consegue ter em cada domínio, em cada disciplina", num modelo

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/ Os professores já estão a trabalhar na forma de avaliar os mais de 1600 alunos que privilegia o "caráter contínuo e sistemático" da avaliação. Os alunos terão notas nos três períodos, a forma de se chegar a essa nota é que é completamente diferente daquilo que acontece agora. Nesse sentido, acrescentou, "o aluno deixa de carregar com uma nota negativa e é avaliado por vários descritores, ficando a saber onde pode melhorar o seu desempenho em cada domínio, através de uma classificação parcelar e não através de uma nota global". Jorge Costa revelou que “já estamos a trabalhar com os professores, já tive algumas reuniões com os pais e vamos ter mais. Há sempre uma pequena resistência à mudança. É assim. Mas há um grupo de pessoas no agrupamento que se sente empolgado com a medida. Pode dar mais trabalho agora mas dará mais gozo trabalhar para melhorar a aprendizagem dos alunos”. O diretor do Agrupamento nº 1 de Abrantes vincou que o novo mo-

JORNAL DE ABRANTES / Julho 2019

delo vai avançar já a partir do ano letivo que se inicia em setembro. As mais valias do novo modelo, frisou, "não passam por baixar o número de retenções, mas antes que os alunos aprendam mais e fiquem com informação mais fina para saberem o que melhorar", sen-

O novo modelo de avaliação aplica-se a 466 do 1.º ciclo, 215 do 2.º ciclo, 388 do 3.º ciclo e 550 do secundário.

do que, reconheceu, "o sucesso da estratégia terá reflexos no sucesso dos estudantes". Na sessão de apresentação do novo modelo de avaliação, a que assistiu o secretário de Estado da Educação, foram dados vários exemplos de operacionalização do mesmo nas nos grupos de línguas, matemática e ciências e no 1º ciclo, mostrando que o modelo pode ser adaptado a todas as disciplinas e ciclos de ensino. O secretário de Estado da Educação, João Costa, vincou à plateia que "a mudança, por si só, não é um objetivo" e que existe "uma intencionalidade" que passa por "entender que alguma coisa tem de ser feita porque muitos dos jovens não estão a aprender". E adiantou ainda que a explicação socioeconómica para o insucesso não pode ser a justificação para tudo, clarificando que tem de se olhar para os alunos e perceber quais são as suas dificuldades em aprender e ajudar a ultrapassar as competências mais

fracas. Até porque, como lembrou, há uma taxa de "35% de jovens com experiência de insucesso no secundário. O Agrupamento Escolar nº 1 de Abrantes engloba a educação pré-escolar, 1º, 2º e 3º ciclos, secundário dos cursos científico-humanísticos e dos cursos profissionais. O número de alunos no pré-escolar é de 208, no 1º ciclo 466, no 2º ciclo 215, no 3º ciclo 388 e no secundário 550. A unidade é composta pelas seguintes escolas: Jardim de Infância de Abrantes, Jardim de Infância do Carvalhal e Jardim de Infância de Mouriscas, Escola Básica de Alvega, Escola Básica de Bemposta, Escola Básica de Mouriscas, Escola Básica do Pego, Escola Básica Maria Lucília Moita, Escola Básica n.º 1 de Abrantes, Escola Básica do Rossio ao Sul do Tejo, Escola EB 2/3 D. Miguel de Almeida e Escola Secundária Dr. Solano de Abreu. Jerónimo Belo Jorge


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Julho 2019 / JORNAL DE ABRANTES


REGIÃO / Abrantes

Jorge Ferreira Dias: Presidente da Câmara emite comunicado. Empresário desmente // A sala encheu para assistir à reunião de Câmara de Abrantes de dia 11 de junho. Com o anúncio da comunicação de um esclarecimento por parte do presidente, a respeito do caso Jorge Ferreira, foram muitos os que se deslocaram ao Salão Nobre.

// Jorge Ferreira Dias foi um dos presentes que ouviu a declaração de Manuel Jorge Valamatos, que desmente muitas das afirmações feitas pelo empresário à comunicação social. ta ainda que “o atual presidente da Câmara, desde a sua tomada de posse em 19 de fevereiro de 2019, já o recebeu duas vezes [referindo-se a Jorge Ferreira Dias], de forma cordial, com o intuito de ouvir e tentar compreender a sua posição”. O autarca conclui, dizendo que “à data, a Câmara Municipal não deve nada ao Sr. Jorge Ferreira Dias, nem este ou a sua empresa à Câmara Municipal de Abrantes”.

O comunicado

No comunicado, o presidente começa por afirmar que “a Câmara Municipal de Abrantes nunca e em nenhuma fase de qualquer processo pediu a insolvência, nem do Sr. Jorge Ferreira Dias, nem de qualquer empresa sua. O eventual congelamento das suas contas pelo Banco de Portugal, de que fala, não resulta de qualquer ação ou comportamento da Câmara Municipal de Abrantes”. Mais adiante, o presidente desmente a afirmação do empresário abrantino quando afirmou que “a Câmara sabia que o terreno não era da Mercar e fez o acordo para ficar com o terreno”. “Não é verdade”, afirma Manuel Jorge Valamatos, explicando que “depois da empresa do Sr. Jorge Ferreira Dias apresentar à Câmara de Abrantes, em 2002, um projeto para a construção de uma urbanização na Encosta Norte, no período de discussão pública obrigatório por lei, a Câmara Municipal de Abrantes recebeu uma reclamação de um representante da Mercar, invocando que parte do terreno pertencia ao seu cliente. No seguimento, foi o próprio, Sr. Jorge Ferreira Dias que alterou o projeto que tinha apresentado inicialmente, ao qual retirou esse mesmo terreno”. O presidente adianta ainda que, em 2008, a Construções Jorge Ferreira Dias voltou a apresentar um outro projeto para o mesmo espaço, para desenvolver o projeto “Ofélia Clube”, onde continuava a não constar a parcela de terreno em questão. Também para este projeto o alvará estava pronto, mas também nunca foi levantado pelo requerente”. Manuel Jorge Valamatos prossegue, falando dos processos que a Câmara terá perdido em Tribunal, garantindo não ser verdade que tenha perdido três processos. Relativamente ao prédio da Ferraria, na Rua 5 de Outubro, a Câmara alega que “a obrigatoriedade de fazer as infraestruturas nunca foi da Câmara, mas sim do loteador. Por incumprimento do loteador (Raúl Damas Claro), a Câmara Municipal de Abrantes (…) acionou as garantias bancárias. (…) Nesta ação, a Construções Jorge

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Jorge Ferreira Dias

Ferreira Dias solicita ao tribunal que se possa substituir ao loteador. Neste processo, a Câmara Municipal de Abrantes informa o tribunal que não vê qualquer impedimento ao solicitado, disponibilizando as garantias bancárias e ainda se prontificou para pagar o valor remanescente da obra (cerca de 12 mil euros). A Câmara Municipal (…) apenas emitiu a licença de habitabilidade após concluídas as obras, sendo que o Município (…) ainda realizou algumas delas. Ora, desde 2012 que a licença foi emitida, sem nunca ter sido paga e consequentemente levantada pelo requerente. Em 2016, a Caixa Geral de Depósitos pagou e levantou a licença, pronta desde 2012”. No último ponto do comunicado, Manuel Jorge Valamatos nega que, tal como afirmou Jorge Ferreira Dias à reportagem da televisão, que “a Judiciária certifica que há falsificação e burla e que houve pessoas que me pediram luvas, tinham-me resolvido os problemas todos se tivesse pago”. O presidente sustenta que “em 2015, após queixa apresentada pelo munícipe Jorge Ferreira Dias, o Ministério Público solicitou à Câmara (…) diversos

JORNAL DE ABRANTES / Julho 2019

Após esta comunicação de Manuel Jorge Valamatos, Jorge Ferreira Dias, presente na sala, quis intervir. No entanto, o presidente não o permitiu por não ter havido inscrição prévia por parte do empresário. Apesar de não ter autorização para intervir, Jorge Ferreira Dias lá se fez ouvir... Afirmou que o presidente “não está a falar verdade e tenho documentos para provar o contrário do que o senhor está a dizer”. Antes de abandonar a sala, o empresário ainda adiantou que “se forem ver os documentos, veem que o senhor não tem condições para estar nessa cadeira” e desafiou o presidente e a comunicação social a irem “ver os documentos e vejam as falcatruas que a Câmara fez e este senhor sabe das falcatruas todas”, referindo-se ao presidente da Câmara.

/ Jorge Ferreira Dias assiste à leitura do comunicado pelo presidente da Câmara de Abrantes

esclarecimentos, tendo a Polícia Judiciária investigado vários documentos (…) A 11 de setembro de 2015, o DIAP comunicou à Câmara o arquivamento do processo, por considerar não ter encontrado provas que suportassem a queixa apresentada”. Em conclusão, o presidente da Câmara de Abrantes, afirma que “na entrevista ao canal televisivo, que decorreu durante mais de 40 minutos, o presidente (…) prestou as explicações necessárias, desconhecendo-se porque motivo apenas foram transmitidos alguns momentos da entrevista”. Manuel Jorge Valamatos adian-

Armindo Silveira (BE): “Não sei quais serão as vossas condições para sobreviver politicamente a este caso”

“À data, a Câmara Municipal não deve nada ao Sr. Jorge Ferreira Dias, nem este ou a sua empresa à Câmara Municipal de Abrantes”.

Armindo Silveira começou a sua intervenção por estranhar que “toda a referência que vem na documentação do comunicado pára em 2009 e é mentira, porque a Câmara perdeu três processos em tribunal, o último dos quais em 2018, na sequência do acordo que fez com a Mercar. Perdeu em 2011 em Abrantes, perdeu depois na Relação e nem sequer foi admitida a revisão do processo no Supremo. Isso é factual e há aqui um equívoco da parte do Executivo”. O vereador bloquista falou da imagem da Câmara de Abrantes, dizendo que “quanto a nós, é muito negativa por vossa responsabilidade. Deviam ter reagido e não reagiram. E para dar esta resposta,


REGIÃO / Abrantes respondendo só à reportagem, é muito pouco”. Armindo Silveira leu depois uma declaração política, “só sobre a questão da Mercar”, lembrando que “desde 2014 que o Bloco de Esquerda tem questionado o Executivo sobre o litígio entre a Câmara Municipal de Abrantes e a Construções Jorge Ferreira Dias para tentar perceber todo o processo”. “Não será fácil compreender porque é que nunca aceitaram como credíveis as provas apresentadas. Não será fácil perceber como é que tendo o gerente da empresa feito exposições no livro amarelo, reuniões de Câmara, Assembleias Municipais, protestado com burros à porta da Câmara, ter deixado crescer a barba, ter barrado o caminho no dia da inauguração da nova ETAR dos Carochos e já em algum desespero, pois estava e está na miséria, ter tentado numa reunião de câmara, levantar a mesa, arrancado um pedaço de barba e dizer um dia que os matava a todos. Nem assim alguém tentou resolver este problema?” questionou o vereador que ainda perguntou: “Alguém do atual Executivo e dos anteriores pode afirmar que desconhecia este caso? Essa é a declaração política mais baixa que qualquer dos eleitos aqui presentes pode ter”. Em relação à imagem do Executivo, Armindo Silveira disse temer que “a nossa reputação esteja seriamente abalada e a vossa, Executivo PS, irremediavelmente perdida. Não sei quais serão as vossas condições para sobreviver politicamente a este caso, de forma a continuarem a gerir os destinos do concelho de Abrantes. A decisão é vossa e qualquer que ela seja, será sempre o reflexo da vossa consciência e o assumo da vossa dignidade. Nada será como dantes. Haverá um antes e depois do processo Jorge Ferreira Dias”.

Rui Santos (PSD): “Valia mais não ter dado a entrevista”

Depois, foi a vez do vereador do PSD abordar o assunto. Rui Santos reiterou o pedido “de uma reunião extraordinária com a presença do Departamento Jurídico e com toda a documentação que envolvesse este nosso munícipe e as empresas por si detidas na altura”. O vereador social-democrata falou da reportagem televisiva e afirmou que “a imagem que o senhor presidente passou, a sua imagem, a imagem do Município, era de total desconhecimento da situação. Isso é preocupante. O Município de Abrantes está há cerca de 15 dias na boca do país”. Rui Santos disse que esta situação “não é boa para Abrantes (…) em primeiro lugar tem de estar sempre os interesses de Abrantes, independentemente das nossas cores partidárias,

/ Manuel Jorge Valamatos (em cima) / Populares reuniramse no Largo da Câmara, em torno do empresário (à direita) / Jorge Ferreira Dias (à esquerda)

“Quero que a população veja o que eles fizeram, apurem a verdade e corram com eles.” e aquilo que o senhor presidente disse, desculpe que lhe diga, foi nada. Sendo assim, digo-lhe muito sinceramente, valia mais não ter dado a entrevista”. Na análise ao documento que lhe foi apresentado, Rui Santos considera “que muitas perguntas ficam por responder”. Nomeadamente, “onde é que tudo isto começa? Houve ou não um erro nos três destaques que foram feitos?” Pegando depois nas declarações do presidente, o vereador do PSD disse ser verdade “que a câmara não pediu a insolvência desta empresa (…) mas qualquer cidadão sabe que quando entra uma ação cível em tribunal, tem um valor e esse valor é registado (…) isso vai implicar que as instituições de crédito possam cortar relações com essa empresa”. Rui Santos voltou a afirmar que o “problema está nos destaques” e pediu para irem “ao fundo da questão, doa a quem doer, seja quem for o culpado (…) não podemos é continuar com a dúvida e ficarmos refugiados em sentenças que, para mim, nada têm a ver com isto”.

O vereador social-democrata conclui a sua intervenção, dizendo que “o que me preocupa é o nome de Abrantes, aquilo que se fala atualmente de Abrantes”. E deixou uma pergunta a Manuel Jorge Valamatos: “Se o senhor fosse empresário, neste momento e com tudo isto que se está a passar, o senhor viria investir em Abrantes? Se tivesse que escolher entre Abrantes e um concelho próximo, o que é que o senhor faria?” “Neste momento, o nome de Abrantes está pelas ruas da amargura e nós não podemos deixar que isso aconteça”, afirmou Rui Santos.

Jorge Ferreira Dias aos jornalistas: “A população tem de o pôr a andar”

Jorge Ferreira Dias pouco conseguiu falar aos vereadores, mas na sala de espera da autarquia falou aos jornalistas. Voltou a afirmar tudo o que tinha dito na reportagem da TVI, que levantou toda esta onda. Apontou o dedo à Câmara de Abrantes dizendo que a declaração do presidente da autarquia, Manuel Jorge Valamatos, foge à verdade. Jorge Ferreira Dias referiu-se ao primeiro processo, das infraestruturas de um loteamento na Rua 5 de Outubro, para o qual não teve as licenças de habitabilidade para poder licenciar os apartamentos. No seguimento das perguntas dos jornalistas, revelou que o ponto de situação “é que estou na miséria, não tenho nada a perder. Agora tudo o que vier até morrer,

é a ganhar. Não tenho medo destes senhores. Tenho a decisão do Tribunal. A Câmara comprou um terreno sem saber quem é o dono, eu tenho o título aquisitivo (…) entretanto a Mercar hipoteca todos os terrenos, porque a Câmara mandou hipotecar os terrenos”. Ainda na mesma declaração, Jorge Ferreira Dias manifestou ter tido a esperança que em parte o presidente pudesse ter assumido uma parte da responsabilidade. “Quando vim aqui hoje, esperava uma resposta totalmente diferente. Esperava que ele assumisse algumas responsabilidades. Que fugisse um bocadinho, mas que assumisse algumas responsabilidades. E ele veio dizer tudo ao contrário. Quando ele sabe que é ao contrário tudo, é inadmissível ele estar naquele lugar e a população tem de o pôr a andar”. Jorge Ferreira Dias afirmou ter lidado com a Judiciária, a quem mostrou documentos, e como resposta afirmou que a Judiciária lhe disse: “Oh senhor Jorge, tem razão em tudo isto, mas quem está lá em cima é o senhor Sócrates e isto vai ser tudo abafado”. O diferendo com a autarquia de Abrantes mantém-se, não é novo, e Jorge Ferreira Dias reafirmou que não vai parar: “Quero que a população veja o que eles fizeram, apurem a verdade e corram com eles. Eu não vou parar, não vou fazer asneira nenhuma. Agora a minha luta é correr com eles que eles não têm o direito de estar aqui”.

