Jornal de Abrantes julho 2020

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7 MARAVILHAS DA CULTURA POPULAR

Especial Sardoal Págs 15 a 18

Patronato Santa Isabel encerra

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/ JORNAL DE ABRANTES

/ Abrantes / Constância / Mação / Sardoal / Vila Nova da Barquinha / Vila de Rei / Diretora Patrícia Seixas / JULHO 2020 / Edição n.º 5593 Mensal / ANO 120 / DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

Pág 5

À descoberta do Poço Mourão A região ainda tem tesouros escondidos. É quase preciso um mapa para chegar lá. Pág 11

Sapadores florestais: os pontas de lança na floresta Págs 8 e 9

As nossas vidas mudaram

Maria dos Anjos Esperança é médica de saúde pública e vive a cem por cento em torno de uma pandemia que está longe de ter acabado.

Grupo

uma nova forma de comunicar. ligados por natureza. 241 360 170 . geral@mediaon.com.pt www.mediaon.com.pt

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Págs 4 e 5


A ABRIR / / Jornal de Abrantes escolhido para integrar SAPO VOZ

EDITORIAL /

Patrícia Seixas DIRETORA

Estamos no verão! Com ele chega o calor, as férias, aqueles momentos que gostamos de guardar na memória para nos aquecer nos frios dias de inverno. Mas este ano as memórias vão ser diferentes... as idas à praia, seja de mar ou fluvial, vão estar cheias de novas regras e medidas de segurança. Porque não passou! A pandemia está aí, a agravar numas partes do mundo e, segundo a Organização Mundial de Saúde, “o pior ainda está por vir”. Os governantes de vários países, incluindo Portugal, já assumem que poderá vir uma 2.ª vaga da doença. Não podemos desmobilizar. O vírus mata! Temos a obrigação de continuar a olhar por nós e pelos nossos. Não querendo muito falar no tema mas sem poder evitar e tendo que deixar o alerta, há outro cuidado muito importante a ter. Não queremos voltar a fazer capas de jornal com incêndios. Chega disso! Mas todos os cuidados são poucos nesta altura. Também aqui há regras a cumprir. Falando de coisas mais agradáveis, a região tem candidaturas no Concurso das 7 Maravilhas da Cultura Popular®. Nos nossos concelhos, são quatro. A Festa de Nossa Senhora da Boa Viagem, em Constância, o Picareto de Ortiga e as Velas de Cardigos, em Mação e as Capelas enfeitadas com tapetes de flores, em Sardoal. As votações já estão a decorrer e o resultado da candidatura vencedora que irá representar o distrito a nível nacional, será conhecido no dia 15 de julho, numa emissão que vai ser feita em direto na RTP a partir de Mação. Outra boa notícia tem a ver connosco, “cá em casa”. O Jornal de Abrantes foi escolhido pelo portal SAPO para o seu novo projeto. Chama-se SAPO VOZ e agrega uma parceria com jornais regionais “dando-lhes a oportunidade de virem a integrar a homepage do SAPO”. A Altice Portugal, empresa proprietária do SAPO, está a apostar na “Proximidade e Portugalidade” com um projeto que dá voz a órgãos de comunicação locais e que os aproxima de quem está fisicamente longe. O Jornal de Abrantes dá aí mais um passo para ficar mais próximo dos leitores. Nesta edição, damos-lhe ainda a conhecer mais um recanto “desconhecido” deste nosso rico território que se prepara para receber muitos veraneantes que este ano escolhem o interior do país para as suas férias. É bom receber pessoas mas, como já escrevemos aqui, não é ainda hora de relaxar. Atenção aos ajuntamentos, às reuniões de família e amigos pois quero “vê-los” aqui todos na próxima edição.

ja / JORNAL DE ABRANTES

O Jornal de Abrantes foi escolhido pelo portal SAPO para o seu novo projeto que arrancou no dia 15 de junho. Chama-se SAPO VOZ e agrega uma parceria com jornais regionais “dando-lhes a oportunidade de virem a integrar a homepage do SAPO, portal líder de audiências”. Diz a Altice, empresa proprietária do SAPO, que a “Proximidade e a Portugalidade” são características inerentes à atuação da empresa e “dão mote a este novo projeto que nasceu de uma vontade de dar expressão à imprensa regional”. Assim através do portal SAPO VOZ através de um só clique, “a informação de âmbito local passará a estar integrada numa só plataforma, a homepage do SAPO, estando assim acessível aos milhares de visitantes do portal”. A Altice vinca que este apoio permite aos órgãos de comunicação social, onde está o Jornal de Abrantes, aumentar a visibilidade dos conteúdos bem como a audiência dos seus sites, seja pela aquisição de novos públicos inerentes à homepage SAPO, seja pela integração do domínio “sapo.pt”. “É com muito orgulho que apresentamos o SAPO Voz, um projeto que dá voz a órgãos de comunicação locais e que os aproxima de quem está fisicamente longe. Já há muito tempo que o SAPO deixou de ser só um portal e passou a ser uma plataforma de ajuda

PERFIL /

à comunicação social, na passagem do papel para o online. Hoje em dia este setor vive tempos difíceis e agora, mais do que nunca, é necessário colocarmo-nos ao lado de todos os seus profissionais, para juntos fazermos face a esta crise”, afirmou o presidente Executivo da Altice Portugal, Alexandre Fonseca. O SAPO Voz vem assim alterar a forma como a informação regional é consumida, transformando-a em conteúdos de maior proximidade e riqueza ao território e às pessoas. Entre os órgãos de comunicação social regional já integrados neste projeto encontram-se, nesta primeira fase: VieiradoMinho.tv, Centro TV, Jornal de Abrantes, Almadense, Diário do Minho, Barlavento e Campeão das Provincias, podendo a estes virem a juntar-se muitos outros. O Jornal de Abrantes é uma das três marcas da Media ON, Comunicação Social Lda, que é detentora da

/ Naturalidade / Residência? Guarda / Sardoal / Prato preferido? T Todos os que são feitos com dedicação.

/ Joana Marcos Barroso Ramos / Professora, 44 anos

Rádio Antena Livre e Rádio Tágide. Aliás, a produção de conteúdos é comum à Antena Livre e ao Jornal de Abrantes que se assumem como as duas marcas produtoras de conteúdos jornalísticos, sendo que o canal Jornal de Abrantes já é divulgado na página da Rádio Tágide.

cerca de um ano e porque superou tudo que tinha como expetativa. Povo sereno e muito atencioso com a natureza e os pequenos pormenores.

que criasse o máximo de sinergias entre a sociedade civil e o poder local, colocando em primeiro plano a sensibilização para as alterações climáticas, os seus impactos e o que ainda podemos fazer.

/ Uma figura da História Malala Yousafzai, jovem ativista / Um recanto para descobrir? paquistanesa, pela coragem aliada / O que mais e menos gosta na sua Sardoal. Vários recantos para descobrir. à simplicidade e aos valores da cidade? O Sardoal tem uma tranquilidade liberdade. / Um disco única e uma proximidade entre as “Cinemage” de Ruichi Sakamoto / Um momento marcante pessoas que me faz sentir bem. Por porque me lembra o ano letivo em O nascimento dos meus filhos e outro lado, gostaria que mais gente que estive nos Açores e nos primeiros a partida da minha avó. São três pudesse desfrutar dessa qualidade de tempos de relativa solidão foi um momentos mas cada um teve uma vida e pudesse conhecer e viver nesta álbum que me fez muita companhia. marca indelével na minha vida. vila, potenciando o que ela oferece. / Um filme “As Pontes de Madison County” do Clint Eastwood porque é uma história muito bonita sobre a ligação profunda de duas pessoas.

/ Um sonho por realizar? Fazer voz off num documentário sobre o conhecimento em qualquer área.

/ Uma proposta para um dia diferente na região? Um dia passado na barragem de Castelo de Bode, com desportos náuticos e belos petiscos com amigos / Se fosse presidente de Câmara o em qualquer praia fluvial da região. / Uma viagem já feita ou por fazer que faria? Água doce, natureza, divertimento e Japão sem dúvida. Porque foi uma Implementaria um projeto comunitá- amizade são sempre uma excelente viagem muito desejada e só a fiz há rio original e alargado de cidadania, combinação!

FICHA TÉCNICA Direção Geral/Departamento Financeiro Luís Nuno Ablú Dias, 241 360 170, luisabludias@mediaon.com.pt. Diretora Patrícia Seixas (CP.4089 A), patriciaseixas@mediaon.com.pt Telem: 962 109 924 Redação Jerónimo Belo Jorge (CP.7524 A), jeronimobelojorge@mediaon.com.pt, Telem: 962 108 759. Colaboradores Ana Rita Cristóvão, José Martinho Gaspar, Leonel Mourato, Paula Gil, Paulo Delgado, Ricardo Beirão, Teresa Aparício. Cronistas Alves Jana e Nuno Alves. Departamento Comercial. comercial@mediaon.com.pt. Design gráfico e paginação João Pereira. Sede do Impressor Unipress Centro Gráfico, Lda. Travessa Anselmo Braancamp 220, 4410-359 Arcozelo Vila Nova de Gaia. Contactos 241 360 170 | 962 108 759 | 962 109 924. geral@mediaon.com.pt. Sede do editor e sede da redação Av. General Humberto Delgado Edf. Mira Rio, Apartado 65, 2204-909 Abrantes. Editora e proprietária Media On - Comunicação Social, Lda., Capital Social: 50.000 euros, Nº Contribuinte: 505 500 094. Av. General Humberto Delgado Edf. Mira Rio, Apartado 65, 2204-909 Abrantes. Detentores do capital social Luís Nuno Ablú Dias 70% e Susana Leonor Rodrigues André Ablú Dias 30%. Gerência Luís Nuno Ablú Dias. Tiragem 15.000 exemplares. Distribuição gratuita Dep. Legal 219397/04 Nº Registo ERC 100783. Estatuto do Jornal de Abrantes disponível em www.jornaldeabrantes.pt. RECEBA COMODAMENTE O JORNAL DE ABRANTES EM SUA CASA POR APENAS 10 EUROS (CUSTOS DE ENVIO) IBAN: PT50003600599910009326567. Membro de:

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JORNAL DE ABRANTES / Julho 2020


ENTREVISTA /

A nossa vida não voltará a ser a mesma // A Coordenadora da Unidade de Saúde Pública do Agrupamento de Centros de Saúde do Médio Tejo sonha com a pandemia, almoça em frente aos computadores e quase não tem fins de semana desde que começou a pandemia.

// Maria dos Anjos Esperança teme uma segunda vaga de SARS-COV-2 porque os sintomas são idênticos aos da gripe, mas diz que as pessoas estão, em geral, mais bem preparadas se isso acontecer.

// Vê pouca televisão e quando vê aponta às notícias, senão adormece, e na rua corrige as pessoas que usam mal a máscara. Explica como é que no Médio Tejo se preparou a chegada da pandemia. É ela um dos rostos da autoridade de saúde na região. mos de saúde pública todo o país está assim. Sabe, eu surpreendo-me agora quando se ouve dizer que se vão contratar mais médicos de saúde pública. Onde é que eles estão? Eu não sei. Esta semana (3 de julho) fazem exame final cerca de 20 internos que estão a acabar o quarto ano e que já deviam ter feito exames em março, que foram adiados, que depois serão colocados nos locais onde fizeram os internatos. A partir de segunda-feira (6 de julho) conto ter aqui a minha ex-interna. E outra coisa que nos atrasa mais um bocadinho. Os exames são feitos no país inteiro, mas sem atenção às zonas das pessoas. Eu tenho que ir ao Algarve fazer-lhe o exame. Estão aptos a trabalhar, mas somos sempre poucos porque o que interessa nesta pandemia é conseguirmos identificar a partir de um caso positivo, o mais urgentemente possível, os contactos que essa pessoa tem. Para não os deixarmos “fugir”, para impedir que tenham contactos com outras pessoas, para circunscrever aquele caso.

Entrevista e fotos por Jerónimo Belo Jorge

Começo, invariavelmente, por lhe perguntar como é que tem sido a sua vida desde março, desde que começou a pandemia?

A vida da Maria dos Anjos desde março tem sido um pouco complicada, quer em termos pessoais quer profissionais. Em termos profissionais porque estamos no meio de uma pandemia e isto exige muito de todos os profissionais de saúde e sobretudo que não ande muito para a frente e que os casos não sejam muitos. Todos os profissionais, desde os enfermeiros, técnicos de saúde ambiental, higienistas orais, assistentes técnicos, médicos, têm de estar muito atentos. Em termos de Maria dos Anos, do ponto de vista pessoal, tem tido muitas alterações. Neste momento não sei quando é que é o sábado ou o domingo. Por vezes de manhã acordo e penso “hoje é segunda? Ou quinta?” porque tem sido todos sábados e domingos a trabalhar. Só com um bom ambiente familiar e um bom apoio é que nos deixam andar para a frente. Posso dizer que vi o meu filho a 23 de fevereiro e depois só tornei a vê-lo a 21 de maio. E vive a pouco mais de 90 kms, em Lisboa.

O que é que mudou em relação à vossa forma de trabalhar?

Ali por alturas de fevereiro, na saúde pública, percebeu-se que íamos ter pandemia ou tiveram alguma esperança que “passasse ao lado”?

Percebemos que íamos ter. Não esperávamos que fosse uma pandemia com tantos casos e com sequelas que ainda não sabemos quais são, mas com mortalidade nas nossas camadas mais idosas. Tínhamos esperança (e eu sou Esperança, por parte do marido) que isto não fosse assim tão grave. Tínhamos tido uma experiência com a gripe das aves que não nos deu praticamente trabalho nenhum…

Como é que no Médio Tejo se prepararam para o embate?

A Unidade de Saúde Pública dá apoio a 11 concelhos. Há só uma unidade, ao contrário das outras unidades. Tínhamos até ontem [30 de junho] apenas quatro médicos de Saúde Pública porque uma está de licença de maternidade até ao final do ano. O que é que fizemos? Pensámos: vamos dividir o território

[11 concelhos] por quatro médicos, vamos criar equipas concelhias com um médico, enfermeiros, técnicos de saúde ambiental e higienistas orais. E depois articulam-se com a autoridade de saúde, que somos três. Mas não pode ser estanque porque se um não está, o outro tem de dar uma ajuda.

“Não. Nunca mais na nossa vida vamos viver como vivemos até março de 2020”

Quando começámos a perceber o que aí vinha começámos a pensar: como é que vamos desenvolver o nosso trabalho? O que era preciso em termos de saúde pública. O saber identificar os casos que poderiam ser positivos e de imediato os contactos. E foi assim que nos organizámos. Deixámos, por exemplo, de fazer fosse o que fosse em termos de saúde pública. Dos 32 programas e projetos que temos na nossa unidade deixámos de fazer. Nem colheitas de água, nem vigilâncias de estabelecimentos, saúde escolar. Parou todo o serviço de saúde pública, exceto algum serviço como os internamentos compulsivos, os apoios a pessoas com problemas psiquiátricos ou algum caso de urgência. Dedicámo-nos exclusivamente aos boletins epidemiológicos, aos contactos epidemiológicos, à investigação de cada um dos casos, em articulação com a Administração Regional de Saúde.

Não são poucas pessoas para um trabalho árduo, quando têm que “ligar” os casos que vão surgindo? Sim. É muito pouco. Mas em ter-

Esta pandemia pode vir a despertar o interesse pela saúde pública? Pode levar mais jovens a optarem pela saúde pública?

Eu sou médica de saúde pública por convicção, por vontade, por desejo. Eu não gostava que as pessoas viessem para saúde pública por agora haver uma pandemia. Agora, que efetivamente esta situação veio despertar a curiosidade do que é, do que faz um médico de saúde pública, é uma verdade. E espero que venham mais pessoas porque, permita-me a expressão, a saúde pública mete o nariz em tudo. E o aliciante é o trabalhar com as populações desde os bebés aos idosos e podermos fazer a prevenção da doença. É o estarmos antes da doença

Como é que se diz a uma pessoa que pode estar infetada? Que tem de ficar isolada?

De uma maneira geral, quando telefonamos às pessoas, temos de fazer muitas perguntas. Quando telefonamos a uma pessoa doente temos de lhe pedir todos os contactos que teve. Normalmente a pessoa já sabe o resultado porque tem havido o cuidado

Julho 2020 / JORNAL DE ABRANTES

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ENTREVISTA / dos laboratórios, mesmo até do hospi-

Preocupa-me que as pessoas não entendam esta situação…

tal, de informar de imediato. A maior parte das vezes já sabem. Mas tem de se ter um bocadinho de cuidado, de “savoir faire”. Temos de perguntar se foi feito o teste, temos de desmistificar. Temos de perceber se estamos a falar com uma pessoa idosa ou jovem, porque as circunstâncias da doença são diferentes. E depois dizer que é positivo.

…tem tempo para si? Para a família?

Não [risos] não tenho tempo para mim, mas enfim, temos de o ir arranjando. 80 por cento dos dias almoço até aqui em frente aos computadores a comer e ver análises e relatórios. E este fim de semana estava aqui e recebi fotografias que o meu marido mandou porque andava lá em casa a arranjar uns vasos de flores. Eu não tenho tempo para isso.

Em geral aceitam as vossas indicações ou chegam a ser “mal-tratados”?

Já tive algumas pessoas que choraram e ficaram com muito medo. “Foi uma surpresa muito grande, eu tenho estado em casa…”, mas há sempre qualquer coisa que pode justificar o contágio. Nunca tive ninguém que me dissesse alguma coisa desagradável. O que acontece por vezes é com as pessoas que temos em vigilância não aceitarem muito bem serem vigiadas. E todos os dias, no período de isolamento, nós telefonamos. Isso é que algumas pessoas não aceitam e já têm sido nalguns casos, inconvenientes: porque é que andam a aborrecer; porque é que me andam a chatear; porque é que me andam a aborrecer todos os dias; o que é que tem a ver com a minha temperatura.

Sentem-se intimidadas?

Sim, sentem que é uma invasão da sua intimidade, porque nós fazemos muitas perguntas.

Pelo que percebi há um trabalho de “casa” com reuniões quase constantes, há o trabalho de campo, porque vão para o terreno…. Deixe-me pedir-lhe para recordar o caso do surto do Carvalhal. Quando tiveram os primeiros testes positivos, quando souberam que era um lar não licenciado, quando perceberam que as pessoas andaram na comunidade… como é que se gere uma situação dessas?

Andámos a fazer essa investigação, que foi a nossa colega mais nova que fez essa investigação. Temos de ter tempo. Não é a primeira, nem segunda vez que saio daqui [serviço] às nove ou dez da noite. Mas tenho de dizer, sempre acompanhada pela administrativa, pela técnica, por outros elementos da equipa. E acontece nos outros locais onde temos equipas. Nós fazemos investigação e vigilância ao sábado e domingo. Falou no Carvalhal, mas tivemos mais, infelizmente. Temos de ir ao terreno. É preciso avaliar as condições da casa. É preciso fazermos as reuniões com a Proteção Civil, com a comissão executiva, com os bombeiros, com a PSP ou GNR (…) tiramos as pessoas desses lares, testar todas as pessoas, separar os positivos dos negativos (…) e nós acompanhamos esse processo todo. Temos tido a ajuda do Centro Hospitalar do Médio Tejo que colocou à disposição do distrito uma enfermaria para as pessoas que não têm onde ficar. Depois, em conjunto com a Proteção Civil, fazemos a higienização dos edifícios.

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É abordada por amigos, pessoas próximas sobre estes temas?

