Jornal de Abrantes junho 2020

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/ Abrantes / Constância / Mação / Sardoal / Vila Nova da Barquinha / Vila de Rei / Diretora Patrícia Seixas / JUNHO 2020 / Edição n.º 5592 Mensal / ANO 120 / DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

Dispositivo de combate a incêndios aposta no ataque rápido Pág 11 Há 130 “lares ilegais” mas “o número é muito maior, talvez até o dobro”

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/ JORNAL DE ABRANTES

Praias Fluviais de Aldeia do Mato, Fontes, Carvoeiro e Bostelim com Bandeira Azul em 2020 Pág 10

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EPDRA

VIAGEM AO PASSADO Grupo

uma nova forma de comunicar. ligados por natureza. 241 360 170 . geral@mediaon.com.pt www.mediaon.com.pt

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Págs 14 a 16


A ABRIR / FOTO OBSERVADOR /

EDITORIAL /

Paulo Delgado

Bem sabemos que a Natureza segue o seu curso e ainda bem que assim é. Chove, está calor, a erva cresce. Até aqui, tudo normal. O que já não nos parece muito normal é que as exigências não sejam para todos. Quem tem que sair da A23 no nó da Amoreira e pretende virar à esquerda, para Montalvo, tem uma tarefa nada fácil pela frente. É que as ervas tapam completamente a visibilidade, ainda por cima quando à direita a estrada descreve uma curva. Os automobilistas têm que entrar completamente dentro da faixa para poder ver se podem ou não avançar. Senhores da Infraestruturas de Portugal, como esta, há muitas outras saídas neste estado. Só se pede um pouco mais de cuidado para com quem circula nas estradas à vossa responsabilidade.

Patrícia Seixas DIRETORA

Entrámos em desconfinamento. E isso nota-se! A cada dia que passa, a região de Lisboa e Vale do Tejo vai acumulando casos de infeção por Sars-Cov-2, ou seja, pessoas com Covid-19. E se Lisboa ainda fica “longe”, a região é vasta e fica difícil perceber o que acontece onde. No entanto, já percebemos que o risco por aqui é cada vez maior e que os avisos se sucedem. Os casos lá vão aparecendo, apesar de termos conhecimento que são “importados” da região da Grande Lisboa. Mas chegam. E infetam. E fazem mossa quer nas comunidades rurais, quer na economia da região, quer na capacidade hospitalar. A pandemia não passou. Nem sequer aliviou. O país teve que começar a desconfinar por razões económicas. Há empresas que já não conseguem abrir portas, há outras em sérias dificuldades e muitas delas estão a dispensar funcionários. E há famílias a passar mal. A questão social é talvez o nosso maior problema. Há famílias que pertenciam à dita classe média e que, neste momento, não conseguem sustentar-se sem ajudas. E é obrigação de todos olharmos para o que se passa à nossa volta. É o momento de voltarmos a ser solidários. Porque o vírus não morreu nem foi embora. E não sabemos quando vai ou se vai. Se nos dizem que temos que nos habituar a conviver com o coronavírus, pois que o saibamos fazer bem. Vamos continuar a proteger os nossos idosos e as pessoas que fazem parte dos grupos de risco. Não vamos estragar tudo agora. Logo agora que “ele” se aproxima. Mas é verão! E o calor chegou em força. Vai ser também um verão diferente. E se há quem já tenha tirado a ideia de fazer férias na praia este ano, há quem não abdique desses dias. Com todas as normas de boa utilização dos areais portugueses, a tarefa não se afigura fácil mas há-de dar para dar um mergulho, certamente. Se não for nas praias de mar, será nas fluviais. E que privilegiados somos… na região, praias fluviais e recantos paradisíacos não faltam. E são de qualidade, como atesta a Fundação para a Educação Ambiental que, anualmente, atribui a bandeira azul a praias e marinas que cumpram um conjunto de requisitos de qualidade ambiental, segurança, bem-estar, infraestruturas de apoio, informação aos utentes e sensibilização ambiental. Por cá, temos 5: Aldeia do Mato e Fontes, no concelho de Abrantes, Carvoeiro, no concelho de Mação, Bostelim, no concelho de Vila de Rei e Agroal, no concelho de Ourém. Já a Quercus distinguiu estas e mais 12 com a Qualidade de Ouro 2020. Portanto, não faltam hipóteses para fazer uma boa escolha, apesar de haver muitos outros locais na região onde se podem disfrutar bons momentos. Escolha o seu e aproveite o verão!

ja / JORNAL DE ABRANTES

Jerónimo Belo Jorge

As tradições fazem parte da vida de quem as vive e alimentam a alma daqueles que as sentem. Em Bemposta, a Quinta-feira da Ascenção é festa, tradição e alimenta memórias e sentimentos. Este ano a pandemia obrigou os bempostenses a alimentar a tradição de outra forma. Mais à distância. Mais em casa. Celebrações solitárias e introspetivas. E há imagens que mostram a Fé e o Sentimento de quem teve de viver a tradição de forma diferente, mas com a presença da Nossa Senhora, mesmo em cima de um carro e sem os fiéis a acompanhar. É uma imagem que significa: Bemposta 2020.

PERFIL /

/Pedro Costa, 37 anos / Fisoterapeuta

Naturalidade/Residência? sempre presente. Já tive o prazer de Natural de Mogadouro, a residir em estar em dois concertos dos AC/DC Abrantes com ele este ano íamos/vamos ver Guns N’Roses. Prato preferido? Posta à Mirandesa (de preferência que Um filme? seja o meu Pai a confeciona-la) “The Matrix”. Foi um marco na mudança ao nível da tecnologia nos Um recanto para descobrir? filmes de ficção científica e não só. O Minho, porque è uma região que ainda não consegui explorar em Uma viagem? condições. Áustria Um disco? AC/DC Live. Desde cedo que fui influenciado pelo meu padrinho na componente musical. O rock sempre esteve presente nas nossas conversas. Quando tinha aí uns 12 ou 13 anos ofereceu-me um poster de tecido do Angus Young. Dois anos mais tarde ofereceu-me a aparelhagem dele com um vinil dos ZZTOP… já não era tanto rock, mas mais blues que gostei na mesma. Tive e tenho as minhas fases em que gosto mais de umas músicas que outras mas o rock está

Uma figura da História? Salgueiro Maia, um homem de ação, que juntamente com outros nos deu coisas tão importantes como liberdade e a possibilidade de nos expressarmos sem receios ou medos. Um momento marcante? Queda de bicicleta em 2012. Várias fraturas no punho esquerdo, material de osteossíntese no cotovelo direito, fratura de um osso da face, possível TCE etc. O processo de recuperação fez com que a perspetiva que tinha

da minha profissão mudasse, muito por causa do colega e amigo que me tratou. Um sonho? Conhecer as instalações da NASA (Kennedy Space Center). Se fosse presidente de Câmara o que faria? Se fosse presidente da câmara, ouvia a população e faria uma “política de proximidade”. Assim, teria mais noção das necessidades dos munícipes. O que mais e menos gosta na sua cidade? Gosto muito do sossego…até no trânsito que me permite, por exemplo, ir de bicicleta para o trabalho. O que menos gosto é a falta de estacionamento no centro da cidade. Uma proposta para um dia diferente na região? Escolher um dos vários trilhos que existem nesta região e ir à aventura.

FICHA TÉCNICA Direção Geral/Departamento Financeiro Luís Nuno Ablú Dias, 241 360 170, luisabludias@mediaon.com.pt. Diretora Patrícia Seixas (CP.4089 A), patriciaseixas@mediaon.com.pt Telem: 962 109 924 Redação Jerónimo Belo Jorge (CP.7524 A), jeronimobelojorge@mediaon.com.pt, Telem: 962 108 759, Ana Rita Cristóvão (CP7675 A), anaritacristovao@mediaon.com.pt. Colaboradores Francisco Armando Fernandes, José Martinho Gaspar, Paula Gil, Paulo Delgado, Ricardo Beirão, Rolando Silva, Teresa Aparício. Cronistas Alves Jana e Nuno Alves. Departamento Comercial. comercial@mediaon.com.pt. Design gráfico e paginação João Pereira. Sede do Impressor Unipress Centro Gráfico, Lda. Travessa Anselmo Braancamp 220, 4410-359 Arcozelo Vila Nova de Gaia. Contactos 241 360 170 | 962 108 759 | 962 109 924. geral@mediaon.com.pt. Sede do editor e sede da redação Av. General Humberto Delgado Edf. Mira Rio, Apartado 65, 2204-909 Abrantes. Editora e proprietária Media On - Comunicação Social, Lda., Capital Social: 50.000 euros, Nº Contribuinte: 505 500 094. Av. General Humberto Delgado Edf. Mira Rio, Apartado 65, 2204-909 Abrantes. Detentores do capital social Luís Nuno Ablú Dias 70% e Susana Leonor Rodrigues André Ablú Dias 30%. Gerência Luís Nuno Ablú Dias. Tiragem 15.000 exemplares. Distribuição gratuita Dep. Legal 219397/04 Nº Registo ERC 100783. Estatuto do Jornal de Abrantes disponível em www.jornaldeabrantes.pt. RECEBA COMODAMENTE O JORNAL DE ABRANTES EM SUA CASA POR APENAS 10 EUROS (CUSTOS DE ENVIO) IBAN: PT50003600599910009326567. Membro de:

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JORNAL DE ABRANTES / Junho 2020


ENTREVISTA /

Modificar o ensino agrícola em Abrantes e Moçambique // José Mingocho Abreu foi fundador da Escola Profissional de Agricultura de Abrantes na década de 80. Depois, nos anos 90, aceitou o desafio de ser consultor do governo moçambicano na área do ensino agrícola. Agora, na reforma, diz que ainda tem muitos projetos que espera que “alguém” possa dar continuidade.

carpintaria aplicaram-nas nas janelas. O resultado foi a prevalência da malária a baixar para 10%.. Coisa tão pouca e que tanto préstimo teve.

E como é que conviveu com as gentes do Indico?

Ana Roque de Oliveira

O ensino agrícola cresceu neste sua passagem por Moçambique?

Dada a relevância da atividade agrícola em Moçambique são as escolas agrárias que maior peso numérico têm. Quero, ainda, referir que também demos formação inicial a futuros professores. Para mim, a requalificação dos recursos humanos foi a vertente mais significativa e relevante de todo o projeto. O objetico não era dar o peixe, mas ensinar a pescar.

Começamos, talvez em 1985/86... como é que surgiu a ideia de que poderia haver uma escola de agricultura, ensino profissional, em Abrantes?

Mesmo antes de 1985/86. O ensino agrícola, em Abrantes, começou em 1977 com uma experiência-piloto realizada na Escola Secundária N.º 2, com a introdução, no currículo, das chamadas “Áreas Vocacionais” em 1977. Em 1983/84 o Ministro José Augusto Seabra decidiu, sem grandes aparatos, lançar os cursos profissionais e técnicos profissionais. (…) Os cursos profissionais seguiam-se ao 9º ano de escolaridade, o currículo continha apenas disciplinas técnicas, tecnológicas e praticas. (…) Na derradeira etapa e para se conseguirem os objetivos propostos, com a aprovação da Lei de Bases do Sistema Educativo, em Outubro de 1986. Estava retomado o caminho correto. Desta forma, surge a Escola Profissional de Agricultura de Abrantes com toda a inovação que a lei lhe permitiu em termos de autonomias....

… A Drª Margarida Mariano e o Engº Francisco Domingos foram os grandes parceiros desta “missão”?

Quando eu fui nomeado Diretor deram-me a possibilidade de escolher os meus pares. Não tive dúvidas em escolher o Engº Francisco Domingos e a Dra Margarida Mariano. Tinham trabalhado comigo nos cursos profissionais e técnico-profissionais e mereciam a minha confiança total.

A EPAA nasceu, cresceu e ganhou pernas para andar. Depois José Abreu abraça o desafio do Indico,

Muito bem. É um Povo fantástico e deixei Amigos, de todos os extratos sociais, e em todo o território moçambicano. Conheço Moçambique a palmo. Soube respeitar, fui sempre respeitado, nunca prometi o que não podia cumprir. Não troçava nem desdenhava da cultura moçambicana, antes respeitava.

Concluiu os seus objetivos pessoais ou ficou alguma coisa por fazer?

de Moçambique. Como surgiu a possibilidade?

Em 1996, ainda Diretor da Escola, sou convidado para integrar uma missão conjunta dos Ministérios da Educação e da Agricultura para que Portugal apoiasse a reconstrução de uma escola agrária em Moçambique. Pela primeira vez pisei a terra africana. Nos diversos encontros que mantive em Maputo, contactei, numa reunião qualquer, a Cooperação Finlandesa, que apoiava com o Projecto SATIM (Support to Agricultural Trainnig in Mozambyque) perspetivando a reconstrução física, funcional e pedagógica, do Instituto Médio Agrário de Boane. Nunca me passou pela cabeça que, dois meses depois, os finlandeses me convidassem para ir fazer uma consultoria de avaliação do funcionamento desse Instituto, nomeadamente no grau de implementação do currículo. A ideia seduzia mas era arriscado. Movimentaram-se “forças” para que eu aceitasse e o Ministro Marçal Grilo, autorizou e incentivou a deslocação. (…) Em outubro de 2000, não sendo já Director da EPAA, me surge o convite por parte do GAERI – Gabinete de Assuntos Europeus e Relações Internacionais do Ministério da Educação de Portugal – para ir por três anos ajudar a im-

plantar a reforma do ensino técnico moçambicano, tal com preconizada no Relatório. Aceitei.

E foi fazer o quê concretamente?

Fazer uma reforma que já tinha identificado num relatório. Pelo estudo que fizemos da realidade existente, nomeadamente a nível de currículos e conteúdos programáticos verificámos que havia uma grande desatualização técnica e pedagógica. Era currículos dos anos 80, muito focados no centralismo administrativo, todos os programas com uma grande carga ideológica (…) Cedo verifiquei que a primeira coisa a fazer era mudar as mentalidades. Tudo estava bloqueado. Foi o que fizemos formando milhares de professores.

Quando chegou, tinha estudado a realidade do país, encontrou o que tinha estudado ou uma realidade diferente?

Pensava que conhecia a realidade do país, porque o percorri de lés-alés, como lá se diz, do Rovuma ao Maputo e do Zobuè ao Índico. Mas, em cada dia que passava eu estava numa permanente aprendizagem.

Este trabalho de mais de 15 anos com o Governo de Moçambique teve sempre o mesmo objetivo ou a “missão” foi mudando?

Claro que houve muitas alterações e ajustamentos dado que, como referi, os dias fazem-se de permanentes surpresas. Como referi, o grande pilar de sustentação das reformas preconizadas passaria pela mudança das mentalidades. (…) São 122 distritos e nós deixámos 58 escolas em funcionamento, sendo que, algumas delas, já fizeram up grade e são, agora, Institutos Politécnicos Médios

Quando se criam projetos, em países e realidades de dimensões diferentes a todos os níveis, qual é a maior gratificação que se sente?

Um episódio digno de nota: verifiquei que na Escola Profissional de Inhamissa (uma das escolas-piloto) havia uma grande prevalência de malária. Estavam mais alunos nos internatos que nas aulas. Cedo percebi que as redes mosquiteiras das janelas estavam podres e rasgadas, porta aberta para que a phalaris, instalada num qualquer mosquito fizesse mossa na saúde de alunos e alunas. Dizia-me o Diretor que, em cada ano letivo, havia à volta de 80% de alunos contagiados. E o problema eram as redes. Que em Maputo custaram cerca de 120 USD!!! Comprei a rede, enviei para a escola e os alunos de

Cumpri tudo o que estava no programa e na carta de missão 52 dias antes do final do projeto. (…) Saí de Moçambique, mas continuo em Moçambique. É impossível esquecer. E se não fosse o corona lá estaria no dia 2 de Abril, por um período de 27 dias. Rever amigos, visitar instituições e ter uma ou outra palavra de ânimo ou de conforto para quem dá vida, em cada dia, ao projeto que lá ficou.

Vamos ter memórias da EPAA, da Herdade da Murteira, de Moçambique...

Eu, há dias, no FB defini “reformado” como um trabalhador não sujeito a hierarquias, nem a horários. Estou reformado. Sempre gostei de trabalhar e não perdi esse vício. (…) Sobre a EPAA dei, há dias uma entrevista sobre a sua história, que penso que irá ser publicada no Jornal “A Folha”.

O que é que gostava ainda de fazer a nível profissional?

Sou realista, tenho quase 73 anos, mas da saúde, graças a Deus, não me queixo. Na cabeça tenho muitos projectos. Só não tenho tempo nem contexto para os concretizar. Mas pode ser que exista quem pegue nessas ideias e as ponha a andar. Citando Pessoa, sou dos que acredita que “Deus quer, o Homem Sonha e a Obra Nasce”. Foi assim que trabalhei em Moçambique. Jerónimo Belo Jorge

Entrevista completa em jornaldeabrantes.pt

Junho 2020 / JORNAL DE ABRANTES

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SOCIEDADE /

Menino nasce em ambulância na A23 Foi uma normal chamada via CODU - Centro de Orientação de Doentes Urgentes, às 6:10 horas de segunda-feira, dia 25 de maio. A saída era para prestar socorro a uma mulher de 31 anos que estava em trabalho de parto em Mouriscas, no concelho de Abrantes. “Quando chegámos, a senhora estava à porta de casa, mas, devido à Covid-19, há certos procedimentos que têm de ser feitos”, conta Paulo Dinis da Corporação dos Bombeiros Voluntários de Abrantes e que acorreu à chamada. “Eu era o socorrista, já ia equipado e tratámos do procedimento como medição da temperatura, verificação de sinais e sintomas. Colocámos a senhora na nossa maca na ambulância para podermos fazer uma avaliação mais aprofundada”. Segundo aquilo que a paciente relatou, “desde as três da manhã que estava a sentir algumas contrações mas que iam passando. Quando cheguei, ela não estava com contrações. Não havia qualquer sinal ou sintoma a nível do

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parto e seguimos para o Hospital de Torres Novas”, pois é nessa unidade hospitalar que se encontra, neste momento, a maternidade/ obstetrícia do Centro Hospitalar. E tratar-se-ia de mais uma saída “absolutamente normal” no dia-a-dia de um socorrista. Mas a vida nem sempre acontece como planeamos e gosta de pregar surpresas. Desta vez, uma boa surpresa. Era o quarto filho do casal e “sabemos que o parto do quarto filho é sempre muito mais rápido”, conta Paulo Dinis, explicando, no entanto, que “estava tudo normal, não havia rompimento de bolsa nem nada. O único sinal é que a senhora estava com 39 semanas e 4 dias e com algumas contrações”. Poucos quilómetros tinham feito, pois logo que entraram na A23, “a senhora começou a queixar-se de algumas contrações mas estavam afastadas. Só que as contrações começaram a ficar muito perto e eu decidi fazer uma avaliação mais profunda pois a senhora

JORNAL DE ABRANTES / Junho 2020

disse que estava a sentir contrações com muito mais dor. Para tal, pedi ao meu colega, Diogo Miguéns, que parasse para ter mais condições de segurança”. “Quando iniciámos a marcha já tinha tudo preparado para a eventualidade de acontecer o parto pelo caminho. As nossas ambulâncias estão equipadas com dois kit’s de parto e um já estava pronto. Mas não havia nada, nem rebentamentos de águas”, diz Paulo Dinis. No entanto, a surpresa estava prestes a chegar. “Foi tudo muito rápido. Estávamos para iniciar a marcha quando a senhora começa a gritar e a dizer que a criança vai nascer. Eu vou ver novamente, já vejo parte da bolsa a aparecer e esta rebenta de imediato. Não chegou a 30 segundos para o parto começar. Iniciámos de imediato os procedimentos e pedimos apoio referenciado ao CODU que enviou a SIV (Ambulâncias de Suporte Imediato de Vida) de Torres Novas”. O encontro com a SIV foi feito na A23 junto do nó de Atalaia, “já de-

pois do nascimento, após a limpeza da criança e do corte do cordão umbilical”. A criança é um menino, que até já tem nome mas “no meio de toda a situação, nem me consigo recordar”, confessa Paulo Dinis. O menino nasceu às 6:45 horas, na entrada da A23 perto de Mouriscas, pesa 3,470 quilos, é o quarto filho e o parto ocorreu sem dores. Paulo Dinis conta-nos que este não foi o seu primeiro parto. “Já fiz alguns partos mas todos eles em casa. Este foi o primeiro dentro da ambulância mas todos nós estamos preparados desde que a situação seja normal, sem riscos ou perigos” para a parturiente. Diz-nos o bombeiro de Abrantes que “basta termos um pouco de calma”, apesar de “dentro de uma ambulância o espaço é mais reduzido”. Mesmo não sendo uma situação nova para Paulo Dinis, o socorrista conta que estão sempre preparados. “Mesmo na formação básica de socorrismo, existe formação para partos mas é claro que estamos a

falar de formação teórica, apesar de termos mesmo um kit de partos para simular o nascimento mas ao vivo é totalmente diferente”. Nesta situação particular em que vivemos uma pandemia, os cuidados a ter são muitos. Paulo Dinis acompanhou a parturiente até ao serviço de Maternidade e Obstetrícia do Hospital de Torres Novas e ficou com o contacto pois como “a senhora não tinha feito o teste da covid-19 e eu estive em contacto com ela e com os fluídos corporais que saíram…” Os procedimentos e a segurança assim o obrigam mas, para além dessa questãpo, Paulo Dinis ainda quer voltar a falar hoje com a “mãe” e “dar-lhe novamente os parabéns”. Quanto ao pai, como neste momento não pode fazer o acompanhamento na ambulância nem estar em contacto com a esposa ou a criança, optou por permanecer na residência do casal. Manhã agitada na A23 mas com um final feliz. Jerónimo Belo Jorge e Patrícia Seixas


REGIÃO / Abrantes

Chama-se Nuno Santos, tem 39 anos, é natural do concelho de Alcobaça e é violinista. Os tempos da pandemia fizeram com que Nuno visse todos os seus espetáculos cancelados. Perante tal cenário, Nuno Santos, adepto de aventura e com formação académica em desporto, decidiu que ficar em casa não era solução. Planeou fazer a Nacional 2 em bicicleta mas, afinal, acaba por percorrer o país. Sempre com o violino às costas e a tocar nos sítios mais improváveis. Na manhã do dia 29 de maio parou em Abrantes, com destino a Évora. Fomos conhecer o que move este músico e atleta que começou por explicar que o seu álbum “é a simbologia do número 7. Lancei o álbum no dia 7 de março, dia de anos da minha filha”. Mas nesta simbologia, há um projeto de vida: “nos próximos 7 anos, até 2027, quero escalar as maiores montanhas dos 7 continentes e surfar as maiores ondas dos 7 mares”. Para um final apoteótico, Nuno Santos quer tocar o Hino da

Alegria (a 9.ª Sinfonia de Beethoven) no cume do Everest “porque é o hino europeu, que representa os princípios da liberdade, da democracia, dos direitos humanos… que foram definidos no Tratado de Lisboa”. No dia 18 de maio o músico fez-se à estrada e pelo caminho tem descoberto “lugares e pessoas fantásticas”, com quem tem vivido acontecimentos para juntar às histórias que mais tarde irá querer contar em documentário. “Saí da Nazaré, fui por Mira, Porto, Felgueiras, Chaves, Vila Real, Viseu, Penacova, Castelo Branco e agora Abrantes”, enumera Nuno Santos. O violinista tinha como objetivo chegar ainda dia 29 a Évora “e depois Castro Verde, Faro, Sagres, Odemira, Grândola, Lisboa, Santarém e terminar em Alcobaça”. Um dos objetivos deste périplo é dar-se a conhecer. “Vou batendo às portas, vou dando o meu trabalho a conhecer, vou falando com autarcas e tenho sido sempre muito bem recebido”, afirma o violinista. E foi no Aquapolis sul que Nuno Santos decidiu improvisar. Subiu aos