Entre todo o desfilar de acusações à Câmara de Abrantes, as mesmas que tem feito ao longo dos anos, o empresário revelou ter vários processos a correr. Um deles é um pedido de indemnização de seis milhões de euros, que aguarda sentença. Mas disse que tem mais. “Tenho vários processos no Departamento de Ação Penal. Mas eles estão travados. Uma senhora do Ministério Público disse-me para pedir a Évora uma aceleração do processo. Fiz uma exposição e mandaram-me para Santarém. Só que o poder político é muito forte e abafa tudo. Porque se fosse divulgado, os processos que eu pus à Câmara já tinham caído há muito tempo”. Jorge Ferreira Dias revelou que estará para breve a sentença de um dos processos e adiantou que “tenho mais sete processos em Tomar, no Departamento de Ação Penal”. Sublinhou que pretende agora fazer uma exposição ao Presidente da República “para tomar conta disto, porque isto é uma vergonha”. O empresário, que acusa a Câmara de Abrantes da sua ruína, vincou que tem os processos todos disponíveis para serem consultados por quem quiser e que quer agora chegar ao Presidente da República enquanto aguarda o desfecho do processo judicial que moveu contra a autarquia e no qual clama o direito a uma indemnização de seis milhões de euros. Patrícia Seixas e Jerónimo Belo Jorge Fotos por Carolina Ferreira

Julho 2019 / JORNAL DE ABRANTES

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REGIÃO / Abrantes

Moção do PS sobre mercado não vinga na oposição rão disse ainda que a classificação do antigo mercado como edifício de interesse municipal seria, só por si, o impedimento de qualquer projeto que ali se queira colocar e que implique alterações ao atual edifício. Sobre este assunto, Fernanda Aparício, do PSD, afirmou que o documento “só pode ser uma brincadeira” e que o processo seria mais simples: rever o PUA e afastar o cenário de demolição do edifício. Adiantou ainda que “esta moção viola as competências da Assembleia Municipal que não pode impor posições à Câmara, apenas recomendar ações”. Pedro Grave, do BE, voltou a manifestar a posição do partido, que é contra a demolição e a favor da classificação como edifício de interesse municipal. E atacou os socialistas a quem acusou de clarificarem a sua posição “mas não quererem revogar a demolição do edifício ou avançarem para clas-

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O assunto fez parte da ordem de trabalhos da Assembleia Municipal de Abrantes, de 19 de junho, e foi uma “clarificação” da posição do PS sobre edifício do antigo mercado diário de Abrantes. Jorge Beirão, líder da bancada socialista, apresentou uma moção sobre o edifício e eventuais soluções para aquele espaço, que muita tinta tem feito correr na oposição e nas redes sociais. Esta clarificação foi prometida numa sessão anterior e era aguardada pelos outros partidos com expectativa. Na moção, o PS de Abrantes, depois de várias considerações e em jeito de recomendação, sugere à Câmara Municipal que assuma o compromisso de “trazer à Assembleia Municipal a discussão de qualquer projeto para o espaço do mercado diário e sua envolvente; o compromisso de propor a alteração do Plano de Urbanização de Abrantes (PUA) caso a Assembleia Municipal assim o exija”. Jorge Bei-

/ O antigo mercado diário continua a dividir a classe política de Abrantes sificação de interesse municipal”. Rui André, presidente da Junta de Freguesia de Rio de Moinhos, independente, apelou à priorização de ações concretas para o edifício “ou então andamos aqui mais uns anos a falar sobre isto”. Sustentou ainda a necessidade de se conservar o edifício, ainda este ano. Jorge Beirão voltou a incidir so-

LEO MIDDEA[BR] 12 JULHo Sexta

12—14/19—21 julho

22.00 LaRgo CabRaL monCaDa

AbrAntes AlcAnenA

constânciA FerreirA do ZêZere MAção VilA de rei Vn bArquinhA

bre a posição da moção socialista, que em sua opinião é clara. Vincou os dois pontos de ação. Fernanda Aparício voltou a reforçar a posição do PSD, “que sempre foi clara sobre o assunto”. Resumo, a moção do PS foi aprovada por maioria, com os votos favoráveis da bancada socialista, uma abstenção da CDU e os votos contra

do PSD, BE e do presidente de Rio de Moinhos (independente). Esta moção não classifica o edifício, não impede a sua, eventual, demolição como queriam os partidos da oposição, deixa a recomendação para que qualquer assunto relacionado com o edifício tenha de ser discutido naquele órgão deliberativo. Jerónimo Belo Jorge

CARTÓRIO NOTARIAL DE VILA DE REI JUSTIFICAÇÃO Nos termos do artigo 100º do Código do Notariado, certifico que por escritura de 19/06/2019, lavrada a folhas 115 e seguintes do Livro de notas para escrituras diversas nº 75 – E, deste CARTÓRIO PÚBLICO, na qual, MARIA DO CÉU DE JESUS PEREIRA GRÁCIO, NIF 117.829.544, natural da freguesia de Santiago de Montalegre, concelho de Sardoal, residente na Rua Engenheiro Manuel, nº 86, Tramagal – Abrantes, casada sob o regime da comunhão de adquiridos com MANUEL FERNANDO DE OLIVEIRA GRÁCIO, declarou que é dona e legítima possuidora, com exclusão de outrem do Prédio rústico, sito em Cabeço do Pereiro, freguesia e concelho de Vila de Rei, composto de terra de pinhal, com a área de dois mil e cem metros quadrados, que confronta pelo norte e poente com João Morgado Martins, pelo sul e nascente com José Luís Alves, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Vila de Rei, inscrito na matriz sob o artigo 18.936; -------Que desconhece o artigo da anterior matriz, em virtude de não ter obtido qualquer informação nesse sentido, apesar das buscas efetuadas; -------Que o referido prédio, com a indicada composição, veio à sua posse, por volta do ano de mil novecentos e noventa e seis, em dia e mês que não pode precisar, por partilha verbal, feita com os demais interessados, por óbito de seus pais, António Pereira e Maria Rosa de Jesus, casados que foram sob o regime da comunhão geral, residentes que foram no lugar de Brescovo, freguesia de Santiago de Montalegre, concelho de Sardoal, não tendo porém, sido reduzida a escritura pública a referida partilha;

entrada livre Saiba maiS em cAMinhos.Mediotejo.pt Siga-noS

MANEL CRUZ[PT] 13 JULHo SÁbaDo

22.00 LaRgo CabRaL monCaDa

-------Que desde essa data em que se operou a tradição material do prédio passou a cortar os pinheiros, a limpar o mato, a trazer pontualmente pagas as respetivas contribuições, a suportar os seus encargos, agindo com a convicção de ser proprietária daquele imóvel e como tal sempre por todos foi reputada; -------Que nos termos expostos, vem exercendo a posse sobre o mencionado prédio, com a indicada composição, ostensivamente, à vista de todos, sem oposição de quem quer que seja, em paz, continuamente, há mais de vinte anos; -------Que assim e dadas as características da sua posse, ela outorgante adquiriu o identificado prédio por usucapião, que aqui invoca por não lhe ser possível provar, pelos meios extrajudiciais normais, a aquisição do seu domínio e posse.

CIRQUE ROUAgEs[FR] boate

14 JULHo Domingo

17.00 Zona RibeiRinHa

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JORNAL DE ABRANTES / Julho 2019

Está conforme com o seu original

Vila de Rei, 19 de Junho de 2019. O Oficial de Registos em Funções Notariais (Manuel Rosa Dias)


REGIÃO / Sociedade

45 músicos a produzir magia A JOST é, na verdade, algo que ultrapassa o que quer que possamos pensar até ver e ouvir! Não há como não admirar o trabalho deste projeto. No passado dia 22, a Sociedade Artística Tramagalense aplaudiu de pé a atuação desta orquestra que promete chegar longe. O 1° aniversário foi o pretexto para uma conversa com uma das mentoras do projeto, Margarida Togtema. O que é a JOST?

Jovem Orquestra Sinfónica do Tejo! Diria que é um “espaço” de crescimento musical, pessoal e social, mas também um “espaço” de afetos, de cumplicidades, de partilhas e de desafios. Queremos que a JOST seja um “espaço” de felicidade e de realização para as crianças e jovens que lhe dão corpo.

Se a memória não me atraiçoa, a JOST tem, neste momento, 45 músicos. No final do último concerto houve jovens a manifestar a sua intenção de se juntar ao grupo no próximo ano, o que é muito bom.

A JOST é fruto de várias parcerias e contributos importantes e fundamentais para a sua existência...

/ A orquestra no concerto de celebração do primeiro aniversário

E os pais destas crianças e jovens, também têm um papel muito importante...

/ Margarida Togtema mobiliza vários parceiros tende a ter um maior enraizamento na comunidade. A JOST, felizmente, tem sido muito acarinhada. Temos contado com alguns apoios que têm sido determinantes para a

viabilização deste projeto. A todos os que nos têm ajudado, o nosso Muito Obrigado!

E o Ensemble de Guitarras…também nasceu desta parceria?

Claro que sim. São peças fundamentais de todo este processo. Empenhados em proporcionar aos seus filhos experiências e vivências que os ajudem a crescer e a ser felizes, estão sempre presentes quando é preciso. A sua disponibilidade e generosidade têm sido fundamentais para o caminho que temos feito. Permita-me uma referência especial à Elsa, à Elisabete e ao Rui que são incansáveis... A este grande grupo juntam-se os dedicados Maestros José Teixeira e Carlos Gonçalves. Diria que já formamos uma grande família... Paulo Delgado PUBLICIDADE

Com quantas pessoas em palco se apresenta a JOST?

Sim, a JOST é um dos projetos nascidos da colaboração entre o Agrupamento de Escolas N.º 2 de Abrantes, a Escola Superior de Educação de Santarém e a Sociedade Artística Tramagalense. Nasceu, justamente, da convicção dos parceiros de que o trabalho em parceria se constitui como um meio privilegiado de intervenção na comunidade, resultando a sua eficácia não só da possibilidade de partilha dos recursos existentes, mas também da diversidade dos pontos de vista, o que enriquece a forma como os projetos são pensados e construídos. Há muito que a UNESCO recomenda o trabalho em parceria nas áreas da Educação e da Cultura. Para além destas vantagens, o trabalho que

No dia 22 de Junho, na SAT, comemorou-se o 1º aniversário da apresentação pública da JOST que, no entanto, nasceu há 2 anos. Mas antes disso, como nasceu a ideia?

A apresentação oficial da JOST foi no dia 30 de junho de 2018, mas o trabalho de preparação deste concerto foi feito em 4 Estágios de Orquestra, tendo sido o primeiro em setembro de 2017. Por isso, sim, o projeto de criação da orquestra sinfónica, hoje designada por JOST, nasceu há quase 2 anos. A ideia nasceu por acreditarmos que os territórios da educação formal e não formal são complementares e reciprocamente motivadores, e por considerarmos fundamental garantir aos jovens que não queiram prosseguir os seus estudos musicais a possibilidade de continuarem a fazer música em conjunto, mobilizando as competências e os conhecimentos adquiridos. Pelas mesmas razões surgiu o Ensemble de Guitarras.

Bastante jovens os seu elementos... a JOST é, portanto... uma aprendizagem? Uma escola?

Muito jovens, mesmo! Têm entre 11 e 16 anos. Sim, podemos dizer que a JOST é um “espaço” de formação, um ambiente informal de aprendizagem. São vários os objetivos que nos norteiam no trabalho com estes jovens músicos: alargar as suas referências musicais; valorizar as competências e conhecimentos que têm na área da música; motivar para que procurem sempre fazer melhor; proporcionar um ambiente de trabalho que promova a auto-confiança, a auto-estima, a responsabilidade, a autonomia, a cooperação, a iniciativa, a capacidade de autoregulação... enfim, que contribua para termos jovens mais felizes e realizados e cidadãos mais empenhados.

Sim, é o projeto mais recente que temos no terreno, sob a orientação do professor Pedro Ferreira. Estreou-se na abertura da Gala Antena Livre e Jornal de Abrantes, o que foi um grande desafio, mas também uma honra. É um grupo muito motivado e empenhado que está a trabalhar muito bem e a conquistar o seu lugar.

Julho 2019 / JORNAL DE ABRANTES

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ATUALIDADE / Constância

Município de Constância inaugura Espaço Cidadão na vila Carolina Ferreira

Foi inaugurado na passada sexta-feira, dia 21 de junho, o Espaço Cidadão, em Constância, numa cerimónia presidida pelo secretário de Estado Adjunto e da Modernização Administrativa, Luís Goes Pinheiro. A cerimónia decorreu no antigo posto de turismo, que foi remodelado para acolher agora o novo e único Espaço Cidadão do concelho. No discurso alusivo à inauguração, o presidente do município de Constância assinalou o início de “um novo capítulo” na história do concelho, que deixou de ser o “único concelho do Médio Tejo que não tinha um único Espaço Cidadão” e que passou a ter um serviço que “não colide” com mais nenhum outro que exista no concelho e que representa “uma mais-valia para os nossos cidadãos, na aproximação que deve existir entre a administração local e a administração central, do Estado”. O autarca defendeu que é em concelhos do interior que é cada vez mais necessário “pensar em dotar os territórios de serviços, porque isso também é uma forma de conseguir atrair população e fixar população” e evitar “colocar os territórios em declínio”. Relativamente ao local escolhido, Sérgio Oliveira explica que o

/ Luís Goes Pinheiro e Sérgio Oliveira descerraram a placa alusiva à inauguração do Espaço Cidadão, em Constância objetivo é resolver “um problema que nos aflige há muitos anos, que é o facto de os nossos turistas virem à nossa zona ribeirinha mas não entram dentro do núcleo histórico da vila. Por esse facto,

fizemos esta mudança, ou seja, aqui, onde funcionava o posto de turismo passa a funcionar o Espaço do Cidadão, e na antiga cadeia, um espaço que era usado esporadicamente para um conjunto

É um serviço que não colide com mais nenhum.

de exposições ficará o posto de turismo (…) é uma forma de fazer entrar os turistas na nossa zona histórica”. Luís Goes Pinheiro, secretário de Estado Adjunto e da Modernização Administrativa, admitiu, por sua vez, que a aposta do Governo “tem sido a disponibilização de serviços online” - fazendo também referência ao lançamento, no dia 20 de junho, da possibilidade dos maiores de 25 anos poderem renovar o seu cartão de cidadão através da Internet, usando a chave móvel digital - mas considera que os Espaços Cidadão constituem “uma forma de prestar serviços públicos com grande proximidade, junto das pessoas” e defende ser “preciso continuar a apostar nos serviços de proximidade, é preciso garantir que os serviços públicos não desaparecem junto das populações”. O responsável acrescentou que é necessário contrariar a “tendência de desertificação dos serviços públicos” e realçou a existência de já 585 Espaços Cidadão ao longo do país. O Espaço Cidadão de Constância vai funcionar no antigo Posto de Turismo, na Avenida das Forças Armadas, no centro da vila, nos dias úteis, das 9h às 17h. No Espaço Cidadão de Constância é agora possível renovar a carta de condução, tratar de assuntos relativos a emprego e formação profissional, alterar a morada do cartão de cidadão, tratar do cartão europeu de seguro de doença e entregar documentos para a ADSE. Ana Rita Cristóvão

Alunos do 1º e 10º anos apresentam livro infantil “Pica Miolos para os Amigos” é o nome do livro que o Agrupamento de Escolas de Constância apresentou à comunidade a 3 de junho. O projeto de escrita e ilustração dum livro para crianças resultou do trabalho criativo dos alunos da turma A do 1º ano do Centro Escolar de Constância e respetiva professora titular e da turma do 10º ano do Curso Profissional de Cozinha Pastelaria e Auxiliar de Saúde e respetiva professora de Português. Com o Anfiteatro dos Rios como cenário, Olga Antunes, a diretora do Agrupamento, falou em “orgulho por ter projetos desta qualidade e tão fora da caixa” e realçou o facto de “alunos do 1º e do 10º ano trabalharem em equipa”. O presidente da Câmara Municipal de Constância marcou presença no evento e destacou a “faceta multifacetada dos alunos” e os projetos

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feitos pelo Agrupamento de Escolas, “projetos que nos orgulham enquanto comunidade”. Em dia da morte de Agustina Bessa Luís, o autarca afirmou que não havia melhor forma de homenagear a mulher e a escritora. Como é que este projeto nasceu, foi explicado pela professora Teresa, a docente da turma do 1º ano. “No início do ano letivo, fomos abordados pelos alunos do 10º ano do Curso Profissional no sentido de participarmos num projeto de escrita e ilustração de um livro infantil. Pareceu-me uma ideia bastante interessante (…) e a turma ficou radiante com o convite dos crescidos e com o facto dos crescidos valorizarem os seus desenhos”. Já a professora da turma do 10º ano, Maria Paula Malheiro, destacou o papel da colega em perceber o “mistério de ensinar alguém a ler”. “Foi, para mim, um trabalho

JORNAL DE ABRANTES / Julho 2019

/ “Pica Miolos para os Amigos” é o nome do livro do Agrupamento de Escolas de Constância fantástico e uma parceria fabulosa” que a deixou “cheia de felicidade e orgulho” e que prometeu “aos meninos grandes e pequeninos nunca

mais esquecer os momentos que passámos juntos”. A Beatriz e o João, alunos da turma do 10º ano do Curso Pro-

fissional de Cozinha Pastelaria e Auxiliar de Saúde, explicaram como decorreu o processo da escrita e leram o prefácio do livro “Pica Miolos para os Amigos” que foi escrito pela escritora de livros infantis Alice Vieira. Faltava conhecer a história da “Pica Miolos para os Amigos” e da qual apenas nos foi dada a conhecer um bocadinho, através da leitura da Beatriz, da Leonor e do Martim, alunos do 1º ano. “Pica Miolos para os Amigos” foi uma tarefa que “exigiu dedicação dos professores para envolver os alunos possibilitando-lhes sair da zona de conforto e explorar novas formas de aprender”. No final, Olga Antunes prometeu tentar que este livro integre o Plano Nacional de Leitura “para que seja um livro para todas as crianças que frequentam a escola em Portugal”. Patrícia Seixas


REGIÃO / Constância

Município anuncia projeto de requalificação de 1 ME na Quinta Dona Maria

/ Lagar da Quinta Dona Maria, em Montalvo Sérgio Oliveira conta que os dois investidores são “Nuno Cristóvão e o irmão, que constituíram uma sociedade para investir na Quinta Dona Maria” e que esta é uma “oportunidade para recuperar património” que está devoluto. Tratando-se de um investimento

inicial na casa do “meio milhão de euros”, a recuperação total da quinta deve, no entanto, “ultrapassar o milhão de euros”, havendo ainda a possibilidade de os investidores se candidatarem a fundos comunitários até setembro deste ano, explica Sérgio Oliveira.