Além de ser abordada na rua, até por pessoas que não conheço [mas que me conhecem a mim], mas sobretudo pela família. Perguntam-me o que é que devem fazer nesta ou naquela situação.

Consegue fazer a vida normal e abstrair-se da pandemia?

“Do Médio Tejo e, pelo que sei da Lezíria, os números são reais” “E todos os dias, no período de isolamento, nós telefonamos. Isso é que algumas pessoas não aceitam e já têm sido nalguns casos, inconvenientes”

JORNAL DE ABRANTES / Julho 2020

Os números. Há sempre muita dúvida sobre a veracidade dos números. Há discrepâncias entre os nacionais e os regionais. Os do Médio Tejo, são os números reais? As pessoas podem confiar nos números divulgados?

Do Médio Tejo e, pelo que sei da Lezíria, os números são reais. E porquê? Porque nós tiramos os números de 24 em 24 horas. E os números são dados sempre pela autoridade de saúde e pela plataforma da Direção Geral. Da plataforma sabemos alguns, outros sabemos porque temos a informação dos laboratórios privados, do Centro Hospitalar do Médio Tejo, do Hospital de Leira (…) porque é obrigatório qualquer análise positiva ser comunicada à autoridade de saúde….

… mas porque é que Abrantes tem um total de 44 casos positivos (dados do ACES) e na plataforma da DGS aparece com 23?

Porque a forma de tirar os casos da Direção Geral será diferente da nossa. E isso causa dúvidas. Nós temos uma base de dados que se atualiza automaticamente, e aí devo agradecer mais uma vez ao CHMT que nos disponibilizou um técnico de informática que nos ajudou nessa área. À medida que vamos introduzindo os dados a base de dados vai-se atualizando e a

minha assistente técnica tem sempre tudo em dia.

Desconfinar é voltar à vida normal antes da pandemia chegar, ou não voltaremos a ter essa vida normal?

Não. Nunca mais na nossa vida vamos viver como vivemos até março de 2020. Repare, este confinamento levou a que agora, depois de desconfinar [outra coisa é saber se estamos a desconfinar bem ou não] levou a que as pessoas estejam afastadas umas das outras. E isto é um sentimento que vai ficar. Eu tenho um irmão com 67 anos e a primeira vez que o vi nesta fase ficamos a dois metros um do outro. E acho que este é um hábito que nos vai ficar. Enquanto não tivermos uma vacina, uma imunidade de grupo dada pela doença [creio que nunca a vamos ter], mesmo depois disso vamos estar sempre receosos,

Tem receio que após o verão possa chegar uma segunda vaga?

Tenho. E tenho receio disso depois das férias. Quando chegar o tempo mais frio, o tempo das gripes normais. Confundem-se os sintomas, porque os sintomas deste SARS-COV2, desta COVID, são os sintomas de uma gripe normal.

Estaremos mais bem preparados, a comunidade?

Penso que sim. E, espero estar enganada, mas se acontecer uma segunda vaga irão aceitar melhor as medidas que terão de ser tomadas.

E a Maria dos Anjos, a mulher, como é que tem vivido esta “crise”?

Eu vivo só com o meu marido [o meu filho já está a viver e trabalhar em Lisboa] e ele é empresário e tem algum receio disto e tem compreendido isso.

Não, não consigo. Sonho muitas vezes com estas situações todas. Mas dou graças a Deus porque tenho conseguido dormir. Não uma noite inteira [acordo muita vez], mas consigo adormecer. Mesmo o meu computador pessoal [um portátil em cima da mesa ao lado do desktop] fica aqui, só o levo ao fim de semana. E o que faço em casa é ler os Decretos, as Leis, as orientações da Direção Geral, quando há tempo.

Quando vai às compras analisa comportamentos das pessoas, em relação às recomendações? Corrige esses comportamentos?

Às vezes digo [risos] sobretudo quando as pessoas usam mal as máscaras. Mas tento explicar porquê. Mas às vezes vejo coisas que só me apetecia dar umas palmadas às pessoas. Mas elas sabem. Nós temos aquela ideia “o azar bate sempre na porta ao lado”, por isso é que digo que se as pessoas tiverem casos na família ou muito próximos aí sentem melhor. Eu não acredito que, neste momento, não haja quem não saiba por a máscara, quem não saiba para onde tossir ou que têm de cumprir o afastamento. Mas as pessoas deixam… andar.

Vê televisão? O que é que procura?

Sim, vejo notícias. Sempre ligadas à COVID, porque se o meu marido me diz para vermos um filme, ao fim de cinco minutos adormeço.

A Maria dos Anjos e a médica de Saúde Pública estão sempre juntas, ou consegue separá-las, mesmo que por pouco tempo?

Sim, estão sempre juntas. Mesmo quando estou em família ou vou às compras, ao super, há sempre alguma coisa que puxa a médica de saúde pública.

Para finalizar, tem saudades de uma reunião de família ou de um “grande” almoço convívio com muitas pessoas?

Tenho. Muitas saudades. O último, de colegas de curso, foi em fevereiro e tenho saudades. Sabe, sou uma pessoa muito afetiva. Tenho irmão e sobrinhos e gosto de os juntar em casa. Tenho muitas saudades disso.


ATUALIDADE / Abrantes

Patronato Santa Isabel fecha portas O Patronato Santa Isabel, valência de lar de infância e juventude da Santa Casa da Misericórdia de Abrantes está praticamente de portas fechadas. E desta vez é em definitivo. De acordo com informações que o Jornal de Abrantes conseguiu saber, há várias semanas que a instituição estava a tratar do processo com a Segurança Social, no sentido de recolocar as jovens que aqui estavam institucionalizadas. O processo está em curso, sem retorno possível, confirmou o provedor da Santa Casa da Misericórdia de Abrantes, Alberto Margarido, que adiantou que a colocação das raparigas que tinham na instituição já está a ser feita por parte da Segurança Social. Alberto Margarido explicou ao Jornal de Abrantes que o problema, desta vez, não foi financeiro. Havia em torno nas raparigas muitos problemas associados que não conseguiam resolver. Entre conflitualidade entre elas, o que levou a que, diversas vezes, a PSP tivesse de se deslocar à instituição, passando pela rebeldia e pela “fuga” às ordens de confinamento, por exemplo, foi um acumular de situações que não deu descanso.

/ O edifício do Patronato foi doado à Sopa dos Pobres de Abrantes em 1970 O provedor da Santa Casa da Misericórdia disse que num dos casos até ia sendo provocado um incêndio dentro das instalações por estarem a fumar lá dentro. “Pelo menos conseguiram mandar o colchão, que estava a arder, pela janela, para o pátio traseiro”, disse o responsável adiantando que as meninas precisam de outras soluções que o Patronato não consegue oferecer. Sendo assim, a opção foi a de

“...já em 2001 o encerramento do lar de infância e juventude esteve em cima da mesa.”

contactar com a Segurança Social e decidir pelo encerramento do Lar de Infância e Juventude. O Jornal de Abrantes sabe que a decisão já foi tomada há mais de dois meses e que o processo de recolocação das meninas que ali viviam está a decorrer, pelo menos, há três semanas. Recorde-se que já em 2001 o encerramento do lar de infância e juventude esteve em cima da mesa na Santa Casa da Misericórdia de Abrantes, mas nesta altura devido a problemas financeiros. A instituição tinha uma estrutura de custos que era o dobro das receitas provenientes da Segurança Social. Como era um problema financeiro, acabou por ser ultrapassado e a valência continuou a acolher raparigas institucionalizadas. Em maio de 2011 a instituição tinha um passivo acumulado de 600 mil euros. Na altura acolhia 18 adolescentes em regime de internato e estava na eminência de fechar portas. Hoje o encerramento faz-se por outros motivos. Alberto Margarido lamentou esta decisão, mas as meninas que ali estavam a viver

necessitavam de outro tipo de instituição que não o serviço que era prestado. Quando às nove funcionárias, há a intenção de serem “absorvidas” pelo quadro de pessoal da Santa Casa da Misericórdia de Abrantes, mas ao que se sabe haverá acordos individuais uma vez que, adianta o provedor, se quiserem terão lugar garantido. Falta, portanto, a burocracia junto da Segurança Social, sendo certo que falta apenas colocar duas jovens noutras instituições o que acontecerá nos primeiros dias de julho. Quanto às instalações do lar, junto à Igreja de S. João, sendo um edifício antigo, tem sofrido algumas melhorias e reabilitações mas não pode ficar ao abandono, pelo que o provedor indica que poderá integrar uma resposta do município de Abrantes nas suas áreas sociais. A acontecer, haverá, claro, a celebração de um protocolo a oficializar essa “cedência”. Recorde-se que a Sopa dos Pobres de Abrantes, que deu origem ao Patronato Santa Isabel, foi criada em 25 de setembro de 1934, segundo o “Diário do Gôverno” da altura com a aprovação do quadro de pessoal com uma professora de internato, um escriturário e uma criada. Jerónimo Belo Jorge PUBLICIDADE

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REGIÃO / Abrantes

Javalis nas ruas de Abrantes preocupam população Não é novidade que nas encostas sobranceiras ao rio Tejo, nas bandas de Abrantes, sempre andam e terão andado javalis. Desde que os campos deixaram de ter cultivo os animais, omnívoros, buscam alimento e fogem às zonas que foram queimadas pelos fogos florestais. Só que, nos últimos meses os javalis deixaram de ser vistos apenas nas encostas “bravias” da cidade para passar a ser avistados em zonas mais urbanas. O ano passado, a 21 de setembro, uma moradora na Rua General Humberto Delgado, em Abrantes, junto à Escola Secundária Dr. Manuel Fernandes foi à janela e viu os javalis a “passear” pela placa central da praceta. Uma fêmea com as crias. Pouco menos de um mês depois, a 12 de outubro de 2019, na relva dos separadores da Avenida Dr. Santana Maia, na descida para o Hospital de Abrantes, foram avistados novamente. Sempre de noite. Sempre uma fêmea com as crias por perto. Mas a 21 de junho deste ano, um domingo, foi em plena luz do dia que Inês Lopes viu dois javalis adultos acompanhados pelas crias na Avenida Sá Carneiro junto à Pousada da Juventude de Abrantes. Fez as imagens que rapidamente correram as redes sociais. Mas, na madrugada de 19 de junho, depois das 04:00 horas, Catarina Gil acordou com os latidos do seu cão Farrusco, que estava preso na sua casota de cimento nas traseiras da moradia, na Calçada de S. José. Catarina Gil contou ao Jornal de Abrantes que a aflição do animal fez com que, mesmo de pijama, saísse à rua para ver o que se passava. E quando abriu o portão viu o vulto do javali “enorme” e a soltar grunhidos. Sem saber o que fazer lembrou-se que gritar por ajuda. Chamou o vizinho, Joaquim Maria, que também saiu à rua para ajudar a “enxotar” o javali dali para fora. O bicho atirou-se à casota do Farrusco e com uma “trombada” empurrou-a encosta abaixo. Depois, contam, como tinha os dentes caninos bem grandes tentou, já na encosta, atingir o cão. E conseguiu. O farrusco apresenta várias feridas. A filha de Catarina Gil quando soube do sucedido ficou preocupada com esta ameaça e denunciou o ataque na sua página de Facebook. Contou o que se passou, publicou fotos e disse que não ia ficar quieta. Com a preocupação pelo su-

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tece com as mães que protegem os filhos.

O Clube de Caçadores está no terreno

/ Catarina Gil e a filha Lurdes Gil estão aguardam as respostas do ICNF

A primeira prioridade é tentar desviar os animais as zonas urbanas da cidade

/ Começa a ser frequente os javalis andarem nos quintais da cidade cedido encetou contactos com a Junta de Freguesia de Abrantes e Alferrarede, com a PSP, com a GNR e SEPNA (brigadas de ambiente da GNR), com o Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (INCF), através de email. Entrou em contacto com os serviços regionais do ICNF por telefone e com a Saúde Pública do Médio Tejo. Lurdes Gil acrescentou ainda a proteção civil de Abrantes. Não tendo nada contra os animais apenas a move a questão de segurança dos pais porque diz “muitas vezes andam sozinhos na horta” e, como ficou visto no domingo, os javalis já não aparecer apenas de noite. Também à

JORNAL DE ABRANTES / Julho 2020

luz do dia circulam pelas zonas mais urbanas. Manuel Jorge Valatamos, presidente da Câmara de Abrantes, disse que há cerca de um ano que não se viam os javalis nas zonas urbanas, mas que é preocupante esta aproximação das zonas urbanas. O autarca salientou que o assunto está a ser acompanhado pela autarquia e pela proteção civil municipal, mas deixa claro que a responsabilidade sobre esta matéria é do Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF). E o facto de se estar numa zona urbana leva a que não possa ser desenvolvida qualquer ação de caça ou batidas. Manuel Jorge Valamatos disse esperar que o

ICNF traga uma solução. Já Luís Damas, presidente da Associação de Agricultores de Abrantes, Constância, Mação e Sardoal, voltou a indicar aquilo que já em outubro de 2019 tinha explicado. É preciso uma ação de controlo da densidade desta espécie que se habitua, cada vez mais, a andar pelas zonas mais urbanas. E a possibilidade de poderem provocar acidentes pode fazer aumentar os receios da população. Luís Damas voltou a desmistificar os ataques a pessoas, mesmo com o exemplo do ataque ao cão na Calçada de S. José. “O javali só ataca quando está ferido ou as fêmeas, se sentirem que têm as crias em perigo”, tal como acon-

O Clube de Caçadores de Abrantes tem a autorização do ICNF para fazer o controlo da densidade de animais em Abrantes. As primeiras autorizações foram direcionadas para Bairro Vermelho e Casal da Preta, mas face ao desvio dos animas para outras zonas, o clube pediu autorizações para outros locais em volta da zona urbana de Abrantes. Orlando Costa, o presidente do Clube de Caçadores de Abrantes, confirmou ao Jornal de Abrantes que o objetivo não é o abate dos javalis só porque sim. A primeira prioridade é tentar desviar os animais das zonas urbanas da cidade e evitar que venham para zonas habitadas ou para as vias de circulação automóvel. E Orlando Costa diz que há um trabalho invisível por parte dos caçadores que vai muito para além de andar com a espingarda ou carabina ao ombro, embora essa possa ser a imagem que existe. E o que é que fazem? Primeiro tentam encontrar e perceber os circuitos dos javalis e, apesar de a zona ter uma orografia muito complicada, conseguem perceber essas linhas. Tanto que, Orlando Costa diz que estes avistamentos são duas fêmeas com crias que andam por esta zona. É o Instituto de Conservação da Natureza e Florestas é quem tem a tutela de controle da caça e das espécies cinegéticas. E desde os avistamentos de setembro e outubro do ano passado que o ICNF já tinha autorizado a Associação de Caçadores de Abrantes a proceder à caça para controlar a densidade no Casal da Preta e no Bairro Vermelho. Mas agora o instituto indica que tem conhecimento destas situações e que vai aumentar a lista dos locais onde a Associação de Caçadores de Abrantes pode fazer as esperas aos javalis: Encosta Sul, Av. do Paiol, Outeiro de São Pedro, Ladeira de São Queitano, Lopo, encostas do Bairro Social e açude do Tejo, incluindo ainda as duas anteriores. O ICNF explica ainda nesta resposta que informaram o serviço municipal de Proteção Civil de Abrantes para a necessidade de “aumentar o esforço relacionado com a remoção de lixos domésticos (…) já que são uma das fontes de atração dos animais, quando estes buscam comida. Jerónimo Belo Jorge


REGIÃO / Abrantes

FINAbrantes já apoiou tecido associativo com mais de 2 milhões e 600 mil euros

/ “Esta cerimónia serve para vos agradecer” - Manuel Jorge Valamatos vocês estão a fazer e que nos vão ajudando a construir”. O presidente anunciou ainda que “nos últimos seis anos já investimos, ou apoiámos, com 2 milhões e 600 mil euros na atividade desportiva, cultural e social. E é um dinheiro muito bem empregue”, referiu Manuel Jorge Valamatos. Quanto à realização de alguns dos eventos protocolados, “alguns não se vão poder realizar” devido à situação de pandemia mas o presidente garantiu que vão “analisar de forma calma e tranquila cada uma das situações, de forma individual, e não queremos que as associações passem mais dificuldades do que aquelas que já estão a passar neste momento”.

A assinatura dos protocolos pretende também “reforçar a sustentabilidade económica das diferentes associações”. Em representação dos presidentes de junta do concelho, esteve Bruno Tomás, presidente da União de Freguesias de Abrantes e Alferrarede. Bruno Tomás destacou a importância do FINAbrantes, “quer para a comunidade em geral na ótica do concelho, mas extremamente importante para as freguesias”. E deu como exemplo a sua freguesia onde existem “cerca de 25 a 30 movimentos associativos e no cômputo geral de investimento, porque é de investimento do erário público, são

“É um dinheiro muito bem empregue” - Manuel Jorge Valamatos

mais de 300 mil euros para a comunidade”. O movimento associativo “quanto mais melhor, é sempre importante para que as comunidade sejam vivas”. Bruno Tomás deu novamente como exemplo uma das associações da sua freguesia

e lembrou o que seria “na aldeia das Sentieiras se não existisse lá o movimento associativo, se não tivessem futebol de 15 em 15 dias ou se não tivessem alguém que organizasse o baile de Carnaval ou o que quer que fosse...” Como tal, finalizou Bruno Tomás, “e falo em nome dos meus colegas, só tenho que vos dizer obrigado porque qualquer um de vós está lá por carolice e está a tirar tempo à família para o bem dos outros. E isso é uma questão que a comunidade tem que reconhecer”. O apoio da Câmara totaliza o montante global de 331.074,42 euros (+2% do que em 2019/2020), repartido pelas diversas medidas, do seguinte modo: Medida 1 - Cultura – 129.148,00 euros; Medida 3 - Juventude – 16.847,60 euros; Medida 4 - Social – 99.658,49 euros; Medida 5 - Eventos – 85.420,31 euros. Somando a verba relativa ao apoio à atividade desportiva no concelho, no valor total de 195.752,65 euros, já contratualizada, a Câmara Municipal de Abrantes “coloca ao serviço do movimento associativo do concelho” mais de meio milhão de euros. Entretanto, a Câmara de Abrantes aprovou em reunião do Executivo o início do procedimento para alteração do regulamento do FINAbrantes para o ajustar em função da realidade atual das diversas áreas apoiadas, como por exemplo alguns imperativos legais, uma vez que o regulamento em vigor data de 2012. A intenção é também acrescentar uma nova medida de apoio ao investimento para conservação e beneficiação de infraestruturas das coletividades e à aquisição de equipamentos e de viaturas para suporte às suas atividades. Patrícia Seixas

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A Câmara Municipal de Abrantes assinou, no dia 8 de junho, os protocolos com os representantes das 67 associações que se candidataram ao Programa do FINAbrantes – Programa de Apoio a Coletividades do Concelho de Abrantes, nas medidas de apoio a atividades nos âmbitos cultural, social, juventude, sociais e eventos diversos. A cerimónia teve lugar no Jardim do Castelo, em duas cerimónias faseadas devido às precauções que devem ser mantidas devido à pandemia da Covid-19. No seu discurso, o presidente da Câmara de Abrantes, referiu que a cerimónia “procura motivar-vos, de forma séria e honesta, a continuarmos a fazer o trabalho que temos vindo a fazer até hoje”. Manuel Jorge Valamatos considerou “determinante” o tecido associativo do concelho “naquilo que é a ação do nosso território e na nossa vida comunitária”. O autarca referiu-se ao território do concelho, “que é muito grande e temos muitas associações”. Em contraponto com outros concelhos da área do Médio Tejo onde, no seio da Comunidade Intermunicipal, “alguns presidentes me pedem para eu mandar para lá algumas das nossas associações”, brincou Manuel Jorge Valamatos. “Poderia falar de outras áreas, como a cultura mas dou como o exemplo o desporto porque há municípios que estão aflitos para terem um clube para poderem fazer qualquer coisa. E nós temos dezenas de clubes na atividade desportiva e todos são importantes. E na cultura, ação social ou juventude a mesma coisa”, afirmou. “E esta cerimónia serve para vos agradecer”, referiu Manuel Jorge Valamatos, dizendo também que “estamos muito atentos ao que

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REPORTAGEM /

O sapador florestal não é um bombeiro // Não são bombeiros. Nem madeireiros. Muito menos jardineiros. Mas têm competências em todas estas áreas e mais algumas. Os sapadores florestais são isso mesmo, profissionais que têm a sua base de trabalho na floresta e na mata.