Carlos Grácio - CMA

Os Mourões ouviram o “Fado Improvável” que chegou de bicicleta

/ O violinista tocou “Fado Improvável” nos Mourões, com o Tejo como cenário Mourões e presenteou quem por lá fazia a sua caminhada com o seu Fado Improvável. No final, houve troca de lembranças. Nuno Santos deixou o seu álbum ao vereador da cultura da Câmara de Abrantes, Luís Filipe Dias, enquanto o vereador presenteou o músico com o doce tradicional da cidade. Palha de Abrantes para dar energia para mais uns quilómetros a pedalar. Luís Filipe Dias falou de “um momento de grande regozijo para nós e é naturalmente um convite para consigamos

estar à altura do Nuno que nos honrou com a sua presença e com o seu extraordinário projeto que é o Fado Improvável”. E no final, ficou a promessa de um regresso para um concerto, em Abrantes… num local improvável. Nuno Santos de passagem por Abrantes, conta terminar esta aventura no dia 7 de junho e esperar por melhores dias para voltar a pensar em concretizar a aventura de uma vida: tocar em todas as maiores montanhas de todos os continentes e sur-

far as melhores ondas dos 7 mares, nos locais mais improváveis. O álbum “Fado Improvável” é composto por 12 fados, quase todos bem conhecidos do cancioneiro de Lisboa e de Coimbra, e também versões de temas de Madredeus, Dulce Pontes, ou de “A lenda de El Rei D. Sebastião”, do Quarteto 1111, ao qual pertenceu José Cid. E também uma interpretação fadística de uma música dos Moonspell. Há ainda um original, “Fado improvável”, composto pelo próprio Nuno Santos. PUBLICIDADE

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Junho 2020 / JORNAL DE17/03/2020 ABRANTES 11:06

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SOCIEDADE / // ABRANTES

Festas da Cidade canceladas mas há possibilidade de replicar programa em 2021 A Câmara Municipal de Abrantes decidiu, a 12 de maio, em reunião do executivo municipal realizada por videoconferência, cancelar as Festas de Abrantes 2020. Manuel Jorge Valamatos disse que era uma medida que já se esperava, até porque não havia ainda contratos firmados com os artistas. O autarca realçou que neste campo houve necessidade das conversas com os agentes dos artistas e com os próprios artistas, porque o programa das festas não é feito apenas com grandes nomes da música. Manuel Jorge Valamatos indicou também que o que tem estado a ser desenhado é uma possibilidade grande de tentar ser replicado o programa deste ano em 2021. Porque teve uma grande aceitação por parte das pessoas, mas ressalva que pode ter de haver ajustamentos. E deu um exemplo, o coro gospel de Londres pode não ter agenda em 2021 e, por isso, pode ter de ter ajustado. Foi ainda referido que o pró-

prio Festival ao Alto, evento jovem que se realiza no Alto de Santo António (junto ao Luna Hotel de Abrantes) pode estar em risco de realização, de acordo com as indicações do governo. Ainda nesta reunião do executivo municipal foi referido que mesmo a Feira Nacional de Doçaria Tradicional, que se realiza no último fim de semana de outubro, poderá estar em risco decorrente desta situação. Rui Santos, vereador eleito pelo PSD revelou que era a medida a tomar e que ele próprio já tinha sugerido esta posição a algumas semanas. Não faria sentido haver Festas com todas as medidas que estão a ser tomadas no país. Disse o vereador: “Nem os abrantinos iriam compreender isso”. Armindo Silveira, eleito pelo BE, questionou se os contratos com artistas estão a ser cancelados ou remarcados. E apresentou uma proposta, referindo não saber como estão a ser feitos os contratos com os agentes culturais, para que nos casos de rea-

/ Espetáculo M80 nas Festas da Cidade (imagem de arquivo) gendamento possa ser feito um adiantamento de 50% do valor dos contratos. Esta proposta tem em linha de conta as dificuldades que muitos agentes culturais e músicos estão a ter devido à ausência de espetáculos. Seria, segundo o vereador Armindo Silveira, uma forma de ajudar os artistas, naqueles que tenham reagendamen-

tos confirmados. Questionado sobre se há um entendimento a propósito da realização das festas e arraiais nas aldeias, o presidente da Câmara de Abrantes revela que tem feito um grande trabalho de proximidade com as juntas de freguesia e associações. A Bemposta, que teria as primeiras, na Quinta-feira

da Ascensão, já foram canceladas. E as outras vão seguir a mesma linha, de acordo com as diretrizes do Governo e das autoridades de Saúde Pública. Recorde-se que as Festas de Abrantes tinham sido anunciadas, no dia 21 de fevereiro, para os dias 9 a 14 de junho com um cartaz de peso: Mickael Carreira, Bárbara Bandeira, Quatro e Meia José Cid, Hot Play e ainda no Hipódromo dos Mourões estava previsto um concerto com Héber Marques (HMB), Rita Guerra, Coro Internacional de Gospel de Londres, Anin Rose e Orquestra Ibérica. Para além dos cabeças de cartaz havia ainda um conjunto de outras atuações previstas para os diversos palcos das festas. Manuel Jorge Valamatos mostrou a vontade de replicar em 2021 o cartaz deste ano porque para além da qualidade teve, segundo afirmou, uma aceitação grande da população porque tenta chegar a todos os públicos, a todas as idades. Jerónimo Belo Jorge

// VILA DE REI

Município cancela Feira de Enchidos, Queijo e Mel e Festival Rock na Vila

O Município de Vila de Rei decidiu cancelar os eventos públicos agendados até final de setembro, incluindo o Festival Rock na Vila e a Feira de Enchidos, Queijo e Mel. A decisão foi tomada no seguimento do conjunto de medidas extraordinárias indicadas pelo Conselho de Ministros, que recomenda o cancelamento de eventos de massas com o objetivo de evitar a transmissão do vírus que causa a Covid-19. Ricardo Aires, presidente da Câmara Municipal de Vila de Rei fala de prejuízos para a economia do concelho, mas aceita a necessidade da medida por colocar a saúde em primeiro lugar. No entanto, estava quase tudo pronto, como contou o autarca ao Jornal de Abrantes. “Já tínhamos algumas coisas organizadas, mas a saúde está em

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primeiro lugar. São outros tempos e temos que pensar primeiro agora para que, para o ano, estejamos todos juntos a conviver nas nossas festas, neste caso, na Feira de Enchidos, Queijo e Mel e também no Festival Rock na Vila”. O autarca reconhece que tomar a decisão de cancelar a Feira de Enchidos, Queijo e Mel foi particularmente difícil “visto que é o maior evento do concelho de Vila de Rei, mas foi com grande responsabilidade que o fizemos”. Quanto aos prejuízos que uma decisão destas acarreta, “vão ser mais para os nossos comerciantes visto que a Feira de Enchidos, Queijo e Mel mostra os produtos que os nossos comerciantes e os nossos artesãos fazem ao longo do ano. Por outro lado, a Feira recebe muitas

JORNAL DE ABRANTES / Junho 2020

/ A Feira de Enchidos, Queijo e Mel recebe anualmente milhares de visitantes outras pessoas que vêm conviver ao nosso concelho. Fazem as suas compras, frequentam os nossos restaurantes, consomem as nossas ementas gastronómicas que cada vez mais estão a ser melhoradas e, por isso, é um grande prejuízo para o nosso concelho”, reconhece Ricardo Aires. Feira de Enchidos, Queijo e Mel e Festival Rock na Vila cancelados nas edições deste ano, mas com pro-

messa de regresso em 2021. A edição deste ano, que seria a trigésima, iria contar com nomes como Agir, Canta Brasil, Toy, Jorge Guerreiro, Graciano Ricardo, Alcoolémia e P*ta da Loucura. Também estavam asseguradas as presenças de Quim Roscas e Zeca Estacionâncio, as personagens interpretadas pelos conhecidos humoristas João Paulo Rodrigues e Pedro Alves, e ainda Rouxinol Faduncho, a personagem interpretada

pelo humorista Marco Horácio. Já o Festival Rock na Vila tinha anunciado nomes como Artigo 21, Mercadoria e Fonzie e DJ Nuno Calado e DJ Gonçalo Farinha. Paloma del Pillar e o rapper TrueKey também estavam confirmados na edição de junho que foi, posteriormente adiada para setembro e onde tinha já assegurada a presença de Plutonio, Artigo 21, Mercadoria, Paloma del Pillar, TrueKey e dos DJs Nuno Calado e Kiss Kiss Bang Bang. Um dos cabeças de cartaz era cantor e compositor, Murta. Na reunião do Conselho de Ministros de dia 7 de maio ficou, finalmente, decidido: não vai haver festivais de música em Portugal até ao final do mês de setembro. “Impõe-se a proibição de realização de festivais de música e espetáculos de natureza análoga até 30 de setembro de 2020, e a adoção de um regime de carácter excecional dirigido aos festivais e espetáculos de natureza análoga que não se possam realizar no lugar, dia ou hora agendados, em virtude da pandemia”, pode ler-se na nota do Conselho de Ministros. Patrícia Seixas


SOCIEDADE / // MAÇÃO

Cancelamento da Feira Mostra com forte impacto económico nas associações do concelho

// CONSTÂNCIA

Município cancela XXV edição das Pomonas Camonianas

/ Espaços de restauração na Feira Mostra de Mação (arquivo) dentemente da possibilidade legal que pudesse existir para a realizar naquela altura. Mas pensamos que não haverá condições para o fazer e, nesse sentido, decidimos não realizar a Feira”. “Infelizmente, este ano, não poderemos juntar a família maçaense na Feira Mostra”, lamenta o autarca, que acrescenta que “não podeFace à atual situação de pandemia de Covid-19, as entidades organizadoras das Pomonas Camonianas decidiram que a edição de 2020, prevista para os próximos dias 9 e 10 de junho, será cancelada. O anúncio foi feito pela autarquia constanciense em comunicado que explica no entanto que “considerando a importância do 10 de junho para Constância, Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, a data será assinalada com uma cerimónia privada de deposição de flores no Monumento a Camões, que contará com a presença de representantes da Câmara e da Assembleia Muni-

mos promover o nosso concelho, não podemos divulgar os nossos produtos… enfim. Ficará, espero eu, para o próximo ano mas valores bem mais importantes se levantam, nomeadamente questões de saúde pública e de segurança das pessoas com as quais, evidentemente, não podemos correr quaisquer riscos”. Realizar a Feira Mostra mas

/ Pomonas Camonianas em 2019 cipal, das Juntas de Freguesia de Concelho, da Associação da Casa Memória de Camões e do Agrupamento de Escolas de Constância”. Adianta ainda o Município que em representação de toda a comunidade educativa que anualmente participa nas Pomonas Camonia-

noutros moldes foi algo que o Município “pouco ou nada equacionou”. Diz Vasco Estrela que “é normal que essa possibilidade nos tenha passado isso pela cabeça de vez em quando mas nunca foi devidamente ponderada pelo simples facto de a forma da Feira Mostra estar perfeitamente consolidada. Os moldes estão definidos, a data está estabilizada e não era justo nem correto, eventualmente para outros concelhos ou outras associações, poder adiar para outra data. Também iria haver sempre a incerteza do que pudesse vir a acontecer e entendemos não equacionar outra alternativa. Até porque vai haver toda uma série de constrangimentos a deslocações de pessoas, ajuntamentos no início de julho seguramente ainda não são muito aconselháveis e foi por aí que entendemos tomar esta decisão”. O presidente da Câmara Municipal de Mação fala, por outro lado, de “um grande impacto económico, nomeadamente no que diz respeito nas, estará um par de alunos trajados ao modo da época quinhentista. As Pomonas Camonianas decorrem sempre por ocasião do dia 10 de junho, contando com uma organização conjunta da Câmara Municipal, da Associação Casa-Memória de Camões e do Agrupamento de Escolas de Constância. As Pomonas Camonianas, que este ano cumpririam a sua XXV edição, são um evento cultural que pretende homenagear Camões, a época em que o épico viveu e a sua ligação à vila de Constância. Todos os anos pelo 10 de Junho, Dia de Camões, Constância celebra Camões e a sua relação com o épico, realizando assim as Pomonas

Patrícia Seixas

Camonianas, uma exposição-venda das flores e dos frutos referidos pelo poeta na sua obra (mercado quinhentista), evocando os tempos em que Camões aqui terá vivido. São protagonistas os alunos de todos estabelecimentos de ensino do concelho, da creche à escola secundária, incluindo a Universidade Sénior, que, com a colaboração dos seus professores, dos pais e encarregados de educação, das animadoras e do pessoal não docente, representam figuras da época, animam o mercado, declamam poesia e apresentam danças quinhentistas, numa manifestação festiva de apropriação coletiva da memória de Camões. PUBLICIDADE

A Câmara Municipal de Mação decidiu cancelar a realização da 27.ª Feira Mostra do Concelho que, este ano, se realizaria entre 1 e 5 de julho. Face à atual conjuntura decorrente da Pandemia Covid-19, e no âmbito da decisão do Governo relativamente à proibição de realização de festivais e espetáculos de natureza análoga até 30 de setembro de 2020, a autarquia deliberou neste sentido, tendo sido já sido efetuados os respetivos contactos para que se pudessem encontrar as melhores soluções e tomar decisões relativamente aos contratos já estabelecidos. Este ano o cabeça de cartaz tinha sido anunciado no início do ano e a Feira Mostra ia trazer Xutos e Pontapés a Mação. Vasco Estrela, presidente da Câmara de Mação, fala de “uma decisão difícil de tomar, conforme se compreende mas penso que era mais ou menos expectável porque não tínhamos qualquer alternativa de realizar a Feira Mostra, indepen-

aos espaços de restauração” que todos os anos funcionavam na Feira Mostra. Também “os bares que eram explorados pelos restaurantes, cafés e associações do nosso concelho”. No entanto, só “ali diretamente” na Feira, “estamos a falar de umas largas dezenas de milhares de euros, para lá de tudo aquilo que girava à volta da Feira, das pessoas que vinham e faziam compras, dos restaurantes, da parte do alojamento, combustíveis, jornais… enfim… estamos seguramente a falar de umas dezenas de milhares de euros que, seguramente, deixarão de entrar no nosso concelho. Para além do que não pode ser mensurável diretamente que é a promoção do concelho, o que os empresários poderiam vir a ganhar posteriormente após os contactos estabelecidos na Feira… uma série de valores que não são fáceis de contabilizar”. Muitas das associações do concelho contam com a Feira Mostra para angariar fundos para fazer face às despesas diárias, “como é o caso de IPSS’s que tinham espaços de restauração, outras para fazer um pé de meia para as suas atividades ao longo do ano e este ano não vão poder contar com essas verbas”. “Acreditar que melhores dias virão e seguirmos em frente” é o concelho deixado por Vasco Estrela.

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REPORTAGEM /

“Somos Vizinhos”

O caminho da união começa na entreajuda // Apresentam-se como vizinhos e a chave de entrada neste grupo é a entreajuda. Criado em abril deste ano, o propósito foi desde logo claro: ajudar as pessoas que, em tempos de pandemia da Covid-19, fossem consideradas de risco ou precisassem de adquirir bens essenciais. Ao longo deste caminho, a solidariedade tornou-se em união. Pedro David

Residente na aldeia de Casais de Revelhos, em Abrantes, há 15 anos, Clementina Lopes é a autora deste projeto que distribuiu esperança, sorrisos e máscaras comunitárias pela população. “A minha ideia sempre foi a de haver máscaras para toda a gente. E, com o problema do Covid, algumas pessoas perguntaram-me se eu estava a fazer máscaras. E como tinha criado o grupo ‘Somos Vizinhos’, no Facebook, decidi perguntar se alguém tinha tecidos que pudesse dar para eu fazer máscaras para dar à população. Todas as máscaras que fiz foi sempre para dar, nunca para vender”. E assim a vontade de ajudar de Clementina passou de boca em boca e gerou uma onda de solidariedade, com várias pessoas e entidades a quererem contribuir e com o foco a ser a produção de máscaras comunitárias. Assim, havia que arranjar material para trabalhar. Foi aí que entrou o Rancho Folclórico e Etnográfico de Casais de Revelhos, com tecido 100% algodão que é usado para confecionar as blusas das mulheres. “Tínhamos muitos em stock e fomos vendo o que é que não nos ia fazer falta para já, como este ano já sabemos que vamos estar parados em termos de atuações e não vai ser preciso confecionar trajes novos, e demos tecidos, umas três ou quatro vezes”, explica-nos Ana Lúcia Pires, a presidente do Rancho de Casais de Revelhos, que aproveitou a oportunidade para também ajudar os sócios e elementos deste grupo etnográfico que estão espalhados pelo país e que têm ligação à aldeia, com a oferta de uma máscara. Juntaram-se a esta ação a Sociedade Recreativa Pró Casais de Revelhos e a União de Freguesias de Abrantes e Alferrarede com o fornecimento de material para as máscaras, como por exemplo o filtro TNT e, em duas semanas, cerca de 10 pessoas desde os 20 aos 50 anos costuraram 600 máscaras que, tendo presentes as regras da Direção-Geral da Saúde e acompanhadas por um folheto de sensibilização, foram entregues à população. “Algumas destas pessoas tinham o seu trabalho e depois à noite aju-

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/ Grupo “Somos Vizinhos” na entrega das máscaras comunitárias pela aldeia de Casais de Revelhos

/ No total, foram 600 as máscaras produzidas pelas mãos de voluntários para serem depois entregues à população, com o folheto de utilização davam naquilo que conseguiam, cada pessoa em sua casa. Cinco pessoas com máquina de costura, outras a cortar TNT, outras a embalar, era uma equipa em que cada qual tinha a sua função”, lembra Clementina, a responsável pela ideia mas a primeira a admitir que

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“o mérito não é meu, é de todos”. E esta foi não só uma missão de solidariedade como também uma nova experiência enriquecedora para quem se envolveu, quer pelas reações positivas da comunidade quer pela aprendizagem de algo novo.

Foi o caso de Ana Lúcia que quis ir um pouco mais além e arriscou pôr mãos à obra, ao comprar a sua primeira máquina de costura. “Eu fiquei muito entusiasmada quando vi o apelo da Clementina. Lancei logo a ideia aos meus pais de comprarmos uma máquina de

costura, porque já era uma ideia que tínhamos há algum tempo e decidi eu mesmo aventurar-me e sem qualquer experiência de costuras com máquinas. Logo me fui desenrascando e ainda costurei algumas mascarazitas”, conta-nos. Mas a parte mais emocionante ainda estava para chegar: a entrega das máscaras. Distribuídas pelos quatro cantos da aldeia, as mãos que fizeram as máscaras serviam agora para as entregar, acompanhadas por um sorriso no olhar e pelo abraço invisível que a situação exigia. “Foi incrível. As pessoas todas queriam ajudar-nos. Nós fomos sempre dizendo que as máscaras eram gratuitas, que não queríamos nada, era uma oferta, houve pessoas que choraram, que se queriam agarrar a nós, tirar fotografias, foi uma emoção. No final, estávamos todas de coração cheio”, recorda Clementina. A mesma sensação teve Ana Lúcia que admite ter-se sentido realizada: “Eu senti-me muito feliz porque eu gosto muito de ajudar. Fiquei um pouco emocionada com algumas pessoas que também ficaram, inclusive, uma senhora com quem tive uma conversa especial, que disse ‘mas eu vou buscar dinheiro, quanto é que vocês querem’ e insistia e que queria dar alguma coisa e eu respondi que a melhor coisa que me podia dar era um sorriso e um agradecimento. Ela ficou tão emocionada que eu acabei por ficar também”. E não foi caso único este da vontade da população em retribuir o gesto dos ‘Vizinhos’, tanto que acabaram mesmo por angariar algum dinheiro que teve como destino, uma vez mais, a solidariedade: o grupo doou o valor arrecadado ao CRIA – Centro de Recuperação e Integração de Abrantes, uma das IPSS’s do concelho de Abrantes, como forma de ajudar nesta altura em que a instituição, “como tantas outras, passa por dificuldades, especialmente agora muito mais”. Quanto ao grupo ‘Somos Vizinhos’, aquilo que ganharam foi a união da população, numa aldeia em que apesar da proximidade muitos não se conhecem. “Acabou por unir pessoas que poderíamos pensar que era impensável acontecer, mas aconteceu”, realça Ana Lúcia. Já Clementina mostra-se disponível para continuar este caminho agora iniciado, que conta à data com cerca de 200 pessoas no grupo e que tem as portas abertas para “quem quiser aparecer, quem tenha outras ideias”, com a certeza de que “tudo aquilo em que a gente possa ajudar, estaremos cá para isso”, e com o olhar posto num possível projeto consolidado num futuro que há-de vir. Ana Rita Cristóvão


REGIÃO / Sardoal Centro de Interpretação da Semana Santa e do Património Religioso tem luz verde para avançar Nas redes sociais, o anúncio foi feito pelo presidente da Câmara de Sardoal. Miguel Borges escreveu, no dia 27 de maio que “o dia começou com boas notícias, a aprovação da candidatura para a 2ª fase do Centro de Interpretação da Semana Santa e do Património Religioso. A primeira fase está concluída e refere-se à obra de requalificação da Capela de Nossa Senhora do Carmo sendo a segunda a produção de conteúdos e equipamentos”. Este é um projeto há muito ansiado pela autarquia sardoalense que tem na Capela de Nossa Senhora do Carmo, propriedade do Município, o seu centro nevrálgico. A capela foi alvo de obras de requalificação e de “uma intervenção de arte e restauro, ou seja, peças e pormenores delicados e também a adequação daquele espaço para, por exemplo, ser acessível a pessoas com mobilidade reduzida”.

Miguel Borges explicou que a 1.ª fase foi mesmo “a requalificação física da Capela”. Ao Jornal de Abrantes, o autarca falou da segunda fase do Centro de Interpretação da Semana Santa e do Património Religioso, agora aprovada e que se insere no PARU Plano de Ação para a Regeneração Urbana. Esta segunda fase tem um investimento de 164 187,41 euros, financiado a 85% e Miguel Borges esclareceu que “tem a ver com a recuperação do património”. E acrescenta que Sardoal “tem um recurso forte no âmbito do turismo religioso e o que queremos é transformar estes recursos que temos num produto. Um produto que contribua para o desenvolvimento económico da nossa pequena economia local. Porque é claro que também é cultura, é claro que também é património, mas o turismo faz parte do Ministério da Economia”.