Aconteça aquilo que acontecer, o presidente do município de Constância garante que “a Câmara tem a sua parte salvaguardada porque mantém o património que lá está, mantém a propriedade da quinta e vai acompanhar de perto as intervenções que lá forem feitas”. O autarca considera que este é ainda “um passo importante (…) e nós acreditamos que o investidor vai concretizar esta requalificação. É um passo importante não só para o concelho como um todo, mas principalmente para a freguesia de Montalvo, que tem um espaço na zona nobre da aldeia, que está com mau aspeto e que precisa de uma intervenção, e se este privado a fizer a Câmara está cá para o apoiar”. A proposta foi trazida a Reunião de Câmara, tendo o município aprovado por unanimidade a Constituição do Direito de Superfície. Agora, o processo segue para a Assembleia Municipal, para aprovação da isenção de IMI por cinco

Ana Rita Cristóvão PUBLICIDADE

Foi anunciado, em Reunião de Câmara de Constância, a 19 de junho, um projeto de recuperação e investimento na Quinta Dona Maria, em Montalvo. O projeto consiste na requalificação da quinta, que se encontra num estado de degradação avançado, com a criação de uma parte de restauração, a recuperação do antigo lagar e a constituição do museu agrícola, que “perpetue a memória do passado agrícola da freguesia de Montalvo e da freguesia de Santa Margarida em conjunto”, diz o presidente do município, Sérgio Oliveira. Em declarações ao Jornal de Abrantes, o autarca revela que tudo surgiu através do interesse mostrado por “dois investidores privados, naturais do concelho (…) em requalificar a Quinta Dona Maria, mantendo a história daquele local, mantendo o museu agrícola, e o lagar de azeite, dinamizando aquilo com uma área de restauração, com alojamento, com provas de vinhos e azeites”.

anos e do IMT, sujeito a celebração da escritura do contrato do direito de superfície. A Quinta Dona Maria, em Montalvo, foi, no início do século XX, uma das quintas mais prósperas do concelho. Possuía grandes propriedades na região, onde predominava o cultivo do olival, da vinha e dos cereais. Com uma agricultura tradicional, ocupava grande número de homens, mulheres e crianças de Montalvo. Os edifícios agrícolas da Quinta Dona Maria situam-se na rua Annes de Oliveira, frente à casa solarenga onde viviam os proprietários. Estes edifícios passaram a pertencer, no início do século XX, a Dona Maria de Serpa Pimentel, casada com Fernando Falcão Themudo. Por falta de descendência, as propriedades foram desmembradas, sendo a casa da família deixada à diocese de Portalegre e a Quinta Dona Maria à família Falcão Themudo. A quinta entrou em decadência na segunda metade do século XX, tendo sido o lagar o último a fechar ao público, nos anos 80. Tinha sido modernizado alguns anos antes, uma vez que a quinta sempre teve extensos olivais. Atualmente, a Quinta Dona Maria é propriedade do município de Constância.

Julho 2019 / JORNAL DE ABRANTES

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REGIÃO / Sardoal

CC Gil Vicente recebe IV Encontro Internacional de Piano Paulo Sousa

O Centro Cultural Gil Vicente está a ser palco do IV Encontro Internacional de Piano de Sardoal, que decorre até sábado, dia 6 de julho. A iniciativa, que nas edições anteriores se pautou por um elevado sucesso, volta a trazer ao Sardoal alguns dos melhores pianistas do mundo, dos quais se destaca Aquiles Delle Vigne, Anna Kurasawa, Carles Marín, Éva György, Tomoko Kuronuma e a soprano Carla Caramujo. Para além dos ditos “concertos normais”, este ano “há algumas novidades”, confirmou o presidente da Câmara Municipal. Miguel Borges adiantou que o “concerto de abertura foi um concerto para piano e quarteto de cordas e o concerto de encerramento vai ser de piano e orquestra. Ou seja, vamos ter uma orquestra que irá tocar com um pianista, julgo que será o 3º concerto de Beethoven para piano e orquestra. Alargámos também nessa vertente, trazendo uma orquestra a Sardoal

/ Ao longo do Encontro, o som do piano ecoará pelas ruas da vila de Sardoal. (…) dando outro colorido”. “Pelo meio, teremos as masterclass’s, o concurso, os concertos dos laureados e muita animação na vila”, explicou o autarca. É que durante nove dias, estão reunidos na vila de Sardoal cerca

de uma centena de participantes, entre alunos e professores, oriundos de vários países, entre os quais Bulgária, Canadá, Colômbia, Coreia do Sul, Espanha, Lituânia, Portugal e Venezuela, alguns deles acolhidos em casa de famílias sardoalenses,

CARTÓRIO NOTARIAL DE VILA DE REI JUSTIFICAÇÃO Nos termos do artigo 100º do Código do Notariado, certifico que por escritura de 26/06/2019, lavrada a folhas 125 e seguintes do Livro de notas para escrituras diversas nº 75 – E, deste CARTÓRIO PÚBLICO, na qual, MANUEL MARTINS VIANA, NIF. 120.879.123 e mulher MARIA FERNANDA DA MATA HENRIQUES VIANA, NIF. 120.879.131, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, naturais da freguesia e concelho de Vila de Rei, residentes na Avenida Miguel Bombarda, nº 23, 3º Esquerdo, Mina D´Água, Amadora, declararam que são donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem, dos seguintes prédios, todos situados na freguesia e concelho de Vila de Rei, não descritos na Conservatória do Registo Predial de Vila de Rei: __UM - Prédio rústico, sito em Cerro, composto de pinhal, com a área de dezanove mil e quatrocentos metros quadrados, que confronta a norte com Fátima Rainho, sul e nascente, Rosalina Coelho Cobra e poente, Herdeiros de Gregório Martins Viana, inscrito na matriz sob o artigo 3792;__DOIS - Prédio rústico, sito em Parede da Rainha, composto de terra de cultura arvense e oliveiras, com a área de mil duzentos e cinquenta metros quadrados, que confronta a norte, caminho, sul, Ribeiro, nascente, Rosalina da Mata Coelho Cobra e poente, António dos Santos Fernando Costa, inscrito na matriz sob o artigo 17597;__TRÊS - Prédio rústico, sito em Conhais, composto de terra de pinhal e mato, com a área de nove mil e cem metros quadrados, que confronta a norte com Maria de Lurdes Catarino Barreiros, sul, Manuel Martins Viana, nascente, Caminho e poente, Maria do Carmo Lobato, inscrito na matriz sob o artigo 18526;__Que desconhecem os artigos da anterior matriz, em virtude de não terem obtido qualquer informação nesse sentido, apesar das buscas efetuadas; __Que os referidos prédios, com a indicada composição, vieram à sua posse no estado de casados, por volta do ano de mil novecentos e noventa e seis, em dia e mês que não podem precisar, por compras verbais, o identificado na verba número um a João da Silva Moreira do Carmo e mulher Maria Fernanda, já falecidos, casados que foram sob o regime da comunhão geral, residentes que foram na Calçada da Ajuda, 261, R, Lisboa; o identificado na verba número dois a Mário Alves da Silva, solteiro, maior, residente na Rua Almirante Reis, nº 7, Rossio ao Sul do Tejo - Abrantes; e o identificado na verba número três a José Maria Pires, solteiro, maior, residente no Seminário dos Carvalhos, Apartamento 6, Pedroso – Porto, não tendo sido reduzidas a escrituras públicas as referidas compras.__Que desde essa data em que se operou a tradição material dos prédios passaram a cortar os pinheiros, a limpar o mato, a cultiva-los a apanhar a azeitona, a trazerem pontualmente pagas as respetivas contribuições, a suportar os seus encargos, agindo com a convicção de serem proprietários daqueles imóveis e como tal sempre por todos foram reputados.__Que nos termos expostos, vêm exercendo a posse sobre os mencionados prédios, com a indicada composição, ostensivamente, à vista de todos, sem oposição de quem quer que seja, em paz, continuamente, há mais de vinte anos.__Que assim e dadas as características da sua posse, eles outorgantes adquiriram os identificados prédios por usucapião, que aqui invocam por não lhes ser possível provar, pelos meios extrajudiciais normais, a aquisição do seu domínio e posse. Está conforme com o seu original Vila de Rei, 26 de Junho de 2019. O Oficial de Registos em Funções Notariais (Manuel Rosa Dias)

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JORNAL DE ABRANTES / Julho 2019

à semelhança do sucedido nas edições anteriores. “Esgotamos a capacidade hoteleira e depois ficam nas nossas casas. Pelo quarto ano, eu tenho mais uma filha que é búlgara”, diz, entre risos, Miguel Borges. “O facto de distribuirmos os jovens pelas casas das pessoas, dá aqui uma interação muito interessante”, afirmou o presidente que, explicou, “tivemos um grande problema em alojá-los no primeiro ano. No segundo ano o problema foi menor, no terceiro ainda menor foi e agora, quando tentamos fazer os contactos, já são os próprios pianistas que contactam as famílias e perguntam se podem ficar. Portanto, o trabalho já está feito. E isto faz com que as pessoas acompanhem os «seus filhos». Vão assistir aos concursos e aos concertos e torcem por eles como quem torce por um filho”. Ao longo do Encontro, o som do piano ecoará pelas ruas da vila de Sardoal, uma vez que algumas

Capelas e o átrio da Casa Grande serão espaços de trabalho dos participantes. “Na avenida teremos quatro pianos. Um vai estar no átrio da Casa Grande e outros nas duas capelas, onde os jovens pianistas, alunos e não alunos, vão estar a trabalhar ao longo destes dias. Quem percorrer a nossa avenida, corre o risco de ouvir Liszt mas, passados 100 metros, ouvir John Cage e, passados outros 100 metros, ouvir Beethoven. Depois, entrar no Centro Cultural Gil Vicente, fechar os olhos, ouvir e imaginar que possa estar numa qualquer grande sala do mundo porque o nível é muito, muito, muito alto”, disse Miguel Borges. As provas do concurso decorrerão diariamente no auditório do Centro Cultural Gil Vicente, em diferentes horários e com entrada gratuita. O IV Encontro Internacional de Piano é organizado pelo Município de Sardoal e pela Academia de Música “Aquiles Delle Vigne”.

Assembleia Municipal de Sardoal quer mudar Lei eleitoral A Assembleia Municipal de Sardoal aprovou por unanimidade, na sessão de dia 16 de junho, uma moção apresentada pelos social-democratas Miguel Mora Alves e Joana Ramos que pretende refletir sobre a atual Lei eleitoral. Num enquadramento geral, Miguel Mora Alves enquadrou uma fórmula eleitoral bem feita, à altura da sua aprovação, mas desadequada na atualidade e, pior do que isso, prejudicial para o interior do país. Os proponentes, entre muitas considerações, mostram a preocupação pelo esvaziamento do interior na representatividade de deputados e, consequentemente, o “enchimento” de Lisboa, Porto e do litoral. Neste enquadramento, Miguel Mora Alves deu dois exemplos deste esvaziamento. Portalegre elege apenas dois deputados para um território de 15 municípios, vincando a dificuldades destes para poderem ser a voz daquela região no parlamento. Por outro lado, Braga elege tantos deputados como

Bragança, Guarda, Castelo Branco, Portalegre, Évora e Beja juntos. Neste sentido, os dois deputados municipais de Sardoal entendem que tem de ser aberta uma discussão, nos mais variados fóruns, que permita uma alteração da Lei Eleitoral, no sentido de aumentar a representatividade do interior do país, sob pena de “ficarmos cada vez com uma voz mais fraca da Assembleia da República”. A moção não apresenta soluções mas quer abrir o debate deste assunto. Nas intervenções, que duraram cerca de uma hora, social-democratas, socialistas e o presidente da Câmara Municipal, Miguel Borges, concordaram na “urgência” de medidas que permitam que o interior do país seja olhado, e defendido, de outra forma. Até porque, defendeu Miguel Borges, por cá temos uma riqueza que não existe nos grandes centros, “temos tempo” e isso, hoje, deveria representar “qualidade de vida”. JBJ


ATUALIDADE / Vila Nova da Barquinha Município quer construir Trilho Panorâmico do Tejo com passadiços à beira-rio Desfrutar da paisagem do rio Tejo, do castelo de Almourol e das inúmeras particularidades ao longo de 14 km entre Vila Nova da Barquinha e Constância vai ser uma experiência que vai poder viver com a criação do Trilho Panorâ-

mico do Tejo. A proposta para o início do projeto, que representa um investimento total de cerca de 300 mil euros, com 85% de participação de fundos comunitários, foi aprovada por unanimidade pelo executivo

de Vila Nova da Barquinha em Reunião de Câmara, a 12 de junho, e pretende tirar partido da beleza natural da região, seguindo o trilho já usado pelo BTT. Com passadiços, pontes e corrimões à beira-tejo, o presidente do município, Fernando Freire, admite que vão ser criadas as “condições técnicas ideais que permitem que se faça a utilização desde o parque de Vila Nova da Barquinha até ao Centro Náutico de Constância”, numa distância de cerca de 14km, “passando pelo Castelo de Almourol, por Tancos, pelo cais da Praia do Ribatejo, pela fonte da ‘Galiana’ (...) sempre à beira Tejo”. Neste momento, o projeto está em fase de adjudicação, sendo ainda necessário realizar algumas expropriações de terrenos. Fernando Freire adianta que o município espera ter todos os procedimentos necessários prontos até 31 de dezembro para poder depois avançar com a obra. Ana Rita Cristóvão

A Câmara Municipal de Vila Nova da Barquinha aprovou, em reunião do executivo no dia 12 de junho, o projeto de execução que pretende valorizar a Igreja Matriz da Atalaia. Num investimento que ronda os 300 mil euros, dos quais 224 mil euros são para obra, explica o presidente do município, Fernando Freire, a valorização da Igreja Matriz da Atalaia vai consistir na “requalificação do edificado - o telhado, clareiras, a questão da segurança exterior, a instalação elétrica [interior], a sustentação da coluna do lado direito da entrada”. Aprovado o projeto de valorização, procede-se à abertura de “concurso público para execução da obra”, disse o presidente do município, que espera que “com o concurso público, até meados do próximo ano tenhamos a questão concluída”. Para que o Município de Vila Nova da Barquinha possa intervir

/ A Igreja da Atalaia, de estilo Manuelino, foi construída em 1528. legitimamente na Igreja da Atalaia, pertença do Ministério das Finanças e administrada pela Igreja Católica, foi assinado um protocolo com a Fábrica da Igreja de Nossa Senhora da Assunção da Atalaia que permite “a gestão partilhada pela Câmara, quanto aos eventos culturais”, sendo a questão da religiosidade e da prática católica “feita a partir da própria Igreja”, conclui Fernando Freire. Ana Rita Cristóvão PUBLICIDADE

/ Ponto de passagem do futuro percurso do Trilho Panorâmico do Tejo

Câmara Municipal aprova projeto para valorizar Igreja da Atalaia

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Julho 2019 / JORNAL DE ABRANTES

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REGIÃO / Abrantes

Câmara mantém interesse no Cineteatro S. Pedro e cinema de Alferrarede

Na reunião do Executivo da Câmara Municipal de Abrantes, realizada a 25 de junho, o vereador do PSD voltou a questionar o presidente acerca do ponto de situação em que se encontram as negociações com a Iniciativas de Abrantes acerca do Cineteatro S. Pedro. Rui Santos questionou se “há timings” definidos ou “se vamos continuar a arrastar o problema”, pois, como considera o vereador, “a cidade tem perdido”. “O senhor presidente costuma dizer que temos salas no nosso concelho para dar resposta às atividades culturais. É evidente que

temos, mas temos que ter mais do que isso, temos que ser ambiciosos. E o ser ambiciosos é ter uma sala realmente digna”, acrescentou Rui Santos Manuel Jorge Valamatos confirmou a existência de reuniões com os representantes da Iniciativas de Abrantes e falou num alinhamento de estratégias, “de possibilidades de podermos vir a negociar”. “Aquilo que eu senti por parte dos representantes das Iniciativas de Abrantes é que também têm vontade em resolver o assunto”. No entanto, frisou o presidente, “se as Iniciativas de Abrantes tiverem

outro entendimento, nós temos que partir para outro. E no dia que partirmos para outro projeto, não voltamos atrás”. E deu razão ao vereador da oposição, afirmando “que precisamos de ter um espaço cultural quer para os nossos, quer para quem nos visita. Isso é inquestionável”. Manuel Jorge Valamatos disse que “nós entendemos que, se for de forma equilibrada e com bom senso, podemos todos agarrar o Cineteatro S. Pedro e fazer o que temos para fazer, porque neste momento ele não reúne condições para poder receber qualquer espetáculo e é

preciso um investimento financeiro muito significativo”. Adianta ainda que pretendem “chegar a um entendimento, é isso que queremos e temos a sensação que os representantes da Iniciativas de Abrantes também querem. Estamos todos muito empenhados em resolver o assunto e, neste momento, a «bola» está do lado deles, que estão a analisar as diferentes possibilidades”. Rui Santos tinha ainda outra questão, relativamente aos espaços culturais da cidade e quis saber também como está a questão do cinema de Alferrarede. Quanto ao edifício do cinema

Javalis avistados na área urbana de Abrantes Os javalis começam a ser um problema para os agricultores em vários pontos do país e também em Abrantes. Trata-se de uma espécie que repovoou os territórios florestais e que, na busca de alimento, procura zonas onde possa encontrar comida facilmente. Isso pode acontecer em zonas agrícolas ou perto de zonas habitadas. E, neste caso, já foram avistados na zona urbana de Abrantes. Luís Damas, presidente da Associação de Agricultores de Abrantes, disse ao Jornal de Abrantes que alguns agricultores começaram a ter problemas com a proximidade dos javalis que destroem as culturas. Nomeadamente os

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que cultivam milho de regadio. Segundo Luís Damas, trata-se do habitat preferido desta espécie selvagem. “Estes agricultores têm tido grandes prejuízos porque no verão, como regam os milhos, os javalis saem da charneca e refugiam-se nessas zonas de cultura”. Luís Damas acrescentou que os javalis convivem muito bem com os desperdícios dos humanos e que, por isso, acabam por se aproximar das zonas habitadas. Em Abrantes os javalis estão a invadir as zonas mais urbanas: “Aqui em Abrantes sempre houve javalis nas encostas próximas ao Tejo, mas agora temos duas ou três fêmeas com os filhotes que já foram