O

distrito de Santarém apresenta 35 equipas de sapadores florestais, o que equivale a 35 viaturas e 175 sapadores. Já a área territorial da CIM do Médio Tejo conta com 27 equipas de sapadores e 135 profissionais, sendo quatro equipas do distrito de Castelo Branco por via dos municípios da Sertã e de Vila de Rei pertencerem a este distrito. Neste território a CIM tem constituídas duas brigadas, sendo que cada brigada tem três equipas, o equivalente a três viaturas e cada uma das equipas é constituída por cinco sapadores. É desta forma que a Comunidade Intermunicipal opera com os sapadores nos 13 municípios numa visão mais de limpeza e prevenção do que propriamente o combate a fogos ou até a primeira intervenção. Ana Esteves, coordenador dos sapadores florestais indica que esta é uma das diferenças entre os sapadores da CIM e as outras equipas de sapadores existentes em cada um dos concelhos. “Não

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fazemos a primeira intervenção. A nossa aposta é na limpeza e prevenção, mas podemos ser acionados pelos CODIS de Santarém ou de Castelo Branco, uma vez que estamos nos dois distritos”, revela a coordenadora dos sapadores que indica ainda que os trabalhos que têm são definidos, em primeira ordem, pelo Instituto de Conservação da Natureza e Florestas

(ICNF) com uma aposta clara na limpeza e manutenção da rede primária. Ou seja, nas estradas ou estradões que estão mais próximas das aldeias ou povoações. “Não fazemos jardinagem, ou limpeza de terrenos para autarquias, ou particulares”, diz a coordenadora embora saliente que podem ser feitos alguns trabalhos para as autarquias.

// SAPADOR FLORESTAL De acordo com o Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF) o Sapador Florestal é um trabalhador especializado, com perfil e formação específica adequada ao exercício das funções de gestão florestal e defesa da floresta, designadamente, através de: ações de silvicultura; gestão de combustíveis; acompanhamento na realização de fogo controlado; apoio à realização de queimas e de queimadas; manutenção e beneficiação da rede divisional e de faixas e mosaicos de gestão de combustíveis; manutenção e beneficiação de outras infraestruturas; E ações de controlo e eliminação de agentes bióticos.

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Pode ainda exercer ações de: sensibilização do público para as normas de conduta em matéria de natureza fitossanitária, de prevenção, do uso do fogo e da limpeza das florestas; vigilância das áreas a que se encontra adstrito, ou estabelecido em POM; primeira intervenção em incêndios florestais, apoio ao ataque ampliado e subsequentes operações de rescaldo e vigilância pós-incêndio, previsto em Diretiva Operacional aprovada pela Comissão Nacional de Proteção Civil; e proteção a pessoas e bens prevista em Diretiva Operacional aprovada pela Comissão Nacional de Proteção Civil.

Como a área de intervenção abrange todos os municípios do Médio Tejo tentam chegar a todo o lado. “Hoje, por exemplo, temos uma brigada em Alcanena, na serra, e outra em Vila de Rei”, explica Ana Esteves. No terreno a coordenação das equipas é feita por Ana Gomes, engenheira florestal. Ser sapador “não é cortar tudo a torto e a direi-

to. Quando fazemos os trabalhos de limpeza temos em atenção algum ordenamento florestal. Aqui, por exemplo, deixamos as árvores autóctones. Azinheiras. Oliveiras. Medronheiros. Pinheiros”. Entre a roçadora e a motosserra, os sapadores andam equipados da cabeça aos pés. É um trabalho duro, pois andar “com seis quilos (roçadora) nas mãos a manhã


REPORTAGEM / toda não é pera doce”, explica Nuno Catarrinho. Mesmo assim este sapador, já com experiência acumulada, afirma preferir os terrenos da serra mais acidentados, com mais pedras e obstáculos do que os terrenos mais planos do pinhal”. No seu trabalho diário explica que gosta de “olhar para trás e ver a desmatação. Sentimo-nos bem”. Embora seja um trabalho pesado, Filomena Lopes, ex-militar aveirense, a viver em Constância, afirma ser um modo de vida que adora. “Estar na floresta, na natureza e ajudar a preservá-la é algo que gosto”, diz a sapadora que indica ainda que as mulheres também podem fazer este trabalho. Na floresta encontram de tudo. O bom e o menos bom. “Já encontrámos uma vaca perdida na serra, ou um pavão, ou [risos] uma sanita”, afirma Nuno Catarrinho. Ana Esteves revela que hoje há muito mais consciência da importância da floresta e há muito menos depósitos de lixo. “Mas ainda se encontram”, afirma, ao mesmo tempo que explica que os cidadãos não incomodam muito o trabalho dos sapadores. Mesmo os proprietários dos terrenos. Aqui e ali pedem para cortar mais ou para não cortar algumas árvores. Mas, diz a responsável, têm a noção do trabalho que se faz.

// EQUIPAS DE SAPADORES FLORESTAIS Abrantes: 4 Constância: 1 Mação: 3 Sardoal: 2 Sertã: 3 Vila Nova Barquinha: 1 Vila de Rei: 1 CIM Médio Tejo: 6 CIM Lezíria Tejo: 6 Total do Distrito de Santarém: 35

Médio Tejo com duas brigadas na prevenção Foi a 2 de dezembro de 2019 que ficou efetivada a segunda Brigada de Sapadores Florestais ao serviço da Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo. No total ficaram disponíveis e ao serviço dos treze municípios associados da CIM do Médio Tejo 29 sapadores florestais e uma

técnica superior. Isto já estava operacional uma primeira brigada também constituída por 15 sapadores. A primeira brigada de Sapadores da CIM do Médio Tejo teve o apoio da Associação de Agricultores de Abrantes, Constância, Sardoal e Mação e com a AFLO-

Mação – Associação Florestal do Concelho de Mação que permitiu a sua concretização. Em termos operacionais, as duas Brigadas de Sapadores estão divididas por quatro bases instaladas em Abrantes, Mação e Tomar (falta apenas operacionalizar a base de Cardigos, no concelho de Mação). O centro operacional e de manutenção está em Abrantes, no Pólo da CIM do Médio Tejo. Os 29 sapadores florestais estão afetos à Unidade de Ordenamento e Gestão do Território / Recursos Naturais da CIM do Médio

E depois há outra vertente. “Ser sapador não é ser bombeiro. Têm de perceber que são coisas distintas, embora tenham formação nessa área e possam ser aquartelados em grandes ocorrências”, diz Ana Esteves enquanto o Nuno diz que só vão para o fogo em “ataque ampliado”. E depois há os gostos mais pessoais. O Nuno gosta mais da desmatação. Haverá outros sapadores que podem preferir o combate aos fogos. Seja como for, as carrinhas amarelas não dispensam um pequeno depósito de água, mas não deixam mesmo é as roçadoras e as motosserras. É esse o seu ADN, o trabalho na floresta. Jerónimo Belo Jorge PUBLICIDADE

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REGIÃO / Abrantes

Abrantes homenageou Centro Hospitalar do Médio Tejo 14 de junho de 2020. Seguramente um feriado municipal de Abrantes muito diferente de todos os anteriores. Foi uma cerimónia de aniversário da elevação de Abrantes à categoria de cidade simples, com distanciamento social entre os convidados, em número muito inferior daquilo que é o habitual. Também se notou, e bem, a ausência de público, de cidadãos. Tal como os novos tempos de contenção da pandemia obrigam. O hastear das bandeiras (nacional, europeia e municipal) ao som da Portuguesa foi feito pelos presidentes da Câmara, Manuel Jorge Valamatos, da Assembleia Municipal, António Mor, e da Junta de Freguesia de Abrantes e Alferrarede, Bruno Tomás. Depois, sem o abraço habitual, os funcionários do Município e Serviços Municipalizados que fazem este ano 25 anos de serviço receberam a medalha evocativa, assim como os funcionários da autarquia e dos Serviços Municipalizados de Abrantes que neste ano tiveram a sua aposentação.

Autarcas deram todas as condições ara que o CHMT pudesse estar preparado para o combate à COVID-19.

/ Carlos Andrade Costa recebeu a Medalha de Mérito de Abrantes em nome do universo do CHMT Logo depois seguiu-se o ponto alto desta cerimónia: a entrega da Medalha de Mérito Municipal ao presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Médio Tejo, Carlos Andrade Costa. A deliberação desta atribuição tinha sido aprovada por unanimidade nes-

sa semana, em reunião do executivo municipal. Perante a plateia, mais reduzida, o presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Médio Tejo agradeceu a medalha em nome de todos os funcionários da instituição e saúde. Carlos Andrade

Costa deixou bem vincado o trabalho e apoio dos autarcas da área do Centro Hospitalar do Médio Tejo que deram todas as condições para que a unidade pudesse estar preparada para o combate à COVID-19. Carlos Andrade Costa deu o exemplo do alojamento dos profissionais de saúde em Abrantes que foi prontamente decidido e pago pelas autarquias. E neste sentido deixou a nota da proximidade que tem com o presidente de Abrantes, que também apoiou o CHMT em tudo o que foi possível. Manuel Jorge Valamatos, presidente da Câmara de Abrantes, vin-

cou a sua alocução no dia de aniversário do Município a que presidente com o lamento de não poder ter as Festas de Abrantes que tinham um cartaz com concertos no Largo 1.º de Maio, apontavam o regresso das marchas populares e o regresso da ideia de Abrantes a cidade florida. Depois direcionou as palavras para os abrantinos, no sentido que tem deixado transparecer de que são as pessoas aquilo que mais importa. Tem sido esta a linha de discurso do autarca. Sobre a atribuição da Medalha de Mérito Municipal vincou o trabalho que o Centro Hospitalar tem desenvolvido como instituição que “carrega simbolicamente o nome de Abrantes por todo o Médio Tejo e pelo país”. Manuel Jorge Valamatos revelou ainda que os profissionais desta instituição disseram “sempre sim quando foi preciso, e nunca disseram não nos momentos mais incertos”. As cerimónias continuaram todo o dia com a divulgação de vídeos nas plataformas digitais do município e à noite aconteceu outro momento simples. Foi a ligação da iluminação da torre de Abrantes, da torre de telecomunicações que é um marco identitário da cidade. “Uma luz de esperança”, como caracterizou o autarca de Abrantes. Jerónimo Belo Jorge

Atrasos nos CTT motivam greve e protestos A situação já não era famosa na distribuição do correio. A situação da pandemia veio agravar um problema generalizado, mas que parece ser mais gravoso no centro de distribuição de Abrantes, que serve os concelhos de Abrantes, Constância, Gavião e Sardoal. O sindicato diz faltarem entre oito a dez carteiros para que a situação pudesse normalizar nos giros que têm de ser feitos. É certo que a pandemia trouxe aos correios mais serviço, principalmente ao nível de encomendas. Também é certo que há registos de atrasos na entrega de correspondência de muitos dias e nalguns casos de várias semanas. Estes problemas agravaram-se ainda mais com os atrasos na entrega dos rendimentos (pensões e reformas) a uma população rural e idosa e, noutros (muitos) casos atrasos na entrega das faturas para pagamentos (luz, água e telecomunicações). Neste sentido os trabalhadores efetivos dos CTT de Abrantes, estão em greve desde segunda-feira (29 de junho) pela contratação de mais carteiros. A luta vai prolongar-se até dia 10 de julho com duas horas de paralisação diária. Trata-se de uma greve parcial onde reivindicam melhores condições de traba-

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“...queremos ser geridos por gente séria, não queremos ser enxovalhados pelos clientes sem termos culpa.”

/ Os carteiros querem mostrar à comunidade que são poucos para a distribuição lho. A greve está a ter “uma adesão de 100%”, como confirmou ao Jornal de Abrantes Egdar Moliano, do Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Correios e Telecomunicações (SNTCT). Entre as várias reivindicações, o sindicalista afirma que o Centro Postal de Abrantes tem cerca de 30 funcionários, mas que são necessários mais 8 a 10. Já no passado mês de junho, Víctor Narciso, secretário-geral do SNTCT tinha afirmado à rádio Antena Livre que com esta paralisa-

JORNAL DE ABRANTES / Julho 2020

ção de duas horas durante 10 dias úteis, os trabalhadores de Abrantes pretendem “dizer à administração dos CTT que queremos ser geridos por gente séria, não queremos ser enxovalhados pelos clientes sem termos culpa”. Já aos clientes e utentes dos CTT, “às empresas e ao comércio, vamos dizer que esta greve, para além de questões internas dos CTT, é fundamentalmente para que o serviço de correios, quer o universal quer o restante, possa ser prestado com qualidade. Não é

que os trabalhadores não saibam trabalhar ou não sejam profissionais, é porque não há trabalhadores em número suficiente”. Também o Conselho Intermunicipal da Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo, realizada a 9 de junho, os autarcas demonstraram preocupação com o serviço deficitário que está a ser prestado pelos Correios de Portugal, situação, que se repete há já bastantes dias, e que nos tem vindo a criar alguns constrangimentos na nossa região, e na grande maioria dos municípios do Médio Tejo. Num espaço de 15 dias, “os serviços dos CTT não estão a ser devidamente assegurados, estando vários setores afetados, não só através da rede de distribuição postal (carteiros), com também na rede de atendimento (lojas) provocando atrasos diversos na entrega de cor-

respondência nos vários concelhos da nossa região”, informaram os autarcas. “Numa altura em que o país já por si só se encontra fortemente debilitado fruto da pandemia que nos assola, a COVID-19, é de lamentar que situações destas aconteçam neste período. As empresas estão a passar por inúmeras dificuldades, muitas delas já em situação de layoff, e vêm-se condicionadas nas entregas e recebimentos de encomendas junto dos serviços dos CTT”, afirma a CIMT em comunicado. Face aos constrangimentos diversos que se têm vindo a sentir nesta região, situação esta que é generalizada, os autarcas deliberam por unanimidade tornar pública esta preocupação, bem como transmiti-la aos CTT e à própria ANACOM”.


AVENTURA /

À descoberta do Poço Mourão Que meta o dedo no ar quem já teve uma súbita vontade de partir à descoberta, sem GPS nem caminhos traçados. A simples vontade de meter os pés na terra e ir por aí. A verdade é que pela região do Médio Tejo não faltam lugares para descobrir e a cada dia tropeçamos em mais um recanto especial que passa despercebido às grandes multidões. Foi com esse espírito que numa manhã de sábado nos fizemos ao caminho até à freguesia de Amêndoa, no concelho de Mação. À chegada, salta à vista uma majestosa cruz no cimo de um morro. Sem hesitar, subimos a Rua do Cruzeiro e deparamo-nos com um cenário que parece tirado de um filme: uma zona de lazer repleta de luz que é emanada pelo sol, envolta por uma brisa leve que faz balançar as folhas de uma árvore que serve de sombra a uma mesa de madeira para piqueniques. Ao lado, duas crianças fazem uso de uma pequena fonte de água límpida para se refrescarem. Olhamos para cima e lá está impetuoso o Cruzeiro de Amêndoa. À nossa frente, uma escadaria com umas dezenas de degraus leva-nos até lá. Do alto do miradouro, vemos árvores, casas, pássaros. Como dizia Alberto Caeiro (heterónimo de Fernando Pessoa), vemos “quanto da terra se pode ver do Universo”. Vemos o renascer de uma zona a quem não são dadas tréguas nos últimos anos, com os fustigantes incêndios que teimam em destruir a sua paisagem.

Sentamo-nos num degrau à procura da sombra feita pela cruz caiada. Tem nela gravada a data de 1940, assinalando o VIII centenário da independência e o III centenário da restauração da independência. Seguimos adiante pela Estrada Nacional 244 na freguesia de Amêndoa e é no limite desta localidade com a de Vale de Vacas que encontramos um sinal de indicação que diz “Poço Mourão”. Um recanto da natureza de passagem obrigatória para aventureiros e que está também incluído numa rota prevista nascer em Amêndoa, no âmbito do projeto Rotas de Mação - que pretende dinamizar o turismo de natureza em todo o território maçaense. Mas retomemos ao caminho. Descemos pela rua inclinada e rapidamente o alcatrão é trocado por terra batida. Até para os mais desorientados, não há que enganar, pois a sinalização está presente até à chegada ao destino. De carro ou a pé, são cerca de dois quilómetros de percurso. A certeza de que a chegada está perto é-nos confirmada pelo cheiro a churrasco que paira no ar. Um grupo de jovens da aldeia que ali se juntaram longe dos olhares da multidão para conviver, fazendo uso dos equipamentos ali instalados para o efeito. Seguimos o instinto e vamos em frente, por um estreito caminho de terra onde o olhar curioso tenta explorar um pequeno curso de água

- a chamada Ribeira da Galega - ao mesmo tempo que tentamos não falhar o passo. Guiados pela água seguimos e, entre altos e baixos, pedras e poças, terra e ervas, encontramos a tão esperada placa de madeira que nos confirma que chegámos ao destino. Para os amantes da natureza, este é um pequeno paraíso: água calma e transparente, um sossego envolvido pelo som de todas as espécies que por ali pairam, o cheiro a terra e a paisagem envolta de verde. Mais curioso se torna este lugar quando descobrimos a sua lenda. No livro “Respira Natureza em Mação”, o autor Rui Miguel Roseiro Santos juntou as memórias recolhidas junto da população e conta-nos que “o homem que sonhasse o mesmo sonho três vezes seguidas teria de se apresentar junto ao Poço Mourão à meia-noite” e que nessa altura emergiria das águas uma junta de bois “arrastando para fora do poço uma enorme grade de ouro”. Diz ainda que um dia um dito homem assim o fez mas, por ter sido avarento, Deus castigou-o e os bois recuaram e o ouro desapareceu no fundo das águas. Há ainda quem diga que “quem lá for à meia-noite na véspera de S. João ainda ouve as campainhas que os bois traziam ao pescoço”. Se a grade de ouro está ou não escondida nas águas do Poço Mourão, é algo que não lhe conseguimos dizer, mas aquilo que está à vista é já um belo tesouro. Ana Rita Cristóvão

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JORNAL DE ABRANTES / Julho 2020