/ Capela de Nossa Senhora do Carmo enfeitada com tapete de flores na Semana Santa Com o Centro de Interpretação da Semana Santa e do Património Religioso “quem nos visitar em setembro, outubro, novembro, dezembro… pode perceber o que é a nossa Semana Santa e a im-

portância que tem. Através das novas tecnologias, que possa ter contacto com uma Procissão dos Fogaréus, uma Procissão da Ressurreição, a Festa do Bodo ou mesmo perceber o que são

as capelas enfeitadas com tapetes de flores”. O Município vai apostar numa “sinalética que faça o enquadramento e uma estratégia global de todo este património”. Estando a parte da construção civil concluída, dá-se agora início à segunda parte e a candidatura tem a ver com “equipamentos e produção de conteúdos”. Miguel Borges avançou que esta obra foi dividida em dois programas comunitários, ou seja, “a primeira no âmbito do PARU (…) e a segunda fase foi no PDR 2020”. A candidatura foi aprovada, é certo, mas nos tempos que se vivem “é tudo uma incógnita”, afirma Miguel Borges quando questionado por prazos de abertura. “Agora, por causa da pandemia, não conseguimos perceber quais foram as fábricas que estiveram paradas, qual é o atraso que as empresas têm em termos de trabalho e que podem estar a querer recuperar e vai-lhes faltar tempo mas eu gostaria muito que a próxima Páscoa fosse realmente o momento de podermos abrir as portas”, confessou Miguel Borges. De recordar que a Câmara Municipal de Sardoal anunciou em 2016 um investimento de 300 mil euros na recuperação da Capela de Nossa Senhora do Carmo e na criação de um Centro de Interpretação da Semana Santa. Patrícia Seixas PUBLICIDADE

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SOCIEDADE /

Praias Fluviais de Aldeia do Mato, Fontes, Carvoeiro e Bostelim com Bandeira Azul em 2020 // A Bandeira Azul vai ser hasteada este ano em 360 praias fluviais e costeiras por todo o país. A distinção é atribuída anualmente pela coordenação nacional do Programa Bandeira Azul, que aproveitou a ocasião para reforçar o pedido de responsabilidade aos veraneantes no regresso ao mar. Este ano as distinções contemplam 322 praias costeiras, mais cinco do que em 2019, e 38 fluviais, mais três do que no ano passado. E na região do Médio Tejo são cinco as praias fluviais galardoadas com Bandeira Azul: Aldeia do Mato e Fontes, ambas no concelho de Abrantes; Carvoeiro, em Mação; Bostelim, em Vila de Rei; e Agroal, em Ourém. por Ana Rita Cristóvão

Mação Praia Fluvial de Carvoeiro É a mais experiente nestas lides: há 14 anos consecutivos (desde 2007) que esta praia fluvial situada na freguesia de Carvoeiro, em Mação, é reconhecida pela sua qualidade. Aproveitando uma linha de água existente e envolvida numa mancha florestal em seu redor, esta infraestrutura dispõe de vários equipamentos para que possa usufruir de um dia de descanso sem preocupações: bar, parque de merendas com churrasqueira, balneários, toldos e espreguiçadeiras, sem esquecer a acessibilidade para pessoas com mobilidade reduzida e ainda um amplo espaço de estacionamento. Atualmente, decorrem trabalhos de reconstrução e recuperação nesta praia que foi significativamente afetada pela passagem da depressão Elsa em dezembro do ano passado - uma intervenção exigente que tinham custo esperado na casa dos 80 mil euros e que já caminha para o dobro, conforme avançou ao Jornal de Abrantes o presidente da Câmara Municipal, Vasco Estrela. A reabertura está prevista ainda para o final deste mês de junho. Coordenadas GPS: 39° 37’ 49.00” N (39.630278) / 7° 55’ 23.00” W (-7.923056)

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JORNAL DE ABRANTES / Junho 2020

Abrantes Praias Fluviais de Aldeia do Mato e Fontes Na lista de galardoados encontra-se a praia fluvial de Aldeia do Mato, na margem esquerda do rio Zêzere, em plena albufeira de Castelo do Bode, que assinala este ano uma década de Bandeira Azul (não consecutiva). O destaque nesta praia vai pelas condições que oferece ao nível da prática de desportos náuticos: desde mergulho, canoagem, remo, sem esquecer a estância de Wakeboard aí instalada. Envolvida pela natureza, este espaço convida também à prática de outras atividades como BTT, slide e orientação. Coordenadas GPS: 39° 32’ 42.36” N (39.5451) / 8° 16’ 38.89” W (-8.27747) Ainda no concelho de Abrantes, a Praia Fluvial de Fontes repetiu o feito conquistado pela primeira vez em 2019, com uma renovada Bandeira Azul. Com uma vista de fazer inveja, é na aldeia de Cabeça Ruiva, junto à albufeira de Castelo do Bode que encontramos uma piscina flutuante a convidar a banhos. Inaugurada em junho de 2018, a praia fluvial de Fontes dispõe de um espaço de lazer apoiado por bar, balneários e estacionamento para pessoas de mobilidade reduzida. Coordenadas GPS: 39° 36’ 18.77” N (39.605215) / 8° 15’ 49.07” W (-8.26363)

O que é o Programa Bandeira Azul? É um programa de educação para o desenvolvimento sustentável, promovido pela Associação Bandeira Azul da Europa, secção portuguesa da Fundação para a Educação Ambiental. Todos os anos existe um tema, sendo que o de 2020 é “De volta ao mar com atitude de mudar”. Uma escolha que está inevitavelmente ligada às mudanças que a pandemia de Covid-19 veio trazer às nossas vidas, das quais a ida à praia não é exceção, com novas restrições como o distanciamento social, que implica assim mudar a forma como se usufrui e se vive a praia.

O que significa a distinção Bandeira Azul? É uma distinção de qualidade ambiental atribuída às praias costeiras e fluviais por cumprirem um conjunto de critérios em áreas como a informação, educação ambiental, qualidade da água, gestão ambiental e equipamentos e também segurança e serviços. Além das praias, o galardão Bandeira Azul é também atribuído a portos de recreio e marinas e embarcações de recreio e ecoturísticas.

Vila de Rei Praia Fluvial do Bostelim Situada na fronteira entre as freguesias de Fundada e São João do Peso – próxima da povoação de Cabeça do Poço - quase como um segredo escondido numa zona florestal montanhosa, encontramos a praia fluvial do Bostelim, nas margens da chamada ribeira da Isna. Tem a especial distinção de ser a única praia fluvial galardoada este ano em todo o distrito de Castelo Branco e é um dois em um: reúne praia e parque de campismo rural. Além do sossego que oferece a quem a visita e das estruturas de apoio como bar, espaço de merendas e estacionamento, esta zona presenteia-nos ainda com um percurso pedestre de cerca de nove quilómetros com acesso a um vasto património como açudes, moinhos e até uma ponte centenária. Atualmente, esta infraestrutura está a ser alvo de trabalhos de requalificação após os elevados danos causados pela tempestade Elsa, não havendo ainda data para a sua reabertura. Coordenadas GPS: 39° 43’ 24.89” N (39.723581) / 8° 6’ 28.65” W (-8.107959)


SOCIEDADE /

Dispositivo de combate a incêndios aposta no ataque rápido

/ Este ano os operacionais têm de estar preparados para os fogos sem esquecer a COVID

Foi apresentado a 18 de maio o Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais (DECIR) 2020 para o concelho de Abrantes. Tratou-se de uma apresentação pública uma vez que, uma semana antes, já tinha sido apresentado o dispositivo distrital onde se enquadram todos os dispositivos municipais. E em Abrantes o DECIR 2020 municipal enquadra os Bombeiros Voluntários de Abrantes, os sapadores florestais [as equipas da Associação de Agricultores e da Comunidade Intermunicipal], as equipas de primeira intervenção de sete das 13 juntas de freguesia do concelho, o Regimento de Apoio Militar de Emergência de Abrantes (RAME), a Cruz Vermelha Portuguesa (núcleo de Abrantes/ Tomar), e as forças policiais (PSP e GNR). De referir que a Junta de Freguesia de Abrantes e Alferrarede tem duas equipas de primeira intervenção e que a GNR está no terreno com os militares do SEPNA (Ambiente) e do GIPS (Grupo de Intervenção de Proteção e Socorro). E depois entra ainda o Serviço Municipal de Proteção Civil que contempla meios da própria autarquia, como, por exemplo uma máquina de rastos que está pronta a ser acionada para fazer aceiros, em caso de necessidade.

A quantificação dos meios a envolver ainda não foi divulgada, mas o dispositivo está pronto a ser acionado quando for necessário. “Se for preciso amanhã estaremos a postos”, disse ao Jornal de Abrantes o comandante dos Bombeiros de Abrantes, António Manuel de Jesus. Os kits de primeira intervenção das freguesias (Abrantes e Alferrarede, Aldeia do Mato e Souto, Bemposta, Mouriscas, Rio de Moinhos, S. Facundo e Vale das Mós e Tramagal) representaram um investimento de 125 mil euros. Há o apoio do município de 15 mil euros por cada kit, em que dez mil foram transferidos no momento da assinatura dos compromissos e o remanescente será transferido quando as freguesias apresentarem os documentos de prova da despesa. Em termos globais, estas equipas das juntas de freguesia vão estar operacionais entre os dias 1 de junho e 30 de setembro. Ficam na dependência hierárquica do comandante dos Bombeiros de Abrantes e está, desde logo, estabelecido que nos dias em que exista o alerta laranja ou vermelho (os mais graves) para risco de incêndio sejam pré-posicionadas em locais definidos pelo comandante dos Voluntários de Abrantes.

O objetivo, afirmou António Manuel de Jesus, é criar uma grelha em todo o concelho para que nos dias de maior risco haja uma cobertura, se possível, de cinco em cinco quilómetros com meios de ataque muito rápido. Pegando num exemplo claro de como funcionam, na prática, os meios o comandante explicou da seguinte forma: “O ano passado no incêndio entre Maxial e Fontes acionamos os meios. Todos os que tínhamos disponíveis. Terrestres e aéreos. E como não tivemos de defender casas e habitantes pudemos centrar-nos no combate ao fogo. Numa hora, um incêndio que parecia gigante, acabou por ficar controlado. Os meios só pararam de ser acionados quando entendemos que tínhamos o fogo controlado”. E depois reforçou a ideia que não há meios para defender todas as casas num hipotético incêndio que avance descontrolado em direção a uma aldeia. Desta forma, António Manuel de Jesus, revelou ainda que a corporação está preparada para ligar com a COVID-19 em modo de operações de combate aos fogos. O uso de máscara nas viaturas é obrigatório, há medidas restritivas no refeitório ou nas camaratas. E há as duas vias operacionais: a da COVID a funcionar desde março e,

agora, a do combate aos incêndios florestais. Voltando à apresentação do DECIR de Abrantes, o presidente da Câmara destacou a importância do trabalho em equipa e agradeceu a generosidade de todos os envolvidos em mais um dispositivo de combate aos fogos de verão. E aproveitou a oportunidade para apresentar publicamente o novo Coordenador Operacional Municipal, que está em funções mais ou menos há um mês. Paulo Ferreira dirigiu-se ao dispositivo que é constituído por diversas fardas, mas com um chapéu comum: Proteção Civil. E depois deixou o principal pedido a todos quantos integram o dispositivo: segurança. Paulo Ferreira pediu a todos o desempenho das funções em segurança, o mais importante, afinal de contas. Mário Silvestre, comandante operacional distrital, disse que os tempos que “aí vêm não são fáceis, nunca são. E este ano tem mais uma coisinha a acrescentar que se chama COVID. Afinal todos estão de máscara por alguma razão.” E depois frisou que estas questões não vão ter influência no trabalho que cada um vai fazer nos próximos meses. Manuel Jorge Valamatos destacou o trabalho e empenho de todas as entidades que integram o DECIR

e vincou o trabalho que é feito nas freguesias que têm os Kits de primeira intervenção. É um daqueles trabalhos que tem provado que a proximidade e o ataque rápido pode mesmo resolver muitas situações. E a prova é que no ano passado verificou-se que em muitos casos quando os bombeiros chegavam ao local das ignições as equipas das juntas e/ou dos sapadores florestais tinham os fogos apagados. Entre 1 e 30 de junho é acionada a fase III, a que reforça o dispositivo atual. A fase IV entra em vigor a 1 de julho e termina a 30 de setembro. Sendo esta a fase mais crítica, o dispositivo distrital de Santarém, já se sabe, contará com 49 Equipas de Combate a Incêndios (ECIN) mais 25 Equipas Logísticas de Apoio ao Combate (ELAC), o que corresponde a 295 operacionais, a par de 21 equipas (105 elementos) das Equipas de Intervenção Permanente (EPI), de meios técnicos e humanos da AFOCELCA - Agrupamento Complementar de Empresas de Proteção Contra Incêndios, Associação de Produtores Florestais, ICNF, militares do Grupo de Intervenção de Proteção e Socorro, agentes da PSP e militares da GNR/ SEPNA), além de apoio ao nível de postos de vigia e sistema de videovigilância, entre outros. Jerónimo Belo Jorge

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REGIÃO / Abrantes PUBLICIDADE

Programa de apoio a coletividades disponibiliza meio milhão de euros A Câmara Municipal de Abrantes aprovou, no dia 12 de maio, as candidaturas ao Programa do FINAbrantes – Programa de Apoio a Coletividades do Concelho de Abrantes, nas medidas de apoio a atividades nos âmbitos cultural, social, juventude, sociais e eventos diversos, num total de no montante global de 331.074,42€ (+2% do que em 2019/2020). O referido montante reparte-se pelas diversas medidas, nos seguintes termos: Medida 1 - Cultura - 129.148,00€; Medida 3 - Juventude - 16.847,60€; Medida 4 - Social - 99.658,49€; Medida 5 - Eventos - 85.420,31€. Somando a verba relativa ao apoio à atividade desportiva no concelho, no valor total de 195.752,65 euros, já contratualizada, a Câmara Municipal de Abrantes coloca ao serviço do movimento associativo do concelho mais de meio milhão de euros. É expectável que ao longo do ano aconteçam alguns acertos especializados, uma vez que alguns eventos expressos nas candidaturas poderão ser cancelados ou

adiados por via das medidas de contenção à COVID-19. Este apoio municipal anual “reflete a vitalidade do movimento associativo no concelho de Abrantes, pilar fundamental de coesão social e do apoio aos interesses e necessidades das comunidades locais”, informa o Município em nota de imprensa.

Câmara prepara revisão do regulamento

Entretanto, foi também aprova-

do o início do procedimento para alteração do regulamento do FINAbrantes para o ajustar em função da realidade atual das diversas áreas apoiadas, como por exemplo alguns imperativos legais, uma vez que o regulamento em vigor data de 2012. A intenção é também acrescentar uma nova medida de apoio ao investimento para conservação e beneficiação de infraestruturas das coletividades e à aquisição de equipamentos e de viaturas para suporte às suas atividades.

União de Freguesias de Abrantes e Alferrarede coloca 100 armadilhas à vespa asiática pelo território

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JORNAL DE ABRANTES / Junho 2020

Numa altura em que a vespa asiática sai da fase de dormência e começa a ser avistada, os Municípios da região têm apostado na colocação de armadilhas para apanhar esta espécie que, por ser carnívora e predadora, é perigosa para a sobrevivência das abelhas meleiras - que produzem mel-, destruindo colónias inteiras. Em Portugal, os números indicam uma progressão de 70 a 80 quilómetros por ano. Segundo a Direção-Geral de Alimentação e Veterinária, a vespa velutina constrói ninhos de grande dimensão, em locais isolados e altos. Os especialistas indicam ainda que preferem locais com água ou com outras colmeias nas proximidades. Esta espécie distingue-se da vespa crabro (a europeia) pela coloração do abdómen (mais escuro e com uma lista amarela) e pelas patas (amarelas, no caso das asiáticas). Assim, no sentido de evitar a sua propagação, a União de Freguesias de Abrantes e Alferrarede colocou já pela área do seu território mais de 100 armadilhas, de forma a “monotorizar e controlar a presença da vespa velutina ou

asiática”, tendo em vista “proteger as nossas pessoas” bem como “a fauna e a flora”. “Vamos distribuir ainda mais, vamos querer chegar às 250 armadilhas”, disse ao Jornal de Abrantes o presidente da União de Freguesias de Abrantes e Alferrarede, Bruno Tomás, que admitiu que “elas estão cá e vamos ter que conviver com elas”, tendo explicado que a vontade da autarquia em querer colocar mais armadilhas se prende com o facto de “no ano passado este tipo de vespa também estava a aparecer na zona mais urbana e já tínhamos decidido, em consonância com o serviço municipal de Proteção Civil, que este ano tínhamos de ter medidas preventivas, principalmente onde há um maior aglomerado de pessoas”.

Bruno Tomás refere mesmo que no ano transato foi detetado um ninho primário numa zona mais urbana, neste caso no edifício da sede da junta de freguesia. A distribuição das armadilhas foi feita “desde a cidade às nossas aldeias” e estas armadilhas consistem em garrafas de plástico com um orifício através do qual a vespa entra, atraída por um cocktail açucarado, líquido no qual fica presa e acaba por morrer. Bruno Tomás aponta que a perspetiva é a de que “vamos ter muitos mais ninhos este ano” pelo território, mas ressalva que as pessoas não têm de ficar alarmadas. O responsável adiantou também que este ano já houve avistamento de vespas, e exemplo disso foi o aparecimento de vespas asiáticas nas armadilhas colocadas apenas 48 horas depois da respetiva colocação da armadilha. Apela a União de Freguesias para que se vir uma armadilha destas não a destrua e que, se detetar a presença de algum ninho de vespa asiática pelo concelho ou de alguma armadilha com um número de vespas asiáticas muito elevado na mesma que contacte através do número 241 366 223.


REGIÃO / Abrantes

ETAR em Rossio ao Sul do Tejo foi vandalizada

de efluentes e os prejuízos ainda não foram revelados. Certo é que a estrutura já está a novamente em funcionamento pleno. Manuel Jorge Valamatos disse ainda que o incidente estará a ser investigado pelas autoridades, “incluindo a Polícia Judiciária”, segundo as informações que lhe tinham sido prestadas pela empresa Abrantaqua. E adiantou ainda que poderia ter sido uma situação grave caso tivesse havido derrame descontrolado para o rio.

O Jornal de Abrantes soube, entretanto, que o caso foi detetado já no dia 17 de abril cerca das 17:30 quando uma equipa da empresa Abrantaqua foi ao local e verificou os vários danos. Neste sentido, a empresa chamou ao local a GNR que esteve presente com militares do posto territorial do Tramagal, que tem as responsabilidades por aquele território. O Jornal de Abrantes conseguiu saber ainda que estiveram também no local investigadores do Núcleo de Investigação Criminal de Abrantes.

Quanto à empresa concessionária, o Jornal de Abrantes sabe que a responsável esteve no local e chamou as autoridades. Inês Oliveira disse não poder comentar o assunto por política interna da Abrantaqua, pelo que enviámos um conjunto de perguntas por email. A resposta às questões veio em dois parágrafos: “No passado dia 17 de abril, na ETAR da Margem Sul, foi verificado um ato de vandalismo, com impacto ao nível do seu funcionamento. De imediato foram chamadas as autoridades policiais e de investigação que tomaram conta da ocorrência, tendo a operacionalidade da ETAR sido restabelecida com rapidez, não tendo sido verificados quaisquer problemas ambientais, nem sido constatado qualquer derrame exterior”. A ETAR localiza-se a Oeste de Rossio ao Sul do Tejo e os efluentes tratados são largados rio Tejo. Esta instalação entrou em funcionamento em 2001 e assegurou o tratamento dos esgotos de S. Miguel do Rio Torto. Jerónimo Belo Jorge

O rio Tejo voltou a estar na ordem do dia pelos mesmos motivos: a poluição das suas águas. O Bloco de Esquerda, através das suas estruturas distritais de Santarém, Portalegre e Castelo Branco, voltou a denunciar a poluição do rio, com vídeos e imagens recolhidas a 8 de maio deste ano. Armindo Silveira, vereador eleito pelo BE, apresentou estas questões na reunião do executivo municipal de Abrantes explicando que, ele próprio, andou a percorrer o Tejo para verificar o estado das suas águas. E disse que fez um percurso muito para cima de Vila Velha de Ródão, desde o rio Ponsul até ao açude de Abrantes. E explica: depois de Vila Velha de Rodão o rio fica com as águas castanhas. O vereador e ativista fez um vídeo no dia 8 de maio, cerca das 17 horas, onde pretendeu mostrar aos seus seguidores a cor das águas do rio no açude de Abrantes. “É certo que já não tem as toneladas de espuma que obrigou o Estado a uma intervenção de limpeza urgente, mas continua a ter as águas completamente poluídas” sustentou o vereador. “Tudo indica que esta situação tenha origem em Vila Velha de Ródão e é lamentável o que está a acontecer”, esclareceu. PUBLICIDADE

A Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) da Margem Sul, situada em Rossio ao Sul do Tejo e que fica situada nas imediações da antiga “Pedreira do Mendes”, entre a Estrada Nacional 118 e a estrada municipal de acesso a S. Miguel do Rio Torto, foi alvo de atos de vandalismo. A infraestrutura recebe e trata os esgotos de Rossio ao Sul do Tejo, fica situada em local afastado das estradas e é gerida pela empresa que tem a concessão da gestão da rede de saneamento do concelho de Abrantes, Abrantaqua. Os atos de vandalismo, segundo a informação prestada pelo presidente da Câmara Municipal de Abrantes, Manuel Jorge Valamatos, “não terão sido aleatórios e poderiam ter provocado um incidente ambiental”. A informação do autarca aos vereadores revelou ainda que a engenheira responsável pela empresa concessionária terá informado a Câmara, que é a dona da infraestrutura, daquilo que ficou destruído. No entanto, segundo o presidente do Município, não se verificou qualquer descarga

BE denunciou regresso da poluição ao Tejo

PORTUGAL CHAMA:

PEÇA AUTORIZAÇÃO PARA FAZER QUEIMAS E QUEIMADAS. É OBRIGATÓRIO. As queimas e queimadas são uma das principais causas de incêndios em Portugal. Conheça e respeite as regras e as boas práticas. Evite coimas que podem ir até aos €60.000. • Informe-se e peça autorização na sua Câmara Municipal, através da aplicação Queimas e Queimadas ou ligando para o 808 200 520. • Tenha sempre consigo o comprovativo de autorização/comunicação para o caso de ser abordado pela GNR. • Assegure-se que existe uma faixa limpa de vegetação à volta da zona a queimar. • Tenha por perto um balde com água, uma mangueira ou um extintor. • Vá sempre acompanhado e leve consigo um telemóvel. • A inalação de fumo pode ser fatal, proteja-se com um pano húmido ou com uma máscara de fumo. • Nunca abandone a queima ou queimada antes de estar totalmente extinta. • Mantenha-se informado e cumpra as regras e as boas práticas. Saiba mais na sua Junta de Freguesia, Câmara Municipal ou pelo 808 200 520 (custo de chamada local). Aplicação - fogos.icnf.pt/queimasqueimadas

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REGIÃO / Abrantes

Surto de COVID-19 assusta Carvalhal O surto foi conhecido com o Relatório Epidemiológico do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) do Médio Tejo a 24 de maio, mas a situação de um possível contágio de várias pessoas no Carvalhal, norte do concelho de Abrantes, já era seguido desde quinta-feira, dia 21 de maio, pelas autoridades de saúde. Sabe-se agora que duas semanas antes, por volta do segundo fim de semana desse mês terão existido duas situações que poderão ter causado o surto de 15 pessoas infetadas como coronavírus. Segundo as investigações da Unidade de Saúde Pública do Médio Tejo a realização de um funeral, onde estiveram pessoas de Lisboa, e depois um almoço convívio (uma matança de um porco) numa residência que, sabe-se agora, acolhia 11 idosas, terão originado a situação que se conheceu a 24 de maio. Ainda segundo a autoridade de Saúde Pública do Médio Tejo, o primeiro caso a ser detetado foi um homem de 40 anos, filho dos proprietários da residência. Testou positivo à COVID-19 numa informação divulgada a 22 de maio. Um dia depois, verificou-se um segundo caso ligado à residência. E foi nesta linha de trabalho que os médicos da Saúde Pública do Médio Tejo perceberam que a residência em causa não era afinal uma casa de acolhimento para três idosos, mas sim um espaço que tinha uma deze-

na de pessoas. O que as autoridades chamam um lar ilegal ou não legal. Todas as idosas, proprietários e funcionários fizeram os testes ao novo coronavírus e os resultados foram 15 casos positivos e quatro negativos. A delegada de Saúde Pública do Médio Tejo, Maria dos Anjos Esperança, classificou nesse dia este surto como a confirmação de um conjunto de más práticas e quebra das regras que devem existir, mesmo no período de desconfinamento que estamos a viver. No momento em que as autoridades perceberam a situação que tinham em mãos, de imediato a Proteção Civil foi acionada para evacuar as idosas daquele espaço no Carvalhal para uma ala específica da unidade de Abrantes do Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT) específica para este tipo de necessidades. Esta ala foi criada para receber idosos que estejam infetados com COVID-19, mas que não necessitem de cuidados hospitalares. Quer dizer que, apesar de ser dentro do edifício do Hospital, é uma espécie de lar de idosos. Foi apresentado por Carlos Andrade Costa, presidente do Conselho de Administração do CHMT como uma resposta de recurso a uma necessidade da região, caso fosse necessária. A retirada das 11 utentes do lar não licenciado, com idades entre os

77 e os 96 anos, aconteceu no domingo à tarde, numa operação desencadeada pela Proteção Civil com a operacionalidade dos Bombeiros Voluntários de Abrantes. Quanto aos proprietários e funcionários do lar, como estavam assintomáticos, ficaram a fazer o processo de cura da doença. Como foi uma situação de um surto, os médicos da unidade de saúde pública avançaram nos dias seguintes para os contactos com todas as pessoas próximas dos infetados para seguir linhas de eventuais contágios. Ou seja, colocar as pessoas mais próximas em vigilância ativa para evitar surpresas desagradáveis nestes dias seguintes à deteção do surto. Uma das questões faladas na altura teve a ver com a preocupação dos pais dos alunos que já têm aulas presenciais (11.º e 12.º ano).