JORNAL DE ABRANTES / Julho 2019

/ Há vários registos de avistamentos de javalis na zona urbana de Abrantes avistadas na zona do Paiol e por trás do mercado diário”. Ao que indicou, os animais sentiram nesta zona um refúgio sem caça, com alimento e, por isso, fixaram-se. Luís Damas sublinhou a importância de não alimentar estes animais. “É bonito ver as crias, e as

fêmeas com as crias, mas por favor não os alimentem”. Sobre os perigos da proximidade destes animais, Luís Damas destaca apenas duas questões que, por enquanto, não se verificam por cá. Uma tem a ver com as doenças que podem ser transmitidas, a tu-

de Alferrarede, o presidente da Câmara de Abrantes revelou que se está a tornar um processo “deveras complicado” devido à quantidade de herdeiros. “É um imóvel com muito interesse, numa zona envolvida na questão da ARU (Áreas de Reabilitação Urbana). Tem um potencial enorme de requalificação”, disse. O preço que irão pedir pelo edifício, que “necessita de investimentos de tantos, tantos milhares de euros”, também pesará na decisão, confirmou Manuel Jorge Valamatos. Patrícia Seixas

berculose ou a peste suína. A outra tem a ver com o facto dos animais poderem atacar, mas apenas se se sentirem em perigo, ou se sentirem que as suas crias estão e perigo. Modo geral se sentirem a presença humana fogem. O responsável referiu que por forma a controlar as espécies é autorizada a caça em espera, o que não acontece nas zonas urbanas, e deu o exemplo das Serra da Arrábida, em que não se pode caçar e já foram vistos javalis nas praias e nas zonas dos restaurantes, onde há comida. Há mesmo algumas zonas do interior em que os agricultores defendem legislação que "autorize as associações de caçadores a abater os javalis" e que apoie financeiramente os agricultores pelos prejuízos causados com a perda das culturas da agricultura familiar. Jerónimo Belo Jorge


ESPECIAL / 26ª Feira Mostra de Mação PROGRAMA 22h30 - Atuação do Grupo MUSICAL AMENDOENSE – Palco 2

3 de julho

QUARTA-FEIRA 18h30 - Abertura Oficial da 26ª FEIRA MOSTRA, da XXI FEIRA DO LIVRO e do ESPAÇO RADICAL / INSUFLÁVEIS

23h00 - Encerramento do ESPAÇO RADICAL / INSUFLÁVEIS 23h30 - Atuação de CAPICUA

18h30 – Rastreios da Saúde Gratuitos – Stand do SAS

01h00 – Encerramento dos Espaços de Exposição

21h30 - Atuação do Conservatório de Música FIRMAÇÃO – Palco 2

01h00 - Dj Rasilmar e Dj Dhalvs – Palco 2

23h00 - Atuação de HOTPLAY – Tributo a COLDPLAY

7 de julho

23h00 - Encerramento do ESPAÇO RADICAL / INSUFLÁVEIS 01h00 – Encerramento dos Espaços de Exposição

DOMINGO 08h00 – CANOAGEM – Autocarro Mação/Ortiga – Org.: CMM / Amigos da Estação

4 de julho

08h30 - TRAIL DAS ZAGAIAS – Partida do Recinto da Feira Org.: CMM / BTZ Mação e ARC Chão de Codes

QUINTA-FEIRA 18h00 - Abertura da 26ª FEIRA MOSTRA, da XXI FEIRA DO LIVRO e do ESPAÇO RADICAL / INSUFLÁVEIS

09h00 - PASSEIO DE MOTORIZADAS CLÁSSICAS – Org.: CMM / C. S. C. D. de Envendos/Amigos das Velhas Máquinas de Envendos - Partida do Recinto da Feira Mostra

18h30 – Rastreios da Saúde Gratuitos – Stand do SAS

09h00 - PASSEIO DE CICLOTURISMO – Org.: CMM / G.D.R. de Carvoeiro - Partida do Recinto da Feira Mostra

20h30 – TORNEIO DE SUECA - Org.: CMM / Centro Cultural de S. José das Matas Restaurante do C. Dia S. José das Matas

09h00 – Passeio Pedestre Urbano ROTA DA ÁGUA – OS SEGREDOS DAS FONTES – Org. CMM / Centro C. Queixoperra

22h00 – Demonstração de Patinagem – Palco 2 Org.: CMM / Associação de Pais/ EE Mação

16h00 - Abertura da 26ª FEIRA MOSTRA, da XX FEIRA DO LIVRO e do ESPAÇO RADICAL / INSUFLÁVEIS

22h30 – Espetáculo de Variedades pela Sociedade Filarmónica União Maçaense

16h00 – Workshop sobre Primeiros Socorros – Stand do Município de Mação

23h00 - Encerramento do ESPAÇO RADICAL / INSUFLÁVEIS 24h00 – Atuação de DJ PANTALEÃO 01h00 – Encerramento dos Espaços de Exposição 01h30 - Dj Street – Palco 2

5 de julho

SEXTA-FEIRA VISITA OFICIAL à 26.ª Feira Mostra por entidades e convidados, com a presença do Secretário de Estado das Florestas e Desenvolvimento Regional, Miguel João de Freitas 17h30 – Inauguração da Exposição “Cinquenta anos a fazer P.Arte”, de António Colaço – Galeria do Centro Cultural Elvino Pereira 18h00 – Inauguração da Chaimite “Palavril”, de António Colaço – Rua Cipriano Dourado 18h30 – Arruada da Sociedade Filarmónica União Maçaense – Início junto aos Paços do Concelho 18h45 – Abertura da 26ª FEIRA MOSTRA, da XXI FEIRA DO LIVRO e do ESPAÇO RADICAL / INSUFLÁVEIS

– Visita aos Expositores 19h30 - Cerimónia de Distinção a Empresários do Concelho - Stand do Município de Mação 22h00 – Atuação do Grupo de Cantares e do Grupo de Danças d’OS MAÇAENSES – Palco 2 23h00 - Encerramento do ESPAÇO RADICAL / INSUFLÁVEIS 23h00 - Atuação de MARIZA 01h00 – Encerramento dos Espaços de Exposição 01H00 - Dj Muamba e Dj Hugo Rafael– Palco 2

6 de julho

SÁBADO 09h00 - ENCONTRO DE CÃES DE PARAR com largada de perdizes – Castelo - Org.: CMM / A. C. R. dos Caçadores do Castelo 15h00 - TORNEIO DE MALHA – Org.:

CMM / G. de Cicloturismo de São José das Matas - Recinto da Feira Mostra 16h00 - Abertura da 26ª FEIRA MOSTRA, da XXI FEIRA DO LIVRO e do ESPAÇO RADICAL / INSUFLÁVEIS 16h00 – Workshop sobre Primeiros Socorros – Stand do Município de Mação 16h30 – TORNEIO DE FUTSAL – Finais – Org.: CMM / Grupo Desportivo do Carvoeiro – Pavilhão Gimnodesportivo José Maia Marques 17h00 – EXPERIÊNCIA TT com o Piloto Maçaense Rui Marques – Início no Recinto da Feira 18h00 – COLOR RUN - Org.: CMM / Grupo DCR de Penhascoso 19h30 – ZUMBA - Palco 2 21h30 – Apresentação do Livro “Lembranças da minha rua nos anos 50 - Rua de São Bento”, de João Manuel Janino Pereira – Edição CMM/2019 – Stand do Município de Mação

17h00 – Sessão de Autógrafos com Mário Tropa, a propósito do livro “Mação na 1.ª Grande Guerra” – Stand da Feira do Livro 18h00 – Marchas Populares – Santa Casa da Misericórdia de Mação 18h30 - “O RECREIO DA ANITA” – Espetáculo Infantil – Palco Principal 21h30 – Apresentação do Livro “Castelo, aldeia até quando?”, de Ismael Prates Margarido – Edição CMM/2019 – Stand do Município de Mação 22h00 - Atuação do GRUPO DE CANTARES DA SERRA – Palco 2 22h00 - Encerramento do ESPAÇO RADICAL / INSUFLÁVEIS 22h30 - Atuação de MICAELA 24h00 – Encerramento da XXI FEIRA DO LIVRO - Encerramento dos STANDS DE EXPOSIÇÃO - Encerramento da 26ª FEIRA MOSTRA DO CONCELHO DE MAÇÃO

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ESPECIAL / 26ª Feira Mostra de Mação

“É a Mostra do concelho de Mação” // São 86 stands onde Mação vai mostrar as atividades económicas, o artesanato e as atividades das associações do concelho. São cinco dias de festa em que todo o concelho se envolve

e mostra aos visitantes a “vida” de Mação. São cinco dias de convívio, de encontros e altura de acalmar as saudades daqueles que estão longe e que, por esta altura, regressam “à terra”.

A Feira Mostra e o dia-a-dia do concelho foram os temas que guiaram a conversa com o presidente da Câmara Municipal de Mação, Vasco Estrela.

Que destaca da edição deste ano da Feira Mostra de Mação?

Contra Rui Esteves?

Contra o Estado. Não contra o Rui Esteves em concreto mas também contra ele, uma vez que na altura, além de ser Rui Esteves, era o Comandante Operacional Nacional. Estava investido de funções de direção e coordenação por parte do Estado, no Ministério da Administração Interna.

Começando pelo cartaz musical, temos Mariza, Capicua, Micaela, os HotPlay – Tributo a Coldplay e Dj Pantaleão. No entanto, também há espaço para a atuação de grupos do concelho, como o Conservatório de Música FIRMAÇÃO, espetáculo de variedades pela SFUMaçaense, Grupo de Cantares e do Grupo de Danças d’Os Maçaenses, Grupo Musical Amendoense e Grupo de Cantares da Serra. Este ano, como novidade, a tarde de domingo vai trazer o espetáculo infantil “O Recreio da Anita”. Depois, os 86 stands onde Mação mostra as suas atividades económicas, o artesanato e o trabalho desenvolvido pelas suas associações.

O Sistema MacFire está a ser implementado em todo o distrito de Santarém. Passados estes anos todos, qual é o sentimento de, finalmente, ver o sistema reconhecido?

Continua a ser uma Mostra virada para dentro mas a querer mostrar para fora?

Basicamente é isso. O que tentamos fazer é envolver todos aqueles que querem participar e fazer a Feira connosco. Não é que seja exclusivo mas há uma tentativa de que a Feira possa ser preenchida com as atividades económicas, com o artesanato e com as associações do concelho. Uma vez que é a Mostra do concelho de Mação, que o concelho se possa mostrar nas suas variadas facetas. E mais uma vez conseguimos atingir esse objetivo. Vamos ter 85 stands, mais o stand da Câmara Municipal onde também vão estar algumas associações presentes.

/ Uma vez que é a Mostra do concelho de Mação, que o concelho se possa mostrar nas suas variadas facetas.

Como a vai viver? Consegue “despir-se” do papel de autarca?

Sim, claro. Mas o importante é que corra tudo bem e para que isso aconteça, se em alguns momentos tiver que ser mais autarca e menos Vasco, assim será...

A Ribeira de Eiras foi requalificada. Foi dos primeiros ex-libris do concelho...

Essa requalificação decorreu da candidatura que foi submetida à Agência Portuguesa do Ambiente (APA) no âmbito dos incêndios e a intenção foi desassorear a ribeira e limpar o fundo dos detritos que ali se acumularam du-

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JORNAL DE ABRANTES / Julho 2019

rante anos e que foi muito potenciado em razão dos incêndios. Aproveitámos para fazer uns melhoramentos significativos nas comportas e no paredão e alguns melhoramentos laterais para pensarmos numa perspetiva de reutilização daquele espaço para o fim que, em tempos, foi pensado.

Mas dá para ir ao banho?

As pessoas podem ao ir ao banho mas por sua conta e risco. A Câmara não está a explorar aquele espaço, não há vigilância nem tem as análises da água feitas. Por isso não estamos a divulgar o espaço como praia fluvial. Mas as pessoas podem ali tomar banho como em qualquer lugar em que haja água no concelho. O que foi feito foi para dar dignidade ao espaço e recuperá-lo como zona de lazer.

Incêndios. Qual é o ponto de situação dos processos que o Município intentou contra o Estado?

Eram duas ações que foram convertidas numa única ação porque a juíza entendeu que não havia necessidade

de serem duas, uma vez que já tinha elementos suficientes para tomar a decisão e não necessitaria de ouvir as testemunhas arroladas quer por nós, quer pelo Ministério. Aguardamos, a muito breve prazo, uma decisão relativamente à providência cautelar e também à ação principal que intentámos contra o Estado relativamente à questão dos apoios e à possibilidade de o Município ter esses apoios através do Fundo de Solidariedade da União Europeia, que são os pagamentos a 100%. Relativamente ao desvio de meios, estou a ponderar o que fazer em relação a esse assunto mas, muito provavelmente, iremos também intentar uma ação judicial.

“Envolver todos aqueles que querem participar e fazer a Feira connosco.”

É muito gratificante, essencialmente para o vice-presidente António Louro. Ele foi a pessoa que, desde a primeira hora, acreditou nesse projeto e quase que o concebeu. Como ele diz, é um “filho” dele que, neste momento, vai seguir a sua vida. E é muito bom porque todos temos a certeza que o trabalho desenvolvido nesse campo foi bem desenvolvido. A muito breve prazo assinaremos um protocolo com a Autoridade Nacional de Proteção Civil e com as Comunidades Intermunicipais do Médio Tejo e a da Lezíria do Tejo para formalizar todo o incremento desde Sistema em todo o distrito. Houve da parte do Governo um reconhecimento do esforço e do trabalho que aqui foi desenvolvido.

Há dois anos, a Câmara Municipal de Mação e o CRIA assinaram um protocolo para a cedência do antigo quartel dos bombeiros voluntários para a criação de um Centro de Atividades Ocupacionais e um Lar Residencial, na vila de Mação. Como está o Projeto?

Está em curso. Estamos a receber propostas para início de obra e, dentro em breve, teremos novidades no que respeita às empresas que concorreram, custos… Depois, virá o processo burocrático do visto do Tribunal de Contas, adjudicação da obra, contratualização… portanto, diria que, a correr bem, teremos meio ano para o início da obra e, espero eu, que durante o ano de 2020 a obra possa ser feita. Este é um investimento do Município que será feito no âmbito do Plano de Regeneração Urbana da vila, financiado a 50%. Patrícia Seixas


ESPECIAL / 26ª Feira Mostra de Mação

Caminhos da Água. Mação Chimichurri (Argentina) 19 de julho 21H30. Largo dos Combatentes

Praias Fluviais convidam ao mergulho Chega o verão e com ele a vontade de dar uns mergulhos. Nesta altura, nada melhor que ter a praia “ao pé da porta”. E é isso que acontece no concelho de Mação. Três praias fluviais e piscinas municipais que refrescam o corpo e a alma de quem as procura. Embrenhámo-nos nas freguesias do concelho e fomos descobrir as praias. A cerca de 25 minutos da vila de Mação, entramos no vale onde se esconde a mais galardoada das praias do concelho: Carvoeiro. Com um enquadramento natural único, é um lugar calmo onde se pode desfrutar dos sons da floresta em redor e do ar puro. Pelo 13º ano consecutivo, a Praia Fluvial do Carvoeiro é Bandeira Azul e Bandeira de Qualidade de Ouro, atribuída pela Quercus. Enquadrada numa moldura verde, dispõe de balneários, bar de apoio, parque de merendas, cadeira anfíbia, churrasqueira e zona de banhos para adultos e para crianças. Mas “estas coisas dão trabalho porque para ter Bandeira Azul há

a necessidade de cumprir um sem número de critérios que ocupam muitos recursos, que custam muito dinheiro e que obrigam a um esforço contínuo por parte de quem tem a responsabilidade dessas praias, no caso, a Câmara Municipal de Mação”, explica Vasco Estrela, o presidente da Câmara Municipal. Já para receber o Galardão Qualidade de Ouro, em 2019, a água balnear tem de respeitar mais critérios, o que torna este galardão ainda mais rigoroso. Para a época balnear de 2019, a Quercus identifica 375 praias com qualidade de ouro em Portugal, menos 15 do que em 2018. A Praia Fluvial de Cardigos, situada na freguesia mais a norte do concelho de Mação, dispõe de uma zona de banhos, balneários, bar de apoio, parque de merendas e churrasqueiras. Recebe cada vez mais visitantes e é já uma referência nos locais a visitar durante o verão. Por sua vez, em Ortiga, na praia mais próxima da sede do concelho, é possível encontrar um bar, res-

Fausto Giori “Demenzio”(Itália) 20 de julho 17H. Praia fluvial Ortiga 21H30. Largo dos Combatentes 21 de julho 11H. Praia fluvial Cardigos 17H. Praia fluvial Carvoeiro taurante, zona de banhos, cais de embarque, balneários e um posto médico. Um espaço que possibilita a prática de atividades desportivas de ar livre/aquáticas e lazer, dispondo ainda de canoas, torre de escalada e campo de voleibol. Para quem pretender estender a sua permanência neste local, tem disponível o Parque de Campismo, classificado com três estrelas e que conta como mais-valia “os altos padrões de qualidade de equipamentos e de serviços prestados”. As três praias fluviais do concelho dispõem ainda de espreguiçadeiras de praia e toldos de praia. A Câmara Municipal assegura ainda nadadores salvadores em todos os três espaços. “Temos a noção que cada vez mais pessoas procuram este tipo de praias e, felizmente, o concelho de Mação vai sendo bem conhecido, e conhecido pela positiva, devido às suas praias. A nossa obrigação é não estragar o trabalho que está feito e, ano após ano, ir melhorando”.