Saneamento básico na Pereira adiado. Autarca garante que há outras soluções O Grupo de Ação da aldeia da Pereira, na freguesia de Santa Margarida da Coutada, no concelho de Constância, alertou para o facto de na Pereira se “pagar saneamento básico há dezenas de anos sem que a população usufrua desse serviço”. Denunciam que “desta vez já havia projeto aprovado e financiamento garantido, mas que, dois anos volvidos, deixa-se cair a concretização”. A Antena Livre questionou o presidente da Câmara Municipal e Sérgio Oliveira confirmou que havia uma candidatura aprovada mas explicou que há terrenos que não estão regularizados e, como tal, a câmara não pode intervir neles. “Há duas ou três pessoas que só estão bem a infernizar a vida dos outros”, começou por dizer Sérgio Oliveira, explicando que “se há 20 ou 30 anos nós conseguíamos entrar nos terrenos dos proprietários com ou sem legitimidade para o fazer, hoje não é possível mesmo que seja para colocar condutas ou abrir valas”. O autarca adiantou que “para avançarmos para a fase de obra temos que fazer prova de que os locais onde iam passar as respetivas condutas de saneamento básico já estavam na posse da Câmara Municipal. O que acontece é o uma parte considerável dos proprietários dos terrenos da Pereira onde essas condutas iriam passar, nem sequer têm os terrenos registados em seu nome. Muitos estão ainda no nome do avô ou do bisavô. Portanto, o processo burocrático que era necessário desenvolver para dar início à execução da obra, não foi possível dentro dos prazos da candidatura. Não podíamos avançar porque se não iria haver automaticamente uma redução do cofinanciamento considerável”. Sérgio Oliveira disse mesmo que “não podia estar a arriscar fazer um investimento de mais de 200 mil euros e chegar ao fim do investimento e não ter financiamento comunitário para o mesmo”. Quanto à questão dos proprietários, o Grupo de Ação da Pereira afirma que “a culpa recai nos proprietários (que contactámos), sem eles saberem ou serem avisados para procederem a correções/regularizações”. Situação que o autarca desmente, garantindo que “todos os proprietários foram contactados. Houve uma reunião na Câmara Municipal onde alguns entregaram documentação com tudo certinho para podermos fazer os contratos para a cedência dos

“Não podia estar a arriscar fazer um investimento de mais de 200 mil euros e chegar ao fim do investimento e não ter financiamento comunitário para o mesmo” - Sérgio Oliveira terrenos e outros não o fizeram. Quando nós começámos a perceber que a questão dos terrenos era deveras complicada, vimos que o prazo que nos era dado não era possível de cumprir”. Sérgio Oliveira garante, no entanto, que o projeto não foi abandonado e que se vão estudar outras soluções, “provavelmente, até melhores”. “A Câmara tem que estudar outra solução para resolver o problema do saneamento na Pereira”, proferiu o presidente do Município que disse que “há outros formas de resolver”. Mas Sérgio Oliveira lembrou que “a Pereira não tem saneamento básico nesta altura mas tem fossas séticas que funcionam como deve ser. Provavelmente, é o sítio do concelho, desde que eu estou na Câmara, em que houve um ou dois pedidos para limpeza de fossas séticas, em comparação com outros locais, nomeadamente em Santa Margarida. Isso quer dizer que o sistema funciona”. O concelho de Constância conta com 98% de cobertura de saneamento básico mas há situações que ainda estão fora dessa esfera como o exemplo que o autarca deu do

novo hotel que está a nascer em Constância. “O hotel vai ter uma ETAR própria porque não há forma de o ligar à rede pública de esgotos. O próprio empreendedor vai ter que solucionar a questão com uma ETAR compacta que fará o tratamento de todo o saneamento”, explicou. Quanto a soluções para a aldeia da Pereira, “existem iguais ou melhores até que o saneamento básico e que podem ser estudadas”. O autarca deu como exemplos “novas fossas séticas com outro tipo de tecnologia, há hoje soluções em plástico ou do género que garantem outras condições que não as que se verificam atualmente”. Sérgio Oliveira afirmou que estas soluções são “de menor custo” e na questão das fossas séticas “o investimento de que estamos a falar poderá ser assumido por inteiro pela Cãmara Municipal”, sem necessidade de concorrer a financiamentos comunitários. Outra das acusações do Grupo de Ação, é o facto de haver “investimentos privados em causa”. Sérgio Oliveira disse “desconhecer qualquer projeto de licenciamento de obras na Pereira”, ressalvando que “os processos são muitos e posso não estar na posse de toda a informação mas, que me recorde, não há”. “É claro que não foi uma decisão fácil para nós fazer cair esta candidatura mas não podemos pensar com o coração, temos que pensar com a razão”, concluiu Sérgio Oliveira. Saneamento básico na aldeia da Pereira fica, para já, em stand by. A Câmara Municipal de Constância vai estudar outras soluções que possam resolver a situação. A aldeia da Pereira conta com cerca de 30 habitantes. Patrícia Seixas


REGIÃO / Constância

Camões homenageado em ano sem Pomonas

/ Dia de Camões assinalado em Constância em cerimónia simbólica

rências que existem no concelho e afirma que é “com toda a certeza, a terra que mais vive Camões porque é a única no nosso país que tem um monumento erigido a Camões, por Lagoa Henriques, tem o Jardim-Horto que retrata todas as plantas e todas as árvores que constam da obra de Camões,

tem uma Casa-Memória construída que apenas espera que sejam disponibilizados os fundos necessários para os conteúdos para que possa abrir ao público e tem a maior homenagem que é feita que é, todos os anos pelo 10 de junho, a realização do mercado quinhentista e as danças renas-

centistas” através das Pomonas Camonianas. “Uma recriação de como seria a nossa vila no tempo que Camões por cá passou”, assegurou Sérgio Oliveira. No entanto, apesar de não haver Pomonas Camonianas e ainda haver normas de distanciamento social em vigor, num dia de sol como foi o 10 de junho, a vila de Constância estava repleta de visitantes. O presidente da Câmara disse que até gostaria de ver mais gente se fosse numa situação normal. Para já, Sérgio Oliveira apela a que haja mais recato. Mas o Dia de Camões continuou a ser evocado em Constância. Uma cerimónia simbólica que contou com a presença de todo o Executivo, do presidente da Assembleia Municipal, presidentes das Juntas de Freguesia do concelho, presidente da direção da Associação Casa-Memória de Camões e também o Agrupamento de Escolas de Constância, cujos alunos foram representados por um par trajado à época quinhentista.

Passados dois dias após a homenagem, a Associação Casa-Memória de Camões dava conta de que “a coberto do escuro da noite, alguém que não tem coragem para assumir os seus atos, resolveu desrespeitar o Monumento a Camões onde, no 10 de Junho, a comunidade constanciense, representada pelos seus eleitos nos órgãos autárquicos, a Associação da Casa-Memória de Camões e a comunidade educativa, representada pela Diretora do Agrupamento de Escolas e por um par de alunos, depositara flores em homenagem ao nosso épico”. Nas redes sociais, afirmaram que se tratou “de uma ofensa a Camões, a Constância e a quantos, há muitos anos, vêm batalhando, de forma dedicada, entusiástica e generosa por uma nobre causa”, lamentando “profundamente atos cobardes como este que apenas pretendem denegrir e por essa via prejudicar o trabalho e o bom nome de uma Associação que se rege por outros valores e age com bem diferentes objetivos”.

Patrícia Seixas PUBLICIDADE

Não há memória de um 10 de junho sem Pomonas Camonianas em Constância. Este ano, devido à pandemia de Covid-19, a atividade foi cancelada mas o Dia de Camões não deixou de ser celebrado. As entidades deslocaram-se junto ao monumento do Poeta maior onde, para assinalar a data, foram depositadas flores. Um gesto habitual neste dia mas que este ano se tornou ainda mais simbólico, visto ser a única atividade programada neste 10 de junho. Sérgio Oliveira, presidente da Câmara Municipal de Constância, lembrou que o Dia de Camões seria um dia de “ter a vila cheia com o mercado quinhentista, com os alunos do Agrupamento trajados a rigor” mas que se tratou “de viver Camões de forma diferente, não deixando de assinalar e vincar a relação íntima que Constância tem com Camões”. Uma homenagem, segundo o presidente, “ao nosso poeta maior mas também em homenagem ao nosso país e a todos os portugueses”. Em Constância, “respira-se” o poeta. O autarca falou das refe-

Camões vandalizado

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REGIÃO / Vila Nova da Barquinha

Dia do Concelho: “Hoje é um dia atípico mas é um dia de esperança” Em dia de Santo António, o concelho de Vila Nova da Barquinha comemora o seu feriado municipal. Anualmente, por essa altura decorre a Feira do Tejo que são as festas do concelho. Este ano devido à pandemia de Covid-19, os festejos foram cancelados mas o feriado municipal foi assinalado. A Câmara Municipal de Vila Nova da Barquinha preparou quatro momentos distintos para assinalar esta sua data festiva com a indicação, desde logo, de que os eventos deviam assumir todas as regras definidas pela Direção Geral da Saúde, como sejam o distanciamento social e o uso de máscara nos locais públicos fechados. Assim, pela manhã foi hasteada a bandeira nos Paços do Concelho que recebeu igualmente a cerimónia de assinatura de um protocolo com a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Vila Nova da Barquinha. Fernando Freire, presidente da Câmara Municipal, falou da mudança da vigência do protocolo, que passa a ser anual, “tendo em conta a nova filosofia da legislação da Proteção Civil Municipal”. O presidente lembrou que o concelho “tem linhas de caminhos de ferro, tem o gás que atravessa o nosso território, tem a questão do cloro na zona norte da Atalaia e tem a floresta. Em termos de Proteção Civil somos prendados”. “De facto, importa avaliar ano a ano aquilo que é possível e que é exequível face aos recursos da Câmara Municipal. Eu recordo que a Câmara de Vila Nova da Barquinha é, entre os 13 municípios do Médio Tejo, a que recebe menos no chamado Mapa 19 dos fundos do Orçamento Geral do Estado. Tentamos conciliar e gerir esta questão com a instituição mais nobre que temos e é aquela a quem compete a defesa de bens e pessoas”, afirmou o autarca. Fernando Freire recordou o “papel relevante em termos sociais e municipais” que a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Vila Nova da Barquinha tem no concelho, “daí este ato simbólico na assinatura deste protocolo que se mantém

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para o futuro”. O presidente da Câmara explicou depois que o protocolo “tem a vigência de um ano e engloba uma vertente de verbas para a questão operativa, outra para apoio à atividade de educação e cultura, a responsabilidade civil do corpo de bombeiros, os custos de contratação de serviços de segurança e saúde no trabalho também ficam por conta do Município, comparticipação de um gerador para uma situação de emergência que possa acontecer no concelho, comparticipação em adaptações de viaturas, aquisição de equipamento para ambulância, desfibrilhador, equipamentos de proteção individual, capacetes e, no âmbito do apoio da covid-19, com luvas, máscaras, sapatos, mangas, toucas, aventais, batas... o material descartável, bem como fatos de proteção química, canhão de ozono e sacos de cadáver”. Já o presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Vila Nova da Barquinha, António Augusto Ribeiro, referiu-se à mudança “da estratégia, passando o protocolo a ser anual até porque as mudanças estão a acontecer com uma frequência enorme e corríamos enormes riscos com protocolos de três anos, pois tínhamos que os corrigir a meio do processo”. O presidente da Associação Humanitária agradeceu “a forma como a Câmara recebeu os nossos pedidos e as nossa sugestões” e lembrou “que há uma série de responsabilidades políticas, nomeadamente no que diz respeito às responsabilidades que foram atribuídas às câmaras no âmbito da Proteção Civil, o que obriga a seguir uma estratégia diferente”. António Augusto Ribeiro esclareceu que “este protocolo é atualizado passados nove anos, o que significa que também já era tempo... com a justificação da troika, fomos andando até agora”. “Esperamos estar à altura da comunidade, quer no âmbito do socorro, quer no transporte de doentes, na proteção de pessoas e bens mas também no âmbito cultural com a banda de música”, afirmou.

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/ Assinatura do Protocolo com a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Vila Nova da Barquinha

“Este protocolo é atualizado passados nove anos, o que significa que também já era tempo”

“Nada vai ser como dantes, embora haja muitas ilusões que tudo voltará ao que era do antecedente”

Com o protocolo assinado, os convidados desceram até à Praça da República onde Fernando Freire fez o seu discurso do dia do concelho, começando por lembrar que “hoje é um dia atípico mas é um dia de esperança”. O autarca referiu-se aos “festejos do feriado municipal de Vila Nova da Barquinha, (dia de Santo António) e a Feira do Tejo (festas do concelho), vão ter umas comemorações singelas, as possíveis, dentro do estado de calamidade que vivemos”. No seu discurso, Fernando Freire não deixou passar os dias que vivemos, falou da pandemia mas também da atual situação

/ O discurso do Dia do Concelho, na Praça da República social. Disse o presidente que “no início de 2020 a nossa sociedade foi abalada por uma imprevista tempestade mundial que mudou radicalmente o nosso modo de viver e de estar e cujas consequências estamos ainda longe de alcançar. Nada vai ser como dantes, embora haja muitas ilusões que tudo voltará ao que era do antecedente. Certo que continuaremos a lutar e a querer uma Sociedade com espaços de oportunidades de negócio, justiça, e paz. Vivemos tempos muito complicados, e estranhos, como são exemplo o surgimento de regimes autoritários, o Brexit, os refugiados, a instabilidade política em cada uma das nossas nações, a intolerância de símbolos, o surgimento de novos profetas de uma nação que é, somente, a mais antiga da Europa. Com os recursos humanos mais qualificados de que há memória, vemos crescer o hedonismo e o despotismo. A paz é efémera caros amigos”.

E citou Albert Einstein, dizendo que “importa lembrar que não se pode manter a paz pela força, mas sim pela concórdia”. Ou que “O mundo não está ameaçado pelas pessoas más, e sim por aquelas que permitem a maldade.” Falando para dentro, Fernando Freire assumiu que “estes são os tempos de agradecer aos presidentes das Juntas de Freguesia, aos nossos homens da proteção civil, aos bombeiros, a todos os trabalhadores do Município, mormente aqueles que estão na linha da frente e que nos garantem a limpeza e a higiene pública. Que belo exemplo nos deram os nossos homens e mulheres nesta pandemia. Certo estou que estamos fortes na aérea de intervenção social e humana”. No entanto, não deixou de lembrar que “esta pandemia na parte económica ainda não mal começou” e que “tempos complicados nos esperam”. Patrícia Seixas


ESPECIAL / Sardoal - 7 Maravilhas da Cultura Popular

O Sardoal está em festa

Capelas enfeitadas com tapetes de flores são finalistas distritais das 7 Maravilhas da Cultura Popular Com a candidatura das Capelas enfeitadas com tapetes de flores às 7 Maravilhas da Cultura Popular, na categoria de “Rituais e Costumes”, os Sardoalenses estão a reviver a Semana Santa e todos os valores a ela associados. O Sardoal está em festa e a festa faz-se com alegria, cor e esperança. Com a passagem à final regional do Concurso, os Sardoalenses voltaram a ver as flores coloridas, a sentir o cheiro tão característico de quando se entra nas Capelas e quando se caminha pelas ruas e a vivenciar a vivacidade da Vila por altura da Semana Santa. O resultado da candidatura reconheceu os Sardoalenses pelo seu empenho e dedicação a uma tradição secular enraizada não apenas na Vila mas em todo o Concelho, cuja sua continuidade a comunidade procura assegurar através da envolvência da população mais nova. É de extrema importância deixar um legado às gerações vindouras para que não se percam as tradições do Concelho e para que o Sardoal se continue a evidenciar em todo o país com as obras de arte popular criadas no chão das Capelas. A candidatura às 7 Maravilhas foi apresentada pelo Município de Sardoal em fevereiro de 2020 e os re-

sultados do Concurso foram conhecidos no dia 7 de junho, tendo sido apurados sete elementos de cada um dos 18 distritos e duas regiões autónomas, num total de 140 finalistas regionais. Depois de apurados os 28 semi-finalistas, através do maior número de votos populares, decorrerão duas semi-finais de onde se conhecerão os 14 finalistas.

A Declaração Oficial das 7 Maravilhas da Cultura Popular® será efetuada no dia 5 de setembro. No Sardoal, ninguém é de fora, por isso contamos com o apoio de todos. Até 15 de julho, vote nas nossas tradições. Para votar ligue 760 207 750. Vamos fazer das nossas tradições uma das 7 Maravilhas da Cultura Popular.

António Miguel Cabedal Borges (Presidente da Câmara)

O Sardoal merece!

As nossas tradições merecem! Foi com um misto de satisfação e orgulho que, em 7 de junho, recebi a notícia de que os tradicionais tapetes de flores e verduras naturais, que na altura da Páscoa adornam as Capelas e Igrejas do Concelho de Sardoal, são finalistas regionais do distrito de Santarém às 7 Maravilhas da Cultura Popular na categoria de “Rituais e Costumes”. Os Sardoalenses que, pelo menos, desde o século XIX, têm mantido esta tradição que tem tanto de bela como de inspiradora, merecem este reconhecimento! Estarmos nesta final é resultado do empenho de todos! Dos que idealizam os desenhos, dos que colhem e depenicam as flores, dos que elaboram os tapetes, mas também de todos os Sardoalenses que, com regozijo convidam os amigos para, na

Semana Santa, verem estas verdadeiras obras de arte e com vaidade partilham nas redes sociais imagens destes trabalhos. Os nossos tapetes de flores são uma das iniciativas mais emblemáticas das Celebrações da Semana Santa e Páscoa em Sardoal, atraindo milhares de visitantes. A Autarquia apresentou a candidatura em fevereiro na certeza de que esta tradição merecia tal destaque! A passagem à próxima fase já não será decidida por um júri, mas sim através do voto dos portugueses! É aqui que os Sardoalenses podem fazer a diferença: Votando e apelando ao voto nos nossos tapetes! O Sardoal merece! As nossas Tradições merecem!

JUNTE-SE A NÓS! Faça a festa connosco ligando para

760 207 750 o custo da chamada é de 0,60€ + IVA

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ESPECIAL / Sardoal - 7 Maravilhas da Cultura Popular Na quarta-feira Santa viajámos pela Tradição É quarta-feira à noite. Véspera de Quinta-feira Santa. O sino da Igreja Matriz diz-nos que são nove horas. Saímos para percorrer as Igrejas e Capelas da Vila onde decorrem os trabalhos de elaboração dos Tapetes de Flores. Esta é sempre uma noite especial para os envolvidos nesta Tradição. Uma noite vivida com entusiasmo por miúdos e graúdos. Percorremos os oito Templos, ouvimos as conversas e as brincadeiras entre as várias gerações e deixamo-nos levar pelas histórias que os mais velhos contam. Alguns já participam nesta Tradição há mais de 40 anos… começaram a acompanhar os avós e os pais e hoje são eles que levam os filhos. Sem darem por isso e sem qualquer caráter de obrigatoriedade vão incutindo nas novas gerações o “bichinho” desta arte secular, não deixando desaparecer tão bela Tradição. Os cheiros das flores e das verduras pairam no ar e acabam por entrar em nós, acompanhando-nos pela noite fora.