Havendo nas escolas de Abrantes e Sardoal alunos oriundos do Carvalhal, alguns pais transmitiram preocupações aos autarcas dos dois concelhos. Nesse sentido a Unidade de Saúde Pública do Médio Tejo emitiu informações para a Junta de Freguesia de Carvalhal, para as escolas de Abrantes e Sardoal e para as duas Câmaras Municipais em que apela aos pais para que os jovens frequentem as escolas. Até porque, como disse Maria dos Anjos Esperança ao Jornal de Abrantes, “as escolas têm os seus planos e o contacto das autoridades de saúde”. A médica salientou que desconfinar não é deixar de cumprir as regras de distanciamento social ou de etiquetas respiratórias, ou até do uso de máscaras. Esses são fatores que a população não se deve desligar.

Mais de 7500 testes realizados ao Covid-19 O Serviço de Patologia do Centro Hospitalar do Médio Tejo realizou, neste período de Pandemia pelo novo coronavírus, Sars-Cov 2, cerca de sete mil e quinhentos testes ao Covid - 19. Este registo foi apresentado na manhã de dia 28 de maio pelo diretor do Serviço de Patologia, Carlos Cortes, durante uma visita ao laboratório da presidente da Câmara Municipal de Tomar, Anabela Freitas, acompanhada pelos elementos do Conselho de Administração do CHMT. O Serviço de Patologia, do Centro Hospitalar do Médio Tejo, é um dos mais diferenciados do país, sendo nas palavras de Carlos Andrade Costa, presidente do Conselho de Administração do CHMT, "um dos serviços que mais esteve na linha da frente no combate ao Covid-19. Temos um laboratório dos mais diferenciados, um laboratório onde fizemos um conjunto de investimentos, em equipamentos de vanguarda, que nos permite responder

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cada vez melhor a esta situação de Pandemia". Carlos Cortes, diretor do Serviço de Patologia do CHMT, refere a capacidade diferenciadora dos laboratórios, destacando que o "Serviço tem feito colheitas não só na área territorial do Médio Tejo, como temos ido para além desta área. Ainda esta semana estivemos em Vila de Rei e Sertã", disse. O diretor do Serviço de Patologia frisou ainda que "o laboratório está altamente diferenciado. Muitos hospitais do país não dão, ainda, resposta ao Covid-19. O CHMT dá essa resposta e fá-lo de duas formas: através da biologia molecular clássica, que é a mesma que se faz, por exemplo, no Instituto Ricardo Jorge, mas também através da biologia molecular mais rápida, que são os chamados testes rápidos", explica Carlos Cortes. O Serviço de Patologia, no âmbito da resposta que foi necessária dar à Pandemia, foi reorganiza-

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/ CHMT autónomo na realização de testes ao Covid-19 do, quer com a implementação de novos circuitos, quer através do aumento de recursos humanos. Neste momento conta com uma equipa formada por cerca de 70 profissionais de saúde. "Tivemos a oportunidade de

conseguir contratar mais recursos humanos, o que nos permitiu dar uma resposta excelente ao Covid-19 e, ao mesmo tempo, manter toda a outra atividade laboratorial", frisou Carlos Cortes, garantindo que "não houve nenhuma falha".

Os lares

O caso dos lares ilegais ou não licenciados é um problema que as autoridades têm em mãos. A maioria são casas de acolhimento, que podem ter até três idosos, que não carece de licenciamento. Só que depois, grande parte, aumenta o número de utentes sem se licenciar como lar de idosos, uma vez que a burocracia é, dizem, tão apertada que leva muitos dos interessados à desistência antes de começar sequer os processos. A Proteção Civil Distrital tem feito um trabalho na identificação destas casas e, a 24 de maio, tinham sido identificados 130 lares não licenciados nos 21 concelhos do distrito. Disse nesse dia o presidente da Proteção Civil Distrital, Miguel Borges, que “o número pode ser muito mais alto. Pode ser o dobro.” Curiosamente a 24 de maio, um outro lar não licenciado em Casével, concelho de Santarém, teve um surto idêntico com 19 utentes e oito funcionários a testarem positivo à COVID-19. Os idosos foram evacuados para a ala do Hospital de Abrantes, onde já tinham sido acolhidas as idosas de Carvalhal. O apelo das autoridades de saúde é para que as pessoas não tenham medo de identificar este tipo de residências no sentido de poderem ser feitos testes aos seus funcionários. Para já o objetivo não é punitivo ou inspetivo, mas apenas como forma de garantir a segurança a quem trabalha nestas casas. Jerónimo Belo Jorge

Anabela Freitas, presidente da Câmara Municipal de Tomar, no final desta visita ao Serviço de Patologia do CHMT, mostrou-se "agradada", considerando que "o CHMT preparou-se em tempo para esta Pandemia. Desde janeiro que começou a preparar e a reorganizar serviços e circuitos para aquilo que nenhum de nós sabia o que viria", lembrou Anabela Freitas. A presidente da autarquia Tomarense realçou o "trabalho em parceria com as outras instituições do território" realizado pelo CHMT, afirmando que "o CHMT esteve sempre na linha da frente. O CHMT aproveitou esta situação excecional para se preparar também para o futuro, através de equipamentos de excelência e de equipas altamente diferenciadas", sublinhou Anabela Freitas. A presidente da Câmara Municipal de Tomar, mas também presidente da CIMT (Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo), aproveitou a ocasião para "agradecer a todos os profissionais do Centro Hospitalar de Médio Tejo que estiveram em todo o território da Comunidade do Médio Tejo".


SOCIEDADE / // LARES ILEGAIS

Estão 130 casas referenciadas no distrito mas “o número é muito maior, talvez até o dobro” O caso da residência em Carvalhal onde no domingo, dia 24 de maio, foram evacuadas as utentes e onde proprietários e funcionárias testaram positivo para infeção por coronavírus, mexeu com a sociedade e deixa populares e autarcas preocupados. “É evidente que perante um episódio deste tipo as pessoas ficam muito preocupadas, é natural. Por isso, é preciso mantermos sempre a maior atenção possível naquilo que são as orientações da Direção-Geral de Saúde e é isso que vamos todos ter que continuar a fazer para que possamos minimizar, tanto quanto possível, este tipo de situações”, disse o presidente da Câmara de Abrantes, Manuel Jorge Valamatos. Quanto ao facto de existirem no concelho diversas casas de acolhimento nesta situação, o autarca confirma que “essas situações nos preocupam. A Segurança Social tem estado, juntamente com as Autarquias a fazer um levantamento de todas estas situações para que se possa agir e interagir. Este não é o momento de andarmos com fiscalizações, mas são questões de saúde pública que temos que ter em linha de conta nesta altura. Nesta medida, é importante sinalizar e que as pessoas sinalizem este tipo de situações para que a DGS também possa tomar as medidas adequadas”. O presidente confirmou que quer as funcionárias, quer os proprietários da residência estão isolamento nas suas casas, com acompanhamento por parte do ACES Médio Tejo e que apenas as utentes foram reencaminhadas para a ala criada no Hospital de Abrantes para este efeito. Manuel Jorge Valamatos apela a que o desconfinamento não seja “de facilitismo” e que todos devem continuar a respeitar as orientações de saúde pública. O presidente confirma ainda estar “em contacto permanente com o ACES Médio Tejo para percebemos o que podemos fazer e de que forma podemos colaborar”. O autarca apela, no entanto, a que haja alguma tranquilidade nesta freguesia do norte do concelho de Abrantes, sem deixar de referir que uma preocupação também é necessária pois “isto aumenta os níveis atenção e cuidados que se devem ter”. O presidente da Câmara de Abrantes deu também conta de que “há alunos que estão receosos de ir à escola mas tanto nós como a dr.ª Maria dos Anjos Esperança, a coordenadora do ACES Médio Tejo, entendemos que devem continuar a fazer a sua vida normal mantendo, obviamente, os distanciamentos e todas as regras da DGS”. Quanto à existência de outras residências do mesmo género no concelho, Manuel Jorge Valamatos diz que a autarquia “está a ajudar a Segurança Social a fazer um levantamento de todas as casas de acolhimento”.

/ O presidente da Comissão Distrital de Proteção Civil fala em 130 casas já referenciadas mas assume que “o número é muito maior, talvez até o dobro” “Estamos a acompanhar e colaboraremos com todos. O importante é que as pessoas não tenham receio porque este é o momento de protegermos as nossas pessoas. E não é estar a desvalorizar”, adianta o autarca, afirmando que “o vírus entra em qualquer lado, seja em lares legais ou ilegais, nas nossas casas”. Portanto, “o importante agora é termos conhecimento de todas estas situações para que se possam fazer testes aos seus profissionais para aumentar o nível de segurança”.

São 130 as casas nesta situação já identificadas no distrito

O Jornal de Abrantes ouviu também Miguel Borges, presidente da Comissão Distrital de Proteção Civil de Santarém que fala de “um trabalho difícil e que temos de dividir em três momentos”. “Primeiro”, começa por explicar, “tudo aquilo que o Estado social devia ter feito até agora e não fez. Com o aumento da esperança de vida há a necessidade cada vez maior de haver sítios para que as pessoas idosas pudessem permanecer, fruto também daquilo que

é o trabalho dos seus próprios filhos e muitas vezes não têm a disponibilidade para estarem com os seus pais. E durante muito tempo o Estado social tem ignorado esta situação. Porquê? Porque são tantos e não há capacidade de resposta para intervir como deve ser dentro destas estruturas não referenciadas ou não licenciadas”. Depois, prossegue Miguel Borges, “neste momento estamos numa situação de calamidade, estamos a atravessar uma pandemia e não é o momento para julgarmos as pessoas que têm estes lares. Não é este o momento da fiscalização nem da inspeção. Aquilo que tem que ser feito é perceber se as pessoas que estão nestes lares estão com condições, se estão com os níveis mínimos de dignidade humana e se estão protegidos. E esse é o trabalho que estamos a fazer, sendo certo que estamos a abrir uma Caixa de Pandora”. O presidente da Comissão Distrital de Proteção Civil fala em 130 casas já referenciadas mas assume que “o número é muito maior, talvez até o dobro”. E é aqui que se levanta outro dos problemas. Uma casa de acolhimento não carece de legalização se tiver até três idosos. Ora, o que acontece, é que nestas situações ditas de “lares ilegais”, são casa que cuidam de mais idosos. E Miguel Borges explica que “o nível de exigências para uma legalização de uma estrutura residencial de pessoas idosas para cinco ou dez, é o mesmo que para 60 ou 70. Há aqui algo que tem que ser mexido, a legislação tem que ser revista de forma a permitir que se encontre aqui um meio termo que possa dar uma resposta legal àquilo que são as necessidades do país”. No entanto, “o que importa agora é chegar junto dessas pessoas”, diz o presidente da Comissão Distrital de Proteção Civil, para que seja criado um plano de contingência e para que os funcionários possam ser testados. Até para que haja uma igualdade naquilo que é o tratamento das pessoas idosas”. No terceiro ponto, Miguel Borges diz ser urgente “pensar o que queremos no nosso país para este tipo de situações e não andarmos a varrer para debaixo do tapete como tem sido feito nos últimos anos”. Para que seja mais fácil a identificação deste tipo de casas, Miguel Borges apela a que os proprietários “nos digam. Venham ter connosco porque neste momento há uma coisa que eu lhes posso garantir: não é o momento de inspeção. Procuramos ajudar os donos destas casas e as pessoas que lá estão”. Até porque, explica o responsável pela Proteção Civil no distrito, “com medo por não estarem legalizados, pode haver situações em que retardam o apoio aos idosos que possam estar numa situação de doença e muitas vezes, quando chegam ao hospital, pode ser tarde. E aqui pode-se estar a incorrer num crime de omissão de auxílio sem necessidade de que isso aconteça”. Patrícia Seixas e Jerónimo Belo Jorge

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REPORTAGEM / // O diretor da EPDRA, João Quinas, aceitou o desafio do JA de receber, e fazer uma visita guiada, pela Herdade da Murteira, a Vasco Catroga, um ex-aluno. Em ano de celebração dos 30 anos da escola, sem comemorações devido à pandemia, o Jornal de Abrantes propõe uma visita à EPDRA. Uma visita guiada às memórias do passado sobre os olhares do presente.

30 anos de história e de grandes mudanças

Reportagem (texto e fotos) de Jerónimo Belo Jorge

À

s 09:30, em ponto, Vasco Catroga chega ao local de encontro. Os portões, fechados, da Herdade da Murteira, em Mouriscas. Para lá dos portões verdes funciona, desde há 30 anos, a Escola Profissional de Desenvolvimento Rural de Abrantes (EPDRA) que começou a sua história em 1990 como EPAA – Escola Profissional de Agricultura de Abrantes. A primeira escola profissional de agricultura pública. Vasco é natural de S. Miguel do Rio Torto, no concelho de Abrantes. Em 1990/1991 ingressou, durante três anos, num curso profissional, no segundo ano de vida de uma nova escola, de uma nova realidade de ensino, por estas bandas. Fez parte de um grupo de 24 alunos da turma B3, do então curso técnico de Gestão Florestal. “Há 30 anos não havia aqui nada. Eram umas árvores de fruto e mato, mais nada”, diz o ex-aluno da EPAA enquanto esfrega as mãos pela cabeça, como que a ajeitar as gavetas das memórias guardadas da juventude. “Nós ficávamos no centro das Mouriscas (onde parava a camioneta) e vínhamos a pé para aqui. Não sei quantos quilómetros são. Sei é que vínhamos aqui só para trabalhar, porque as aulas eram no centro escolar (antigo colégio Infante Sagres)”. À medida que dá uns passos, curtos, estrada desgastada pelos anos, já dentro da Herdade, diz que o alcatrão ainda é o mesmo (risos) e depois relata com orgulho: “Nós das

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turmas A e B, as primeiras, é que fizemos a escola. Para além de alunos, éramos pedreiros. Abríamos buracos. Cortávamos árvores. O auditório que existe lá em cima (zona do casario da Herdade) formos nós (turma B3) que cavámos o declive para fazer o desnível. De picareta e pá”. Vasco Catroga olha à sua volta. Tem as cercas. Os edifícios escolares. Ao longe deixam-se ver os cavalos no prado, debaixo de um sobreiro. “Aqui não havia nada. A única coisa que havia aqui em baixo (zona da direção, pavilhão agroalimentar, adega, ringue, vacaria e boxes dos cavalos) era mato e o lagar velho. Onde é agora o bar”. Já entrados pela Herdade, chegou o nosso anfitrião, o atual diretor da EPDRA, João Quinas. Sem grandes cumprimentos ou abraços, devido às normas de distanciamento social derivadas da pandemia, ficamos por uns sonoros cumprimentos aliados a uma boa disposição semelhante ao dia, uma terça-feira primaveril, cheia de sol. João Quinas passa então a conduzir a visita apeada pelos domínios da escola rural. A ausência de alunos e a diminuta atividade agrícola (tudo por causa da pandemia) faz sobressair o chilrear dos pássaros. Vasco Catroga conta que já estava no 12º ano no liceu (Escola Dr. Manuel Fernandes) em contabilidade, “mas aquilo não me dizia muito (…) e o meu pai trabalhava na CELBI e surgiu a ideia das Mouriscas, da área florestal. Falei com dois ou três amigos meus

e… olha, voltámos para trás (10.º ano) e viemos para as Mouriscas”. Avançamos estrada fora e vamos ao encontro do Pavilhão Agroalimentar. Um dos primeiros projetos apoiados pela TAGUS – Associação para o Desenvolvimento Integrado do Ribatejo Interior. João Quinas conduz-nos ao interior onde podemos encontrar uma mini-exposição sobre a escola e os quadros com as fotografias de todos os alunos da escola. Ali está o quadro com os 20 pioneiros, os primeiros. Vasco diz que já ali esteve, numa prova desportiva (é praticante de trail), e que não encontrou a sua turma. Na voz nota-se algum desencanto. Mas enganou-se. Numa das paredes lá estavam as três turmas B (1990/91), duas de Gestão Agrícola e uma (a primeira) de Gestão Florestal. “Está aqui. A minha é esta. Olha ali onde eu estou. Tão novinho. O número 81”. A alegria de voltar a ver os rostos conhecidos foi notória. Depois olhou para outra turma, onde estava a fotografia da sua mulher, a Fátima, que também naqueles anos estudou nas Mouriscas, mas em Gestão Agrícola. E depois foram cinco minutos a identificar, um a um, os colegas da turma, de 1990/91. Entre muitas memórias vem à tona uma menos boa. Um incêndio que destruiu a área florestal da escola. “Foi no meu último ano aqui” diz o Vasco ao mesmo tempo que se vai recordando dos pormenores. “Dois dias que não dormimos e que andámos a ajudar a apagar o fogo”. João Quinas recorda

“Para além de alunos, éramos pedreiros. Abríamos buracos. Cortávamos árvores”

que a área de floresta da escola já foi assolada, infelizmente, três vezes pelos fogos florestais. Qual deles o pior. João Quinas, à medida que vamos dando passos no alcatrão desgastado e sob um sol exageradamente quente para a época do ano, vai explicando o funcionamento da escola. Agora tem as culturas como um laboratório para os alunos poderem ver (e aprender a fazer) de tudo um pouco do que é o mundo rural. Vasco ouve com atenção e ao olhar para os terrenos lembra-se “ali (aponta para uma área que está em repouso, em baldio) eram os camalhões de morangueiros (…) e esta estufa não existia”. João Quinas confirma a afirmação e abre-nos a porta da estufa para mostrar as culturas que ali estão a desenvolver. Alface, feijão-verde, tomate e melancias. E explica que as linhas de alfaces foram arrancadas e oferecidas ao lar de idosos de Mouriscas no dia anterior. Continuamos, agora para zona dos pomares, depois de passarmos pelas traseiras da pecuária. A zona das boxes


REPORTAGEM /

A escola em torno do mundo rural Criada em 1989, começou a lecionar em 1989/1990 com uma turma de Gestão Agrícola com 20 alunos: os pioneiros. Foi a primeira escola profissional de agricultura de natureza pública. EM 22 de maio de 2000 passou a designar-se por Escola Profissional de Desenvolvimento Rural de Abrantes. A EPDRA já foi uma escola assente em muita produção de frutícolas ou legumes que eram vendidos na Herdade ou até no mercado diário. Mas hoje aponta muito mais a uma espécie de laboratório, ao ar livre, do mundo rural. Por isso assenta em formação e produção de todo um mundo rural. E poderia ser muito mais alargada às reais necessidades do país, mas para isso era preciso uma grande vontade estratégica e, acima de tudo, política. Na EPDRA já passaram cerca de dois mil alunos. Todos os dias 23 funcionários tomam conta 68 hectares. E têm ainda 142 ovinos e caprinos. Têm os cavalos, a vacaria e uma área de suinicultura. Só não têm aves. A herdade tem ainda o pomar (dois hectares), ou a área das árvores de fruto. Há Laranjeiras, diospireiros, pessegueiros, macieiras, pereiras, nespereiras, romãzeiras, ameixoeiras, cerejeiras, nogueiras, figueiras, marmeleiros e meio hectare de amendoeiras. Tem o olival (três hectares), de onde sai a azeitona para ser moída no lagar (um de linha e outro tradicional), as vinhas (três hectares) para produção dos vinhos (branco e tinto) e ainda uma zona de medronheiros e dez hec-

dos cavalos, da vacaria e da secção de suinicultura. E também das 150 ovelhas e cabras que vão andando a “limpar” a erva das zonas do pomar. São, diz João Quinas, do melhor para manter terrenos limpos de erva. Mesmo aqueles que ainda parecem ter erva alta vão ter o tratamento dado pelos ovinos e caprinos. Vasco diz que só havia uma barragem. João Quinas explicou que aproveitam as escorrências das encostas para alimentar mais duas charcas de água. Quanto à barragem, Vasco Ca-

troga já se lembra, e muito bem. “No verão quase sempre secava (…) agora está bem cheia. Lembro-me de um ano que fizemos aqui uma espécie de Camel Trophy… (risos) estava muito na moda e a minha turma era muito criativa” conta à medida que lhe vão chegando as recordações. João Quinas diz que a barragem vai baixar os níveis quando começarem as regas das produções. Depois, aponta ao olival, ali na encosta sobranceira à barragem, e diz que a Câmara Municipal de Abrantes “adquiriu (este ano de 2020) uma

tares de pinheiro manso e mais três hectares de pinhal com cerca de três anos. Depois acrescenta-se toda uma área mais florestal. A busca de alunos é um dos grandes trabalhos todos os anos. Captar alunos que pretendam saltar do 9.º ano de escolaridade para um curso profissional. E se o técnico de Gestão Equina tem sempre candidatos, os outros é preciso fazer muita promoção para

parcela de terreno de cinco hectares que nos permite ter toda a área da Herdade contígua. É que havia ali uma interrupção”. João Quinas explica que aquela que era a área florestal, onde a turma do Vasco Catroga tinha as aulas práticas, continua a sê-lo. Mesmo que não exista, atualmente, a oferta formativa nesta área em concreto. “Temos ali a área do pinho e umas áreas de medronheiro”, diz João Quinas ao mesmo tempo que vai tendo uma conversa mais técnica com o Vasco em torno

preencher as vagas. Resta saber se este período de pandemia e de confinamentos poderá dar uma força à EPDRA e fazer com que os jovens, e famílias, olhem para o mundo rural de uma outra forma. Seja como for, a luta é constante, mas a escola continua a ser um laboratório rural. De agricultura. De floresta. De pecuária. De ambiente. Um laboratório de desenvolvimento rural.

das espécies que mais resistem aos incêndios. E sim, o medronheiro é dos arbustos mais resistentes ao fogo. Entramos no monte. Pelas traseiras. “Aqui era a habitação dos caseiros, noutro tempo. Era o casario do monte”, revela João Quinas que passa a conduzir o Vasco por uma área muito mais recente. “Pois, no meu tempo, estas eram as casas de habitação. Não havia nada. Só lá mais em baixo é que era o refeitório e as minhas salas de aula e o anfiteatro de onde tirámos tanta terra à mão”, diz o ex-aluno que