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ESPECIAL / 26ª Feira Mostra de Mação

Rotas de Mação para “reerguer o concelho com aquilo que a natureza nos dá” O projeto de criação de várias Rotas pedestres no concelho de Mação foi aprovado pela Câmara Municipal. O projeto tem vindo a ser desenvolvido por vários munícipes, das várias freguesias do concelho, com o envolvimento dos presidentes de Junta. Leonel Mourato, da freguesia de Ortiga, “foi o grande dinamizador de todo este projeto”. O grupo das Rotas é composto por “pessoas da sociedade civil” que “moram no concelho ou são do concelho e vivem fora”, que se juntaram para criar este movimento. O responsável começa por dizer que “antes de mais, permita-me dizer que não é o Leonel Mourato que aqui vai falar. Quem aqui vai falar, são todos aqueles que acreditam neste sonho e que estão ligados a Mação. São os povos de Mação. As Rotas de Mação são muito mais que meros caminhos no monte para passar nuns sítios engraçados. As Rotas têm o sonho maior de criar um GEOPARQUE em Mação em 2025. Temos um longo caminho de 6 anos pela frente. (...)Temos o nosso caminho bem delineado”. Leonel Mourato avança que apenas uma das rotas já está homologada, e que “até ao final deste ano vão ser propostas para homologação” quatro das rotas, sendo que no primeiro semestre do próximo ano vão ser mais quatro, acontecendo o mesmo no segundo semestre de 2020. A fase de homologação das últimas três rotas acontecerá no primeiro semestre de 2021. Mas o JA quis saber como surgiu esta ideia. Leonel Mourato disse que “nasceu de um desafio, durante um evento de Geocaching realizado em Ortiga em Julho de 2018, lançado aos elementos do nosso staff pelo Sr. presidente da CM Mação, Dr. Vasco Estrela, para que fosse replicado em todo o concelho o conceito do Geocaching, interligando-o com um projeto que a Câmara tinha das aldeias históricas. Este é um projeto de coesão territorial, envolvendo a Câmara, todas as Juntas de Fregue-

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sia, entidades parceiras e entidades convidadas. Envolvendo o povo do concelho. No entanto, o desafio foi aceite “com algumas condições: todas as Freguesias teriam a sua Rota e não existirem politiquices, nem clubites. A primeira está cumprida. A segunda acredito que também”. São, portanto, 16 rotas pois, como explicou Leonel Mourato, “para nós o mais importante são as pessoas. O território. As memórias. Todo o território é igual e importante, não queremos enfeitar uns locais e deixar outros ao abandono. Queremos deixar um legado para as gerações futuras”. Para o presidente da Câmara Municipal de Mação, Vasco Estrela, trata-se de “juntar num só documento um conjunto de rotas que podem vir a ser implementadas um pouco por todo o concelho, em todas as freguesias”. Quanto ao estado de preparação em que se encontram, Leonel Mourato adiantou que “temos cada Rota em diferentes estádios. Fizemos um planning que apresentamos à Câmara Municipal no passado mês de maio, onde estiveram presentes todas as Juntas de Freguesia. Do ponto de vista do terreno, até final de 2019, estamos a preparar as 3 Rotas (PR-MAC-ROTA ORTIGA SUL, PR-MAC-ROTA BREJO E BANDO DOS SANTOS e PR-MAC-ROTA DA QUEIXOPERRA), anunciadas pelo presidente da Câmara. No entanto, acreditamos que conseguimos incluir para homologação em 2019, o PR-MAC-ROTA DO CARVOEIRO, que tem o início e fim na lindíssima praia fluvial do Carvoeiro, mais uma vez com Bandeira Azul. Já conta 13 anos seguidos. Do ponto de vista administrativo, estamos a instruir os 4 processos em simultâneo, o que não é fácil. Durante os meses de julho, agosto e setembro, iremos mais uma vez para o terreno com a equipa dos conteúdos informativos que inclui geólogos, arqueólogos, biólogos, historiadores, tradutores. Temos gente com milhares de quilómetros de percursos pedes-

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tres percorridos em Portugal, Europa e América, com experiência em georreferenciação em sistemas GPS, escalada, espeleologia, orientação, cartografia. Diremos que as ROTAS para 2019, estão 80% prontas, faltando mais o aspeto administrativo, que do ponto de vista do terreno”. O projeto “Rotas de Mação” foi apresentado a 16 de maio e “tem um conjunto de rotas muito interessantes por todo o concelho e a Câmara aprovou a validação das propostas para as começar a imple-

mentar paulatinamente”, explicou Vasco Estrela. A implementação das Rotas será feita de “forma faseada, organizada e, passo a passo, sairá a ganhar o concelho de Mação com percursos que afirmam a nossa beleza e o nosso potencial”. Para Vasco Estrela este é “um projeto quase comunitário em todo o concelho”. O presidente considera o projeto “extremamente importante para dinamizar o turismo natureza e as nossas potencialidades”. Em declarações ao Jornal de

Abrantes, o dinamizador do projeto Leonel Mourato deu conta que “as expetativas são normais, pois acreditamos em nós, temos os pés bem assentes na terra, mas somos ambiciosos e temos algo que é muito bom: Temos um sonho. Tornar o concelho num Geoparque em 2025”. “Queremos estar na vanguarda. Queremos estar com os melhores. Juntos iremos reerguer o concelho, após os incêndios de 2017, só com o que temos e com aquilo que a natureza nos dá”, conclui Leonel Mourato.


REPORTAGEM /

“Nós transportamos a Santa, a Festa é do povo” Ao longo de um mês dois barcos transportam a imagem de Nossa Senhora dos Avieiros que, de terra em terra, cumpre a peregrinação fluvial ao longo do Rio Tejo, de Espanha a Oeiras. Carolina Ferreira

Começou a viagem de 2019 no Rosmaninhal e Santiago de Alcântara, na fronteira espanhola. A imagem da Nossa Senhora dos Avieiros ou do Tejo é colocada na proa da bateira que, há sete anos, a transporta. E ao longo de 15 etapas vai descendo o Tejo, com paragens aqui e ali, nas margens, onde é saudada pelo povo. Onde abençoa o povo. E onde permite a criação de momentos culturais, cada um deles à medida de cada terra. A bateira que transporta a imagem santa é conduzida pelo mestre Lobo, marinheiro, que já competiu na motonáutica e que já foi bombeiro mergulhador, em Alpiarça. Tem como guarda de honra o corpo de Fuzileiros. E depois, ao longo do percurso, juntam-se-lhe outros barcos, botes e canoas. O Cruzeiro Religioso do Tejo vai já no sétimo ano e faz o caminho fluvial dividido por 15 etapas. A etapa que o Jornal de Abrantes acompanhou, a 1 de junho, começou de manhã a jusante da Barragem de Ortiga. A barreira no rio obrigou ao transporte da bateira e dos botes dos Fuzileiros em camião. Quem é desta zona do norte do Ribatejo conhece bem o rio, e vê como ele corre, quase vazio, em grande parte dos dias. Navegabilidade é palavra que quase desapareceu do léxico desta região. Com caudal suficiente, pelas descargas da EDP na barragem de Belver, as três embarcações tiveram a companhia de uma outra, mais pequena, de recreio, que acompanhou a bateira da santa dos Avieiros pela sua descida. À chegada dos barcos estava um número considerável de habitantes. Debaixo de uns choupos frondosos e frescos, a Filarmónica Mourisquense acolheu a imagem, ao lado do Pároco, Francisco Valente, que conduziu uma pequena cerimónia litúrgica. Como nos havia revelado Rui Rodrigues, da Confraria Ibérica do Tejo, “o povo é que faz a festa, é que faz com que o cruzeiro religioso pontue, anualmente, estas localidades”. Repostas as calorias de uma manhã quente, altura de embarcar para o percurso da tarde. Saída de Mouriscas, paragem no Pego e final da etapa do tio em

/A população recebe a Santa com fé e flores

/ Nossa Senhora dos Avieiros ou do Tejo Rossio ao Sul do Tejo. É aqui, em Mouriscas, que começou a nossa viagem, pelo rio, num dos botes dos fuzileiros, o Cristóvão e o Moreira. Vestidos os coletes, o bote entra na água e deixamos os choupos, frescos. Podemos observar a população de Mouriscas, de lenços brancos nas

mãos, a dizer adeus à Nossa Senhora. Um até p’ro ano. Surge então uma outra barreira no rio. É que foi construído um travessão, uma barreira de pedras no Tejo por forma a criar uma represa de água para alimentar a tomada de água da Central Termoelétrica do Pego. Este travessão impede a nave-

gabilidade dos barcos, mas a barreira é contornada pela presença de uma grua da Câmara de Abrantes que, na margem, passa os barcos pelo ar, por cima das pedras do travessão. A bateira com a Nossa Senhora dos Avieiros é levantada pela grua com o mestre Lobo sempre no seu posto. Nem aqui

larga o barco. “Sabe, estou habituado a isto. Por isso é que disse que a cinta na bateira estava bem colocada. Fui piloto de competição. E quando a grua punha os barcos na água eu ia lá em cima deles, agarrado aos cabos”. Explicação simples de quem tem uma vida nas águas dos rios. Voltamos a reagrupar depois do travessão para continuar o percurso. Começamos a ver a receção no Pego. Primeiro os reflexos das bandeiras. Mais perto vemos as pessoas que ali estão. Em menor número do que é habitual. Mas o calor e a festa de aniversário do Rancho do Pego (nesse dia) deixaram a sua marca. Mesmo assim receberam a Nossa Senhora com as suas orações e com pétalas de rosas. Ali, num terreno preparado apenas para este momento, o grupo “Companhia dos Alegres” presenteou o Cruzeiro e os pegachos presentes com meia dúzia das suas danças. Depois de uma pausa e de, novamente, muito convívio na margem, voltamos novamente ao rio e ao percurso até ao final de mais uma etapa. Fazemos uma última curva, quando vemos as pontes de Abrantes (ferroviária e, mais à frente, a rodoviária) e, da margem sul, a tenda gigante que marca a paisagem. É ali que a imagem da Nossa Senhora do Tejo vai chegar. Novamente, com os cânticos da sua oração, com mais população e com a presença do Diácono Virgílio Marcelino que a recebeu. Conduziu, depois, a cerimónia litúrgica, na margem do rio, em Rossio ao Sul do Tejo. A Nossa Senhora dos Avieiros ficou em terra. A etapa só terminou em Tramagal, mas esta viagem foi feita de carro. A etapa continuou, depois, no domingo rio abaixo, com paragem nas aldeias ribeirinhas, até Oeiras, onde terminou a 23 de junho. A Nossa Senhora dos Avieiros é uma festa do povo. “Nós só transportamos a imagem, a Santa, depois a religiosidade e os momentos culturais e de convívio são do povo”. É assim que os membros da Confraria caracterizam esta peregrinação ao longo das águas do rio Tejo, desde Espanha, até Oeiras. É um Cruzeiro religioso mas, acima de tudo, popular e cultural. Jerónimo Belo Jorge

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ATUALIDADE / Mação

“Mação está pronto!” para a Reforma da Floresta

Numa altura em que a reforma da floresta é discutida em Portugal, Vasco Estrela, presidente da Câmara Municipal de Mação, diz que “faz todo o sentido” ter em Mação o Secretário de Estado das Florestas, Miguel Freitas, na inauguração oficial da 26ª Feira Mostra, a 5 de julho, de “um concelho que muitos contributos tem tentado dar (…) muito pela ação do António Louro”. “O que queremos dizer ao país e ao Secretário de Estado, de uma forma muito clara, é que Mação tem pensamento estrutural sobre esta matéria, que Mação quer dar o seu contributo para uma reforma importantíssima para o país e importante para o desenvolvimento do interior (…) e poder dizer que Mação conta para este campeonato”, declarou o presidente. Vasco Estrela defendeu ainda “que já vai sendo tempo de começarmos a ser mais efetivos naquilo que andamos a dizer, enquanto país, na questão da valorização do interior e sermos mais efetivos nesta famosa reforma da floresta da qual ainda pouco se sabe”. O autarca falou da oportunidade para o Secretário de Estado “no concelho do país que mais ardeu em 2017, mas também o concelho do país que, provavelmente, mais tem tentado fazer para contrariar a situação,

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/ “Depois de tanto ter discutido (...) no terreno as coisas continuam exatamente como estavam em 2005, 2006, 2007...” - António Louro poder dizer de sua justiça e de dar a conhecer quais as propostas que o Governo tem para esta matéria”. O vice-presidente, António Louro, também falou da floresta e afirmou que “o país está a passar uma fase constrangedora (…) depois de tanto ter discutido, depois de tantas análises, o problema é que no terreno as coisas continuam exatamente como estavam em 2005, 2006, 2007... morreu tanta gente, todos tivemos a expetativa de que ia mudar qualquer coisa de estrutural”.

JORNAL DE ABRANTES / Julho 2019

“A floresta demora muitos anos a repor mas tem que se começar a ver de qualquer coisa de concreto”, afirmou. O vice-presidente contou que “Mação tem apresentado novos caminhos, temos tentado seguir caminhos que nem sempre consideramos por serem fáceis mas que temos apontado por sentirmos que nos podem levar a algum lado”. Mas há um recado que Mação tem para deixar a Miguel Freitas: “Em Mação, estamos prontos”. “É que

Mação é o sítio onde a mensagem que tem vindo a ser propalada pelo Governo é dita desde 2004. Se há algum sítio no país em que as pessoas estejam preparadas para fazer coisas diferentes e tentar, de uma vez por todas, parar este ciclo infernal, é em Mação. Estamos prontos para dar esse salto na gestão, sabemos o caminho mas há uma coisa que estes anos todos provaram: é que sem o apoio do Governo, não é com os esforços de um pequeno Município que se inverte um problema tão grande”. António Louro disse que a mudança é essencial e acrescentou que “é inegável para todos que não estamos a ter qualquer sucesso nas políticas que têm sido aplicadas”. Para o autarca, há ainda outra questão que tem que se “pôr em cima da mesa. Apesar da floresta ser a cobertura com mais impacto nestes territórios, não podemos continuar a falar de floresta. Temos que falar de territórios, porque se alguma coisa estes incêndios nos provaram, é que quando enchemos os nosso território de floresta, ele ardeu de uma forma extremamente violenta”. E deixou como alerta para o futuro que “não podemos querer fazer só floresta. Temos que fazer territórios sustentáveis. Isso implicará fazermos muita floresta mas nem só. Precisamos de voltar

a ter algumas atividades agrícolas, precisamos de voltar a ter atividades pecuárias (…) a agricultura tem que começar a ser feita já. O ordenamento tem que começar a ser feito já”, declarou. O vice-presidente acrescentou ainda que “grande parte do que temos andado a fazer [em Portugal] nestes últimos 40 anos são disparates”, justificando que não é com mais esta ou aquela medida que o problema se resolve. “O problema é tão grave que em grande parte do território português, colapsou o sistema de gestão socioeconómico que existia. As pessoas saíram, não foram substituídas, e a única coisa que cresceu foi o abandono”. António Louro deixou o alerta, dizendo que “se pensam que vêm estimular agora o retorno dos proprietários, a virem das cidades para tratarem dos seus bocadinhos, desiludam-se. Isso não vai acontecer. Se pensam que os que cá estão, sozinhos, que são donos de uma pequena parte e ainda que trabalhem muito bem, vão ser capazes de resolver este problema, esqueçam. Não vai acontecer” A floresta é tema sempre presente no concelho de Mação e vai estar em destaque na 26ª Feira Mostra do Concelho, de 3 a 7 de julho. Patrícia Seixas


ATUALIDADE / Mação

AM recusa competências na saúde e na educação e a 1 de janeiro de 2021 assumiremos as competências legais, isto de a lei se mantiver”. José Fernando, presidente da União de Freguesias de Mação, Penhascoso e Aboboreira questionou o que é que, efetivamente, a Câmara não ia aceitar. Foi ainda feito um pedido de explicações sobre a proposta que estaria em cima da mesa que levou a esta decisão política de recusar estas competências. António Almeida, pela bancada do PSD, suportou a decisão do executivo ao dizer que recusar as competências já para o próximo ano era uma boa medida. E acrescentou que “é bom ganhar algum tempo e ver o que acontece à nossa volta”. Vasco Estrela revelou ainda que os mapas da área da saúde “chegaram completamente errados. Por exemplo a extensão de saúde de Penhascoso custava à Câmara cento e poucos euros por ano. E na educação, os mapas chegaram-

/ “A Câmara tem um ano e meio para se adaptar a esta realidade e olhar para os concelhos vizinhos que vão aceitar” – Vasco Estrela -nos apenas na semana passada. É também um dos motivos que leva o governo a adiar e alterar as datas disto tudo”. O autarca revelou que a decisão tomada foi política, não contra o governo, mas “porque achamos que, para já, não havia uma mais valia evidente que justificasse a nossa presença dentro destas unidades. E há questões que têm de ser trabalhadas”.

Já sobre a transferência de competências da Câmara de Mação revelou a intenção e abertura de reunir com todos os autarcas para “negociar” as transferências de competências, sendo que teve o presidente da União de Freguesias a querer as transferências e o presidente de Carvoeiro a recusar, liminarmente. Mas é preciso haver abertura negocial. “Isto é simples.

AF CA_CAMPANHA AGRICULTURA_IMPRENSA PI 210x285mm_.pdf

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10/01/2019

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Vamos conversar. Transferimos tudo, uma parte ou nada”. Ainda nesta Assembleia Municipal foram aprovados os protocolos de apoio financeiro às juntas de freguesia de Envendos e Ortiga, o que levou Vasco Estrela a vincar que trata todas as juntas da mesma forma, independente das famílias políticas. Jerónimo Belo Jorge PUBLICIDADE

A Assembleia Municipal de Mação recusou a transferência de competências nas áreas da saúde e da educação. As decisões foram aprovadas por maioria do PSD e do presidente da Junta de Freguesia de Amêndoa, com as abstenções do PS. A explicação da decisão do Executivo que tem de ser aprovada pelo órgão deliberativo foi simples. A Câmara de Mação não está em condições de aceitar as competências pelo que ficarão para 2021. Vasco Estrela, presidente da autarquia, anunciou que assim a Câmara tem um ano e meio para se adaptar a esta realidade e olhar para os concelhos vizinhos que vão aceitar já competências. Esta decisão “vem de acordo com o que preconizamos, desde o principio, pelo que não é novidade nenhuma”, sustentou o presidente da Câmara de Mação, acrescentando na sua intervenção que “ficamos estabilizados até dezembro de 2020

EDITAL N.º 1/2019 HASTA PÚBLICA PARA A ALIENAÇÃO DE DIVERSOS EQUIPAMENTOS DO CENTRO HOSPITALAR MÉDIO TEJO, E.P.E. O Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Médio Tejo, E.P.E., torna público e a todos faz saber, que se aceitam propostas até às 17h00 do dia 19 de julho de 2019, para a hasta pública para a alienação de diversos equipamentos do Centro Hospitalar Médio Tejo, E.P.E.. Informa-se que: • Podem concorrer pessoas singulares, coletivas, empresas ou grupos de empresas que declarem a intenção de se constituírem juridicamente numa entidade ou em consórcio externo. •

Os bens a alienar podem ser analisados na Unidade Hospitalar de Abrantes, Tomar e Torres Novas do CHMT, das 09h00 às 12h00 e das 14h00 às 17h00.