O amarelo das giestas, o lilás dos lilases, o branco e o vermelho das camélias saltam à vista contrastando com o verde do bucho. Meticulosamente os dedos vão depenicando as pétalas. Alguns são dedos marcados pelo trabalho de uma vida. Outros são dedos pequenos e frágeis que estão ainda a aprender. As portas das Capelas estão fechadas… os zeladores gostam de manter o suspense sobre o trabalho que irá ser apesentado no dia seguinte. Uma rivalidade saudável pauta este trabalho. Cada um tem a secreta esperança que o seu tapete seja o mais bonito. Os desenhos elaborados são pensados com bastante antecedência para permitir que a apanha das flores decorra sem sobressaltos ou, no caso de alguma flor escassear devido ao clima, ser possível encontrar solução ou reajustar o plano inicial. Ir para o campo colher as flores é outra das tarefas que entusiasma os participantes. Embora não possa ser feita

muito tempo antes para que as flores não murchem, todos sabem que não podem deixar para o último dia porque correm o risco de não encontrar o que pretendem… A forma como cada um dos tapetes é concebido muda de Capela em Capela.

rante o qual se ficará a conhecer o vencedor das 7 Maravilhas da Cultura Popular do Distrito de Santarém. Um grupo de representantes das Capelas e Igrejas da Vila juntaram-se, a convite do Município, na recém recupera-

mesmo objetivo: abrir as portas na Quinta-feira e apresentar a sua obra de arte! Perto da meia noite voltámos a casa, mas em muitas Capelas o trabalho irá continuar noite dentro… Cláudia Costa / CMS

Capelas Enfeitadas alargadas a todo o Concelho

RTP regista elaboração de Tapete de Flores No domingo, 28 de junho, uma equipa de reportagem deslocou-se ao Sardoal para captar imagens promocionais da elaboração de um Tapete de Flores. O resultado desta reportagem irá ser exibido no programa de dia 15 de julho du-

Uns gostam de trabalhar com um fundo de areia, outros preferem trabalhar diretamente no chão. Uns permanecem fiéis apenas às flores e verduras, outros gostam de inovar e trabalhar com outros materiais que a Natureza oferece. Mas todos têm o

da Capela de Nossa Senhora do Carmo para elaborarem o Tapete de Flores que teve por base um desenho do Arquiteto Renato Bexiga. Os trabalhos começaram bem cedo com o depenicar das flores e estenderam-se pela tarde fora, dando a conhecer todo o processo que envolve a execução destes tradicionais Tapetes, agora finalistas regionais 7 Maravilhas da Cultura Popular. Fernanda Grácio, representante da Capela de Sant’Ana, foi a entrevistada que falou sobre a história dos Tapetes e de que forma esta tradição está enraizada na Cultura Popular do Concelho, envolvendo várias gerações.

Com o intuito de alargar a todo o concelho a tradição de elaborar os tapetes de flores, a partir de 2014 as Igrejas e Capelas fora da Vila começaram a ser enfeitadas, num desafio lançado pelo Município aos fiéis e zeladores dos Templos. Anualmente, o Município disponibiliza transporte para a comunidade e os turistas

visitarem os tapetes de flores fora da Vila, sendo elaborado um mapa com um circuito de visitação às mesmas. Por altura da Semana Santa decorre um Passeio Pedestre cujo percurso passa nalguns destes Templos, permitindo aos caminhantes apreciar uma tradição única no país.

Capela de Vale das Ónegas

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REGIÃO / 7 Maravilhas da Cultura Popular

Candidaturas apresentam padrinhos MAÇÃO Carlos Alexandre e Arlindo Marques são os padrinhos das candidaturas O Município de Mação conta com duas candidaturas na final regional do concurso 7 Maravilhas da Cultura Popular®. A novidade é que a emissão do programa da RTP vai ser feita em direto a partir de Mação, no dia 15 de julho. Vasco Estrela, presidente da Câmara Municipal, confirmou os contactos com a produtora “e com a entidade de saúde para perceber se não haverá nenhum problema em relação a isso. Há um caderno de encargos que teremos de cumprir”. A candidatura das Velas de Cardigos concorre na categoria de artesanato enquanto que os Barcos Picaretos do Tejo, de Ortiga, concorrem na categoria de artefactos. “Temos dois filhos gémeos e temos que fazer com que eles sobrevivam, sabendo que só um deles é que pode vir a ter sucesso. Vamos ser equidistantes, vamos dar condições às duas ao nível da promoção”, declara o presidente da Câmara. O Município já criou duas comissões, uma para cada uma das candidaturas, “com representação da Câmara, os padrinhos e pessoas locais que de alguma forma possam ajudar a potenciar as candidaturas e agora vamos à luta. Sabemos que até aqui foi um júri que avaliou o mérito das candidaturas, o que quer dizer

alguma coisa, mas a partir de agora é uma questão de votação popular e entramos num outro campeonato que veremos como corre”. No entanto, disse o autarca, “o importante é que cheguemos ao dia 15 de julho com a consciência de que tudo fizemos para as candidaturas de Mação terem um excelente resultado e que uma delas seja vencedora”. Quanto aos nomes dos padrinhos das candidaturas de Mação, Vasco Estrela informou que “o padrinho da candidatura do Barco Picareto de Ortiga é o Arlindo Consolado Marques. Todos conhecem o guardião do Tejo, uma pessoa que muito lutou pela causa do rio Tejo, muito ligado às tradições da Ortiga e do concelho de Mação e municípios ribeirinhos. Tem um conhecimento profundo do Picareto e da arte da pesca, com muito trabalho de estudo, divulgação e promoção feito nesta matéria. É uma pessoa muito seguida nas redes sociais e é importante que assim seja e pode potenciar a candidatura. Achamos por isso que era a pessoa adequada”. Quanto à candidatura das Velas de Cardigos, “pedimos ao doutor juiz Carlos Alexandre que pudesse ser o nosso padrinho. Ele aceitou de bom grado pois o juiz Carlos Alexandre é uma pessoa muito ligada

CONSTÂNCIA

“O importante é que Ana Laíns é a madrinha da Festa cheguemos ao dia 15 de julho com a de Nossa Senhora da Boa Viagem consciência de que A Festa de Nossa Senhora da Viagem, em Constância, é sem “Quisemos ter tudo fizemos para Boa dúvida uma referência na região e uma madrinha as candidaturas de no país a nível da religiosidade, sendo por isso um marco importante que represente a Mação terem um da Cultura Popular. Portugalidade. A O Município afirma que “quiseexcelente resultado” mos ter uma madrinha que repre- Vasco Estrela sente a Portugalidade, que defende Ana Laíns é a nossa madrinha”. a celebração da língua portuguesa,

à terra e às nossas tradições. Não tem propriamente uma ligação concreta a Cardigos nem às Velas mas tem ligação ao concelho de Mação, Cardigos faz parte do concelho de Mação e, portanto, reúne os requisitos que a produção do programa 7 Maravilhas da Cultura Popular® fez e que devíamos seguir. Ou seja, alguém que ajudasse a promover, tivesse ligação ao território e à causa e pudesse ser potenciador da candidatura. Como tal, o juiz Carlos Alexandre preenche estes requisitos e é também com muito orgulho que o recebemos nesta causa”, explicou Vasco Estrela. “Bom, bom era que chegássemos ao fim do programa e o vencedor fosse uma das nossas duas candidatas, que vão estar a competir uma com a outra e onde teremos o nosso coração a bater por dois”, confessou Vasco Estrela. Patrícia Seixas

a nossa cultura, alguém da nossa terra, mas que nos representa no mundo inteiro com a sua voz inconfundível. A Ana Laíns é a nossa madrinha”. A votação dos candidatos às 7 Maravilhas da Cultura Popular® já teve início, resta aguardar pela emissão de dia 15 de julho, a partir de Mação, para saber quem segue em frente em representação do distrito. De relembrar que nesta final distrital constam ainda as candidaturas das capelas enfeitadas com tapetes de flores em Sardoal, bem como a manta de Minde, de Alcanena, a cestaria em junco de Coruche e a Festa da Bênção do Gado em Torres Novas. “Das muitas razões que explicam porque Portugal está hoje na moda, uma das mais marcantes é seguramente a sua base cultural e a importância da sua cultura popular.

Fruto do nosso desenvolvimento social e cultural, e ao contrário de muitos países que se renderam às maravilhas da globalização, resultando na indiferenciação e quebra de autenticidade, Portugal afirma-se hoje pelos seus valores únicos e pela dimensão da sua multiculturalidade, onde a expressão da sua autenticidade se encontra em cada um de nós, em cada aldeia, vila ou cidade. É a manutenção e a afirmação inequívoca desta autenticidade, com manifestações em múltiplas categorias culturais, que se pretende homenagear com a eleição das “7 Maravilhas da Cultura Popular®”. Patrícia Seixas

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REGIÃO / Vila de Rei Contas aprovadas com abstenção do PS. Dívida diminui cerca de 15% A Câmara Municipal de Vila de Rei aprovou no dia 19 de junho, os documentos da Prestação de Constas relativos ao ano financeiro de 2019. Os documentos foram aprovados por maioria, com a abstenção do vereador do PS, Luís Santos. Ricardo Aires, presidente da Câmara Municipal, explicou que “o orçamento municipal de Vila de Rei no ano de 2019 foi de 9 milhões e 26 mil euros”. Anteriormente, “estava previsto ser de 8 milhões e 280 mil euros, por isso, houve um acréscimo significativo de mais de 15% no orçamento final”. O autarca afirmou que “conseguimos fazer obra, conseguimos ir a fundos comunitários e somos um dos concelhos da Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo com um maior nível de execução” no Programa Portugal 2020, “em várias áreas como no PAC, no PARU, na eficiência energética, no PEDIME... e por isso conseguimos ter este valor bastante significativo de cerca de um milhão

Rei e que contratem, pelo prazo mínimo de três anos, trabalhadores em regime de horário completo. A medida abrange igualmente empresas que se fixem no concelho, independentemente do local da sede, criando um mínimo de 50 postos de trabalho e que contratem, pelo prazo mínimo de um ano, trabalhadores em regime de horário completo. As medidas aprovadas no regulamento incluem ainda apoios como a isenção ou redução de taxas e preços municipais para a fixação de novas empresas ou novos investimentos em função do número de postos de trabalho criados, boni-

ficação no pagamento de taxas e preços municipais para empresários que acolham estágios profissionais e/ou que se comprometam e comprovem não efetuar despedimentos, apoios à modernização do comércio e outras atividades locais, apoios à plantação de árvores, que não inclui plantações de eucaliptos, ou apoios à aquisição de ruminantes adultos reprodutores e respetivas condições de exploração, entre outros. O presidente da Câmara Municipal de Vila de Rei, Ricardo Aires, destaca que “face à atual conjuntura, torna-se essencial criar novas ferramentas de combate à crise,

que se adequem às necessidades atuais do tecido empresarial vilarregense, bem como a de todos os futuros investidores. Vamos assim dar seguimento à aposta em apoiar os investimentos realizados nos setores produtivos a nível industrial, comercial, agroindustrial, agrícola e turístico, cujo projeto venha a ser apoiado pela Câmara Municipal. O apoio à criação de novas empresas e novos postos de trabalho são essenciais para o crescimento económico e desenvolvimento de Vila de Rei e, consequentemente, um importante passo para a fixação de população no nosso concelho.”

/ Maioria PSD na Assembleia Municipal aprova Contas de 2019 de euros porque conseguimos ir a todas”. E porque também temos as contas como deve ser”, acrescentou Ricardo Aires. Quanto às taxas de execução, o presidente da Câmara Municipal de Vila de Rei informou que “entre a

Aprovado novo Regulamento de Estímulos ao Investimento A Assembleia Municipal de Vila de Rei aprovou, por maioria, na reunião ordinária realizada a 24 de junho, o projeto de regulamento de Estímulos ao Investimento no Concelho de Vila de Rei. Este novo projeto surge na necessidade de regular e estimular o empreendedorismo, criando condições favoráveis e atrativas para a criação de novas empresas e de novos postos de trabalho.

receita e a despesa, é de cerca de 85%. Claro que houve alterações e revisões, em orçamentos pequenos tem que ser, outras vezes há prioridades que pensamos que podem ser de uma maneira e são de outra porque não somos nós que controlamos os

avisos principalmente da CCDR e há alterações que, por vezes, temos que fazer de repente”. No entanto, adianta o autarca, “quem tem um orçamento previsto e executa pelo menos 85%, acho que é uma boa taxa de execução”. Ricardo Aires informou ainda que “baixámos o valor dos empréstimos em cerca de 15%, ou seja, a 31 de dezembro de 2019 tínhamos uma dívida de um milhão e 287 mil euros que quando iniciámos este mandato era de um milhão e 700 mil euros. Já houve uma redução de 500 mil euros nos empréstimos a médio e longo prazo”. “Estes são os números que existem”, disse o presidente da Câmara de Vila de Rei, lembrando que “o orçamento tem muita coisa e para as funções sociais foram 59%, que incluiu a educação, saúde... é mais de metade do nosso orçamento e para as funções económicas foram 33%”. Os documentos foram depois submetidos a apreciação e votação na

Assembleia Municipal que teve lugar no dia 24 de junho. Nesta sessão Carlos Dias, da bancada do Partido Socialista, afirmou não concordar politicamente com algumas considerações feitas pelo presidente da autarquia, nomeadamente onde está escrito que o “desemprego baixou devido às políticas económicas e de apoio às empresas” do município. Carlos Dias faz ainda uma nota em que é referido que nem todo o património da Câmara Municipal não está todo legalizado ou inventariado e questiona como é que é pedido aos munícipes algo que a autarquia não consegue ter. Notou que há um esforço da Câmara na legalização do património. E, em conclusão, diz que o revisor de contas revela com “segurança razoável” a fiabilidade das contas. Por isso a bancada do PS não está em condições de aprovar as contas. Ricardo Aires, presidente da Câmara de Vila de Rei, vincou que no que diz respeito ao património há casos em que a própria conservadora do Registo Predial diz que é impossível identificar os proprietários ou tratar a legalidade de alguns terrenos. “É a falta do cadastro”, vincou o presidente da Câmara.

De entre um vasto leque de apoios, através da atribuição de subsídios, isenções e/ou terrenos, destaca-se a concessão de 500€ por cada posto de trabalho criado. Esta medida será ainda acrescida em 10%, no caso de jovens empresários entre 18 a 35 anos com, pelo menos, 50% do capital social da empresa. Esta medida irá beneficiar empresas que fixem ou possuam a sua sede no concelho de Vila de

Benefícios para reabilitação de edifícios em São João do Peso e Estevais A Assembleia Municipal de Vila de Rei aprovou por unanimidade, em sessão ordinária realizada a 24 de junho, a proposta de Operação de Reabilitação Urbana – Programa Estratégico de Reabilitação Urbana, a implementar nas Áreas de Reabilitação Urbana de São João do Peso e de Estevais. À semelhança do que acontece já na Área de Reabilitação Urbana de Vila de Rei e de Fundada, esta proposta vem incluir um conjunto de novos apoios e benefícios fiscais nas ARUs de S. João do Peso e de Estevais, onde se destaca a redução do IVA de 23 para 6% nos trabalhos de reabilitação dos imóveis. Para ter acesso a este benefício, é necessário que

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vvvcvvcv cvcvvcMarbis, con Ita retorunum apesulii pulis. o contrato da obra seja celebrado com um único empreiteiro, que será responsável por fazer a respetiva dedução do IVA junto

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da Câmara Municipal. Para além da redução de IVA, foram igualmente aprovadas medidas adicionais de apoio para a reabilitação de edifícios que aumentem o seu Estado de Conservação em dois níveis após os respetivos trabalhos de reabilitação (níveis classificados de Péssimo a Excelente). Estes apoios passam pela Isenção de IMI, Isenção de IMT, dedução da coleta de IRS até ao montante de 500 euros e vantagens ao nível de mais-valias e rendimentos prediais. Para usufruir desta lista de benefícios, excluindo o desconto direto do IVA, que é válido para quaisquer obras de reabilitação,

os possíveis beneficiários deverão solicitar ao Município uma vistoria antes e após a conclusão das obras, para determinar a subida mínima de dois níveis de Estado de Conservação do imóvel. Ricardo Aires, presidente da Autarquia vilarregense, realça que “ao criarmos mais e melhores condições para a fixação de população estamos, ao mesmo tempo, a trabalhar para dinamizar e regenerar os nossos núcleos urbanos. As medidas aprovadas agora em Assembleia Municipal vêm criar uma discriminação positiva nos impostos sobre o património e simplificar o acesso a outros benefícios nas ARUs de São João do Peso e Estevais, tal como havia

já sido criado em Vila de Rei e em Fundada.” A definição das localidades onde estas medidas e benefícios são aplicados seguem critérios relacionados com a necessidade de intervenção e recuperação de um número significativo de edificações, tanto para aquisição de habitação como para arrendamento, por serem áreas que apresentam das maiores taxas de emprego e por lá se localizarem agentes económicos do concelho. Para os habitantes de outras localidades, o Município dispõe igualmente de diversos apoios, nomeadamente o Regulamento Municipal de Apoio à Recuperação de Habitações Degradadas.


REGIÃO /

CIMT aprova relatório de 2019 com resultado positivo de 181,5 mil euros integração da ENCB no site das Estações Náuticas do país, a lançar brevemente ao público. Em matéria de Educação, destacou-se a conclusão do PEDIME 1, o desenvolvimento de ações referentes ao PEDIME 2 e o arranque do PISA para as escolas do

Médio Tejo, sendo um projeto de capacitação que se constitui em três fases: medir, explorar e atuar. Já no que se refere à área social, foi referida a aprovação da candidatura Maria II - Estratégia Integrada de Intervenção para a Área da Violência Doméstica e de

Género no Médio Tejo, que prevê um conjunto de ações capacitação dos municípios e da população em geral nesta matéria. A área da mobilidade foi enaltecida pela presidente, tendo indicado que os serviços de Transporte a Pedido encontram-se

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A Assembleia Intermunicipal da CIM do Médio Tejo reuniu no dia 30 de junho, com a presença dos líderes de bancada e em videoconferência com os restantes membros da Assembleia. A sessão destinou-se à apreciação e votação do Relatório de Gestão de 2019, que foi aprovado por maioria, contando com três abstenções dos eleitos da CDU. A presidente da CIM do Médio Tejo, Anabela Freitas, procedeu à apresentação do documento, tendo destacado uma execução global da receita de cerca de 72% e da despesa de 76%. O resultado líquido do exercício foi positivo, estando na ordem dos 181 548,53€. No ano de 2019, o exercício da CIM do Médio Tejo dedicou-se a grandes áreas: à Mobilidade e Transportes no Médio Tejo; à Educação Excelência; à Afirmação Territorial do Médio Tejo; ao Desenvolvimento dos Sistemas de Gestão Territorial e ao Combate à Violência Doméstica e de Género. De modo a detalhar em pormenor todo este exercício, foi apresentada na sessão da Assembleia, a atividade da CIM do Médio Tejo no último semestre. A presidente começou pelo Pacto para o Desenvolvimento e Coesão Territorial da CIM do Médio Tejo, tendo explicado que o mesmo foi reprogramado, abrangendo agora uma dotação de fundo comunitário na ordem dos 56.057.704,29€, a qual está direcionada a execução de vários projetos, nomeadamente, nas áreas da Modernização Administrativa, Eficiência Energética, Apoio às Empresas e Emprego, Património Natural e Cultural, Infraestruturas da Educação, da Saúde e Fruição Cultural e Inclusão Social. Anabela Freitas evidenciou o esforço que a CIM do Médio Tejo prestou desde a entrada da pandemia COVID-19 no país, tendo mencionado o desenvolvimento de inúmeros procedimentos de contratação pública para acautelar a propagação do vírus e o seu contágio. Explicou que a CIM do Médio Tejo adquiriu um conjunto de equipamentos de proteção individual e máscaras de proteção para uso comunitário, que foram distribuídos junto dos municípios. Na área dos Produtos Turísticos Integrados, salientou-se o trabalho levado a cabo no âmbito da Estação Náutica de Castelo do Bode (ENCB), que garantiu a distribuição de uma brochura informativa sobre a ENCB e a oferta turística existente, bem como a

em pleno e em operação nos 13 concelhos do Médio Tejo e que o projeto “LINK-Estamos Todos Ligados”, que permite a ligação entre as cidades da região, tem vindo, gradualmente, a ganhar mais passageiros. Por último, na área da Gestão Integrada de Proteção Civil e Florestas, entre os vários projetos, destacou-se o trabalho realizado pelas duas brigadas de sapadores florestais da CIM do Médio Tejo, tendo sido evidenciado os trabalhos de silvicultura preventiva.