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REPORTAGEM / “Conheci a minha mulher ali nos morangos” “Grande parte da minha vida desenrolou-se por causa das Mouriscas” conta Vasco Catroga. Foi ali, algures na Herdade da Murteira, que o jovem Vasco Catroga andava no seu curso técnico florestal. Muitas vezes de fato-macaco, pois a ausência de maquinaria pesada “obrigava” os alunos do “florestal” a agarrar na motosserra para os trabalhos práticos da sua formação. Mas, um dia, o Vasco entrou na vasta zona dos “camalhões” de morangueiros protegidos da terra pelo plástico preto para “roubar” uns moranguitos. E foi ali, algures no meio dos morangos, que viu uma jovem aluna de gestão agrícola. Os olhares entrelaçaram-se e nasceu um namoro que cresceu, terá sido adubado de muitos sentimentos, amadureceu e floresceu num casamento. “Foi aqui que conheci a minha mulher, a Fátima”. A escola está intimamente ligada ouve, com atenção, a forma como por ali tudo mudou. Agora temos a pousada. Vasco lembra os seus tempos. Não havia alojamentos na escola. Depois do casario encontramos a eira. Noutros tempos teria o milho e os cereais a secar. Seguramente que ali fizeram muitas desfolhadas e até bailaricos. Agora é uma zona aberta para se poder estar. E nestes tempos da pandemia João Quinas diz que teve a ideia de criar ali (na eira) uma sala de aula ao ar livre. “Temos de ter arte e engenho. Podemos criar aqui um espaço para aulas com distanciamento social e ao ar livre (…) e ali ao lado da adega tenho a ideia de outro espaço destes. É colocar uma pérgula e podemos ter dois espaços de aula ao ar livre. Vasco Catroga olha para o casario do casal da Murteira (um dos muitos

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lugares que compõem a freguesia de Mouriscas) e lembra-se que aí também era uma zona florestal. Agora foi transformada numa das vinhas da EPDRA. Sim, a EPDRA, de há uns anos a esta parte, também passou a produzir vinho. Branco e tinto. “E ainda temos umas experiências com cerveja artesanal, interessante para os alunos, por causa da parte química. Mas são apenas experiências. No vinho não. Temos produção e este ano tivemos um tinto incluído na revista Grandes Escolhas” explica o diretor ao mesmo tempo que acrescenta que “não poderíamos ter uma escola de agricultura sem ter um vinho”. Esta é a área mais recente e a novidade para o Vasco Catroga. No seu tempo a escola não tinha vinha e, muito menos, produção de vinho. A construção da adega foi o investimento mais recente

da escola. Noutra das áreas, as frutícolas, João Quinas explica que o pomar da escola é também um laboratório porque tem todo o tipo de árvores de fruto, em linhas. “Ali, aqueles pessegueiros estão prontos para ser arrancados e substituídos. E acrescenta que ainda se fazem umas compotas e uns licores para aproveitamento da fruta. Passamos, de seguida, pelo lagar. Melhor, pelos lagares. É que, diz o diretor, trabalha o de linha, moderno, que pode produzir azeite para a comunidade, mas todos os anos o tradicional (das mós cónicas e das prensas com capachos) é posto a trabalhar. “Pelo menos para os alunos perceberem como funcionava, noutros tempos”. E antes de finalizar esta visita passamos pelo bar. “Aqui era um palheiro” lembra-se Vasco Catroga. Mas é logo corrigido por João Quinas: “Era onde estavam as tulhas (depósitos para a azeitona) do lagar”. Entre um café e mais dois dedos de conversa João Quinas conduz-nos a uma espécie de águas furtadas, através de uns degraus de madeira, recentes, onde está um pequeno tesouro da EPDRA. “Temos aqui a nossa biblioteca/museu. Temos aqui livros sobre a ruralidade e agricultura que nos foram oferecidos por várias pessoas. Quase no final da visita uma passagem pelo ringue desportivo coberto e pela zona da maquinaria. “Ainda têm o Land Rover velhinho?” À pergunta de Vasco Catroga o diretor diz, com sorriso aberto: “Temos e ainda damos umas voltas nele, aqui na quinta. O EF (letras da matrícula) foi o primeiro carro da EPAA. E temos ali uma Renault 4L que também foi das nossas primeiras viaturas”. E depois, é Vasco Catroga que faz a pergunta: “E daqui para a frente?” João Quinas responde com a certeza de quem quer continuar a trilhar um ca-

às vidas destes dois alunos, agora um casal. “Nunca me esquecerei da escola. E a escola está para sempre ligada à minha, às nossas vidas”, diz Vasco Catroga. E quando entra no pavilhão agroalimentar, onde estão os quadros com todas as turmas da escola, tenta localizar a turma B3, a sua, e logo depois a da Fátima. “Ahhh, está aqui”. Tirou o telemóvel do bolso e toca a tirar uma foto que de imediato enviou à mulher. Vasco disse logo que a sua noite iria ser de muita conversa em torno da escola. Da que eles conheceram, há 30 anos, mas seguramente desta atual que durante cerca de duas horas e meia teve oportunidade de percorrer. Muitas diferenças, naturalmente, mas muitas recordações e muitos motivos de conversa em família. Afinal a escola deu-lhes a formação e, afinal, a família.

minho no mundo rural, mas assente na dificuldade das entidades responsáveis em não perceberem que o mundo rural vai muito mais além da agricultura, da pecuária ou dos cavalos. Neste momento a escola tem o curso de Gestão Equina quase cheio, mas nos outros ainda há muitas vagas. “Vamos ver (…) esta é uma escola para o país, não apenas para os alunos que acabam o 9.º ano em Abrantes, ou na região. Para já teremos três ou quatro cursos. Vamos ver se conseguimos mais algum, de qualquer forma o mundo rural tem de ser olhado de outras formas. E aqui temos condições para desenvolver muito mais áreas de ensino. Assim a tutela queira”. Após as despedidas, enquanto voltamos ao portão de entrada da Herdade da Murteira, onde deixámos os carros, Vasco Catroga diz que “esta foi uma visita à memória. Foi um misto de emoções muito grande. Tinha cá estado há pouco tempo, mas não desta forma [até me arrepio todo]. Está tudo muito diferente. Casas aqui? O que é isto? Cercas? Não havia nada. Não tinha nada. Era mato. E fico com pena se não encontrarem alunos para continuar. Há coisas que as palavras não conseguem descrever… [suspiro longo] só vindo cá ver. Mesmo”. A Herdade da Murteira tal como o Vasco a encontrou hoje não tinha quase nada daquilo que conseguiu conquistar ao longo de 30 anos de vida da EPDRA. Era uma propriedade agrícola propriedade da família do médico e benfeitor mourisquense Dr. Santana Maia. Cerca de dois mil alunos ajudaram a construir aquilo que é hoje um enorme laboratório do mundo agrícola e rural. Mas dos tempos do Vasco e de outros “Vascos” que ajudaram a nascer e fazer crescer a “menina EPPA” fica a mensagem da própria escola “CARPENT TUA POMA NEPOTES” ou seja “Os vindouros colherão os teus frutos”.


REGIÃO / Sociedade // TEJO AMBIENTE

Serviços arrancam em junho em Mação, Sardoal e Vila Nova da Barquinha com postos de atendimento // A pouco tempo de se assinalar um ano desde a formalização da Tejo Ambiente, uma empresa intermunicipal na área no abastecimento público de água, saneamento básico e recolha de resíduos sólidos urbanos, chegou a hora de arrancar com os serviços nos concelhos de Mação, Sardoal, Vila Nova da Barquinha e Ferreira do Zêzere. Com data de arranque inicialmente prevista para 1 de janeiro de 2020, apenas dois dos seis concelhos envolvidos conseguiram iniciar os serviços na altura - Ourém e Tomar - tendo os restantes ficado adiados por não terem ainda todas as condições necessárias e também pelos recentes constrangimentos provocados pela pandemia de Covid-19. Terminado o período de transição previsto contratualmente de seis meses, estes municípios dão agora o passo em frente, com o início do funcionamento dos postos de atendimento. Importa assim perceber aquilo com que os munícipes podem contar e quais os objetivos e expectativas para o caminho que agora se inicia. Falámos com o presidente da Assembleia Geral da Tejo Ambiente e também autarca de Mação, Vasco Estrela. “Foi uma aposta que fizemos (…) esperemos que as coisas corram bem. As mudanças criam sempre ruído, nem sempre são bem apreendidos os objetivos dessas mudanças”, diz ao JA. Mas qual é o propósito desta empresa? O autarca admite que é, a seu ver, um “objetivo nobre, no sentido de melhorar o serviço que já prestamos e, mais do que isso, termos capacidade de vermos concretizados uma série de investimentos fundamentais nesta área, nomeadamente em termos do abastecimento de água, que não conseguiríamos fazer se fosse o Município sozinho a ter essa responsabilidade”. O responsável admite haver “ganhos de escala importantes” através da Tejo Ambiente e diz que não haverá prejuízos para as pessoas, mesmo com um aumento de tarifas: “Evidentemente que haverá aumento da tarifa mas já tivemos há cerca de dois anos esse aumento que teve de ser feito e que agora não vai ser tão sentido pelas pessoas. Há também aqui uma responsabilidade de cada um de nós no sentido de tentar poupar o máximo de água possível, pagando assim menos”. No caso de Mação, autarquia dirigida por Vasco Estrela, o au-

/ Luís Albuquerque (Ourém), Anabela Freitas (Tomar), João Ataíde (sec. Estado Ambiente), Miguel Borges (Sardoal), Jacinto Lopes (Ferreira Zêzere), Vasco Estrela (Mação) e Fernando Freire (Barquinha) na formalização da Tejo Ambiente, em julho de 2019

“Entendemos que uma empresa intermunicipal exclusivamente para esta área traga uma maior capacidade (…) de vermos concretizados uma série de investimentos fundamentais” tarca exemplifica as mais-valias que o concelho pode vir a obter com esta adesão. “Não era que as coisas estivessem mal mas chegamos a um ponto onde entendemos que as

mais-valias que podemos vir a obter com esta adesão são consideravelmente superiores às menos-valias que possam vir a ser tidas: nomeadamente, em termos de viaturas da Câmara Municipal de

Mação das recolhas de resíduos sólidos urbanos e da remodelação de redes - onde necessitaríamos de investimento; iluminação dos mais de 40 pontos de captação de água, que é algo perfeitamen-

te impensável e que nos trazia imensos problemas em termos analíticos, de controlo de qualidade da água e manutenção desses mesmos sistemas; e também o aproveitamento daquilo que pode ser feito através da barragem das Corgas e da barragem de Castelo do Bode, onde hoje já há abastecimentos de água ao concelho mas que poderão ser otimizados”. “Tudo isto são investimentos muito pesados que a Câmara Municipal de Mação não tinha possibilidade de os fazer sozinha”, reforça o presidente que destaca ainda a importância de haver uma “gestão mais profissional, cuidada e presente” no que respeita às perdas de água – sendo Mação “um dos concelhos do país com maior número de perdas de água, ou seja, onde existe “mais água que é consumida, desperdiçada, utilizada e que não é faturada”. “Entendemos que uma empresa intermunicipal exclusivamente para esta área traga uma maior capacidade de fazer tudo isso”, assume Vasco Estrela. Na prática, a Tejo Ambiente tem a partir deste mês um posto de atendimento ao público em Mação, tal como acontece em Ferreira do Zêzere, Ourém, Sardoal, Tomar e Vila Nova da Barquinha. Além disto, existe ainda “um espaço cedido no estaleiro da Câmara onde terá a sua pequena oficina e o seu armazém e também um espaço que a Câmara arrendará a uma empresa contratada pela Tejo Ambiente para as recolhas de resíduos sólidos urbanos para a partir daí desenvolver a sua atividade”, conclui o autarca de Mação. Recorde-se que a empresa intermunicipal Tejo Ambiente pretende investir 124 milhões de euros ao longo de 30 anos. Com um capital social de 600 mil euros, as maiores participações são detidas pelos municípios de Tomar e de Ourém (com 35,63% e 32,37%, respetivamente), seguidos de Mação (10,85%), Ferreira do Zêzere (7,94%), Vila Nova da Barquinha (7,63%) e Sardoal (5.58%). Ana Rita Cristóvão

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REGIÃO / Mação Autarquia apela a bom senso no uso de praias fluviais e garante reabertura “a seu tempo e com as devidas condições” Com o início do verão a chegar e com os dias de calor a fazerem-se sentir, muitas são as pessoas que aproveitam já para ir até à praia fluvial dar um mergulho. No entanto, os tempos que vivemos são diferentes e importa ter em mente duas informações: a de que a época balnear ainda não começou e, por isso, não estão ainda em funcionamento os suportes de apoio necessários a banhistas nestes espaços; e, por outro lado, a pandemia de Covid-19 ainda é uma realidade na região do Médio Tejo. No entanto, o comportamento de descontração tem reinado. Exemplo disso tem sido a significativa afluência de banhistas à praia fluvial de Cardigos, em Mação, bem como noutras estruturas semelhantes pelo concelho. Uma situação que preocupa a autarquia, que relembra que as praias fluviais do concelho ainda não estão em condições de receber pessoas. Em declarações ao JA, o presidente do Município de Mação, Vasco Estrela, apela ao bom senso de todos aqueles que se deslocam a estes espaços para que não o façam enquanto ainda estão fechados e

“sem qualquer tipo de segurança”, garantido que “a seu tempo e com as devidas condições”, estas infraestruturas vão reabrir. Com a pandemia de Covid-19 e a inerente necessidade de distanciamento social, Vasco Estrela realça que a experiência de ir a uma praia fluvial tem de ser mais regrada, com novas medidas que permitam usufruir destes espaços em segurança. Nesse sentido, vão ser aplicadas as normas definidas na legislação e seguidas as orientações da Direção Geral de Saúde, nomeadamente no que toca à limitação da lotação das praias fluviais, com “vigilância própria, eventualmente com a colocação de cancelas e limitação de parques de estacionamento”. O autarca maçaense não esconde a preocupação neste âmbito mas admite que nada se conseguirá “se não houver colaboração das pessoas”. “Não podemos pôr nenhum polícia, fiscal da Câmara, vereador ou presidente ao lado de cada uma das pessoas. A cada um de nós compete-nos fazer a nossa parte, sob pena de termos de tomar decisões mais drásticas, como o encerramento de praias ou coisas do género. Coisas

que eu acho que ninguém quer fazer”, acrescentou. Vasco Estrela garantiu ainda que a autarquia está a fazer tudo para que no final do mês de junho – dia 27 - possam abrir “todas as praias fluviais” do concelho: Cardigos, Carvoeiro e Ortiga. Até lá, estão a decorrer trabalhos de melhoramento nestas infraestruturas, bem como de reparação no caso da praia fluvial de Carvoeiro, que foi significativamente danificada em dezembro passado pela passagem da depressão Elsa e que este ano voltou a ser galardoada com Bandeira Azul. De referir ainda que já reabriu o Parque de Campismo, em Ortiga, este ano com novas normas de segurança e limpeza e circuitos definidos. Com uma lotação máxima de cerca de 200 pessoas, este ano o número permitido de campistas vai ter de ser reduzido a dois terços da capacidade total do espaço. Vasco Estrela espera que sejam atingidos os objetivos, que passam por “não haver nenhum problema nem nenhum foco [de Covid-19] no nosso concelho”.

/ Praia Fluvial de Carvoeiro

Ana Rita Cristóvão CARTÓRIO NOTARIAL EM ABRANTES A CARGO DA NOTÁRIA ANDREIA SORAIA MARTINS SILVA Extrato Notarial de Escritura Pública de “Justificação”

/ Praia Fluvial de Cardigos / Praia Fluvial de Ortiga

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_____ Certifico narrativamente, para efeitos de publicação, que por escritura lavrada na presente data a folhas noventa e nove e seguintes, do livro de notas para escrituras diversas número dois, do Cartório Notarial em Abrantes, sito na Avenida 25 de Abril, número duzentos e quarenta e oito, freguesia de União das Freguesias de Abrantes (São Vicente e São João) e Alferrarede, da Notária, Andreia Soraia Martins Silva: ANTÓNIO ÁLVARO DOS SANTOS, NIF 101.154.780, solteiro, maior, natural da freguesia de Souto, concelho de Abrantes, residente na Rua do Vale da Carreira, número 118, Carvalhal, freguesia de Carvalhal, concelho de Abrantes; DECLAROU O OUTORGANTE: --------- Que, é dono e legitimo possuidor com exclusão de outrem, do seguinte prédio, na freguesia de União das Freguesias de Aldeia do Mato e Souto, (anteriormente na extinta freguesia de Souto), concelho de Abrantes e não descrito na Conservatória do Registo Predial de Abrantes: ---------- Rústico, localizado ou denominado Cimo do Vale das Macieiras, composto por pinhal e eucaliptal, com a área de treze mil metros quadrados, a confrontar de norte com Cândido Martins, de sul com António da Conceição Martins, de nascente com Manuel Florindo e de poente com José Miguel Frade Guilherme, inscrito na matriz predial rústica, sob o artigo 12, secção CO, da união, (o qual proveio do artigo 12, secção CO, da extinta freguesia de Souto), com o valor patrimonial para efeitos de IMT de 934,47€, a que atribui igual valor. ------- Que desconhece os artigos rústicos da antiga matriz, do prédio supra identificado. _____ MAIS DECLAROU: ---------- Que, o prédio ora justificado veio à posse dele justificante, em dia e mês que não pode precisar, mas no ano de mil novecentos e noventa, data em que entrou na posse do mesmo, por doação meramente verbal, de seus pais, Arlindo Pedro dos Santos e mulher Maria da Conceição, casados que foram entre si sob o regime da comunhão geral de bens, e residentes que foram na Rua Principal, número 31, em Maxieira, Souto, concelho de Abrantes, os quais por sua vez o haviam adquirido, por compra meramente verbal a João Pedro e mulher Joaquina Maria, casados entre si sob o regime da comunhão geral de bens, residentes que foram na Rua Principal, número 31, Maxieira, Souto, concelho de Abrantes. ---------- Que dada a forma de aquisição não tem título formal que lhe permita requerer o registo a seu favor. ------- Que, assim se encontra, na posse do mencionado prédio, há mais de vinte anos, tendo desde essa data usufruindo do referido imóvel, vedando-o, plantando-o, semeando-o, lavrandoo, cultivando-o, tratando-o, colhendo os respetivos frutos, isto é, gozando de todas as utilidades, direitos e benefícios por ele proporcionadas. -------- Que sempre foi reputado por toda a gente como proprietário do mesmo e sempre se considerou como tal. -------- Que, assim nos termos expostos, a sua posse tem sido, pois exercida ostensivamente perante toda a gente sem oposição de quem quer que seja, continuadamente há mais de vinte anos, sendo por isso uma posse pacífica, continua e pública, e de boa fé, pelo que adquiriu o referido prédio por usucapião, o que invoca para efeitos de primeira inscrição no registo predial. _____ Está conforme o original. _____ Abrantes, 12 de maio de 2020. ______A Notária, Andreia Soraia Martins Silva Conta registada sob o n.º 215


REGIÃO / Mação

Três empresas de cultivo de canábis com pré-licença do Infarmed para se instalarem em Mação Em novembro de 2019 chegou a notícia de que uma empresa canadiana de cultivo e embalamento de cannabis para fins medicinais poderia estar a caminho de Mação, perto da zona industrial de Ortiga. Na altura, a autarquia adiantou que havia também, pelo menos, mais duas empresas interessadas em avançar com projetos nesta área e que decorriam conversações com as autoridades competentes, nomeadamente com o Infarmed. Agora, na reunião do executivo municipal de 27 de maio, Vasco Estrela deu a boa nova: dos vários contactos estabelecidos resultaram “pré-licenças para a instalação dessas empresas, de três delas” no concelho. Na prática, estas licenças são essenciais “para depois se poder iniciar a construção das infraestruturas necessárias”, conforme explicou o presidente do Município de Mação ao JA. “Há já um ano e tal que andamos em conversações no sentido de tentar criar condições para que no concelho se pudessem instalar empresas na área da canábis”, recordou Vasco Estrela. Agora, estas empresas têm seis meses “para concretizar esses investimentos ou parte desses investimentos”, e depois de tudo estar construído falta “a licença final, para poderem começar a laborar”.

Vasco Estrela relembra que estes são investimentos de “alguns milhões de euros geradores também de umas dezenas de postos de trabalho”

Com este sinal de luz verde no horizonte, o autarca assume que agora é preciso “aguardar um pouco”, no sentido de perceber qual o impacto da Covid-19 nos investimentos. Vasco Estrela espera que esta crise “não iniba estes investimentos – supomos que não, pelo menos não temos essa indicação”, diz, sublinhando a importância de a Câmara continuar a dar o acompanhamento

necessário para que esta atração de investimento feito “se concretize, de facto”. Quanto às empresas em si e a todo o processo envolvido, o responsável da autarquia maçaense explica que com duas delas foram criadas condições “de uma forma muito efetiva” por parte do Município, tendo a terceira corrido “em paralelo, não com tanta proximidade por parte da Câmara, mas a

génese veio do mesmo sítio”. Todas elas são na área do “cultivo, armazenamento, embalamento e exportação”, esclarece o presidente do Município de Mação. Uma das empresas é a referida empresa canadiana que se pretende instalar em terrenos próximos da zona industrial de Ortiga. Terrenos esses que são da Junta de Freguesia de Ortiga,

que tem de resto acompanhado o processo, inclusive com a exploração dos contratos para poder ceder os terrenos e com a “ aquisição da antiga fábrica dos postos que existia lá, já está em vias de ser concretizada, precisamente para a instalação da empresa de canábis”. Das outras duas empresas, uma é na zona de entrada de Mação, entre o Rosmaninhal e Casal de Barba Pouca, e a outra ficará na zona próxima das Casas da Ribeira, na Caldeirinha. Estes investimentos são em terrenos privados, isto é, que não são do Município. “Aquilo que agora nós desejamos é que efetivamente estes investimentos se concretizem”, afirma Vasco Estrela que relembra que estes são investimentos de “alguns milhões de euros geradores também de umas dezenas de postos de trabalho”. Ana Rita Cristóvão

Call Center da EMEL funciona 24 horas por dia a partir de Mação Imagine a seguinte situação: está em Lisboa e ficou com o carro bloqueado. Precisa de resolver a situação e liga para a EMEL – Empresa de Mobilidade e Estacionamento de Lisboa. Mas é a partir de Mação que chega a solução, pois é aí que a sua chamada vai ser atendida. Isto porque é no Município maçaense que está instalado, desde há poucas semanas, todo o call center da EMEL a funcionar 24 horas por dia. Portanto, “qualquer pessoa que faça um telefonema para a EMEL a dizer que o carro foi bloqueado ou que uns semáforos estão avariados em Lisboa é atendido em Mação, a chamada vem para aqui”, explica o presidente da autarquia Vasco Estrela. A novidade foi anunciada “com

satisfação e agrado” em reunião do executivo camarário a 27 de maio, onde o presidente da Câmara explicou que este é um “investimento municipal, no Centro de Negócios”. Trata-se de um serviço prestado pela Esteves & Patrício Consulting, Lda., uma empresa sediada em Mação “de dois jovens empresários” a funcionar desde 2018 e que se instalou em escritórios na zona industrial de Lamas. Mas esta empresa - especializada em serviços de contabilidade e consultoria de finanças, gestão estratégica e empreendedorismo e gestão administrativa de recursos humanos e inventários - não é nova nestas lides. Isto porque era já responsável “a nível nacional” por fazer o call

center do ICNF – Instituto de Conservação da Natureza e Florestas, “que dá o parecer e autorizações para as queimadas”, explica Vasco Estrela, que acrescenta ainda que a Esteves & Patrício Consulting, Lda faz também parte do backoffice do Hospital de Santa Maria. No total, entre o call center do ICNF e o da EMEL, atualmente estão “cerca de 16 pessoas a trabalhar em conjunto” a partir de Mação. Em declarações ao JA, o presidente da Câmara Municipal de Mação mostrou-se agradado com este investimento, admitindo que “felizmente, pelo menos nalguns ramos, as coisas estão a correr bem e acho que todos, enquanto Município, nos devemos congratular por isso”. Ana Rita Cristóvão