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O ato público da hasta pública terá lugar em cada uma das unidades hospitalares mencionadas, nos seguintes dias: - Torres Novas (Av. Xanana Gusmão): 23 de julho de 2019 - 10 horas - Tomar (Av. Maria de Lourdes de Mello e Castro): 23 de julho de 2019 - 15 horas - Abrantes (Largo Eng. Bioucas): 24 de julho de 2019 - 11 horas

A base de licitação da hasta pública é de: - Abrantes: 500,00 € (quinhentos euros) - Torres Novas: 250,00 € (duzentos e cinquenta euros) - Tomar: 250,00 € (duzentos e cinquenta euros)

O pagamento do valor total de arrematação deverá ser efetuado de imediato na Tesouraria do Centro Hospitalar do Médio Tejo, Av. Xanana Gusmão, Torres Novas.

As regras e demais condições do procedimento encontram-se definidas no Programa da Hasta Pública que se encontra disponível no Serviço de Gestão Logística do CHMT, na Unidade de Torres Novas, e no sítio da internet do CHMT, em http://www.chmt.min-saude.pt/

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Para constar, se pública este Edital e outros de igual teor, que vão ser afixados nos lugares públicos do costume. O Conselho de Administração do CHMT

Julho 2019 / JORNAL DE ABRANTES

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MEDIA /

Rádio Tágide: Já nos pode ouvir em www.radiotagide.pt 18 de Abril de 1983....Rui Pimenta, Artur Ceia, Fernando Pires, José Manana, Delfim Campos e Rogério Ventura começaram a escrever uma história chamada Rádio Tramagalense que, em 1986, passaria a chamar-se Rádio Tágide, a emitir sempre com estúdios em Tramagal. Muitos se lhes juntaram nos anos seguintes e a brincadeira radiofónica viria a tornar-se num caso sério de popularidade junto do auditório que foi sempre conquistando no concelho de Abrantes e limítrofes. Até 2014, ano em que deixou de emitir, a estória da Rádio Tágide fica escrita na importante história do panorama radiofónico no concelho de Abrantes.... Em 2019, precisamente no ano em que se comemoram 30 anos da legalização das rádios “piratas”, Paulo Delgado e Carlos Aparício, amigos e colegas de trabalho na rádio Antena Livre e ex-colaboradores da Rádio Tágide, tiveram a ideia de não deixar este nome cair em esquecimento e, em 2015, começaram ambos a trabalhar no desenvolvimento dum novo projeto de rádio: Uma Rádio On-line dedicada aos "bons velhos tempos" da rádio em Portugal e em especial no concelho de Abrantes. Em jeito de homenagem, chamaram-lhe Rádio Tágide, devolvendo ao concelho este importante nome da comunicação. A 21 de junho de 2019, entretanto apadrinhada pela Media On - Comunicação Social, começa a emitir na internet a nova Rádio Tágide, honrando a estória e o portfólio da Rádio que todos conheceram e não podem esquecer. Para ouvir em www.radiotagide.pt E foi precisamente à 21h55 de 21 de junho de 2019 que começou a tocar em www.radiotagide.pt o tema Carmina Burana de Carl Orff. Precisamente o mesmo que durante anos marcava a abertura das emissões da Rádio Tágide. Começava assim a nova Rádio Tágide, com uma emissão conduzida pelos seus criadores Carlos Aparicio e Paulo Delgado que, até à meia noite, desvendaram um pouco do que é esta nova rádio e receberam muitos convidados. Em estúdio, Luís Ablú Dias, administrador da Media On dizia à conversa com os anfitriões da emissão que “a Media On mostrou logo todo o interesse quando vocês apareceram com a ideia, pois achei que fazia todo o sentido ter no grupo esta rádio on-line que só pode ser uma mais-valia. É um projeto totalmente diferente da Antena Livre e que, sendo diferenciador, pode trazer novos ouvintes e novas

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“E vós, Tágides minhas, pois criado Tendes em mi um novo engenho ardente, Se sempre em verso humilde celebrado Foi de mi vosso rio alegremente, Dai-me agora um som alto e sublimado, Um estilo grandíloco e corrente, Por que de vossas águas Febo ordene Que não tenham enveja às de Hipocrene”

ideias. Foi com muito gosto que a Media On adotou a Rádio Tágide que assim se junta à Antena Livre e ao Jornal de Abrantes”. O presidente da Câmara Municipal de Abrantes, Manuel Jorge Valamatos, também saudou a nova Rádio Tágide a quem desejou as maiores felicidades, dando os parabéns aos seus criadores por esta iniciativa e aposta no on-line, num mundo que é cada vez mais digital. Manuel Jorge Valamatos contou ainda à reportagem do jornalista Jerónimo Belo Jorge que “lem-

JORNAL DE ABRANTES / Julho 2019

bro-me muito bem daquela época em que a RAL e o Rádio Tágide faziam uma disputa saudável para ver quem fazia o melhor programa desportivo e lembro-me também do impacto que os discos pedidos tinham na vida das pessoas. Nunca pedi nenhum disco, mas ouvia e eram emissões que tinham muito impacto junto das populações”. Momento importante desta noite, e desta emissão especial, foi a participação de Artur Ceia e Rui Pimenta, dois dos fundadores da Rádio Tágide em 1983. Artur Ceia agradeceu a todos os ouvintes que durante anos a fio ouviram a Rádio Tágide fazendo dela aquilo que foi e acrescentou que “o que me deixa mais feliz é o facto de vocês terem tido esta ideia e manterem assim vivo o nome Rádio Tágide. Embora o projeto seja diferente, eu tinha muita pena que o nome tivesse morrido com o fim das emissões e vocês vão mantê-lo vivo. Obrigado por isso”. Já Rui Pimenta também referiu que “vejo com muitos bons olhos o regresso do nome da rádio, ainda por cima vindo de alguém que esteve ligado à casa. É bonito

que se tenha feito e sinto-me muito honrado com isso”. Patrícia Seixas em estúdio e o professor Alcínio Serras em reportagem com o jornalista Jerónimo Belo Jorge, recordaram um dos míticos programas da estação: o “Hora 2”, por onde passaram durante anos inúmeros estudantes da área de jornalismo, muitos dos quais, viriam mesmo a fazer carreira, como foi o caso da hoje diretora do Jornal de Abrantes, Patrícia Seixas. Vítor Hugo Cardoso, o presidente da Junta de Freguesia de Tramagal, também passou por esta emissão especial de abertura da nova Rádio Tágide, tendo referido que “é uma alegria enorme perceber que este nome renasce. A Rádio tágide teve um papel importantíssimo na sociedade e fez história e essa história é agora homenageada com a chegada desta nova rádio. Eu estou expectante e certamente que as pessoas de Tramagal e da região também. Sei que é uma rádio nova e um projeto diferente, embora envolva algumas pessoas do passado, mas ter o mesmo nome é muito bom porque só de

ouvir o nome me emociono”. Em representação da música portuguesa, Carlos Aparício e Paulo Delgado desafiaram para a conversa Manuela Bravo que, bem-disposta, anunciou que estava de saída para o estrangeiro para participar num evento relacionado com a eurovisão onde participou com o seu “Sobe Sobe Balão sobe”. Manuela Bravo contou ainda que “é muito bom que esta rádio venha dar voz e fazer ouvir as músicas de sempre, que foram feitas no passado mas que perduram no tempo. Tenho muito orgulho em que isso aconteça. E gostava muito de dar concertos na vossa bonita zona”. A nova Rádio Tágide aí está…e pode ser ouvida em todo o mundo em www.radiotagide.pt. Aníbal Almeida com o seu “Meia Noite e Uma Guitarra” transitam para a nova Rádio Tágide, bem como os irmãos Ricardo e Artur Silva e ainda Lurdes Gonçalves, entre muitas outras vozes. As músicas das nossas vidas, passam todas pela Rádio Tágide, “A Rádio dos Bons Velhos Tempos”


ATUALIDADE / Vila de Rei

/ Sessão de Assembleia Municipal de Vila de Rei de 18 de junho de 2019

Ana Rita Cristóvão

QUA 7 (RECEPÇÃO AO CAMPISTA) COSMIC MASS · MISTER TEASER

terras sem dono e adia a aplicação da lei em vigor, que prevê que ao fim de 15 anos as terras que não são reclamadas passem para o Estado”. Na moção é considerado que aprovação da suspensão significa que “durante 10 anos ficarão ao abandono um número indeterminado de propriedades” e que tal situação constitui não só “um fator adicional para o risco de incêndio” como permite que os territórios “continuem sem produzir qualquer riqueza ou serviço ambiental”, situação que o PS considera ser “incompatível com uma gestão profissional e economicamente sustentável da floresta”. A moção foi levada a votação e aprovada por unanimidade, com o presidente do município, Ricardo Aires (PSD), a dar conta de que já fez chegar ao PSD Nacional “um ofício no sentido de aprovarem em sede de especialidade a favor”. Ana Rita Cristóvão

SCÚRU FITCHÁDU PARAGUAII LODO + PEIXE AFONSO CABRAL SALLIM GATOR, THE ALLIGATOR DADA GARBECK DJ NARCISO CAL ADÉLIA

SÁB 10

TIAGO BETTENCOURT POP DELL'ARTE TRÊS TRISTES TIGRES GLOCKENWISE + JP SIMÕES DJ RIDE STEREOSSAURO MIRAMAR JORGE DA ROCHA BALEIA BALEIA BALEIA TIAGO FRANCISQUINHO VALENTE MAIO PEQUENAS ESPIGAS MIL FOLHAS

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S M OL D O TOMAR S

APOIOS INSTITUCIONAIS PARCEIROS DE COMUNICAÇÃO

AGOSTO FIRST BREATH AFTER COMA 08 2019 + NOISERV BLUES 09 1BUDDA 1 &POWER MARIA JOÃO 10 HELDER MOUTINHO

DOM 11

JÚLIO PEREIRA MOULLINEX DINO D'SANTIAGO LUÍSA SOBRAL SENSIBLE SOCCERS + TIAGO SAMI PEREIRA SOPA DE PEDRA + JOANA GAMA TAPE JUNK PEDRO MAFAMA RICARDO TOSCANO E JOÃO PAULO ESTEVES DA SILVA GALO CANT’ÀS DUAS RICARDO LEITÃO PEDRO VOZES TRADICIONAIS FEMININAS TELMA BONSSONS.COM

VEM VIVER A L A D E I A

BEBIDA OFICIAL

/ Carlos Dias, Fernando Martins e Manuel Viana da bancada do PS de Vila de Rei

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DIABO NA CRUZ X-WIFE JOANA ESPADINHA + BENJAMIM FOGO FOGO ORQUESTRA FILARMÓNICA GAFANHENSE MANO A MANO RAQUEL RALHA & PEDRO RENATO SENZA FRANCISCO SALES CARLOS BATISTA VÉNUS MATINA DJ JOÃO MELGUEIRA

PARCEIROS DE PROGRAMAÇÃO

QUI 8

PARCEIROS INSTITUCIONAIS

O Partido Socialista de Vila de Rei levou a votação na Assembleia Municipal de 18 de junho uma moção de recomendação a apresentar aos grupos parlamentares da Assembleia da República, no sentido de alargar o projeto-piloto do sistema de informação cadastral simplificado a todo o país, no que diz respeito aos terrenos sem dono. A leitura da moção foi feita pelo deputado socialista Fernando Martins, que disse que o objetivo é que os grupos parlamentares alterem “na presente legislatura, a votação indiciária manifestada recentemente e aprovem, em nome do interesse nacional, o diploma que cria o cadastro florestal, elemento essencial à reforma da floresta”. Fernando Martins contextualizou que “os deputados aprovaram recentemente o alargamento a todo o país do projeto-piloto” e que o parlamento adiou a votação da proposta do PCP que “suspende por 10 anos a possibilidade de o Estado reclamar

tar preparado “nem possuir meios de atuação e intervenção” para assumir já responsabilidades tais como a verificação das condições higio-sanitárias dos estabelecimentos agro-alimentares que utilizem matéria-prima de origem animal não transformada e competências relativas a centros de recolha e alojamento para hospedagem de animais de companhia, entre outras. Apesar do deputado socialista Fernando Martins ter questionado sobre se o município não deveria prepara-se para aceitar já as competências que constituem “um processo inevitável”, o autarca Ricardo Aires defende neste momento aquilo que importa é “prepararmo-nos para que, caso a lei não mude, em 2021 tenhamos essa capacidade”. Ainda na Assembleia Municipal de Vila de Rei foi nomeada a Equipa para Igualdade na Vida Local, no âmbito do Protocolo de Cooperação para a Igualdade de Género e Não Discriminação celebrado entre a

ORGANIZAÇÃO

... e aprova moção socialista sobre cadastro florestal

A Assembleia Municipal de Vila de Rei aprovou também, com abstenção da bancada do PS, a recusa da transferência de competências para as autarquias nas áreas da proteção e saúde animal e da segurança dos alimentos para 2020. O município considera não es-

BILHETES À VENDA NOS LOCAIS HABITUAIS. PASSE 4 DIAS (CAMPISMO INCLUÍDO): 50€. BILHETE DIÁRIO: 22€/25€

A Assembleia Municipal de Vila de Rei, reunida a 18 de junho, aprovou por unanimidade a recusa da transferência de competências para o município na área da educação. O presidente do município, Ricardo Aires, explica que Vila de Rei irá continuar com “a descentralização de 2015”, que consiste num projeto-piloto ao qual o município pertence - o programa Aproximar. O executivo considera que o diploma de 2019 é “redutor, pois sente-se falta de confiança no poder local (…) não existindo uma abertura para o papel dos autarcas e para o poder local no processo de decisão estratégica”. A recusa do diploma deve-se também à redução do envelope financeiro definido, o que “torna todo o processo incomportável”, uma vez que não inclui despesas relativas a ajudas de custo, vestuários, livros e material, documentação técnica e cultura.

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AM rejeita competências na educação, proteção animal e segurança alimentar...

Câmara Municipal de Vila de Rei e a Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género, validado pela secretária de Estado Estado para a Cidadania e Igualdade, Rosa Monteiro. O protocolo de cooperação pretende executar, monitorizar e avaliar a implementação de medidas e ações que concorram, ao nível do município, para a territorialização da Estratégia Nacional para a Igualdade e Não Discriminação. A proposta única em cima da mesa na Assembleia Municipal de Vila de Rei foi do PSD, que propôs a nomeação Carla Sarmento, Diogo Santos, Fátima Tavares e o presidente da Junta de Freguesia de Vila de Rei, Sérgio Francisco. Em votação secreta, a proposta do PSD foi aprovada por maioria, com 14 votos a favor e 3 votos contra. O município de Vila de Rei afirma que “no âmbito do desenvolvimento da sua Política Social estratégica o Município de Vila de Rei, tem vindo a reforçar medidas preventivas, de intervenção e de implementação no Concelho de Vila de Rei, de modo a garantir os interesses dos seus munícipes para a Igualdade de Género entre Homens e Mulheres e à Não-Discriminação, e Não-Violência”.

Julho 2019 / JORNAL DE ABRANTES

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REGIÃO / Fugas de verão

Tes uros por descobrir mesmo aqui ao lado O

verão chama por praia e água, mas pode igualmente chamar por serra, campo ou conhecimento. Na nossa região podemos ter duas mãos cheias

de locais interessantes e, eventualmente, menos conhecidos do grande público. Fomos à descoberta desses locais e deixamos as coordenadas para que possa chegar mais facilmente

a estes recantos de verão. Da serra, com um parque de merendas em que pode fazer um churrasco e “caminhar” nos trilhos a grande altitude, a uma ribeira com muitas sombras

e, quem sabe, esquilos. Não esquecendo que o verão precisa de água, com praias fluviais em ribeiras e na albufeira, passando por um passeio na charneca em busca de património em

ruína ou indo ao conhecimento, com um olhar para o universo e as estrelas. Estas são sugestões do Jornal de Abrantes. Desfrute e divirta-se! Texto e Fotos: Carolina Ferreira

Vila de Rei / Praia do Bostelim 39º43’23.80 N 8º06’29.47 W Situada no concelho de Vila de Rei, na freguesia de Fundada e São João do Peso e inaugurada em 2007, é uma das alternativas para este Verão. Uma praia fluvial que conta com a Bandeira Azul, pelo quarto ano consecutivo desde 15 de junho, e uma Bandeira de “Praia Acessível” pelas suas boas condições de acessibilidade, segurança e conforto para todas as pessoas, independentemente das suas capacidades. A praia Fluvial conta com receção ao parque de campismo, posto de primeiros socorros, balneários, bar aberto das 09:00 ás 20:00 de domingo a quinta-feira e das 09:00 ás 22:00 às sextas-feiras e sábados, estacionamento de grandes dimensões, lavadouro público, eletricidade e parque de merendas. A zona balnear fica no meio da natureza, é sossegada e conta também com um percurso pedestre chamado Rota do Bostelim com 9,5km. É um sítio que promete oferecer a tranquilidade da natureza e águas da ribeira para uns banhos.

Mação / Parque das Merendas do Brejo 39°37'11.2"N 7°59'18.1"W Situado no concelho de Mação e localizado no Chão do Brejo, a meio da Serra do Bando, é um dos locais de eleição do concelho. O Parque de Merendas do Brejo tem uma localização elevada, um jardim bem cuidado e com muita sombra de árvores e das videiras morangueiras do Castelo, é ideal para piqueniques e para passar o dia. No entanto, não se pode visitar o Parque sem ir ao Miradouro e ao Baloiço que apesar de ser no meio da serra e de ter pouca sinalização, tem uma paisagem maravilhosa por toda a região de Mação e arredores. Há mesmo quem diga que, em dias de muita claridade, se pode avistar a Serra da Estrela. Esta zona da Serra do Bando, a 649 metros de altitude, conta também com os Trilhos do Brejo, bem marcados pelo terreno acidentado, com percursos de 5, 7 e 13 km.

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JORNAL DE ABRANTES / Julho 2019


REGIÃO / Fugas de verão Barquinha / Moinho de Tancos 39°27’33.7”N 8°24’09.7”W Situado no concelho de Vila Nova da Barquinha, em Tancos, no meio da charneca, encontramos o Moinho de Tancos. Apesar do acesso não ter sido o mais fácil, a paisagem vale mesmo a pena. Para chegar a este moinho, no caminho de Constância para a Barquinha, antes da passagem de nível corta-se à direita para Tancos Norte. Passamos ao lado do campo de futebol, desativado, seguimos numa estrada em terra batida até encontrarmos as ruínas de um monte agrícola, a “Casa Iria Teresa”. Cortamos à esquerda antes da casa e rumamos pelo estradão florestal, irregular (vale a pena ir em caminhada) em direção ao rio. Apesar do difícil acesso, a paisagem vale a pena. Pode sentar-se na pedra da porta do moinho, sem telhado, e consegue-se ver Tancos, a sua igreja matriz e o Rio Tejo mais atrás com o Castelo de Almourol.