Julho 2020 / JORNAL DE ABRANTES

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REGIÃO / Mação Festas de verão não se realizam no concelho

/ Vasco Estrela reuniu com as associações e a decisão foi unânime A Câmara Municipal de Mação reuniu com as diversas associações e entidades do concelho que habitualmente realizam festejos de Verão, no dia 22 de junho, no Auditório do Centro Cultural Elvino Pereira. A decisão foi unânime: não vão acontecer festas de verão no concelho de Mação. Vasco Estrela, presidente da Câmara de Mação explicou que “a decisão foi unânime. A mensagem transmitida pela Câmara do que devia ser, do nosso ponto de vista, a decisão das associações nem necessitava de ter sido dita porque estamos a falar de pessoas extraordinariamente responsáveis e nem era preciso persuadi-las a nada. Eles já vinham com a decisão mais ou menos tomada e todos acharam que não há condições mínimas para se fazerem festas de verão, condições de segurança para os festeiros ou para quem vai às festas”. O presidente não esqueceu “o lu-

cro expectável que as associações pudessem vir a obter”, lembrando que “independentemente de se realizar festa ou não, muitas pessoas não iriam e para colocar a saúde em risco, entenderam que não as deviam fazer”. “Evidentemente que é uma grande perda para o concelho”, afirmou o autarca que se inteirou ainda de como estão estas entidades a viver a situação de pandemia, nomeadamente as dificuldades inerentes. Como tal, a Câmara Municipal decidiu manter os apoios às associações. Vasco Estrela adiantou que se mantêm “os apoios que se costumavam atribuir, o valor simbólico dos 250 euros como se realizassem a festa e aumentou em 15% a dotação para as associações recreativas, desportivas e culturais. Muitas das que fazem festas estão englobadas neste grupo e este apoio serve para que possam ter mais dinheiro neste

ano em que ficam prejudicadas pela pandemia, na medida em que não conseguem realizar as atividades que habitualmente lhes davam o sustento regular da própria associação”. Assim sendo, a Câmara Municipal de Mação deliberou, em reunião de 27 de maio, manter a atribuição do habitual subsídio de 250 euros às Associações do concelho que, todos os anos, promovem os habituais festejos de Verão. “Embora não seja um subsídio de valor muito significativo, este é mais um sinal da Câmara Municipal de Mação de que está atenta aos desenvolvimentos e impacto da pandemia Covid-19 nos vários setores de atividade, neste caso concreto das associações que aproveitam esta época do ano para promover atividades e ter uma fonte de receita que lhes permita equilibrar contas ou ter margem de manobra para a prossecução dos seus objetivos e ações durante o ano e que, muitas vezes, se traduzem em obras de melhoria de instalações, entre outros”, informou o Município. Como afirmou o presidente, foi também aprovado pela Câmara Municipal, em reunião de 4 de junho, que a dotação para apoio à Atividade Regular das Associações seja de 55.000 euros em 2020, ou seja, contempla uma atribuição adicional de 15% ao valor dos subsídios que as Associações recebem anualmente da Autarquia. Vasco Estrela adiantou ainda que, além destes apoios, “a Câmara também mostrou disponibilidade para, eventualmente e caso a caso, devidamente ponderado, poder dar algum tipo de apoio a alguma situação mais complicada que possa vir a surgir com alguma associação”. Patrícia Seixas

Processo moroso no IHRU atrasa reconstrução de habitações ardidas Na reunião do Executivo da Câmara Municipal de Mação, realizada a 24 de junho, o presidente Vasco Estrela deu conta das dificuldades para a recuperação das casas de habitação afetadas pelos incêndios de julho de 2019 no concelho. O Protocolo já foi assinado pelo IHRU - Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana, mas ainda não chegou à Câmara de Mação. “Andamos desde agosto ou setembro a falar com o IHRU neste processo, a dar dados, indicações, a trocarmos informações e a informação que tenho é que, desde fevereiro, o Protocolo está aprovado pelo Conselho Diretivo do IHRU para ser assinado e para as coisas começarem realmente a andar… já cedemos as estimativas todas das casas ardidas, a sinalização e identificação das pessoas e ao longo deste tempo todo não tem sido possível

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/ Habitação destruída pelo incêndio de 2019 que o Protocolo venha para nós o assinarmos e as coisas não têm tido sequência. As pessoas continuam com as casas queimadas, com a situação delas em parte resolvida mas a nossa obrigação é dar respostas e, nomeadamente o IHRU, deverá ser obrigado a dar resposta para que as coisas possam ter alguma evolução”, comentou o presidente. Vasco Estrela não deixou de “lamentar esta circunstância e apelo e

JORNAL DE ABRANTES / Julho 2020

espero que a senhora presidente do IHRU responda ao mail que recebeu, uma vez que não tem tido disponibilidade para atender as minhas chamadas telefónicas no sentido de podermos resolver este assunto”. Questionado acerca da justificação do Conselho Diretivo do Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana para este atraso, o autarca explicou que “as últimas justificações foi que esta situação da pandemia criou uma enorme pressão, e eu admito que sim, evidentemente, houve constrangimentos que todos nós compreendemos mas isso é uma coisa… Coisa diferente é passar praticamente um ano e durante dois ou três meses nada acontecer”. Vasco Estrela afirmou esperar uma resposta em breve pois “tem que haver um seguimento e uma decisão relativamente a esta matéria”. Patrícia Seixas

OPINIÃO /

O modelo, a ideia José Alves Jana FILÓSOFO

É

necessário repeti-lo: o principal problema do interior é a desertificação humana e a principal causa é a falta de emprego. Então, a conclusão deve ser: a primeira prioridade do interior é a criação de projetos económicos de criação de riqueza que criem postos de trabalho e assim fixem e atraiam população. Até ao momento, a principal política tem sido a de criar condições para atrair empresas do exterior que venham investir no interior. Não resultou: não vieram em número significativo. Qual é a alternativa? Só pode ser a iniciativa local a fazer aquilo que outros não estão interessados em fazer “por nós”. Até meados do Séc. XX, o panorama geral da população portuguesa era de fome. Por isso, as pessoas procuravam qualquer bocado de terra capaz de produzir alguma coisa que as libertasse da fome. Foi assim que o interior foi povoado: à procura de terra e água numa agricultura de subsistência. E foi a iniciativa familiar que sustentou o povoamento e o “desenvolvimento” do interior. Hoje, o mundo é outro. O tipo de vida é outro. A fome mata-se de outro modo, embora o anterior não seja de desprezar. A procura do interior só pode ser outra. Felizmente. O interior despovoado e envelhecido não tem força natural para um desenvolvimento normal. E a melhor prova dessa verdade é que ele não tem acontecido, pelo contrário. A desertificação aumenta e o empobrecimento também. Logo, tem de ser outro o caminho. Só pode. Já trouxe aqui (há dois anos) uma citação: “para ter êxito, bastam duas coisas: tempo e pessoas”. Há ou não pessoas? Tempo há. Se há pessoas para formar uma filarmónica (nada contra), ou um clube desportivo (nada contra), ou um centro de dia (nada contra), ou seja lá o que for de cariz social (nada contra), por que razão não há pessoas capazes de promover projectos que venham acrescentar valor económico? Creio que por uma só razão: por falta da ideia de que isso é possível e desejável. Está estabelecido que a eco-

Nunca mudaremos os resultados se não mudarmos as ideias que não deram resultado.

nomia é matéria apenas da iniciativa que visa o lucro privado, tudo o que for para lá disso ou é comunista ou socialista, logo anti-económico. Pois, se esta é a verdade… o resultado é o que está à vista. Só que essa suposta verdade não é mais que um dogma, cujas consequências se pagam em empobrecimento. Se queremos assim, tudo bem. Se não queremos, há que mudar algo decisivo. Nunca mudaremos os resultados se não mudarmos as ideias que não deram resultado. Se há um problema colectivo, pois que seja a colectividade a assumi-lo e a dar-lhe a necessária atenção. E colectividade não é a Câmara Municipal ou a Junta de Freguesia. Isso levanta outra questão: o actual modelo de gestão autárquica vem de 1976, com uma série de burocracias a complicá-lo. Talvez para um mundo novo seja necessário um novo modelo autárquico. Que seja mais o líder e mobilizador da comunidade do que um substituto. Mas enquanto não reconhecermos que o actual modelo é insuficiente, não vamos procurar outro. Estamos a caminho das próximas eleições, mas nada disto interessa, pois não?


ECONOMIA / OPINIÃO /

Tagusvalley tem 800 mil euros para contratar oito pessoas altamente qualificadas No âmbito do Centro 2020, a Tagusvalley – Tecnopolo do Vale do Tejo, viu aprovada uma candidatura de 800 mil euros que pretende trazer para o Parque de Ciência e Tecnologia de Abrantes quadros altamente qualificados. A informação foi dada pelo presidente da Câmara Municipal de Abrantes na reunião do Executivo de dia 23 de junho. Manuel Jorge Valamatos explicou que se trata de “uma candidatura lançada pela Tagusvalley, que é a entidade gestora do nosso Parque de Ciência e Tecnologia, em Alferrarede, nas antigas instalações da Quimigal, numa localização estratégica para o Município e para a região. É o único Parque de Ciência e Tecnologia da região e apresentou uma candidatura ao Centro 2020”. A candidatura agora aprovada, de cerca de 800 mil euros, “visa trazer para o Parque de Ciência e Tecnologia oito pessoas altamente qualificadas. Duas pessoas com doutoramento e seis pessoas com mestrado de maneira a valorizarem de forma substancial e significativa toda a dinâmica do Parque, sobretudo no que diz respeito ao investimento no Inov Point e no Inov’Linea”, explicou o autarca. Manuel Jorge Valamatos adiantou que “são estruturas de desenvolvimento tecnológico que precisam de ter pessoas altamente qualificadas para os promover e dar o desenvolvimento necessário à promoção daquilo que é o nosso Parque de Ciência e Tecnologia”.

Segundo o presidente da Câmara, a ideia é “conseguir captar recursos altamente qualificados que possam valorizar aquilo que é o dinamismo do Parque de Ciência e Tecnologia e com isso possam arrastar novas empresas e novas ações por forma a desenvolver toda uma ação de empreendedorismo e de inovação. Bem como colaborar com as empresas já lá instaladas para que possam crescer e valorizar-se”. Quanto à atividade do Parque de Ciência e Tecnologia, o presidente lembrou que ainda na última reunião de Câmara “assinámos mais um apoio a um posto de trabalho de um licenciado na área da comunicação digital e, sistematicamente, estão a surgir novas empresas no domínio tecnológico. Vamos apoiando um conjunto de empresas a nascer e outras a desenvolver-se e é o que vamos continuar a fazer. Esta situação de pandemia no concelho de Abrantes não tem tido reflexos negativos ao nível do Parque de Ciência e Tecnologia. É um facto que algumas empresas não estão com o mesmo índice de ação que estavam mas isso acontece um bocadinho por todo o país e pelo mundo, mas o que desejamos é que rapidamente consigamos que este desconfinamento nos permita maior agilidade, maior desenvolvimento e maior ação dentro do nosso Parque de Ciência e Tecnologia. É o que todos esperamos e do que as empresas instaladas necessitam”.

Aprovado mais um apoio municipal de incentivo a trabalho qualificado no Parque Tecnológico

Ainda na reunião do Executivo Municipal realizada no dia 23 de junho, foi aprovada a candidatura apresentada pela empresa ADFLEX, UNIPESSOAL LDA., no valor de 6.990,00 euros, repartido por três anos económicos, no âmbito do programa municipal de incentivo à criação de postos de trabalho qualificado para empresas instaladas no Parque Tecnológico do Vale do Tejo, em Alferrarede. Na sequência das candidaturas apresentadas e aprovadas, esta empresa conta até agora com apoio municipal de incentivo ao emprego qualificado relativo a três postos de trabalho, totalizando 22.980,00 euros. A ADFLEX é uma empresa criada em 2019 no ecossistema do Parque Tecnológico Vale do Tejo. É a sucursal em Portugal da FLEX MULTIMEDIA GROUP SA., uma multinacional com sede na Suíça e com agências no Luxemburgo e em Barcelona. Presta serviços de marketing digital, consultoria em tecnologias da informação e desenvolvimento de estudos de mercado em vários domínios, com o objetivo de promover as vendas e o desenvolvimento de novos produtos. Desde que entrou em vigor o Regulamento de Emprego Qualificado no Parque Tecnológico do Vale do Tejo, em 2017, a CMA já apoiou 16 postos de trabalho, com valor total aprovado de mais de 98.000 euros. Neste momento existe mais uma candidatura em análise.

N

os tempos que correm, a evolução do combate à pandemia - quer internamente quer a nível global - está longe das expectativas iniciais tão esperançosamente veiculadas pela opinião pública. A pandemia veio para ficar por um bom tempo. Ainda imprevisível, contudo, será a magnitude da crise económica gerada e, mais importante do que tudo, como será a economia pós-Covid 19. Curiosamente, para uma economia de mercado, as crises são instrumentos de renovação. As crises permitem implementar, de forma informal, mecanismos de seleção natural entre os diversos agentes económicos. Neste darwinismo económico sobrevivem as empresas mais aptas à nova realidade: não necessariamente as mais fortes, ricas ou poderosas. Muito daquilo que já há para ler sobre estes temas concorda com a ideia de que as empresas de base tecnológica reforçarão o seu domínio sobre a economia global pós-pandemia, enquanto os negócios mais fracos e poucos intensivos em tecnologia ou recursos digitais serão progressivamente eliminados. Sugere também que os Estados mais ricos irão aplicar medidas protecionistas para beneficiar as suas empresas e reforçar a sua posição no mundo. A ser assim, este cenário irá colocar sérios problemas aos países mais pobres, onde a crise económica irá artificialmente perdurar durante um período de tempo muito superior àquele que se verificará nas economias mais avançadas. Esta bem

poderá ser a nova economia que nos espera. Contudo, fruto dos desafios civilizacionais que o futuro reserva para toda a humanidade, este darwinismo económico não deveria ser espontaneamente definido pelo laissez faire capitalista. O mercado pode escolher, mas as opções de escolha deverão resultar da reorientação da economia para a superação dos desafios que já são hoje parte integrante da realidade global. As alterações climáticas são, sem dúvida, o desafio que lidera esta lista e são também, indubitavelmente, o fator que irá moldar a evolução e efeitos de boa parte dos riscos securitários globais nas décadas por vir. No futuro próximo, seria fundamental uma reorientação estratégica da economia para favorecer empresas com boas práticas ambientais ou com capacidade inovadora para desenvolverem novas soluções capazes de contribuírem para mitigar os efeitos das alterações climáticas. A economia que nos espera no pós-pandemia poderá ser digital e tecnológica, mas a economia de que precisamos terá de ser capaz de aplicar os recursos digitais e tecnológicos, quer para uma gestão mais eficiente e sustentável dos recursos naturais quer para superar os desafios sociais e ambientais provocados pelos erros do presente.

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DESPORTO /

Pr2-MAC-Rota do Brejo e Bando dos Santos Percurso A “Rota do Brejo e Bando dos Santos”, percorre e Serra do Bando e as Aldeias em seu redor: Castelo do Mação, Corgas Fundeira e Cimeira e Chão do Brejo (abandonada). Fazendo do Parque de Merendas do Brejo o seu ponto central, o pedestrianista pode planear o seu percurso em função do que pretender visitar, tendo para o efeito diversas variantes ao percurso longo, que o remetem para um misto de sensações. Por estes caminhos pode ter contacto com uma biodiversidade singular, assinalável património cultural e também observar relevantes sítios de interesse geológico. Disfrute das montanhas azuladas!

Património Natural Por estas paisagens serranas hoje em dia podemos encontrar zonas de pinheiro bravo e eucalipto, pontuado com espécies como o sobreiro, estevas, medronheiro entre outras, arbustos como as urzes, carquejas, lentiscos até à

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6058: Parque Merendas do Brejo GPS: N 39 37.187 W 007 59.301 22 Waypoints Existem PR2.1-MAC-Variante do Castelo (1,36 Km) PR2.2-MAC-Variante da Corga Cimeira (2,18 Km) PR2.3-MAC-Variante Parque de Merendas Brejo - Ramal do Posto de Vigia Ponto Inicial do Percurso Circular, que percorre toda a Serra do Bando do Mação, 2º ponto mais alto do distrito de Santarém (Posto de vigia Alt. 643 m). Os pontos recomendados são: / Parque Merendas Brejo / Lagoa Superior do Bando / Miradouro da Serra do Bando / Buraca da Serpe / Baloiço Panorâmico de Mação / Capela de São Gens / Aldeia do Castelo do Mação / Aldeia da Corga Fundeira / Aldeia da Corga Cimeira / Cascatas do Chão do Brejo / Chão do Brejo / GEOSSITIOS / GEOCACHING

JORNAL DE ABRANTES / Julho 2020

erva-das-sete-sangrias com as suas flores azuis. Dependendo da altura do ano, podemos encontrar várias espécies de bolbos e orquídeas selvagens. Ao longo do percurso e dependendo da estação do ano o caminheiro poderá ser surpreendido por espécies como a raposa-vermelha, a águia-calçada, texugo, pombo torcaz, borboleta pandora, borboleta azul comum, cotovia arbórea, andorinha das rochas, toutinegra do mato ou mesmo anfíbios como a salamandra-de-fogo. Outros animais poderão passar despercebidos mesmo debaixo do seu nariz como por exemplo a tarântula-ibérica “Lycosa hispânica”. Mesmo estando num local com grande altitude, a existência de uma lagoa acaba por atrair, aves como o pato real, ou a garça-cinzenta. No que diz respeito à geodiversidade, poderá observar pistas fósseis em forma de tubos verticais e horizontais, por vezes, sinuosas. No ponto de menor altitude da linha de cumeada do Bando dos Santos ocorrem numerosas dobras com formas diversificadas. Disseminado nestas litologias ocorrem abundância de fósseis, nomeadamente, graptólitos e moluscos.