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REGIÃO / Vila Nova da Barquinha

Espaço empresarial CAIS concluído e com candidaturas abertas A obra resulta da reabilitação de dois edifícios já existentes e que se encontravam em avançado estado de degradação, em pleno centro histórico da vila, no Largo José da Cruz, junto aos Serviços Municipais, da Loja do Cidadão, da Conservatórias de Registo Civil e Predial, e Arquivo Municipal. O novo edifício dispõe de gabinetes de trabalho e espaços de coworking, bem como áreas para os respetivos serviços de apoio, como salas de reunião, de formação e de refeição, serviços administrativos e loja. Está a decorrer o período de candidaturas a esta incubadora dedicada a todos os empreendedores locais e de âmbito nacional e internacional. Os interessados

deverão consultar o regulamento disponível em http://www. cm-vnbarquinha.pt/index.php/pt/ investir/cais-espaco-empresarial, documento que determina a tipologia de candidatos e o processo de apresentação de candidatura, elucida sobre os direitos e deveres das entidades e convenciona as condições gerais de funcionamento, de acesso e de utilização da infraestrutura do CAIS. No portal do município está disponível também a tabela de preços e o formulário de candidatura. O Cais tem como objetivo “criar as condições favoráveis para o crescimento da iniciativa privada no nosso território, com o apoio ao empreendedorismo jovem e contribuição para o reforço do autoem-

prego, designadamente de jovens licenciados e incentivando a criação de microempresas”, avança o Município. Com um custo de cerca de 524 mil euros, este é um dos projetos incluídos no Plano Estratégico de

CARTÓRIO NOTARIAL EM ABRANTES A CARGO DA NOTÁRIA ANDREIA SORAIA MARTINS SILVA Extrato Notarial de Escritura Pública de “Justificação” _____ Certifico narrativamente, para efeitos de publicação, que por escritura lavrada na presente data a folhas noventa e três e seguintes, do livro de notas para escrituras diversas número dois, do Cartório Notarial em Abrantes, sito na Avenida 25 de Abril, número duzentos e quarenta e oito, freguesia de União das Freguesias de Abrantes (São Vicente e São João) e Alferrarede, da Notária, Andreia Soraia Martins Silva: ÁLVARO DA CONCEIÇÃO DOS SANTOS, NIF 160.183.367, natural da freguesia de Souto, concelho de Abrantes, e mulher FRANCELINA ROSA SOARES DOS SANTOS, NIF 160.230.471, natural da freguesia de Souto, concelho de Abrantes, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, residentes na Rua do Carregal, número 60, Carregal, Souto, freguesia de União das Freguesias de Aldeia do Mato e Souto, concelho de Abrantes; DECLARARAM OS OUTORGANTES: Que, com exclusão de outrem, são donos e legítimos possuidores, dos seguintes prédios, todos na freguesia de União das Freguesias de Aldeia do Mato e Souto, (anteriormente na extinta freguesia de Souto), concelho de Abrantes e não descritos na Conservatória do Registo Predial de Abrantes: ---------- UM) Rústico, localizado ou denominado Rachão, composto por cultura arvense, cultura arvense de regadio, citrinos, figueiras e oliveiras, com a área de oitocentos e quarenta metros quadrados, a confrontar de norte com Herdeiros de Rosária Maria, de sul com Ribeira, de nascente com Herdeiros de José Luis dos Santos e de poente com Herdeiros de Luis Pedro Barquinha, inscrito na matriz predial rústica, sob o artigo 181, secção CI, da união, (o qual proveio do artigo 181, secção CI, da extinta freguesia de Souto), com o valor patrimonial para efeitos de IMT de 10,75€, a que atribuem igual valor. ---------- DOIS) Rústico, localizado ou denominado Carregal, composto por pinhal, cultura arvense, cerejeiras e oliveiras, com a área de mil duzentos e quarenta metros quadrados, a confrontar de norte com Herdeiros de Francisco Pimenta, de sul com herdeiros Francisco Jacinto, de nascente com Herdeiros de José Pires Baeta e de poente com Herdeiros de José Álvaro dos Santos, inscrito na matriz predial rústica, sob o artigo 3, secção CR, da união, (o qual proveio do artigo 3, secção CR, da extinta freguesia de Souto), com o valor patrimonial para efeitos de IMT de 5,93€, a que atribuem igual valor. ---------- TRÊS) Rústico, localizado ou denominado Vale da Serva, composto por pinhal, com a área de cinco mil e quatrocentos metros quadrados, a confrontar de norte com Francisco Maria Jacinto, de sul com Ribeira, de nascente com Herdeiros de Mário Pedro e de poente com Herdeiros de Manuel Pedro Júnior, inscrito na matriz predial rústica, sob o artigo 31, secção CL, da união, (o qual proveio do artigo 31, secção CL, da extinta freguesia de Souto), com o valor patrimonial para efeitos de IMT de 14,60€, a que atribui igual valor. ------- Que desconhecem os artigos rústicos da antiga matriz, dos prédios supra identificados. ---------- Que, os prédios ora justificados vieram à posse deles justificantes no ano de mil novecentos e noventa, em dia e mês que não podem precisar, data em que entraram na posse dos mesmos, por doação meramente verbal, feita pelos pais do primeiro outorgante marido, Arlindo Pedro dos Santos e mulher Maria da Conceição, casados que foram entre si sob o regime da comunhão geral de bens, e residentes que foram na Rua Principal, número 31, em Maxieira, Souto, concelho de Abrantes, os quais por sua vez o haviam adquirido, por compra meramente verbal a João Pedro e mulher Joaquina Maria, casados entre si sob o regime da comunhão geral de bens, residentes que foram na Rua Principal, número 31, Maxieira, Souto, concelho de Abrantes. ---------- Que dada a forma de aquisição não têm título formal que lhes permita requerer o registo a seu favor. ------- Que, assim os justificantes se encontram, na posse dos mencionados prédios, há mais de vinte anos, tendo desde essa data usufruindo dos referidos imóveis, vedando-os, plantando-os, semeando-os, lavrando-os, cultivando-os, tratando-os, colhendo os respetivos frutos, isto é, gozando de todas as utilidades, direitos e benefícios por eles proporcionadas. -------- Que sempre foram reputados por toda a gente como proprietários dos mesmos e sempre se consideraram como tal. -------- Que, assim, nos termos expostos, a sua posse tem sido, pois exercida ostensivamente perante toda a gente sem oposição de quem quer que seja, continuadamente há mais de vinte anos, sendo por isso uma posse pacífica, continua e pública, e de boa fé, pelo que adquiriram os referidos prédios por usucapião, o que invocam para efeitos de primeira inscrição no registo predial. _____ Está conforme o original. _____ Abrantes, 12 de maio de 2020. ______A Notária, Andreia Soraia Martins Silva Conta registada sob o n.º 211

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Desenvolvimento Urbano de Vila Nova da Barquinha (PARU), implementado com cofinanciamento do Programa Operacional Regional do Centro, no âmbito do Portugal 2020. Mais informações podem ser

obtidas contactando o Gabinete de Apoio e Desenvolvimento ao Empreendedorismo Local do Município de Vila Nova da Barquinha (GADEL), através dos telefones 249720350 e ou 964378133, ou do e-mail gadel@cm-vnbarquinha.pt.

CARTÓRIO NOTARIAL EM ABRANTES A CARGO DA NOTÁRIA ANDREIA SORAIA MARTINS SILVA Extrato Notarial de Escritura Pública de “Justificação” _____ Certifico narrativamente, para efeitos de publicação, que por escritura lavrada na presente data a folhas noventa e seguintes, do livro de notas para escrituras diversas número dois, do Cartório Notarial em Abrantes, sito na Avenida 25 de Abril, número duzentos e quarenta e oito, freguesia de União das Freguesias de Abrantes (São Vicente e São João) e Alferrarede, da Notária, Andreia Soraia Martins Silva: LAURA DA CONCEIÇÃO DOS SANTOS PEDRO, NIF 110.345.886, viúva, natural da freguesia de Souto, concelho de Abrantes, residente na Rua Principal, número 301, Maxieira, freguesia de União das Freguesias de Aldeia do Mato e Souto, concelho de Abrantes; DECLAROU A OUTORGANTE: --------- Que, é dona e legitima possuidora com exclusão de outrem, dos seguintes prédios, ambos na freguesia de União das Freguesias de Aldeia do Mato e Souto, (anteriormente na extinta freguesia de Souto), concelho de Abrantes e não descritos na Conservatória do Registo Predial de Abrantes: -- UM) Rústico, localizado ou denominado Rachão, composto por cultura arvense de regadio, macieiras, cultura arvense e oliveiras, com a área de quatrocentos e quarenta metros quadrados, a confrontar de norte com Estrada pública, de sul com Ricardo António, de nascente com Herdeiros de Basílio António e de poente com Herdeiros de João Pimenta, inscrito na matriz predial rústica, sob o artigo 189, secção CI, da União, (o qual proveio do artigo 189, secção CI, da extinta freguesia de Souto), com o valor patrimonial para efeitos de IMT de 87,20€, a que atribui igual valor. --DOIS) Rústico, localizado ou denominado Covão do Rachão, composto por cultura arvense, oliveiras e pinhal, com a área de três mil duzentos metros quadrados, a confrontar de norte com Herdeiros de António do Carmo Soares, de sul com Herdeiros de Joaquim Soares Machado, de nascente com Estrada pública e de poente com Ribeira, inscrito na matriz predial rústica, sob o artigo 138, secção CI, da União, (o qual proveio do artigo 138, secção CI, da extinta freguesia de Souto), com o valor patrimonial para efeitos de IMT de 195,33€, a que atribui igual valor. ------- Que desconhece os artigos rústicos da antiga matriz, dos prédios supra identificados. ----- Que, os prédios supra identificados, e ora justificados vieram à posse dela justificante, em dia e mês que não pode precisar, mas no ano de mil novecentos e setenta, data em que entrou na posse dos mesmos, ainda no estado de solteira, tendo casado posteriormente com Franklim da Conceição Pedro, sob o regime da comunhão de adquiridos, de quem é atualmente viúva, por doação meramente verbal, de seus pais, Arlindo Pedro dos Santos e mulher Maria da Conceição, casados que foram entre si sob o regime da comunhão geral de bens, e residentes que foram na Rua Principal, número 31, em Maxieira, Souto, os quais por sua vez os haviam adquirido, respetivamente o prédio identificado em UM) por compra meramente verbal a José Álvaro dos Santos casado com Beatriz da Conceição, no regime da comunhão geral de bens, residentes que foram na Rua Principal S/n, Maxieira, Souto, e o prédio identificado em DOIS) por compra meramente verbal a Maria Rosa, viúva e Álvaro Pires Baeta casado com Alice Maria Valentim, no regime da comunhão geral, residentes na Ribeira da Brunheta, Souto. ---------- Que dada a forma de aquisição não tem título formal que lhe permita requerer o registo a seu favor. ------- Que, assim se encontra, na posse dos mencionados prédios, há mais de vinte anos, tendo desde essa data, usufruindo dos referidos imóveis, vedando-os, plantando-os, semeandoos, lavrando-os, cultivando-os, tratando-os, colhendo os respetivos frutos, isto é, gozando de todas as utilidades, direitos e benefícios por eles proporcionadas. -------- Que sempre foi reputado por toda a gente como proprietária dos mesmos e sempre se considerou como tal. -------- Que, assim nos termos expostos, a sua posse tem sido, pois exercida ostensivamente perante toda a gente sem oposição de quem quer que seja, continuadamente há mais de vinte anos, sendo por isso uma posse pacífica, continua e pública, e de boa fé, pelo que adquiriu os referidos prédios por usucapião, o que invoca para efeitos de primeira inscrição no registo predial. _____ Está conforme o original. _____ Abrantes, 12 de maio de 2020. ______A Notária, Andreia Soraia Martins Silva Conta registada sob o n.º 209


REGIÃO / Constância

Assembleia aprova alteração aos Estatutos da Casa-Memória de Camões A Assembleia Municipal de Constância aprovou, por maioria, a proposta de alteração de estatutos da Associação Casa Memória de Camões. A votação contou com abstenção da deputada Carmen Silva (MIC - Movimento Independentes por Constância) e do deputado Joaquim Santos (CDU). Em reunião do Executivo de 23 de abril, a Câmara Municipal já tinha aprovado a proposta, com a abstenção das vereadoras da CDU. Agora, em sessão de Assembleia Municipal de dia 15 de maio, a proposta voltou a ser aprovada, mas com algumas críticas por parte da bancada comunista que aprovou a medida, com uma abstenção, mas apresentando uma declaração de voto. Rui Ferreira, líder do grupo da CDU na Assembleia, leu a declaração, ressalvando que “em respeito pela decisão da Direção da Associação Casa Memória de Camões, votam favoravelmente a alteração aos Estatutos”. No entanto, afirmou, que a Associação Casa-Memória de Camões “não é uma associação idêntica a tantas outras existentes no concelho. Esta é uma Instituição única. Por ser assim, existem certamente outras formas legais de apoiar esta entidade única no país que desenvolve a atividade de divulgar a obra do maior Poeta Português sem ter o peso determinante do município na sua gestão. A existência de cidadãos disponíveis para de forma gratuita gerirem esta e outras instituições apenas enriquece o concelho, e o país enquanto coletivo, e retira encargos substanciais ao erário público. Como é notório consideramos não ser benéfica para a Associação e para o Município a alteração dos Esta-

/ Assembleia Municipal aprova alteração de Estatutos da Associação Casa-Memória de Camões tutos em causa, e acreditando na pressão motivada pela urgência do pagamento do salário à funcionária do Jardim Horto, os eleitos da CDU em respeito pela decisão da Direção da Associação Casa Memória de Camões votam favoravelmente a alteração aos Estatutos”. Sérgio Oliveira, presidente da Câmara Municipal, em resposta, disse que o Executivo estudou “todas as soluções possíveis para ultrapassar essa questão. E a única solução encontrada foi a de a Câmara reforçar a posição que tem na Casa-Memória de Camões, ou seja, à semelhança do que já acontece com o Centro de Ciência Viva, ter a possibilidade de designar dois elementos para o Conselho Fiscal e de, em matérias de relevante importância para a vida da Associação, (…) ser sempre necessário ter o voto favorável da Câmara Municipal”.

O autarca afirmou que “todos nós temos que ter consciência que no relatório da IGF- Inspeção-Geral de Finanças é dito que, atendendo aos diminutos valores que estão em questão, não foi levantado nenhum processo por responsabilidade financeira”. Mas se isso acontecesse, Sérgio Oliveira lembrou que “nesta reunião, onde eu estou incluído, havia algumas pessoas que teriam que devolver à Câmara Municipal, do seu património pessoal, os valores transferidos para a Associação Casa-Memória de Camões”. Sérgio Oliveira já tinha explicado ao Jornal de Abrantes, após a reunião de Câmara de dia 23 de abril que a alteração se prendeu com o facto de “depois de um trabalho realizado entre a Câmara Municipal e a Associação da Casa-Memória de Camões, e na sequência da remessa dos contratos-programa que temos com a Associação e a

Câmara Municipal aprova apoio ao Agrupamento de Escolas para fazer face a despesas com Covid-19 A Câmara Municipal de Constância, em reunião por videoconferência no dia 21 de maio, aprovou por unanimidade a atribuição de um apoio ao Agrupamento de Escolas de Constância para fazer face a despesas no âmbito da Covid-19. Em declarações ao Jornal de Abrantes, o presidente da autarquia, Sérgio Oliveira, explicou que este apoio pretende ajudar o Agrupamento no que diz respeito a “despesas com higienização e compra de produtos de limpeza”, uma vez que, fruto da Covid-19,

houve um “acréscimo significativo” de despesa por parte do Agrupamento. Assim, como o apoio que a Câmara Municipal transferiu no

início do ano letivo “não é suficiente”, conforme disse o autarca, foi agora feito este reforço na ordem dos 2000€ “para que a escola consiga comprar mais produtos de higiene e limpeza, quer para os centros escolares quer para escola básica”. Recorde-se que o Agrupamento de Escolas de Constância é constituído pelos Centros Escolares de Constância, Montalvo e Santa Margarida da Coutada e pela Escola Básica e Secundária Luís de Camões. Ana Rita Cristóvão

análise que foi feita pela Inspeção Geral de Finanças, a mesma considerou que só com algum reforço de dominância da Câmara sobre a Associação é que as despesas e o apoio que a Câmara dá tinham enquadramento legal”. A decisão pretende então “desbloquear as transferências sem colocar em risco o atual Executivo que aprovou o contrato-programa que atualmente existe com a Associação”. É que este processo teve início em 2013, quando uma denúncia foi efetuada, visando a forma como a Câmara Municipal tinha celebrado os contratos-programa quer com a Associação Casa-Memória de Camões, quer com a Associação Centro de Ciência Viva. Se a questão ficou resolvida no que diz respeito à primeira, um relatório recebido em março, dava conta que a IGF considerava que “os montantes que a Câmara Municipal de Constância tem transferido para a associação não têm enquadramento legal porque a Câmara não tem uma posição dominante sobre a instituição”. Após conhecido este relatório, Sérgio Oliveira decidiu que a Câmara não iria à transferência de 16 mil euros, relativos à primeira tranche do apoio que é dado anualmente à associação. O autarca explicou que, “internamente, fomos procurar uma solução, transmitida ao presidente da direção da Associação Casa-Memória, para desbloquear esta situação”. O valor em causa é “fundamental para pagar o salário à funcionária que está na portaria e que trata do Jardim-Horto de Camões”. Na Assembleia Municipal, o presidente António Luís Mendes deu conta de duas correspondências

de munícipes que se mostraram desagradados com o ponto inserido na Ordem de Trabalhos de uma sessão que se realizaria por videoconferência, sem hipótese de intervenção do público. Um dos munícipes defendia que a alteração de Estatutos só poderia ser efetuada pelos sócios da Associação Casa-Memória de Camões, enquanto que outro assumia que se devia esperar mais um tempo. Rui Ferreira voltou depois a mostrar “todas as dúvidas de que não existe uma saída legal para o apoio à Associação sem esta alteração de Estatutos”, acusando de que “não foi feita uma informação por outras câmaras que têm situações análogas”. O deputado da CDU questionou ainda se esta alteração não iria atrasar o pagamento por parte da Câmara Municipal à Associação, devido “à urgência de dinheiro para pagar a uma funcionária”. Sérgio Oliveira respondeu ao deputado, lembrando que “em 2013/1014 quem tinha a responsabilidade de gerir a Câmara Municipal era a CDU e se tivesse sido encontrada uma solução nessa altura, que o senhor deputado diz que existe mas não diz qual é, talvez o assunto estivesse resolvido”. No entanto, o presidente da Câmara afirmou não querer entrar nesse campo pois “não seria uma crítica política à bancada da CDU mas uma crítica implícita aos trabalhadores da Autarquia que estudaram na altura a solução, conforme estudaram as possíveis soluções agora”. No final, apenas dois deputados optaram pela abstenção, tendo a proposta sido aprovada por maioria. Patrícia Seixas

CARTÓRIO NOTARIAL DE PEDRO RAMALHO Avenida João de Deus, Edifício Wagner, Loja C 2070-011 Cartaxo Tel. 243.799.132 – Fax. 243.799.135 – pedro.pires@notarios.pt EXTRACTO Certifico narrativamente, para efeitos de publicação, que hoje foi exarada neste cartório, a folhas 132 e seguintes do livro de notas para escrituras diversas n.º 151-A, uma escritura de justificação, na qual Duarte Manuel Serra Dias Barracas e mulher Maria Manuel Mineiro Aires Dias Barracas, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, residentes na Rua Professor Prado Coelho, número 22, 3.º andar D, em Lisboa, declararam serem donos e plenos possuidores, com exclusão de outrem, do prédio urbano composto por casa de rés-do-chão destinada a habitação, com uma dependência e quintal, sito no Alto da Boa Vista, no lugar e freguesia do Tramagal, concelho de Abrantes, inscrito na respectiva matriz predial urbana sob o artigo 1819 e descrito na Conservatória do Registo Predial de Abrantes sob o número mil seiscentos e setenta e cinco da referida freguesia, com a inscrição de aquisição registada a favor de Nataniel Grácio Damas Mineiro, casado sob o regime da comunhão geral com Alcina Neves Morgado, pela ap. n.º 3 de 19 de Dezembro de 1989. Que justificaram a propriedade do referido imóvel invocando a usucapião como causa de aquisição, dado a duração da sua posse se tem mantido continuadamente e de forma ininterrupta há mais de vinte anos, em nome próprio, de forma contínua, pública, pacífica e de boa fé. Está conforme o original, na parte a que me reporto. Cartaxo, Cartório Notarial, aos 28 de Maio de 2020. Conta registada sob o n.º 959/2020 O Notário, Pedro Jorge Ramalho Gonçalves Pires

Junho 2020 / JORNAL DE ABRANTES

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DESPORTO /

PROJETO ROTAS DE MAÇÃO 1 – INTRODUÇÃO Iremos dar início a um conjunto de crónicas mensais, onde se pretende dar a conhecer o Projeto e tudo aquilo que gira em seu redor. Nascido em julho de 2018, durante um Evento de Geocaching em Ortiga, o principal objetivo é a dinamização do turismo de natureza no concelho de Mação com criação de valor para todos. Durante de 9 meses, um conjunto de cerca de 40 voluntários percorreu o concelho a pé, para conseguir aferir da viabilidade da realização deste Projeto. Em Maio de 2019, no Auditório Elvino Pereira, a apresentação publica foi efetuada, perante as Entidades Oficiais (CM-Mação e Juntas/União de Freguesias). Foram transmitidas as linhas gerais do Projeto, onde se assumiu que o mesmo seria viável, existindo duas condições que teriam de ser escrupulosamente cumpridas, sob pena de não valer a pena o esforço: - Não existir “politiquices; - Todo o território do Concelho estar representado por Percursos Pedestres ou outros eventos. Foi assumido por todos essa missão. A partir desse dia, ficou escrito na “pedra” esse objetivo. 2 – PROTOCOLO Em Outubro de 2019, foi oficializado o Projeto com a assinatura de um Protocolo entre Partes, ligando entre si cerca de 40 Entidades do Concelho de Mação entre as quais a CM-Mação, todas as Juntas de Freguesia/União das Freguesias, 30 Associações locais, GNR Mação, Bombeiros Voluntários Mação, Agrupamento Escolas de Mação e cerca de 40 Voluntários, filhos do Concelho, residentes no concelho e outros espalhados por Portugal inteiro. O objetivo do Protocolo é definir para futuro as Responsabilidades de cada parte. 3 – PERCURSOS PEDESTRES Sendo a força motriz de tudo, estão previstos 15 Percursos Pedestres em todo o concelho. Nesta primeira fase, já se encontram de fase de trabalhos, visando a homologação os seguintes: PR1-MAC-ROTA DO CABEÇO DA CRUZ (Homologado) PR2-MAC-ROTA DO BREJO E BANDO DOS SANTOS PR3-MAC-ROTA DO CARVOEIRO PR4-MAC-ROTA DA ORTIGA SUL P R 5 - M AC - R O TA DA Q U E I XOPERRA 4 – GEOSSITIOS Sendo a Geologia, algo muito caro aos Maçaenses, não poderia esta ficar de fora do Projeto.