Sardoal / Praia Fluvial da Lapa 39°32’09.8”N 8°07’07.0”W Situada no concelho do Sardoal, mais concretamente na aldeia de Cabeça das Mós, a Praia Fluvial da Lapa é um bom sítio para passar o dia, no meio das suas sombras e em tranquilidade absoluta. Ao longo da sua extensão, para além de um açude e um Parque de Merendas, tem também a Capela da Nossa Senhora da Lapa, uma gruta onde terá aparecido pela primeira vez a Nossa Senhora. Durante muitos anos foi um local de romaria anual. Se estiver algum tempo na zona da ribeira e nas sombras dos eucaliptos enormes, pode olhar para as encostas e talvez possa receber a visita de esquilos.

Abrantes / Praia Fluvial das Fontes 39°36’19.0”N 8°15’48.8”W Situada no concelho de Abrantes, na freguesia das Fontes, mais concretamente na aldeia de Cabeça Ruiva e em pleno Rio Zêzere, a Praia Fluvial das Fontes é a mais recente do concelho. Tem a sua primeira bandeira azul desde o dia 1 de julho. Com uma vista fantástica em tons de verde e água azul, fresca e límpida, “no meio do nada” é um sítio onde o descanso e o silêncio são abundantes. A Praia Fluvial das Fontes conta com estacionamento, bar, sanitários, balneários, duches, uma zona de lazer e uma piscina flutuante na água com um metro e meio de profundidade. E dali pode também observar a “famosa” ilha do Lombo.

Constância / Centro de Ciência Viva 39°29’42.2”N 8°19’27.1”W Situada no concelho de Constância, o Centro de Ciência Viva também é um bom sítio para se visitar no Verão. O Centro de Ciência Viva – Parque de Astronomia é parte integrante da Rede Nacional de Centros Ciência Viva. Este tem como principal missão divulgar a ciência através das diferentes áreas científicas, nomeadamente a astronomia e está estrategicamente situado no Alto de Santa Bárbara, com uma fantástica vista panorâmica e um céu noturno de grande qualidade devido a estar fora das zonas mais luminosas. De terça a sexta o horário é das 09h30 às 13h00 - 14h30 às 18h00, aos sábados, das 15h00 às 19h00 | 21h00 às 23h00 (Observações Noturnas) e aos domingos e feriados das 15h00 às 19h00.

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POLÍTICA / BE quer reafetação de troços para pesca lúdica no Tejo

OPINIÃO / Carolina Ferreira

E a escola? José Alves Jana FILÓSOFO

O BE questionou o governo se considera reduzir os limites da zona de pesca profissional no troço do rio Tejo entre Abrantes e a Chamusca, tendo defendido a reafetação de novos troços do rio para pesca lúdica, atualmente proibida. Na sua interpelação ao Ministério da Agricultura, com três perguntas, o deputado Carlos Matias, eleito pelo distrito de Santarém, recorda que os limites desta zona de pesca profissional “foram definidos há mais de 12 anos”, tendo referido que, desde essa altura, e “por alteração do quadro demográfico, há hoje mais idosos e mais pescadores lúdicos” e “haverá hoje menos pescadores profissionais”, pela “escassez dos rendimentos auferidos”.

De forma simples, o deputado explicou ao Jornal de Abrantes que se um cidadão quiser hoje ir tirar uma licença de pesca para lazer não pode pescar no troço do Tejo entre Alferrarede/Pego e a Chamusca. É inconcebível, afirmou o deputado, salientando que desse troço do rio, onde só é permitida a pesca profissional, “continuam excluídos os muitos pescadores lúdicos de importantes aglomerados populacionais da região, grande parte aposentados que encontram na pesca lúdica uma atividade saudável, de ar livre e proporcionando um salutar convívio”, afirma o deputado. Nesse sentido, a “reafetação de novos troços do rio para pesca

lúdica poderia contribuir para o bem-estar destas populações ribeirinhas”, defende Carlos Matias. As três perguntas do BE: 1. Qual o número de licenças de pesca atribuídas para a zona de pesca profissional acima mencionada, nos anos compreendidos entre 2008 e 2018? 2. Que evolução quantitativa e qualitativa da fauna piscícola tem ocorrido no troço do rio Tejo atribuído a esta zona de pesca? 3. Considera o governo redefinir os limites desta zona de pesca profissional, reduzindo-a e reafetando os troços do rio à pesca lúdica, contribuindo assim para o bem-estar destas populações ribeirinhas? Jerónimo Belo Jorge

CHMT garante que exames TAC não têm lista de espera O Centro Hospitalar do Médio Tejo garantiu que “não existe lista de espera” para a realização de exames de Tomografia Axial Computorizada (TAC) nos hospitais de Abrantes, Tomar e Torres Novas, integrados naquele centro hospitalar do distrito de Santarém. “Por ser um serviço de apoio à atividade programada do CHMT, EPE, não existe lista de espera para a realização de exames de Tomografia Axial Computorizada”, disse à Lusa fonte oficial do Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT), reagindo assim a um conjunto de questões colocadas pelo PSD, nomeadamente sobre “quais os tempos de espera atuais para a realização do exame” de TAC no CHMT. Os deputados do PSD eleitos por Santarém questionaram ainda o Ministério da Saúde sobre a alegada deslocalização de utentes do hospital de Tomar para o de Abran-

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tes, a cerca de 30 quilómetros de distância, para realizarem exame de TAC, tendo lembrado que este equipamento foi “instalado recentemente no serviço de Imagiologia do Hospital de Tomar” e que o equipamento instalado em Abrantes “é propriedade e operado por uma entidade privada”. Nesse sentido, o Conselho de Administração (CA) do Centro Hospitalar do Médio Tejo, EPE deu conta que o equipamento de TAC instalado na Unidade Hospitalar de Tomar, em outubro de 2018, “funciona em modelo de apoio à

JORNAL DE ABRANTES / Julho 2019

atividade clínica programada do CHMT, muito em particular da unidade hospitalar de Tomar, razão pela qual a questão de deslocação de utentes da Unidade Hospitalar de Tomar para efetuarem o exame de TAC na Unidade Hospitalar de Abrantes não se coloca”. Em resposta às questões colocadas pela Lusa, o CA lembra que o CHMT “funciona em regime de complementaridade de serviços” e refere que “os utentes só são deslocados à Unidade Hospitalar de Abrantes quando necessitam de ser observados por especialistas cujos serviços estejam instalados nessa mesma unidade”. Na mesma informação, o CA do CHMT refere, ainda, que desde janeiro de 2019 foram efetuados 3.373 exames de TAC no equipamento instalado na unidade hospitalar de Tomar, exames esses realizados a 2.204 utentes do CHMT”. Lusa

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rofessor, sabes porque é que eles não te respeitam? Porque não têm medo de ti. Mas ainda há escolas assentes na pedagogia do medo?! Basta observar com atenção para nos darmos conta de indícios vários de que temos ainda uma escola muito do Séc. XIX. É certo que surgiram entre nós cursos de música, teatro, dança, hotelaria (e outros de que não tenho informação) que vivem de uma lógica diferente e proporcionam aos alunos experiências impensáveis na velha escola. Mas para lá destes e mesmo no interior destes, tudo permanece muito na mesma. Como é que é possível que muito do trabalho do professor seja falar perante os alunos e o trabalho dos alunos na aula seja sobretudo ouvir o professor que fala? E depois ser avaliado por aquilo que consegue escrever! Como se, no futebol, o treino fosse ouvir (só ouvir) relatos de jogo. Não, treinar é ensaiar o que se vai fazer no campo de jogos. Continuamos, como no Séc. XIX, a entrar numa sala de aulas e a ver as carteiras em fila e alinhadas em frente do professor. Sinal claro de que… não estamos nos dias de hoje. Devíamos, nestes anos, ter já reciclado a profissionalidade docente de modo a que os professores estivessem dotados das competências hoje necessárias. É comum ouvir um professor queixar-se de que tem de preencher papéis em vez de se dedicar à sua função, ensinar. Não é verdade, mas é dito como se fosse, sinal de que esse professor não entende qual a sua função numa sociedade democrática e em que a informação estatística é decisiva para que o sistema possa ser gerido. Além disso, essa afirmação mostra que não domina a metodologia de gestão de projetos e do trabalho em equipa. Mas nada disso admira quando a formação de professores… morreu antes de nascer. Como se isso não bastasse, domina um pensamento (escola Nuno Crato) de que o bom professor deve ignorar as chamadas ciências da educação.

Ostensivamente, a ignorância sobre o que se faz é elevada à categoria de virtude profissional. Resultado? Séc. XIX! Façamos um teste: quantos professores, no último ano, leram pelo menos um livro da sua especialidade e outro sobre a arte e técnica de ensinar? Sem isso… Séc. XIX. Procuremos nos documentos estratégicos de uma escola ou de um professor a informação de que competências vão ser necessárias aos seus alunos e de como a disciplina que ensina contribui para obtê-las. Por exemplo: o pensamento estatégico, o trabalho em equipa (e não o irresponsável e escolar trabalho de grupo que um faz e quatro assinam), o compromisso com um objetivo comum, a curiosidade, a iniciativa, a cooperação, o risco, a criatividade, a inovação. Ou: a procura e organização de informação pertinente. Ou: a participação ativa na ordem coletiva da turma e da escola. Numa democracia, a escola devia ensinar para a democracia. Mas a nossa escola é anti-democrática: os alunos são, de modo geral, ignorados na definição da vida da escola. Não é que a escola deva ser a expressão da “vontade popular”, mas não deve ser a sua ignorância ostensiva e desnecessária. De que (outro) modo podemos educar para uma cidadania participativa? “Mas, e os conteúdos?”, perguntam-me. Nada do que acima fica apenas sugerido pode ser aprendido no vazio. A questão não é os conteúdos, mas o modo como eles são ensinados e aprendidos. “Para realizar um projeto, apenas são necessários tempo e pessoas”. Estamos a educar as pessoas necessárias à sociedade que queremos? Uma escola do Séc. XIX não consegue ensinar para a vida no Séc. XXI. Agora que os alunos estão em fase de exames, é necessário examinar também a escola e a profissionalidade docente.


PATRIMÓNIO / OPINIÃO /

NOMES COM HISTÓRIA /

Dossier Irão Nuno Alves MESTRE EM RELAÇÕES INTERNACIONAIS nmalves@sapo.pt

E

ste largo abrantino situa-se a nascente da Praça Barão da Batalha e denominou-se em tempos Largo da Palha de Cima, até que, em 1976, a Câmara resolveu alterar-lhe o nome para Largo Dr. Ramiro Guedes, um ilustre cidadão que durante muitos anos residiu em Abrantes e que ficou à nossa terra bastante ligado, se não foi pelo nascimento, foi sobretudo pelo coração. Nasceu em Lisboa, a 22 de Julho de 1850 e faleceu em Abrantes a 23 de Dezembro de 1933. A mãe era natural de Abrantes e foi também aqui que casou, na igreja de S. Vicente, em 1873, com Esperança da Silva Guedes, também abrantina. Terminou o curso de Medicina em 1872, na Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa, foi médico municipal em Alter do Chão, Mação e durante muitos anos em Abrantes, onde possuía um laboratório de análises químicas e bacteriológicas bastante avançado para a época, mas foi sobretudo como político que mais se notabilizou. Idealista, honesto e desinteressado, partidário das ideias republicanas, ainda muito jovem filiou-se no Partido Republicano logo quando este foi criado e foi um dos fundadores deste mesmo partido em Abrantes. Foi um dos organizadores de um comício que ficou célebre, realizado nos Quinchosos a 3 de Fevereiro de 1895 e a que terão assistido mais de três mil pessoas. Uns anos mais tarde, mas ainda durante a monarquia, foi um dos dinamizadores de um outro importante comício, este realizado na Praça de Touros, em Fevereiro de 1907, com a presença de muito público e de importantes figuras nacionais como António José de Almeida e Bernardino Machado. Este último, ao usar da palavra e, certamente escutando primeiro os anseios de alguns abrantinos, fez publicamente uma promessa que perdurou na memória da população: quando Portugal for república a então vila de Abrantes será elevada à categoria de cidade. Passaram-se vários anos e como se sabe foi só a 14 de Junho de 1916, que este desejo de alguns foi concretizado.

O Em 5 de Outubro de 1910, quando da implantação da república, realizaram-se em Abrantes, importantes manifestações de apoio ao novo regime e, como Ramiro Guedes era já sobejamente conhecido pela sua militância a favor das ideias republicanas, foi apoteoticamente recebido por milhares de pessoas na estação do caminho-de-ferro do Rossio ao Sul do Tejo, quando regressava de Lisboa. Passado pouco tempo, foi nomeado Governador Civil de Santarém, o primeiro após a vitória dos republicanos, cargo de que, desiludido, é exonerado a seu pedido, em 1911. Obteve o primeiro lugar nas eleições concelhias para a Assembleia Constituinte, foi deputado e depois senador, eleito pelo círculo de Tomar de que então Abrantes fazia parte. Foi ainda convidado para cargos importantes a nível do governo central, convites que declinou por sentir que a prática da política não coincidia com os ideais a que ele aderira tão convictamente. Mas como idealista que sempre foi, a sua actividade não se esgotou na política partidária. Como médico foi um profissional distinto e avançado para o seu tempo, procurando aplicar na prática as terapias mais modernas de então. Como cidadão empenhado colaborou activamente em várias associações abrantinas, cuja finalidade era promover o

bem comum. Em Março de 1884, foi nomeado presidente do júri dos primeiros exames da Escola Móvel (que usava o método de João de Deus) promovidos pelo Grémio das Classes Trabalhadoras. Quatro anos depois, Solano de Abreu, instituiu o Prémio Ramiro Guedes, que seria dado ao aluno que melhores provas prestasse. Em 1908, no auge da sua actividade política, ainda arranjou tempo para presidir ao Montepio Abrantino e à Assembleia-Geral do Teatro Taborda. Na fase final da vida, desiludido com a política, voltou novamente a exercer como médico, vindo a aposentar-se em 1925, já com 75 anos de idade. A cidade, durante o período do Estado Novo, deixou-o bastante nas sombras do esquecimento e só depois do 25 de Abril, a Câmara decidiu integrá-lo na toponímia da cidade, homenageando assim um grande defensor da democracia no nosso país. Consultas: - Campos, Eduardo, Cronologia de Abrantes, no século XX, Câmara Municipal de Abrantes, 2000. - Silva, Joaquim Candeias, Para a História de Abrantes Republicana – Elites e Poder, revista Zahara nº16, edição CEHLA, Palha de Abrantes, 2010

reposicionamento americano no mundo à luz da estratégia da Administração Trump, tem vindo a ser clarificada pelos mais recentes episódios de tensão internacional envolvendo os Estados Unidos. Trump prometeu tornar a América grande novamente. Todavia, já deu para perceber que o presidente americano pretende concretizar este objectivo, não elevando os Estados Unidos a um patamar superior civilizacional mas enfraquecendo os Estados que possam competir com o seu poder. As tensões com o Irão poderão significar aparentemente a tentativa americana de impedir os avanços do projecto nuclear iraniano e, em paralelo, o reforço das relações com outros Estados, como a Rússia, especialmente no domínio militar. Mas, na realidade, pode não ser esse o caso. O confronto militar com o Irão iria certamente conduzir a um choque petrolífero, com uma grave crise energética a varrer a economia internacional. O preço do barril de petróleo registaria uma subida vertiginosa e levaria os combustíveis a custarem valores incomportáveis para boa parte das pessoas, mesmo nos países ocidentais mais ricos. Considerando que o petróleo é pago nos mercados internacionais em dólares, os Estados gastariam certamente todas as suas reservas de dólares, desequilibrando brutalmente a sua balança comercial. Não tardaria muito a que os países economicamente mais

fracos entrassem em incumprimento dos seus pagamentos e declarassem falência. Numa óptica de fortalecer o poder americano e fragilizar o poder da “concorrência”, os Estados Unidos encontram-se agora numa posição priviligiada, já que são novamente auto-suficientes em petróleo e não dependem do exterior para garantir a sua segurança energética. Actualmente, a visão geoestratégica da política externa norte-americana não encara o Médio Oriente como fundamental para a segurança energética americana. A região continua a ter interesse geopolítico para Washington ao nível energético, não para consumo interno mas sim para controlo das cadeias de abastecimento a países rivais, como a China. Nom fim de contas, fruto do momento económico e dos recursos estratégicos existentes no país, a Administração Trump encontra-se agora numa clara posição de força que lhe confere liberdade de actuação para a consumação da sua visão conflituosa e supremacista do mundo.

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DESPORTO / Squash

Barbus, um clube de Abrantes, Tomar e Castelo Branco Entrevista com João Jerónimo, um dos fundadores do Barbus - Clube de Squash do Vale do Tejo. Para além de Presidente da Direção, é também treinador e atleta participante no Circuito Nacional de Squash. 2

Depois de ter descoberto a modalidade em 2009, fui-me integrando na comunidade regional de squash que na altura tinha uma forte presença em Castelo Branco e Tomar. Em 2011, depois de um conjunto de sessões de formação, organizadas em Castelo Branco, com o Treinador José Pimenta, ex-selecionador nacional e um dos fundadores da modalidade em Portugal, o mesmo lançou o desafio de formar uma estrutura desportiva na região para desenvolver a modalidade. Sendo a maioria dos atletas de Castelo Branco e Tomar, com um pequeno número de Abrantes, pensou-se num clube regional para poder aglomerar e ampliar o squash na região. Em 2014, tendo em conta o meu entusiasmo e disponibilidade, o projeto acabou por se centrar em Abrantes, que tem dois courts de squash no concelho, um no estádio municipal e outro no Hotel Segredos de Vale Manso.