Património Cultural O Património cultural observável neste percurso remonta há dezenas de milhares de anos até época recente. O caminheiro pode observar o importante sítio do Paleolítico Médio da Lagoa do Bando. O sítio situa-se numa bacia de retenção de águas pluviais, alagada a maior parte do ano formando uma lagoa. O sítio é, pelo seu ambiente lacustre e pela altitude, único em todo o Vale do Tejo. No total foram recolhidos 371 artefactos, cuja tecno-tipologia remete ao Paleolítico Médio. Os estudos indicam que seria um sítio de caça e processamento de carcaças, para serem transportadas para outro lugar. Um pouco mais acima, na zona do Miradouro do Bando dos Santos, a 500m de altitude, encontram-se duas cavidades, que constituem o sítio da Buraca da Serpe, que terá sido ocupado desde o Paleolítico, teria complementaridade com o local de caça da Lagoa do Bando. Descendo, começamos a avistar a Ermida de S. Gens. Conta-se que havia um monte, cheio de pinheiros e de matagais que fora atacado por um grande incêndio. O fogo consumiu toda a vegetação, à exceção do cume. Curiosas, algumas pessoas foram até ao cimo do monte para tentarem perceber a

razão do sucedido. No local encontraram, numa pequena laje, a imagem de S. Gens, crendo então que, por milagre dele, o incêndio não consumiu aquela parte do monte. Pegaram na imagem do santo e levaram-na para a Capela de S. Mateus, onde a colocaram. No dia seguinte repararam que o santo tinha desaparecido. Procuraram-no por toda a parte e foram encontra-lo na mesma laje onde fora achado na véspera. Contam os registos paroquiais que com o terramoto de 1755 ficou afetada a Matriz de Mação e os alicerces da Capela de S. Gens, sendo portanto a data da sua construção incerta mas anterior. Passando a aldeia do Castelo e começando a subir deparamo-nos com a beleza nostálgica das casas Aldeia de Chão do Brejo, atualmente abandonadas, são todas elas construídas por blocos de rochas. Nesta parte do percurso pode deleitar-se com o encanto das levadas do Castelo. As levadas correspondem a um verdadeiro labirinto de canais derivados a partir de um canal principal de escoamento de água. Tem expressão significativa a oriente da povoação do Castelo e são responsáveis pelo transporte de água desde da serra até aos terrenos das vertentes dos vales junto ao Castelo. Leonel Mourato


DESPORTO /

Pandemia expulsa equipas do campo À semelhança do que se passou com a 1ª Divisão, também a 2ª Distrital de Seniores terminou da forma que ninguém queria. Com quatro jornadas por disputar na primeira fase, a pandemia de Convid-19 expulsou todos de campo e promoveu o cancelamento do campeonato. Na Série A, havia uma certeza, sendo que o que faltava apurar, era nada mais nada menos que o mais interessante. Já se sabia que Alcanenense e Entroncamento iriam estar na fase de apuramento de campeão, mas faltava apurar a terceira equipa a apurar-se para essa fase e o campeão de série. Desde cedo dois “históricos” do futebol distrital, Alcanenense e Tramagal Sport União, mostraram-se ambiciosos, arrancando a todo o gás, querendo afirmar-se como candidatos a um dos três primeiros lugares. Sobre os aurinegros não havia grande surpresa. Confirmaram o favoritismo que lhes era atribuído até ao fim, se assim não fosse é que era notícia. Relativamente à borboleta, comandados por um treinador jovem e com pouca experiência ainda de futebol sénior, mas que enquanto jogador pode aprender com os melhores do distrito, detinham um grupo de trabalho mesclado de juventude e experiência (sem serem as “velhas raposas”), o que deixava água na boca ao sempre exigente público do Comendador. Com exibições sólidas e consistentes (e algumas goleadas pelo meio) o TSU foi amealhando uma vantagem pontual sobre a concorrência que mais tarde lhe viria a dar muito jeito. Até à 8ª jornada o percurso azul era imaculado, só estragado por um empate caseiro (ao cair do pano) frente a um dos novos emblemas do futebol distrital, o Entroncamento Atlético Clube, que comandados pelo abrantino Pedro Sampaio, foi a única equipa que não sentiu o sabor amargo da

derrota no campeonato. À jornada 9, os comandados de Júlio Batista sofrem a primeira derrota em Alcanena (resultado normal para o que se passou nas quatro linhas) e à 11ª ronda são goleados pelo U.Tomar B por 7-1!!! Só os tramagalenses o poderão confirmar, mas talvez este resultado tenha abanado a confiança da borboleta, pois a partir daqui a trajetória da equipa alterna entre vitória e derrota, sendo mesmo ultrapassada pela equipa de Entroncamento e vendo o seu 3º lugar ser ameaçado por equipas que até aí estavam longe de sonhar com esse posto. A quatro jornadas do fim, quando o campeonato é interrompido, o TSU estava na 3ª posição, com quatro pontos de avanço e menos um jogo relativamente ao principal perseguidor, o Caxarias, única equipa que venceu o líder Alcanenense, deixando a ideia de que com maior ou menor dificuldade, iria ser a tal terceira equipa que faltava apurar para a fase final. Da freguesia de Atalaia, conce-

lho de Vila Nova Barquinha, surgiu uma equipa que se atirava para a luta do 3º ao 5º lugar. Todavia um início inconsistente, repartido entre vitória e derrota, deixou-a muito cedo sem margem para erro e a “correr atrás do prejuízo”. Apenas na segunda volta, depois de refeito o grupo de trabalho após algumas saídas, quando somou quatro vitórias consecutivas e um empate, se mostrou às portas dos lugares do pódio, mas como a tolerância era nenhuma, uma derrota atirou-a para fora dessa corrida. Ainda assim, termina na metade de cima da classificação, na quinta posição. No primeiro lugar da segunda metade da tabela classificativa, sétima posição, aparece a equipa de Ortiga. Pode dizer-se que sabe a pouco, deixando no ar um certo desalento, pois propunha-se fazer bem melhor que na época passada. É sabido que na Ortiga há jogadores com grande qualidade, mas também é sabido que por várias razões, é difícil fazer durante a sema-

na o trabalho necessário para que ao domingo esse valor seja notado. Talvez esse seja o maior pecado que se possa apontar à equipa do concelho de Mação, que como prémio de consolação tem o empate no Entroncamento e em casa frente ao Alcanenense. Quanto aos três últimos da tabela classificativa, pode dizer-se que o Aldeiense é a principal desilusão. Pretendia limpara a má imagem deixada na época anterior, mas acima de tudo assumia-se como um candidato à fase final. Um péssimo arranque, com quatro derrotas (três delas pesadas) nas primeiras cinco jornadas, deixava antever uma época difícil e penosa. Para além de não conseguir nem de perto nem de longe os objetivos, a equipa da aldeia de Santa Margarida, perdeu também, Pedro Varino, o seu rosto mais visível e treinador, que tinha sido um dos impulsionadores deste novo projeto no concelho de Constância. Dos Dragões de Alferrarede esperava-se também

um pouco mais. Os nove pontos conseguidos em 17 jogos sabem a pouco. É certo que não partia com grandes ambições, mas tinha o secreto desejo de lutar pela primeira metade da tabela. Para isso teria de vencer jogos em casa, o que não se verificou nas nove partidas disputadas no renovadíssimo Campo CUF. Em último lugar aparece-nos a equipa B do Abrantes e Benfica, mas desde a primeira hora, que os responsáveis das águias de Abrantes avisaram que este era um projeto para rodar jovens e alimentar a primeira equipa quando fosse necessário, não havendo a pressão de lugares classificativos. O cancelamento do campeonato trouxe depois outra discussão. Havia lugar a subidas ou ficava tudo na mesma divisão. Beneficiando uns e prejudicando outros, veio a decisão de fazer subir os dois primeiros de cada série e o melhor segundo classificado. Tinham o bilhete premiado o Alcanenense e o Entroncamento Atlético Clube, saindo a fava ao Tramagal Sport União. Dizem os números que na primeira fase, alcanenenses e ferroviários foram os melhores da Série A, mas fica sempre a dúvida se, com a bola a rolar e toda a imprevisibilidade de um jogo de futebol, confirmariam isso na segunda fase. Veja-se o que aconteceu em 13/14 e 17/18 em que não subiu nenhuma equipa da Serie A, nem o vencedor de série, ou em 15/16 em que o vencedor da Série A, Ferreira do Zêzere, não subiu tendo subido sim o segundo dessa série, o Pego. Repetimos o que escrevemos no número anterior. Acreditamos que o desejo de cada equipa que se apresenta à competição no início de cada época, é o de saber, fruto do seu valor e trabalho, o que conquista ou perde no fim de toda a calendarização prevista. O Covid-19, trouxe em 2020 o cancelamento da época desportiva, deixando nos seguidores do futebol distrital, a sensação de que quando iriam começar a degustar o melhor da refeição, alguém aparece e leva o prato da mesa. Coube aos dirigentes da Associação de Futebol de Santarém aplicar a sua justiça, pois os “Deuses do Futebol” não tiveram oportunidade de fazer a sua. Ricardo Beirão

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Julho 2020 / JORNAL DE ABRANTES

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// Porque a maioria das competições desportivas se encontra suspensa, devido à pandemia, deixámos de lado os quadros competitivos e conversámos com Daniel Simões, Nuno Gomes e Octávio Vicente, atletas que, para além de participarem em provas federadas, fazem apostas consigo próprios e com outros e se superam, numa luta com o cronómetro e com o próprio corpo.

DANIEL SIMÕES E NUNO GOMES

“Se somos do tamanho dos nossos sonhos, então já fomos grandes” O Daniel Simões e o Nuno Gomes, nos últimos anos, de bicicleta, levaram a efeito meio dúzia de desafios memoráveis. Que aventuras foram essas?

Daniel Simões: Entre dezenas de aventuras que estão bem impressas nas nossas memórias, destaco a ida aos quatro cantos de Portugal saindo de Abrantes em bicicleta de BTT e sempre em menos de 24 horas (Sagres, Caminha, Vila Real de Santo António e Bragança), o “Pedalar por Pedrógão” que nos levou a Gibraltar de BTT, também em menos de 24 horas, perfazendo 555 kms associados a uma causa solidária, os grandes incêndios de junho 2017, em que angariámos mais de 11 000 euros,

JORNAL DE ABRANTES / Julho 2020

José Martinho Gaspar

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//QUANDO DESPORTO É SOBRETUDO SUPERAÇÃO

Maria Clara

MAIS RÁPIDO, MAIS ALTO, MAIS LONGE

DESPORTO /

e a nossa última história, a 2N2, onde percorremos os 738 kms da Estrada Nacional N.º 2 (N2) em 26h52min.

O Nuno e o Daniel também participam em provas de atletismo, trail e BTT, por exemplo. Nestas aventuras o adversário é o cronómetro e o próprio corpo?

Nuno Gomes: Há uns tempos defini 3 metas a atingir a curto prazo no atletismo: 10kms, sub 40’; meia-maratona sub1h30’ e a maratona em menos de 3 horas. Ando perto nas duas primeiras, só que perto não me chega! Cheguei a baixar por duas vezes a hora e meia na Meia-Maratona de Abrantes, oficialmente, mas não realmente! No Trail Abrantes 100, versão estafeta, o cronómetro conta a sério já que ao tempo gasto em cada setor por cada elemento dos Octopés (a equipa que integrei e que incluía o Daniel), terá de se somar o tempo dos outros três, para determinar o tempo da equipa. Estamos a correr sós, mas para todos, com amigos e uma enorme vontade de

vencer, por nós e por eles. É maravilhoso, devo-lhes uma vitória desportiva muito saborosa. Em algumas provas mais longas, marcadas como objetivo desportivo de época ou até de vida, faço algum planeamento com previsões em tempos de passagem nos postos de controlo. Recordo ter feito isso com mais detalhe no Madeira Island Ultra Trail e consegui um resultado bastante bom. Noutras guio-me mais pelas sensações e seguro-me na experiência. Por casualidade, no último Zêzere Swimrun, logo no primeiro segmento de corrida vi-me sozinho na frente, entrei na água e passei para segundo, saí para a corrida e recuperei a liderança, e foi assim até

ao fim. Na luta pela vitória é determinante assumir simultaneamente as fragilidades do corpo, os seus pontos fortes e lutar com ambos.

O Daniel é oficial do Exército, o Nuno professor de Matemática e têm as vossas famílias. É necessário treinar bastante, como conciliam a atividade desportiva e profissional/ familiar?

DS: Com sacrifícios, principalmente das nossas famílias. Sem dúvidas que temos de treinar bastante, o que implica muitas horas despendidas. Para nós, como é um prazer andar de bicicleta, não nos custa muito, mesmo que tenhamos de nos levantar às


DESPORTO / 05h00 da manhã para pedalar ou fazê-lo com temperaturas de mais de 40ºC, mas para a família são muitas horas “roubadas”. Tem de haver uma grande compreensão da parte deles, e parte do sucesso destas aventuras é-lhes merecidamente atribuída.

Quando se está, em pleno Alentejo, a meio da noite, a tentar atravessar Portugal de lés a lés em 24 horas, o corpo não vos diz que está na hora de parar? O que é que vos faz prosseguir?

NG: Quando se atravessa Portugal de bicicleta, o corpo é um instrumento de uma mente insaciável pela aventura e pela descoberta. Quando saímos em direção a Sagres, na nossa primeira Diagonal, quase tudo era novo: a distância, o trajeto, a noite... Recordo termos desligado as luzes antes da Barragem de Montargil, para desfrutar do luar que mostrava o caminho, satisfatoriamente, e um bonito esboço da paisagem alentejana. Imagens a preto e branco que continuam gravadas na minha fraca memória. O nascer do dia significa que já estão consumidas cerca de 6 horas a pedalar, precisamos de café para continuar, muito já ficou no escuro da noite! A luz do dia traz uma nova energia para o muito caminho que continua por fazer, não pensamos em parar, a não ser para as necessidades fisiológicas e para alguma fotografia imperdível. Para dormir não é preciso ter cama, uma bicicleta também serve. Experimentei-o, pela primeira vez, ao largo da Zambujeira, e depois noutros sítios, o Daniel também. O jantar, a conversa com amigos e a concretização do sonho é o que nos faz continuar, pedalada após pedalada, sucessivamente. São coisas simples sim, mas impossíveis de comprar. Se somos do tamanho dos nossos sonhos, então já fomos grandes, ainda que temporariamente!

Qual a aventura que se segue, nesta série de desafios? Há algum que já tenham colocado a vós próprios, que tenham concluído que é impossível de realizar e que, ainda assim, não vos saia da cabeça?

DS: Qual a que se segue ainda não sabemos, mas projetos existem. Um deles, e que já existe há vários anos, poderá levar-nos a França… ainda é embrionário, esperamos que nasça e com saúde! Desafios impossíveis de realizar ainda não houve. Temos sido sonhadores, mas com os pés na Terra e a calculadora na mão!

Com ambos próximo dos 50 anos, a idade irá trazer-vos inevitavelmente limitações em termos de performance. Estão preparados para quando ocorrer?

NG: Um dia todos iremos morrer, até lá compete-nos viver. Recuso-me, diariamente, a focar energias na velhice. É longe demais e nem sei se terei o privilégio de lá chegar. Acho que nos devemos proteger do conforto excessivo de envelhecer precocemente. Nos últimos tempos tenho brindado à saúde e ao vigor físico. Tão bom!

OCTÁVIO VICENTE

"Para mim competir tem de ser ombro no ombro" Octávio, que apostas foram estas que, a dada altura começámos a ver divulgadas pelo Octávio nas redes sociais?

Tudo começou em setembro do ano passado, mas antes é essencial introduzir o António Martins nesta “história”. Quando regressávamos de uma prova de LaserRun, no autocarro, com a restante equipa, entre muitas conversas sobre treinos, o António, amigo e colega a viver no Casal da Serra (conhecida pela sua subida com pendentes elevadas) fez-me a seguinte pergunta: “Octávio, num treino de bike quantas vezes farias a subida até minha casa?”. Respondi: “10 a 15 vezes…”. Ele, todo de desafios e apostas, lançou a “tonteira”: “Faço-te uma estátua se fizeres 50 vezes!”. Respondi prontamente: “Amanhã às 8 horas estou à tua porta com a primeira feita, bebemos café e faço mais 49!". No final e depois de quase 8 h a pedalar, a estátua era minha. Voltámos este ano às apostas, agora com um desafio que englobava natação, corrida e BTT… Tinha 5h30 para realizar 8 km de natação, 18 km de BTT e 18 km de corrida, separados por segmentos… Ao aceitar o desafio não programei o tempo que iria perder em cada transição, acabou por ser emocional até ao último segmento, terminando com 5h27… mas o jantar era meu. Para além de outras apostas do An-

tónio, já a 4 de julho farei os 10 kms a nadar, de ligação da Praia Fluvial das Fontes à Praia Fluvial da Aldeia do Mato, com o apoio do Município de Abrantes e, no final de agosto, quero arriscar fazer a N2 de bicicleta, a solo, abaixo das 24 horas.

“Um dia todos iremos morrer, até lá compete-nos viver”

O Octávio é um atleta federado, nomeadamente no atletismo, no BTT e no triatlo, mas as aventuras resultantes destes desafios são outra coisa. O que é diferente, nestes casos?

Embora adore a competição e o meu foco seja ainda competir ao mais alto nível, quem me conhece sabe que para mim competir tem de ser “ombro no ombro”. Estes desafios acabam por me fazer abstrair um pouco da monotonia do treino, se bem que um triatleta não tenha muita monotonia. Mas a grande diferença é o ambiente de amizade e convívio em que conseguimos realizar estes desafios, que para mim só fazem sentido se assim for.

Estas aventuras são provas dificílimas, que levam a resistência ao limite e que fazem sofrer muito. Quando se está a meio não há momentos em que apetece desistir ou em o Octávio pergunta a si próprio porque está a fazer aquilo, pois não há classificação, ranking nem público a aplaudir?

É verdade que exige uma condição física diferente do normal, mas para quem treina 35 horas semanais o fator psicológico tem uma maior importância. Nestes desafios o público é os meus amigos e família, que sem eles a realização destas “tonteiras” não era possível. Não tanto pela logística (que é extremamente importante), mas pelo apoio psicológico. Em competição a palavra

desistir está presente e é sempre um hipótese para quem luta por vitórias. Mas aqui não, o convívio e a ajuda entre “apostadores” faz com que a palavra desistir não tenha significado. Se bem que o António faz sempre pressão!

O Octávio começa a atingir a idade de veterano. O que vai acontecer, incluindo nestes desafios, quando as performances começarem a ser diferentes, em função da idade?