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Após a contratação pela CM-Mação do Prof. José Romão, reputado Geólogo Nacional, Professor integrante do LNEG-Lisboa, foram criadas equipas de trabalho e percorridos todos os primeiros 4 percursos previstos. Foram identificados cerca de 50 locais com potencial, sendo escolhidos 22. De destacar o GEOSSITO OSSO MORENA, em Ortiga, onde se localizam as Rochas mais antigas de todo o Centro de Portugal, com aproximadamente 600 milhões de anos, segundo relatório final. 5 – GEOCACHING Sendo um dos principais jogos de natureza, esta atividade aqui vai ter a sua aplicação. Diversos elementos do Staff das ROTAS, são Geocachers, o que permite aportar a sua experiência e aplicar a mesma ao projeto. Está já em curso um contato com Geocachers de todo o País para regressarem a Mação para uma visita às novas Caches. Para lá das cerca de 100 Caches existentes no concelho, irão ser criados 3 circuitos, integrados nos Percursos Pedestres: - Caches Tradicionais - Caches MULTI - EarthCaches 6 – SER SISTEMA DE EMERGENCIA E RESGATE

JORNAL DE ABRANTES / Junho 2020

Inovador e único a nível nacional. O Sistema de Socorro dos Percursos Pedestres das ROTAS, é único em Portugal. Criado e desenvolvidos pelos elementos das ROTAS, possui um conjunto de Balizas de Socorro distribuídas pelos Percursos, distanciadas cerca de 2 quilómetros entre si. Todos os elementos físicos (Placas, postes, Balizas, etc) estão numerados. Assim, cada Baliza tem um número próprio. Em caso de emergência o Turista só tem que se dirigir para a baliza, ligar o 112 e transmitir ao operador de emergência o número desta. Foi elaborado um plano de emergência, com a localização geográfica de cada uma delas no terreno, com a marcação de coordenadas GPS, sendo este plano fornecido à GNR e Bombeiros de Mação, que em caso de sinistro e olhando para a localização da Baliza, se dirigem mais rapidamente para prestar socorro. Igualmente está a ser desenvolvida uma APP ROTAS DE MAÇÃO MOBILE, que será descarregado do PORTAL, e que permitirá ao turista percorrer através de GPS todo o Percurso. Caso exista uma emergência, a Aplicação possui um “Botão” SOS, que transmite a

posição exata do turista. Para descarregar a Aplicação e existir um rastreio, o turista tem de efetuar o Log in e autorizar o equipa de Back Office (CM-Mação) a seguir o seu trajeto ON LINE. Quando for permitido, irá ser efetuado um simulacro de teste. Sendo criado em sintonia com a Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal, a mesma já se mostrou interessada em visitar Mação para fazer deste sistema PILOTO NACIONAL e direcionar formações de Guias de Montanha para Mação. 7 – MY PASSPORT ROTAS DE MAÇÃO Outra das inovações que o projeto tem. Sendo o principal objetivo a criação de Roteiros Turísticos, para permitir a todos os que nos visitam, a descoberta dos pontos mais interessantes do Concelho, com a criação de ROTAS TEMÁTICAS, preparadas para pessoas com mobilidade reduzida, com a indicação dos locais que podem ser visitados por estas. O1 Percursos da Água 02 Percursos dos Ofícios 03 Percursos das Fontes e Nascentes 04 Percursos da Geologia 05 Percursos das Aldeias 06 Percursos das Escola e Associações 07 Percursos das Obras de Arte, Edifícios e Construções Religiosa 08 Percursos das Paisagens 09 Percursos da História e Pré-História 10 Percursos de Geocaching BEST OFF 50 – Reúne os 50 locais mais incríveis do concelho. Está a ser construído, envolvendo os Empresários da Restauração e Alojamentos de Mação. Igualmente o povo de Mação será chamado para o Projeto. Pretende-se que cada local tenha uma foto tirada por alguém, que terá os créditos da mesma e sendo esta colocada no PORTAL TURISTICO com o seu nome. 8 – PORTAL TURISTICO Após concurso publico lançado pela CM-Mação, encontra-se em desenvolvimento a criação de um Portal Informático de Apoio ao Projeto. Principais temas apresentados HOMEPAGE EXPLORAR •Rotas de Mação: Percursos •Passaporte •Geocaching APRENDER •Programas Educativos •Projectos Educativos •Formação

•Sensibilização CONHECER •Território •O que visitar •Onde Comer •Onde Ficar •Associações Locais •Agenda DESPORTO E LAZER •Percursos Pedestres •Praias Fluviais e Piscinas •Termalismo •Escalada •BTT •Tiro PLANEAR •Como chegar •Mapa interativo •Favoritos •Contactos úteis 9 – PARCERIAS Foram estabelecidas diversas parcerias, visando a abrangência dos temas. - Agrupamento de Escolas Verde Horizonte – Mação, com o objetivo do desenvolvimento de programas e projetos educativos INDOOR e OUTDOOR com os alunos das turmas de Mação. Pretende-se criar nas crianças e jovens, o gosto pela aventura e pela natureza. - ITM – Instituto Terra e Memória, visa o aproveitamento de sinergias entre Partes, com a visibilidade dos Trabalhos Nacionais e Internacionais realizados por Este (ITM) e a canalização dos diversos Estudantes de Mestrado (Nacionais e Internacionais), para a exploração do Território, sobretudo o Vale de Arte Rupestre do Ocreza. - Comunidade Ares do Pinhal, pretende-se a criação de programas OUTDOOR, para os residentes desta Comunidade em comunhão com a natureza. 10 – REGISTO MARCA E DOMINIO Marca Registada no Instituto Nacional da Propriedade Intelectual (INPI) nº 630255 Domínio registado: WWW.ROTASDEMACAO.PT Proprietário: Município de Mação Como sempre dissemos, temos o maior respeito por projetos semelhantes que seguiram outros rumos, que foram feitos de outra maneira. Estamos abertos a parcerias com outros Municípios. Pretendemos encerrar absurdas “guerras” territoriais antigas, que só levam ao desgaste inútil e sem fim. Vivemos tempos estranhos, todos Nós. Só unidos chegaremos mais longe. MAÇÃO.MAIS QUE UM DESTINO. UMA ORIGEM. por Leonel Mourato


DESPORTO /

Entrada do Covid-19 retira equipas de campo Terminaram da forma que ninguém queria os campeonatos distritais geridos pela Associação de Futebol de Santarém. Acreditamos que o desejo de cada equipa que se apresenta à competição no início de cada época, é o de saber, fruto do seu valor e trabalho, o que conquista ou perde no fim de toda a calendarização prevista. O Covid-19 trouxe em 2020 o cancelamento da época desportiva, deixando nos seguidores do futebol distrital a sensação de que quando iriam começar a degustar o melhor da refeição, alguém aparece e leva o prato da mesa. Na 1ª Divisão Distrital, se as contas ao nível do título distrital pareciam estar decididas, já no que diz respeito à Taça do Ribatejo e ao prémio de consolação – 2º lugar – as coisas pareciam diferentes. No Campeonato, com 9 jogos por disputar, os 10 pontos de avanço que o União de Almeirim detinha para o primeiro perseguidor, o rival Fazendense, e o calendário que lhe restava, dava para prever que mais jornada menos jornada a questão do título ficaria arrumada. Fica assim a animação deste campeonato para a luta pela segunda posição, que daria acesso às eliminatórias da Taça de Portugal e, para a luta pela manutenção. Para o segundo lugar, quatro equipas se perfilavam para atingir esse desiderato, estando o surpreendente Fazendense, à data da interrupção da prova, em vantagem, embora mínima, sobre o Coruchense. Ligeiramente mais atrás, com três pontos a menos que os fazendenses, mas com todas as hipóteses intactas, surgia a sensação do campeonato, o Abrantes e Benfica, que procurava assim, uma participação inédita na prova rainha do futebol português, perseguido a três pontos pelo União de Tomar. Diga-se que por esta altura do campeonato, esperava-se que tanto coruchenses como nabantinos somassem

mais pontos, estando mais perto do primeiro lugar. Não incluímos nesta luta a equipa da AD Mação. Embora matematicamente fosse possível, as conjugações de resultados para que isso acontecesse eram tantas, que tornava a missão quase impossível, muito por culpa do inesperado mau arranque de época. No extremo de baixo da tabela classificativa, a Casa do Povo do Pego lutava bravamente para conquistar a manutenção. Contudo, a reta final do campeonato adivinhava-se difícil para os pegachos, pois o número reduzido de atletas, um calendário nada fácil e notícias pouco agradáveis do Campeonato de Portugal (classificação do U. Santarém), deixavam transparecer que só um milagre faria a permanência acontecer. Em suma, até à 21ª jornada,

pode concluir-se que o Abrantes e Benfica fez uma campanha sensacional. Equipa jovem, formada por elementos que há muito fazem parte “da casa”, entenda-se União Abrantina e Abrantes e Benfica, recrutando aqui e acolá, valores também formados nos encarnados de Abrantes ou no concelho. Um esquema de jogo muito bem montado pelo treinador Paulo Seninho, construído a partir de trás, privilegiando a solidez, que quando em vantagem e quando não era obrigada a tomar a iniciativa se sentia como peixe na água. O plantel não era muito extenso, sendo também patente a diferença de valor entre elementos, razão pela qual, na nossa opinião, quando em determinada fase da época apareceram castigos, lesões e impedimentos, as coisas foram menos tranquilas,

mas deixou os adeptos em suspenso, a pensar que com alguns ajustes e compensação de uma ou duas posições, poderão ter uma equipa com motivos para ser ainda mais ambiciosa. A Associação Desportiva de Mação, apresentava-se na competição com a ambição de quem tinha vindo do nacional. Teria de ser uma ADM quase perfeita para poder ambicionar a novo título, mas quando nas oito primeiras jornadas (cinco em casa), ou seja, em 24 pontos possíveis, apenas conquista 10, ficou patente que seria uma ADM a jogar para outros objetivos. A substituição de Nando Costa por Mazo, após a 6ª jornada, não deu logo os frutos desejados, mas com as semanas de trabalho, o futebol maçaense foi melhorando e os resultados começaram a aparecer.

Ilustrativo disso mesmo, o facto de da 8ª jornada para a 16ª, a ADM ter mudado o seu registo entre golos marcados e sofridos, de 8-9 para 29-18. Pode considerar-se que a equipa de Mação vinha em crescendo, não podendo ser colocado de parte uma possível classificação dentro do top 5 do campeonato. Época marcada por semanas de altos e baixos, que pode ser aproveitada pela experiente estrutura diretiva da ADM, para fazer a renovação de alguma parte do plantel. Por fim, relativamente à Casa do Povo do Pego, algum atraso na preparação inicial da época e na definição do plantel, mostravam que as coisas não iam ser fáceis. Ainda assim, o corpo diretivo pegacho conseguiu dotar o clube de um grupo competitivo e capaz de lutar pela manutenção. Contudo, um mau arranque, com os primeiros pontos a aparecerem apenas à sexta jornada, conjugado com alguma turbulência, levaram a que os pegachos se instalassem na cauda da classificação, de onde, quando lá caído, é preciso grande empenho, trabalho e alguma sorte para sair. A troca Miguel Marques por Nuno Bernardo não se traduziu em grandes ganhos pontuais, ambos conquistaram 3 pontos. Mesmo assim a Direção pegacha não desistiu de conseguir a manutenção e, após a saída de Nuno Bernardo, chamou Renato Dias para conduzir a equipa a esse objetivo, mas como escrevemos acima, o número reduzido de atletas, um calendário nada fácil e notícias pouco agradáveis do Campeonato de Portugal, faziam essa tarefa parecer hercúlea. Finalizamos esta análise ao que foi - a possível - 1ª Divisão Distrital com alguns números que nos parecem ilustrar o espírito positivo das equipas e a competitividade da prova. Foram disputados até à data do cancelamento 168 jogos, registando-se apenas 17 empates. Foram marcados 500 golos, numa média de 2,98 golos por jogo e onde apenas 3 equipas apresentavam média inferior a 1 golo por jogo. Deixamos a questão. Será que o alargamento previsto para a próxima época será benéfico para manter estes e outros bons indicadores? Ricardo Beirão

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Junho 2020 / JORNAL DE ABRANTES

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REGIÃO / Vila de Rei Antigo quartel da GNR vai funcionar como residência de estudantes O edifício do antigo Quartel da GNR de Vila de Rei está a ser alvo de obras de remodelação e adaptação, de forma a ser transformado numa nova Residência de Estudantes. Depois de ter igualmente funcionado como sede do CLDS 3G de Vila de Rei, o edifício vai agora ser novamente readaptado, de forma a “dar as melhores condições possíveis a alunos que frequentam o Ensino Secundário no Agrupamento de Escolas de Vila de Rei”, conforme explica a autarquia vilarregense em nota de imprensa.

Uma interveção que vai permitir, diz o presidente do Município, Ricardo Aires, “dar melhores condições aos alunos que frequentam o Ensino Secundário em Vila de Rei e, ao mesmo tempo, a aproveitar

da melhor forma um edifício com bastantes potencialidades e a dinamizar e dar mais vida ao centro histórico da sede de concelho”. “Com esta nova infraestrutura, esperamos também poder atrair mais alunos a poderem prosseguir os seus estudos em Vila de Rei”, acrescenta ainda o autarca. Os trabalhos, que estão a ser desenvolvidos por funcionários do Município, incluem a criação de camaratas masculina e feminina, salas de estudo, cozinhas e instalações sanitárias, podendo albergar um total de 25 estudantes.

Edifício do Hotel Vila de Rei para venda por ajuste direto O executivo Municipal de Vila de Rei deliberou, após duas Hastas Públicas desertas, proceder, por ajuste direto, à venda do edifício do Hotel Vila de Rei***, composto por três pisos, 17 quartos, possibilidade de ampliação e com uma área de implementação de 1080 m2. Informa assim a autarquia que nesta primeira fase, os interessados deverão apresentar uma manifestação de interesse por escrito, em carta fechada, com a indicação “Venda do edifício do Hotel Vila de Rei” e a identificação do concorrente até ao dia 30 de junho com os seguintes elementos: dados pessoais ou da empresa (pessoa singular ou coletiva – identificação civil, comercial, fiscal, morada e contatos) e plano de negócios (informação sobre o investimento previsto para a aquisição e beneficiação, recursos humanos, possíveis inovações a introduzir, rentabilidade e prazo). Explica o Município que está em

vigor um contrato de cessão de exploração válido até 28 de março de 2023, que o proprietário do imóvel será obrigado a manter a atividade de hotelaria e restauração até ao final do ano de 2030 e que a venda inclui apenas o edifício e os equipamentos presentes na cozinha (e que fazem parte da listagem do Município disponível em www. cm-viladerei.pt).

Lojas no edifício Rainha Santa Isabel para arrendamento em Hasta Pública O Município de Vila de Rei procedeu à abertura de Hasta Pública com vista ao arrendamento de quatro lojas situadas no edifício Rainha Santa Isabel, onde, até há pouco tempo, funcionavam as instalações do Ninho de Empresas e do Gabinete de Inserção Profissional. No total são quatro lojas disponíveis para arrendamento, com as seguintes características: Fração A – Loja 1: 37,46m2 e renda de 125€ mensais; Fração A – Loja 2 – 41,73m2 e renda de 150€ mensais;

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Fração B – Loja 1: 55,83m2 e renda de 150€ mensais; Fração B – Loja 2/3: 19,33m2 e renda mensal de 100€.

JORNAL DE ABRANTES / Junho 2020

Após validação e análise das propostas, o Município irá adjudicar por ajuste direto a proposta vencedora. O Município reserva-se ainda direito de não adjudicar a venda a qualquer um dos concorrentes desde que entenda, em deliberação fundamentada, que nenhum reúne os requisitos mínimos necessários. O valor base de direito de acesso a cada loja é de 150€. Todos os interessados deverão submeter as suas propostas em carta fechada, contendo no rosto a expressão “Proposta para arrendamento de lojas do edifício Rainha Santa Isabel” até às 16h00 do dia 22 de junho. A Hasta Pública, abertura de propostas e adjudicação terão lugar na Sala das Sessões do edifício dos Paços do Concelho, a partir das 14h30 do dia 23 de junho. O respetivo Edital, Programa de Procedimento e Caderno de Encargos está disponível em http:// www.cm-viladerei.pt/index.php/pt/ servicos-2/avisos-editais.

OPINIÃO /

Oportunidade José Alves Jana FILÓSOFO

A

pandemia da covid-19 veio pôr em destaque algum poder atrativo do meio rural. O ar menos contaminado, a rarefação humana como vantagem, o menor aprisionamento num apartamento fechado, a possibilidade de ir dar um passeio cuidadoso sem problemas, a ajuda de uns palmos de terra à cozinha, a solidariedade de vizinhos e amigos, um apoio de maior proximidade por parte dos organismos públicos e privados… são apenas algumas das vantagens de quem vive no mundo rural. Por isso, a situação que ainda estamos a viver, e que é provável que se arraste por meses ou anos, desenvolveu uma nova apetência pelo mundo rural. É uma oportunidade que é importante saber aproveitar num marketing territorial renovado. Até aqui é fácil de dizer e de ser acompanhado. E daqui para a frente? Que se pode fazer em concreto? Podemos dizer que ninguém sabe, mas não é verdade. Há muitas pessoas com opiniões e até com vontade de fazer, há por esse mundo fora muitas experiências de sucesso (e de insucesso, que com estas também se aprende), há estudos e saber constituído… Pode reunir-se isso tudo e avançar em frente, que para trás já basta assim. Um dos aspectos a ter em boa conta é ajudar as pessoas já interessadas a tomarem a decisão de vir e, depois, ajudá-las a superar as naturais dificuldades para quem deu esse passo. Isso exige acompanhamento de proximidade. Nalguns casos, essas pessoas só precisam de casa e de internet, pois trazem consigo o trabalho à distância. Se acrescentarmos um ambiente social estimulante, será ainda mais fácil o projeto resultar. Mas é importante criar oportunidades: reforçar esta dinâmica local de criação de valor económico. Estamos todos de acordo: o principal problema do interior é a falta de emprego. Mas desse acordo não resultou ainda colocar esse problema como prioridade política, logo de ação e investimento com impacto efetivo. É certo que não é fácil, mas há casos de manifesto sucesso mesmo em Portugal, tanto ao nível de concelho como de freguesia. Quais? E

foi como? Há que fazer o quê? O processo de desertificação do interior pode ser dito como uma pandemia. Que se fez e como, no caso da pandemia que estamos a viver na saúde biológica? Consultaram-se os peritos e tomaram-se decisões com base no melhor conhecimento disponível. Certo? E o que se faz quanto à pandemia da desertificação? Precisamos, também, de saber qual é o melhor conhecimento disponível e formular os desafios concretos a nível local para, depois, se tomar as melhores decisões. O momento não é propício, primeiro há que “cuidar dos vivos”… Mas como vamos continuar neste novo normal, temos de preparar o futuro sem estarmos à espera de um regresso ao passado, que não irá acontecer. Contudo, o que se ouve sobre o nosso futuro próximo é… um enorme silêncio. E, de certeza, ninguém vai fazer esse trabalho por nós. Estamos a um ano das autárquicas. Se não até agora, é quando?

Estamos todos de acordo: o principal problema do interior é a falta de emprego. Mas desse acordo não resultou colocar esse problema como prioridade


POLÍTICA /

Depois de ter anunciado que iria retomar a atividade na prossecução dos objetivos de lançar a candidatura à Câmara Municipal de Abrantes, o movimento independente ALTERNATIVAcom indignou-se, em comunicado, com facto de a Assembleia Municipal de Abrantes ser realizada sem possibilidade de presença de público. Diz o movimento que a Assembleia Municipal, realizada sexta-feira, dia 22 de maio, foi “à porta fechada”. A Assembleia Municipal Extraordinária foi convocada pela necessidade de algumas autorizações administrativas e feita, em grande parte, através de videoconferência. Só que sem a presença de público ou, por outro lado, sem distribuição através das plataformas digitais. Apenas os jornalistas puderam assistir através da plataforma utilizada para a videoconferência. O movimento, mal a sessão tinha terminado, emitiu logo um comunicado em que critica os dois órgãos municipais por não terem assegurado “a sua transmissão pública, através de imagem e/ou som pela Internet”. E deu o exemplo de transmissões de conteúdos feitas recentemente, como por exemplo no 25 de Abril. Diz o movimento que há mais de dez anos que há forças políticas

e cidadãos que reclamam a transmissão direta das sessões públicas dos órgãos autárquicos como, diz o movimento, acontece em muitos outros municípios. O movimento vai mais longe e acusa a maioria socialista de não ter tido vontade política na transmissão “até porque se realizou por videoconferência”. E faz a ressalva de “não se pode confundir ‘sessão extraordinária’ com ‘sessão à porta fechada’, nem ‘sessão sem intervenção do público’ com ‘sessão não-pública’ pois, por lei, todas as sessões devem ser públicas e constitui especial responsabilidade do poder local tudo fazer para facilitar e incentivar a participação e o envolvimento ativo dos cidadãos

“(...)não se pode confundir ‘sessão extraordinária’ com ‘sessão à porta fechada’(...)”

nos assuntos do município e das freguesias”. O movimento cívico faz ainda uma referência ao facto de, a 28 de fevereiro, o presidente da Assembleia Municipal, António Gomes Mor, ter o compromisso de criar todas as condições para o início da transmissão em direto e online das sessões até ao final do primeiro semestre de 2020 para, logo de seguida, deixar a esperança que o prazo seja cumprido. As críticas sobem de tom quando o movimento refere que “Município e os Serviços Municipalizados reforçaram recentemente as suas áreas de Comunicação, ambas na direta dependência da pessoa do Presidente da Câmara, com equipamentos e assessoria externa especializada em comunicação estratégica, plataformas digitais e marketing, num investimento global que ultrapassou os 100 mil euros”. E no final deixa o apelo para que “os recursos internos e externos de comunicação autárquica, bem como os seus objetivos, planos e ações sejam postos, com garantida ética e competência, ao inteiro e exclusivo serviço da democracia local e do desenvolvimento humano e material de Abrantes, assegurando-se absoluta isenção, transparência e objetividade”. Jerónimo Belo Jorge

OPINIÃO /

Nuno Alves MESTRE EM RELAÇÕES INTERNACIONAIS nmalves@sapo.pt

E

m plena pandemia, a crise económica que progressivamente se instala protagoniza um dos momentos mais importantes nos ciclos económicos da economia capitalista. A alteração substancial das circunstâncias em que a economia mundial funcionava permitiu revelar fragilidades fatais, mesmo em empresas que pareciam inquestionavelmente liderar o mercado. Muitos de nós podemos associar estas fragilidades ou mesmo as repetidas crises económicas que temos visto à falência do modelo de economia liberal como o conhecemos. Mas na realidade, estamos bem longe disso. O capitalismo precisa de crises económicas. Em teoria, mesmo ignorando os impactos sociais, é assim que a economia se reajusta a novas realidades. E, este é mais um momento fénix para a economia liberal, que renasce agora das cinzas para abrir novos horizontes a quem antecipou as oportunidades que esta crise veio trazer, sejam empresas ou pessoas. E se há coisa que rapidamente esta crise nos está a mostrar é que a economia digital e o comércio eletrónico irão ser os elementos modeladores das nossas vidas daqui em diante. Esta é uma tendência que manifestava já tendências de crescimento significativas nos últimos anos. Em particular, as redes sociais e a sua utilização como ferramentas fundamentais de dinamização económica abriram o caminho para esta nova era. A publicidade e a manipulação de informação privada de cada utilizador foram

A nova Era determinantes para muitas empresas e, em particular, para os gigantes da tecnologia ou para as novas startups do sector tecnológico. Mas a sua relevância não se ficou por aí. As redes sociais passaram a ser, nos últimos anos, a arena de luta política pela caça ao voto. As plataformas sociais foram determinantes nas eleições de Trump, Bolsonaro ou Salvini. O novo mundo arrisca-se a ser o mundo da democracia digital. Será a tecnologia a salvação da democracia ocidental? Esta crise económica diz-nos agora que a era digital chegou em pleno e, com ela, novas oportunidades. E para as empresas que conseguiram antecipar esta nova tendência, há um novo mundo que se abre. Outras, que a dado momento pareciam ver o seu domínio sem rival, encontram agora dificuldades. É o caso da Primark, a empresa irlandesa que lidera o segmento de fast fashion. Com a pandemia a impor limitações no funcionamento das lojas e sem vendas on line, a empresa vê-se agora a braços com um forte abrandamento das vendas e com uma grave crise de inventário. Estima-se que a empresa tem cerca de 1,5 mil milhões de libras em roupa parada nos seus armazéns sem que a consiga vender. No fim de contas, esta é mais uma crise onde a palavra “adaptação” nunca fez tanto sentido. E, contudo, se o darwinismo social ficou muito mal na fotografia da história, que impactos continuará a ter o darwinismo económico?