Quais os principais objetivos do clube?

Como todos os clubes os objetivos passam pela promoção da modalidade enquadrada no incentivo à prática desportiva, como forma saudável de viver e conviver. A formação, a organização de torneios e o crescimento em geral da comunidade foram sempre os aspetos fundamentais da ação do Barbus.

Onde treinam habitualmente? Dispõem de boas condições de treino?

Qual a origem do squah? Quando e como fez a sua entrada em Portugal?

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1 – João Jerónimo no Quinta da Marinha Squash Open 2019 2 – Telma Silva, à esquerda, no campeonato absoluto de 2019 no Lisboa Racket Center 3 – João Jerónimo, de azul, no campeonato absoluto de 2019 no LRC em Lisboa

No presente o grosso da atividade decorre no Complexo Desportivo de Tomar, devido à procura e número de atletas. Numa fase inicial, Abrantes tinha o maior número de participantes na formação e atividades de lazer e competitivas, mas com o tempo e de uma forma natural as atividades foram crescendo em Tomar. Infelizmente em Castelo Branco, logo após a formação do clube, a atividade foi definhando devido a circunstâncias pessoais do seu principal promotor. As condições, tanto em Abrantes como em Tomar, são boas, sendo de sublinhar que em Tomar a disponibilidade de dois

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courts de Squash no mesmo complexo torna possível uma maior dinâmica.

Quantos atletas praticam a modalidade no clube e quais as respetivas faixas etárias?

Em 2016 atingiu-se o pico em termos de atletas, com 25 inscritos, com metade com menos de 20 anos. Contudo, por várias razões, o número atual é mais baixo, ficando-se pelos 12 atletas. A maior perda foi nas faixas etárias mais jovens, devido principalmente ao percurso académico ou a necessidades de deslocação do núcleo familiar. No presente o atleta mais novo tem 18 anos e o mais velho 55, estando a maioria entre os 30 e os 45 anos

Participam em muitas competições? Já têm algum resultado digno de realce?

Dos praticantes regulares metade entra em competições da Federação

Nacional de Squash com regularidade, sendo que a outra parte está envolvida em formação (aulas e treinos) e competições internas do clube. Em termos de calendário nacional sobre a égide da FNS existe o Circuito Nacional Sénior Masculino e Feminino e o Circuito nacional Júnior. O Barbus organiza anualmente uma prova do Circuito Nacional de Squash, tendo no primeiro ano organizado uma prova do nível 5 que simultaneamente foi um torneio de entrada de nível internacional para a Professional Squash Association (PSA), nos courts do Complexo Desportivo de Tomar e no court José Pimenta, no Hotel Segredos de Vale Manso. Nos anos seguintes organizou os dois campeonatos regionais da Região Centro Sul, que inclui Lisboa, e três provas de nível 3 do circuito nacional, sendo a última realizada já em abril de 2019. Dos atletas do Barbus nos séniores masculinos sou eu próprio o que mais participa em competições, entrando, na média dos últimos 3 anos em 8 torneios por ano, vencendo um torneio de nível 1 em 2017 e um torneio de nível 2 em 2019, estando regularmente dentro do top 20 nacional nos últimos 6 anos, sendo o ranking mais alto o de 10º lugar em janeiro de 2017. A atleta Telma Silva, de Tomar, disputou o Campeonato Nacional Absoluto de 2019, em Lisboa, ficando em 4º lugar, subindo um lugar relativamente ao ano anterior.

O squash é um desporto de raquetes que teve origem em Inglaterra. A data do seu nascimento não é sabida ao certo, pois existe mais do que uma versão da sua história. A primeira versão (mas a que menos é suportada por factos materiais) aponta para um jogo desenvolvido entre as paredes de uma prisão inglesa, sendo a bola trocada entre dois jogadores usando raquetes. A versão oficial, que tem evidências físicas, aponta para o desenvolvimento do squash na escola Inglesa de Harrow em 1830, onde uma modalidade que misturava o jogo de rua fives e o jogo rackets foi desenvolvida para jogar em espaços fechados. É nesta escola que estão os que foram considerados os primeiros courts de squash, construídos em 1864. Podemos dizer que a sua disseminação original decorreu no século XIX, mas que começou a expandir-se além-fronteiras já no século XX, sendo que o Titanic, construído em 1911, já tinha dois courts de squash. A Portugal o squash chegou pela mão de jogadores ingleses, que o levaram para a Madeira. Depois do 25 de Abril, José Pimenta, depois de emigrar para o Reino Unido e de se ter apaixonado pela modalidade, regressou à Madeira e iniciou o desenvolvimento da mesma.

Qual a realidade da modalidade a nível regional?

A realidade regional não difere muito da nacional, o squash é um desporto alternativo que apesar do apelo da dinâmica do jogo esbarra na concentração de atenção por parte do público em geral nas modalidades massificadas, nomeadamente o futebol, o basquetebol o atletismo e a natação. A implementação ainda incipiente e pouco estruturada fora das atividades desportivas escolares não permite o crescimento entre o público jovem. Este contexto ameaça as expectativas da modalidade, pois sem atletas juniores não há futuro risonho para o squash. José Martinho Gaspar

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JORNAL DE ABRANTES / Julho 2019

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O que o levou a formar um clube de squash?


REGIÃO / Sociedade

Teatro da Palha de Abrantes com nova sede

/ A antiga escola é agora a casa forte do Grupo de Teatro Palha de Abrantes

autarca que, em breve, “teremos dois edifícios que vão ficar devolutos: As escolas dos Quinchosos e a N.º2 de Abrantes, junto ao Hotel de Turismo”. Valamatos explicou, desta forma, que quando o Centro Escolar de Abrantes (Colégio Nossa Senhora de Fátima) ficar concluído, as duas atuais escolas do primeiro ciclo poderão acolher outras atividades. Segundo o autarca, haverá a necessidade de obras de “cosmética” ou pequenos ajustes para que as atuais salas de aula possam acolher instituições que necessitam de sede ou de espaço para trabalhar. O Grupo de Teatro Palha de Abrantes tem 20 anos de atividade e teve início com a orientação das professoras Maria Helena Bandos e Maria Rosa Garcia. Com uma atividade quase ininterrupta, o grupo levou à cena peças de dramaturgos variados, do drama à comédia e aos trabalhos destinados a um público infantil. Jerónimo Belo Jorge PUBLICIDADE

É um edifício centenário que fechou portas para a sua nobre atividade, a de ensinar crianças. Agora ganhou nova vida também ligada à arte do ensino, mas nas artes da representação. A antiga escola primária de Alferrarede passou a acolher, desde o início de junho, o Grupo de Teatro Palha de Abrantes (GTPA). A nova casa do teatro resulta de uma necessidade da Câmara de Abrantes em libertar o Edifício Carneiro, local onde estavam há alguns anos. Helena Bandos deixou, no ato inaugural, uma mão cheia de agradecimentos, a quem ajudou nas melhorias e adaptações necessárias para o grupo, e deixou clara a ideia

de produção de “serões destinados às populações de Alferrarede e Chainça”. A presidente do GTPA destacou ainda que quer ter, pelo menos, uma atividade cultural no início e outra no final de cada mês. E, quem sabe, abrir uma secção de dança para os mais novos. Tudo pode acontecer com a nova “casa do teatro” mais funcional. A sala/auditório está toda pintada de preto, com uma barra de iluminação cénica, permitirá ensaios e as sessões culturais. Acolheu uma tarde de poesia, escrita por mulheres, no momento da inauguração. Helena Bandos não escondeu alguma mágoa pelo facto de continuar a andar com a casa às costas. Mas com uma alegria e uma convicção forte de que o GTPA vai continuar o seu trabalho nas produções culturais. Casa pronta para o trabalho, mas com o presidente da Câmara de Abrantes, Manuel Jorge Valamatos a deixar a porta aberta a uma, hipotética, nova mudança. Disse o

/ As acrobacias dos espetáculos aéreos soltaram vários aplausos entre os milhares de visitantes

/ Shaesta Waiz, a rapariga que viajou sozinha pelo mundo num avião monomotor

Portugal Air Summit: A rapariga que viajou sozinha pelo mundo num avião monomotor Entre os dias 30 de maio e 2 de junho, Ponte de Sor foi sinónimo de Portugal Air Summit, a maior cimeira aeronáutica da Europa. Ao longo de quatro dias foi impossível tirar a cabeça do ar e desfrutar dos arrepiantes espetáculos aéreos que pintaram o céu da cidade ponte-sorense. Do investimento e da indústria 4.0 à potencialização do capital humano, passando pela experiência feminina na aviação, foram muitos os apaixonados pela área que se sentaram para ouvir os debates compostos por oradores nacionais e internacionais. Mas também de histórias de superação e conquista se fez o evento. E é isso mesmo que lhe trazemos: a história da rapariga

que fugiu da guerra e se tornou na mais jovem a viajar sozinha pelo mundo num avião monomotor. Chama-se Shaesta Waiz, tem 32 anos e é, oficialmente, a primeira piloto civil afegã. Fugiu com a família do Afeganistão para a Califórnia, na altura em que decorria a guerra entre o Afeganistão e a União Soviética. Com o esforço do pai, que arranjou três empregos para sustentar Waiz e as suas cinco irmãs, Shaesta aprendeu a valorizar a palavra ‘sonho’. Apesar das circunstâncias, aos 17 anos a jovem conseguiu realizar o seu primeiro voo comercial. Foi aí que viu o seu mundo “ficar elétrico” e onde o céu se tornou o limite. Conseguiu formar-se na área

da aeronáutica e foi mais além, criando a “Dreams Soar”, uma organização sem fins lucrativos com a missão de inspirar a próxima geração para a aviação. Foi com essa missão que arriscou e viajou sozinha num avião monomotor mais de 24.000 milhas náuticas, durante 145 dias, por 22 países e 5 continentes. Uma viagem longa mas através da qual conseguiu dar esperança e inspirar mais de 3000 crianças e jovens. No palco do Portugal Air Summit, Shaesta partilhou a sua experiência e deixou uma mensagem de confiança para todos os jovens: sonhar é apenas o primeiro passo. Ana Rita Cristóvão

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SAÚDE /

(Hipócrates) Paula Gil

Enfermeira, Unidade Saúde Publica do ACES Médio Tejo

Alimentação Saudável (parte 1) Alimentação saudável significa, de forma simples, preferir alimentos naturais e da época todos os dias, como frutas, legumes e grãos integrais. Limitar o consumo de carne vermelha (depois de cozinhada, até 500 gr por semana - vaca, porco, borrego e cabra), deixar de lado os produtos industrializados ou processados, (aqueles que não provêm diretamente da natureza, foram manipulados pelo homem) porque são ricos em corantes, açucares, sal, gorduras saturadas e pobres do ponto de vista nutricional. Ter uma alimentação saudável significa que esta deve ser completa, com a ingestão de alimentos variados (nenhum alimento contém todos os nutrientes de que precisamos para que nosso organismo funcione da melhor maneira) e equilibrada. Deve ter em atenção a quantidade, qualidade e variedade dos alimentos, de forma a satisfazer as necessidades nutricionais de cada indivíduo. A roda dos alimentos pode ajudar na seleção diária, quer das quantidades quer dos alimentos a ingerir. A forma de preparar os alimentos também deve ser tida em conta. Usar métodos culinários saudáveis ajuda a preservar ao máximo o valor nutritivo dos alimentos sem aumentar a quantidade calórica, contribuindo para o bom funcionamento do organismo. Prefira os cozidos, grelhados, ensopados e as caldeiradas, sem esquecer as sopas! Na base deste tipo de alimentação, capaz de proteger das doenças crónicas onde se inclui o cancro, a Direção Geral da Saúde (Nutrimento) apresenta sete medidas: Optar por cereais integrais - como milho não processado, aveia, trigo e arroz. São ricos em fibras valiosas e podem ajudar a saciar por mais tempo; Consumir diariamente leguminosas (feijão, grão, lentilhas, ervilhas, favas…) e hortícolas e frutas (pelo menos 400g diariamente, ou seja, duas sopas de hortícolas e 3 peças de fruta diariamente); Limitar o consumo de alimentos ricos em calorias (com teores elevados de açúcar e gordura) e evitar bebidas açucaradas; Evitar carnes processadas, controlar o consumo de carnes vermelhas e de alimentos ricos em sal; Se consumir álcool, limite o seu consumo a 2 copos (10-15g de etanol) para o homem e 1 copo para as mulheres. Lembre-se que o álcool não faz parte da alimentação saudável; Tome medidas para ter um peso

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saudável. Mantenha-se fisicamente ativo no dia-a-dia. Limite o tempo que passa sentado. Mas também… aprecie as refeições, coma com calma e faça-as em família! Beba água, ela é responsável por transportar e ajudar na absorção dos nutrientes. Inicie o seu dia com um pequeno almoço saudável e evite estar mais de 3 a 5 horas sem comer. Lembre-se que as crianças apreendem os hábitos alimentares através da observação dos adultos, as suas

JORNAL DE ABRANTES / Julho 2019

escolhas, a preparação e confeção dos alimentos. Os hábitos alimentares aprendidos em criança determinam os comportamentos alimentares em adulto. O papel dos pais, da família e dos educadores é muito importante na aprendizagem do “saber comer”. A prática de uma alimentação saudável está associada à prevenção de muitas doenças crónicas, como a diabetes, hipertensão, doenças cardíacas … e cada vez mais à prevenção de muitos cancros. ESCOLHA UMA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL.

O Projeto “Aprender a viver com ventiloterapia” foi um dos projetos premiados no âmbito do primeiro orçamento participativo 2018, decorrente da votação dos enfermeiros, promovido pela Ordem dos Enfermeiros - Secção Regional do Sul. O projeto está a ser dinamizado no CHMT, pelo grupo de trabalho integrado nos padrões de qualidade dos cuidados de enfermagem e é constituído pelas Enfermeiras, Jacinta Morais (coordenadora), Elsa Lopes, Maria João Esperto, Ana Rita Costa, Sofia Vital e Enfermeiro Ricardo Ferreira. Este projeto tem como objetivos principais uniformizar procedimentos relativos ao ensino à pessoa submetida a ventiloterapia e capacitar o utente a utilizar autónoma e sistematicamente o equipamento de ventiloterapia. A educação para a saúde é assegurada pelo enfermeiro responsável pelos cuidados ao utente, intervindo como facilitador na gestão da sua doença, na capacitação da pessoa e na promoção da adesão a ventiloterapia, garantindo a continuidade do tratamento em segurança no domicílio. Dos 26 projetos submetidos a concurso, 11 passaram à fase de execução e consequente financiamento. O financiamento será traduzido na aquisição de material e equipamento que permita dar continuidade ao projeto numa perspetiva inovadora de educação para a saúde ao utente com necessidade de ventiloterapia.

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Projeto de Enfermagem do CHMT premiado pela Ordem dos Enfermeiros

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EXAMES ENDOSCOPIA DIGESTIVA ALTA DR. RUI MESQUITA

OTORRINOLARINGOLOGISTA DR. RUI CORTESÃO

CIRURGIA DR. FRANCISCO RUFINO

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CLÍNICA GERAL DR. ANTÓNIO PROA; DR. PEREIRA AMBRÓSIO; DRA. ROSA MENDES

HOMEOPATIA DRA. MARIA LUÍS LOPES NEUROCIRURGIA DR. ARMANDO LOPES

DERMATOLOGIA DRA. MARIA JOÃO SILVA

NEUROLOGIA DRA. AMÉLIA GUILHERME; DRA. ISABEL LUZEIRO

EEG – ELETROENCEFALOGRAMA TÉCNICA HÉLIA GASPAR

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RUA MONTEIRO DE LIMA, 16-A. ABRANTES

GASTROENTEROLOGIA DRA. CLÁUDIA SEQUEIRA; DR. RUI MESQUITA

CARDIOLOGIA DRA. MARIA JOÃO CARVALHO

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ACUPUNCTURA Tradicional Chinesa/ Fisioterapia DRA. ANA RITA LUTA

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NUTRICIONOSTA DRA. MARIANA TORRES

ENFERMAGEM ENF. MARIA JOÃO LANÇA; ENF. BRUNO FERREIRA; ENF. HUGO MARQUES

OBSTETRÍCIA/GINECOLOGIA DRA. LÍGIA RIBEIRO; DR. JOÃO PINHEL

FISIOTERAPIA/OSTEOPATIA DRA. PATRICÍA MASCATE

OFTALMOLOGIA DR. LUÍS CARDIGA

OSTEOPATIA DR. GONÇALO CASTANHEIRA

PENEUMOLOGIA DR. CARLOS LOUSADA PROVA F. RESPIRATÓRIA TÉCNICA PATRÍCIA GUERRA PSICOLOGIA DRA. ODETE VIEIRA; DRA. ANA TORRES PSIQUIATRIA DR. CARLOS ROLDÃO VIEIRA; DRA. FÁTIMA PALMA REUMATOLOGIA DR. JORGE GARCIA TERAPIA DA FALA DRA. SUSANA CORDA UROLOGIA DR. RAFAEL PASSARINHO

Julho 2019 / JORNAL DE ABRANTES

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A partir de 27 junho, vote na Palha de Abrantes!

Convidamos todos a participar e fazer com que Abrantes chegue aos 28 pré-finalistas a apurar pelo público e que serão divididos pelas duas meias finais em 24 e 31 de agosto,em emissão direta na RTP. Na Gala Finalíssima que decorre a 7 de setembro esperamos poder assistir à nomeação do doce Palha de Abrantes com um dos 7 Maravilhas de Portugal. É importante estarmos todos atentos e votar na nossa secular especialidade em todas as fases. Esteja atento em www.cm-abrantes.pt

*Custo da chamada 0,60€ + IVA

Resultado da apresentação de uma candidatura do Município de Abrantes e depois de uma seleção feita por um painel de especialistas, dos 907 doces a concurso resultou a seleção de sete doces por distrito e região autónoma, o que equivale a uma lista final de 140 doces, onde orgulhosamente se inclui a Palha de Abrantes. A próxima fase na seleção das 7 Maravilhas Doces de Portugal é a votação do público, entre 27 de junho e 5 de julho (data do programa em direto na RTP1).


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