Aos 35 anos ainda sinto o corpo na fase ascendente, sempre disse que para mim competir só faz sentido se for para lutar pela vitória. No dia me que o corpo "não der mais” para estar em competição desta forma digo “Hoje acaba.” Nesse momento abraçarei um novo projeto na área do triatlo, que passa por formar Homens e Atletas, com letra maiúscula. A par disso, irei sempre procurar novos desafios, viagens e aventuras onde o cronómetro já não pese… Talvez inconscientemente já esteja a fazer a transição para as duas… Mas até que isso aconteça, vamo-nos vendo por aí… José Martinho Gaspar

Julho 2020 / JORNAL DE ABRANTES

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REGIÃO / Mação NOTARIADO PORTUGUÊS CARTÓRIO NOTARIAL DE SÓNIA ONOFRE EM ABRANTES A CARGO DA NOTÁRIA SÓNIA MARIA ALCARAVELA ONOFRE. ---Certifico para efeitos de publicação que por escritura lavrada no dia dezanove de Junho de dois mil e vinte, exarada de folhas sessenta e sete a folhas setenta e uma verso, do Livro de Notas para Escrituras Diversas CENTO E NOVENTA A, deste Cartório Notarial, foi lavrada uma escritura de JUSTIFICAÇÃO, na qual os Senhores CARLOS SERRA LOPES BEXIGA, e mulher GRACINDA DOS ANJOS PARREIRA CAVACO BEXIGA, casados no regime da comunhão de adquiridos, naturais, ele da freguesia de Rio de Moinhos, do concelho de Abrantes e ela da freguesia de Évora (Sé), do concelho de Évora, residentes na Rua Infante D. Luís, número 180, primeiro andar, em Abrantes, MARIA DE LURDES SERRA BEXIGA LOPES COSTA, e marido JOSÉ ANTÓNIO LOPES COSTA, casados no regime da comunhão de adquiridos, ambos naturais da freguesia de Rio de Moinhos, do concelho de Abrantes, residentes na Rua Fernando Pessoa, lote 1, número 9, Bairro da Chasa, Alverca do Ribatejo, Vila Franca de Xira, HÉLIA SERRA LOPES BEXIGA MARTINS RODRIGUES, e marido JOSÉ MANUEL MARTINS RODRIGUES, casados no regime da comunhão de adquiridos, naturais, ela da freguesia de Rio de Moinhos, do concelho de Abrantes e ele da freguesia de Abrantes (São João), do concelho de Abrantes, residentes na Rua Principal, número 116 A, em Amoreira, Rio de Moinhos, Abrantes, JORGE MANUEL SERRA LOPES BEXIGA, e mulher ANA PAULA ALPALHÃO DA SILVA LOPES, casados no regime da comunhão de adquiridos, ambos naturais da freguesia de Rio de Moinhos, do concelho de Abrantes, residentes na Rua Direita, número 153, em Amoreira, Rio de Moinhos, Abrantes, ele que outorgou por si e como procurador de MARIA ANTÓNIA DA SILVA SERRA LOPES BEXIGA, contribuinte fiscal número 179 453 610, viúva, natural da freguesia de Abrantes (São Vicente), do concelho de Abrantes, residente no Bairro António Sérgio, Avenida da Liberdade, lote 158 direito, em Évora, MARIA DA PIEDADE SERRA LOPES BEXIGA FERREIRA PIRES, e marido HENRIQUE MANUEL FERREIRA PIRES, casados no regime da comunhão de adquiridos, naturais, ela da freguesia de Abrantes (São João), do concelho de Abrantes e ele da freguesia de Rio de Moinhos, do concelho de Abrantes, residentes na Rua dos Cascalhos, número 13, em Amoreira, Rio de Moinhos, Abrantes, DECLARARAM, que, Maria Antónia, Carlos, Maria de Lurdes, Hélia, Jorge e Maria da Piedade são os únicos herdeiros de GRACINDA MARIA SERRA e de ANTÓNIO LOPES BEXIGA, falecidos, respectivamente, no dia vinte de Novembro de dois mil e três e dezanove de Janeiro de dois mil e onze, casados que foram entre si, em primeiras e únicas núpcias, no regime da comunhão geral, naturais que eram da freguesia de Rio de Moinhos, do concelho de Abrantes, com última residência habitual na Rua Direita, número 116, em Amoreira, Rio de Moinhos, Abrantes. Que, com exclusão de outrem, a herança ilíquida e indivisa aberta por óbito da referida GRACINDA MARIA SERRA, é dona e legítima possuidora, do Prédio rústico sito em Cabeço de Chã, na freguesia de Rio de Moinhos, do concelho de Abrantes, composto de citrinos, horta, olival e pinhal, a confrontar de Norte com José Marques, de Sul com António Lopes Morais, Nascente com João Florindo e de Poente com Estrada Pública, omisso na Conservatória do Registo Predial de Abrantes, inscrito na matriz sob o artigo 17 da secção Z. Que na matriz o prédio tem a área de oito mil e quatrocentos metros quadrados, mas dele já foram desanexados seiscentos e trinta metros quadrados, pelo que actualmente o prédio tem apenas sete mil setecentos e setenta metros quadrados. ---Que ANTÓNIO LOPES BEXIGA, casado com GRACINDA MARIA SERRA, por escritura outorgada em dezassete de Março de mil novecentos e oitenta e três, exarada a folhas trinta e seis e seguintes, do Livro de Notas CENTO E CINQUENTA E CINCO, do Cartório Notarial de Sardoal, compraram a VICENTE FERREIRA CRAVO e mulher NARCISA FEIJOA, casados no regime da comunhão geral de bens, residentes em Amoreira, Rio de Moinhos, Abrantes, um prédio urbano composto de casa de rés-do-chão com quatro divisões e dois vãos, dependência com uma divisão e dois vãos, quintal com árvores de fruto e vinte seis oliveiras e pinheiros e terra de regadio, sito na Rua Direita, na freguesia de Rio de Moinhos, inscrito na matriz sob o artigo 305, descrito na Conservatória do Registo Predial de Abrantes sob o número ONZE MIL CENTO E CINQUENTA E DOIS, a folhas 38 verso, do Livro B -VINTE E NOVE. Que o negócio acordado entre vendedores e compradores incluía a casa de habitação, as dependências, o quintal e a terra de regadio. ------Que os vendedores eram donos e legitimo proprietários do mencionado prédio urbano — artigo 305, mas também do prédio rústico — artigo 17 da secção Z, no qual o urbano se encontra implantado. --—Que da aludida escritura não consta a indicação da área vendida, mas ANTÓNIO LOPES BEXIGA e mulher GRACINDA MARIA SERRA, como compradores e VICENTE FERREIRA CRAVO e mulher NARCISA FEIJOA, como vendedores, ficaram convencidos que a mesma formalizava a totalidade do negócio acordado. Que os referidos ANTÓNIO LOPES BEXIGA e mulher GRACINDA MARIA SERRA, registaram o mencionado prédio a seu favor, actualmente descrito sob o número NOVENTA E QUATRO/Rio de Moinhos e inscrito a seu favor pela inscrição Ap. 8, de 03/10/1986, sem se terem apercebido que a área constante da descrição era apenas de quatro mil metros quadrados, actualmente com a área de três mil trezentos e setenta metros quadrados em virtude de desanexação de seiscentos e trinta metros quadrados. Só posteriormente se aperceberam da diferença de área constante da descrição predial e da área efectivamente adquirida e que na escritura, por lapso, não constava a transmissão do prédio rústico inscrito na matriz sob o artigo 17 da secção Z, embora dela constasse a referência a terra de regadio. ---Que, desde a referida data de mil novecentos e oitenta e três, logo há mais de trinta e cinco anos, os falecidos ANTÓNIO LOPES BEXIGA e mulher GRACINDA MARIA SERRA e depois da sua morte eles justificantes, em representação das heranças, exerceram continuamente a posse do acima identificado prédio rústico, à vista de toda a gente, usufruindo de todas as utilidades do mesmo, amanhando-o, cultivando-o, apanhando a fruta, limpando o mato, na convicção de exercer direito próprio, ignorando lesar direito alheio, sendo reconhecidos como seus donos por toda a gente da freguesia e freguesias limítrofes, pacificamente, porque sem violência, continua e publicamente, de forma correspondente ao exercício do direito de propriedade, sem a menor oposição de quem quer que seja e pagando os respectivos impostos, verificando-se assim todos os requisitos legais para que ocorra a aquisição do citado imóvel por usucapião, titulo este que, por natureza não é susceptível de ser comprovado pelos meios normais. -----Que consequência desta justificação, a Herança de GRACINDA MARIA SERRA é dona e legítima proprietária do prédio misto sito na Rua Direita — Cabeço de Chã, na freguesia de Rio de Moinhos, do concelho de Abrantes, composto na parte urbana de casa de habitação e dependência com a área coberta de oitenta e nove metros quadrados e logradouro com a área de três mil trezentos e setenta metros quadrados e na parte rústica de citrinos, horta, olival e pinhal, com a área total de sete mil setecentos e setenta metros quadrados, inscrito na matriz urbana sob o artigo 305 e na matriz rústica sob o artigo 17 da secção Z, descrito na Conservatória do Registo Predial de Abrantes sob o número NOVENTA E QUATRO/Rio de Moinhos. ---Está conforme ao original e certifico que na parte omitida nada há em contrário ou além do que nesta se narra ou transcreve. ---Abrantes, 19 de Junho de 2020.

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JORNAL DE ABRANTES / Julho 2020

Época balnear abre com regras apertadas e limite de utilizadores A época balnear teve início a 27 de junho no concelho de Mação. O Município irá ter gestores de praia para assegurar as regras impostas pela DGS bem como assegurar o número limite de utilizadores definido pela Agência Portuguesa do Ambiente. Após as obras de reparação de que a praia do Carvoeiro foi alvo, devido à destruição provocada pela depressão Elsa, em dezembro de 2019, o presidente da Câmara, Vasco Estrela, afirmou que o Carvoeiro “continua a ser aquilo que tem sido”, com este investimento “que vai muito para lá do que o que estávamos a contar à partida, que eram 150 mil euros”. Investimento que representou “um enorme esforço” por parte da Câmara Municipal “para honrar o concelho e a região” numa praia que é Bandeira Azul e Qualidade de Ouro. De recordar que o limite de utilizadores definido pela APA – Agência Portuguesa do Ambiente é de 150 na praia de Cardigos e de 300 pessoas em Carvoeiro e na Ortiga. Quanto a estes números, Vasco Estrela disse não discutir essas decisões, “claro que gostaria de ter mais mas não entro por caminhos que não domino. Se a APA entende que, em condições de segurança, a capacidade das praias é esta, ponto final, parágrafo”. Quanto ao controlo que irá ser feito da lotação das praias, o presidente explicou que “a Câmara Municipal contratou uma empresa que irá ter o chamado gestor de praia que, no fundo, irá fazer a segurança, a monitorização e irá ver a carga da praia a cada um dos momentos para conseguirmos ter a capacidade máxima permitida”. Questionado se se trata de um porteiro, Vasco Estrela assumiu que “quase que diria que é um porteiro”. No entanto, o autarca lembrou que “em praias que estão rodeadas de floresta, será quase impossível que toda a gente passe pelo porteiro. Contudo, temos que ter a capacidade de ir verificando e de ir monitorizando de modo a que as coisas possam ser conforme a APA definiu. Se houver situações limite em que percebamos que as coisas estão a descambar muito para lá do que é a referência, teremos de usar outras formas, nomeadamente interditar a praia e chamar as forças de segurança”. Vasco Estrela disse-se disponível para tomar este tipo de decisão pois “para o que não estou disponível é para correr riscos desnecessários. Se a situação for de facto incontrolável,

/ Praia da Ortiga

/ Praia dos Cardigos

/ Praia do Carvoeiro se tivermos de fechar as praias, não deixaremos de o fazer para garantir que não há nenhum problema”. As praias fluviais do interior do país podem, este ano, vir a tornar-se no destino de férias de muitos portugueses e Vasco Estrela referiu o facto pois “no fim-de-semana dos feriados já houve sinais de que pode haver um aumento de pessoas um bocadinho acima daquilo que é habitual”. “Isso terá de ter uma maior atenção por parte da autarquia quer para estes espaços quer para muitos outros locais com potencial de lazer e de usufruir de zonas de

água que o nosso concelho tem e onde se têm verificado alguns ajuntamentos que nos preocupam. Contudo, chamar a atenção de que são espaços privados nos quais a Câmara não tem propriamente jurisdição”, adiantou o presidente que pretende alertar a população de que “mesmo nesses locais, devem respeitar as normas da Direção-Geral da Saúde, para além dos riscos que eventualmente possam correr por serem zonas não vigiadas, muitas vezes com dificuldades de rede móvel, acessibilidades difíceis”. Patrícia Seixas


PATRIMÓNIO / NOMES COM HISTÓRIA / Grupo

Teresa Aparício

Vila Maria Amélia ou o Palacete de Vale de Rôubão

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de Solano de Abreu, a quinta de Vale de Rôubão era ainda muito procurada pelo povo abrantino, para comer os seus lanches e apanhar a espiga em quinta-feira de Ascensão. Mas nem só de festas e piqueniques se fez a vida desta quinta. Tinha anexos construídos para habitação dos criados e, como agricultor moderno que queria ser, Solano dotou-a com equipamentos inovadores, entre os quais um lagar modelo onde o azeite era extraído da azeitona por um processo diferente, que chegou a ser premiado. Construiu também um estábulo para bovinos, amplo e asseado de tal modo que as pessoas, em ar de brincadeira, diziam que ali “até apetecia ser vaca”.A manteiga feita a partir do leite destes animais, ficou famosa entre os abrantinos pela sua excelente qualidade. Do que foi esta quinta resta hoje muito pouco. Os estábulos e seus anexos bem como as casas dos criados estão em completa ruína e apenas o edifício principal se encontra restaurado e em bom estado de conservação. O parque e os jardins românticos há muito foram destruídos e vandalizados e, no local onde se situavam estes últimos, foram construídas umas pequenas habitações de apoio a idosos.

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Quando entramos em Abrantes, pelo lado poente, encontramos do lado direito, este bonito palacete, construído no estilo dos solares do centro e norte da Europa, com as suas torres pontiagudas, revestidas de ardósia em forma de escama e com bastante inclinação para que a água da chuva escorra com facilidade. Foi mandado construir em 1892, por Francisco Eduardo Solano de Abreu, ilustre abrantino nascido em 1858 e falecido em 1941. Foi conhecida durante muito tempo por Villa Maria Amélia, nome que lhe veio das duas primeiras proprietárias: Maria Amélia Fialho Ferreira e Silva, esposa de Solano de Abreu e, como o casal não deixou descendência, depois da sua morte, a posse do imóvel passou para uma afilhada, Maria Amélia Baeta, que também sem filhos, o deixou em testamento à paróquia de S. Vicente. Mas nem tudo ficou pronto em 1892. Em 19 de Julho de1895, foi inaugurada “uma soberba e esplêndida casa de jantar”, ornamentada com belos quadros a óleo, da autoria do conhecido pintor abrantino José Serra da Motta (1883/1943), tendo na ocasião sido servida uma lauta ceia “com sessenta talheres” e com um menu composto por requintada cozinha francesa. A Orquestra Filarmónica Primeiro de Janeiro abrilhantou o evento, tocando durante a refeição e no baile que se seguiu até de madrugada. Os 65 operários que trabalharam na obra não foram esquecidos e, no domingo seguinte, Solano de Abreu

Bibliografia: - Campos, Eduardo, Solano de Abreu, Vida e Obra, edição da Escola Sec. Dr. Solano de Abreu, Abrantes 2002 - Jornais locais da época

Julho 2020 / JORNAL DE ABRANTES

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SAÚDE /

CHMT investe 4Milhões de Euros em eficiência energética

Recomendações:

/ Elsa Duarte Curado Técnica Superior de Diagnóstico e Terapêutica / Saúde Ambiental

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permitirá reduzir os custos com consumo de energia. Este edifício gasta 430 mil euros em eletricidade por ano. Conseguiremos atingir uma poupança de mais de 80 mil euros com a produção da energia solar. Um valor que será transferido para ser utilizado naquela que é a principal função de um hospital, que é na prestação de cuidados de saúde”, explica Carlos Andrade Costa. O investimento, num total aproximado de 4 Milhões de Euros, abrange as três Unidades do Centro Hospitalar do Médio Tejo e deverá estar concluído no primeiro trimestre de 2021. Um projeto que “se reveste de grande importância na medida em que demonstra que o CHMT, EPE, apesar da pandemia não ficou parado, não suspendeu o plano de investimento, tendo até acelerado alguns investimentos”, destaca o presidente do CHMT, EPE, Carlos Andrade Costa.

Serviço de Medicina Intensiva integra cardiologistas

Os cuidados de prestação clínica aos doentes críticos são assegurados, no Centro Hospitalar do Médio Tejo, pelo Serviço de Medicina Intensiva(SMI), que sucede à anterior Unidade de Cuidados Intensivos (UCI). Este Serviço enquadra já médicos de várias especialidades, passando agora a integrar também

JORNAL DE ABRANTES / Julho 2020

médicos especialistas de Cardiologia, que exercem funções no CHMT, enquanto prestadores de serviços. A integração dos Cardiologistas no Serviço de Medicina Intensiva, além de reforçar o caráter multidisciplinar deste Serviço e a qualidade da prestação de cuidados aos doentes, (sublinha-se que o Serviço de Medicina Intensiva tem idoneidade formativa total), permitirá que os únicos três médicos Cardiologistas do quadro do CHMT, EPE, possam assumir projetos de desenvolvimento e de diferenciação clínica do próprio Serviço de Cardiologia visando no futuro próximo aumentarem a diferenciação técnica do Serviço, atraindo mais jovens médicos. Recorde-se que as últimas vagas atribuídas ao CHMT para a especialidade de Cardiologia têm ficado desertas, apesar de haver mais de dezasseis cardiologistas em prestação de serviço na Instituição. “Esta situação de vagas que ficam desertas nos sucessivos concursos para a admissão de novos cardiologistas, torna ainda mais premente o intensificar de esforços para o enquadramento nos cuidados críticos da Cardiologia e o lançamento de novos projetos que passam pela diferenciação técnica do Ser viço e aquisição de novos equipamentos, de forma a atrair mais médicos para o quadro do Serviço de cardiologia”, afirma o CHMT em comunicado.

Uma boa qualidade do ar interior (QAI) é tida como um dos parâmetros que mais contribui para a produtividade, conforto, saúde e bem-estar. No âmbito da pandemia que atualmente se instalou, em termos de QAI o que interessa é baixar tanto quanto possível a dose a que as pessoas estão expostas. A ventilação com entrada de ar novo permite diminuir a exposição à carga viral que possa existir no ambiente, a partir de um potencial infetado. A adoção de práticas seguras é essencial para garantir uma boa QAI. Neste sentido, é importante ter em atenção algumas medidas simples e gerais, nomeadamente: • Renovar frequentemente o ar interior dos espaços, abrindo as janelas durante o dia e sobretudo durante a realização de algumas atividades como por exemplo durante e após a prática de exercício físico e durante a realização de pinturas. Modificar atitudes dos ocupantes, como por exemplo: • Evitar comportamentos não essenciais como fumar, acender velas, ambientadores ou purificadores de ar. > Reduzir a exposição prolongada a um determinado espaço. > Fechar a tampa das sanitas durante a realização de descargas para minimizar a libertação de gotículas e resíduos de gotículas para o ar. • Proceder à limpeza e desinfeção dos espaços de acordo com as orientações da DGS e promover a abertura de janelas e evitar a permanência imediata nessa divisão, após realizar as operações de higienização. • Manter boas práticas de operação e manutenção dos sistemas de climatização. Neste âmbito: > Propor se possível a ventilação 24 horas por dia, 7 dias por semana, nos espaços mesmo com taxas de ventilação reduzidas (mas não desligadas) enquanto as pessoas estiverem ausentes. > Recomendar o fecho das portas de comunicação dos diversos setores que são servidos por diferentes unidades de tratamento de ar, evitando a possível contaminação cruzada. > Utilizar os sistemas apenas no modo de extração, nunca em modo de recirculação do ar. • Adotar cuidados quando viajar de carro, nomeadamente: > Utilizar máscaras, quando viajarem duas pessoas e ambas forem no banco da frente. > Manter uma abertura simétrica das janelas laterais do veículo para promover o padrão normal de escoamento no interior do veículo e evitar a contaminação de um lado para o outro. PUBLICIDADE

”Esta instalação marca o início da revolução verde no Centro Hospitalar do Médio Tejo”. A afirmação é de Carlos Andrade Costa, presidente do Conselho de Administração do CHMT, EPE, na apresentação da obra de instalação de painéis fotovoltaicos, na Unidade Hospitalar de Torres Novas, que teve lugar no dia 18 de junho. Uma visita acompanhada pelo presidente da Câmara Municipal de Torres Novas, Pedro Ferreira, tal como aconteceu anteriormente em Abrantes e Tomar, aquando da apresentação de investimentos para aquelas duas Unidades Hospitalares e onde participaram os respetivos presidentes dos dois Municípios. A Instalação visitada na Unidade Hospitalar de Torres Novas permitirá uma diminuição de cerca de 5.500 toneladas de CO2, o equivalente à plantação de 18 mil árvores por ano. O parque de 770 painéis representa um investimento superior a 300 mil Euros, aos quais acresce o investimento na reconversão de iluminaria interna do edifício, que incluí instalação de sensores de movimento, e ainda a instalação de novos sistemas de aquecimento e arrefecimento do edifício. O total de investimento, agora concretizado na Unidade Hospitalar de Torres Novas, atinge quase um milhão de euros. “Começámos em Torres Novas esta reconversão energética que nos

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Julho 2020 / JORNAL DE ABRANTES

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