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ALTERNATIVAcom contra Assembleia Municipal “fechada ao público”

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DESPORTO / // PAULO NETO, PRESIDENTE DO BENFICA DE ABRANTES

"O futebol é a nossa marca, sem dúvida!" // O Sport Abrantes e Benfica [SAB], clube centenário por todos conhecido como Benfica de Abrantes, é uma referência no futebol do concelho de Abrantes, em particular ao nível da formação. Conversámos com Paulo Neto, Presidente da Direção, e ficámos a saber mais sobre o passado, mas sobretudo acerca do presente e dos projetos do clube para as próximas épocas. O SAB é um clube que completou 100 anos em 2016, foi fundado no ano que Abrantes se tornou cidade. Essa é uma responsabilidade acrescida?

um dos únicos clubes que não tem capacidade para pagar qualquer subsídio aos atletas nesta divisão.

Que decisões tomaram a Associação de Futebol de Santarém e a Federação Portuguesa de Futebol fruto da suspensão das competições devido à epidemia? Sentiram, em algum caso, que essas decisões foram prejudiciais para alguma das vossas equipas?

A nossa responsabilidade é no sentido da formação juvenil e também a da competição, agora integrando também o escalão de séniores. Termos sido fundados em 10/06/1916, quatro dias antes da elevação de Abrantes a cidade, não nos dá mais responsabilidades, é antes uma grande referência para a nossa coletividade. É a nossa História!

A decisão de interromper era inevitável e foi a correta. Em termos desportivos ficou prejudicada a nossa equipa sénior, que estava em codições de disputar o acesso à Taça de Portugal por via da sua classificação no campeonato. Também os nossos Iniciados estavam a um ponto do primeiro lugar, que daria acesso ao Nacional, quando a competição foi interrompida.

O clube é a filial n.º 2 do SAB. O que é que isso representa?

Ser a segunda filial do SLB é um orgulho, o mesmo acontece com a história do que foi feito pelos que nos antecederam no SAB, anteriormente designado Sport Lisboa e Abrantes. Há essa proximidade com a casa mãe, embora nesta altura a vantagem seja mesmo apenas e a relação estreita entre as duas entidades.

Entretanto, têm estabelecido alguma ligação com os atletas, nomeadamente com o objetivo de que eles mantenham a forma?

Cada treinador tenta, dentro do possível, manter essa ligação.

Como é que o Paulo Neto, atual Presidente da Direção, se ligou ao clube? Há quantos anos é Presidente? É fácil encontrar gente disponível para integrar os corpos sociais?

A minha ligação ao clube começou como pai de um atleta, em 2000, nas escolinhas. Entretanto, infelizmente faleceu o diretor desse escalão e fui convidado pela equipa técnica (Nuno Gomes e Filipe Rodrigues) para ajudar nesse escalão. O gosto e o desafio constante de lidar com novas situações e com pessoas, convenceram-me a ficar e aqui ando. Fui eleito Presidente em 25 de maio de 2010, fará no próximo dia 25 dez anos. Não é fácil encontrar gente disponível para os corpos sociais, a razão principal é que todos os que assumem a família SAB estão por carolice e por amor à camisola, dedicando uma grande parte do seu tempo à coletividade. Não é fácil! Mas tudo é facilitadocom a equipa que tenho neste clube, excelentes dinamizadores e sempre prontos para novos desafios. É uma equipa de excelência a atual família SAB.

O futebol continua a ser a matriz do Benfica de Abrantes. Quantas

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Em termos desportivos ficou prejudicada a nossa equipa sénior, que estava em codições de disputar o acesso à Taça de Portugal...

equipas têm e quantos atletas integram?

O futebol é nossa marca, sem dúvida! Em condições normais e assumindo que a próxima época se inicia com normalidade, o nosso desafio seria atingirmos a meta dos 280 atletas, muito próximo dos 300. Contamos ter onze equipas de formação (dos Sub10 aos juniores), duas equipas de pura competição (séniores) e ainda o escalão de escolinhas. Nas escolinhas, dependendo sempre do

JORNAL DE ABRANTES / Junho 2020

número de inscrições e idades, teremos no mínimo quatro equipas.

Dispõem de boas condições para treinar e jogar, na cidade de Abrantes?

As condições para treinar e competir são as que temos e claro que gostaríamos de poder proporcionar mais e melhor, mas a realidade é esta, temos as necessárias para o enquadramento dos nossos atletas, que com o nosso esforço adaptamos à realidade.

Assumiram, nas duas últimas épocas, uma equipa de futebol sénior. Porque aceitaram este desafio? Onde é que esta equipa pode chegar e quais as principais limitações?

A equipa surge da integração de elementos da U. D. Abrantina, de modo a permitir aos atletas da formação não terem de sair do nosso clube para continuar a jogar. Os objetivos desta equipa são defindos pelos jogadores e equipa técnica... penso que poderemos estar de forma consistente dentro do primeiro terço da tabela da I Divisão Distrital, apesar de sermos

No passado, antes da construção da Cidade Desportiva de Abrantes, o clube tinha habitualmente equipas nos campeonatos nacionais. Entretanto, melhoraram as condições, mas essa deixou de ser uma realidade. A que é que isso se deveu?

Acho que é conjuntural... existem muitos clubes a praticar futebol e, como tal, os atletas estão dispersos e é muito difícil concentrar todos os melhores jogadores numa única equipa.

Sente que é necessário repensar o futebol de formação em termos concelhios?

Tenho a minha opinião, mas vou guardá-la para mim... Deixo essa reflexão pública para quem está mais habilitado a fazê-la.

Quais são, a médio prazo, os principais objetivos do SAB?

Manter e, se possível, aumentar o número de equipas e atletas, tentando dar cada vez melhores condições aos nossos atletas, técnicos e colaboradores. Tudo o resto virá por acréscimo do esforço e trabalho de todos os envolvidos na família SAB. José Martinho Gaspar


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Queres fazer parte da nossa equipa comercial? nos, sobretudo numa altura em que a falta de higiene era comum. Para se defenderem do contágio, à entrada de muitos portos de mar europeus, começaram a construir edifícios, onde eram colocados em quarentena os viajantes procedentes de países onde a peste grassava e a que se deu o nome de lazaretos. Em Portugal, em 1490, D. João II, mandou construir o primeiro, numa espécie de fortaleza, situada na margem sul, perto de Porto Brandão. Mesmo depois da Idade Média, vários surtos de peste negra foram aparecendo pela Europa ao longo dos séculos, surgindo um dos últimos mesmo no final do século XIX. Em Portugal, foi grave em vários pontos do país e especialmente no Porto. Tal como hoje, em 1899, esta cidade quase se fechou por terra e por mar e os condicionamentos na entrada e saída de mercadorias provocaram a suspensão da actividade fabril, com muitos despedimentos, seguindo-se a fome e o alarme social. O medo levou a que se queimassem casas onde se suspeitava que houvesse alguém infectado, deixando assim alguns moradores desalojados e até equipas de controlo sanitário chegaram a ser apedrejadas. Como a doença se espalhou pelo país, chegou também a Abrantes e em 1 de Setembro de 1899, o Governo de então atribuiu à Câmara um subsídio de 957$530 réis, para a construção de obras de saneamento básico de modo a controlar e a minorar os efeitos da epidemia. A Câmara, então presidida por António Ferreira Bairrão, não se

fez demorar e, logo em 15 de Novembro desse mesmo ano, arrematou a construção de um edifício a erigir num local então chamado Tapada de José Pimentel e que teria como destino albergar os infectados com a peste bubónica. A partir daí, o local onde se encontravam os pestíferos, que se hoje está isolado, naquele tempo ainda o estava mais, começou a ser conhecido por Lazareto. O edifício esteve ligado aos serviços de saúde até 1918, altura em que a Câmara decidiu encerrá-lo, dado que já não era necessário para esse fim. Ao mesmo tempo agradeceu ao Comandante Militar da altura a valiosa ajuda prestada durante a epidemia. Esta foi a terceira e última grande vaga de peste bubónica existente no país e uns anos mais tarde a doença ficou praticamente extinta com a descoberta da vacina e dos antibióticos. Com estes últimos, muitas doenças de origem bacteriana deixaram de ser ameaçadoras e passaram a ter tratamento fácil, infelizmente o mesmo não acontece com os vírus, contra os quais ainda não se encontrou um tratamento totalmente eficaz, pelo que continuam a atormentar a humanidade, como acontece com este novo corona vírus que pôs quase o mundo inteiro de quarentena.

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Agora, que inesperadamente nos encontramos a braços com uma pandemia, a maior dos últimos cem anos (entre 1918/1920 a gripe pneumónica ceifou milhões de pessoas por esse mundo fora), vem a propósito lembrar as marcas que uma outra, a da peste bubónica, que grassou em Portugal na passagem do século XIX para o século XX, deixou em Abrantes. Além das memórias que teriam ficado em relatos desses tempos, temos ainda um testemunho material num bairro, onde hoje vivem em condições bastante precárias algumas famílias ciganas e que é conhecido por Lazareto. Este situa-se num pequeno planalto à direita da Av. Humberto Delgado, quando vamos na direcção da Escola Dr. Manuel Fernandes, quase por trás da padaria Upantina e, embora hoje dentro da zona urbana e perto de lugares concorridos sobretudo pelos alunos das duas escolas próximas, está praticamente invisível aos olhos de todos e, se poucos o conhecem, menos ainda sabem a razão do seu nome. No entanto este bairro e os seus habitantes já foram protagonistas de um documentário, infelizmente pouco conhecido, feito em 2013 por um aluno da ESTA, Diogo Allen, e que no ano seguinte recebeu o primeiro prémio nos Encontros de Cinema de Viana do Castelo O bairro é hoje constituído por algumas casas abarracadas, mas ao fundo encontra-se um edifício maior e de construção mais sólida – foi este o primitivo Lazareto. O nome deriva de S. Lázaro, padroeiro dos leprosos, doença contagiosa (não tanto como se pensava), que provocava deformações repelentes e assustadoras, pelo que durante séculos foram afastados das comunidades e colocados em locais ermos, onde ficavam entregues à sua sorte. Nos séculos XIV e XV, a chamada peste negra ou peste bubónica, muito contagiosa, aterrorizou a Europa matando milhões de pessoas. Os sintomas eram entre outros, febre alta, vómitos e manchas escuras na pele, derivando daí o nome por que ficou conhecida. Sabe-se hoje que é provocada por uma bactéria presente em ratos, cujas pulgas infectadas se multiplicavam entre si e assim facilmente a transmitiam aos seres huma-

Consultas: - Campos, Eduardo, Toponímia Abrantina, edição da C.M.A, 1982 - Candeias Silva, História Cronológica do Concelho de Abrantes, edição da C.M.A. - www.abarca.com.pt

Junho 2020 / JORNAL DE ABRANTES

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SAÚDE /

/ Maria dos Anjos Esperança Médica de Saúde Pública Unidade de Saúde Pública do ACeS Médio Tejo A transmissão de uma infecção requer três elementos: uma fonte ou reservatório do agente, um hospedeiro e a via de transmissão. Várias são as doenças que podemos contrair através de microrganismos que se encontram em toda a parte: no ar que respiramos, no nosso corpo, na nossa roupa, nos alimentos, na água, nos animais, nas plantas, nos resíduos humanos, etc. O contacto directo ou indirecto são as formas de transmissão da doença da fonte para o hospedeiro: - Transmissão directa: quando há um contacto físico entre o reservatório ou fonte de infecção e o novo hospedeiro susceptível por exemplo a Tuberculose, a Febre Tifóide, o Sarampo, a Sífilis, o HIV, a Gripe, etc. - Transmissão indirecta: há trans-

ferência do agente etiológico por meio de veículos animados ou inanimados. Como exemplo temos a Leptospirose (doença da urina dos ratos), a Malária, a Febre Tifóide, a Gripe, etc. As vias de transmissão podem ser a aérea ou por contacto: - Por via aérea através de gotículas: os microrganismos têm uma passagem breve pelo ar quando a fonte e o hospedeiro se encontram muito próximos; a transmissão ocorre quando as gotículas que contêm esses microorganismos são espalhadas a curta distância (até 2metros) e depositadas nas mucosas - conjuntiva, boca ou nariz. Estas partículas são aspergidas pela tosse, espirro ou fala. São transmitidas por esta via a Tuberculose, as doenças próprias da infância como o Sarampo, a Gripe. - Por contacto: É a via mais comum e mais importante de transmissão de doenças infecciosas. A transmissão por contacto directo decorre da proximidade com a pessoa doente; desta forma transmite-se o Herpes, a Sarna,

CARTÓRIO NOTARIAL EM ABRANTES

CARTÓRIO NOTARIAL EM ABRANTES

A CARGO DA NOTÁRIA ANDREIA SORAIA MARTINS SILVA

A CARGO DA NOTÁRIA ANDREIA SORAIA MARTINS SILVA

Extrato Notarial de Escritura Pública de “Justificação” _____ Certifico narrativamente, para efeitos de publicação, que por escritura lavrada na presente data a folhas noventa e seis e seguintes, do livro de notas para escrituras diversas número dois, do Cartório Notarial em Abrantes, sito na Avenida 25 de Abril, número duzentos e quarenta e oito, freguesia de União das Freguesias de Abrantes (São Vicente e São João) e Alferrarede, da Notária, Andreia Soraia Martins Silva: VASCO DA CONCEIÇÃO DOS SANTOS, NIF 102.941.823, solteiro, maior, natural da freguesia de Souto, concelho de Abrantes, residente na Rua Principal, número 255, Maxieira, freguesia de União das Freguesias de Aldeia do Mato e Souto, concelho de Abrantes; DECLAROU O OUTORGANTE: --------- Que, é dono e legitimo possuidor com exclusão de outrem, do seguinte prédio, na freguesia de União das Freguesias de Aldeia do Mato e Souto, (anteriormente na extinta freguesia de Souto), concelho de Abrantes e não descrito na Conservatória do Registo Predial de Abrantes: ---------- Rústico, localizado ou denominado Maxieira, composto por cultura arvense, cultura arvense de regadio, dependência agricola e oliveiras, com a área de seiscentos metros quadrados, a confrontar de norte com José Rosa Soares, de sul com Rua Principal, de nascente com Rua Principal e de poente com Rua da Lagariça, inscrito na matriz predial rústica, sob o artigo 77, secção CI, da união, (o qual proveio do artigo 77, secção CI, da extinta freguesia de Souto), com o valor patrimonial para efeitos de IMT de 231,32€, a que atribui igual valor. ------- Que desconhece os artigos rústicos da antiga matriz, do prédio supra identificado. ---------- Que, o prédio ora justificado veio à posse dele justificante, em dia e mês que não pode precisar, mas no ano de mil novecentos e noventa, data em que entrou na posse do mesmo, por doação meramente verbal, de seus pais, Arlindo Pedro dos Santos e mulher Maria da Conceição, casados que foram entre si sob o regime da comunhão geral de bens, e residentes que foram na Rua Principal, número 31, em Maxieira, Souto, concelho de Abrantes, os quais por sua vez o haviam adquirido, por compra meramente verbal a João Pedro e mulher Joaquina Maria, casados entre si sob o regime da comunhão geral de bens, residentes que foram na Rua Principal, número 31, Maxieira, Souto, concelho de Abrantes. ---------- Que dada a forma de aquisição não tem título formal que lhe permita requerer o registo a seu favor. ------- Que, assim o justificante se encontra, na posse do mencionado prédio, há mais de vinte anos, tendo desde essa data usufruindo do referido imóvel, vedando-o, plantando-o, semeando-o, lavrando-o, cultivando-o, tratando-o, colhendo os respetivos frutos, isto é, gozando de todas as utilidades, direitos e benefícios por ele proporcionadas. -------- Que sempre foi reputado por toda a gente como proprietário do mesmo e sempre se considerou como tal. -------- Que, assim, nos termos expostos, a sua posse tem sido, pois exercida ostensivamente perante toda a gente sem oposição de quem quer que seja, continuadamente há mais de vinte anos, sendo por isso uma posse pacífica, continua e pública, e de boa fé, pelo que adquiriu o referido prédio por usucapião, o que invoca para efeitos de primeira inscrição no registo predial. _____ Está conforme o original. _____ Abrantes, 12 de maio de 2020. ______A Notária, Andreia Soraia Martins Silva Conta registada sob o n.º 213

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a Cólera, a Gripe. A transmissão por contacto indirecto envolve um objecto intermediário, geralmente inanimado, por exemplo objectos, brinquedos, alimentos, etc. São exemplo a Leptospirose, a Febre Tifóide, a Gripe. Como vemos várias são as doenças que podem ser transmitidas de forma directa, indirecta, por via aérea e por contacto: proximidade com doentes ou portadores assintomáticos do agente da doença, através das gotículas expelidas, por contacto com superfícies com presença de vírus mas que podem ser evitadas por precauções básicas como a higiene das mãos, das superfícies, de utensílios e pelo uso racional de barreiras mecânicas adaptadas a cada uma das nossas atitudes. Os procedimentos que tivemos e os que temos durante esta pandemia de COVID-19 devem ser mantidos para o resto das nossas vidas. Precisamos de continuar com essas práticas. É desse comportamento que vai depender o futuro de todos nós.

JORNAL DE ABRANTES / Junho 2020

Extrato Notarial de Escritura Pública de “Justificação” Certifico narrativamente, para efeitos de publicação, que por escritura lavrada na presente data a folhas oitenta e sete e seguintes, do livro de notas para escrituras diversas número dois, do Cartório Notarial em Abrantes, sito na Avenida 25 de Abril, número duzentos e quarenta e oito, freguesia de União das Freguesias de Abrantes (São Vicente e São João) e Alferrarede, da Notária, Andreia Soraia Martins Silva: GRACINDA DA CONCEIÇÃO DOS SANTOS MANUEL, NIF 128.807.318, natural da freguesia de Souto, concelho de Abrantes, e marido JOÃO DA CONCEIÇÃO MANUEL, NIF 128.807.326, natural da freguesia de Souto, concelho de Abrantes, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, residentes na Rua da Lagariça, sem número, Maxieira, Souto, freguesia de União das Freguesias de Aldeia do Mato e Souto, concelho de Abrantes; DECLARARAM OS OUTORGANTES: --------- Que, com exclusão de outrem, são donos e legítimos possuidores do seguinte prédio, na freguesia de União das Freguesias de Aldeia do Mato e Souto (anteriormente na extinta freguesia de Souto), concelho de Abrantes e não descrito na Conservatória do Registo Predial de Abrantes: ---------- Rústico, localizado ou denominado Vale do Monte, composto por cultura arvense, cultura arvense de regadio, macieiras e figueiras, com a área de mil duzentos e quarenta metros quadrados, a confrontar de norte com Herdeiros de Manuel Pedro Júnior e Herdeiros de António do Carmo Soares, de sul com Herdeiros de Manuel Pedro Júnior, de nascente com Ribeira e de poente com Rui Dias Vitória, inscrito na matriz predial rústica, sob o artigo 117, secção CJ, da união, (o qual proveio do artigo 117, secção CJ, da extinta freguesia de Souto), com o valor patrimonial para efeitos de IMT de 157,68€, a que atribuem igual valor. ------- Que desconhecem os artigos rústicos da antiga matriz, do prédio supra identificado. ---------- Que, o prédio ora justificado veio à posse deles justificantes no ano de mil novecentos e noventa, em dia e mês que não podem precisar, data em que entraram na posse do mesmo, por doação meramente verbal, feita pelos pais da primeira outorgante mulher, Arlindo Pedro dos Santos e mulher Maria da Conceição, casados que foram entre si sob o regime da comunhão geral de bens, e residentes que foram na Rua Principal, número 31, em Maxieira, Souto, concelho de Abrantes, os quais por sua vez o haviam adquirido, por compra meramente verbal a João Pedro e mulher Joaquina Maria, casados entre si sob o regime da comunhão geral de bens, residentes que foram na Rua Principal, número 31, Maxieira, Souto, concelho de Abrantes. ---------- Que dada a forma de aquisição não têm título formal que lhes permita requerer o registo a seu favor. ------- Que, assim os justificantes se encontram, na posse do mencionado prédio, há mais de vinte anos, tendo desde essa data usufruindo do referido imóvel, vedando-o, plantando-o, semeando-o, lavrando-o, cultivando-o, tratando-o, colhendo os respetivos frutos, isto é, gozando de todas as utilidades, direitos e benefícios por ele proporcionadas. -------- Que sempre foram reputados por toda a gente como proprietários do mesmo e sempre se consideraram como tal. -------- Que, assim, nos termos expostos, a sua posse tem sido, pois exercida ostensivamente perante toda a gente sem oposição de quem quer que seja, continuadamente há mais de vinte anos, sendo por isso uma posse pacífica, continua e pública, e de boa fé, pelo que adquiriram o referido prédio por usucapião, o que invocam para efeitos de primeira inscrição no registo predial. _____ Está conforme o original. _____ Abrantes, 12 de maio de 2020. ______A Notária, Andreia Soraia Martins Silva Conta registada sob o n.º 207

Serviço de Urgências retoma horário e Ortopedia e Maternidade regressam a Abrantes O Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT) retomou o horário completo dos serviços de urgências básicas que tinha sido encurtado devido às medidas de combate e contenção do coronavírus. E os serviços transferidos em março (Ortopedia e Ginecologia/Obstetrícia) regressam à unidade de Abrantes. Em comunicado a estrutura hospitalar realça que “o fecho noturno dos dois Serviços de Urgência Básica, do Centro Hospitalar do Médio Tejo, não comprometeu o atendimento à população, tendo sido assegurada a contínua resposta assistencial a todos os doentes com situações clínicas mais frágeis, sem pôr em causa a concentração de esforços no combate ao Covid-19”. Ainda na mesma nota, a administração do CHMT dá conta dos números destas últimas semanas em que os dois serviços estiveram encerrados. O número de atendimentos nas diferentes valências do Serviço de Urgência do CHMT foi de menos cerca de 15 atendimentos do que em igual período do ano passado. Foram registadas 17.025 urgências, o que em termos percentuais representou uma diminuição de 46%. O CHMT refere que se reforça assim o processo de retoma da atividade assistencial de forma progressiva depois das restrições provocadas pela COVID-19. O comunicado do CHMT revela ainda que com o início desta nova fase também os serviços que foram transferidos temporariamente em março regressarão aos locais de origem. Quer isto dizer que o Serviço de Ortopedia e o Serviço de Ginecologia/Obstetrícia, voltam à Unidade Hospitalar de Abrantes durante este mês de junho.

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Junho 2020 / JORNAL DE ABRANTES

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